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AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DE LITEIRA EM ECÓTONOS NO ENTORNO DA ILHA DO
BANANAL, MUNICÍPIO DE PIUM – TOCANTINS.
Plano integrado Projeto LBA/ CD 402: “PESQUISAS ECOLÓGICAS NA REGIÃO
DA ILHA DO BANANAL”
Kleyton Sudário Moreira
Orientador: Prof. Dr Humberto Ribeiro da Rocha
1. INTRODUÇÃO
Ilha do Bananal - Aproximadamente 2 milhões de ha;
Santuário ecológico - Similaridade de 85% com Pantanal – MS (Martins e Martins, 2004);
Área ecotonal - Padrões de floresta densa, cerrados, campos inundados;
“Arco do Desmatamento” - Desflorestamento e as mudanças no uso da terra (tensão ecológica) - transferência de carbono na forma de CO2 para a atmosfera,;
Áreas de estudos - apresentam características similares aos ecótonos da Ilha do Bananal, ~ 350 mil ha matas e 1,5 milhões ha de cerrados;
Monitoramento da dinâmica da liteira – quantificação e variação anual é influenciando pelo controle fisiológico que é função das condições ambientais e da estratégia ecológica da vegetação.
Monitoramento do Carbono - é fundamental para a compreensão ecofisiológico dos cerrados, conhecimento incipiente;
Produção X decomposição de liteira - principal meio de transferência de nutrientes para o solo, sítio de interação entre a ciclagem de nutrientes e transferência de energia;
Ciclagem do carbono - sujeito a uma variedade de processos que leva seu armazenamento de longo prazo ou seu retorno para a atmosfera;
2. OBJETIVO
• Quantificar a variação de deposição da liteira no período de um ano e o armazenamento de carbono na liteira;
3 Materiais e Métodos
•No Sítio Javaezinho Município de Pium – TO. •Localizada no entorno da Ilha do Bananal, numa área da
APA do Cantão, coordenadas 9° 49’ 16.1’’ S e 50° 08’ 55.3’’W (Figura 01);
•Topografia suave, altitude média de 120m;•Unidade geomorfológica Planície do Bananal;•Situada na Depressão do Araguaia, uma área de terrenos
quaternários;•Solos dos tipos concrecionário, areias quartzosas,
latossolos, podzólicos, plintossolos e solos hidromórficos (TOCANTINS, 2002).
Rio Araguaia
Figura 02. Localização da área experimental e ponto vermelho, indica a localização da Torre micrometeorológica no Sítio Javaezinho, sem escala.
Figura 1. Estado do Tocantins, mostrando a posição relativa da Ilha do Bananal à esquerda, à direita área do sitio experimental.
N
Rio Javaés
Rio Araguaia
Vista aérea do Sítio Javaezinho
Figura 05. Esquema ilustrativo da Torre micrometeorológica e sistemas de medição.
Figura 04. Torre micrometeorológica do Sítio Javaezinho.
3.1 Coleta de Liteira
• Coleta e análise em abril 2004/2005.
• Instaladas 30 bandejas;
• Dimensões de 1m2 (figura x), tela plástica, canos de pvc, câmaras de ar de pneus;
• Distribuídas num transecto de 200 x 800 m próximo à Torre, espaçamento ~ 25 m;
• Intervalos de coleta de aproximadamente 25 dias;
• Separada por fração (folha, galhos, frutos, flores e outros);
• Secada em estufa de ar, a 65oC por 72 horas;
• Pesadas em balança analítica.
• Equivalência do carbono em biomassa segundo (REZENDE, 2001) = e/ou ~ 50%.
Figura 06. Coletor de liteira no sítio experimental, durante o alagamento. Abaixo coletor de liteira na
área baixa no período de seca (out-04).
Volume de biomassa seca no Sítio Javaezinho( kg ha-1 ano-1)
276,3
420,3
854,3
666,8 677,3
781,8 762,4
868,1
535,3
362,2310,6
446,7 413,8359,3
0100
200300400
500600700
800900
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05
fev-0
5
mar
-05
abril
Resultados e discussões
Variação as frações da liteira
A maior fração foi encontrado no volume de folhedo, representando 65% do total da biomassa seca;
Maiores frações de galhos foram encontrados no final do período seco, apresentando um pico em outubro de 2004 ~ 36,3 (g m-2).
Menores frações frutos, flores, sementes e outros (resíduos);
Figura 10. Variação mensal das frações da liteira (g m-2), no período de abril de 2004 a abril de 2005, no Sítio Javaezinho.
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A • Temperatura - 26,4ºC e umidade apresentou - 70%;
• Decaimento na umidade julho de 2004;
• Quanto maior a temperatura do ar, menor umidade;
• No Gráfico B, observa-se que a menor umidade do solo , coincide com a maior período de deposição de liteira.
• Solo saturando de janeiro a junho (período de inundação);
• Durante a seca e a inundação desempenha papel fundamental no controle metabolismo fisiológico da vegetação e que é refletido na produção primária. Gráfico B.
Final do alagamento - 2004 Inicio do alagamento - 2005
Tipo de vegetação Liteira ton-1 ha-1
anoReferências:
RJ
Floresta atlântica de encosta
8,9
Oliveira & Lacerda 1993
SP
Floresta atlântica
5,1
Leitão filho et al. 1993
AM
Floresta de terra firme
7,3
Luizão & Luizão 1991
SP
Floresta atlântica secundária
7
Domingos et al. 1997
MG
Floresta semidecídua
6,9
Lemos Filho 1997
PA
Floresta tropical úmida
9,4
Figueira et al 2004
TO
Floresta Alagável
7,7 Moreira et al (2004-2005)
Tabela 02. Total de liteira depositada por ano e tipo de vegetação.
FRAÇÃO Percentual
Biomassa
Ton-1 ha-1 ano CO2
Folhas 65,4% 5,05 2,52
Galhos 20,5% 1,58 0,79
Frutos 3,5% 0,27 0,135
Flores 2,8% 0,21 0,105
Sementes 1,4% 0,11 0,05
Outros (resíduos) 6,4% 0,49 0,245
TOTAL ~ 7,7 ~ 3,8
Tabela 01. Variação e contribuição das frações da liteira em quantidade e total de carbono por fração.
A sazonalidade apresentou padrões similares ao cerrado típico, com 2 períodos distintos;
A deposição de liteira foi influenciado sazonalidade climática durante o período de estudo;
Maior deposição ocorreu na estação seca e menor deposição no período chuvoso;
Os meses com maior deposição, foram o mês de Junho, coincidido com o fim da inundação e outubro finalizando o período de seca;
Fração de folhedo foi predominante, representando 65% da biomassa seca total;
O total na queda de liteira para o período foi de ~ 7,74 ton-1 ha-1 ano e ~ 3,8 ton-1 ha-1 ano de carbono;
Os valores encontrados foram semelhantes ao reportando por outros autores em floresta secundárias e florestas de terra firme.
Em condições de anóxia (período de inundação) a redução na produção da liteira foi de ~ 48%;
Conclusões
Sugestões
• A continuidade do monitoramento da liteira, visando o entendimento de ecossistemas alagáveis;
• Estudar as diferentes fitofisionomias, bem como a dinâmica e comportamento no estrato arbóreo vegetal;
• Correlacionar parâmetros da torre de fluxo de carbono para entender a dinâmica desses ecossistemas.
REFERÊNCIAS:
• BRAY, J.R; GORHAM, E. Litter production in forests of the world. Advanced in Ecological Research, v. 2, p. 101 – 157, 1964.
• DELITTI, W. B. C. Aspectos comparativos da ciclagem de nutrientes minerais na mata ciliar, no campo cerrado e na floresta implantada de Pinnus ellieottii var. ellieottii. Tese de Doutorado em Ecologia Vegetal – Instituto de Botânica, Universidade de São Paulo. SP, 1984.
• MMA. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE: Ações prioritários para a conservação da biodiversidade do Cerrado e Pantanal. MMA/ FUNATURA/ Conservation International / Fund. Biodiversitas/ UnB. Brasília DF. 1999
• NEWBOULD,P.J. 1970. methods for estimating the primary productions on the forest. IBP Handok Nº 2. Blackwell Scientific Publication, Oxford, England. 62P.
• TANNUS, R.N.; ROCHA, H. R.; FREITAS, H. C.; OLIVEIRA, L. S.; CABRAL, O.; KURZATKOWSK, D.; RIBEIRO, R. M.; COLLICCHIO, E.; MERLIN, S.; BRUNO, R.; JÚAREZ, R. I. N. 2004b, Clima e Fluxos de Superfície-Atmosfera Sobre Cerrados Seco e Alagável, aceito na III Conferencia Cientifica do LBA.
• REZENDE, D.; MERLIN, S.; SANTOS, M. Seqüestro de carbono: uma experiência concreta. 2. ed. rev. e atu. Aparecida de Goiânia: Ed. Poligráfica. 2001, 178p.
• TOCANTINS. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente. Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico. Atlas do Tocantins: Subsídios ao planejamento da gestão territorial. Palmas – TO. 2002.
Dúvidas e Sugestões
0**63 3215 1279
Escritório Regional – LBA, 103 Sul, LT 03 Rua SO 11. Palmas – TO.
AGRADECIMENTOS
CNPq
ULBRA