97
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO E SEUS IMPACTOS À SAÚDE HUMANA EM ESCOLAS PRÓXIMAS A VIAS DE TRÁFEGO VEICULAR E REFINARIA DE PETRÓLEO. CURITIBA 2014

Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO E SEUS

IMPACTOS À SAÚDE HUMANA EM ESCOLAS PRÓXIMAS A VIAS DE TRÁFEGO

VEICULAR E REFINARIA DE PETRÓLEO.

CURITIBA 2014

Page 2: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

SÉRGIO JOSÉ GONÇALVES JUNIOR

AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO E SEUS

IMPACTOS À SAÚDE HUMANA EM ESCOLAS PRÓXIMAS A VIAS DE TRÁFEGO

VEICULAR E REFINARIA DE PETRÓLEO.

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais, no Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, Setor de Tecnologia, da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Ricardo H. M. Godoi. Coorientadora: Profa. Dra. Ana Flávia L. Godoi.

CURITIBA 2014

Page 3: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

G635a

Goncalves Junior, Sérgio José Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à saúde humana em escolas próximas a vias de tráfego veicular e refinaria de petróleo / Sérgio José Goncalves Junior. – Curitiba, 2014. 95f. : il. color. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Tecnologia, Programa de Pós-graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, 2014. Orientador: Ricardo H. M. Godoi -- Coorientador: Ana Flávia L. Godoi. Bibliografia: p. 74-79. 1. Poluição do ar de interiores. 2. Poluentes. 3. Veículos a motor. 4. Petróleo - Refinarias. 5. Escolas - Saúde. I. Universidade Federal do Paraná. II. Godoi, Ricardo H. M. III. Godoi, Ana Flávia L.. IV. Título.

CDD: 613.5

Page 4: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

TERMO DE APROVAÇÃO

Page 5: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as três pessoas

mais importantes da minha vida: Edna,

Sérgio e Renata. Obrigado por serem a

essência da minha vida.

Page 6: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Ricardo H. M. Godoi, pela inspiração,

pela motivação, apoio, incentivo, pela amizade e bom humor.

A minha co-orientadora, Ana Flávia L. Godoi, pelo apoio prestado na pesquisa

e pelos ensinamentos sempre motivadores e inteligentes.

A todos os meus familiares, em especial aos meus pais e a minha irmã, que

sofreram e sorriram comigo em todos os momentos.

A todos os meus amigos que sempre estiveram me incentivando e apoiando

minhas escolhas.

Aos meu colegas de laboratório, Guilherme, Cybelli, Thiago e Gabriela, pela

apoio e ajuda prestada.

A todos envolvidos no trabalho de campo.

A universidade de Antuérpia, na Bélgica, que disponibilizou as análises e

equipamentos para a realização da primeira parte da pesquisa.

Ao laboratório LAMIR/UFPR, por disponibilizar espaço para computadores e

equipamentos onde efetuamos as análises.

Page 7: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

não discuto com o destino o que pintar eu assino Paulo Leminski

Page 8: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

RESUMO

A exposição a certos aerossóis tem sido associada ao aumento de várias doenças respiratórias. Tal agravante é consequência do homem passar mais de 90% do dia dentro de ambientes fechados e ficar exposto à poluição gerada e/ou acumuladas nesses locais. Inserido neste contexto, a preocupação com o ar que jovens e crianças respiram durante o dia exige grande atenção, pois os mesmos são especialmente sensíveis à poluição devido ao seus organismos ainda em formação. A escola é uma dos principais cenários de ambiente fechado em que as crianças passam grande parte do seu dia, sendo que o ar que ali respiram também pode ser prejudicial à saúde, devido a influência de diversas fontes. A preocupação que envolve a nocividade do material particulado está norteada à dois parâmetros: a fração respirável de partículas suspensas submicrométricas e a sua composição, pois as partículas podem penetrar e alcançar diversos níveis do sistema respiratório, causando diferentes tipos de complicações vitais. Esse estudo tem como objetivo principal avaliar a influência das atividades de entorno de escolas para com os particulados atmosféricos presentes no ar dentro e fora do ambiente escolar, através da análise do material particulado suspenso. As amostragens foram realizadas em cinco escolas da cidade de Curitiba e região Metropolitana, no estado do Paraná, onde há forte presença de vias de fluxo intenso de veículos e notáveis zonas industriais, como grandes complexos petroquímicos. Foram realizadas análises de material particulado total e de partículas individuais. O material particulado total foi amostrado através de uma membrana de policarbonato (filtro) por impactação inerte e analisado por meio de Espectrometria de Fluorescência de Raios-X (FRX), a qual tem a finalidade de obter informações dos elementos químicos das amostras. As partículas individuais foram coletadas em diferentes frações de tamanho por meio do impactador de partículas May Impactor, analisadas por Microscopia Eletrônica de Varredura acoplada a uma microssonda (MEV-EDX) e classificadas em grupos representativos (clusters), de acordo com sua composição química. Os resultados indicam forte presença de partículas inaláveis oriundas de fontes antropogênicas, mostrando que a presença das atividades de entorno tem proporcionado uma má qualidade do ar nas escolas.

Palavras-chave: Poluição do ar; Material particulado; Saúde e Deposição pulmonar;

Page 9: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

ABSTRACT

Exposure to aerosols has been linked to increased levels of respiratory diseases. This is a consequence of the man spend more than 90% of the day inside closed environments and be exposed to the pollution generated and / or accumulated at these sites. The concern with air that pupils and children breathe during the day requires great attention, since they are especially sensitive to pollution because of their bodies still developing. The school is one of the main scenarios indoors where children spend much of their day, and the air also can be injurious to health because of the influence of different sources. The concerns surrounding the toxicity of the particulate material is guided to two parameters: the respirable fraction of suspended submicron particles and their composition because the particles can penetrate and reach different levels of the respiratory system, causing various types of vital complications. This study aims to evaluate the influence of the surrounding schools for with atmospheric sources in the air inside and outside the school environment , through the analysis of suspended particulate material activities . Samples were took at five schools in the city and the metropolitan region of Curitiba , state of Paraná , where there is strong presence of pathways heavy flow of vehicles and industrial areas such as large petrochemical complex. Analysis of total particulate matter and individual particles were performed. The total particulate matter was sampled through a polycarbonate membrane (filter) for inert impaction analyzed by X-ray Fluorescence (XRF), which has the purpose of obtaining information on the chemical components of the samples. The individual particles were collected in different size fractions through May Impactor Impactor particle analyzed by Scanning Electron Microscopy coupled to a microprobe (SEM - EDX ) and classified into representative groups ( clusters ) according to their chemical composition. The results indicate a strong presence of respirable particles arising from anthropogenic sources, showing that the presence of surrounding activities has provided a poor air quality in schools.

Keywords : Air pollution; Particulate matter; Heatlhy and pulmonar deposition;

Page 10: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.Comparação entre os diferentes tamanhos de Material Particulado (U.S. EPA, 2013). ............................................................................................................... 26 FIGURA 2. Processos de transformações das partículas na atmosfera (AVIGO JUNIOR, 2008). ......................................................................................................... 27 FIGURA 3.Sistema Respiratório subdividido em vias áreas superiors e inferiores (CCOHS, 2012). ........................................................................................................ 28 FIGURA 4. Diagrama esquemático representando a deposição das partículas no pulmão de acordo com os diferentes mecanismos: impactação inercial, sedimentação e difusão ( CARVALHO, PETERS e WILLIAMNS III, 2011). ............. 30 FIGURA 5.Sistema respiratório e a deposição das partículas no pulmão (ADAPTADO: PURVES et al., 1995 ; AVIGO JR., 2008). ......................................... 30 FIGURA 6. Localização simplificada das cinco escolas onde foram efetuadas as amostragens de MP, subdividida em região urbana e suburbana. ........................... 37 FIGURA 7. Proximidade entre a Refinaria de Petróleo, Escola 1 e a Escola 2 (Imagem do Satélite GeoEye) juntamente com o infográfico dos ventos preferenciais na região (GODOI et al., 2013). ................................................................................. 38 FIGURA 8. Recipiente de filtros de policarbonato utilizados nas coletas do material particulado total. ........................................................................................................ 40 FIGURA 9. Amostradores sequenciais ligados à bomba de ar por meio de mangueiras. ............................................................................................................... 41 FIGURA 10. Bombas de vácuo, com vazão média de 25 litros por minuto. .............. 42 FIGURA 11. Esquema básico dos passos da análise por fluorescência de Raios-X. ................................................................................................................................... 44 FIGURA 12. Amostrador em cascata May Impactor ligado às bombas de vácuo em ambiente externo. ...................................................................................................... 47 FIGURA 13. Amostrador em cascata May Impactor ligado às bombas de vácuo em ambiente interno. ....................................................................................................... 47 FIGURA 14. Estágios representados no May Impactor. Foram ultizados o estágio 4 e o estágio 6 na coleta do material particulado (AVIGO JR., 2008.) ............................ 48 FIGURA 15. Lâminas de prata que foram amostradas no impactador inercial May Impactor. .................................................................................................................... 49

Page 11: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

FIGURA 16. Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de 2009, em escala logarítmica . ................................................... 52 FIGURA 17.Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de 2010, em escala logarítmica . ................................................... 52 FIGURA 18. Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de 2011, em escala logarítmica . .................................................. 53 FIGURA 19.Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas as escolas amostradas no ano de 2009. ............................ 54 FIGURA 20. Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas as escolas amostradas no ano de 2010. ............................ 54 FIGURA 21. Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas as escolas amostradas no ano de 2011. ............................ 55!

Page 12: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

LISTA DE TABELAS TABELA 1.Concentração de MP10 por anos de construção do edifício (YANG et al. ,2009). ........................................................................................................................ 32 TABELA 2. Períodos de amostragem do material particulado total, para o ano de 2009. .......................................................................................................................... 38 TABELA 3. Período de amostragem do material particulado total, para o ano de 2010. .......................................................................................................................... 39 TABELA 4. Período de amostragem do material particulado total, para o ano de 2011. .......................................................................................................................... 39 TABELA 5. Datas de amostragem para a coleta das partículas individuais, em 2009. ................................................................................................................................... 39 TABELA 6. Datas de amostragem para a coleta das partículas individuais, em 2010. ................................................................................................................................... 39 TABELA 7 - Valores de referência dos elementos os quais são encontrados com mais frequência na crosta terrestre e que apresentaram maior relevância neste estudo. Estes valores são utilizados para o calculo do FE (MASON, 1966). ............ 45 TABELA 8. Estágios e tamanhos respectivos das partículas capturadas no May Impactor. .................................................................................................................... 48 TABELA 9. Valores médios do fator I/E encontrado nas Escolas em seus respectivos anos de amostragem. ................................................................................................ 53 TABELA 10. Elementos encontrados nas amostras das Escolas e suas prováveis fontes de origem. ....................................................................................................... 63 TABELA 11. Abundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2009. .............................................................................................................. 64 TABELA 12. Abundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2009. .............................................................................................................. 65 TABELA 13. Abundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2010. .............................................................................................................. 66 TABELA 14. Principais clusters encontrados associados às possíveis fontes de origem. ....................................................................................................................... 70

Page 13: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

LISTA DE SIGLAS

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

COV’S – Compostos Orgânicos Voláteis

EPA – Agência Norte Americana de Proteção Ambiental (Environmental Protection

Agency – United States)

EPMA – Análise por microsonda - (electron probe microanalysis)

FE – Fator de Enriquecimento

FRX – Fluorescência de Raios-X

IAP – Instituto Ambiental do Paraná

INAA - Instrumental Neutron Activation Analysis

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LAS - Laser Aerosol Spectrometer

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

MP – Material Particulado

MP10 – Material Particulado com diâmetro aerodinâmico menor ou igual a 10 µm

MP2,5 – Material Particulado com diâmetro aerodinâmico menor ou igual a 2,5 µm

MPT – Material Particulado Total

PTS – Partículas Totais em Suspensão OMS – Organização Mundial da Saúde

Page 14: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

LISTA DE ELEMENTOS E COMPOSTOS QUÍMICOS Al - Alumínio

As - Arsênio

Ca - Cálcio

CaCO3 - Carbonato de Cálcio

Cl - Cloro

CO - Monóxido de Carbono

Cu - Cobre

Fe - Ferro

H2SO4 - Ácido Sulfúrico La - Lântanio Mn - Manganês

NH3 - Amônia

NH4HSO4 - Bissulfato de Amônia

(NH4)2SO4 - Sulfato de Amônia

NO - Óxido de Nitrogênio

NO2 - Dióxido de Nitrogênio

O3 - Ozônio

Pb - Chumbo

S - Enxofre

Si - Silício

SO2 - Dióxido de Enxofre

Sr - Estrôncio

Ti - Titânio

V - Vanádio

Zn - Zinco

Page 15: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... 22

ABSTRACT ............................................................................................................... 23

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 24

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 26

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................... 27

LISTA DE ELEMENTOS E COMPOSTOS QUÍMICOS ............................................ 28

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 20

2.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E OS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR ......... 20

2.2 MATERIAL PARTICULADO ............................................................................ 21

2.2.1 Parâmetros físicos e meteorológicos ....................................................... 23

2.2.2 Distribuição granulométrica ...................................................................... 24

2.2.3 Transformações dos aerossóis ................................................................ 26

2.3 EFEITOS NA SAÚDE HUMANA E A DEPOSIÇÃO PULMONAR ..................... 27

2.4 ESTADO DA ARTE : POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM AMBIENTES INTERNOS

............................................................................................................................... 31

3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 35

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 35

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 36

4.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS ................................ 36

4.2 PERÍODOS DE AMOSTRAGEM ..................................................................... 38

4.3 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E ANÁLISE ................................................... 40

4.3.1 Material Particulado Total ......................................................................... 40

4.3.1.1 Princípio da Fluorescência de Raios-X (FRX) ................................... 42

4.3.1.2 Fator de Enriquecimento (FE) ............................................................ 44

4.3.1.3 Fator I/E ............................................................................................. 46

4.3.2 Partículas Individuais ................................................................................ 46

4.3.2.1 Princípios Básicos da Microscopia Eletrônica de Varredura ............. 49

4.3.2.2 Agrupamento (Clusters) ..................................................................... 50

Page 16: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 51

5.1 MATERIAL PARTICULADO TOTAL (MPT) ...................................................... 51

5.1.2 Espectrometria por fluorescência de raios-x (FRX) .................................. 51

5.2 PARTÍCULAS INDIVIDUAIS ............................................................................ 63

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 71

PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO PERÍODO ( FEV. 2012 – DEZ. 2013) ...................... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 74

APENDICÊS .............................................................................................................. 80

Page 17: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

15

1 INTRODUÇÃO

A poluição atmosférica tem se enquadrado como requisito básico na análise

ambiental em ambientes internos e externos, principalmente pelo aumento contínuo

da poluição do ar nos últimos tempos. Há uma ampla quantidade de poluentes

presentes no ar que são suspeitos de gerar efeitos nocivos à saúde do ser humano

e ao meio ambiente, dentre os quais gases e o material particulado estão em

destaque em diversos estudos que integram meio ambiente e saúde.

Historicamente, a revolução industrial contribuiu como principal aliada e

geradora da poluição em grandes proporções. A poluição do ar se lançou como um

problema para as áreas urbanas densamente industrializadas, onde o carvão usado

como combustível era queimado para gerar energia. A partir de diversos

acontecimentos críticos de emissões de poluentes que ocorreram nos anos pós-

revolução industrial, como o histórico “grande nevoeiro” de 1952 em Londres, deu-se

mais atenção aos danos à saúde provocados pelos poluentes atmosféricos (KIELY,

1996; KAMPA e CASTANAS, 2008). Ao longo dos anos, a urbanização acelerada

trouxe um amplo consumo de energia, acarretando na emissão de poluentes

provenientes, principalmente, de atividades diárias, tais como a queima de

combustíveis de fontes fixas, como as industrias, e pela queima de combustível

fóssil pelas fontes móveis, como veículos automotores (ARBEX et al., 2012). Apesar

de uma série de atividades físicas (vulcões, incêndios, entre outros) liberarem

diferentes poluentes no meio ambiente, as atividades humanas (antrópicas) são as

principais causas da poluição ambiental (KAMPA e CASTANAS, 2008).

Diante disso, a necessidade de se tomar medidas para regulamentar as

fontes emissoras e entender o perfil da poluição atmosférica, assim como os tipos de

poluentes e suas respectivas características, se tornou uma necessidade para a

melhoria das condições do meio ambiente e saúde pública, uma vez que os

poluentes atmosféricos têm causado alterações no sistema respiratório humano, a

médio e longo prazo, influenciando diretamente na saúde da população em geral.

Na década de 60, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

(U.S. EPA) ficou incumbida de promover esse controle e estabeleceram padrões de

qualidade do ar, definindo um grupo de poluentes atmosféricos que requer maior

atenção. Dentre estes, seis foram selecionados como prioritários: material

Page 18: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

16

particulado (MP), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de

nitrogênio (NO2), ozônio (O3) e chumbo (Pb). Atualmente, várias ações

governamentais em todo o mundo são aplicadas como forma de controle da poluição

do ar (ANDERSON, THUNDIYIL e STOLBACH, 2011). No Brasil, o Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) tem a competência de estabelecer os

padrões de qualidade do ar.

Tantos os ambientes fechados quanto os ambientes abertos são impactados

por fontes de poluição, mesmo estas estando próximas, no mesmo local ou distantes

dos mesmo. A população tende a passar a maior parte do seu dia

(aproximadamente 90%) nos ambientes internos. Além das residências e ambiente

de trabalho, a escola está inserida em um quadro preocupante em relação aos

poluentes atmosféricos presentes em seu microambiente.

Sob essa perspectiva, o ambiente escolar tem sido uma preocupação

crescente para a saúde dos alunos. Jovens e crianças com idade média de oito anos,

passam aproximadamente 30% do dia na sala de aula, estando mais expostos a

esta poluição interna (FROMME et al., 2007; AVIGO et al., 2008; GUO et al., 2010).

Além disso, o efeito da poluição é mais danoso nestes organismos ainda em

formação, os quais respiram maiores volumes de ar e ainda possuem tecidos e

órgãos em processo de crescimento (EKMEKCIOGLU e KESKIN, 2007; ARBEX et

al., 2012). Além dos graves problemas na saúde, alguns estudos atuais indicam uma

influência direta da poluição no nível de aprendizagem dos alunos (MENDEL e

HEATH, 2005; HABIL e TANEJA, 2011; TRANCOSO et al., 2011) e também

mostram que danos no sistema respiratório de adultos podem resultar,

potencialmente, em significativa obstrução na infância (ARBEX et al., 2012).

Dentre os poluentes mais conhecidos, o material particulado (MP) é um dos

mais importantes parâmetros em estudos de poluição atmosférica devido aos

diversos impactos provocados à saúde humana e ao meio ambiente. Em

consequência disso, a preocupação com a melhoria da qualidade do ar em um

ambiente como a escola é de extrema importância.

Em geral, o MP pode ser entendido como um conjunto de pequenas

partículas sólidas ou líquidas que quando estão suspensas no ar são denominadas

de aerossóis ou material particulado em suspensão (MPS).Tais partículas podem ser

provenientes de fontes naturais, como as cinzas de erupções vulcânicas e fumaças,

ou advindas de fontes antropogênicas, como as partículas oriundas das queima de

Page 19: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

17

combustível fóssil e emissões industriais (U.S. EPA, 2011; ANDERSON, THUNDIYIL

e STOLBACH, 2011). Suspenso e disperso no ar, o tempo de residência do MPS

pode variar de acordo com a sua concentração, massa e seu tamanho (GODOI et

al., 2013).

Fajersztajn et al. (2013) conceituam que, em vez de ser considerado como

um poluente único, o MP pode ser entendido como uma mistura de fontes de

poluição do ar que estão presentes na atmosfera urbana, ou seja, uma mistura

complexa de componentes sólidos e líquidos, que variam substancialmente na

composição e tamanho, dependendo da fonte de emissão e as condições

meteorológicas prevalecentes. A composição e o tamanho destas partículas

determinam o potencial de deposição no trato respiratório e os efeitos para a saúde,

o que está associado com a exposição do indivíduo a este poluente. Quanto menor

for o tamanho da partícula, maior é o seu potencial para penetrar profundamente no

trato respiratório. A composição destas partículas inclui diferentes classes de

produtos químicos orgânicos e inorgânicos, tais como metais pesados e de

transição, compostos orgânicos, hidrocarbonetos, íons, nitratos, sulfatos, carbono

elementar (FEJERSZTAJN et al., 2013). Em ambientes fechados, o MP pode ser

proveniente da troca de ar entre o ambiente externo e interno, por mecanismos de

deposição, ressuspensão e deteoriorização. Em contexto geral, atividades como

cozinhar, de limpeza e, principalmente, de fumar causam a formação do MP em

ambientes internos (FROMME et al., 2007).

Segundo Pires (2005), as atividades de refino de petróleo são responsáveis

por 42% das emissões de poluentes atmosféricos industriais na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro. No Brasil, o refino de petróleo desempenha um

importante papel na economia, sendo responsável por cerca de 30% da energia total

consumida no país, e praticamente toda a energia consumida no setor de transporte,

uma vez que a poluição decorrente das refinarias de petróleo ocorre tanto no

processo de refino de petróleo, quanto no uso dos produtos derivados do petróleo.

Em plantas petroquímicas a maior fonte de emissões de partículas para a atmosfera

é a unidade de craqueamento catalítico (PARKER, 1977; KULKARNI, CHELLAM e

FRASER, 2007), onde ocorre um processo químico de quebra (cracking), pela ação

de catalisadores ou de calor, que transforma frações mais pesadas em outras mais

leves através da quebra das moléculas dos reagentes, ou seja, do petróleo bruto são

retirados certos produtos em maiores proporções do que aquela fornecida pela

Page 20: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

18

própria natureza. Em área urbanizadas, as emissões de poluentes veiculares

representam parte importante das emissões totais em grandes centros urbanos,

sendo que, muitas vezes, são os maiores responsáveis pela poluição atmosférica

(SZWARCFITER, 2004).

Em termos gerais, os efeitos da poluição atmosférica manifestam-se na

saúde humana, na vegetação, na fauna e sobre os materiais. Partindo desta

premissa, este estudo tem como finalidade geral caracterizar, analisar e avaliar o

material particulado proveniente das atividades de entorno presente dentro e fora de

escolas, assim como delinear as consequências que tais poluentes podem ocasionar

aos alunos à esses particulados.

No Brasil, existem poucas referências que indicam a relação entre a

proximidade de escolas com grandes complexos industriais, como as refinarias de

petróleo, e centros urbanos, objetivando explicar como as atividades do entorno de

escolas podem influenciar na qualidade do ar das salas de aula. Além disso, a

legislação brasileira é relativamente restrita em relação aos parâmetros de

concentração de MP, uma vez que as normas e diretrizes que delimitam os limites

estão especificadas apenas para MP em concentração mássica. Com isso, se tem a

necessidade de detalhar com mais clareza a classificação de tamanho desse MP,

assim como sua composição elementar.

Esta pesquisa foi subdividida em tópicos que abordaram:

• a revisão de literatura, que define e atualiza informações sobre

material particulado, fontes emissoras, processos de transformação e

remoção, efeitos na saúde, deposição pulmonar e um levantamento

de outros estudos que abordam o tema, com a finalidade de guiar e

transpor a literatura sobre tema para o cenário científico deste

trabalho;

• o objetivo geral, assim como os objetivos específicos do trabalho;

• metodologia e os materiais empregados;

• os resultados descritivos das campanhas de amostragens,

realizadas em três anos e em 5 escolas diferentes; e por fim, por meio

de discussões, foram realizadas comparações com outros estudos

para avaliar os resultados obtidos, com a finalidade de confrontar o

dados encontrados neste estudo com o panorama mundial.

Page 21: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

19

Cabe ressaltar que esta pesquisa esta contida em um amplo projeto

multidisciplinar de estudo sobre qualidade do ar em escolas, que abrange a área

química, médica e social. Além da caracterização de material particulado, o estudo

envolve também a análise de gases, espirometria médica e análises de

questionários, e conta com diferentes parceiros (nacionais e internacionais) que

contribuem para execução das análises e tratamento dos dados.

Page 22: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

20

2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo apresenta uma revisão dos conceitos que se fazem pertinentes

à poluição atmosférica, enunciando as diferentes classificações de material

particulado, a relação entre este poluente e os danos na saúde e, por fim, o estado

da arte direcionado à poluição em ambientes internos, com enfoque em escolas e

salas de aula.

2.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E OS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR

Os poluentes atmosféricos são largamente estudados pela sua influência

negativa no clima, na saúde humana, na vegetação e sobre os materiais. A

atmosfera é uma mistura heterogênea que contém gases, aerossóis e partículas

(CATHERINE e SKINNER, 2007). As pesquisas que envolvem a poluição do ar, se

concentram em estudar principalmente a região da troposfera, tendo em vista que

esta região está diretamente ligada à vida dos habitantes da Terra.

A Resolução do CONAMA nº 003 de 28/06/1990 define que um poluente

atmosférico é qualquer forma de matéria ou energia que ao atingir determinados

níveis de concentração, quantidade, intensidade e entre outras características, se

tornam nocivos ao meio ambiente. Alves (2009) afirma que o fato da presença de

componentes no ar não significa, necessariamente, que eles sejam potenciais

poluidores ou que estejam contaminados. Sendo assim, uma condição atmosférica

dita como poluída é aquela em que as concentrações das substâncias constituintes

provocam efeitos negativos à saúde humana, aos animais e ao meio ambiente. É

importante ressaltar que os fatores meteorológicos também se relacionam com os

efeitos dos poluentes no meio ambiente, influenciando na sua concentração e

dispersão.

Para os principais poluentes atmosféricos, foram estabelecidos padrões de

qualidade do ar, os quais são as definições legais do limite de concentração máxima

de um componente atmosférico que garanta a proteção e bem-estar dos seres

humanos. Estes padrões, baseados em estudos científicos que abordam os efeitos

Page 23: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

21

nocivos de poluentes específicos, são determinados partindo do princípio que, o

nível estabelecido como limite esteja em uma margem de segurança adequada. Os

poluentes tratados como padrões são aqueles que ocorrem com grande frequência e

que se tornam nocivos ao meio ambiente e para a população.

No Brasil, os padrões nacionais de qualidade do ar foram instituídos através

da Portaria Normativa IBAMA nº 348 de 14/03/90 e da Resolução do CONAMA nº

003 de 28/06/1990. A partir do levantamento dos documentos de lei estadual, Uba

(2011) verificou que a Secretaria do Meio Ambiente do Paraná (SEMA) aceitou tais

padrões, portanto os padrões nacionais também são válidos para todo território do

Estado do Paraná.

Os documentos de lei estabelecem dois padrões de qualidade do ar:

• Padrão primário de qualidade do ar: são as concentrações de

poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população e podem ser

entendidos como níveis máximos toleráveis de concentrações de poluentes

atmosféricos, constituindo-se em meta de curto e médio prazo.

• Padrão secundário de qualidade do ar: são as concentrações de

poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o

bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais

e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de

concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

2.2 MATERIAL PARTICULADO

O termo “material particulado atmosférico” se refere a uma mistura de

pequenas partículas sólidas ou líquidas em suspensão no ar. Quando dispersas na

atmosfera, estas partículas são caracterizadas como aerossóis.

Os aerossóis, incorporados no termo “material particulado”, incluem uma

ampla variação de partículas com diferentes tamanhos, composições químicas e

propriedades físicas (STRANGER, 2005; KAMPA e CASTANAS, 2008). Algumas

partículas podem ser vistas na formação de alguns fenômenos, como em

Page 24: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

22

aglomerados de poeiras, fumaça e neblina, enquanto as partículas muito pequenas

só podem ser identificadas pela utilização de técnicas mais sofisticadas, como por

exemplo, no uso de microscópios eletrônicos (U.S. EPA, 2013 ; ALVES, 2005).

Uma questão de importante valor, ao se tratar de poluentes atmosféricos, é

a discussão que envolve as fontes emissoras dos poluentes presentes na atmosfera,

e os processos envolvidos na sua formação.

Os poluentes podem ser oriundos de fontes e/ou processos naturais ou

antropogênicos. As fontes naturais podem ser exemplificadas como as erupções

vulcânicas, podendo emitir partículas que são caracterizadas como cinzas e gases;

a queima natural de biomassa, caracterizada como cinzas, fuligem e carvão;

partículas de origem biológica, como pólens, esporos, fragmentos de plantas,

bactérias, fungos e vírus (AVIGO JUNIOR, 2008), além de poeiras provenientes de

erosão do solo, abrangendo também as partículas oriundas dos oceanos (spray

marinho), compostas por sal marinho.

Em contrapartida, as partículas produzidas pelas atividades humanas,

chamadas fontes antropogênicas, são principalmente decorrentes dos processos

industriais, usinas, processos agrícolas, veículos automotores e atividades de

construção civil; além da queima de biomassa, geração de energia ou até mesmo a

queima de floresta promovida pelo homem (KAMPA e CASTANAS, 2008; AVIGO

JUNIOR, 2008).

Outra abordagem das emissões e controles de poluentes atmosféricos é a

classificação conforme o tipo de fontes sendo móveis ou fixas. As fontes móveis são

aquelas que estão em movimento, tais como os veículos rodoviários, como carros e

caminhões, além de outros meios, como trens, aviões, barcos e navios. As fontes

fixas, ou também definidas na literatura como estacionárias, são aquelas que não se

movimentam, como por exemplo, os sistemas industriais de geração de energia,

refinarias de petróleo, processamento de metais e outros processos químicos a fim

de modificar a matéria prima.

Por fim, as partículas também podem ser classificadas devido às

transformações que ocorrem na atmosfera. As partículas que são emitidas

diretamente da fonte são chamadas de partículas primárias, como poeira de ruas

pavimentadas e fumaça de queimadas. Aquelas que sofrem diversas reações na

atmosfera são classificadas como partículas secundárias, como ocorre com as

reações do dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, por exemplo (U.S.EPA, 2013).

Page 25: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

23

2.2.1 Parâmetros físicos e meteorológicos

Alguns parâmetros interferem diretamente na dispersão de poluentes na

atmosfera. Tais como:

• Ventos: proporciona um efeito de diluição sobre as concentrações de

poluentes, sendo que a taxa de concentração é inversamente proporcional à

velocidade dos poluentes. É importante ressaltar a existência de ventos

preferenciais, um fator determinante em relação à direção que as partículas

assumem;

• Turbulências: fluxos de ar intensos, proporcionando movimentos

irregulares;

• Inversão térmica: a camada de ar mais quente se posiciona em cima

de uma camada mais fria, fenômeno que impede os poluentes de subir, resultando

na sua acumulação;

• Estabilidade atmosférica: quanto mais estável é a condição

atmosférica, menor será a diluição e o transporte de poluentes, contribuindo assim

para aumentar a poluição do ar em lugares específicos.

Vale ressaltar que a topografia também é importante na análise da dispersão

de poluentes. Neste caso, é interessante notar que fundos de vales são propícios

para aprisionar os poluentes, principalmente quando ocorrem inversões térmicas.

Segundo Almeida (1999), tais regiões acabam se transformando em ‘câmaras’ de

concentrações e reações, sobretudo na ocorrência do smog fotoquímico1.

1 O smog fotoquímico pode ser definido como um aerossol constituído de partículas sólidas e líquidas, criado,

principalmente, pela ação da luz solar sobre vapores. O termo smog é uma combinação das palavras smoke e fog,

e frequentemente se refere à toda a faixa desses poluentes, incluindo os constituintes gasosos (ALMEIDA,

1999).

Page 26: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

24

2.2.2 Distribuição granulométrica

A importância de estudar o tamanho das partículas está atrelada aos efeitos

negativos que essas partículas, quando assumem certas faixas de tamanho,

provocam nos seres humanos, principalmente em relação ao sistema respiratório

(ALMEIDA et al., 2010; GODOI et al., 2013; CHEN et al., 2013).

Em relação à distribuição de tamanho, as partículas podem assumir diversos

tamanhos, os quais podem ser medidos pelo seu diâmetro aerodinâmico, este

associado ao diâmetro de uma esfera com densidade unitária e mesma velocidade

de queda (ALVES, 2005; STRANGER, 2005; ANDERSON, THUNDIYIL e

STOLBACH, 2012). O tamanho de partícula pode variar de cerca de 500 a 5 nm,

sendo que as menores partículas são apenas aglomerados moleculares e as

partículas maiores são visíveis a olho nu (>50 µm). As partículas pequenas (<1 µm)

se comportam como gás na atmosfera e estão sujeitas ao movimento browniano

(movimento aleatório). Essas partículas seguem fluxos de fluidos em torno de

obstáculos e são capazes de coagular, ou seja, podem se juntar umas às outras,

tornando-se partículas maiores. As partículas maiores são mais características de

matéria sólida, pois elas estão fortemente sujeitas à ação da gravidade e raramente

sofrem coagulação (STRANGER, 2005).

A fração que o material particulado assume pode ser dividida em: partículas

grossas, com diâmetro maior que 2 µm, formadas por processos mecânicos e,

podem ter origem natural ou antrópica; e partículas finas, com diâmetro menor que 2

µm, que podem ser transportadas mais de 1000 km da sua região de origem

(NAZAROFF e ALVAREZ-COHEN, 2001; STRANGER, 2005).

Ao longo dos anos, diferentes terminologias foram usados para classificar os

diferentes tamanhos de partículas. O material particulado em suspensão (MPS)

atribui partículas que são suficientemente pequenas e leves para permanecer no ar

por um período de tempo significativo. Na prática, estas partículas têm diâmetro

inferior a 100 µm. Com base no tamanho, o MPS pode ser dividido em fração grossa

(2,5 – 100 µm ) e em fração fina (< 2,5 µm). Este último compreende um sub-grupo

conhecido como partículas ultra-finas (< 0,1 µm) (U.S.EPA, 2013). Os nomes mais

usados atualmente são consequência das diferentes técnicas de amostragem: MP10

é usado para designar a fração de partículas com 50% das partículas com diâmetro

Page 27: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

25

aerodinâmico inferior a 10 µm. O termo MP2,5 é usado para designar que a fração de

partículas contém 50% das partículas com diâmetro aerodinâmico inferior a 2,5 µm.

Consequentemente, MP1 é utilizado para designar que a fração de partículas

apresenta 50% das partículas com diâmetro inferior a 1 µm e, por fim, MPtotal é

designado para estudo do material particulado de forma geral, sem restrição de

tamanho (STRANGER, 2005).

Em relação à formação, a fração fina ainda está subdividida em:

• Faixa de nucleação: são as partículas com diâmetro menor que 0,1

µm, e são oriundas de processos que envolvem condensação de vapores quentes

ou durante o processo de transformação gás-partícula. Nesta faixa, as partículas são

relativamente leves, e assim, ficam sujeitas a uma difusão muito rápida e

desordenada. Este comportamento é conhecido como movimento Browniano. Ainda,

devido ao seu tamanho, essas partículas obedecem às leis de espalhamento de luz

por moléculas (ALMEIDA, 1999).

• Faixa de acumulação: estão contidas nesta faixa as partículas entre

0,1 – 2 µm (NAZAROFF e ALVAREZ-COHEN, 2001), que são provenientes da faixa

de nucleação, pela coagulação ou condensação de vapores. As partículas desta

faixa são responsáveis pela redução de visibilidade (ALMEIDA, 1999).

As partículas da fração grosseira são comumente geradas por processos de

atrito mecânico e, devido ao seu tamanho, estão mais susceptíveis às forças da

gravidade.

Vale ressaltar que o valor limite para as partículas finas e grosseiras é

geralmente tomado entre 2 e 5 µm. Assim, a maioria dos estudos utilizam o valor de

2,5 µm como sendo esse limite. Usualmente, se aceita que as partículas de

tamanhos menores que 2,5 - 5 µm sejam consideradas como a fração fina do

material particulado em suspensão, resultantes de fontes antropogênicas. Partículas

acima de 2,5 - 5 µm são consideradas como a fração grosseira do material

particulado em suspensão e estão comumente associadas a processos mecânicos

(ALMEIDA, 1999).

Page 28: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

26

A FIGURA 1 indica a comparação PM10 e PM2,5 a um fio de cabelo, o qual

tem um diâmetro de aproximadamente 70µm, ou seja, 30 vezes maior que as

partículas finas (U.S.EPA, 2013).

FIGURA 1.Comparação entre os diferentes tamanhos de Material Particulado (U.S. EPA, 2013).

2.2.3 Transformações dos aerossóis

Após serem emitidas ou formadas, as partículas podem estar sujeitas a

diferentes transformações e remoção. Em alguns casos, a colisão das partículas,

tanto uma com as outras quanto com gás, devido aos movimentos (principalmente

devido ao movimento Browniano), faz com que as partículas se juntem uma nas

outras, formando aglomerados, ou seja, uma partícula maior. Este processo de

aglomeração é chamado de coagulação. Segundo Avigo Junior (2008) as partículas

menores coagulam tão depressa que são removidas, para formar partículas maiores.

No caso da condensação, quando partículas novas são formadas por condensação

adicionadas a um gás, elas mudam sua composição e tamanho.

As partículas que se transformam por coagulação ou condensação

começam a experimentar os efeitos da gravidade. Assim, há uma relativa remoção

Page 29: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

27

dessas partículas quando ocorre a sedimentação. Esse mecanismo de remoção é

chamado de remoção seca, e tem grande importância, pois esse mecanismo

proporciona a limpeza dos aerossóis da atmosfera. Em contrapartida, a remoção

úmida é um processo que envolve processos dentro de nuvens, onde as partículas

podem participar da condensação da água ou de gelo, aumentando seu tamanho

(AVIGO JUNIOR, 2008).

A FIGURA 2 ilustra os processos que afetam as partículas na atmosfera.

FIGURA 2. Processos de transformações das partículas na atmosfera (AVIGO JUNIOR, 2008).

2.3 EFEITOS NA SAÚDE HUMANA E A DEPOSIÇÃO PULMONAR

As diferentes composições dos poluentes atmosféricos, doses e tempo de

exposição, além do fato que os humanos estão usualmente expostos a uma mistura

de diversos poluentes, pode levar a diversos impactos negativos na saúde (KAMPA

e CASTANAS, 2008). A exposição prolongada aos poluentes atmosféricos tem sido

causa de diversas ocorrências de internações hospitalares, associadas aos efeitos

diversos que esses poluentes podem causar à saúde. Múltiplos estudos

epidemiológicos têm relacionado exposição às partículas atmosféricas com doenças

respiratórias, cardiovasculares e câncer (LIN et al., 1999; POPE III e DOCKERY,

2006; ALMEIDA, 2011; ANDERSON, THUNDIYIL e STOLBACH, 2012; POLEDNIK,

2013).

Os pulmões tem a forma piramidal, de consistência esponjosas e atuam

como enormes filtros, que purificam o ar que respiramos. Pêlos nasais, cornetos

Page 30: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

28

nasais, cordas vocais, cílios do epitélio brônquico, até mesmo a ação de espirrar e

tossir contribuem para este processo de filtragem. O trato respiratório é

especialmente arquitetado, tanto anatomicamente quanto funcionalmente, de modo

que o ar possa chegar às áreas mais distantes dos pulmões na condição mais limpa

possível (TENA e CLARÀ, 2012).

O sistema respiratório pode ser divido em dois sistemas; as passagens das

vias respiratórias superiores e as vias respiratórias inferiores (FIGURA 3). As

passagens das vias aéreas superiores inclui o nariz, fossas nasais, boca e faringe,

até as cordas vocais na laringe ("pomo de Adão"). As passagens das vias aéreas

inferiores começam nas cordas vocais, estendem-se para a traqueia e continuam

por todo o caminho até os pequenos sacos de ar (alvéolos), no final de cada ramo

da árvore brônquica. A árvore brônquica inclui a traqueia, brônquio (ramos da

traqueia indo para cada lóbulo do pulmão) e bronquíolos (ramificações dos

brônquios) (CCOHS, 2012).

FIGURA 3.Sistema Respiratório subdividido em vias áreas superiors e inferiores (CCOHS, 2012).

As partículas inaladas são transportadas juntamente com o ar através das

vias respiratórias e com isso, as consequências da inalação desse material

particulado dependem da sua capacidade de penetrar no trato respiratório, da sua

concentração em massa, da composição química, do seu tamanho, da forma, da

densidade e da sua capacidade de absorver água (higroscopicidade) (PILCER e

AMIGHI, 2010).

As partículas maiores do que 30 µm de diâmetro aerodinâmico têm uma

baixa probabilidade de entrar nas passagens nasais. Essas partículas maiores,

Page 31: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

29

comumente poeira, são geralmente retidas no nariz e na garganta causando

pequenas irritações e são geralmente expelidas nas trocas gasosas das vias

superiores com o ar externo (STRANGER, POTGIETER-VERMAAK e VAN

GRIEKEN, 2008). A Associação Americana do Pulmão indica que as partículas em

suspensão no ar com diâmetro menor que 10 µm (MP10), as chamadas partículas

inaláveis, são as mais nocivas à saúde humana. As partículas de MP10 são

pequenas o suficiente para serem inaladas, e podem ficar alojadas na traquéia e nos

brônquios. Já as partículas com diâmetro igual ou inferior a 2,5 µm (PM 2.5), podem

causar as mais profundas crises pulmonares, onde se tem complicações com os

alvéolos, uma vez que essas partículas podem ficar retidas no tecido pulmonar por

anos, levando à bronquite crônica, enfisema e até às doenças cardíacas. Algumas

das menores partículas, aquelas com diâmetro de aproximadamente 0,1 µm, as

chamadas de ultrafinas, são pequenas o bastante para se transferir pelo sangue e

chegar aos alvéolos (NEMMAR et al., 2002; AVIGO JR., 2008). As partículas com maior diâmetro sofrem um mecanismo de impactação,

onde não consegue seguir o trato respiratório devido às diversas curvas e, por

consequência, colidem com as mucosas das vias aéreas superiores. Assim, essas

partículas se aderem a essas mucosas, sendo expelidas pelos movimentos do

próprio sistema respiratório (COHS, 2012; STRANGER, 2005). Aproximadamente

95% dessas partículas, as quais têm um diâmetro maior que 5 µm, são filtradas no

nariz (AVIGO JR., 2008). As partículas entre 1 µm e 5 µm sofrem um processo

chamado de sedimentação, o qual ocorre nas vias aéreas inferiores, chegando aos

bronquíolos terminais e respiratórios. Por fim, as partículas menores que 1 µm estão

sujeitas à deposição por difusão, este processo é um movimento aleatório das

partículas, como resultado do seu bombeamento de gás, fazendo com que a

deposição ocorra nas vias aéreas inferiores, chegando aos alvéolos (STRANGER,

2005; ALVES, 2009; CCOHS, 2012). As FIGURAS 4 e 5 sintetizam os processos de

deposição pulmonar, sinalizando os diferentes mecanismos em relação ao tamanho

das partículas.

Page 32: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

30

FIGURA 4. Diagrama esquemático representando a deposição das partículas no pulmão de acordo

com os diferentes mecanismos: impactação inercial, sedimentação e difusão ( CARVALHO, PETERS e WILLIAMNS III, 2011).

FIGURA 5.Sistema respiratório e a deposição das partículas no pulmão (ADAPTADO: PURVES et al.,

1995 ; AVIGO JR., 2008).

A exposição prolongada à poluição do ar tem uma forte associação com

câncer de pulmão e doenças cardíacas, especialmente quando esta poluição é

Page 33: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

31

expressa em termos de partículas ou componentes gasosos (ANDERSON,

THUNDIYIL e STOLBACH, 2012; FAJERSZTAJN et al., 2013). A Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (sigla em francês para Organisation

de coopération et de développement économiques, OCED) estima que em 2050 a

exposição à poluição do ar será uns dos problemas ambientais principais em relação

a mortalidade prematura global. 2.4 ESTADO DA ARTE : POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM AMBIENTES INTERNOS

Stranger, Potigieter-Vermaak e Van Grieken (2008) estudaram a qualidade

do ar em 27 escolas, localizadas em regiões centrais e nos subúrbios de Antuérpia,

Bélgica. As amostragens foram realizadas durante cinco dias consecutivos em cada

escola, focando no estudo da fração fina, dita respirável (MP2,5). A partir das

análises dos filtros, elementos como S, Si, Fe, Ca, e Al tiveram a maior contribuição

para ambientes ao ar livre e Ca, S, Si e Al para ambientes internos. A conclusão

principal dos autores foi que as possíveis fontes internas de partículas devem-se aos

tapetes e carpetes, os quais causam resuspensão de poeiras.

Na mesma linha de pesquisa, Ekmekcioglu e Keskin (2007) examinaram a

qualidade interna do ar em cinco escolas de ensino fundamental em Istambul

(Turquia), localizadas perto de grandes rodovias de fluxos intensos de automóveis.

Do total das escolas amostradas, quatro eram públicas, onde foram coletadas as

frações de MP10 e MP2,5. Na escola privada, foram coletadas frações de MPtotal, MP10

e MP2,5. Os resultados indicaram que a concentração mássica de MP10 teve média

de 221,5 ± 11,1 µg/m³ e para MP2,5 obtiveram 70,9 ± 3,6 µg/m³. Em relação às

concentrações elementares dos elementos encontrados: Na, K, Sc, Zn,

As, Br, Sb e La; Na, As e Br foram detectados em mais da metade das amostras. As

escolas públicas localizam-se próximas a rodovias com tráfego intenso, enquanto a

escola particular localiza-se em uma área residencial com densidade de tráfego

pequena. Os resultados indicam que as escolas localizadas próximas a estradas de

densidade intensa de automóveis têm contrações de MP10 e MP2,5 bem acima dos

padrões da Organização Mundial de Saúde. A alternativa indicada como conclusão

Page 34: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

32

para redução desse material particulado é a utilização de ventilação filtrada e maior

limpeza dos pisos das escolas.

Em um estudo realizado em oito escolas francesas, Blondeau et al. (2005)

demonstrou que a saúde dos estudantes está fortemente influenciada pelo nível de

concentração de partículas no ar interior, especialmente na fração grosseira (<

MP10), pela resuspensão de partículas previamente depositados e geração de

partículas. Em um estudo similar, realizado em salas de aula da universidade em

Pequim, Liu et al. (2004) obtiveram as concentrações de massa, em média de MP10

e MP2,5, iguais à 133,4 e 44,1 µg/m3, respectivamente. No mesmo estudo, as

concentrações de uma sala de aula do nível da rua, cujos níveis de concentração de

partículas foram seriamente influenciadas pelas emissões dos veículos, foram de

383,6 e 168,5 µg/m3 para MP10 e MP2,5 nas amostras, respectivamente.

Em uma análise diferenciada, Yang et al. (2009) estudou o comportamento

dos poluentes dentro de prédios escolares com idade avançada, na Coréia. Além de

compostos como CO (monóxido de carbono), CO2 (dióxido de carbono), entre

outros, também foi estudado o MP10 em suspensão. O estudo indicou que as

escolas alojadas dentro de prédios antigos podem conter vários tipos de poluentes

dentro das salas de aula, sendo nocivos à saúde dos alunos. As concentrações

encontradas em relação ao anos de construções dos edifícios estão indicadas na

TABELA 1.

TABELA 1.Concentração de MP10 por anos de construção do edifício (YANG et al. ,2009).

ANOS DE CONSTRUÇÃO MP10 ( µg/m³)

<1 42.12

01 -- 03 49.18

03 -- 05 47.01

> 10 61.30

Diapouli, Chaloulakou e Spyrellis (2007) estimaram as concentrações de

material particulado dentro e fora de escolas na Grécia e região. Para as medições

de MP10 e MP2.5 foram utilizados Harvard PEMs e monitoradas por um monitor

DustTrak. Sete escolas da região de Atenas foram escolhidas, e as amostragens

deram-se durante o inverno, de 2003 até 2005. A média de MP10 encontrada dentro

das salas de aula foi de 236,13 µg/m³ e de 162,89 µg/m³ para o ambiente externo.

Page 35: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

33

Para as concentrações de MP2,5 foi obtido 82,65 µg/m³ e 56,25 µg/m³, dentro e fora

respectivamente. Segundo os autores, a razão entre a concentração interna e

externa indicou que as concentrações no ambiente interno estão em maior

quantidade do que as concentrações no ambiente externo, revelando algum tipo de

acumulo ou fonte interna de partículas. Em maior abrangência, Fromme et al. (2007)

avaliou 64 escolas da cidade de Munique e região: 92 salas de aula no inverno de

2004-2005 e 75 salas de aula no verão de 2005. Além de material particulado (MP10

e MP2,5), outros poluentes foram analisados. Obtiveram-se valores médios no

inverno de 19,8 µg/m³ para MP2,5 e 91,5 µg/m³ de MP10. No verão foram observados

12,7 µg/m³ de MP2,5 e 64,9 µg/m³ de MP10.

Janssen et al. (1999) investigou a exposição de crianças a fontes de MP10,

correlacionando as concentrações mássicas e elementares no ambiente interno e

externo. O estudo foi realizado em duas escolas em Amsterdã, na Holanda. Os

autores encontraram concentrações maiores no ambiente interno, e os elementos

que obtiveram destaque foram Si, Ca e Ti. Por fim, concluíram que a provável fonte

de MP10 nas escolas amostradas deve-se à resuspensão de partículas ou

resuspensão do solo.

Em Portugal, na cidade de Lisboa, Almeida et al. (2011) mediram os níveis

de concentrações elementares de MP2,5 e MP2,5-10 em três escolas de ensino

primário. O intuito do estudo foi averiguar as possíveis fontes de MP, relação de

concentrações entre o ambiente interno e o ambiente externo e a concentração de

CO2. Os resultados indicaram forte contribuição de elementos proveniente da crosta

terrestre, da deterioração de materiais e partículas de giz utilizados no quadro negro.

Com a finalidade de entender se a infiltração ou fontes internas determinam

a composição dos elementos contidos no MP, Zwoździak et al. (2013) examinou a

composição do MP (MP1, MP2,5 e MP10) em uma escola na Polônia. Foi observado

que a concentração elementar interna era maior do que a externa, sugerindo que os

elementos Zn, Pb e S presente na fração de MP2,5 foram originados no ambiente

externo e penetraram nas salas de aula. A fração de MP10 indicou elementos de

origem mineral e do solo, e um cálculo de correlação apontou que metais como Si,

Ca, Ti e Sr foram originados por fontes internas.

No Brasil, Avigo Junior et al. (2008), através da análise do aerossol

atmosférico e gases, avaliaram a qualidade do ar dentro e fora de escolas da região

de Curitiba. Os autores relacionaram o material particulado total encontrado com o

Page 36: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

34

trânsito local, e sugerindo como a principal fonte antropogênica para elementos

químicos como o S, Cl e Zn. Além disso, a análise de material particulado individual

apresentou um quadro preocupante pelo fato da presença de partículas de fuligem,

que podem ser a principal causa para as doenças respiratórias, devido à sua

deposição nos pulmões. No mesmo seguimento, Alves (2009) analisou o material

particulado em Colombo, cidade localizada na região metropolitana de Curitiba

(Paraná, Brasil), e correlacionou a poluição provocada pelas indústrias de cal da

região com os efeitos que suas emissões de material particulado podem causar à

saúde das crianças que estão nas escolas próximas. Realizando coletas de material

particulado dentro e fora das salas de aula, e analisando os dados encontrados, o

autor observou que elementos como Ca, S, Cl Pb e As encontram-se elevados nos

ambientes internos. Na análise das partículas individuais, a maior parte delas na

fração respirável é composta por aluminosilicatos, óxidos de cálcio e magnésio,

partículas biogênicas, partículas ricas em enxofre e fuligem. Por fim, os resultados

sugerem que partículas, dentro do ambiente das salas de aula, são potencialmente

danosas à saúde das crianças expostas.

Nos estudos relacionados ao tema é comum a conexão entre qualidade do

ar e saúde. Identificar as fontes de emissão, assim como quantificar a composição

do MP, se mostrou com uma etapa fundamental a avaliação da qualidade do ar nos

ambientes de estudo propostos.

Page 37: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

35

3 OBJETIVOS

Esta pesquisa tem como principal objetivo a caracterização química dos

componentes atmosféricos na fase particulada presente dentro e fora das salas de

aula de escolas de ensino fundamental da região central e metropolitana de Curitiba.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Avaliar a concentração do material particulado total e sua composição

elementar por meio de Espectrometria de Fluorescência de Raios-X;

• Através das concentrações elementares internas e externas, avaliar as

fontes de emissão do material particulado por meio da razão adimensional I/E.

• Análise da composição elementar das partículas individuais em

suspensão por meio da Microscopia Eletrônica de Varredura acoplada a uma

microssonda (MEV-EDX);

• Avaliar e identificar as possíveis fontes poluidoras.

Page 38: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

36

4 MATERIAIS E MÉTODOS

As amostragens foram realizadas em cinco escolas diferentes, as quais se

localizam em pontos estratégicos que proporcionam fazer uma comparação entre as

mesmas. Foram escolhidos dois locais, ambiente interno e ambiente externo, onde

foram feitas as amostragens simultaneamente. As semanas dos experimentos de

campo foram definidas juntamente com os diretores de cada escola, de acordo com

a disponibilidade da mesma. A escolha das escolas de ensino primário se deu pelos

seguintes critérios: a) representatividade do local em relação às fontes emissoras b)

suporte elétrico c) segurança do local. Dividido em quatro etapas, as amostras foram

coletadas no ano de 2009, 2010 e 2011. 4.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS

As escolas estão localizadas na cidade de Curitiba e região metropolitana,

no estado do Paraná. Com a finalidade de não revelar explicitamente a identidade e

a localização geográfica das escolas, elas foram denominadas com os codinomes

de: Escola 1, Escola 2 , Escola 3, Escola 4 e Escola 5. A FIGURA 6 mostra a

localização simplificada das cinco escolas inseridas neste estudo, divididas entre a

área urbana e suburbana. Vale ressaltar que a FIGURA 6 é apenas um esboço da

localização das escolas, sem considerar suas coordenadas geográficas e escala

específica.

Page 39: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

37

FIGURA 6. Localização simplificada das cinco escolas onde foram efetuadas as amostragens de MP,

subdividida em região urbana e suburbana.

A Escola 1 e a Escola 2, de ensino público, estão localizadas na área

suburbana de Curitiba. Tais escolas estão situadas próximas à uma grande zona

industrial, destacada por um polo petroquímico (FIGURA 7). As outras três escolas,

todas de ensino privado, encontram-se na região urbana da capital paranaense,

onde há a presença acentuada do tráfego de veículos e grandes vias de fluxos

intensos. Todas as escolas são de alvenaria, rebocadas, com paredes pintadas e

com piso revestido de cerâmica. As salas de aula tem ventilação natural (portas e

janelas), mobiliadas com quadros negros (escrita a giz), mesas, pequenos armários

e cadeiras de plástico, madeira ou materiais metálicos.

Em relação ao deslocamento das massas de ar na área suburbana, a região

indicada na FIGURA 7 se caracteriza com ventos preferencias para leste, indicando

que a massa de ar se direciona da Refinaria em direção as escola em questão

(SIMEPAR, 2012).

Page 40: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

38

FIGURA 7. Proximidade entre a Refinaria de Petróleo, Escola 1 e a Escola 2 (Imagem do Satélite GeoEye) juntamente com o infográfico dos ventos preferenciais na região (GODOI et al., 2013).

4.2 PERÍODOS DE AMOSTRAGEM

Foram realizadas amostras de Material Particulado Total (2009, 2010, 2011)

e de Material Particulado Individual (2009 e 2010). As TABELAS 2, 3 e 4 apresentam

as datas de amostragem para o Material Particulado Total para os anos de 2009,

2010 e 2011, respectivamente.

TABELA 2. Períodos de amostragem do material particulado total, para o ano de 2009.

2009

! Material Particulado Total

Período de Amostragem

Escola 1 24 de novembro até 08 de dezembro Escola 3 03 de novembro até 18 de novembro

Page 41: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

39

TABELA 3. Período de amostragem do material particulado total, para o ano de 2010.

2010 !! Material Particulado Total !! Período de Amostragem Escola 1 17 de maio até 28 de maio Escola 2 31 de maio até 11 de junho Escola 3 07 de junho até 18 de junho

TABELA 4. Período de amostragem do material particulado total, para o ano de 2011.

2011 !! Material Particulado Total !! Período de Amostragem Escola 1 26 de setembro até 06 de outubro Escola 4 24 de maio até 2 de junho Escola 5 30 de agosto até 15 de setembro

A TABELA 5 e TABELA 6 apresentam as datas de amostragem para o

Material Particulado Individual, a qual foi realizada apenas em um dia.

TABELA 5. Datas de amostragem para a coleta das partículas individuais, em 2009.

2009 !! Partículas Individuais !! Período de Amostragem

Escola 1 5 de dezembro 8 de dezembro

Escola 3 10 de novembro 16 de novembro

TABELA 6. Datas de amostragem para a coleta das partículas individuais, em 2010.

!! Partículas Individuais !! Período de Amostragem Escola 2 7 de julho

Escola 1 25 de maio 14 de junho

Escola 3 16 de junho

Page 42: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

40

4.3 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM E ANÁLISE

A seguir serão descritas as técnicas de amostragem realizadas nos anos de

2009, 2010 e 2011.

4.3.1 Material Particulado Total

O material particulado total foi amostrado por impactação inercial a partir de

um amostrador sequencial de acrílico, por meio de uma membrana (filtro) de

policarbonato da marca Nucleopore® de 20 µm de espessura e 4 µm de porosidade

(FIGURA 8). Tal amostrador foi conectado a uma bomba de sucção de ar, por meio

de mangueiras, e a um fluxômetro, o qual mede a quantidade de volume de fluído

que passa pelo filtro (FIGURA 9). A impactação inercial representa a “batida” da

partícula contra um anteparo, fazendo com que a partícula que estava em

movimento diminua a sua energia e se separe do fluxo gasoso, se depositando no

amostrador.

FIGURA 8. Recipiente de filtros de policarbonato utilizados nas coletas do material particulado total.

Page 43: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

41

FIGURA 9. Amostradores sequenciais ligados à bomba de ar por meio de mangueiras.

Todos os pontos de amostragem foram localizados no piso térreo, além de

um ponto em ambiente exterior à sala de aula. As amostras foram realizadas a cerca

de 1 – 1,5 metros de altura do chão, tendo em vista que está é a altura média da

zona de respiração dos alunos. O amostrador ficou localizado longe obstáculos que

possibilitem alguma modificação no percurso das partículas, como paredes e portas.

No ambiente externo, as coletas foram feitas à aproximadamente 1,5 – 2 metros do

solo.

As bombas de vácuo (FIGURA 10), as quais têm uma vazão média de 25

litros por minuto, permaneceram ligadas por aproximadamente 24 horas, durante os

cincos dias letivos e os filtros foram trocados todos os dias, após completar 24 horas

de amostragem. No total foram preparados aproximadamente 100 filtros de

policarbonato.

Page 44: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

42

FIGURA 10. Bombas de vácuo, com vazão média de 25 litros por minuto.

Aproximadamente 150 filtros foram preparados. Em relação à análise

gravimétrica, os filtros foram pesados antes e após as amostragens em uma balança

semi-analítica com precisão de 0,000001 gramas do Laboratório de Emissões

Veiculares (LEME), que faz parte do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

(LACTEC). Com a finalidade de reduzir a discrepância amostral, foram realizadas as

pesagens em triplicadas e em seguida foi calculada a sua média.

4.3.1.1 Princípio da Fluorescência de Raios-X (FRX)

A análise elementar do material particulado total para as amostras do ano de

2009 e 2010 foi realizada na Universidade de Antuérpia, na Bélgica, por

fluorescência de raios-X (FRX), onde elementos como K, Ca, Ti, Cr, Mn, Fe, Ni, Cu,

Zn, Sr, Pb, Al, Si, P, S e Cl são analisados por um espectrômetro tridimensional com

geometria polarizada Epsilon 5 HE-P-EDXRF (SPOLNIK, et al. 2005). Para as

amostras do ano de 2011 utilizou o mesmo equipamento, com as mesmas

configurações e escopo, localizado no Laboratório de Análises e Qualidade do Ar

(LAB – Air / UFPR).

Page 45: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

43

O resultado obtido da análise por FRX de cada filtro, representado na

unidade µg.cm-2, foi multiplicado pela área geométrica do filtro, de 12,54 cm², e

assim dividido pelo volume (V) de ar, em metros cúbicos (m3), obtido pelo fluxômetro

para a respectiva amostragem:

Xexperimental= !",!"!×!!! ! (1)

onde X indica a concentração obtida por FRX. O valor obtido consiste na

concentração, chamada de experimental (Xexperimental), de cada elemento na unidade

de µg/m3. Os valores encontrados foram multiplicados por 1000 para serem

transformados na unidade ng.m-³.

A análise por fluorescência de raios X é um método de determinação precisa,

rápida e não destrutiva. O FRX é quali-quantitativo e é baseado na medida das

intensidades dos raios X característicos emitidos pelos elementos que constituem a

amostra, ou seja, número de raios X detectados por unidade de tempo. Deste modo,

os raios emitidos pelos tubos de raios X excitam os elementos que estão na

amostra. Estes, por sua vez, emitem linhas com espectros específicos e com

energias características do elemento, cujas intensidades estão relacionadas com a

concentração do elemento na amostra.

Desta forma, quando um elemento de uma amostra é então excitado, há

uma tendência à liberação de elétrons do interior dos níveis dos átomos, e como

consequência, os elétrons dos níveis mais afastados realizam um salto quântico

para preencher a vacância. Assim, cada transição eletrônica constitui uma perda de

energia para o elétron, e esta energia é emitida na forma de um fóton de raios-X, de

energia característica e bem definida para cada elemento (NASCIMENTO FILHO,

1999). A (FIGURA 11) ilustra resumidamente o esquema básico da fluorescência de

raios-X.

Page 46: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

44

FIGURA 11. Esquema básico dos passos da análise por fluorescência de Raios-X.

Neste estudo, as análises do material particulado total foram realizadas na

Universidade de Antuérpia, na Bélgica, utilizando o espectrômetro de energia

dispersiva da marca PANanalytical®, do modelo Epsilon 5 HE-P-EDXRF,o qual

possui um espectrômetro tridimensional com geometria polarizada (15 alvos

secundários), tubo anódino que opera no intervalo de voltagem de 25-100 kV e

corrente de 0.5-24 mA (força máxima de 600W). As análises dos elementos de alto

peso molecular foram feitas utilizando-se 35 kV, 0.35 mA e 10000 segundos de

coleta e a análise dos elementos de baixo peso molecular foram realizadas a 10 kV,

0.35 mA e 4000 segundos. Por fim, os espectros de raios-X foram processados

utilizando o software AXIL para se obter as concentrações elementares das

amostras.

4.3.1.2 Fator de Enriquecimento (FE)

O fator de enriquecimento é um indicador adimensional, o qual é calculado

partindo da concentração de um dado elemento encontrado em um aerossol e

relacionando-o com a concentração padrão já estabelecida para o elemento em

questão na natureza, ou seja, tal relação mostra se a concentração de um elemento

em particular está enriquecida comparada à concentração que seria esperada se o

elemento fosse originado a partir de fontes naturais.

Assim, se a concentração do elemento é considerada enriquecida, pode se

ter indícios que há alguma ação não natural envolvida. A avaliação da contribuição

de fontes antropogênica relativas à crosta da Terra é feita a partir de um elemento

de referência, o qual é considerado quando suas fontes antropogênicas são

Excitação dos elementos que constituem a amostra.

Dispersão dos raios X característicos emitidos pela amostra.

Detecção desses raios X.

Page 47: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

45

desprezíveis para a atmosfera (MEZA-FIGUEROA, DE LA O-VILLANUEVA e DE LA

PARRA, 2007). Para a análise dos dados presentes neste estudo, foram

considerados os valores de limite de 4 classificado como não enriquecido, e,

consequentemente, FE maior que 4 classificado como enriquecido (MASON, 1966).

A partir disso, os elementos que não são considerados como enriquecidos são

proveniente de alguma fonte natural enquanto que elementos cujos fatores de

enriquecimento são maiores que 10 são considerados oriundos, principalmente, de

fontes antropogênicas (LIU et al., 2003).

A fórmula utilizada para o cálculo do FE esta indicada na equação (2):

FE = !!!!"#!$%&!'()*!"!!"#!$%&!'()*

!"#$%&'(!"!!"#$%&'

(2)

onde Xexperimental é a concentração do elemento, dada pela Equação (1). O elemento

comum a quase todas as amostras foi o alumínio (Al), assim tomou-se o mesmo

como referência nos cálculos da Equação (2). Portanto, Alexperimental é a concentração

para o alumínio encontrado a partir da Equação (1). X crustal e Alcrustal são as

concentrações na crosta terrestre, X para o elemento em análise, conforme um

padrão já estabelecido por Mason (1966), como mostra a TABELA 7.

TABELA 7 - Valores de referência dos elementos os quais são encontrados com mais frequência na

crosta terrestre e que apresentaram maior relevância neste estudo. Estes valores são utilizados para

o calculo do FE (MASON, 1966).

Elemento (X) Concentração (g/ton) Al 81.300 Ca 36.300 Cl 130 Fe 50.000 K 25.900

Mg 20.900 P 1.050

Pb 13 S 260 Si 277.200 Zn 70

Page 48: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

46

Como o elemento de referência é o Al, o FE encontrado para este elemento

será um. Isso se torna um ponto de referência nos cálculos dos fatores de

enriquecimento, pois se todos os valores adimensionais de FE, encontrados para o

elemento de referência, forem iguais a um, significa que o procedimento de cálculo

para os outros elementos estão medidos corretamente.

4.3.1.3 Fator I/E

A relação entre a concentração de material particulado interno e externo é

um parâmetro de avaliação da fonte emissora e/ou do acúmulo do material

particulado (no caso do ambiente interno). Valores próximos de um indicam que as

concentrações de um determinado elemento encontram-se em proporções

equivalentes nos dois ambientes, entretanto valores acima de um advertem que o

elemento em questão encontra-se em maiores concentrações no ambiente interno

do que no externo. A relação I/E pode ser dada pela Equação (3):

! ! =!!!"#$%"&!!!"#!$%& (3)

onde a concentração do elemento amostrado internamente, X interno, está sendo

dividido pela concentração do elemento encontrado no ambiente externo, X externo,

ambos amostrados no mesmo dia e simultaneamente.

4.3.2 Partículas Individuais

As partículas individuais foram coletadas através do amostrador May

Impactor e analisadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV), acoplado a

uma microssonda (Electron Probe Micro Analysis - EMPA). Basicamente, a

microscopia de varredura fornece informações sobre a composição elementar e

tamanho das partículas, como será explicado posteriormente.

Page 49: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

47

O material particulado coletado através de um impactador em cascata, May

Impactor, realiza a amostragem fracionada de material particulado presente no ar

em diferentes frações granulométricas (FIGURA 12 e 13).

FIGURA 12. Amostrador em cascata May Impactor ligado às bombas de vácuo em ambiente externo.

FIGURA 13. Amostrador em cascata May Impactor ligado às bombas de vácuo em ambiente interno.

Page 50: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

48

O May Impactor é composto por seis estágios diferentes, cada qual

proporciona coletas das partículas em diferentes tamanhos. A TABELA 8 ilustra os

diferentes estágios e os respectivos tamanhos de impactação.

TABELA 8. Estágios e tamanhos respectivos das partículas capturadas no May Impactor.

Estágio Tamanho da Partícula Impactada (µm)

1 16-8

2 8-4

3 4-2

4 2-1

5 1-0,5

6 0,5-0,25

7 0,25 - α

Assim, o processo de deposição das partículas pode ser entendido

esquematicamente na FIGURA 14.

FIGURA 14. Estágios representados no May Impactor. Foram ultizados o estágio 4 e o estágio 6 na

coleta do material particulado (AVIGO JR., 2008.)

Page 51: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

49

As partículas, as quais foram amostradas nos intervalos de tamanhos de 0,5 –

2,5 µm e de 2,5 – 4,0 µm, foram coletadas a partir da deposição em uma lâmina de

prata, tendo em vista que a prata é utilizada como substrato para a coleta dos

aerossóis, pois a prata é um material condutivo, relativamente plano e tem pureza de

99,99% (ALVES, 2009). Estas lâminas (FIGURA 15) foram colocadas nos estágios 4

e 6. A amostragem do material particulado fracionado foi realizada dentro e fora das

salas de aula, pelo período de aproximadamente uma hora, em um dia.

FIGURA 15. Lâminas de prata que foram amostradas no impactador inercial May Impactor.

4.3.2.1 Princípios Básicos da Microscopia Eletrônica de Varredura

As amostras de partículas individuais também foram realizadas na Bélgica,

na Universidade de Antuérpia. As análises foram utilizando um microscópio

eletrônico de varredura (M.E.V.), JEOL 733, com microssonda acoplada contendo

detector ultrafino (Oxford Intruments) MEV-EDS e detector lateral de elétrons

secundários (Evehart-Thornley® Detectors), com resolução de 0,2 µm. Assim, os

espectros obtidos foram processados pelo software AXIL e os cálculos quantitativos

da composição das partículas foram feitos a partir do método de simulação interativa

de Monte Carlo.

Basicamente, a MEV fornece informações sobre a composição elementar,

tamanho e forma das partículas estudadas. Uma fonte emite um feixe de elétrons

Page 52: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

50

(“canhão de elétrons”) e um detector capta as ondas eletromagnéticas produzidas a

partir da interação da energia sobre a amostra em questão. O sinal deste elétron

quando captado pelos detectores laterais no equipamento permite determinar a

morfologia da estrutura estudada. Por fim, a emissão de raios-X, que já foi descrita

nos princípios da FRX, permite a identificação da composição atômica (semi-

qualitativa e quantitativa) da amostra estudada, através de diferentes tipos de

detectores. O mais conhecido, e que foi utilizado neste estudo, é o Espectrômetro

por Dispersão de Energia (Energy-Dispersive Spectrometer - EDS).

4.3.2.2 Agrupamento (Clusters)

As informações que foram geradas pela microscopia eletrônica de varredura

(MEV) foram analisadas hierarquicamente por agrupamentos de partículas

individuais semelhantes, ou seja, os chamados clusters. Tal análise é feita através

Integrated Data Analysis System – IDAS. Assim, partículas que estão muito

próximas umas das outras ou que apresentam similaridades em sua composição,

são combinadas em um novo grupo. Esse processo é contínuo e formam-se novos

grupos até que todas as partículas sejam combinadas em grupos e subgrupos, os

quais são ilustrados em dendogramas (BONDARENKO et al., 1996; HOORNAERT,

GODOI e VAN GRIEKEN, 2004).

Desta forma, diferentes agrupamentos de partículas similares foram obtidos

para cada amostra, resultando em uma porcentagem média para cada tipo de

partícula, ou seja, os clusters são associados aos tipos de partículas e sua

composição.

Page 53: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

51

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados e as discussões obtidas neste

trabalho. Os resultados, os quais indicam as análises do material particulado nas

escolas e em seus respectivos anos de amostragem, foram dispostos em forma de

gráficos ao longo do texto e apresentados em tabelas no item APÊNDICES, com

média e desvio padrão para as concentrações elementares e média para o FE. Na

sequência, os resultados são discutidos com base nas bibliografias relacionadas ao

tema.

5.1 MATERIAL PARTICULADO TOTAL (MPT)

5.1.2 Espectrometria por fluorescência de raios-x (FRX)

Os filtros de nucleopore® foram analisados pelo método de FRX, o qual

avalia a composição elementar do material particulado coletado. Deste modo, os

seguintes elementos foram detectados: Ca, S, Si, Fe, Al, K, Cl, Ti, Mn, Zn, Pb, As, V,

Se, Sr, Cr, Ni, Cu, Cd e Sb. Alguns elementos se revelaram irrelevantes para o

estudo, assim foram selecionados aqueles que obtiveram contribuições significativas

nas amostras. Com isso, os elementos utilizados na análise dos resultados foram:

Al, Ca, Cl, Cu, Fe, K, Mn, Pb, S, Si e Zn.

As FIGURAS 16, 17 e 18 representam os gráficos, em escala logarítmica, dos

dados de concentração elementar média em ng/m³ para seus respectivos anos.

Page 54: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

52

FIGURA 16. Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de

2009, em escala logarítmica .

FIGURA 17.Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de

2010, em escala logarítmica .

1

10

100

1.000

10.000

100.000

1.000.000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Ti Zn

2009 - Concentração média elementar (ng/m3)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 3 - Interno Escola 3 - Externo

0

1

10

100

1.000

10.000

100.000

1.000.000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Sr Ti Zn

2010 - Concentração média elementar (ng/m3)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 2 - Interno

Escola 2 - Externo Escola 3 - Interno Escola 3 - Externo

Page 55: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

53

FIGURA 18. Concentrações Médias (ng/m³) dos elementos encontrados nas amostras do ano de

2011, em escala logarítmica .

Em relação ao fator adimensional I/E calculado pela equação (3), a TABELA 9

resume os valores médios do fator I/E para os elementos encontrados nas amostras

em seus respectivos anos e Escolas.

TABELA 9. Valores médios do fator I/E encontrado nas Escolas em seus respectivos anos de

amostragem.

2009 2010 2011

Escola

1 Escola

3 Escola

1 Escola

2 Escola

3 Escola

1 Escola

4 Escola

5 Al 2,4 1 1,2 1,6 1 1,6 4,2 0,9 Ca 5,9 1 1,3 2 1,6 3,9 5,1 3,9 Cl 2,5 2,1 1 2,4 2,2 1,4 2,3 1,75 Cu 3,2 2,2 5 2,6 1,1 1,4 ND ND Fe 2,5 0,3 1,2 1,6 1,1 1,9 6,8 0,8 K 6,2 0,6 1 1,3 0,9 2,5 ND ND

Mn 2 0,9 1,1 1,4 1,2 3,1 11,4 0,3 Pb 4,9 2,3 2 1,9 1,1 3,3 ND ND S 4 0,8 0,9 2,1 1,4 4,2 3,2 3,8 Si 2,4 1 1,2 1,6 1 1,6 6,05 0,9 Zn 6,4 1,4 4,4 0,8 1,2 2,3 5,9 0,6

ND = limite não detectado

1

10

100

1.000

10.000

100.000

1.000.000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Zn

2011 - Concentração média elementar (ng/m3)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 4 - Interno

Escola 4 - Externo Escola 5 - Interno Escola 5 - Externo

Page 56: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

54

Alguns elementos não atingiram o limite de detecção do FRX, para estes

elementos utilizou-se a simbologia ND. Para a média dos valores do FE obtidos, as

FIGURAS 19, 20 e 21 representam os resultados médios encontrados nos

respectivos anos, escala logarítmica.

FIGURA 19.Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas

as escolas amostradas no ano de 2009.

FIGURA 20. Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas

as escolas amostradas no ano de 2010.

0

1

10

100

1.000

10.000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Zn

2009 - Valores Médios do Fator de Enriquecimento (FE)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 3 - Interno Escola 3 - Externo

0

1

10

100

1.000

10.000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Zn

2010 - Valores Médios do Fator de Enriquecimento (FE)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 2 - Interno

Escola 2 - Externo Escola 3 - Interno Escola 3 - Externo

Page 57: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

55

FIGURA 21. Gráfico das médias do Fator de Enriquecimento (FE), em escala logarítmica , para todas

as escolas amostradas no ano de 2011.

O perfil de concentração elementar é refletido pela abundância dos

elementos na crosta terrestre e pela contribuição das atividades humanas. Os

resultados apresentados na TABELA 9 mostram que a principal característica entre

os elementos foi o fator I/E maior que 1, ou seja, indicando maiores concentrações

elementares de particulados no ambiente interno. Em um cenário similar, Janssen et

al. (1999) apresentou valores muito mais elevados da relação I/E, principalmente

para os elementos como Si e Ca, evidenciando a forte presença dos elementos no

ambiente interno. Habil e Teneja (2011), em um estudo sobre a relação da

ventilação com o material particulado em escolas na Índia, mostraram que as

partículas provenientes de ambientes externos podem ser facilmente transportadas

para dentro das salas por meio de ventos preferências e pela ressuspensão de

poeira do chão. Uma dos maiores contribuintes para poluição interna são os fatores

que geram a acumulação de poluentes. Seguindo a linha de raciocínio do estudo

Fromme et al.(2008), no estudo onde foram avaliados alguns dos motivos pelos

quais há esta acumulação, os autores indicam que embora o ambiente escolar

normalmente carece de fontes internas típicas de PM, tais como fumar e cozinhar, o

comportamento das partículas, e relacionando com os resultados da TABELA 9,

podem ser explicados por: o modo como estão distribuídas as janelas, como é a

circulação do ar (ventilação no local) e a periocidade de limpeza do ambiente. Estes

fatores influenciam diretamente na quantidade de partículas presentes no ar das

salas de aula, tendo em vista que janelas direcionadas na frente de grandes ruas

0,1

1

10

100

1000

10000

Al Ca Cl Cu Fe K Mn Ni Pb S Si Zn

2011 - Valores Médios do Fator de Enriquecimento (FE)

Escola 1 - Interno Escola 1 - Externo Escola 4 - Interno

Escola 4 - Externo Escola 5 - Interno Escola 5 - Externo

Page 58: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

56

facilitam a entrada de partículas provenientes de queima de combustíveis, por

exemplo; também é importante ressaltar a periodicidade em relação à limpeza das

salas, uma vez que um ambiente limpo regularmente é muito menos propício a ter a

acumulação de determinados tipos de partículas. Stranger et al. (2008) indica que

carpetes e tapetes tem importância significativa como fonte de poeiras.

Ao observar os gráficos das concentrações médias ilustrados nas FIGURAS

16,17 e 18, identifica-se que os elementos que contribuíram majoritariamente,

comparando entre si, em relação as concentrações médias de MPT foram o Al, Ca e

o Si, apresentando uma concentração maior que 1.000 ng/m3 em todos os anos de

amostragem, em todas as escolas e nos dois ambientes. Segundo Godoi et al.

(2004), estes elementos estão associados a fontes originária do solo, neste caso a

resuspensão de poeira. Ainda, os elementos como, Cl, K, Fe e S contribuíram

significativamente nas amostras. Em relação ao FE, os elementos Ca, Cl, Cu, S, Pb

e Zn revelaram um fator de enriquecimento extremamente alto (FE>10),

evidenciando a presença de fontes antropogênicas na região dos pontos de

amostragem.

A maior contribuição relativa de Ca, em meio urbano, é a deterioração da

crosta terrestre, como no desgaste de rochas (JANSSEN et al., 1999; AVIGO JR.,

2008). A razão I/E média, TABELA 9, indica que o elemento encontra-se presente

significativamente no ambiente interno, apontando para a existência de alguma fonte

interna do elemento ou o acúmulo dentro das salas de aula. Janssen et al. (1999),

ao quantificar a composição elementar do MP em duas escolas primárias em

Amsterdam (Holanda), encontrou médias internas para o elemento Ca de 2.540

ng/m3 e 1.919 ng/m3, e externamente em torno de 232 ng/m3. Já Almeida et al.(2011)

revelou, em suas amostras em escolas primárias de Lisboa, valores próximos a

10.005 ng/m3, internamente, e 2.271 ng/m3 externamente. Comparando com este

estudo, o perfil da concentração média do elemento Ca revelou-se muito mais

elevado do que os dois estudos para o ano de 2009, onde atingiu um pico no

ambiente interno, para a Escola 1, com o valor médio de 58.942 ng/m3. O elemento

ficou em níveis similares ao estudo das escolas holandesas apenas internamente

em 2010 para a Escola 1 (1.930 ng/m3) e em 2011 para a Escola 4 (1.793 ng/m3) e

na Escola 5 (2.707 ng/m3). Em relação ao estudo das escolas portuguesas, as

Escola 1 em 2010 e a todas as escolas em 2011 obtiveram valores menores do os

resultados indicado nas amostras de Almeida et al.(2011). Em todos os anos de

Page 59: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

57

amostragem o valor da concentração média externa foi muito mais elevado que o

resultado encontrado por Janssen et al. (1999).

Almeida et al. (2011), indica os valores do FE em suas amostras, apontando

o Ca com FE>10. Comparando com resultados do presente estudo, observa-se que

o Ca segue como o estudo de Almeida et al. (2011), aparecendo em nível muito

enriquecido (FE>10) nas duas escolas e nos dois ambientes, para o ano de 2009.

Em 2010, o elemento também está muito enriquecido para a Escola 3, tanto

internamente quanto externamente, e em proporções muito menores nos dois

ambientes para a Escola 1 e Escola 2. No ano de 2011 apenas a Escola 5 ( FE =

5,1) , internamente, houve significativa relevância para o Ca. Almeida et al. (2011)

explica que os altos níveis do FE deve-se a existência de fontes não minerais

associados com este elemento, podendo ser atribuída a uma fonte de origem

interna, provavelmente proveniente do giz (principalmente CaSO4), utilizado nos

quadros, e/ou provenientes de algum material que utiliza gesso em sua matéria

prima, como as paredes e rebocos. John et al. (2007) também correlaciona o

elemento a queima de combustíveis fósseis. Estas analogias podem ser aplicadas

ao cenário científico deste estudo, uma vez que em todas as escolas utilizam o giz

para escrever no quadro negro e estão sendo influenciadas pela queima de

combustíveis fósseis.

Partículas ricas em Si devem-se principalmente ao intemperismo de rochas

terrestres. Tais partículas, denominadas silicatos, são os feldspatos, quartzo e argila.

Os silicatos estão frequentemente associados ao Al, formando os aluminosilicatos,

provenientes do solo (ALVES, 2008). Segunda Braga (2007), os aluminosilicatos são

associados a fontes naturais de poeira e são facilmente transportados pelo vento.

Janssen et al. (1999) indicaram 4.224 ng/m3 e 1.978 ng/m3 para valores médios do

elemento, internamente para os dois pontos internos nas escolas do estudo, e

externamente 194 ng/m3. Zwoździak et al. (2013), em uma escola na Polônia,

encontraram a média máxima da concentração para o elemento Si de 2.639 ng/m3,

no ambiente interno, e de 1.746 ng/m3 no ambiente externo, ambos no verão. Nas

amostras do presente estudo, a média da concentração interna e externa, em geral,

foi maior. O pico da concentração média foi para a Escola 1 em 2009, onde atingiu

internamente 79.031 ng/m3 e 27.631 ng/m3 externamente. Mesmo em altas

concentrações elementares em relação aos outros trabalhos, o resultado do FE

revelou que o elemento não ultrapassou EF>10 (limite indicado pela literatura como

Page 60: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

58

forte influência antropogênica). Em 2009, o elemento apareceu enriquecido em 2009

nas duas escolas e nos dois ambientes, com valores variando entre EF= 6,4 – 6,7.

Em 2010, o elemento estava enriquecido apenas na Escola 3 ( EF=8,9 internamente

e 8,7 externamente) e em contra ponto na Escola 1 e na Escola 2 o silício (Si) não

ultrapassou o limite de enriquecimento estabelecido. O fator I/E médio indica que o

elemento foi mais presente internamente em todos os anos de amostragem, com

exceção em 2011 na Escola 5. Pode-se inferir que a fonte principal nestas amostras

foi a resuspensão de poeira, proveniente do solo.

O Al esteve presente em todas as amostras e, como explicado

anteriormente, se tornou referência para o cálculo do FE, assim, o valor encontrado

para o alumínio será FE=1. Isso se torna ponto de verificação nos cálculos dos

fatores de enriquecimento para os outros elementos. O solo é uma das principais

fontes de alumínio. Este elemento está frequentemente combinado com o silício,

como dito anteriormente, formando os aluminosilicatos (GANOR, LEVIN e VAN

GRIEKEN, 1998; SAUCY ANDERSON e BUSECK , 1991; XHOFFER, BERNARD e

VAN GRIEKEN, 1991). As fontes também podem ser originárias de atividade

antropogênicas como tráfego de rodovias, agricultura, operação de mineração,

desmatamento e desertificação (POST e BUSECK, 1984). No estudo de Avigo Jr. et

al. (2008), a maior concentração encontrada foi 370 ng/m3, internamente, e 860

ng/m3 externamente. As amostras deste estudo apresentaram um perfil muito mais

elevado, atingindo a média máxima na Escola 1 em 2011 no ambiente interno (6.044

ng/m3). O alumínio apresentou um comportamento interno de grande relevância em

relação ao fator I/E médio no ano de 2009 e em 2010. Apenas na Escola 3 em 2010

o fator I/E indica a igualdade em relação à concentração interna e externa. O

acúmulo do elemento dentro da sala de aula pode ser interpretado como alguma

fonte de origem externa que proporcione a geração de partículas e,

consequentemente, atingindo o ambiente interno. Uma provável fonte seriam as

atividades antropogênicas que circundam as escolas, principalmente a Escola 1 e a

Escola 2. No caso da Escola 3, as partículas geradas por emissões veiculares

provenientes das vias de fluxo rápido podem ser um fator de grande relevância.

O K atingiu o pico de concentração média nas amostragem do ano de 2009,

na Escola1, chegando a 15.087 ng/m3 no ambiente interno. O elemento se mostrou

em elevadas concentrações em comparação ao estudo de Almeida et al. (2011), o

qual encontrou internamente 10.66 ng/m3, e no ambiente externo seguiu com o

Page 61: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

59

mesmo perfil, atingindo concentrações também mais altas. O fator I/E para este

elemento mostra que na Escola 3, no dois anos de amostragem, o elemento obteve

média significativa em ambiente externo. Segundo John et al.(2007), o elemento é

proveniente da crosta, emitido por ressuspensão do solo. Godoi et al. (2004), em

seu estudo sobre caracterização de partículas provenientes da queima de cana de

açúcar em Araraquara/SP, indicou que o potássio também é proveniente da queima

de biomassa. É importante notar que houve uma queda significativa nos resultados

de concentração e do FE nas amostras a partir do ano de 2009. O elemento

apresentou FE>10 nas duas escolas (Escola 1 e Escola 3) em 2009 e na Escola 3

em 2010, sugerindo a ação de uma fonte antropogênica próxima as escolas. Pode

se suspeitar de algum evento de queima de biomassa neste período, principalmente

no ambiente externo (fator I/E<1) próximo a Escola 3. Nas outras escolas o K não

apareceu enriquecido, indicando sua emissão de fonte natural. Na Escola 5, em

2011, o elemento não foi detectado.

Em relação ao elemento S, a possível fonte de origem antropogênica é a

combustão de combustível fóssil (AVIGO JR. et al., 2008). Esse elemento é

encontrado de várias formas na atmosfera e, ao ser lançado no ar, ele pode se

combinar com outros elementos atmosféricos e se transformar em outros

compostos, além de ser nocivo ao trato respiratório devido a sua solubilidade

(ALVES, 2005). A concentração elementar encontrada nas amostras indicam valores

elevados em relação ao estudo de Janssen et al. (1999) e Avigo Jr. et al. (2008). O

valor máximo encontrado no presente estudo foi de 4.848 ng/m3 no ambiente interno

na Escola 1, no ano de 2011, e externamente de 1.183 ng/m3 na Escola 2 em 2010,

enquanto Jassen et al. (2009) indicou o máximo no ambiente interno 756 ng/m3 e

Avigo Jr. et al. (2008) 600 ng/m3. Em relação ao FE, o elemento apresentou alto

grau de enriquecimento (FE>10) em todos os anos de amostragem, indicando a

existência de grandes fontes de origem antropogênicas. O fator I/E indica que em

2009 a concentração foi mais efetiva externamente para a Escola 3 e para a Escola

1 em 2010. Alguns estudos apontam que pneus contêm altas concentrações de

enxofre, juntamente com minérios de arsênio (MONTEIRO e MAINIER, 2008), o que

evidência ainda mais o trânsito urbano como provável fonte do poluente, tendo em

vista às regiões de grandes fluxos de veículos próximas as escolas, principalmente

em relação à localização das Escolas 3, 4 e 5 (meio urbano).

Page 62: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

60

O elemento Cl pode ser relacionado à queima de biomassa (GODOI et al.,

2004), principalmente plásticos que formam cloretos voláteis. Janssen et al. (1999)

associa o elemento como contido em aerossóis marinhos. Assim, Avigo Jr. et al.

(2008) complementa que o cloreto pode originar-se do transporte marinho de longa

escala entre o oceano atlântico e a cidade de Curitiba. O Cl apontou enriquecimento

extremo (EF>10) em todas as escolas e nos três anos de amostragem, indicando a

existência de fontes antropogênicas permanentes e próximas ao pontos de

amostragem. Porém, em relação aos valores médios da concentração elementar, o

elemento não apresentou altas concentrações. Os valores obtidos no presente

estudo se mostrou similares ao estudo de Zwoździak et al. (2013), onde foi

apresentado uma concentração média de 1.141 ng/m3 no ambiente interno e 1.636

ng/m3 no ambiente externo (amostras realizadas no período do inverno), enquanto

que neste o máximo da concentração média apareceu na Escola 2, chegando à

1.686 ng/m3 (ambiente interno) e 817 ng/m3 em ambiente externo. O elemento

prevaleceu em maior quantidade no ambiente interno (I/E>1) em todas as escolas,

mostrando que houve acúmulo do elemento dentro das salas de aula. A queima de

resíduos urbanos (lixo) está ligada à emissão de partículas de Cl (MOFFET et al.,

2008), o que pode ser uma provável fonte de MP próximo as escolas.

O Zn é um elemento abundante na crosta terrestre e está presente em

vários minerais e em diferentes formas, como sulfetos ou carbonatos de Zn. Seu

maior uso é na galvanização de produtos de Fe, proporcionando uma cobertura

resistente à corrosão. Além de ser utilizado na galvanização, tem uso também em

baterias, fertilizantes, aros e rodas de veículos, tintas, plásticos, borrachas, além de

outros diversos produtos (MOORE e RAMAMOORTHY, 1984). O elemento também

pode ser proveniente da queima de lixo (MOFFET et al., 2008). Nas amostras, o Zn

está muito enriquecido em todas as amostras (FE>10). A contribuição que se

destacou nas amostras em relação à concentração média foi no ano de 2009, na

Escola 1, onde foi obtido 5280 ng/m3 no ambiente interno e 3998 ng/m3, no ambiente

externo. Nos outros anos, e nas outras escolas, o Zn apresentou concentrações

similares ao estudo de Zwoździak et al. (2013), o qual obteve 276 ng/m3 e 235

ng/m3, no ambiente interno e externo, respectivamente, ambos na estação de

inverno. A predominância do fato I/E para o elemento foi I/E>1, com exceção da

Escola 2, em 2010, e da Escola 5, em 2011. Almeida et al. (2011) e Avigo Jr. et al.

(2008) observaram a mesma tendência em suas amostras, apontando que as fontes

Page 63: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

61

internas podem estar relacionadas ao uso de produtos que contém Zn, como

aqueles utilizados no revestimento de paredes, superfícies de madeiras, portas e

janelas. Além disso, o FE acentuado indica a presença massiva de fontes

antropogênicas influenciando a qualidade do ar nas regiões, associado está a

proximidade com as vias de trafego de veículos (Escola 3, Escola 4 e Escola 5) e

com a zona petroquímica (Escola 1 e Escola 2), principalmente ao pico destaque da

concentração média no ano de 2009 na Escola 1.

Além de ser um elemento tóxico, o Pb é um comum contaminante ambiental

pois é utilizado em larga escala na indústria, tais como: indústria extrativa,

petrolífera, de acumuladores, tintas e corantes, de cerâmica e bélica; encontra-se

também no meio em que o homem vive como em constante emissão por veículos

automotores, ou ainda pela ingestão de alimentos sólidos e líquidos contaminados

(LARINI, 1987). Os resultados da concentração média do elemento revelou a média

máxima em 2011 na Escola 3, onde resultou em 77 ng/m3 internamente e 33 ng/m3,

no ambiente externo. No ano de 2011 o elemento ficou abaixo do limite em muitas

amostras da Escola 1 e Escola 4, e não foi detectado nas amostras da Escola 5.

Zwoździak et al. (2013) encontrou valores similares com o presente estudo,

indicando a maior concentração no inverno, onde obteve internamente 87 ng/m3 e

83 ng/m3, no ambiente externo. Em todas as escolas o fator I/E indicou

concentração interna prevalecendo em maior escala, sugerindo acumulação do

elemento. O Pb foi encontrado em nível super enriquecido (EF>10) nas amostras do

ano de 2009 e 2010, indicando que a partículas são oriundas de fontes

antropogênicas e estão muito próximas a Escola 1 e Escola 2.

Segundo Godoi et al.(2007), o Fe está associado com os aerossóis

provenientes do solo como sua fonte principal, Meza-Figueroa, De La O-Villanueva e

De La Parra (2007) complementa sugerindo que as principais fontes antropogênicas

do elemento é o trafego de veículos e as emissões industriais. Os resultados do

presente estudo indicam o máximo da concentração média no ano de 2009, onde foi

obtido na Escola 1 a média de 20.971 ng/m3, no ambiente interno, e 12.346 ng/m3 no

ambiente externo, na Escola 3. Estas concentrações estão muito mais elevadas do

que os resultados encontrados nas escolas em Portugal, onde Almeida et al. (2011)

encontrou 856 ng/m3 , no ambiente interno, e 307 ng/m3 no ambiente externo, e

também em relação ao estudo de Zwoździak et al. (2013), o qual obteve 655 ng/m3,

no inverno em ambiente interno, e 604 ng/m3, no verão no ambiente externo. O fator

Page 64: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

62

de enriquecimento indicou que o Fe está enriquecido nas duas escolas nas

amostragem do ano de 2009, e na Escola 3 no ano de 2010. Com isso, pode-se

suspeitar que as possíveis fontes do elemento está ligada ao complexo industrial

próximo a Escola 1 e 2, e com as vias que interceptam a Escola 3.

O Cu apareceu com I/E>1 em todas as amostras, indicando acumulo do

elemento ou alguma fonte interna. O elemento não foi detectado no ano de 2011,

para a Escola 5. As concentrações médias das amostras indicou que na Escola 3 o

elemento alcançou 50 ng/m3 , no ambiente interno, e 45 ng/m3 no ambiente externo.

Zwoździak et al. (2013) obteve valores similares em suas amostras, onde encontrou

58 ng/m3, ambiente interno, e 48 ng/m3 no ambiente externo, na estação do inverno.

O Cu apontou super enriquecimento (FE>10) nos dois primeiros anos de

amostragem, 2009 e 2010, indicando a presença de fontes antropogênicas. Meza-

Figueroa, De La O-Villanueva e De La Parra (2007) sugere que o Cu é um bom

indicador de fontes antropogênicas, pois aparece na gasolina, componentes de

veículos, óleos lubrificantes, nas emissões industriais e de incineradores. Este fato

pode ser aplicado as amostras deste estudo, comprovando a influência negativa das

fontes automotivas próximas as escolas na região urbana e das fonte industrial, na

região suburbana.

O Mn é um metal de origem da crosta terrestre, nas amostras as

concentrações médias foram menores do que os outros elementos, apresentando o

máximo na Escola 2, em 2010, onde atingiu 65 ng/m3 e 60 ng/m3, internamente e

externamente, respectivamente. Estes valores estão semelhantes aos resultados de

Zwoździak et al. (2013), que obteve 45 ng/m3, no ambiente interno, e 28 ng/m3 no

ambiente externo, ambos no inverno. O FE para o Mn não ultrapassou o limite

estipulado para ser enriquecido, indicando que o elemento provém de fontes

naturais, como a própria crosta terrestre.

A Tabela 10 apresenta os principais elementos encontrados nas amostras

das Escolas e suas prováveis fontes de origem.

Page 65: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

63

TABELA 10. Elementos encontrados nas amostras das Escolas e suas prováveis fontes de origem.

OCORRÊNCIA ELEMENTO ORIGEM DA FONTE

Escola 1 e Escola 2 Cl, Pb, Zn, S Industrial

Ca, Fe, K, Si, Al Solo

Escola 3 Si Solo

Cu, S, Veicular

Escola 4 Cl,S, Zn Veicular

Escola 5 Cl, S, Zn Veicular

5.2 PARTÍCULAS INDIVIDUAIS

Os dados encontrados pela análise por M.E.V, o qual revelou o tamanho e a

composição das partículas presentes nas amostras, proporcionou identificar

diferentes tipos de agrupamentos, também chamados de clusters. Estes grupos

estão nas TABELAS 10, 11 e 12, para o ano de 2009 e 2010, em forma de

porcentagem e sua disposição na tabela será explicado posteriormente. Em seguida

as tabelas de resultados, será elucidado como esses grupos foram classificados e

gerados, juntamente com as discussões pertinentes aos resultados encontrados.

Page 66: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

64

TAB

ELA 11. A

bundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2009.

Local/ A

mbi-

ente

Fração - µm

Cluster (%

)

Data

(total de partículas)

fuligem

Orgâni-co

CaC

O3

solo Fe-rico

CaS

O4

AlS

i S

-rico

Nitrato

Fosfato-rico

N-rico

Cu-rico

Ca-rico

orgânico-S

Escola 1

interno

0.5-4.0 (663)

11 15

!!12

!!15

!!!!

47 1

!!!!

!!!!

!!0.5 - 2.5

88 89

!!79

!!79

!!!!

84 67

!!!!

!!!!

04/dez 2.5 - 4.0

12 12

!!21

!!21

!!!!

17 33

!!!!

!!!!

!!externo

0.5-4.0 (611)

8 36

!!35

4 !!

!!!!

17 !!

!!!!

!!!!

!!0.5 - 2.5

82 88

!!81

69 !!

!!!!

77 !!

!!!!

!!!!

!!2.5 - 4.0

18 12

!!19

31 !!

!!!!

23 !!

!!!!

!!!!

Escola 1

interno

0.5-4.0 (709)

6 39

!!!!

1 11

17 !!

!!!!

12 !!

13 1

!!0.5 - 2.5

91 83

!!!!

71 81

86 !!

!!!!

77 !!

82 67

05/dez 2.5 - 4.0

9 17

!!!!

29 19

14 !!

!!!!

23 !!

19 33

!!externo

0.5-4.0 (1700)

12 37

!!!!

2 !!

31 6

!!!!

6 6

!!!!

!!0.5 - 2.5

85 85

!!!!

98 !!

84 87

!!!!

90 87

!!!!

!!2.5 - 4.0

15 15

!!!!

2 !!

16 13

!!!!

10 13

!!!!

Escola 1

interno

0.5-4.0 (1704)

!!20

8 !!

4 8

57 !!

3 !!

!!!!

!!!!

!!0.5 - 2.5

!!88

90 !!

79 82

84 !!

84 !!

!!!!

!!!!

08/dez 2.5 - 4.0

!!13

10 !!

21 18

16 !!

16 !!

!!!!

!!!!

!!externo

0.5-4.0 (1873)

17 25

4 !!

16 !!

30 !!

!!!!

8 !!

!!!!

!!0.5 - 2.5

89 78

88 !!

90 !!

82 !!

!!!!

87 !!

!!!!

!!2.5 - 4.0

11 22

12 !!

10 !!

19 !!

!!!!

14 !!

!!!!

Page 67: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

65

TA

BELA

12. Abundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2009.

Local/ A

mbi-

ente

Fração - µm

Cluster (%

)

Data

(total de partículas)

fuligem

Orgâni-co

CaC

O3

sulfato solo

cloro Fe-rico

CaS

O4

AlS

i S

-rico

Cl-

rico B

io-gênico

Nitrato-rico

Nitra-to

Fosfato-rico

Escola 1

externo

0.5-4.0 (611)

8 36

!!!!

35 !!

4 !!

!!!!

!!!!

!!17

!!!!

0.5 - 2.5 82

88 !!

!!81

!!69

!!!!

!!!!

!!!!

77 !!

04/dez 2.5 - 4.0

18 12

!!!!

19 !!

31 !!

!!!!

!!!!

!!23

!!!!

interno

0.5-4.0 (663)

11 15

!!!!

12 !!

!!15

!!!!

!!!!

!!47

1

!!0.5 - 2.5

88 89

!!!!

79 !!

!!79

!!!!

!!!!

!!84

67

!!2.5 - 4.0

12 12

!!!!

21 !!

!!21

!!!!

!!!!

!!17

33

Escola 3

interno

0.5-4.0 (931)

26 20

18 13

16 4

4 !!

!!!!

!!!!

!!!!

!!!!

0.5 - 2.5 82

90 76

75 87

82 89

!!!!

!!!!

!!!!

!!!!

10/nov 2.5 - 4.0

18 10

24 25

13 18

11 !!

!!!!

!!!!

!!!!

!!!!

externo

0.5-4.0 (798)

32 10

12 !!

24 !!

3 21

!!!!

!!!!

!!!!

!!!!

0.5 - 2.5 89

88 91

!!88

!!91

96 !!

!!!!

!!!!

!!!!

!!2.5 - 4.0

12 12

9 !!

12 !!

9 4

!!!!

!!!!

!!!!

!!

Escola 3

interno

0.5-4.0 (638)

34 28

!!!!

!!!!

7 !!

20 3

5 !!

!!!!

!!!!

0.5 - 2.5 81

60 !!

!!!!

!!70

!!43

69 77

!!!!

!!!!

16/nov 2.5 - 4.0

20 40

!!!!

!!!!

30 !!

57 31

23 !!

!!!!

!!!!

externo

0.5-4.0 (797)

!!38

!!!!

!!!!

6 !!

22 3

17 13

1 !!

!!

!!0.5 - 2.5

!!79

!!!!

!!!!

71 !!

40 65

73 27

38 !!

!!!!

2.5 - 4.0 !!

22 !!

!!!!

!!29

!!60

35 27

73 63

!!!!

Page 68: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

66

TAB

ELA 13. A

bundância relativa dos diferentes tipos de partículas encontradas no ano de 2010.

Local/ A

mbi-

ente

Fração - µm

Cluster %

Data

(total de partículas)

fuligem

AlS

i N

aNO

3 N

aCl

Cl-

rico S

-rico O

rgânico C

aCO

3 P

-rico

Na-

rico B

iogênico C

aMg

N-

rico C

aSO

4

Escola 1

externo

0.5 - 4.0 (619)

53 15

2

4

26

0.5 - 2.5

90

96

100

93

88

24/05 2.5 - 4.0

!!10

4 !!

0 !!

!!7

!!12

!!!!

!!

!!

interno

0.5 - 4.0 (620)

58

1

11

26

4

!!0.5 - 2.5

94

100

93 96

91

!!2.5 - 4.0

6

7 4

9

Escola 1

externo

0.5 - 4.0 (653) 4

24 17

3

7

11

31

3

0.5 - 2.5

88 92

93 89

89 96

97

85

14/06 2.5 - 4.0

13 8

7 11

11 4

3

15

!!

interno

0.5 - 4.0 (356)

34

28

9 9

5

15

!!0.5 - 2.5

88

97 91

88 83

88

!!2.5 - 4.0

13

3 9

12 17

12

Escola 2

externo

0.5 - 4.0 (623) 38

16 14

14 15

2

0.5 - 2.5

99 97

100 95

100 100

07/06 2.5 - 4.0

1 3

!!5

!!!!

!!!!

!!!!

!!!!

!!

!!

interno

0.5 - 4.0 (798) 12

21 20

22

8 8

10

!!0.5 - 2.5

98 96

95

97 95

94 99

!!2.5 - 4.0

2 4

5

3 5

6 1

Escola 3

externo

0.5 - 4.0 (659)

27

6

2 31

10

14

7 4

0.5 - 2.5

98

100

100 97

100

100

91 96

16/06 2.5 - 4.0

!!2

!!!!

!!0

3 !!

!!!!

0 9

4

!!

interno

0.5 - 4.0 (797) 17

24

3 18

10

24

3

!!

0.5 - 2.5 99

98

100 98

100

96

93 96

!!

2.5 - 4.0 1

2

0 2

4

7 4

Page 69: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

67

As TABELAS 10, 11 e 12 indicam a porcentagem total encontrada em cada

ambiente e também a porcentagem nos dois estágios amostrados (0.5-2.5 µm e 2.5-

4.0 µm). Por exemplo, a TABELA 28, que indica a amostragem que ocorreu no dia

24/05/2010 na Escola 1, apresentou externamente 619 partículas, as quais 53%

delas (aproximadamente 328 partículas) estão inseridas no agrupamento

denominado AlSi. Com isso, é feita uma subdivisão dentro do cluster AlSi, dividindo-

o no intervalo de 0.5-2.5 µm e 2.5-4.0 µm. Assim, 90% do total das partículas

encontradas externamente no dia em questão estão no estágio 0.2-2.5 µm, ou seja,

295 partículas estão nesta fração. Por consequência, aproximadamente 10% das

328 partículas (aproximadamente 33 partículas) estão na fração de 2.5-4.0 µm.

Desta forma foram feitas as outras análises da porcentagem dos clusters.

As partículas carbonáceas, ou aerossóis carbonosos, são compostos

caracterizados pela presença de carbono em sua constituição e podem ser

separadas em três diferentes grupos de espécies, tais como biogênico, fuligem e

orgânico (GODOI et al.,2004).

Quando as concentrações de C e O são similares nas partículas, e também

quando contém N, P, Cl e S, as partículas são classificadas como biogênico. Tais

partículas são encontradas em aerossóis como pólens, poros de fungos, bactérias e

vírus (AVIGO JR. et al., 2008). As principais fontes de partículas biogênicas são

representadas pela combustão de biomassa, combustão de combustíveis fósseis e

também pela oxidação atmosférica de compostos orgânicos voláteis (COV) ou

antropogenicamente produzidos (ALVES, 2005). A exposição a estes tipos de

partículas produzem efeitos adversos à saúde após a inalação, ingestão e contato

com a pele (MENETREZ e FOARDE, 2004). Esse tipo de agrupamento apareceu

apenas na Escola 3, nos dois anos de amostragem. Em 2009 teve contribuição

significativa externamente no dia 16/11/2009 e em maior quantidade na fração fina.

Já em 2010, no dia 16/06/2010, o cluster biogênico apresentou valores no ambiente

externo de 14,11% do total das partículas (659 partículas), sendo que 100% dessa

porcentagem se enquadram na fração fina (0.5 -2.5 µm) e, por fim, no ambiente

interno as partículas desse cluster apresentaram 24,47% (total de 797 partículas),

onde 96% estão na fração fina. Este resultado diferiu das amostras de Avigo Jr. et

al. (2008), o qual encontrou no cluster biogênico a maior parte das partículas no

ambiente interno, predominantemente na fração fina. Estas partículas são geradas

Page 70: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

68

principalmente pela interação entre as condições internas e externas de um

ambiente e, portanto, são diretamente relacionadas às atividades dos ocupantes

destes locais (MENETREZ e FOARDE, 2004). Os resultados indicam a existência de

uma fonte externa próxima a Escola 3, a qual permaneceu nos dois anos de

amostragem.

O carbono negro, ou apenas fuligem é uma das variedades mais puras de

partículas de carbono. Para ser considerada uma partícula de fuligem, ela tem que

ter 70% ou mais da sua composição de carbono, constituindo uma dispersão

coloidal de partículas muito finas (AVIGO JR., 2008). As partículas são formadas por

cadeias de átomos de carbono apresentando uma estrutura semelhante à do grafite

(ALVES, 2005). A fuligem é proveniente da ação do homem, em particular dos

veículos movidos a diesel e do desgaste de pneus e freios dos veículos em geral. As

partículas encontradas no cluster denominado como fuligem foram encontradas nas

três escolas, tanto internamente quanto externamente, e nos dois anos de

amostragem. As porcentagens da abundância relativa revelaram que os maiores

valores aparecem para as partículas na fração fina (0,5 - 2,5 µm), atingindo um

máximo internamente na Escola 3 no dia 16/11/2009 onde 34%, do total de 638

partículas, estão caracterizadas como fuligem, sendo que aproximadamente 81%

estão concentradas na fração fina. Na amostra do dia 07/06/2010 obteve seu

máximo externamente, onde 38% das partículas da amostras são fuligem,

representando 99% na fração fina. A contribuição de partículas de fuligem esta

diretamente ligada ao meio urbano, principalmente pelas emissões veiculares e

também pelas pequenas contribuições de combustão de gás, processos industriais,

poeiras de pavimentação de estradas e queimadas. Os resultados condizem com o

estudo de Avigo Jr. et al. (2008) e Uba (2010), onde a fração fina também prevalece

nas classificação das partículas do cluster.

Os aluminiosilicatos são os aerossóis atmosféricos que tem sua maior

composição por Si e Al e em menos proporção elementos como Fe, Ca, K, Ti, Mn, S

e P. Estes compostos fazem parte do solo ou são oriundos de atividade humanas

como tráfego de veículos, atividade agrícola, incineração, desmatamento e

desertificação (ALVES, 2009). Estas partículas são comumente chamadas de

poeira. As partículas compostas por mais de 70% de Al e Si com concentrações de

O em maior escala que as de C são aluminosilicatos puros (GODOI et al., 2004).

Tais partículas que consistem principalmente de Si são identificados como quartzo

Page 71: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

69

(SiO2). Além disso, essas partículas podem ser formados durante a queima de

combustível (KATRINAK et al.,1995). Nas amostras, o cluster AlSi apareceu nos

dois anos de amostragem, se mostrando presente em quase todas as escolas.

Apenas no dia 10/11/2009 na Escola 3 e 4/12/2009 na Escola 1 não houve

evidências dessas partículas. Observa-se que no ano de 2010 essas partículas

tiveram uma contribuição significativa, aparecendo em todas as escolas e com altas

porcentagens no ambiente interno. Este fato esta de acordo com as amostras de

Uba (2010) e Avigo Jr. et al. (2008). Comparando com o estudo de Avigo Jr. (2008),

o qual encontrou o mesmo perfil para o aluminosilicatos em ambiente interno e

propôs como causa a resuspensão da poeira devido às atividades dos estudantes.

Para o ambiente externo, a provável fonte seria a poluição local próxima das

escolas.

Os aerossóis de sulfato são formados pela oxidação do SO2 e

posteriormente a ácido sulfúrico pelo H2S, emitido pelos processos biológicos, por

vulcões ou pela transformação deste em outros compostos resultantes de atividades

antropogênicas (ALVES, 2005). Em relação às partículas ricas em enxofre, as

formas mais comuns são sulfato de amônia, (NH4)2SO4, e bissulfato de amônia,

NH4HSO4 (MAMANE e GOTTLIEB, 1989). O cluster sulfato apareceu apenas na

Escola 3, internamente, com 13% do total de partículas da amostra do dia 10 de

novembro de 2009, representando 121 partículas. Neste cluster, 75% das 121

partículas estão na fração fina (0.5 - 2.5).

Partículas ricas em cloro (Cl) são aquelas em que sua composição contém

mais de 50% de Cl. Tais partículas são normalmente provenientes da queima de

biomassa, plásticos e metais que emitem compostos clorados voláteis. Foram

identificadas nos dois períodos de amostragens e predominaram em maior

quantidade externamente na fração fina.

Partículas ricas em Fe são geralmente provenientes do solo e partículas

ricas em Ca são oriundas do meio urbano e da deterioração da crosta terrestre,

como o desgaste de rochas carbonáceas (ALVES, 2009). Tais partículas estão

presentes apenas nas amostragens do ano de 2009, aparecendo em todos os dias

de amostragens e em todas as escolas, predominantemente como fração fina e em

maior porcentagem externamente.

Avigo Junior (2008) investigou a utilização de giz dentro das salas de aula e

definiu que partículas como CaCO3 estavam presente em seu estudo. Comparando

Page 72: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

70

o presente estudo, foram também encontradas partículas de CaCO3 nos dois anos

de amostragens, tanto internamente quanto externamente, com porcentagens

maiores para partículas finas, atingindo até 100% internamente e externamente no

dia 16/06/2010 na Escola 3. É importante ressaltar que a produção de partículas

como CaSO4 sugere a conversão de CaCO3 para CaSO4, indicando um processo de

adsorção de SO2. Em relação aos aerossóis marítimos, como NaCl e NaSO4 e suas

combinações, suas contribuições foram maiores externamente nas amostragens do

ano de 2010.

Vale ressaltar a importância que a caracterização pelo tamanho das

partículas, uma vez que em relação à deposição pulmonar as partículas menores

são as mais perigosas, pois podem alcançar os alvéolos pulmonares e proporcionar

futuras complicações.

A Tabela 14 apresenta os principais clusters encontrados nas Escolas,

indicando a possível fonte geradora das partículas.

Tabela 14. Principais clusters encontrados associados às possíveis fontes de origem.

OCORRÊNCIA CLUSTER ORIGEM DA FONTE

Escola 1 AlSi (fração fina) Ressuspensão de poeira

Escola 2

Escola 3 Fuligem (fração fina) Veicular

Page 73: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

71

6 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos possibilitaram caracterizar o material particulado

suspenso dentro e fora das salas de aulas nas cinco escolas, indicando as possíveis

fontes emissoras. O método de FRX permitiu obter as concentrações elementares

das amostras nos três anos de amostragem e, com isso, estimou-se a relação das

concentrações internas e externas (fator I/E). O estudo específico das partículas

individuais indicou a composição da partículas, assim como a distribuição de

tamanho, tendo em vista que distribuição de tamanho de partículas é um fator

determinante na deposição pulmonar.

A razão I/E indicou maiores concentrações dos elementos no ambiente

interno, indicando que o ambiente interno, salas de aulas, funciona como um

concentrador de material particulado. As escolas 1 e 3 indicaram uma maior índice

I/O, indicando assim um maior potencial poluidor.

As concentrações elementares médias obtidas indicaram que os elementos

com alto grau de enriquecimento (FE>10), são o Cl, Pb, Zn e S, indicando a

existência de fontes antropogênicas próxima as escolas estudadas, as quais podem

ser oriundas da queima de combustíveis fósseis que provém das vias que

interceptam a as escolas na região urbana (Escola 3, Escola 4 e Escola 5), assim

como da atividade industrial que circunda as Escolas 1 e 2, na área suburbana.

Em relação a análise de partículas individuais, os clusters fuligem e AlSi

encontrados ano de 2009 e 2010 obtiveram certa evidência. A porcentagem das

partículas nas divisões de tamanhos mostrou que a fração 0,5 - 2,5 µm apresentou

maior numero de partículas.

Estando as escolas localizadas em áreas com comprovado potencial

poluidor, pode-se dizer que tais aerossóis podem ser um dos princípios

causadores/potencializadores de doenças respiratórias em alguns alunos das

escolas. Por fim, a literatura recente sobre o tema indica que o desenvolvimento de

doenças respiratórias na idade adulta pode estar diretamente associado à exposição

crônica na infância. Com isso, a necessidade de detalhar e especificar ainda mais o

material particulado suspenso, assim como seus limites de concentração elementar,

nas normas e legislações, torna se de extrema importância. Ainda, este estudo

torna-se um alerta para as questões de saúde pública, uma vez que foi indicado que

Page 74: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

72

as áreas escolares carecem de uma atenção especial, principalmente em relação as

fontes e atividades que estão ao seu entorno.

Page 75: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

73

PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO PERÍODO ( FEV. 2012 – DEZ. 2013)

GODOI, R. H. M. ; GODOI, A. F. L. ; GONÇALVES JUNIOR, S. J. ; PARALOVO, S.

L. ; BORILLO, G. C. ; BARBOSA, C. G. G. ; ARANTES, M. G. ; CHARELLO, R. C. ;

ROSARIO FILHO, N. A. ; GRASSI, M. T. ; YAMAMOTO, C. I. ; POTGIETER-

VERMAAK, S. ; ROTONDO, G. G. ; VAN GRIEKEN, R. “Healthy Environment - Indoor Air Quality Of Brazilian Elementary Schools Nearby Petrochemical Industry.” Science of the Total Environment 463-464 (2013): 639-646.

Sérgio J. Gonçalves Junior, Ricardo H.M. Godoi, Ana F.L. Godoi, Sarah L.

Paralovo, Guilherme C. Borillo, Manoela G. Arantes, Renata C. Charello, Nelson A.

Rosário Filho, Danielle Banhuk, Marco T. Grassi, Carlos I. Yamamoto, Sanja

Potgieter-Vermaak ,Giuliana G. Rotondo. “Healthy environment indoor air quality of Brazilian elementary schools nearby Petrochemical Industry”. AIR QUALITY

MANAGEMENT at URBAN, REGIONAL and GLOBAL SCALES - 4th International

Symposium and IUAPPA Regional Conference - ISTANBUL- TURKEY (2012). Oral

presentation/Keynote.

Page 76: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, I.T. “Poluição Atmosférica por Material Particulado na Mineração a Céu Aberto.” (Dissertação Mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 1999. ALMEIDA, S. M., CANHA, N., SILVA, A., FREITAS, M. C., PEGAS, P., ALVES, C., EVTYUGINA, M., PIO, C. A. “Children Exposure to Atmospheric Particles in Indoor of Lisbon Primary Schools.” Atmospheric Environment 45 (2010): 7594-7599. ALVES, C. “Aerossóis Atmosféricos: Perspectiva Histórica, Fonte, Processos Químicos de Formação e Composição Química.” Química Nova 28 (2005): 859-870. ALVES, R. “Avaliação da Qualidade do Ar em Escolas Fundamentais da Cidade de Colombo Através de Material Particulado em Suspensão e sua Relação com a Indústria de Local Cal.” (Dissertação Mestrado). Gestão Ambiental, Universidade Positivo. Curitiba, 2009. ANDERSON, J. O., THUNDIYIL, J. G., STOLBACH, A. “Clearing the Air: A Review of theEffects of Particulate Matter Air Pollution on Human Health.” Journal of Medical Toxicology 8 (2012): 166-175. ARBEX, M. A., SANTOS, U. P., MARTIN, L. C., SALDIVA, P. H. N., PEREIRA, L. A. A. P., BRAGA, A. L. F. “Air pollution and respiratory system.” Jornal Brasileiro de Pneumologia 38 (5) (2012): 643-655. Association, American Lung. (The American Lung Association State of the Air® 2013). 2013. http://www.stateoftheair.org/2013/assets/ala-sota-2013.pdf (acesso em 10 de outubro de 2013). AVIGO JR., D. “Qualidade do ar em escolas de Curitiba.” (Dissertação de Mestrado) Gestão Ambiental, Universidade Positivo. Curitiba, 2008. AVIGO JR., D., GODOI, A. F. L., JANISSEK, R. P., MAKAROVSKA, Y., KRATA, A., POTGIETER-VERMAAK, S., ALFOLDY, B., VAN GRIEKEN, R., GODOI, R. H. M. “Particulate Mater Analysis at Elementary Schools in Curitiba, Brazil.” Anal. Bional. Chem. 391 (2007): 1459-1468. BLONDEU, P., IORDACHE, V., POUPARD, O., GENIN, D., ALLARD, F. “Relationship between outdoor and indoor air quality in eight French schools.” Indoor Air 15 (2005): 2-12. BOND, T.C., DOHERTY, S.J., FAHEY, D.W., FORSTER, P.M., BERNTSEN, T., DeANGELO, B.J., FLANNER, M.G., GHAN, S., KARSHER, B., KOCH, D., KINNE, S., KONDO, Y., QUINN, P.K., SAROFIM, M.C., SCHULTZ, M.G., VENKATARAMAN, C., ZHANG, H., ZHANG, S., BELLOUIN, N., GUTTIKUNDA, K., HOPKE, P.K., JACOBSON, M.Z., KAISER, J.W., KLIMONT, Z., LOHMANN, U., SCHWARTZ, .J. P., SHINDELL, D., STORELVMO, T., WARREN, S.G., ZENDER, C.S. “Bounding the role of black carbon in the climate system: A scientific assessment.” American Geophysical Union 118 (2013): 5380-5552.

Page 77: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

75

BONDARENKO, L., B. TREIGER, R. VAN GRIEKEN, e P. I. VAN ESPEN. “A Windows based software package for cluster analysis. .” Spectrochimica Acta b51 (1996): 413-456. BRAGA, D.M. “Caracterização e associação com sintomas respiratórios do material particulado suspenso no ar: o caso de Colombo – Paraná.” (Dissertação de Mestrado). Curitiba: Univesidade Positivo, 2007. BUONANNO, G., MARINI, S., MORAWSKA, L., FUOCO, F.C. “Individual Dose and Exposure of Italian Children to Ultrafine Particles.” Science of the Total Environment 438 (2012): 271-277. CASTANHO, A. D. A., ARTAXO, P. “Winter and summertime São Paulo aerosol source apportionment study.” Atmospheric Environment 35 (2001): 4889–4902. CARVALHO, T.C., PETERS, J.I., WILLIAMS III, R.O. "Influence of particle size on regional lung deposition - what evidence is there?". Int. J. Pharm. (2011) 406:1-10. CATHERINE, H., SKINNER,W. “The Earth, Source of Health and Hazards: An Introdution to Medical Geology.” Annual Review of Earth and Planetary Sciences 35 (2007): 177-213. CCOHS. (Canadian Center for Occupational Health and Safety). November de 2012. www.ccohs.ca/oshanswers/chemicals/how_do.html (acesso em 2013 de Outubro de 30). CHEN, HO-WEN, CHEN, WEI-YEA, CHANG, CHENG-NAN, CHUANG, Y. H. “Chacterization of Particles in the Ambience of the High-Tech Industrial Park of Central Taiwan.” Aerosol and Air Quality Research 13 (2013): 699-708. COOPER, J.A., et al. “PM10 source compositionlibrary for the South Coast Air Basin. El Monte, CA.” volume : 1, 1987. DIAPOULI, E., CHALOULAKOU, A., SPYRELLIS, N. “Indoor and Outdoor Particulate Matter Concentrations at Schools in the Athens Area.” Indoor and Built Environment 16 (2007): 55-61. EKMEKCIOGLU, D., KESKI, S. S. “Characterization of Indoor Air Particulate Matter in Selected Elementary Schools in Istanul, Turkey. .” Indoor and Built Environment 16 (2007): 169-176. EPA. (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos). 18 de março de 2013. http://www.epa.gov/pm (acesso em 2013 de Outubro de 21). —. (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos). 2013. http://www.epa.gov/airscience/air-blackcarbon.htm (acesso em 2013 de novembro de 6). FAJERSZTAJN, L., VERAS, M., BARROZO, L. V., SALDIVA, P. “Air pollution: a potentially modifiable risk factor for lung cancer.” Nature Reviews Cancer 13 (2013): 674-78.

Page 78: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

76

FROMME, H., TWARDELLA, D., DIETRICH, S. HEITMANN, D., SCHIERL R., LIEBL, B., RUDEN,H. “Particulate matter in the indoor air of classrooms—exploratory results from Munich and surrounding area.” Atmospheric Environment 41 (2007): 854-866. GANOR, E., Z. LEVIN, e R. VAN GRIEKEN. “Composition of individual aerosol particles above the Israelian Mediterranean coast during the summer time.” Atmospheric Envionment 32 (1998): 1631-1642. GODOI, R. H. M., et al. “Characterisation of sugar cane combustion particles in the Araraquara region, southeast Brazil.” Microchimica Acta 145, n. 1-4 (2004): 53-56. GODOI, R.H.M., GODOI, A.F.L., GONÇALVES JR., S.J., PARALOVO, S. L., BORILLO, G. C., BARBOSA, C. G. G., ARANTES, M. G., CHARELLO, R. C., ROSÁRIO FILHO, N. A., GRASSI, M. T., YAMAMOTO, C. I., PORTIGIETER-VERMAAK, S., ROTONDO, G. G., DE WAEL, K., VAN GRIEKEN, R. “Heatlhy Environment - Indoor Air Quality of Brazilian Elementary Schools Nearby Petrochemical Industry.” Science of the Total Environment 463-464 (2013): 639-646. GODOY, M. L. D. P., J. M. GODOY, L. A. ROLDÃO, e D. S., DONAGEMMA, R. A. SOLURI. “Coarse and fine aerosol source apporionment in Rio de Janeiro, Brazil.” Atmospheric Environment 43, n. 14 (2008): 2366–2374. GUO, H., MORAWSKA, L., HE, C., ZHANG, L. Y., AYOKO, G., CAO, M. “Characterization of Particle Number Concentrations and PM2.5 in School: Influence of Outdoor Air Pollution on Indoor Air.” Environmental Science and Pollution Research, 2010: 1268-1278. HABIL, M., TENEJA, A. “Children's Exposure to Indoor Particulate Matter in Naturally Ventilated Schools in India.” Indoor and Built Environment 20 (2011): 430-448. HANSEN, A. The Aethalometer, Magee Scientific Company. Berkeley, CA, USA,, 2005. HOORNAERT, S., R.H.M. GODOI, e R. VAN GRIEKEN. “Elemental and Single particle Aerosol Characterisation at a Background Station in Kazakhstan.” Journal of Atmospheric Chemistry 48, n. 3 (2004): 301-315. JANSSEN, N.A., HOEK, G., BRUNEKREEF, B., HARSSEMA, H. “Mass concentration and elemental composition of PM10 in classrooms.” Occup. Environ. Med. 56, n. (7) (1999): 482-87. JOHN, K., KARNAE, S., CRIST, K., KIM, M., KULKARNI, A. “Analysis of trace elements and ions in ambient fine particulate matter at three elementary schools in Ohio.” Jounal of the Air & Waste Management Association 57, n. (4) (2007): 394-406. KAMPA, M., CASTANAS, E. “Human health effects of air pollution.” Environmental Pollution 151 (2008): 362-367. KATRINAK, K.A., J.R. ANDERSON, e P.R. BUSECK. “Individual particle types in the aerosol of phoenix, Arizona.” Environmental Science Technology 29 (1995): 321-329.

Page 79: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

77

KIELY, G. Environmental Engineering. Mc Graw Hill, 1996. KULKARNI, P., S. CHELLAM, M. P. FRASER. “ Tracking petroleum refining emissions using lanthanum and lanthanides as elemental markers for PM2.5.” Environ. Sci. Technol. 41, n. 19 (2007): 6748-54. LARINI, L. Toxicologia. São Paulo: Manole, 1987. LIU, Q.T., M.E. DIAMOND, S.E. GINGRICH, J.M. ONDOV, P. MACIEJCZYK, e A.S. GARY. “Accumulation of metals, trace elements and semi-volatile organic compounds on exterior window surfaces in Baltimore.” Environmental Pollution 122, n. 1 (2003): 51-61. MAMANE, Y., e J. GOTTLIEB. “Heterogeneous reactions of minerals with sulfur and nitrogen oxides.” Journal of Aerosol Science 20, n. 3 (1989): 303–311. MARIANO, J. B. “Impactos Ambientais do Refino de Petróleo.” (Dissertação de Mestrado) UFPRJ (COPPE/UFRJ, M.Sc. Planejamento Energético). Rio de Janeiro, 2001. MASON, B. Principles of Geochemistry. Wiley New York, 1966. MENDELL, M.J, HEATH, G.A. “Do Indoor Pollutants And Thermal Conditions in Schools Influence Student Perfomance? A Critical Review of the Literature.” Indoor Air 1 (2005): 27-52. MENETREZ, M.Y., e K.K. FOARDE. “Emission Exposure Model for the Transport of Toxic Mold.” Indoor Built Environ. 13 (2004): 75-82. MEZA-FIGUEROA, D., DE LA O-VILLANUEVA, M., DE LA PARRA, M. L. “Heavy metal distribution in dust from elementary schools in Hermosillo, Sonora, México.” Atmospheric Envionment 41 (2007): 276–288. MOFFET, R.C., DESYATERIK, Y., HOPKINS, R.J., TIVANSKI, A.V., GILLES, M.K., WANG, Y., SHUTTHANANDAN, V., MOLINA, L.T., ABRAHAM, R.G., JOHNSON, K.S., MUGICA, V., MOLINA, M.J., LASKIN, A., PRATHER, K.A. “Characterization of aerosols containing Zn, Pb, and Cl from an industrial region of Mexico City.” Environ. Sci. Technol. 42 (2008): 7091-7097. MONTEIRO, L.P.C., e F.B. MAINIER. “Queima de pneus inserviveis em fornos de clinquer.” Engevista 10 (2008): 52-58. MOORE, J.W., RAMAMOORTHY, S. Heavy metals in natural waters. New York: Springer-Verlag, 1984. NASCIMENTO FILHO, V. F. “Técnicas Analíticas Nucleares de Fluorescência de Raios-X por dispersão de Energia (ED-XRF) e por Reflexão Total (TXRF).” Departamento de Ciências Exatas/ESALQ - Laboratório de Instrumentação Nuclear/CENA., 1999.

Page 80: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

78

NAZAROFF, W., ALVAREZ-COHEN, L. Environmental Engineering Science. Vol. Chapter 7. New York: John Wiley & Sons, Inc., 2001. NEMMAR, A., HOET,P.H.M., VANQUICKENBORNE, B., DINSDALE, D., THOMEER, M., HOYLAERTS, M. F., VANBILLOEN, H., MORTELMANS, L., NEMERY, B. “Passage of inhaled particles into the blood circulation in humans.” Circulation 105, n. (4) (2002): 411-4. OECD (Organisation de coopération et de développement économiques). “Environmental Outlook to 2050: The Consequences of Inaction.” doi: 10.1787/9789264122246-en, 2012. PARKER, A. Industrial air pollution handbook. London: MCcGraw-Hill Book Company, 1977. PILCER, G., AMIGHI, K. “Formulation Strategy and Use of Excipients in Pulmonary Drug Delivery.” International Journal of Pharmaceutics 392 (2010): 1-19. PIRES, D. O. “Inventário de emissões atmosféricas de fontes estacionárias e sua contribuição para a poluição do ar na região metropolitana do Rio de Janeiro.” Dissertação (Mestrado em Engenharia de planejamento energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro, 2005. 194. POLEDNIK, B. “Particulate Matter and Student Exposure in School Classrooms in Lublin, Poland.” Environmental Research 120 (2013): 134-139. POPE III, C.A., DOCKERY, D.W. “Health Effects of Fine Particle Air Pollution : Lines That Connect.” Air & Waste Management Association 56 (2006): 709-742. PURVES, W. K., ORIANS, G. H., HELLER, H. G. The Science of Biology – 4 th Edition – 195 p. – 1995. W. H. Freeman & Company. POST, J. E., e P.R. BUSECK. “Characterization of Individual Particles in the Phoenix Urban Aerosol Using Electron- Beam Instruments.” Environ. Sel. Techno. 18 (1984): 35-42. SAUCY, D.A., J.R. ANDERSON, e P.R. BUSECK. “Aerosol particle characteristics determined by combined cluster and principal component analysis.” J Geophys. Res. 96 (1991): 7407-7414. SPOLNIK, Z., K. BELIKOV, VAN MEEL K., E. ADRIAENSSENS, F. DE ROECK, e R. VAN GRIEKEN. “Optimization of Measurement Conditions of an Energy Dispersive X-ray Fluorescence Spectrometer with High-Energy Polarized Beam Excitation for Analysis of Aerosol Filters.” Applied Spectroscopy 59, n. 12 (2005): 1465-9. STRANGER, M. “Characterisation of Health Realted Particulate and Gasphase Compounds in Multiple Indoor And Outdoor Sites in Flanders.” (Tese de Doutorado) Universiteit Antwerpen. 2005.

Page 81: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

79

STRANGER, M., POTGIETER-VERMAAK, S. S., VAN GRIEKEN, R. “Characterization of Indoor Air Quality in Primary Schools in Antwerp, Belgium.” Indoor Air 18 (2008): 454-463. SZWARCFITER, L. “Opções para o aprimoramento do controle de emissões de poluentes atmosféricos por veículos leves no Brasil: uma avaliação do potencial de programas de inspeção e manutenção e de renovação acelerada da frota.” Tese (Doutorado em Ciências em planejamento energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio do Janeiro, 2004. 245. TENA, A. F., CLARÀ, P. C. “Deposition of Inhaled Particles in the Lungs.” Archivos de Bronconeumologia 48, n. 7 (2012): 240-246. TRANCOSO, M., SOUSA, A., MOURO, F., FREITAS, C. M., ALMEIDA, S., CANHA, N. “Indoor Air Quality: Validation and Setting Up Quality Control For Determination of Anions and Cations in Particulate Matter.” Accreditation and Quality Assurance 17 (2012): 199-206. UBA, L. “Poluição Atmosférica em Região Limítrofe dentro da cidade de Curitiba.” (Dissetação de Mestrado) Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC. 2011. UNEP, (UNITED NATION ENVIRONMENT). “Integrated Assesment of Black Carbon and Tropospheric Zone.” Sumaru for decisions makers, 2011. XHOFFER, C., BERNARD, P. and VAN GRIEKEN, R. “Chemical characterization and sourcer apportionment of individual aerosol particles over the North Sea and English Channel using multivariate techniques.” Environ. Sci. Thechnol. 25 (1991): 1470-1478. YANG, W., SOHN, J., KIM, J., SON, B., PARK, J. “Indoor air quality investigation according to age of the school buildings in Korea.” Journal of Environmental Management 1 (2009): 348-354. ZWOZDZIAK, A., SÓWKA, I., KRUPINSKA, B., ZWOZDZIAK, J., NYCH,A. “Infiltration or indoor sources as determinants of the elemental composition of particle matter inside a school in Wroclaw, Poland?” Building and Environment 66 (2013): 173-180.

Page 82: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

80

APEN

DIC

ÊS

APÊN

DIC

E 1. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados nas análises do m

aterial particulado do ano de 2009, para a Escola 1.

ESCO

LA 1 (2009)

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

24/nov 1.508

26.397 354

34 9.323

6.848 26

23 982

32.704 18.718

25/nov 3.557

49.376 741

53 20.724

14.472 53

49 1.438

78.406 800

26/nov 2.799

57.345 801

32 19.509

18.362 45

60 1.817

63.916 8.165

30/nov 2.006

21.504 355

30 12.312

10.124 32

22 619

44.531 345

01/dez 5.487

114.010 992

53 37.313

21.814 76

41 3.938

131.480 492

02/dez 2.978

41.029 757

18 19.078

15.948 41

26 1.308

67.267 22.821

03/dez 3.752

74.550 786

52 22.389

14.706 49

41 2.338

85.319 360

04/dez 6.379

114.991 1.701

60 36.982

24.422 79

41 3.204

147.250 601

05/dez 2.465

37.856 559

26 13.680

9.213 30

18 1.385

60.036 258

07/dez 3.447

52.360 1.481

52 18.402

14.965 40

78 1.675

79.403 239

Média

3.438 58.942

853 41

20.971 15.087

47 40

1.870 79.031

5.280

Desvio Padrão

1.502 32.967

440 15

9.438 5.492

18 19

1.022 35.760

8.568

Externo

25/nov 1.524

12.163 422

39 11.574

12.856 42

82 475

30.913 7.514

30/nov 1.360

8.614 184

5 8.050

6.334 20

2 262

29.785 114

01/dez 1.771

10.770 221

6 10.198

6.198 19

3 564

40.098 40

02/dez 1.598

10.706 320

40 10.128

7.271 35

31 446

36.083 25.958

03/dez 1.178

9.041 608

31 6.320

489 20

21 432

26.057 62

04/dez 498

407 574

26 309

294 13

17 439

11.186 19

05/dez 906

5.338 250

16 4.954

3.648 14

11 345

21.265 17

07/dez 1.924

10.990 468

36 8.577

7.036 26

26 490

43.684 34

Média

1.244 7.980

349 23

7.077 5.330

23 22

415 27.631

3.998 D

esvio Padrão 471

3.881 162

14 3.622

4.078 10

26 92

10.507 9.164

Page 83: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

81

A

PÊND

ICE 2. C

oncentração Elem

entar (ng/m³) dos elem

entos encontrados nas análises do material particulado do ano de 2009, para a E

scola 3. ESC

OLA

3 (2009) LO

CA

L D

ATA

A

l C

a C

l C

u Fe

K

Mn

Pb S

Si Zn

Interno

03/nov 2.038

20.099 350

43 13.496

8.469 44

38 558

42.321 50

04/nov 2.055

31.784 447

60 14.243

13.039 42

63 671

43.937 67

05/nov 3.015

38.334 450

50 19.603

15.055 51

76 755

64.449 60

10/nov 791

24.551 386

18 5.714

4.899 12

28 488

17.549 44

11/nov 510

16.254 320

47 444

352 8

20 382

11.934 52

12/nov 641

21.285 436

58 508

403 18

37 386

14.196 44

Média

1.508 25.384

398 46

9.002 7.036

29 44

540 32.398

53

D

esvio Padrão

1.011 8.215

55 15

7.953 6.255

19 21

152 21.116

9

Externo

04/nov 3.041

50.454 375

72 24.904

19.495 80

57 957

68.881 83

05/nov 2.200

43.757 261

47 32.127

13.331 64

50 712

43.361 129

06/nov 1.691

29.075 438

70 12.545

679 42

40 390

35.429 35

09/nov 703

22.961 389

42 5.677

4.365 10

46 308

15.882 58

09/nov 380

13.026 188

39 494

301 18

42 345

8.959 26

11/nov 575

20.252 251

45 6.754

355 23

28 563

14.338 40

12/nov 723

18.982 281

47 7.441

490 25

26 464

16.685 36

13/nov 864

18.897 238

39 8.825

4.930 27

21 513

19.750 34

Média

1.272 27.176

303 50

12.346 5.493

36 39

531 27.911

55

D

esvio Padrão

944 13.213

87 13

10.702 7.178

24 13

215 20.194

35

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 84: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

82

APÊN

DIC

E 3. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados no ano de 2010, para a E

scola 1. ESC

OLA

1 (2010) LO

CA

L D

ATA

A

l C

a C

l C

u Fe

K

Mn

Pb S

Si Zn

Interno

17/mai

704 1.217

178 83

784 662

50 71

416 2.080

93 18/m

ai 409

769 251

4 285

285 9

4 267

1.064 24

19/mai

549 371

361 25

307 209

16 21

136 1.354

20 20/m

ai 733

1.066 718

25 454

312 19

18 228

2.016 26

21/mai

901 918

380 24

563 498

22 16

385 2.382

45 24/m

ai 1.014

1.202 335

32 824

602 39

40 293

2.705 1.446

25/mai

1.234 5.891

1.086 4

758 575

17 10

1.222 3.053

43 26/m

ai 1.311

4.700 303

33 919

888 31

27 1.168

3.603 355

27/mai

1.584 1.015

121 26

845 719

33 27

547 3.873

88 28/m

ai 1.537

2.151 651

9 1.121

1.062 34

18 467

3.841 980

Média

998 1.930

439 26

686 581

27 25

513 2.597

312 D

esvio Padrão

409 1.851

295 23

274 270

13 19

379 997

497

Externo

17/mai

241 522

138 2

306 765

22 6

491 650

433 18/m

ai 291

1.239 104

24 218

173 13

20 277

838 31

19/mai

635 1.050

340 32

497 792

23 38

2.260 1.539

188 20/m

ai 776

5.254 1.101

26 518

423 19

20 1.576

2.226 39

21/mai

812 2.937

502 23

519 519

21 21

1.297 2.380

37 24/m

ai 999

5.619 1.262

10 779

975 24

27 2.641

2.820 223

25/mai

1.263 1.364

687 28

729 637

26 25

721 3.633

28 26/m

ai 1.382

1.584 451

26 816

619 30

24 503

3.467 50

27/mai

1.373 1.284

696 37

1.080 637

37 66

362 3.720

1.898 28/m

ai 1.446

2.306 801

25 828

629 26

21 404

3.817 38

Média

922 2.316

608 23

629 617

24 27

1.053 2.509

297 D

esvio Padrão

446 1.777

381 10

264 218

6 16

853 1.190

578

Page 85: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

83

A

PÊND

ICE 4. C

oncentração Elem

entar (ng/m³) dos elem

entos encontrados no ano de 2010, para a Escola 2.

ESCO

LA 2 (2010)

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n P

b S

S

i Zn

Interno

01/jun 1.931

12.103 2.607

11 1.360

1.181 32

17 2.937

5.795 274

02/jun 820

773 282

13 509

423 17

12 303

2.450 444

02/jun 745

2.166 100

11 466

337 12

11 702

1.943 70

02/jun 3.889

4.998 5.580

53 2.467

2.073 81

41 1.159

11.365 681

02/jun 6.749

20.374 951

73 4.394

2.600 102

89 4.086

18.517 1.142

09/jun 8.280

17.853 998

86 4.892

2.817 92

73 3.721

20.183 496

10/jun 9.888

30.622 1.287

69 6.908

3.401 116

72 7.778

26.706 824

Média

4.615 12.698

1.686 45

2.999 1.833

65 45

2.955 12.423

562 D

esvio Padrão

3.717 10.951

1.900 33

2.463 1.206

43 33

2.597 9.624

356

Externo

31/mai

1.975 1.979

430 71

1.052 747

32 39

277 5.130

44 01/jun

1.207 4.956

693 28

824 738

29 24

1.478 3.595

753 02/jun

720 3.945

451 4

482 388

13 5

1.237 2.050

297 04/jun

653 2.356

572 6

507 580

20 10

452 1.860

560 07/jun

2.086 2.443

630 34

1.318 929

46 27

672 6.177

710 08/jun

2.202 4.964

458 10

1.446 1.372

29 19

1.149 5.510

1.536 09/jun

7.771 8.452

2.664 47

5.607 5.230

244 72

2.119 22.367

4.151 10/jun

7.838 14.897

1.027 50

4.567 2.621

92 47

2.038 19.697

465 11/jun

3.041 7.852

432 20

1.890 1.135

38 18

1.224 8.125

208 M

édia 3.055

5.760 817

30 1.966

1.527 60

29 1.183

8.279 969

Desvio

Padrão 2.797

4.132 718

23 1.844

1.536 73

21 644

7.523 1.268

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 86: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

84

APÊN

DIC

E 5. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados no ano de 2010, para a E

scola 3 ESC

OLA

3 (2010) LO

CA

L D

ATA

A

l C

a C

l C

u Fe

K

Mn

Pb S

Si Zn

Interno

07/jun 1.106

75.258 1.655

41 10.133

18.221 33

52 1.192

37.455 69

08/jun 708

54.043 835

49 2.478

501 26

40 1.331

23.990 43

10/jun 769

18.024 154

22 9.431

479 27

7 719

21.924 61

14/jun 1.390

58.845 1.036

59 10.898

18.212 35

298 1.476

38.949 73

16/jun 942

27.606 232

46 7.983

8.834 28

32 688

25.938 33

17/jun 1.511

26.416 215

48 14.547

9.536 44

33 559

42.298 48

18/jun 3.852

109.174 579

89 20.245

19.728 63

79 1.175

122.551 68

Média

1.468 52.766

672 50

10.817 10.787

36 77

1.020 44.729

56 D

esvio Padrão

1.093 32.302

548 20

5.519 8.244

13 100

359 35.241

15

Externo

07/jun 1.459

40.183 854

59 19.031

22.290 60

45 827

41.498 81

08/jun 875

18.189 182

54 10.017

537 40

34 739

27.903 61

10/jun 954

65.668 866

37 7.174

6.379 25

35 1.682

32.034 52

16/jun 1.369

16.557 66

58 15.168

10.191 42

35 425

30.122 38

17/jun 828

23.856 228

19 4.819

4.924 14

16 376

26.361 18

Média

1.097 32.891

439 45

11.242 8.864

36 33

810 31.584

50 D

esvio Padrão

295 20.567

389 17

5.818 8.262

18 11

525 5.947

24

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 87: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

85

APÊN

DIC

E 6. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados no ano de 2011, para a E

scola 1.

ESCO

LA 1 (2011)

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

29/set 4.258

5.025 607

14 2.221

2.063 46

12 2.240

6.519 279

30/set 19.601

17.433 1.413

9 9.890

11.996 202

68 15.845

27.236 854

03/out 2.610

2.234 157

0 1.125

798 19

ND

919

3.886 89

04/out 2.715

3.854 513

ND

1.290

907 26

ND

1.979

4.000 94

05/out 3.357

4.764 658

ND

1.538

ND

23

ND

3.058

4.622 136

06/out 3.721

6.316 670

ND

1.813

ND

26

ND

5.047

5.355 113

Média

6.044 6.604

670 8

2.980 3.941

57 40

4.848 8.603

261 D

esvio Padrão

6.670 5.475

411 7

3.408 5.400

72 40

5.561 9.180

299

Externo

27/set 896

324 N

D

ND

442

462 5

ND

300

1.437 9

28/set 2.333

862 37

ND

987

876 22

ND

1.097

3.469 32

29/set 4.977

3.211 443

13 2.750

2.261 66

14 935

7.594 247

30/set 3.346

1.457 39

5 1.724

1.664 38

12 1.267

4.699 99

03/out 1.664

575 47

ND

585

565 3

ND

427

2.372 38

04/out 318

200 550

ND

145

255 N

D

ND

266

491 22

05/out 3.006

1.327 1.112

ND

1.451

ND

25

ND

733

4.080 501

06/out 2.302

558 439

ND

648

ND

12

ND

1.243

2.139 227

Média

2.355 1.064

381 9

1.092 1.014

24 13

784 3.285

147 D

esvio Padrão

1.466 976

391 6

850 785

22 1

414 2.223

171

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 88: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

86

APÊN

DIC

E 7. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados no ano de 2011, para a E

scola 4.

ESCO

LA 4 (2011)

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cd

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

24/mai

1.885 1.887

3.335 178

ND

1.101

ND

20

ND

1.284

2.443 59

25/mai

2.866 1.808

3.046 181

ND

1.841

ND

33

ND

896

3.370 73

26/mai

3.468 1.257

3.851 403

ND

1.621

ND

23

ND

737

6.179 31

27/mai

5 N

D

1.581 103

ND

13

ND

1

ND

24

56 N

D

31/mai

4.643 2.226

3.515 807

18 3.123

1.467 63

3 1.686

7.674 390

01/jun 3.102

1.787 3.760

215 N

D

1.835 N

D

27 N

D

892 4.900

46 M

édia 2.662

1.793 3.181

315 18

1.589 1.467

28 3

920 4.104

120 D

esvio Padrão

1.579 348

836 261

1.020

20

558

2.734 152

Externo

24/mai

410 305

1.926 75

ND

145

ND

2

ND

377

384 4

25/mai

90 19

1.495 80

ND

55

ND

3

ND

57

112 N

D

26/mai

ND

N

D

1.263 92

ND

7

ND

0

ND

8

40 N

D

27/mai

2.531 1.629

2.883 1.130

ND

1.257

ND

20

ND

652

4.748 27

31/mai

1.116 542

2.987 209

ND

519

ND

6

ND

565

1.340 86

01/jun 943

598 2.941

116 N

D

414 N

D

0 N

D

405 1.221

8 02/jun

3.311 3.011

3.892 606

7 2.188

141 40

ND

868

4.409 73

Média

1.400 1.017

2.484 330

7 655

141 10

ND

419

1.751 40

Desvio

Padrão 1.258

1.118 947

400

799

15

311 1.999

38

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 89: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

87

APÊN

DIC

E 8. Concentração E

lementar (ng/m

³) dos elementos encontrados no ano de 2011, para a E

scola 5.

Escola 5 (2011) LO

CA

L D

ATA

A

l C

a C

l Fe

Mn

S Si

Zn

Interno

30/ago 580

2.302 356

318 0

1.734 881

32 31/ago

811 2.738

536 435

1 2.482

1.345 25

01/set 1.466

1.750 792

664 8

1.278 3.116

33 05/set

2.209 2.990

449 1.115

15 1.880

2.548 24

12/set 1.684

2.976 962

858 9

2.079 2.610

37 13/set

2.218 2.271

831 977

14 1.550

4.663 18

14/set 1.259

5.064 1.745

661 8

4.096 2.335

18 15/set

989 1.566

357 519

1 768

1.376 15

Média

1.402 2.707

754 693

7 1.983

2.359 25

Desvio Padrão

611 1.088

461 274

6 997

1.205 8

Externo

30/ago 431

269 656

234 2

365 554

107 31/ago

1.199 604

218 725

10 617

1.999 38

01/set 1.844

618 510

967 17

672 4.025

24 05/set

3.725 2.429

388 2.273

35 527

5.776 48

12/set 2.873

1.774 983

1.790 27

606 5.221

236 13/set

2.127 681

347 1.039

18 584

4.763 17

14/set 959

299 921

497 3

323 1.694

30 15/set

915 324

103 563

3 133

1.109 24

Média

1.759 875

516 1.011

14 478

3.143 66

Desvio Padrão

1.113 793

318 692

12 186

2.032 75

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 90: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

88

APÊN

DIC

E 9. Valores para o fator de enriquecim

ento (FE) para os elem

entos da Escola 1, no ano de 2009.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

24/nov 1

39 147

34 10

14 1,5

97 204

6,4 14416

25/nov 1

31 130

22 9,5

13 1,3

86 126

6,5 261

26/nov 1

46 179

17 11

21 1,4

134 203

6,7 3388

30/nov 1

24 111

22 10

16 1,4

69 96

6,5 200

01/dez 1

47 113

14 11

13 1,2

46 224

7 104

02/dez 1

31 159

9 10

17 1,2

54 137

6,6 8901

03/dez 1

45 131

21 9,7

12 1,1

69 195

6,7 111

04/dez 1

40 167

14 9,4

12 1,1

41 157

6,8 110

05/dez 1

34 142

15 9

12 1

45 176

7,1 122

07/dez 1

34 269

22 8,7

14 1

142 152

6,8 80

Média

1 37

155 19

9,9 14

1,2 78

167 6,7

2769

Externo

25/nov 1

18 173

38 12

27 2,4

336 98

6 5728

30/nov 1

14 85

5 9,6

15 1,3

10 60

6,4 98

01/dez 1

14 78

5 9,4

11 0,9

9 100

6,6 27

02/dez 1

15 125

37 10

14 1,9

119 87

6,6 18869

03/dez 1

17 323

39 8,7

1,3 1,4

113 115

6,5 61

04/dez 1

1,8 720

77 1

1,9 2,1

216 275

6,6 45

05/dez 1

13 173

27 8,9

13 1,3

77 119

6,9 22

07/dez 1

13 152

28 7,2

12 1,2

84 80

6,7 20

Média

1 13

229 32

8,4 12

1,6 120

117 6,5

3109

Page 91: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

89

A

PÊND

ICE 10. V

alores para o fator de enriquecimento (FE

) para os elementos da E

scola 3, no ano de 2009.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

03/nov 1

22 107

31 11

13 1,9

116 86

6,1 29

04/nov 1

35 136

43 11

20 1,8

191 102

6,3 38

05/nov 1

29 93

24 11

16 1,5

158 78

6,3 23

09/nov 1

73 346

89 13

20 1,3

405 137

6,6 95

10/nov 1

70 306

35 12

19 1,3

220 193

6,5 65

11/nov 1

71 392

137 1,4

2,2 1,4

241 235

6,9 119

12/nov 1

74 426

134 1,3

2 2,5

364 189

6,5 79

Média

1 53

258 71

8,6 13

1,6 242

146 6,4

64

Externo

04/nov 1

37 77

35 13

20 2,3

117 98

6,6 32

05/nov 1

45 74

31 24

19 2,5

142 101

5,8 68

06/nov 1

39 162

61 12

1,3 2,2

148 72

6,1 24

09/nov 1

77 309

151 2,1

2,5 4

685 283

6,9 80

11/nov 1

79 273

116 19

1,9 3,4

303 306

7,3 80

12/nov 1

59 243

96 17

2,1 3

229 201

6,8 58

13/nov 1

49 172

67 17

18 2,7

151 186

6,7 45

Média

1 55

187 80

15 9,3

2,9 254

178 6,6

55

Page 92: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

90

APÊN

DIC

E 11. Valores para o fator de enriquecim

ento (FE) para os elem

entos da Escola 1, no ano de 2010.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

17/mai

1 3,9

158 174

1,8 3

6,1 634

185 0,9

153 18/m

ai 1

4,2 384

13 1,1

2,2 1,8

67 204

0,8 69

19/mai

1 1,5

412 66

0,9 1,2

2,4 240

78 0,7

41 20/m

ai 1

3,3 613

51 1

1,3 2,2

149 97

0,8 42

21/mai

1 2,3

264 39

1 1,7

2 108

134 0,8

59 24/m

ai 1

2,7 207

46 1,3

1,9 3,3

248 91

0,8 1657

25/mai

1 11

551 5

1 1,5

1,2 51

310 0,7

41 26/m

ai 1

8 145

37 1,1

2,1 2

128 279

0,8 315

27/mai

1 1,4

48 25

0,9 1,4

1,8 107

108 0,7

64 28/m

ai 1

3,1 265

9 1,2

2,2 1,9

73 95

0,7 740

Média

1 4,1

305 47

1,1 1,8

2,5 181

158 0,8

318

Externo

17/mai

1 4,9

359 12

2,1 10

7,7 142

638 0,8

2092 18/m

ai 1

9,5 224

123 1,2

1,9 3,7

434 297

0,8 124

19/mai

1 3,7

335 74

1,3 3,9

3,1 375

1113 0,7

344 20/m

ai 1

15 888

49 1,1

1,7 2,1

157 635

0,8 58

21/mai

1 8,1

387 42

1 2

2,2 162

499 0,9

53 24/m

ai 1

13 790

15 1,3

3,1 2,1

166 827

0,8 260

25/mai

1 2,4

340 33

0,9 1,6

1,7 122

179 0,8

26 26/m

ai 1

2,6 204

28 1

1,4 1,9

108 114

0,7 42

27/mai

1 2,1

317 39

1,3 1,5

2,3 301

82 0,8

1605 28/m

ai 1

3,6 347

25 0,9

1,4 1,5

91 87

0,8 30

Média

1 6,5

419 44

1,2 2,8

2,8 206

447 0,8

463

Page 93: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

91

APÊN

DIC

E 12. Valores para o fator de enriquecim

ento (FE

) para os elementos da E

scola 2, no ano de 2010.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

01/jun 1

14 844

8,4 1,1

1,9 1,4

54 476

0,9 165

02/jun 1

2,1 215

24 1

1,6 1,7

92 115

0,9 629

04/jun 1

6,5 84

21 1

1,4 1,4

91 295

0,8 108

07/jun 1

2,9 897

20 1

1,7 1,8

66 93

0,9 203

08/jun 1

6,8 88

16 1,1

1,2 1,3

83 189

0,8 197

09/jun 1

4,8 75

15 1

1,1 1

55 141

0,7 70

10/jun 1

6,9 81

10 1,1

1,1 1

46 246

0,8 97

11/jun 1

9,3 97

10 1,3

1,4 1,2

57 273

0,8 237

Média

1 6,7

298 16

1,1 1,4

1,3 68

228 0,8

213

Externo

31/mai

1 2,2

136 53

0,9 1,2

1,4 123

44 0,8

26 01/jun

1 9,2

359 34

1,1 1,9

2,1 126

383 0,9

725 02/jun

1 12

392 7,1

1,1 1,7

1,5 41

537 0,8

478 04/jun

1 8,1

547 13

1,3 2,8

2,6 99

216 0,8

995 07/jun

1 2,6

189 24

1 1,4

1,9 80

101 0,9

395 08/jun

1 5

130 6,7

1,1 2

1,1 53

163 0,7

810 09/jun

1 2,4

214 8,9

1,2 2,1

2,7 58

85 0,8

620 10/jun

1 4,3

82 9,5

0,9 1

1 37

81 0,7

69 11/jun

1 5,8

89 9,7

1 1,2

1,1 38

126 0,8

80 M

édia 1

5,8 238

19 1,1

1,7 1,7

73 193

0,8 466

Page 94: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

92

APÊN

DIC

E 13. Valores para o fator de enriquecim

ento (FE) para os elem

entos da Escola 3, no ano de 2010.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

07/jun 1

152 936

54 15

52 2,5

295 337

9,9 73

08/jun 1

171 738

102 5,7

2 3,1

353 588

9,9 71

10/jun 1

53 125

42 20

2 3

56 292

8,4 92

14/jun 1

95 466

62 13

41 2,1

1339 332

8,2 61

16/jun 1

66 154

71 14

29 2,5

212 228

8,1 40

17/jun 1

39 89

47 16

20 2,5

137 116

8,2 37

18/jun 1

64 94

34 8,5

16 1,4

128 95

9,3 21

Média

1 91

372 59

13 23

2,5 360

284 8,9

56

Externo

07/jun 1

62 366

60 21

48 3,5

194 177

8,3 65

08/jun 1

47 130

92 19

2 3,9

245 264

9,4 81

10/jun 1

154 568

57 12

21 2,2

229 552

9,9 64

16/jun 1

27 30

62 18

23 2,6

160 97

6,5 32

17/jun 1

65 172

34 9,5

19 1,4

120 142

9,3 25

Média

1 71

253 61

16 23

2,8 190

246 8,7

53

Page 95: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

93

APÊN

DIC

E 14. Valores para o fator de enriquecim

ento (FE) para os elem

entos da Escola 1, no ano de 2011.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

27/set 1

2,7 52

ND

0,7

1,1 0,7

ND

206

0,4 35

29/set 1

2,6 89

4,7 0,8

1,5 0,9

17 165

0,4 76

30/set 1

2 45

0,7 0,8

1,9 0,9

22 253

0,4 51

03/out 1

1,9 38

0 0,7

1 0,6

ND

110

0,4 40

04/out 1

3,2 118

ND

0,8

1 0,8

ND

228

0,4 40

05/out 1

3,2 123

ND

0,7

ND

0,6

ND

285

0,4 47

06/out 1

3,8 113

ND

0,8

ND

0,6

ND

424

0,4 35

Média

1 2,8

83 1,8

0,8 1,3

0,7 20

239 0,4

46

Externo

27/set 1

0,8 N

D

ND

0,8

1,6 0,5

ND

105

0,5 11

28/set 1

0,8 10

ND

0,7

1,2 0,8

ND

147

0,4 16

29/set 1

1,4 56

3,9 0,9

1,4 1,1

18 59

0,4 58

30/set 1

1 7,3

2,3 0,8

1,6 1

22 118

0,4 34

03/out 1

0,8 18

ND

0,6

1,1 0,1

ND

80

0,4 26

04/out 1

1,4 1082

ND

0,7

2,5 N

D

ND

262

0,5 80

05/out 1

1 231

ND

0,8

ND

0,7

ND

76

0,4 193

06/out 1

0,5 119

ND

0,5

ND

0,4

ND

169

0,3 115

Média

1 1

218 3,1

0,7 1,6

0,7 20

127 0,4

67 N

D = abaixo do lim

ite de detecção

Page 96: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

94

APÊN

DIC

E 15. Fator de enriquecimento (FE

) para os elementos da E

scola 4, no ano de 2011.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Cu

Fe K

M

n Pb

S Si

Zn

Interno

24/mai

1 2,2

59,1 N

D

0,9 N

D

0,9 N

D

212,9 0,4

36,4

25/mai

1 1,4

39,4 N

D

1 N

D

1 N

D

97,8 0,3

29,4

26/mai

1 0,8

72,7 N

D

0,8 N

D

0,6 N

D

66,5 0,5

10,3

27/mai

1 N

D

11882,3 N

D

3,9 N

D

8,6 N

D

1407,1 3

ND

31/mai

1 1,1

108,6 5,6

1,1 1

1,2 4,4

113,5 0,5

97,6

01/jun 1

1,3 43,3

ND

1

ND

0,7

ND

89,9

0,5 17,2

Média

1 1,4

2034 5,6

1,5 1

2,2 4,4

331 0,9

38

Externo

24/mai

1 1,7

114,7 N

D

0,6 N

D

0,3 N

D

287,8 0,3

11,1

25/mai

1 0,5

556,3 N

D

1 N

D

2,5 N

D

198,2 0,4

ND

26/mai

1 4,3

ND

762,9

ND

118,6

0 7867,7

ND

N

D

299,7

27/mai

1 1,4

279,2 N

D

0,8 N

D

0,7 N

D

80,6 0,6

12,4

31/mai

1 1,1

117,3 N

D

0,8 N

D

0,5 N

D

158,3 0,4

89,9

01/jun 1

1,4 76,8

ND

0,7

ND

0

ND

134,5

0,4 9,6

02/jun 1

2 114,4

2,9 1,1

0,1 1

ND

82

0,4 25,7

Média

1 1,8

210 383

0,8 59,4

0,7 7868

157 0,4

75

ND

= abaixo do limite de detecção

Page 97: Avaliação da participação de material particulado e seus impactos à

95

APÊN

DIC

E 16. Fator de enriquecimento (FE

) para os elementos da E

scola 5, no ano de 2011.

LOC

AL

DA

TA

Al

Ca

Cl

Fe M

n S

Si Zn

Interno

30/ago 1

8,9 384

0,9 0

935 0,4

65 31/ago

1 7,6

413 0,9

0,2 957

0,5 35

01/set 1

2,7 338

0,7 0,5

273 0,6

26 05/set

1 3

127 0,8

0,6 266

0,3 13

12/set 1

4 357

0,8 0,5

386 0,5

25 13/set

1 2,3

234 0,7

0,5 219

0,6 10

14/set 1

9 867

0,9 0,5

1018 0,5

17 15/set

1 3,5

226 0,9

0,1 243

0,4 18

Média

1 5,1

368 0,8

0,4 537

0,5 26

Externo

30/ago 1

1,4 952

0,9 0,4

265 0,4

289 31/ago

1 1,1

114 1

0,7 161

0,5 37

01/set 1

0,8 173

0,9 0,8

114 0,6

15 05/set

1 1,5

65 1

0,8 44

0,5 15

12/set 1

1,4 214

1 0,8

66 0,5

95 13/set

1 0,7

102 0,8

0,7 86

0,7 9

14/set 1

0,7 600

0,8 0,3

105 0,5

36 15/set

1 0,8

70 1

0,3 45

0,4 30

Média

1 1,1

286 0,9

0,6 111

0,5 66