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avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

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Page 1: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

FERNANDA ALVES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE TÉCNICA E INTERPRETATIVA DA

RADIOGRAFIA PANORÂMICA

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FLORIANÓPOLIS

2002

Page 2: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

FERNANDA ALVES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE TÉCNICA E INTERPRETATIVA DA

RADIOGRAFIA PANORÂMICA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Radiologia da

Universidade Federal de Santa Catarina,

como requisito para obtenção do titulo de

Especialista em Radiologia.

Orientador: ProP Inds Vilain.

FLORIANÓPOLIS

2002

Page 3: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

FERNANDA ALVES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE TÉCNICA E INTERPRETATIVA DA

RADIOGRAFIA PANORÂMICA

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do titulo de especialista em

Radiologia e aprovada em sua forma final pelo curso de especialização em

Radiologia.

FLORIANÓPOLIS, 21 DE JUNHO DE 2002

Prof' Inês Vilain

Presidente

Prof. Dr. José Ed' Rosa

Membro

Prof. Dr. Murilo José Nunes de Abreu

Membro

Page 4: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que estiveram ao meu lado nos momentos dificeis por que

passei, aos professores, amigos de turma, minha família e, em especial, meu companheiro Paulo,

que me auxiliou para o andamento desta monografia.

Page 5: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

A Arte é um sentimento dificil de ser definido. 0 seu

tema, por mais importante e grandioso que seja,

pode ser sempre simplificado ao ponto

de ser compreensível por todas as pessoas.

É ai então que a Arte atinge a sua forma mais sublime.

Charles Chaplin

Page 6: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

ALVES, FERNANDA. AVALIAÇA0 DA QUALIDADE TÉCNICA E INTERPRETATIVA

DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA. 2002. 28f. Monografia(Especialização em Radiologia)-

curso de Especialização em Radiologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

RESUMO

A presente pesquisa, através de uma revisão bibliográfica, procurou oferecer informações

importantes sobre a radiografia panorâmica e sua qualidade técnica e interpretativa, pois é m

tema muito discutido entre os profissionais de odontologia. 0 uso desta radiografia é mantida por

dentista para vários tratamentos odontológicos. Neste trabalho, foram levantados erros na

realização da radiografia panorâmica, enfocando principalmente a qualidade técnica e

interpretativa de tal. Esta técnica apresenta detalhe inferior se for comparada com as técnicas

intrabucais, mas apresenta muitos valores positivos dentro da odontologia. Inclui-se as facilidades

em seu manuseio, redução de radiação, comodidade para o paciente e completa reprodução

dentária.

Palavras— chave: radiografia panorâmica

Page 7: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

ALVES, FERNANDA. EVALUATION OF THE TECHNICAL AND INTERPRETATIVE

QUALITY OF PANORAMIC X-RAY. 2002. 28f. Monografia(Especialização em Radiologia)-

curso de Especialização em Radiologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

ABSTRACT

To present research, through a bibliographical revision, it tries to offer important

information about the panoramic x-ray and its technical and interpretative quality. A theme very

discussed among the dentistry professionals. The use of this x-ray is maintained by dentist for

several dentistry treatments. In this work, they will be lifted up mistakes in the accomplishment

of the panoramic x-ray, focusing mainly the technical and interpretative quality of such. Besides

offering means in its handling, this technique also presents inferior detail if it be compared with

the intra-buccal technique. The use of the panoramic x-ray, presents many positive values inside

of the dentistry, where there is radiation reduction, comfort for the patient and it completes dental

reproduction.

Key- Words: panoramic x-ray

Page 8: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

sunkmo

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 08

2 PROPOSIÇÃO 10

3 REVISÃO DA LITERATURA 11

3.1 Conceito e Evolução 1 1

3.2 Vantagens e desvantagens 12

3.3 Indicação das radiografias panorâmicas 14

3.4 Imagens fantasmas 17

3.5 Erros na execução das radiografias panorâmicas 18

3.5.1 Erros de posicionamento 19

3.5.2 Erros técnicos 23

4 DISCUSSÃO 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

Page 9: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

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1 INTRODUÇÃO

A qualidade ideal, tanto técnica quanto intetpretativa de suas radiografias é o que todos os

profissionais almejam encontrar ao encaminhar seus pacientes as clinicas de radiologia

odontológica. Porém, esse resultado nem sempre é alcançado deixando a desejar em vários

aspectos como encaminhamento de radiografias sem o padrão técnico ideal, com erros

provenientes das limitações ou do mau posicionamento do paciente.

A radiografia panorâmica tem se difundido cada vez mais pelas inúmeras vantagens que ofere-

cem quando comparadas ao exame radiográfico intrabucal periapical (FREITAS, 2000).

Esse tipo de radiografia, de acordo com o aparelho usado na sua obtenção, divide-se em dois

procedimentos: o estático e o dinâmico. Os procedimentos estáticos, também chamados não-

tomográficos, são os menos utilizados, devido a maior distorção e ampliação da imagem

apresentada e também devido às grandes doses de raios X a que são submetidos os órgãos

importantes, como por exemplo, a tireóide, a hipófise e glândulas salivares maiores (ALVARES;

TAVANO, 1998).

Estes ainda afirmam que, desde o advento da radiografia panorâmica inúmeros foram os

aparelhos colocados no mercado, uns mais sofisticados que outros, por diferentes fabricantes,

porém todos eles baseados em princípios mais ou menos semelhantes. Atualmente, apesar das

pequenas falhas do equipamento, do alto preço, e de algumas limitações, os aparelhos

panorâmicos encontram-se corno parte integrante do arsenal dos radiologistas.

Na procura de eficiência, qualidade com comodidade e praticidade é necessário frisar que se

radiografias distorcidas por erros técnicos e consequentemente mal interpretadas forem

encaminhadas pelas clinicas de radiologia, tanto o profissional que atuará quanto a própria saúde

de seu paciente estarão em risco.

Com esta preocupação RAZMUS e VAN DIS (1993), tem avaliado a qualidade das radiografias

nos consultórios em diferentes tempos por diferentes grupos de pesquisadores, sendo de extrema

Page 10: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

9

importância a competência das clinicas na obtenção e interpretação dessas imagens. A qualidade

da radiografia panorâmica tomada na pratica privada foi avaliada por Brezden e Brooks, nesta

avaliação os autores determinaram que somente uma das quinhentas radiografias panorâmicas

avaliadas não tinham erros técnicos

A Pantomografia traz como característica inerente um resultado radiográfico com excessiva

sobreposição de imagens radiográficas obtidas de diferentes graus de detalhes, o que exige

cuidadoso exame das radiografias obtidas para uma perfeita interpretação. Sendo assim, levanta-

se a seguinte questão: Qual o ideal na qualidade técnica e interpretativa da radiografia

panorâmica, e quais suas limitações?

Page 11: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

1 0

2 PROPOSIÇÃO

Este estudo objetiva avaliar a qualidade técnica e interpretativa da radiografia panorâmica, bem

como identificar os erros mais freqüentes ocorridos na sua execução e interpretação. Pretende

também, através de uma revisão de literatura, indicar a solução para os erros encontrados.

Page 12: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conceito e Evolução

A radiografia panorâmica possibilita, ao mesmo tempo como único procedimento de imagem, a

completa reprodução dos dentes e do maxilar, com inclusão da articulação têmporo-mandibular.

Este método de exame comprovado pela prática de radiação reduzida e confortável para o

paciente é nitidamente superior nestes quisitos ao periapical, já que este apresenta uma representação dentária incompleta e é muito mais trabalhoso. (PASLER; VISSER, 1991).

A radiografia panorâmica é uma espécie de técnica radiográfica, que permite a visualização de

toda a regido maxilomandibular, com uma ou no máximo duas exposições. Blackman, em 1960,

modificando a proposição de Walter Ott, que tentou, sem sucesso, fabricar um tubo de raio x

especial de tal maneira que o antido situado em uma extremidade do tubo fosse colocado no

interior da boca do paciente, conseguindo construir um aparelho panorâmico não-tomográfico,

que foi lançado no comércio com o nome de PANAGRAPH. A partir de então, outros aparelhos

foram lançados no mercado, usando o mesmo principio: PANORAMIX e STATUS X.(

ALVARES; TAVAN0,1998).

FREITAS; CESTARI, 1992 afirmaram que Yrjo V. Paatero desenvolveu em 1949, a

ortopantomografia, uma combinação genial dos princípios da tomografia e da técnica de Slot.

Neste ano, Paatero desenvolveu um método onde o filme é colocado externamente sobre um

tambor giratório. O filme no tambor e a cabeça do paciente giravam ao redor de um eixo, corn a

mesma velocidade, com uma faixa angular de 180°, sendo a fonte de raios X estacionária. As

radiografias panorâmicas, na sua evolução cronológica, apresentam duas modalidades:

panorâmicas estáticas e panorâmicas rotacionais. Nas panorâmicas estáticas, com o emprego de

uma Area focal colocada intraoralmente, a radiação X é dirigida através dos maxilares, expondo

um filme adaptado externamente na face do paciente. Este afirmou que o primeiro a desenvolver

e divulgar um aparelho estático foi o Dr. Walter Ott, dentista suiço, em 1946. Esse método, com

uma fonte intra-oral, foi modificado por Sidney Blackman, na Inglaterra, em 1960, e apresentado

comercialmente como Panograph. A panorâmica rotacional foi iniciada anteriormente com

Page 13: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

12

Numata, no Japão, apresentando, em 1933, um método com a fonte de raio X colocada

externamente. No sistema apresentado, o filme era colocado intra-oralmente, curvado na porção

lingual dos dentes, e a fonte de radiação X, externamente, com um estreito feixe com colimação

em fenda, que girava ao redor dos maxilares, com a cabeça do paciente estática.

Em 1950, Paatero usou pela primeira vez o termo pantomografia, união e contração das palavras

panorâmica(visdo global) e tomografia, uma técnica radiográfica para radiografias de faixas

(camadas) de tecido em profundidade, sem a interferência de tecidos em profundidade acima e

abaixo daquele nível escolhido.

A tomografia é um método radiográfico que permite obter imagens de partes de um objeto, cortes

livres de estruturas sobrepostas. Ela proporciona uma imagem distinta de uma selecionada faixa

de um objeto, enquanto as estruturas vizinhas são borradas propositalmente. Esse efeito é obtido

com um mecanismo que movimenta o tubo de raio X e o filme simultaneamente em direções

opostas.

Nesse mesmo ano, juntamente com Nelson e Kumpulla, Paatero desenvolve um protótipo do

método pantomogrifico, o qual foi classificado como um sistema panorâmico rotacional

concêntrico ou de eixo simples.

De acordo com Freitas; Rosa; Souza, 2000 existem tits princípios básicos na Pantomografia: 0

giro da fonte de raios x e filme ao redor da cabeça do paciente; giro do paciente entre a fonte de

raios x e o filme e a colocação da fonte de raios x no interior da cavidade bucal do paciente;

podendo ainda dividir os procedimentos em estáticos e dinâmicos.

3.2 Vantagens e desvantagens da radiogra fia panorâmica

Schiff et al.(1986) afirmaram que a radiografia panorâmica têm inúmeras vantagens. Nestas as

imagens incluem a maior parte da mandíbula e maxila, assim como estruturas circunvizinhas,

como a cavidade maxilar, fossa nasal, junta temporo-mandibular, processo estilóide, osso ióide e

espaços aéreos faringeanos.

Como qualquer técnica radiográfica, a radiografia panorâmica tem suas próprias indicações, o

que faz esse tipo de radiografia ser muito utilizada na odontologia, pois sendo uma técnica rápida

Page 14: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

13

e fácil, com o ciclo de rotação entre 14 e 22 s, pode ser obtida em pacientes que não podem abrir

a boca.

Os autores, incluem ainda as seguintes vantagens da radiografia panorâmica:

a) melhor cobertura de todo arco dental e estruturas associadas;

b) produção de relativa distorção das estruturas anatômicas;

c) dose de radiação significadamente reduzida para o paciente;

d) simplicidade e rapidez de procedimento;

e) reduzida superposição de estruturas anatômicas;

f) procedimento com o mínimo controle de infecção;

g) possibilidade de detecção de caries, doença periodontal e recentes mudanças

periapicais associadas a polpa com melhor confiabilidade no prognóstico de doença.

Como desvantagens, Freitas e Cestari (1992) destacam menor detalhe, devido ao uso de écrans, e

a maior distância objeto do filme, quando comparadas as técnicas intrabucais.

Estes dados são ratificados por Updegrave (1966), sobre a ocorrência de distorções devido A

distância foco — filme fixa, acrescentando ainda a distância objeto filme variável por causa de

mandíbulas e dentes de tamanhos diferentes, a disposição dos dentes nos arcos dentários e a

assimetria da maxila e mandíbula, e o feixe útil que é dirigido angulado em relação ao filme,

contrariando o principio de formação de imagens, que preconiza ângulo reto.

De acordo com Alvares e Tavano (1998) são inúmeras as vantagens decorrentes da utilização

dessa técnica radiográfica. A operacionalidade, a simplicidade de uso aliada à grande quantidade

de atendimentos, o pouco tempo usado na execução desta técnica e a facilidade de treinamento do

pessoal técnico, são fatores que favorecem este tipo de radiografia quando comparado As técnicas

intra-orais. Além do ganho de tempo na câmara escura, o paciente também aceita melhor esta

técnica radiográfica, uma vez que não necessita colocar o filme no interior da boca. 0

profissional por sua vez, não se preocupa com as variações anatômicas da cavidade bucal, com as

Page 15: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

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limitações de abertura de boca (trismo) e tem seu serviço facilitado quando explica ao seu

paciente os procedimentos a serem executados.

Como desvantagens, apresentaram a idéia de que, nesse tipo de radiografia, a falta de detalhe, ou

seja, a ma- definição de certas estruturas, a ligeira distorção e ampliação.

3.3 Indicação das radiografias panorâmicas

Capelli et al. (1991) enfatizaram as seguintes situações para avaliação nas radiografias

panorâmicas:

a) na pesquisa de caries: nas radiografias panorâmicas, a direção da fonte do raio X não é

ajustável em relação ao dentes, podendo uma area proximal se sobrepor a do dente

adjacente e impedir a visualização da regido. Os autores ainda afirmaram haver falta

de definição e aumento do tamanho real;

b) em periodontia: para diagnóstico periodontal, as radiografias panorâmicas não são

indicadas devido à distorção causada pelo ângulo de projeção e pouca definição, não

permitindo a fácil visualização de estruturas menores como ligamento periodontal,

lâmina dura, crista óssea e cálculos salivares;

c) em patologia e cirurgia: nesse caso, afirmaram que a configuração geral da região

bucodentdria oferecida por uma radiografia panorâmica permite visualizar lesões

dentais e apicais, dentes impactados não erupcionados ou supranumerários,

fragmentos apicais, cistos dentários, grau de reabsorção óssea, tumores malignos e

benignos, osteosclerose, calcificação dos ligamentos estilohibideos, calcificações

ectópicas, defeitos ósseos, traços de fratura, gravidade de traumatismos e reparação de

osteopatias.;

Page 16: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

15

d) na investigação de lesões periapicais: ressalta Cape lli et al. (1991) que o alto contraste inerente aos filmes usados em radiografias panorâmicas e a falta de precisão da imagem resultante são fatores que dão maior possibilidade de detecção de lesões

pequenas;

e) em prótese: inclinação axial dos dentes que serão receptores potenciais de prótese fixa ou removível; características ósseas (denso ou poroso), do rebordo alveolar (irregular

ou agudo), dos ossos maxilar e mandibular (altura) e do foramen mentoniano em

pacientes desdentados, são importantes informações da radiografia panorâmica.

f) em pediatria: a radiografia panorâmica por ser uma tomada extra-oral, é melhor aceita pelas crianças, sendo possível observar a posição dos germes dos dentes permanentes,

presença de mesiodens, agenesias, dentes supranumerários ou odontóides que poderiam

não aparecer em um exame periapical;

g) em ortodontia: avaliações regulares sobre o crescimento, processos de erupção e de

reabsorção, estado dos germes dos terceiros molares permanentes, alterações de peças

dentárias e abertura e fechamento de espaço entre dentes adjacentes. 0 fato de precisar

comparar um mesmo objeto em várias posições, faz com que a panorâmica seja a

radiografia ideal.

Alvares e Tavano (1998) também enfatizaram que as radiografias panorâmicas proporcionam

subsídios adequados para a maioria dos procedimentos de cirurgia bucal, avaliação do progresso

de tratamentos ortodõnticos, informações sobre crescimento e desenvolvimento em crianças e nos

levantamentos gerais da saúde bucal de uma população. Cada especialidade, de acordo com as

exigências diagnósticas, demanda diferentes características de um exame radiogrifico. Estes

afirmaram que o valor de qualquer técnica radiográfica & julgado pela quantidade e validade de

informações que podem ser obtidas nela.

Rushton, Homer, Worthington (1999) realizaram uma pesquisa onde os fatores que

influenciaram a maioria dos dentistas a favor de realizar a radiografia panorâmica foram:

Page 17: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

a) planejamento de cirurgia oral (95%);

b) trauma facial (90%);

c) doença periodontal (87,8%);

d) dentição muito restaurada (84,2%);

e) primeiro atendimento ao paciente (79%).

Por outro lado, outros fatores influenciaram a maioria dos dentistas a no realizar a radiografia

panorâmica, dentre estes:

a) paciente grávida (91,1%);

b) fobia a raio x (69,8%);

c) higiene oral boa (36,8%);

d) poucas restaurações (35,4%).

A maioria dos cirurgiões dentistas também expressaram nesta pesquisa, que a imagem da

radiografia panorâmica era pior que as radiografias intra-orais para diagnóstico de caries e que

tinham similar ou pior valor para identificação de cálculo dental e diagnóstico de lesões

inflamatórias periapicais, entre outras, mostrando que apesar de terem conhecimento das

limitações da radiografia panorâmica, estas estas não estão sendo fator impeditivo para sua

indicação.

Mesmo sendo a doença periodontal o fator que influenciou 87.8% dos dentistas a utilizarem as

radiografias panorâmicas, tendo a aparente vantagem de demonstrar o nível ósseo através da

dentição, na prática a imagem sofre uma sobreposição de pontos de contato provocando um

obscurecimento a crista óssea, juntamente com a superposição de sombras anatômicas fantasmas,

resultando em nitidez reduzida quando comparada com radiografias intra-orais.

Assim também, dentições muito restauradas têm sido vistas como um fator que influencia 84,2%

dos dentistas para realizar uma radiografia panorâmica. Este fator tam sido reconhecido como um

fator de risco para o desenvolvimento de caries, enquanto isso, a probabilidade de

desenvolvimento de lesões periapicais inflamatórias é maior para dentes muito restaurados.

16

Page 18: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

17

Contudo, pautas atuais em radiologia para o controle de dentições muito restauradas não

menciona o uso de radiografias panorâmicas, só recomendando filmes intra-orais.

importante ressaltar ainda entre as indicações, a ocorrência de fatos em que precisando

comparar um mesmo objeto em várias posições, torna-se a panorâmica a radiografia ideal.

3.4 Imagens fantasmas

De acordo com Monsour e Mendoza (1990), uma das características das radiografias

panorâmicas é a formação de imagens "fantasmas" (sombras invertidas, imagens secundarias...).

As imagens fantasmas apresentam as seguintes características:

a) mesma morfologia que suas contrapartes reais;

b) são mais borradas que o real;

c) em relação ao lado em que está o objeto elas aparecem no lado oposto;

d) aparecem na radiografia acima do local do objeto real;

e) o componente vertical dessa imagem é mais borrado que o componente horizontal;

O o componente vertical da imagem fantasma é sempre maior que o objeto real,

considerando que o componente horizontal pode ou não ser magnificado.

VVhaites (1996) enfatizou que as imagens fantasmas mais importantes incluem a coluna vertebral,

o corpo, ângulo e ramo de mandíbula, e o palato.

Segundo Langland e Langlais (1997) essa imagem fantasma é formada quando o objeto é

localizado entre a fonte de raio x e o centro de formação da imagem. Anatomicarnente, o objeto

está atrás do centro de rotação.

A imagem fantasma influencia na avaliação da radiografia panorâmica, interferindo na

interpretação desta escondendo informações. Por exemplo, a imagem fantasma de brincos

Page 19: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

18

aparece como uma radiopacidade mais larga no lado oposto e mais alta na radiografia que a

forma do brinco real, além disso, a imagem pode aparecer magnificada

3.5 Erros na execução das radiografias panorâmicas

De acordo com Schiff et.al . (1986) uma radiografia de diagnóstico, seja qual for a técnica

utilizada, precisa apresentar definição, contraste, distorção minima da imagem das estruturas

anatômicas, radiopacidade correta, demonstrando a densidade dos tecidos radiografados, e

cobertura total da região analisada.

Com certeza, ocorrem erros comuns interferindo na qualidade das radiografias panorâmicas.

Apesar de as radiografias panorâmicas darem boa cobertura anatômica, são encontradas falhas na

definição da imagem quando comparadas com filmes intra-orais. 0 preparo da radiografia

panorâmica com ótima qualidade e interpretação, necessita de uma boa preparação técnica, bem

como consciência da responsabilidade e uma técnica de trabalho meticulosa e plena de

autocrítica.

Os autores verificaram que nas radiografias panorâmicas os erros de posicionamento dos

pacientes são mais comuns que erros técnicos (88,1% e 11,9%, respectivamente).

Para evitar erros nas radiografias, forçando repetições, deve-se ficar atento aos seguintes itens:

a) a solicitação clinica decide qual a técnica de radiografia deve ser usada;

b) ante a posição do paciente, observar se há objetos que possam causar sombras no

trajeto das radiações;

c) proteger com o avental de proteção A frente e As costas do paciente;

d) explicar como deve ser o comportamento do paciente durante a exposição;

e) antes do posicionamento, o programa e os dados de exposição correspondentes A

solicitação clinica e A constituição do paciente devem ter sido registrados no aparelho;

1) a posição correspondente A solicitação deve ser cumprida passo a passo,

cuidadosamente.

Page 20: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

19

Pas ler e Visser (1991) afirmaram que radiografias feitas sem planejamento e sob pressão de tempo só podem ter qualidade aceitável por acaso. Os autores citaram os seguintes erros que

podem vir a diminuir a qualidade das ortopantomografias:

a) brincos e piercing;

b) colares e similares;

c) superexposição de raios x pelo meio de contraste negativo (AR);

d) ausência da lingua pressionada no palato;

e) superexposição em edentados;

f) posição incorreta da cabeça no cefalostato;

g) dentes anteriores em posição atras da camada;

h) posicionamento assimétrico;

i) movimentação da cabeça ou mandíbula do paciente.

Nas radiografias panorâmicas, falhas como filme não iniciando no ponto de partida, travamento

de chassi, papel ou gaze entre o filme e o écran intensificador, filme dobrado ou amassado dentro

do chassi, eletricidade estática, exposição incorreta, índice de perfil errado no mordedor, mau

posicionamento do avental de chumbo, são classificados como erros técnicos (CAPELLI et al.,

1991).

Também para Freitas E Cestari (1992) o fator critico na possibilidade de erros está no

posicionamento do paciente, sendo controlado pelo operador.

LANGLAND e LANGLAIS (1997) afirmam que o valor das radiografias panorâmicas é reduzido

quando os filmes são pobres em qualidade de diagnóstico, e isto não é um resultado de limitação

do equipamento e sim a apresentação de erros cometidos pelo operador no momento de

posicionar os pacientes e manusear o filme.

3.5.1 Erros de posicionamento

Page 21: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

20

Schiff et al. (1986) colocaram os seguintes erros de posicionamento com as respectivas

consequências na formação da imagem:

a) pacientes A frente: se a cabeça do paciente estiver muito A frente no descanso do

queixo, sera encontrada uma imagem estreitada e borrada dos dentes anteriores e das

estruturas ósseas nessa regido e uma sobreposição da espinha nas raizes,

bilateralmente. Também, um aumento dos dentes na região do primeiro pré-molar

pode ser freqüentemente notado;

b) pacientes muito atrás: poderá ser encontrada uma imagem aumentada e borrada dos

dentes anteriores e das estruturas ósseas na regido;

c) queixo inclinado muito para baixo: a curvatura excessiva do plano de oclusão; geração

de imagem indistinta ou sem estrutura de raiz dos dentes mandibulares anteriores;

estreitamento da distância intercondilar e pronunciada justaposição do contato do

dente posterior irão ocorrer se o queixo do paciente estiver inclinado muito para

baixo;

d) queixo elevado muito alto: se o queixo do paciente estiver inclinado muito para o alto,

resultara em achatamento do plano de oclusão; geração de imagem indistinta ou sem

estrutura de raiz dos dentes maxilares anteriores; aumento no comprimento da

distância intercondilar e a sobreposição do palato duro sobre as raizes dos dentes

maxilares anteriores;

e) cabeça virada: uma magnificação desigual da raiz e dentes posteriores irá ocorrer se a

cabeça do paciente estiver virada. Estruturas mais próximas ao filme irão parecer mais

estreitas e estruturas mais próximas A fonte de raio x parecerão mais largas que o

normal. Excessiva sobreposição dos pré-molares no lado mais distante do filme serão

o resultado;

O cabeça inclinada: resultará em uma distância desigual entre as bordas inferiores direita

e esquerda e o limite inferior do filme e freqüentemente causa uma perda de um

Page 22: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

21

côndilo no topo do filme, aumento da justaposição de contato do dente e uma

magnificação desigual das estruturas da direita e da esquerda;

g) posicionamento baixo do paciente: serão observadas uma imagem fantasma da coluna

no meio do filme e uma relativa Area radiopaca nessa regido, caso o pescoço do

paciente não esteja completamente na vertical;

h) queixo não bem posicionado no descanso: caso não aja um posicionamento correto,

uma distância exagerada entre a mandíbula e o descanso do queixo e perda da porção

superior da imagem do seio será o resultado;

i) não uso da guia de mordida: se o guia de mordida não é usado, o filme mostrará uma

sobreposição dos dentes no maxilar e na mandíbula;

j) máquina muito alta: se a máquina for muito alta, a borda inferior da mandíbula a partir

do limite inferior do filme não ill aparecer no filme;

k) lingua não tocando o palato: se a lingua do paciente não estiver elevada até o palato,

será encontrado no filme uma sobreposição de uma sombra radiohlcida no espaço

aéreo palatoglossal, sobre as raizes dos dentes maxilares. Esse espaço de ar não é

sempre simétrico, especialmente se o paciente engole e, momentaneamente, faz com

que a lingua não toque o palato duro;

1) lábios abertos: quando os lábios do paciente estão separados, uma relativa Area

radiohlcida na porção coronal dos dentes maxilares e mandibulares anteriores,

especialmente no terceiro incisivo, pode ser percebida;

m) movimentação do paciente: uma imagem distorcida da regido esquadrinhada pela viga

de rotação no momento do movimento do paciente sera o resultado;

Page 23: avaliação da qualidade técnica e interpretativa da radiografia

22

n) presença de prótese: se a prótese do paciente for deixada na boca, sera encontrada uma sobreposição do delineamento das porções metálicas e de porcelana da prótese sobre os dentes e estruturas ósseas. Resinas acrílicas que contém ingredientes opacos também irão

interferir no imageamento panorâmico.

Freitas e Cestari (1992) citaram quatro pontos que devem ser observados pelo operador:

a) extensão do pescoço em uma posição reta;

b) alinhamento do plano de Frankfurt;

c) alinhamento do plano sagital mediano;

d) posição antero-posterior do paciente.

Os autores acima afirmaram que artefatos de produção como brincos, correntes e outros devem ser retirados do paciente antes do posicionamento, já que estes irão produzir imagens que poderão

ocultar detalhes anatômicos importantes.

Para Horing e Lind (1993) um dos elementos-chave para a produção da alta qualidade das

radiografias panorâmicas também está no posicionamento correto e exato da cabeça.

No próprio posicionamento do paciente, estruturas são projetadas sobre a imagem com inter-

relacionamento especifico para cada um formar um molde reconhecido para uma exposição livre

de erro (LANGLAND ; LANGLAIS, 1997).

Chomenlco(198-?) relatou que os erros de posicionamento afetam a precisão anatômica dos

maxilares nas radiografias e causam a maior parte das discrepâncias da imagem. Esta é

reconhecida por um aumento da falta de nitidez e pela distorção das estruturas anatômicas que

aparecem claramente em outras estruturas.

As relações anatômicas especificas, na radiografia, permitem distinguir erros de posicionamento

horizontal e vertical.

Em relação à localização dos erros de posicionamento, afirmou que as discrepâncias da parte

posterior do ponto focal se reconhecem facilmente. Aparecem desfocamento e alargamento

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severo por detrás do ponto, enquanto que, na parte anterior do ponto focal, as estruturas aparecem

encurtadas e ligeiramente desfocadas. Ambos os maxilares, são igualmente distorcidos pelo

posicionamento vertical.

Já os erros no posicionamento horizontal, distorcem mais os maxilares do que a mandíbula. Por exemplo, as posições de elevação e descida do queixo, respectivamente alargam e encurtam a mandíbula. Entretanto, a maxila e a parte superior do ramo ascendente da mandíbula se distorcem mais que o corpo da mesma. A discrepância entre ambos os maxilares é maior na posição de

elevação de queixo que na posição de descida, e reflete nas diferenças quando da disposição dos

setores anatômicos no plano focal e na direção dos raios.

Sendo assim, as relações anatômicas sobre a radiografia proporcionam um guia para diferenciar

os erros de posicionamento horizontais dos verticais.

3.5.2 Erros técnicos

Quanto aos erros técnicos, Schiff et al. (1986) destacaram os seguintes:

a) não iniciar na base: se não houver inicio na base, uma porção branca no filme com

perda de algumas das estruturas desejadas da imagem sera o resultado;

b) resistência do cassete: várias bandas verticais escuras no filme serão encontradas como

resultado do excesso de exposição de areas do filme por atraso do cassete;

c) papel ou gaze (ou outra fibra de algodão) entre o filme e a tela de intensificação: uma

área radiopaca na imagem sera encontrada caso um objeto estranho estiver entre o

filme e a tela;

d) filme enrugado: se o filme for dobrado enquanto acontece o carregamento ou

descarregamento do cassete, irá aparecer uma Area radiohacida de forma crescente. Ao

contrário do que se acredita, esse erro é causado por marcas de unhas (arranhões);

e) eletricidade estática: sera causado um padrão variável que aparentemente se assemelha

a pontos ou ramos radioliicidos ou clarões como areas radiolácidas. Tais padrões são

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causados por uma carga elétrica que ocorre em atmosferas secas quando o filme é

colocado ou retirado do cassete muito rapidamente;

e) exposição incorreta: exposição à luz branca causa escurecimento demasiado ou

enevoado do filme ou parte dele. Exposição dupla resulta em duas ou mais imagens

sobrepostas em um único filme. Exposição insuficiente do filme resulta em filmes

muito claros e freqüentemente não pode ser usado para diagnósticos de mudanças em

tecidos duros. Porém, as imagens de tecidos moles é melhorada, principalmente em

lesões dos tecidos moles que invadiram os espaços aéreos. Superexposição resulta em

escurecimento uniforme do filme que pode ser útil para diagnósticos, somente quando

visualizado sob uma intensidade de iluminação variável ou se iluminado com solução

química redutora;

f) filme dobrado no cassete: uma imagem torcida no filme e freqüentemente uma perda

de parte da anatomia pode ser o resultado de dobraduras no filme dentro do cassete.

Esse erro ocorre mais freqüentemente quando é carregado um filme de 5 polegadas

em um cassete de 6 polegadas;

g) avental de chumbo: se o paciente estiver vestindo um avental de chumbo, o resultado

sera uma imagem radiopaca unilateral ou bilateral do avental próximo ao meio no

limite inferior do filme.

Constatou-se, portanto, que ainda que os erros técnicos ocorram porque o paciente está

posicionado impropriamente, muitos desses erros estão dentro do controle dos operadores e

podem ser eliminados completamente pela atenção especifica.

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4. DISCUSSÃO

A definição de uma radiografia tecnicamente correta é aquela que reproduza com maior

fidelidade as estruturas radiografadas e que tenha a densidade ótica ideal para a sua interpretação,

isto 6, o grau médio de densidade e contraste.

A maioria dos autores afirmaram que grande parte do erros que diminuem a qualidade da

radiografia panorâmica são de ordem técnica. São erros operacionais decorrentes da postura

paciente/aparelho, e que podem ser facilmente solucionados se atendidos os princípios inclusos

na rotina operacional ( SCHIFF etal., 1986; PASLER; VISSER, 1991; WHAITES, 1996).

Embora a causa mais comum das alterações na imagem das estruturas radiografadas seja as

diversas distorções provocadas pelo indevido posicionamento do paciente em relação ao

aparelho, outros fatores podem, também, em menor escala, contribuir para o aparecimento das

distorções. Entre eles, Chomenko (198-?) ressalta as variações anatômicas do paciente,

representadas pela disposição de seus arcos dentais, pelos tamanhos dos dentes, pela assimetria

da maxila e mandíbula, situações que tornam variável a distancia objeto/filme.

A ocorrência de distorção de qualquer natureza representa ponderável elemento na análise

incorreta das imagens obtidas, podendo provocar interpretações errôneas na complementação do

diagnóstico definitivo.

A eliminação ou, pelo menos, a minimização dos diferentes itens que podem provocar distorção

encontram, normalmente, solução fácil na observância das recomendações técnicas por parte do

operador. A operacionalidade e a simplicidade no uso do aparelho panorâmico permitem o

treinamento eficiente do pessoal técnico, muito mais fácil que nas técnicas intrabucais.

Em contrapartida, a interpretação das imagens obtidas na radiografia panorâmica exige do

radiologista alguns elementos indispensáveis fulcrados no sólido conhecimento da anatomia

radiográfica e suas variações e de patologia óssea e dental.

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0 conhecimento da anatomia deve-se, principalmente, ao grande número de estruturas

anatõmicas que deverão aparecer na radiografia com imagens superpostas, dificultando a sua

decomposição. Somam-se a estas as patologias ósseas( PASLER; VISSER, 1991).

Hushton, Honer e Worthington (1999), analisando os fatores que levam os dentistas a realizarem

a radiografia panorâmica, fez um paralelo entre o que é requisitado pelos dentistas e as suas

indicações. Conclui que cuidados devem ser tomados para não ultrapassar os limites das

indicações da radiografia panorâmica, devendo utilizá-las com cautela na investigação de lesões

de cárie e para diagnóstico periodontal. Porém, tal técnica esta bem indicada na detecção e

avaliação de lesões patológicas; na cirurgia, em investigações de lesões periapicais; próteses e

implantes; na pediatria, ortodontia e, também, na investigação de corpos estranhos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo que se pode constatar nesta revisão literária, deve-se frisar que a apresentação de uma ampla

area examinada, padronização e simplicidade de execução e pouca dose de radiação, ocorrendo

maior proteção ao paciente e ao profissional, são pontos importantes que podem fazer a

radiografia panorâmica ser mais utilizada.

Ao se utilizar a radiografia panorâmica, os pacientes podem observar melhor suas necessidades

odontológicas e ainda é uma ótima opção para aqueles que não permitem o tratamento.

Ainda pode-se concluir que:

São de responsabilidade do operador a maioria dos erros encontrados, bem como soluciond-lose

entre eles um dos erros mais comuns detectados é o fato do paciente não manter a lingua elevada

durante a exposição.

A obtenção de uma radiografia panorâmica é mais rápida que um levantamento intrabucal;

Deve-se fazer necessário treinamento para a manipulação ideal do equipamento, bem como

controlar a qualidade de produção do filme para corrigir os erros feitos regularmente, pois

procedimentos de garantia de qualidade são efetivos e necessários sempre que são feitas

radiografias;

Os erros encontrados nas radiografias panorâmicas são, na sua maioria, de ordem de

posicionamento e podem ser resolvidos pela observância correta das técnicas indicadas e das

recomendações dos fabricantes de aparelhos;

Os erros oriundos da interpretação da imagem estão na razão inversa do preparo e da experiência

do radiologista. A redução do conhecimento de anatomia radiográfica e suas variações, de

patologia óssea e dental e das eventuais " imagens fantasmas" , reduzem acentuadamente a

probabilidade de erros.

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Portanto, partindo do pressuposto que a radiografia a ser interpretada apresenta as condições

ideais de exame, isto 6, a reprodução mais fiel possível das estruturas radiografadas e a densidade

ótica adequada, o radiologista deve atender ao protocolo recomendado para a interpretação.

Nesse particular, o destaque vai para o uso de um bom negatosc6pio e de uma lupa. Munido

desses equipamentos, o profissional estará em condições de efetuar a interpretação das imagens

obtidas das imagens desejadas, utilizando com segurança a radiografia panorâmica.

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