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ANNELISE NAZARETH CUNHA RIBEIRO Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da maxila, utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico São Paulo 2011

Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após ... · Que Deus continue os abençoando, ... “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas

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ANNELISE NAZARETH CUNHA RIBEIRO

Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da

maxila, utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico

São Paulo

2011

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ANNELISE NAZARETH CUNHA RIBEIRO

Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da

maxila, utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico

Versão original

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para obter o título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.

Área de Concentração: Ortodontia Orientador: Prof. Dr. João Batista de Paiva

São Paulo

2011

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Catalogação-na-Publicação Serviço de Documentação Odontológica

Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo

Ribeiro, Annelise Nazareth Cunha Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da maxila,

utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico [versão corrigida] / Annelise Nazareth Cunha Ribeiro; orientador João Batista de Paiva. -- São Paulo, 2011.

102p. : fig., tab., graf.; 30 cm. Dissertação -- Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas. Área de

Concentração: Ortodontia. -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Versão corrigida de acordo com sugestões da Banca Examinadora em 03/06/2011

1. Expansão rápida da maxila. 2. Cavidade nasal – Expansão. 3. Tomografia Computadorizada de Emissão. 4. Ortodontia corretiva. I. Paiva, João Batista de. II. Título.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Ribeiro ANC. Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da maxila, utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico. Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de mestre em Ciências Odontológicas.

Aprovado em: / /2011

Banca Examinadora

Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________

Julgamento: ______________________Assinatura: ________________________

Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________

Julgamento: ______________________Assinatura: ________________________

Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________

Julgamento: ______________________Assinatura: ________________________

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DEDICATÓRIA

Ao meu amado marido, Ophir Ribeiro Júnior, por sempre demonstrar seu

amor e companheirismo nestes 15 anos de união! Somente nós sabemos o que

trilhamos juntos, e só conseguimos por termos nosso relacionamento fundamentado

no amor e com a presença de Cristo em nossas vidas. Meu amor por você

ultrapassa o entendimento!

Aos meus pais, Ilvece e Amélia, que são meus exemplos de vida, obrigada

por todas as oportunidades que me proporcionaram e pelo apoio incondicional que

me dão. Vocês são motivos de grande orgulho em minha vida. A inspiração e

incentivo de ingressar na área acadêmica vem de vocês! Agradeço a Deus por ter

me dado uma família tão maravilhosa... Amo-os eternamente e incondicionalmente!

Obrigada por existirem e por serem meus pais!

À minha irmã, Bethânia, meu cunhado Emerson e minhas lindas sobrinhas,

Ayla e Laísa, agradeço por existirem em minha vida! Obrigada, minha irmã, por

sempre me apoiar e torcer pelas minhas conquistas! Você é uma presença muito

especial em minha vida!

Aos meus sogros, Ophir e Zélia, meus cunhados, cunhadas e sobrinhos,

agradeço por sempre me tratarem como filha e pelo apoio e carinho que sempre

deram a mim e ao Ophir para seguirmos nossos sonhos! Agradeço a Deus por fazer

parte desta família...

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Pelo caminho, encontramos muitos obstáculos e dificuldades. Sozinhos, seria muito

difícil ultrapassá-los. Deus, no seu imenso amor, providencia verdadeiros anjos para

nos amparar e mostrar o rumo a seguir. Nesta empreitada, o enviado foi o Prof.

João Paiva. Sem a sua sábia interferência e segura orientação, muitas demandas

encontradas nesta jornada seriam difíceis de resolver. Por isso, rendo a esse

MESTRE não somente minhas homenagens e respeito, mas o mais profundo

agradecimento por sua colaboração e participação em minha vida profissional.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

As palavras são limitadas e são conseguem expressar a grandeza de alguém que

teve participação fundamental em minha caminhada. Meu querido mestre Prof. José

Rino Neto abriu-me várias portas que possibilitaram a atingência desta vitória. Sua

dedicação, sabedoria e interesse permitiram-me chegar até aqui. Obrigada!

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, autor da minha vida e consumador da minha fé, agradeço pelo

sustento e cuidado, pelas oportunidades que tem concedido em minha vida, pelos

momentos de alegria e de dificuldades!

O temor do SENHOR é o princípio do saber...” Provérbios 1:7

Aos amigos Geraldo Henrique, Érica, Henrique e Esther pelo constante apoio

e cuidado. Tem amigos que são mais chegados que a família. Vocês são a família

que escolhemos! Amo muito vocês!

Agradeço à Zilda, Cássia, Clóvis e sua família pelo apoio sempre deram a

mim e ao Ophir neste período de convivência! Que Deus continue os abençoando,

vocês são pessoas muito especiais em minha vida!

Aos colegas da prefeitura Celso, Cristiane Geziete, Maria Emília e Rosilene

pelo constante apoio e pela amizade. Vocês foram muito importantes nesta etapa!

“Assim como os perfumes alegram a vida, a amizade sincera dá ânimo para viver.”

Provérbios 27:9

Aos professores Júlio Wilson Vigorito, João Batista de Paiva, Jorge Abrão,

Solange Mongelli de Fantini, José Rino Neto, Gladys Cristina Dominguez-Morea,

André Tortamano e Lylian Kanashiro por me acolherem com tanto carinho desde

2003 quando ingressei no estágio. Agradeço pela constante contribuição na minha

vida profissional e acadêmica que foram muito importantes.

À Prof Solange Mongelli de Fantini por ceder a amostra para realização deste

trabalho.

A Dra Renata di Francesco por permitir minha participação no Ambulatório de

Otorrinolaringologia do HC e pela importante contribuição na minha vida profissional.

Ouvi o ensino, sede sábios e não o rejeiteis...” Provébios 8:33

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Aos amigos e colegas da pós graduação Carolina Pedrinha de Almeida,

Edson Illipronti Filho, Luiz Vicente Lopes, Priscila Chibebe, Tarcila Trivino, Fernando

Penteado, Siddhartha Uhrigshardt, Fábio Vigorito, Ana Cristina Haddad e Soo Kim

agradeço pelo agradável convívio nas atividades e pela constante troca de

experiência.

À Carolina pela amizade construída e pelas conversas, risadas e caronas.

À Priscila por estar sempre presente em todos os momentos, alegres ou

difíceis, com uma palavra de incentivo.

À Tarcila por sempre se preocupar e ajudar na execução de nossos trabalhos.

Ao Edson pela amizade e conversas agradáveis em todos os momentos deste

período.

Ao Vicente pela alegria que sempre trouxe e pelo exemplo de dedicação ao

deixar suas atividades semanalmente em Curitiba.

Ao Fernando por nos alegrar sempre com sua presença, principalmente nos

momentos mais árduos.

Ao Siddhartha pela agradável companhia em todas as atividades.

À Beatriz e Fernanda pela amizade e pela ajuda e conversas em tantos

momentos neste caminho que percorremos juntas.

À Michelle, Leile e Lúcio pela amizade, carinho e confiança em mim desde os

tempos de estágio.

Aos estagiários do departamento de ortodontia Amanda, Mariane, Fabiana,

Daniela, Renata, Soraia e Carol pela agradável convivência nas clínicas.

Ao Honório Cavalheiro Júnior pela amizade e carinho desde o momento que

ingressei no estágio em 2003... Você é um exemplo lealdade e profissionalismo! E

obrigada por me tratar com tanto respeito desde quando sua aluna até agora que

somos colegas! Sua contribuição em minha vida profissional é muito importante.

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À Nalva, Viviane e Edina que são verdadeiras mães conosco! Obrigada por

me acolher com tanto carinho!

Ao Edilson e Ronaldo pela contribuição na organização das clínicas e

graduação.

Às bibliotecárias Vânia Martins B. O. Funaro e Glauci Elaine Damasio Fidelis

pela importante participação na correção deste trabalho com tanto carinho e

dedicação.

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“Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o

fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.

Gênesis 2.7

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RESUMO

Ribeiro ANC. Avaliação das vias aeríferas superiores, antes e após expansão rápida da maxila, utilizando Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico. [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2011. Versão Original.

A respiração predominantemente oral é constantemente citada como um dos fatores

associados ao desenvolvimento da deficiência transversal da maxila. A Expansão

Rápida da Maxila (ERM) é um excelente método para a correção desta alteração,

por meio da abertura da sutura palatina. A tomografia computadorizada por feixe

cônico é tem sido descrita como um método preciso de exame de imagens e diante

das limitações dos métodos radiográficos convencionais o objetivo deste estudo é

avaliar as alterações morfológicas imediatas, decorrentes da ERM, na cavidade

nasal e na região da naso e orofaringe, por meio da TCFC. Foram avaliadas 15

pares de imagens tomográfica, correspondentes a 15 pacientes portadores

deficiência transversal da maxila, tratados com ERM, que realizaram a TCFC ao

início e após o período de contenção de 4 meses. Os resultados encontrados

mostram que a cavidade nasal apresenta aumento transversal significativo em seu

terço inferior, nas regiões anterior (p=0,045), média (p=0,009) e posterior (p=0,001).

Não há alteração significativa do volume (p=0,11), área sagital mediana (p=0,33) e

menor área axial (p=0,29) decorrente da ERM na nasofaringe. Há alteração

significativa do volume (p=0,05), área sagital mediana (p=0,01) e menor área axial

(p=0,04) nos momentos antes e imediatamente após a ERM, na orofaringe. Após

análise dos resultados concluímos que a ERM é capaz de aumentar a largura

transversal da cavidade nasal, não tendo o mesmo efeito na região da nasofaringe,

e que as alterações encontradas na orofaringe podem ser decorrentes de falta de

padronização o posicionamento da cabeça e lingual no momento da aquisição da

imagem.

Palavras-chave: Expansão rápida da maxila. Tomografia computadoriza por feixe cônico. Vias aeríferas superiors.

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ABSTRACT

Ribeiro ANC. Assessment of upper airway before and after rapid maxillary expansion using Cone Beam Computed Tomography. [dissertation]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2011. Versão Original.

The predominantly oral breathing is constantly cited as an etiological factor for the

transverse maxillary deficiency. Rapid Maxillary Expansion is an excellent method for

the correction of malocclusion, through the opening of the midpalatal sutures. The

literature shows that the benefits of this procedure are beyond the dental benefits,

and could have repercussions in the upper airways, due to its close relationship with

the maxilla. The cone beam computed tomography has been described as is an

accurate method of taking pictures and before the limitations of conventional

radiographic methods the aim of this study is to evaluate the immediate

morphological changes resulting from the ERM, the nasal cavity and the nasal region

and oropharynx, through the CBCT. We evaluated 15 patients with maxillary width

deficiency were treated with RME, which hosted the CBCT to the beginning and after

the retention period of 3 months. The results show that the nasal cavity presents

significant increase in cross their lower third, in the anterior (1.08 mm ± 0.15),

medium (1.28 mm ± 0.15) and posterior (0.77 mm ± 0.12). No significant change in

volume (p=0.11), median sagittal area (p=0.33) and lower axial area (p=0.29)

resulting from the RME in nasopharynx. There is significant change in volume (p =

0.05), median sagittal area (p = 0.01) and lower axial area (p = 0.04) before and

immediately after the RME in the oropharynx. After analysis and discussion of results

in this study, we concluded that RME is able to increase the transverse width of the

nasal cavity, not having the same effect in the nasopharynx, and that the changes

found in the oropharynx may be due to the lack of positioning standardization of the

head and tongue at the time of image acquisition.

Keywords: Rapid maxillary expansion. Cone beam computed tomography. Upper airway.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 - Aparelho de expansão rápida da maxila descrito por Angell ..................... 31 Figura 2.2 - Padrão de abertura da sutura platina mediana (1), Frontomaxilar (2) e

Nasomaxilar (3) após a ERM. (Fonte: HABERSACK et. al., 2007). ..... 32 Figura 2.3 - Padrão triangular da abertura da sutura palatina mediana na visão

frontal (Fonte: HABERSACK et. al., 2007). .......................................... 33 Figura 4.1 - Parafuso expansor Morelli® ................................................................. 55 Figura 4.2 - Imagem do equipamento i-Cat® (Cone beam 3-D Dental Imaging

System, Imaging Sciences International, Hatfield, USA) .................... 55 Figura 4.3 - Software Dolphin 3D® (Dolphin Imaging/Patterson Dental, Chatsworth,

CA) ....................................................................................................... 56 Figura 4.4 - Aparelho dento-suportado .................................................................... 57 Quadro 4.1 - Definição dos pontos e medidas pra avaliação da cavidade nasal ..... 58 Figura 4.5 - Pontos cefalométricos demarcados para avaliação do posicionamento

crânio-cervical ...................................................................................... 59 Figura 4.6 - (A) Ângulo SN.C2s-C2i. (B) Ângulo SN.C2s-C4i. (C) Distância ente os

pontos C4i e Me ................................................................................. 59 Figura 4.7 - O plano axial une os dois pontos orbitários, o plano sagital mediano

atravessa os pontos Na e ENA (B); na imagem lateral (B) o plano axial coincide com o plano de Frankfurt nos lados esquerdo (A) e direito (C) e o plano coronal passa pelo ponto Po ................................................ 60

Figura 4.8 - As imagens mostram que nos dois momentos de avaliação os cortes

não apresentavam diferença estatisticamente significativa em relação à sua localização ..................................................................................... 61

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Quadro 4.2 - Definição dos pontos e medidas pra avaliação da cavidade nasal ...... 61 Quadro 4.3 - Definição dos pontos e plano para avaliação da naso e orofaringe ..... 62 Figura 4.9 - (A) Posicionamento do plano axial sobre o plano palatino e

determinação do ponto N. (B) determinação das regiões anterior média e posterior da cavidade nasal .............................................................. 63

Figura 4.10 – (A) limites superior e inferior da porção anterior da cavidade nasal e

divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja). (B): limites superior e inferior da porção média da cavidade nasal e divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja). (C) limites superior e inferior da porção posterior da cavidade nasal e divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja) ............................................ 64

Figura 4.11 – (A) Identificação dos pontos Ba, VP e ENP. (B) Localização do ponto

médio da coana. (C) Identificação do ponto mais inferior da úvula no plano coronal; (D) Região da nasofaringe delimitada........................... 65

Figura 4.12 - Localização do ponto VA ..................................................................... 65 Figura 4.13 - Determinação da sensibilidade. O ponto de referência se localiza no

centro da área a ser medida nos planos sagital, coronal e axial ......... 66 Figura 4.14 - Volume da região da nasofaringe calculado pelo software Dolphin 3D 66 Figura 4.15 – (A) Identificação da porção mais superior da epiglote. (B) Localização

dos pontos PPINf’, PAINf’, PAIOf’ e PPIOf’ .......................................... 67 Figura 4.16 - Determinação da sensibilidade na região da orofaringe e volume ....... 68 Figura 4.17 - A: área na região sagital mediana; B: menor área no plano axial; C:

volume da nasofaringe ......................................................................... 68 Gráfico 5.1 - Variação individual do ângulo SN.C2s-C4i entre M1 e M2 ................... 71 Gráfico 5.2 - Variação individual do ângulo SN.C2s-C2i entre M1 e M2 ................... 71

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Gráfico 5.3 - Variação individual da distância C3-Me entre M1 e M2 ........................ 72 Gráfico 6.1 - Variação individual da diferença do volume (mm³) da orofaringe entre

M1 e M2 na amostra estudada. Observa-se que a resposta da região ao tratamento mostra variação ampla entre os pacientes .................... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 - Média, desvio padrão, erro padrão e resultado do teste t de Student para a variável ENP-Ba, entre M1 e M2. .............................................. 70

Tabela 5.2 - Média, desvio padrão, erro padrão e resultado do teste t de Student para os ângulos SN.C2s-C2i e SN.C2s-C4i. ........................................ 70

Tabela 5.3 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância), para as variáveis da cavidade nasal, entre M1 e M2. .... 72

Tabela 5.4 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância),para as variáveis da nasofaringe, entre M1 e M2. ........ 73

Tabela 5.5 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância), para as variáveis da orofaringe, entre M1 e M2. ........... 74

Tabela 5.6 - Correlação linear de Pearson para a região da orofaringe. .................. 74

Tabela 5.7 - Correlação linear de Pearson para a região da orofaringe em parte da amostra estudada................................................................................. 74

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

Ba ponto basio

CV com vasoconstritor

cm2 centímetros quadrados

cm3 centímetros cúbicos

DICOM Digital Imaging and Communications in Medicine

EG limite superior epiglote

ENA espinha nasal anterior

ENP espinha nasal posterior

ERM expansão rápida da maxila

LA limite anterior da cavidade nasal

mm milímetro

N ponto nasio

PAINf’ ponto localizado a 15cm em direção à região posterior da face,

paralelo ao Plano de Frankfurt, passando pelo limite inferior da úvula

PAIOf’ ponto localizado na intersecção entre o prolongamento do ponto

PAINf em direção a uma perpendicular ao plano de Frankfurt,

passando por EG

PNC posição natural da cabeça

PPINf ponto localizado a 15cm em direção ao perfil anterior, paralelo ao

Plano de Frankfurt, passando pelo limite inferior da úvula, em direção

ao perfil

PPIOf’ ponto localizado na intersecção entre o prolongamento do ponto

PPINf em direção a uma perpendicular ao plano de Frankfurt,

passando por EG

M1 momento 1 (Inicial)

M2 momento 2 (3 meses após ERM)

Me ponto mentoniano

S ponto Sela

TCFC tomografia computadorizada por feixe cônico

TC tomografia computadorizada

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U limite inferior da úvula

VP vômer posterior

VA vômer anterior

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 22

2.1 INFLUÊNCIA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO NO CRESCIMENTO E

DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL .......................................................... 22

2.2 EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA ...................................................................... 29

2.2.1 Efeitos dentoalveolares e esqueléticos produzidos pela ERM .................. 34

2.2.2 Efeitos da Expansão Rápida da Maxila sobre as vias aeríferas

superiores ...................................................................................................... 37

2.3 TOMOGRAFIA COMPUDADORIZADA POR FEIXE CÔNICO .......................... .46

2.3.1 Posicionamento da cabeça na obtenção de exames de imagem e sua

influência nas dimensões das vias aeríferas superiores .......................... 48

2.3.2 Precisão das imagens por TCFC .................................................................. 49

3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 53

4 CASUÍSTICA-MATERIAL E MÉTODOS ............................................................... 54

4.1 CASUÍSTICA ....................................................................................................... 54

4.2 MATERIAL .......................................................................................................... 54

4.2.1 Expansão Rápida da Maxila .......................................................................... 54

4.2.2 Tomografia computadorizada por feixe cônico ........................................... 55

4.2.3 Avaliação tridimensional das vias aeríferas superiores ............................. 56

4.3 MÉTODOS .......................................................................................................... 56

4.3.1 Expansão Rápida da Maxila .......................................................................... 56

4.3.2 Tomografia computadorizada por feixe cônico ........................................... 57

4.3.3 Análise das imagens tomográficas das vias aeríferas superiores ............ 58

4.3.3.1 Verificação da inclinação crânio-cervical entre os momentos avaliados ....... 58

4.3.3.2 Padronização do posicionamento da cabeça no software para avaliação da

nasofaringe e orofaringe ............................................................................... 60

4.3.3.3 Pontos, planos de referência e medidas utilizadas ....................................... 61

4.3.3.3.1 cavidade nasal ........................................................................................... 61

4.3.3.3.2 nasofaringe e orofaringe ............................................................................. 62

4.3.3.4 Cavidade nasal .............................................................................................. 62

4.3.3.5 Determinação da Nasofaringe ....................................................................... 64

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4.3.3.6 Determinação da Orofaringe ......................................................................... 67

4.3.3.7 Parâmetros de mensuração .......................................................................... 68

4.4 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ........................................... 69

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 69

5 RESULTADOS ....................................................................................... 70

5.1 ENP-Ba .............................................................................................................. 70

5.2 INCLINAÇÃO CRÂNIO-CERVICAL E POSICIONAMENTO SAGITAL

DA MANDÍBULA ................................................................................................. 70

5.3 CAVIDADE NASAL ............................................................................................. 72

5.3.1 Distância transversal no terço inferior da cavidade nasal ......................... 72

5.4 NASOFARINGE .................................................................................................. 73

5.4.1 Volume, área sagital mediana e menor área axial ....................................... 73

5.5 OROFARINGE .................................................................................................... 73

5.5.1 Volume, área sagital mediana e menor área axial ....................................... 74

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 75

6.1 CAVIDADE NASAL ............................................................................................. 77

6.2 NASOFARINGE .................................................................................................. 78

6.3 OROFARINGE .................................................................................................... 80

6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 83

7 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 84

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 86

APÊNDICE A ............................................................................................................ 97

APÊNDICE B ............................................................................................................ 99

APÊNDICE C .......................................................................................................... 101

ANEXO .............................................................................................................. 102

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1 INTRODUÇÃO

Os efeitos do padrão respiratório no crescimento craniofacial têm sido

discutidos intensamente na literatura ortodôntica e otorrinolaringológica. Clínicos e

pesquisadores envolvidos no tratamento de deformidades dentofaciais têm

pesquisado os fatores determinantes do desenvolvimento craniofacial.

O padrão respiratório tem sido associado ao desenvolvimento de maloclusão

em pacientes durante o crescimento. Desta forma, alguns estudos têm tentado

correlacionar a diminuição das vias aeríferas com alterações de crescimento no

complexo maxilo-mandibular (Arun et al., 2003).

Encontra-se na literatura que o terço médio da face, de alguma forma, sofre

influência no seu crescimento e desenvolvimento quando o indivíduo apresenta

alteração na sua função nasorespiratória (O’ryan et al., 1982). Linder-Aronson;

Backstron (1960) afirmaram que desequilíbrios dento-alveolares, principalmente

estreitamento maxilar, podem se desenvolver em indivíduos respiradores orais.

A deficiência transversal da maxila está associada ao desenvolvimento

insuficiente da largura da base maxilar, normalmente apresentando quadro clínico

de mordida cruzada posterior (Sant´Ana; Gurgel, 2006). Para restabelecer as

dimensões do arco maxilar atrésico utiliza-se a expansão rápida da maxila (ERM),

procedimento clínico rotineiramente realizado na ortodontia, que utiliza forças

ortopédicas promovendo abertura da sutura palatina mediana (Garib et al., 2007).

Devido à proximidade anatômica da cavidade nasal e da maxila, muito tem sido

estudado sobre os efeitos deste procedimento na dimensão e fluxo nasal.

As estruturas anatômicas e os espaços aeríferos que envolvem a respiração

tem sido estudados por diversos métodos nos últimos séculos. Entre eles estão:

avaliação clínica otorrinolaringológica, avaliação subjetiva por meio de questionário,

radiografia cavum, telerradiografia em norma lateral e frontal, tomografia

computadorizada helicoidal, rinometria acústica, rinomanometria, nasofibroscopia e,

mais recentemente, a tomografia computadorizada por feixe cônico que foi

introduzida na Odontologia em 1998 por Mozzo et al. Este método permite o

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emprego de softwares de reconstrução em três dimensões, possibilitando a

manipulação de imagens nos três planos de espaço, além de diminuir

consideravelmente a radiação absorvida (Holberg, 2005; Mozzo et al., 1998)

Sabendo-se da inter-relação da cavidade oral com as vias aeríferas

superiores e sendo a tomografia computadorizada por feixe cônico um método de

avaliação confiável, realizamos o presente estudo com o intuito de examinar as

alterações tridimensionais promovidas pela expansão rápida da maxila nas vias

aeríferas superiores, avaliando imagens obtidas por meio deste exame.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 INFLUÊNCIA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO NO CRESCIMENTO E

DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL

Grande parte do crescimento e desenvolvimento facial ocorre na fase pós-

natal, em conjunto com o desenvolvimento das funções fisiológicas básicas, como a

respiração nasal e alimentação. De acordo com a literatura, diversos fatores

sistêmicos ou locais podem influenciar o desenvolvimento do maciço facial (Di

Francesco, 2009).

De acordo com Broadbent (1937), o padrão craniofacial se estabelece logo

nos primeiros anos de vida, se mantendo constante em crianças saudáveis. Brodie

(1946) afirmou que o padrão de crescimento da face é proporcional e que a

desarmonia, quando presente, é estabelecida na fase pré-natal não podendo ser

alterada pelo tratamento. Em estudo longitudinal em que o autor acompanhou

pacientes dos três meses até os 18 anos de vida, não observou nenhum caso em

que tenha acontecido alteração significativa no padrão morfogenético do crânio, e

concluiu que este é estabelecido nas fases iniciais do crescimento.

De acordo com Linder-Aronson (1960), Angle em 1907 já havia citado a

respiração oral como sendo um fator desencadeante de maloclusões. A etiologia da

deficiência transversal da maxila é de origem multifatorial, incluindo fatores

congênitos, de desenvolvimento, traumático e hábitos deletérios. Historicamente é

aceito que a função nasorespiratória pode exercer um efeito significante sobre o

desenvolvimento do complexo dentofacial.

Pullen (1912) relacionou o crescimento e desenvolvimento craniofacial,

descrevendo que indivíduos com padrão dolicofacial apresentam características tais

como: face longa, nariz fino, cavidade nasal pequena e palato ogival. Todd (1936)

sugeriu que o crescimento da adenóide com a diminuição da área da passagem do

ar poderia afetar o crescimento facial em crianças. Clínicos e pesquisadores

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envolvidos no tratamento de deformidades dentofaciais há muito tempo têm

pesquisado os fatores determinantes da morfologia dentofacial.

De acordo com Paul e Nanda (1973) existe uma grande evidência de relação

entre a respiração oral e o desenvolvimento de deformidade dentomaxilar, alteração

na posição e forma do processo alveolar, e “síndrome da face longa”. Estes autores

estudaram a relação entre a oclusão dentária e o padrão respiratório com o objetivo

de determinar a existência de alterações morfológicas entre respiradores orais e

nasais. Observaram que no grupo de respiradores orais somente a largura

intermolares era significantemente menor em relação aos respiradores nasais.

Notaram também que não houve diferença significante entre a altura do palato nos

dois grupos estudados.

A citação clássica da possível relação entre crescimento facial e obstrução

respiratória é a chamada “face adenoideana”, que tem como característica a

ausência de selamento labial, projeção nasal pequena, lábio superior curto, lábio

inferior hipotônico e expressão facial pobre. Juntamente com estas características

faciais, as características dento-alveolares mais frequentemente observadas nestes

pacientes incluem um arco maxilar estreito, com formato triangular, palato ogival,

inclinação dos incisivos superiores e relação oclusal de classe II de Angle (Linder-

Aronson, 1979; Ricketts, 1968, O’ryan et al., 1982).

De acordo com O’ryan et al. (1982) O comprometimento da respiração nasal

alternando-a para respiração predominantemente oral altera as correntes de ar e a

pressão sobre as cavidades nasal e oral, podendo causar alteração no

desenvolvimento dessas estruturas.

A adaptação funcional da respiração promove uma alteração do

posicionamento da cabeça, uma rotação mandibular para baixo e mudança na

posição da língua, e é relacionada a pacientes com face longa (Kerr, 1985).

Dentre os resultados mais freqüentes dessas alterações está o

desenvolvimento de um arco maxilar atrésico, apresentando-se com forma longa e

estreita (Linder-Aronson; Backstron, 1960; Mcnamara Jr., 1981).

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A equação de Dockrell (1952) parece ser a melhor explicação que se tem

para definir o desequilíbrio do crescimento das estruturas craniofaciais associado à

respiração e aos hábitos bucais deletérios. O autor afirmou que um fator agindo nos

tecidos por um determinado tempo causa um efeito. Isto é, a alteração do padrão

respiratório predominantemente nasal para predominantemente oral alteraria o

equilíbrio de crescimento do complexo craniofacial e a severidade deste

desequilíbrio seria tanto maior quanto mais longo fosse o tempo de atuação no

indivíduo (Paiva, 1999).

A relação entre a função respiratória e a maloclusão não está esclarecida.

Alguns autores não concordam que o padrão respiratório predominantemente oral

tenha uma relação direta de causa e efeito no desenvolvimento de maloclusão

(Diamond, 1980; Hartsook, 1946).

McNamara Jr. (1981) realizou uma revisão da literatura e analisou 4 casos

clínicos representativos de um tipo de problema que tem sido classicamente

associado com os indivíduos respiradores orais e, na opinião do autor, estes casos

ilustram a relação de causa e efeito entre função e forma. Porém, ele conclui que um

estudo randomizado deveria ser realizado para provar esta relação.

Kerr (1985) afirmou que, quando a função respiratória se apresenta normal,

as alterações entre a morfologia nasofarigeana, a altura facial e as dimensões

dentárias são insignificantes, e que somente quando a respiração se apresenta

predominantemente oral está associada a alterações na forma de crescimento facial.

Principato et al. (1986) procuraram determinar a influência da obstrução nasal

no crescimento facial e no resultado do tratamento ortodôntico. Para isto, utilizaram

os valores da resistência respiratória nasal, por meio da rinomanometria anterior, de

211 pacientes ortodônticos e comparam com os valores registrados de uma amostra

heterogênea de 498 jovens na mesma faixa etária e em condição sócio-econômica

semelhante. Estes autores concluíram que o aumento da resistência respiratória

nasal contribui para a severidade das deformidades dentofaciais.

Existe controvérsia entre os clínicos em relação à afirmação de que a queda

da capacidade respiratória nasal obrigatoriamente resulta em respiração oral. Hinton

et al. (1987) afirmaram que os resultados antagônicos dos estudos têm estimulado

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as pesquisas sobre a influência do padrão respiratório no crescimento craniofacial.

Estes autores encontraram uma relação quase linear entre a diminuição da área

transversal da cavidade nasal e o volume de ar nasal nos pacientes com área

transversal nasal menor que 0.4cm2. Observaram que indivíduos adultos com área

transversal nasal menor que 0.4cm2 apresentam comprometimento da capacidade

respiratória.

Em um estudo realizado por Melsen et al. (1987), 824 crianças, entre 13 e 14

anos de idade, foram avaliadas com relação ao padrão de deglutição, respiração e

presença de maloclusão. Os pesquisadores relataram que o padrão respiratório

pode influenciar o desenvolvimento da relação transversal da maxila resultando em

mordida cruzada posterior. Ressaltaram ainda, que a influência dos desvios de

deglutição e respiração no desenvolvimento de maloclusões é resultado da interação

entre fatores genéticos e ambientais, e que o efeito isolado destas alterações ainda

deve ser esclarecido.

Warren et al. (1988) realizaram uma pesquisa com 116 pacientes para

avaliarem a relação entre a diminuição da respiração nasal e a respiração nasal e

oral; avaliaram também se existia uma taxa de transferência entre a respiração nasal

e a respiração oral e quais eram as condições observadas nos respiradores orais

oral. Estes autores observaram correlação positiva entre a área nasal e a respiração

oral. Dos indivíduos da amostra, 97% possuíam área transversal nasal menor que

0.4cm2 e apresentavam algum nível de respiração oral. Aproximadamente 12% dos

indivíduos com adequada passagem de ar nasal tinham o hábito de respirar pela

boca. Os autores também concluíram que o limite de alteração da respiração nasal e

oral é muito próximo, estando entre 0,4 a 0,45cm2, sendo que uma área transversal

menor que 0,4cm2 prejudica a qualidade da respiração nasal no indivíduo adulto.

Martins et al. (1989) avaliaram cefalometricamente a influência da hipertrofia

amigdaliana de 120 adolescentes leucodermas, de ambos os gêneros, na faixa

etária de 7 a 10 anos de idade. Destes, 60 pacientes apresentava má-oclusão classe

I e 60 má-oclusão classe II, divisão 1ª. Os autores concluíram que a hipertrofia

amigdaliana influenciou significativamente na determinação da predominância do

vetor vertical de crescimento facial, principalmente na região anterior da face. Os

autores consideram que o padrão facial preexistente é um fator importante, por

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exemplo, um paciente com padrão esquelético braquifacial provavelmente não

sofrerá influência significativas da hipertrofia de amígdalas, visto que a dimensão

transversa da faringe é maior; no entanto, um indivíduo com padrão dolicofacial

estaria mais propenso às alterações clínicas decorrentes da obstrução das vias

aeríferas devido à anatomia mais estreitada desta região.

Silva Filho et al. (1989) ressaltaram que a nasofaringe, que é situada entre a

cavidade nasal e a bucofaringe, na região acima do palato mole, é a parte da via

aerífera de maior interesse na ortodontia. Os autores realizaram um estudo para

determinar cefalometricamente as dimensões da nasofaringe em crianças com sete

anos de idade, com crescimento craniofacial normal e respiração nasal. A amostra

consistiu de 47 crianças do gênero masculino e 54 do masculino. A porcentagem da

nasofaringe destinada à passagem do ar corresponde em média a 47% da

profundidade total. Concluíram que o espaço faringeano não influencia a morfologia

craniofacial em crianças respiradoras nasais e portadoras de oclusão normal e que a

inter-relação função respiratória x morfologia craniofacial é mais complicada do que

qualquer predição matemática, dependendo da interação de fatores genéticos e

ambientais.

A obstrução nasal causada por hipertrofia das conchas nasais inferiores,

tonsila faringeana ou tonsilas palatinas pode resultar em respiração oral crônica,

ronco noturno, síndrome da apnéia do sono e sonolência excessiva durante o dia.

Se estas alterações permanecerem por um período longo, principalmente numa fase

de crescimento ativo desordens craniofaciais podem se desenvolver em diferentes

níveis de severidade (Ceylan; Oktay, 1995).

Kluemper et al. (1995) avaliaram a relação entre o padrão facial e o

respiratório e concluíram que ainda faltam evidências que comprovem a modificação

da respiração frente aos diversos tratamentos propostos para os pacientes

respiradores orais. Em uma amostra de 102 indivíduos observaram não haver

associação significativa entre estes dois fatores.

Baumann e Plinkert (1996) esturam a correlação entre o modo respiratório e a

morfologia craniofacial em 47 crianças com idades de 6-15 anos (média, 9,9 anos).

Os pacientes foram avaliados por meio de endoscopia nasal, rinomanometria na

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tentativa de correlacionar obstrução nasal com o desenvolvimento craniofacial. Os

resultados mostram uma predominância significativa de respiração oral em

comparação com a respiração nasal nos indivíduos com padrão vertical de

crescimento. Além disso, foram encontradas diferenças significativas durante a

endoscopia nasal no padrão de crescimento e foram atribuídos a grandes

adenóides. Rinomanometria e medições planimétricas dos tamanhos das adenóides

em radiografias craniofacial não apresentaram diferenças entre os grupos de

pacientes. Os resultados mostraram correlação entre a obstrução respiratória nasal,

adenóides grandes e padrões de crescimento vertical, no entanto não estabeleceu

evidente relação causal entre a respiração oral, desenvolvimento craniofacial e

tamanho da adenóide.

De acordo com Enlow e Hans (1998), o crescimento facial é determinado

pelas estruturas que o envolvem, no entanto estas dependem do espaço aéreo para

a manutenção de suas posições anatômicas e funcionais. Portanto, de acordo com

autor, se ocorrer alteração significativa de configuração ou tamanho na região das

vias aeríferas superiores o crescimento facial poderia alterar seu padrão de

normalidade.

Vig (1998) afirmou que o contínuo interesse em pesquisar a relação entre

padrão respiratório e desenvolvimento de maloclusões era mantido em função de

fortes convicções e fracas evidências. A dificuldade do término deste debate estava

em determinar, com consistência, o quanto a obstrução nasorespiratória é

clinicamente significante durante e após o crescimento. Concluiu que testes mais

objetivos e critérios menos controvertidos deveriam ser introduzidos para se

estabelecer a real participação da função nasorespiratória no desenvolvimento da

morfologia facial.

Faria et al. (2002) estudaram 35 crianças, com idade entre 7 e 10 anos, que

foram divididas em dois grupos: respiradores orais e respiradores nasais. A amostra

foi avaliada por meio de telerradiografia lateral. Após análise cefalométrica,

observaram um retroposicionamento maxilar e mandibular nos pacientes

respiradores orais, além de um aumento dos ângulos SN.GoGn e SN.Gn. No

entanto, não notaram diferença na inclinação axial dos incisivos entre os dois

grupos. Estes autores concluíram que como a obstrução nasal é um obstáculo para

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o crescimento normal das estruturas dentofaciais, as crianças com respiração

predominantemente oral devem ser tratadas durante o período de crescimento.

Acredita-se que o padrão respiratório predominantemente nasal proporciona

um crescimento equilibrado das estruturas craniofaciais (Arun; Isik; Sayinsu, 2003;

Sanker et al., 2004). Sanker et al. em 2004 escreveram que indivíduos respiradores

orais têm sido associados freqüentemente com diversas características

desfavoráveis no desenvolvimento craniofacial. Em um de seus estudos realizados

com 147 crianças, com média de idade de 8,9 anos, concluíram que a largura do

arco dentário superior entre o grupo respirador nasal foi significativamente maior que

no grupo respirador oral.

Andrade et al. (2005) estudaram a possível influência da respiração padrão

respiratório no padrão facial e na morfologia mandibular. Para isto, utilizaram 89

telerradiografias em norma lateral de jovens brasileiros leucodermas, entre 8 e 13

anos de idade, dos gêneros masculino e feminino, com ascendência portuguesa,

espanhola ou italiana. Os indivíduos foram selecionados de acordo com o padrão

respiratório, sendo 44 com respiração oral e 45 com respiração nasal. Os autores

concluíram que os pacientes respiradores orais apresentavam um valor médio de

altura facial inferior significativamente maior que os respiradores nasais. Não foi

observada correlação estatística entre a proporção do corpo e ramo mandibular (Go-

Gn/Co-Go) com o padrão respiratório. No entanto, foi encontrada correlação

significativa entre a proporção do corpo e ramo mandibular (Go-Gn/Co-Go) com o

plano mandibular (NS.GoM) e ângulo do eixo facial (BaN.PtGn), que são variáveis

de determinação do padrão facial.

Lessa et al. (2005), com o objetivo de contribuir na elucidação do efeito da

respiração oral no crescimento dentofacial, avaliaram cefalometricamente 60

pacientes entre 6 e 10 anos de idade. Estes indivíduos foram avaliados

otorrinolaringologicamente e subdivididos em dois grupos: respiradores oral e nasal.

Após análise cefalométrica observaram que o grupo de respiradores oral apresentou

tendência de inclinação mandibular, padrão de crescimento vertical da face, com

aumento da altura facial anterior e diminuição da altura facial posterior, evidenciando

a influencia da função respiratória no desenvolvimento craniofacial.

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DiFrancesco et al. (2006) se propuseram analisar a frequência de obstrução

nasal em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico e verificar a correlação com

as características faciais e dentárias observadas. 80 pacientes, entre 7 e 23 anos de

idade, que estavam em tratamento ortodôntico corretivo, foram submetidos a exame

clinico otorrinolaringológico (rinoscopia, oroscopia e otoscopia) e análise da

documentação ortodôntica (telerradiografia lateral e modelos de estudo). Os

resultados mostraram correlação estatisticamente significativa entre a deficiência

transversal da maxila e obstrução nasal.

Góis et al. (2008) realizaram um estudo com 745 crianças com média de 4,52

anos de idade e concluíram que existe uma relação direta entre o hábito de sucção

digital e respiração oral com o desenvolvimento de maloclusão, no entanto

observaram que é difícil determinar os efeitos deste hábito deletério e da hipertrofia

de adenóide na maloclusão devido ao pequeno número de crianças com estas

características na amostra.

Cuccia et al. (2008) avaliaram 70 crianças, sendo 35 respiradoras orais e 35

respiradoras nasais, por meio de telerradiografia lateral e análise cefalométrica, com

o objetivo de analisar diferenças cefalométricas e posturais entre estes grupos. Os

autores observaram que os pacientes respiradores orais possuem um aumento na

elevação da cabeça e da divergência intermaxilar. Também concluíram que se o

padrão respiratório for alterado de oral para nasal, antes do período puberal, há uma

tendência de normalização da direção do crescimento craniofacial.

2.2 EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA

A deficiência transversal da maxila é decorrente do desenvolvimento

insuficiente da largura da base maxilar, que causa desarmonia das dimensões

transversais entre a maxila e a mandíbula. Sua etiologia é de origem multifatorial,

incluindo fatores congênitos, de desenvolvimento, traumático, ambientais e presença

de hábitos deletérios. (Silva Filho et al., 1991).

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As características clínicas geralmente apresentadas por este tipo de

maloclusão são: mordida cruzada posterior uni ou bilateral, giroversão, apinhamento

e lingualização dentária, formato triangular de arcada dentária e palato ogival.

Diferente das deformidades de ordem sagital e vertical das bases ósseas, as

alterações transversais, não apresentam características evidentes em tecidos moles,

podendo-se observar, em alguns casos, uma deficiência da região paranasal e uma

base nasal estreitada (Betts et al., 1995).

As formas de tratamento são variáveis de acordo com a severidade, o tipo de

maloclusão, a idade do paciente e a associação com outras deformidades faciais. O

tratamento pode ser por meio da expansão lenta ou rápida da maxila, expansão

rápida da maxila assistida cirurgicamente ou segmentação transversal da maxila em

associação com cirurgia ortognática (Baraldi et al., 2007).

A expansão lenta ou rápida da maxila é indicada em pacientes no período

puberal e pré-puberal, enquanto que a expansão rápida da maxila assistida

cirurgicamente e a segmentação maxilar são utilizadas em pacientes adultos

(Baraldi et al., 2007; Basciftci et al., 2002).

A expansão rápida da maxila (ERM) é um procedimento clínico que vem

sendo realizado rotineiramente na ortodontia contemporânea com o objetivo de

restabelecer as dimensões transversais do arco maxilar. Este método de tratamento

foi introduzido por E. H. Angell (1860) (Figura 2.1) que descreveu o procedimento

em uma menina de 14 anos com o objetivo de ganhar espaço para alinhamento do

canino superior esquerdo. O autor relatou ter conseguido a expansão em duas

semanas.

A literatura ortodôntica e otorrinolaringológica entre 1860 e 1960 é

controversa a respeito da possibilidade de separar as porções maxilares. Porém, em

1961, Haas reintroduziu este procedimento com a publicação de pesquisas que

demonstraram a sua potencialidade terapêutica por meio de estudos histológicos em

animais.

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Figura 2.1 - Aparelho de expansão rápida da maxila descrito por Angell (1860)

Os efeitos da ERM são obtidos por meio da aplicação de forças ortodônticas e

ortopédicas de grande magnitude no arco maxilar, resultando na abertura da sutura

palatina mediana e conseqüente separação das porções maxilares (Garib et al.,

2007). Por esta razão, este procedimento é indicado em pacientes em fase de

crescimento onde ainda não há mineralização da sutura palatina mediana, sendo

que em pacientes do gênero masculino ocorre por volta dos 16 anos e no gênero

feminino em torno de 15 anos (Melsen, 1972; Persson; Thilander, 1977), sendo que

a resposta à força aplicada é diretamente proporcional à idade do paciente, ou seja,

quanto o estágio de maturação, maior é a resistência da sutura palatina à carga

aplicada (Zinring; Isaacson, 1965). A pressão exercida por este procedimento

dissipa a força nas áreas de menor resistência, podendo ser observada separação

na sutura palatina mediana, sutura frontomaxilar e nasomaxilar (Haas, 1961) (Figura

2.2 A e B).

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Figura 2.2 - Padrão de abertura da sutura platina mediana (1A), Sutura Frontomaxilar (2B) e Sutura

Nasomaxilar (3B) após a ERM (Fonte: Habersack et al., 2007)

A separação das porções maxilares na ERM não ocorre de forma igual ao

longo da sutura palatina mediana. O padrão de expansão tem formato triangular,

sendo que no plano coronal, a expansão tende a ocorrer nos processos alveolares e

base óssea maxilar, próximo ao parafuso expansor, decrescendo em direção à base

nasal (Haas, 1961; Haas, 1965; Wertz, 1968; Silva Filho et al., 1995; Chung; Font,

2004; Garib et al., 2005; Palaisa et al., 2007) (Figura 2.3). No plano axial a maior

manifestação dos efeitos da expansão ocorre na porção anterior da maxila (Figura

2.2A). A resistência oferecida pelos processos pterigóides do osso esfenóide

contribui para uma menor expansão na região posterior da maxila (Silva Filho et al.,

2007). No sentido ântero-posterior tem sua base voltada para os incisivos e no

sentido ínfero-superior seu ápice está direcionado para a cavidade nasal, de acordo

com Haas (1961). Este autor afirmou que após 3 meses de realizada a ERM há

neoformação óssea no local.

2 3

1

A B

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33

Figura 2.3 - Padrão triangular da abertura da sutura palatina mediana na visão frontal (Fonte:

Habersack et al., 2007)

Silva Filho et al. (2005) avaliaram a resposta da sutura palatina mediana

durante a expansão rápida da maxila, em crianças no estágio de dentadura decídua

e mista, com tomografia computadorizada. As imagens tomográficas, no nível da

sutura palatina mediana permitiram diagnosticar que, assim como a espinha nasal

anterior, a espinha nasal posterior sofre o impacto da expansão rápida da maxila. De

acordo com os autores, essa particularidade ainda não havia sido exposta na

literatura com material humano. Na maior parte dos pacientes, a sutura palatina

mediana abriu de forma piramidal, no entanto em alguns essa abertura pareceu

paralela.

De acordo com estudo realizado em macacos por Cleall et al. (1965) após a

separação da maxila há um processo de neoformação óssea progressiva no local da

sutura palatina mediana. Inicialmente forma-se uma área de defeito ósseo

preenchida por tecido conjuntivo fibroso bem vascularizado. Após 3 meses do

processo o aspecto sutural é compatível com tecido ósseo, no entanto este se

apresenta irregular e com uma quantidade aumentada de células, além de pouca

mineralização e padrão lamelar irregular. Quando avaliada 6 meses após o

procedimento a região sutural mostra-se histologicamente normal mas ainda com

padrão lamelar irregular. Somente aos 9 meses de controle pós-expansão a região

em questão mostrou-se com padrão histológico totalmente normal, quando

comparada com o grupo controle.

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Ekstrom et al. (1977) avaliaram o grau de mineralização da sutura palatina

mediana após ERM e verificaram que após 1 mês de contenção já avia incrementos

de contudo mineral e após 3 meses a mineralização da região já estava completa,

quando,então é iniciado o processo de estabilização.

Desde os primeiros relatos sobre a disjunção da sutura palatina, muitos

autores propuseram diversos tipos de aparelhos para a realização deste

procedimento. No entanto, apesar das diferenças e modificações impostas nos

diferentes dispositivos, o princípio mecânico básico não foi alterado. Em 1973,

Cohen e Silverman propuseram um aparelho com recobrimento oclusal que

simplificou a confecção, excluindo a necessidade de construção de bandas e

moldagem de transferência, além de não possuir acrílico na região mediana do

palato. Os autores ressaltaram que a ausência do componente de acrílico no palato

não interferiu nos resultados alcançados, provocando pouca inclinação

dentoalveolar. De acordo com McNamara e Brudon (1995) o recobrimento de

acrílico atua como um bite-block que é importante no controle vertical por inibir a

extrusão dos dentes posteriores durante o tratamento. Os autores ressaltaram que

esta característica é importante principalmente no tratamento de pacientes com

excesso de crescimento vertical da face.

2.2.1 Efeitos dentoalveolares e esqueléticos produzidos pela ERM

Embora o principal objetivo da ERM seja a correção da deficiência transversal

maxila, com melhora na anatomia maxilar, aumento do perímetro do arco dentário e

correção da maloclusão, esses efeitos podem afetar, direta ou indiretamente,

estruturas adjacentes como: posicionamento mandibular, cavidade nasal

nasofaringe e orofaringe, nos planos sagital e vertical (Chang et al., 1997; Usumez

et al., 2003; Garib et al., 2007).

Haas (1970) observou que pacientes com maloclusão Classe II, divisão 1ª,

apresentam retrusão mandibular funcional e que esta característica, muitas vezes,

está associada à constrição do arco dentário superior, especialmente entre os

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caninos. O autor destacou que, em tais casos, é importante ampliar as dimensões

da arcada superior para obter um permanente efeito ortopédico na maxila, liberando

a mandíbula para mover-se anteriormente.

De acordo com McNamara Jr e Brudon (1995), pacientes na fase de dentição

mista com maloclusão classe II associada à deficiência transversal da maxila, tem a

tendência de auto-correção do posicionamento mandibular após tratamento com

ERM. Os autores afirmam que após o aumento da largura maxilar, com sobre-

expansão e utilização de aparelho de contenção, o posicionamento mais vestibular

dos dentes leva a um deslocamento ligeiramente mais anterior da mandíbula para

que haja maior conforto oclusal. Esta mudança de posição estimula um melhor

relacionamento maxilo-mandibular no sentido sagital, levando o paciente a uma

relação de classe I. Quando este efeito é observado ocorre entre 6 a 12 meses após

a realização do procedimento.

Velasquez et al. (1996) estudaram os efeitos tardios da expansão rápida da

maxila e determinar se as alterações esqueléticas decorrentes deste procedimento

podem ser compensadas pelo crescimento no tempo e/ou tratamento ortodôntico

corretivo. Foram avaliados 30 pacientes que iniciaram o tratamento ortodôntico com

a ERM, seguido por ortodontia corretiva, com tempo médio de tratamento de 3,1

anos. As avaliações foram realizadas por meio de telerradiografia antes da ERM e

após o tratamento ortodôntico corretivo. Foram realizadas medidas do cefalograma

de Ricketts (ângulo do plano mandibular, comprimento da maxila, profundidade

facial, convexidade facial, eixo facial, altura facial inferior, altura facial total,

inclinação do plano palatino e profundidade maxilar) sendo que as quatro primeiras

medidas apresentaram diferenças estatisticamente significativas após o tratamento

que, de acordo com os autores, são indicativos de crescimento normal. As cinco

demais variáveis que permanecem constantes com a idade, de acordo com a

análise de Ricketts, não mostraram alterações significativas após tratamento, e

também indicam o crescimento normal da face.

Silva Filho et al. (1991) realizaram um trabalho que avaliou as alterações

esqueléticas imediatas induzidas pela ERM em 30 pacientes na dentição decídua e

mista. Os resultados foram obtidos com o uso da telerradiografia lateral antes e

imediatamente após a fase ativa da expansão. O intervalo de tempo entre os dois

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36

momentos variou de 14 a 21 dias, portanto o crescimento craniofacial foi

insignificante. Os autores observaram que a maxila desloca para baixo, mostrando

uma rotação para baixo e para trás no plano palatino. Em decorrência desta

alteração houve um posicionamento mais posterior do ponto B devido à rotação

mandibular para baixo e para trás, com conseqüente aumento da inclinação do

plano mandibular e aumento da altura facial anterior inferior.

Dias (2008) avaliou os efeitos ântero-posteriores e verticais da maxila

decorrentes da expansão rápida em 33 pacientes com expansores dento-muco-

suportado (tipo Haas) e dento-suportado (Biederman modificado) analisados pela

tomografia computadorizada por feixe cônico. Os resultados foram obtidos pela

análise de TCFC antes (T1) e imediatamente após (T2) à fase ativa de expansão

rápida da maxila (ERM), desconsiderando o fator crescimento. O autor observou

deslocamento anterior da maxila no grupo Haas após a ERM, com aumento do

ângulo SNA em 1 grau em média, o mesmo não foi observado no grupo Hyrax. Além

disso, observou tendência de diminuição do plano palatino e do plano oclusal em

relação à base do crânio em ambos os grupos. Dentro dos limites deste estudo, não

foram observadas alterações significativas no plano sagital para ambos os aparelhos

imediatamente após o procedimento de expansão rápida da maxila.

Guest et al. (2010) realizaram estudo clínico prospectivo com o objetivo de

avaliar os efeitos dentoalveolares e esqueléticos induzidos pela ERM em 50

pacientes na fase de dentição mista, com maloclusão Classe II Divisão 1ª e

compará- los com pacientes do grupo controle com a mesma maloclusão. Os

pacientes foram avaliados antes (T1) e após 4 anos da realização do procedimento

(T2). A idade média ao início do tratamento para o grupo estudado e o grupo

controle foi de 8,8 e 8,9 anos, respectivamente. A amostra do grupo controle foi

composta por registros cefalométricas de 50 indivíduos Classe II que foram

avaliados com um intervalo de 4,1 anos. Os pacientes do grupo estudado mostraram

aumento estatisticamente significativo no comprimento mandibular e avanço do

pogônio em relação ao násio perpendicular. Os autores concluíram que o tratamento

com ERM utilizando expansor na dentição mista ajuda a melhorar a má oclusão de

Classe II, como um efeito colateral. A evidência para este fenômeno foi baseado em

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dados empíricos anteriormente e os resultados deste estudo mostram que as

melhorias são muito mais abrangentes do que o previsto.

2.2.2 Efeitos da Expansão Rápida da Maxila sobre as vias aeríferas superiores

A respiração nasal tem um papel importante na saúde respiratória e no

crescimento craniofacial do indivíduo. A função da cavidade nasal é preparar o ar

inspirado antes de sua chegada aos pulmões, promovendo umidificação,

aquecimento e remoção de impurezas (Oliveira De Felippe et al., 2008). A

passagem de ar pelo nariz também proporciona um estímulo ao crescimento

transversal da cavidade nasal e, consequentemente, do arco maxilar devido a

proximidade anatômica.

Diferentes estudos observaram que pacientes que apresentam deficiência

transversal da maxila exibem dimensões nasais menores e maior resistência à

passagem de ar pelo nariz quando comparados a pacientes com crescimento

maxilar normal, podendo ainda estar associado um padrão respiratório

predominantemente bucal (Hershey; Stewart; Warren, 1976; Timms, 1987; Warren et

al., 1987).

Pullen (1912) afirmou que por causa da interdependência entre o arco maxilar

e a estrutura nasal, o procedimento de expansão maxilar poderia oferecer algum

estímulo de desenvolvimento às estruturas localizadas acima da maxila.Durante o

movimento lateral dos ossos maxilares ocorre um abaixamento das margens livres

dos processos palatinos que proporciona aumento das dimensões verticais da

cavidade nasal (Haas, 1961; Gray, 1975). Nesse momento, a posição do septo nasal

ósseo é indefinida, podendo desinserir-se dos processos palatinos ou acompanhar o

deslocamento de um dos lados da maxila (Timms, 1974). O aumento vertical da

cavidade nasal ainda pode resultar em retificação do septo nasal, quando desviado

(Gray, 1975).

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Haas (1961) avaliou 10 pacientes submetidos a expansão rápida da maxila e

observou, em telerradiografia em norma frontal, que houve um aumento na cavidade

nasal que variou entre 2 e 4,5 mm num período de 12 a 27 dias de tratamento.

Linder-Aronson e Ascham (1963) estudaram 10 pacientes respiradores orais e

constataram que, após a ERM, houve um aumento significante na função nasal e

após 1 ano do tratamento estes achados se mantiveram estáveis. No entanto, não

observaram correlação entre a quantidade expansão maxilar e a diminuição da

resistência respiratória.

Segundo Wertz (1968) o aumento na cavidade nasal decorrente de ERM só é

conseguido na região ântero-inferior em conseqüência da conFiguração anatômica

da região e do padrão de separação dos ossos maxilares neste procedimento.

Hershey et al. (1976) pesquisaram as alterações na resistência nasal após

ERM e concluiu que há uma aumento na largura da cavidade nasal e diminuição da

resistência nasal após o procedimento e que estes resultados se mantêm estáveis

ou aumentam após um período de 3 meses de contenção pós-tratamento. Os níveis

de resistência nasal observados após a ERM se assemelham aos valores de

resistência nasal de pacientes sem alteração respiratória. Estes mesmos autores

avaliaram a correlação das alterações da largura intermolares e da largura da

cavidade nasal e observaram que não existe uma relação linear entre estas duas

variáveis.

Timms (1974) avaliou 200 pacientes submetidos a ERM e constatou algumas

alterações na característica do sono, passando da agitação à tranquilidade,

mudança da respiração oral para nasal e eliminação do ronco. Após questionário

respondido, concluiu-se que 76,5% dos indivíduos estudados tiveram melhora

notável na respiração nasal.

Hershey et al. (1976) encontraram aumentos na área nasal transversal, que

variaram de 1mm a 3mm em sua amostra de 17 pacientes submetidos à disjunção

maxilar. O valor médio da área nasal transversal logo após a disjunção foi

encontrado em 28,88mm, considerado significante quando comparado com o valor

médio inicial, de 26,76mm.

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Sfodrini et al. (1986) estudaram as modificações da respiração nasal em 30

pacientes entre 7 e 13 anos de idade, que apresentavam alterações transversais da

maxila com indicação de ERM. Avaliaram a perviedade nasal por meio de

rinomanometria anterior em três tempos: antes, após e seis meses após o

procedimento de ERM. Analisando os resultados obtidos, encontraram uma

significativa redução da resistência respiratória após o tratamento, principalmente

em pacientes na faixa etária entre 7 e 12 anos

Warren et al. (1987) compararam a área nasal transversal de pacientes

tratados com disjunção maxilar ortopédica e disjunção maxilar cirurgicamente

assistida com grupos controle juvenil e adulto, respectivamente. Constataram um

aumento na dimensão da cavidade nasal de aproximadamente 45% após a

disjunção maxilar ortopédica, e de 55% após a disjunção maxilar cirúrgica.

observaram aumentos na área transversal da cavidade nasal após a ERM de cerca

de 45% quando comparado com os valores iniciais.

Hartgerink et al. (1987) avaliaram a resistência nasal de pacientes submetidos

a ERM em 3 tempos distintos, sendo: Pré-ERM, Pós-ERM e 1 ano Pós-ERM. Os

resultados obtidos indicaram que o procedimento diminuiu a resistência nasal e se

manteve estável após 1 ano do tratamento. Estes autores afirmaram que a resposta

à ERM é imprevisível, estando sujeita a variações individuais, e que, mesmo

havendo uma diminuição da resistência respiratória, não há mudança na forma de

respiração do paciente.

Bishara e Stanley (1987) realizaram uma revisão da literatura a respeito dos

resultados da ERM em pacientes com deficiência transversal da maxila. Os autores

relataram que há aumento do diâmetro da cavidade nasal, principalmente na região

do assoalho, há um movimento lateral das paredes resultando em um aumento da

capacidade nasal em aproximadamente 1,9mm no sentido transversal, podendo

atingir de 8 a 10mm na altura da concha nasal inferior. Observaram um aumento da

resistência respiratória que se manteve estável após a remoção do aparelho.

Paiva (1999) realizou uma pesquisa com 25 pacientes, com idade entre 5 e

10 anos, portadores de deficiência transversal da maxila que foram submetido a

ERM. Os indivíduos foram submetidos a exame de rinomanometria e

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nasofibroendoscopia antes e imediatamente após o procedimento ortodôntico. O

autor observou um aumento estatisticamente significante da porcentagem do espaço

livre da nasofaringe, no entanto não observou aumento da condutância respiratória

nasal total, após a ERM.

Marchioro (1999) analisou, por meio da rinometria acústica, o efeito da

expansão rápida da maxila na cavidade nasal. Neste estudo foram estudos 27

indivíduos, sendo 11 do gênero masculino e 16 do gênero feminino, com idade entre

6,75 e 11,67 anos, portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, com

indicação de expansão rápida da maxila. Os exames foram realizados em três

tempos: antes (T1), imediatamente após (T2) e 90 dias (T3) após a expansão.

Constatou-se um aumento da área mínima de secção transversal da cavidade nasal,

de T1 para T2 em 24 indivíduos (88,89%) e de T1 para T3 em 21 indivíduos da

amostra (77,78%). Estas variações corresponderam a um aumento de área de

17,5% e 16,25%, respectivamente, não sendo encontradas diferenças

estatisticamente significantes.

Hahn et al. (1999), avaliaram 27 pacientes submetidos à ERM, por meio de

rinometria acústica. Previamente ao exame, fizeram o uso de descongestionante

nasal para eliminar quaisquer interferências que pudessem influenciar os resultados

do exame. Observaram que 100% dos pacientes mostraram aumento do volume da

cavidade nasal entre os períodos pré-disjunção e logo após a disjunção maxilar.

Após o período de contenção, os autores observaram discreta diminuição do volume

da cavidade nasal, não significativa estatisticamente.

Usumez et al. (2003) realizaram um estudo para avaliar as alterações na

região da cavidade nasal e orofaringe após a ERM. Os autores avaliaram 8

pacientes (±9,4 anos) por meio de telerradiografia lateral e póstero-anterior e

observaram aumento transversal da cavidade nasal, significativo apenas na sua

porção inferior (2,43mm), que manteve-se estável após 8 meses. A nasofaringe

exibiu aumento sagital, no entanto não foi estatisticamente significante porque, de

acordo com os autores, a amostra foi composta por reduzido número de casos.

Doruk et al. (2004) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a

resistência nasal durante a ERM, avaliada por meio de rinometria acústica. Foram

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avaliados 22 pacientes com média de 12,9 anos de idade. Os autores notaram que a

expansão rápida da maxila foi acompanhada de redução da resistência respiratória,

que se manteve estável após 8 meses do início do tratamento. Por meio de uma

avaliação subjetiva, concluíram que 59% dos pacientes da amostra relataram uma

melhora na capacidade respiratória após o tratamento.

Garib et al. (2005) estudaram os efeitos da ERM na região do assoalho da

cavidade nasal, realizando mensurações nas imagens tomográficas de 8 pacientes

submetidos a este tratamento. Os resultados mostraram aumento significativo na

largura da cavidade nasal, ao nível do assoalho da cavidade nasal (2,4mm na região

de 1°molares e 2,5mm na região de 1º pré-molares) após o procedimento. Os

autores consideraram a força aplicada na realização da ERM se dissipa nas regiões

mais superiores, sendo que a magnitude da expansão nesta região corresponde a

1/3 da abertura do parafuso expansor.

Tecco et al. (2005) realizaram estudo com telerradiografias laterais em

posição natural da cabeça para observar os efeitos da ERM sobre o espaço

nasofaríngeo de pacientes respiradores bucais. Os resultados mostraram um

aumento sagital significativo de 5,3 mm na região das tonsilas faringeanas além de

alteração na postura da cabeça. O grupo controle, composto por pacientes não

tratados, não exibiu alterações significativas. De acordo com os autores, o aumento

das dimensões maxilares resulta em alargamento do espaço faríngeo e maior

capacidade respiratória.

Babacan et al. (2006) se propuseram a estudar se havia diferença de

resultados da ERM em pacientes em crescimento ou da ERM cirurgicamente

assistida. Entre os exames utilizados, os autores avaliaram a repercussão destes

procedimentos na cavidade nasal por meio de rinometria acústica. Os autores

concluíram que ambos os tratamentos promovem um aumento significativo do

volume nasal, no entanto ressaltam que este aumento não é previsível.

Enoki et al. (2006) estudaram o efeito da ERM na dimensão da cavidade

nasal e na resistência nasal. Foram realizados os exames de rinometria acústica,

nasofibroscopia e cefalometria em 29 indivíduos com idade entre 7 e 10 anos em

três momentos: antes, imediatamente após e 90 dias depois de realizada a ERM. Os

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resultados encontrados mostram que não houve aumento significativo da área

transversal no nível da válvula nasal e concha nasal inferior entre os três momentos

estudados. No entanto, houve uma redução progressiva da resistência nasal durante

todo o período de acompanhamento. Os autores ressaltaram que os benefícios

deste procedimento na mucosa nasal não são tão evidentes quanto os observados

na estrutura óssea, invalidando esta modalidade de tratamento com vistas somente

aos benefícios respiratórios.

Ribeiro et al. (2006) avaliaram, por meio de rinometria acústica 13 pacientes

com deficiência transversal da maxila, antes e imediatamente após a ERM. Os

autores analisaram separadamente as cavidades nasais direita e esquerda e

observaram que houve um aumento de todas as medidas avaliadas, no entanto

somente houve significância estatística o aumento observado na cavidade nasal

direita.

Compadretti et al. (2006) estudaram os efeitos da ERM na cavidade nasal,

por meio de rinometria acústica e rinomanometria, em 27 pacientes submetidos a

este tipo de tratamento. As avaliações foram realizadas antes e após um ano da

realização do procedimento. Os resultados mostraram um aumento significativo na

menor área transversal total e no volume total da cavidade nasal. Os autores

afirmaram que a ERM é capaz de aumentar a largura da cavidade nasal,

melhorando, assim, a respiração nasal.

Charoenworaluck (2006) realizou um estudo para avaliar as variáveis

cefalométricas da nasofaringe, orofaringe e laringofaringe, incluindo palato mole, de

71 indivíduos com diferentes relações ântero-posterior da mandíbula, tratados com

ERM. As variáveis foram avaliadas por meio de telerradiografia lateral e o autor

observou aumentos sagitais das medidas relacionadas à nasofaringe e orofaringe,

após 1,4 anos do tratamento. Esses achados, porém, não foram significativos

estatisticamente quando comparados a uma amostra controle de pacientes não

tratados, sugerindo que a ERM estimulou ou precedeu o crescimento normal dos

pacientes, gerando uma condição respiratória adequada.

Palaísa et al. (2007) realizaram um estudo com 19 pacientes submetidos a

ERM que foram examinados por meio de tomografia convencional. Os autores

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mediram a área e da cavidade nasal esquerda e direita, no corte coronal, nas

regiões anterior, média e posterior. Os pacientes foram avaliados antes,

imediatamente após e 3 meses após a ERM. As áreas de secção transversal, no

plano coronal, das porções média e posterior das cavidades nasais exibiram maiores

aumentos em relação à área de secção anterior (região de caninos). Observaram

também aumento no volume nasal de 27,8%, imediatamente após a ERM. Após o

período de 3 meses de contenção não houve recidiva das alterações nasais

decorrentes do tratamento. Os autores não encontraram correlação direta entre a

quantidade de abertura do parafuso expansor e a alteração observada na cavidade

nasal.

Garret et al. (2008) avaliaram, por TCFC, a cavidade nasal de 30 pacientes,

com média de idade de 13,8 anos, tratados com ERM e verificaram aumento

transversal significativo, imediatamente após o procedimento, na região de maior

largura inferior da cavidade nasal (1,89mm) e ao nível do assoalho nasal (1,59mm),

que corresponderam a 37,2% e 31%, respectivamente, da média de abertura do

parafuso expansor.

De Fellippe et al. (2008) estudaram 38 crianças com média de idade de 13

anos, avaliando-as por meio de tomografia computadorizada tridimensional e

rinometria acústica. Os pacientes foram submetidos a ERM e avaliados em quatro

momentos diferentes: antes da ERM (T1), após a estabilização do parafuso (T2),

após a remoção do aparelho expansor (T3) e de 9-12 meses após a remoção do

aparelho (T4). Os resultados mostram que há um aumento do volume nasal e da

MCA entre T1 e T2, e uma estabilidade destas medidas em T3 e um novo aumento

em T4. Os autores concluíram que ERM é um procedimento eficaz para alterar a

anatomia da arcada dentária superior e a anatomia e função da cavidade nasal.

Muniz et al. (2008) consideram que a ERM, além de melhorar a configuração

do arco maxilar que se apresenta constrito, provoca também um aumento na

cavidade nasal, possibilitando assim uma diminuição na resistência nasal e até

mesmo aumento do fluxo aéreo, mas ressaltaram que, de acordo com o encontrado

na literatura ortodôntica e otorrinolaringológica, este procedimento tem indicações

ortodônticas e ortopédicas precisas e as indicações para fins respiratórios ainda

requerem estudos mais específicos, com amostras bem selecionadas.

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Moreira (2009) avaliou os efeitos imediatos da expansão rápida da maxila

sobre as dimensões das vias aeríferas superiores (cavidade nasal, nasofaringe e

orofaringe), por meio de TCFC, em indivíduos tratados com aparelho expansor dos

tipos Haas e Biederman modificado. A amostra foi constituída por 31 pacientes com

deficiência transversal da maxila, sendo o Grupo 1 (Haas) composto por 16

indivíduos e o Grupo 2 (Biederman modificado) por 15 indivíduos, ambos os grupos

com faixa etária e idade óssea semelhantes. Os exames tomográficos foram

realizados em dois momentos: antes da expansão rápida da maxila (T1) e

imediatamente após (T2). De acordo com os achados houve aumento vertical e

transversal da cavidade nasal, principalmente na região ântero-inferior, e aumento

sagital do espaço nasofaringeano, assim como sua área de secção transversal. Não

foram observadas mudanças significativas nas dimensões da orofaringe. O autor

ressaltou que ambos os aparelhos avaliados foram capazes de proporcionar, de

forma significativa, alterações nas dimensões das vias aeríferas, entretanto o

expansor tipo Biederman modificado exerceu maiores efeitos transversos sobre a

cavidade nasal e maiores efeitos sagitais sobre a nasofaringe.

Haralambidis et al. (2009) avaliaram o efeito da expansão rápida da maxila

sobre o volume de cavidade nasal por meio de tomografia computadorizada. A

amostra foi composta por 24 pacientes na fase de dentição permanente, portadores

de deficiência transversal da maxila e mordida cruzada posterior bilateral. As TC

foram realizadas antes da expansão e no final do período de contenção de 3 meses.

As tomografias foram analisadas pelo software Imita (versão 10.11, Materialise Co

Médica, Leuven, Bélgica) para reconstrução de imagens em 3D e calculo do volume

da cavidade nasal antes e após a ERM. Os autores observaram um aumento médio

de 11,3% no volume nasal. Os autores afirmaram que a expansão rápida da maxila

aumenta significativamente o volume nasal e, consequentemente, pode aumentar a

permeabilidade nasal e estabelecer um padrão de respiração predominantemente

nasal.

Zhao et al. (2010) utilizaram a tomografia computadorizada por feixe cônico

para avaliar as mudanças no volume da orofaringe de pacientes portadores de

deficiência transvesal da maxila tratados por meio de expansão rápida da maxila e

compará-los com as alterações encontradas em pacientes que não possuíam esta

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maloclusão. O grupo estudado constou de 24 pacientes (idade média de 12,8 ± 1,88

anos) e o grupo controle foi composto por 24 pacientes, pareados por idade e

gênero (idade média de 12,8 ± 1,85 anos) que estavam começando o tratamento

ortodôntico corretivo. O exame de imagem foi realizado com um intervalo médio de

15 meses entre as duas aquisições, para os dois grupos. Os autores observaram

que o volume na região retropalatina era significativamente diferente entre os grupos

antes do tratamento (P = 0,011), e a diferença se manteve após o tratamento (P =

0,024). Após o tratamento, não houve diferenças significativas do total do volume da

orofaringe, região retropalatal ou retrolingual entre os grupos estudados. Os autores

afirmaram que não há evidência que sustente a hipótese de que há alteração de

volume nas regiões da naso e orofaringe das vias aeríferas superiores após a ERM.

Langer et al. (2011) realizaram um estudo para avaliar os efeitos longitudinais

da ERM sobre as vias aeríferas superiores, avaliando por meio de telerradiografia e

rinomanometria e nasoendoscopia a região da cavidade nasal e nasofaringe. 25

pacientes respiradores orais, na faixa etária de 7 a 10 anos, foram submetidos a

ERM e avaliados antes (T1), imediatamente (T2), 90 dias (T3) e 30 meses (T4) após

o tratamento. Ao exame de nasofibroscopia observou-se que a principal causa da

obstrução nasal neste pacientes foi a hipertrofia das conchas nasais inferiores,

presente em 20 dos 25 pacientes avaliados. Os resultados das medidas da

telerradiografia mostraram que não houve diferença estatisticamente significativa na

nasofaringe entre T1, T2 e T3, mostrando-se aumentada somente em T4 que, de

acordo com os autores, fio em decorrência do crescimento normal da face. Na

avaliação da rinomanometria, observaram que houve melhora na resistência nasal

entre T1 e T3, no entanto, em T4 houve retorno aos parâmetros iniciais. Os autores

consideraram que esta característica foi decorrente da hipertrofia compensatória das

conchas nasais inferiores e que os resultados encontrados levam a concluir que a

ERM não interfere na resistência nasal ou na região da nasofaringe, quando

avaliados longitudinalmente.

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2.3 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO (TCFC)

O conhecimento da morfologia e funcionamento das estruturas esqueléticas e

de tecido mole que compõem o espaço aerífero superior é essencial para

compreender a fisiologia e patogênese da obstrução desta região. Sua avaliação é

complexa, visto que sua localização não permite visualização direta, devido a isto,

diferentes exames imaginológicos têm sido utilizados para avaliar as vias aeríferas

superiores, estruturas esqueléticas e tecidos moles adjacentes. As telerradiografias

são amplamente utilizadas pelos ortodontistas e otorrinolaringologistas, mas é

sabido que na técnica lateral a visão bidimensional do espaço aerífero não fornece

dados precisos sobre a região e também não é capaz de representar seu real

tamanho (Subtelny, 1980). Já nas telerradiografias frontais, a sobreposição de

estruturas duras como dentes é bastante comum, dificultando também uma precisa

avaliação da região. Devido a esta deficiência, as técnicas atuais de imagem como a

tomografia computadorizada e ressonância magnética tem sido alvo de interesse

dos profissionais para visualização das estruturas deste local.

A tomografia computadorizada (TC) é um método de diagnóstico por imagem

que utiliza a radiação X e reproduz uma secção do corpo humano nos três planos do

espaço. Ao contrário das radiografias convencionais que projetam em um só plano

todas as estruturas, a TC evidencia as estruturas em profundidade, mostrando

imagens em “fatias” do corpo humano (Garib, 2007; Rino Neto, 2006).

A criação desta modalidade de exame, no início da década de 70, pelo

engenheiro inglês Hounsfield, juntamente com o físico norte-americano Comark, lhes

valeu o prêmio Nobel de Medicina de 1979. Nos últimos 30 anos ocorreram muitas

inovações e evoluções tecnológicas que melhoraram o tempo de aquisição e a

qualidade das imagens, assim como reduziram a dose de radiação (Garib, 2007).

Em estudos radiográficos prévios, a área da região posterior da faringe e a

largura lateral das vias aeríferas têm sido medidas. A área seccionada tem sido

avaliada através de telerradiografia cefalométrica, tomografia computadorizada e

ressonância magnética. O volume do espaço aerífero, por sua vez, tem sido

avaliado por tomografia computadorizada e ressonância magnética.

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Atualmente, por meio da tomografia computadorizada (TC) - possível

visualizar e mensurar imagens tridimensionais de forma precisa e reprodutível, sem

sobreposições de estruturas anatômicas ou magnificação. A precisão da TC na

determinação das dimensões nasais foi avaliada por Montgomery et al. (1979) em

um estudo que comparou imagens tomográficas da cavidade nasal à real estrutura

anatômica escaneada. O volume nasal obtido em crânios secos humanos, pela

injeção de silicone nos espaços aeríferos, foi comparado ao volume nasal obtido a

partir de suas imagens tomográficas, revelando não haver diferenças significativas

entre os mesmos. Dessa forma, os autores concluíram que o volume da cavidade

nasal pode ser medido de forma precisa a partir de exames tomográficos. Ao

contrário das telerradiografias póstero-anteriores da face, que são limitadas na

determinação do tamanho das vias aeríferas devido à sobreposição de imagens e

falta de detalhe entre os tecidos, as imagens tomográficas são capazes de

proporcionar importantes informações ao longo de toda a cavidade nasal,

oferecendo recursos únicos ao diagnóstico e tratamento de obstruções nasais.

A TC permite o emprego de softwares de reconstrução em três dimensões,

possibilitando também a manipulação de imagens nos três planos de espaço. As

imagens podem ser usadas no diagnóstico, planejamento, previsão cirúrgica e

avaliação dos resultados das deformidades maxilofaciais dos tratamentos

ortodônticos.

Em 1998, Mozzo et al. introduziram a tomografia volumétrica de feixe cônico

na Odontologia. Este exame utiliza um feixe em forma de cone que, através de uma

única rotação da fonte de radiação em torno da cabeça do paciente, permite a

captura da região de interesse, diferentemente do tomógrafo convencional, onde o

feixe de raios-x é em formato de leque e múltiplos cortes são realizados.

A literatura tem mostrado que a dose efetiva de radiação utilizada nas TCFC é

significativamente reduzida em relação à dose das TC convencionais (Mozzo et al.,

1998; Schulze et al., 2004; Farman; Scarfe, 2006; Scarfe et al., 2006; Ludlow;

Ivanovic, 2008; Silva et al., 2008). De acordo com Scarfe et al. (2006) a TCFC emite

radiação cerca de 15 vezes menor do que as TC. Embora essa redução na dose de

radiação diminua o contraste entre os tecidos moles, exceto os limites aeríferos que

são satisfatoriamente exibidos, os benefícios da visualização de detalhes ósseos e

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de tecidos moles devem sempre ser balanceados com os riscos biológicos (Farman;

Scarfe, 2006; Lenza et al., 2010).

Quando comparada às radiografias convencionais, a TCFC utiliza uma dose

de radiação similar à que é utilizada na obtenção de radiografias periapicais para

visualização completa da dentição (Hatcher; Aboudara, 2004) ou de 3 a 7 vezes a

dose de radiação que é utilizada em uma radiografia panorâmica digital da região

maxilomandibular (Ludlow et al., 2003).

2.3.1 Posicionamento da cabeça na obtenção de exames de imagem e sua

influência nas dimensões das vias aeríferas superiores

No século XIX os craniologistas recomendaram que para o correto estudo dos

crânios, os mesmos deveriam ser orientados de maneira a se aproximar da Posição

Natural da Cabeça (PNC) dos vivos.

A utilização de referências intracranianas para a obtenção de telerradiografias

e nas análises cefalométricas convencionais pode comprometer o diagnóstico

ortodôntico pelo fato de as estruturas utilizadas como referência apresentarem

variações anatômicas biológicas produzindo informações conflitantes entre os dados

clínicos e cefalométricos (Bjerin, 1957). Rino Neto et al. (2003) ressaltaram que para

melhor reprodutibilidade da PNC, para obtenção de telerradiografias em norma

lateral, o paciente deveria estar em pé olhando para uma parede em frente,

exatamente no nível dos seus olhos, com o auxílio de um espelho. Os autores

afirmaram que essa posição é confiável para a obtenção da telerradiografia lateral,

principalmente quando a orientação natural da cabeça é feita por um profissional

capacitado.

Alguns estudos realizados mostraram que as variações biológicas das linhas

de referência intracranianas, utilizadas nas análises cefalométricas convencionais

(plano Horizontal de Frankfurt e linha Sela – Násio) são maiores do que a variação

encontrada no registro da PNC (Rino Neto et al., 2003). Além de comprometer os

dados cefalométricos, a avaliação das vias aeríferas superiores fica comprometida

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49

porque a inclinação da cabeça pode resultar em alteração dimensional nesta região

(Marcotte, 1981).

Hellsing (1989) afirmou que alteração da postura natural da cabeça em 20º

por mudança da inclinação cervical mostrou correlação significativa com a

alterações nas vias aeríferas superires. De acordo com Battagel et al. (2002) o

volume das vias aeríferas pode ser variável de acordo com a postura cabeça e a

fase da respiração (expiração ou inspiração).

Muto et al. (2002) realizaram um estudo para avaliar os efeitos da alteração

da postura da cabeça na dimensão das vias aeríferas superiores. Os autores

avaliaram 5 telerradiografias de 10 pacientes, que foram realizadas com diferentes

posionamento da cabeça. A inclinação do ângulo formado pela linha horizontal

verdadeira e pela linha que une os pontos orbitário e articular variaram de -10º a

+10º, sendo 0° considerado a posição natural da cabeça, em que estas duas linhas

se encontram paralelas. Os autores mediram ângulos entre a linha S-N e alguns

pontos nas vétebras cervicais e observaram que a inclinação craniocervial aumente

significativamente com a extensão da cabeça nos angulos avaliados. Com relação

às vias aéríferas superiores, relaram que pequenas alterações são encontradas,

sendo que a maior alteração foi na região posterior da língua. Os autores concluíram

que uma alteração de 10º no posicionamento da cabeça repercute em uma alteração

de cerca de 4 mm nas vias aeríferas superiores.

Ingman et al. (2004) sugeriram que a alteração nas vias aéríferas em

decorrência da posição da cabeça ocorre somente na região da orofaringe, não

alterando as dimensões da nasofaringe, mesmo na posição supina em compração

com a posição ereta.

De acordo com Cevidanes et al. (2009) a PNC é a melhor forma de avaliação

das estruturas craniofaciais e a obtenção de imagens por TCFC deve ser realizada

utilizando este método, no entanto, os equipamentos disponíveis no mercado não

possuem os instrumentos necessários para o posicionamento do paciente.

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50

2.3.2 Precisão das imagens por TCFC

Um estudo realizado por Podesser et al. (2004), avaliou o grau de

reprodutibilidade das medidas lineares e angulares realizadas em TC na avaliação

de estruturas maxilares transversas. O objetivo era investigar a capacidade do

exame em proporcionar diagnósticos precisos das discrepâncias morfológicas da

maxila. Dez pacientes foram submetidos a exames tomográficos, nos quais uma

série de pontos foi identificada a partir de imagens coronais da maxila obtidas na

região de caninos e molares. A quantificação das medidas foi repetida por diferentes

observadores e as diferenças entre as aferições inter e intra-observador,

averiguadas. A análise estatística dos resultados revelou uma boa correlação entre

as medidas realizadas pelo mesmo observador e por observadores diferentes. Tanto

as medidas lineares quanto as angulares apresentaram apenas uma pequena

variação entre as leituras, não significativa estatisticamente. A análise inter-

observador mostrou-se com maiores variações em relação à análise intra-

observador, porém não de forma significativa. Os resultados do estudo indicaram

que a TC representa um método eficiente na avaliação transversa da maxila, sendo

um suplemento útil para o diagnóstico ortodôntico, ao contrário dos exames

radiográficos que oferecem dificuldades na definição das estruturas anatômicas a

serem mensuradas.

Las(2004) avaliaram a precisão de medidas lineares, de estruturas

dentomaxilofaciais e cranianas, realizadas em imagens de TCFC. Diferentes

medidas ósseas foram realizadas em crânios secos humanos, que posteriormente

foram submetidos a exames tomográficos. A comparação das medidas obtidas na

tomografia com as medidas diretas nos crânios revelou que as imagens

tomográficas tendem a subestimar as reais estruturas anatômicas. Entretanto, essas

diferenças não apresentaram significância estatística, sendo a TCFC um exame de

confiança a ser utilizado no diagnóstico de diferentes situações clínicas.

Aboudara et al. (2009) realizaram um estudo para comparar as informações

sobre o tamanho e morfologia da nasofaringe de adolescentes obtidas por meio das

telerradiografias laterais e tomografia computadorizada de feixe cônico. Segundo os

autores, há correlação positiva entre o tamanho da nasofaringe nas telerradiografias

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e nas imagens tridimensionais. Porém, a visão bidimensional do espaço aéreo

fornece dados imprecisos sobre a região e também não é capaz de representar seu

tamanho real. Os autores concluíram que a TCFC é um método efetivo no estudo

das vias aeríferas, pois proporciona imagens com contraste suficiente entre os

espaços aeríferos e os tecidos nasofaríngeos, permitindo uma avaliação precisa

dessas estruturas.

Palomino-Gómez (2010) propôs um método reprodutível de análise das vias

aeríferas superiores por meio de TCFC. Para realização deste estudo foram

utilizadas 16 imagens tomográficas onde se avaliou: comprimento, sensibilidade,

maior área no corte sagital, volume e área de secção mínima na oro e nasofaringe

por meio do software Dolphin3D®. Os resultados encontrados mostraram que a

padronização proposta resultou em boa replicabilidade (intra-examinador) e boa

reprodutibilidade (inter-examinador), sendo um método efetivo para avaliação de

imagens tomográficas na região das vias aeríferas superiores.

El e Palomo (2010) avaliaram a confiabilidade e precisão de três softwares

disponíveis no mercado para manipulação de imagens em formato DICOM (Digital

Imaging in Medicine) que são utilizados para medir volume de vias aeríferas

superiores. Os autores selecionaram aleatoriamente 30 imagens de TCFC e o

volume foi calculado na região da orofaringe e passagem nasal. Foram comparados

os programas: Dolphin3D (versão 11, Dolphin Imaging & Management Solutions,

Chatsworth, Califórnia), InVivo- Dental (versão 4.0.70, Anatomage, San Jose,

Califórnia), e OnDemand3D (versão 1.0.1.8407, CyberMed, Seul, Coréia). As

medidas foram repetidas após duas semanas e a confiabilidade foi alta para todos

os programas. A maior correlação encontrada foi entre o sistema operacional e

Dolphin3D para a orofaringe, e entre o sistema operacional InVivoDental para o

volume passagem nasal. Uma alta correlação foi encontrada para todos os

programas, mas os resultados também mostraram diferenças estatisticamente

significantes em relação com o programa de OS. Os autores concluíram que os três

softwares avaliados são altamente confiáveis para avaliação do volum apresentaram

alta correlação de resultados, mas sugeriram alguns erros sistemáticos.

Gribel et al. (2011) se propuseram a avaliar e comparar a precisão de

medidas craniométricas em telerradiografia lateral e em TCFC. Para realizar este

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estudo, 25 crânios secos, com oclusão estável, foram examinados por meio destes

dois exames. Previamente aos exames foram localizados 10 pontos de referência.

As medidas diretas nos crânios (padrão ouro) foram comparadas com as medidas

da telerradiografia e da TCFC. Não foi observada diferença estatisticamente

significativa entre as medidas do padrão ouro e da TCFC, com média de 0,1 mm de

diferença entre elas. Quando as medidas realizadas na telerradiografia foram

comparadas com as medidas diretas no crânio, observou-se uma variação

significativa de cerca de 5 mm entre as medidas. Os autores concluíram que as

medidas craniométricas realizadas nas imagens por TCFC são precisas para serem

utilizadas no diagnóstico ortodôntico.

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3 PROPOSIÇÃO

Nos propusemos a avaliar se após a ERM há:

1. alteração transversal nas regiões anterior, média e posterior do terço inferior

da cavidade nasal

2. alteração de volume, área sagital mediana e menor área transversal na

nasofaringe

3. alteração de volume, área sagital mediana e menor área transversal na

orofaringe

4. correlação entre o posicionamento sagital da mandíbula e as alterações de

volume e área na orofaringe

5. correlação entre inclinação cranio-cervical e as alterações de volume e área

na orofaringe

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4 CASUÍSTICA-MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CASUÍSTICA

A amostra foi composta por 15 pares de imagens tomográficas volumétricas

tridimensionais adquiridas pela tomografia computadorizada de feixe cônico,

correspondentes a 15 indivíduos (8 do gênero feminino e 7 do gênero masculino), na

fase de dentição mista, portadores de deficiência transversal da maxila, mordida

cruzada posterior unilateral, com média de 7,5 anos de idade (mínima 6,7 anos e

máxima 8,1 anos), ao início do tratamento. Todos os pacientes foram tratados com

expansão rápida da maxila, utilizando aparelho disjuntor colado, com recobrimento

oclusal em acrílico (Cohen; Silverman, 1973).

Para cada indivíduo, os exames foram realizados em dois momentos, M1 e

M2, que representam os períodos antes da adaptação e cimentação do aparelho e

após a sua remoção. As fontes do material pertencem ao acervo de documentação

da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da

Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP).

Os critérios de inclusão no estudo foram a presença de mordida cruzada

posterior unilateral de origem esquelética, com maloclusões de Classe I e Cl II de

Angle.

4.2 MATERIAL

4.2.1 Expansão rápida da maxila

O aparelho utilizado para realização da expansão rápida da maxila foi o

dento-suportado, similar ao proposto por Cohen e Silverman (1973), confeccionado

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com parafuso expansor da marca Morelli® (Morelli Ortodontia, Sorocaba, SP), tendo

capacidade expansora de 13mm (Figura 4.1).

Figura 4.1 - Parafuso expansor Morelli®

4.2.2 Tomografia computadorizada por feixe cônico

O equipamento utilizado para a realização da tomografia computadorizada de

feixe cônico (TCFC) foi o i-Cat® (Cone beam 3-D Dental Imaging System, Imaging

Sciences International, Hatfield, USA), com regime de trabalho de 120 kVp, 47,74

mAs, protocolo extended height (Figura 4.2).

Figura 4.2 - Imagem do equipamento i-Cat® (Cone beam 3-D Dental Imaging System, Imaging

Sciences International, Hatfield, USA)

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4.2.3 Avaliação tridimensional das vias aeríferas superiores

As imagens foram analisadas por meio do software Dolphin 3D® (Dolphin

Imaging/Patterson Dental, Chatsworth, CA) (Figura 4.3).

4.3 - Software Dolphin 3D

® (Dolphin Imaging/Patterson Dental, Chatsworth, CA)

4.3 MÉTODOS

4.3.1 Expansão Rápida da Maxila

A expansão rápida da maxila foi realizada por meio de aparelho expansor

dento-suportado (Figura 4.4). A quantidade necessária de expansão foi determinada

individualmente, sendo acrescidos 3 mm de sobrecorreção, sendo, em média, 15,6

dias para as ativações. A ativação do aparelho foi padronizada de acordo com o

preconizado por Haas, que correspondeu a dois quartos de volta no momento da

instalação. O responsável pelo paciente foi instruído a realizar as ativações a cada

12 horas até que se atingisse o número de ativações pré-determinado

individualmente. A adequação dessa quantidade foi ajustada clinicamente

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considerando-se sobrecorreção de 2 a 3mm. O parafuso foi estabilizado com resina

acrílica de presa rápida e o permaneceu em posição por 4 meses como contenção.

Figura 4.4 - Aparelho dento-suportado

4.3.2 Tomografia computadorizada por feixe cônico

Os exames foram obtidos pelo equipamento i-Cat (Imaging Sciences Int.

Hatfield, Pensilvânia). Os pacientes foram orientados na posição natural da cabeça

no momento da obtenção da imagem. O detector de imagem do aparelho é

composto de um painel amorfo plano de 20cm x 25cm e a escala de cinza é de 14

bits. O protocolo de imagem adotado foi de 40 segundos para o escaneamento da

cabeça, sendo 20 segundos para a porção superior e 20 segundos para a porção

inferior.

Para avaliação tridimensional das vias aeríferas, as imagens foram

importadas em arquivo DICON (Digital Imaging and Communications in Medicine)

para leitura, no software Dolphin 3D® (Dolphin Imaging/Patterson Dental,

Chatsworth, CA), em três dimensões, com resolução do voxel de 0,4mm.

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4.3.3 Análise das imagens tomográficas das vias aeríferas superiores

4.3.3.1 Verificação da inclinação crânio-cervical e posicionamento sagital da

mandíbula entre os momentos avaliados

Para verificar se houve alteração significativa no posicionamento da cabeça

entre M1 e M2 foram demarcados os pontos cefalométricos S, N, C2s, C2i e C4i

(Quadro 4.1 e Figura 4.5). Após, foram medidos os ângulos SN.C2s-C2i (Figura

4.6A) e SN.C2s-C4i (Figura 4.6B) e a distância entre os pontos C3i e Me (Figura

4.6C).

Pontos cranianos Definição

S

(Sela) Ponto localizado no centro da sela turca

N

(Nasio) Ponto localizado no centro da sutura frontonasal, no plano coronal

C2s

Ponto localizado na extremidade póstero-superior da segunda vértebra cervical

C2i

Ponto localizado na extremidade póstero-inferior da segunda vértebra cervical

C4i

Ponto localizado na extremidade póstero-inferior da quarta vértebra cervical

C3i Ponto localizado na extremidade ântero-inferior da terceira vértebra cervical

Me

(Mentoniano) Ponto mais inferior do contorno da sínfise mentoniana

Quadro 4.1 - Definição dos pontos e medidas pra avaliação da cavidade nasal

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Figura 4.5 - Pontos cefalométricos demarcados para avaliação do posicionamento crânio-cervical e

posicionamento sagital da mandíbula

Figura 4.6 – (A) Ângulo SN.C2s-C2i. (B) Ângulo SN.C2s-C4i. (C) Distância ente os pontos C4i e Me

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60

4.3.3.2 Padronização do posicionamento da cabeça no software para avaliação da

nasofaringe e orofaringe

Previamente à quantificação do espaço da naso e orofaringe, as imagens

foram padronizadas segundo a orientação da posição do crânio (Palomino-Gomez et

al., 2010). Desta forma, os plano axial, coronal e sagital se coincidiram entre os dois

tempos do exame. Foram medidos o volume, a área sagital mediana e a menor área

no plano axial dos espaços aeríferos da naso e orofaringe, antes (M1) e após (M2) a

expansão rápida da maxila.

Na imagem frontal, o plano axial coincide com os pontos orbitários; nas

imagens laterais, o plano coronal coincide com o ponto porio (Po), nos lados

esquerdo e direito, e o plano axial sobrepõe ao plano de Frankfurt; o plano sagital

mediano une os pontos Nasio (N) e espinha nasal anterior (ENA) (Figura 4.7). Estes

planos se coincidiram entre os dois momentos de avaliação.

Figura 4.7 - O plano axial une os dois pontos orbitários, o plano sagital mediano passa pelos pontos

Na e ENA. (A) Na imagem lateral o plano axial coincide com o plano de Frankfurt nos lados esquerdo (B) e direito (C) e o plano coronal passa pelo ponto Porio

No módulo Sinus / Airway foram marcados os pontos Espinha nasal posterior

(ENP), Basio (Ba) e Vômer posterior (VP). Para verificar se os cortes entre os dois

momentos eram significativamente compatíveis, foram mensuradas e comparadas

as distâncias entre as linhas ENP –Ba entre os dois momentos avaliados (Figura

4.8).

A B C

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61

Figura 4.8 - As imagens mostram que nos dois momentos de avaliação os cortes não apresentavam

diferença estatisticamente significativa em relação à sua localização

4.3.3.3 Pontos, planos de referência e medidas utilizadas

4.3.3.3.1 cavidade nasal

Os pontos demarcados e as medidas realizadas para avaliação da cavidade nasal estão descritos no Quadro 4.2.

Pontos cranianos e medidas Definição

ENA

(Espinha Nasal Anterior) Ponto mais anterior do assoalho das fossas nasais, na margem inferior da abertura piriforme, no plano sagital

ENP

(Espinha Nasal Anterior) Ponto mais posterior do osso palatino e do assoalho das fossas nasais, no plano sagital

N

(Násio) Ponto localizado no centro da sutura frontonasal

LA

(limite anterior) Projeção do ponto Nasio no plano palatino, no plano axial

LNIa Largura da região média do terço inferior da cavidade nasal, em sua porção anterior

LNIm Largura da região média do terço inferior da cavidade nasal, em sua porção média

LNIp Largura da região média do terço inferior da cavidade nasal, em sua porção posterior

Quadro 4.2 - Definição dos pontos e medidas pra avaliação da cavidade nasal

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4.3.3.3.2 nasofaringe e orofaringe

Os pontos e planos demarcados para avaliação da naso e orofaringe estão

descritos no Quadro 4.3.

Pontos cranianos Definição

VP

(Vômer posterior) Ponto localizado na porção mais posterior do osso vômer

ENP

(Espinha Nasal Anterior) Ponto mais posterior do osso palatino e do assoalho das fossas nasais, no plano sagital

Ba

(Basio) Ponto localizado no limite inferior e posterior da borda anterior do forame magno

VA

Ponto que une um prolongamento horizontal do ponto VP e um prolongamento vertical do ponto ENP

U

(Úvula) Limite mais inferior da úvula no plano coronal

PPINf Ponto localizado a 15 cm em direção ao perfil anterior, paralelo ao Plano de Frankfurt, passando pelo limite inferior da úvula

PAINf’ Ponto localizado a 15 cm em direção à região posterior da face, paralelo ao Plano de Frankfurt, passando pelo limite inferior da úvula

EG

(Epiglote) Ponto localizado no limite superior da epiglote, no plano coronal,

PAIOf’ Ponto localizado na intersecção entre o prolongamento do ponto PAINf em direção a uma perpendicular ao plano de Frankfurt, passando por EG

PPIOf’ Ponto localizado na intersecção entre o prolongamento do ponto PPINf em direção a uma perpendicular ao plano de Frankfurt, passando por EG

Quadro 4.3 - Definição dos pontos e plano para avaliação da naso e orofaringe

4.3.3.4 Cavidade nasal

Para realizar as medidas da cavidade nasal, as imagens foram

reposicionadas para que o plano axial sobrepusesse ao plano palatino (ENA-ENP)

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(Figura 4.9A). Após, foi localizado o ponto LA, a partir deste ponto foram localizados

outros dois pontos a cada 15 mm representando as porções média e posterior da

cavidade nasal (Figura 4.9B).

Para avaliação das porções anterior, média e posterior da cavidade nasal, a

imagem foi posicionada no plano sagital e a cavidade nasal foi dividida em três

terços a partir dos limites superior e inferior do contorno nasal. As porções anterior,

média e posterior foram avaliadas transversalmente no terço inferior. Todas as

medidas foram realizadas no contorno interno da cavidade nasal (Figura 4.10).

Figura 4.9 – (A) Posicionamento do plano axial sobre o plano palatino e determinação do ponto LA. (B) Determinação das regiões anterior média e posterior da cavidade nasal

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Figura 4.10 – (A) Limites superior e inferior da porção anterior da cavidade nasal e divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja). (B) Limites superior e inferior da porção média da cavidade nasal e divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja). (C) limites superior e inferior da porção posterior da cavidade nasal e divisão em terços (em azul) e distância transversal no terço inferior (em laranja)

4.3.3.5 Determinação da Nasofaringe

Para a realização das medidas da nasofaringe, inicialmente, foram

demarcados os pontos ENP, VP e Ba (Figura 4.11A), em seguida, foi localizado um

ponto na coana que coincide com uma linha que une os pontos ENP e VP (Figura

4.11B). O limite inferior da úvula foi localizado no plano coronal, no corte em que

este se encontra com a tonsila palatina em seu limite mais inferior (Figura 4.11C).

Após, a imagem é posicionada no plano sagital, e são criados os pontos PPINf e

PAINf’. Desta forma é formado um pentágono que delimita a nasofaringe (Figura

4.11D). Após, foi criado o ponto VA que une um prolongamento horizontal do ponto

VP e um prolongamento vertical do ponto ENP (Figura 4.12), com o objetivo de

aumentar a área a ser avaliada. Para determinar a sensibilidade, um ponto de

referência na metade de região preenchia a área a ser mensurada (Figura 4.13).

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Figura 4.11 – (A) Identificação dos pontos Ba, VP e ENP. (B) Localização do ponto médio da coana. (C) Identificação do ponto mais inferior da úvula no plano coronal. (D) Região da nasofaringe delimitada

Figura 4.12 - Localização do ponto VA

C D

A B

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66

Figura 4.13 - Determinação da sensibilidade. O ponto de referência se localiza no centro da área a

ser medida nos planos sagital, coronal e axial

Após, foi selecionado o ícone “Update Volume” e automaticamente o software

nos forneceu o valores do volume da região (Figura 4.14).

Figura 4.14 - Volume da região da nasofaringe calculado pelo software Dolphin 3D

®

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67

4.3.3.6 Determinação da Orofaringe

No momento seguinte foi realizada a mensuração do volume da orofaringe.

Esta região está compreendida entre o limite inferior da úvula (Ponto U) e o limite

superior epiglote (Ponto EG). O limite superior da epiglote foi identificado no plano

coronal, no corte em que esta se encontra em seu maior comprimento e foi

demarcado um ponto de referência em sua porção mais superior (Figura 4.15A). No

plano sagital foi identificado este ponto para que fossem realizadas as medidas. Esta

região foi delimitada pela união dos pontos PPINf’ e PAINf’, e foram criados os

pontos PAIOf’ e PPIOf’, formando um retângulo (Figura 4.15B). Esta delimitação

deve estar além dos limites das vias aeríferas em todos os planos (sagital, coronal e

axial). A determinação da sensibilidade seguiu os mesmos critérios utilizados para

avaliação da nasofaringe (Figura 4.16).

Figura 4.15 – (A) Identificação da porção mais superior da epiglote; (B) Localização dos pontos

PPINf’, PAINf’, PAIOf’ e PPIOf’

A B

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68

Figura 4.16 - Determinação da sensibilidade na região da orofaringe e volume

4.3.3.7 Parâmetros de mensuração

Para os espaços aeríferos da naso e orofaringe foram mensurados o volume

da região, a menor área no plano axial e a área na região sagital mediana (Figura

4.17).

Figura 4.17 – (A) Área na região sagital mediana. (B) Menor área no plano axial. (C) Volume da

nasofaringe

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4.4 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da FOUSP, sob o

protocolo 170/2010 (Anexo A).

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para avaliar as variáveis entre M1 e M2 foi utilizado o Teste t de Student,

após a aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnov, ao nível de significância de 5%.

Para avaliação de correlação entre as variáveis da orofaringe e inclinação crânio-

cervical e posicionamento mandibular foi utilizado o teste de correlação linear de

Pearson.

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70

5 RESULTADOS

5.1 ENP-Ba

A medida cefalométrica ENP-Ba mostrou que não houve diferença

estatisticamente significante entre os dois cortes tomográficos avaliados (p=0,26)

(Tabela 5.1).

Tabela 5.1 - Média, desvio padrão, erro padrão e resultado do teste t de Student para a variável ENP-Ba, entre M1 e M2

Variável N Momento 1 Momento 2 Teste t

media DP EP media DP EP p

ENP-Ba 15 21,60 2,33 0,60 22,16 2,35 0,63 0,26

5.2 INCLINAÇÃO CRÂNIO-CERVICAL E POSICIONAMENTO SAGITAL DA

MANDÍBULA

As medidas dos ângulos SN.C2s-C2i e SN.C2s-C4i e linha C3i-Me nos

momentos 1 e 2 mostraram que não houve diferença estatisticamente significante da

inclinação crânio-cervical (Tabela 5.2).

Tabela 5.2 - Média, desvio padrão, erro padrão e resultado do teste t de Student para os ângulos SN.C2s-C2i e SN.C2s-C4i e linha C3i-Me

Variável N Momento 1 Momento 2 Diferença Teste t

média DP média DP média DP p

SN.C2s-C2i 15 93,16 10,01 92,28 10,88 -1,85 0,62 0,28

SN.C2s-C4i 15 97,99 9,08 97,66 9,78 -1,17 0,49 0,42

C3i-Me 15 61,73 6,07 61,34 5,49 -1,05 0,40 0,32

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71

Como pode ser observado nos gráficos 5.1, 5.2 e 5.3 os valores individuais

das diferenças entre M1 e M2 das variáveis de inclinação crânio-cervical mostram

resposta muito variável entre os pacientes.

Gráfico 5.1 – Variação individual do ângulo SN.C2s-C4i entre M1 e M2

Gráfico 5.2 – Variação individual do ângulo SN.C2s-C2i entre M1 e M2

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Gráfico 5.3 – Variação individual da distância C3-Me entre M1 e M2

5.3 CAVIDADE NASAL

5.3.1 Distância transversal no terço inferior da cavidade nasal

As medidas das variáveis da cavidade nasal em cada momento de

observação e o resultado do teste t de Student para comparação entre M1 e M2

encontram-se na tabela 5.3. Foi observado aumento significativo em todas as

variáveis avaliadas após a ERM.

Tabela 5.3 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância), para as variáveis da cavidade nasal, entre M1 e M2

Distância transversal N Momento 1 Momento 2 Diferença Teste t

média DP média DP média DP p

Região anterior (mm) 15 21,70 3,24 22,81 3,02 1,08 0,15 0,045

Região média (mm) 15 25,95 2,39 27,38 2,14 1,28 0,15 0,009

Região posterior (mm) 15 25,15 2,16 25,99 1,98 0,77 0,12 0,001

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73

5.4 NASOFARINGE

5.4.1 Volume, área sagital mediana e menor área axial

As medidas das variáveis da nasofaringe em cada momento de observação e

o resultado do teste t de Student para comparação entre M1 e M2 encontram-se na

Tabela 5.4. Foi observado um aumento nas varáveis de volume e menor área

transversal no plano axial, sem significância estatística. Para a área sagital não

houve diferença estatística entre os momentos avaliados.

Tabela 5.4 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância), para as variáveis da nasofaringe, entre M1 e M2

5.5 OROFARINGE

5.5.1 Volume, área sagital mediana e menor área axial

As medidas das variáveis da orofaringe em cada momento de observação e o

resultado do teste t de Student para comparação entre M1 e M2 encontram-se na

Tabela 5.5. Foi observado aumento significativo em todas as variáveis avaliadas

após a ERM.

Variável N Momento 1 Momento 2 Diferença Teste t

média DP média DP média DP p

Volume (mm3) 15 7624,50 3301,35 8504,27 2760,69 879,77 2628,01 0,11

Área Sagital (mm²) 15 412,06 133,23 402,19 109,21 -9,87 87,65 0,33

Menor área transversal (mm²) 15 73,40 56,57 79,19 52,61 5,79 40,44 0,29

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Tabela 5.5 - Média, desvio padrão e resultado de teste t de Student (5% de significância), para as variáveis da orofaringe, entre M1 e M2

Variável N Momento 1 Momento 2 Diferença Teste t

média DP média DP média DP p

Volume (mm3) 15 1474,34 754,77 1713,70 958,85 239,36 532,99 0,05

Área Sagital (mm²) 15 95,98 44,88 112,85 61,19 16,87 26,73 0,01

Menor área axial (mm²) 15 61,35 41,11 92,17 45,25 30,83 62,49 0,04

O resultado do teste de correlação de Pearson entre as variáveis de

inclinação crânio-cervical e posicionamento sagital e da mandíbula e as varáveis da

orofaringe estão dispostos na Tabela 5.6.

Tabela 5.6 – Correlação linear de Pearson para a região da orofaringe

Variável N Comparação p

Orofaringe 15

Volume x C3-Me 0,18

Area Axial x C3-Me 0,10

Volume x SN.C2s-C2i 0,47

Area Axial x SN.C2s-C2i 0,57

Volume x SN.C2s-C4i 0,38

Area Axial x SN.C2s-C4i 0,47

A tabela 5.7 mostra o teste de correlação linear de Pearson para as mesmas

variáveis, no entanto com o grupo da mostra que mostrou resposta semelhante às

variáveis estudadas.

Tabela 5.7 – Correlação linear de Pearson para a região da orofaringe em parte da amostra estudada

Variável N Comparação p

Orofaringe

11 Volume x C3-Me 0,04

Area Axial x C3-Me -0,10

10 Volume x SN.C2s-C2i -0,01

Area Axial x SN.C2s-C2i 0,03

8 Volume x SN.C2s-C4i 0,03

Area Axial x SN.C2s-C4i 0,22

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6 DISCUSSÃO

A respiração predominantemente nasal é considerada normal e fisiológica por

ser o único meio de respiração presente ao nascimento. Nos meses subseqüentes

ao nascimento pode-se observar uma transferência parcial para o padrão

respiratório oral na presença de obstrução nasal, o que pode contribuir para o

desenvolvimento de deformidades faciais e dentárias (Paiva, 1999).

A respiração predominantemente oral é constantemente citada como um dos

fatores etiológicos para a deficiência transversal da maxila (Pullen, 1912; Ricketts,

1968; Paul, Nanda; 1973; Linder-Aronson, 1979; Mcnamara, 1981; O’ryan, 1982), no

entanto esta relação de causa e efeito continua a ser muito discutida devido às

controvérsias existentes (Hartsook, 1946; Diamond, 1980, Paiva, 1999).

Angell (1860), Pullen (1912), Haas (1961), Wertz (1968), Hershey et al.

(1976), Hartegerink et al. (1987), Warren et al. (1987), Marchioro (1999) e Guest et

al. (2010) concordavam que a ERM é um excelente método para a correção da

deficiência transversal da maxila, por meio da abertura da sutura palatina. Haas

(1961), Marchioro (1999), Muniz et al. (2008) e De Felippe (2008) demonstraram que

os benefícios deste procedimento vão além da correção da má-oclusão, podendo ter

repercussão nas vias aeríferas superiores, principalmente na cavidade nasal, devido

à sua intima relação com a maxila.

Com o intuito de analisar os benefícios da ERM sobre as dimensões

maxilares, nasais e demais estruturas faciais, muitos pesquisadores na área da

Ortodontia e Otorrinolaringologia, realizaram estudos dos efeitos anatômicos e

funcionais deste procedimento sobre as vias aeríferas superiores (Haas, 1961;

Wertz, 1968; Timms, 1974; Gray, 1975; Hartgerink et al., 1987; Timms, 1987;

Warren et al., 1987; Silva Filho et al., 1995; Marchioro et al., 1999; Paiva, 1999,

Basciftici et al., 2002; Chung; Font, 2004; Doruk et al., 2004; Garib et al., 2005;

Babacan et al., 2006; Enoki et al, 2006; Doruk et al., 2007; Palaisa et al., 2007;

Garret et al., 2008; de Felippe et al., 2008). Muitas destas pesquisas se utilizaram de

radiografias convencionais como meio de aferição das vias aeríferas superiores

antes e após a ERM, porém a falta de detalhe e a sobreposição de imagens tem

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sido uma limitação deste método de imagem na determinação de limites anatômicos

precisos desta região (Montgomery et al., 1979), dificultado a avaliação dos reais

efeitos produzidos pela ERM.

A tomografia computadorizada por feixe cônico é um método de diagnóstico

por imagem que vem sendo utilizado mais frequentemente na odontologia

contemporânea devido à precisão e qualidade das imagens (Mozzo et al., 1998;

Hatcher et al, 2004; Lascala et al., 2004; Scarfe et al., 2006; Osório et al., 2008,

Gribel et al., 2011), menor custo financeiro (Mozzo et al., 1998; Scarfe et al., 2006;

Osório et al., 2008) e menor risco biológico ao paciente, devido a baixa incidência de

raios X, quando comparadas com as tomografias computadorizadas helicoidais

(Mozzo et al., 1998; Schulze et al., 2004; Farman; Scarfe, 2006; Scarfe et al., 2006;

Ludlow; Ivanovic, 2008; Silva et al., 2008).

Diante das limitações dos métodos radiográficos convencionais, nos

propusemos estudar as alterações morfológicas imediatas na cavidade nasal e na

região da naso e orofaringe através TCFC, avaliando 15 pacientes portadores

deficiência transversal da maxila, tratados com ERM. Apesar de os pacientes desta

amostra encontrarem-se em crescimento, não utilizou-se amostra controle devido ao

curto período decorrido entre as avaliações (3 meses). Por ser uma modalidade de

exame ainda recente na odontologia, há escassez de estudos utilizando a TCFC na

avaliação dos efeitos da ERM nas vias aeríferas superiores. Portanto os resultados

encontrados também serão comparados com outras metodologias encontradas na

literatura.

Anteriormente ao início da realização de medidas em imagens de TCFC é

importante a realização da padronização do posicionamento craniano no software,

para que se permita comparação entre momentos diferentes de avaliação. As

alternativas para esta padronização são a utilização de pontos cranianos ou da

posição natural da cabeça, com a utilização de referência extracraniana. Cevidanes

et al. (2009) comparam estes dois métodos e observou que há maior

reprodutibilidade quando a referência são pontos localizados no crânio.

Neste estudo foi realizado a confirmação da padronização do posicionamento

da cabeça avaliando-se a medida cefalométrica ENP-Ba. Na tabela 6.1 observa-se

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77

que a variação dos valores médios desta medida mostrou que não havia diferença

estatisticamente significativa entre os dois momentos avaliados (p=0,26). Portanto,

nos dois momentos avaliados a linha sagital mediana estava posicionada

aproximadamente no mesmo local.

6.1 CAVIDADE NASAL

Segundo Silva Filho et al. (2007) a sutura palatina mediana segue uma

configuração não paralela de abertura no plano axial, com sua maior largura voltada

para anterior devido à resistência oferecida pelos processos pterigóides do osso

esfenóide à expansão posterior da maxila. Como pode ser observado na tabela 6.2,

os resultados deste estudo mostraram que há aumento transversal da cavidade

nasal após tratamento da deficiência transversal da maxila por meio de ERM.

Os resultados desta pesquisa mostraram que o padrão de expansão

observado no assoalho da cavidade nasal não manteve o padrão de abertura da

sutura palatina relatado na literatura. Foi observado maior aumento transversal na

região média da cavidade nasal (1,28 mm) em comparação com a região anterior

(1,08 mm) e posterior (0,77 mm), avaliado na porção inferior da cavidade nasal, no

plano coronal. Moreira (2009) também avaliou, por meio da TCFC no plano coronal,

as alterações dimensionais da cavidade nasal imediatamente após a ERM e seus

resultados mostraram que o padrão de expansão observado no terço inferior da

cavidade nasal apresentou uma leve tendência de abertura triangular, com

pequenas diferenças entre as medidas das porções anterior (2,9 mm), média (2,7

mm) e posterior (2,2 mm).

Garib et al. (2005) também encontrou um padrão de expansão semelhante.

Os autores avaliaram a região do assoalho da cavidade nasal imediatamente após a

ERM, por meio de TC em cortes coronais na região de pré-molares e molares, que

mostrou aumentos de 2,5 mm e 2,4 mm, respectivamente. Já o trabalho de Palaísa

et al. (2007) avaliou, no plano coronal de imagens de tomografia convencional, as

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modificações das áreas de secção transversal anterior, média e posterior da

cavidade nasal e observaram maiores aumentos das regiões média (8,77 cm2) e

posterior (9,13 cm2), em relação à anterior (7,31 cm2) e consideraram que a

repercussão da ERM na cavidade nasal não mantém o padrão triangular de abertura

da sutura palatina.

Resultados diferentes foram encontrados por Enoki et al. (2006) que

estudaram o efeito da ERM na dimensão da cavidade nasal por exames de

rinometria acústica e nasofibroscopia em 29 indivíduos com idade entre 7 e 10 anos

em três momentos: antes, imediatamente após e 90 dias depois de realizada a ERM.

Os autores não observaram aumento significativo da área transversal da cavidade

nasal no nível da válvula nasal e concha nasal inferior entre os três momentos

estudados. No entanto, houve uma redução progressiva da resistência nasal durante

o período de acompanhamento.

6.2 NASOFARINGE

Diversas metodologias foram propostas para avaliação das vias aeríferas em

estudos com TCFC. Alguns destes estudos se baseiam em parâmetros utilizados em

radiografias convencionais (Charoenworaluck, 2006; Moreira, 2009). Muitos estudos

(Iwasaki et al., 2009; El; Palomo, 2010) iniciam a delimitação desta região na altura

do ponto ENP, no entanto, outros trabalhos realizam as medições a partir da região

que corresponde à tonsila faringeana (Moreira, 2009; Palomino-Gomez, 2010; Zhao

et al., 2010). Neste trabalho a delimitação da região da nasofaringe iniciou-se na

coana, incluindo a área da tonsila faringeana, e se estendeu até a porção mais

inferior do palato mole. É de grande importância a inclusão desta estrutura nas

mensurações porque a hipertrofia deste tecido linfóide é uma das causas mais

freqüentes de obstrução nasal.

Na Tabela 6.3 observa-se que, na amostra estudada, houve aumento médio,

em números absolutos, do volume da nasofaringe, no entanto esta variação não foi

estatisticamente significativa (p=0,11). Paiva (1999) realizou uma pesquisa com 25

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pacientes, com idade entre 5 e 10 anos, portadores de deficiência transversal da

maxila que foram submetido a ERM. O autor observou, por meio de

nasofibroendoscopia, um aumento estatisticamente significante da porcentagem do

espaço livre da nasofaringe imediatamente após a estabilização do parafuso

expansor. No entanto, Zhao et al. (2010), que avaliou a mesma região por meio de

TCFC, antes e após15 meses da ERM, não encontrou diferenças significativas no

volume da orofaringe e nasofaringe e afirmou que a hipótese de que há alteração

nas vias aeríferas superiores após o procedimento não se sustenta.

Na mesma Tabela 6.3 observou-se variação da menor área no plano axial da

nasofaringe, sem significância estatística (p=029), ao contrário de Basciftci et al.

(2002) que observaram, por meio de telerradiografias laterais, um ganho de 12% na

área da nasofaringe, sugerindo que a ERM foi efetiva em pacientes com deficiências

respiratórias nasais. Entretanto, ressaltam a importância de se conhecer os fatores

etiológicos da obstrução nasal para que este seja considerado no plano de

tratamento.

No estudo de Buccheri et al. (2004), o aumento das dimensões sagitais

observado na região de tonsilas faringeanas, por telerradiografias laterais,

proporcionaram melhora na respiração nasal relatada por 84% dos pacientes da

amostra. De acordo com os autores, havendo indicação, a ERM deve sempre ser

considerada no tratamento de crianças com problemas respiratórios, associados à

atresia maxilar, antes de se recorrer a um procedimento cirúrgico de

adenoidectomia.

Tecco et al. (2005) observaram, por meio de telerradiografias laterais em

posição natural da cabeça, os efeitos da ERM sobre o espaço nasofaríngeo de

pacientes respiradores orais. Os resultados mostraram um aumento sagital

significativo de 5,3 mm na região das tonsilas faringeanas.

Os resultados do presente estudo são semelhantes aos achados de Usumez

et al. (2003) e Charoenworaluck (2006) que também não observaram alterações

significativas na nasofaringe após ERM. Usumez et al. (2003) avaliou

telerradiografias laterais de 8 pacientes após 8 meses de realização da ERM e

observaram aumento dos valores absolutos das medias realizadas nesta região, no

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80

entanto, atribuiu a falta de significância estatística desta variável ao tamanho

reduzido da amostra estudada. Charoenworaluck (2006) avaliou os efeitos da ERM

sobre a nasofaringe após um ano decorrido da fase ativa do tratamento. O autor

observou aumento nos valores absolutos, no entanto não foram significativos

estatisticamente, sendo possível que o crescimento tenha modificado os efeitos

imediatos da expansão maxilar.

Moreira (2009) avaliou a região por meio de TCFC e observou que a área de

secção transversal da nasofaringe no plano axial, ao nível do plano palatino, obteve

aumentos significativos de 50mm² que, de acordo com o autor, podem ser atribuídos

ao movimento anterior do palato mole e da maxila, além do alargamento transverso

da nasofaringe em resposta à tensão que os ossos expandidos exercem sobre os

tecidos da via aerífera.

6.3 OROFARINGE

Poucos estudos avaliaram os efeitos da expansão maxilar na região da

orofaringe e nenhum deles encontrou alterações significativas nas dimensões desta

região após expansão maxilar (Usumez et al., 2003; Charoenworaluck, 2006;

Moreira, 2009). Neste estudo foi observado aumento significativo nesta região em

todas as variáveis avaliadas (Tabela 2.4).

Os resultados do estudo de Moreira (2009) mostraram resultados diferentes

dos observados neste estudo. O autor verificou, por meio de TCFC, que os efeitos

da ERM sobre o espaço aerífero faríngeo ficaram restritos à nasofaringe. Isto pode

ser atribuído à proximidade dessa estrutura com o arco maxilar, onde os efeitos

transversos e sagitais do tratamento são os mais evidentes. O autor verificou, entre

a amostra estudada, grande variabilidade das modificações nas regiões

nasofaríngeas e orofaríngeas, demonstrada por desvios-padrões aumentados na

maioria das medidas avaliadas. Essas variações também foram observadas no

trabalho de Charoenworaluck (2006), podendo-se supor que a adaptação dos

tecidos moles da nasofaringe e orofaringe aos efeitos da ERM apresenta variações

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individuais. Apesar de os resultados deste estudo terem demonstrado alteração

estatisticamente significativa na orofaringe após a ERM, observou-se grande

variação individual das alterações nesta região (Gráfico 6.1).

Gráfico 6.1 – Variação individual da diferença do volume (mm³) da orofaringe entre M1 e M2 na

amostra estudada. Observa-se que a resposta da região ao tratamento mostra variação ampla entre os pacientes

É importante ressaltar que, na literatura, encontram-se diversos estudos que

correlacionam inclinação da cabeça com alterações nas dimensões das vias

aeríferas superiores, principalmente na região da orofaringe. Muto et al. (2002)

avaliaram os efeitos da alteração da postura da cabeça na dimensão das vias

aeríferas superiores e observaram que pequenas alterações nesta região são

encontradas quando há inclinação da cabeça, sendo que a maior alteração ocorre

na região posterior da língua. Os autores concluíram que uma alteração de 10º no

posicionamento da cabeça repercute em uma alteração de cerca de 4 mm na

orofaringe.

Ingman et al. (2004) sugeriram que a alteração nas vias aéríferas em

decorrência da posição da cabeça ocorre somente na região da orofaringe, não

alterando as dimensões da nasofaringe. Neste estudo não foi encontrada correlação

estatisticamente significativa entre a inclinação craniocervical, medida através dos

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angulos SN.C2s-C2i e SN-C2s-C41, e as alterações de volume e área axial da

orofaringe (Tabela 6.6). Este achado pode ser explicado pela variação da inclinação

craniocervical dos pacientes entre M1 e M2 (Gráficos 6.1 e 6.2).

Observando-se a Tabela 6.7, quando a comparação entre SN.C2s-C2i e o

volume e a menor área axial é realizada somente entre os 10 indivíduos que

apresentaram variação negativa deste angulo observa-se correlação positiva com

as duas variáveis desta região (p=0,03 e p=-0,01, respectivamente). É observado na

mesma tabela que há correlação positiva entre SN.C2s-C4i e o volume quando a

comparação é realizada entre os 8 indivíduos que apresentaram variação negativa

de deste angulo (p=0,03).

Alguns estudos reportaram que a ERM é capaz de proporcionar um

reposicionamento anterior da mandíbula, durante a fase de contenção em resposta

às modificações oclusais ocorridas no arco maxilar sobre-expandido (McNamara,

2000; Lima Filho et al., 2003; Guest et al., 2010). Charoenworaluck (2006) sugeriu

que esse avanço mandibular poderia proporcionar um aumento das dimensões

orofaríngeas, na sua porção mais inferior. Entretanto, o autor não observou esse

efeito na sua pesquisa, mesmo após 1 ano decorrido do tratamento.

Outro fator que poderia influenciar as dimensões da orofaringe é o

posicionamento da língua no momento da aquisição do exame. Palomino-Gomez

(2010) propôs um método de avaliação das vias aeríferas superiores e considerou

que a ausência de controle do posicionamento lingual e dos tecidos moles

adjacentes poderia ser um fator limitante na avaliação desta região em exames de

TCFC, levando a equívocos na interpretação de dados como forma e volume da

orofaringe. No entanto, El e Palomo (2010) avaliaram a reprodutibilidade de medidas

das vias aeríferas e mostraram alta correlação intra e inter-operador em imagens de

TCFC.

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83

6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Recentemente as vias aeríferas superiores tem sido analisadas por meio de

Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico. No entanto, este tipo de

metodologia não permite afirmar, com segurança, se os resultados aferidos após a

Expansão Rápida da Maxila são em função dos efeitos deste procedimento, ou se

estão associados a outro tipo de interferência. O exame de imagem representa um

único momento de avaliação e alguns fatores podem interferir momentaneamente

nas dimensões das vias aeríferas superiores, principalmente na região da

orofaringe, no momento de realização do exame. O tamanho e a morfologia do

espaço aéreo variam durante a inspiração e a expiração e o tempo de aquisição dos

exames tomográficos (20 a 40 segundos) é um tempo longo para que o indivíduo

possa controlar os movimentos respiratórios. Outros fatores como a temperatura do

ambiente, a umidade relativa do ar, a presença de inflamação local, o

posicionamento da cabeça e da língua e o movimento de deglutição são alguns

outros exemplos que poderiam levar a erros na avaliação desta região. Para

avaliação das vias aeríferas superiores, a aquisição das imagens deveria obedecer a

uma padronização para que os fatores que podem ser controlados não interfiram

nos resultados encontrados, diminuindo, assim, os equívocos de interpretação dos

dados. Espera-se também que, em um futuro próximo, o tempo de aquisição da

TCFC seja diminuído de maneira a evitar que a movimentação do paciente durante a

aquisição altere o resultado do exame.

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7 CONCLUSÕES

Após análise e discussão dos resultados obtidos neste estudo, concluimos

que:

1) Cavidade nasal:

- A cavidade nasal apresenta aumento significativo, em seu terço inferior, nas

regiões anterior (1,08 ± 0,15), média (1,28 ± 0,15) e posterior (0,77 ± 0,12) após a

ERM, ao nível de significância de 5%.

2) Nasofaringe:

- Não há alteração significativa do volume (p=0,11), área sagital mediana

(p=0,33) e menor área axial (p=0,29) decorrente do procedimento de expansão

rápida da maxila.

3) Orofaringe:

- Há alteração significativa do volume (p=0,05), área sagital mediana (p=0,01)

e menor área axial (p=0,04) nos momentos antes e imediatamente após a ERM.

- Não foi observada correlação significativa entre a inclinação craniocervical e

as variáveis de volume e menor área axial nesta região, avaliadas pelas seguintes

variáveis:

- Não foi observada correlação significativa entre a posição sagital da

mandíbula e as variáveis de volume e menor área axial nesta região, avaliadas pelas

seguintes variáveis:

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REFERÊNCIAS1

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APÊNDICE A – Valores individuais para medidas da nasofaringe e orofaringe

M1 M2

PACIENTE REGIÃO Volume (mm³) Área Sagital mediana Menor Área Volume (mm³) Área Sagital mediana Menor Área axial

(mm²) (mm²) (mm²) (mm²)

1 nasofaringe 3798,4 343 5,2 3922 320,1 14,7

orofaringe 915,1 62,5 33,4 1240,9 90 89,5

2 nasofaringe 4265,2 285,3 43,4 5209,4 319,4 40,7

orofaringe 1225,1 73,1 105,8 700,7 37,8 129,3

3 nasofaringe 8934,2 489,7 104,6 7837,4 395,3 76

orofaringe 2236,1 126,4 143,5 2817,2 175,6 119,9

4 nasofaringe 13965,2 742,1 109,4 7334,3 547,2 64,6

orofaringe 1282,9 83 105,6 874,4 73,7 24,5

5 nasofaringe 10751,9 448,7 98,5 10309,6 506,8 30,6

orofaringe 986 53,3 40,4 865,2 54,7 76,7

6 nasofaringe 3216,5 192,7 17,8 5821,2 184,4 40,4

orofaringe 1386 133,1 34,4 1700,3 163,6 66,7

7 nasofaringe 5083,1 279,8 41,98 7431 440,1 59

orofaringe 966,9 71,9 4,6 1543,9 111,7 95,2

8 nasofaringe 12369,8 512,4 226,3 12639 506,2 197,1

orofaringe 3807,7 223,2 59,6 4418,7 266,5 128,9

9 nasofaringe 6477,2 403,9 30 11356,6 243,6 32

orofaringe 1073,3 145,2 38,8 1950 181,5 53,6

10 nasofaringe 5448,8 357,9 17,2 6509,8 338,5 91,5

orofaringe 1271,7 73,6 32 2106,2 112,4 24

11 nasofaringe 9119,7 380,7 68,7 8784,7 394,9 70

orofaringe 2101 97,6 86 1439,5 94,1 54,3

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12 nasofaringe 4164 295,3 40,1 6063,8 350,6 84,8

orofaringe 923,3 68,1 103,5 1483 104 88,1

13 nasofaringe 8379,1 519,3 120,4 11788,9 545,2 163

orofaringe 1382,5 91,9 19,3 1373,2 73,8 195,9

14 nasofaringe 9820,3 443,1 93,2 11304,3 472,8 72,5

orofaringe 1117,3 57 90,1 837,3 45,5 116,2

15 nasofaringe 8574,1 487 84,2 11252 467,8 150,9

orofaringe 1440,2 79,8 23,2 2355 107,9 119,8

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APÊNDICE B – Valores individuais para medidas da cavidade nasal

PACIENTE REGIÃO M1 M2

Largura (mm) Largura (mm)

1 - anterior 17,83 19,75

médio 23,14 24,11

posterior 24,63 25,82

2 - anterior 22,71 22,92

médio 23,82 24,9

posterior 22,87 23,47

3 - anterior 19,35 19,61

médio 25,76 28,52

posterior 26,64 27,63

4 - anterior 22,04 20,98

médio 24,79 25,18

posterior 23,17 24,58

5 - anterior 15,63 23,64

médio 25,9 28,46

posterior 26,83 25,82

6 - anterior 18,92 19,23

médio 25,04 30,26

posterior 23 23,85

7 - anterior 23,38 20,67

médio 28,86 25,52

posterior 29,49 29,23

8 - anterior 17,59 18,82

médio 26,83 27,38

posterior 26,09 27,53

9 - anterior 23,36 23,8

médio 28,69 29,68

posterior 26,88 27,71

10 - anterior 24,11 27,84

médio 27,53 29,51

posterior 26,29 28,55

11 - anterior 25,52 26,41

médio 24,38 27,9

posterior 22,46 24,95

12 - anterior 22,53 24,22

médio 21,71 24,83

posterior 22,17 22,39

13 - anterior 24,62 25

médio 26,28 28,85

posterior 24,13 25,31

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14 - anterior 26,96 27,63

médio 30,97 29,94

posterior 27,34 27,45

15 - anterior 20,89 21,6

médio 25,62 25,62

posterior 25,21 25,62

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APÊNDICE C – Valores individuais para medidas de inclinação crânio-cervical

PACIENTE CVT.SN OPT.SN C3-Me

M1 M2 M1 M2 M1 M2

1 109,06 98,97 102,65 92,65 64,92 61,55

2 99,72 105,57 91,9 99,16 61,03 66,06

3 105,05 101,98 102,72 99,34 53,14 52,55

4 83,71 79,78 80,99 74,57 52,97 52

5 91,16 90,44 85,16 81,59 63,2 57,48

6 104,12 104,18 102,53 100,2 63,18 62,67

7 83,06 85,75 79,77 80,41 64 68,07

8 98,39 99,4 97,47 93,55 69,47 68,6

9 84,48 84,79 80,01 81,17 73,36 69,98

10 98,19 105,46 99,76 106,71 67,88 63,78

11 111,31 105,11 104,17 100,11 62,61 61,72

12 103,88 95,01 102,65 95,63 52,9 58,23

13 93,85 100,04 89,68 94,99 62,01 62,26

14 85,22 83,28 77,9 75,99 58,27 58,8

15 103,74 113,2 100,09 108,12 57,02 56,43

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ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa