Limeira, 18 de novembro de 2015.

Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Tecnologia Doutorado em Tecnologia

FT – 061: Seminário de Tese | Prof. Dr. Ivan Ricarte

Avaliação do Ciclo de Vida de Alternativas para o Gerenciamento dos

Resíduos da Construção Civil nos Municípios das Bacias Hidrográficas

dos Rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari (UGRHI-05).

Laís Peixoto Rosado | RA 122495

Orientadora Profa. Dra. Carmenlucia Santos Giordano Penteado

Temas da Pesquisa

Avaliação do Ciclo de Vida

(ACV)

Gestão e Gerenciamento dos

RCC no âmbito Municipal

Resíduos da Construção

Civil

(RCC)

Definição os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis (BRASIL, 2010).

Resíduos da Construção Civil

(RCC)

Classe Definição Exemplos

A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados.

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

B Resíduos recicláveis para outras destinações.

Plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso.

C

Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou

recuperação.

Plásticos neoprene, plásticos reforçados com fibras (forros em lã de vidro com revestimento em PVC); Selantes, massa plástica; Embalagens de papel e cartão com materiais cimentícios, gesso, cal.

D Resíduos perigosos oriundos do processo de construção.

Tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.

Redação dada pela Resolução

n° 431/11.

Redação dada pela Resolução

n° 348/04.

• Classificação específica para os resíduos da construção civil.

• Objetivo: facilitar as etapas de triagem, reaproveitamento, reciclagem e disposição final adequada.

Resíduos da Construção Civil Geração

Contexto Nacional Contexto Internacional

• EUA – 170 milhões de ton/ano.

• União Europeia – 850 milhões de ton/ano.

• China – 2,19 bilhões de ton/ano.

• Índia – 12 milhões de ton/ano.

RCC coletados nas regiões brasileiras (ton/dia) em 2013.

Os municípios coletaram mais de 45 milhões de toneladas no ano de 2014.

0,603 kg/habitante/dia.

Gestão e Gerenciamento

no âmbito Municipal

Marcos Regulatórios

2002 Resolução CONAMA nº 307. 2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos. 2014 Decreto Estadual nº 60.520.

Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Plano Municipal de Gestão dos Resíduos da Construção Civil

Grandes

Geradores

Planos de Gerenciamento de

RCC

Realizar o manejo e destinação

ambientalmente adequada dos resíduos e rejeitos e comprovar

Pequenos Geradores

Diretrizes técnicas e procedimentos para o

exercício das responsabilidades dos

geradores

Ecopontos ou PEVs

Destinação ambientalmente adequada dos RCC e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos

Instalações para o manejo integrado dos RCC

Ecopontos ou PEVs NBR 15.112 (ABNT, 2004)

Para acumulação temporária de resíduos da construção e demolição, de resíduos volumosos, da coleta seletiva e resíduos com logística reversa.

ATTs NBR 15.112 (ABNT, 2004)

Áreas de Triagem e Transbordo de RCC, resíduos volumosos e resíduos com logística reversa.

Instalações para o manejo integrado dos RCC

Áreas de Reciclagem de RCC NBR 15.114 (ABNT, 2004)

Beneficiar materiais já triados para a produção de agregados para aplicação em obras de infraestrutura e edificações, de forma segura.

Aterros de RCC classe A NBR 15.113 (ABNT, 2004)

Área tecnicamente adequada para o recebimento de RCC classe A, visando a reservação de materiais segregados para uso futuro ou futura utilização da área.

Problema

Crescimento acelerado das

cidades: serviços de construção, reforma e

demolição.

Aumento da geração de

Resíduos da Construção Civil (RCC).

Ausência ou ineficiência da gestão destes

resíduos por parte

das empresas de construção e

administrações municipais.

Disposições irregulares de

RCC: degradação ambiental,

riscos à saúde e perdas

econômicas.

Combinação de desperdício e descompromisso no manejo e disposição final dos

resíduos (deposições irregulares, formação de passivos ambientais e bota-foras).

A DEPOSIÇÃO IRREGULAR RCC É O PRINCIPAL PROBLEMA A SER ENFRENTADO EM RELAÇÃO AO

SANEAMENTO NO AMBIENTE URBANO (CETESB, 2014).

Problema Perspectiva Espacial

Pro

• Do total de 5.565 municípios brasileiros, apenas 4,17% possuem ao menos um

dos itens da gestão recomendada pela Resolução CONAMA nº 307/02

(MURAKAWA; MARQUES NETO, 2013).

– Escassez de recursos técnicos e financeiros, além da falta de fiscalização dos órgãos

responsáveis (SCREMIN et al., 2014).

• É comum que a maior parte das prefeituras brasileiras adote com frequência

medidas corretivas no manejo dos RCC.

– Ônus elevados para os sistemas de limpeza pública.

– Impactos ambientais referentes à disposição irregular desses resíduos.

Problema

Avaliação do Ciclo de

Vida

Normas ABNT

NBR 14.040: Gestão ambiental – avaliação do ciclo de vida – princípios e estrutura. NBR 14.044: Gestão ambiental – avaliação do ciclo de vida – requisitos e orientações.

Ferramenta que proporciona uma avaliação qualitativa e quantitativa dos impactos ambientais ao longo de todo o

ciclo de vida de um produto ou serviço.

Estado da Arte

• A ACV como uma ferramenta de gestão ambiental pode ser

aplicada em avaliações de sistemas de gerenciamento de resíduos

sólidos (CLIFT; DOIG; FINNVEDEN, 2000; MCDOUGALL et al., 2001;

SANER et al., 2012; LAURENT et al., 2014).

– A partir de 2010 iniciaram-se a publicação de estudos de ACV de

sistemas de gerenciamento de resíduos com o objetivo de quantificar

e comparar o impacto ambiental da recuperação, utilização e

disposição final de resíduos sólidos.

• De acordo com uma revisão de 222 artigos publicados sobre o uso da ACV no estudo de sistemas

de gerenciamento de resíduos sólidos, apenas dois artigos representavam o Brasil, ambos

elaborados por Mendes et al. (2003; 2004) e apenas três eram direcionados aos resíduos da

construção civil.

– LAURENT, A. et al. Review of LCA studies of solid waste management systems – Part I: Lessons learned and

perspectives. Waste Management, v. 34, 2014, p. 573–588.

• Em pesquisas nas bibliotecas digitais de dissertações e teses brasileiras, verifica-se um aumento de

publicações na área de ACV; no entanto, trabalhos sobre ACV na área de gerenciamento de

resíduos é minoria, dos quais se destacam: Dmitrijevas (2010), Petroll (2010); Paes (2013); Barreto

(2014).

– Porém, estes não se aproximam de um estudo completo de SGRCC envolvendo uma bacia hidrográfica

como unidade de planejamento.

Estado da Arte

Questões norteadoras Quais são as melhores alternativas para os sistemas de gerenciamento

de RCC dos municípios da UGRHI-05?

Quais são os maiores impactos ambientais dos atuais sistemas de gerenciamento de

RCC dos municípios da UGRHI-05?

Qual a influência do transporte dos RCC nos impactos ambientais dos SGRCC de cada

município?

Quais são as maiores necessidades de investimentos em ações, projetos, programas e

planos, com o objetivo de melhorar a eficiência de todos os SGRCC?

Como transformar os dados obtidos do estudo de ACV em ferramentas viáveis para o

conhecimento da eficiência ambiental dos SGRCC?

Como permitir que as informações geradas no estudo possam ser utilizadas como base

para a modelagem de outros sistemas de gerenciamento de resíduos, desde que

possuam características similares?

Objetivos Gerais e Específicos

Avaliar o desempenho do atual sistema de gerenciamento dos resíduos da construção

(SGRCC) nos municípios integrantes da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e

Jundiaí, pertencente à 5º Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (UGRHI-5) do

Estado de São Paulo, com base na metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

Pesquisar e analisar informações sobre a situação dos RCC na UGRHI-5;

Identificar e quantificar os aspectos ambientais para a elaboração do Inventário de Ciclo de Vida

(ICV) do atual SGRCC de cada município;

Avaliar os impactos ambientais do atual sistema e de diferentes cenários de gerenciamento de RCC;

Prever como os impactos ambientais podem ser minimizados com a implantação de melhorias,

considerando as tecnologias atuais no setor de RCC;

Estudar a possibilidade de ações conjuntas entre os municípios, por meio da integração dos sistemas

de gerenciamento dos RCC.

Plano de Trabalho 4 Eixos Principais

1. Diagnóstico dos municípios da UGRHI-5 em relação ao sistema de gerenciamento de resíduos sólidos em geral, com ênfase aos resíduos da construção civil.

2. Elaboração e análise dos Inventários do Ciclo de Vida com base nos dados obtidos na etapa anterior, bem como dados da literatura e de base de dados, como a Ecoinvent.

3. Cálculo dos impactos ambientais para o ar, água e solo do sistema atual de gerenciamento e de sistemas alternativos, por meio do software SimaPro.

4. Interpretação dos resultados e apresentação dos dados em formato adequado para que possa ser aplicado no planejamento do poder público dos municípios envolvidos.

Metodologia Área de Estudo: Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Área: 15.303,67 km².

0,18% do território nacional.

2,7% da população.

6% do Produto Interno Bruto.

• 2013: foram geradas 1.877.274 toneladas de RCC nos municípios integrantes das Bacias do PCJ (SNIS, 2013).

Município t/ano

Atibaia 84.950

Campinas 792.001

Cosmópolis 26.340

Hortolândia 57.260

Indaiatuba 90.931

Jundiaí 147.018

Limeira 189.949

Nova Odessa 22.000

Piracicaba 180.672

Rio Claro 69.600

Salto 40.389

Santa Bárbara D'Oeste 20.000

Sumaré 86.000

Total 1.807.110

Geração de RCC dos treze municípios da Tabela em relação aos demais municípios das

Bacias PCJ.

Metodologia Área de Estudo: Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Diagnóstico dos 13 municípios

mais representativos em

relação a geração de RCC

Pesquisas em documentos oficiais de órgãos regulamentadores. Entrevistas com os profissionais envolvidos com o gerenciamentos dos RCC no município. Visitas aos locais de manejo dos RCC.

Metodologia Área de Estudo: Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Idade:

Realiza outro trabalho além de atuar no Ecoponto?

l. Você foi orientado sobre os riscos da ocorrência de acidentes de trabalho e as formas de prevenir e se proteger?

m. Você já sofreu algum tipo de acidente durante os trabnalhos no Ecoponto? Se sim, comente.

Nome:

d. Como é realizado o armazenamento dos resíduos recebidos?

e. Qual o destino dos resíduos recebidos?

f. Você pode informar qual a renda média obtida com a venda dos materiais recicláveis?

g. Você realiza a separação e comercialização de outros materiais, além dos recicláveis? Se sim, quais são esses

materiais?

c. Como funciona a triagem (separação) dos resíduos recebidos?

Escolaridade:

Profissão:

Ecoponto onde atua:

Há quanto tempo atua no local?

2. Informações sobre o manejo dos RCC nos Ecopontos

a. Qual o horário de funcionamento do Ecoponto?

b. Quais são os tipos de resíduos recebidos em maior quantidade neste Ecoponto?

Estudo do Sistema de Gerenciamento Integrado de RCC

do Município de Limeira-SP

ENTREVISTA - ECO PONTOSObjetivo: Identificar as práticas atuais em relação a geração, manejo e destinação final dos RCC através de

entrevistas aos colaboradores dos Ecopontos no município de Limeira.

1. Dados Cadastrais

Observações:

Faculade de Tecnologia - UNICAMP (Programa de Pós-Graduação)

Orientador: Profa. Dra. Carmenlucia Santos Giordano Penteado | Orientando: Laís Peixoto Rosado

h. Qual a sua atitude quando alguém deseja depositar algum tipo de resíduo que não pode ser entregue em um

ecoponto, como por exemplo, as lâmapadas?

i. Você recebeu ou recebe algum tipo de treinamento para trabalhar no Ecoponto? Se sim, quais foram as

orientações básicas que você apreendeu?

j. Você realizou alguma melhoria no Ecoponto por conta própria, sem o auxílio da Prefeitura?

k. Você já solicitou alguma melhoria/manutenção para a Forty ou para a Prefeitura? Se sim, comente sobre isso.

n. Quais as suas sugestões de melhoria para os Ecopontos?

Metodologia Avaliação do Ciclo de Vida

O estudo de ACV é divido em 4 fases.

Exemplo de Aplicação Fronteiras do sistema para o cenário alternativo das etapas de

gerenciamento dos pequenos volumes de RCC

Análise de Inventário do Ciclo de Vida (ICV)

• Identificar e quantificar os aspectos ambientais, na forma de correntes de matéria e energia (entradas e saídas das fronteiras do sistema).

• Realizar a validação dos dados obtidos e verificar se a qualidade dos dados é consistente com a aplicação requerida.

• Buscar os dados faltantes em base de dados e inserir as informações no software SimaPro.

ANÁLISE DOS RESULTADOS Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV)

• Determinar o método para a AICV, selecionar as categorias de impacto, classificar e caracterizar.

• Construir cenários de gerenciamento de resíduos que considerem taxas diferentes estabelecidas a partir das diretrizes e metas definidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) bem como nas Resoluções CONAMA nº 307/02 e nº 448/12. – Aplicar a ACV a cada cenário com o objetivo de avaliar os

impactos ambientais e mensurar o desempenho ambiental do atual SGRCC e de cada cenário proposto.

CRONOGRAMA ATIVIDADES 2015 2016 2017 2018

1. Levantamento Bibliográfico.

2. Solicitação da licença para uso do SimaPro e da base de dados

Ecoinvent.

3. Envio do questionário para avaliação da Comissão de Ética.

4. Agendamento das visitas para levantamento dos dados em

campo e aplicação dos questionários.

5. Elaboração da Análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV) para

cada município.

6. Determinação do método para a Avaliação de Impacto do Ciclo

de Vida (AICV) dos SGRCC.

7. Realização da etapa de AICV considerando os cenários atuais e

os propostos para cada município.

8. Análise e discussão dos resultados da AICV.

9. Formulação de propostas para a melhoria da eficiência dos

SGRCC de cada município.

10. Realização das considerações finais do estudo e sugestões

para futuros trabalhos.

11. Redação da tese.

12. Redação de artigos científicos.

13. Participação em congressos, simpósios, e ouros encontros

sobre o tema do estudo.

Referências ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 14.040 – Gestão ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida – Princípios e estrutura (Versão corrigida:

2014). Rio de Janeiro: ABNT, 2009a.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 14.044 – Gestão ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida – Requisitos e orientações (Versão corrigida: 2014). Rio de Janeiro: ABNT, 2009b.

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Referências

Obrigada!

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