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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU E QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA Dourados MS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA

AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE

CAJU E QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA

Dourados ndash MS

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA

AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU E

QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA

ZOOTECNISTA

Orientador Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de Goes

Co-orientadorJefferson Rodrigues Gandra

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias

da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

como parte dos requisitos exigidos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de MESTRE EM ZOOTECNIA Aacuterea de Concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo animal

Dourados ndash MS

2017

i

Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)

―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados

as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e

conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo

(Benjamin Franklin)

ii

BIOGRAFIA

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz

Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go

Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do

Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa

Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e

Industrial (2011-2012)

Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em

Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017

iii

DEDICATOacuteRIA

Agrave Deus

Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)

Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e

Aos meus mestres

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de

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SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential

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inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93

n11 p 5258-5267 nov2010

17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 2: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA

AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU E

QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA

ZOOTECNISTA

Orientador Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de Goes

Co-orientadorJefferson Rodrigues Gandra

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias

da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

como parte dos requisitos exigidos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de MESTRE EM ZOOTECNIA Aacuterea de Concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo animal

Dourados ndash MS

2017

i

Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)

―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados

as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e

conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo

(Benjamin Franklin)

ii

BIOGRAFIA

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz

Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go

Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do

Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa

Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e

Industrial (2011-2012)

Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em

Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017

iii

DEDICATOacuteRIA

Agrave Deus

Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)

Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e

Aos meus mestres

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 3: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

i

Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)

―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados

as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e

conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo

(Benjamin Franklin)

ii

BIOGRAFIA

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz

Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go

Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do

Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa

Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e

Industrial (2011-2012)

Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em

Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017

iii

DEDICATOacuteRIA

Agrave Deus

Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)

Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e

Aos meus mestres

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 4: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

ii

BIOGRAFIA

ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz

Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go

Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do

Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa

Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e

Industrial (2011-2012)

Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em

Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo

Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017

iii

DEDICATOacuteRIA

Agrave Deus

Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)

Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e

Aos meus mestres

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 5: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

iii

DEDICATOacuteRIA

Agrave Deus

Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)

Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e

Aos meus mestres

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive

value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991

WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and

problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994

WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M

FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-

inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93

n11 p 5258-5267 nov2010

17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 6: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo

amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias

Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para

mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo

Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave

minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos

pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A

vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz

Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique

Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de

incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada

Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade

por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir

comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo

Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem

desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada

Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de

Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela

disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao

seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo

Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao

passar seus conhecimentos Muito obrigada

Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr

Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e

anaacutelise estatiacutestica dos dados

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 7: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

v

A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)

pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas

Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por

comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees

Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por

contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores

Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca

castanha de caju utilizado nos experimentos

Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem

especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade

dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada

Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em

especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos

primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda

Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e

laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela

amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises

A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo

carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que

precisei Grata

Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos

Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a

realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos

MUITO OBRIGADA

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 8: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

vi

SUMAacuteRIO

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x

RESUMO 1

ABSTRACT 2

CAPIacuteTULO I 3

1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3

11 Introduccedilatildeo 3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5

21 Aditivos alimentares parabovinos 5

22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10

R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13

3 OBJETIVOS 17

31 Objetivo geral 17

32 Objetivos especiacuteficos 17

CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU

ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E

FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE

VOLUMOSOCONCENTRADO

18

RESUMO 18

ABSTRACT 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21

211 Local 21

212 Animais e instalaccedilotildees 21

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e

HCEL (ensaio1)

23

215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24

217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da

fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25

3 RESULTADOS 28

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 9: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

vii

4 DISCUSSAtildeO 34

5 CONCLUSOtildeES 37

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 10: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

22

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria

orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas

experimentais 29

Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e

digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas

experimentais 30

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31

Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a

inclusatildeo de aditivos 32

Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais 33

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996

VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology

metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 11: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

ix

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

Figura1 Principais constituintes do LCCC 11

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal

em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 12: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

x

LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS

AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta

CONT Controle positivo (Monensina)

DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose

DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido

DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro

DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica

DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca

DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta

FDA Fibra em detergente aacutecido

FDN Fibra em detergente neutro

LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico

LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana

MO Mateacuteria orgacircnica

MS Mateacuteria seca

PB Proteiacutena bruta

QUI Quitosana

VC Volumoso com concentrado

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 13: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

1

RESUMO

LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA

COMO ADITIVO PARA RUMINANTES

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de

caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e

Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra

Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha

de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal

de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo

leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um

delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85

(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e

suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees

volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram

adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200

mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +

500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento

inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN

FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito

quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO

DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN

DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2

horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e

nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais

manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL

respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo

da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior

com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para

os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo

da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo

lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de

gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC

para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo

VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e

quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram

resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos

ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a

digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a

quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio

que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois

aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade

in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 14: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

2

CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN

ADDITIVE FOR RUMINANTS

VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS

fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as

additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-

adviser Jefferson Rodrigues Gandra

ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association

of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal

fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated

males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The

formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage

fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as

concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565

5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL

DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association

between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a

completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and

DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on

IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive

and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the

additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at

intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and

ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives

maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL

respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of

the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio

was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were

evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of

the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas

production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)

Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the

parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and

additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive

modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an

alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of

cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient

digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or

the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be

performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine

feed

Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters

short chain fatty acids

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 15: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

3

CAPIacuteTULO 1

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

11 INTRODUCcedilAtildeO

As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas

por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto

essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a

digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios

metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da

fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na

alimentaccedilatildeo de bovinos

A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre

o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os

padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais

eficiente o alimento consumido

No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)

define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou

produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo

animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e

atender as necessidades nutricionais

Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na

populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso

de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-

negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-

positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis

na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)

Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos

satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do

ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido

evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede

humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 16: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

4

Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos

funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem

melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e

podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006

HESS et al 2008)

Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico

extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute

considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e

cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que

tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de

ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)

A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural

derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos

e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos

O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos

diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)

Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por

ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana

vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al

2002)

Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de

nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido

ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da

casca da castanha de caju eou quitosana

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 17: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

5

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21Aditivos alimentares para bovinos

A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser

economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel

biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado

percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp

LOMONACO 2009)

O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a

buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes

sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge

como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor

eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos

Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de

bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos

animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et

al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-

positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa

possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais

resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato

com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um

rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo

responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de

metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as

bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal

(RUSSELampSTROBEL1989)

Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias

ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o

aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter

ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como

aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)

aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute

mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor

o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 18: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

6

melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar

ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)

Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos

ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos

essenciais oacuteleos funcionais) entre outros

Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o

ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate

manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e

melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais

conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo

animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos

microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)

decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de

crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel

aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana

(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No

entanto o embargo comeccedilou somente em 2006

Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de

corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo

de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio

Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os

prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo

digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos

presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de

cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro

Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente

ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e

menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos

Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem

o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio

ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de

compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de

microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar

a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados

como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 19: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

7

agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes

produzida (BRUM 2006)

Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas

liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor

e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que

podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a

produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-

microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel

antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs

oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos

lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute

os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF

mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)

Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes

podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso

energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e

aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal

causada pelo elevado teor de concentrado na dieta

Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola

(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da

MS e fibra

De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo

causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de

substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo

proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela

intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)

22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal

O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente

conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um

composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados

por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de

cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais

possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo

ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 20: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

8

importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico

desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular

principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes

por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas

bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997

CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)

Figura 1 - Principais constituintes do LCCC

Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)

O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios

ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade

antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC

teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior

proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma

temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2

O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo

dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo

o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta

(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos

lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas

tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia

para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao

extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas

enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004

MAZZETTO et al 2009)

O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos

tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana

sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)

Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de

cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 21: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

9

e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a

dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da

metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo

de metano

Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e

cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da

digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases

e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro

encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS

favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total

de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH

verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de

amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos

microrganismos ruminais

De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a

mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS

proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado

apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30

mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria

orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca

da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos

nelore em confinamento

Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da

dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo

LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes

assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo

do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da

concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico

Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16

e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas

na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de

liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo

variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo

dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas

leiteiras em lactaccedilatildeo

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 22: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

10

De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de

aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos

como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes

23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes

A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por

unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)

(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel

biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da

desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de

fungos entre outros

Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri

Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp

SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto

insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a

partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a

formaccedilatildeo da quitosana

A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas

induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade

para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE

2009)

Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal

durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)

A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente

ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios

(KONG et al2010)

Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao

utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de

volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da

digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da

digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS

de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62

favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando

a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0

400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 23: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

11

6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um

aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto

concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando

desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas

Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de

quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo

houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas

concentraccedilotildees de ureacuteia no leite

De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in

vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de

metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores

avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de

volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com

alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo

molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in

vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)

Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a

fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da

especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o

aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de

reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3

Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen

alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando

a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das

dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem

apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da

concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)

A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade

aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)

Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em

relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a

adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito

significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto

a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de

peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 24: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

12

A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas

apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de

lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as

proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano

diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1

g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose

oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)

Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de

quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a

utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de

vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade

da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem

aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em

vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo

verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV

acetato isobutirato

13

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 25: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 26: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 27: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 28: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

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17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 29: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

17

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana

isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a

digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes

32 Objetivos especiacuteficos

- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in

vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)

digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda

fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do

liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes

- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de

cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso

Concentradoe

- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in

vitro

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 30: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

18

CAPIacuteTULO II

Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a

digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de

volumosoconcentrado

RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos

nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com

diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como

aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de

volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas

nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS

de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da

casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos

aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos

aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se

efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana

aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do

aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre

relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do

liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a

incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de

AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de

amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo

VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido

butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a

acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL

gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)

paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da

fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos

aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo

significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do

liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como

alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a

inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo

proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na

digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes

compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a

dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos

Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo

ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 31: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

19

EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN

ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF

DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE

ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility

metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with

chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The

diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050

3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the

cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of

chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed

in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to

evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF

IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP

and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD

associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but

increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced

IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved

similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives

was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the

inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the

addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and

Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours

after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and

the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of

4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic

acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2

C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas

production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas

g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)

parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate

of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the

additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C

D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D

The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid

presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics

in ruminant feed

Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas

production

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 32: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

20

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum

entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e

intensificar a produtividade

Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No

entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC

proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento

de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997

MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes

aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos

vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de

bovinos

O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte

natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui

atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido

estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a

digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-

positivas (SHINKAI et al 2012)

A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser

utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial

antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes

(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de

insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando

utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS

PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico

sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)

Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado

resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este

assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da

castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores

da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo

de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in

vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 33: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

21

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio

(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria

orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena

bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto

asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo

C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de

gases

211 Local

O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do

Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato

Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m

altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal

(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus

Campo Grande- MS

212 Animais e instalaccedilotildees

Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos

provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350

kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U

brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo

213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos

Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado

(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle

positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e

liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)

A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado

na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo

laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology

metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 34: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

22

analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de

arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise

quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido

anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da

quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de

desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente

032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)

As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como

volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como

concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e

2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC

As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo

forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de

malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena

bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)

Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)

Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor

comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na

tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos

Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais

Variaacuteveis

Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)

1000 6535 5050 3565 2080

MS 0899 0883 0866 0848 0845

MM 0101 0983 0975 0966 0956

PB 0129 0163 0178 0193 0207

FDN 0762 0535 0438 0342 0244

FDA 0306 0229 0197 0164 0132

Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 35: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

23

214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL

(ensaio 1)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta

(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)

mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial

(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por

Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura

controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma

110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi

dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o

pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)

Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-

100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por

Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos

brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados

Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro

recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado

e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as

amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os

aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados

diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos

contendo as dietas

A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra

foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo

tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-

dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)

(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)

Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8

horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas

previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 36: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

24

transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de

acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e

com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos

foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes

produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por

12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no

dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes

Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado

pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra

(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-

MSRes)MSI

Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo

a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em

queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual

FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco

FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos

retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=

(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica

residual

A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram

recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de

Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em

quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho

branco

215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal

(ensaio 2)

Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos

(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000

6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo

pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua

morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para

conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 37: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

25

A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas

seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10

gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de

caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)

esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)

No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro

recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565

e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada

jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a

soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra

a ser coletadas ao longo do tempo

As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e

10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos

0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada

horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a

torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes

a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)

para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o

material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise

Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas

em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma

aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do

nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de

hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por

Detmann et al (2012)

217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo

ruminal (ensaio 3)

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina

LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050

3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos

Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para

anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com

capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 38: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

26

cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo

de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco

foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2

Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada

incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo

tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo

A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por

sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as

informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador

a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento

da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)

utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)

Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da

equaccedilatildeo

N=VP

RT

em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=

pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472

kPaL K-1

mol-1

)

Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de

temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo

V=nRT

P

Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK

(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)

A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a

pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais

(101325 kPa) sendo este o valor de P

Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo

do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell

ampSchofield et al (1994)

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 39: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

27

Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =

volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta

digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees

de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias

Anaacutelises estatiacutesticas

Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises

exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves

premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos

erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram

realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE

2015)

Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e

HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade

de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais

aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no

PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de

regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos

Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no

liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas

as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que

se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)

conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser

analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o

uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do

modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de

graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As

estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da

relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram

Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 40: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

28

Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando

REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS

Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)

foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando

REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado

(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre

as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)

As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da

produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por

meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em

seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM

3 RESULTADOS

Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a

digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo

com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com

concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a

digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)

Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi

verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)

DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS

(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)

Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da

quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo

do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 41: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

29

Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica

(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedia EPM P-valores

CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVMS (gkg de MS)

20 0762 0775 0686 0716 0735

0008 lt00001 lt00001 08025

35 0684 0736 0654 0650 0681

50 0618 0667 0605 0580 0618

65 0541 0616 0533 0541 0571

100 0413 0475 0357 0358 0401

Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C

DIVMO (gkg de MS)

20 0859 0842 0759 0785 0809

0017

2 00024 lt0001 01436

35 0759 0828 0687 0727 0751

50 0744 0746 0625 0668 0695

65 0595 0662 0547 0599 0589

100 0433 0479 0385 0629 0482

Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A

DIVPB (gkg de MS)

20 0756 0693 0489 0876 0704

0016 00024 lt0001 01436

35 0750 0714 0671 0729 0716

50 0814 0759 0695 0818 0771

65 0758 0754 0655 0825 0748

100 0698 0625 0366 0758 0612

Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo

relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)

sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)

(P=000061)

A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado

variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos

(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito

quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e

CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e

4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas

apresentaram o mesmo comportamento

Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e

interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo

mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 42: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

30

(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso

Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com

inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a

inclusatildeo da Q e LCCCQ

Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do

aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo

(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)

quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725

da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear

(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta

Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)

digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da

hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais

Rel

VC

Aditivos Meacutedia EPM

P-

valores

CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

DIVFDN (gkg de MS)

20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386

00083

02 01518 lt00001 lt00001

35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374

50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385

65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469

100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379

Meacutedia 0391 0385 0411 0407

DIVFDA (gkg de MS)

CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ

20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211

00102 00457 lt00001 lt00001

35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200

50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227

65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302

100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193

Meacutedia 0252 0216 0235 0204

DHCEL (gkg de MS)

CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹

20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187

00151

5 00321 lt00001 00002

35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322

50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376

65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437

100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380

Meacutedia 0295 0347 0376 0343

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo

relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)

(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 43: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

31

000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ

=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)

(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-

001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)

(000003)

Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo

aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da

castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a

monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-

NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos

presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para

os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-

Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)

Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os

paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃

Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC

EPM P-Valores

100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687

NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1

Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de

coleta

Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus

inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 44: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

32

relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato

(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais

(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

C2C3 (Tabela 5)

Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido

ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de

aditivos

Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras

minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)

Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os

paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores

principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)

Rel VC

Aditivos EPM

P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo

Aacutecido aceacutetico

20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab

01918 03773 lt00001 lt00001

35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc

50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc

65

1121ABa

b 1108ABab 101818Bab 11421ABab

100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab

Aacutecido propiocircnico

20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc

03137 04214 lt00001 lt00001

35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc

50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac

65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab

100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc

Aacutecido butiacuterico

20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa

00205 05322 00098 00200 35

0940ABa

b 0861ABab 0729ABa 0583Ba

50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba

65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba

100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa

C2C3

20 2147 1105 1260 1085

00957 lt00001 09839 09962

35 2797 0861 0923 0795

50 2407 1316 1350 1180

65 2384 1116 1040 0993

100 2796 0978 0880 1058

Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

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4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

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40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 45: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

33

Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas

experimentais

Rel VC Aditivos

Meacutedias EPM P-valores

M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo

Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)

20 0288 4873 0425 0123 143B

04822 05834 00002 01053

35 9972 5882 0425 2628 659A

50 6486 3963 9104 6408 649A

65 4797 5393 3591 6264 501A

100 3222 3449 3538 3657 347AB

Meacutedias 495 471 491 382

Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

20 0153 0183 0066 0109 012

00104 06986

08487

03425

35 0055 0097 0150 0237 013

50 0145 0119 0047 0143 011

65 0093 0106 0141 0098 011

100 0153 0148 0138 0123 014

Meacutedias 012 013 011 014

Paracircmetro C ndash Lag time (horas)

20 3240 9320 6442 5242 606AB

05082 00105

lt00001

00914

35 3463 5162 2904 3018 363BC

50 0182 8188 0002 0002 209C

65 8775 6073 8483 5931 732A

100 7569 7463 7014 6168 705A

Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB

Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)

20 1086 7453 0958 0548 251B

04753 05995

00007

00884

35 5920 7689 6998 6998 690A

50 6995 4549 9999 9999 787A

65 7112 7079 8290 6746 731A

100 5425 5936 5867 6040 582AB

Meacutedias 531 656 642 606

Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)

20 0001 0050 0003 0047 003

00026 00514

02721

00795

35 0031 0024 0034 0028 003

50 0026 0037 0006 0044 003

65 0035 0034 0033 0032 003

100 0042 0039 0039 0038 003

Meacutedias 003 003 002 004

Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases

20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394

0808 05161

lt00001

00007

35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349

50 1348ABa

b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437

65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232

100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928

Meacutedias 1026 1125 1133 988

A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)

C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de

produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical

Chemists Arlington VA 2000

ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO

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Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos

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para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de

Maringaacute Maringaacute-PR

GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans

on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate

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JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para

ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da

Grande Dourado Dourados-MS

KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous

microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991

39

LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ

ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma

forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina

Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014

MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de

raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras

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NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ

AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo

forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e

Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010

OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo

proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -

Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR

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p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 46: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

34

4 DISCUSSAtildeO

Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado

na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando

avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem

reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de

fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a

reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no

ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)

Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro

encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado

a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo

da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste

trabalho

A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave

medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para

a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos

(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da

dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido

ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema

urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)

A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da

DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram

maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal

Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB

promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino

delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a

proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o

niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda

acima deste valor

A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do

concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado

apresentou menor percentagem de FDA

OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos

(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem

papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por

35

possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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39

LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ

ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma

forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina

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proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -

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p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

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possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas

bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos

componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem

principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano

melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-

negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)

O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo

e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o

animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com

estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas

raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em

alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)

A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a

inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado

por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom

o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias

celuloliacuteticas

O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de

10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp

RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de

amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para

dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da

amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade

de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)

De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a

atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta

microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-

NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta

Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e

desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal

de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo

Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de

nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas

quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do

36

pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical

Chemists Arlington VA 2000

ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO

NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA

PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in

Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015

BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural

feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen

fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015

BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO

D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in

ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008

BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha

review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004

CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA

Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos

graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal

v 9 n1 p 18-28 janmar 2008

DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C

SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization

of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics

Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009

DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas

para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de

Maringaacute Maringaacute-PR

GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans

on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate

ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009

GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied

Microbiology v 83 p 531ndash541 1997

HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal

Dairy Science 2(8)1791-1794 1999

JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para

ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da

Grande Dourado Dourados-MS

KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous

microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991

39

LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ

ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma

forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina

Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014

MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de

raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras

UFLA SBZ v29 p188-219 1992

MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York

1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT

PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p

NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ

AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo

forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e

Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010

OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo

proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -

Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR

RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net

carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of

Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992

SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver

metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993

SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine

Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004

SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka

A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle

by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012

STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein

synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science

v69 n11 p2941-2947 1986

TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British

Grassland Society v18 p104-111 1963

VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial

of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological

appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996

VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology

metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 48: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

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pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa

com o aumento das doses de LCCC

Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a

quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos

aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para

o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior

concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague

pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal

O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos

nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)

A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do

concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da

fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando

comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na

dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes

A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos

microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos

permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais

sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de

amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases

estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen

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BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO

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Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos

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v 9 n1 p 18-28 janmar 2008

DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C

SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization

of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics

Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009

DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas

para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de

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on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate

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Microbiology v 83 p 531ndash541 1997

HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal

Dairy Science 2(8)1791-1794 1999

JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para

ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da

Grande Dourado Dourados-MS

KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous

microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991

39

LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ

ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma

forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina

Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014

MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de

raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras

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1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT

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AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo

forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e

Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010

OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo

proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -

Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR

RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net

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Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992

SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver

metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993

SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine

Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004

SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka

A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle

by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012

STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein

synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science

v69 n11 p2941-2947 1986

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Grassland Society v18 p104-111 1963

VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial

of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological

appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996

VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology

metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

Page 49: AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE …files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-ZOOTECNIA... · amor, pela minha ... LCCC Liquido da casca da castanha de caju técnico

37

5 CONCLUSOtildeES

Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC

isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo

ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na

digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto

quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho

dos animais

A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de

60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos

microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo

de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia

para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo

afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em

maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a

produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta

38

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical

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ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO

NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA

PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in

Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015

BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural

feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen

fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015

BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO

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ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008

BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha

review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004

CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA

Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos

graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal

v 9 n1 p 18-28 janmar 2008

DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C

SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization

of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics

Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009

DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas

para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de

Maringaacute Maringaacute-PR

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on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate

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GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied

Microbiology v 83 p 531ndash541 1997

HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal

Dairy Science 2(8)1791-1794 1999

JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para

ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da

Grande Dourado Dourados-MS

KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous

microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991

39

LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ

ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma

forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina

Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014

MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de

raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras

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NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ

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forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e

Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010

OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo

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VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology

metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10

p3583-3597 1991

40

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

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A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor

comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais

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NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ

AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo

forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e

Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010

OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo

proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -

Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR

RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net

carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of

Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992

SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver

metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993

SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine

Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004

SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka

A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle

by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012

STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein

synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

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comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o

produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida

O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de

ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes

animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave

sauacutede humana

A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos

naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente

ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes

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comercial destes produtos

A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no

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O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol

e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos

animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu

transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e

longe da luz

Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em

conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A

reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de

inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para

identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes

Sugestotildees gerais