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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM PROFESSORES · Para o levantamento dos dados; análise e avaliação dos resultados foram utilizados os seguintes recursos: questionários, dinâmicas

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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICA ESTADUAL

Autora: Marlene De Oliveira1

Orientador: Prof. Dr. Paulo César Seron2

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo o estudo sobre o nível de estresse em

professores, investigando as causas do Estresse e Burnout dentro do contexto

escolar, as implicações que têm trazido para a categoria e a educação em geral.

Para a realização desta pesquisa fez-se necessário estabelecer um

parâmetro histórico dos temas tratados, para uma melhor compreensão, apresentar

as definições e a partir da aplicação dos testes, iniciar a avaliação dos resultados.

Foi realizado um trabalho junto aos professores de escolas públicas estadual,

de cursos técnicos profissionalizantes; com vistas a investigar a ocorrência de

estresse na categoria; o nível do stress quando presente e as suas conseqüências,

visto que é bastante significativo o número de afastamentos e atestados médicos

relacionados com o problema.

Para o levantamento dos dados; análise e avaliação dos resultados foram

utilizados os seguintes recursos: questionários, dinâmicas de autoconhecimento,

palestras e testes de estresse, a pesquisa observou que o estresse está bastante

presente entre os professores participantes, todavia a grande maioria sente orgulho

de sua profissão.

Palavras-chave: Estresse, Burnout, Professores, Educação.

1 Psicóloga, pós-graduada em psicologia do trabalho.2 Doutor em psicologia.

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1. INTRODUÇÃO

Informações estatísticas sobre o tema tem demonstrado que as pessoas que

trabalham com o público como, por exemplo: policiais, agentes penitenciários,

pessoal da saúde e professores tem sido as maiores vítimas do estresse e da

síndrome de Burnout. Frente a essas considerações e ao elevado número de

atestados apresentados por professores, identificamos a importância da realização

de um trabalho no sentido de investigar casos, e consequências do estresse.

De acordo com Dolan:

(...) os executivos devem esforçar-se, para reduzir o estresse ocupacional, porque esse é um fator que leva a resultados negativos. Os especialistas em saúde mental acreditam que 10% da força de trabalho sofrem de depressão ou altos níveis de estresse que acabarão afetando o desempenho. (DOLAN, 2006, pg. 10).

São altos os custos econômicos relacionados com enfermidades ou doenças

psicológicas como estresse, depressão, Burnout, que representam milhões aos

cofres públicos anualmente.

Muitas pessoas tem sido vítimas do estresse que vem desencadeando direta

ou indiretamente doenças psicológicas e fisiológicas comuns e até letais. Para a

Organização Mundial da Saúde, a promoção da saúde consiste em todas as

medidas que permitem a indivíduos grupos e instituições exercerem maior controle

sobre os fatores que afetam a sua saúde. O objetivo dessas medidas é melhorar a

saúde de indivíduos, grupos, instituições e comunidades.

Este trabalho se justifica pela necessidade de identificar o quanto os

professores da rede pública estadual, da cidade de Maringá – PR, estão ou não

sofrendo com estresse, bem como proporcionar-lhes mecanismos para que possam

compreender o que estão passando e disponibilizar alguns instrumentos para

melhoria em sua qualidade de vida no trabalho.

A realidade da educação no Brasil nos últimos anos têm deixado muito a

desejar, tanto para quem trabalha quanto para aqueles que a recebe. Por um lado,

deparamo-nos com indisciplina, violência, baixo índice de aprendizagem,

desinteresse dentro do contexto escolar; por outro lado, professores queixosos,

desanimados, sentindo-se incapazes de permanecer frente a uma sala de aula,

entrando no estresse e até em Burnout.

Segundo Codo:

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(...) alguns autores, por sua vez, entendem que características do ambiente de trabalho podem desencadear este tipo de sofrimento mental. Muitas pesquisas na área apontam problemas de indisciplina na escola como um dos fatores causadores de Burnout. Violência, falta de segurança, uma administração insensível aos problemas do professor, burocracia que entrava o processo de trabalho, pais omissos, transferências involuntárias, críticas da opinião pública, classes super lotadas, falta de autonomia, salários inadequados, falta de perspectivas de ascensão na carreira, isolamento em relação a outros adultos ou falta de uma rede social de apoio além de um preparo inadequado são fatores que tem se apresentado associados ao Burnout. (CODO, 1999, p. 183).

Este estudo tem a intenção de discorrer sobre o tema e apresentar uma

proposta de trabalho que possibilite uma maior sensibilização por parte do Estado,

professores e comunidade escolar sobre a importância de identificar a presença,

bem como o nível de estresse nos professores, e o quanto esse problema pode

interferir na qualidade do processo de ensino aprendizagem.

Seu principal objetivo foi investigar as causas do estresse e Burnout dentro do

contexto escolar, e as implicações que estes têm trazido para a categoria e demais

instâncias como: alunos, escola e a educação em geral, além de realizar uma

pesquisa que mostre as causas e aponte para as formas de prevenção do estresse

e do Burnout. Realizar palestras sobre estresse e síndrome de Burnout e oferecer

aos professores maiores informações sobre o que é estresse, suas causas, sinais e

sintomas e ainda disponibilizar à comunidade acadêmica ferramentas que possam

contribuir para prevenir e/ou minimizar os seus efeitos negativos.

A metodologia adotada é de abordagem quali/quantitativa. Embora haja

oposições entre as abordagens (quantitativa x qualitativa), Demo (1995) afirma que

é importante agrupar uma metodologia que aborde aspectos de ambas perspectivas,

pois para o autor, ambas são da mesma relevância metodológica.

Segundo Gil (1994), as pesquisas qualitativas têm caráter exploratório, pois

estimula os entrevistados a falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito.

Participaram do estudo 20 (vinte) docentes da rede pública estadual da

cidade de Maringá – PR do curso técnico profissionalizante.

Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário com

perguntas objetivas e subjetivas e testes para avaliação de estresse, para avaliar se

a pessoa está sofrendo de estresse; o nível em que ela se encontra; e se os

sintomas estão se manifestando mais na área física ou psicológica. A coleta de

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dados ocorreu durante os períodos que vão de 17 de setembro a 17 de dezembro de

2011.

Os instrumentos de avaliação foram entregues pessoalmente para cada

sujeito constante da amostra, sendo respondido na presença da professora

pesquisadora que os recolheu imediatamente para posterior análise e avaliação dos

resultados em confronto com a literatura estudada.

A pesquisa bibliográfica se fez necessária para fundamentar o tema em

questão, atribuindo valor científico à mesma. Para tanto, foi identificado diversos

autores e pesquisadores sobre o tema, dos quais obtemos as informações cientificas

necessárias para dar suporte ao nosso trabalho. Tendo como principais autores

consultados Simon L. Dolan3 e Marilda Novaes Lipp4.

Para a realização da pesquisa, foram utilizados alguns instrumentos

específicos que permitem avaliar se os sujeitos estão sofrendo de estresse; o nível

em que ele se encontra e se os sintomas estão se manifestando mais na área física

ou psicológica: instrumentos para avaliação de fontes externas de estresse,

instrumentos para avaliação de fontes internas de estresse, auditoria rápida de

estresse e instrumento para avaliação de auto estima.

Participaram da pesquisa professores entre a faixa etária de 26 a 60 anos de

idade, ocorrendo significante predominância do sexo feminino sobre o masculino.

Em relação à escolaridade, todos os participantes da amostra são professores pós-

graduados.

A interpretação dos fenômenos pesquisados foi obtida por meio da análise

quantitativa e qualitativa dos resultados dos instrumentos utilizados.

A pesquisa qualitativa envolveu a obtenção de dados descritivos que são

obtidos através do contato direto do pesquisador com a situação estudada,

preocupando-se em retratar a perspectiva dos participantes.

Os instrumentos de avaliação foram entregues pessoalmente para cada

sujeito constante da amostra, que foram respondidos na presença da pesquisadora,

e recolhidos imediatamente para posterior análise e avaliação dos resultados.

3 Doutorado pela Carlson Gradute School of Management, catedrático de psicologia do trabalho e gestão de RH da Universidad Ramón Llull de Barcelona.

4 Doutora em psicologia clínica pela George Washington University, fundadora do Primeiro Centro Psicológico de Controle do Stress do Brasil.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO ESTRESSE

Desde que o homem apareceu na terra ele enfrenta o problema do estresse,

posto que ele constitui-se num artifício inerente aos seres vivos que é utilizado como

forma de se manter alerta. Logo, o estresse não é um fato novo, ele sempre existiu.

Ele também não pode ser encarado como um fato puramente negativo. O que o

torna um fator negativo e desencadeador de sofrimento nas pessoas, é a forma

como ele ocorre e a impossibilidade do seu controle de maneira saudável. O que

temos observado nos tempos modernos, é a alta frequência e a elevada intensidade

com que o organismo humano se encontra sob o efeito do stress, de maneira

descontrolada. O homem tem enfrentado muitos estímulos estressores que vem

mudando e se intensificando de acordo com as exigências impostas pela época e

pela sociedade.

O médico endocrinologista canadense Hans Selye que nasceu em 1907 e

faleceu em 1982 é considerado pai do estresse.

Segundo Marilda Novaes Lipp et al.:

(...) o termo stress foi usado, na área da saúde, pela primeira vez, em 1926 por Hans Selye que notou que muitas pessoas sofriam de várias doenças físicas e reclamavam de alguns sintomas em comum, tais como: falta de apetite, pressão alta, desânimo e fadiga. Tal observação desencadeou extensas pesquisas médicas que culminaram com a definição na época, de stress como “um desgaste geral do organismo”. O desgaste é causado pelas alterações psico-fisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada a enfrentar uma situação que, de um modo ou do outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo a faça imensamente feliz. Qualquer situação que desperte uma emoção forte, boa ou má que exige mudança, é um estressor, isto é, uma fonte de stress.Assim, o stress pode ser causado por um acontecimento bom, como uma promoção, ou mau, como desemprego ou dificuldade financeira.Independente do que causou o stress, as reações das pessoas são no início do processo do stress, muito semelhantes (mãos suadas, dor de cabeça, taquicardia, respiração ofegante etc.). Mais tarde – quando o stress já esta em fase mais adiantada - é que diferenças ocorrem, dependendo dos pontos mais vulneráveis que a pessoa tem. (LIPP, 1998. P. 19).

Apesar dos avanços tecnológicos, o estresse continua fazendo parte da vida

do homem nos tempos atuais, todos os dias nos deparamos com problemas para os

quais precisamos encontrar soluções e isso nos coloca em estado de alerta que

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exige adaptação, mas, às vezes nosso organismo não dispõe mais de energia para

dar conta da situação e para que possamos encontrar essas soluções nos vemos

diante de um quadro de ansiedade que pode nos levar ao estresse. O

desenvolvimento obtido pela humanidade ao longo da sua história, apesar de ter

facilitado a vida das pessoas em muitos aspectos, não libertou o homem dos

estímulos estressores de antes, e impôs a esse homem outros tipos de estressores

característicos do mundo moderno.

2.2 O QUE É ESTRESSE?

De acordo com Silva:

(...) estresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar as pressões internas e externas. É uma resposta inespecífica do organismo ante qualquer exigência provocada por condições agradáveis ou desagradáveis que nos acomete. (SILVA, 2005. P. 09).

Segundo Ballone (2007, p.73) devemos considerar o estresse uma ocorrência

fisiológica e normal no reino animal. O estresse é a atitude biológica necessária para

a adaptação do organismo a uma nova situação. Em medicina entende-se o

estresse como uma ocorrência global, tanto do ponto de vista físico, quanto do ponto

de vista neuropsíquico.

Do ponto de vista físico, o estresse aparece quando o organismo é submetido

a uma nova situação, como por exemplo, uma cirurgia, um traumatismo ou uma

infecção, e, do ponto de vista psicoemocional, o estresse surge quando a pessoa

depara-se com uma situação entendida como geradora de insegurança ou de

ameaça.

Trata-se, o estresse, da resposta de um organismo submetido a uma situação nova (física e/ou psíquica) e pela qual ele terá de lutar, se adaptar e, consequentemente, sobreviver. Assim sendo, o estresse é um mecanismo essencial para adaptação e manutenção da vida, indispensável à sobrevivência. (Ballone, José Geraldo, Ortolani, Ida Vani Neto, Eurico Pereira: Da emoção à Lesão. (Pág. 73-74).

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A ansiedade é o reflexo emocional do estresse, e se trata de uma atitude

fisiológica normal, responsável pela adaptação do organismo às situações que

exigem atitudes.

Diante do perigo, podemos ter performances extraordinárias, fazendo coisas

que, em situações normais, não seríamos capazes de fazer. Se não existisse esse

mecanismo para nos colocar em posição de alerta ou alarme, nossa espécie nem

teria sobrevivido às adversidades encontradas pelos ancestrais.

Assim sendo, a natureza atribuiu à ansiedade o objetivo primordial de

favorecer a adaptação, porém isso acontece só até certo ponto. A ansiedade

favorece a adaptação somente até o ponto em que o uso excessivo desse

mecanismo começa a concorrer para a desadaptação. A partir de um ponto de

eficiência máxima, ao invés de contribuir para a adaptação, a ansiedade produzirá a

falência da capacidade adaptativa. Nesse ponto crítico, em que a ansiedade é tanta

que já não favorece a adaptação, ocorre o esgotamento da capacidade adaptativa.

Em nossos ancestrais das cavernas esse mecanismo era destinado à

sobrevivência diante dos perigos concretos, contribuindo para o melhor desempenho

na luta pela vida, como no caso das ameaças de animais ferozes, das guerras

tribais, das intempéries climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço

geográfico etc.; no ser humano moderno, apesar de essas ameaças concretas não

existirem mais como existiram outrora, os equipamentos biológicos da ansiedade

persistiram atrelados à nossa natureza, capacitando-nos para uma melhor reação

diante das ameaças.

Com a civilidade apareceram outros perigos ao ser humano, ocupando o lugar

das ameaças que estressavam nossos ancestrais arqueológicos. Hoje em dia,

tememos a competitividade, a segurança social, a incompetência profissional, a

sobrevivência econômica, as perspectivas futuras e uma infinidade de outras

ameaças abstratas. Tudo isso passou a representar ameaças de perigo à

sobrevivência cívica e social.

No entanto, transformar as ameaças concretas que atormentavam nossos

ancestrais em perigos abstratos no ser humano moderno não alivia, absolutamente,

nossa carga. Enquanto, na antiguidade havia um determinado objeto real e concreto

a combater (por fuga ou ataque), localizável no tempo e no espaço, hoje em dia o

objeto de perigo está dentro de nós, dorme e acorda conosco e não é localizável no

espaço e no tempo.

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Em épocas primitivas, o coração palpitava, a respiração ofegava e a pele

transpirava quando nossos ancestrais viam-se diante de um animal feroz ou

participavam da luta contra uma tribo inimiga. Já hoje em dia, nosso coração bate

mais forte diante do desemprego, da insegurança econômica, das dificuldades para

educar os filhos, das perspectivas de um futuro sombrio, da competitividade, dos

muitos compromissos cotidianos e assim por diante. Hoje nosso estresse

(ansiedade) é persistente e crônico, proporcionando um aumento quase continuado

da adrenalina e do cortisol no organismo.

2.3 AS REAÇÕES DO ORGANISMO: AS CONSEQUÊNCIAS BIOLÓGICAS

DO ESTRESSE

A reação do organismo varia segundo o fato de estar ou não na fase inicial da

tensão, quando há uma ativação geral e na qual as alterações produzidas são

facilmente remissíveis se a causa for eliminada ou melhorar, ou se estiver em uma

fase de tensão crônica ou estresse prolongado, quando os sintomas se tornam

permanentes, levando a doença.

QUADRO 1. Exemplos de algumas consequências biológicas do estresse.

Afetado Fases iniciais de tensão

Consequências do estresse

Cérebro Idéias claras e rápidas Dores de cabeça, enxaquecas, tiques nervosos, insônia.

Humor Concentração mental Ansiedade, perda do senso de humor.Saliva Reduzida Boca seca.Músculos Maior capacidade Tensão muscular e tiques musculares.Pulmões Maior capacidade Hiper ventilação ou ataque de asma.Estomago Nível mais alto de

ácidosIndigestão e vômitos.

Intestinos Espasmos e peristalse Diarréia, cólica, colite.Sexual Perda de libido Impotência e frigidez.Pele Menos úmida (mais

seca)Comichões, dermatite, erupções.

Energia Aumento no consumo de oxigênio

Entrar rapidamente no estado de exaustão.

Coração Uso excessivo dos órgãos cardiovasculares

Hipertensão, dor pericárdica.

Fonte: Dolan, Simon L. Estresse, auto-estima. Saúde e trabalho; Editora Qualitymark, 2006, pg. 40.

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A ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de depressão, uma

sensação de que algo está para acontecer, um contínuo estado de alerta. A

ansiedade nos faz ter pressa para terminar as coisas que ainda nem começamos,

faz com que a tarde de nosso domingo já tenha uma sensação de segunda-feira, faz

com que antes de dormir, já estejamos pensando em tudo que teremos de fazer

quando o outro dia amanhecer.

A ansiedade proporciona um estado de tensão e prontidão contínuas,

juntamente com uma sensação de que “falta alguma coisa” ou “alguma coisa está

para acontecer”. Para a pessoa ansiosa, as férias serão tranquilas apenas nos

primeiros dias, até começar a inquietação. O ansioso se angustia porque sente que

não está fazendo alguma coisa que deveria, mesmo sem saber o quê; angustia-se

porque pensa em tudo aquilo que terá de fazer quando as férias terminarem.

A natureza foi generosa ao dotar o ser humano da ansiedade ou do estresse,

favorecendo substancialmente sua adaptação; entretanto, quando não há um

período de tempo suficiente para a recuperação do esforço psíquico da ansiedade,

os recursos adaptativos acabam se esgotando. Ao persistir nos estímulos

estressores que causaram a reação de ansiedade, depois de algum tempo

sobrevém o esgotamento. Como diz o próprio nome, trata-se de um estado em que

as reservas de recursos para a adaptação se esgotam. No esgotamento há

alterações orgânicas significativas, começando pela hipófise, pelas glândulas supra-

renais (secretoras de adrenalina e cortisona) e por diversas alterações endócrinas,

enzimáticas e eletrolíticas.

Fisicamente incluem-se entre as alterações orgânicas do estresse os

descontroles da pressão arterial, alterações do ritmo cardíaco, alterações no sistema

imune, descontrole dos níveis de glicose do sangue, entre outras. Psiquicamente a

ansiedade crônica, o esgotamento leva a um estado de apatia, desinteresse,

desanimo e uma espécie de pessimismo insegurança e medo em relação à vida.

(Ballone, J. Geraldo; Ortolani, V. Ida; Neto, P. Eurico. Da emoção à Lesão. Um guia

de medicina Psicossomática, 2007, 2ª edição.)

De acordo com Lipp et al.:

Quando algum evento importante, bom ou mau, ocorre em nossa vida causando alguma mudança, nosso corpo faz um esforço para se adaptar à nova situação. As mudanças fisiológicas associadas com as reações do stress são processadas por um centro nervoso no cérebro (hipotálamo). Quando um estressor excita o hipotálamo uma

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cadeia de reações bioquímicas altera o funcionamento de quase todas as partes do corpo. O sistema nervoso autonômico, que mobiliza o corpo para lidar com o stress, e a glândula pituitária são ativados. Esta, por sua vez, ativa as glândulas supra renais que produzem adrenalina e corticóides. Se a produção dessas substâncias for excessiva ou muito prolongada problemas sérios de desgaste orgânico podem ocorrer. (LIPP, 1998. P. 21).

O estresse quando em nível equilibrado pode nos favorecer e até nos ser

benéfico, pois motiva o indivíduo a ter mais força, mais disposição, mais motivação e

mais coragem para o enfrentamento; no entanto quando esses estímulos se tornam

persistentes, podem nos ser prejudicial em muitos aspectos, podendo apresentar-se

como sinais ou sintomas que poderão se manifestar em algum órgão do nosso

corpo, podendo até provocar alguma patologia.

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Antigamente, as tentativas de elevar a produtividade se concentravam nas

mudanças tecnológicas que, com o passar do tempo, deram origem, em especial, a

um efeito colateral: a deterioração na qualidade de vida no trabalho de um número

maior de empregados. Em geral, pedia-se aos indivíduos que trabalhassem mais

depressa, produzissem mais, gastassem menos tempo pensando e a programar as

atividades de trabalho segundo a tecnologia disponível. Embora esse método

parecesse eficaz no curto prazo, sabemos agora que não é o que acontece. Isso

deu origem à atitude dos empregados, que hoje tentam exercer maior controle, ter

mais opções e participar de todos os aspectos relativos ao trabalho que lhes digam

respeito.

Consequentemente, nos últimos quarenta anos, houve esforços de criar um

método mais global em termos de aumento de produtividade, sem ter de desprezar o

bem estar físico e psicológico da força de trabalho. Esse método se concentra no

conceito de qualidade de vida no trabalho.

Qualidade de vida no trabalho é um conceito e uma filosofia de trabalho que

visa a melhorar a vida dos trabalhadores dentro das instituições. O interesse na

qualidade de vida no trabalho se baseia na hipótese de que sua melhoria resultará

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em trabalhadores mais saudáveis, mais felizes e mais satisfeitos, que, em

consequência disso, têm mais probabilidade de ser mais produtivos.

Qualidade de vida no trabalho (QVT) é um método pelo qual todos os

membros do estabelecimento, por meio dos canais de comunicação abertos e

privados, preparam-se para tal fim, têm voz nas decisões que afetam sua função,

em especial, e o ambiente de trabalho, em geral, o que resulta em maior

envolvimento e satisfação no trabalho, e menos estresse e exaustão. A Q.V.T.

representa um estilo de administração em que os empregados têm uma sensação

de posse, autocontrole, responsabilidade e amor-próprio. Nas empresas que têm

Q.V. T elevada incentiva-se a democracia industrial; são bem vindas às sugestões,

dúvidas e críticas que possam levar a qualquer tipo de aprimoramento. O

descontentamento criativo é considerado manifestação de interesse construtivo pela

empresa, e não como provocações destrutivas. Quando a administração incentiva

esse sentido de envolvimento, é comum surgirem idéias e atividades para aumentar

a eficiência.

Portanto, qualidade de vida no trabalho é um conceito e uma filosofia que

visam a melhorar a vida dos empregados dentro das instituições. Pode-se traduzir o

conceito da qualidade de vida no trabalho em termos operacionais e aplicá-lo ao

contexto específico da organização por meio de programas.

Do ponto de vista histórico, a expressão “Qualidade de Vida no Trabalho”

(Q.V.T.) teve origem em uma série de palestras patrocinadas pelo US Labor

Department (Ministério do Trabalho dos E.U. A) e pela Fundação Ford em fins da

década de 1960 e início da década de 1970. Essas palestras foram estimuladas pelo

então bastante difundido fenômeno da “alienação dos trabalhadores”.

2.5 CLIMA ORGANIZACIONAL

Assegurar a saúde dos ambientes organizacionais hoje, implica em assegurar

a saúde física e mental dos trabalhadores das empresas do século XXI. Elevado

índice de saúde implica em elevado índice de auto-estima. Um indivíduo dotado de

baixa auto-estima acaba tornando-se incapaz de se comprometer, de se envolver

com os interesses da organização. Além disso, seu índice de produtividade também

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pode ser comprometido, advindo dessa forma problemas que poderão afetar toda

uma equipe de trabalho e também a própria organização.

O sucesso das organizações depende do esforço não só dos seus dirigentes,

mas do esforço conjunto de todos os seus membros. Uma gestão eficaz implica em

uma gestão que investe tanto na saúde física como na saúde emocional de seus

colaboradores, através da implantação de medidas eficientes e eficazes.

Grande parte das empresas hoje do Brasil e do mundo têm um olhar voltado

para a saúde de seus ambientes, visto que esses podem causar implicações

positivas ou negativas em seus resultados. Essas empresas acreditam que um clima

organizacional saudável é capaz de promover a saúde e o bem estar físico e mental

dos indivíduos. As pessoas trabalham mais motivadas, mais satisfeitas e muito mais

felizes, obtendo como resultado desse processo uma equipe mais envolvida e mais

comprometida com o trabalho e com os objetivos da organização. Em uma empresa

onde opera esse tipo de filosofia, o grupo se torna coeso, têm força e garra para

enfrentar a competitividade tão acirrada nos dias de hoje. Além disso, um ambiente

de trabalho saudável contribui para eliminar ou diminuir os riscos de estresse

ocupacional; ao contrário, trabalhar em uma empresa em que o clima organizacional

é desfavorável ou desagradável é se expor a uma série de estressores que poderão

provocar nos trabalhadores doenças as mais diversas como, por exemplo: dores de

cabeça, dor nos ombros, hipertensão, úlceras, enfarte do miocárdio, apatia,

esgotamento, depressão etc.

Segundo Dolan:

Nos últimos vinte anos, muitos estudos investigaram a relação entre o estresse relacionado com o trabalho e uma série de doenças. Variações de humor e alterações do sono, problemas gastrintestinais, dores de cabeça e mudança de comportamento em família e entre amigos são exemplos de problemas relacionados com o estresse que evoluem rapidamente e são comumente vistos nesses estudos. Esses primeiros sintomas do estresse relacionado com o trabalho costumam ser fáceis de reconhecer. Mas as consequências do estresse ocupacional em doenças crônicas são mais difíceis de diagnosticar, pois demoram muito para se desenvolver e podem sofrer influências de muitos outros fatores além do estresse. Contudo, há indícios cada vez mais numerosos de que o estresse tem papel importante em diversos problemas crônicos de saúde – principalmente nas doenças cardiovasculares, nas afecções musculoesqueléticas e nas alterações psicológicas. (Dolan, 2006.p.13-308).

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Os valores implantados em uma empresa refletem no clima da organização.

Por isso é de fundamental importância que os seus dirigentes estejam atentos e

velem pela qualidade e pela saúde do clima organizacional, pois dele depende o

sucesso ou insucesso do grupo.Isso também têm implicações econômicas e

financeiras visto que os gastos que as empresas têm tido com problemas de saúde

tem sido altíssimos.

2.6 ESTRESSE E AUTO-ESTIMA

Auto-estima é um dos mais popularizados conceitos psicológicos dos nossos

dias, talvez em razão de seu uso prático para se entender uma boa parte da nossa

jornada pela vida à procura da felicidade. Intuitivamente,vemos que “auto-estima” é

algo desejável e positivo, em especial se for equilibrada e não terminar na forma de

ódio de si mesmo nem narcisismo.

Os seres humanos são abençoados com uma auto-estima essencial e criativa que, pouco a pouco se perdem enquanto navegam os mares da desconfiança e do desejo de controlar variáveis, fora de si mesmos, por melhor que o indivíduo tenha aprendido a navegar pela internet na suposta era dos conhecimentos e das informações. (DOLAN, 2006, p. 61).

“Auto-estima” segundo o Webster”s NewCollegiate Dictionary (G&C.Merriam

Co.,1981, Apud Dolan, 2006, p. 60) é definida como:

1) Confiança e satisfação consigo mesmo: amor-próprio; e

2) Presunção.

Caracteriza a longa jornada que os indivíduos fazem em busca da felicidade.

Pode ser definida como confiança e satisfação consigo mesmo.

A auto-estima é gerada na dimensão psicobiológica da serenidade-ativação,

onde o esforço adaptável de controlar a situação é baixo ou moderado. Em qualquer

caso, está associada a um sentido de controle e a uma percepção de realização e

autocontrole.

Cada indivíduo é responsável por gerar mais saúde, mais felicidade, mais

comprometimento e mais empenho no mundo ao seu redor e em seu íntimo.

Quando isso acontece, aumenta-se a verdadeira auto-estima.

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A auto-estima também provém da admiração que o indivíduo sente por si

mesmo (auto-realização) e pelos outros e principalmente da admiração que os

outros sentem por ele.

Normalmente o ser humano tenta fundamentar sua auto-estima em quem lhe

dá o que precisa na vida, como por exemplo, admiração, dinheiro, serviços de

qualidade, apoio, carinho, entretenimento entre outros. A todo o tempo se recebe

todas essas coisas e ao mesmo tempo se tenta retribuí-las.

Ao se integrar numa comunidade de amigos e se sentir livre, livre para tomar suas decisões, fazer suas próprias escolhas, ter tempo para medir o significado e a direção da própria vida, o indivíduo está garantindo sua auto-estima, no entanto, esses aspectos se tornam inacessíveis quando o indivíduo é exposto a um ritmo e condições de trabalho inadequadas, estressores, como consequência dessa vivência, surgem sensações de desespero, desesperança e vazio, são os primeiros sintomas de que o indivíduo está passando por um processo de baixa auto-estima. Na pretenciosidade denominada “Era da informática”, falta-nos a sabedoria necessária para viver em paz e harmonia com o próximo, com o ambiente e conosco mesmo. (DOLAN, 2006, p. 63).

Ao lidar com traumas a auto-estima oferece maior resistência, força e uma

capacidade regeneradora. Já a baixa auto-estima leva o indivíduo a evitar a dor e

não a buscar a felicidade. A imposição de que se deve atingir metas impossíveis

visando o lucro cada vez maior justificando os meios pelos fins e sem jamais ter seu

mérito reconhecido e com compensação insuficiente, são agravantes da baixa auto-

estima bem como o individualismo.

A falta de auto-estima lança o indivíduo dentro de um labirinto de estresse.

Vale lembrar que o humor destaca-se como um dos recursos mais humanos e

eficazes para aguentar o estresse, a humildade e valores são complementos

necessários a boa auto-estima, ao contrário da humilhação e arrogância cruel, que

prejudicam a auto-estima.

O estresse da perspectiva da auto-estima é puro medo e uma fundamental

falta de confiança no futuro; medo de não ser digno, de não ser capaz, de não ser

amado, de decidir não decidir.

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3. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO BURNOUT

Segundo Codo (1999, p. 240) o termo Burnout, surgiu como uma metáfora

para exprimir o sentimento de profissionais que trabalhavam diretamente com

pacientes dependentes de substâncias químicas. Nos primeiros anos da década de

70, um estudo com profissionais ligados ao tratamento de usuários de drogas

mostrou que, após alguns meses de trabalho, esses profissionais compartilhavam

alguns sintomas que já haviam sido observados e até estudados, mas de forma

isolada (Frendenderger, 1974).

De acordo com Codo, um trabalhador que entra em Burnout assume uma posição de frieza frente a seus clientes, não se deixando envolver com seus problemas e dificuldades. As relações interpessoais são cortadas, como se ele estivesse em contato apenas com objeto, ou seja, a relação torna-se desprovida de calor humano. Isso acrescido de uma grande irritabilidade por parte do profissional; este quadro torna qualquer processo de ensino aprendizagem, que se pretenda efetivo, completamente inviável. Por um lado, o professor se torna incapaz do mínimo de empatia necessária para a transmissão do conhecimento e, de outro, ele sofre: ansiedade, melancolia, baixa auto-estima, sentimento de exaustão física e emocional. (CODO, 1999, p. 242).

Jeca Tatu era considerado pelos vizinhos de roça como um preguiçoso. Este

sentimento que todos temos nele era crônico, até que se descobriu que o problema

de fato era uma verminose que lhe roubava a energia necessária para o trabalho. A

literatura de Monteiro Lobato estava, e muito, próxima da vida. A história da ciência

está repleta em substituir julgamentos morais, feitos pelo senso comum, por causas

identificadas como problemas de saúde física ou psíquica: as histéricas, na Idade

Média, queimadas como bruxas até que se diagnosticasse que estavam “doentes

dos nervos”; o alcoolismo considerado como “falta de vergonha na cara” até que se

apontasse a dependência químico-psicológica da droga. A lista é interminável e

indeterminada e mais e mais caminhamos no sentido de descobrir razões objetivas

para síndromes e sintomas dantes considerados como deformações pessoais de

caráter.

Já se viu que o professor faz muito mais do que as condições de trabalho

permitem, comparecendo no tecido social e compondo o futuro de milhares e

milhares de jovens que antes dele sequer poderiam sonhar. Mas existe um outro

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professor habitando nossas lembranças: Um homem, uma mulher cansados,

abatidos, sem mais vontade de ensinar, um professor que desistiu. O que nos

interessa aqui são estes professores que desistiram, que podem ter entrado em

Burnout.

Neste sentido, estes professores e demais trabalhadores da educação bem

que poderiam ser considerados uma atualização de “Jeca Tatu”; tal e qual imaginou

Monteiro Lobato, parecem preguiçosos, mas estão, por assim dizer, “doentes”.

Quem tem ou teve filhos na escola ou quem ainda frequenta uma, deve ter na

memória a imagem de um professor desanimado, queixoso até de detalhes

insignificantes sobre o seu trabalho e sua clientela, tratando os alunos como se

estivesse lidando com uma linha de montagem de salsichas; a imagem que vem é a

da ópera rock The wall: “Hey teachers, leave the kids alone” (Professores deixem os

alunos em paz); será que este profissional não percebe a importância do seu

trabalho na formação de nossos filhos? Não, muitas vezes não percebe mesmo.

Será que não é capaz de se envolver, se emocionar pelo seu trabalho? Não, muitas

vezes não é capaz mesmo.

O tratamento destas questões em nível científico demorou. Apenas na

década de 70 é que começaram a ser construídos modelos teóricos e instrumentos

capazes de registrar e compreender este sentimento crônico de desânimo, de

apatia, de despersonalização. Primeira constatação: trata-se de um problema, uma

síndrome que afeta principalmente os trabalhadores encarregados de cuidar

(Caregivers).

“Burnout foi o nome escolhido; em português, algo como “perder o fogo”,

“perder a energia” ou “queimar” (para fora) completamente” (em uma tradução mais

direta). É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua

relação com o trabalho, de forma que as coisas já não importam mais e qualquer

esforço lhe parece ser inútil. Esta síndrome, afeta principalmente profissionais da

área de serviços, quando em contato direto com seus usuários. Como clientela de

risco são apontados os profissionais como os de educação e saúde, policiais e

agentes penitenciários entre outros. Schaufeli et al.(1994) chegam a afirmar que

este é o principal problema dos profissionais de educação.

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3.1 O QUE É BURNOUT?

De acordo com Maslach e Jaclson, (1981, p. 82), a Síndrome de Burnout é

definida como:

(...) uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessivo com outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, atenção perene; grandes responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se envolve afetivamente com os seus clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não aguenta mais, entra em Burnout.

A síndrome é entendida como um conceito multidimensional que envolve três

componentes:

1) Exaustão emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não

podem dar mais de si mesmos em nível afetivo. Percebem esgotada a energia e os

recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os problemas.

2) Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas

e de cinismo às pessoas destinatárias do trabalho (usuários/clientes) –

endurecimento afetivo, coisificação, da relação.

3) Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma “evolução

negativa” no trabalho, afetando a habilidade para a realização do trabalho e o

atendimento, ou contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a

organização.

De acordo com Benevides:

Tais dificuldades e problemas característicos dos que trabalham na promoção da saúde vêm acarretando o que vem sendo denominado entre os pesquisadores americanos de Burnout. “Atitudinalmente, Burnout representa uma diminuição significante de motivação, entusiasmo e energia” (Forney; Wallace-Schutsman e Wiggers, 1982,p.436).

Freudenberger (1974) foi o primeiro a se utilizar do termo Burnout, em 1974,

para descrever exaustão física e emocional de profissionais de saúde mental. A

maioria dos autores segue usando esta denominação, mas em recente livro na

Espanha, Gil-Monte e Peiró (1997) traduziram por “Síndrome de Queimar-se pelo

Trabalho”. Pérez, no prefácio da obra citada, justifica o termo:

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Como todo mundo sabe, a expressão “estar queimado” se emprega coloquialmente para manifestar que se perdeu a ilusão pelo trabalho e que qualquer esforço destinado para fazer as coisas bem é pouco mais que inútil. (...) Tecnicamente, estar queimado é estar esgotado emocionalmente, e mostrar um forte atitude negativa para as pessoas com as quais se trabalha e para seu próprio rol. (PÉREZ, 1997,p.9).

Apesar de inúmeras publicações a respeito (Abu-Hilal e Salameh, 1992;

Barona,1996; Beck, 1987; Brookings et al., 1985; Dierendonck, Schaufeli e Sixma,

1994; Etzion, 1984; Farber,1982 e 1983; Fayos, Lopes-Soler e Garcia, s.d.;Green e

Walkey, 1988; Grigsby e Mckenew, 1988; Lee e Ashforth, 1990; Méier, 1984; Nagy e

Daves, 1984; Reiner e Hatshorne, 1982; Stout e Williams, 1983), para citar alguns,

no Brasil não encontramos trabalhos relativos a essa síndrome. Kleiber e Enzmann

(1990) apud Fayos, Lopes – Soler e Garcoa (s.d) verificaram, até o ano de 1989,

mais de 2.500 referências sobre o Burnout. Preferimos também continuar adotando

a denominação em inglês, para que não houvesse dúvidas quanto ao que nos

referimos.

A Síndrome de Burnout vai além do estresse, sendo encarada como uma

reação ao estresse crônico. Vários inventários foram desenvolvidos para aferir o

estresse e o Burnout, tanto em profissionais de saúde mental em geral, como em

profissionais específicos como psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, assistentes

sociais, professores, policiais (Cushway, 1992; Cushway, Tyler e Nolan, 1996;

Dawkins, Depp e Selzer, 1985; Maslachk e Jackson, 1981; Seidman e Zager. 1986;

Moreno e Oliver, 1993), entre outros.

A maioria dos autores identifica três características fundamentais do Burnout:

exaustão emocional, despersonalização e sentimento de inadequação profissional e

pessoal no local de trabalho (Barona, 1996;Gil-Monte e Peiró, 1997; Maslach e

Jackson, 1981).

Dessa forma, cansados emocionalmente, esses profissionais sentem que

estão exauridos, que nada mais efetivamente possuem para dar aos demais, devido

à perda de energia física e mental.

A despersonalização pode ser definida como um desenvolvimento de

sentimentos negativos para com as pessoas a que seu trabalho se destina, que atua

como um mecanismo de defesa, utilizado como proteção, pelo sentimento de

esgotamento descrito acima. Profissionais que apresentam a Síndrome de Burnout

mostram-se cínicos em relação a seus pacientes, acusam-nos de criarem suas

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próprias dificuldades e os denominam, por vezes, por nomes depreciativos. Para

manterem distancia emocional de seus clientes, se utilizam de jargões profissionais

e se referem a esses em termos diagnósticos. Suas frustrações emocionais se

manifestam em sintomas psicossomáticos (exaustão, insônia, úlceras, dores de

cabeça etc.).

A falta de realização pessoal no trabalho advém da percepção desses

profissionais ao constatarem que as demandas do trabalho excedem a capacidade

para efetuá-lo de modo efetivo e competente. Passam então a avaliarem-se de

forma negativa, o que vem interferir na relação com colegas, no desenvolvimento de

suas atividades e no contato com as pessoas que atende.

Como bem salienta Barona:

Esta terceira característica pode manifestar-se de forma clara ou estar encoberta por uma sensação paradoxal de onipotência. Assim, ante a ameaça de sentir-se incompetente, o profissional incrementa seus esforços para enfrentar as situações dando a impressão aos que o observam de que seu interesse e dedicação são inesgotáveis (BARONA, 1996;p.64).

Os sintomas mais frequentes associados ao Burnout são:

• Psicossomáticos: enxaquecas, dores de cabeça, insônia, gastrites e úlceras;

diarréias, crises de asma, palpitações, hipertensão, maior frequência de

infecções, dores musculares e/ou cervicais; alergias, suspensão do ciclo

menstrual nas mulheres.

• Comportamentais: absenteísmo, isolamento, violência, drogadição,

incapacidade de relaxar, mudanças bruscas de humor, comportamento de

risco.

• Emocionais: impaciência, distanciamento afetivo, sentimento de solidão,

sentimento de alienação, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de

concentração, sentimento de impotência, desejo de abandonar o emprego,

decréscimo do rendimento de trabalho, baixa auto-estima, dúvidas de sua

própria capacidade e sentimento de onipotência.

• Defensivas: negação das emoções, ironia, atenção seletiva, hostilidade, apatia e desconfiança

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4. ANÁLISE DE DADOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Durante a implementação do projeto na escola, foi aplicado um questionário

para avaliação do nível de satisfação dos professores em relação a profissão,

remuneração e plano de saúde oferecido pela SEED; os resultados podem ser

observados conforme demonstram os gráficos abaixo:

Gráfico 1: Sentimentos em relação ao orgulho de ser professor.Fonte: Dados de pesquisa da autora (2011).

De acordo com os resultados 95% dos professores consultados, sentem orgulho de ser

professor e 5% estão mais ou menos satisfeitos.

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Gráfico 2: Satisfação com o salário.Fonte: Dados de pesquisa da autora (2011).

De acordo com os resultados 60% dos professores não estão

satisfeitos com o salário e 40% estão mais ou menos satisfeitos.

Gráfico 3: satisfação com o plano de saúde oferecido pela SEED.Fonte: dados de pesquisa da autora (2011).

Em se tratando do plano de saúde os resultados demonstraram que 75% dos

professores não estão satisfeitos com o plano de saúde ofertado e 25% estão mais

ou menos satisfeitos.

Num segundo momento foi realizada uma palestra sobre estresse, suas

causas, sinais e sintomas. Foi colocado aos participantes que é impossível eliminar

o estresse de nossas vidas, considerando que até certo ponto ele é benéfico, sendo

capaz de motivar o ser humano para as atividades do dia-a-dia, dando-nos força e

energia para que possamos enfrentar as adversidades que a vida nos apresenta, no

entanto, devemos estar atentos para que ele não se torne constante, tomando

algumas medidas que vão desde uma alimentação saudável, um sono reparador, à

prática de exercícios físicos e relaxamentos.

Outro tema apresentado durante a palestra foi a síndrome de Bournout e as

conseqüências que ele traz quando o trabalho passa a ameaçar o bem estar do

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trabalhador; e que a falta de conhecimento sobre o assunto pode causar resultados

desastrosos que podem ir de uma dor de cabeça, uma depressão, um câncer até a

morte.

Após a realização das palestras, a pesquisadora procedeu-se aos

instrumentos de avaliação de estresse, obtendo os seguintes resultados:

Gráfico 4: fase do nível de estresse.Fonte: Dados de pesquisa da autora (2011).

De acordo com os dados obtidos, chegou-se aos seguintes resultados, 40%

da população na fase intermediária do estresse, 20% estresse excessivo, 30% na

fase avançada e 10% normal.

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Gráfico 5: fontes externas de estresse.Fonte: Dados de pesquisa da autora (2011).

De acordo com os dados obtidos, constatou-se que: 50% da população

apresentou no momento, baixa possibilidade de adoecer devido a fontes externas de

estresse, 27% encontra-se na fase moderada e 23% na fase excessiva de estresse,

podendo contrair alguma doença relacionada a fontes externas de estresse.

Gráfico 6: fontes internas de estresseFonte: Dados de pesquisa da autora (2011).

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De acordo com os dados da pesquisa, concluiu-se que em 40% da população

o estresse é auto produzido, portanto recomenda-se uma reconstrução cognitiva

como controle de estresse auto produzido, e rever alguns conceitos. Têm-se ainda

30% da população indiferentes a pressão e 30% da população sensíveis a pressão.

Gráfico 7: Auditoria rápida de estresse.Fonte: dados de pesquisa da autora (2011).

De acordo com os dados da pesquisa constatou-se que 25% dos professores

da amostra apresentaram sintomas psicológicos referente a problemas de estresse,

13% sintomas emocionais, 50% sintomas físicos e 12% sintomas comportamentais.

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Gráfico 8: Avaliação de auto-estimaFonte: dados de pesquisa da autora (2011).

Os resultados revelaram que 62% da população apresentou no momento alta

auto-estima positiva e 38% da população com baixa auto-estima.

Foi aplicado um questionário com o objetivo de que os participantes

avaliassem o seu cotidiano de trabalho e se possível oferecessem dados que

permitissem detectar as causas do desencadeamento do estresse.

Foram levantadas situações como: maior qualificação para os professores e

que os cursos e encontros possam atender as especificidades de cada disciplina

integrante da grade curricular, isso garantiria uma qualidade cada vez melhor dos

nossos professores e que, essa formação possa ocorrer no início de cada semestre.

Mais oportunidade para se discutir os problemas da escola, melhor análise da grade

curricular, pois os 4 anos para o integrado, tem sido tema gerador de muitas

polêmicas pois os alunos hoje procuram cursos de maior rapidez.

Identificou-se também que se faz necessário promover melhorias no acervo

da biblioteca; maior número de hora atividade; programas de estágio na própria

escola e adequação de espaço para cada curso existente. Abertura de concursos

públicos na área profissionalizante para que não haja tanta rotatividade de

professores durante o ano, e que a escola possa ofertar curso de orientação

profissional para os alunos, para que eles possam conhecer melhor o campo das

mais diversas profissões e assim fazerem as suas escolhas com mais assertividade.

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É necessário um vínculo maior entre a escola e o mercado de trabalho,

parceria com as empresas podem oferecer mais oportunidades para que os jovens

saiam direto do curso para o mundo do trabalho.

Acredita-se que a SEED deva voltar um olhar mais específico para a área

profissionalizante, colocando pessoas da área técnica nos núcleos de educação das

regionais. Rever ementas também é uma necessidade presente. Cursos dessa

natureza como o do projeto incentiva, motiva os professores por isso deveriam se

tornar uma prática nas escolas a serem ministrados no início e no final de cada

semestre.

A remuneração do professor e um plano de saúde eficaz é fundamental para

dar ao professor mais segurança e favorecer sua motivação para o exercício de sua

profissão, não se tornando em mais uma fonte de stress. Não basta gostar do que

faz, é necessário também ter o suporte indispensável para a sobrevivência digna e

sem complicações de saúde. Há necessidade da sociedade assumir o seu papel de

responsabilizar-se diretamente pela educação dos filhos e consequentemente pelo

nível de ensino oferecido à eles. A valorização do professor e do ensino é

decorrência de como a sociedade acredita na importância deste ensino e seu papel

de construtor de um futuro promissor.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A população desta amostra contou com a participação de professores de

duas escolas públicas estadual.

Os professores participantes da pesquisa, disseram ser orgulhosos de ser

professor, no entanto mostraram-se um pouco insatisfeitos com o salário e com o

plano de saúde oferecido pelo governo, o que pode ser um dos fatores que estão

contribuindo para com o desencadeamento do estresse.

Diante da pesquisa realizada e da situação constatada, observou-se que a

categoria acredita em seu trabalho e na educação como instrumento de

desenvolvimento social, desde que haja uma maior preocupação com a qualidade

de vida de todos os envolvidos no processo educacional, em especial dos

professores, isso implicaria em, número de alunos adequado por sala, hora atividade

compatível com o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula, material didático de

qualidade, subsídios financeiros para que os professores possam investir em sua

qualificação e aquisição de materiais que venham a contribuir para com a sua práxis

pedagógica, considerando que os professores da área profissionalizante trabalham

com várias disciplinas, como por exemplo, contabilidade, administração, direito,

marketing, economia, etc.

Enfim, pode-se considerar que esse estudo é de grande valia para a

educação, e principalmente para a área profissionalizante, pois remete a realidade

vivida por esses professores que estão inseridos dentro desse contexto educacional

e que se dispuseram a dar a sua contribuição para que esse estudo fosse realizado.

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6. REFERÊNCIAS

BALLONE J. Geraldo, OTOLANI V. Ida, NETO P. Eurico. Da emoção à lesão. Um guia de medicina psicossomática. Editora Maria Mole. 2007.

CODO Wanderley. Educação, carinho e trabalho. Editora Vozes Ltda. 1999.

DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. São Paulo:

Atlas, 1995

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas,

1994.

LIPP, Marilda Novaes. Como enfrentar o stress. Marilda Novaes Lipp e colaboradores. São Paulo: Editora Ícone; Campinas, Unicamp, 1998. 4º edição.

PEREIRA, Ana Maria T. Benevides. A saúde mental de profissionais de saúde mental: uma investigação da personalidade de psicólogos. Maringá: Eduem, 2001; 151p.

PEREIRA, Ana Maria T. Benevides. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. 4º edição. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

SILVA, Jerson Joaquim da. Estresse: O impulso da vida. São Caetano do Sul: Yendis Editora. 2005.

SIMON L. Dolan. Estresse, auto-estima, saúde e trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

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