143
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PPGEP JUNIOR CLACINDO DEFANI AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO - CARAMBEÍ PONTA GROSSA 2007

AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PONTA GROSSA

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PPGEP

JUNIOR CLACINDO DEFANI

AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS

E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO -CARAMBEÍ

PONTA GROSSA

2007

JUNIOR CLACINDO DEFANI

AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS

E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO - CARAMBEÍ

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão Industrial, Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Augusto de Paula Xavier.

PONTA GROSSA

2007

ii

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Departamento de Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Produção

TERMO DE APROVAÇÃO

AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES DA AGROINDUSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS: O

CASO DA PERDIGÃO – CARAMBEÍ – Nº052

por

JUNIOR CLACINDO DEFANI

Esta dissertação foi apresentada às 09 horas e 30 minutos do dia 09 de julho de 2007 como

requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO,

com área de concentração em Gestão Industrial, linha de pesquisa Gestão de Produção e

Manutenção, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. O candidato foi

argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após

deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

Prof(a). Dr JOSÉ ADELINO KRUGER (UEPG) Prof(a). Dr(a). ANTONIO CARLOS DE FRANCISCO (UTFPR)

Prof(a). Dr(a). (MAGDA LAURI GOMES LEITE (UTFPR) Prof. DR. ANTONIO AUGUSTO DE PAULA

XAVIER ( UTFPR)

Orientador

Visto do Coordenador

KAZUO HATEKEYAMA (UTFPR) (UTFPR)

Coordenador do PPGEP

iii

A Deus, por sua presença constante em minha vida.

À minha família – meus pais, Alcindo Defani e Iracema Z. Defani, alicerces de toda

minha formação profissional e, principalmente, como pessoa.

iv

AGRADECIMENTOS

Ao prof. Antonio Augusto de Paula Xavier, orientador, pelo direcionamento

preciso e confiança depositada, elementos imprescindíveis para a confecção deste

trabalho;

aos professores Antonio Carlos de Francisco e Luiz Alberto Pilatti que com

profissionalismo admirável, auxiliaram e incentivaram meus estudos dentro desta

instituição de ensino;

à todos aqueles que acreditaram no meu potencial e que de uma forma ou

outra contribuíram para que eu tivesse êxito neste inicio de caminhada acadêmica;

à Perdigão, empresa que possibilitou a realização deste estudo e que confiou

plenamente em minha capacidade.

à instituição, mais especificamente ao Departamento de Pós-Graduação em

Engenharia da Produção, por prover uma formação de qualidade.

v

Uma mente aberta é o começo da

autodescoberta e do crescimento. Não

podemos aprender nada novo até

admitirmos que não conhecemos tudo.

Erwin G. Hall

vi

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo avaliar o perfil físico do trabalhador da

agroindústria, do setor de abatedouros e frigoríficos, da empresa Perdigão, regional

Carambeí - PR. No estudo foram analisadas a antropometria e a dinamometria, para

adequação ergonômica da empresa. Para alcançar o objetivo, foi elaborada a

seguinte questão: Quais aspectos antropométricos e dinamométricos devem ser

levados em consideração no estabelecimento de parâmetros ergonômicos para

adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores do setor de

abatedouros e frigoríficos? A pesquisa é considerada aplicada, quantitativa -

descritiva, com aplicação de método estatístico, para compilação dos dados

aplicados, a fim de realizar um levantamento descritivo da população quanto ao perfil

físico, relativo à força e as dimensões corporais. A expectativa deste estudo é a

criação de indicadores que descrevam quantitativamente o perfil físico de força e

antropometria dos trabalhadores, assim como o dimensionamento comparativo entre

os postos de trabalho e o perfil físico do trabalhador, possibilitando a adequação

ergonômica para a população pesquisada.

Palavras-chave

Ergonomia, Antropometria, Dinamometria, Abatedouro

vii

ABSTRACT

This dissertation has as its goal to analyse the physique profile of the agroindustry

workers of the slaughter and process department at Perdigão Company – Carambeí

– PR. In this study, anthropometry and dynamometry were analysed to propose the

company’s ergonomic adequation. To reach this goal, the following question has

been created: Which anthropometric and dynamometric aspects must be considered

to estabilish the ergonomic parameters to the adequation of the work’s posts to the

physique profile of the agroindustry workers of the slaughter and process

department? The research is considered applied, quantitative – descriptive,

employing the statistic method to the compilation of the applied data, purposing to

make a descriptive survey about the physique profile, related to the bodily strength

and dimension. The expectation is to create indicators witch describe in a quantitative

manner, the worker’s physique profile of strength and anthropometry, as well, the

comparative measurement between the work posts and the worker’s physique profile,

enabling the ergonomic adequation to the measured population.

Keywords

Ergonomy, Anthropometry, Dynamometry, Slaughterhouse,

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Metodologia para AET............................................................................11

Figura 02 – Fluxograma para definição de postura de trabalho ................................25

Figura 03 – Dinamômetro manual digital...................................................................51

Figura 04 – Estadiômetro ..........................................................................................52

Figura 05 – Fluxograma da área de frangos .............................................................57

Figura 06 – Fluxograma da área de suínos...............................................................58

Figura 07 – Fluxograma da área de perus ................................................................58

Figura 08 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

abate e evisceração suínos.......................................................................................60

Figura 09 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de evisceração e abate de suínos .....................................................61

Figura 10 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do

espostejamento de suínos ........................................................................................62

Figura 11 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades do espostejamento de suínos............................................................62

Figura 12 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embutimento de massas ...........................................................................................63

Figura 13 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de embutimentos massas de suínos ........................................................64

Figura 14 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do

preparo de massas....................................................................................................65

Figura 15 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades preparo de massas............................................................................65

Figura 16 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades da

embalagem de lingüiça granada ...............................................................................66

Figura 17 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas

atividades da embalagem de lingüiça granada .........................................................67

ix

Figura 18 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

presuntaria de suínos................................................................................................68

Figura 19 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas

atividades da presuntaria de suínos..........................................................................68

Figura 20 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

recepção, pendura e abate de frango .......................................................................69

Figura 21– Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas

atividades de recepção e abate de frango ................................................................70

Figura 22 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

escaldagem e evisceração de frango........................................................................71

Figura 23 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas

atividades de evisceração de frango .........................................................................71

Figura 24 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango ...........................................72

Figura 25 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango...............73

Figura 26 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

espostejamento de frango.........................................................................................74

Figura 27 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de espostejamento de frango ............................................................74

Figura 28 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

embalagem secundária de frango .............................................................................75

Figura 29 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de embalagem secundária de frango ................................................76

Figura 30 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

recepção de peru ......................................................................................................77

Figura 31 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas

atividades de recepção de peru ................................................................................77

x

Figura 32 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

evisceração de peru ..................................................................................................78

Figura 33 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de evisceração de peru .....................................................................79

Figura 34 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

espostejamento de peru............................................................................................80

Figura 35 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de espostejamento de peru ...............................................................80

Figura 36 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de

embalagem secundária de peru ................................................................................81

Figura 37– Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho

nas atividades de embalagem secundária de peru ...................................................82

Figura 38 – Linha de produção da área de perus ....................................................105

Figura 39 – Linha de produção da área de suínos ..................................................105

Figura 40 – Linha de produção da área de frangos.................................................106

Figura 41 – Linha de produção da área de túneis ...................................................106

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 01– Medidas antropométricas dinâmicas ......................................................16

Tabela 02 – Medidas antropométricas estáticas na posição sentada e em pé .........16

Tabela 03 – Lehman, estimativa de metabolismo conforme classe de trabalho e

postura ......................................................................................................................22

Tabela 04 – Classificação de carga de trabalho........................................................23

Tabela 05 – Estimativa de consumo energético durante a realização de trabalho....24

Tabela 06 – Valores dinamométricos manuais referentes a estudo com população

norte americana ........................................................................................................32

Tabela 07 – Quantidade de acidentes do trabalho registrados em 2002, por motivo

conforme tabela das Grandes Regiões e Unidades da Federação ...........................36

Tabela 08 – Relação entre fatores de risco para desenvolvimento de lesões ..........38

Tabela 09 – Correspondência entre os procedimentos de pesquisa em Ergonomia e

as etapas da analise ergonômica de uma situação de trabalho................................41

Tabela 10 – Modelo aplicado na pesquisa de dinamometria ....................................51

Tabela 11 – Modelo aplicado na pesquisa de antropometria ....................................52

Tabela 12– Distribuição de horários e turnos............................................................57

Tabela 13 – Resultados dinamométricos do setor abate e evisceração de suínos ...60

Tabela 14 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de suínos.....61

Tabela 15 – Resultados dinamométricos do setor de embutimento de massas........63

Tabela 16 – Resultados dinamométricos do setor de preparo de massas................64

Tabela 17 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem granada..............66

Tabela 18 – Resultados dinamométricos do setor de presuntaria.............................67

Tabela 19 – Resultados dinamométricos do setor de recepção, pendura e abate de

frango ........................................................................................................................69

Tabela 20 – Resultados dinamométricos do setor de escaldagem e evisceração de

frango ........................................................................................................................70

xii

Tabela 21 – Resultados dinamométricos do setor de pendura saída do chiller e

embalagem de frango ...............................................................................................72

Tabela 22 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de frango .....73

Tabela 23 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de

frango ........................................................................................................................75

Tabela 24 – Resultados dinamométricos do setor de recepção de peru...................76

Tabela 25 – Resultados dinamométricos do setor de evisceração de peru ..............78

Tabela 26 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de peru ........79

Tabela 27 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de peru

..................................................................................................................................81

Tabela 28 – Comprimento de braço – área de suínos ..............................................82

Tabela 29 – Altura de ombros - área de suínos ........................................................83

Tabela 30 – Estatura da população - área de suínos................................................83

Tabela 31 – Altura de cotovelo - área de suínos .......................................................84

Tabela 32 – Altura epigástrica - área de suínos ........................................................84

Tabela 33 – Altura de púbis - área de suínos............................................................85

Tabela 34 – Comprimento de braço – área de frangos .............................................85

Tabela 35 – Altura de ombros - área de frangos .......................................................86

Tabela 36 – Estatura da população - área de frangos ..............................................86

Tabela 37 – Altura de cotovelo - área de frangos......................................................87

Tabela 38 – Altura epigástrica - área de frangos.......................................................87

Tabela 39 – Altura de púbis - área de frangos ..........................................................88

Tabela 40 – Comprimento de braço – área de perus ................................................88

Tabela 41 – Altura de ombros - área de perus ..........................................................89

Tabela 42 – Estatura da população - área de perus .................................................89

Tabela 43 – Altura epigástrica - área de perus..........................................................90

xiii

Tabela 44 – Altura de cotovelo - área de perus.........................................................90

Tabela 45 – Altura de púbis - área de perus .............................................................91

Tabela 46 – Comprimento de braço – área de túneis, câmaras e almoxarifado .......91

Tabela 47 – Altura de ombros - área de túneis, câmaras e almoxarifado .................92

Tabela 48 – Estatura da população - área de túneis, câmaras e almoxarifado.........92

Tabela 49 – Altura de cotovelo - área de túneis, câmaras e almoxarifado................93

Tabela 50 – Altura epigástrica - área de túneis, câmaras e almoxarifado.................93

Tabela 51 – Altura de púbis - área de túneis, câmaras e almoxarifado.....................97

Tabela 52 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de

perus .........................................................................................................................97

Tabela 53 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de

suínos........................................................................................................................97

Tabela 54 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de

frangos ......................................................................................................................96

Tabela 55 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de

túneis, câmaras e almoxarifado.................................................................................98

Tabela 56 – Modelo geral para adequação antropométrica na agroindústria ...........98

Tabela B.1 – Modelo de tabulação dos questionários de sensação de força aplicados

nos setores da indústria ..........................................................................................107

Tabela C.1 – Dados parciais da pesquisa antropométrica na área de perus ..........108

Tabela D.1 – Dados parciais da pesquisa dinamométrica na área de perus ..........121

xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1-RM - Repetição Máxima AET - Análise ergonômica do trabalho

Cerest /SP - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo

CID - Código Internacional de Doenças CNH - Carteira Nacional de Habilitação Contran - Conselho Nacional de Trânsito DIN - Deutsches Institut Für Normung DORT - Distúrbio ósteo muscular relacionado ao trabalho ECT - Empresa de Correios e Telégrafos EUA - Estados Unidos da América IEA - International Ergonomcs Association INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social Kcal/h - Quilo caloria por hora Kcal/min - Quilo caloria por minutos Kg - Quilograma Kgf - Quilograma força LER - Lesão por esforço repetitivo MTE - Ministério do Trabalho e emprego NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health NR 7 - Norma Regulamentadora 7 NR17 - Norma Regulamentadora 17 Nusat-BH - Núcleo de Saúde do trabalhador PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional RSI - Repetition Strain Injuries SNP - Sistema Nervoso Periférico

xv

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................. iv

RESUMO.................................................................................................................... vi

ABSTRACT............................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................viii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. xiv

SUMÁRIO ................................................................................................................. xv

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................1

1.1. INTRÓITO ............................................................................................................1

1.2. PROBLEMA DE PESQUISA ...............................................................................2

1.3. OBJETIVO GERAL..............................................................................................2

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................2

1.5. HIPÓTESE PRIMÁRIA.........................................................................................3

1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................3

1.7. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................4

2. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................6

2.1. ERGONOMIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................6

2.2. CLASSIFICAÇÃO DA ERGONOMIA ..................................................................9

2.2.1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ...................................................10

2.3. ANTROPOMETRIA............................................................................................12

2.4. TABELA ANTROPOMÉTRICA ALEMÃ DE MEDIDAS ESTRANGEIRAS .......15

2.4.1. DIMENSIONAMENTO DE ALTURAS DE TRABALHO..................................18

2.4.2. CONSUMO DE ENERGIA NO TRABALHO .................................................. .21

2.4.3. TÉCNICAS DE MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS.......................................26

xvi

2.5. DINAMOMETRIA ...............................................................................................28

2.5.1. FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA DINAMOMETRIA ....................................28

2.6. CONSIDERAÇÕES DO TESTE DINAMOMÉTRICO MANUAL ........................31

2.7. RELAÇÃO DE FORÇA ENTRE HOMENS E MULHERES................................33

2.8. LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER/DORT).................................34

2.8.1. PRINCIPAIS SINTOMAS LER/DORT.............................................................39

2.9. AVALIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO .....................................................40

2.10. DIMENSÕES E ESPAÇOS DE TRABALHO ...................................................42

2.11. TIPOS DE ESFORÇOS FÍSICOS............................................................................43

3. METODOLOGIA ..............................................................................................47

3.1. CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO........................................................................47

3.2. MATERIAL E MÉTODO.....................................................................................50

3.3. INSTRUMENTO UTILIZADO .............................................................................51

3.4. VARIÁVEIS ........................................................................................................52

3.4.1. VARIÁVEIS INDEPENDENTES...................................................................................52

3.4.2. VARIÁVEIS DEPENTENTES.......................................................................................52

3.4.3. VARIÁVEIS INTERVENIENTES ................................................................................. 52

3.4.4. COLETA DE DADOS ..................................................................................................53

3.4.5. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO............................................................................... 55

3.4.6. TRATAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS .........................................55

3.5. ESTUDO DE CASO ..........................................................................................56

3.5.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PERDIGÃO EM CARAMBEÍ–PR.........................56

3.5.2. SELEÇÃO DA POPULAÇÃO ......................................................................................57

xvii

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 59

4.1. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS ..........................59

4.2. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS ......................69

4.3. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS ...........................76

4.4. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS ......................82

4.5. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS ...................85

4.6. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS ........................88

4.7. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE TÚNEIS, CÂMARAS E ALMOXARIFADOS...................................................................................................91

5. CONCLUSÃO...................................................................................................96

5.1. SUGESTÕES PARA EMPRESA ......................................................................98

5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................99

REFERÊNCIAS ..................................................................................................100

APÊNDICE A - FOTOS DA LINHA DE PRODUÇÃO .............................................103

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA .........................105

APÊNDICE C – PESQUISA ANTROPOMÉTRICA.................................................107

APÊNDICE D – PESQUISA DE DINAMOMETRIA.................................................121

APÊNDICE E – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA .............................................126

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. INTRÓITO

A expressão “sistemas homens-máquinas” foi criada nos anos 60, por

engenheiros industriais, psicólogos e sociólogos do trabalho, baseada na teoria da

informação (SANTOS e FIALHO, 1997, p.97).

“...o termo sistemas homens - máquinas diz respeito tanto a um sistema um homem - uma máquina (por exemplo, um posto de trabalho, constituído por um digitador em um terminal de computador como também a um sistema vários homens - várias máquinas por exemplo, um conjunto de operadores encarregados de toda uma linha de produção de uma usina siderúrgica” (SANTOS, 1997, p.97).

Segundo Kennedy (1962) apud Santos e Fialho (1997, p.97) “um sistema

homens – máquinas é uma organização cujos componentes são homens e

máquinas, trabalhando juntos para atingir um objetivo comum, ligados através de

uma rede de comunicação”.

A relação de trabalho sistema homem - máquina se deve à revolução industrial

e ao avanço tecnológico que transformou e descaracterizou o trabalho artesanal. O

homem, que antes tinha em seu cotidiano laboral a diversificação de tarefas e o

conhecimento holístico do trabalho, passou a trabalhar de forma cartesiana,

estreitando a relação homem – máquina, interagindo apenas com os equipamentos

e maquinários. A interação entre o homem e a máquina propõe um sistema que para

Vieira (1994, p.260), “tem por finalidade a realização de uma tarefa predeterminada”.

“...sob o nome sistema homem - máquina entendemos as relações de reciprocidade entre a máquina e o ser humano que a opera. Homem – (percepção interpretação e manuseio do controle) máquina (indicador de controle produção e mostrador)” (GRANDJEAN, 1998).

Esta reciprocidade entre a máquina e o ser humano tem causado grandes

problemas à saúde das pessoas que, por vez, adoecem por diversos fatores, que

levam ao surgimento das doenças ocupacionais. Entre estes fatores, “a tendência

2

para eliminação do esforço físico convive com a necessidade maior de produção e a

eficácia, o que resultou num ritmo acelerado na maioria das operações industriais”

(CANETE, 1996, p.44).

É neste universo de fatores influenciadores que a antropometria se estabelece

como o elo de ligação entre estes sistemas, uma vez que é através da antropometria

que a adaptação entre os equipamentos, máquinas e ferramentas e as

características físicas do homem ocorrem.

A força muscular aplicada pelo trabalhador para realização de tarefas também

é fator determinante no processo de adequação das condições de trabalho. A

aplicação de testes para verificação de forças necessárias na realização do trabalho

pode ajudar a definir um dimensionamento mais preciso na interação do sistema

homem-máquina.

1.2. PROBLEMA DE PESQUISA

Quais aspectos antropométricos e dinamométricos devem ser levados em

consideração no estabelecimento de parâmetros ergonômicos para adequação dos

postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores do setor de abatedouros e

frigoríficos?

1.3. OBJETIVO GERAL

Estabelecer parâmetros antropométricos e dinamométricos que viabilizem a

adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores da

agroindústria.

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

São os seguintes os objetivos específicos deste estudo:

• Avaliar as questões antropométricas e dinamométricas dos postos e

trabalhadores dentro da agroindústria no setor de frigoríficos e abatedouros,

verificando sua adequabilidade;

• Criar tabelas com parâmetros que viabilizem a adequação dos postos de trabalho

ao perfil físico dos trabalhadores;

3

• Identificar as ferramentas eficientes na análise antropométrica;

• Verificar as incompatibilidades entre as estruturas físicas da empresa e o perfil

antropométrico do trabalhador;

• Avaliar a força manual exigida para a realização das tarefas dentro dos setores e

a capacidade máxima de carga dos trabalhadores, analisando dados

dinamométricos e sensação subjetiva de aplicação de força do trabalhador.

• Identificar se o trabalho está condizente com a antropometria da população local

que desenvolve o trabalho.

1.5. HIPÓTESE PRIMÁRIA

Com os resultados das avaliações realizadas com os trabalhadores e das

medições de alturas dos postos de trabalho, será possível verificar qual a

necessidade de adequação das instalações da empresa em relação às tarefas que

são desenvolvidas, possibilitando a implementação ergonômica com foco na

antropometria e dinamometria dos funcionários, proporcionando bem-estar geral

para o desenvolvimento das tarefas.

1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O estudo limitou-se a avaliar nas questões antropométricas apenas valores

referentes a medidas e comprimentos corporais que interessavam para a pesquisa.

Não foram avaliadas questões antropométricas relacionadas ao Índice de Massa

Corporal (IMC), pregas cutâneas, perimetrias ou qualquer outro teste relacionado a

esta área de estudo.

No que tange à dinamometria, percebe-se que, pela dimensão do estudo, não

foi possível realizar as avaliações com as pessoas em um único momento ou

horário. Portanto, as pessoas avaliadas ao final da jornada de trabalho

provavelmente apresentaram resultados menos expressivos em relação à força

muscular dos braços. Este fato é proveniente de possível fadiga que acomete

naturalmente as pessoas no final de uma jornada de trabalho.

Embora os dados sejam de uma empresa apenas, os resultados poderão

servir de valores referencias para empresas similares.

4

1.7. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Das diversas atividades realizadas dentro de empresas do ramo do agro-

negócio, o abate de animais em frigoríficos se apresenta, para o Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE), como um problema crescente em relação às doenças

ocupacionais, por se tratar de atividades laborais nas quais as pessoas demandam

esforços físicos repetitivos e posturas inadequadas, provenientes de uma

inadequação ergonômica dos mobiliários e equipamentos e de tarefas

extremamente segmentadas. Os distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho (DORT), neste ramo de atuação, estão entre os principais problemas que

acometem a saúde das pessoas.

Uma das causas deste acometimento, conforme Busin e Hoffmann (2005,

p.46), é que “quase sempre o trabalho não é adaptado às condições

psicofisiológicas dos trabalhadores”. Esta evidência é confirmada pelo estudo de

Rosemary Dutra Leão, auditora fiscal da Delegacia Regional do Trabalho de Santa

Catarina, membro da Comissão Nacional de Ergonomia - MTE, que realizou estudo

nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande de Sul, Mato Grosso do Sul,

Goiás e São Paulo, no qual, após diagnóstico dos fatores que influenciam no

surgimento dos DORT dentro das empresas deste segmento, sugeriu, como uma

das recomendações, a adaptação de 95% dos mobiliários para atender às

características antropométricas dos trabalhadores.

Com a preocupação de reverter a atual situação encontrada nos abatedouros e

frigoríficos onde ocorre o processamento de carnes, em uma reunião que ocorreu na

cidade de Florianópolis (SC), em 18 de janeiro de 2005, o MTE - Departamento de

Segurança e Saúde no Trabalho, estabeleceu nota técnica sobre as medidas para

controle de riscos ocupacionais nas indústrias de abate e processamento de carnes,

apresentando as observações do setor sobre o assunto, nas quais com vistas a

abreviar os aspectos objetivos do debate foram limitadas ao tópico

“RECOMENDAÇOES MÍNIMAS A SEREM OBSERVADAS PELAS EMPRESAS”.

Dentre as várias observações realizadas pelo Ministério do Trabalho, destaca-

se a do item 3 desta nota técnica, quanto ao mobiliário, incluindo dimensões,

distâncias e alturas, onde deve-se:

5

“a) assegurar que esteja de acordo com as características antropométricas dos trabalhadores, a fim de proporcionar condições de boa postura, visualização e operação;

b) posicionar as “nóreas” (sistema utilizado para transporte de produtos a serem desmontados em linha), bancadas, trilhagem aérea mecanizada e esteiras, de maneira a atender às características antropométricas dos trabalhadores”.

As incompatibilidades entre os postos de trabalho e os trabalhadores são

evidências claras de um estudo prévio realizado pelo MTE, com o intuito de

identificar as condições ergonômicas existentes dentro dos frigoríficos e

abatedouros. Percebe-se, pela nota técnica, que a falta de Ergonomia, mais

especificamente de estudo antropométrico para adequação das linhas de produção

ao perfil da população dos frigoríficos e abatedouros, tem se tornado um problema

latente neste ramo, gerando desconforto e doenças ocupacionais para as pessoas, e

um aumento nos índices de rotatividade e absenteísmo para empresa, assim como,

afastamentos do trabalho provenientes dos DORT’s.

Uma das medidas para adequar as condições de trabalho às características

físicas do trabalhador é a utilização do estudo antropométrico e dinamométrico,

sendo que este tipo de trabalho pode envolver profissionais das áreas de Educação

Física, Fisioterapia e Engenharia, com o intuito de proporcionar uma adequabilidade

das condições de trabalho ao perfil físico do trabalhador, proporcionando uma

melhor postura ao realizar o trabalho, evitando sobrecargas e tensões excessivas,

assim como esforços físicos exagerados com membros superiores. Portanto, o

presente estudo procura avaliar as questões antropométricas e dinamométricas dos

trabalhadores, assim como medir os mobiliários e equipamentos existentes na

empresa para verificar sua adequabilidade ao perfil físico dos trabalhadores.

CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. ERGONOMIA - CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A palavra Ergonomia tem seu significado derivado do grego na qual érgon

significa trabalho e nomos, leis ou regras. Conforme Deliberato (2002, p.123), este

termo pode ser sintetizado como “as leis que regem o trabalho”. Numa visão mais

específica, estas leis que regem o trabalho e que representam a palavra ergonomia

são definidas por Oliveira et al. (1998, p.124) como “o estudo das regras e normas

do trabalho, visando sua humanização”. Assim, a Ergonomia tem uma preocupação

maior com as questões humanas que são o foco do estudo ergonômico.

Conhecer as diversas facetas do trabalho e saber usufruir deste conhecimento

é um desafio para o homem moderno. Buscar, conforme Santos e Fialho (1997,

p.15), “mudar as condições de trabalho, adaptando-as às características fisiológicas

e psicológicas do ser humano, para que este seja ergon - realização, e não ponein -

sofrimento”, sendo esta a premissa básica da Ergonomia.

O conhecimento e a definição do que trata a Ergonomia tem sido definido de

diversas formas pelos cientistas. Wisner (1987, p.73) definiu a Ergonomia como “o

conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para a

concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com

o máximo de conforto, de segurança e eficácia”. Conhecer profundamente o trabalho

e, principalmente, as necessidades humanas é premissa básica da Ergonomia.

Saber entender as relações entre o trabalhador e seu ambiente laboral possibilita

buscar, de maneira contínua, a adequação do trabalho às necessidades das

pessoas.

O trabalho, ao longo dos tempos, sofreu muitas modificações, havendo um

avanço tecnológico contínuo. Tanto que, para Santos e Fialho (1997, p.18), “a

Ergonomia se transmuda, se transmuta e se transforma em face dos novos desafios

tecnológicos que resultam em novos constrangimentos impostos aos trabalhadores/

operadores/usuários/consumidores”. Portanto, a Ergonomia deve exercer um papel

contínuo no processo de transformação do ambiente de trabalho, possibilitando

7

sempre que o ambiente seja propício ao homem na realização do trabalho e não ao

contrário.

A definição de Ergonomia formulada pelo conselho da Sociedade de

Ergonomia da França, no XXIV Congresso realizado em Paris, em 1988, enfoca que

“...pelos seus métodos e etapas a ergonomia permite uma nova percepção do funcionamento da empresa, a partir da compreensão do trabalho do homem, esta compreensão é necessária para conceber as situações nas quais o operador tem domínio: para seu equilíbrio físico mental e psíquico e para melhoria do sistema. (NASCIMENTO E MORAES, 2000)”.

Nesta definição, a interação entre o sistema homem-máquina torna-se

indivisível, não havendo possibilidade de se ter um ambiente ou posto de trabalho

que permita ao ser humano ter saúde física e mental, sem que seja compreendido o

trabalho como um todo.

Deliberato (2002, p.123) considera que “a Ergonomia busca a perfeita

integração entre as condições de trabalho e a tríade formada pelo conforto,

segurança e eficiência do trabalhador em sua situação de trabalho”. Portanto, os

estudos ergonômicos devem levar em consideração esta tríade, para ter

consistência e atingir um padrão de qualidade de vida no trabalho, capaz de diminuir

o sofrimento do homem durante sua vida laboral. Desta forma, o estudo ergonômico

torna-se abrangente em seu conteúdo, uma vez que analisar a tríade conforto,

segurança e eficiência demanda um conhecimento multidisciplinar. Tanto que, para

Santos e Fialho (1997, p. 18), “a Ergonomia teve sua base alicerçada durante muito

tempo na Fisiologia e na Psicologia; depois, à medida que o trabalho passava a ser

cada vez mais mental e menos físico, outras disciplinas passaram a contribuir para a

expansão dos conhecimentos sobre o homem no trabalho”.

Os diversos conceitos e definições corroboram em afirmar que a Ergonomia se

preocupa com a inter-relação entre o homem e o ambiente, levando em

consideração tanto os ativos tangíveis quanto os intangíveis de uma empresa. Nesta

condição, acredita-se que a Ergonomia é:

“...um aspecto fundamental a ser considerado dentro da nossa realidade a partir do momento que intervêm diretamente em pontos como: elevados índices de acidentes de trabalho, nos problemas

8

associados à doença do trabalho; nas questões responsáveis pela redução da produtividade nos locais de trabalho, por exemplo, o alto índice de absenteísmo, queda de motivação no trabalho; na qualidade de vida no trabalho; propiciando mais que um posto de trabalho melhor, mas principalmente uma vida melhor. (GRANDJEAN, 1998)”.

Estas definições deixam claro que o homem tem que ser o centro das

atenções. Todo ambiente laborativo deve adaptar-se a ele. Isto, de fato, só irá

ocorrer se os conhecimentos em Ergonomia forem esclarecidos a tal ponto, que ele

próprio, homem, à entenda.

A Ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando, pela

primeira vez, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as

ciências humanas. Fisiologistas, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros

trabalharam juntos para resolver os problemas causados pela operação de

equipamentos militares complexos. Os resultados deste esforço interdisciplinar

foram tão gratificantes que foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra (DUL;

WEERDMEESTER, 1995).

O interesse neste novo ramo de conhecimentos cresceu rapidamente, em

especial na Europa e nos EUA. Na Inglaterra, cunhou-se o termo Ergonomia onde foi

criada a Associação Internacional de Ergonomia (IEA). Atualmente, ela representa

as associações de ergonomia de quarenta diferentes países, com um total de quinze

mil sócios. No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia foi fundada em 1983 e

também é filiada à IEA.

Visando a adaptação dos meios de trabalho à maioria da população de

trabalhadores potenciais (percentis de 5% ou 95%), a Ergonomia procura evitar uma

concepção de sistemas de produção que possa levar à exclusão dos trabalhadores.

Enfim, a ergonomia, quando aplicada corretamente dentro das empresas,

permite ao empregado e ao empregador qualidade de vida e produtividade;

principalmente porque permite que as condições de trabalho se adaptem à maioria

da população.

9

2.2. CLASSIFICAÇÃO DA ERGONOMIA

Ao se estudar as questões ergonômicas, duas tendências aparecem como

linhas mestras que servem de parâmetros para os pesquisadores desta área:

“A Ergonomia dos métodos e das tecnologias, caracteristicamente americana, centrada na contínua necessidade de adaptação da máquina ao homem, e assim escrava do aperfeiçoamento tecnológico; e a Ergonomia da organização do trabalho, de linha européia, cujas bases centralizam-se no estudo da inter-relação entre homem e o trabalho (DELIBERATO, 2002 p.122)”.

A intervenção ergonômica pode ser aplicada seguindo quatro modalidades

distintas, todas buscando a melhor adaptação do meio ao homem. Entre os quatro

tipos de Ergonomia (a de concepção, a corretiva, a prospectiva e a Ergonomia de

mudança), é a de concepção que, segundo Iida (2005, p.14) “se faz durante o

projeto do produto, da máquina, ambiente ou sistema” permitindo agir

antecipadamente sobre o produto ou sistema, tornando os custos normalmente mais

baixos. Neste tipo de Ergonomia, a premissa básica está centrada em estudo

voltado ao perfil das pessoas.

Já a Ergonomia corretiva “é realizada quando é feito o diagnóstico de algum

problema, seja por fadiga, falta de segurança, presença de distúrbios ou diminuição

da produtividade” (DELIBERATO, 2002 p.124). Este tipo de Ergonomia normalmente

apresenta um custo mais elevado, o que dificulta sua implementação.

Nestes dois tipos de intervenção ergonômica, a experiência por parte dos

projetistas é fundamental, pois há uma necessidade implícita de se conhecer o perfil

da população usuária do produto do sistema ou do trabalho.

Uma terceira modalidade de intervenção é apresentada por Vieira (1994,

p.253), como sendo a Ergonomia prospectiva que “apóia o planejamento e o projeto

de produtos e sistema de trabalho”. Neste modo de Ergonomia, todos os tipos de

informações necessárias devem estar disponíveis.

Existe ainda uma modalidade de Ergonomia denominada de Ergonomia de

mudança. Esta recebe esta denominação por “aproveitar para melhorar as

condições de trabalho por ocasião de mudanças na fábrica” (VIEIRA, 1994, p.253).

10

Este tipo de modalidade de intervenção ergonômica é diferente da ergonomia

de correção, que pode ser interpretada de forma errônea quando aplicada na

melhoria do ambiente.

Uma outra classificação de Ergonomia, que permeia a participação do próprio

usuário do sistema na solução de problemas, é sugerida por Iida (2005, p.15): “esse

princípio é baseado na crença de que eles possuem um conhecimento prático, cujos

detalhes podem passar desapercebidos ao analista ou projetista”.

Todas as modalidades apresentadas demonstram uma característica comum,

que deve ser levada em consideração para que a intervenção ocorra com sucesso.

Este algo em comum está diretamente relacionado com as questões

antropométricas e com a análise ergonômica do trabalho (AET).

2.2.1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

A realização da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) pela empresa é uma

etapa fundamental no diagnóstico das condições laborais. Esta análise é elaborada

e aplicada seguindo as orientações da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que

inicialmente teve seu texto construído com foco nas atividades desenvolvidas na

área de informática, mas que, segundo Oliveira (1998, p.390), “contém parâmetros

que podem ser utilizados, de uma forma muito mais ampla e abrangente, em todas

as formas e em todos os ramos de trabalho”.

As Normas que regem a Ergonomia estão descritas dentro da NR 17, contudo,

esta Norma não traz, de maneira clara e objetiva, um roteiro de análise ergonômica

para ser seguido. Entretanto, a NR 17 apresenta tópicos que devem ser levados em

consideração quando da formulação e da aplicação da AET. Questões como

levantamento, transporte e descarga individual de materiais, mobiliário dos postos de

trabalho, equipamentos dos postos de trabalho e as condições ambientais de

trabalho são requisitos básicos a serem estudados na formulação e no

desenvolvimento de uma AET.

Portanto, a análise ergonômica do trabalho tem como objetivo segundo Franco

(2000, p.8):

11

“...produzir dados que permitam reduzir a distância nas concepções formuladas no trabalho (as prescrições, as regras, os procedimentos oficiais e explícitos) e atividade oficial do operador (os aspectos informais, implícitos, imprevistos das condutas de trabalho)”.

A AET, assim como qualquer outra área de conhecimento, deve estabelecer

sob o modelo de um projeto, o que, dentro do universo do trabalho, deverá ser

pesquisado. Para efetiva realização de uma AET, faz-se necessário estudar três

etapas: a análise da demanda, a análise da tarefa e a análise das atividades

(SANTOS e FIALHO, 1997, p.55). Cada uma destas etapas do estudo é

segmentada, visando buscar respostas para sugerir melhorias das condições do

trabalho.

Santos e Fialho (1997, p.54) propõe o seguinte esquema metodológico para a

Análise Ergonômica do Trabalho, apresentado na Figura 1, a seguir:

Análise Ergonômica do Trabalho, apresentado na Figura 1, a seguir:

Figura 01- Metodologia para AET

Fonte: (Adaptado de SANTOS e FIALHO, 1997, p.54)

Quadro teórico de referência

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Análise da demanda:

definição do problema Análise da Tarefa: análise

das condições de trabalho Análise das atividades:

análise dos

comportamentos do

homem no trabalho

Hipótese

Dados Hipótese

Dados

Hipótese

Dados

Diagnóstico: modelo

operativo da situação de

Síntese Ergonômica do Trabalho

Caderno de Encargos e

Recomendações Ergonômicas

12

Este esquema metodológico, criado para Análise Ergonômica do Trabalho, teve

como premissa básica o levantamento de um problema, a análise das condições de

trabalho e a análise das situações comportamentais do homem frente ao trabalho

desenvolvido. O resultado final deste esquema metodológico permite a criação de

um caderno de encargos, que, por fim, representa todas as indicações e sugestões

que possibilitam melhorar as condições laborais para o homem.

Outro roteiro metodológico estabelece a análise da demanda e do contexto,

definição de situações para a análise, pré-diagnóstico, entendimento real do

problema, análise das atividades, conclusões e recomendações e a validação e o

acompanhamento das ações ergonômicas realizadas (OLIVEIRA, 1998, p.126).

Dentre os vários itens que compõem um estudo ergonômico e que devem ser

avaliados e analisados pela Ergonomia, o estudo antropométrico tem papel

fundamental dentro do processo da AET para identificar as incompatibilidades do

sistema homem-máquina, estando a antropometria inserida no contexto da análise

física do homem executando a tarefa, objetivando a adaptação dos postos de

trabalho e das ferramentas ao perfil físico do trabalhador.

2.3. ANTROPOMETRIA

A origem da palavra antropometria é grega (Antropo= homem; metria= medida)

e tem por definição o estudo das medidas físicas do corpo humano. Conforme

Norton e Olds (2005, p.256), “a antropometria é de vital importância para a

ergonomia”. A antropometria tem um papel fundamental dentro do contexto

ergonômico, pois, através dela, é possível adequar os postos de trabalho em relação

ao trabalhador que nele atua (OLIVEIRA, 1998).

Para atender à Norma Regulamentadora 17, no que tange à adequação ao

perfil fisiológico do trabalhador, a antropometria é, conforme Deliberato (2002 p.131),

“a ciência que, baseando-se nas estruturas anatômicas, fornece as medidas do

corpo humano”.

A antropometria é uma parte importante e funcional da Ergonomia. Ela tem

como um de seus principais objetivos, contribuir na concepção ergonômica. Na área

do trabalho apresenta um grande desafio que é adaptar, seja na concepção ou na

13

correção, os postos de trabalho de acordo com as características físicas das

pessoas, sendo que o resultado das medidas antropométricas deve ser capaz de

proporcionar maior conforto, saúde e segurança às pessoas, possibilitando uma

postura adequada (OLIVEIRA, 1998).

Esta ciência, conforme Iida (2005, p.97), “trata de medidas físicas do corpo

humano”, sendo estas medidas físicas, muito importantes à definição dos diversos

aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, com objetivo de proporcionar uma

postura corporal adequada para realização de trabalho.

Esta ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo

humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessita

equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro (FERNADES, 2003, p.33).

As concepções dos espaços físicos dos ambientes de trabalho, bem como dos

materiais, ferramentas e equipamentos utilizados, devem levar em consideração,

além das dimensões corporais, os movimentos realizados pelo corpo na execução

das tarefas.

As pessoas são diferentes em alturas, estruturas ósseas e musculares.

Algumas são mais fortes e com capacidade definida para suportar o estresse físico e

mental, outras não. Estes fatos básicos não podem ser alterados e devem ser

utilizados como base para o planejamento das condições de trabalho (BENITO;

COUTINHO, 2000, p.561).

No Brasil, Iida (2005 p.121) relata o trabalho desenvolvido pelo Instituto

Nacional de Tecnologia, em 1988, que realizou um levantamento em 26 empresas

do Rio de Janeiro, abrangendo 3100 trabalhadores e que teve como foco a

concepção de vestuário. Mesmo sendo criada uma tabela com os dados desta

população analisada pelo Instituto Nacional de Tecnologia, estes dados não

representam o perfil antropométrico da população brasileira geral, por tratarem do

perfil de uma população e de uma região específica. Outros esforços isolados de

pesquisas antropométricas são encontrados na literatura. Contudo, nenhuma delas

possibilita a extrapolação dos resultados encontrados para outras regiões do país.

Portanto, não existem normas antropométricas determinadas em nível nacional que

possam servir de parâmetros para concepção dos postos de trabalho em outras

14

regiões do país. Isto acontece, principalmente, devido ao fato da grande

miscigenação no Brasil, constituindo-se assim num problema para as empresas

instaladas no país (OLIVEIRA, 1998, p.135).

A falta de uma norma com parâmetros antropométricos para a população

trabalhadora no Brasil dificulta, em muitos casos, que as empresas adquiram

equipamentos e máquinas com características que se adaptem aos trabalhadores

das indústrias brasileiras, não atendendo desta feita, a itens da NR 17. Esta Norma

estabelece parâmetros que permitem segundo o Manual de Legislação Atlas (2003,

p.225), “adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos

trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e

desempenho eficiente”.

A antropometria busca definir características físicas dos indivíduos e deve ser

utilizada como meio para concepção de utilitários, máquinas, equipamentos e todo

aparato de uso das pessoas, seja em ambiente fabril ou do lar.

Desta maneira, pode-se supor que equipamentos importados para postos de

trabalho brasileiros muito provavelmente não atendem aos requisitos

antropométricos de nossa população. Isto se deve ao fato de que a altura da

população brasileira é, em média, 5 a 6 cm menor do que a européia e a americana

(OLIVEIRA, 1998, p.135).

Estas diferenças podem causar alguns transtornos à saúde dos trabalhadores

brasileiros que, na maioria das vezes, utilizam máquinas e equipamentos de origem

americana ou européia. Nascimento e Morais. (2000, p.33) relatam:

“...as mulheres são cerca de 12 cm menores que os homens e muitas vezes trabalham com máquinas, acessórios e em postos de trabalho que foram projetados baseados nos padrões masculinos. A falta de adaptação a esses equipamentos torna o trabalho das mulheres ainda mais fatigante, deixando-as expostas a erros e acidentes”.

Na realização de trabalhos antropométricos são utilizadas técnicas de medidas

específicas dos segmentos corporais, sendo que a antropometria está dividida de tal

forma que a decisão quanto ao método utilizado é fundamental. Dentre os métodos,

Deliberato (2002 p.131) cita que, “na antropometria estática, as medidas são

15

realizadas com o corpo parado; já a dinâmica é idealmente recomendada para

projetos ergonômicos com máquinas ou postos de trabalhos com estruturas que se

movimentam”.

A aplicação das técnicas antropométricas depende fundamentalmente do tipo

de trabalho a ser analisado. Norton e Olds (2005, p.256) relatam que “os dados

antropométricos humanos podem ser divididos em dois grupos: dados estáticos ou

estruturais e dados funcionais ou dinâmicos”. A antropometria é dividida em estática

e dinâmica, a primeira tendo contribuído pouco com a Ergonomia enquanto a

segunda apresenta um papel fundamental para o desenvolvimento de projetos de

concepção e correção ergonômica (OLIVEIRA, 1998).

Independentemente do tipo de antropometria, se estática ou dinâmica, “sempre

que for possível e economicamente justificável, as medidas antropométricas devem

ser realizadas diretamente, tomando-se uma amostra significativa de sujeitos que

serão usuários ou consumidores do objeto a ser projetado” (IIDA, 1990, p.101).

Na realização das medidas antropométricas, há uma necessidade explicita de

saber o que se pretende medir, pois sair medindo alturas e comprimentos sem se ter

um objetivo estabelecido parece não ser conveniente nem econômico do ponto de

vista de tempo.

Portanto, conforme Iida (2005, p.110), “a definição das medidas envolve a

descrição dos dois pontos entre os quais serão tomadas as medidas”. Estes pontos

são estabelecidos por normas e tabelas e devem ser determinadas pela demanda

que se apresenta.

2.4. TABELA ANTROPOMÉTRICA ALEMÃ DE MEDIDAS ESTRANGEIRAS

Uma das principais tabelas de medidas antropométricas foi constituída na

Alemanha, sendo denominada de Deutsches Institut Für Normung (DIN) 33402, de

junho de 1981. Ela apresenta medidas de 54 variáveis do corpo, sendo 9 do corpo

em pé, 13 do corpo sentado, 22 da mão, 3 dos pés e 7 da cabeça (IIDA, 2005,

p.116).

Esta Norma “é considerada a mais completa tabela de medidas

antropométricas existentes” (OLIVEIRA, 1998). Para cada variável, a norma

16

descreve os pontos entre os quais são tomados: as medidas, a postura adotada

durante a medida e o instrumento de medida usado em cada caso. A DIN 33402

apresenta técnicas de medidas antropométricas estáticas e dinâmicas na posição

sentada e na posição em pé, estabelecendo referências para medição,

determinando a utilidade destas medidas e o percentil recomendado. A Tabela 01, a

seguir, aponta as principais medidas antropométricas dinâmicas estabelecidas pela

DIN 33402:

TABELA 01- Medidas antropométricas dinâmicas Dinâmicas

Área de alcance dos braços Área de movimentação da cabeça Área de visão

Área de máxima rotação do olho Alcance das pernas

Fonte: (Adaptado de OLIVEIRA, 1998).

A Tabela 02, a seguir apresenta as medidas antropométricas estáticas, em que

uma gama maior de segmentos corporais é avaliada, em relação às medidas

dinâmicas estabelecidas pela DIN. Na medição estática quase todos os segmentos

corporais são avaliados. Este tipo de avaliação é comum, principalmente na

Ergonomia de concepção de produtos, uma vez que os resultados destas medidas

permitem o dimensionamento correto dos produtos e utensílios.

TABELA 02- Medidas antropométricas estáticas na posição sentada e em pé Na posição sentada

Altura da cabeça a partir do assento Comprimento nádega poplítea Largura do pé

Altura dos olhos a partir do assento Comprimento nádega joelhos Tamanho da mão

Altura do ombro a partir do assento Alt. do cotovelo a partir do assento Largura da mão

Altura do joelho Largura do quadril Altura da coxa

Alcance vertical do braço Largura entre os cotovelos Altura dorsal

Comp. Nádega- pé com a perna fletida Altura poplítea Altura lombar

Comp.Nádega-pé c/ a perna estendida Comprimento do pé

Na posição em pé

Estatura Largura do ombro Alcance do braço

Altura dos olhos a partir do chão Comprimento do antebraço Altura do mamilo

Altura do ombro Alcance lateral do braço Altura do púbis

Altura do cotovelo Profundidade máxima do corpo Largura do tórax

Fonte: (Adaptado de OLIVEIRA, 1998).

17

Nos Estados Unidos da América (EUA), as medidas mais utilizadas para fins

civis são apresentadas pela publicação: Weight, Hight and Selected Dimensions of

Adults (U.S. Dept. of Health, Education and Welfare, junho de 1965). Esta publicação

se baseou em medidas de 6.672 adultos representativos da população norte-

americana. (IIDA, 2005, p.120).

Outro estudo desenvolvido com a população inglesa, apresentado por Iida

(1990, p.23), estabelece que a média de estatura de ingleses adultos é de 167,5 cm,

sendo que os mais baixos, 5%, apresentam estatura menor do que 150,5 cm,

enquanto que os mais altos, 5% acima de 185,5 cm. No Brasil, ainda não existem

medidas antropométricas normalizadas para população. A ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas) tem projeto para normalizá-las, mas são baseadas

em medidas norte-americanas. Isto significa que não existem ainda medidas

abrangentes e confiáveis da população brasileira (IIDA, 2005, p.120).

O uso de tabelas internacionais para utilização em território nacional brasileiro,

pode não ser aconselhável. Isto porque conforme Iida (1990, p.129):

“...as diferenças antropométricas podem ser facilmente comprovadas com as máquinas e equipamentos importados que não se adaptam aos operadores brasileiros. No caso de máquinas industriais, este problema pode ser parcialmente resolvido, providenciando-se estrados e banquetas para os operadores, para compensar as diferenças de estaturas”.

Uma vez que estas diferenças antropométricas entre as populações são

evidentes e abrangentes, até mesmo em países constituídos de pessoas com

características genéticas pouco miscigenadas, como a população alemã, parece

ficar mais claro que a utilização destas tabelas para desenvolvimento de trabalhos

aqui no Brasil se torna um erro. Grandjean (2005, p.44) relata que, “infelizmente,

foram realizadas poucas pesquisas antropométricas em larga escala, e geralmente

com populações militares”, tornando dificultosa a extrapolação dos valores

encontrados em militares para o resto da população. Portanto, uma melhor interação

do sistema homem-máquina deve ocorrer quando o dimensionamento

antropométrico for realizado com a população alvo, ou aquela que faz parte da

demanda que se pretende atingir.

18

2.4.1. DIMENSIONAMENTO DE ALTURAS DE TRABALHO

As alturas de trabalho com membros superiores na posição em pé, obedecem

a parâmetros como os citados por Couto (1995, p.231), que define:

“a) para trabalhos pesados - bancada na altura do púbis; b) para trabalhos moderados - bancada na altura dos cotovelos, estando os braços na vertical; c) para trabalhos leves - bancada a 30 cm dos olhos; d) para trabalhos de escrita - bancada ou mesa na altura da linha epigástrica (boca do estômago), caso a mesa tenha a borda anterior arredondada; ou na altura dos cotovelos, estando os braços na vertical”.

Concordando com estes parâmetros para a realização de trabalhos na posição

em pé, Iida (2005, p.147) acredita que a altura de trabalho “depende da altura do

cotovelo e do tipo de trabalho que se executa”, pois posturas forçadas dos ombros

ou das costas podem ficar acentuadas dependendo destas alturas.

Para Kroemer (2005, p.47), “se a área de trabalho é muito alta, freqüentemente

os ombros são erguidos para compensar, o que leva a contrações musculares

dolorosas na altura da nuca e das costas”. Ao contrário, uma área de trabalho muito

baixa pode ser prejudicial à coluna, pois os usuários mais altos tendem a curvar-se

para realizar a tarefa. Portanto, a correta altura de trabalho deve ser dimensionada

levando em consideração o percentil que inclua a maioria dos usuários do posto de

trabalho.

As atividades laborativas são diversificadas em seu conteúdo de tal modo que

as pessoas adotam diversas posturas durante a realização do trabalho. Cada

profissão demanda uma postura diferente. Em alguns casos, há predomínio de um

tipo de movimento corporal, e o uso de determinados grupos musculares acaba

sendo mais freqüente. Uma simples tarefa, como a de varrer o chão, exige do corpo

a ação conjunta de diversos ossos, músculos e articulações que, ao serem utilizados

de forma inadequada, podem causar lesão. De uma maneira especial, os trabalhos

manuais em bancadas, propostos por Iida (2005, p.147), determinam que:

19

“...a superfície da bancada deve ficar 5 a 10 cm abaixo dos cotovelos. Para trabalhos de precisão, é conveniente uma superfície ligeiramente mais alta (até 5 cm acima do cotovelo) e aquela para trabalhos mais grosseiros e que exijam pressão para baixo, superfícies mais baixas (até 30 cm abaixo do cotovelo)”.

Percebe-se que a análise prévia do tipo de tarefa realizada é fundamental para

determinar a altura correta da bancada. Isto ocorre em detrimento das capacidades

físicas dos indivíduos de executarem movimentos. O estudo cinesiológico e

biomecânico permite uma visão mais precisa dos órgãos envolvidos nas tarefas,

possibilitando determinar uma melhor condição de trabalho frente a uma bancada.

Até mesmo a tarefa de misturar a massa de um bolo utilizando membros

superiores envolve um conjunto grande de ossos, músculos, tendões e articulações,

que podem ser sobrecarregados, dependendo da posição, da altura da superfície de

trabalho e da distância do indivíduo em relação à tigela (BUKOWSKI 2002, p.117).

Portanto, são várias as situações em que uma superfície mais baixa pode ser

melhor que uma mais alta e vice-versa. Dul e Weerdmester (1995, p.28) acreditam

que:

“...uma superfície baixa é melhor, porque os braços não precisam ser erguidos e, nesta posição, é mais fácil aplicar forças. Em compensação as superfícies mais altas permitem uma melhor visualização do trabalho, sem necessidade de curvar-se para frente”.

Em contrapartida, Kroemer (2005, p.47) define que “se a área de trabalho é

muito baixa as costas são sobrecarregadas pelo excesso de curvatura do tronco, o

que dá freqüentemente margem a queixas de dores nas costas”.

Tanto o dimensionamento de alturas como as distâncias e comprimentos dos

braços para determinar áreas de alcance dos membros, são de fundamental

importância dentro da Ergonomia. Neste aspecto, a antropometria permite identificar

fisicamente os limites de alcance dos segmentos corporais. Para Couto (1995,

p.235), “todos os objetos, ferramentas e controles a serem pegos/operados

freqüentemente devem estar dentro da área de alcance normal”. Iida (2005, p.146)

afirma que esta medida máxima de alcance dos objetos “será obtida fazendo-se girar

20

os braços estendidos em torno do ombro. Estes descrevem arcos de 55 a 65 cm de

raio”.

Os trabalhos, quando realizados na posição assentada, também seguem

teorias semelhantes quanto a alturas de bancadas, aplicação de forças e áreas de

alcance. Iida (1990, p.137) descreve que “as duas variáveis que influenciam na

altura da mesa, para trabalho sentado, são a altura do cotovelo e o tipo de trabalho a

ser executado”. Com a definição do tipo de trabalho que se realiza, torna-se

possível dimensionar a altura da bancada e suas áreas de alcance. A altura de

trabalho na posição sentada é definida segundo modelo proposto por Iida (1990,

p.137):

“...quando o trabalhador está sentado, a altura do cotovelo depende da altura do assento e, desta forma, deve-se dimensionar inicialmente a altura do assento usando-se a altura poplítea (parte posterior da coxa). Somando-se esta à altura do cotovelo (acima do assento), obtém-se a altura da mesa”.

A realização de tarefas em linhas de produção ou bancadas específicas é

situação encontrada na maioria das indústrias. São raros os casos em que estas

bancadas ou linhas de produção apresentam dimensionamento exato para toda a

população atuante, portanto, a busca por uma condição adequada deve seguir como

premissa básica à identificação da melhor postura do corpo frente ao trabalho

executado. Couto (1995, p.169) descreve algumas regras que podem ser seguidas

com o intuito de manter uma boa postura e eliminar esforços desnecessários:

“...quando o trabalho exigir força física, a bancada deve estar à altura do osso púbis; quando o trabalho não exigir força física, a bancada deve estar à altura do cotovelo do trabalhador; quando o trabalho exigir empenho visual, a bancada deve estar a 30 cm dos olhos”.

Estas alturas são determinadas prevendo a interação entre a antropometria e a

biomecânica

21

2.4.2. CONSUMO DE ENERGIA NO TRABALHO

Para determinar se o trabalho é considerado leve, moderado ou pesado

existem alguns métodos capazes de mensurar tal esforço conforme relata Couto

(1995, p. 44).

“...basicamente, a avaliação do dispêndio energético de uma tarefa é feita através da chamada metabolimetria indireta, na qual se mede o consumo de oxigênio por minuto. E sabendo-se que 1 litro de O2 é a quantidade necessária para a metabolização aeróbia de aproximadamente 4,86 quilocaloria, deduz-se o dispêndio energético em Kcal/min”.

Este método nem sempre se encontra à disposição para uso dentro das

empresas. Outras formas de verificação do dispêndio energético podem apresentar

resultados significativos para se encontrar o gasto de energia na execução da tarefa.

Exemplo disto é a chamada tabela de Lehman.(COUTO, 1995, p.90)

A tabela de Lehman apresenta-se como importante ferramenta para realização

de estudos direcionados à estimativa do gasto energético por tarefa executada. Para

Couto (1995, p.90), “a tabela de Lehman possibilita a estimativa do metabolismo

com boa precisão, desde que seguidos os cuidados descritos”.

Para identificar o metabolismo (em Kcal/min ou Kcal/h) é necessário aplicar a

soma do valor obtido na análise da POSIÇÃO DO CORPO e na análise da CLASSE

DE TRABALHO (A + B). Além deste cálculo, orienta-se que, para se utilizar de forma

correta esta ferramenta,

“...o observador deve primeiro tomar conhecimento do que é o trabalho, quais as diferentes tarefas que o constituem; no período de tempo em que o trabalhador esteja desenvolvendo uma atividade típica, deve-se cronometrar durante 30 minutos a 1 hora as variações nas tarefas, anotar o metabolismo de cada uma, e depois fazer uma extrapolação para o número de horas de trabalho; a coluna de metabolismo /minuto deve ser usada para o cálculo dos picos de atividade intensa ; geralmente os valores obtidos pela observação de um minuto são 20% maiores do que os obtidos em uma hora, isto porque as pausas curtíssimas e curtas estão incluídas nos valores de “uma hora”; as grandes pausas devem ser calculadas à parte; no caso de trabalho feminino, todos os valores devem ser multiplicados por 0,85 (COUTO, 1995)”.

22

Estas orientações são fundamentais no momento da aplicação desta ferramenta

para verificação das demandas energéticas do trabalhador. A Tabela 03, a seguir,

demonstra o modelo estabelecido por Lehman.

Posição do Corpo e Classe de Trabalho Kcal em 1minuto Kcal em 1 Hora

A) Posição do Corpo

Deitado, Sentado

Em pé

Andando

Subindo

0,4

0,8

2,4

5

20

40

120

250

B)Classe de Trabalho

Manual

Fácil

Difícil

0,5

1

25

50

Dos Membros Superiores

Fácil

Difícil

1,5

2,5

75

125

De Todo o Corpo

Fácil

Ligeiro

Difícil

Muito Difícil

4

6

8

10

200

300

400

500 Fonte: (Adaptado de COUTO, 1995)

A utilização da tabela de Lehman possibilita, de maneira simples, quantificar o

dispêndio energético da tarefa. Obtendo-se os valores de gasto energético para

trabalhos em linhas de produção, faz-se necessária extrapolação dos resultados

para outra tabela de classificação de esforço que, ao ser aplicada, possibilita a real

classificação quanto ao esforço físico da tarefa. A Tabela 04, a seguir, apresenta a

classificação da carga de trabalho.

23

TABELA 04- Classificação da carga de trabalho Classificação da Carga de Trabalho Físico

Categoria de Trabalho Físico Dispêndio Energético

Kcal/min Kcal/Hora

Leve <3,0 <180

Moderadamente pesado 3 a 5,1 181 a 306

Pesado 5,11 a 6,8 307 a 408

Pesadíssimo 6,81 a 8,5 409 a 510

Extremamente pesado >8,5 >510 Fonte: Adaptado de (COUTO, 1995).

Outra determinação de gasto de energia é estabelecida por Christensen (apud

Couto, 1995, p.40). Levando em consideração a capacidade aeróbia das pessoas, o

autor estabelece que:

“...um indivíduo estará executando uma atividade física: muito leve ou leve quando estiver usando até 25% de sua capacidade aeróbia; moderadamente pesada, de 25 a 37,5 % de sua capacidade aeróbia; pesada, de 37,5 a 50% ; pesadíssima, de 50 a 62,5%; extremamente pesada, acima de 62,5% de sua capacidade aeróbia”.

Ao se realizar um trabalho, são diversas as posturas que podem ser adotadas

para uma correta aplicação de força. Mecânicos de automóveis estão

constantemente adotando posturas que exigem muita flexibilidade e força.

Repositores de supermercados, professores, vendedores de sapatos em lojas e

tantas outras profissões também exigem determinadas aplicações de força e adoção

de posturas que podem comprometer as estruturas do corpo, causando danos à

saúde.

A Portaria 3214 do Ministério do Trabalho, datada de 08/06/78, em sua Norma

Regulamentadora nº 15, anexo 3, também estabelece, levando em consideração as

atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, o consumo energético dos mesmos

durante a realização de trabalho, determinando os seguintes valores em Tabela.

24

TABELA 05- Estimativa de consumo energético durante a realização de trabalho TIPO DE ATIVIDADE Kcal/hora

- Sentado, em repouso. 100

TRABALHO LEVE

- Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex: datilografia)

- Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex: dirigir)

- De pé, trabalho leve em máquina ou bancada principalmente com os braços

125

150

150

TRABALHO MODERADO

- Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas

- De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, c/ alguma movimentação

- De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, c/ alguma movimentação

- Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar

180

175

220

300

TRABALHO PESADO

- Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos

(ex: remoção com pá)

- Trabalho fatigante

440

550

Fonte: Araújo (Norma regulamentadora 15 anexo 3).

Esta tabela representa, em índices gerais, os gastos energéticos e a

classificação do tipo de trabalho realizado.

Contudo, a carga física do trabalhador deve ser identificada levando em

consideração também agentes ambientais, como calor e frio, que exercem influência

na liberação de calor pelo corpo, o que pode aumentar ou diminuir a demanda

energética do organismo.

Para tanto, se consideram os valores descritos na Tabela acima como um bom

referencial para determinar o gasto de energia, em que a relação entre postura

adotada, ambiente ao qual o trabalhador está exposto e a aplicação de esforço

físico, determinam a quantidade de energia que será gasta na realização da tarefa.

Havendo uma relação estreita entre estes fatores e pensando em determinar a

melhor postura para o trabalho, Couto (1995, p.164) propõe um modelo para a

definição da postura de trabalho.

25

Figura 02– Fluxograma para definição de postura de trabalho Fonte: Adaptado de Couto (1995, p.164)

O resultado do fluxograma proposto por Couto viabiliza uma melhor postura de

trabalho para as pessoas, uma vez que o fluxograma leva em consideração,

diversas variáveis do trabalho, como: a natureza do posto de trabalho, o esforço

Posto de trabalho

Posto fixo Posto não fixo

Cargas leves

( <3 Kg)

Cargas pesadas

(>3 Kg)

Natureza

do posto

Sustentação

e

manipulação

Há espaço

para

membros

inferiores

Sem espaço

para membros

inferiores

Plano de

trabalho não é

ao nível do solo

Plano de

trabalho é ao

nível do solo

Há pouca

necessidade

de se

levantar ( <

10

vezes//hora)

necessida

de de se

levantar

freqüente

mente ( >

10

Há pouca

necessidade

de se

movimentar

Movimenta-se

freqüentemente

Pouca

movimen

tação Mobilidade

Localização

e disposição

do posto

Natureza

do

trabalho Alta precisão

visual e ou

montagem fina

Desnecessário

precisão visual

e /ou

montagem fina

Melhor

postura

de

trabalho

Sentado Alternado /

sentado/ de pé

Posição semi-

sentado

Em

De

cócoras

26

físico realizado, a localização do posto (espaços físicos), a mobilidade do

trabalhador ao executar a tarefa e a natureza do trabalho realizado. A definição da

postura de trabalho pode ser encarada como um dos primeiros passos para o

dimensionamento do trabalho. Porém, é o estudo antropométrico que possibilita

adequar as alturas de trabalho ao perfil físico do trabalhador, frente a bancadas ou

linhas de produção.

2.4.3. TÉCNICAS DE MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS

Das técnicas recentes utilizadas para a análise antropométrica, a técnica que

utiliza um scanner tridimensional a laser, que possibilita a medição detalhada da

superfície externa do corpo, é a que mais chama a atenção. Este estudo, conforme

Zamberlan (2006) foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de

Tecnologia, e o projeto de pesquisa antropométrica da população brasileira visa:

“... levantar dados antropométricos da população brasileira em três dimensões, e gerar ferramentas de auxilio ao projeto de produtos, postos e ambientes de trabalho em sistemas CAD. Esses dados serão a base para o correto dimensionamento dos produtos com os quais a nossa população interage cotidianamente, o que trará melhorias para a qualidade do produto e conforto e segurança para o usuário”.

Sendo esta máquina tridimensional, um equipamento sofisticado e de alto custo

para as empresas adquirirem, as técnicas tradicionais parecem ser mais viáveis

financeiramente na realização de estudo antropométrico. Portanto, na realização de

um estudo que tem como foco a antropometria, é fundamental o estabelecimento de

objetivos, definindo onde e para que serão utilizadas as medidas. É interessante

neste processo determinar quais os tipos de medidas que serão realizadas, se

estáticas ou dinâmicas, ou ainda definir os pontos de referências que deverão ser

utilizados para a realização das medidas. A medotologia das avaliações

antropométricas pode ser direta, através da utilização de instrumentos como

estadiômetro e adipômetro, entre outros, ou ainda, de forma indireta, através de

fotos ou imagens.

27

Tomando-se estes cuidados, as medidas físicas do corpo humano estarão

sendo padronizadas de maneira a possibilitar aos avaliadores a aplicação de

técnicas tradicionais idênticas durante a tomada das medidas, não importando onde

estas avaliações estejam ocorrendo. Entretanto, para que tais medições sejam

homogêneas, faz-se necessário definir qual técnica antropométrica será aplicada.

Para medição da altura das pessoas, orienta-se que a medida seja realizada

através do estadiômetro de madeira ou através de uma fita métrica fixada à parede,

sendo fundamental que esteja graduada em centímetros e em décimos de

centímetros (FERNANDES, 2003, p.35).

Outras variáveis antropométricas podem ser medidas tomando-se cuidados

quanto à técnica utilizada na aplicação das medições. Estas medições podem ser

realizadas de forma simples, com o uso de uma fita métrica como foi observado

anteriormente. Contudo, nas avaliações realizadas com os trabalhadores de linha de

produção, é fundamental que no momento da aplicação das medidas o avaliado

utilize o mesmo calçado de trabalho, pois quando se trata de medir alturas para

determinar bancadas de trabalho, deve-se buscar a situação real do trabalhador

frente à linha de produção, para que o dimensionamento do posto de trabalho seja

correto.

Ao se medir as alturas dos olhos, ombros, cotovelos, punhos, umbigo, púbis e

apêndice xifóide, instrui-se que sejam feitas as medidas desde o ponto de referência

até o chão (COUTO 1995, p.179).

Na realização de técnicas antropométricas é comum para quem avalia, ocorrer

o fato de distorção em alguns centímetros. Para Couto (1995, p.182), “uma variação

de mais ou menos 0,5 cm não compromete a precisão da medida”. Portanto, cabe

ao avaliador prestar atenção para não ultrapassar este limite de variação na hora da

aplicação das técnicas antropométricas que dizem respeito a medidas de segmentos

corporais.

28

2.5. DINAMOMETRIA

A dinamometria refere-se a todo o tipo de processos que têm em vista a

medição de forças, bem como a medição da distribuição de pressões (Adrian,

Cooper e Amadio apud SANTOS, 2002, p.1).

A força é aquela gerada pelo sistema músculo-esquelético para ser aplicada

sobre um objeto exterior e que pode ser medida (MAENO et al. 2001).

A força muscular, ou mais precisamente a força máxima ou força gerada por

um músculo (ou grupo musculares), em geral, é medida por um de quatro métodos:

(1) tensiometria, (2) dinamometria, (3) uma repetição máxima ou 1-RM e a

abordagem mais moderna, (4) determinações da produção de força e trabalho com a

ajuda do computador (McARDLE et al., 1991).

Dinamômetros de preensão manual e de tração lombar, utilizados para medir

força, funcionam através de dispositivos que operam segundo o princípio da

compressão. Quando uma força externa é aplicada ao dinamômetro, uma mola de

aço é comprimida e movimenta um ponteiro. Sabendo-se quanta força é necessária

para deslocar o ponteiro através de determinada distância, pode-se determinar

então, com exatidão, quanta força “estática” externa foi aplicada ao dinamômetro

(McARDLE, 1991).

O teste de carga dinamométrica serve para avaliar a força isométrica (estática)

do indivíduo, podendo ser realizados os testes de dinamometria manual do tórax,

lombar e dos membros inferiores. Sua realização necessita de aparelhos especiais,

os dinamômetros Kioshiya (apud SANTOS, 2002, p.1).

Estes aparelhos predizem com exatidão a força aplicada, tornando-se assim,

um meio científico de verificação da capacidade individual de força de um grupo

muscular ou de um músculo.

2.5.1 FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA DINAMOMETRIA

Em texto definido pela Norma Regulamentadora 7 (NR 7) da Portaria 3214 do

MTE, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),

29

“...visa o acompanhamento da saúde dos trabalhadores de uma empresa, através do gerenciamento e monitoramento dos dados dos exames médicos e complementares realizados, sempre com foco na prevenção da ocorrência de doenças relacionadas ao trabalho”.

Esta Norma não expõe como exigência obrigatória o uso da dinamometria nos

testes de admissão ou de demissão, mas deixa claro que exames complementares

podem e devem ser realizados conforme necessidade determinada pela tarefa a ser

executada, a pedido do médico do trabalho.

Algumas empresas brasileiras utilizam testes de força em seus processos de

triagem para contratação de pessoas. A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT)

disponibiliza edital de concurso, no qual foram descritas as competências

necessárias para vagas de trabalho no cargo de atendente comercial I e operador

de triagem e transbordo I. Dentre as competências exigidas para o cargo,

especificamente para a atividade de operador de triagem, há uma exigência quanto

à capacidade de exercer força repetitiva durante a execução do trabalho, sendo que,

para a identificação desta capacidade, realizam o teste de robustez física (força

muscular), sendo este de caráter eliminatório. Neste teste são utilizados

equipamentos de dinamometria manual, escapular e dorsal.

Por ser a atividade de Operador de Triagem um trabalho considerado pesado,

esta empresa utiliza-se de meios preventivos no que tange ao recrutamento de

pessoal, buscando identificar pessoas com perfil físico para a função.

A utilização do teste manual de força, através da dinamometria, pode ser

realizada com o intuito apenas de quantificar força. A exemplo disto, Estivalet (2004,

p.81) desenvolveu estudo no qual procurou “identificar a força de preensão e a

medida de pega da mão dominante dos trabalhadores como uma medida de

caracterização dos sujeitos”. Constatou-se que, pelo teste de dinamometria, a

maioria dos trabalhadores (12 do total de 18) encontra-se nas três categorias

inferiores de força de preensão, ou seja, abaixo da média de força de preensão

apresentada pelo grupo, que foi de 41,02 kgf.

Os testes realizados com o dinamômetro são utilizados nas mais diversas

modalidades de trabalho. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), dentre os

30

testes que realiza com o objetivo de identificar se as pessoas estão aptas ou não

para adquirirem o direito de conduzirem veículos e a respectiva Carteira Nacional de

Habilitação (CNH), aplica o teste com o dinamômetro manual em candidatos,

estabelecendo uma tabela de valores mínimos. O Detran do Rio de Janeiro (2003)

determina que ”para candidatos à condução de veículos das categorias A e B, força

manual = 20 kg; para candidatos à condução de veículos das categorias C, D e E,

força manual = 30 kg” . Estes valores são mínimos e aplicados sem distinção de

sexo, variando apenas quanto à categoria da carteira.

Enfim, são várias as empresas e os ramos de atuação nos quais os testes

dinamométricos são aplicados. Muitos deles visam a profilaxia das lesões

ocasionadas por esforços repetitivos e posturas inadequadas. Contudo, não se têm

ainda parâmetros nacionais que possam ser utilizados de forma homogênea, mesmo

porque a heterogeneidade da população brasileira dificulta em muito este tipo de

estudo, havendo assim a necessidade coletiva de cada órgão, empresa ou

instituição estabelecer seus próprios critérios, embasado numa população local que

exerce a atividade.

Contudo, o foco dado por estas empresas são em parte, discriminatórios, uma

vez que se excluem as pessoas que não atendem à demanda de força estabelecida

pelas empresas.

É interessante e fundamental lembrar que a Ergonomia tem outros objetivos,

como o de melhorar as condições de trabalho, adaptando o ambiente ao

trabalhador, levando em consideração as características psicofisiológicas do

homem, e não ao contrário.

Portanto, o estudo da força do trabalhador deve ser realizado com o intuito de

identificar se a força aplicada na realização da tarefa é compatível com sua

capacidade individual de aplicação de força. Esta constatação pode auxiliar em

muito na adaptação das tarefas em relação à condição física e individual do

trabalhador e definir, com relação à aplicação de força, se a condição é ou não

ergonômica.

31

2.6. CONSIDERAÇÕES DO TESTE DINAMOMÉTRICO MANUAL

Alguns itens devem ser levados em consideração na aplicação de testes

específicos de verificação de força manual. Conforme McArdle et al.(1991, p.296), os

testes devem ser preparados para atender aos seguintes critérios metodológicos:

“a) instruções padronizadas devem ser fornecidas antes do teste; b) se for realizado um “aquecimento” o mesmo deverá ser de duração e intensidade uniformes; c) o indivíduo deve possuir uma prática suficiente antes do teste real, para minimizar um possível componente de aprendizado, que poderia comprometer os resultados iniciais; d) convém tomar cuidado para certificar-se de que o ângulo de mensuração sobre o membro ou o dispositivo de teste seja constante entre os diferentes indivíduos; e) um número de ensaios (repetições) deve ser determinado a priori com a finalidade de estabelecer um escore padrão. Desta forma todos estarão cientes de como devem agir durante o teste; f) selecionar os testes que resultam em fidedignidade reconhecida da mensuração; g) estar preparado para considerar as diferenças individuais em certos fatores, tipo tamanho corporal e composição ao avaliar os escores de força entre indivíduos e grupos”.

Os sete itens anteriores garantem a fidedignidade dos testes dinamométricos e,

conseqüentemente, da pesquisa. Portanto, é fundamental que estes critérios sejam

aplicados para que a metodologia seja cumprida. Outros procedimentos básicos a

serem seguidos durante o teste com dinamômetro manual podem ser adotados,

levando em consideração, conforme Fernandes (2003, p.189) que:

“a) o aluno deve estar em pé; b) a cabeça do aluno deve estar na horizontal; c) o tamanho da pegada deve ser ajustado de tal forma que a falange mediana do dedo médio esteja em ângulo reto. d) o antebraço deve estar posicionado em qualquer ângulo entre 90º e 180º em relação ao braço; que deve estar em posição vertical; e) o pulso e o antebraço devem estar em leve pronação; f) o aluno deve exercer uma força máxima e breve; g) o aluno deve realizar duas ou três tentativas alternadas com cada mão, com intervalos de 30 seg. h) somar o melhor resultado de cada mão (direita-esquerda) e comparar nas tabelas”.

Na Tabela 06 a seguir, é apresentado o resultado da soma das mãos direita e

esquerda de ambos os sexos da população americana.

32

TABELA 06- Valores dinamométricos manuais referentes a estudo com população norte americana

Idade 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69

Sexo M F M F M F M F M F

95% 136 78 135 80 128 80 119 72 110 67

90% 127 74 127 76 123 76 114 69 106 62

85% 124 71 123 73 119 73 110 65 102 60

80% 120 70 120 71 117 71 108 63 99 58

75% 118 68 117 69 115 69 105 62 96 56

70% 115 67 115 68 112 67 103 60 94 55

65% 113 65 113 66 110 65 102 59 93 54

60% 111 64 111 65 108 64 100 58 91 53

55% 109 63 109 63 106 62 99 57 89 52

50% 107 62 107 62 104 61 97 56 88 52

45% 106 61 105 61 102 59 96 55 86 51

40% 104 59 104 60 100 58 94 54 84 50

35% 102 58 101 59 98 57 92 53 82 49

30% 100 56 99 58 96 56 90 53 81 49

25% 97 55 97 56 94 55 87 51 79 48

20% 95 53 94 55 91 53 85 50 76 47

15% 91 52 91 53 89 51 83 48 73 45

10% 87 50 87 51 84 49 80 46 69 43

05%% 81 47 81 48 76 46 74 42 62 39

Fonte: Fernandes (2003, p.190)

Esta Tabela, com valores de referência, pode ser utilizada para estabelecer

comparativos de força estática da mão da população americana em relação à

brasileira. Contudo, acredita-se não ser possível utilizá-la como parâmetro para

determinar se a população brasileira enquadra-se dentro de um padrão normal. Isto

porque o biótipo da população brasileira em relação à população norte-americana é

diferente, assim como o estilo de vida e, portanto, não seria prudente a utilização

desta Tabela para determinar parâmetros de força para a população brasileira.

Entretanto, o modelo apresentado na Tabela pode ser utilizado aplicando a

mesma metodologia de divisão de força por faixa etária, a fim de encontrar a média

de força manual da população que se deseja estudar. Assim, os projetos de

concepção ou correção ergonômica de equipamentos, ferramentas e até mesmo de

sistema de trabalho, tendem a priorizar as necessidades de força manual da

população pesquisada.

33

2.7. RELAÇÃO DE FORÇA ENTRE HOMENS E MULHERES

A força física muscular é definida por Powers e Howley (2000, p.385) como

sendo “a força máxima que pode ser gerada por um músculo ou por um grupo

muscular”. Esta força pode ser medida através de testes dinamométricos

específicos, buscando determinar a força máxima de contração do músculo. Tanto

homens como mulheres apresentam características fisiológicas e anatômicas que

permitem a aplicação de força. Porém, há uma distinção entre a força de homens e

de mulheres, que é percebida de forma subjetiva pelas pessoas. A diferença sexual

produz a impressão de que mulheres possuem menor capacidade de força física do

que os homens.

Para identificar as reais diferenças entre as forças musculares de homens e de

mulheres McArdle et al. (1991, p.297) realizaram uma comparação de um grupo

muscular específico de homens e mulheres e concluiram que:

“...em relação ao corte transversal do músculo, é evidente que a maior força é exercida por indivíduos com maior corte transversal do músculo. Entretanto, a relação linear entre força e volume indica uma diferença discreta na força flexora do braço para a mesma massa muscular em homens e mulheres”.

Quanto à força muscular absoluta, há uma diferença significativa na relação

entre homens e mulheres. De acordo com McArdle et al.(1991, p.297), “nas

comparações de força para os segmentos superiores do corpo as mulheres são

cerca de 50% mais fracas do que os homens, em contraste com a força dos

segmentos inferiores do corpo onde elas são aproximadamente 30% mais fracas”.

Powers e Howley (2000, p.402) relatam que “quando a força absoluta (quantidade

total de força aplicada) é comparada em homens e mulheres não-treinados, os

homens são mais fortes”.

A priori, o que evidencia as diferenças entre homens e mulheres no quesito

força, tem relação estreita com as questões antropométricas. Percebe-se que

disposição muscular, estruturas ósseas e os sistemas de alavanca possibilitam ao

homem maior grau de força.

34

Portanto, as mulheres podem ser mais susceptíveis às demandas impostas

pelo trabalho e, conseqüentemente, sofrerem com maior freqüência os problemas

relacionados a lesões por esforços repetitivos (LER).

2.8. LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER/DORT)

Buscar entender através de uma visão macroscópica o porquê do surgimento

das LER é tarefa bastante simples no mundo de hoje, basta olhar a forma pela qual

o trabalho se constitui, sua organização, seus meios de execução e sua condição

fragmentada estabelecida pelos métodos de trabalhos.

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho foram “inicialmente

usados para caracterizar o conjunto de disfunções músculo-esqueléticas que

acometem os membros superiores e região cervical, relacionadas ao trabalho“

(DELIBERATO 2002, p.110). Estes distúrbios têm se constituído como um grande

problema para as empresas, pois o processo de industrialização mantém, ainda

hoje, modelos de linhas de trabalho fordistas. Estas lesões são, para Oliveira (1998,

p.193), “afecções do aparelho osteomuscular que acometem músculos, fáscias,

tendões e ligamentos, articulações e nervos”, que acometem as pessoas,

impossibilitando a realização de trabalho com a mesma eficiência.

Realizar uma análise deste trabalho torna-se fundamental para que se consiga

identificar, de uma maneira aguçada, os agentes mais lesivos à saúde dos

trabalhadores, pois, conforme Oliveira (1998, p.65):

“...a LER é uma doença ou um conjunto de doenças que se manifestam sob determinadas condições em que o trabalho é exercido, estando intimamente relacionada às relações sociais e econômicas da sociedade, que determinam as formas de organização do trabalho e dos indivíduos, enquanto seres sociais”.

Esta necessidade social, preconizada por uma condição capitalista, torna as

condições de trabalho quase sempre inadequadas, em que as pessoas acabam

executando os mais diversos tipos de trabalho, mesmo não apresentando, muitas

vezes, uma condição psicofisiológica mínima para a sua realização.

Não é de hoje que as LER vêm acometendo pessoas nos mais diversos ramos

de atuação. De acordo com Campana et al. (apud Oliveira, 1998, p.59), as LER no

35

Brasil foram primeiramente descritas como tenossinovite ocupacional. LER traduz o

termo.

“...RSI (Repetition Strain Injuries), utilizado inicialmente na Austrália e definido por Browne como Doença músculo tendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, causadas pela sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela manutenção de posturas contraídas, que resultam em dor, fadiga e declínio do desempenho profissional” (COUTO,1998 p.17).

Uma vez que o potencial de trabalho fica comprometido perante a condição

quase sempre repetitiva das tarefas, causando dor e desconforto em determinados

segmentos corporais das pessoas e por ser este o resultado de posturas estáticas

prolongadas, é crescente o número de queixas relacionadas às LER no Brasil.

Estas lesões, conforme Bawa (1997, p.145), “apresentam diversas causas

complexas e qualquer um que sofra delas será vítima de uma infinita variedade de

fatores e influências sutis”.

Desta diversidade de causas que levam ao surgimento das LER, a organização

do trabalho, os fatores biomecânicos e ambientais se destacam. Segundo Maeno et

al. (2001), “como determinantes do adoecimento da enorme parcela de

trabalhadores, nas mais diversas categorias e desenvolvendo as mais diversas

atividades, fato que configura, atualmente, epidemias de LER/DORT, tanto na

maioria dos países industrializados, quanto em países que se encontram em

processo de industrialização”, uma vez que as alterações nos sistemas de produção

vêm acontecendo a cada ano, tornando o trabalho muito mais monótono e repetitivo.

No Brasil, são muitos os casos de acidentes e doenças ocupacionais. E estes

números vêm aumentando proporcionalmente com os anos. A tabela 07 demonstra

os acidentes ocorridos até o ano de 2002, incluindo as Grandes Regiões e unidades

da Federação. Os números demonstram–se alarmantes e representam uma

realidade apenas dos acidentes e doenças que foram comunicadas através da

abertura de Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT).

36

TABELA 07- Quantidade de acidentes do trabalho registrados em 2002, por motivo, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação

QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO REGISTRADOS PELO MOTIVO GRANDES REGIÕES E UNIDADES DA

FEDERAÇÃO Ano 2002

Total Típico Trajeto Doença do Trabalho

Brasil 387.905 320.398 46.621 20.886

NORTE 12.829 10.496 1.510 823

Acre 305 243 55 7

Amapá 287 222 56 9

Amazonas 3.059 2.425 323 311

Pará 6.312 5.224 672 416

Rondônia 1.981 1.653 263 65

Roraima 106 73 30 3

NORDESTE 33.098 25.746 4.441 2.911

Alagoas 3.035 2.767 240 28

Bahia 11.758 8.821 1.300 1.637

Ceará 3.709 2.747 700 262

Maranhão 1.376 1.085 205 86

Paraíba 1.768 1.405 246 117

Pernambuco 7.012 5.432 1.103 477

Piauí 613 455 133 25

Rio Grande do Norte 2.227 1.814 331 82

Sergipe 1.600 1.220 183 197

SUDESTE 225.078 184.619 27.923 12.536

Espírito Santo 8.512 7.155 942 415

Minas Gerais 38.507 32.878 4.021 1.608

Rio de Janeiro 25.914 19.782 4.479 1.653

São Paulo 152.145 124.804 18.481 8.860

SUL 94.015 80.855 9.399 3.761

Paraná 27.477 23.801 2.832 844

Rio Grande do Sul 39.271 33.496 3.460 2.315

Santa Catarina 27.267 23.558 3.107 602

CENTRO-OESTE 22.885 18.682 3.348 855

Distrito Federal 4.462 3.329 748 385

Goiás 8.731 7.047 1.406 278

Mato Grosso 4.896 4.232 557 107

Mato Grosso do Sul 4.796 4.074 637 85

Tocantins 779 656 111 12

Fonte: Dataprev, CAT disponível em www.fundacentro.gov.br acessado em 05/05/ 2006

Dentre as regiões citadas na Tabela 07, percebe-se que o sudeste e o sul são

as regiões com um número mais elevado de doenças do trabalho. Dentre os

diversos tipos de doenças do trabalho, as tenossinovites e as tendinites são as que

37

se destacam, sendo estas tendinites e tenossinovites na experiência da

NUSAT/INSS-Mg, conforme Oliveira (1998 p.214), “as formas mais incidentes na

população de risco, notadamente nas situações em que grande repetitividade se

associa à exigência de força”.

A repetição de movimentos associada à exigência de força parece ser o grande

causador destas lesões. Contudo, outros fatores como o ambiente de trabalho, a

temperatura inadequada, a pressão de chefias, a biomecânica inadequada e

equipamentos ou ferramentas que não se adaptam ao perfil físico do trabalhador,

também podem ser encaradas como causas fundamentais para o surgimento de

lesões.

As tenossinovites são, para Oliveira (1998, p.215), “um processo inflamatório

que acomete os tendões”, caracterizando-se conforme a região do corpo afetada. As

lesões do tipo dedo em gatilho, enfermidade de Quervain, tenossinovite de flexores

dos dedos ou flexores do carpo ou ainda extensores dos dedos, epicondilites lateral

e medial, tendinite bicipital e do supra-espinhoso fazem parte de conjunto de

processos inflamatórios descritos por (OLIVEIRA, 1998).

A realização de força e repetição normalmente se dá por tarefas, nas quais há

uma utilização excessiva de membros superiores. São as tarefas de linha de

produção que possuem características específicas, que levam o trabalhador a

permanecer horas adotando posturas ortostáticas fixas, e que exigem movimentação

constante dos membros superiores e cintura escapular.

Na grande maioria das vezes, estas posturas tornam-se mais prejudiciais ainda

quando da flexão da coluna cervical, que é exigida pela necessidade de se

direcionar o olhar para baixo, para acompanhamento do processo de trabalho.

Segundo Couto et al. (1998, p.81), “as lesões por traumas cumulativos nos

membros superiores são da interação inadequada de quatro fatores biomecânicos

principais”. A Tabela número 08 elaborada pelo NIOSH, a seguir, demonstra os

fatores que exercem maiores influências no surgimento das lesões apontando as

maiores evidências científicas entre os fatores biomecânicos e as lesões.

38

TABELA 08- Relação entre fatores de risco para desenvolvimento de lesões Punho/ mão Fator de risco Pescoço e cintura escapular Ombro Cotovelo

S.túnel do carpo

Tendinites

Repetitividade ++ ++ +/- ++ ++

Força ++ +/- ++ ++ ++

Postura +++ ++ +/- +/- ++

Vibração +/- +/- ++

Combinação +++ +++ +++

+++ Evidência forte ++ Evidência razoável +/- Evidência insuficiente Fonte: (COUTO et al.; 1998 p.81)

Conforme Tabela acima, a associação dos diversos fatores influenciadores é

que leva ao surgimento das LER, sendo que, para Lech (1998, p.IV), “a LER

geralmente se instala de forma lenta e também é curada de forma lenta”.

Entretanto, a LER não é considerada como uma doença e sim uma lesão que

“ocasionalmente adquire a conformação de uma doença” (COUTO, 1998 p.19).

Ressalta ainda que as lesões “não costumam ser graves, a maioria é totalmente

curável e regride com o tratamento, apenas uma minoria evolui mal” (COUTO, 1998

p.19).

Não sendo este um problema recente, algumas empresas buscam formas de

preveni-la. A missão não parece ser fácil. Programas de qualidade de vida, ginástica

laboral, ações de melhorias contínuas, entre outros aspectos relacionados a

programas de prevenção, são emergentes dentro de algumas companhias e visam

proporcionar conforto e segurança aos trabalhadores.

Porém, mesmo com uma gama de ações profiláticas, evidencia-se que muitas

destas empresas continuam tendo funcionários afastados por LER. A implantação de

programas de Ergonomia dentro das empresas, conforme Lech (1998, p.IV), é

“raramente aceito como forma de proteção ao trabalhador, muitas vezes é visto

como um gasto desnecessário”.

Realizar procedimentos preventivos na contratação de pessoal, estabelecendo

uma gama de exames e testes que indiquem que o candidato possui perfil para o

cargo, faz parte da rotina das empresas. Estes testes são realizados com a intenção

de identificar possíveis patologias que os candidatos à vaga nas empresas possam

39

ter. Os resultados encontrados ajudam a minimizar os riscos de exposição do

trabalhador a um ambiente que provavelmente poderia lhe causar dano a saúde.

O direcionamento do trabalhador e os remanejamentos internos de funcionários

para postos de trabalho que mais se adaptem à sua característica física, podem ser

passos fundamentais para as empresas, no que tange à exposição do trabalhador

ao ambiente inadequado ao seu perfil.

2.8.1. PRINCIPAIS SINTOMAS LER/ DORT

Os principais sintomas das LER são provenientes de quadros dolorosos que

surgem em decorrência de fatores considerados lesivos ao organismo. Estes fatores

estão associados à repetição excessiva de movimento, vibração, força, posturas

incorretas, ergonomia inadequada e solicitações cumulativas do sistema

osteomuscular, dentre outros (OLIVEIRA, 1998, p.194).

Alguns destes sintomas são observados em pacientes com LER, podendo

estar relacionados a alterações morfo-funcionais dos tecidos (lesão / reparação) e

como comportamento adaptativo das estruturas relacionadas.

A LER é entendida por Deliberato (2002, p. 307) como uma “síndrome clínica,

caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que

se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores

em decorrência do trabalho”.

Pessoas acometidas por LER apresentam certo grau de dificuldade na

realização comum de tarefas diárias. Segundo Oliveira (1998, p.194), nos pacientes

com LER, “as vias aferentes primárias do sistema nervoso periférico (SNP) contendo

receptores polimodais sensibilizados são mais sensíveis a estímulos periféricos

nociceptivos que nos indivíduos não acometidos”.

Portanto, o aumento da sensibilidade do sistema nervoso periférico torna os

agentes influenciadores externos, como a repetição do movimento, a temperatura do

ambiente e o grau de movimentação dos segmentos corporais, um problema para

estas pessoas que ficam impossibilitadas de realizar algumas das tarefas diárias

comuns às demais pessoas.

40

A LER, como uma patologia que possui um termo genérico, não determina

eficientemente um diagnóstico, pois estas lesões causadas por esforços repetitivos,

além de serem patologias, apresentam manifestações ou síndromes que acometem

partes do organismo em decorrência de uma forma inadequada de se realizar o

trabalho (DELIBERATO, 2002 p.307).

Em um estudo desenvolvido, Leão (2004) Auditora Fiscal do Trabalho –

DRT/SC, membro da Comissão Nacional de Ergonomia, procurou identificar os

fatores que levam as pessoas ao adoecimento, com o surgimento da LER dentro das

empresas do ramo da agroindústria e do processamento de carnes, onde foram

estudadas empresas das regiões centro-oeste, sudeste e sul, sendo identificados os

seguintes fatores geradores de LER: fragmentação das tarefas, ciclo de trabalho

muito curto, cadência imposta pela produção sob pressão, invariabilidade de tarefas,

falta de controle pelo trabalhador sobre o trabalho, tarefas monótonas e

desinteressantes, temperaturas baixas, postos planejados para trabalhos

exclusivamente em pé, mobiliário inadequado, posições articulares extremas, ruídos

das máquinas e materiais maior que 85 dB (A), espaços de trabalho exíguos,

trabalho sobre estrados, plataformas e a umidade.

2.9. AVALIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO

A avaliação do posto de trabalho pode seguir padrões estabelecidos ou não,

dependendo da demanda. A análise das atividades desenvolvidas conduz a um

caminho para definir a estratégia a ser adotada na avaliação do posto de trabalho,

buscando sempre manter a produtividade em questão e principalmente, a

preservação da saúde do trabalhador (OLIVEIRA, 1998, p.126).

O desenvolvimento estratégico para realização de estudo ergonômico deve ser

pautado na determinação de um roteiro que, para Oliveira (1998, p.126), apresenta

uma ordem contendo as seguintes questões:

a) análise da demanda e do contexto;

b) definição de situações para análise;

c) pré-diagnóstico;

d) entendimento real do problema;

e) hipótese;

41

f) análise das atividades;

g) conclusões e recomendações;

h) validação e acompanhamento.

Uma vez determinado e aplicado o roteiro para análise, a criação de

informações pertinentes em relação à situação ergonômica do trabalho possibilita

que ocorram melhorias no ambiente laboral. Estas melhorias, quando

implementadas, devem ser acompanhadas para que se tenha o aval do trabalhador

que atua no posto de trabalho que sofreu a alteração, validando ou não a mudança.

A construção de roteiro ou a elaboração da análise ergonômica pode abranger

outros itens que tornam a análise mais clara, possibilitando um número maior de

informações a respeito da condição ergonômica do trabalho. Desta maneira, o

estudo ergonômico apresenta uma correlação entre os procedimentos de pesquisa e

as etapas da análise ergonômica. Tanto que Santos e Fialho (1997, p.49) propõem

que as etapas de uma análise ergonômica do trabalho constituam-se, conforme

Tabela 09, a seguir:

TABELA 09- Correspondência entre os procedimentos de pesquisa em ergonomia e as etapas da análise ergonômica de uma situação de trabalho. PROCEDIMENTOS DE PESQUISA EM ERGONOMIA

ETAPAS DE UMA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

1. Quadro teórico de referência 1. Formulação da demanda 2. Análise das referências bibliográficas sobre o

homem em atividade de trabalho 3. Questão de pesquisa

2. Análise ergonômica da situação de trabalho 4. Análise Ergonômica da demanda: definição do problema (entrevistas exploratórias e problemática de pesquisa)

5. Análise ergonômica da tarefa: análise das condições de trabalho (elaboração do modelo de análise das atividades)

6. Análise ergonômica das atividades de trabalho: análise dos comportamentos do homem no trabalho (observação)

3. Síntese ergonômica da situação de trabalho 7. Diagnóstico em Ergonomia: análise e tratamento dos dados (termos de referência da situação analisada)

8. Caderno de Encargos de Recomendações Ergonômicas: as conclusões da pesquisa.

9. Avaliação dos resultados: Memorial Descritivo dos avanços dos conhecimentos científicos em Ergonomia.

Fonte: (SANTOS e FIALHO, 1998)

42

Das etapas da AET, percebe-se que a determinação da demanda é ponto

fundamental no processo de construção da análise, sendo que, dependendo do tipo

de demanda, outros procedimentos e ferramentas podem ser utilizados para

responder à questão determinada pela demanda. Ou seja, se a demanda for

relacionada a transporte de cargas, a avaliação da situação pode ser resolvida com

a aplicação dos critérios estabelecidos pelo National Institute for Occupacional

Safety and Health (NIOSH), que estabeleceu os limites individuais para o

levantamento, o transporte e a deposição manuais de cargas em 1/3 da massa

corporal da pessoa.

Além do estabelecimento de limites para carga no transporte de peso,

conforme Deliberato (2002, p.129), “o posto de trabalho em que serão realizados o

levantamento e o deslocamento da carga deve estar adequadamente preparado

para essa atividade”, sendo fundamental que se observem os aspectos

biomecânicos na realização destas tarefas.

Na avaliação do posto de trabalho, deve-se levar em consideração que um

posto de trabalho nunca está sozinho; sempre há pessoas que interagem com este.

Portanto, a avaliação deve contemplar esta relação entre o homem e o posto, para

que realmente se alcancem os objetivos determinados pela demanda. Assim, faz-se

necessário um aprofundamento no conhecimento das diversas variáveis que

compõem este sistema entre homem e posto de trabalho.

2.10. DIMENSÕES E ESPAÇOS DE TRABALHO

A Ergonomia tem seu foco voltado ao bem-estar do trabalhador, sua segurança

e saúde. Estas três palavras, saúde, segurança e bem-estar, definem os objetivos

finais desta disciplina que se utiliza de diversas outras para alcançar suas metas.

Para isto, a Ergonomia busca aplicar os mais diversos conceitos teóricos e

práticos que estão alicerçados em áreas distintas do conhecimento.

O estudo das dimensões corporais e dos espaços de trabalho é uma mescla

do conhecimento biomecânico, que resulta em análise dos movimentos corporais

avaliados a partir do conhecimento da Física e da Anatomia, enquanto os espaços

43

físicos utilizados para desenvolvimento de ações corporais estão embasados no

conhecimento da organização ergonômica do trabalho.

Os espaços de trabalho são determinados pelo leiaute ou planta baixa, que

visam fundamentalmente a interação harmônica entre as pessoas, os equipamentos

e as ferramentas utilizadas para desenvolvimento de uma produção ou serviços.

Para que as pessoas possam realizar serviços ou tarefas, o leiaute deve prever

espaços mínimos que condigam com as necessidades das pessoas (COUTO, 1996,

p.147).

Quando observadas as características das tarefas a serem realizadas, os

espaços de trabalho devem seguir determinadas regras básicas, que permitam ao

trabalhador realizar tais tarefas com o máximo de conforto e segurança. Para isto, se

faz necessário conhecer todos os processos que serão realizados naquele posto,

assim como as características antropométricas da população que irá ocupar tal local.

A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem

posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões

osteomusculares (DELIBERATO, 2002 p.309). Fatores como espaço físico, áreas de

alcance vertical e horizontal das mãos e os espaços de circulação devem ser

dimensionados de tal forma que impeçam que posturas inadequadas sejam

adotadas.

2.11. TIPOS DE ESFORÇOS FÍSICOS

A energia gerada no organismo do ser humano para realização de esforços

físicos é proveniente de diversas fontes alimentares existentes na natureza. O

alimento é degradado no corpo de forma a produzir energia. Esta energia gera força

nos órgãos que realizam o trabalho muscular e mantém o funcionamento do corpo.

Esta energia armazenada nos tecidos e células viabiliza o combustível para a

atividade física, seja recreativa ou laboral, sendo expressa em calorias.

Na realização de trabalho, o esforço físico de uma pessoa pode ser medido por

meio de métodos adequados. Os testes realizados por meio da calorimetria direta e

indireta possibilitam a caracterização do tipo de esforço físico, identificando a

44

energia gerada pelo corpo, tanto em repouso como em esforço muscular (McARDLE

et al., 1991, p.94).

Nas tarefas diárias ou nas atividades desenvolvidas dentro de uma empresa,

as fontes de energia para realização de trabalho são determinantes para caracterizar

o tipo de esforço físico realizado. Identificar esta capacidade de trabalho através do

gasto energético parece ser fundamentalmente um passo importante para as

empresas, pois desta forma,

“...um engenheiro industrial pode mensurar o gasto energético de várias tarefas de um local de trabalho e utilizar essas informações para auxiliar na designação adequada de tarefas aos trabalhadores. No que diz respeito a isso, o engenheiro pode recomendar que o supervisor designe tarefas que demandam maior gasto energético aos trabalhadores condicionados fisicamente e com alta capacidade de trabalho”. (POWERS E HOWLEY, 2000, p.99)

O organismo humano consome energia constantemente e este consumo

varia de acordo com o esforço realizado. Em situação de repouso, conforme Batiz

(2003, p.36), este metabolismo “varia dependendo do sexo, ou seja, para as

mulheres este metabolismo seria de 40,6 w/m² e para os homens de 42,9w/m²”.

Dependendo do tipo de trabalho realizado, este gasto energético pode ser

maior ou menor.

“...O funcionamento orgânico do corpo humano, tanto em repouso como quando exposto a esforço físico, depende de um adequado sistema de produção e transferência de energia. Exemplificando: em repouso, a necessidade energética de um indivíduo adulto gira por volta de 1,2 Kcal/minuto, ao passo que em esforço físico intenso a utilização da energia pode alcançar limites entre 18 e 30 kcal/minuto; ou seja de 15 a 25 vezes maior do que os valores de repouso” ARMSTRONG, apud (GUEDES e GUEDES, 1995, p.35 ).

Fundamentalmente, o homem realiza dois tipos básicos de esforços físicos

musculares: o esforço físico dinâmico e o esforço físico estático. Nos dois tipos de

atividades musculares pode-se evitar a fadiga se houver uma limitação na força

máxima de contração estática ou na potência máxima dinâmica do músculo ativo

(SANTOS e FIALHO, 1997, p.136).

45

Os movimentos realizados através das contrações musculares interagem com o

sistema ósseo na aplicação de alavancas. Estas alavancas determinam a

quantidade de esforço físico realizado.

“...As alavancas, que, em última instância, determinam os movimentos articulares, são de três tipos possíveis, segundo a posição relativa de seus três elementos: potência, apoio e resistência. A alavanca capaz de gerar maior força é rara no corpo humano” (OLIVEIRA, 1998 p.119).

Na geração de força as contrações musculares isométricas e isotônicas

distinguem-se pela ação do músculo, sendo que na força estática ou isométrica não

há movimento dos segmentos corporais, enquanto, na força dinâmica ou isotônica

os ângulos articulares são alterados durante o movimento. Powers e Howley (2000,

p.142) relatam que “as contrações isométricas são comuns nos músculos posturais

do corpo, os quais atuam para manter uma posição corporal estática durante

períodos em pé ou sentado”.

Esta posição, comum ao corpo principalmente para trabalhadores de linha de

produção que permanecem em pé parados e de pessoas que atuam na digitação de

documentos na posição assentada, é considerada fatigante ao organismo quando

realizada por períodos prolongados.

A fadiga é para Powers e Howley (2000, p.142) “simplesmente uma

incapacidade de manutenção de produção de potência ou força durante contrações

musculares repetidas”. Esta fadiga ocorre nas atividades nas quais o trabalho

muscular é repetitivo e dinâmico, e também em atividades onde há contrações

musculares estáticas. Deliberato (2002, p.108) acredita que “a fadiga pode ser

entendida como efeito de um trabalho continuado, que tende a provocar redução

reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa desse

trabalho”.

Enfim, seja para manter uma atividade física recreacional ou laborativa, os

esforços físicos geram como conseqüência um estado de fadiga que determina o

grau de condicionamento físico das pessoas, uma vez que, quanto mais

rapidamente se entra em estado de fadiga, menor é o grau de condicionamento

46

físico. Portanto, o tipo de esforço realizado pode determinar se uma pessoa entrará

ou não mais rapidamente em fadiga.

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA

3.1. CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO

Nesta etapa da dissertação foi apresentada a classificação do estudo, em que

se definiu a pesquisa quanto à sua natureza, quanto à abordagem feita em relação

ao problema de pesquisa, quanto ao objetivo de levantamento da pesquisa,

determinando o método aplicado no estudo e os procedimentos técnicos utilizados

para a pesquisa.

Por apresentar conforme Lakatos e Marconi (2001, p.239), “tratamento escrito,

original, de assunto específico, com metodologia própria que resulte de pesquisa

pura ou aplicada”, a pesquisa buscou apenas demonstrar a sua realidade. Para

Rudio (1986, p.56) “a pesquisa descritiva está interessada em descobrir e observar

fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los”.

Desejando conhecer a natureza e como ela se constitui, a pesquisa descritiva

estuda o fenômeno, sendo que para Rudio (1986, p.57)

“...a pesquisa descritiva pode aparecer sob diversas formas, uma delas é através do estudo de caso - onde se faz uma pesquisa de um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade com o objetivo de realizar uma indagação em profundidade para se examinar o ciclo de sua vida, ou algum aspecto particular desta”.

A pesquisa, do ponto de vista de sua natureza, está classificada como

aplicada, por apresentar característica de busca de respostas referentes a um

problema pontual em uma empresa. Para Silva e Menezes (2001, p.20) “a pesquisa

aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de

problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.

Nesta pesquisa pretendeu-se abordar, em relação ao problema, a

apresentação de dados estatísticos relacionados à média, desvio padrão e

percentis, uma vez que para Lakatos e Marconi (2001, p.108) “o papel do método

estatístico é, antes de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade,

considerada como um todo organizado”. Estes valores são a tradução em números

dos resultados de força e comprimentos dos segmentos corporais da população

48

avaliada, caracterizando-se como um estudo quantitativo, que analisou dados

coletados diretamente da população pesquisada, transformando os dados

qualitativos e quantitativos em produtos numéricos estatísticos quantificáveis, que

possibilitaram o melhor entendimento dos resultados.

“...Assim, o método estatístico significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado” (LAKATOS e MARCONI, 2001, p.108).

Portanto, a pesquisa teve como premissa básica o estabelecimento de

indicadores por meio da aplicação do método estatístico para demonstração do

fenômeno e análise dos resultados.

Com o objetivo de realizar um levantamento descritivo da população

pesquisada quanto ao perfil físico relativo à força muscular e às dimensões

corporais, a pesquisa é considerada como qualitativa e quantitativa, sendo descritiva

por constituir-se em uma “investigação de pesquisa empírica cuja principal finalidade

é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação

ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou

o isolamento de variáveis principais ou chave” (LAKATOS e MARCONI, 2001,

p.187), por meio do método fenomenológico que se apresenta.

Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de um estudo de caso, em que os

objetos estudados são delimitados pela necessidade de responder a um fenômeno.

Dados foram coletados de forma direta para compilação dos resultados estatísticos

que responderam ao problema. Na realização deste estudo de caso, foi aplicada

uma pesquisa de campo que é, para Lakatos e Marconi (2001, p.186), “aquela

utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de um

problema, para o qual se procura uma resposta, ou uma hipótese, que se queira

comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.

A amostra foi composta por 2.890 trabalhadores que atuam nas áreas de

produção de perus, frangos, suínos e de câmaras, túneis e almoxarifados da

empresa, correspondentes a 96% de uma população de 3.000 trabalhadores. Isto é,

49

para Lakatos e Marconi (2001, p.163), “um subconjunto do universo” por ser uma

amostra parcial de um grupo de trabalhadores que pertencem a um universo.

Para a pesquisa quanto a esforço físico subjetivo, a amostragem foi do tipo

probabilística sendo pesquisados 20% dos funcionários de cada setor, utilizando o

método aleatório. Conforme Lakatos e Marconi (2001, p. 224), “esta maneira permite

a utilização de tratamento estatístico, que possibilita compensar erros amostrais e

outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da amostra”.

Antes da aplicação dos testes específicos foram realizadas perguntas não

estruturadas. Estas perguntas serviram para responder a questões subjetivas

relacionadas à sensação de dor na região do corpo avaliada e à força aplicada na

realização do trabalho. Este tipo de questionamento despadronizado visou dar

liberdade para a pesquisa no que tange ao direcionamento que se quis tomar.

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p.197), esta forma de questionamento permite

“liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere

adequada”.

A etapa seguinte da pesquisa ocorreu por meio da coleta de dados

propriamente dita. Esta apontou valores quantitativos e qualitativos que foram

analisados e interpretados para fornecer as respostas ao problema de pesquisa.

Sendo que o objetivo deste processo para Rudio (1986, p.89) é “obter informações

da realidade”.

Na etapa que segue, estas informações foram analisadas e interpretadas. Após

a coleta dos dados, estes foram organizados em forma de tabelas para facilitar o

processo de análise. Para isto, os dados foram, conforme Rudio (1986, p.98),

“codificados e tabulados, começando-se o processo pela classificação".

A etapa de classificação da dinamometria se consistiu em ordenar os dados, de

maneira a colocá-los cada um em seu devido lugar, obedecendo a determinados

critérios. A formação de uma tabela se fez necessária. Nesta tabela, os critérios para

classificação da amostra foram relacionados à idade, ao sexo, ao tipo de atividade e

ao setor, codificados por 4 letras (A, B, C e D). A tabela foi constituída de valores

referentes a pessoas com faixa etária entre 18 e 24 anos pertencentes ao grupo A,

25 a 29 anos, pertencentes ao grupo B, 30 a 34 anos, pertencentes ao grupo C, e

50

acima de 35 anos pertencentes ao grupo D. O grupo E foi constituído de pessoas

com queixas de dor no braço. Cada faixa etária foi composta por pessoas do sexo

masculino e feminino. Este método, conforme Rudio (1986, p.57), visa “dividir um

todo em partes, dando ordem às partes e colocando cada uma no seu lugar”.

3.2.MATERIAL E MÉTODO

Os estudos de caso podem seguir estratégias, sendo que estas estratégias

podem ser determinadas através de estudos de caso exploratórios, descritivos ou

explanatórios (YIN, 2002, p.23).

Por se tratar de um estudo de caso descritivo, tem-se como objetivo obter

informações a respeito de um problema, procurando uma resposta para elucidar a

questão problema, buscando descrever o perfil físico da população, transcrevendo

em números suas características de força e dimensões corporais.

O estudo foi realizado através da análise de processos estatísticos verificando

média, percentil 5 e 95 e desvio padrão, que permitem o entendimento das

características físicas das pessoas. Este tipo de estudo, que foi planejado por

Quetelet e tem como característica básica o método estatístico, busca “fornecer uma

descrição quantitativa da sociedade” (LAKATOS e MARCONI, 200, p.108).

Nesta lógica o estudo aconteceu através do método citado acima, sendo que a

pesquisa teve caráter quantitativo de natureza interpretativa. Este estudo de caso

classifica-se conforme Tripodi (apud Lakatos e Marconi, 2001, p.187) como

quantitativo-descritivo por apresentar “como função primordial a exata descrição de

certas características quantitativas de populações como um todo, organizações ou

outras coletividades específicas”.

As fases do estudo de caso seguiram um roteiro preestabelecido para que se

pudesse ter confiança no método adotado, estabelecendo-se conforme Lakatos e

Marconi, (2001, p.186) a seguinte ordem: como primeiro passo, foi realizada uma

pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão; num segundo momento foi

estabelecido um modelo teórico inicial de referência que permitiu apresentar e

estabelecer as variáveis para elaboração do plano geral de pesquisa; em outro

momento foram estabelecidas as técnicas para coleta dos dados e o número de

51

elementos da amostra; como passo final da construção deste estudo de caso, se fez

necessário, antes da coleta de dados, o estabelecimento das técnicas de registro

dos dados para posterior análise.

Uma vez realizado o levantamento dos dados físicos da população, foi dado o

tratamento estatístico necessário, levando em consideração as variáveis, média,

desvio padrão, percentil 5% e 95% para as variáveis antropométricas. Para as

medidas dinamométricas, foram verificadas apenas as médias de força manual da

população em questão, verificando a força do braço esquerdo e do braço direito,

correlacionando-a com sexo, idade, função, tempo de empresa, excluindo-se os

valores espúrios que se relacionavam aos valores obtidos de pessoas com queixas

de dor no membro avaliado.

3.3.INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Para levantamento das informações referentes à dinamometria foi utilizada a tabela

10, a seguir:

TABELA 10- Modelo aplicado na pesquisa de dinamometria

Sexo Idade Função Tempo de Função Kgf braço esquerdo

Kgf braço direito

Queixa de dor

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Na aplicação dos testes foi utilizado o equipamento dinamométrico demonstrado na

figura 03 a seguir:

Figura 03- Dinamômetro manual digital

52

Para levantamento das informações referentes à antropometria foi utilizada a tabela

11 a seguir:

TABELA 11- Modelo aplicado na pesquisa de antropometria

Antropometria

Comprimento do braço (cm)

Altura do ombro (cm)

Estatura (cm) Altura da cotovelo (cm)

Altura do púbis (cm)

Altura do epigástrico (cm)

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Na verificação antropométrica foi utilizado o equipamento estadiômetro,

demonstrado na Figura 04, a seguir:

Figura 04- Estadiômetro

3.4.VARIÁVEIS

As variáveis deste estudo são apresentadas e divididas conforme Lakatos e

Marconi (2001, p.183), em independentes, dependentes e intervenientes.

3.4.1.VARIÁVEIS INDEPENDENTES

Diferencial entre medidas do posto e dados antropométricos dos trabalhadores;

Postura adotada na realização do trabalho;

Diferencial de carga exigida pelo posto e capacidade de carga máxima dos

trabalhadores.

3.4.2.VARIÁVEIS DEPENDENTES

Bem-estar e saúde dos trabalhadores.

3.4.3.VARIÁVEIS INTERVENIENTES

Repetitividade, ruídos, temperatura ambiente e turnos de trabalho.

53

3.4.4.COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu dentro da linha de produção, onde foi realizada

investigação referente ao biótipo dos funcionários da empresa, verificando através

das medidas antropométricas e da dinamometria as dimensões corporais e a força

dos trabalhadores que atuavam dentro dos setores, nas linhas de produção.

Quanto às questões antropométricas, as medições foram realizadas com todos

os funcionários da amostra, sem exceção, verificando as seguintes variáveis

antropométricas: i) estatura, ii) altura dos ombros iii) altura do cotovelo, iv)

comprimento do braço, v) altura do púbis e, vi) altura epigástrica.

Na aplicação do teste de força foram verificadas as forças de ambas as mãos

através do teste de preensão manual, possibilitando a identificação e a quantificação

da força dos pesquisados.

Para realização dos testes dinamométricos, a amostra foi dividida de tal forma

que outras variáveis pudessem definir padrões por escala de idade, função, tempo

de função, setor e sexo, avaliando também as pessoas acometidas de dor nos

membros superiores.

Os postos de trabalho da empresa foram avaliados através de medições com

fita métrica, produzindo respostas referentes à altura de trabalho das mãos, que

estavam envolvidas diretamente na ação ou execução da tarefa. A utilização de

referenciais teóricos que tratam de questões de pesquisa serviu de base para

aplicação metodológica e prática dos testes.

As informações foram obtidas pelo método de observação direta primária,

avaliando antropometricamente os trabalhadores.

Foram elaboradas, simultaneamente, perguntas diretas para responder a

questões relacionadas à algias, para identificar possíveis valores espúrios

relacionados a pouca força braquial, pois os resultados desta medida poderiam

interferir nos resultados finais da pesquisa. Para verificar e correlacionar os dados

dinamométricos das tabelas com a compatibilidade das tarefas em relação à força

dos trabalhadores foi aplicado um questionário para 20% das pessoas de cada

setor. Estes trabalhadores responderam a questões relacionadas à aplicação de

54

mais força do que o normal durante o trabalho e à sensação subjetiva de esforço

físico na realização das tarefas, com o objetivo de identificar a compatibilidade ou

não entre as atividades exercidas e a capacidade de força.

Estas informações foram anotadas ao lado dos valores obtidos nos testes de

força, para que se tivesse controle da influência desta variável, o que permitiu a

exclusão destes dados no momento do tratamento estatístico para formulação das

tabelas.

Foram utilizados como fonte de informação e protocolo de execução na

aplicação da antropometria: Tabela Internacional de Antropometria, Deutsches

Institut Für Normung (DIN 33402) apud (IIDA, 2005, p.118), estadiômetro e fita

métrica, para verificação das alturas e comprimentos dos segmentos corporais. Para

aplicação do teste de força foi utilizado o protocolo estabelecido por Filho (2003,

p.189).

Do ponto de vista técnico, foi realizado um estudo de caso com 100% dos

trabalhadores de cada setor produtivo, excluindo-se apenas os setores

administrativos.

As avaliações para coleta seguiram a seqüência normal dos sistemas

produtivos apresentados nos fluxogramas no item 3.5.2. Figuras, (05,06 e 07).

Utilizou-se a relação de nomes por área e setor para identificar na produção as

pessoas a serem avaliadas, permitindo identificar quem estava sendo avaliado e

quem faltava ser avaliado. Inicialmente, a primeira área avaliada foi a de perus,

passando pela área de frangos, suínos e terminado na área de túneis, câmaras e

almoxarifados. Todos os turnos foram avaliados. O grupo que realizou a coleta de

dados através das avaliações era formado por 4 estagiários do 4º ano de Educação

Física e pelo professor coordenador da pesquisa. Todos foram orientados da mesma

forma para seguirem o mesmo padrão de avaliação, embasados em uma mesma

metodologia e método.

Após treinamento padrão para aplicar as avaliações antropométricas e

dinamométricas, os avaliadores foram para dentro da linha de produção e iniciaram

as pesquisas.

55

De posse de uma lista com os nomes dos funcionários, os avaliadores solicitavam à

supervisão de cada setor que encaminhasse para os locais de avaliação dentro do

próprio setor o funcionário a ser avaliado.

Num primeiro momento, foi verificada a estatura total do trabalhador quando o

mesmo permaneceu utilizando o uniforme padrão da empresa: calça, blusa de

moletom e botas de PVC com padrão único de altura. Na seqüência, foram

verificadas as outras variáveis antropométricas: altura de ombro, cotovelo, púbis,

epigástrico e o comprimento do braço. Cada um dos resultados encontrados foi

anotado em uma planilha específica.

Após esta etapa, o trabalhador respondeu verbalmente a questões

relacionadas a dores no corpo, sendo solicitado em caso de queixa de dor, que

apontasse a localização da dor no corpo. Estas questões serviram para demonstrar

se a queixa de dor relacionava-se com membros superiores, região avaliada com o

teste dinamométrico para verificação da força manual.

Logo em seguida foram realizados os testes dinamométricos. Nestes testes

foram solicitadas três repetições com cada braço, alternadamente, com intervalos de

aproximadamente 30 segundos entre um teste e outro. Os valores foram anotados

em uma planilha específica, para posteriormente serem analisados e selecionados

conforme respostas referentes à dor e à localização.

3.4.5. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Como critérios de exclusão de dados, foram separados em planilha eletrônica

os resultados das pessoas acometidas de alguma algia relacionada ao segmento

corporal avaliado no teste de força. Estes resultados foram separados dos

resultados de pessoas sem queixas de dor.

3.4.6.TRATAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

O tratamento estatístico ocorreu através da tabulação e transposição dos

dados coletados na produção para duas planilhas eletrônicas no computador,

considerando as variáveis estatísticas relacionadas à média, que corresponde a

50%, percentil 5% e percentil 95% e a identificação do desvio padrão. Para as

medidas dinamométricas, foi estabelecida a média dos três momentos de força. Em

56

uma planilha foram tabulados os dados referentes à antropometria e na outra os

dados referentes à dinamometria. Os dados da dinamometria foram selecionados,

priorizando setor, idade e sexo dos funcionários. Já para os dados antropométricos

foram separadas as informações por setor de trabalho.

3.5. ESTUDO DE CASO

3.5.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PERDIGÃO EM CARAMBEÍ (PR)

A empresa pesquisada iniciou suas atividades produtivas na cidade de

Carambeí no ano de 2000, quando houve a compra de 51% do antigo Frigorífico

Batávia S/A, mantendo-o como uma empresa independente. Este investimento foi

realizado pela empresa pesquisada - Perdigão Agroindustrial S.A. - que iniciou assim

suas atividades no mercado de carne de peru, dando início a uma parceria na área

de distribuição na América do Sul com a Parmalat. Neste mesmo ano, a empresa

figurou entre as 100 melhores empresas para se trabalhar. No ano seguinte, em

2001, a Empresa adquiriu os 49% restantes do controle acionário do Frigorífico

Batávia e o incorporou à Perdigão Agroindustrial S.A., mantendo a marca Batavo no

mercado.

Este investimento está proporcionando novos negócios tanto no país como no

exterior, principalmente com derivados de carne de peru, uma das especialidades do

frigorífico. No mercado interno, a Perdigão conta também com um extenso mix de

produtos da marca Batavo (Intranet, Perdigão Agroindustrial S.A., 2005).

Atualmente a empresa apresenta um quadro de 3000 funcionários, atuando em

três grandes áreas produtivas: perus, suínos e frangos e áreas de apoio

administrativo e manutenção.

As jornadas de trabalho da empresa estão distribuídas conforme Tabela 12, a

seguir:

57

TABELA 12- Distribuição de horários e turnos

ÁREAS

TURNOS PERUS FRANGOS SUÍNOS TÚNEIS/CÂMARAS E ALMOXARIFADOS

1º 20:00 h - 02:00 h 20:00 h - 02:00 h 05:00 h - 13:00 h 20:00 h - 02:00 h

2º 02:00 h - 10:00 h 02:00 h - 10:00 h 13:00 h – 21:00 h 02:00 h - 10:00 h

3º 10:00 h - 18:00 h 10:00 h - 18:00 h 10:00 h - 18:00 h

3.5.2. SELEÇÃO DA POPULAÇÃO

O estudo foi realizado com 2.890 funcionários dos setores de produção. Esta

amostra equivale a 96% do total da empresa, que é de 3.000 funcionários. Destes

trabalhadores ativos das áreas produtivas de peru, suínos e frangos, 75% são do

sexo masculino e 25% do sexo feminino, todos apresentando idade superior a 18

anos, com tempo de empresa acima de 3 meses.

A Figura 05, a seguir, demonstra o processo desde a chegada do frango na

recepção até a embalagem secundária, de onde o produto final é encaminhado para

os túneis de congelamento.

Figura 05- Fluxograma da Área de frangos

A Figura 06, a seguir, demonstra o processo desde a chegada do suíno no

abate e evisceração até a embalagem de lingüiça, de onde o produto final é

encaminhado para os túneis de congelamento.

ESCALDAGEM E EVISCERAÇÃO

EMBALAGEM DE FRANGO

SALA DE CORTES DE FRANGO

EMBALAGEM SECUNDÁRIA

RECEPÇÃO, PENDURA E ABATE

TÚNEIS/ CAMARAS/ ALMOXARIFADOS

58

Figura 06- Fluxograma da Área de suínos

A Figura 07, a seguir apresenta o fluxograma da área de perus desde o

processo de chegada do peru até o processo de embalagem secundária, de onde o

produto é encaminhado aos túneis.

Figura 07- Fluxograma da Área de Perus

Todos estes setores apresentados nos fluxogramas anteriormente fizeram

parte do estudo antropométrico e dinamométrico.

ABATE E EVISCERAÇÃO

ESPOSTEJAMENTO

PREPARO DE MASSA

EMBUTIMENTO DE MASSAS

PRESUNTARIA

EMBALAGEM DE LINGUÍÇA

RECEPÇÃO DE PERU

ESCALDAGEM E EVISCERAÇÃO

ESPOSTEJAMENTO DE PERUS

EMBALAGEM SECUNDÁRIA

TÚNEIS/ CAMARAS/ ALMOXARIFADOS

TÚNEIS/ CÂMARAS/ ALMOXARIFADOS

CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O estudo possibilitou encontrar resultados que demonstram o perfil físico dos

trabalhadores quanto à dinamometria e à antropometria, identificando se há uma

adequabilidade das tarefas e postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores

que atuam na empresa, para, a partir deste perfil físico, disponibilizar tabelas que

possibilitem à empresa buscar a adaptação dos postos de trabalho ao perfil físico

dos trabalhadores, caso as respostas apontem para esta necessidade.

Havendo tal necessidade, os resultados contidos nas tabelas facilitarão a

adequação e o dimensionamento dos postos de trabalho ao perfil físico, uma vez

que as tabelas constituem-se de informações segmentadas por setor de trabalho.

Para isto, a área de manutenção da empresa deverá utilizar as tabelas para executar

todas as modificações de cunho corretivo nos postos de trabalho.

Além das adequações ergonômicas, que devem ser embasadas nos resultados

das tabelas, esperam-se mudanças em relação ao direcionamento dos próximos

candidatos a cargos efetivos dentro da empresa, pois se acredita que, com a

adequação ergonômica não será necessário selecionar pessoas, uma vez que as

linhas de trabalho deverão estar adequadas para atender ao perfil dos

trabalhadores.

Enfim, através da definição ergonômica, este trabalho possibilitou atender ao

conceito básico da Ergonomia, que visa a adequação do trabalho ao trabalhador.

4.1. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS

As tabelas a seguir apresentam os resultados dinamométricos da área de

suínos, nas quais se apresenta a média de força do membro superior esquerdo

(MSE) e membro superior direito (MSD), assim como a sensação de aplicação de

força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.

60

TABELA 13- Resultados dinamométricos do setor de abate e evisceração de suínos

SETOR ABATE E EVISCERAÇÃO DE SUÍNOS

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 52 kgf 39 kgf 54 kgf 40 kgf 50 kgf 37kgf

MÉDIA MSE 54 kgf 37 kgf 56 kgf 38 kgf 48 kgf 37 kgf

MÉDIA GERAL 53 kgf 38 kgf 55 kgf 39 kgf 49 kgf 37 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 13 apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 52,3

kgf. para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que, para mulheres na

mesma faixa etária, a força média é de 38 kgf.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 08- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de abate e evisceração suínos

Percebe-se pela Figura 08, que as pessoas sentem que as atividades

realizadas dentro do setor de abate e evisceração de suínos são compatíveis com a

capacidade de produzir força. Os resultados demonstram que os trabalhadores não

se sentem sobrecarregados no que tange ao esforço físico.

61

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 09- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de evisceração e abate de suínos

A Figura 09 demonstrou que os trabalhadores acreditam que as atividades do

setor são compatíveis no que tange ao perfil de força física manual. A média

encontrada nas pessoas que realizam as atividades de evisceração e abate 38 kgf.,

demonstra que as tarefas são compatíveis para pessoas com força muscular acima

de 37 kgf., sendo que na Figura 09, 60% das pessoas têm a percepção das

atividades serem compatíveis e 40% acreditam realizar, às vezes, mais esforço do

que o normal durante a jornada de trabalho.

TABELA 14- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de suínos

SETOR ESPOSTEJAMENTO DE SUÍNOS

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 47 kgf 33 kgf 45 kgf 31 kgf 42 kgf 29 kgf

MÉDIA MSE 47 kgf 32 kgf 34 kgf 29 kgf 42 kgf 29 kgf

MÉDIA GERAL 47 kgf 33 kgf 39 kgf 30 kgf 42 kgf 30 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 14, apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 42,6

kgf para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que para mulheres na

mesma faixa etária, a força média é de 31kgf. A diferença de força entre homens e

mulheres nesta tabela é de 11,6 kgf. Portanto, as atividades realizadas por homens

devem ser diferentes daquelas realizadas por mulheres.

62

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 10- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do espostejamento de suínos

Nesta Figura, 84% das pessoas acreditam que suas atividades são

compatíveis com o esforço físico realizado, e 18% acreditam estar realizando

esforço físico superior à sua capacidade individual de esforço físico.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 11- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades do espostejamento de suínos

No que tange à aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de

trabalho, percebe-se que 10% das pessoas aplicam mais força do que o normal

durante a jornada de trabalho, enquanto mais de 60% acreditam estar aplicando

uma quantidade de força considerada normal e 30% acreditam aplicar mais força

que o normal.

63

TABELA 15- Resultados dinamométricos do setor de embutimento de massas

SETOR EMBUTIMENTO DE MASSAS

IDADE 18 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 36 kgf 31 kgf 48 kgf 30 kgf 44 kgf 28 kgf

MÉDIA MSE 36 kgf 31 kgf 46 kgf 31 kgf 41 kgf 27 kgf

MÉDIA GERAL 36 kgf 32 kgf 47 kgf 31 kgf 43 kgf 27 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela15 apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 42 kgf.

para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que para mulheres na

mesma faixa etária, a força média é de 30 kgf. A diferença de força entre homens e

mulheres nesta tabela é de 12 kgf. Portanto, acredita-se que as atividades

realizadas pelos homens devam ser diferentes daquelas realizadas por mulheres.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 12- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embutimento de massas

A Figura 12 demonstrou que 87,5 % dos funcionários têm a sensação subjetiva

de que as atividades realizadas no setor de embutimento de suínos são compatíveis

com sua capacidade de força, enquanto que apenas 12,5% responderam que se

sentem sobrecarregados.

64

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 13- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de embutimentos massas de suínos Quanto à aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de

trabalho, percebe-se pela Figura 13 que 25,2% acreditam aplicar mais força do que

o normal. Em uma análise geral entre a tabela e as figuras do embutimento de

massas, conclui-se que 25,2% das pessoas estão sofrendo com a incompatibilidade

das atividades em relação ao esforço físico na realização das tarefas do setor.

TABELA 16- Resultados dinamométricos do setor de preparo de massas

SETOR PREPARO DE MASSAS

IDADE 19 a 24 anos 25 a 29 30 acima

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 36 kgf 31 kgf 48 kgf 30 kgf 44 kgf 28 kgf

MÉDIA MSE 36 kgf 31 kgf 46 kgf 31 kgf 41 kgf 27 kgf

MÉDIA GERAL 36 kgf 32 kgf 47 kgf 31 kgf 43 kgf 27 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela16 demonstrou que a força média dos homens com idade acima de 19

anos é de 42 kgf. e que as mulheres na mesma faixa etária apresentam, em média,

força igual a 30 kgf. Evidencia-se com os resultados da tabela que os homens

apresentam, na média, 12 kgf. a mais que as mulheres. Contudo, quando analisada

por escala cronológica, a diferença de força entre homens e mulheres na faixa etária

dos 19 aos 24 anos é de apenas 4 kgf.

65

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 14- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do preparo de massas

De acordo com a Figura 14, para 67% dos pesquisados as atividades

realizadas no setor são compatíveis com a capacidade de força, enquanto 33%

sentem-se sobrecarregados.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 15- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de preparo de massas

Quanto à questão de aplicação de mais força na realização de tarefas,

percebe-se na Figura 15 que 8% das pessoas realizam mais força do que o normal,

enquanto 66,7% aplicam, às vezes, mais força do que o normal.

66

TABELA 17- Resultados dinamométricos do setor de embalagem granada

SETOR EMBALAGEM GRANADA

IDADE 19 até 24 25 até 29 30 até 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 45 kgf 23 kgf 47 kgf 35 kgf 42 kgf 24 kgf

MÉDIA MSE 48 kgf 24 kgf 45 kgf 33 kgf 42 kgf 26 kgf

MÉDIA GERAL 46 kgf 24 kgf 46 kgf 34 kgf 42 kgf 25 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela 17 apresentou, para pessoas do sexo masculino com faixa etária entre

19 e 34 anos, uma média de força igual a 44,6 kgf., enquanto para a mesma faixa

etária, porém para o sexo feminino, a média é de 27,6 kgf. Percebe-se que a

diferença de força entre homens e mulheres é de 17kgf. na preensão manual.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 16- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades da embalagem de lingüiça granada

De acordo com a Figura 16 a sensação subjetiva de esforço físico aponta para

uma compatibilidade das tarefas com o perfil de força física dos trabalhadores deste

setor, independente do sexo, pois 100% das pessoas acreditam nesta

compatibilidade.

67

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 17- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades da embalagem de lingüiça granada

Conforme demonstrou a Figura 17, de uma forma geral, a aplicação de mais

força do que o normal durante a jornada de trabalho não é percebida pelos

trabalhadores, uma vez que nenhum trabalhador relatou aplicar mais força do que o

normal na realização das tarefas na atividade de embalagem de suínos.

TABELA 18- Resultados dinamométricos do setor de presuntaria

SETOR PRESUNTARIA

IDADE 19 até 24 25 até 29 30 até 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 47 kgf - 45 kgf - 45 kgf -

MÉDIA MSE 48 kgf - 45 kgf - 46 kgf -

MÉDIA GERAL 47 kgf - 45 kgf - 45 kgf - Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 18,de resultados dinamométricos do setor de presuntaria, apontou

para uma média de 45,6 kgf. para pessoas do sexo masculino, em uma faixa etária

entre 19 e 34 anos. É importante lembrar que as atividades desse setor são hoje

realizadas apenas por homens.

68

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 18- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de presuntaria de suínos

A Figura 18 mostrou que a sensação subjetiva de esforço físico das pessoas

neste setor aponta para uma compatibilidade entre a força realizada e as atividades

executadas, não havendo queixas de sobrecarga num primeiro momento.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 19- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades da presuntaria de suínos

Quanto à aplicação de mais força do que o normal, percebe-se na análise da

Figura 19, que a maioria das pessoas acreditam não aplicar força além do seu limite,

na maioria dos casos. Na correlação entre a Tabela 18 e às Figuras 18 e 19,

percebe-se que, para pessoas com força média manual igual a 45,6 kgf., as

atividades são compatíveis.

69

4.2. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS

As tabelas a seguir demonstram os resultados dinamométricos da área de

frangos, nas quais se apresenta a média de força do membro superior esquerdo

(MSE) e membro superior direto (MSD), assim como a sensação de aplicação de

força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.

TABELA 19- Resultados dinamométricos do setor de recepção, pendura e abate de frango

SETOR RECEPÇÃO, PENDURA E ABATE DE FRANGO

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 acima

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 47 kgf - 43 kgf - 44 kgf -

MÉDIA MSE 46 kgf - 43 kgf - 43 kgf -

MÉDIA GERAL 47 kgf - 43 kgf - 44 kgf -

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 19 demonstrou que a força braquial dos trabalhadores da linha de

produção de recepção, pendura e abate de frango apresenta, na média geral, um

valor igual a 44,7 kgf. para pessoas do sexo masculino com idade superior a 19

anos. Esta força representa a capacidade média dos indivíduos de exercerem força

com ambas mãos. Nestes setores pessoas com idade entre 19 e 24 anos

apresentam uma média de força igual a 47 kgf.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 20- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de recepção, pendura e abate de frango

70

A Figura 20 apresentou a percepção dos trabalhadores quanto à sensação subjetiva

de esforço físico para realização das tarefas dos setores, apresentando, como

resultado, que 97% das pessoas acreditam que as tarefas são compatíveis com sua

capacidade de força física, sendo que 3% apresentaram resultado de queixas

quanto à sobrecarga de trabalho.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 21- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de recepção e abate de frango

Na Figura 21 percebeu-se que 14% das pessoas aplicam mais força do que o

normal durante a jornada de trabalho e 35% aplicam, às vezes, mais força do que o

normal. 51% das pessoas apresentaram força compatível com as atividades

realizadas. Conclui-se que as atividades realizadas dentro dos setores de recepção,

penduras e abates de frango são compatíveis apenas com a força de 51% da

população trabalhadora daqueles setores.

TABELA 20- Resultados dinamométricos do setor de escaldagem e evisceração de frango

SETOR ESCALDAGEM E EVISCERAÇÃO DE FRANGO

IDADE 18 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 45 kgf 29 kgf 44 kgf 33 kgf 43 kgf 30 kgf

MÉDIA MSE 43 kgf 28 kgf 42 kgf 31 kgf 45 kgf 31 kgf

MÉDIA GERAL 44 kgf 29 kgf 43 kgf 32 kgf 44 kgf 31 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 20 demonstrou que a média geral de força das pessoas do sexo

masculino que atuam no setor de escaldagem e evisceração de frango é de 43,6

71

kgf., e a média de força das mulheres é de 33,6 kgf. Os homens apresentam 10kgf a

mais do que as mulheres.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 22- Sensação subjetiva de esforço físico na realização da atividades de escaldagem e evisceração de frango

A Figura 22 demonstrou que as atividades desenvolvidas dentro dos setores de

escaldagem e evisceração de frango são compatíveis com força manual de 92% dos

trabalhadores, e apenas 8% relataram que sentem-se sobrecarregados na

realização das tarefas.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 23- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de evisceração de frango

A figura demonstra que 4,7% das pessoas aplicam mais força do que o normal

durante a realização do trabalho e que 45,3% sentem, às vezes, que aplicam mais

força que o normal. Para estas pessoas, a sobrecarga de esforço físico nem sempre

ocorre. Portanto, de uma forma geral, as atividades são, em partes, compatíveis com

suas capacidades de força.

72

TABELA 21- Resultados dinamométricos do setor de pendura saída do chiller e embalagem de frango

SETOR PENDURA SAÍDA DO CHILLER E EMBALAGEM DE FRANGO

IDADE 18 a 24 25 a 29 30 acima

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 42 kgf 31 kgf 37 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf

MÉDIA MSE 43 kgf 32 kgf 35 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf

MÉDIA GERAL 43 kgf 31 kgf 36 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstrou que a força média dos trabalhadores do sexo masculino

deste setor é de 43 kgf. e a força média das mulheres é de 30,6 kgf., sendo que, na

média geral, os homens apresentam 12,4 kgf. a mais que as mulheres. Isto

demonstra que, das atividades desenvolvidas dentro dos setores, algumas devem

ser específicas apenas para mulheres.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 24- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango

Observando a Figura 24, do aspecto subjetivo, observa-se que 92,1% das

pessoas acreditam que as atividades desenvolvidas são compatíveis com sua

capacidade de força. Correlacionando com a força média das pessoas do setor,

percebe-se que 7,9% acreditam que as atividades não são compatíveis com sua

capacidade de força muscular braquial.

73

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 25- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango

Percebe-se na Figura 25, que apenas 34,2% das pessoas não exercem esforço

maior do que o seu normal durante a jornada de trabalho. Portanto, na correlação

entre a subjetividade de esforço e na aplicação de mais força do que o normal, a

maior parte das pessoas acredita estar aplicando mais força na realização do

trabalho do que o normal. Conclui-se que, mesmo realizando mais esforços do que o

normal, as pessoas acreditam que as atividades são compatíveis com sua

capacidade quando observada a questão subjetiva de esforço físico manual.

TABELA 22- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de frango

SETOR ESPOSTEJAMENTO DE FRANGO

IDADE 19 a 20 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 43 kgf 30 kgf 44 kgf 34 kgf 43 kgf 29 kgf

MÉDIA MSE 42 kgf 28 kgf 42 kgf 32 kgf 42 kgf 28 kgf

MÉDIA GERAL 43 kgf 29 kgf 43 kgf 33 kgf 43 kgf 28 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

Na Tabela 22 se viu que, o resultado médio de força entre os homens,

independentemente da idade, é de 43 kgf., sendo que para as mulheres esta média

é de 30kgf. Na média geral a diferença de força entre homens e mulheres é de 13

kgf.

74

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 26- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de espostejamento de frango

A Figura 26 demonstrou que 94% das pessoas acreditam que as atividades

desenvolvidas nos setores são compatíveis com sua capacidade de força manual e

apenas 6% acreditam que as tarefas não são compatíveis com a força manual.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 27- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de espostejamento de frango

Percebe-se com os resultados da Figura 27 que 60% das pessoas não

acreditam realizar mais força do que o normal para realizar o trabalho. Contudo, 40%

das pessoas acreditam aplicar mais força do que o normal nas tarefas.

75

TABELA 23- Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de frango

SETOR EMBALAGEM SECUNDÁRIA DE FRANGO

IDADE 19 a 20 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 43 kgf - 44 kgf - 43 kgf -

MÉDIA MSE 42 kgf - 42 kgf - 42 kgf -

MÉDIA GERAL 43 kgf - 43 kgf - 43 kgf - Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 23 demonstrou que, no setor de embalagem secundária de frango, a

média de força manual dos trabalhadores é de 43 kgf., para pessoas com idade

entre 19 e 34 anos. Neste setor também trabalham apenas homens.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 28- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embalagem secundária de frango

A Figura 28 apontou que as atividades desenvolvidas dentro do setor de

embalagem secundária de frango são compatíveis com a força de 100% da

população pesquisada. Portanto, no que a tange à força muscular, as tarefas são

compatíveis com a capacidade individual dos trabalhadores.

76

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 29- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de embalagem secundária de frango

A Figura 29 mostrou que quanto à questão de aplicação de mais força do que o

normal, 50% dos trabalhadores relataram que somente às vezes aplicavam mais

força do que o normal. Conclui-se que as atividades são compatíveis com a

capacidade das pessoas no que tange à aplicação de força muscular.

4.3. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS

As tabelas a seguir demonstram os resultados dinamométricos da área de

perus, nas quais apresenta-se a média de força do membro superior esquerdo

(MSE) e membro superior direto (MSD), assim como a sensação de aplicação de

força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.

TABELA 24- Resultados dinamométricos do setor de recepção de peru

SETOR RECEPÇÃO DE PERU

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 48 - 50 - 44 -

MÉDIA MSE 48 - 49 - 43 -

MÉDIA GERAL 48 kgf - 49 kgf - 43 kgf - Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 24, mostrou que a força braquial, dos trabalhadores da linha de

produção de recepção de peru apresenta, na média geral, uma força igual a 46,6

77

kgf., para pessoas do sexo masculino com idade entre 19 e 34 anos. Esta força

representa a capacidade média dos indivíduos de exercerem força com ambas mãos

na realização das tarefas. Observou-se que neste setor trabalham apenas homens.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 30- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de recepção de peru

A Figura 30 apresentou a percepção dos trabalhadores quanto à sensação

subjetiva de esforço físico para realização das tarefas no setor de pendura de peru.

Como resultado, observa-se que 75% das pessoas acreditam que as tarefas não são

compatíveis com sua capacidade de força física, sendo que apenas 25% das

pessoas acreditam que as tarefas são compatíveis com sua força.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 31- Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de recepção de peru

Na Figura 31 percebeu-se que 75% das pessoas aplicam mais força do que o

normal durante a jornada de trabalho e 25% não aplicam mais força do que o

78

normal. Conclui-se que as tarefas realizadas dentro do setor de recepção não são

compatíveis com a força da maioria dos trabalhadores deste setor.

TABELA 25- Resultados dinamométricos do setor de evisceração de peru

SETOR EVISCERAÇÃO DE PERU

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 48 kgf 35 kgf 44 kgf 35 kgf 42 kgf 33 kgf

MÉDIA MSE 47 kgf 34 kgf 43 kgf 36 kgf 43 kgf 33 kgf

MÉDIA GERAL 47,5 kgf 34,5 kgf 44 kgf 35,5 kgf 43 kgf 33 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 25 apresentou na média geral para pessoas do sexo masculino com

faixa etária entre 19 e 34 anos uma força de 44,8kgf. Para a mesma faixa etária,

porém para pessoas do sexo feminino, a média é de 34,3 kgf. Isto determina uma

diferença de 10,5 kgf entre homens e mulheres, no que tange à força de preensão

manual. É importante lembrar que as atividades no setor exigem, de uma forma

geral, movimentos de pinça dos dedos e preensão manual para agarrar e puxar

vísceras.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 32- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de evisceração de peru

A Figura 32 mostrou que, de uma forma geral, as pessoas acreditam que as

atividades são compatíveis com sua capacidade de realizar força com os membros

superiores na realização das tarefas. Isto significa que, mesmo havendo uma

79

diferença de força entre homens e mulheres de aproximadamente 10,5 kgf para

realização das tarefas, as pessoas devem ter capacidade de exercer no mínimo

35kgf, independentemente do sexo. Caso contrário, as atividades podem se tornar

incompatíveis com a força dos trabalhadores.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 33- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de evisceração de peru

A Figura 33 demonstrou que, para a maioria das pessoas, a força aplicada nas

atividades da evisceração somente às vezes é maior do que a capacidade individual,

e que uma minoria, equivalente a 10%, realiza as atividades aplicando mais força do

que o normal.

TABELA 26- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de peru

SETOR ESPOSTEJAMENTO DE PERU

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 47 kgf 38 kgf 44 kgf 39 kgf 42 kgf 35 kgf

MÉDIA MSE 47 kgf 36 kgf 43 kgf 37 kgf 43 kgf 33 kgf

MÉDIA GERAL 47 kgf 37 kgf 44 kgf 38 kgf 43 kgf 34 kgf Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 26 demonstrou que a força manual das pessoas que trabalham no

setor de espostejamento de perus, numa faixa etária entre 19 e 34 anos para o sexo

masculino, é de 44,6 kgf, na média. E, para o sexo feminino na mesma faixa etária, é

de 36,3 kgf.

80

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 34- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de espostejamento de peru

A Figura 34 demonstrou que as pessoas acreditam que as atividades

realizadas no setor de espostejamento de perus são compatíveis em 100% com a

força física dos trabalhadores.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 35- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de espostejamento de peru

Percebe-se que na Figura 35, a maioria das pessoas que atuam nas atividades

de espostejamento, não realiza mais força do que o normal durante o trabalho.

Portanto, numa leitura de correlação da tabela e das figuras do espostejamento,

conclui-se que as tarefas são compatíveis com pessoas que apresentam força igual

ou superior a 36,3 kgf.

81

TABELA 27- Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de peru

SETOR EMBALAGEM SECUNDÁRIA DE PERU

IDADE 19 a 24 25 a 29 30 a 34

SEXO M F M F M F

MÉDIA MSD 48 kgf - 44 kgf - 42 kgf -

MÉDIA MSE 48 kgf - 43 kgf - 43 kgf -

MÉDIA GERAL 48 kgf - 44 kgf - 43 kgf - Fonte: (O AUTOR, 2006)

A Tabela 27 demonstrou que as tarefas deste setor são realizadas apenas por

pessoas do sexo masculino e que, na média, apresentam uma força igual a 45 kgf.

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 36- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embalagem secundária de peru

De acordo com a Figura 36, as atividades realizadas no setor demonstram ser

compatíveis com a força dos trabalhadores que, na média, apresentam 45 kgf, não

havendo sobrecarga no que tange o esforço físico.

82

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Figura 37- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades de embalagem secundária de peru

No que tange à aplicação de mais força do que o normal, percebeu-se pela

Figura 37 que menos de 30% das pessoas aplicam mais força na realização do

trabalho. Em uma correlação entre a tabela e as figuras do setor de embalagem

secundária de peru, percebe-se que, de uma forma geral, no que diz respeito ao

esforço físico, as tarefas são condizentes com a força da maioria das pessoas.

4.4. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS

As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a

antropometria da população trabalhadora da área de suínos. Os valores

representam comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas

de trabalho das mãos. Com estas informações torna-se possível uma comparação

para verificar incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem–

máquina. Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela

28, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 28- Comprimento de braço – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Área de alcance

5% 50% 95% Desvio Padrão

73 cm 62 cm 74 cm 85 cm 0,05

83

A área de alcance e a distância média de comprimento dos braços em relação ao

produto manipulado é considerada como uma área de alcance máximo, pois a

distância entre o homem e a manipulação do produto é quase a mesma distância de

comprimento médio dos braços dos trabalhadores. Esta não é uma condição

adequada, pois a postura com os braços estendidos gera desconforto ao

trabalhador, sendo indicada a redução na distância da área de alcance para 37 cm.

Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 29,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 29- Altura dos ombros – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

107 cm 139 cm 141 cm 165 cm 0,12

Fonte: (O AUTOR, 2006)

De um modo geral, a altura de trabalho das mãos está abaixo da altura de

ombro da população. Isto significa que os braços trabalham com angulação menor

do que 90º, sendo considerada uma condição ergonômica, uma vez que não há

tensão estática prolongada na musculatura dos ombros.

A Tabela 30, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de

estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com

equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores.

TABELA 30- Estatura da população – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Equipamentos

5% 50% 95% Desvio Padrão

208 cm 145 cm 171 cm 192 cm 0,09

Fonte: (O AUTOR, 2006)

84

Conclui-se que os trabalhadores da área de suínos apresentam, em média, 171 cm

de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre cabeça

e equipamentos.

Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação a altura de

cotovelo, a Tabela 31, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 31- Altura de cotovelo – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

107 cm 59 cm 105 cm 121 cm 0,10

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A altura da bancada está adequada à altura correspondente ao percentil 50 da

população. Portanto, para trabalhos leves, a bancada está adequada ao perfil

antropométrico dos funcionários.

Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os

produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para

verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos, a Tabela 32,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 32: Altura epigástrica – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

107 cm 97 cm 116 cm 134 cm 0,17

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A altura da bancada não é condizente com a média de altura da região

epigástrica dos trabalhadores, pois para trabalhos leves de revisão ou precisão o

trabalho deve ser realizado o mais próximo possível do campo visual, conforme a

literatura.

85

Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do chão

até altura de trabalho das mãos, comparando com altura do chão até altura de púbis

para verificar se há compatibilidade, a Tabela 33, a seguir, apresenta o seguinte

perfil antropométrico:

TABELA 33- Altura de púbis – área de suínos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

107 cm 54 cm 87 cm 96 cm 0,11

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A altura de trabalho das mãos é acima da linha pubiana da média da população

avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza ser realizado na

altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da

bancada em 20 cm para menos.

4.5. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS

As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a

antropometria da população trabalhadora da área de frangos. Os valores

representam comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas

de trabalho das mãos. Com estas informações torna-se possível uma comparação

para verificar incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem –

máquina.

Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela 34,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 34- Comprimento de braço – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Área de alcance

5% 50% 95% Desvio Padrão

62 cm 40 cm 72 cm 86 cm 0,04

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Percebe-se que a área de alcance é 10 cm menor do que a distância média de

comprimento dos braços dos funcionários. Esta não é uma condição adequada, pois

86

a postura com os braços estendidos gera desconforto ao trabalhador, sendo

indicada a redução na distância da área de alcance para 36 cm, proporcionando

uma posição neutra dos braços e criando uma condição ergonômica.

Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 35,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 35- Altura de ombros – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

104 cm 118 cm 138 cm 171 cm 0,07

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que o trabalho é realizado, na média geral, com as mãos

abaixo da altura do ombro dos trabalhadores. Esta é uma condição considerada

ergonômica do ponto de vista biomecânico, pois não há grandes tensões sobre a

região do ombro e músculos adjacentes.

A Tabela 36, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de

estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com

equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:

TABELA 36- Estatura da população – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Equipamentos

5% 50% 95% Desvio Padrão

204 cm 144 cm 167 cm 184 cm 0,08

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Conclui-se que os trabalhadores da área de frangos apresentam, em média,

167 cm de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre

cabeça e equipamentos.

Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura

de cotovelo, Tabela 37, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

87

TABELA 37- Altura de cotovelo – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

104 cm 85 cm 103 cm 115 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que há compatibilidade de altura entre a bancada de

trabalho e a altura média do cotovelo. Portanto, para trabalhos manuais leves, a

condição é considerada ergonômica.

Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os

produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para

verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas

leves de revisão e precisão, a Tabela 38, a seguir, apresenta o seguinte perfil

antropométrico:

TABELA 38- Altura epigástrica – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

104 cm 98 cm 114 cm 131 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que a altura da bancada não é condizente com a média de

altura da região epigástrica dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos leves de

revisão ou precisão que devem ser realizados mais próximos do campo visual, a

altura da bancada não está adequada ao perfil antropométrico dos funcionários.

Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do

chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura

de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 39, a seguir, apresenta o

seguinte perfil antropométrico:

88

TABELA 39- Altura de púbis – área de frangos

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

104 cm 87 cm 94 cm 66 cm 0,06

A altura de trabalho das mãos esta acima da linha pubiana da média da

população avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza trabalho

na altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da

bancada em 10 cm.

4.6. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS

As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a

antropometria da população trabalhadora da área de perus. Os valores representam

comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas de trabalho

das mãos. Com estas informações, torna-se possível uma comparação para verificar

incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem – máquina.

Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado a Tabela 40,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 40- Comprimento de braço – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Área de alcance

5% 50% 95% Desvio Padrão

76 cm 71 cm 75 cm 86 cm 0,04

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Na média geral da área de perus, no que tange ao comprimento de braço,

percebe-se que a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado é maior

do que o comprimento em extensão do braço dos funcionários. Portanto, há uma

incompatibilidade ergonômica que deve ser corrigida para melhorar a área de

alcance, possibilitando que os braços trabalhem em uma posição neutra.

89

Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 41, a

seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 41- Altura de ombros – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

120 cm 139 cm 142 cm 164 cm 0,07

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Na média geral, a Tabela 41, apresenta uma compatibilidade ergonômica no

que tange à altura de trabalho das mãos em relação à altura de ombros, uma vez

que o trabalho com as mãos é realizado abaixo da altura dos ombros. Portanto, a

tarefa realizada tende a não sobrecarregar a estrutura dos ombros.

A Tabela 42, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de

estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com

equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:

TABELA 42- Estatura da população – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Equipamentos

5% 50% 95% Desvio Padrão

205 cm 170 cm 173 cm 194 cm 0,20

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Conclui-se que os trabalhadores da área de perus apresentam, em média, 173

cm de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre

cabeça e equipamentos.

Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os

produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para

verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas

leves de revisão e precisão, a Tabela 43, a seguir, apresenta o seguinte perfil

antropométrico:

90

TABELA 43- Altura epigástrica – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

120 cm 116 cm 118 cm 136 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que a diferença de altura de trabalho das mãos, quando

comparada com a altura média do epigástrico, é muito pequena, havendo

compatibilidade ergonômica, principalmente para tarefas que exijam que o produto

seja manipulado o mais próximo possível do campo visual, ou seja, trabalhos de

precisão ou revisão de produtos.

Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura de

cotovelo, a Tabela 44, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 44- Altura de cotovelo – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

120 cm 104 cm 106 cm 120 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Percebe-se que a altura média de cotovelo está abaixo da altura média de

trabalho com as mãos. Portanto, o antebraço permanece com grau articular menor

do que 90º, ocasionando a incompatibilidade entre a altura de cotovelo e altura de

trabalho com as mãos.

Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do

chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura

de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 45, a seguir, apresenta o

seguinte perfil antropométrico:

91

TABELA 45- Altura de púbis – área de perus

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

120 cm 84 cm 88 cm 101 cm 0,07

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A altura de trabalho das mãos esta acima da linha pubiana da média da

população avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza trabalho

na altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da

bancada em 32 cm para menos.

4.7. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE TÚNEIS, CAMARAS E ALMOXARIFADOS

As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a

antropometria da população trabalhadora da área de túneis, câmaras e

almoxarifados. Os valores representam comprimentos, alturas e distâncias dos

segmentos corporais, e alturas de trabalho das mãos. Com estas informações, torna-

se possível uma comparação para verificar incompatibilidades ou compatibilidades

entre o sistema homem – máquina.

Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela 46,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 46- Comprimento do braço – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Área de alcance

5% 50% 95% Desvio Padrão

57 cm 68 cm 74 cm 78 cm 0,06

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que a área de alcance com o braço estendido é maior do

que a distância entre o homem e o objeto manipulado. Isto significa que o produto

está próximo ao corpo do trabalhador. Porém, para que haja uma condição

92

ergonômica, deve-se adequar a área de alcance para 37 cm no máximo,

possibilitando que o braço fique numa posição neutra.

Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 47,

a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 47- Altura de ombros – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

95 cm 128 cm 142 cm 151 cm 0,07

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que o trabalho é realizado, na média geral, com as mãos

abaixo do nível do ombro dos trabalhadores. Esta é uma condição considerada

ergonômica do ponto de vista biomecânico, pois não há grandes tensões sobre a

região do ombro, o que possibilita ao trabalhador adotar uma postura correta de

membros superiores.

A tabela 48, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de

estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange contato com

equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:

TABELA 48- Estatura da população – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Equipamentos

5% 50% 95% Desvio Padrão

206 cm 148 cm 171 cm 183 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Conclui-se que os trabalhadores apresentam, em média, 171 cm de altura e

que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre cabeça e

equipamentos suspensos.

93

Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura de

cotovelo, a Tabela 49, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:

TABELA 49- Altura de cotovelo – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

95 cm 95 cm 104 cm 114 cm 0,06

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Percebe-se na tabela que há uma compatibilidade entre a altura de trabalho

das mãos e a altura média de cotovelo. Portanto, a condição ergonômica é

considerada boa, uma vez que esta área de alcance para as mãos é aceitável,

permitindo boa postura de membros superiores.

Para a altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os

produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para

verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas

leves de revisão e precisão, a Tabela 50, a seguir, apresenta o seguinte perfil:

TABELA 50- Altura epigástrica – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

95 cm 103 cm 116 cm 125 cm 0,04

Fonte: (O AUTOR, 2006)

A tabela demonstra que a altura da bancada não é condizente com a média de

altura da região epigástrica dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos leves de

revisão ou precisão, que devem ser realizados mais próximos do campo visual,

estes não estão adequados ao perfil antropométrico dos funcionários.

Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do

chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura

94

de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 51, a seguir, apresenta o

seguinte perfil antropométrico:

TABELA 51- Altura de púbis – área de túneis, câmaras e almoxarifado

Medidas do ser humano (in loco) Altura de

trabalho das

mãos 5% 50% 95% Desvio Padrão

95 cm 82 cm 88 cm 90 cm 0,05

Fonte: (O AUTOR, 2006)

Percebe-se, nestas medidas, que a bancada de trabalho está incompatível com

a altura de púbis dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos manuais pesados que

devem ser realizados na altura do púbis, a bancada deve ser adequada em 7 cm

para menos, atendendo à necessidade da média de altura de púbis da população

Os resultados apresentados traduzem, de maneira numérica, o perfil físico dos

trabalhadores da agroindústria avaliada. Percebe-se que as questões

antropométricas relevantes neste tipo de estudo relacionam-se a comprimentos e

alturas, pois as bancadas de trabalho das linhas produtivas devem ser

dimensionadas atendendo a este tipo de perfil antropométrico.

As distâncias e comprimentos encontrados possibilitaram a criação de

parâmetros de dimensionamento para a adequabilidade do sistema homem-

máquina, que, por sua vez, interferem diretamente nas posturas corporais adotadas

pelos trabalhadores frente à linha de produção.

As tabelas elaboradas em percentil, 5, 50 e 95 possibilitaram um

dimensionamento das linhas de produção, de tal modo que a escolha da média

tornou-se valor de referência, uma vez que esta abrange um número maior de

pessoas.

Ao se analisar as ferramentas eficientes na análise antropométrica, percebeu-

se que, de maneira prática, a fita métrica e o estadiômetro são bem aplicáveis nas

linhas de produção. Quanto à metodologia, a norma DIN 33402, de junho de 1981,

oferece excelente parâmetro a ser seguido.

95

No que tange às incompatibilidades entre as estruturas físicas da empresa e o

perfil antropométrico dos trabalhadores, observa-se que, na área de perus, há 50%

de incompatibilidade antropométrica. Este mesmo percentual foi encontrado na área

de suínos. Na área de frangos, túneis, câmaras e almoxarifados há 33% de

incompatiblidade. Portanto, de uma forma geral, para que haja compatibilidade entre

a estrutura física de trabalho e o perfil antropométrico, a empresa deve adequar-se

em 41,7% das variáveis estudadas.

Quanto às questões metodológicas dos testes práticos dinamométricos, o

protocolo estabelecido por (FERNANDES 2003), foi aplicado seguindo os critérios

estabelecidos de posição corporal e intervalo de tempo entre um teste e outro,

possibilitando a padronização rigorosa nos testes.

Os resultados apresentados nas tabelas dinamométricas apontam que, na área

de suínos, 89,75% dos entrevistados acreditam que o esforço físico na realização

das tarefas é compatível com a força e 57,83% acreditam que não fazem mais força

do que o normal na execução de suas atividades.

Para a área de frangos, 95,02% dos entrevistados acreditam que o esforço

físico na realização das tarefas é compatível com a força e 49,04% acreditam que

não fazem mais força do que o normal na execução de suas atividades.

Na área de perus, 81,25% dos entrevistados acreditam que o esforço físico na

realização das tarefas é compatível com a força e 40,75% acreditam que não fazem

mais força do que o normal na execução de suas atividades.

CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO

Conclui-se, com este estudo, que as variáveis antropométricas de alturas e

comprimentos são fundamentais para a adequação física das alturas e distâncias de

trabalho, e que a identificação da capacidade de força manual das pessoas

possibilita determinar as cargas de trabalho que são suportáveis pelos

trabalhadores.

Embasado nos resultados encontrados, sugere-se adotar a indicação das

tabelas a seguir para adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos

trabalhadores.

TABELA 52- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de perus

Área de perus

Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 142 cm

Área de alcance máxima indicada 37,5 cm

Mínima 88 cm Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas

Máxima 106 cm

Fonte: (O AUTOR, 2006)

TABELA 53- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de suínos

Área de suínos

Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 141 cm

Área de alcance máxima indicada 37 cm

Mínima 87 cm Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas

Máxima 105 cm

Fonte: (O AUTOR, 2006)

TABELA 54- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de frangos

Área de frangos

Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 138 cm

Área de alcance máxima indicada 36 cm

Mínima 94 cm Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas

Máxima 103 cm

Fonte: (O AUTOR, 2006)

97

TABELA 55- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de túneis, câmaras e almoxarifado

Área de túneis, câmaras e almoxarifado

Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 142 cm

Área de alcance máxima indicada 37 cm

Mínima 88 cm Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas

Máxima 104 cm

Fonte: (O AUTORI, 2006)

A seguir apresenta-se na Tabela 56 um modelo para adequação

antropométrica geral na agroindústria. Ocorrendo adequação conforme a Tabela 56

sugere a condição de adaptação das bancadas e nóreas ao perfil físico da média

geral de alturas e comprimentos dos braços dos trabalhadores na agroindústria será

atendida, pois todas as áreas terão opções de postos de trabalho com medidas que

permitam uma condição ergonômica.

TABELA 56- Modelo geral para adequação ergonômica antropométrica na agroindústria

Dimensionamento de alturas e distâncias

perus

suínos

frangos

túneis/câmaras/almoxarifados

Medidas gerais indicadas

Altura máxima para trabalhos com as mãos

142 cm 141 cm 138 cm 142 cm 140,7 cm

Área de alcance máxima indicada 37,5 cm 37 cm 36 cm 37 cm 36,8 cm

mínima 88 cm 87 cm 94 cm 88 cm 89,2 cm Altura indicada para trabalhos com as mãos em bancadas máxima 106 cm 105 cm 104 cm 104 cm 104,5 cm

Fonte: (O AUTOR, 2006)

O modelo de tabela apresentado indica três medidas para dimensionamento de

altura das bancadas, nóreas e áreas de alcance horizontais dentro da agroindústria.

Porém, percebe-se que, dependendo do perfil antropométrico da população

estudada, os resultados poderão ou não apresentar uma pequena diferença nas

medidas. No caso estudado, o estabelecimento de uma média entre as três medidas

indicadas para cada área, possibilita um dimensionamento geral para as alturas

máximas de trabalho com as mãos em sistema de nóreas, área de alcance máxima

de trabalho com as mãos em bancadas.

98

O estabelecimento da média geral dimensionamento da agroindústria só foi possível

em razão da pequena diferença existente entre os valores encontrado nas áreas.

Com exceção da diferença de 7 cm na altura mínima indicada para trabalhos em

bancadas, encontrada entre a área de suínos e a área de frangos, as diferenças em

centímetros entre as três medidas indicadas por área foi menor do que 5 cm, o que

pode ser considerado um valor pouco significativo quando aplicado na prática para

dimensionar alturas de trabalho.

Os indicadores possibilitam o dimensionamento da área industrial, a fim de

adequar as condições estruturais de bancadas, nóreas e áreas de alcance

horizontais ao perfil físico antropométrico e dinamométrico, proporcionando bem-

estar físico aos seus trabalhadores. Essas medidas facilitarão o desempenho das

funções, de tal forma que se eliminarão incompatibilidades de distâncias na área de

alcance, o que, por sua vez, previne possíveis tensões nos membros superiores, nos

ombros e na cintura escapular. A indicação das alturas para trabalhos com as mãos,

da mesma forma, criará para o trabalhador uma condição favorável, evitando que o

mesmo sofra tensões sobre as colunas cervicais e lombares. A necessidade de

adaptar as atividades à capacidade máxima de força dos trabalhadores, em cada

setor das diversas áreas da indústria, deve seguir o preceito de valor mínimo

apontado nos testes e tabelas dinamométricos destes setores, apresentados neste

estudo. Percebe-se que existem necessidades de adaptações no método de

trabalho para minimização do esforço, a fim de reduzir a sobrecarga física na

realização de tarefa nos setores de espostejamento, embutimento, preparo de

massas de suínos e recepção de perus

5.1. SUGESTÕES PARA EMPRESA

Como sugestão, algumas recomendações ergonômicas para melhoria dos

postos de trabalho podem ser seguidas. Como exemplo, cita-se: adequar estrados

para melhorar alturas de trabalho, adequação de apoios de pés para alternância e

descanso de membros inferiores, disponibilização de cadeiras ergonômicas para

alternar posição sentada e em pé, implementação de rodízio de funções a cada uma

hora, para enriquecimento da tarefa e alternância de postura e esforço físico, pausas

99

para ginástica laboral, com o objetivo de compensar a musculatura. Outras ações

pertinentes à Ergonomia podem ser aplicadas. Dentre elas, questões de ambiente

como melhoria na temperatura, na iluminação e ruído.

5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Outras pesquisas podem ser desenvolvidas, buscando avaliar a influência do

estudo antropométrico e dinamométrico na prevenção de lesões por esforços

repetitivos.

Sugere-se também um estudo para análise minuciosa das questões

biomecânicas em relação aos sistemas de alavancas que ocorrem em razão da

interação homem-máquina e do método para realizar o trabalho.

Para continuidade no estudo dinamométrico apresentado, sugere-se a análise

eletromiográfica de superfície para identificação do limiar anaeróbio no esforço ao se

realizarem as tarefas dentro da agroindústria, possibilitando avaliar o percentual de

força aplicada em comparação à capacidade total de força indicada nas tabelas

dinamométricas.

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APÊNDICE A – FOTOS DA LINHA DE PRODUÇÃO

Figura 38- Linha de produção da área de perus

Figura 39- Linha de produção da área de suínos

105

Figura 40- Linha de produção da área de frangos

Figura 41- Linha de produção da área de túneis

106

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA

Modelo do questionário aplicado na pesquisa de sensação de esforço

1- Pergunta 01- quanto às atividades: Sinto que estou sobrecarregado ( ) As atividades são compatíveis com minha força ( ) 2- Pergunta 02- você aplica mais força que o normal durante a jornada de

trabalho: Sim ( ) Não ( ) as vezes ( )

TABELA B.1. – Modelo de tabulação dos questionários de sensação de força aplicados nos setores da indústria

Pergunta 01 Embutimento de suínos

São compatíveis com minha força 14Sinto que estou sobrecarregado 2

Pergunta 02 Embutimento de suínos

Sim 4 Não 9 As vezes 3

APÊNDICE C– PESQUISA ANTROPOMÉTRICA

TABELA C. 1 – Dados parciais da pesquisa antropométrica na área perus Legenda X = Comprimento do braço X1 = Altura dos ombros (do pé até o ombro) X2 = Estatura do funcionário X3 = Altura do cotovelo (do pé até o cotovelo) X4 = Altura do púbis (do pé até a região pubiana) X5 = Altura do epigástrico (do pé até a altura da região epigástrica) Posto de Trabalho X X1 X2 X3 X4 X5 trabalhadores Sala de cortes peru CBÍ 0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,96 1 Sala de cortes peru CBÍ 0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,96 2 Sala de cortes peru CBÍ 0,60 1,22 1,48 0,89 0,72 0,96 3 Sala de cortes peru CBÍ 0,60 1,22 1,48 0,89 0,72 0,96 4 Sala de cortes peru CBÍ 0,62 1,23 1,50 0,89 0,76 0,10 5 Sala de cortes peru CBÍ 0,62 1,23 1,50 0,89 0,76 0,10 6 Sala de cortes peru CBÍ 0,63 1,25 1,53 0,91 0,77 0,01 7 Sala de cortes peru CBÍ 0,63 1,25 1,53 0,91 0,77 0,01 8 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,25 1,53 0,92 0,77 1,02 9 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,25 1,53 0,92 0,77 1,02 10 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,03 11 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,03 12 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,04 13 Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,04 14 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,27 1,54 0,94 0,77 1,04 15 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 16 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 17 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,27 1,54 0,94 0,77 1,04 18 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 19 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 20 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 21 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 22 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 23 Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 24 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,55 0,94 0,78 1,05 25 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,94 0,79 1,05 26 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,55 0,94 0,78 1,05 27 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,94 0,79 1,05 28 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 29 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 30 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 31 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 32 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 33 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 34 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 35 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 36 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 37

108

Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 38 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 39 Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 40 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 41 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 42 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 43 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 44 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 45 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 46 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 47 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 48 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 49 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 50 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 51 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 52 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 53 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 54 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,58 0,96 0,81 1,07 55 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 56 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 57 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 58 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 59 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 60 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 61 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 62 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 63 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 64 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 65 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 66 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 67 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,58 0,96 0,81 1,07 68 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 69 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 70 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 71 Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 72 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 73 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 74 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 75 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 76 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 77 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 78 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 79 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 80 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,98 0,82 1,08 81 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 82 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 83 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 84 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 85 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 86 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 87

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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 88 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 89 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,98 0,82 1,08 90 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 91 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 92 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 93 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 94 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 95 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 96 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 97 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 98 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 99 Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 100 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 101 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 102 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 103 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 104 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 105 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 106 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,10 107 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,98 0,82 1,10 108 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 109 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 110 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 111 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 112 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 113 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 114 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 115 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 116 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 117 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 118 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 119 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 120 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 121 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 122 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,10 123 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,98 0,82 1,10 124 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 125 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 126 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 127 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 128 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 129 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 130 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 131 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 132 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 133 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 134 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 135 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 136 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 137

110

Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 138 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 139 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 140 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 141 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 142 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 143 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 144 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 145 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 146 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 147 Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 148 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 149 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 150 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 151 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 152 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 153 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 154 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 155 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 156 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 157 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 158 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 159 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 160 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 161 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 162 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 163 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 164 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 165 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 166 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 167 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 168 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 169 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 170 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 171 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 172 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,83 1,12 173 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,83 1,12 174 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 175 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 176 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 177 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 178 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 179 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 180 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 181 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 182 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 183 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 184 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,83 1,12 185 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,83 1,12 186 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 187

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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 188 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 189 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 190 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 191 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,02 0,84 1,13 192 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,02 0,84 1,13 193 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,65 1,02 0,84 1,13 194 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,65 1,02 0,84 1,13 195 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 196 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 197 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 198 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 199 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 200 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 201 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 202 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 203 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 204 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 205 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 206 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 207 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,01 0,84 1,13 208 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,02 0,84 1,13 209 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,64 1,02 0,84 1,13 210 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,65 1,02 0,84 1,13 211 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,65 1,02 0,84 1,13 212 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 213 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 214 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 215 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 216 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 217 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 218 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 219 Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 220 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 221 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 222 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 223 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,66 1,02 0,84 1,13 224 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,84 1,14 225 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,84 1,14 226 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 227 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 228 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 229 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,02 0,85 1,14 230 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,02 0,85 1,14 231 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 232 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 233 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 234 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 235 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 236 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 237

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Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,67 1,03 0,85 1,14 238 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,14 239 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,84 1,14 240 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,84 1,14 241 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 242 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 243 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,36 1,67 1,02 0,85 1,14 244 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,02 0,85 1,14 245 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,02 0,85 1,14 246 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 247 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 248 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 249 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 250 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 251 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,37 1,67 1,03 0,85 1,14 252 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,67 1,03 0,85 1,14 253 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,14 254 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 255 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 256 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 257 Sala de cortes peru CBÍ 0,71 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 258 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 259 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 260 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 261 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 262 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 263 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 264 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 265 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,86 1,15 266 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,86 1,15 267 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 268 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 269 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 270 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 271 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 272 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 273 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 274 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 275 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 276 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 277 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 278 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 279 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 280 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 281 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 282 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 283 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 284 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 285 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 286 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,85 1,15 287

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Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,86 1,15 288 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,38 1,68 1,03 0,86 1,15 289 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 290 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 291 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 292 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 293 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,68 1,04 0,86 1,15 294 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 295 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 296 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 297 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 298 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 299 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,39 1,69 1,04 0,86 1,15 300 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 301 Sala de cortes peru CBÍ 0,72 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 302 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 303 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 304 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 305 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 306 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 307 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,69 1,04 0,86 1,15 308 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 309 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 310 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 311 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 312 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 313 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 314 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 315 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 316 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 317 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 318 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,16 319 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,16 320 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 321 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 322 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 323 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 324 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 325 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 326 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 327 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 328 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 329 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 330 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,16 331 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,16 332 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 333 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 334 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 335 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 336 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 337

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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 338 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 339 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 340 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 341 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 342 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 343 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 344 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 345 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,17 346 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 347 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 348 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 349 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 350 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 351 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 352 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 353 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,17 354 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 355 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 356 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 357 Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 358 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 359 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 360 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 361 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 362 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 363 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 364 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 365 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,72 1,06 0,88 1,18 366 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,72 1,06 0,88 1,18 367 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 368 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 369 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 370 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 371 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 372 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 373 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 374 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 375 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,05 0,87 1,18 376 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 377 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 378 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 379 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 380 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,71 1,06 0,87 1,18 381 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,72 1,06 0,88 1,18 382 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,41 1,72 1,06 0,88 1,18 383 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 384 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 385 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 386 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 387

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Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 388 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 389 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,18 390 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 391 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 392 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 393 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 394 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 395 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 396 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 397 Sala de cortes peru CBÍ 0,74 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 398 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 399 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 400 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 401 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 402 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 403 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 404 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 405 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 406 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 407 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 408 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 409 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 410 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 411 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 412 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 413 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 414 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 415 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 416 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 417 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,19 418 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,19 419 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,42 1,72 1,06 0,88 1,19 420 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 421 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 422 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 423 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 424 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 425 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 426 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,73 1,06 0,88 1,19 427 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 428 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 429 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 430 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 431 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 432 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 433 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 434 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 435 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 436 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 437

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Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 438 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,19 439 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,19 440 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,20 441 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,74 1,07 0,89 1,20 442 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,74 1,07 0,89 1,20 443 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,07 0,89 1,20 444 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 445 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 446 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 447 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 448 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 449 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 450 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 451 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,89 1,20 452 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,74 1,07 0,89 1,20 453 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,74 1,07 0,89 1,20 454 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,07 0,89 1,20 455 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 456 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 457 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 458 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 459 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 460 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 461 Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 462 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 463 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 464 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,76 1,08 0,89 1,20 465 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 466 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 467 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 468 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 469 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 470 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,75 1,08 0,89 1,20 471 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,44 1,76 1,08 0,89 1,20 472 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 473 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 474 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 475 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,20 476 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 477 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 478 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 479 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 480 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 481 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 482 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 483 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,09 0,89 1,21 484 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,09 0,89 1,21 485 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,77 1,09 0,89 1,21 486 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,77 1,09 0,89 1,21 487

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Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 488 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 489 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 490 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 491 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 492 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 493 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 494 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 495 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 496 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 497 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 498 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,21 499 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,21 500 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 501 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 502 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 503 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 504 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 505 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 506 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,08 0,89 1,21 507 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,09 0,89 1,21 508 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,76 1,09 0,89 1,21 509 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,77 1,09 0,89 1,21 510 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,45 1,77 1,09 0,89 1,21 511 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 512 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 513 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 514 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 515 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 516 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 517 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 518 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 519 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 520 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 521 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,89 1,21 522 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,21 523 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,21 524 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,22 525 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 526 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,77 1,09 0,90 1,22 527 Sala de cortes peru CBÍ 0,76 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 528 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 529 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 530 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 531 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 532 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 533 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 534 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 535 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 536 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 537

118

Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 538 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 539 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 540 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 541 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,79 1,10 0,90 1,22 542 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 543 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 544 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,46 1,78 1,09 0,90 1,22 545 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 546 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 547 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,09 0,90 1,22 548 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 549 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 550 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 551 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 552 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 553 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 554 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,78 1,10 0,90 1,22 555 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,79 1,10 0,90 1,22 556 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 557 Sala de cortes peru CBÍ 0,77 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 558 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 559 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 560 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 561 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 562 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 563 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 564 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 565 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,90 1,23 566 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,23 567 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,23 568 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 569 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 570 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,47 1,79 1,10 0,90 1,23 571 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 572 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 573 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 574 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,10 0,90 1,23 575 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,90 1,23 576 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,23 577 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,23 578 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,24 579 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,24 580 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,80 1,11 0,91 1,24 581 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 582 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 583 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 584 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,24 585 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,79 1,11 0,91 1,24 586 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,48 1,80 1,11 0,91 1,24 587

119

Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 588 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 589 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,11 0,91 1,24 590 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,12 0,91 1,25 591 Sala de cortes peru CBÍ 0,78 1,49 1,80 1,12 0,91 1,25 592 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 593 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 594 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 595 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 596 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 597 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 598 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 599 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 600 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 601 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 602 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 603 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 604 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 605 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,12 0,92 1,26 606 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 607 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 608 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 609 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 610 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 611 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 612 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 613 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,12 0,92 1,26 614 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 615 Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 616 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,51 1,83 1,13 0,92 1,27 617 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 618 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 619 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 620 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,83 1,14 0,92 1,27 621 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,83 1,14 0,92 1,27 622 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,84 1,14 0,93 1,27 623 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,51 1,83 1,13 0,92 1,27 624 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 625 Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 626 Sala de cortes peru CBÍ 0,81 1,53 1,85 1,14 0,94 1,29 639 Sala de cortes peru CBÍ 0,81 1,53 1,85 1,14 0,94 1,29 640 Média 0,73 1,40 1,70 1,04 0,86 1,16

Sala de Cortes de Peru Compri. Altura Estatura Altura Altura Altura Braço Ombro Funcion. Cotov. púbis Epigas. Média 0,73 1,40 1,70 1,04 0,86 1,16 95% 0,84 1,59 1,91 1,2 0,96 1,36 5% 0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,01

121

APÊNDICE D – PESQUISA DE DINAMOMETRIA TABELA D.1 – Dados parciais da pesquisa dinamométrica na área perus

Dinamometria membros superiores e inferiores e costas Posto de trabalho: sala de corte peru 3T

S Id. Função T.F MSD1 MSE1 MSD2 MSE2 MSD3 MSE3 Observação

M 26 CORTAR PEITO 12 50 48,6 42,9 43,9 42 45

M 27 CORTAR PEITO 18 39,4 49,9 49,6 47,7 51,8 45,9

M 24 CÂMARA FRIA 6 58,1 56,3 59 50,9 52,7 39,9

M 19 DM 11 40,1 36,4 39,9 41,1 43,7 42,6

M 28 CORTAR PEITO 36 51,8 45,1 47,7 43,7 42,1 47,4

M 24 CÂMARA FRIA 19 46,7 45 44,9 43,4 48,4 44,6

M 20 CÂMARA FRIA 4 44,9 46 45,1 46,1 38,7 44,1

M 20 CORTAR PEITO 4 42,4 44,4 42,7 40,4 44,6 44

M 23 ABRIR PEITO 4 56,9 47 47,4 50,3 47 47,7

M 23 CÂMARA FRIA E COXA 52 45,7 41,3 43,3 42,4 42,6 44,7

M 27 DM 37 38,7 20,9 40,4 22,4 40,1 25

M 20 SOBRE COXA 1 48,7 46,4 41 43,9 45,3 42

M 27 TIRAR ASA 36 36,9 44,3 44,3 38,6 46,2 41,3 Dor lombar e peito

M 21 DESLOCAR COXA 5 47,3 39,3 40,4 39 44 41,6

M 23 CÂMARA FRIA 36 60,6 51,3 43,9 53,1 52,4 47

M 20 DESOSSAR SOBRE

COXA 18 42,4 39,1 39,4 35,7 38,7 42,4 Dor punho D e E

M 20 TIRAR SOBRE COXA 5 38,1 39,9 40,4 35,1 40 35,5

M 19 CÂMARA FRIA 11 46,6 41,1 50,4 49,4 47,1 44,6 Dor ombro D e coluna

M 28 CÂMARA FRIA 60 61,8 51,9 56,1 46,6 58,8 54

M 25 CÂMARA FRIA 36 37,7 28 40,9 36,4 38,7 40,1 Dor ombro E

M 21 CÂMARA FRIA 5 65 52,7 62,2 58,7 62,8 53,1

M 24 CÂMARA FRIA 18 39,9 39,9 47,7 46,9 44,6 49 Dor lombar e ombro D

M 31 RETIRAR PEITO 22 42,6 38,1 38,6 43,7 42,9 40

M 32 DESOSSAR COXA 36 38,1 33 35,5 34,8 35,9 31,6

M 24 ADM 48 47,1 54,8 47,1 49 48,7 51,9

M 21 HIGIENIZAÇÃO 3 40,4 43,6 49,3 44,1 42,1 42,4

M 23 CÂMARA FRIA 48 53,9 48,4 53,9 52,5 50,4 42,9

M 29 ADM SOBRE ASA 5 41,2 37,7 40,3 33,6 37,7 36,7

M 20 DESOSSA SOBRE

COXA 25 34,3 38,7 34,3 38,6 31,5 39,6 Dor antebraço D

M 21 DESLOCAMENTO 4 48,3 40,3 45,1 44,7 42,6 40,4

M 34 EVISCERAÇÃO 39 41,3 45,9 43,3 42,7 43,9 42,9

M 22 LÍDER MESA COXA 42 43,9 45 48 45,3 43 44,9 Dor lombar

M 28 SOBREASA MEDALHÃO 4 42,3 35,5 38,6 40,3 37,1 36,1

M 24 DESLOCAR COXA 4 47,1 54,3 45,4 51,2 44,4 55,4 dar nas mãos d e E

M 21 CONE SOBREASA 4 38,4 41 40,7 36,5 41,1 33,9

M 20 CONE COXA 7 48,3 48,6 43,6 53,9 43,4 59,4

M 24 ABRIR COXA 42 43,4 44,4 46 44,4 41,6 42 dor lombar

M 19 BALANCEIRO 60 37 36 35,2 35 33,2 33

M 28 ABRIR PERNA, 1 30,3 48,9 32,8 48,4 35,1 44,4

122

M 19 LÍDER MEDALHÃO 11 53,9 49,1 49,6 40,8 49,3 37,4 dor antebraço esquerdo

M 24 LIDER ADM 11 40,1 39,1 43,9 43,1 41,5 38,4

M 29 PESCOÇO SOBRE ASA 36 42,4 43 42 47 46,3 45

M 33 MESA MEDALHÃO 8 26,6 30,3 32,3 32,6 34,1 32

M 37 MESA MEDALHÃO 24 39,6 39,6 35,9 37 39,1 38,8 dor no ombro di

M 25 MESA PEITO REFILE 12 55,7 46 49,4 45,9 49,9 45

M 34 ADM, CCM 60 41,7 35,7 42,7 36,5 43,1 29,3

M 26 MESA PEITO LIDER 60 48,7 48,6 48,3 50,1 48,1 48,7

M 23 MESA PEITO LIDER 4 44,1 38,3 42,2 48,3 44,3 47,2

M 28 CLASSIFICAR PEITO 9 45,6 48,9 53,2 51,2 53,4 49,7

M 21 MESA PEITO 5 51,6 46,9 47,3 42,1 43,4 45

M 26 OPERADOR MÁQUINA 54 45,4 50,1 43,6 52,1 44 53 dor lombar

M 30 DESOSSA DRUMETE 120 40,6 44,9 47,7 46,9 44,4 41,9 dor lombar

M 35 DESOSSA DRUMETE, 48 50,4 50,1 50 49,3 53,7 50,3 dor punho esq.

M 19 TIRAR ASA 4 44,7 34,5 45,1 41,3 42,1 43,4

M 25 CORTAR ASA 12 29,1 37,4 35,4 38,8 35,4 37,7 dor punho direito

M 23 REFILE PEITO 36 45,1 55,2 43,4 50,6 41,9 50,1 dor ombro esq.

M 21 CORTAR ASA 5 34,1 36,2 37,7 39,1 37,7 38

M 28 PRÁTICO 42 40,1 43,6 42,7 47,1 43,7 43,6

M 21 SECUNDÁRIA 4 42,9 40 44,8 41 44,7 40

M 23 SECUNDÁRIA 20 63,8 61,9 64,3 59,4 65,6 57,8

M 28 MESA PEITO 1 43,1 47,9 47,4 45 46,6 49,1 dor ombro Esq.

M 23 SECUNDARIA 1 34,6 31 33,3 27,9 32,5 28,1

M 22 MESA PEITO 7 42,1 50 45,3 48,6 38,4 50,3

M 22 HIGIENIZAÇÃO 3 29,9 25,2 31,2 30,9 32,6 26,1

M 20 MESA MEDALHÃO 7 35,9 35,4 38 39,6 31,4 37,7 dor punho direito

M 20 SECUNDÁRIA 4 45,3 40,4 44,4 41,7 40,7 45,9

M 20 MESA PEITO 4 42,7 43,7 42,9 38,7 43,3 46,7

M 26 MESA PEITO 30 57,3 50,3 54 53,6 50,3 44,3

M 30 MESA SOBRE COXA 24 45,7 44,3 50,6 47,7 45,9 44,3 coluna dor lombar

M 20 SECUNDÁRIA 4 47,1 44 44,6 43,9 46,3 45,6

M 19 BALANÇA SOBRE

COXA 4 44,6 40,7 46,7 41,3 41,7 45,4

M 19 MESA PEITO 4 47,4 37,1 45,9 40,7 44,4 43,1

M 26 SECUNDÁRIA 7 40,7 39,3 39,9 39,3 43,7 40,6

M 31 BALANÇA SOBRE

COXA 36 49,4 38,3 43,7 45,1 47 44,3 dor coluna

M 21 ADM 4 43,7 44,2 40,3 37,8 40,8 37,8

M 22 MESA PEITO 25 44,1 40,3 36,7 42 39,8 40,1 dor ombro Direito

M 21 MESA SOBRE COXA 3 51 46,9 53,9 49,7 50 49,9

M 30 MESA SOBRE COXA 8 36,2 38,3 33 36,5 33,5 37,2 dor ombro D.

M 22 CÂMARA FRIA 18 27,1 45,6 38,7 46,9 43,3 48,6 Dor ombro

M 20 HIGIENIZAÇÃO 4 35,5 41,4 36,4 38,3 32,5 36,4

M 22 MESA PEITO 12 48 56,1 56,7 55,4 54 49,3

M 21 TIRAR ASA 1 41,1 44,4 39,3 46,9 46,1 49,7

M 23 REFILE PEITO 16 47,7 46,1 43,7 39,4 43,1 42,3

123

M 19 TIRAR ASA 4 35,7 41,3 31,4 41,9 30,1 37

M 18 TIRAR ASA SEPARAR 4 40,3 46,4 47,3 44,7 51,8 47,3

M 22 TIRAR ASA SEPARAR 3 43 46,4 35,2 43,1 38 45,9

M 35 REFILE PEITO 4 42,1 41 42,9 40,1 42,9 43,3

M 33 CORTE DE ASA 3 24,7 35,1 24 32,9 25 29 dor mão D

M 23 DESOSSA COXA 46 60,1 64 59,3 61,9 58,2 64,3 dor lombar e ombro E

M 32 DESOSSA COXA 24 36,1 39,7 36,4 35,7 35,7 33,2 dor ombro D

M 36 DESOSSA COXA 11 43,9 37,5 44,1 43 42,6 43,1

M 34 DESOSSA COXA 7 39 53,6 48,9 56,9 48,9 55,8

M 29 DESOSSA COXA 20 37,8 45,1 34,1 38 37,2 35,4 dor ombro E

M 22 DESOSSA COXA 5 41,3 40 42,1 40,7 36,1 42

M 29 DESOSSA COXA 1 39,7 40,1 40,6 34,3 39,1 36,9

M 19 MESA PEITO 4 38,4 33,9 37,1 34,5 34,8 36,8

M 29 DESOSSA SOBRE

COXA 16 29,1 35,7 28,3 31,2 27,9 33,9 dor ombro E

M 25 MESA PEITO 1 41,9 39,1 41,4 27,9 37,2 30,9

M 23 CÂMARA FRIA 40 51,3 48,3 53,9 47,1 53,1 50

M 23 MESA PEITO 36 37,5 39,1 37,2 40,3 33,9 39,6 dor ombro E

M 32 PRÁTICO 30 44,3 49,9 43,1 47,6 47,7 50,2

M 30 MESA PEITO 12 39,6 38,6 35,9 36,7 41,3 40

M 38 MESA PEITO 15 38,1 35,8 37,2 36,8 37,2 43,4

M 33 SECUNDÁRIA 11 53,4 49 50,3 51,6 48,7 47,6 dor cotovelo D

M 32 EMBALAR PEITO 36 29,6 34,1 43 40,8 42,4 41,3 dor lombar D

M 36 PRÁTICO 40 48,9 57,6 50,9 54,9 46,6 50,9 dor ombro D e E

M 24 OPERADOR MÁQUINA 62 46 48,6 52,1 48,1 53,9 44,9

M 26 PRÁTICO 33 36,2 37,7 36,7 40,3 41,1 40,3

M 21 ALMOXARIFADO 36 32,6 37,1 38,3 38,1 39,1 42,1 dor coluna

M 40 BALANÇA MEDALHÃO 36 38,7 38,7 39,6 42,1 41,3 43,1

M 20 SECUNDÁRIA 24 52,2 54,3 47,6 50,1 47,7 52,4

M 38 MESA SOBRE COXA 34 38,1 38,6 40 38,7 40,6 40,4 dor ombro D e E

M 41 SECUNDÁRIA 2 38,7 37,2 33,2 35,9 37,7 35,9

M 21 MESA SOBRE COXA 4 41,7 38,1 38,4 36,8 39,3 35,9

M 22 SECUNDÁRIA 4 51,5 46,6 51,8 47,9 51,9 50,7

M 24 MESA SOBRE COXA 4 44,6 43,6 43,1 46,3 38,1 40,6

M 20 MESA SOBRE COXA 8 40,7 34,9 42,9 40,6 41,7 39,9 dor punho direito

M 30 SECUNDÁRIA 7 55,2 46,7 57,8 53 53,9 50,1

M 30 DESOSSA SOBRE

COXA 36 51,2 45,3 49,1 44,3 47,4 45,9

M 25 HIGIENIZAÇÃO 15 34,5 36,2 34,7 34,6 36,7 35,6 dor joelho D e E

M 20 DESOSSA SOBRE

COXA 4 43 48,1 44,4 50 47,9 51,6

M 25 CONE 24 44 45 45,4 40,3 46 44,3 dor braço D e E

M 23 DESOSSA COXA 4 42,1 42,9 42,4 43,1 43,3 43,1

M 39 EMBALAR

SAMBIQUIRA 96 38,8 37 38,3 35,5 36,2 36,8

M 20 LAVAR CESTA 19 35,2 41 35,5 38,6 41,1 38,7

M 29 CONE COXA 39 43,3 46,4 45,7 49,4 45,7 47,7

124

M 25 ADM/CMM 54 43,6 44 41,3 44,7 42,1 49,1 dor ombro e pulso D

M 28 DESLOCAR E

SEPARAR 43 45,1 52,2 45,3 52,5 48 46,6 dor coluna e pulso E

M 33 HIGIENIZAÇÃO 10 53,1 48,7 53,9 46,4 55,4 47,4

M 30 HIGIENIZAÇÃO 60 56 55,7 57,8 48,3 53,7 56,9 dor coluna e braço E

M 25 CMM 48 47,9 58,5 47,9 57,9 46,4 51 dor punho direito

M 20 PESCOÇO 1 44,9 44,7 39,1 41,7 39,3 42

M 39 AFIAÇÃO DE FACA 54 56,7 50,4 52,7 44 52,4 46,3 dor nos costas

M 23 CONE 30 41,1 37 35,2 41 39,9 39,1 dor ombro D.

M 28 AFIAÇÃO DE FACA 60 43 48,4 45,9 50 39 43,4

M 36 RETIRANDO PELE 24 29,3 38,7 28,6 31,2 29,3 29,6 Dor abdominal

M 25 MESA PEITO, EMBA. 10 42,7 39,7 40,1 35,2 40,1 34,9 Dor punho D.

M 23 BALANÇA SOBRE

COXA 36 47,9 43,9 43,9 54,5 50 48,3

M 29 GANCHEIRA 36 47,7 33,8 43,7 34,3 39,4 33,9 dor braço. Direito

M 30 MESA COXA 36 49,6 41,1 50,3 41,9 50,4 38,1 dor lombar

M 22 MESA COXA 4 39,3 37 42,2 38,6 39,3 36,7 dor ombro e braço di

M 20 MESA SOBRE COXA 6 37,8 42,7 41,5 40,7 40,6 37,2 Dor região escapular

M 22 DESOSSA SOBRE

COXA 9 53,1 45,7 54,5 46,6 54,6 49,1 Dor ombro direito

M 19 MESA SOBRE COXA 6 63,4 60,1 59,4 49,4 60,9 54,8 Dor Braço direito

M 25 SAMBIQUIRA 20 50,3 43,4 41,1 42,1 44,9 37,7 Dor Lombar

M 23 MESA ASA 36 50,1 49,6 56,1 60,3 52,5 53,3

M 25 CÂMARA FRIA 36 59,4 57,6 58,1 57,3 58,4 56

M 26 SAMBIQUIRA 24 17,9 46 17,9 48,7 17,2 49 Dor braço direito

M 21 MESA ASA 36 57,5 43,4 46,7 51 47,3 51,8 Dor lombar e ombro esq.

M 26 MESA PEITO 5 46,9 47,7 42,4 48,3 47,1 47,1

M 29 EPI E BALANÇA 60 46,1 52,2 46 50 45,3 49,4 Dor lombar

M 21 MESA PEITO 38 45,4 47,7 49,9 50,7 50,7 49,3 Dor ombro direito e esq.

M 21 CONDENAÇÃO 6 53 42,4 53,4 46,3 53,1 45,4 Dor coluna

SEXO FEMININO

F 33 BIFE COXA 1 26,9 26 28,6 20,4 20,1 19,4

F 33 MESA SOBRE COXA 144 22,9 28 24,3 31,4 24,1 26,1 Dor Ombro Direito

F 23 BIFE COXA 18 27,1 27 25,7 25,9 25,9 25,9

F 22 MESA SOBRE COXA 1 26,7 28,7 25,7 30 29,1 28,7

F 30 MESA BIFE 12 24,6 27,7 26,6 28,4 24,6 22,9

F 24 MESA SOBRE COXA 36 22 25,6 22,6 23 23,4 22,6 Dor punho direito

F 25 MESA BIFE COXA 6 35,8 33,9 33,5 33,3 33,3 28,9 Dor ombro direito

F 23 TÉCNICA 10 239,1 33,3 29,4 31,3 29 30,6

F 23 MESA BIFE COXA 12 38,7 32,2 29,3 30,7 31,6 31,3

F 22 MESA SOBRE COXA 18 29,3 31,7 28,1 26,6 28,7 28,6 Dor ombro direito e esq.

F 24 MESA BUFE COXA 14 31,7 29,3 30,3 26 29,4 29,3 Dor ombro direito

F 28 MESA BIFE COXA 4 38,4 36,2 39,6 32,6 37,8 33,8

F 27 MESA SOBRE COXA 4 28,7 27,3 27,4 25,9 26,7 25,7

F 21 MESA SOBRE COXA 6 30,8 21,9 27,1 28,1 28,4 21,6 Dor Punho D.

F 37 MESA SOBRE COXA 17 26,7 16,5 26,3 19,6 26,4 19,9 Dor dedão esquerdo

125

F 22 AUXILIAR GERAL 4 31,4 32,2 29,7 28,4 31 28,9 Dor braço direito e esq.

F 43 MESA PEITO 30 38,4 40,7 34,1 38,8 36,5 36,7 Dor Lombar D.E Esq.

F 21 MESA MEDALHÃO 60 33,5 31,2 30,6 31,4 31,3 29,2

F 37 CLASSIFICAÇÃO

PEITO 32 31,7 33,4 31,2 32 30,1 32

F 26 CLASSIFICAR PEITO 12 24,7 19 27,9 18,3 26,4 19,4 Tendinite Braço direito

F 35 MESA MEDALHÃO 15 27,7 30,9 31,4 27,9 26 27 Dor Ombro esquerdo

F 27 MESA MEDALHÃO 15 40,0 38,1 35,4 33 34,6 33,3 Dor ombro direito

F 25 ADM 18 26,7 24,2 25,3 24,1 24,1 24 Dor mão direita

F 25 MESA PESCOÇO 13 25,3 25,3 25,4 23,3 26,6 25 Dor ombro esquerdo

F 21 MESA PEITO 24 21,6 24,3 21,3 25,6 22,6 25,4 Dor braço esquerdo

F 23 MESA BIFE COXA 18 21 25,5 30,4 28,4 32 31 Dor Punho Direito

F 23 MESA BIFE COXA 24 26 29,6 28,7 29 28,1 27,7 Dor Lombar D.E Esq.

F 22 MESA SOBRE COXA 21 26,4 25,1 29 29,4 32,3 33,3

F 26 MESA SOBRE COXA 32 21,3 28,6 29 24,1 26,3 24,9 Dor punho e esquerdo

F 22 MESA BIFE COXA 48 32,8 30,1 31,9 27,9 25,4 30,3 Dor braço e mão esq.

F 33 REFILE BIFE COXA 17 33,8 36,3 32,3 32,3 34,2 31,7 dor nos ombros D.

F 20 REFILE DE PEITO 8 38,8 36,8 44 37,2 41,1 34,9

F 21 MESA PEITO REFILE 20 33,5 27 30,1 29,1 30,6 30,4 Dor no ombro e cotovelo

F 27 MESA PEITO REFILE 26 37,5 36,8 36,4 39,3 34,3 35,1 Dor punho esquerdo

F 21 MESA DE PEITO 17 28,7 29,9 30,1 31,2 27,7 27,4 Dor ombro direito

F 35 MEDALHÃO 16 31,3 33,5 28,3 28,6 28,9 28,3 Dor braço e mão direita

F 29 MEDALHÃO 13 26 34,3 24,3 28,7 22,6 25,7 Dor ombro direito

F 32 MESA BIFE COXA 156 20,9 21,1 30,6 34,6 27,1 28

F 27 MESA SOBRE COXA 16 33,6 30,6 34,3 32,6 32,3 33,5

F 35 MESA PEITO 161 23,3 22,1 22,3 21,4 23,5 26,9 Dor pescoço e Ombro

F 22 MESA BIFE COXA 6 35,5 40,7 33,2 38 35,9 39,6

F 28 REFILE COXA 3 34,8 31 32,3 33,9 30,1 30,3

F 24 ALMOXARIFADO 21 18 21,1 29,6 22,4 29,6 25,3 Dor braço esquerdo

F 23 MESA SOBRE COXA 17 32,5 31 30,9 29 31,3 26 Dor coluna, punho d.

F 20 TLT ADM 36 35,4 28,4 32,5 28,7 28,7 29,6

F 43 DESOSSA SOBRE

COXA 180 30,6 31,2 31,4 31,6 30 31,4

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APÊNDICE E – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ UNIDADE DE PONTA GROSSA-DEPARTAMENTO DE PÓS GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CONSENTIMENTO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA E PARA DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS PARA O MEIO CIENTÍFICO

Eu, Flavio Carlos Kaiber representando a empresa Perdigão S/A, autorizo por meio desta a participação da empresa no projeto de pesquisa intitulado “AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO–CARAMBEÍ” conduzido pelo Mestrando Junior Clacindo Defani e por seu orientador Prof. Dr. Antonio Augusto de Paula Xavier, do programa de Engenharia da Produção da UTFPR, Unidade Ponta Grossa. Eu compreendo que a pesquisa envolve um estudo quantitativo com pesquisa direta, descritiva, estando interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. A participação dos funcionários é completamente voluntária, e tanto a empresa quanto os funcionários são livres para decidir interromper sua participação a qualquer momento no projeto sem qualquer penalidade. Os resultados da pesquisa poderão ser relatados de modo a manter anônimos os funcionários participantes, caso isso se faça necessário. Os pesquisadores comprometem-se apresentar os dados transcritos à empresa, para que esta possa utilizar esta informação como ferramenta para possíveis melhorias ergonômicas nos processos produtivos. A empresa também terá assim a oportunidade de avaliar a veracidade da descrição dos fatos antes de uma apresentação pública dos resultados. Por tratar-se de um estudo científico, e de acordo ao exposto acima, eu autorizo ainda a publicação dos resultados desta pesquisa aos grupos científicos. Responsável ___________________________ Assinatura ____________________________