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AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE- AÇÚCAR: PCTS x ATR JOSÉ AUGUSTO BRUNORO COSTA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ OUTUBRO – 2001

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE- …uenf.br/Uenf/Downloads/POS-ENGPRODUCAO_2397_1254945494.pdf · Figura 17. Leitura sacarimétrica do caldo clarificado .....47

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AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-

AÇÚCAR: PCTS x ATR

JOSÉ AUGUSTO BRUNORO COSTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

OUTUBRO – 2001

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-

AÇÚCAR: PCTS x ATR

JOSÉ AUGUSTO BRUNORO COSTA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade

Estadual do Norte Fluminense, para obtenção do título de Mestre em Ciências de

Engenharia, na área de Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. DANIEL IGNÁCIO DE SOUZA JR. Ph.D.

Co-orientadora: Prof. ELIZA MITIKO ISEJIMA, D. Sc.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

OUTUBRO – 2001

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-

AÇÚCAR: PCTS x ATR

JOSÉ AUGUSTO BRUNORO COSTA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade

Estadual do Norte Fluminense, para obtenção do título de Mestre em Ciências de

Engenharia, na área de Engenharia de Produção.

Aprovada em ____________ de 2001

Comissão Examinadora:

___________________________________________ Prof. Daniel I. de Souza Jr., Ph.D. (Presidente)

(UENF – CCT - LEPROD)

___________________________________________ Prof. Eliza Mitiko Isejima, D. Sc.

(UENF – CBB - LQFPP)

___________________________________________ Prof. Assed Naked Haddad, D. Sc.

(UFRJ - EP)

___________________________________________ Prof. Cláudia do R. Vaz Morgado, D. Sc.

(UFRJ - EP)

iii

RESUMO

Resumo da dissertação apresentada ao CCT/UENF como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências de Engenharia

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-

AÇÚCAR: PCTS x ATR

José Augusto Brunoro Costa

31 de outubro de 2001

Orientador: Daniel I. De Souza Jr., Ph.D.

Área de Concentração: Engenharia de Produção

O sistema de pagamento de cana-de-açúcar pelo teor de sacarose (PCTS),

implantado no Brasil em 1978, usava como referência uma cana padrão, cujo preço

era fixado pelo governo federal. A partir de 1998, com a liberação dos preços da

cana-de-açúcar, o sistema de pagamento passou a considerar os açúcares totais

recuperáveis, ATR, sendo os preços determinados pelo mercado. Esta dissertação

relata os dois sistemas brasileiros de pagamento de cana-de-açúcar, destacando a

influência dos principais parâmetros de apuração da qualidade da cana-de-açúcar

nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, bem como propõe

modificações na sistemática de pagamento da cana-de-açúcar em vigor no estado

do Rio de Janeiro.

iv

ABSTRACT

Summary of the dissertation presented to CCT/UENF as part of the requirements to

obtain the Master Degree in Sciences (M. Sc) of Engineering, in the area of

Production Engineering.

SUGAR CANE PAYMENT SYSTEMS: AN EVALUATION BETWEEN PCTS x ATR

José Augusto Brunoro Costa

October 31, 2001

Advisor: Daniel I. De Souza Jr., Ph.D.

Major Area: Production Engineering

The sugar cane payment by sucrose content system (PCTS), introduced in Brazil in

1978, had as reference a standard cane, whose price was established by the

Brazilian Government. From 1998, with sugar cane prices release, the system of

sugar cane payment started taking into account the total recoverable sugar amounts

(ATR) and prices were determined by the market. This dissertation reports both

Brazilian sugar cane systems, by highlighting the main parameters influence of sugar

cane assessment in Rio de Janeiro, Espírito Santo and São Paulo States, as well as

suggests modifications in the sugar cane system adopted in Rio de Janeiro State.

v

... decepar a cana, recolher a garapa da cana...

(Milton Nascimento)

vi

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os brasileiros cortadores de cana e

operários de usinas, que dedicam suas vidas a decepar a cana e

a recolher a garapa da cana...

vii

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual do Norte Fluminense, por intermédio do Laboratório de

Engenharia de Produção – LEPROD, do Centro de Ciência e Tecnologia – CCT,

pela acolhida.

Ao professor orientador Daniel Ignácio De Souza, por todo o estímulo e segurança

transmitidos durante a realização deste trabalho. A professora co-orientadora Eliza Mitiko Isejima, pela ajuda prestada e pelo

interesse no desenvolvimento deste trabalho.

Ao Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET, pela oportunidade oferecida

para a realização deste curso.

Ao The World Bank, particularmente ao Dr. Donald Mitchell, Lead Economist, pelas

informações enviadas.

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pela orientação técnica e pelos

serviços de biblioteca.

A Usina Paineiras – ES, em especial a Antônio Carlos de Freitas, pela confiança na

minha participação na Comissão de Pagamento de Cana.

A Coafocal – Cooperativa Agrícola dos Fornecedores de Cana do Estado do Espírito

Santo, em especial a Arildo Frade Pinto, pela confiança na minha participação na

Comissão de Pagamento de Cana.

A Usina Santa Cruz – RJ, em especial a Gilmar Tavares Azeredo e Eraldo Miguel

Félix Schwartz, pelo apoio na condução dos experimentos.

A Asflucan – Associação Fluminense dos Plantadores de Cana, pelas informações

cedidas.

viii

A Copersucar – Cooperativa de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de

São Paulo, pelas informações cedidas.

A Orplana – Organização de Plantadores de Cana do Estado de São Paulo, pelas

informações cedidas e por toda orientação dada por Ênio Roque de Oliveira.

A Unica - União da Agroindústria do Estado de São Paulo, pelas informações

cedidas por Antônio de Pádua Rodrigues.

A Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, pelas informações

cedidas por Geraldo Benedicto Hayem Coutinho.

A Maxoel Barros Costa, do CBB - UENF, pelo auxílio técnico nas análises.

Aos colegas do curso de Mestrado, pela amizade e convivência.

A todos os professores da Área de Química do CEFET, pela colaboração, e em

especial, a Hélio Júnior de Souza Crespo e José Carlos Salomão.

A Ana Lúcia Mussi Campinho, pela revisão na redação deste trabalho.

A Lígia Vasconcelos Henriques, pela orientação em Metodologia.

A minha esposa Luciana, pela paciência e companhia.

A minha família, meu eterno orgulho.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este trabalho

fosse concluído.

ix

SUMÁRIO

Lista de Quadros e Figuras ..................................................................................................xii Lista de Tabelas .....................................................................................................................xv Lista de Siglas ......................................................................................................................xvii

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1.1 - Apresentação .................................................................................................................1 1.2 - Objetivo ...........................................................................................................................2 1.3 - Metodologia ....................................................................................................................2

CAPÍTULO II - O SETOR SUCROALCOOLEIRO

2.1 - O setor sucroalcooleiro no mundo ..............................................................................4 2.2 - O setor sucroalcooleiro no Brasil ................................................................................5

2.2.1 - O setor sucroalcooleiro no estado de São Paulo .............................................7 2.2.2 - O setor sucroalcooleiro no estado do Rio de Janeiro .....................................8 2.2.3 - O setor sucroalcooleiro no estado do Espírito Santo ....................................12

2.3 - Origem e expansão da cana-de-açúcar ..................................................................13 2.4 - Aspectos agronômicos ...............................................................................................14

2.4.1 - Cultivo ....................................................................................................................14 2.4.2 - Escolha da variedade .........................................................................................15 2.4.3 - Tratos culturais ....................................................................................................18

2.4.3.1 - Desequilíbrio nutricional .............................................................................18 2.4.3.2 - Pragas e doenças .......................................................................................17 2.4.3.3 - Clima .............................................................................................................19

2.4.4 - Colheita .................................................................................................................19 2.4.4.1 - Cana queimada versus cana crua ............................................................21 2.4.4.2 - Colheita mecânica versus colheita manual .............................................25 2.4.4.3 - Tempo de espera ........................................................................................26

2.5 - Aspectos industriais ....................................................................................................27 2.5.1 - O processamento da cana-de-açúcar ..............................................................27 2.5.2 - O impacto da qualidade da cana no processo industrial ..............................31

2.5.2.1 - Quantidade de matéria estranha ..............................................................31 2.5.2.1.1 - Impurezas vegetais .............................................................................32

2.5.2.1.1.1 - Redução da capacidade de moagem ......................................32 2.5.2.1.1.2 - Redução da taxa de extração na moenda ..............................32 2.5.2.1.1.3 - Redução da recuperação na seção de cozimento .................33 2.5.2.1.1.4 - Redução na qualidade do açúcar .............................................34

2.5.2.1.2 - Impurezas minerais .............................................................................34

x

2.5.2.2 - Grau de deterioração ..................................................................................35

CAPÍTULO III - SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR

3.1 - Pagamento de cana no mundo .................................................................................37 3.1.1 - Amostragem e análise ..........................................................................................38 3.1.2 - Bases para pagamento ........................................................................................39 3.1.3 - Avaliação da cana .................................................................................................39

3.2 - Pagamento de cana no Brasil ...................................................................................42 3.3 - Determinação da qualidade da cana-de-açúcar no Brasil ....................................44

3.3.1 - Coleta e preparo da amostra ...............................................................................44 3.3.2 - Análise .....................................................................................................................45

3.4 - Determinação do valor da cana-de-açúcar no Brasil ............................................48 3.4.1 - O sistema PCTS ....................................................................................................48 3.4.1.1 - Determinação do valor da tonelada de cana ...............................................49 3.4.1.2 - Fibra % cana .....................................................................................................49 3.4.1.3 - Coeficiente C ....................................................................................................50 3.4.1.4 - Pol % caldo .......................................................................................................51 3.4.1.5 - Pureza % do caldo ...........................................................................................51 3.4.1.6 - Pol% de Cana ...................................................................................................51 3.4.1.7 - Pol% de Cana Padrão .....................................................................................52 3.4.1.8 - Recuperação .....................................................................................................53 3.4.1.9 - Recuperação Padrão .......................................................................................53 3.4.1.10 - Pureza Padrão ................................................................................................53 3.4.1.11 - Fator de Recuperação ..................................................................................54

3.4.2 - O sistema ATR .......................................................................................................54 3.4.2.1- Determinação do valor da tonelada de cana ................................................55 3.4.2.2 - Determinação dos açúcares totais recuperáveis ........................................56

3.4.2.2.1 - Açúcares redutores do caldo ...................................................................56 3.4.2.2.2 - Açúcares redutores da cana ...................................................................56

3.4.2.3 - Determinação preço médio de um quilograma de ATR .............................57 3.4.2.3.1 - Participação da matéria-prima nos preços dos produtos ....................57 3.4.2.3.2 - Preços dos produtos ..................................................................................58 3.4.2.3.3 - Fatores de conversão dos produtos em ATR ........................................58

3.4.2.4 - Quantificação do álcool residual ....................................................................58 3.4.2.4.1 - Açúcar recuperado .....................................................................................58 3.4.2.4.2 - Álcool anidro residual ................................................................................59 3.4.2.4.3 - Álcool anidro direto ....................................................................................60 3.4.2.4.4 - Álcool hidratado residual ...........................................................................60 3.4.2.4.5 - Álcool hidratado direto ...............................................................................60

xi

CAPÍTULO IV - COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS PCTS e ATR

4.1 - O sistema PCTS ..........................................................................................................61 4.1.1 - Influência da matéria estranha ............................................................................63 4.1.2 - Influência da pureza do caldo ..............................................................................66 4.1.3 - Influência do teor de sacarose ............................................................................68

4.2 - O sistema ATR .............................................................................................................69 4.2.1 - Influência da matéria estranha ............................................................................70 4.2.2 - Influência da pureza do caldo ..............................................................................72 4.2.3 - Influência do teor de sacarose ............................................................................74

4.3 - PCTS versus ATR .......................................................................................................75

CAPÍTULO V - O SISTEMA PROPOSTO

5.1 - Determinação da quantidade de ATR ......................................................................78 5.1.1 - Determinação da pol % cana ..............................................................................79 5.1.2 - Determinação dos açúcares redutores % cana ................................................80 5.1.3 - Determinação das perdas industriais .................................................................85

CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES .........................................................................................90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................92

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................100

APÊNDICE A .......................................................................................................................103

APÊNDICE B .......................................................................................................................121

xii

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1. Produção, consumo, importação e exportação anual de açúcar no mundo, segundo os principais países, em milhões de toneladas .................................................5 Quadro 2. Origem da sigla das principais variedades de cana-de-açúcar cultivadas no Brasil, segundo o local onde foi desenvolvida ...........................................................16 Quadro 3. Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar nos países produtores selecionados ..........................................................................................................................41 Quadro 4. Diferentes parâmetros de cálculo de pagamento de cana nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo .....................................................................62 Figura 1. Precipitação pluviométrica anual no Município de Campos dos Goytacazes, em milímetros – 1976 -2000 ...............................................................................................11 Figura 2. Os diferentes tipos de período útil de industrialização (PUI) da cana-de-açúcar .....................................................................................................................................20 Figura 3. Corte manual de cana queimada ......................................................................24 Figura 4. Embarque mecânico, após corte manual ........................................................24 Figura 5. Corte e embarque mecânicos ............................................................................24 Figura 6. Cana queimada, com baixo rendimento agrícola ...........................................24 Figura 7. Diagrama de blocos da fabricação de açúcar e álcool ..................................30 Figura 8. Impurezas vegetais em cana crua, colhida mecanicamente ........................31 Figura 9. Impurezas vegetais em cana queimada, colhida manualmente ..................31 Figura 10. Impurezas minerais retiradas dos carregamentos .......................................31 Figura 11. Diagrama de blocos do processo de análise de cana .................................46 Figura 12. Amostragem por sonda mecânica horizontal móvel ....................................47 Figura 13. Desintegração e homogeneização de amostra ............................................47 Figura 14. Extração do caldo na prensa ...........................................................................47 Figura 15. Pesagem do bolo úmido ...................................................................................47 Figura 16. Leitura refratométrica do caldo extraído ........................................................47 Figura 17. Leitura sacarimétrica do caldo clarificado .....................................................47

xiii

Figura 18. Diagrama de blocos do cálculo do valor da tonelada de cana-de-açúcar pelo sistema de PCTS - Brasil ............................................................................................48 Figura 19. Diagrama de blocos do cálculo do valor da tonelada de cana-de-açúcar pelo sistema de PCTS - RJ .................................................................................................61 Figura 20. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor da fibra industrial nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo .........................................64 Figura 21. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ..........................65 Figura 22. Influência da variação da fibra industrial no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ........................................66 Figura 23. Influência da variação da pureza do caldo no ágio (%) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ........................................68 Figura 24. Influência da variação da pol % caldo no valor (ágio) da tonelada de cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo .....................69 Figura 25. Variação dos açúcares totais recuperáveis (ATR), em função da variação do peso do bolo úmido (PBU) nos estados do ES, RJ e SP .........................................71 Figura 26. Influência da variação da fibra industrial no valor do ATR (kg/tc) nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ...............................................72 Figura 27. Influência da variação da pureza do caldo no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ..............................................................73 Figura 28. Influência da variação da pol % caldo no açúcar total recuperável (ATR) nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ........................................74 Figura 29. Influência da pureza % caldo na determinação do valor da tonelada de cana nos dois sistemas de pagamento de cana .............................................................76 Figura 30. Diagrama de blocos do cálculo do ATR ........................................................78 Figura 31. Dispersão entre os açúcares redutores do caldo de cana-de-açúcar determinados pelos métodos de Lane & Eynon e cloreto de trifenil tetrazóleo (TTC), com R2 = 0,80 ........................................................................................................................82 Figura 32. Porcentagem de açúcares redutores do caldo de cana-de-açúcar analisado pelos métodos de cloreto de trifenil tetrazóleo (TTC) e de Lane & Eynon em função da pureza do caldo ...........................................................................................83 Figura 33. Correlação entre a pureza do caldo e açúcar redutor do caldo de cana-de-açúcar obtida em São Paulo (AR/SP), Paraíba (AR/PB) e Rio de Janeiro (AR/RJ). .84

xiv

Figura 34. Pátio de armazenagem de cana .....................................................................86 Figura 35. Lavagem de cana ..............................................................................................86 Figura 36. Bagaço ................................................................................................................86 Figura 37. Torta de filtro ......................................................................................................86 Figura 38. Variação dos açúcares totais recuperáveis – ATR, em função da variação das perdas industriais nos estados do ES, RJ e SP ......................................................89

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool, por grande região produtora - safras 1998/99 - 2000/2001 .............................................................................6 Tabela 2. Número de unidades produtoras, por Grande Região, segundo o tipo de produto fabricado - safra 2000/2001 ...................................................................................6 Tabela 3. Área cultivada com cana-de-açúcar nos principais estados produtores brasileiros, por quinquênio - 1975-1995, em milhares de hectares ...............................9 Tabela 4. Quantidade de cana-de-açúcar esmagada no estado do Rio de Janeiro, por unidade industrial – safras 1988/99 a 2000/2001 ....................................................10 Tabela 5. Unidades industriais desativadas no estado do Rio de Janeiro a partir da década de 1980 ....................................................................................................................10 Tabela 6. Variedades de cana-de-açúcar mais cultivadas no Brasil - 1985 ...............17 Tabela 7. Evolução da porcentagem da área cultivada com as principais variedades de cana-de-açúcar do Brasil - 1991-2000 ........................................................................18 Tabela 8. Participação da matéria-prima nos preços dos produtos acabados, adotada no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro ................................................57 Tabela 9. A cana padrão no estado do Rio de Janeiro, relativa aos estados do Espírito Santo e São Paulo - sistema PCTS ....................................................................63 Tabela 10. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ............................64 Tabela 11. Influência da variação da fibra industrial (%) no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ............................65 Tabela 12. Variação da pureza % caldo e do ágio sobre o preço da tonelada de cana, segundo a variação do brix % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo .............................................................................................................67 Tabela 13. Variação da pol % cana (PC) e do valor (ágio) da tonelada de cana, segundo a variação da pol % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo ...............................................................................................................................68 Tabela 14. A cana padrão no estado do Rio de Janeiro, relativa aos estados do Espírito Santo e São Paulo - sistema ATR ......................................................................69 Tabela 15. Influência da variação do peso do bolo úmido na fibra industrial e no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ..........................70

xvi

Tabela 16. Influência da variação da fibra industrial (%) no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ...............................................................71 Tabela 17. Variação da pureza % caldo, do açúcar redutor % cana (ARC) e do açúcar total recuperável (ATR), segundo a variação do brix % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo .....................................................................73 Tabela 18. Variação do açúcar total recuperável (ATR), segundo a variação da pol % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo ..............................74 Tabela 19. Preços médios da tonelada de cana apurados pelos dois sistemas de pagamento de cana (PCTS e ATR) no estado do Espírito Santo, safras 1998/99 - 2000/01 ...................................................................................................................................77 Tabela 20. Perdas industriais determinadas pelo Planalsucar nas usinas do estado do Rio de Janeiro - safra 1983/84 ......................................................................................87 Tabela 21. Determinação da pol % cana padrão (PCp) em função da variação das perdas industriais e do rendimento industrial ..................................................................87 Tabela 22. Determinação dos açúcares totais recuperáveis em função da variação das perdas industriais ..........................................................................................................88

xvii

LISTA DE SIGLAS

AR - Açúcares redutores % caldo

ARC - Açúcares redutores % cana

ART - Açúcares redutores totais

Asflucan - Associação Fluminense dos Plantadores de Cana

ATR - Açúcares totais recuperáveis

BA - Boletim de análise

CCS - Commercial cane sugar

Coafocal - Cooperativa Agrícola dos Fornecedores de Cana do Estado do

Espírito Santo

Consecana - Conselho de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool de

São Paulo

Copersucar - Cooperativa Central dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado

de São Paulo

CP - Certificado de pesagem

ESALQ - Escola Superior de Agronomia Luiz de Queirós

EUA - Estados Unidos da América

FAPUR - Fundação de Amparo a Pesquisa da Universidade Federal Rural

do Rio de Janeiro

FGV - Fundação Getúlio Vargas

IAA - Instituto do Açúcar e do Álcool

IAC - Instituto Agronômico de Campinas

IBRE - Instituto Brasileiro de Economia

INPM - Instituto Nacional de Pesos e Medidas

ISS - International sugar scale

LS - Leitura sacarimétrica

MF - Ministério da Fazenda

Orplana - Organização de Plantadores de Cana do Estado de São Paulo

PBU - Peso do bolo úmido

PVU - Posto venda usina

PCTS - Pagamento de cana pelo teor de sacarose

PI - Perdas industriais

PIB - Produto interno bruto

xviii

Planalsucar - Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar

Proálcool - Programa Nacional do Álcool

PUI - Período útil de industrialização

PVU - Posto venda usina

Ridesa - Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroalcooleiro

RS - Revenue share

SJM - Sugar juice molasses

TRS - Theoretically recoverable sugar

TTC - Cloreto de 2,3,5-trifenil tetrazóleo

UE - União Européia

UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense

UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Unica - União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 - Apresentação

A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima utilizada pela indústria mundial de

açúcar. A beterraba, menos competitiva, restringe-se ao mercado doméstico dos

países de clima desfavorável ao cultivo da gramínea.

A cana-de-açúcar é também utilizada em larga escala pelas indústrias de bebidas

alcoólicas. No Brasil, a partir da segunda metade da década de 1970, com a criação

do Proálcool, a cana passou ainda a ser cultivada para produção de álcool

carburante. A partir desse período, o Brasil isolou-se como primeiro produtor mundial

de cana-de-açúcar e de álcool. Com a desaceleração do Proálcool, a partir do final

da década de 1980, a produção nacional de açúcar aumentou substancialmente,

permitindo o país exportar, em 1999, mais de 30% de todo o açúcar comercializado

no mundo.

Com algumas poucas exceções, como na Índia e em Fiji, o pagamento da cana-de-

açúcar, em todo mundo, é feito com base na sua qualidade. Embora tenha sido

implantado na Austrália há mais de um século, esse sistema de pagamento de cana

foi introduzido no Brasil somente em 1978, logo após a implantação do Proálcool.

No primeiro sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose a vigorar no

Brasil, conhecido como PCTS, o valor da tonelada de cana era obtido quando se

comparava a cana analisada com uma cana padrão, cujo preço era estabelecido

pelo governo federal.

Com a liberação dos preços da cana pelo governo federal, os produtores de cana e

industriais de São Paulo constituíram um grupo técnico para desenvolver uma nova

Capítulo I: Introdução 2

sistemática de pagamento de cana. Criou-se então, em 1998, o pagamento de cana

pelos açúcares totais recuperáveis - ATR.

Nesse novo sistema, onde o preço final da matéria-prima depende dos preços de

venda dos produtos comercializados, o fornecedor de cana-de-açúcar passou a

expor-se aos riscos do mercado.

1.2 - Objetivo

O objetivo desse trabalho foi fazer uma análise comparativa dos dois sistemas de

pagamento de cana-de-açúcar, PCTS e ATR, bem como avaliar o sistema em vigor

no estado do Rio de Janeiro, comparando-o com os demais implantados nos

estados do Espírito Santo e São Paulo.

1.3 - Metodologia

Para a elaboração do trabalho foi feita uma ampla revisão bibliográfica onde se

buscou evidenciar os principais aspectos agronômicos e industriais relacionados à

qualidade da cana-de-açúcar. Em seguida, foi feita uma descrição dos sistemas de

pagamento de cana pela qualidade no mundo, pormenorizando os métodos de

amostragem, análise e cálculos adotados no Brasil.

A comparação entre os sistemas nos três estados foi possibilitada, além da revisão

bibliográfica, pelas seguintes medidas:

• São Paulo: visita à sede da Unica – União da Agroindústria Canavieira do Estado

de São Paulo e Orplana – Organização de Plantadores de Cana do Estado de

São Paulo.

• Rio de Janeiro: participação como convidado nas reuniões da comissão técnica

estadual de pagamento de cana e visita à sede da Asflucan – Associação

Fluminense dos Plantadores de Cana e às usinas da região.

• Espírito Santo: participação como membro da comissão de pagamento de cana

da Usina Paineiras/Coafocal, desde 1990.

Para o sistema proposto, foi feito um trabalho experimental onde se comparou um

método colorimétrico de análise de açúcares redutores com o método titulométrico

Capítulo I: Introdução 3

tradicional de Lane & Eynon. O ensaio foi conduzido a partir de amostras coletadas

no laboratório de pagamento de uma usina, localizada no Município de Campos dos

Goytacazes, no Norte Fluminense. Alíquotas de 103 amostras de caldo clarificado

foram analisadas pelo método colorimétrico na Universidade Estadual do Norte

Fluminense. Dentre essas amostras, vinte e três também foram analisadas no

laboratório industrial pelo método titulométrico.

A correlação entre a pureza % caldo e os açúcares redutores % caldo, analisados

pelos dois métodos, possibilitou a obtenção de uma equação de regressão linear

para determinação indireta dos açúcares redutores.

CAPÍTULO II

O SETOR SUCROALCOOLEIRO

2.1 - O setor sucroalcooleiro no mundo

A produção mundial de açúcar no ano de 2000 foi de 130 milhões de toneladas,

sendo 90 milhões de toneladas produzidas a partir da cana-de-açúcar e 40 milhões

de toneladas a partir da beterraba. O consumo mundial de açúcar foi de 127 milhões

de toneladas, o estoque livre foi de 25 milhões de toneladas e o comércio

internacional foi de 35 milhões de toneladas (USDA, 2001).

Os principais países produtores de açúcar a partir da cana-de-açúcar são: Brasil,

Índia, Austrália, África do Sul, Tailândia, México e Cuba. Na China, nos EUA e na

Rússia, o açúcar é produzido a partir das duas fontes principais: cana-de-açúcar e

beterraba. Na União Européia, todo açúcar produzido é proveniente da beterraba.

Os maiores mercados consumidores de açúcar são União Européia, Índia, China,

Brasil, Rússia e EUA. A Rússia, além de ser grande consumidor, é o maior

importador mundial de açúcar. A União Européia, o Japão e a Indonésia também se

destacam como grandes importadores de açúcar.

Como os principais países produtores de açúcar são também os maiores

consumidores, o comércio internacional de açúcar negocia anualmente pouco mais

de um quarto da produção, cerca de 35 milhões de toneladas. Brasil, União

Européia, Austrália, Tailândia, Cuba e África do Sul são os principais exportadores.

O consumo anual per capita é muito variável. Na China, é de apenas oito

kg/habitante-ano. Na Rússia, 32 kg/habitante-ano (USDA, 2001). No Brasil, onde

uma população de 170 milhões de habitantes consome 9 milhões de toneladas de

açúcar, resulta num consumo per capita de 52 kg/habitante-ano, um dos mais

elevados do mundo.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 5

No Quadro 1, verifica-se que em apenas 12 países concentram-se 74% da

produção, 63% do consumo, 49% da importação e 85% da exportação mundial de

açúcar.

Quadro 1. Produção, consumo, importação e exportação anual de açúcar no mundo, segundo os principais países, em milhões de toneladas.

Produção Consumo Importação Exportação UE (18,5) Índia (16,9) Rússia (4,4) Brasil (7,9) Índia (16,9) UE (14,3) UE (1,9) UE (5,8) Brasil (16,9) EUA (9,1) EUA (1,9) Austrália (4,1) China (8,1) Brasil (9,0) Japão (1,6) Tailândia (3,7) EUA (7,5) China (8,9) Indonésia (1,5) Cuba (3,2) Tailândia (5,4) Rússia (5,4) Irã (1,3) África do Sul (1,3) Austrália (5,3) México (4,4) Canadá (1,1) Guatemala (1,2) México (5,1) Paquistão (3,2) Argélia (0,9) Colômbia (0,9) Cuba (3,9) Indonésia (3,2) Egito (0,8) México (0,7) Paquistão (3,1) Japão (2,3) China (0,7) Polônia (0,4) África do Sul (2,7) Turquia (2,1) Índia (0,5) Ucrânia (0,4) Turquia (2,3) Ucrânia (2,1) Paquistão (0,4) Turquia (0,3) Subtotal (95,7) Subtotal (80,9) Subtotal (17,0) Subtotal (29,4) Mundo (130,0) Mundo (127,0) Mundo (35,0) Mundo (35,0)

Fonte: USDA – United States Department of Agriculture. Nota: Média de 5 anos, de 1996 a 2000.

2.2 - O setor sucroalcooleiro no Brasil

O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar e alterna o “ranking” de maior

produtor mundial com a Índia e a União Européia. Na safra 1999/2000, da produção

recorde 19 milhões de toneladas de açúcar, o país exportou 11 milhões de

toneladas, quase um terço de todo contingente comercializado no mundo.

O que mais destaca o Brasil no cenário internacional sucroalcooleiro são as

produções de cana-de-açúcar e de álcool. Na safra 98/99, foram produzidas 315

milhões de toneladas de cana, cerca de 30% da produção mundial, em uma área de

4 milhões de hectares. Parte significativa dessa produção, cerca de 40%, destina-se

à fabricação de álcool anidro e hidratado. O primeiro é usado como aditivo da

gasolina, numa proporção que oscila em torno de 22%, dependendo da política do

governo federal. O último é usado diretamente nos veículos como carburante. A

produção anual de álcool é 13 milhões de metros cúbicos anuais, isolando o país

como primeiro produtor mundial.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 6

Tabela 1. Produção brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool, por Grande Região produtora – safras 1998/99 – 2000/2001.

Cana-de-açúcar (106 t) Açúcar (106 t) Álcool (106 m3) Região 98/99 99/00 00/01 98/99 99/00 00/01 98/99 99/00 00/01 Norte-Nordeste 45,1 43,0 45,3 2,8 2,5 3,2 1,6 1,4 1,4 Centro-Sul 269,9 264,0 207,1 15,2 16,9 12,6 12,3 11,6 9,1 Brasil 315,0 307,0 252,4 18,0 19,4 15,8 13,9 13,0 10,5

Fonte: Unica - União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo.

A Tabela 1A, no Apêndice A, apresenta a produção de cana-de-açúcar, açúcar e

álcool nos estados do Brasil, no período de 1998 a 2000.

O Brasil é o único país do mundo a implantar em larga escala um combustível

alternativo ao petróleo. Na Tabela 2, observa-se que, dentre as 318 indústrias

espalhadas pelo país, em apenas 15 não se produz álcool. O álcool é hoje

reconhecido mundialmente pelas suas vantagens ambientais, sociais e econômicas,

e os países do primeiro mundo já estão interessados em nossa tecnologia.

Tabela 2. Número de unidades produtoras, por Grande Região, segundo o tipo de produto fabricado - safra 2000/2001.

Produto

Centro- Sul

Norte- Nordeste

Brasil

Açúcar 7 8 15 Álcool 82 31 113 Açúcar e Álcool 143 47 190 Total 232 86 318

Fonte: Unica - União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo.

O mercado sucroalcooleiro nacional é um setor do "agribusiness" que movimenta

anualmente cerca de US$ 8 bilhões, correspondente a 2,3% do PIB brasileiro: 7% no

setor de insumos modernos; 32% na produção agrícola; 21% na produção industrial;

16% na distribuição e vendas; 24% na arrecadação de impostos (Unica, 2001).

Com aproximadamente 1,2 milhão de empregos, é o maior empregador de

trabalhadores não qualificados, apresentando assim, impactos sociais bastante

expressivos do ponto de vista quantitativo.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 7

O período de moagem na Região Centro-Sul estende-se de abril a dezembro,

enquanto que na Região Norte-Nordeste, a safra inicia-se em agosto e termina em

março do ano seguinte. Com isso, o setor mantém-se produzindo ao longo de todo

o ano. Parte da mão-de-obra do nordeste se desloca para cortar cana no período de

moagem da Região Centro-Sul. É o caso do estado do Espírito Santo, que emprega

anualmente mais de mil nordestinos nas destilarias do Norte e na usina do Sul do

Estado.

2.2.1 - O setor sucroalcooleiro no estado de São Paulo

O estado de São Paulo lidera todas as estatísticas do setor sucroalcooleiro nacional:

é o maior produtor de cana, açúcar e álcool, respondendo por cerca de 60% desse

setor. A cana-de-açúcar, cultivada em 14,0% da área (2,8 milhões de hectares),

participa com 27,2% do valor da produção agropecuária, gerando a maior renda

agrícola do Estado.

Na safra 1999/2000, foram processadas no Brasil 307 milhões de toneladas de

cana-de-açúcar, sendo que São Paulo foi responsável por aproximadamente 194

milhões de toneladas de cana, sendo 148 milhões produzidas pelas unidades

industriais e 46 milhões pelos fornecedores de cana.

Segundo a Unica (2001), apenas 7% dos empregos paulistas estão no meio rural

(1,04 milhão de trabalhadores). Cerca de 40% desses empregos (400 mil empregos

diretos) são absorvidos pelo setor sucroalcooleiro, 95% deles registrados em carteira

de trabalho.

Na safra 1999/20000, o estado de São Paulo produziu 13 milhões de toneladas de

açúcar, 68% da produção nacional, e foi responsável por 61% (4,0 milhões de

toneladas) das exportações brasileiras de açúcar. Nessa safra, o setor

sucroalcooleiro paulista foi responsável por 63% (9,4 bilhões de litros) da produção

nacional de álcool (15,0 bilhões de litros), consumindo 61% (5,6 bilhões de litros) da

produção. O restante (3,8 bilhões de litros) foi exportado para o resto do país.

Em São Paulo circulam 40% (1,5 milhão de veículos) da frota de carro a álcool do

país (3,8 milhões de veículos).

Há vinte anos, desde o início do Proálcool, o setor tem reduzido seus custos de

produção de álcool a uma taxa de 3,2% ao ano. O setor privado sucroalcooleiro

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 8

investe cerca de US$ 20 milhões por ano em Pesquisa e Desenvolvimento e

mantém um grande potencial para reduzir efetivamente os custos de produção.

Segundo a Orplana (2000), a utilização do álcool combustível em São Paulo

promoveu a redução de 50% do índice de emissão de monóxido de carbono e

substituiu totalmente o chumbo tetraetila como aditivo da gasolina, contribuindo para

diminuir esses tipos de poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo.

Os fornecedores de cana do estado de São Paulo, em número de 11.670, foram

responsáveis por, aproximadamente, 25% de toda matéria-prima processada no

Estado ou o equivalente a 46 milhões de toneladas de cana na safra 99/00, ou

ainda, o equivalente a 3 milhões de toneladas de açúcar e 2,2 bilhões de litros de

álcool carburante. Do total de fornecedores, 91% produzem até 10.000 toneladas de

cana e foram responsáveis por 39% da produção, sendo que apenas 9% dos

produtores entregaram 61% da produção.

Em São Paulo, já existem 12 unidades industriais de açúcar e de álcool gerando,

através do bagaço de cana, energia elétrica distribuída pela rede das

concessionárias (cogeração).

2.2.2 - O setor sucroalcooleiro no estado do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro sempre esteve entre os maiores estados produtores de cana-de-

açúcar do país, desde o período colonial até meados da década de 1980.

Em 1975, ano em que se implantou o Proálcool, o Rio de Janeiro era o quarto

estado do Brasil em área cultivada com cana-de-açúcar, perdendo para São Paulo,

Pernambuco e Alagoas.

A partir desse período, a produção de cana-de-açúcar aumentou significativamente

nos estados de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,

deixando o estado do Rio de Janeiro em nono lugar (Tabela 3).

Na Tabela 3, verifica-se que entre 1975 e 1995 a área cultivada com cana-de-açúcar

no Paraná aumentou cerca de 400%. Em São Paulo e Minas Gerais, o aumento foi

de cerca de 200% e no Rio de Janeiro a área cultivada diminuiu.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 9

Tabela 3. Área cultivada com cana-de-açúcar nos principais estados produtores brasileiros, por quinquênio – 1975-1995, em milhares de hectares.

Estado 19751 19801 19852 19903 19953

São Paulo 760 1.218 2.001 1.812 2.259Pernambuco 391 420 510 467 418 Alagoas 326 370 460 559 450 Minas Gerais 86 125 234 298 268 Rio de Janeiro 190 217 219 205 162 Paraná 49 83 164 159 256 Outros 131 243 577 788 753 Brasil 1.933 2.676 4.165 4.288 4.566

Fonte: IAA/Planalsucar (1986)1; IAA (1986)2; UFRRJ (1999)3.

A produção de cana-de-açúcar no Rio de Janeiro representa atualmente apenas 2%

do contexto nacional, mas é bastante expressiva para a Região Norte Fluminense,

onde é produzida. A agroindústria sucroalcooleira ocupa o primeiro lugar no setor

primário da economia da Região Norte Fluminense. O setor industrial participa com

31,08% do PIB Regional, sendo 50% desse valor provenientes do setor

sucroalcooleiro (Rio de Janeiro, 1997), que gera 20 mil empregos diretos e 50 mil

indiretos (CIDE, 2000).

O estado do Rio de Janeiro é formado por 8 Grandes Regiões Geográficas. Na

Região Norte Fluminense encontra-se instalado todo o parque sucroalcooleiro, com

exceção da única destilaria autônoma de álcool do Estado, localizada na Região das

Baixadas Litorâneas.

A Região Norte Fluminense é formada por nove municípios: Campos dos

Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana e São João

da Barra, que formam a Microrregião de Campos dos Goytacazes, e Macaé,

Carapebus, Conceição de Macabú e Quissamã, que formam a Microrregião de

Macaé.

O Município de Campos dos Goytacazes ocupa a maior área do Estado. Seus

4.037,8 km2 correspondem a 9,2% do Estado (43.909,7 km2). Está localizado a 13

metros de altitude, nas coordenadas geográficas 21º45’15’’ de latitude sul e

41º19’28’’ de longitude oeste (CIDE, 2000). É o principal município da Região Norte

Fluminense em arrecadação de ICMS, correspondendo a 65,6% do total da Região

em 1996 (Rio de Janeiro, 1997).

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 10

Dentre as 18 indústrias em funcionamento no início da década de 1980, apenas 10

operaram na safra 2000/2001. As usinas Sapucaia e Santa Cruz se destacam das

demais, esmagando mais de 50% do total de cana-de-açúcar da Região (Tabela 4).

Tabela 4. Quantidade de cana-de-açúcar esmagada no estado do Rio de Janeiro, por unidade industrial – safras 1998/99 a 2000/2001.

Unidade industrial 1998/99 1999/00 2000/01 No Nome (103t) (%) (103t) (%) (103t) (%)

1 Agrisa 126 2,4 107 2,1 63 1,6 2 Pureza 93 1,8 66 1,3 100 2,5 3 Carapebus 305 5,9 217 4,4 148 3,8 4 Quissamã 365 7,0 334 6,7 223 5,7 5 Barcelos 499 9,6 379 7,6 304 7,7 6 Cupim 450 8,6 404 8,1 313 7,9 7 São José 435 8,3 427 8,6 334 8,5 8 Paraíso 452 8,7 447 9,0 343 8,7 9 Santa Cruz 914 17,5 1.054 21,2 768 19,5 10 Sapucaia 1.573 30,2 1.526 30,8 1.339 34,0

Total 5.212 100,0 4.961 100,0 3.935 100,0

Fonte: Sindicato da Indústria e da Refinação do Açúcar no Estado do Rio de Janeiro.

As indústrias que foram desativadas encontram-se na Tabela 5.

Tabela 5. Unidades industriais desativadas no estado do Rio de Janeiro a partir da década de 1980.

Unidade industrial

Ano de encerramento

Novo Horizonte 1985 Santa Maria 1990 Outeiro 1991 Victor Sense (Conceição) 1994 Baixa Grande (Santo Amaro) 1995 Queimado 1995 São João 1996 Cambayba 1996

Fonte: Sindicato da Indústria e da Refinação do Açúcar no Estado do Rio de Janeiro.

A Tabela 2A, no Apêndice A, apresenta a produção de cana-de-açúcar por unidade

produtora no estado do Rio de Janeiro no período de 1980 a 2000.

A Tabela 3A, no Apêndice A, apresenta a produção de cana, açúcar e álcool no

estado do Rio de Janeiro no período de 1980 a 2000. A cana adquirida refere-se à

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 11

matéria-prima recebida de fornecedores, e corresponde a 54% da quantidade de

cana esmagada pelas indústrias nesse período. Os 46% restantes são de canas

próprias, produzidas pelas usinas.

O rendimento agrícola da cana-de-açúcar no Rio de Janeiro é o mais baixo dentre os

principais estados produtores. A média histórica não atinge 50 toneladas de cana

por hectare (t/ha), enquanto o estado de São Paulo se aproxima de 80 t/ha.

A baixa produtividade agrícola na Região deve-se principalmente ao déficit hídrico. A

Figura 1 apresenta a pluviosidade anual medida na Cidade de Campos dos

Goytacazes nos últimos 25 anos. A Tabela 4A, no Apêndice A, apresenta a

distribuição mensal das chuvas nesse período, com média anual de 886 mm.

400

600

800

1000

1200

1400

1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000Ano

Plu

vios

idad

e (m

m)

Figura 1. Precipitação pluviométrica anual no Município de Campos dos Goytacazes, em milímetros, 1976 -2000. Fonte: Posto Climatológico do Campus Dr. Leonel Miranda - UFRRJ.

Na Região canavieira do Norte Fluminense, a pluviosidade varia de 800 a 1200 mm,

do litoral para interior (UFRRJ, 1999). Nesse período de 25 anos, somente no ano de

1983 houve precipitação pluviométrica acima de 1200 mm, valor considerado

satisfatório para suprir a necessidade de água para a cana-de-açúcar. O déficit

hídrico é, portanto, de 400 a 600 mm anuais.

Além disso, a pluviosidade é irregular, distinguindo-se um período de outubro a

março como de alta pluviosidade, especialmente no trimestre novembro a janeiro.

No outro período de baixa pluviosidade, de abril a setembro, o trimestre junho a

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 12

agosto é o mais seco (UFRRJ, 1999). É esse período de estiagem, associado ao

inverno, que propicia a maturação da cana.

2.2.3 - O setor sucroalcooleiro no estado do Espírito Santo

O Espírito Santo possui duas regiões produtoras de cana-de-açúcar, uma no Norte e

a outra no Sul do Estado.

A Região Norte conta com cinco destilarias autônomas que processam 90% de

canas próprias e de acionistas para produção de álcool anidro e hidratado.

A Região Sul possui uma única usina, construída em 1911 pelo governo estadual,

privatizada em 1937 pelo atual grupo proprietário. Ocupando uma área de 16 mil

hectares, onde 9 mil são reservados ao cultivo da cana, a Usina Paineiras produz

anualmente cerca de 450 mil toneladas de cana. A usina conta ainda com cerca de

mil fornecedores de cana dos quais recebe até 500 mil toneladas de cana por safra.

São pequenos proprietários rurais, que trabalham em regime de economia familiar,

que geram em torno de 1500 empregos nos períodos de safra. Nesses períodos, o

quadro de funcionários da usina aumenta de 1200 para 2500. Na safra 1999/2000,

a usina produziu 900 mil sacas de 50 kg açúcar e 32 milhões de litros de álcool,

respondendo por 100% do açúcar e 26% da produção estadual de álcool.

A sistemática de pagamento de cana em vigor nesta usina é que servirá de

referência para as comparações feitas entre os estados de Espírito Santo, Rio de

Janeiro e São Paulo no presente trabalho.

As Tabelas 26A, 27A e 28A, no Apêndice A, fornecem as médias quinzenais

tecnológicas obtidas, respectivamente, nas safras1999/00, 2000/01 e 2001/02.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 13

2.3 - Origem e expansão da cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar comercial não é conhecida em estado selvagem e provavelmente

tenha sido cultivada primeiramente no sudeste da Ásia e na Índia Ocidental (Aranha

& Yahn, 1987). O certo é que a Índia foi um importante centro de irradiação dessa

gramínea, propagando-a para a China, ilhas do Pacífico e Pérsia. Da Pérsia foi

levada pelos conquistadores árabes à costa oriental do Mediterrâneo, Sicília e

Península Ibérica. Em 1300, a Espanha já exportava seu açúcar produzido. No

século XV, Portugal produzia e exportava açúcar para Alemanha e Inglaterra. Nessa

época, o açúcar era uma especiaria utilizada como remédio ou condimento exótico.

No século XVI ainda era um produto de luxo, consumido pela aristocracia européia

(Fausto, 1975).

Na segunda metade do século XV, a expansão marítima possibilitou a descoberta de

uma nova rota comercial entre a Europa e o Oriente, contornando o continente

africano. Portugal abastecia o mercado europeu com açúcar produzido nas ilhas da

costa ocidental africana: Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde e São Tomé. O

próximo passo foi a transferência dessa atividade econômica para sua mais nova

colônia ultramariana.

Não se sabe exatamente quando os portugueses introduziram a cana-de-açúcar no

Brasil. Contudo, a expedição de Martim Afonso de Souza, que trouxe mão-de-obra

qualificada da Ilha da Madeira, foi o marco inicial da produção açucareira em larga

escala. A propagação da cana-de-açúcar e dos engenhos se deu em todas as 14

capitanias. Em São Vicente, foi fundado o primeiro deles – o São Jorge dos

Erasmos. Da capitania do Espírito Santo, segundo Avelar (1970), saiu pelo Navio

Brás Teles, em 1545, o primeiro açúcar brasileiro expressamente registrado. Na

capitania de São Tomé, especialmente na região do atual Município de Campos dos

Goytacazes, o principal produto foi a cachaça, usada principalmente como moeda de

escambo. Foram, no entanto, as capitanias de Pernambuco e Bahia que se

destacaram como os grandes centros produtores de açúcar no Brasil colonial. A

associação dos fatores climático, geográfico, político e econômico propiciou esse

destaque. A Região Norte, como era chamada, era favorecida pela qualidade do

solo massapé e pela proximidade com a Europa, em detrimento à Região Sul. Além

disso, concentrava as atividades econômicas e sociais. A cidade de Salvador, que

foi capital do Brasil até 1763, e a de Recife tornaram-se portos importantes,

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 14

enquanto a região Sul, menos urbanizada, mantinha-se alijada da economia

exportadora.

A indústria do açúcar não se estabeleceu no Brasil Colônia por acaso. Os europeus

vieram a se interessar pelo continente americano no século XV, e sobretudo no XVI,

na qualidade de comerciantes, e não propriamente como colonizadores (Ab’Saber,

1968).

No século XVII, o açúcar torna-se o estímulo econômico das invasões holandesas.

Expulsos do Brasil em 1654, os holandeses levam o seu know-how para as Antilhas,

que se tornam prósperos concorrente, favorecidos ainda pela excelente posição

geográfica (Avelar, 1970).

Segundo Avelar (1970), o incremento da escravidão africana está fortemente

relacionado à lavoura e à indústria canavieira. O engenho era uma propriedade

latifundiária, cujas construções existentes eram: a Casa Grande (residência do

senhor), a Senzala (dos escravos), a Capela e a Casa de Máquinas (engenho).

2.4 - Aspectos agronômicos

2.4.1 - Cultivo

A cana-de-açúcar é uma gramínea que se propaga vegetativamente por meio de

toletes. Na fase adulta, é composta, essencialmente, por duas partes: uma

subterrânea, constituída por rizomas e raízes, e outra aérea, composta por colmo,

folhas e flores. O colmo, que é constituído por nós e entrenós (gomos) contém em

sua parte interna o tecido fundamental, ou parenquimatoso, formado de células

isodiamétricas que desempenham a função de depósito do açúcar. Os nós e a casca

do colmo são componentes com maior teor de fibra e apresentam um menor teor de

açúcar. O tecido fibroso funciona como o elemento de sustentação da planta. Ao

longo do colmo, que é a parte da planta mais importante do ponto de vista industrial,

ocorre um gradiente decrescente de concentração de açúcar, da parte basal para a

apical.

A cana possui características de planta perene; após o corte da cana-planta, obtém-

se a primeira soca, que se forma a partir da brotação do caule subterrâneo.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 15

Posteriormente obtém-se a segunda soca ou ressoca e assim por diante

(IAA/Planalsucar, 1986).

2.4.2 - Escolha da variedade

A escolha da variedade da cana a ser cultivada não depende somente do seu

conteúdo de açúcar. Um importante fator a ser considerado é a sua resistência às

pragas e doenças. Na África do Sul, variedades sensíveis à ferrugem e ao mosaico

foram retiradas da lista de variedades que os produtores têm permissão para plantar

(LMC, 1997).

Após a resistência às doenças, os produtores devem escolher variedades que sejam

apropriadas para as condições onde serão cultivadas. Algumas variedades podem

tolerar condições mais pobres de crescimento, outras são mais resistentes à seca ou

ao frio. É freqüente o caso em que, para atender à dupla condição de resistência às

doenças/pragas e à localidade do plantio, produtores optam por variedades não

otimizadas no que diz respeito a outros fatores, notadamente em termos de

qualidade.

A cana-de-açúcar é classificada, em Botânica, como pertencente ao gênero

Saccharum. Considerando-se a espécie, a classificação mais aceita é a de Jeswiet,

feita 1925: S. officinarum, S. spontaneum, S. barberi, S. sinensis e S. robustum

(Bacchi, 1985).

A espécie S. officinarum , conhecida como “cana nobre”, recebe nomes vulgares,

como Caiana, Riscada, Manteiga, etc. Possui colmos grossos, baixo teor de fibra e

elevada riqueza sacarina. Em contrapartida, é muito exigente em clima e solo e

possui baixa resistência às doenças. As demais espécies são caracterizadas pela

alta rusticidade e baixo teor de sacarose.

Uma variedade de cana, ou “cultivar”, resulta do cruzamento de diferentes espécies

com o objetivo de se produzir plantas que atendam às exigências do ponto de vista

agrícola e industrial. Cruzamentos inter-específicos, com plantas do gênero

Miscanthus spp e Erianthus spp também são realizados com o mesmo objetivo

(Oliveira, 2001).

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 16

As variedades cultivadas na agroindústria, resultantes desses cruzamentos, são

codificadas pela origem de sua obtenção, pelo ano do cruzamento e pelo número do

indivíduo obtido:

• CB45-3: Campos Brasil, ano de 1945, “seedling” n° 3.

• RB72454: República do Brasil, ano de 1972, “seedling” n° 454.

• SP80-1842: São Paulo, ano de 1980, “seedling n° 1842.

• IAC52-326: Instituto Agronômico de Campinas, ano de 1952, “seedling” n° 326.

Quadro 2. Origem da sigla das principais variedades de cana-de-açúcar cultivadas no Brasil, segundo o local onde foi desenvolvida.

Brasil Exterior Sigla Origem Sigla Origem CB Campos – Brasil NA Norte da Argentina RB República do Brasil Co Coimbatore, India SP São Paulo POJ Proofstation Oest, Java IAC Instituto Agronômico de Campinas CP Canal Point, EUA

Fonte: Oliveira (2001), com adaptações.

As instituições brasileiras envolvidas na pesquisa de novas variedades de cana-de-

açúcar foram citadas por Moll (1997):

• Ridesa – Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroalcooleiro,

formada pelas áreas de melhoramento de sete Universidades Federais.

Desenvolve as variedades RB, lançadas pelo extinto Planalsucar - Programa

Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar - do Instituto do Açúcar e do

Álcool. Apesar da mesma sigla, RB agora significa Ridesa Brasil.

• Copersucar – Cooperativa Central dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado

de São Paulo, desenvolve as variedades SP.

• IAC – Instituto agronômico de Campinas, desenvolve as variedades IAC.

As duas primeiras instituições, Ridesa e Copersucar, são responsáveis pela quase

totalidade das variedades lançadas atualmente, em proporções iguais.

A Tabela 6 apresenta as dez variedades de cana-de-açúcar mais importantes do

Brasil, em termos de área cultivada, no ano de 1985. Quatro delas eram oriundas do

exterior e dentre as seis variedades nacionais, três foram desenvolvidas na estação

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 17

experimental de Campos. Nota-se ainda que as variedades RB não figuravam entre

as dez principais. Outra característica importante da época era o pequeno leque de

variedades existentes; 58% da área de plantio era ocupada por apenas 3

variedades. A primeira delas, a NA56-79, por ser sensível à ferrugem e ao carvão

(Matsuoka, 1999), passou a ser gradativamente substituída pelas novas variedades

nacionais, RB e SP, recentemente desenvolvidas e com características agro-

industriais superiores.

Tabela 6. Variedades de cana-de-açúcar mais cultivadas no Brasil – 1985.

Área Classificação

Variedade ha (103) %

1 NA56-79 1.155 27,7 2 CB45-3 893 21,4 3 SP70-1143 369 8,9 4 Co331 215 5,2 5 CP51-22 197 4,7 6 IAC52-150 137 3,3 7 CB41-76 116 2,8 8 Co997 84 2,0 9 CB47-355 74 1,8 10 IAC51-205 68 1,6 - Outras 857 20,5

Fonte: Resumo de indicadores Açúcar e Álcool - safras 1984/85 e 1985/86 – IAA.

A variedade CB 45-3 passou a liderou o “ranking” nacional em área cultivada até

1991 (Tabela 7). Conhecida nacionalmente pelo nome de Roxinha, foi desenvolvida

em Campos por Frederico de Menezes Veiga, na antiga Estação Experimental de

Campos, RJ.

A Tabela 7 apresenta as nove primeiras variedades de cana-de-açúcar do Brasil em

área cultivada (%), ordenadas pelo censo de 1999. A décima foi inserida para ilustrar

sua posição no “ranking”. Verifica-se nessa tabela uma mudança expressiva no

“plantel” de variedades ao longo dos anos. As 3 variedades mais cultivadas no meio

da década de 80, apresentadas na Tabela 6, representavam apenas 9,5% da área

de plantio no ano 2000. Outro destaque é a ampliação do leque de variedades

cultivadas; no ano 2000 as três principais variedades representavam somente 35,5%

da área plantada.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 18

Tabela 7. Evolução da porcentagem da área cultivada com as principais variedades de cana-de-açúcar do Brasil - 1991-2000.

Variedade1 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 20002 RB72454 5,1 7,4 11,2 16,8 20,3 22,7 22,8 22,4 21,6 18,8 SP79-1011 0,3 0,7 2,0 3,9 5,8 8,0 9,3 9,2 10,0 9,6 SP70-1143 18,0 18,0 18,5 17,9 17,0 15,8 13,4 11,7 9,1 7,1 SP80-1842 - - - 0,1 0,4 1,0 2,3 3,8 4,8 5,6 RB835486 - - - 0,1 0,4 1,0 1,9 3,0 3,8 4,8 RB785148 0,3 0,6 1,1 2,3 2,9 3,9 4,4 4,3 3,7 2,9 SP71-1406 14,8 13,9 13,1 10,5 8,4 6,4 5,7 3,9 3,3 2,8 RB835089 - - - 0,2 0,7 1,5 2,3 2,9 3,1 3,2 CB 45-3 18,6 15,7 12,0 10,8 8,1 5,5 4,7 3,7 3,0 2,0 NA 56-79 9,6 6,8 4,5 2,2 1,6 1,2 0,9 0,8 0,5 0,4

Fonte: Copersucar (2000). 1 Variedades ordenadas pelo censo de 1999, com inclusão da NA 56-79. 2 Previsão. Nota: Em negrito, destaca-se a variedade mais cultivada em cada ano.

2.4.3 - Tratos culturais

2.4.3.1 - Desequilíbrio nutricional

Um excesso de nitrogênio ou uma aplicação tardia, próxima do período de colheita,

diminui o teor de sacarose na planta. A presença de potássio contribui no aumento

do teor de cinzas no açúcar. O excesso de potássio ou de cloreto onde a água tem

problema de salinidade, também diminuem a concentração de açúcar. Solos com

deficiência de ferro tornam a planta atrofiada.

2.4.3.2 - Pragas e doenças

A incidência de pragas e doenças, e em particular o primeiro, pode afetar seriamente

a qualidade da cana. Pragas como a broca Eldana, na África do Sul, e a broca do

colmo nos EUA e no Brasil, causam consideráveis danos nos colmos das canas. A

infestação leva à perda de qualidade da cana, diminuindo a pureza do caldo e

aumentando os teores de açúcares redutores e de fibra.

No Brasil, o controle biológico das pragas da cana-de-açúcar, como as brocas

Diatraea spp., proporcionou redução significativa na utilização de defensivos

agrícolas, diminuindo substancialmente sua agressão ambiental.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 19

A ocorrência de doenças da cana-de-açúcar no Brasil e no mundo tem sido a

principal causa da substituição das variedades cultivadas. Dentre as mais de 50

doenças que afetam a cana-de-açúcar, dez são realmente de importância

econômica no Brasil e foram citadas por Pin (1988) de acordo com o local de

incidência, a saber:

Folhas: Mosaico, Escaldadura das folhas, Ferrugem, Mancha amarela e Carvão;

Colmo: Podridão da casca, Podridão vermelha e Raquitismo da soqueira;

Raiz: Fitonematóides;

Touceira: Complexo doença (Síndrome).

2.4.3.3 - Clima

O clima altera a velocidade de deterioração da cana após a colheita. A pluviosidade

e a temperatura são os fatores climáticos que mais interferem na qualidade da cana.

A cana-de-açúcar, normalmente associada à regiões de clima tropical e subtropical,

sofre danos provocados pelo frio em alguns países. Isso ocorre nos EUA,

principalmente em Louisiana; na Argentina, principalmente na Província de

Tucumán, e na África do Sul, nas regiões altas de Kwa-Zulu da Província de Natal. O

efeito negativo da temperatura se intensifica quando cai abaixo de –4°C (LMC,

1997).

Devido ao frio intenso no inverno em Louisiana, a indústria é forçada a adotar uma

safra de curta duração, evitando-se alcançar os meses frios de dezembro e janeiro.

Isso faz com que se esmague a cana antes de atingir a maturação, com apenas

nove meses (LMC, 1997).

Usando maturadores, tem-se conseguido diminuir o período de safra colhendo a

matéria-prima com uma concentração de sacarose aceitável.

2.4.4 - Colheita

A colheita da cana deve ser realizada quando ela atinge maior grau de maturidade,

onde o teor de sacarose (ATR) é máximo. A capacidade de uma variedade manter

esse valor relativamente alto por um determinado período de tempo é denominado

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 20

período útil de industrialização (PUI). A Figura 2 mostra a variação desses períodos

na Região Centro-Sul, sendo classificados como curtos, médios e longos.

ATR

PUI curto

PUI médio

PUI longo

abr maio jun jul ago set out nov

Figura 2. Os diferentes tipos de período útil de industrialização (PUI) da cana-de-açúcar.

Para manter constante o abastecimento de matéria-prima na indústria, é quase

impossível colher a cana no seu ponto de máximo de maturação.

A idade ideal para se colher a cana depende da região onde ela esteja sendo

produzida. Nas regiões tropicais, situa-se em torno de 12 meses. Entretanto, a idade

fisiológica da planta nem sempre acompanha a idade cronológica.

Em regiões frias, como é o caso das terras altas do Quênia e média da Kwa-Zulu

Natal, na África do Sul, a idade aumenta atingindo em média 24 meses. Na África do

Sul, a infestação pela broca Eldana saccharina aumenta acentuadamente nas canas

acima de 12 meses. Nas regiões onde se colhiam tradicionalmente as canas acima

de 24 meses de idade, a recomendação é cortar a cana soca com 18 meses e a

cana planta com 21 meses (LMC, 1997).

O período de duração da safra exerce importante influência sobra a qualidade da

cana, particularmente sobre o teor de sacarose e pureza do caldo. Por esse motivo,

países como a Jamaica, Austrália e África do Sul introduziram o sistema de

pagamento de cana relativo, compensando os produtores que fornecem cana no

início e fim de safra, períodos que a cana encontra-se com baixa qualidade. Mesmo

assim os fornecedores de cana na Austrália têm resistido à pretensão da indústria

em estender o período de safra. Na Austrália, onde o teor de sacarose e pureza são

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 21

altos, o período de safra é curto, entre 150 e 160 dias. Na África do Sul, onde a

qualidade da cana é inferior, a safra se estende por mais de 220 dias (LMC, 1997).

No Brasil, a duração da safra é de abril a dezembro na Região Centro-Sul, e de

agosto a março na Região Norte -Nordeste.

A duração da safra é um tema de interesse contrário entre as partes envolvidas.

Quando existe matéria-prima disponível, o industrial procura alongar o período de

moagem, permitindo utilizar seu capital instalado ao longo do ano. Por outro lado, o

fornecedor prefere entregar a cana no pico de maturação, quando o teor de

sacarose é maximizado.

A partir do momento que se decide colher a cana-de-açúcar, dois efeitos negativos

sobre a sua qualidade começam a ser evidenciados: a deterioração e a presença de

matéria estranha (impurezas). A quantidade de matéria estranha depende da cana

ter sido ou não queimada e do tipo de corte feito, manual ou mecânico. A

deterioração depende, além desses dois procedimentos, do tempo decorrido entre o

início da colheita e o do processamento.

2.4.4.1 - Cana queimada versus cana crua

A queima do canavial é uma forma de despalha que visa a diminuir o teor de

impurezas vegetais da matéria-prima enviada à indústria. Em geral, as usinas

preferem receber canas verdes (cruas, ou não-queimadas), desde que relativamente

livres de palhas. Entretanto, em muitas regiões onde a cana é cortada manualmente,

o aumento nos custos com mão-de-obra fez com que se adotasse a prática da

queima de cana, obtendo-se um aumento significativo no rendimento do corte. No

Brasil, um cortador de cana corta diariamente cerca de seis toneladas de cana

queimada, ou três de cana crua.

Até recentemente, nas indústrias onde a colheita é feita mecanicamente, a maior

parte da cana era queimada antes de ser colhida. Cuba é uma exceção a essa

regra. Porém, o desenvolvimento de cortadoras mecânicas permitiu a obtenção de

rendimentos de corte de cana verde próximos aos de cana queimada. Os pioneiros

na colheita mecanizada de cana verde foram da região de Queensland, na Áustrália,

onde cerca de 55% da cana é atualmente cortada verde (LMC, 1997).

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 22

A queima de cana é uma prática recente. Em Barbados foi introduzida no início da

década de 70. Na Tailândia, a queima foi adotada em larga escala somente no início

dos anos 90.

Em muitas indústrias, como a do Brasil, a cana é queimada em pé, antes de ser

colhida. Em Louisiana, EUA, a cana é queimada após o corte, quando deixada

estendida em linhas.

Quando a cana é queimada, ela perde a camada cerosa externa do colmo. Essa

camada de cera, chamada de cerosina, protege as células da perda de água e da

invasão de microrganismos, como bactérias e fungos. A bactéria mais comumente

encontrada na cana-de-açúcar é a Leuconostoc spp. A invasão do colmo da cana

pelo Leuconostoc contribui para o aumento rápido da perda de sacarose, do

aumento dos açúcares redutores (glicose e frutose) e um grande aumento de

polissacarídeos, principalmente dextranas. A formação de dextrana, uma substância

em forma de goma, ocorre numa taxa que varia de 0,2% a 0,4% ao dia. A presença

de dextrana no caldo, em elevados níveis, prejudica a cristalização do açúcar. Além

da ação microbiana, o fogo causa mudanças fisiológicas, em função da intensidade

da queima, e que a perda pode chegar a 6%. Os principais efeitos decorrentes da

queima da cana foram relacionados por Foster e Irvin e citados por Silva et al.

(1994):

• Destruição térmica da sacarose pela fervura do caldo no interior do colmo;

• Diluição do caldo pelo fluxo ascendente de água pelos feixes vasculares;

• Perda de açúcar em solução pelo sistema radicular logo após a queima;

• Perda de sacarose por exsudação para a superfície do colmo.

Em um ensaio realizado em Campos dos Goytacazes, Rio de janeiro, Parazzi e

Bolsanello (1979) verificaram que a cana queimada e mantida em pé deteriora-se

mais rapidamente que aquela queimada e cortada. A deterioração da cana

queimada e cortada é apreciavelmente menor que a da cana cortada crua.

O método de colheita é igualmente importante. Experimentos com cana crua e

queimada na Austrália indicaram que cana queimada apresentou uma taxa de

deterioração mais rápida que cana crua. Nesses mesmos experimentos, os

pesquisadores também mostraram que pequenos toletes de cana, e cana que havia

sido danificada, deteriora-se mais rapidamente, em média, que toletes grandes de

cana. Experimento semelhante realizado em Louisiana, EUA, comparando amostras

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 23

de cana crua inteira e em toletes, revelou pequena deterioração em cana inteira,

com aumento significativo de gomas (polissacarídeos) ocorrendo somente no sexto

dia. Em comparação, as canas em toletes, sob condições semelhantes mostraram a

presença de gomas e dextranas após um dia, e um declínio na pureza do caldo após

dois dias.

Na Austrália, onde a cana é esmagada, em média, com 18 horas de queima, a

diferença na qualidade da cana queimada e crua é bem menos marcante que nas

regiões onde o tempo de espera é comumente mais elevado. A África do Sul é um

exemplo. Isso ocorre devido ao uso de empreiteiros para colheita e transporte da

cana, e o pela longa distância para entrega da carga (LMC, 1997).

Em Fiji, onde a demora na entrega pode ser um problema sério, uma pesquisa feita

pelo Fiji Sugar Commision tentou isolar as perdas devido a demora e as perdas

devido a queima, comparando cana crua e cana queimada. Curiosamente, o

resultado mostrou não haver diferença marcante entre uma forma e outra de

entrega. Pesquisas semelhante, conduzidas em outros países apresentaram

resultados contrários, indicando uma mais rápida deterioração na cana queimada.

Isso sugere que em Fiji existe outros fatores que exercem influência na deterioração

da cana, como a alta incidência de cana danificada que foi verificada.

O efeito da queima sobre qualidade da cana varia com a pluviosidade. Em canas

cruas, chuvas freqüentes, mas não intensas, tendem a mantê-las em boas

condições, e a queda de qualidade é mais lenta que nos casos de estiagem.

Experimentos realizados em Barbados e Jamaica mostraram que, se a cana

queimada é mantida sob umidade, ou em pobres condições quando queimada, o

ataque por fungos e bactérias é rápido e um considerável estrago pode ocorrer em

um ou dois dias. Por outro lado, se o clima é seco, a umidade é baixa e a cana em

boas condições antes da queima, pode manter-se queimada por vários dias com

razoável teor de sacarose.

A colheita de cana crua pode resultar num alto nível de impurezas, mas nem sempre

isso ocorre. Ultimamente, depende mais dos cortadores de cana (onde a colheita é

manual) ou das máquinas. Na Austrália, a colheita de cana verde no distrito de

Mackay, apresentou melhor desponte que a de cana crua, isso porque a cana crua é

mais ereta sendo mais fácil de ser despontada. Na China, onde a cana ainda é

cortada crua, os cortadores são reconhecidos pelo fornecimento de canas

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 24

extremamente limpas, livres de pontas, raízes e folhas. O mesmo ocorre também na

Índia. Porém na África do Sul, onde a cana é queimada, as usinas queixam-se dos

elevados índices de matéria estranha, incluindo palhas. Uma das razões para isso,

de acordo com os fornecedores, é que o sistema de pagamento de cana não

contempla satisfatoriamente as canas despontadas, exceto para aqueles

fornecedores que encontram-se distantes da usina e obtiveram uma redução

significativa no custo de transporte como resultado.

As Figuras 3 e 4 mostram os sistemas de corte e embarque de cana mais

usualmente praticados Brasil. A Figura 5 mostra a única colheitadeira mecânica em

funcionamento no estado do Rio de Janeiro na safra 2001/2002. Em destaque na

Figura 6, o corte manual de cana com baixo rendimento agrícola devido ao déficit

hídrico.

Figura 6. Cana queimada, com baixo rendimento agrícola.

Figura 3. Corte manual de cana queimada.

Figura 5. Corte e embarque mecânicos.

Figura 4. Embarque mecânico, após corte manual.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 25

2.4.4.2 - Colheita mecânica versus colheita manual

É consenso geral que nas regiões onde se introduziram o corte e o embarque

mecânico, o nível de impurezas aumentou. Estudos realizados em Louisiana, EUA,

mostraram que, na década de 1930, a quantidade média de impurezas na cana era

bem menor. Apesar do desenvolvimento de novas colhedoras mecânicas que cortam

a cana inteira o teor de impurezas ainda supera 10% (LMC, 1997).

Na Austrália e na Flórida, EUA, verificou-se um aumento semelhante nos níveis de

impurezas quando se introduziu a colheita mecanizada, apesar do desenvolvimento

de novos modelos de cortadoras com alta capacidade de separação de impurezas.

Em Cuba, onde tradicionalmente empregam-se máquinas soviéticas obsoletas, tem-

se conseguido minimizar a presença de impurezas em estações de limpeza,

localizadas no caminho para as usinas. A matéria vegetal recolhida é servida de

alimento ao gado.

Enquanto a colheita mecânica encontra-se restrita aos países mais desenvolvidos,

onde o custo de mão-de-obra é alto, o embarque mecanizado tem sido amplamente

empregado. Onde existe a colheita mecânica com embarque integrado, a cana é

picada e descarregada para uma carreta que acompanha a colhedora; onde a cana

é cortada inteira, mecânica ou manualmente, a forma de carregamento

predominante é por embarcadeiras, que embarcam as canas previamente

amontoadas em feixes ou estendidas em leiras. Todos os três métodos introduzem

elevados níveis de sujeira e pedras para a usina. Como conseqüência, muitas usinas

praticam a lavagem da cana e uma usina na África do Sul patenteou um sistema de

remoção de pedras. No México, onde a cana ainda é cortada manualmente e

embarcada à mão, uma usina desenvolveu uma nova grade, onde a cana é

arrumada manualmente, fora do contato do solo, sendo em seguida carregada por

embarcadeiras.

A quantidade de impurezas na cana tem aumentado com o incremento da

mecanização. Entretanto, esse aumento é afetado por diversos fatores, como tipo de

colheita, clima e gerenciamento. Nos períodos chuvosos ocorre inevitavelmente um

aumento de impurezas. Onde ocorre o transbordo da cana, como por exemplo na

Colômbia, aumenta-se a possibilidade de se coletar mais sujeira, tanto no campo

quanto nos pontos intermediários. Porém, o gerenciamento continua sendo o

principal fator de ocorrência de impurezas na cana. As canas que são deixadas a

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 26

estragar no campo durante a colheita e as que são rasteladas para embarque (o

lamento das usinas de muitos países) levam grandes quantidades de impurezas.

Outros fatores relacionados ao campo contribuem para a presença de matéria

estranha na cana. A variedade da cana é um dos mais importantes. Algumas

variedades possuem mais folhas que outras, mais propensas, portanto, a um

aumento da quantidade de matéria vegetal. A facilidade da colheita também afeta o

nível de matéria estranha na cana. Canas eretas, não tombadas, podem ser

colhidas, despontadas e despalhadas com maior facilidade.

Práticas agrícolas também afetam o teor de impurezas. Por exemplo, os

maturadores que são aplicados na cana para acelerar a maturação e antecipar a

colheita, tendem a reduzir o número de folhas porque atuam como agentes

desidratantes.

2.4.4.3 - Tempo de entrega

A cana-de-açúcar é uma “commodity” perecível e, por isso, o tempo decorrido entre

o início da colheita e o do processamento influi negativamente na sua qualidade. A

deterioração da cana é acelerada pelo clima. Nas áreas tropicais do norte de

Queensland, é importante assegurar que o tempo decorrido entre o corte e a

moagem deve ser o mínimo. Isso é menos importante na costa sub-tropical de

Queensland, e particularmente nas terras altas da Região de Kwa-Zulu, Província de

Natal, na África do Sul (LMC, 1997).

Em São Paulo, as canas de fornecedores entregues após 72 (setenta e duas) horas

sofrem descontos no valor da tonelada, de acordo com a seguinte expressão:

K = 1 – (H – 72) x 0,02

onde:

K = fator de desconto a ser aplicado ao ATR;

H = tempo, em horas, da respectiva queima.

As canas entregues após 120 (cento e vinte) horas ocorridas da queima ficam

excluídas de avaliação da qualidade (Consecana, 2000).

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 27

2.5 - Aspectos industriais

2.5.1 - O processamento da cana-de-açúcar

Dentre as 318 unidades industriais do Brasil, citadas na Tabela 3, a maioria delas,

190, são usinas de açúcar com destilaria anexa, cujo processamento da cana pode

ser genericamente descrito da seguinte forma:

Recepção: A cana proveniente da lavoura chega à recepção da usina em

caminhões e/ou carretas com capacidade para até 50 toneladas.

Pesagem: A pesagem do veículo antes e depois do desembarque fornece o peso

líquido da cana fornecida.

Análise: Uma amostra de cana é retirada do carregamento e analisada para efeito

de pagamento aos fornecedores.

Desembarque: O descarregamento da matéria-prima pode ser feito diretamente na

mesa alimentadora ou no pátio para estocagem.

Lavagem: Na mesa alimentadora, a cana passa por um lençol d’água para lavagem.

A água de lavagem, que pode ser reciclada ou usada na irrigação, carreia o açúcar

exsudado, acarretando perda de açúcar.

Preparo: A cana lavada segue por esteiras rolantes, passando por um sistema de

navalhas e martelos onde são picadas e desfibradas, facilitando assim a extração de

sacarose na moenda.

Moagem: A cana desfibrada é conduzida por uma esteira de borracha e passa sob

um eletroímã para retirar os objetos metálicos que a acompanham. O colchão de

cana chega a uma calha, o “shut-donnelly”, que faz a alimentação da moenda. Cada

tandem de moendas é composto por quatro a sete ternos de moendas, por onde

passa a cana desfibrada, separando-se em dois materiais: o caldo extraído, que

segue o processo produtivo, e o bagaço que será usado como combustível. A partir

do segundo terno de moagem, é feita embebição da cana com parte do caldo

extraído no terno seguinte, sendo que no último deles, a embebição é feita com

água. O caldo extraído, diluído com aproximadamente 30% de água, é denominado

caldo misto. Uma tonelada de cana produz cerca de 270 kg de bagaço e uma

tonelada de caldo misto (caldo da cana mais água de embebição).

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 28

Geração de energia: O bagaço resultante, com cerca de 50% de umidade, segue

por uma esteira até as caldeiras onde é queimado para produção de vapor. A sobra

de bagaço é enviada a um silo fechado ou ao depósito ao ar livre. O vapor

superaquecido aciona as turbinas das navalhas e das moendas e o turbo gerador. O

vapor de escape das turbinas é usado no processo de aquecimento e evaporação

do caldo, cozimento de açúcar e destilação do álcool.

Tratamento: O caldo misto passa por peneiras “cush-cush” que devolvem à moenda

a pequena quantidade de bagaço presente. Em seguida, o caldo misto passa por um

separador de areia e pelas peneiras DSM e é bombeado para os aquecedores onde

é aquecido até 55°C, no máximo 60°C, para não sofrer inversão da sacarose.

Sulfitação: O caldo aquecido entra na coluna de sulfitação (enxofreira) em contra

corrente com o gás SO2 produzido na queima do enxofre num forno na base da

coluna. A finalidade da sulfitação é clarificar o caldo. Ao deixar a enxofreira, o pH do

caldo sulfitado cai para cerca de 4,2.

Calagem: O caldo sulfitado é bombeado para o setor de caleação (calagem) onde é

dosado com leite de cal (solução aquosa de hidróxido de cálcio) para corrigir o pH

para uma faixa de 6,8 a 7,2.

Aquecimento:O caldo dosado é aquecido em trocadores de calor até a temperatura

de 105°C, valor ótimo para uma boa decantação, e em seguida é tratado com

agentes floculantes, de alto peso molecular.

Decantação: Nos decantadores as impurezas sedimentadas, chamadas de lodo,

são removidas e enviadas para os filtros rotativos a vácuo.

Filtração: O caldo filtrado retorna ao processo, e o resíduo da filtração a vácuo,

denominado torta, é utilizado como adubo nas lavouras.

Evaporação: O caldo clarificado, proveniente dos decantadores, continua em

processo para os evaporadores. Nos evaporadores de múltiplos efeitos, o caldo

clarificado, que chega com 14°brix (% de sólidos solúveis), é concentrado até

formação do xarope, com 62°brix a 70°brix.

Cozimento: O xarope é bombeado para um reservatório, de onde é enviado para os

cozedores, equipamentos que concentram ainda mais o xarope, transformando-o em

uma massa cozida, composta de cristais de açúcar envoltos por uma película de

mel.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 29

Cristalização: Dos cozedores, essa massa de cristais segue para os cristalizadores

onde é resfriada enquanto os cristais se desenvolvem.

Centrifugação: A massa cozida é centrifugada para separar os cristais de açúcar do

mel. O mel retorna ao processo, na seção de cozimento, até esgotar-se em mel final,

ou melaço, sendo enviado à destilaria anexa, como uma das matérias-primas para a

produção do álcool.

Secagem: O açúcar centrifugado é levado por esteiras transportadoras ao secador-

resfriador.

Ensacamento: O açúcar é embalado em sacolas de 1, 2 ou 5 kg para venda no

varejo ou em sacos de 50 ou 1200 kg para venda no atacado.

Armazenagem: O produto embalado segue para armazenamento.

No processo de fabricação de álcool, a primeira operação é o preparo do mosto,

resultante da mistura de caldo, xarope, mel final e água.

Fermentação: O mosto é enviado às dornas de fermentação juntamente com as

leveduras (fermento). Depois de aproximadamente sete horas, em regime contínuo

ou em batelada, o mosto é transformado em vinho com teor alcoólico de 8%.

Centrifugação: Na centrifugação, o vinho é separado em vinho delevurado e leite de

levedura.

Tratamento: O leite de levedura sofre tratamento com ácido sulfúrico e retorna à

fermentação.

Destilação: O vinho delevurado é enviado à destilaria. Das colunas A e B sai o

álcool hidratado e da coluna C, o álcool anidro. Na destilação, obtêm-se ainda o óleo

fúsel, a flegmaça e a vinhaça. O óleo fúsel é comercializado; a flegmaça

normalmente é misturada com a vinhaça, integrando-se ao processo produtivo

através da sua utilização na fertirrigação da lavoura. Para cada litro de álcool

produzido, formam-se cerca de 13 litros de vinhaça.

Armazenagem: O álcool hidratado e/ou anidro é armazenado em tanques.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 30

Figura 7. Diagrama de blocos da fabricação de açúcar e álcool.

Vinho delevurado

Levedura

Caldo clarificado

Melaço (mel final)

Xarope

Lodo

Mel rico

Cana desfibrada

Caldo misto

Caldo dosado

Caldo sulfitado

Lavagem

Bagaço

Açúcar

Caldeira

Cozimento

Cristalização

Aquecimento

Calagem

Preparo

Secagem

Ensacamento

Centrifugação

Armazenagem

Sulfitação

Moagem

Evaporação

Decantação

Cana Recepção Pesagem

Análise

Desembarque

Filtração

Torta

Lavoura

Fermentação

Vinho

Álcool

Armazenagem

Destilação

Caldo filtrado

Centrifugação

Vinhaça e flegmaça

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 31

2.5.2 - O impacto da qualidade da cana no processo industrial

Os dois principais aspectos da qualidade da cana para processamento são a

quantidade de matéria estranha e o seu grau de deterioração.

2.5.2.1 - Quantidade de matéria estranha

A definição de matéria estranha na cana envolve todo o material “não colmo” que a

acompanha. Esse material “não colmo” é dividido em duas categorias: matéria

vegetal, incluindo pontas, palhas (folhas), raízes e ervas daninhas e matéria não

vegetal, principalmente solo e pedras. O teor de sacarose na matéria vegetal é baixo

ou desprezível, enquanto que na matéria não vegetal é zero, evidentemente.

Figura 9. Impurezas vegetais em cana queimada, colhida manualmente.

Figura 8. Impurezas vegetais em cana crua, colhida mecanicamente.

Figura 10. Impurezas minerais retiradas dos carregamentos.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 32

2.5.2.1.1 - Impurezas vegetais

A porção vegetal da matéria estranha presente na cana provoca os seguintes efeitos

na fábrica:

2.5.2.1.1.1 - Redução da capacidade de moagem

A redução da capacidade de moagem, decorrente da presença de matéria vegetal,

varia de uma indústria para outra. Um ensaio conduzido na África do Sul mostrou

que para cada incremento de um ponto percentual na fibra da cana havia uma

queda de 4% na quantidade de cana moída (t de cana por hora). E, para cada

incremento de um ponto percentual na palha, a queda variou entre 2,2% e 3,0%.

Estudo semelhante feito em Louisiana obteve 5% de redução na capacidade de

moagem para cada ponto percentual de fibra.

Quando a usina está operando com folga de capacidade, a presença de matéria

estranha não traz maiores problemas, embora ela esteja funcionando de forma

ineficaz. Entretanto, caso ela esteja próxima de sua capacidade máxima, o aumento

de matéria estranha irá forçá-la a novos investimentos para aumentar sua

capacidade. Uma análise de custo preparada por Cargill (1976 apud LMC, 1997),

indicou que uma redução de 3% no teor de matéria estranha permitiria um aumento

de 9% na capacidade de moagem.

2.5.2.1.1.2 - Redução da taxa de extração na moenda

A extração na moenda refere-se à quantidade de sacarose que é recuperada no

primeiro estágio do processamento, o tandem de moendas. Existe uma forte

correlação entre o teor de fibra % da cana e a extração na moenda. Como regra

geral, considera-se que o incremento de um ponto percentual na fibra da cana reduz

a extração em 0,6%.

A ocorrência de matéria estranha na cana, e o aumento conseqüente no teor de

fibra, leva a usina a tomar uma das seguintes decisões:

• Aumentar a capacidade de moagem;

• Permitir uma diminuição na eficiência da fábrica;

• Prolongar a duração da safra.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 33

O prolongamento da safra é a opção preferida pelos industriais por ser menos

onerosa, embora seja a mais refutada pelos fornecedores, devido à queda na

qualidade da cana.

2.5.2.1.1.3 - Redução da recuperação na seção de cozimento

A presença de matéria estranha na cana reduz a pureza do caldo. A recuperação de

açúcar na seção de cozimento é diretamente proporcional à pureza do caldo. Em

experimentos realizados na Austrália e na Índia constatou-se a forte correlação entre

a recuperação e a pureza. Em Queensland, Austrália, onde a pureza é alta, (a média

obtida no trabalho ficou entre 85,5% e 86%), a recuperação também foi alta (acima

de 93%). Em Uttar Pradesh, na Índia, onde a pureza média é bem menor, abaixo de

80%, a recuperação obtida foi de cerca de 87% (LMC,1997).

Em geral, constata-se uma redução de um ponto percentual na recuperação da

seção de cozimento em cada queda de 2% na pureza do caldo.

Além da presença de matéria estranha, a pureza do caldo é influenciada pelo clima

e pela demora entre a queima e o corte.

A presença de altos índices de impurezas como cinza, cor e açúcares redutores

(glicose e frutose) nas pontas e palhas, aumentam a quantidade de não pol,

dificultando a exaustão do melaço. Em conseqüência, a recuperação na seção de

cozimento diminui, refletindo num aumento da produção de melaço devido a maior

perda de sacarose.

Um caldo com baixa pureza acarreta custos adicionais na seção de cozimento,

principalmente para ampliar a sua capacidade de produção (clarificadores, e

cristalizadores), estocagem de melaço e pelo aumento no consumo de energia. Além

disso, trabalho conduzido na África do Sul mostrou que, se a quantidade de pontas e

palhas na cana aumenta, o pH do caldo extraído é reduzido. Para manter estável o

pH é necessário elevar o consumo de cal. Scott (1978 apud LMC, 1997), estimou

que a adição de 1% de pontas e palhas aumenta o consumo de cal na seção de

clarificação em aproximadamente 2%. A presença de cinza também é importante.

Principalmente porque quando em pequena quantidade, é removida na seção de

clarificação, mas em níveis elevados, parte dela é transferida para os evaporadores,

formando crostas.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 34

Uma síntese sobre os efeitos das pontas e palhas da cana na indústria da África do

Sul foi descrita por Graham e Gunn (1971 apud LMC, 1997). Nesse trabalho,

constatou-se que a redução nessas impurezas de 8% para 3% aumenta a

capacidade de moagem em 13%, aumentando a extração (reduzindo a perda de

sacarose no bagaço) em 0,8% e melhorando a recuperação geral em 0,75%.

2.5.2.1.1.4 - Redução na qualidade do açúcar

A cor do caldo extraído é influenciada pelo teor de açúcares redutores, presentes

principalmente nas pontas e palhas da cana, pela variedade e pelo clima. A cor do

caldo aumenta nas indústrias que empregam o processo de difusão (onde o caldo é

extraído via difusores ao invés de tandem de moendas).

Existe uma alta correlação entre cor do caldo e cor do açúcar. Em muitas indústrias,

onde se processa cana com pontas e palhas, a cor do açúcar torna-se inaceitável.

Como resultado, a indústria do açúcar é obrigada a gastar considerável soma de

recursos monetários anua lmente para melhorar a qualidade do açúcar.

2.5.2.1.2 - Impurezas minerais

A outra porção de matéria estranha que acompanha a cana, as impurezas minerais,

constituída de solo, areia e pedras, é, indubitavelmente, a que provoca os maiores

transtornos na indústria. Os principais efeitos são:

• Redução da quantidade de cana moída, semelhante à provocada pela presença

de fibra. Além disso, requer um aumento na capacidade de filtração, levando a

um aumento na perda de sacarose na torta de filtro.

• Aumento nos custos de manutenção dos equipamentos, principalmente os de

preparo da cana (jogos de martelos e facas e desfibradores) e extração

(moendas). A areia provoca desgaste nas bombas e tubulações e se deposita

nos decantadores, requerendo maior periodicidade na sua limpeza.

• Queda na produção energia. Uma certa porcentagem de areia e solo fica retida

no bagaço, diminuindo sua capacidade de produzir o vapor que gera a energia

para a indústria.

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 35

• Paradas para trocas de peças ou reparos de equipamento danificados

seriamente pela presença de pedras.

Legendre (1974) verificou que para cada um ponto percentual de aumento do lodo

formado a partir das impurezas minerais, ocorre uma redução de 1,3 kg de açúcar

recuperável da cana moída.

Muitas indústrias foram obrigadas a introduzir novas técnicas para atenuar os efeitos

negativos causados pela presença dessas impurezas minerais. A lavagem de cana é

empregada no Brasil, na Colômbia e em Louisiana (EUA). No Havai, a remoção de

pedras e areia é feita a seco. Muitas indústrias usam mesas vibratórias para separar

pequenas pedras e areia. Na África do Sul foi construído recentemente um tambor

giratório com esse mesmo propósito e os resultados obtidos têm sido

compensadores (LMC, 1997).

As indústrias têm que suportar todo esse custo de investimento. O retorno é dado

pela redução dos custos com manutenção e pelo ganho na recuperação do açúcar.

Onde o sistema de pagamento de cana é compartilhado, os fornecedores também

são beneficiados. Por essa razão, a indústria limita um determinado percentual de

matéria estranha que é permitido acompanhar a cana. Ultrapassando o valor limite, a

matéria-prima é penalizada severamente.

2.5.2.2 - Grau de deterioração

A deterioração da cana está normalmente associada às de baixa qualidade (baixa

pureza, alto teor de fibra e baixo teor de sacarose). Processar canas de baixa

qualidade cria problemas para a usina semelhantes aos encontrados com canas

com elevados teores de pontas e palhas. Mas o maior problema associado à

deterioração da cana está na presença de bactéria, especialmente a Leuconostoc

spp. A cana infestada pelo Leuconostoc tem seu conteúdo em sacarose diminuído

rapidamente, com formação de açúcares redutores, causada pela presença da

enzima invertase. A bactéria provoca também um aumento do teor de

polissacarídeos, principalmente dextrana.

O impacto da dextrana na perda de sacarose e na eficiência do processo é a

principal razão pela qual as refinarias dos EUA passaram a aplicar penalidades nos

contratos de compra de açúcar. Além disso, a dextrana é dextrorotatória, como a

Capítulo II: O setor sucroalcooleiro 36

sacarose e por isso, sua presença provoca um aumento no valor da pol. O principal

problema associado com a presença de dextrana ocorre na seção de cristalização.

A dextrana inibe o crescimento do cristal de sacarose, resultando cristais em forma

de agulhas. Esses cristais dificultam a separação do açúcar nas centrífugas e são

perdidos no melaço e na água de lavagem.

CAPÍTULO III

SISTEMAS DE PAGAMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR

O princípio básico de qualquer sistema de pagamento de cana-de-açúcar pela

qualidade é a busca continuada pela melhoria da produtividade agrícola e industrial.

Segundo Fernandes (1978), o estímulo é dado à medida que se faz a justa

distribuição proporcional e relativa dos lucros e perdas resultantes da

industrialização da matéria-prima entre os agricultores, que produzem o açúcar no

campo e os industriais que extraem e refinam o produto.

No processamento da cana-de-açúcar, nem toda sacarose que entra na fábrica é

recuperada. A recuperação da sacarose da cana é afetada por fatores técnicos,

principalmente pelo teor de fibra (insolúveis) da cana e pela pureza do caldo (relação

percentual entre sacarose e brix). A recuperação é também influenciada pelas

características físicas e químicas da cana, que por sua vez, sofrem influência do

gerenciamento do produtor. A porcentagem de sacarose presente na cana e a

facilidade com que esse açúcar pode ser recuperado são os dois critérios básicos

que determinam a qualidade da cana.

Em essência, o valor comercial da cana-de-açúcar depende de que ela contenha um

alto teor de sacarose, um elevado grau de pureza do caldo e um baixo teor de fibra.

O sistema para ser viável deve ser de rápida execução analítica, de baixo custo e

confiável. O valor apurado deve ser reprodutivo; a qualidade da cana analisada não

deve variar de uma unidade industrial para outra.

3.1 - Pagamento de cana no mundo

Os diferentes sistemas de pagamento de cana no mundo consideram:

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 38

• Somente o peso: usado em Fiji, Uttar Pradesh (Índia) e algumas usinas da

Colômbia. Aplica-se uma penalidade pelo excesso de impurezas, mas em geral

esse sistema favorece o fornecimento de cana de baixa qualidade.

• Peso combinado com a qualidade média das canas analisadas na indústria:

usado no México e Argentina. Diminui o custo das análises, mas não promove o

incentivo individualizado. No México, as indústrias capacitam os cortadores de

cana e coordenam a colheita e o transporte.

• Peso combinado com análise individual das canas: usado na maioria dos países,

incluindo o Brasil.

• Peso combinado com análise individual das canas e pagamento relativo: usado

na Austrália, África do Sul, Ilhas Maurício e Jamaica. Estimula o fornecimento de

cana a uma taxa constante ao longo da safra, compensando as canas fornecidas

no início e fim de safra, quando a qualidade é baixa.

3.1.1 - Amostragem e análise

Para se pagar pela cana é necessário pesá-la e, onde se paga pela qualidade, deve-

se também analisar uma amostra. Muitos sistemas de pagamento baseiam-se na

cana bruta, mas alguns sistemas pagam pela cana limpa, isenta de impurezas.

Nesse caso, é necessário quantificar o teor de matéria estranha (pontas e palhas)

para se determinar o peso da cana limpa.

As técnicas de amostragem de cana usam métodos diretos ou indiretos de análise. A

análise indireta é a mais usada e, normalmente, é feita via análise do caldo primário

da moenda. A análise direta mais usada é por sonda amostradora.

Análise indireta via caldo primário: essa é a mais antiga técnica de amostragem. O

caldo extraído é amostrado para análise de brix e pol. Como não é possível

determinar a fibra da cana nesse método, é necessário fazer em separado a

determinação do teor de fibra e de matéria estranha. A quantidade de açúcar

recuperado é determinado com auxílio de fórmulas empíricas, geralmente baseados

em dados experimentais. Esse sistema não é aplicado onde a cana é lavada antes

de ser moída ou onde se usam difusores. Isso porque, no primeiro caso, a lavagem

afeta a qualidade do caldo, enquanto no segundo caso, é impossível obter amostras

individuais de caldo. A desvantagem desse tipo de amostragem em relação aos

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 39

demais é que ele baseia-se numa amostra de caldo e não da própria cana. Para o

fornecedor, a desvantagem é que ele assume a perda de qualidade da cana durante

o período de estocagem na usina.

Análise direta pela sonda amostradora: pode ser feita na horizontal ou na diagonal.

A primeira opção é a mais barata, mas a diagonal é considerada mais

representativa. O processo normal consiste em se passar a amostra por um

desfibrador onde o material é finamente preparado. Em seguida, a amostra é

transferida para uma prensa hidráulica para extrair o caldo. O resíduo (bolo)

prensado é pesado e usado para se determinar o teor de fibra. No caldo extraído,

determinam-se a pol, o brix e o teor de sólidos em suspensão. Esses últimos são

adicionados ao teor de fibra. Esse método de amostragem é usado na Jamaica, nas

Ilhas Maurício e em Louisiana (EUA).

Em um outro método de análise direta, utilizado na África do Sul, as amostras são

retiradas entre o desfibrador e a moenda/difusor. Assim como o método indireto de

amostragem, que usa o caldo primário, o sucesso desse método depende de não

haver lavagem de cana. A amostra recolhida é colocada num desfibrador em

batelada. A seguir, é agitada com água num digestor de alta velocidade. O extrato

obtido é resfriado, filtrado e analisado a pol e o brix. A fibra é calculada subtraindo-

se a umidade e o brix da cana.

3.1.2 - Bases para pagamento

Onde se paga pela qualidade, muitas indústrias usam fórmulas empíricas para

determinação do rendimento teórico do açúcar recuperável ou do açúcar comercial.

Em geral, essas fórmulas baseiam-se em três medições da qualidade da cana: teor

de sacarose, teor de fibra e pureza do caldo. A África do Sul e a Flórida usam

somente o teor de sacarose como base para pagamento de cana.

3.1.3 - Avaliação da cana

Com exceção da Índia, as indústrias usam três formas de ratear com os

fornecedores o açúcar produzido:

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 40

• Rateio do rendimento de todos os açúcares produzidos: usado na Jamaica, Ilhas

Maurício e África do Sul;

• Rateio do rendimento do açúcar bruto: usado na Austrália;

• Rateio do rendimento baseado numa produção teórica: usado na Argentina,

Colômbia e México.

Nas Ilhas Maurício, na África do Sul e na Tailândia, o rateio do rendimento é fixado

numa base percentual; na Colômbia e na Flórida, o rateio é baseado numa

distribuição padrão do açúcar recuperável; na Argentina, a indústria negocia o rateio

numa faixa que varia de 50% a 60% do açúcar teórico produzido; e, na Jamaica e na

Austrália, o rateio varia a cada safra dependendo de acordos previamente

estabelecidos.

Quadro 3. Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar em indústrias selecionadas dos principais países produtores.

Amostragem Tipo de análise Pagamento Base para Avaliação País Individual Média Direta Indireta Impurezas relativo pagamento1 da cana1 Argentina v v v TRS RS negociado

Austrália v2 v v v CCS RS variável

Brasil v v ATR RS fixo

Colômbia: antigo Peso da cana RS fixo

Colômbia: novo v3 v TRS RS fixo

Fiji Peso da cana RS fixo4

Índia v Peso da cana Preço fixo5

Jamaica v v6 v TRS RS variável

Maurício v7 v6 v TRS RS fixo

México v v v TRS RS fixo

Filipinas v8 v v TRS RS fixo9

África do Sul v v10 v Teor de sacarose RS fixo11

Tailândia v8 v v CCS RS fixo

12

EUA (Flórida) v v v Teor de sacarose RS fixo

EUA (Louisiana) v v6 TRS RS fixo

Fonte: LMC (1997), com adaptações. Notas: 1. TRS = Theoretically Recoverable Sugar (açúcar teórico recuperável); ATR = Açúcares Totais Recuperáveis;

CCS = Commercial Cane Sugar (açúcar de cana comercial); RS = Revenue Share (Participação no rendimento). 2. Amostragem individual do caldo primário, fibra média para cada variedade de cana. 3. Amostragem individual do caldo primário, mas nem sempre operada em todas as usinas. 4. Fixado a cada ano de acordo com a produção. 5. Em alguns estados, o preço da cana é fixado em função do rendimento da usina. 6. Sonda amostradora e prensa hidráulica. 7. Análise de um grupo de fornecedores quando a produção individual de cana é menor que 500 toneladas por safra. 8. Amostragem individual do caldo primário, fibra média da usina. 9. Fixado de acordo com a produção total de açúcar da usina. 10. Coleta da amostra após o preparo, antes da moenda. 11. A partir da safra 1998/99, baseado num preço médio único do açúcar para venda interna e externa. 12. Fixado na proporção de 70:30 para fornecedor:usina. Considera ainda o CCS individual.

Capítulo III: S

istemas de pagam

ento de cana-de-açúcar 41

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 42

3.2 - Pagamento de cana no Brasil

No sistema de pagamento de cana pelo peso (PCP), que vigorou no Brasil até

meados da década de 1980, todos os fornecedores recebiam o mesmo valor pela

matéria-prima entregue à usina, independentemente de sua qualidade. O preço

básico da cana (Pb) era determinado em Ato específico pelo IAA – Instituto do

Açúcar e do Álcool, baseado nos custos de produção apurados em convênio firmado

com a Fundação Getúlio Vargas/Instituto Brasileiro de Economia - FGV/IBRE.

Segundo Gemente & Sturion (1981) poderia incidir sobre o preço básico da cana

(Pb), o preço de liquidação (PL), a bonificação (B) e os descontos (d).

O preço de liquidação (PL) era aplicado em todas as unidades industriais daquele

estado cujo rendimento médio (RE) ultrapassava o rendimento básico da Região

(Rb): bb

EL Px

RR

P =

onde:

PL = preço de liquidação, em cruzeiros, por tonelada de cana;

RE = rendimento industrial apurado pelo IAA no estado em questão, durante a safra,

em quilogramas de açúcar cristal “standard” por tonelada de cana (kg açúcar/t cana);

Rb = rendimento básico da Região, igual a 86 kg açúcar/t cana no estado do Rio de

Janeiro; 94 e 88 kg açúcar/t cana nos demais estados da Região Centro-Sul e

Região Nordeste, respectivamente;

Pb = preço básico da Região, em cruzeiros por tonelada de cana.

A bonificação (B) era aplicada quando o rendimento da unidade industrial (Ru)

superava o rendimento médio do estado (RE):

B = f (k) x Pb

onde:

B = valor da bonificação, em cruzeiros por tonelada de cana;

f (k) = -2,5 x k2 + 6 x k - 3,5

onde:

E

u

RR

k = .

Como o valor k, que expressa a relação entre o rendimento da unidade industrial

(Ru) e o rendimento médio do estado (RE), era limitado em 1,08 (1 < k < 1,08), a

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 43

bonificação máxima resultava em 6,4%, em valor, sobre o preço básico da Região

(Pb).

Finalmente, os descontos permitidos no sistema de pagamento de cana pelo peso

(PCP) não poderiam ultrapassar o valor de 5% sobre a matéria-prima de baixa

qualidade. Esses descontos que visavam a compensar as perdas industriais

decorrentes da presença de impurezas e de infestação por pragas na cana, eram

quase sempre aplicados de forma arbitrária, gerando muita discordância entre

fornecedores e industriais Gemente & Sturion (1981).

O Brasil foi um dos últimos países produtores de açúcar de importância no mercado

internacional a substituir o então obsoleto sistema de pagamento de cana-de-açúcar

pelo peso por outro baseado na sua qualidade. Mesmo sob forte intervenção do

governo federal no setor (Apêndice B), o sistema de pagamento de cana-de-açúcar

pela qualidade foi implantado após inúmeras tentativas.

O Decreto-Lei no 3.855, de 21 de novembro de 1941, conhecido como Estatuto da

Lavoura Canavieira, e o Decreto-Lei no 6.969, de 19 de outubro de 1944,

estabeleciam que o pagamento de cana fosse feito pelo teor de sacarose e pureza.

Reformulados pelo Artigo 11, do Decreto -Lei no 4.870, de 1o de dezembro de 1965, o

sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose ganhou amparo legal.

Entretanto, segundo Glória et al. (1977), não possuía uma metodologia específica

para apuração do valor da tonelada de cana.

Em 1972, o IAA e a Copersucar enviaram uma equipe de técnicos a diversos países

produtores de açúcar para estudar os critérios de pagamento de cana-de-açúcar. Os

resultados dos trabalhos desenvolvidos a partir dessa viagem, relatados por Glória et

al (1977), propiciaram a implantação do sistema em Alagoas.

No dia 12 de outubro de 1978, o então ministro da Indústria e Comércio Ângelo

Calmon de Sá deu por implantada a nova sistemática, em cerimônia realizada na

Usina Utinga Leão, unidade industrial que na ocasião utilizava um laboratório móvel

pertencente ao IAA/Planalsucar (Cortez,1980).

“O sistema implantado originalmente no estado de Alagoas, através da Resolução

no 06/78, de 22 de agosto de 1978, por iniciativa do Instituto do Açúcar e do

Álcool, baseava-se fundamentalmente numa fórmula teórica para se avaliar a

qualidade da cana fornecida às indústrias. O caráter teórico da fórmula adotada,

aliado à sua relativa complexidade, levou a que tal reformulação não fosse aceita

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 44

incondicionalmente pelas partes envolvidas no sistema; outras razões ponderam

a favor das dificuldades naturais do processo de implantação de nova sistemática,

como os problemas operacionais surgidos, os interesses nem sempre

convergentes, e principalmente fatores relacionados à incerteza que o sistema

acarretou” (Oliveira, 1983).

Esses fatos impediram que o modelo implantado em Alagoas se estendesse

imediatamente para todo o país. Criaram-se então comissões técnicas para cada

região produtora, formadas por representantes de produtores de cana, das indústrias

e do governo, este representado pelos técnicos do Planalsucar.

A experiência de Alagoas contribuiu significativamente para o sucesso na

consolidação do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose, PCTS, no

Brasil. Após algumas modificações na metodologia de cálculo, o sistema foi

implantado em São Paulo e Pernambuco em 1983. No ano seguinte, em 1984, foi

implantado no Rio de Janeiro, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 1985, no Espírito

Santo e até o final da safra de 1986/87, em praticamente todos os demais estados

da federação, completando-se assim a implantação nos estados canavieiros de

maior produção e mais tradicionais.

3.3 - Determinação da qualidade da cana-de-açúcar no Brasil

Deste o início de sua implantação oficial, o sistema de pagamento é composto

basicamente das seguintes fases: pesagem do veículo, coleta e preparo da amostra,

análise e determinação do valor da tonelada de cana fornecida.

3.3.1 - Coleta e preparo da amostra

Ao chegar à usina, o veículo se dirige à balança de cargas onde é pesado. Após o

descarregamento, o veículo é novamente pesado para se determinar a sua tara. A

diferença entre o peso bruto inicial e sua tara fornece o peso líquido da cana

entregue.

Cada carregamento recebe na balança um boletim de análise (BA) com a mesma

numeração do certificado de pesagem (CP). O CP, que contém toda a identificação

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 45

do fornecedor e o peso líquido da cana entregue, permanece na balança. O BA

segue com o veículo que será amostrado para efeito de análise.

A amostragem é feita por uma sonda em 3 (três) vãos consecutivos na diagonal. O

número do vão inicial a ser amostrado é sorteado aleatoriamente. Normalmente,

usa-se como critério de sorteio o último dígito da numeração do BA que acompanha

o carregamento.

Em cada perfuração, o cilindro da sonda, que possui uma coroa dentada na

extremidade, deve penetrar o máximo possível, cerca de 1,20 m, na carga de cana

pela lateral do veículo. Os toletes de cana, com cerca de 20 cm, são ejetados por um

pistão, formando uma subamostra.

Sturion (1977) descreve que no estudo feito pela Copersucar, a junção das três

subamostras, formando uma amostra composta comprovou ser mais vantajosa.

Quando a amostra composta foi comparada com amostras de 30 furos, não houve

diferença significativa na composição da matéria-prima.

A amostra composta, formada pelas 3 (três) subamostras, é transferida para um

desfibrador tipo forrageira. A cana desintegrada é homogeneizada manualmente ou

mecanicamente, em betoneiras, e em seguida uma amostra é enviada juntamente

com o BA ao laboratório para ser analisada.

3.3.2 - Análise

No laboratório, pesa-se uma amostra de 500 g e a transfere para uma prensa

hidráulica onde ela será submetida a uma pressão de 250 kgf/cm2 durante o período

de um minuto. A parte fibrosa resultante da prensagem é pesada para fornecer o

peso do bolo úmido (PBU). Com o caldo extraído pela prensa são feitas duas

análises, de brix % caldo (brix) e de pol % caldo (pol). O brix é determinado

diretamente no refratômetro, enquanto que o valor da pol é obtida a partir da leitura

sacarimétrica (LS) do caldo previamente clarificado.

Os três resultados obtidos no laboratório, PBU, Brix e LS, servirão de base para a

apuração da qualidade da cana para fins de pagamento.

É importante salientar que essa metodologia empregada, desde a seleção de cargas

até a análise é a mesma em todo o país. As maiores diferenças que se verificam

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 46

entre as unidades da federação dizem respeito aos critérios de cálculos aplicados

para apuração do valor da tonelada de cana.

No Rio de Janeiro, ao contrário dos demais estados, toda a sistemática de apuração

da qualidade da matéria-prima ficou por conta de duas firmas neutras. A Fundenor –

Fundação de Desenvolvimento do Norte Fluminense ficou responsável por toda

parte operacional, envolvendo a seleção, amostragem e análise. Uma outra

empresa, a Apoio, com sede na cidade do Rio de Janeiro ficou responsável pelo

processamento dos dados para determinação do valor da tonelada de cana

fornecida.

Lei tura

B o l o ú m i d o

Re f ra tômet roB a l a n ç a

C a l d o

Clar i f i cação

F i l t ração

Le i tu ra sacar i -mé t r i ca ( LS )

Saca r íme t ro

Lei tura

P e s o d o b o l oú m i d o ( P B U )Br i x (B )

Le i tura

Veícu lo

P r e n s a g e m

A m o s t r a g e m

Des in teg ração

P e s a g e m

H o m o g e n e i z a ç ã o

Figura 11. Diagrama de blocos do processo de análise de cana.

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 47

Figura 14. Extração do caldo na prensa.

Figura 15. Pesagem do bolo úmido.

Figura 12. Amostragem por sonda mecânica horizontal móvel.

Figura 13. Desintegração e homogeneização da amostra.

Figura 16. Leitura refratométrica do caldo extraído.

Figura 17. Leitura sacarimétrica do caldo clarificado.

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 48

3.4 - Determinação do valor da cana-de-açúcar no Brasil

3.4.1 - O sistema PCTS

Na sistemática de cálculo do pagamento de cana pelo teor de sacarose - PCTS

adotada no Brasil, a apuração do valor da tonelada de cana-de-açúcar baseava-se

nos valores médios quinzenais de brix (B), pol % caldo (S) e fibra % cana (F)

ponderados com as respectivas quantidades de cana fornecidas.

Fibra % cana (F)

Peso do bolo úmido (PBU)

Fator de recuperação (F(R))

Brix (B) Leitura sacarimétrica (LS)

Pol % caldo (S)

Coeficiente C (C)Pureza % do caldo (Pz)

Valor da tonelada de cana (V)

Pol % cana (PC)

Figura 18. Diagrama de blocos do cálculo do valor da tonelada de cana-de-açúcar pelo sistema de PCTS-Brasil.

Ao encerrar a quinzena, o valor da tonelada de cana a ser paga ao fornecedor era

obtido a partir do fator de recuperação e da pol % cana médios quinzenais

ponderados, levando-se em conta a pol % cana padrão, específico para cada região

produtora.

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 49

3.4.1.1 - Determinação do valor da tonelada de cana

A fórmula para a determinação do valor-base da tonelada de cana (V) é dada por:

( ) VbxRFxPCPC

Vp

=

onde:

PC = Pol % cana;

PCp = Pol % cana padrão;

F (R) = Fator de recuperação;

Vb = Valor base, exclusive tributos, de uma tonelada de cana posta na esteira,

fixado pelo governo federal em ato específico (Tabela 30A, no Apêndice A);

As equações usadas para o cálculo da tonelada de cana, assim como a PC padrão,

eram específicas para cada unidade da federação.

3.4.1.2 - Fibra % cana

A fibra % cana (F) corresponde à porcentagem de fibra industrial presente na cana.

É determinada em função do peso do bolo úmido (PBU), em gramas, de acordo com

a seguinte equação de regressão linear:

F = 0,1926 x PBU – 15,39 (RJ)

F = 0,15528 x PBU – 8,015 (ES)

F = 0,152 x PBU – 8,367 (SP)

Existem dois procedimentos básicos para a extração do caldo na análise direta da

cana-de-açúcar. O primeiro método, do digestor a frio, envolve a digestão aquosa de

um peso conhecido de cana preparada, durante um determinado tempo. O outro

método, o da prensa hidráulica, consiste na prensagem de um peso conhecido de

cana preparada, sob condições de alta pressão, durante um determinado tempo pré-

estabelecido. Este método vem sendo utilizado no sistema de pagamento de cana

nas Ilhas Reunião, Martinica, Guadalupe, Maurício e atualmente no Brasil. A

metodologia da prensa hidráulica apresenta como vantagens a rapidez, a não

diluição do caldo e a menor variação nas repetições. Permite ainda obter o valor da

fibra industrial através de uma equação de regressão entre o peso do bolo úmido e a

fibra da cana.

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 50

Conforme a Resolução no 06/78, de 22 de agosto de 1978, do IAA, que implantou o

sistema de PCTS no Brasil, especificamente no estado de Alagoas, adotou-se a

metodologia da prensa hidráulica e o cálculo da fibra industrial foi fixado como sendo

correspondente a 10% do peso do bolo úmido. Posteriormente, com a extensão do

sistema ao estado de São Paulo, adotou-se um fator igual a 9,28% e no ano

seguinte, em 1984, para o estado do Rio de Janeiro, em 10% do peso do bolo

úmido.

Atualmente, na maioria dos estados da federação onde se encontra implantado esse

sistema, adotam-se equações de regressão linear, utilizando os pares de dados de

fibra e peso do bolo úmido coletados ao longo das safras.

O peso do bolo úmido coletado corresponde ao valor apurado na análise e a fibra

correspondente é determinada após secagem do bolo úmido, conforme metodologia

de Tanimoto (1969) e calculada através da fórmula:

( )B100x5BxPUPSx100

F−

−=

onde:

PS = massa do resíduo fibroso, em gramas, após secagem a 105oC;

PU = massa do resíduo fibroso úmido, em gramas, após prensagem;

B = brix do caldo extraído.

3.4.1.3 - Coeficiente C

O coeficiente C (C) é o fator de transformação da pol do caldo extraído pela prensa

em pol do caldo absoluto, calculado em função do peso do bolo úmido, de acordo

com a seguinte equação de regressão linear:

C = 1,0154 - 0,0005 x PBU (RJ e ES);

C = 1,0794 - 0,000874 x PBU (SP).

O coeficiente C pode ser também determinado em função da fibra industrial:

C = 0,97545 – 0,002596 x F (RJ);

C = 0,9896 – 0,00322 x F (ES);

C = 1,0313 – 0,00575 x F (SP).

Mantendo-se constante as condições de preparo da amostra e da extração do caldo,

o Coeficiente C varia em função da fibra da cana, como demonstrou Horau (1969).

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 51

Nas pesquisas sobre a correlação entre esse fator e a fibra, parte-se da definição

abaixo:

poldeExtraçãocaldodeExtração

extraídocaldoPolabsolutocaldoPol

C Coef. ==

A pol do caldo extraído pela prensa é sempre maior que a pol do caldo absoluto,

portanto, todos os valores do Coeficiente C são menores que a unidade.

3.4.1.4 - Pol % caldo (S)

Corresponde à porcentagem de sacarose aparente contida no caldo extraído da

cana e é calculada por:

S = LS x ( 0,2605 - 0,0009882 x B )

onde:

LS = Leitura sacarimétrica corrigida para 20oC, resultante da análise direta do caldo

no sacarímetro, após clarificação com subacetato de chumbo. Um sacarímetro é um

polarímetro calibrado de forma que uma solução de sacarose pura, de concentração

igual a 26% m/v, colocada no tubo polarimétrico de 2 dm de comprimento, a uma

temperatura de 20ºC, provoque um desvio de 100ºISS;

B = brix % do caldo corrigido para 20oC, resultante da análise direta do caldo no

refratômetro.

3.4.1.5 - Pureza % caldo (Pz)

É a relação percentual entre a pol % caldo (S) e o brix analisado (B):

100xBS

Pz =

3.4.1.6 - Pol % Cana (PC)

Corresponde à porcentagem de sacarose aparente contida na cana e é calculada a

partir da pol % caldo (S), da fibra % cana (F) e do Coeficiente C (C):

Cx100

F - 1 x S PC

=

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 52

3.4.1.7 - Pol % Cana Padrão (PCp)

Para o cálculo da PCp, é necessário primeiramente considerar o rendimento

industrial (RI) para a região em questão. De acordo com os rendimentos históricos

apurados pelo IAA, tem-se que em toda a Região Centro-Sul, RI = 94 kg de açúcar

cristal standard por tonelada de cana, com exceção do estado do Rio de Janeiro,

onde RI = 86 kg açúcar/tonelada de cana. No Nordeste, o rendimento industrial, RI,

é igual a 88 kg açúcar/tonelada de cana.

Partindo-se de um rendimento de 94 kg, deve-se multiplicar o seu valor por 0,993,

que corresponde à polarização de 99,3oISS de açúcar: 94 x 0,993 = 93,342 kg.

Ainda estipulado pelo IAA, na Resolução n°06/78, tem-se que, da produção de um

saco de 60 kg de açúcar cristal standard resultam 23,65 kg de mel final, contendo

55% de açúcares redutores totais, ART, sendo ainda que 75% da quantidade de

ART devem-se à sacarose original da cana e o restante aos açúcares também

presentes na cana, ou seja: 23,65 x 0,55 x 0,75 = 9,7556 kg de ART devidos à

sacarose que são retidos no mel final ao se produzir um saco de 60 kg.

Convertendo-se ART em sacarose e com rendimento 94 kg, tem-se:

kg 14,5236094

x360342

x9,7556 = de sacarose retidos no mel final e somados à

sacarose ensacada: 14,523 + 93,342 = 107,865, obtém-se a quantidade de

sacarose, em kg, que entra na seção de cozimento. A esse valor, devem-se

incorporar as perdas industriais (PI), determinadas em pesquisas, para finalmente

obter a PCp conforme apresentado na expressão abaixo:

107,865x100/PI1

1PCp −

=

No estado de São Paulo, para o levantamento das perdas industriais, considerou-se

as perdas na água de lavagem (1,5%), na extração (8,0%), na torta de filtro (0,5%) e

as indeterminadas (2,0%), totalizando 12%. Aplicando na equação anterior, obtém-

se:

%12,257122,57107,865x100/121

1PCp ==

−= ,

que foi adotado como padrão. No Espírito Santo, o valor adotado foi 12,3%. No Rio

de Janeiro, onde o rendimento industrial é inferior ao dos dois estados, adotou-se,

por essa mesma metodologia de cálculo, o valor inicial de PCp = 11,475%, sendo

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 53

modificado posteriormente para 11,741%, levando-se em consideração o rendimento

médio das últimas safras apurado pelo IAA.

3.4.1.8 - Recuperação (R)

Calculada segundo a fórmula clássica de Noel-Deer (SJM):

−=

JM

1xMS

SR

onde:

S = Pureza do açúcar com 99,3% de pol e 0,15% de umidade:

%599,4100x0,15100

99,3100x

brixpol

S =−

==

M = Pureza do mel, arbitrada em 40%.

J = Pureza do xarope, considerada como sendo um ponto abaixo da pureza do caldo

extraído pela prensa (Resolução 06/78): J = Pz - 1

Deste modo, a recuperação (R) pode ser expressa por:

−=1P

401x

59,4599,45

Rz

3.4.1.9 - Recuperação Padrão (RP)

É a relação entre a quantidade de sacarose ensacada e a quantidade de sacarose

que entra na seção de cozimento da fabricação:

( ) ( ) 40,8650,993x941,567x0,95x0,75x0,55x23,65

0,993x94RP =

+=

Isto é, 86,54% da sacarose que entra na seção de cozimento é recuperada,

enquanto 13,46% (1 - 0,8654) é retida no mel final.

3.4.1.10 - Pureza Padrão (PzP)

É obtida substituindo-se a recuperação (R) pela recuperação padrão (RP ):

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 54

−−=

1P40

1x59,4599,45

0,8654zP

, logo, PzP = 83,87%

3.4.1.11 - Fator de Recuperação (FR)

É a relação entre a recuperação de pol na seção de cozimento a ser obtida da cana

de fornecedores e a recuperação padrão:

( )0,8654

1P40

1x59,4599,45

RF z

−= , logo, ( )

−=1P

401 x1,933RF

z

3.4.2 - O sistema ATR

O dinamismo preconizado pelo sistema de PCTS, desde a sua implantação, não

atendeu aos pleitos das partes envolvidas, fornecedores de cana e industriais, que

via de regra, obviamente, são antagônicos. De um lado, o da indústria, conforme

reportado por Pinto (1992), questionava-se o sistema por ele não penalizar

adequadamente as impurezas presentes na cana bem como o seu tempo de

queima. Além disso, o sistema permitia aos fornecedores concentrarem suas

entregas de cana no período de pico de concentração de sacarose, forçando as

indústrias a investir em estrutura para iniciar e terminar a safra sem cana de

fornecedores. Do outro lado, o dos fornecedores, Silva (1995) relata que o

fornecedor recebia pela tonelada de cana o equivalente em açúcar cristal standard,

que representou apenas 5% de todo açúcar produzido no estado de São Paulo na

safra 1994/95. A maior parte, portanto, foi comercializada como especial ou especial

extra, com preços superiores. Isso sem considerar os preços de exportação,

previstos em mais de 100% do preço do açúcar standard. Além disso, o sistema não

contemplava os subprodutos comercializados pela indústria, como o bagaço usado

na cogeração ou como ração animal.

Stupiello (1996) analisou as diversas equações de cálculo da fibra % cana e do

coeficiente C adotadas em cada unidade da federação. Ao associá-las com os

respectivos valores da pol % cana padrão, concluiu que os mesmos dados

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 55

tecnológicos, empregados nas diferentes regiões produtoras encerravam diferenças

de até 12% de ágio.

Apesar dos contrastes verificados entre as regiões, o sistema de PCTS resistiu por

21 anos no Brasil, até a liberação dos preços da cana em 1998, fato confirmado

apenas pela Portaria 275/98 para o dia 1° de fevereiro de 1999 (Consecana, 2000).

Em 1998, diante a possibilidade iminente de liberação dos preços da cana, prevista

para o dia 1° de maio, através da Portaria 294/96, foi criada em São Paulo o

Consecana – Conselho de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool de São

Paulo. O Consecana é uma Sociedade Civil constituída entre a Orplana –

Organização de Plantadores de Cana do Estado de São Paulo e a Unica – União da

Agroindústria Canavieira de Estado de São Paulo de cujo grupo técnico foi

responsável pelo desenvolvimento do novo sistema de pagamento de cana-de-

açúcar, o ATR – Açúcar Total Recuperável.

Nessa nova sistemática de pagamento de cana, mantém-se inalterada toda a

metodologia de amostragem e de análise de cana do antigo sistema de pagamento

de cana, PCTS. Modifica-se, entretanto, a metodologia de cálculo da tonelada de

cana para efeito de pagamento, de forma que seu valor, ao invés de ser fixado pelo

governo federal, passa a ser determinado pelo mercado.

Assim, em lugar do ágio em relação a uma cana padrão, calcula-se o açúcar total

recuperável - ATR e, através das planilhas de custo de produção de cana, açúcar e

álcool, calcula-se a participação da matéria-prima nos produtos acabados. O preço

do ATR final será calculado a partir do preço do açúcar, praticado nos mercados

externo e interno, através do preço do álcool de todos os tipos, considerando o valor

presente e livre dos impostos ou frete, ou seja, na condição PVU e levando-se em

consideração o mix de produção da empresa.

3.4.2.1 - Determinação do valor da tonelada de cana

A fórmula para a determinação do valor-base da tonelada de cana é dada por:

VTC = ATR x VATR

onde:

VTC = valor-base da tonelada de cana-de-açúcar posta na esteira da unidade

industrial, expresso em reais (R$/tc);

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 56

ATR = quantidade média de açúcar total recuperável (ATR) da cana fornecida,

expressa em quilogramas por tonelada de cana (kg ATR/tc);

VATR = preço médio de um quilograma de ATR, expresso em reais (R$/kg ATR).

3.4.2.2 - Determinação dos açúcares totais recuperáveis (ATR)

Os açúcares totais recuperáveis (ATR) representam a quantidade total de açúcares,

transformados em açúcares invertidos – glicose e frutose, que são recuperados na

usina, considerando-se uma determinada perda no processamento. A fórmula para a

determinação do ATR é dada por:

ATR = (10 x 1,0526 x (1 - PI / 100) x PC) + (10 x (1 - PI / 100) x ARC)

onde:

PI = Perda industrial dos açúcares contidos na cana-de-açúcar decorrente do

processo de fabricação. No Espírito Santo e em São Paulo, PI = 12%, no Rio de

Janeiro, PI = 15,95%;

1,0526 = Fator estequiométrico de conversão de sacarose em açúcares redutores.

A equação de ATR pode ser simplificada para:

ATR = 9,26288 x PC + 8,8 x ARC, para Espírito Santo e São Paulo;

ATR = 8,84710 x PC + 8,405 x ARC, para Rio de Janeiro;

onde:

ARC = Açúcares redutores da cana, obtidos a partir dos açúcares redutores do

caldo (AR).

3.4.2.2.1 - Açúcares redutores do caldo (AR)

Os açúcares redutores do caldo (AR) são calculados através de uma equação de

regressão linear obtida entre a pureza do caldo (Pz) e os açúcares redutores

analisados.

AR = 9,9408 - 0,1049 x Pz

3.4.2.2.2 - Açúcares redutores da cana (ARC)

A transformação do AR em açúcares redutores da cana (ARC) se faz pela seguinte

expressão:

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 57

ARC = AR x (1 - 0,01 x F) x C

Substituindo-se a equação de AR e as equações de fibra (F) e coeficiente C (C) de

cada estado, tem-se:

ARC = (9,9408 - 0,1049 x Pz) x (1 - 0,01 x F) x (0,9896 - 0,00322 x F), (ES);

ARC = (9,9408 - 0,1049 x Pz) x (1 - 0,01 x F) x (0,97545 - 0,002596 x F), (RJ);

ARC = (9,9408 - 0,1049 x Pz) x (1 - 0,01 x F) x (1,013 - 0,00575 x F), (SP)

3.4.2.3 - Determinação do preço médio de um quilograma de ATR

O preço médio de um quilograma de ATR (VATR) é calculado a partir:

• da participação da matéria-prima nos preços dos produtos acabados - açúcar,

álcool residual, álcool anidro e álcool hidratado;

• dos preços do açúcar, nos mercados interno e externo, do álcool anidro e do

álcool hidratado;

• dos fatores de conversão do açúcar, do álcool anidro e do álcool hidratado, em

ATR.

3.4.2.3.1 - Participação da matéria-prima nos preços dos produtos

O valor da participação da cana-de-açúcar nos custos dos produtos finais adotado

no Espírito Santo foi o mesmo do empregado em São Paulo, que baseou-se em

levantamento efetuado pela Fundação Getúlio Vargas. No Rio de Janeiro, a

participação foi determinada a partir dos preços da cana-de-açúcar e dos produtos

constantes na Portaria MF n°110/97, de 20 de maio de 1997, que fixou pela última

vez os preços do setor.

Tabela 8. Participação da matéria-prima nos preços dos produtos acabados, adotada no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.

Participação (%) Produtos ES e SP RJ

Açúcar e álcool residual 56,80 58,20 Álcool anidro direto 61,20 59,64 Álcool hidratado direto 61,70 61,76

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 58

3.4.2.3.2 - Preços dos produtos

Os preços do açúcar nos mercados interno e externo, do álcool anidro e do álcool

hidratado no estado de São Paulo são levantados pela Escola Superior de

Agronomia Luiz de Queirós - ESALQ/CEPEA. No estado do Rio de Janeiro são

apurados pela Fundação de Amparo a Pesquisa da Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro – FAPUR/UFRRJ. No estado do Espírito Santo, a apuração é feita na

própria contabilidade da unidade industrial por representantes dos fornecedores.

3.4.2.3.3 - Fatores de conversão dos produtos em ATR

A quantidade de ATR necessária para obter unidades de produto é dada por:

• 1 kg de açúcar com polarização de 99,7ºISS corresponde a 0,997/0,95 = 1,0495

kg de ATR.

• 1 litro de álcool anidro a 99,3 ºINPM corresponde a 1/0,5504 = 1,8169 kg de ATR

• 1 litro de álcool hidratado corresponde a 1/0,5744 = 1,7409 kg de ATR

3.4.2.4 - Quantificação do álcool residual

O volume de álcool residual produzido é obtido através de cálculo, considerando:

• Qualidade da cana analisada;

• Quantidade de açúcar e álcool produzidos pela usina;

• Relação litros de álcool residual por kg de açúcar.

3.4.2.4.1 - Açúcar recuperado

Para o cálculo do açúcar recuperado, adotou-se uma polarização de 99,7ºISS e mel

final com 40% de pureza. Desta maneira, a recuperação da fabricação (R), dada

pela equação SJM (Sugar Juice Molasses), de Noel-Deer, resulta em:

−=

JM

1xMS

SR

onde:

S = Pureza do açúcar com 99,7% de pol e 0,04% de umidade:

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 59

%99,74100x0,04100

99,7100x

brixpol

S =−

== ;

M = Pureza do mel, arbitrada em 40%;

J = Pureza do xarope, considerada a mesma do sistema PCTS: J = Pz – 1.

Deste modo, a recuperação (R) pode ser expressa por:

−=

−=1P

401x66957,1

1P40

1x40-99,74

99,74R

zz

O açúcar, com 99,7% de polarização, é então calculado por:

0,9971P

401x66957,1 x PI/100) - (1 x PC x 10

Açúcar z

−=

−=1P

401xPI/100) - (1xPCx74594,16Açúcar

z

Substituindo as perdas industriais adotadas em cada estado, tem-se:

−=1P

401xPCx7364,14Açúcar

z

, (ES e SP);

−=1P

401xPCx07496,14Açúcar

z

, (RJ).

3.4.2.4.2 - Álcool anidro residual (AAr)

O álcool residual é fabricado da parcela do mel resultante da SJM, que não foi

recuperada como açúcar, convertido em açúcares redutores, mais os açúcares

redutores da cana.

5504,0xARCx100PI

1x100526,1x1P

401x66957,11x

100PI

1xPCx10AArz

−+

−−

−=

Substituindo as perdas industriais adotadas em cada estado, tem-se:

5504,0xARCx8,80526,1x1P

401x66957,11xPCx8,8AAr

z

+

−−= , (ES e SP);

5504,0xARCx405,80526,1x1P

401x66957,11xPCx405,8AAr

z

+

−−= , (RJ).

onde:

Capítulo III: Sistemas de pagamento de cana-de-açúcar 60

0,5504 = Fator de conversão de um kg de ART em álcool anidro, com um

rendimento de fermentação de 85,5% e de destilação de 99,0%. A eficiência da

destilaria é dada por: ART = (0,6503 x 0,855 x 0,99) = 0,5504 L de álcool anidro.

3.4.2.4.3 - Álcool anidro direto (AA)

Quando somente se produz álcool anidro direto, utiliza-se toda a quantidade de ATR

para a fermentação e o cálculo é dado por:

AA = ATR x 0,5504

3.4.2.4.4 - Álcool hidratado residual (AHr)

Para obter o volume de álcool hidratado residual basta multiplicar o valor de álcool

anidro direto pelo fator de conversão em função da massa específica e respectivo

grau alcoólico: fator de conversão de álcool anidro para hidratado = 1,04361, ou

multiplicar 0,5504 por 1,04361 = 0,5744

5744,0xARCx8,80526,1x1P

401x66957,11xPCx8,8AAr

z

+

−−= , (ES e SP).

5744,0xARCx405,80526,1x1P

401x66957,11xPCx405,8AAr

z

+

−−= , (RJ).

3.4.2.4.5 - Álcool hidratado direto (AH)

Quando somente se produz álcool hidratado direto, utiliza -se toda a quantidade de

ATR para a fermentação e o cálculo é dado por:

AH = ATR x 0,5744

CAPÍTULO IV

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS PCTS e ATR

4.1 - O sistema PCTS

A Figura 19 apresenta a sistemática de cálculo do valor da tonelada de cana-de-

açúcar que permanecia em vigor no estado do Rio de Janeiro na época da liberação

do preço da cana, em 1998.

F = 0,1926 . PBU - 15,39

Peso do bolo úmido (PBU)

F (R) = 1,933 . (1 - 40 / (Pz - 1))

Brix (B) Leitura sacarimétrica (LS)

S = LS . (0,2605 - 0,0009882 . B)

C = 1,0154 - 0,0005 . PBUPz = (S / B) . 100

V = (PC / PCp) . F (R) . Vb

PC = S . (1 - 0,01 . F) . C

Figura 19. Diagrama de blocos do cálculo do valor da tonelada de cana-de-açúcar pelo sistema de PCTS-RJ.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 62

onde:

F = Fibra % cana;

C = Coeficiente C;

S = Pol % caldo;

Pz = Pureza % caldo;

PC = Pol % cana;

F (R) = Fator de recuperação;

PCp = Pol% cana padrão, igual a 11,741.

Vb = Valor base, em reais, de uma tonelada de cana na esteira, fixado pelo governo

federal;

A metodologia de cálculo adotada no sistema de pagamento de cana pelo teor de

sacarose (PCTS) no estado do Rio de Janeiro difere daquela adotada em São Paulo

nas equações de fibra (F) e do coeficiente C (C) e no valor da pol % cana padrão

(PCp). Nos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, onde se usam a mesma

equação do coeficiente C; a diferença na metodologia de cálculo está apenas na

equação da fibra e no valor da pol % cana padrão (PCp).

Quadro 4. Diferentes parâmetros de cálculo de pagamento de cana nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Estado Fibra (F) Coeficiente C (C) PC padrão ES F = 0,15528 x PBU - 8,015 C = 1,0154 - 0,0005 x PBU 12,3 RJ F = 0,1926 x PBU - 15,39 C = 1,0154 - 0,0005 x PBU 11,741 SP F = 0,152 x PBU - 8,367 C = 1,0794 - 0,000874 x PBU 12,257

A Tabela 9 apresenta os resultados obtidos nos três estados para um exemplo

hipotético de uma única análise com os seguintes valores: brix = 17,09%; leitura

sacarimétrica = 58,83°ISS e peso do bolo úmido = 147,4 g. Esses valores analíticos

fornecem os resultados da cana padrão adotada para o estado do Rio de Janeiro,

com 0,0% de ágio.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 63

Tabela 9. A cana padrão no estado do Rio de Janeiro, relativa aos estados do Espírito Santo e São Paulo – sistema PCTS.

Parâmetros ES RJ SP Pol % caldo: S 14,33 14,33 14,33 Pureza % caldo: Pz 83,87 83,87 83,87 Fibra: F 14,87 13,00 14,04 Coeficiente C: C 0,942 0,942 0,951 Pol % cana: PC 11,489 11,741 11,711 Fator de recuperação: F(R) 1,000 1,000 1,000 Ágio/deságio: A/D (%) -6,6 0,0 -4,5

4.1.1 - Influência da matéria estranha

O teor de matéria estranha presente na cana é quantificado como parte integrante

da fibra industrial.

A Tabela 10 mostra a influência da matéria estranha nos principais parâmetros de

medição da qualidade da cana-de-açúcar nos estados do Espírito Santo, Rio de

Janeiro e São Paulo. Partindo-se dos mesmos dados tecnológicos de análise do

caldo (brix = 17,09% e LS = 58,83°ISS), que fornecem os seguintes resultados:

Pureza = 83,87% (valor padrão), F(R) = 1,000, verifica-se que o ágio (%) no estado

do Rio de Janeiro mantém-se superior aos dos dois estados para qualquer variação

de PBU. Para um valor de PBU = 147,4 g, o valor da fibra no estado do Rio de

Janeiro é igual a 13,0%, resultando um PC igual a 11,741% (valor padrão) e em

conseqüência, um ágio nulo, ou seja, 0,0% (zero ponto percentual). Com esses

mesmos dados tecnológicos, obtém-se um deságio de 6,6% sobre o valor base da

tonelada de cana no estado do Espírito Santo, e de 4,5% sobre o valor da cana em

São Paulo.

Um aumento de 10 gramas no peso do bolo úmido diminui em média 2,2% do ágio

incidente sobre o valor da tonelada de cana no estado do Espírito Santo, 2,7% no

ágio do estado do Rio de Janeiro e 2,5% no ágio do estado de São Paulo.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 64

Tabela 10. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor (ágio/deságio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo PBU

(g) Fibra (%)

PC (%)

Ágio (%)

Fibra (%)

PC (%)

Ágio (%)

Fibra (%)

PC (%)

Ágio (%)

127,4 11,8 12,03 -2,2 9,1 12,39 5,5 11,0 12,35 0,7 137,4 13,3 11,76 -4,4 11,1 12,07 2,8 12,5 12,03 -1,9 147,4 14,9 11,49 -6,6 13,0 11,74 0,0 14,0 11,71 -4,5 157,4 16,4 11,22 -8,8 14,9 11,42 -2,7 15,6 11,40 -7,0 167,4 18,0 10,95 -11,0 16,9 11,10 -5,4 17,1 11,09 -9,5 177,4 19,5 10,69 -13,1 18,8 10,79 -8,1 18,6 10,78 -12,0 187,4 21,1 10,42 -15,3 20,7 10,47 -10,8 20,1 10,48 -14,5 197,4 22,6 10,16 -17,4 22,6 10,16 -13,4 21,6 10,18 -16,9

Observa-se na Figura 20, que quando o valor do peso do bolo úmido é baixo, a fibra

industrial no Rio de Janeiro é a menor, mas o seu valor supera aos dos demais

estados quando o valor de PBU é alto, acima de 200 g.

ES

RJ

SP

8

11

14

17

20

23

120 140 160 180 200Peso do bolo úmido (g)

Fib

ra in

dust

rial (

%)

Figura 20. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor da fibra industrial nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Na Figura 21 observa-se que, mesmo para valores de PBU acima de 200 g, o ágio

apurado no Rio de Janeiro é maior que nos demais estados, usando uma mesma

composição do caldo, no caso, brix = 19,5% e LS = 70,00°ISS.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 65

ES

SP

RJ

-12

-6

0

6

12

18

24

30

120 140 160 180 200 220 240

Peso do bolo úmido (g)

Ági

o (%

)

Figura 21. Influência da variação do peso do bolo úmido no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

A Tabela 11 e a Figura 22 mostram a influência da fibra industrial (%) nos valores

dos ágios (%) obtidos nos três estados, mantendo-se fixos os dados tecnológicos

relativos ao caldo: brix = 19,5% e LS = 70,00°ISS.

Tabela 11. Influência da variação da fibra industrial (%) no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Ágio (%) Fibra(%) ES RJ SP

9,0 23,6 28,3 26,4 10,0 21,8 26,5 24,3 11,0 20,0 24,8 22,2 12,0 18,3 23,1 20,1 13,0 16,6 21,3 18,1 14,0 14,8 19,6 16,0 15,0 13,1 17,9 14,0 16,0 11,4 16,2 11,9 17,0 9,7 14,5 9,9 18,0 8,0 12,8 7,9 19,0 6,3 11,1 5,9 20,0 4,6 9,4 4,0

Um aumento de um ponto percentual na fibra industrial resulta numa queda média

de 1,8% no ágio incidente sobre o valor da tonelada de cana nos estados do Rio de

Janeiro e Espírito Santo. Em São Paulo, a queda média no ágio é de 2,0% para a

mesma variação na fibra.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 66

Na Figura 22, observa-se que as retas que representam o decremento do ágio em

função do incremento da fibra nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro são

paralelas. No estado de São Paulo, a inclinação da reta é mais acentuada.

ESSP

RJ

0

5

10

15

20

25

30

9 12 15 18 21Fibra industrial (%)

Ági

o (%

)

Figura 22. Influência da variação da fibra industrial no valor (ágio) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

4.1.2 - Influência da pureza do caldo

A pureza do caldo da cana exerce influência direta na recuperação do açúcar na

seção de cozimento da usina. Um caldo com baixa pureza apresenta maiores teores

de açúcares redutores e cinzas, que prejudicam a cristalização do açúcar.

No estado de São Paulo, a unidade industrial poderá recusar o recebimento de

carregamentos com pureza do caldo abaixo de 75% (Consecana, 2000). No estado

do Espírito Santo, o critério de rejeição é para pureza abaixo de 78%.

A Tabela 12 apresenta os valores de ágio (%) obtidos nos três estados quando se

faz variar o brix % caldo, mantendo-se fixo os dois outros dados tecnológicos: PBU =

150 g e LS = 68,55°ISS. Ao se manter constante a leitura sacarimétrica, e

consequentemente a pol % caldo, o valor da pureza % caldo varia inversamente com

a variação do brix % caldo.

Uma redução de 0,1°brix (um décimo de grau brix) na composição do caldo resulta

num aumento de cerca de 0,45% na pureza % caldo e de cerca de 0,6% no ágio

incidente sobre o valor da tonelada de cana em cada um dos estados.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 67

Tabela 12. Variação da pureza % caldo e do ágio sobre o preço da tonelada de cana, segundo a variação do brix % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Brix Pureza Ágio (%) (%) (%) F (R) ES RJ SP 20,0 82,51 0,984 5,2 12,5 7,5 19,9 82,96 0,990 5,8 13,2 8,2 19,8 83,41 0,995 6,4 13,8 8,8 19,7 83,87 1,000 7,0 14,5 9,4 19,6 84,33 1,005 7,6 15,1 10,0 19,5 84,80 1,010 8,2 15,7 10,6 19,4 85,27 1,015 8,8 16,4 11,2 19,3 85,75 1,021 9,4 17,0 11,8 19,2 86,23 1,026 10,0 17,7 12,4 19,1 86,72 1,031 10,6 18,3 13,0 19,0 87,21 1,036 11,2 18,9 13,7 18,9 87,71 1,041 11,8 19,6 14,3 18,8 88,21 1,046 12,4 20,2 14,9 18,7 88,72 1,052 13,0 20,9 15,5 18,6 89,23 1,057 13,6 21,5 16,1

No sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose e pureza, o peso da

pureza na determinação do valor da tonelada de cana é elevado, pois a partir de seu

valor determina-se o fator de recuperação (F(R)), que incide diretamente sobre o

preço da cana.

O fator de recuperação é igual a unidade quando a pureza do caldo da cana

analisada é igual ao valor padrão (PzP = 83,87%). Um caldo com pureza acima do

valor padrão fornece F(R) maior que 1. Em contrapartida, pureza abaixo do valor

padrão fornece F(R) menor que 1.

Na Figura 23, usando-se os mesmos dados tecnológicos da Tabela 12, observa-se o

valor da tonelada de cana (ágio) aumenta proporcionalmente ao aumento da pureza

do caldo.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 68

ES

SP

RJ

5

10

15

20

25

82 84 86 88 90

Pureza % caldo

Ági

o (%

)

Figura 23. Influência da variação da pureza do caldo no ágio (%) da cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

4.1.3 - Influência do teor de sacarose

A Tabela 13 apresenta os valores da pol % cana (PC) e do ágio (%) obtidos nos três

estados quando se faz variar a pol % caldo, mantendo-se constantes os valores do

peso do bolo úmido e da pureza % caldo (PBU = 150 g e Pz = 83,87%). A variação

no brix % caldo é feita para manter constante o valor da pureza % caldo.

Um aumento de 0,1% na pol % caldo resulta num aumento de cerca de 0,8% na pol

% cana e de cerca de 0,7% no ágio incidente sobre o valor da tonelada de cana em

cada um dos estados.

Tabela 13. Variação da pol % cana (PC) e do valor (ágio) da tonelada de cana, segundo a variação da pol % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Pol Brix PC (%) Ágio (%) (%) (%) ES RJ SP ES RJ SP 16,0 19,08 12,748 13,015 12,983 3,6 10,8 5,9 16,1 19,20 12,827 13,096 13,064 4,3 11,5 6,6 16,2 19,32 12,907 13,178 13,145 4,9 12,2 7,2 16,3 19,43 12,987 13,259 13,226 5,6 12,9 7,9 16,4 19,55 13,066 13,341 13,308 6,2 13,6 8,6 16,5 19,67 13,146 13,422 13,389 6,9 14,3 9,2 16,6 19,79 13,226 13,503 13,470 7,5 15,0 9,9 16,7 19,91 13,305 13,585 13,551 8,2 15,7 10,6 16,8 20,03 13,385 13,666 13,632 8,8 16,4 11,2 16,9 20,15 13,465 13,747 13,713 9,5 17,1 11,9 17,0 20,27 13,544 13,829 13,794 10,1 17,8 12,5

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 69

SP

RJ

ES

3

6

9

12

15

18

21

16,0 16,2 16,4 16,6 16,8 17,0Pol % caldo

Ági

o (%

)

Figura 24. Influência da variação da pol % caldo no valor (ágio) da tonelada de cana-de-açúcar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

4.2 - O sistema ATR

Essa nova sistemática de pagamento de cana é o resultado de um novo modelo de

relacionamento entre produtores de cana e industriais. Nesse novo modelo,

desaparece o termo ágio, uma vez que os preços da matéria-prima e dos produtos

estão liberados, sendo determinados pelo mercado.

A Tabela 14 apresenta os resultados obtidos nos três estados para o mesmo

exemplo apresentado na Tabela 9: brix = 17,09%; LS = 58,83°ISS e PBU = 147,4 g.

Esses valores analíticos fornecem os resultados da cana padrão adotada antigo

sistema de PCTS para o estado do Rio de Janeiro, com 0,0% de ágio.

No sistema ATR, ao contrário do anterior, verifica-se que o principal parâmetro de

aferição da qualidade da cana-de-açúcar, o ATR, é menor no Rio de Janeiro.

Tabela 14. A cana padrão no estado do Rio de Janeiro, relativa aos estados do Espírito Santo e São Paulo – sistema ATR.

Parâmetros ES RJ SP Pol % caldo: S 14,33 14,33 14,33 Pureza % caldo: Pz 83,87 83,87 83,87 Fibra: F 14,87 13,00 14,04 Coeficiente C: C 0,942 0,942 0,951 Pol % cana: PC 11,489 11,741 11,711 Açúcar redutor % cana: ARC 0,916 0,936 0,934 Açúcar total recuperável: ATR 114,49 111,75 116,70

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 70

4.2.1 - Influência da matéria estranha

A Tabela 15 mostra a influência da matéria estranha nos principais parâmetros de

medição da qualidade da cana-de-açúcar nos estados do Espírito Santo, Rio de

Janeiro e São Paulo. Partindo-se dos mesmos dados tecnológicos de análise do

caldo (brix = 17,09% e LS = 58,83°ISS), verifica-se o valor do ATR no estado do Rio

de Janeiro mantém-se superior aos dos dois estados para qualquer variação de

PBU.

O incremento de 10 g no peso do bolo úmido (PBU) diminui em média 2,7 kg de ATR

por tonelada de cana no estado do Espírito Santo, 3,0 kg de ATR no estado do Rio

de Janeiro e 3,1 kg de ATR no estado de São Paulo.

Tabela 15. Influência da variação do peso do bolo úmido na fibra industrial e no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

PBU Fibra industrial (%) ATR (kg/tc) (g) ES RJ SP ES RJ SP 127,4 11,8 9,1 11,0 119,92 117,94 123,05 137,4 13,3 11,1 12,5 117,19 114,83 119,86 147,4 14,9 13,0 14,0 114,49 111,75 116,70 157,4 16,4 14,9 15,6 111,80 108,70 113,58 167,4 18,0 16,9 17,1 109,14 105,67 110,50 177,4 19,5 18,8 18,6 106,50 102,67 107,46 187,4 21,1 20,7 20,1 103,88 99,69 104,46 197,4 22,6 22,6 21,6 101,28 96,75 101,49

A Figura 25 mostra a variação do ATR em função do PBU, usando-se os mesmos

dados tecnológicos apresentados na Tabela 15.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 71

SPESRJ

95

100

105

110

115

120

125

130

120 140 160 180 200

Peso do bolo úmido (g)

AT

R (k

g/tc

)

Figura 25. Variação dos açúcares totais recuperáveis (ATR), em função da variação do peso do bolo úmido (PBU) nos estados do ES, RJ e SP.

A Tabela 16 apresenta num outro exemplo hipotético, a influência da fibra industrial

(%) nos valores dos açúcares totais recuperáveis (ATR) obtidos nos três estados,

mantendo-se fixos os dados tecnológicos relativos ao caldo (Brix = 19,5% e LS =

70,00°ISS).

Tabela 16. Influência da variação da fibra industrial (%) no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Fibra ATR (kg/tc) (%) ES RJ SP 9,0 143,33 135,68 146,15

10,0 141,28 133,82 143,70 11,0 139,24 131,97 141,26 12,0 137,21 130,13 138,85 13,0 135,19 128,30 136,45 14,0 133,18 126,48 134,07 15,0 131,19 124,66 131,71 16,0 129,20 122,85 129,37 17,0 127,22 121,05 127,04 18,0 125,26 119,26 124,74 19,0 123,30 117,48 122,46 20,0 121,36 115,70 120,19

Um aumento de um ponto percentual na fibra industrial diminui em média 2,0 kg de

ATR por tonelada de cana no estado do Espírito Santo, 1,8 kg de ATR por tonelada

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 72

de cana no Rio de Janeiro e 2,3 kg de ATR por tonelada de cana no estado de São

Paulo.

Na Figura 26 observa-se que, para qualquer variação da fibra industrial, mantendo-

se constante a composição do caldo (Brix = 19,5% e LS = 70,00°ISS), os valores de

ATR nos estados do Espírito Santo e São Paulo são superiores aos determinados

no estado do Rio de Janeiro.

SP

ES

RJ

110

120

130

140

150

9 12 15 18 21Fibra industrial (%)

AT

R (k

g/tc

)

Figura 26. Influência da variação da fibra industrial no valor do ATR (kg/tc) nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

4.2.2 - Influência da pureza do caldo

A Tabela 17 apresenta os valores de ATR obtidos nos três estados quando se faz

variar o brix % caldo e a pureza % caldo, mantendo-se fixo os dois outros dados

tecnológicos: PBU = 150 g e LS = 68,55°ISS.

Uma redução de 0,1°brix (um décimo de grau brix) na composição do caldo resulta

num aumento médio de 0,48% na pureza % caldo. Essa mesma variação provoca

um decaimento médio de 0,3 kg de ATR por tonelada de cana em cada um dos

estados.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 73

Tabela 17. Variação da pureza % caldo, do açúcar redutor % cana (ARC) e do açúcar total recuperável (ATR), segundo a variação do brix % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Brix Pureza ARC (%) ATR (kg/tc) (%) (%) ES RJ SP ES RJ SP 20,0 82,51 1,02 1,05 1,04 130,8 127,6 133,2 19,9 82,96 0,99 1,01 1,00 130,5 127,3 132,9 19,8 83,41 0,95 0,97 0,97 130,2 127,0 132,6 19,7 83,87 0,91 0,93 0,93 130,0 126,7 132,4 19,6 84,33 0,87 0,89 0,89 129,7 126,4 132,1 19,5 84,80 0,83 0,85 0,85 129,4 126,2 131,8 19,4 85,27 0,79 0,81 0,81 129,1 125,9 131,5 19,3 85,75 0,75 0,77 0,77 128,8 125,6 131,1 19,2 86,23 0,71 0,73 0,73 128,5 125,3 130,8 19,1 86,72 0,67 0,69 0,68 128,2 125,0 130,5 19,0 87,21 0,63 0,64 0,64 127,8 124,7 130,2 18,9 87,71 0,59 0,60 0,60 127,5 124,4 129,9 18,8 88,21 0,55 0,56 0,56 127,2 124,1 129,6 18,7 88,72 0,51 0,52 0,51 126,9 123,7 129,2 18,6 89,23 0,46 0,47 0,47 126,6 123,4 128,9

No sistema de pagamento de cana pelo ATR, o peso da pureza na determinação do

valor da tonelada de cana é inverso ao do sistema PCTS. No sistema PCTS, o

aumento no valor da pureza aumenta a remuneração da cana-de-açúcar, enquanto

que no sistema ATR, o aumento da pureza diminui o valor do açúcar % cana (ARC),

que incide diretamente sobre a determinação do ATR.

SP

ES

RJ122

124

126

128

130

132

134

82 84 86 88 90Pureza % caldo

AT

R (k

g/tc

)

Figura 27. Influência da variação da pureza do caldo no valor do ATR nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 74

4.2.3 - Influência do teor de sacarose

A Tabela 18 e a Figura 28 apresentam os valores de ATR obtidos nos três estados

quando se faz variar a pol % caldo e o brix % caldo, mantendo-se constantes os

valores do peso do bolo úmido e da pureza % caldo (PBU = 150 g e Pz = 83,87%).

Um aumento de 0,1% na pol % caldo resulta num aumento de cerca de 0,7 kg de

ATR por tonelada de cana em cada um dos estados.

Tabela 18. Variação do açúcar total recuperável (ATR), segundo a variação da pol % caldo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Pol Brix ATR (kg/tc) (%) (%) ES RJ SP 16,0 19,08 126,1 123,0 128,4 16,1 19,20 126,8 123,7 129,2 16,2 19,32 127,6 124,4 129,9 16,3 19,43 128,3 125,1 130,7 16,4 19,55 129,0 125,8 131,4 16,5 19,67 129,8 126,6 132,2 16,6 19,79 130,5 127,3 132,9 16,7 19,91 131,3 128,0 133,7 16,8 20,03 132,0 128,7 134,4 16,9 20,15 132,7 129,4 135,2 17,0 20,27 133,5 130,2 135,9

SP

ES

RJ

122

126

130

134

16,0 16,2 16,4 16,6 16,8 17,0Pol % caldo

AT

R (k

g/tc

)

Figura 28. Influência da variação da pol % caldo no açúcar total recuperável (ATR) nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 75

4.3 - PCTS versus ATR

Para a implantação do sistema de pagamento de cana pelos açúcares totais

recuperáveis (ATR) manteve-se a mesma sistemática de amostragem e análise do

antigo sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose (PCTS). As equações

empregadas para determinação da pol % cana também permaneceram inalteradas.

A principal diferença entre os sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose

(PCTS) e o sistema de pagamento de cana pelos açúcares totais recuperáveis

(ATR), é a referência de preços. No primeiro, existia um preço básico estipulado pelo

governo federal. No segundo, o preço da cana passa a depender dos preços de

mercado dos produtos acabados.

Uma outra diferença importante entre os sistemas, é que o sistema ATR contempla

os açúcares redutores presentes na cana. A razão para essa mudança, pioneira no

mundo, é que os açúcares redutores são fermentescíveis, sendo transformados em

produtos comercializáveis (álcool anidro e/ou hidratado).

A presença de açúcares redutores no caldo diminui a pureza do caldo e como

conseqüência, o sistema de pagamento de cana pelo ATR passou a remunerar

menos as canas com pureza mais elevada.

A Figura 29 mostra a variação nos preços da tonelada de cana em função do teor de

pureza nos dois sistemas de pagamento. Para o exemplo, considerou-se uma

análise fornecendo peso do bolo úmido igual a 150,0 g, leitura sacarimétrica igual a

68,55°ISS e brix % caldo variando entre 18,6% e 20,0%. Para o sistema PCTS,

considerou-se um preço básico da tonelada de cana igual a R$17,00 e para o

sistema ATR, considerou-se um quilograma de ATR igual a R$0,147.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 76

PCTS

ATR

17,00

17,50

18,00

18,50

19,00

19,50

20,00

82 84 86 88 90Pureza % caldo

Val

or d

e 1

tc (

R$)

Figura 29. Influência da pureza % caldo na determinação do valor da tonelada de cana nos dois sistemas de pagamento de cana.

A adoção do novo sistema de pagamento de cana gerou perdas financeiras para o

fornecedor de cana logo na primeira safra, conforme publicado por Silva & Rodrigues

(2000):

”Na safra 98/99, o preço final do kg do ATR ao produtor, no estado de São

Paulo foi R$ 0,1036 e a quantidade média de ATR por tonelada de cana-de-

açúcar de 140,08, resultando, assim, num valor médio de R$ 14,51 por

tonelada de cana-de-açúcar. Considerando-se o preço calculado em função

do sistema anterior, ou seja, de preço fixado pelo Governo, de R$ 17,20 por

tonelada e o ágio médio de qualidade da ordem de 23,75% na mesma safra, o

produtor teria recebido R$ 21,29 por tonelada de cana-de-açúcar. Verifica-se,

desta forma, uma diferença na renda do produtor de 31,85%, dos quais 5,86%

foram devidos aos coeficientes técnicos utilizados no novo sistema e 24,55%

devidos ao mercado, especialmente ao desequilíbrio entre a oferta e a

demanda de álcool, que gerou essa perda ao produtor de cana.”

A Tabela 19 apresenta os resultados obtidos no estado do Espírito Santo, onde o

sistema ATR foi implantado concomitantemente ao de São Paulo. Para o cálculo do

valor da tonelada de cana pelo sistema PCTS, considerou-se um preço básico igual

a R$17,00 nas três safras.

Capítulo IV: Avaliação dos sistemas PCTS e ATR 77

Tabela 19. Preços médios da tonelada de cana apurados pelos dois sistemas de pagamento de cana (PCTS e ATR) no Espírito Santo, safras 1998/99 – 2000/01.

ATR médio Valor do ATR Valor da cana (R$/tc) Safra (kg/tc) (R$/kg ATR) Sistema ATR Sistema PCTS

1998/99 133,41 0,1344 17,94 19,97 1999/00 128,19 0,1389 17,80 19,31 2000/01 139,02 0,2096 29,14 21,45

CAPÍTULO V

O SISTEMA PROPOSTO

5.1 - Determinação da quantidade de ATR

A determinação dos açúcares totais recuperáveis (ATR) envolve a seguinte

seqüência de cálculos:

Fibra (F)

Peso do bolo úmido (PBU)Brix (B) Leitura sacarimétrica (LS)

Pol % caldo (S) Coeficiente C (C)

Pureza % caldo (Pz)

Açúcar redutor % caldo (AR)

Açúcares totais recuperáveis (ATR)

Pol % cana (PC)Açúcar redutor % cana (ARC)

Figura 30. Diagrama de blocos do cálculo do ATR.

Capítulo V: O sistema proposto 79

Na última etapa, que determina o valor do ATR, além de se utilizarem os valores

calculados de ARC e PC, faz-se uso também das perdas na indústria, estabelecidas

de comum acordo entre as representações envolvidas, de fornecedores e de

industriais.

Durante o procedimento de análise da cana, as determinações do brix e da leitura

sacarimétrica devem manter a linearidade e a repetitividade preconizadas pelo

sistema (Consecana, 2000).

A transformação da leitura sacarimétrica em pol % caldo independe do agente

clarificante empregado, ou seja, em uma mesma amostra, a pol % caldo deve ter o

mesmo valor.

Por definição, a pureza % caldo é a relação percentual entre a pol % caldo e o brix

% caldo.

Os diferentes valores encontrados para os açúcares totais recuperáveis (ATR) nas

unidades da federação estudadas (ES, RJ e SP), devem-se, portanto, aos seguintes

fatores:

• Pol % cana (PC);

• Açúcares redutores % cana (ARC);

• Perdas industrias (PI).

5.1.1 - Determinação da pol % cana

O valor da pol % cana (PC) é obtido a partir da pol % caldo (S), da fibra industrial (F)

e do coeficiente C (C): PC = S x (1 - 0,01 x F) x C.

No presente trabalho, propõe-se que as equações de cálculo da fibra industrial e do

coeficiente C sejam as mesmas para as regiões que possuem perfis varietais

semelhantes. É o que ocorre nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Nesses estados, que empregam a mesma equação de determinação do coeficiente

C, a equação de fibra também deveria ser a mesma, já que possuem características

agroindustriais semelhantes.

O emprego de uma única equação para os dois estados certamente envolveria a

realização de uma nova pesquisa. Na época em que foram concebidas, a variedade

Capítulo V: O sistema proposto 80

de cana mais cultivada nessas regiões era a CB45-3. Atualmente prevalecem as

variedades RB, especialmente a RB72454.

A maior dificuldade técnica para se estabelecer uma equação de regressão linear

entre o peso do bolo úmido (PBU) e a fibra industrial (F) é que a correlação entre as

variáveis é afetada pela presença de impurezas na cana. Em canas limpas,

pertencentes a uma mesma variedade, nas mesmas condições de cultivo, a

correlação entre F e PBU é alta. A presença de impurezas minerais, decorrentes de

um embarque mal feito e que aumenta nos períodos chuvosos, não é totalmente

quantificada no peso do bolo úmido, já que uma parte considerável fica dispersa no

caldo extraído (Costa & Crespo, 1989).

Canas com elevado teor de impurezas e devidamente quantificadas para efeito de

pagamento sofrerão penalizações na pol % cana decorrentes dos valores de fibra e

coeficiente C. Entretanto, no decorrer do processamento, logo após o processo de

lavagem, uma amostra recolhida pela indústria para efeito de balanço de massa,

apresentará pol % cana bastante diferenciado do valor determinado, a priori, para

efeito de pagamento. Essa diferença entre o que se paga e o que se processa tem

sido um dos grandes problemas para a indústria desde a implantação do sistema de

pagamento de cana pela qualidade.

5.1.2 - Determinação dos açúcares redutores % cana

O valor dos açúcares redutores % cana (ARC) é obtido a partir dos açúcares

redutores % caldo (AR), da fibra industrial (F) e do coeficiente C (C):

ARC = AR x (1 - 0,01 x F) x C.

Os comentários relativos à determinação da fibra industrial e do coeficiente C foram

feitos no item 5.1.1.

A metodologia empregada para se determinar os açúcares redutores % caldo foi

objeto de estudo do presente trabalho.

Desde a implantação do sistema de pagamento de cana pelo ATR, adotou-se para o

estado de São Paulo uma equação de correlação linear entre os açúcares redutores

e a pureza do caldo, em substituição à determinação direta de AR pelo método

titulométrico (Lane & Eynon, 1923). Entretanto, de acordo com Fernandes (1999),

Capítulo V: O sistema proposto 81

não se deve empregar a equação quando se desejam resultados mais precisos, já

que a regressão é variável, dependendo das condições de cultivo, clima, variedade,

etc. Apesar dessas diferenças, as comissões técnicas dos estados do Rio de Janeiro

e Espírito Santo decidiram adotar essa mesma equação de regressão por não

disporem de série histórica, contendo dados consistentes, para elaborar uma

equação própria. E, ao contrário do estado de São Paulo, não facultaram às

unidades industriais a determinação direta dos açúcares redutores pelo método

titulométrico (Lane & Eynon, 1923) para efeito de pagamento de cana. No estado da

Paraíba, uma outra equação de regressão linear foi obtida para as variáveis AR e

pureza do caldo (Melo, 1999).

A determinação dos açúcares redutores pelo método titulométrico (Lane & Eynon,

1923) tem sido preterida pelas comissões técnicas de pagamento de cana devido à

morosidade da técnica. Mesmo depois de ter sido adaptado por Horii & Gonçalves

(1991), o método de análise de AR pelo Redutec® não é capaz de atender à

demanda das indústrias que recebem um grande número de fornecedores, sendo

que, em algumas delas, é comum realizar-se cerca de 500 análises por dia. Outros

métodos de análise de açúcares redutores têm sido propostos, como o de Somogyi

e Nelson, por Amorim et al. (1979). Melo (1982) propõe um método colorimétrico

para determinação de açúcar redutor em presença de sacarose. Neste método, a

solução açucarada tratada com cloreto de 2,3,5-trifenil tetrazóleo desenvolve cor,

devido à sua reação com os açúcares invertidos.

O objetivo deste trabalho foi testar o método do TTC, avaliando a sua aplicabilidade

nas usinas de açúcar para efeito de pagamento de cana. Os resultados analíticos

de açúcares redutores do caldo obtidos foram correlacionados com os respectivos

valores de pureza, obtendo-se uma equação de regressão linear que foi comparada

com as equações originadas em São Paulo e Paraíba.

O ensaio foi conduzido a partir de amostras coletadas no laboratório de pagamento

de cana na Usina Santa Cruz, localizada no Município de Campos dos Goytacazes,

no Norte Fluminense. Os valores de brix do caldo e pol do caldo clarificado com

subacetato de chumbo usados na determinação da pureza do caldo foram coletados

diretamente dos boletins de análise do laboratório de pagamento de cana. Uma

alíquota do caldo clarificado de 103 amostras foi coletada em frasco de 1,5 mL e

enviada em banho de gelo para o Centro de Biociências e Biotecnologia da

Capítulo V: O sistema proposto 82

Universidade Estadual do Norte Fluminense, onde foi analisada pelo método

colorimétrico do TTC (Isejima, 1999).

Das 103 amostras de caldo, vinte e três foram analisadas no laboratório industrial da

Usina pelo método titulométrico (Lane & Eynon, 1923). Os resultados foram

comparados com aqueles obtidos pelo método do TTC.

A Figura 31 apresenta a dispersão dos valores de AR determinados pelos métodos

TTC e Lane & Eynon, obtendo-se um coeficiente de determinação R2 = 0,80. Esse

valor pode ser considerado satisfatório, tendo em vista que se trata de comparação

entre métodos distintos, colorimétrico e titulométrico. Em análises quantitativas de

carboidratos, o colorimétrico é usualmente empregado pela praticidade e

confiabilidade (Dubois et al. 1956; Hodge & Hofreiter, 1962; Jermyn, 1956;

McCready et al. 1950). Por outro lado, a reação de Fehling, que consiste num

método titulométrico e no qual se baseia o método de Lane & Eynon foi

originalmente desenvolvida para realizar análises qualitativas, mais do que

quantitativas (Nelson & Cox, 2000) e algumas inconveniências do método sob

aspecto operacional que geraria alguns erros de determinação foram enumeradas

por Zago et al. (1992).

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8AR % caldo (TTC)

AR

% c

aldo

(Lan

e)

Figura 31. Dispersão entre os açúcares redutores do caldo de cana-de-açúcar determinados pelos métodos de Lane & Eynon e cloreto de trifenil tetrazóleo (TTC), com R2 = 0,80.

Capítulo V: O sistema proposto 83

A Figura 32 mostra os valores de AR dos dois métodos plotados em função dos

respectivos valores de pureza do caldo de cana. Os valores de AR obtidos pelos

dois métodos variaram de maneira bastante semelhante em função da pureza do

caldo. Nota-se que os valores de AR determinados pelo método de Lane & Eynon

foram superiores aos de TTC em todas as amostras analisadas. Essa diferença

possivelmente deve-se ao fato de o primeiro método ter sido empregado em caldo

cru e o segundo, em caldo clarificado, uma vez que o processo de clarificação

ocasiona uma certa perda de todos os compostos contidos no caldo. O caldo cru,

que se oxida rapidamente, interfere no método do TTC, que é colorimétrico. Além

disso, como a pol é determinada no caldo clarificado, optou-se por fazer o mesmo

para quantificação do açúcar redutor pelo método do TTC.

TTC

Lane

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

86 88 90 92 94 96Pureza % caldo

Açú

car r

edut

or %

cal

do

Figura 32. Porcentagem de açúcares redutores do caldo de cana-de-açúcar analisado pelos métodos de cloreto de trifenil tetrazóleo (TTC) e de Lane & Eynon em função da pureza do caldo.

Ainda na Figura 32, observa-se que houve correlação linear negativa entre o AR,

analisado pelos dois métodos, e a pureza do caldo (Pz). Os valores elevados de

pureza são característicos da Região Norte Fluminense apesar de terem sido

obtidos no mês de outubro. Com os dados obteve-se a equação de regressão linear

AR = 4,5193 – 0,04457 x Pz + 0,1325 x D, onde D = 0 para TTC e D = 1 para Lane &

Capítulo V: O sistema proposto 84

Eynon. A equação permite que o conteúdo de AR determinado pelo método de TTC

seja corrigido para o valor que seria obtido pelo método de Lane & Eynon.

A Figura 33 apresenta, para efeito de comparação, a correlação entre a pureza e AR

do caldo obtida em São Paulo (AR/SP = 9,9408 – 0,1049 x Pz, R2 = 0,92), Paraíba

(AR/PB = 3,4372 – 0,028 x Pz, R2 = 0,91) e Rio de Janeiro (AR/RJ = 4,5193 –

0,04457 x Pz, R2 = 0,47). O valor do coeficiente de determinação da equação AR/RJ

é significativo a nível de 1%. O seu valor inferior aos das equações AR/SP e AR/PB

deve-se ao fato de ter sido obtido a partir de dados individuais, enquanto os últimos

foram determinados a partir de valores médios.

AR/PB

AR/SPAR/RJ

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

80 84 88 92 96

Pureza % caldo

Açú

car

redu

tor

% c

aldo

Figura 33. Correlação entre a pureza do caldo e açúcar redutor do caldo de cana-de-açúcar obtida em São Paulo (AR/SP), Paraíba (AR/PB) e Rio de Janeiro (AR/RJ).

As equações AR/SP e AR/PB apresentam divergências significativas para valores

extremos de pureza do caldo. Ambas foram obtidas a partir de 16 mil pares de

dados. Em São Paulo, o trabalho foi conduzido utilizando amostras de cana limpa e

recém cortadas durante experimentos de variedades de cana. Na Paraíba, ao

contrário, as amostras de cana foram coletadas diretamente dos carregamentos no

momento da entrega nas usinas pelos fornecedores.

A equação AR/SP, por apresentar maior inclinação em relação às demais, é a que

exerce maior influência, quando aplicada para apuração do preço da cana: quando o

valor da pureza do caldo for baixo, o valor de AR será o mais alto; por outro lado,

quando a pureza do caldo for elevada, o valor de AR será o mais baixo. Ainda por

essa equação de AR/SP, verifica-se que quando a pureza atinge o valor 94,76%, o

Capítulo V: O sistema proposto 85

valor de AR se iguala a zero e, a partir daí, torna-se negativo com o incremento da

pureza. Segundo Stupiello (2000), os menores valores de AR do caldo podem

chegar a 0,15%, dependendo das condições de cultivo. No ensaio realizado, duas

amostras apresentaram valores de pureza superiores a 94,76% e,

conseqüentemente, os valores dos açúcares totais recuperáveis, ATR, calculados

para essas duas amostras ficaram decrescidos dos valores negativos de AR % cana,

obtidos de acordo com a expressão: ATR = 9,26288 x PC + 8,8 x ARC (Consecana,

2000).

5.1.3 - Determinação das perdas industriais

As perdas industriais ocorrem desde o início da recepção da cana e aumentam

consideravelmente nas indústrias que estocam canas. Apesar de ocorrer em todas

as seções do processo de fabricação, as perdas na água de lavagem, no bagaço e

na torta de filtro são as que mais se destacam em termos quantitativos. As demais

perdas industriais geralmente são computadas como perdas indeterminadas.

• Perdas na água de lavagem: são decorrentes do arraste dos açúcares expostos

na superfície das canas. As canas em toletes, colhidas mecanicamente, não são

lavadas devido ao aumento de suas superfícies. Em algumas indústrias no Brasil,

já não se lavam as canas.

• Perdas no bagaço: o processo de extração nas moendas é responsável pela

maior parte das perdas na indústria. As perdas no bagaço aumentam com a

deficiência do índice de preparo das canas; do dimensionamento, regulagem e

embebição das moendas e com a falta de qualificação da mão-de-obra.

• Perdas na torta de filtro: as perdas na torta de filtro aumentam em caso de

desregulagem na pressão de sucção do filtro rotativo e da falta de regularidade

na composição do lodo (densidade e proporção de bagacilho) e na sua

distribuição pelo filtro.

• Perdas indeterminadas: As perdas indeterminadas são assim denominadas por

serem difíceis de quantificá-las. Elas ocorrem pela transformação da sacarose

em dextrana devido a ação microbiana e por vazamentos de caldo nas

tubulações e transbordamentos nos tanques. Os açúcares contidos no melaço

(sacarose e açúcares redutores) não são considerados como perdas porque são

recuperados na produção de álcool.

Capítulo V: O sistema proposto 86

Eid e Chan (1998b) descrevem as mudanças tecnológicas introduzidas por uma

usina no estado de São Paulo, considerada uma das três maiores do mundo. Nela,

as moendas passaram dos 92% de extração de sacarose em 1972, para até 97% a

partir do início dos anos 90.

Macedo (2000) cita que dentre os avanços alcançados pelo setor entre 1980 e 1998,

nas usinas cooperadas à Copersucar, a extração nas moendas passou de 90%

(média) e 96% (máxima) para 96,1% (média) e 97,1% (máxima).

Gonçalves (1983) quantificou em 13,04% as perdas industriais no estado do Rio de

Janeiro em 1983, conforme mostra a Tabela 20.

Figura 36. Bagaço. Figura 37. Torta de filtro.

Figura 34. Pátio de armazenagem de cana.

Figura 35. Lavagem de cana.

Capítulo V: O sistema proposto 87

Tabela 20: Perdas industriais nas usinas do estado do Rio de Janeiro - safra 1983/84.

Processo

Perda (pol% na cana)

Moagem (bagaço) 8,83 Filtração à vácuo (torta) 1,49 Lavagem de cana 1,22 Perda indeterminada 1,50 Total 13,04

Entretanto, na implantação do sistema de PCTS no estado do Rio de Janeiro, em

1984, considerou-se uma perda industrial de 14%, e com o rendimento industrial do

Estado (86 kg/tc), obteve-se o valor da pol % cana (PC) padrão, igual a 11,475%. A

PC padrão, cuja memória de cálculo foi descrita no item 2.8.1, foi posteriormente

alterada para 11,741%. A alteração deveu-se à mudança na referência do

rendimento industrial, de 86 kg/tc para 88 kg/tc, e não nas perdas industriais, de

14% para 15,95%.

A Tabela 21 apresenta os valores de PC padrão em função da variação das perdas

e do rendimento industrial.

Tabela 21: Determinação da pol % cana padrão (PCp) em função da variação das perdas industriais e do rendimento industrial.

Perdas Rendimento industrial (kg/tc) Industriais (%) 94 88 86

10,00 11,985 11,220 10,965 11,00 12,119 11,346 11,088 12,00 12,257 11,475 11,214 13,00 12,398 11,607 11,343 14,00 12,542 11,741 11,475 15,00 12,690 11,880 11,610 15,95 12,833 12,014 11,741 17,00 12,988 12,159 11,882

Com a mudança de sistema de PCTS para pagamento de cana pelo ATR, nos

estados do Espírito Santo e São Paulo consideraram-se, para determinação do ATR,

a mesma perda industrial (12%) do sistema antigo, conforme descrito no item

3.4.2.2:

Capítulo V: O sistema proposto 88

ATR = (10 x 1,0526 x (1-PI/100) x PC) + (10 x (1-PI/100) x ARC)

onde:

PI = Perdas industriais (%).

No estado do Rio de Janeiro adotou-se o valor de 15,95% para as perdas industriais.

Esse valor foi obtido pelo cálculo inverso, partindo-se de um PC padrão igual a

11,741% e rendimento industrial igual a 86 kg/tc.

A Tabela 22 apresenta os valores de ATR determinados em função das perdas

industriais nos três estados, considerando-se os seguintes dados tecnológicos: PBU

= 150,0 g, brix = 19,9% e LS = 72,04°ISS.

Tabela 22: Determinação dos açúcares totais recuperáveis em função da variação das perdas industriais.

Perdas Açúcares totais recuperáveis (kg/tc) Industriais (%) ES RJ SP

10 136,66 139,52 139,18 11 135,14 137,97 137,63 12 133,62 136,42 136,09 13 132,10 134,87 134,54 14 130,58 133,32 132,99 15 129,07 131,77 131,45 16 127,55 130,22 129,90 17 126,03 128,67 128,35

Verifica-se que em cada um dos estados, o aumento de um ponto percentual nas

perdas industriais acarreta uma diminuição de cerca de 1,5 kg de ATR por tonelada

de cana.

O valor do ATR no estado do Rio de Janeiro é o mais baixo dentre os três estados,

devido ao maior valor das perdas industriais adotadas. Para uma mesma perda

industrial, o valor do ATR no estado do Rio de Janeiro seria superior aos dos demais

estados, mantendo-se as mesmas equações do atual sistema.

No presente trabalho, propõe-se que as perdas industriais estabelecidas para a

determinação do ATR no estado do Rio de Janeiro sejam iguais às adotadas nos

estados vizinhos.

Capítulo V: O sistema proposto 89

RJ

ES

SP

122

126

130

134

138

10 11 12 13 14 15 16 17Perdas industriais (%)

AT

R (k

g/tc

)

Figura 38. Variação dos açúcares totais recuperáveis – ATR, em função da variação das perdas industriais nos estados do ES, RJ e SP.

CAPÍTULO VI

CONCLUSÕES

No presente trabalho descreveu-se e comparou-se os dois sistemas de pagamento

de cana-de-açúcar adotados no Brasil. Os principais destaques relacionados à

substituição do primeiro sistema, o PCTS, pelo sistema de pagamento pelos

açúcares recuperáveis, ATR, são:

• Amostragem: não houve mudança na forma de amostragem. Entretanto, nos

estados de São Paulo e Espírito Santo, as três perfurações na carga passaram a

ser consecutivas, na diagonal;

• Análise: No sistema ATR incluiu-se a análise dos açúcares redutores. Nos

estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, a determinação é indireta, feita

exclusivamente através de equação de correlação com a pureza do caldo;

• Base para pagamento: no sistema PCTS priorizavam-se o teor de sacarose e a

pureza do caldo. No sistema ATR, contemplam-se os açúcares redutores cujo

incremento é inverso ao da pureza do caldo;

• Avaliação da cana: no sistema PCTS, o preço final da cana baseava-se num

valor básico estabelecido pelo governo, e usado como padrão. No sistema ATR,

depende dos preços dos produtos acabados, açúcar e álcool;

A comparação feita entre os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, e São Paulo

permitiu concluir que, para uma cana de mesma qualidade, o valor apurado pelo

sistema PCTS no estado do Rio de Janeiro era superior ao dos demais estados.

Pelo sistema ATR, o valor apurado no Rio de Janeiro torna-se o mais baixo. No

presente trabalho propõe-se a mesma sistemática de cálculo dos açúcares totais

recuperáveis, ATR, para os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

No trabalho experimental sobre açúcares redutores % caldo (AR) verificou-se a

existência de correlação com a pureza % caldo (Pz), dada pela seguinte equação de

Capítulo VI: Conclusões 91

regressão linear: AR = 4,5193 – 0,04457 x Pz. Concluiu-se que a equação é melhor

apropriada para ser usada nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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APÊNDICE A

TABELAS E QUADROS

Tabela 1A. Produção de cana-de-açúcar, açúcar e álcool no Brasil, segundo os Estados produtores – triênio 1998-2000.

Cana-de-açúcar (103 t) Açúcar (103 t) Álcool anidro (103 m3) Álcool hidratado (103 m3) Estado/safra 1998 1999 2000 1998 1999 2000 1998 1999 2000 1998 1999 2000 Tocantins 21 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Ceará 368 131 66 13 8 5 0 0 0 17 2 1 Amazonas 0 0 187 0 0 12 0 0 0 0 0 4 Piauí 313 218 248 0 0 0 9 6 8 14 9 8 Pará 308 521 340 8 16 0 7 14 12 8 11 15 Maranhão 1.118 938 799 14 23 10 37 43 39 35 14 8 Sergipe 1.038 1.163 1.254 46 49 69 29 19 16 35 28 31 Bahia 2.347 2.098 1.841 145 145 140 22 31 29 54 29 18 Rio Grande do Norte 2.808 1.893 2.388 128 97 135 39 41 32 71 27 62 Paraíba 3.888 3.418 3.424 66 78 57 120 97 96 137 104 114 Pernambuco 15.588 13.320 13.139 1.050 856 1.017 221 154 142 213 186 128 Alagoas 17.345 19.315 21.618 1.312 1.215 1.743 376 332 359 186 218 253 Norte-Nordeste 45.141 43.017 45.305 2.782 2.487 3.188 860 739 733 771 629 643 Rio Grande do Sul 32 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 Espírito Santo 1.942 2.127 2.554 54 45 45 62 89 101 57 38 49 Rio de Janeiro 5.191 4.953 3.935 374 357 308 46 70 53 59 48 40 Mato Grosso do Sul 6.590 7.410 6.521 251 319 232 136 179 139 209 192 176 Goiás 8.536 7.163 7.208 341 368 397 215 134 143 233 180 176 Mato Grosso 10.306 10.111 8.670 483 486 370 293 320 269 235 223 196 Minas Gerais 13.484 13.599 10.635 625 802 620 321 374 280 315 269 205 Paraná 24.225 24.351 19.321 1.245 1.430 989 349 432 262 674 599 537 São Paulo 199.521 194.234 148.226 11.806 13.091 9.671 3.379 3.795 3.555 5.694 4.692 2.884 Centro-Sul 269.828 263.949 207.069 15.180 16.900 12.632 4.803 5.393 4.802 7.478 6.241 4.262 Brasil 314.969 306.966 252.374 17.962 19.387 15.820 5.662 6.132 5.536 8.250 6.870 4.905

Fonte: Unica – União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo.

Apêndice A

: Tabelas e Q

uadros 104

Tabela 2A. Produção de cana-de-açúcar (t) por unidade produtora - Rio de Janeiro - Safras 1980/81 a 2000/01. Continua

Unidade industrial Cana (t) No Nome 1980/81 1981/82 1982/83 1983/84 1984/85 1985/86 1986/87 1987/88 1988/89 1989/90 1990/91

1 Agrisa 50.569 73.917 141.024 120.434 176.690 200.929 146.711 55.797 130.231 88.639 ?

2 Barcelos 338.467 492.958 544.594 467.981 341.739 351.463 287.204 286.220 418.799 332.733 202.473

3 Cambaíba 603.829 659.205 727.178 677.422 739.447 789.082 679.931 478.321 459.237 446.590 185.626

4 Carapebus 254.781 302.939 356.750 320.942 288.608 287.159 271.928 236.849 309.150 244.429 146.733

5 Conceição 139.461 150.037 164.253 162.140 194.779 199.294 261.752 280.404 210.145 178.539 158.192

6 Cupim 459.689 497.434 599.430 468.570 401.303 421.977 358.895 328.851 379.649 329.850 225.659

7 Novo Horizonte 100.909 110.955 103.932 66.179 33.277 - - - - - -

8 Outeiro 548.666 456.119 546.972 533.726 479.078 677.210 598.317 350.796 287.616 139.268 214.578

9 Paraíso 328.111 398.298 526.250 403.721 329.492 344.505 377.559 401.769 511.416 460.775 361.703

10 Pureza 130.153 121.177 130.816 162.087 111.476 112.932 77.937 85.418 101.856 85.384 24.397

11 Queimado 234.973 229.593 288.408 274.011 256.711 286.680 292.106 278.045 334.292 274.877 147.562

12 Quissamã 379.008 357.770 542.816 454.764 553.855 580.142 584.529 555.205 611.558 583.293 256.773

13 Santa Cruz 521.192 571.172 620.597 637.108 575.849 689.628 704.394 705.275 847.619 670.081 442.706

14 Santa Maria 190.602 184.101 238.335 233.443 211.947 231.518 217.470 145.644 136.630 160.710 -

15 Santo Amaro 367.268 370.584 512.397 423.841 493.717 563.936 519.872 449.240 677.331 584.712 403.923

16 São João 603.052 676.569 792.063 900.950 808.932 821.453 922.445 931.131 1.036.652 1.076.262 711.951

17 São José 617.384 602.301 788.462 667.718 629.696 699.279 765.849 610.243 870.644 815.048 317.860

18 Sapucaia 621.550 836.320 907.797 1.172.797 983.660 1.219.408 1.265.463 1.377.378 1.561.169 1.316.656 781.928

Total 6.489.664 7.091.449 8.532.074 8.147.834 7.610.256 8.476.595 8.332.362 7.556.586 8.883.994 7.787.846 4.582.064

Fonte: Sindicato da Indústria e da Refinação do Açúcar no Estado do Rio de Janeiro.

Apêndice A

: Tabelas e Q

uadros 105

Tabela 2A. Produção de cana-de-açúcar (t) por unidade produtora - Rio de Janeiro - Safras 1980/81 a 2000/01. Conclusão

Unidade industrial Cana (t)

No Nome 1991/92 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01

1 Agrisa 86.079 85.382 110.258 123.934 124.591 127.080 72.239 126.294 106.502 63.015

2 Barcelos 389.559 260.337 275.100 304.202 436.048 492.153 461.883 499.031 379.402 303.553

3 Cambaíba 331.601 414.224 158.373 62.226 68.474 - - - - -

4 Carapebus 249.549 173.158 154.584 188.906 164.218 312.509 311.446 304.908 216.630 148.366

5 Conceição - - 29.035 - - - - - - -

6 Cupim 333.116 280.004 242.114 323.455 425.578 510.245 458.160 450.180 403.877 312.553

7 Novo Horizonte - - - - - - - - - -

8 Outeiro - - - - - - - - - -

9 Paraíso 484.915 458.663 399.605 569.348 533.448 547.618 431.594 451.536 446.746 342.803

10 Pureza 46.486 59.769 46.678 35.456 76.607 84.216 70.977 92.734 65.698 99.985

11 Queimado 267.374 209.968 277.545 106.335 - - - - - -

12 Quissamã 488.425 438.634 399.661 421.424 377.705 415.201 413.436 365.339 334.384 223.399

13 Santa Cruz 718.363 605.470 616.073 684.975 844.612 936.426 894.829 914.373 1.053.852 768.206

14 Santa Maria - - - - - - - - - -

15 Santo Amaro 587.374 250.076 183.457 110.979 - - - - - -

16 São João 755.732 377.671 378.489 518.102 394.590 - - - - -

17 São José 569.334 530.169 530.877 702.403 398.252 345.205 ? 434.918 427.499 334.162

18 Sapucaia 1.029.675 959.097 1.008.933 1.328.245 1.365.883 1.666.558 1.557.761 1.572.610 1.525.959 1.338.742

Total 6.337.582 5.102.622 4.810.782 5.479.990 5.210.006 5.437.211 4.672.325 5.211.923 4.960.549 3.934.784

Fonte: Sindicato da Indústria e da Refinação do Açúcar no Estado do Rio de Janeiro.

Apêndice A

: Tabelas e Q

uadros 106

Tabela 3A. Produção de cana, açúcar e álcool no estado do Rio de Janeiro - Safras 1980/81 a 2000/01.

No de In- Cana (t) Açúcar Álcool (103L) Equivalência Safra dústrias Própria Adquirida Total (t) (saco) Hidratado Anidro Total (saco açúcar)

1980/81 18 2.791.658 3.698.006 6.489.664 433.261 8.665.226 79.987 44.079 124.066 12.845.408 1981/82 18 3.118.787 3.972.662 7.091.449 472.619 9.452.389 120.226 33.671 153.897 14.607.279 1982/83 18 3.594.837 4.937.237 8.532.074 555.038 11.100.760 84.810 105.219 190.029 17.557.999 1983/84 18 3.111.800 5.036.034 8.147.834 437.209 8.744.183 136.062 65.451 201.513 15.524.913 1984/85 18 3.156.613 4.453.643 7.610.256 433.230 8.664.597 182.546 35.270 217.816 15.942.580 1985/86 17 3.141.096 5.335.499 8.476.595 433.787 8.675.738 255.443 23.604 279.047 17.968.435 1986/87 17 3.145.191 5.187.171 8.332.362 446.183 8.923.662 207.113 49.712 256.825 17.516.826 1987/88 17 2.794.960 4.761.626 7.556.586 407.944 8.158.875 210.775 22.480 233.255 15.930.605 1988/89 17 3.789.820 5.094.174 8.883.994 458.050 9.161.006 258.769 17.812 276.581 18.363.503 1989/90 17 3.923.707 3.864.139 7.787.846 400.410 8.008.205 227.407 12.415 239.822 15.983.260 1990/91 16 2.323.746 2.258.318 4.582.064 280.729 5.614.586 93.707 7.112 100.819 8.969.966 1991/92 15 3.648.518 2.689.064 6.337.582 416.119 8.322.376 149.964 3.866 153.830 13.431.920 1992/93 15 2.850.108 2.252.514 5.102.622 318.990 6.379.804 104.781 304 105.085 9.866.876 1993/94 15 3.024.189 1.786.593 4.810.782 352.684 7.053.680 98.113 - 98.113 10.308.987 1994/95 14 3.078.594 2.401.396 5.479.990 389.703 7.794.055 98.869 10.409 109.278 11.434.868 1995/96 12 2.812.791 2.397.215 5.210.006 402.065 8.041.297 101.101 6.528 107.629 11.621.782 1996/97 10 2.528.000 2.909.211 5.437.211 421.363 8.427.260 103.427 1.734 105.161 11.918.923 1997/98 10 2.092.396 2.579.929 4.672.325 351.435 7.028.700 85.066 49.189 134.255 11.554.338 1998/99 10 2.747.318 2.464.605 5.211.923 373.854 7.477.080 58.896 46.358 105.254 11.036.393 1999/00 10 2.517.938 2.442.611 4.960.549 358.362 7.167.240 46.867 69.808 116.675 11.139.421 2000/01 10 1.724.022 2.210.762 3.934.784 307.698 6.153.960 39.597 52.999 92.596 9.302.899

Fonte: Sindicato da Indústria e da Refinação do Açúcar no Estado do Rio de Janeiro. Critério de conversão: 1 saco de açúcar (50 kg) = 30,1394 litros de álcool hidratado = 28,88002 litros de álcool anidro.

Apêndice A

: Tabelas e Q

uadros 107

Tabela 4A. Precipitação pluviométrica mensal (mm) no Município de Campos dos Goytacazes – 1976/2000.

Ano jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez Total 1976 18,8 27,8 34,4 39,9 124,6 13,1 110,4 106,2 141,2 140,9 100,4 181,1 1038,8 1977 56,8 25,5 39,5 177,3 22,6 15,2 8,3 15,2 82,1 66,3 277,6 236,9 1023,3 1978 41,9 71 15,3 77,2 65,6 9,2 80,9 36,8 29,8 36,2 167,1 129,8 760,8 1979 146,0 146 43,1 46,7 45,6 46,4 28,3 15,9 68,0 26,7 102,1 139,7 854,5 1980 222,3 76,6 24,3 64,0 44,0 27,2 16,8 25,7 29,4 104,8 75,8 180,1 891,0 1981 30,3 100,3 96,3 67,8 37,2 11,0 29,6 21,3 29,8 90,0 230,0 142,0 885,6 1982 143,6 13,4 204,0 147,0 41,0 5,4 24,6 66,4 17,4 52,6 70,2 178,2 963,8 1983 142,2 8,9 87,6 110,6 26,4 16,6 31,4 5,8 196,0 268,8 177,2 303,8 1375,3 1984 88,0 34,7 75,0 29,2 4,4 2,6 20,4 71,1 40,2 37,0 127,2 209,4 739,2 1985 298,4 81,2 110,5 35,6 16,2 4,4 26,5 46,7 47,8 118,4 151,8 108,7 1046,2 1986 110,4 70,8 58,2 51,2 47,1 3,6 53,8 65,0 54,0 22,2 24,8 216,9 778,0 1987 190,4 12,8 86,4 21,2 23,9 45,8 15,7 4,1 42,1 73,8 123,0 69,2 708,4 1988 44,7 147,2 107,6 115,4 56,6 53,1 36,0 6,8 32,4 130,8 103,2 126,0 959,8 1989 53,6 15,8 151,4 95,6 67,5 90,2 35,6 14,5 83,0 59,2 88,8 96,4 851,6 1990 8,0 69 42,0 20,0 53,0 56,0 32,0 14,0 46,0 53,0 59,0 70,0 522,0 1991 148,1 116 91,3 62,4 40,0 38,8 39,2 25,2 89,8 42,9 126,8 29,0 849,5 1992 140,4 16,7 31,8 53,6 87,8 65,3 43,8 22,0 168,4 117,0 165,0 117,6 1029,4 1993 87,8 42,4 40,6 93,2 30,2 29,4 13,0 18,6 80,0 111,8 44,8 176,0 767,8 1994 172,9 0 189,0 207,2 34,4 59,6 35,4 9,8 18,2 65,6 53,6 91,8 937,5 1995 26,4 78,6 52,0 106,8 68,9 7,1 21,8 28,0 35,0 124,6 149,6 156,6 855,4 1996 10,0 14 56,8 49,6 33,2 27,0 7,0 30,2 172,6 72,2 250,4 107,4 830,4 1997 93,8 93,6 115,4 50,4 35,2 5,4 4,6 9,6 92,8 93,4 67,4 150,8 812,4 1998 94,4 137,6 66,6 101,8 57,2 19,0 8,2 86,8 24,8 151,2 169,0 132,0 1048,6 1999 30,2 21,4 107,8 59,6 31,0 51,0 33,4 14,0 52,8 78,4 220,0 158,2 857,8 2000 85,6 104,0 62,0 54,0 18,0 11,0 17,0 26,0 66,0 46,0 169,6 103,6 762,8 Média 99,4 61,0 79,6 77,5 44,5 28,5 30,9 31,4 69,6 87,4 131,8 144,4 886,0

Fonte: Posto Climatológico do Campus Dr. Leonel Miranda – UFRRJ.

Apêndice A

: Tabelas e Q

uadros 108

Apêndice A: Tabelas e Quadros 109

Tabela 5A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1984/85.

Unidade Cana PBU Brix Fibra PCC Ágio Industrial (t) (g) (%) (%) (%) F(P) (%)

Cambayba 496.091 158,6 18,72 15,86 11,9651 1,0053 4,84 Victor Sense 153.884 157,0 18,78 15,70 12,2555 1,0056 6,89 Outeiro 274.704 156,3 19,93 15,63 12,6088 0,9941 9,23 Paraíso 215.809 160,0 18,83 16,00 12,0628 1,0004 5,15 Pureza 42.514 152,2 19,87 15,22 13,0778 1,0057 14,61 Santa Maria 134.651 149,9 19,77 14,99 12,3634 0,9916 9,56 Baixa Grande 303.449 157,1 18,76 15,71 12,1346 1,0016 5,94 São João 575.555 162,2 19,12 16,22 12,1798 0,9996 6,11 Barcelos 167.978 156,5 19,23 15,65 12,5069 1,0027 9,29 Carapebus 149.055 151,6 18,48 15,16 12,5053 1,0162 10,75 Cupim 205.784 162,7 19,60 16,27 12,6441 1,0056 10,80 Queimado 134.247 155,0 19,46 15,50 12,7094 1,0607 11,25 Quissaman 190.944 153,0 18,85 15,30 12,6528 1,0142 11,83 Santa Cruz 343.912 167,2 19,31 16,72 12,2129 1,0008 6,51 São José 491.835 166,5 19,03 16,65 11,9941 0,9966 4,17 Sapucaia 796.490 157,4 19,16 15,74 12,5069 1,0129 9,61 Grumarin 12.173 143,9 20,74 14,39 13,2370 0,9872 13,89 Média 4.689.075 159,3 19,12 15,93 12,3079 1,0053 7,59

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 6A. Resumo de médias quinzenais de PCTS - Rio de Janeiro - Safra 1984/85.

Quin- Cana Ágio zena (t) (%)

jun I 410.438 3,15 jun II 604.082 6,84 jul I 725.898 9,17 jul II 742.897 10,30 ago I 653.577 11,51 ago II 453.668 7,23 set I 367.047 6,64 set II 301.854 3,51 out I 264.173 5,20 out II 138.403 1,01 nov I 21.276 0,96 nov II 3.052 -6,70 dez I 2.710 -10,04 Média 4.689.075 7,57

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Apêndice A: Tabelas e Quadros 110

Tabela 7A. Resumo de médias de PCTS, por quinzena – Rio de Janeiro – Safra 1985/86.

Quin- Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágiozena (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(P) (%)

mai II 183.264 148,56 17,77 14,85 14,86 0,923 83,57 11,5390 0,9978 0,34jun I 595.507 146,74 18,27 15,39 14,67 0,923 84,24 11,9931 1,0007 4,59jun II 807.272 148,80 18,77 15,86 14,88 0,923 84,50 12,3163 1,0022 7,57jul I 906.573 155,13 18,80 16,15 15,51 0,923 85,90 12,4025 1,0087 9,02jul II 779.754 153,27 19,14 16,65 15,33 0,923 86,99 12,8312 1,0136 13,34ago I 694.444 155,22 19,50 17,06 15,52 0,923 87,49 13,0982 1,0156 15,93ago II 429.512 158,09 19,33 16,95 15,81 0,923 87,69 12,9477 1,0166 14,71set I 556.459 156,01 19,35 17,02 15,60 0,923 87,96 13,0589 1,0178 15,83set II 440.517 161,36 19,11 16,76 16,14 0,923 87,70 12,7326 1,0166 12,80out I 285.346 162,35 18,71 16,18 16,24 0,923 86,48 12,2720 1,0111 8,13out II 104.818 165,13 17,96 15,33 16,51 0,923 85,36 11,5709 1,0060 1,44nov I 21.222 168,49 17,88 14,88 16,85 0,923 83,22 11,1786 0,9949 -3,08nov II - - - - - - - - - -dez I - - - - - - - - - -dez II - - - - - - - - - -Média 5.804.688 154,3 18,93 16,34 15,43 0,923 86,27 12,5645 1,0102 10,63

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 8A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1985/86.

Unidade Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágioindustrial (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(P) (%)

Cambayba 605.632 150,19 18,71 16,21 15,02 0,923 86,64 12,5603 1,0116 10,73Victor Sense 174.796 158,50 19,15 16,68 15,85 0,923 87,10 12,7339 1,0135 12,47Outeiro 481.340 153,42 19,23 16,33 15,34 0,923 84,92 12,5859 1,0040 10,12Paraíso 260.873 152,38 18,83 15,94 15,24 0,923 84,65 12,3017 1,0025 7,47Pureza 59.779 153,31 19,70 17,16 15,33 0,923 87,11 13,2182 1,0132 16,71Santa Maria 191.963 155,48 19,54 16,69 15,55 0,923 85,41 12,8125 1,0059 12,31Baixa Grande 421.375 149,97 18,69 16,18 15,00 0,923 86,57 12,5408 1,0113 10,52São João 632.393 156,08 18,90 16,06 15,61 0,923 84,97 12,3107 1,0042 7,73Barcelos 172.032 155,02 18,62 16,12 15,50 0,923 86,57 12,3874 1,0114 9,18Carapebus 164.048 154,71 19,71 17,10 15,47 0,923 86,76 13,1451 1,0125 15,99Cupim 193.832 162,86 19,31 16,68 16,29 0,923 86,38 12,6337 1,0107 11,28Queimado 159.391 154,00 19,36 16,59 15,40 0,923 85,69 12,7627 1,0073 12,03Quissaman 202.841 152,73 19,28 16,88 15,27 0,923 87,55 13,0150 1,0160 15,24Santa Cruz 368.045 157,86 19,05 16,69 15,79 0,923 87,61 12,7573 1,0160 12,95São José 698.269 156,69 18,47 16,05 15,67 0,923 86,90 12,2920 1,0126 8,47Sapucaia 990.168 153,07 18,82 16,34 15,31 0,923 86,82 12,6014 1,0128 11,22Agrisa - - - - - - - - - -Grumarin 27.951 144,31 19,59 16,48 14,43 0,923 84,12 12,9016 1,0000 12,43Média 5.804.728 154,26 18,93 16,34 15,43 0,923 86,31 12,5667 1,0102 10,63 Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Apêndice A: Tabelas e Quadros 111

Tabela 9A. Resumo de médias de PCTS, por quinzena – Rio de Janeiro – Safra 1986/87.

Quin- Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágiozena (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

mai II - - - - - - - - - -jun I 176.437 155,63 18,26 15,24 15,56 0,923 83,46 11,6981 0,9970 1,64jun II 447.840 153,69 18,99 16,02 15,37 0,923 84,36 12,3390 1,0015 7,69jul I 685.933 158,14 19,14 16,19 15,81 0,923 84,59 12,3748 1,0027 8,13jul II 783.776 161,48 19,09 16,30 16,15 0,923 85,39 12,3820 1,0062 8,57ago I 779.514 159,32 19,26 16,51 15,93 0,923 85,72 12,5909 1,0081 10,61ago II 706.218 163,96 19,18 16,40 16,40 0,923 85,51 12,4034 1,0071 8,86set I 661.280 164,20 19,06 16,54 15,54 0,923 86,78 12,8379 1,0305 12,68set II 516.488 166,50 19,06 16,47 15,73 0,923 86,41 12,7326 1,0273 11,41out I 413.167 164,21 19,26 16,70 15,54 0,923 86,71 12,9602 1,0292 13,61out II 272.635 170,40 19,20 16,63 16,06 0,923 86,61 12,7463 1,0374 11,54nov I 132.422 175,03 19,71 16,86 16,45 0,923 85,54 12,8050 1,0155 10,75nov II 82.821 178,69 19,93 16,45 16,75 0,923 82,54 12,3962 0,9780 3,28dez I - - - - - - - - - -dez II - - - - - - - - - -Média 5.658.531 162,26 19,14 16,38 15,89 0,923 85,58 12,5430 1,0132 9,77

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 10A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1986/87.

Unidade Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágioindustrial (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

Cambayba 503.763 158,07 19,02 16,58 15,51 0,927 87,17 12,7989 1,0227 13,14Victor Sense 218.983 159,75 19,27 16,32 15,50 0,928 84,69 12,6157 1,0111 9,81Outeiro 426.192 162,02 19,39 16,58 16,00 0,925 85,51 12,6565 1,0108 10,91Paraíso 289.452 163,92 18,63 15,87 16,16 0,925 85,19 12,0776 1,0095 5,66Pureza 34.970 151,84 20,48 17,77 14,97 0,927 86,77 13,8358 1,0204 22,25Santa Maria 184.219 156,04 19,67 16,89 15,33 0,927 85,87 13,0689 1,0156 14,79Baixa Grande 374.116 167,84 18,67 16,22 16,41 0,926 86,88 12,3013 1,0217 8,59São João 742.513 160,85 19,35 16,20 15,75 0,927 83,72 12,4473 0,9994 7,76Barcelos 96.760 159,34 19,15 16,66 15,66 0,927 87,00 12,8121 1,0212 13,18Carapebus 144.907 159,68 19,06 16,66 15,54 0,928 87,41 12,8587 1,0272 13,86Cupim 80.090 164,15 19,02 16,35 16,08 0,926 85,96 12,4790 1,0155 9,55Queimado 161.243 156,39 19,43 16,53 15,29 0,928 85,07 12,8331 1,0110 11,88Quissaman 190.872 161,70 18,97 16,52 15,77 0,926 87,08 12,6798 1,0249 12,19Santa Cruz 378.409 165,87 19,18 16,44 16,25 0,925 85,71 12,4994 1,0125 9,44São José 765.099 167,01 18,80 16,43 16,33 0,925 87,39 12,4687 1,0252 10,49Sapucaia 998.942 161,76 19,36 16,31 15,82 0,926 84,25 12,5036 1,0048 8,52Agrisa 55.054 159,66 17,82 14,33 15,36 0,933 80,42 11,1459 0,9492 -9,15Grumarin 12.950 154,19 20,56 17,98 15,03 0,927 87,45 13,9882 1,0257 23,79Média 5.658.534 162,25 19,13 16,38 15,89 0,926 85,61 12,5444 1,0128 9,85 Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Apêndice A: Tabelas e Quadros 112

Tabela 11A. Resumo de médias de PCTS, por quinzena – Rio de Janeiro – Safra 1987/88.

Quin- Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágiozena (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

mai II 79.754 156,17 17,16 13,77 14,87 0,937 80,24 10,8647 0,9535 -11,77jun I 287.516 159,51 17,51 14,35 15,47 0,936 81,95 11,1844 0,9769 -6,94jun II 472.078 160,88 17,26 14,34 15,60 0,935 83,08 11,1405 0,9901 -6,05jul I 588.609 156,52 18,03 15,19 14,76 0,937 84,25 12,0012 1,0034 2,56jul II 711.829 157,02 18,90 16,05 14,85 0,937 84,92 12,6509 1,0106 8,89ago I 655.912 155,59 19,63 16,84 14,58 0,938 85,79 13,3460 1,0204 15,99ago II 602.271 156,88 20,02 17,20 14,82 0,937 85,91 13,5655 1,0216 18,04set I 498.025 165,57 19,96 17,13 16,50 0,933 85,82 13,0669 1,0201 13,54set II 524.955 167,06 19,59 16,80 16,79 0,932 85,76 12,7434 1,0193 10,63out I 421.177 162,81 19,80 17,10 15,97 0,934 86,36 13,1922 1,0257 15,25out II 245.319 173,89 19,36 16,44 18,10 0,928 84,92 12,1318 1,0099 4,35nov I 125.746 177,13 18,73 15,84 18,72 0,927 84,57 11,5297 1,0059 -1,22nov II 58.789 175,70 17,48 14,39 18,45 0,928 82,32 10,5334 0,9766 -12,38dez I 20.637 173,01 16,68 13,43 17,93 0,929 80,52 9,9509 0,9563 -18,83dez II 8.024 176,14 16,42 13,06 18,54 0,927 79,54 9,5494 0,9426 -23,33Média 5.300.641 161,05 19,00 16,14 15,64 0,935 84,89 12,5297 1,0099 7,88

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 12A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1987/88.

Unidade Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PCC Ágioindustrial (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

Cambayba 379.141 154,94 18,93 16,34 14,46 0,938 86,32 12,9849 1,0249 13,41Victor Sense 248.081 153,73 18,36 15,75 14,22 0,939 85,78 12,5595 1,0173 9,15Outeiro 168.915 161,62 19,25 16,25 15,74 0,935 84,42 12,5838 1,0047 7,70Paraíso 252.213 161,85 18,86 16,02 15,78 0,934 84,94 12,3930 1,0105 6,71Pureza 44.648 145,34 19,98 17,19 12,61 0,943 86,04 14,1000 1,0214 22,74Santa Maria 125.477 154,93 19,80 16,51 14,45 0,938 83,38 13,1088 0,9925 11,05Baixa Grande 336.917 166,35 18,77 16,25 16,63 0,932 86,57 12,3627 1,0277 8,27São João 770.940 159,21 18,71 15,78 15,30 0,936 84,34 12,3415 1,0026 5,65Barcelos 119.126 153,71 18,91 16,07 14,25 0,939 84,98 12,8062 1,0104 10,28Carapebus 143.506 159,53 19,19 16,43 15,34 0,936 85,62 12,8294 1,0172 11,24Cupim 80.227 160,92 19,70 16,87 15,60 0,935 85,63 13,0960 1,0186 13,66Queimado 173.121 160,66 19,71 16,84 15,55 0,935 85,44 13,0888 1,0153 13,34Quissaman 180.674 159,27 18,77 16,11 15,29 0,936 85,83 12,5864 1,0199 9,43Santa Cruz 399.440 165,75 19,40 16,45 16,53 0,933 84,79 12,5401 1,0084 7,78São José 610.196 169,00 19,08 16,29 17,19 0,931 85,38 12,2486 1,0148 7,96Sapucaia 1.175.290 161,00 19,12 16,11 15,63 0,935 84,26 12,5126 1,0021 6,90Agrisa 79.520 159,02 17,00 13,78 15,24 0,936 81,06 10,7684 0,9612 -10,59Grumarin 13.200 150,83 20,31 17,41 13,66 0,940 85,72 14,0527 1,0178 22,00Média 5.300.632 161,04 19,01 16,15 15,64 0,935 84,96 12,5329 1,0098 8,18 Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Apêndice A: Tabelas e Quadros 113

Tabela 13A. Resumo de médias de PCTS, por quinzena – Rio de Janeiro – Safra 1988/89.

Quin- Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PC Ágiozena (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

mai II - - - - - - - - - -jun I 167.902 158,52 16,90 14,10 15,14 0,936 83,43 11,0430 0,9941 -6,48jun II 265.827 158,87 16,99 14,35 15,21 0,936 84,46 11,2334 1,0052 -3,78jul I 399.140 157,10 17,10 14,49 14,87 0,937 84,74 11,4233 1,0102 -1,67jul II 471.774 157,39 17,33 14,88 14,92 0,937 85,86 11,7169 1,0206 1,89ago I 591.642 154,53 17,81 15,32 14,37 0,938 86,02 12,1948 1,0226 6,23ago II 685.024 154,89 18,43 15,87 14,44 0,938 86,11 12,6188 1,0239 10,05set I 602.558 157,05 19,04 16,35 14,86 0,937 85,87 12,8921 1,0202 12,03set II 543.463 161,02 19,14 16,44 15,62 0,935 85,89 12,7746 1,0214 11,13out I 487.093 162,92 19,11 16,48 15,99 0,934 86,24 12,7026 1,0245 10,86out II 405.558 169,94 18,47 15,82 17,34 0,930 85,65 11,8671 1,0187 2,97nov I 245.412 171,77 17,77 14,87 17,69 0,930 83,68 11,0791 0,9961 -6,00nov II 337.274 166,56 17,33 14,87 16,69 0,932 85,80 10,9455 0,9885 -7,80dez I 268.655 165,79 16,79 13,84 16,54 0,933 82,43 10,5556 0,9807 -11,79dez II 127.869 168,58 15,66 12,01 17,08 0,931 76,69 8,8877 0,8819 -28,57Média 5.599.191 160,41 18,02 15,37 15,51 0,935 85,24 11,9447 1,0111 3,14

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 14A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1988/89.

Unidade Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PC Ágioindustrial (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

Cambayba 270.692 160,42 17,85 15,20 15,51 0,935 85,15 11,8529 1,0104 2,24Victor Sense 233.152 159,91 18,08 15,51 15,41 0,935 85,79 12,0988 1,0187 5,07Outeiro 90.762 164,15 18,32 15,23 16,23 0,933 83,13 11,7086 0,9871 -1,15Paraíso 350.864 157,01 17,87 15,28 14,85 0,937 85,51 12,0536 1,0170 4,47Pureza 44.578 143,03 18,90 16,03 12,16 0,944 84,81 13,2548 1,0086 13,93Santa Maria 103.345 147,63 18,35 15,30 13,04 0,942 83,38 12,2559 0,9593 6,97Baixa Grande 508.223 160,67 17,91 15,41 15,56 0,935 86,04 11,9936 1,0214 4,43São João 608.412 161,68 17,95 15,03 15,75 0,935 83,73 11,6540 0,9953 -1,01Barcelos 190.698 155,72 17,70 15,26 14,60 0,938 86,21 12,0889 1,0235 5,50Carapebus 164.834 162,64 18,50 15,96 15,93 0,934 86,27 12,3325 1,0241 7,73Cupim 102.998 157,41 18,56 16,04 14,93 0,937 86,42 12,6292 1,0254 10,51Queimado 193.026 154,03 18,73 15,93 14,28 0,938 85,05 12,6853 1,0108 9,34Quissaman 207.015 154,68 18,21 15,95 14,40 0,938 87,59 12,6794 1,0390 12,32Santa Cruz 412.415 157,67 18,25 15,55 14,98 0,937 85,21 12,2300 1,0126 5,59São José 853.317 168,47 17,89 15,38 17,06 0,931 85,97 11,6010 1,0220 1,06Sapucaia 1.194.519 160,39 17,94 15,10 15,50 0,935 84,17 11,7686 1,0014 0,52Agrisa 54.302 156,17 16,91 13,91 14,69 0,937 82,26 11,0174 0,9757 -8,02Grumarin 16.046 156,56 18,67 16,14 14,76 0,937 86,45 12,7382 1,0255 11,37Média 5.599.198 160,41 18,02 15,34 15,51 0,935 85,13 11,9447 1,0111 3,14 Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Apêndice A: Tabelas e Quadros 114

Tabela 15A. Resumo de médias de PCTS, por quinzena – Rio de Janeiro – Safra 1989/90.

Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tabela 16A. Resumo de médias de PCTS, por unidade industrial – Rio de Janeiro – Safra 1989/90.

Unidade Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PC Ágioindustrial (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

Cambayba 138.114 167,77 18,28 15,81 16,92 0,932 86,49 12,2480 1,0262 7,11Victor Sense 229.101 170,60 17,98 15,55 17,47 0,930 86,48 11,8924 1,0274 4,14Outeiro - - - - - - - - - -Paraíso 326.073 161,67 17,84 15,32 15,75 0,935 85,87 12,0422 1,0209 4,72Pureza 31.231 147,40 19,20 16,67 13,00 0,942 86,82 13,6345 1,0300 19,66Santa Maria 82.710 163,16 18,15 15,07 16,03 0,934 83,03 11,7453 0,9879 -1,02Baixa Grande 355.184 163,71 18,21 15,82 16,14 0,934 86,88 12,3814 1,0312 8,76São João 655.549 166,97 18,19 15,43 16,77 0,932 84,83 11,9624 1,0090 2,88Barcelos 106.607 166,06 17,93 15,42 16,59 0,932 86,00 11,9761 1,0214 4,22Carapebus 78.957 166,77 18,74 16,31 16,73 0,932 87,03 12,6545 1,0316 11,26Cupim 46.388 162,42 18,89 16,35 15,89 0,934 86,55 12,8219 1,0267 12,16Queimado 134.396 164,69 18,90 16,03 16,33 0,933 84,81 12,5098 1,0092 7,55Quissaman 187.508 160,27 18,25 15,98 15,48 0,935 87,56 12,6042 1,0384 11,54Santa Cruz 274.116 167,27 18,64 16,03 16,83 0,932 86,00 12,5251 1,0210 8,99São José 746.572 175,28 17,96 15,49 18,37 0,928 86,25 11,6615 1,0245 1,78Sapucaia 812.265 163,27 18,17 15,56 16,06 0,934 85,64 12,2336 1,0180 6,15Agrisa 30.636 166,78 17,48 14,85 16,73 0,932 84,95 11,4849 1,0104 -1,13Grumarin 11.535 160,78 18,73 15,99 15,58 0,935 85,37 12,5873 1,0139 8,68Média 4.246.942 166,60 18,18 15,62 16,70 0,932 85,89 12,1190 1,0205 5,40 Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Quin- Cana PBU Brix Pol Fibra Coef. Pureza PC Ágiozena (t) (g) (%) (%) (%) C (%) (%) F(R) (%)

mai II - - - - - - - - - -jun I 75.928 163,79 16,60 13,61 16,16 0,934 81,99 10,4547 0,9777 -12,88jun II 160.997 168,33 16,69 14,01 17,03 0,931 83,94 10,5761 0,9990 -9,96jul I 246.550 162,01 16,73 14,22 15,81 0,934 85,00 11,0047 1,0111 -5,21jul II 440.115 156,48 17,44 14,93 14,75 0,937 85,61 11,9154 1,0186 3,39ago I 436.601 159,37 17,82 15,33 15,30 0,936 86,03 12,1546 1,0227 5,88ago II 604.514 160,26 18,25 15,74 15,48 0,935 86,25 12,4496 1,0252 8,72set I 448.932 165,73 19,18 16,61 16,53 0,933 86,60 13,0772 1,0285 14,46set II 464.005 165,41 19,19 16,62 16,47 0,933 86,61 12,9561 1,0290 13,53out I 424.155 176,99 18,74 16,23 18,70 0,927 86,61 12,2414 1,0288 7,27out II 485.047 173,16 18,40 15,90 17,96 0,929 86,41 12,1180 1,0263 5,93nov I 274.062 177,69 18,05 15,40 18,83 0,927 85,32 11,5898 1,0141 0,14nov II 186.033 181,92 17,83 14,83 19,65 0,924 83,17 11,0361 0,9891 -6,93dez I - - - - - - - - - -dez II - - - - - - - - - -Média 4.246.939 166,61 18,18 15,62 16,70 0,932 85,86 12,1190 1,0205 5,40

Apêndice A: Tabelas e Quadros 115

Tabela 17A. Médias de ATR por quinzena - Usina Sapucaia - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) abr I 22.182 165,46 71,12 20,33 16,48 17,10 84,11 13,3204 125,16 mai I 64.785 158,35 68,71 19,76 15,11 16,56 83,80 13,1607 124,12 mai II 70.646 158,96 62,67 18,40 15,23 15,19 82,54 12,0504 115,16 jun I 64.321 159,01 61,30 17,66 15,24 14,90 84,37 11,8203 111,84 jun II 27.756 169,67 65,36 18,72 17,29 15,82 84,50 12,1757 114,68 jul I 48.167 170,28 70,53 19,87 17,41 16,99 85,51 13,0541 121,76 jul II 53.755 180,65 72,81 20,26 19,40 17,51 86,43 13,0551 120,98 ago I 63.296 178,07 75,51 20,93 18,91 18,11 86,53 13,6047 125,82 ago II 86.509 182,27 75,22 20,93 19,72 18,04 86,19 13,3865 124,04 set I 50.508 184,11 74,21 20,78 20,07 17,81 85,71 13,1444 122,18 set II 35.493 195,63 66,47 19,00 22,29 16,07 84,58 11,4591 107,78 out I 105 194,84 58,19 18,26 22,14 14,11 77,27 10,0855 100,25 Média 587.521 172,44 69,66 19,73 17,82 16,78 85,01 12,7981 119,81

Fonte: Asflucan Tabela 18A. Médias de ATR por quinzena - Usina Santa Cruz - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) mai II 3.090 158,15 68,93 19,21 15,07 16,65 86,67 13,2402 122,81 jun I 21.753 159,23 64,64 18,28 15,28 15,67 85,74 12,4259 116,24 jun II 14.389 164,43 67,75 19,10 16,28 16,37 85,72 12,7910 119,39 jul I 32.611 158,4 68,63 19,39 15,12 16,56 85,43 13,1636 123,00 jul II 40.302 164,11 72,12 20,20 16,22 17,35 85,89 13,5668 126,15 ago I 57.480 165,37 73,63 20,65 16,46 17,68 85,62 13,7758 128,16 ago II 59.253 174,41 73,80 20,69 18,20 17,72 85,63 13,4521 125,12 set I 41.468 178,10 77,53 21,50 18,91 18,55 86,28 13,9345 128,90 set II 23.273 186,65 72,99 20,44 20,56 17,54 85,82 12,8491 119,45 out I 18.141 194,09 68,66 19,44 21,99 16,57 85,23 11,8694 111,03 Média 311.758 170,61 72,18 20,24 17,47 17,36 85,74 13,3192 123,95

Fonte: Asflucan Tabela 19A. Médias de ATR por quinzena - Usina Cupim - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) mai I 135 156,90 56,88 17,60 14,83 13,83 78,58 11,0364 109,03 mai II 362 159,45 62,97 18,42 15,32 15,26 82,84 12,0910 115,30 jun I 996 174,40 61,97 17,90 18,20 15,05 84,08 11,4270 108,25 jun II 3.726 169,11 60,35 17,48 17,18 14,68 83,98 11,3172 107,45 jul I 5.167 166,40 66,00 18,51 16,66 15,99 86,37 12,4210 115,64 jul II 11.529 172,95 68,21 18,99 17,92 16,49 86,84 12,5730 116,57 ago I 14.821 173,31 72,74 20,44 17,99 17,48 85,52 13,3139 124,00 ago II 16.416 179,28 74,63 20,79 19,14 17,91 86,15 13,4069 124,30 set I 5.901 181,67 74,71 21,03 19,60 17,91 85,16 13,3134 124,08 Média 59.053 174,76 70,93 19,90 18,27 17,08 85,84 12,95 120,51

Fonte: Asflucan

Apêndice A: Tabelas e Quadros 116

Tabela 20A. Médias de ATR por quinzena - Usina Paraíso - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) jun I 3.846 161,40 66,06 18,58 15,70 16,00 86,10 12,6061 117,55 jun II 16.689 163,95 65,66 18,51 16,19 15,91 85,93 12,4433 116,18 jul I 18.407 170,77 62,32 18,04 17,50 15,13 83,84 11,6051 110,06 jul II 33.673 164,53 64,45 18,36 16,30 15,62 85,09 12,2014 114,61 ago I 38.414 170,24 67,47 18,93 17,40 16,32 86,19 12,5375 116,73 ago II 35.495 178,47 69,62 19,36 18,98 16,81 86,81 12,6103 116,83 set I 24.537 172,27 72,64 20,08 17,79 17,48 87,07 13,3563 123,35 set II 4.969 195,43 67,49 19,01 22,25 16,32 85,82 11,6409 108,61 Média 176.029 171,07 67,31 18,93 17,56 16,28 85,98 12,4773 116,32

Fonte: Asflucan Tabela 21A. Médias de ATR por quinzena - Usina São José - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) jun I 16.873 174,05 62,18 18,36 18,13 15,07 82,09 11,4551 109,84 jun II 22.924 174,18 63,39 18,46 18,16 15,36 83,20 11,6688 110,98 jul I 26.148 170,16 62,09 17,96 17,38 15,07 83,93 11,5863 109,85 jul II 47.401 174,32 66,68 19,00 18,18 16,12 84,84 12,2424 114,95 ago I 51.384 171,17 68,00 19,41 17,58 16,41 84,55 12,5774 118,17 ago II 46.863 178,23 69,20 19,82 18,94 16,67 84,12 12,5193 117,81 set I 34.174 182,97 73,02 20,72 19,85 17,53 84,60 12,9799 121,47 Média 245.767 175,14 67,21 19,28 18,34 16,23 84,17 12,2904 115,81

Fonte: Asflucan Tabela 22A. Médias de ATR por quinzena - Usina Barcelos - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) mai II 6.500 172,79 58,92 17,35 17,89 14,34 82,65 10,9386 104,92 jun I 5.687 181,00 60,58 17,74 19,47 14,72 82,98 10,9638 104,74 jun II 6.178 186,92 66,16 18,92 20,61 16,00 84,57 11,7109 110,19 jul I 10.312 169,21 66,79 18,96 17,20 16,15 85,18 12,4463 116,63 jul II 14.627 174,51 64,15 18,50 18,22 15,54 84,00 11,7955 111,56 ago I 14.356 175,18 67,57 19,21 18,35 16,32 84,96 12,3633 115,93 ago II 13.274 174,61 69,16 19,56 18,24 16,68 85,28 12,6570 118,33 set I 7.475 183,33 71,12 20,05 19,92 17,12 85,39 12,6641 118,16 Média 78.409 176,10 66,10 18,90 18,53 15,98 84,54 12,0757 113,65

Fonte: Asflucan

Apêndice A: Tabelas e Quadros 117

Tabela 23A. Médias de ATR por usina – Rio de Janeiro - safra 1999/00.

Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR USINAS (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) Barcelos 146.424 187,28 68,83 19,31 20,68 16,62 86,06 12,1505 113,11 Cupim 120.566 163,15 69,46 19,49 16,03 16,76 85,98 13,1404 122,32 Paraiso 407.184 169,69 69,07 19,44 17,29 16,67 85,74 12,8281 119,62 Quissaman 334.384 168,80 67,75 19,29 17,12 16,36 84,81 12,6229 118,45 Santa Cruz 575.214 159,89 72,30 19,98 15,40 17,41 87,13 13,7761 127,21 São José 420.032 173,85 70,93 19,98 18,09 17,08 85,48 12,9879 121,13 Sapucaia 1.226.278 160,94 72,56 19,87 15,61 17,48 87,97 13,7911 126,74 Média 3.230.082 165,63 71,08 19,75 16,51 17,13 86,73 13,3430 123,55

Fonte: Asflucan Tabela 24A. Médias de ATR por usina – Rio de Janeiro - safra 2000/01.

Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR USINAS (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) Barcelos 116.396 182,52 70,52 19,67 19,76 17,00 86,46 12,6072 116,97 Carapebus 56.542 164,07 77,87 21,54 16,21 18,63 86,49 14,5691 134,60 Cupim 100.712 166,31 73,77 20,55 16,64 17,72 86,24 13,7706 127,67 Paraiso 278.286 165,76 65,54 18,11 16,54 15,90 87,81 12,3778 114,28 Pureza 100.311 166,37 74,91 20,22 16,65 18,02 89,11 14,0003 127,73 Quissaman 44.945 163,60 77,32 21,28 16,12 18,52 87,02 14,5011 133,64 Santa Cruz 625.947 155,71 72,86 19,98 14,60 17,54 87,82 14,0473 129,18 São José 314.970 175,54 73,52 20,49 18,42 17,67 86,20 13,3688 123,99 Sapucaia 986.758 159,96 72,82 20,02 15,42 17,53 87,55 13,8702 127,74 Média 2.624.868 163,07 72,34 19,93 16,02 17,42 87,41 13,6650 125,98

Fonte: Asflucan Tabela 25A. Médias de ATR por usina – Rio de Janeiro - safra 2001/02.

Cana PBU LS Brix Fibra Pol Pureza PC ATR USINAS (t) (g) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (%) (kg/tc) Barcelos 78.409 176,10 66,10 18,90 18,53 15,99 84,58 12,0784 113,64 Cupim 59.053 174,76 70,93 19,90 18,27 17,08 85,87 12,9576 120,59 Paraiso 176.029 171,07 67,31 18,93 17,56 16,28 85,98 12,4773 116,32 Quissaman 334.384 168,80 67,75 19,29 17,12 16,36 84,81 12,6229 118,45 Santa Cruz 311.758 170,61 72,18 20,24 17,47 17,36 85,76 13,3265 124,00 São José 245.767 175,14 67,21 19,28 18,34 16,23 84,20 12,2973 115,85 Sapucaia 587.521 172,44 69,66 19,73 17,82 16,79 85,10 12,8199 119,93 Média 1.792.922 171,91 69,06 19,57 17,72 16,66 85,13 12,7381 119,19

Fonte: Asflucan

Apêndice A: Tabelas e Quadros 118

Tabela 26A. Médias de ATR por quinzena - Usina Paineiras - ES - safra 1999/00.

Quin- Cana PBU Brix LS Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (%) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (kg/tc)

mai II 35.623 149,1 20,2 72,35 15,14 17,41 86,29 13,8955 134,96 jun I 31.187 145,2 19,3 67,99 14,53 16,42 85,19 13,2288 129,66 jun II 39.124 149,6 19,0 68,60 15,21 16,58 87,13 13,2235 128,11 jul I 45.615 148,7 18,1 65,80 15,07 15,96 87,99 12,7564 123,16 jul II 46.486 150,9 18,0 64,76 15,42 15,72 87,53 12,4976 121,07 ago I 42.802 146,3 18,8 68,84 14,69 16,65 88,64 13,3871 128,55 ago II 36.638 157,6 19,1 69,35 16,46 16,76 87,68 13,1103 126,56 set I 35.087 156,6 19,3 69,91 16,30 16,88 87,35 13,2365 127,97 set II 35.634 166,0 19,7 71,61 17,77 17,26 87,52 13,2327 127,70 out I 22.483 163,9 19,6 71,66 17,43 17,28 88,01 13,3160 128,15 out II 10.874 178,0 19,1 68,61 19,63 16,58 86,84 12,3437 119,78 Média 381.552 153,5 19,0 68,78 15,82 16,62 87,37 13,1323 127,04

Fonte: Usina Paineiras Tabela 27A. Médias de ATR por quinzena - Usina Paineiras - ES - safra 2000/01.

Quin- Cana PBU Brix LS Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (%) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (kg/tc)

mai II 19.981 139,3 18,9 67,74 13,61 16,38 86,72 13,3845 130,05 jun I 42.561 139,3 19,1 68,62 13,62 16,58 87,05 13,5480 131,31 jun II 45.542 140,6 19,4 71,10 13,82 17,16 88,64 13,9781 134,08 jul I 54.396 140,6 20,2 74,52 13,82 17,93 88,83 14,6006 139,70 jul II 57.760 146,2 20,9 78,73 14,69 18,89 90,49 15,1810 143,79 ago I 47.206 146,2 21,8 83,50 14,69 19,95 91,53 16,0391 150,97 ago II 40.022 143,2 22,4 86,14 14,22 20,54 91,80 16,6246 156,21 set I 25.297 151,0 22,0 83,32 15,43 19,89 90,38 15,8117 149,68 set II 24.677 155,6 21,4 81,39 16,14 19,48 91,12 15,3192 144,54 out I 12.073 162,3 20,4 76,17 17,19 18,31 89,88 14,1657 134,70 Média 369.513 144,7 20,6 77,23 14,45 18,54 89,71 14,9473 142,23

Fonte: Usina Paineiras Tabela 28A. Médias de ATR por quinzena - Usina Paineiras - ES - safra 2001/02.

Quin- Cana PBU Brix LS Fibra Pol Pureza PC ATR zena (t) (g) (%) (°ISS) (%) (%) (%) (%) (kg/tc)

mai II 10.620 153,1 19,5 68,77 15,75 16,59 85,22 13,1235 128,53 jun I 36.532 154,4 19,0 67,84 15,97 16,40 86,31 12,9284 125,91 jun II 42.528 155,0 19,3 69,03 16,05 16,67 86,59 13,1248 127,51 jul I 37.253 158,6 20,2 72,25 16,62 17,38 85,99 13,5643 131,97 jul II 29.437 163,3 20,7 74,05 17,35 17,78 85,87 13,7186 133,41 ago I 26.857 163,1 20,6 74,34 17,32 17,86 86,89 13,7868 133,32 ago II 21.218 169,8 21,0 75,13 18,35 18,02 86,00 13,6878 132,94 set I 7.980 172,5 21,8 78,06 18,78 18,65 85,56 14,0772 136,80 set II Média 212.426 159,8 20,0 71,69 16,79 17,26 86,21 13,4260 130,51

Fonte: Usina Paineiras

Apêndice A: Tabelas e Quadros 119

Tabela 29A. Formação de preços da cana-de-açúcar, açúcar e álcool, Portaria MF n° 110/97, em vigor a partir de 21/05/1997.

Cana-de-açúcar (R$ / t) Cana-de açúcar 18% 17% 12% 7% 0% Preço da cana no campo 15,2481 15,2481 15,2481 15,2481 15,2481 Transporte 1,7055 1,7055 1,7055 1,7055 1,7055 Sub-total 16,9536 16,9536 16,9536 16,9536 16,9536 Cofins (2,00%) 0,4273 0,4220 0,3973 0,3753 0,3483 PIS (0,65%) 0,1389 0,1371 0,1291 0,1220 0,1132 ICMS 3,8458 3,5869 2,3836 1,3135 0,0000 Preço da cana na esteira 21,3656 21,0997 19,8636 18,7644 17,4151

Açúcar (R$ / Saco) Cristal Standard 18% 17% 12% 7% 0% Valor produto industrial 12,6612 12,6612 12,6612 12,6612 12,6612 Valor Agregado ao PI 1,1394 1,1394 1,1394 1,1394 1,1394 Margem de qualidade 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 PIS s/ MP 0,0681 0,0681 0,0681 0,0681 0,0681 Cofins s/ MP 0,2095 0,2095 0,2095 0,2095 0,2095 ICMS s/ MP 1,8857 1,8857 1,8857 1,8857 0,0000 Preço de liquidação 15,9639 15,9639 15,9639 15,9639 14,0782 PIS s/ faturamento (0,65%) 0,1153 0,1139 0,1072 0,1013 0,0940 Finsocial s/ faturamento (2,00%) 0,3548 0,3504 0,3299 0,3116 0,2892 ICMS s/ faturamento 3,1935 2,9786 1,9794 1,0907 0,0000 Dedução ICMS s/ MP -1,8857 -1,8857 -1,8857 -1,8857 0,0000 Preço de faturamento 17,7419 17,5211 16,4947 15,5818 14,4614

Álcool Anidro (m³) 25,00% 18,00% 12,00% 7,00% 0,00% Valor de paridade 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667 Preço de liquidação 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667 Preço de faturamento 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667 462,1667

Álcool Hidratado (m³) 25,00% 18,00% 12,00% 7,00% 0,00% Valor de paridade 427,6728 427,6728 427,6728 427,6728 427,6728 PIS s/ MP 2,0907 2,0907 2,0907 2,0907 2,0907 Cofins s/ MP 6,4298 6,4298 6,4298 6,4298 6,4298 ICMS s/ MP 57,8738 57,8738 57,8738 57,8738 0,0000 Preço de liquidação 494,0671 494,0671 494,0671 494,0671 436,1933 PIS s/ faturamento (0,65%) 3,9188 3,5731 3,3219 3,1381 2,9124 Finsocial s/ faturamento (2,00%) 12,0579 10,9942 10,2213 9,6556 8,9613 ICMS s/ faturamento 150,7233 98,9474 61,3277 33,7947 0,0000 Dedução ICMS s/ MP -57,8738 -57,8738 -57,8738 -57,8738 0,0000 Preço de faturamento 602,8933 549,7080 511,0642 482,7817 448,0671

Apêndice A: Tabelas e Quadros 120

Tabela 30A. Formação de preços da cana-de-açúcar, açúcar e álcool, Ato n° 63/84, do IAA. Anexo I: Formação de preços da cana-de-açúcar (Cr$/tonelada).

Operações internas Região Centro-Sul

Discriminação Rio de Janeiro

Minas Gerais e Espírito Santo

Demais Estados

Região Norte-

Nordeste Preço no campo 23.522,12 23.009,22 22.391,06 28.599,44 Transporte 2.597,24 2.592,03 2.592,03 2.791,25 Subtotal 26.119,36 25.601,25 24.983,09 31.390,69 PIS (0,75%) 239,63 234,87 229,20 287,99 Finsocial (0,50%) 159,75 156,58 152,80 191,99 ICM (17,00%) 5.431,55 5.323,81 5.195,26 6.527,73 Preço na esteira 31.950,29 31.316,51 30.560,35 38.398,40

Anexo III: Formação de preços do açúcar cristal standard (Cr$/saco de 50 kg).

Operações internas Região Centro-Sul

Discriminação Rio de Janeiro

Minas Gerais e Espírito Santo

Demais Estados

Região Norte-

Nordeste Produto industrial 20.890,93 20.890,93 20.890,93 20.890,93 PIS 117,49 105,36 102,81 142,86 Finsocial 78,33 70,24 68,54 95,24 ICM 2.663,11 2.388,14 2.330,47 3.238,23 Preço de liquidação 23.749,86 23.454,67 23.392,75 24.367,26 PIS (0,75%) 242,93 242,75 242,71 243,32 Finsocial (0,50%) 161,95 161,83 161,81 162,21 ICM (17,00%) 6.117,91 6.113,71 6.112,82 6.126,70 Credito 611,28 611,28 611,28 611,28 Contribuição 5.393,67 5.393,67 5.393,67 5.393,67 Adicional 3.595,78 3.595,78 3.595,78 3.595,78 Dedução 2.663,11 2.388,14 2.330,47 3.238,23 Preço de faturamento (PVU) 35.987,71 35.962,99 35.957,79 36.039,43 Subsidio de equalização 3.319,59 187,81 0,00 6.812,93 Remuneração 24.210,52 21.078,74 20.890,93 27.703,86 Anexo XVII: Formação dos preços do álcool anidro para fins carburantes (Cr$/litro).

Operações internas Região Centro-Sul

Discriminação Rio de Janeiro

Minas Gerais e Espírito Santo

Demais Estados

Região Norte-

Nordeste Valor de paridade 667,48 667,48 667,48 667,48 PIS-PASEP 3,74 3,36 3,27 4,55 Finsocial 2,49 2,24 2,18 3,03 ICM 84,81 76,05 74,22 103,13 Preço de paridade 758,52 749,13 747,15 778,19 PIS-PASEP 5,76 5,69 5,67 5,91 Finsocial 3,84 3,79 3,78 3,94 Valor 768,12 758,61 756,60 788,04

APÊNDICE B

CRONOLOGIA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE

O SETOR SUCROALCOOLEIRO.

1. Decreto-lei n.º 10.076, de 19-02-1913, regulamenta estações experimentais e inaugura a Estação Experimental de Campos - RJ.

2. Lei n.º 4.456, de 7-01-1922, cria a Caixa Reguladora do Açúcar para divulgar e aumentar as vendas do produto nacional para o exterior.

3. Decreto-lei n.º 19.717, de 20-02-1931, estimula a produção de álcool nacional condicionando seu uso na gasolina importada e na frota governamental, além de isentar de taxas os bens de capitais para o seu fabrico.

4. Decreto-lei n.º 20.401, de 15-09-1931, estabelece uma série de medidas para a defesa da indústria e comércio do açúcar, que constituem o marco inicial da nova política açucareira para o setor.

5. Decreto-lei n.º 20.761, de 07-12-1931, cria a Comissão de Defesa da Produção de Açúcar (CDPA), com a participação de representantes do governo federal e delegados dos principais estados produtores, representando uma nova fase da intervenção estatal na agroindústria.

6. Decreto-lei n.º 23.010, de 01-02-1932, regulamenta as atribuições do CDPA.

7. Decreto-lei n.º 21.201, de 24-03-1932, autoriza o Ministério da Agricultura a assinar contratos com entidades particulares para a implantação de destilarias de álcool anidro e conceder-lhes incentivos fiscais e tarifários.

8. Decreto-lei n.º 22.152, de 28-11-1932, pela primeira vez contempla o açúcar e o álcool, limitando a produção do primeiro e estabelecendo incentivos para a produção do segundo.

9. Decreto-lei n.º 22.981, de 25-07-1933, dá forma definitiva ao Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), criado pelo Decreto-lei n.º 22.789, de 1933. O IAA deve

Apêndice B: Cronologia da legislação brasileira sobre o setor sucroalcooleiro 122

assegurar o equilíbrio interno entre as safras normais de cana e o consumo de açúcar e fomentar a fabricação de álcool anidro. O IAA é dirigido por uma comissão executiva de oito membros: quatro designados pelo governo federal e quatro eleitos pelos representantes dos usineiros e plantadores de cana. A instalação oficial do IAA se dá em 22-08-1933.

10. Decreto-lei n.º 23.664, de 29-12-1933, torna obrigatório o registro das fábricas de açúcar, álcool e aguardente; disciplina a circulação de açúcar no território nacional e regulamenta o consumo de álcool carburante.

11. Decreto-lei n.º 24.749, de 14-07-1934, autoriza a intervenção governamental nos engenhos para limitar-lhes a produção.

12. Lei n.º 178, de 09-01-1936, o IAA assume o controle das transações entre as usinas de açúcar e seus fornecedores de cana.

13. Lei n.º 432, de 08-05-1937, concede isenção dos direitos de importação para tonéis e vasilhames destinados ao transporte de álcool anidro.

14. Decreto-lei n.º 644, de 25-08-1938, determina a montagem, aquisição e operação do IAA de refinarias para o beneficiamento final do açúcar destinado ao consumo interno.

15. Decreto-lei n.º 737, de 23-09-1938, torna obrigatória a adição de álcool anidro na gasolina produzida no país.

16. Decreto-lei n.º 1.130, de 20-03-1939, aprova as quotas de produção fixadas pelo IAA a nível de cada fábrica.

17. Resolução n.º 009/39, o IAA formula o primeiro dos chamados planos de safra.

18. Decreto-lei n.º 1.669, de 11-10-1939, estabelece critérios para aumento das quotas de produção das usinas.

19. Decreto-lei n.º 1.831, de 04-12-1939, consolida as normas instituídas pelo IAA desde a sua criação.

20. Decreto-lei n.º 3.855, de 21-11-1941, promulga o Estatuto da Lavoura Canavieira, para disciplinar as relações comerciais entre usineiros e fornecedores. O referido Decreto-lei muda a comissão para dirigir o IAA para 13 membros: cinco do governo, quatro de usineiros, três de fornecedores e um pelos bangüezeiros.

21. Decreto-lei n.º 3.755, de 17-03-1941, cria a Comissão Nacional de Combustíveis e Lubrificantes.

22. Decreto-lei n.º 4.382, 15-06-1942, atribui ao IAA o poder de fixar quotas e preços para todo álcool produzido no país para fins carburantes.

23. Resolução n.º 034/42, do IAA, de 30-07-1942, cria o Plano de Desenvolvimento do Álcool.

Apêndice B: Cronologia da legislação brasileira sobre o setor sucroalcooleiro 123

24. Resolução n.º 039/42, do IAA, de 13-08-1942, cria o Plano de Controle da Produção de Álcool.

25. Decreto-lei n.º 4.722, de 22-9-1942, declara a indústria alcooleira de interesse nacional.

26. Decreto-lei n.º 4.733, de 23-09-1942, conferiu competência ao IAA para fixar cotas de fornecimento de cana.

27. Resolução n.º 065/43, do IAA, de 24-08-1943, aprova o Plano de Requisição de Aguardente para fins de transformação em álcool.

28. Decreto-lei no 6.969, de 19-10-1944, dispõe sobre pagamento de canas.

29. Decreto-lei n.º 9.827, de 10-09-1946, revisa as quotas estaduais de produção de açúcar e flexibiliza o recebimento de matéria-prima pelas usinas (pelo Estatuto da Lavoura Canavieira, 60% são oriundos de fornecedores).

30. Resolução n.º 154/48, do IAA , de 15-01-1948, cria o Fundo de Compensação dos Preços do Açúcar, para venda dos excedentes internos a preços competitivos no mercado internacional. Os recursos são oriundos de uma sobretaxa aplicada a cada saca de açúcar produzida.

31. Decreto-lei n.º 25.174-A de 03-07-1948, adota medidas de estímulo à produção alcooleira para fins carburantes.

32. Resolução n.º 378/50, do IAA, de 29-3-1950, liberaliza a produção de açúcar no país na safra 1950/51, que se repetiu em anos posteriores.

33. Resolução n.º 1.284/57, do IAA, de 20-12-1957, eleva o contingente de produção para mais 47 milhões de sacas de açúcar.

34. Decreto-lei n.º 50.818, de 26-06-1961, cria a Divisão de Exportação do IAA.

35. Lei n.º 4071 de 15-06-62, dispõe sobre pagamento de canas.

36. Lei n.º 4.870, de 01-12-1965, dá poderes ao IAA para restabelecer a disciplina no mercado interno, com excedentes crescentes.

37. Decreto-lei n.º 59.033-A, de 08-08-1966, cria o Grupo Especial para Racionalização da Agroindústria Canavieira do Nordeste (Geran).

38. Lei n.º 5.654, de 14-05-1971, dispõe sobre a produção açucareira no país, etc.

39. Decreto-lei n.º 69.454, de 01-11-1971, extingue o Geran por conta das novas funções outorgadas ao IAA.

40. Decreto-lei n.º 1.186, de 1971, cria o Programa de Racionalização da Agroindústria Açucareira.

Apêndice B: Cronologia da legislação brasileira sobre o setor sucroalcooleiro 124

41. Decreto-lei n.º 1.186 de 27-08-1971, institui estímulos à fusão, incorporação e relocalização de usinas, com a finalidade de propiciar a modernização do parque industrial, estabelecendo que a relocalização deve ficar condicionada a cota mínima de 400 mil sacos.

42. Em 29-7-1971 o IAA cria o Programa Nacional de Melhoramento da Cana de Açúcar (Planalsucar).

43. Decreto-lei n.º 1.266, de 26-04-1973, dispõe sobre o fundo especial de exportação criado pela lei 4870 de 01/12/65; cria o Programa de Apoio à Agroindústria Açucareira.

44. Decreto-lei n.º 76.593, de 14-11-1975, cria o Programa Nacional do Álcool (Proalcool), visando atingir a meta de 10,7 bilhões de litros de álcool a partir de 1985.

45. Resolução n.º 06/78, do IAA, de 22-08-1978, estabelece uma metodologia para o pagamento de cana pelo teor de sacarose, a vigorar para o estado de Alagoas a partir da safra 1978/79.

46. Ato n.º 30/78, do IAA, de 22-08-1978, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado de Alagoas.

47. Resolução n.º 12/82, do IAA, de 04-11-1982, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose e pureza no país.

48. Ato n.º 26/83, do IAA, de 22-06-1983, estabelece regras para o pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado de Rio de Janeiro e Espirito Santo.

49. Ato do IAA 13/83, do IAA, de 21-04-1983, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado de São Paulo.

50. Resolução n.º 02/84, do IAA, de 05-04-1984, estabelece especificações técnicas dos tipos de açúcar a serem produzidos a partir da safra 1984/85.

51. Ato n.º 49/84, do IAA, de 14-08-1984, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado do Rio de Janeiro.

52. Ato n.º 59/84, do IAA, de 25-09-1984, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado de Pernambuco.

53. Ato n.º 61/84, do IAA, de 26-09-1984, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado da Paraíba.

54. Ato n.º 66/84, do IAA, de 02-10-1984, dispõe sobre as normas do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado do Rio Grande do Norte.

55. Ato n.º 69/84, do IAA, de 12-11-1984, dispõe sobre as normas de implantação do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose no estado do Espírito Santo.

Apêndice B: Cronologia da legislação brasileira sobre o setor sucroalcooleiro 125

56. Medida Provisória n.º 154 de 15-03-1990, dentre outras providências, extingue o IAA transferindo suas principais funções para a Secretaria do Desenvolvimento Regional.

57. Os Decreto-leis n.º 2.401 e n.º 2.437, de maio de 1988, privatizam as exportações brasileiras de açúcar, que tiveram fraco desempenho ao longo da década, ante os preços deprimidos no mercado internacional.

58. Portaria n.º 64, do MF, de 29-03-1996, libera os preços da cana-de-açúcar, do açúcar e do álcool a partir de 01-01-1997.

59. Portaria n.º 294, do MF, de dezembro de 1996, libera os preços do álcool anidro e prorroga a liberação dos preços da cana-de-açúcar, do açúcar e do álcool hidratado para 01-05-1998.

60. Portaria n.º 102, do MF, de 18-04-1998, prorroga a liberação dos preços da cana-de-açúcar, do açúcar e do álcool hidratado de 01-05-1998 para 01-11-1998.

61. Portaria n.º 275, do MF, de 16-10-1998, prorroga a liberação dos preços da cana-de-açúcar para 01-02-1999.

62. Medida Provisória do governo federal, de 28-05-98, autoriza aumentar a mistura de álcool na gasolina de 22% para 24%. Isso aumenta o consumo de 4,8 bilhões para 5,24 bilhões de litros por ano.

63. Medida Provisória n.º 1.670, do governo federal, de 24-07-1998, dá à Agência Nacional de Petróleo poder para fiscalizar todas as atividades relativas ao abastecimento de combustíveis no Brasil, desde a produção até a comercialização.

64. Leis n.º 9.660, de 16-08-1998, e n.º 12.204, de 06-07-1998, dispõem que a aquisição e substituição gradual da frota oficial de carros oficiais – atualmente de 3,8 milhões de veículos – somente poderá ser realizada por veículos movidos por combustíveis renováveis.