151
Avaliação económica do ciclo de vida de coberturas planas Tito Correia Marrana Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Construção e Reabilitação Orientadores Professor Doutor José Dinis Silvestre Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Júri Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Vogal: Professor Doutor Carlos Paulo Oliveira da Silva Cruz Outubro, 2015

Avaliação económica do ciclo de vida de coberturas planas · ... Custo do ciclo de vida CP ... Elementos fonte de manutenção ICV - Inventário do ciclo de vida IVA - Imposto

  • Upload
    ngophuc

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Avaliação económica do ciclo de vida de coberturas planas

Tito Correia Marrana

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Construção e Reabilitação

Orientadores

Professor Doutor José Dinis Silvestre

Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito

Júri

Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques

Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito

Vogal: Professor Doutor Carlos Paulo Oliveira da Silva Cruz

Outubro, 2015

i

Resumo

No contexto actual, as coberturas planas têm tido uma crescente aplicação em

Portugal, seguindo a evolução das correntes arquitectónicas e usufruindo do apareci-

mento e desempenho de novos materiais empregues na construção.

As coberturas representam uma das zonas por onde ocorre grande parte das

trocas térmicas com o exterior, sendo por isso um dos elementos da envolvente que

mais influencia o desempenho de uma edificação.

A inexistência de informação, tanto a nível nacional como internacional, relativa

aos desempenhos económico e térmico conjugados, respectivos métodos de análise e

comparação dos vários tipos de sistemas de coberturas planas, impulsionou a elabo-

ração desta dissertação.

Considerando um período de análise de 50 anos, correspondente à vida útil pa-

ra que é actualmente projectado um edifício, foram estudados 472 sistemas de cober-

turas planas, representativas de praticamente todo o universo de soluções aplicadas

em Portugal, e abrangendo todos os tipos de acessibilidade / utilização (limitada,

acessível a pessoas e veículos).

No estudo realizado, estimou-se os custos correspondentes à aquisição do ma-

terial, transporte, instalação, desempenho energético durante o período de análise,

manutenção e processamento de fim de vida das coberturas planas, com o objectivo

de identificar quais as soluções economicamente mais vantajosas existentes no mer-

cado, considerando todo o seu ciclo de vida.

Os resultados alcançados poderão constituir uma ferramenta auxiliar na toma-

da de decisão por parte das entidades responsáveis pela selecção do tipo de cobertu-

ras planas a adoptar na construção.

Palavras-chave: Avaliação dos custos do ciclo de vida, coberturas planas, desempe-

nho energético, manutenção, vida útil.

ii

Abstract

In today’s context, flat roofs have had an increasing application in Portugal, fol-

lowing the evolution of architectural trends and benefiting from the appearance and

performance of new materials used in construction.

Roofs represent one of the parts of the building where most of thermal ex-

changes with the exterior occur. Therefore, these are one of the envelope elements

that most influence its performance.

The lack of information, both at national and international level, on the joint

thermal and economic performance, corresponding methods of analysis and compari-

son of various types of flat roofing systems, encouraged the elaboration of this work.

Considering a study period of 50 years, corresponding to the service life for

which a building is currently designed, 472 cases of flat roofs were studied, illustrative

of the majority of solutions applied in Portugal, and scoping all kinds of accessibility

(limited access, accessible to people and vehicles).

In this study, the costs associated with the life cycle of the flat roofs, corre-

sponding to acquisition, transport, application, energy performance, maintenance and

end-of-life processing of the materials, were estimated, with the purpose of identifying

the most advantageous solutions in economic terms.

The results achieved may be an auxiliary tool in decision-making by the entities

responsible for selecting the type of flat roof to be used in construction.

Keywords: Energy performance, flat roofs, life cycle cost analysis, maintenance, ser-

vice life.

iii

Agradecimentos

Ao concluir a presente dissertação, não poderia deixar de agradecer a todos

aqueles que contribuíram para a sua realização.

Ao Professor José Silvestre, orientador desta dissertação agradeço-lhe pelo

acompanhamento permanente, pela motivação e disponibilidade demonstrada, por

todo o material bibliográfico facultado e pelos conhecimentos transmitidos.

Ao Professor Jorge de Brito, co-orientador desta dissertação, agradeço-lhe por

toda a disponibilidade, pelo rigor científico e precisão nas correções de todo o trabalho

e pelos sábios conselhos, fundamentais para o desenvolvimento desta dissertação.

Ao Engenheiro Carlos Santos, perito qualificado no âmbito do REH, pela dispo-

nibilidade e pelo fornecimento de toda a informação necessária para o caso de estudo.

Ao Engenheiro Gregório, da Direcção de Infra-estruturas da Marinha, por toda

a colaboração e entreajuda que me prestou.

Um agradecimento muito especial aos meus pais, pela motivação e apoio in-

condicional.

iv

Índice de acrónimos

ACB - Análise de custo e benefício

ACV - Avaliação do ciclo de vida

ACCV - Avaliação dos custos do ciclo de vida

CAE - Custo anual equivalente

CCV - Custo do ciclo de vida

CP - Coberturas planas

EFM - Elementos fonte de manutenção

ICV - Inventário do ciclo de vida

IVA - Imposto de valor acrescentado

LCA - Life cycle assessment

LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil

PR - Período de retorno

RCB - Rácio custo e benefício

RCCTE - Regulamento das características de comportamento térmico dos edifícios

REH - Regulamento de desempenho energético dos edifícios de habitação

TIR - Taxa interna de rendibilidade

UE - União Europeia

VAL - Valor actualizado líquido

v

Índice

RESUMO ......................................................................................................................... i ABSTRACT ..................................................................................................................... ii AGRADECIMENTOS ....................................................................................................... iiii ÍNDICE DE ACRÓNIMOS ................................................................................................... iv ÍNDICE ........................................................................................................................... v ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................... vii ÍNDICE DE QUADROS .................................................................................................... viii

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 1.1. Âmbito e justificação do tema ............................................................................................... 1 1.2. Objectivos ............................................................................................................................. 2 1.3. Metodologia de investigação ................................................................................................. 2 1.4. Estrutura da dissertação ....................................................................................................... 3

2. AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO CICLO DE VIDA DE COBERTURAS PLANAS: ESTADO DA

ARTE ................................................................................................................... 5 2.1. Construção sustentável ......................................................................................................... 5 2.2. Ciclo de vida e vida útil ......................................................................................................... 7 2.3 Avaliação dos custos do ciclo de vida ..................................................................................... 8

2.3.1 Conceito da ACCV ............................................................................................................ 8 2.3.2 Enquadramento normativo ........................................................................................... 10 2.3.3 Indicadores financeiros agregados à ACCV .................................................................... 10 2.3.4 Metodologia ACCV......................................................................................................... 16 2.3.5 Recolha de informação para aplicar a metodologia ACCV............................................... 16 2.3.6 Limitações da metodologia ACCV .................................................................................. 17

2.4 Análise dos custos do ciclo de vida de coberturas planas ..................................................... 18 2.5 Análise do desempenho energético de coberturas planas..................................................... 19 2.6 Estudos existentes relacionando custos e desempenho energético de coberturas planas...... 20

3. COBERTURAS PLANAS EM EDIFÍCIOS: ESTADO DA ARTE ..................................... 21 3.1. Caracterização de coberturas planas em edifícios ............................................................... 21 3.2. Exigências funcionais de coberturas planas......................................................................... 22 3.3. Classificação de coberturas planas ...................................................................................... 22

3.3.1 Cobertura de acesso limitado ........................................................................................ 24 3.3.2 Cobertura acessível a pessoas ....................................................................................... 25 3.3.3 Cobertura acessível a veículos ....................................................................................... 25 3.3.4 Cobertura invertida ...................................................................................................... 26

3.4 Selecção das soluções de coberturas planas mais comuns em Portugal ................................ 26 3.5 Degradação das coberturas planas ....................................................................................... 30

3.5.1 Factores de alteração e degradação ............................................................................... 30 3.5.2 Caracterização das anomalias e causas .......................................................................... 31

3.6 Manutenção de coberturas planas ....................................................................................... 35 3.6.1 A vida útil dos elementos de cobertura plana ................................................................ 36 3.6.2 Acções e periodicidade de manutenção dos elementos da cobertura plana .................... 37

3.7 Proposta do plano de manutenção ....................................................................................... 39 4. AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DO CICLO DE VIDA DAS COBERTURAS PLANAS .............. 45

4.1 Introdução .......................................................................................................................... 45 4.2 Custos de ciclo de vida ......................................................................................................... 45

4.2.1 Custos de aquisição do material .................................................................................... 45 4.2.2 Custos de transporte ..................................................................................................... 49 4.2.3 Custos de instalação em obra ........................................................................................ 50 4.2.4 Custos de manutenção .................................................................................................. 54 4.2.5 Custos de processamento de fim de vida ....................................................................... 61

4.3 Comparação e selecção das soluções .................................................................................... 65 4.3.1 Coberturas de acesso limitado ....................................................................................... 65 4.3.3 Coberturas acessíveis a veículos .................................................................................... 69

vi

5. AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO .................................... 73 5.1 Aplicação a um caso de estudo ............................................................................................. 73 5.2 Cálculo dos custos energéticos ............................................................................................. 73 5.3 Comparação de resultados e selecção de soluções ................................................................ 77

5.3.1 Coberturas de acesso limitado ....................................................................................... 77 5.3.2 Coberturas acessíveis a pessoas .................................................................................... 82 5.3.3 Coberturas acessíveis a veículos .................................................................................... 86

6. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE, DISCUSSÃO DE EVIDÊNCIAS E LIMITAÇÕES ............... 89 6.1 Análise de sensibilidade ...................................................................................................... 89

6.1.1 Taxa de actualização ..................................................................................................... 89 6.1.2 Variação das necessidades energéticas .......................................................................... 91 6.1.3 Variação dos custos iniciais de construção .................................................................... 92 6.1.4 Variação da vida útil das soluções de impermeabilização .............................................. 93 6.1.5 Variação da zona climática ............................................................................................ 94 6.1.6 Variação da classificação da perigosidade dos resíduos betuminosos ............................ 96

6.2 Incertezas e limitações evidenciadas ................................................................................... 97 7. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ................................................. 99

7.1 Conclusões finais ................................................................................................................. 99 7.2 Desenvolvimentos futuros ................................................................................................. 101

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 103 ANEXOS

ANEXO A - Soluções de coberturas planas estudadas

vii

Índice de figuras

Figura 1 - Tripla dimensão da sustentabilidade............................................................................................................ 6 Figura 2 - Técnica construtiva de coberturas planas ............................................................................................... 21 Figura 3 - Exemplos de classificações de coberturas planas ................................................................................ 23 Figura 4 - Esquema representativo cobertura plana de acesso limitado ...................................................... 24 Figura 5 - Esquema representativo de cobertura plana acessível a pessoas ................................................ 25 Figura 6 - Esquema representativo de cobertura acessível a veículos ............................................................ 25 Figura 7 - Esquema representativo de cobertura plana invertida ..................................................................... 26 Figura 8 - Curva de deterioração de uma cobertura ................................................................................................ 30 Figura 9 - Distribuição das anomalias por zonas das coberturas e em função do número total de

ocorrência .............................................................................................................................................................. 32 Figura 10- Localização e alçado do edifício caso de estudo .................................................................................. 73 Figura 11 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C1-

C30) ........................................................................................................................................................................... 79 Figura 12 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C31-

C61) ........................................................................................................................................................................... 80 Figura 13 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C62-

C92) ........................................................................................................................................................................... 80 Figura 14 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C93-

C120) ........................................................................................................................................................................ 80 Figura 15 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C121-

C144) ........................................................................................................................................................................ 81 Figura 16 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (invertida) (C145-

C175) ........................................................................................................................................................................ 81 Figura 17 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (invertida) (C176-

C204) ........................................................................................................................................................................ 81 Figura 18 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (tradicional)

(C205-C234) .......................................................................................................................................................... 84 Figura 19 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (tradicional)

(C235-C261) .......................................................................................................................................................... 84 Figura 20 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (tradicional)

(C262-C288) .......................................................................................................................................................... 84 Figura 21 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (tradicional)

(C288-C312) .......................................................................................................................................................... 85 Figura 22 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (invertida) (C312-

C344) ........................................................................................................................................................................ 85 Figura 23 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a pessoas (invertida) (C344-

C376) ........................................................................................................................................................................ 85 Figura 24 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a veículos (tradicional)

(C377-C400) .......................................................................................................................................................... 87 Figura 25 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a veículos (tradicional)

(C401-C424) .......................................................................................................................................................... 88 Figura 26 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a veículos (invertida) (C425-

C446) ........................................................................................................................................................................ 88 Figura 27 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, acessíveis a veículos (invertida) (C447-

C472) ........................................................................................................................................................................ 88

viii

Índice de quadros

Quadro 1 - Classificação dos requisitos a serem satisfeitos pelas coberturas .............................................. 23 Quadro 2 - Resumo dos materiais alvo de estudo ..................................................................................................... 29 Quadro 3 - Principais anomalias e respectivas causas na superfície corrente de uma cobertura

plana ...................................................................................................................................................................... 32 Quadro 4 - Principais anomalias e respectivas causas em pontos singulares de uma cobertura

plana ...................................................................................................................................................................... 34 Quadro 5 - Principais anomalias e respectivas causas do sistema de drenagem de uma cobertura

plana ...................................................................................................................................................................... 35 Quadro 6 - Valores máximos e mínimos das vidas úteis dos diversos elementos dos sistemas de

coberturas planas ............................................................................................................................................ 36 Quadro 7 - Periodicidade das diversas acções de manutenção para os principais elementos de

uma cobertura plana ...................................................................................................................................... 39 Quadro 8 - Proposta de estimativa de vida útil para cada subelemento de cobertura plana ................ 41 Quadro 9 - Proposta de acções preventivas dos Elementos Fonte de Manutenção (EFM) de

coberturas planas ............................................................................................................................................ 42 Quadro 10 - Proposta de periodicidade de acções de manutenção preventiva de coberturas

planas .................................................................................................................................................................... 43 Quadro 11 - Características e custo: laje e acabamento inferior ........................................................................ 46 Quadro 12 - Características e custo: camadas de forma e separadora ............................................................ 46 Quadro 13 - Características e custo: isolantes térmicos (coberturas tradicionais) ................................... 47 Quadro 14 - Características e custo: isolamentos térmicos (coberturas invertidas) ................................ 47 Quadro 15 - Âmbito de aplicação e custo: sistemas de impermeabilização .................................................. 48 Quadro 16 - Características e custo: protecções exteriores.................................................................................. 49 Quadro 17 - Custos de transporte para os materiais constituintes da camada de forma ....................... 50 Quadro 18 - Custos de transporte para os materiais constituintes da protecção exterior ..................... 50 Quadro 19 - Custos de execução da laje e acabamento inferior .......................................................................... 51 Quadro 20 - Custos de aplicação da camada de forma ............................................................................................ 51 Quadro 21 - Lista dos custos de aplicação de isolamento térmico .................................................................... 52 Quadro 22 - Custo de aplicação dos sistemas de impermeabilização .............................................................. 53 Quadro 23 - Custos de aplicação da protecção exterior ......................................................................................... 54 Quadro 24 - Custos de manutenção relativos aos sistemas de impermeabilização durante a vida

útil do edifício ................................................................................................................................................... 56 Quadro 25 - Custos de manutenção relativos ao isolamento térmico em coberturas invertidas

durante a vida útil do edifício .................................................................................................................... 60 Quadro 26 - Custos de manutenção relativos à protecção exterior durante a vida útil do edifício .... 60 Quadro 27 - Custos de remoção dos diferentes materiais constituintes das coberturas planas ......... 62 Quadro 28 - Custo de transporte e taxa por entrega dos resíduos de demolição para aterro ou

operador licenciado de gestão de resíduos.......................................................................................... 63 Quadro 29 - Custo de transporte e de taxa de entrega dos resíduos de demolição para aterro ou

operador licenciado de gestão de resíduos, provenientes dos materiais existentes nas coberturas planas .................................................................................................................................... 64

Quadro 30 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado mais e menos onerosas, considerando as fases de aquisição, transporte e instalação em obra .................................... 66

Quadro 31 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado mais e menos onerosas, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, manutenção e processamento de fim de vida ................................................................................................................... 67

Quadro 32 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas mais e menos onerosas, considerando as fases de aquisição, transporte e instalação em obra .................................... 68

Quadro 33 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, manutenção e processamento de fim de vida ................. 69

Quadro 34 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos mais e menos onerosas, considerando as fases de aquisição, transporte e instalação em obra .................................... 70

Quadro 35 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, manutenção e processamento de fim de vida ................. 71

Quadro 36 - Resistência térmica dos diferentes materiais existentes nas soluções de coberturas planas .................................................................................................................................................................... 75

ix

Quadro 37 - Custo energético referente aos diferentes coeficientes de transmissão térmica das coberturas analisadas .................................................................................................................................... 76

Quadro 38 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida .................................................................................................................................................... 78

Quadro 39 - Custo médio de coberturas planas de acesso limitado, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida .................................................................................................................................................... 79

Quadro 40 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida .................................................................................................................................................... 82

Quadro 41 - Custo médio de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida .................................................................................................................................................... 83

Quadro 42 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos mais e menos onerosas, considerando as fases de aquisição, transporte e instalação em obra .................................... 86

Quadro 43 - Custo médio de coberturas planas acessível a veículos, considerando as fases de aquisição, transporte, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida .................................................................................................................................................... 87

Quadro 44 - Contribuição da taxa de actualização para a ACCV das coberturas planas .......................... 90 Quadro 45 - Contribuição das necessidades energéticas para a ACCV das coberturas planas ............. 91 Quadro 46 - Contribuição dos custos iniciais de construção para a ACCV das coberturas planas ...... 92 Quadro 47 - Contribuição da variação da vida útil das soluções de impermeabilização para ACCV

das coberturas planas .................................................................................................................................... 93 Quadro 48 - Contribuição da variação da zona climática para ACCV das coberturas planas ................ 95 Quadro 49 - Variação da classificação da perigosidade dos resíduos betuminosos .................................. 96

x

1

1.Introdução

1.1. Âmbito e justificação do tema

O tema da dissertação a desenvolver é a “Avaliação económica do ciclo de vi-

da de coberturas planas”.

A indústria da construção tem sido alvo de exigências crescentes por parte da

Sociedade, como menor tempo e custo de construção. Por outro lado, o parque edifi-

cado representa um vasto e duradouro investimento, pelo que a procura da eficiência

económica e energética a longo prazo tem vindo a revelar a importância dos custos no

ciclo de vida e a sua análise.

A necessidade prática e metodológica de efectuar uma avaliação económica e

de desempenho energético das soluções construtivas no edificado é crescente, tanto a

nível nacional como internacional mas, de forma a assegurar uma visão global e cientí-

fica, será necessário considerar o ciclo de vida das diferentes soluções construtivas.

De entre os diferentes tipos de coberturas, as coberturas planas foram escolhidas de

forma a ser definido um âmbito mais estreito e prático da proposta. Acresce que as

mesmas têm vindo a ganhar importância nas soluções construtivas nacionais sendo

que é reduzida a informação interligando o seu desempenho económico e energético.

As coberturas planas, além de serem um elemento construtivo fundamental na

garantia da estanqueidade (à água e ao vapor de água) da envolvente exterior dos

edifícios, representam uma das zonas por onde ocorre grande parte das trocas térmi-

cas com o exterior, levando a que o comportamento das fracções individuais do último

piso de um edifício, e do edifício como um todo, seja condicionado pelo melhor ou pior

desempenho desse elemento construtivo (Gomes, 2014). Ao constituírem toda a en-

volvente opaca horizontal de um edifício, estas coberturas são ainda um elemento

construtivo bastante significativo em termos de recursos materiais necessários à sua

execução, ampliando assim a importância da avaliação económica dos vários materi-

ais de construção que as constituem e respectivo desempenho energético.

Nesta dissertação, pretende-se assim efectuar uma avaliação económica e de

desempenho energético das diferentes soluções de coberturas planas de edifícios

(terraços) de habitação em Portugal, para um período de estudo de 50 anos, que cor-

responde aproximadamente à vida útil para que é actualmente projectado um edifício.

2

1.2. Objectivos

O presente trabalho de investigação ambiciona efectuar a avaliação económica

do ciclo de vida (ACV; Life Cycle Assessment - LCA) de soluções de impermeabiliza-

ção e isolamento térmico de coberturas planas numa perspectiva do “berço ao berço”,

incidindo nas fases de produção dos seus elementos, manutenção, utilização (consi-

derando o respectivo desempenho térmico) e fim-de-vida.

Para a sua concretização, será necessário efectuar a recolha de informação a

nível nacional e internacional em estudos de investigação relativa ao desempenho

económico e energético destas soluções construtivas. Será depois realizado o estudo

e definição das fases relevantes para o ciclo de vida destas soluções (ex.: produção,

transporte e aplicação em obra, manutenção e utilização, demolição e processamento

no fim-de-vida), de acordo com as normas europeias mais recentes.

Após esta fase, será efectuada uma avaliação económica do ciclo de vida das

soluções de impermeabilização e isolamento térmico de coberturas planas, através da

informação recolhida nas fases anteriores, e será realizada uma avaliação do desempe-

nho energético, e respectivas consequências económicas, destas soluções através do

estudo teórico da sua aplicação num edifício. O objectivo final será obter um mapa que

expresse economicamente e simultaneamente o desempenho energético e os custos

referentes a todas as fases do ciclo de vida das coberturas planas.

1.3. Metodologia de investigação

Nesta dissertação irá aplicar-se essencialmente a seguinte metodologia:

1. Descrição da metodologia da ACCV e desempenho energético

Inicia-se a dissertação com o estudo e pesquisa de todos os aspectos da me-

todologia de avaliação dos custos do ciclo de vida (ACCV) e de avaliação do desem-

penho energético de edifícios, resultando num capítulo de revisão da literatura sobre

conceitos e modos de abordagem.

2. Definição dos sistemas de coberturas planas a analisar

Será efectuado um levantamento das soluções mais comuns de coberturas

planas dos edifícios correntes em Portugal, e identificados os materiais de construção

que as compõem.

3

3. Definição das acções de manutenção ao longo do ciclo de vida

Para o período de estudo definido, será aprofundado o estudo da manutenção e

vida útil dos elementos seleccionados e apresenta-se o respectivo plano de manutenção.

4. Estimativa dos custos das coberturas planas ao longo do ciclo de vida

Realizar-se-á uma pesquisa de mercado sobre os custos associados ao ciclo

de vida das coberturas planas. Os preços serão obtidos através do contacto com em-

presas de construção, bem como de outras bases de dados disponíveis (como por

exemplo os preços de mercado em vigor na base de dados CYPE).

5. Estimativa dos custos energéticos durante a fase de utilização

Através das necessidade energéticas de uma fracção localizada no último piso

de um edifício, segundo o Decreto-Lei n.º 118/2013, de 20 de Agosto - Regulamento

de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH), irão calcular-se os cus-

tos energéticos referentes às soluções selecionadas e, para extrair estes valores para

cada uma das soluções, será necessário calcular o respectivo coeficiente de transmis-

são térmica - U (W/m2 ºC).

6. Avaliação económica das soluções analisadas

Com base nos custos alcançados nos pontos anteriores será efectuado um

mapa comparativo das diferentes soluções estudadas e analisados os resultados obti-

dos.

1.4. Estrutura da dissertação

A estrutura da dissertação está dividida em 7 capítulos com o conteúdo dispos-

to da seguinte forma.

No capítulo 1 é apresentado o tema e o seu enquadramento, bem como os ob-

jectivos traçados, a metodologia para os alcançar e a organização do trabalho realizado.

O capítulo 2 aborda o estado da arte, referindo a temática da construção sus-

tentável, apresentando o actual estado de conhecimento relativo à metodologia ACCV

e desempenho energético, e indicando os estudos existentes relacionando a aplicabili-

dade destas metodologia a coberturas planas.

O capítulo 3 expõe a caracterização dos sistemas construtivos das coberturas

planas de forma pormenorizada, definindo os requisitos e as exigências funcionais a

satisfazer e apresentando as soluções das coberturas planas alvo do estudo. Será

4

ainda efectuada uma breve caracterização das principais anomalias que podem afec-

tar as coberturas planas e respectivo plano de manutenção das diferentes soluções.

O capítulo 4 apresenta as principais componentes a considerar para a definição

dos custos nas diversas fases do ciclo de vida, num modelo geral da estrutura de cus-

tos. As rubricas de custos a considerar são descritas e apresentadas com maior deta-

lhe quantificando os custos de aquisição do material, transporte, instalação em obra,

manutenção e processamento de fim de vida associados às coberturas planas anali-

sadas.

No capítulo 5 é aplicada a metodologia de ACCV ao caso de estudo, apresen-

tando todos os custos envolvidos no ciclo de vida das coberturas planas, assim como

os custos energéticos existentes na fase de utilização e, por fim, comparam-se os re-

sultados das diferentes soluções.

O capítulo 6 realiza uma análise de sensibilidade, variando algumas condicio-

nantes e analisando as evidências e as limitações da metodologia aplicada.

No capítulo 7 são apresentadas as principais conclusões deste trabalho e os

próximos passos que poderão ser dados em futuros trabalhos de análise e investiga-

ção, que se debrucem sobre esta matéria.

Nos anexos são descritos os elementos que constituem as diferentes soluções

de coberturas planas analisadas e respectivas características técnicas.

5

2. Avaliação económica do ciclo de vida de coberturas planas: Es-

tado da arte

2.1. Construção sustentável

As disfunções ambientais que ameaçam o bem-estar do planeta resultam, em

grande parte, da forma como se constroem e vivem as cidades, onde se concentram

as pressões ambientais (Tirone e Nunes, 2007). Neste sentido, a aplicação das preo-

cupações ecológicas ao ambiente construído e, em particular, à área da construção

levaram à introdução de um novo conceito: a construção sustentável. A definição mais

aceite deste conceito foi apresentada por Charles Kibert, em 1994, que a descreve

como a "criação e gestão responsável de um ambiente construído saudável, tendo em

consideração os princípios ecológicos (para evitar danos ambientais) e a utilização

eficiente dos recursos" (Pinheiro, 2006).

Diversas investigações existentes mostram que a actividade da construção tem

um significativo impacte sobre o meio ambiente (por exemplo, McDonald e Smithers,

1998; Poon, 2000; Shen e Zhang, 2002). O papel desempenhado pelos construtores é

de extrema importância na promoção do desenvolvimento sustentável no contexto da

indústria da construção, assumindo a responsabilidade de minimizar o seu impacte

negativo sobre o meio ambiente e sociedade e de maximizar a sua contribuição eco-

nómica (Tan et al., 2011).

É inegável e talvez inevitável o impacte ambiental, económico e social da cons-

trução. A indústria da construção tem a maior fatia do uso de recursos naturais, terreno

e extracção de materiais. O uso de energia, a produção de resíduos líquidos e sólidos, o

transporte (de materiais de construção) e o consumo de materiais perigosos, são tam-

bém factores ambientais negativos para este sector ((UNEP, 2007) citado por (Silvestre,

2012)). Apesar do referido, não existe uma análise de dados e informação apropriada e

sistemática do impacte global da construção. Esta avaliação deve compreender uma

heterogeneidade de elementos e infra-estruturas, incluindo construção pública e privada,

e todas as variáveis existentes nas diferentes fases do ciclo de vida. Se é possível quan-

tificar os impactes negativos, deverá ser possível reduzi-los (Silvestre, 2012).

A Agência Internacional de Energia (2011) estima que 30 a 40% da energia

primária a nível mundial é consumida pelos edifícios. Segundo o “Statistical Abstract of

the United States”, os edifícios norte-americanos consomem cerca de 39% da energia

nos EUA e contribuem com 40% das emissões de dióxido de carbono desse país

6

(Sproul, et al., 2013).

Em Portugal, o balanço energético de 2012 conclui que os edifícios consomem

29% da energia final (DGEG, 2012)) e 62% da energia eléctrica (ADENE, 2009). Em

Lisboa, o consumo de energia primária pelos edifícios é ainda maior, com 46%, segui-

do dos transportes (42%) e indústria (10%). Os edifícios de serviços (escritórios, saú-

de, educação e comerciais) são responsáveis por 65% deste consumo e os edifícios

residenciais pela parte restante (35%) ((Sá et al., 2005) citado por (Pinheiro, 2008) e

(Silvestre, 2012)).

Para reduzir os consumos energéticos no sector dos edifícios, é necessário

sensibilizar de forma eficaz todos os intervenientes no processo construtivo (projectis-

ta, donos de obra, utilizadores, construtores e promotores imobiliários), mostrando a

maior eficiência energética de uma solução em relação a outra e apresentando um

estudo de viabilidade económica da mesma. Neste contexto, os projectistas devem

procurar, de forma crescente, empregar soluções construtivas de reduzido impacte

ambiental e energético nos seus projectos de forma a alcançar um futuro ambiental

sustentável.

Para se tornar sustentável, a construção necessita de possuir ferramentas, de

base científica, que permitam aferir a real sustentabilidade de cada empreendimento e,

nomeadamente, possibilitar a escolha de soluções construtivas que optimizem esse

conceito, de entre as disponíveis no mercado (Gomes, 2014).

Na década de 90, Elkington (1998) ampliou o conceito de sustentabilidade para

um modelo de mudança social e essa estrutura ficou conhecida como o “Triple Bottom

Line”, integração entre as dimensões económica, humana e ambiental, em busca de

equilíbrio entre o que é socialmente desejável, economicamente viável e ecologica-

mente sustentável (Figura 1).

Figura 1 - Tripla dimensão da sustentabilidade (adaptado de Pinheiro, 2008)

7

O sector da construção é fundamental para o desenvolvimento sustentável nas

suas três dimensões (social, económica e ambiental). A construção é um sector cada

vez mais importante em termos de conforto e qualidade de vida dado que, actualmen-

te, as pessoas passam em média 90% do seu tempo no interior de edifícios, seja para

habitar ou para trabalhar, tendo por isso uma grande relevância para o bem-estar so-

cial (Pinheiro, 2006).

Segundo Kibert (2002) (citado por Mateus (2009)), em termos económicos es-

tima-se que a indústria da construção represente, a nível mundial, um volume de mer-

cado de cerca de € 2,5 triliões, o que corresponde a cerca de 10% do PIB global. Se-

gundo a UNEP, nos países mais desenvolvidos o peso desta indústria no PIB ultra-

passa 10%, ao passo que nos países em vias de desenvolvimento, que representam a

maior parte da população mundial, este valor não vai além de 2-3%. Analisando estes

valores, estima-se que o peso desta indústria na economia global tende a aumentar

nos próximos anos, à medida que se vai assistindo ao progresso económico dos paí-

ses em vias de desenvolvimento.

O foco principal desta dissertação enquadra-se na dimensão económica de um

dos principais elementos da envolvente dos edifícios, isto é, as coberturas, nomeada-

mente as coberturas planas.

2.2. Ciclo de vida e vida útil

Para executar uma análise económica e energética detalhada das coberturas

planas, será necessário considerar todo o seu ciclo de vida. A avaliação do ciclo de vida

engloba todo o espectro de processos associados a um produto desde o início até ao

fim da sua vida (Baumann e Tillman, 2004). A International Organization for Standardiza-

tion (ISO) define o ciclo de vida de um produto, incluindo "a extracção e processamento

das matérias-primas; a transformação, transporte e distribuição; o uso, manutenção e

reutilização e definição do destino de fim de vida útil" (ISO 14040: 2006 (E), 2006).

A previsão da vida útil é fundamental para a análise do ciclo de vida do mesmo,

pelo que se torna necessário conhecer os requisitos específicos a serem satisfeitos

durante esse tempo. Segundo a ISO 15686-1 (2000), a vida útil (service life) corres-

ponde ao período de tempo, após a construção, em que o edifício ou seus elementos

igualam ou excedem os requisitos mínimos de desempenho.

A norma internacional ISO 15686-1 (2000) tem como objectivo prever e contro-

lar os custos da propriedade que o proprietário teria ao longo da vida útil do seu edifí-

cio, procurando reduzir o custo da mesma. Segundo esta metodologia, a redução de

8

custos é obtida através da avaliação da durabilidade de determinado produto aplicado

no edifício, mediante pormenorização e especificação adequada, considerando as

acções de manutenção e reparação dos produtos.

Esta metodologia permite comparar, na fase de projecto, diferentes soluções

construtivas e verificar se o desempenho dos produtos aplicados se mantem aceitável

ao longo da vida útil estimada.

O Método Factorial proposto pela norma ISO 15686-1 (2000) permite uma es-

timativa da vida útil de um determinado produto da construção, sob determinadas con-

dições ambientais.

Partindo de uma duração da vida útil de referência esperada em condições pa-

drão e dependente do tipo de solução aplicada, obtém-se uma estimativa da vida útil

para as condições particulares pretendidas, através da multiplicação da vida útil de

referência por uma série de factores relacionados com diversos aspectos determinan-

tes para a durabilidade. Os factores a considerar são os seguintes:

VUE - vida útil estimada

VUR - vida útil de referência

Factor A - qualidade do produto de construção;

Factor B - nível de qualidade do projecto;

Factor C - nível de qualidade da execução;

Factor D - características do ambiente interior;

Factor E - características do ambiente exterior;

Factor F - características do uso;

Factor G - nível de manutenção.

O método factorial para a estimativa da vida útil de determinado produto de cons-

trução expressa-se pela seguinte fórmula:

VUE = VUR x A x B x C x D x E x F x G (anos) (1)

2.3 Avaliação dos custos do ciclo de vida

2.3.1 Conceito da ACCV

A avaliação de custos do ciclo de vida (ACCV) é, segundo Fabrycky and Blan-

chard (1991), um método de optimização técnica e económica, cujo principal objectivo

é identificar e escolher a alternativa que gera maior receita ao longo da vida ou, por

outras palavras, que possui o ciclo de vida com menor custo. O custo do ciclo de vida

é fundamental para definir um quadro mais claro do valor económico do produto a lon-

9

go prazo. A ACCV permite verificar a existência distinta dos custos, consoante as res-

pectivas fases do ciclo de vida do projecto e assim avaliar a importância desses custos

nas actividades construtivas. Desta forma, a gestão estratégica de custos através da

ACCV permite planear e controlar os custos de um projecto que se acumulam ao lon-

go do seu ciclo de vida (Lamelas, 2010).

Apesar de a actual investigação sobre a gestão de coberturas estar essencial-

mente relacionada com o desenvolvimento de técnicas para prever a vida útil dos ele-

mentos de construção e procedimentos para optimizar a sua manutenção (Kyle et al.,

2002), o interesse na ACCV está a crescer entre construtores e arquitectos. Parte

desse interesse pode ser atribuído ao entusiasmo crescente pelas tecnologias de

construção "verde" que dependem, em parte, da durabilidade e sustentabilidade dos

materiais de construção para minimizar os impactes ambientais. A crescente sofistica-

ção económica necessária para financiar os projectos modernos de construção pode

ser outro factor. Finalmente, as novas exigências regulamentares para a construção

pública podem estimular o interesse crescente na ACCV. Independentemente de cau-

sas específicas, o interesse crescente no custo do ciclo de vida é claramente reflectido

na mudança de atitudes na indústria da construção. De acordo com a pesquisa reali-

zada pela Building Design e Construction ("White Paper on Sustainability", 2003), a

esmagadora maioria dos 70.000 profissionais da construção interrogados nos Estados

Unidos concorda que os materiais de construção devem ser avaliados antes de tudo

em função do custo do ciclo de vida. Infelizmente, apesar do elevado interesse de mui-

tos profissionais da construção, existem actualmente poucas ferramentas para ajudá-

los a comparar as opções quase ilimitadas de materiais de construção concorrentes

(Hoff, 2007). No caso de sistemas de coberturas planas, os arquitectos e proprietários

devem escolher entre uma grande variedade de soluções, as quais apresentam garan-

tias de vida útil muito varáveis, entre 5 e 30 anos, tornando a comparação ainda mais

complicada (Hoff, 2007).

Assim, para obter um melhor desempenho funcional e fomentar a qualidade e

eficácia económica, os custos no ciclo de vida devem ser avaliados como parte do

processo de decisão e avaliação (Mendes, 2011).

Numa ACCV, devem ser considerados os custos relacionados com a aquisição

de matéria-prima (materiais), produção, transporte, uso e fim de vida. Os custos do

ciclo de vida das coberturas planas contabilizam os recursos despendidos em cada

uma destas fases. Estes recursos podem ser uma disponibilidade financeira, material,

humana ou imaterial consumida ou utilizada na execução de actividades.

10

A ACCV pode ser aplicada a uma diversidade de situações na construção, por

exemplo: à totalidade do imóvel ou apenas a componentes individuais ou grupos de

componentes (como coberturas, fachadas, redes prediais, entre outros); considerando

todo o ciclo de vida ou apenas um determinado período de tempo contido neste; ou

ainda como ferramenta de avaliação de custos operacionais futuros ou de opções de

manutenção e reabilitação (Langdon, 2007).

2.3.2 Enquadramento normativo

A concretização da estratégia de eficiência energética definida no projecto “Eu-

ropa 2020: Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo”, pre-

tende alcançar a redução das emissões de gases de efeitos de estufa em pelo menos

20% relativamente aos níveis de 1990, aumentar para 20% a quota de energias reno-

váveis no consumo final energético e aumentar em 20% a eficiência energética. Para

tal, será necessário tornar os edifícios energeticamente mais eficientes, baixando con-

sideravelmente o consumo energético, recorrendo essencialmente, a sistemas passi-

vos. Assim, prevê-se que se desenvolva, a nível da União Europeia (EU), uma meto-

dologia comum para a avaliação da sustentabilidade geral dos edifícios e do ambiente

construído, incluindo indicadores de custos do ciclo de vida (COM, 2013).

Actualmente, ainda não se encontra implementada nenhuma das medidas pre-

vistas nesta Estratégia Europeia. Contudo, a nível Europeu, já existem desenvolvimen-

tos com vista a concretizá-la tendo sido redigidos e recentemente aprovados pelo CEN

(European Committee for Standardization) quatro documentos normativos, entretanto

traduzidos para Português, essenciais para a sua materialização. Em 2010, foi apro-

vada a EN 15643-1, relativa ao enquadramento geral da avaliação da sustentabilidade

dos edifícios (NP EN 15643-1:2011, 2011). Um ano depois, foi aprovada a segunda

parte deste normativo, que detalha os princípios e requisitos específicos para a avalia-

ção do desempenho ambiental de edifícios, tendo em conta as características técnicas

e a funcionalidade de um edifício (NP EN 15643-2:2013, 2013). Em 2012, foi aprovada

a EN 15643-4, relativa ao enquadramento para o desempenho económico na avalia-

ção da sustentabilidade de edifícios (NP EN 15643-4:2013, 2013).

2.3.3 Indicadores financeiros agregados à ACCV

A ACCV assenta no princípio base de que o valor do dinheiro não é o mesmo

ao longo do tempo, isto é, o valor da mesma quantia de dinheiro depende de certos

factores económicos. Deste modo, torna-se necessário considerar o factor tempo atra-

11

vés da teoria da actualização que permite concentrar e comparar, num determinado

instante de tempo, fluxos financeiros que se prevê que ocorram em períodos tempo-

rais diferenciados. Este procedimento implica que se considere uma taxa de actualiza-

ção que pode ter ou não em conta a influência da inflação designando-se, respectiva-

mente, taxa de actualização nominal (hipótese de preços correntes) e taxa de actuali-

zação real (hipótese de preços constantes) (Mendes, 2011).

Para que se possa somar e comparar valores ocorridos em diferentes momen-

tos no tempo, actualiza-se todos os custos à mesma data, designada data de referên-

cia (em geral, ano zero). Para o efeito, utiliza-se a técnica de actualização ou descon-

to, traduzida pela seguinte expressão:

𝑽𝑨𝒂𝒏𝒐𝟎 =𝑽𝑭

(𝟏 + 𝒅)𝒕=

𝑽𝑨 × (𝟏 + 𝒕𝒄)𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕 (𝟐)

Com, VF - valor futuro;

VA - valor actual;

𝒕𝒄- taxa de capitalização;

d - taxa de actualização;

t - número do período (ou instante de tempo).

Um dos principais factores que afecta a análise económica é a taxa de actuali-

zação associada ao investimento a realizar. É um dos mais contestados e debatidos

aspectos da AACV.

A taxa de actualização deve assim ser enfatizada, pois é um factor bastante

significativo e pode ter uma grande influência nos resultados de uma análise económi-

ca. A taxa é utilizada para reduzir custos ou benefícios futuros esperados hoje em dia,

e a sua determinação, adequada face à análise da evolução económica previsível du-

rante o período de análise, é fundamentalmente uma questão política.

Em geral, nos métodos de avaliação económica, é utilizada uma taxa de actua-

lização englobando o valor da inflação. Esta taxa fornece os meios para comparar uti-

lizações alternativas de verbas, mas não deve ser confundida com a taxa de juro.

Além disso, a taxa de actualização poderia variar de acordo com as alternativas avali-

adas, e a maioria das administrações não utiliza uma taxa única para todas as análi-

ses (Costa, 2008).

A taxa de actualização representa o custo de oportunidade de um investimento,

que pode ser (ISO/DIS 15686-5, 2004):

o custo dos juros de um empréstimo para o investimento;

12

a perda de interesse relacionada com a redução da tesouraria;

as perdas de receitas sobre outros investimentos (por exemplo, em obrigações

ou em acções);

o rendimento real do investimento obtido no processo;

a taxa de rendibilidade exigida pelo investidor;

um factor determinado pelo Estado, como valor alvo para os seus investimen-

tos.

As taxas de actualização indevidamente altas penalizam investimentos de capi-

tal com forte concentração nos anos iniciais (Abecassis, 1991) e que podem ser eco-

nomicamente viáveis. Por outro lado, taxas de actualização muito baixas podem viabi-

lizar projectos pouco interessantes em termos económicos. As taxas de actualização

podem ser muito variáveis em construção consoante o tipo de investimento. A título de

exemplo, refere-se 4% (Brito, 1992), 2 e 5% (Limão, 2007), 5.9% (Alegre et al., 2007),

3 % (Sousa, 2010), 6% (Mendes, 2011) e 3% (Silvestre, 2012).

Os critérios de avaliação financeira mais utilizados na ACCV são:

Critério do Valor Actualizado Líquido;

Critério do Custo Anual Equivalente;

Critério da Taxa Interna de Rendibilidade;

Critério do Período de Retorno;

Critério do Índice de Rendibilidade (ou Rácio Custo / Benefício).

Estes critérios são utilizados em diferentes casos conforme os objectivos e tipo

de investimento e complementam-se para uma melhor tomada de decisão. A decisão

final sobre a implementação de um determinado projecto depende dos indicadores de

viabilidade financeira enumerados. Além da obtenção destes indicadores, é importante

que seja feita uma análise de sensibilidade para se conhecer o comportamento destes

indicadores perante diversos cenários. A sensibilidade dos indicadores financeiros

deverá ser analisada, pelo menos, em função da variação da taxa de actualização e

da duração da vida útil do projecto (Mendes, 2011).

Valor Actualizado Líquido, VAL (Net Present Value, NPV)

O Valor Actualizado Líquido é o indicador de rendibilidade, por excelência, de

um projecto de investimento, e corresponde ao somatório actualizado dos fluxos pe-

riódicos (normalmente anuais) por este gerados (Mendes, 2011). Ao fim de N anos, o

projecto tem um valor residual que deve ser também contabilizado no VAL.

13

É um critério particularmente aconselhado em casos de escolha entre vários

projectos de níveis de investimento semelhantes. No entanto, perante projectos de

níveis de investimento e prazos de vida útil acentuadamente diferentes o critério do

VAL, em absoluto, pouco adianta, sendo então aconselhado o recurso complementar a

outros critérios (Abecassis e Cabral, 1991). Expressa-se, como:

𝑽𝑨𝑳 = ∑𝑩𝒕 + 𝑪𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

+𝑽𝒓

(𝟏 + 𝒅)𝑵= ∑

𝑪𝑭𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

+𝑽𝒓

(𝟏 + 𝒅)𝑵 (𝟑)

Com,

𝑪𝑭𝒕 - cash flow das fases de investimento ou exploração, positivo ou negativo,

no instante t;

𝑩𝒕 - benefícios (receitas) no instante t;

𝑪𝒕 - custos (despesas) no instante t;

𝑽𝒓 - valor residual;

d - taxa de actualização;

t - número do período (ou instante de tempo);

N - período de análise.

O valor residual da componente ou do edifício é função da depreciação que

ocorre devido ao desgaste e obsolescência dos mesmos. A taxa de depreciação má-

xima usual para cada tipo de bem é definida pelo DR 25/2009, de 14 de Setembro, e

é, para o caso de edifícios habitacionais, 2% e, para as instalações, 5%. O valor resi-

dual, no final do período de análise, é dado pela diferença entre o investimento e a

amortização, como se pode ver na expressão:

𝑽𝒓 = 𝑰𝟎 − 𝑨 = 𝑰𝟎 × (𝟏 − 𝒕𝒅𝒆𝒑)𝑵 (𝟒)

Onde,

𝑽𝒓 - valor residual;

𝑰𝟎 - investimento inicial, no instante 0;

A - amortização

𝒕𝒅𝒆𝒑 - taxa de depreciação;

N - período de análise.

O custo no ciclo de vida é dado pelo somatório dos custos durante o ciclo de

vida e a fórmula deriva do modo como se calcula o VAL (Boussabaine e Kirkham,

2004), considerando apenas os custos:

𝑪𝑪𝑽 = ∑𝑪𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕 (𝟓)

𝑵

𝒕=𝟎

14

Custo anual equivalente, CAE (Equivalent Annual Cost, EAC)

O custo anual equivalente é um montante anual uniforme (anuidade) que equi-

vale aos custos líquidos do projecto, tendo em conta o valor do dinheiro no tempo du-

rante todo o período de análise.

Esta técnica é particularmente indicada para comparar os benefícios dos inves-

timentos concorrentes quando os períodos de análise são diferentes ou quando os

projectos de investimento diferem no montante inicial a investir (Abecassis, 1991). Es-

colher a opção com o menor custo anual equivalente é o mesmo que escolher aquela

cujo custo total é mais baixo (ISO/DIS 15686-5, 2004). Este critério não esclarece o

grau de rendibilidade dos projectos em causa, visto que se limita ao aspecto custo,

tendo de se complementar com outro dos critérios apresentados (Abecassis, 1991).

Para calcular o CAE, usa-se a seguinte expressão:

𝑪𝑨𝑬 = 𝑪𝑪𝑽 ×𝒅(𝟏 + 𝒅)𝑵

(𝟏 + 𝒅)𝑵 − 𝟏= ∑

𝑪𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

×𝒅(𝟏 + 𝒅)𝑵

(𝟏 + 𝒅)𝑵 − 𝟏 (𝟔)

Taxa interna de rendibilidade, TIR (Internal Rate of Return, IRR)

A taxa interna de rendibilidade é o outro indicador usualmente calculado a par

do VAL (Soares, 2007). Este critério é normalmente usado quando se desconhece as

condições específicas de juro de financiamento e quando, entre alternativas de projec-

tos de investimento, estes apresentam níveis e vidas úteis diferentes (Abecassis,

1991). Corresponde à taxa de actualização para a qual o VAL se anula.

𝑽𝑨𝑳 = ∑𝑪𝑭𝒕

(𝟏 + 𝑻𝑰𝑹)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

= 𝟎 (𝟕)

Uma vez que este indicador é expresso em termos relativos, na forma de taxa,

é mais intuitiva a sua comparação entre as diversas taxas de juro disponíveis no mer-

cado e, em particular, com a taxa de actualização indicada.

15

Período de retorno, PR (Payback Period, PB)

É um critério em que prevalece o factor tempo, podendo ou não considerar-se

o processo de desconto, tratando-se, respectivamente, do período de retorno descon-

tado ou do período de retorno simples.

∑𝑰𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

= ∑𝑪𝑭𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕

𝑵

𝒕=𝟎

(𝟖)

Qualquer que seja o processo, procura medir-se o tempo que demora entre a

realização do investimento e a sua recuperação através do cash flow de exploração

acumulado.

Caso se trate do período de retorno simples, a fórmula simplifica-se para:

𝑷𝑹 =𝑰

𝑪𝑭̅̅ ̅̅ (𝟗)

Este indicador pode também ser visto como um critério de risco - quanto menor

o payback, mais rápida a recuperação do capital investido e menor o risco (Soares,

2007). O critério do período de recuperação, ao evidenciar o aspecto tempo, despreza

o aspecto rendibilidade. À luz dele, é tão justificável um investimento que se recupere

num certo prazo e só possa produzir efectivamente mais rendimentos por mais um dia,

como outro que se recupere no mesmo prazo mas possa produzir rendimento por mui-

tos mais anos (Abecassis, 1991).

Rácio custo e benefício, RCB (Benefit-Cost Ratio, BCR)

A análise do custo e benefício (ACB) identifica a eficiência de um projecto atra-

vés da quantificação e comparação dos custos e benefícios ao longo de todo o ciclo

de vida (Limão, 2007). Este critério está relacionado com o VAL pois, se este for posi-

tivo, o RCB será superior a um e vice-versa. O rácio custo-benefício pode ser calcula-

do do seguinte modo:

𝑹𝑪𝑩 =∑

𝑩𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕𝑵𝒕=𝟎

∑𝑪𝒕

(𝟏 + 𝒅)𝒕𝑵𝒕=𝟎

(𝟏𝟎)

16

2.3.4 Metodologia ACCV

São vários os autores que referem os possíveis passos para gerar uma ACCV,

entre eles, encontram-se King County LCCA Guide (s.d.), Langdon (2007) e Kelly e

Hunter (2007) (citado por Real (2010)). Apesar da variedade de sequência de passos

apresentada, são identificados nos vários autores os mesmos pontos fulcrais:

Passo 1: Identificação dos objectivos e alternativas do projecto

Nesta etapa, determina-se o âmbito geral da ACCV e identifica-se todas as alterna-

tivas a comparar;

Passo 2: Identificar requisitos e parâmetros de análise

Neste passo, são especificados: os requisitos do projecto e do imóvel (condicionan-

tes, particularidades, exigências, e durabilidade, entre outros); os elementos alvo de

estudo; as opções de concepção / projecto; o período de análise; as técnicas e os

parâmetros da avaliação económico-financeira, e ainda a necessidade de análises

complementares (risco / incerteza / análise de sensibilidade).

Passo 3: Cruzamento de dados de custo e desempenho

Aqui são identificadas as componentes de custos importantes para a ACCV e os

seus valores associados à informação relacionada com o tempo, em geral, a vida

útil e a estratégia de manutenção e, eventual, substituição.

Passo 4: Gerar a metodologia de ACCV para cada alternativa

Avalia-se todas as alternativas de projecto numa determinada categoria, utilizando

o mesmo período de tempo e à mesma taxa de desconto.

Passo 5: Efectuar a comparação ACCV

Compara-se os valores líquidos de cada alternativa. Compara-se o benefício de ca-

da alternativa e identifica-se as opções mais rentáveis.

2.3.5 Recolha de informação para aplicar a metodologia ACCV

Flanagan e Norman (1993) destacaram que, para uma correcta implementação

de ACCV, seria necessário ter informação acerca de: estimativas de custos iniciais e

operacionais do ciclo de vida, taxas de desconto, índices de inflação, períodos de ocu-

pação, consumos de energia, manutenção, entre outros.

17

Segundo Kishk et al. (2003) citado por Real (2010), a informação fundamental

para uma ACCV divide-se essencialmente em duas categorias: informação relativa a

descontos e informação relativa a custos. A primeira inclui taxas de desconto, taxas de

inflação e período de estudo, enquanto a segunda inclui informação de custos e o

tempo do ciclo de vida associado às actividades a ser realizadas, isto é, as fases do

ciclo de vida. A informação acerca dos custos é essencial para o cálculo do CCV. No

entanto, tem pouco valor se não for complementada por outros tipos de informação

referentes à qualidade dos materiais, desempenho, funcionalidade, etc..

Para obter a informação necessária para aplicar a metodologia CCV, existem,

segundo Schade (2007), três fontes principais de recolha de informação:

informação proveniente de fabricantes, fornecedores, empreiteiros e analistas

experientes;

informação histórica;

informação obtida através de técnicas de modelação baseadas no desempe-

nho esperado.

Apesar de ser uma fonte importante, a informação proveniente de fabricantes,

fornecedores, empreiteiros e analistas experientes pode ser vista como pouco rigoro-

sa, uma vez que apesar do conhecimento das características e desempenho dos seus

materiais e componentes, estes não têm conhecimento da forma em que os materiais

e componentes são utilizados (Real, 2010).

2.3.6 Limitações da metodologia ACCV

Apesar da sua utilidade e potencial, a metodologia ACCV tem tido uma aplica-

ção limitada até aos dias de hoje, e tal deve-se a diversos factores. Bull (1993) aponta

que os custos iniciais e os operacionais cabem geralmente a entidades distintas e que,

por isso, não existe qualquer tipo de incentivo para que os responsáveis pela constru-

ção aumentem o seu investimento inicial para reduzir os custos de operação e manu-

tenção subsequentes de outrem, pelo que esta repartição dos custos nas várias fases

não fomenta a aplicação da análise CCV.

Bull (1993) afirma ainda que um dos maiores obstáculos à implementação da

metodologia CCV é a falta de informação fiável na qual se possa basear. Acresce que

a quantidade de informação a compilar é enorme e muito complexa, sendo necessário

despender muito tempo para a recolher (Ferry e Flanagan, 1991, citado por Real

(2010)). Ferry e Flanagan (1991) mencionam ainda a dificuldade de previsão de facto-

res para um horizonte alargado como vida útil, custos futuros de operação e manuten-

18

ção e taxas de juro. Associados a esta dificuldade, surgem os factores de incerteza e

risco.

Segundo a NSA (1991) (citado por Bakis et al. (2003)), existem algumas razões

para a relutância do sector público em investir na ACCV:

o facto de muitas instalações possuírem tempos de serviço longos quando

comparados com o tempo de vida das missões da empresa e dos programas

legislados;

o receio de que a utilidade do imóvel possa mudar no futuro e de que aplicação

da ACCV possa vir a ser considerada como um desperdício de dinheiro;

o facto de ser prática de muitas identidades optar por um investimento inicial

mínimo para aumentar o retorno do investimento ou adequar o projecto às res-

trições de orçamento;

a relutância das agências governamentais em investir em opções mais caras

quando não existe informação técnica sólida que garanta benefícios futuros.

A estimativa de custos do ciclo de vida representa por si só um exercício de

aplicação bastante complexa, especialmente na fase de concepção de projecto, pois é

necessário estimar os custos do ciclo de vida para cada opção alternativa e para cada

elemento de construção, sendo ainda necessário estabelecer a relação relativa ao seu

desempenho. Além dos custos relacionados com os elementos do edifício, é necessá-

rio estimar os custos do edifício de uma forma mais alargada, como por exemplo o

consumo de energia e custos de seguro. Todos os custos devem ser deduzidos, so-

mados e projectados sobre o ciclo de vida do edifício. O mesmo processo deve ser

repetido para cada alternativa. Complexas inter-relações entre os diferentes tipos de

custos e elementos podem tornar difícil seleccionar a melhor opção, pois certas melho-

rias numa área podem ter efeitos negativos em outra. A escolha da melhor opção pode

ser ainda mais complicada pelo facto de outros factores, tais como estética e facilidade

de uso, poderem também ser considerados importantes (Bakis et al. 2003).

2.4 Análise dos custos do ciclo de vida de coberturas planas

Apesar da escassez de investigação nesta área, existem alguns estudos que

utilizam a análise do ciclo de vida para efectuar a selecção de sistemas de coberturas

planas nas edificações, como de Belando et al (2010) que compara o sistema de co-

bertura tradicional com o de cobertura invertida, não obstante focar principalmente a

dimensão ambiental do ciclo de vida, o estudo verifica que para ambos os sistemas

atingirem 100 anos de vida útil, será necessário realizar para o caso do sistema tradi-

19

cional 3,33 intervenções profundas de manutenção ao longo desse período contra 2,5

das coberturas invertidas, concluindo que em termos de manutenção este sistema é o

menos oneroso.

A investigação de Ortega (2013), aprofunda mais a dimensão económica, e

compara diversas soluções de coberturas planas (acesso limitado, invertida com pa-

vimento flutuante, invertida com pavimento flutuante sobre suportes reguláveis, verde

extensiva e invertida com pavimento de madeira), ao longo do ciclo de vida, contabili-

zando os custos do material, transporte, montagem e demolição, o estudo conclui que

entre as soluções apresentadas a mais económica é a cobertura invertida com pavi-

mento flutuante e as soluções mais onerosas são a invertida com pavimento de madei-

ra seguida da verde extensiva.

Dos estudos existentes, conclui-se que nenhum contempla os custos referentes

ao desempenho energético em fase de utilização, impossibilitando assim relacionar os

custos e desempenho das diferentes soluções, conforme se pretende demonstrar nes-

ta dissertação.

2.5 Análise do desempenho energético de coberturas planas

Os edifícios requerem energia durante todo o seu ciclo de vida, desde o início

da sua construção até à sua demolição. Segundo alguns estudos (Ramesh et al,

2010), baseados na análise de 73 casos em 13 países, a fase de construção (10-20%)

e a fase de utilização (80-90%) contribuem significativamente para os gastos energéti-

cos do ciclo de vida do edifício.

Esta dissertação pretende focar o desempenho energético das coberturas pla-

nas durante a fase mais relevante de consumo energético do edifício, a fase de utiliza-

ção ou operação, e analisar a contribuição das diferentes soluções de coberturas para

a factura energética.

A análise do desempenho energético consiste na verificação da resposta global

da edificação às interacções associadas aos processos de transferência de calor e

massa com o meio externo, dependendo da modalidade da edificação, podendo ser:

naturalmente ventilados ou condicionados artificialmente (Akutsu, 1998). As coberturas

planas representam uma das zonas do edifício por onde ocorre grande parte das tro-

cas térmicas com o exterior.

Nesta dissertação, o desempenho térmico será caracterizado de acordo com

os coeficientes de transmissão térmica de cada solução de coberturas planas, incluí-

dos na publicação de referência do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, ITE 50

20

(Santos e Matias, 2006), a qual é correntemente utilizada e recomendada na legisla-

ção em vigor, para o cálculo do desempenho térmico dos edifícios em Portugal. Avalia-

se posteriormente o consumo energético de uma fracção localizada no último piso de

um edifício.

2.6 Estudos existentes relacionando custos e desempenho ener-

gético de coberturas planas

Existem poucos estudos que relacionem os custos e o desempenho energético

das coberturas planas. As investigações realizadas a nível internacional relacionando

as coberturas planas e poupanças económicas e energéticas focam os ganhos na

alteração da coloração (de escuro para claro) em zonas de climas moderados a quen-

tes, possibilitando assim o aumento da reflectância solar e a redução das emissões de

dióxido de carbono, devido à redução do consumo de energia. Por exemplo, a contri-

buição para as reduções de temperatura e das necessidade de aquecimento dos edifí-

cios foram simuladas em programas ou avaliados em edifícios existentes em centenas

de cidades do Estados Unidos (Akbari et al, 1999; Akbari and Konopacki, 2005; Levin-

son and Akbari, 2010;. Parker et al, 1998), cinco zonas climáticas Indianas (Bhatia et

al, 2011.); sete cidades chinesas (Gao et al., 2014); vinte e sete cidades mundiais (Sy-

nnefa et al., 2007), oito províncias na Andaluzia e quarenta e nove cidades de Espa-

nha (Boixo et al, 2012). A aplicação deste estudo na Andaluzia, no sul de Espanha,

concluiu que se poderia poupar 295 mil kWh por ano considerando apenas os edifícios

residenciais com coberturas planas e com aquecimento eléctrico. Aos preços à data

na região os consumidores poderiam poupar 59 milhões de euros anualmente em cus-

tos eléctricos e evitar a emissão de 136.000 toneladas de CO2 para atmosfera.

Contudo, não existe, a nível internacional mas sobretudo a nível nacional, um

estudo científico sobre as vantagens económicas e energéticas das diferentes solu-

ções de coberturas planas e os benefícios em adoptar determinadas soluções em de-

trimento de outras. É no seguimento desta lacuna a nível de investigação que se en-

quadra a execução desta dissertação, assim como na necessidade de obter informa-

ção sobre possíveis poupanças económicas e energéticas das diferentes soluções.

21

3. Coberturas planas em edifícios: Estado da arte

3.1. Caracterização de coberturas planas em edifícios

Uma cobertura é, por definição, o piso mais elevado do edifício, podendo ser in-

clinada ou em terraço, com uma função estrutural e/ou de revestimento. A cobertura de

um edifício é, sem dúvida, o elemento da envolvente que mais influencia o desempenho

de uma edificação (Morgado, 2012), pois protege o espaço interior da intempérie e da

radiação solar e garante o conforto térmico no interior do edifício. Deste modo, pode ser

considerado um dos elementos mais complexos, necessitando de materiais com quali-

dade e certificados por organismos competentes e uma rigorosa concepção e execução.

As coberturas planas têm tido, ao longo dos últimos anos, uma grande aplica-

ção em Portugal (Figura 2), acompanhando a evolução arquitectónica e o aparecimen-

to de novos materiais e a melhoria de desempenho dos existentes (Raposo, 2009). O

recurso a esta solução prende-se ao facto de a sua execução ser mais rápida (em

condições atmosféricas favoráveis) e de poder ser utilizada como área útil do edifício.

Figura 2 - Técnica construtiva de coberturas planas (www.jregiao-online.webdone.pt)

Entende-se por cobertura plana, ou em terraço, aquela em que os materiais

que a constituem estão dispostos em camadas horizontais ou próximos dessa posição

(Lopes, 1994) e que se caracteriza pela fraca pendente que possui quando comparada

com a cobertura inclinada, geralmente a pendente assume valores da ordem dos 1%

aos 8% (podendo chegar até aos 15%), face às coberturas inclinadas que apresentam

por sua vez valores substancialmente superiores (Dias, 2008).

De referir que o mínimo estabelecido pelo RGEU para a pendente é de 1%, já o

LNEC aconselha que seja 2%, enquanto por outro lado, o valor máximo para esta ca-

tegoria de coberturas pode variar consoante o autor ou mesmo o país. A título de

22

exemplo, tem-se a normalização belga (IBN) que define o limite como 10% e a norma-

lização inglesa (BSI) que refere 17,5% (Dias, 2008).

A técnica construtiva de coberturas planas deve no mínimo ser constituída pe-

las seguintes camadas: a estrutura resistente, que tem a função de suporte da cober-

tura, normalmente uma laje maciça ou pré-fabricada de betão; a camada de forma,

responsável pela formação das pendentes, que vão permitir o rápido escoamento da

água; a impermeabilização, elaborada com materiais estanques, que impedem a pene-

tração da água; o isolamento térmico, elemento com a função de evitar as trocas de

calor entre o interior e o exterior, concorrendo assim para o conforto térmico; a barreira

pára-vapor, que evita a condensação de vapor de água, ao impedir o contacto do fluxo

de vapor com a camada fria, devendo ser, portanto, colocada por baixo do isolamento

térmico; e a protecção da impermeabilização, essencial para a sua durabilidade, que a

salvaguarda das acções climáticas e mecânicas. Existem ainda outras camadas im-

portantes, como a de difusão de vapor de água, a de independência, que evita a ade-

rência do impermeabilizante ao suporte, e a de dessolidarização, que se encontra en-

tre o impermeabilizante e a protecção (Dias, 2008).

Poderão ainda considerar-se outras camadas, para o caso das coberturas ajar-

dinadas, como a camada drenante e a camada filtrante (Fagundes, 2013).

3.2. Exigências funcionais de coberturas planas

As exigências funcionais de coberturas planas consistem em requisitos a impor

a estes elementos para que desempenhem adequadamente as suas funções. Estes

requisitos dependem não só da função essencial de protecção, mas também de fun-

ções específicas de tipologias de uso e de processos construtivos adoptados (Morga-

do, 2012). De um modo geral, podem-se dividir as exigências a que uma cobertura

está sujeita em quatro grandes grupos (Quadro 1): segurança, habitabilidade, durabili-

dade e economia.

3.3. Classificação de coberturas planas

A classificação de coberturas planas, segundo as publicações do LNEC do En-

genheiro Grandão Lopes (2002), pode ser feita quanto: à acessibilidade; à camada de

protecção; ao tipo de revestimento de impermeabilização; à localização da camada de

isolamento térmico; à pendente; e à estrutura resistente, conforme Figura 3.

23

Quadro 1 - Classificação dos requisitos a serem satisfeitos pelas coberturas, adaptado de Lopes (1994)

Exigências de

segurança

Segurança estrutural Dimensionamento para acções

segurança contra incêndios Comportamento ao fogo dos elementos cons-

trutivos e reacção ao fogo dos materiais

Resistência a acções inerentes ao uso

normal Acções de punçoamento e choques acidentais

Resistências das camadas não estruturais

da cobertura a outras acções

Acções dos agentes atmosféricos, e variações

das condições ambientes interiores

Exigências de

habitabilidade

Estanqueidade Água, neve, poeiras e ar

Conforto térmico Isolamento térmico, riscos de condensação e

protecção solar

Conforto acústico Isolamentos a sons aéreos e sons de percussão

Conforto visual Iluminação natural e reflectividade da camada

de protecção

Disposição de acessórios e equipamentos

Aspecto Exterior e interior

Exigências

durabilidade

Conservação das características dos mate-

riais

Conservação das resistências mecânicas, resis-

tência aos agentes químicos e comportamento

ao gelo-degelo

Limpeza, manutenção e reparação

Exigências de

economia

Limitação do custo global Custo de construção e manutenção

Economia de energia Consumo energético

Figura 3 - Exemplos de classificações de coberturas planas (Lopes, 1994)

No entanto, como estão perfeitamente definidos os tipos de revestimentos de

impermeabilização a abordar nesta dissertação (dado serem os mais correntemente

utilizados no nosso país), optou-se por uma classificação mais geral, tendo como prin-

24

cipal foco a acessibilidade e considerando como tipologias variantes os casos onde o

isolamento térmico não se encontra na sua posição tradicional, isto é, sob o revesti-

mento de impermeabilização.

Desta forma, procedeu-se à divisão dos tipos de coberturas em terraço quanto

à sua acessibilidade em quatro categorias principais (divisão usualmente utilizada em

bibliografia de referência das coberturas planas):

cobertura de acesso limitado;

cobertura acessível a pessoas;

cobertura acessível a veículos;

cobertura invertida.

3.3.1 Cobertura de acesso limitado

A cobertura de acesso limitado é a tipologia mais simples das consideradas,

tendo de se garantir somente a protecção do sistema de impermeabilização face às

acções climatéricas. Esta protecção é conseguida geralmente, no caso de membranas

betuminosas, através de granulado mineral introduzido em fábrica na superfície supe-

rior das membranas ou através de colocação de uma protecção pesada, como é o

caso de material rolado ou de lajetas de sombreamento, de forma a evitar o levanta-

mento das placas de isolamento térmico face ao vento ((Lopes, 1994) citado por Fa-

gundes (2013)), quando se trate de coberturas invertidas.

Assim, por ordem ascendente e na sua forma mais comum, esta tipologia é

constituída pela estrutura resistente, seguida da camada de forma, da barreira pára-

vapor e da camada de isolamento térmico. Por fim, sobre a camada de isolamento

térmico segue-se a solução de impermeabilização definida em projecto e a camada de

protecção pesada (Figura 4).

Figura 4 - Esquema representativo cobertura plana de acesso limitado (1 - Estrutura resistente; 2 - Camada de

forma; 3 - Barreira pára-vapor e isolamento térmico; 4 - Impermeabilização; 5 - Camada de protecção pesada)

(adaptado de Serôdio e Paulo, 2014)

25

3.3.2 Cobertura acessível a pessoas

Com a introdução da acção mecânica relativa à permanência e circulação de

pessoas, face à da cobertura de acesso limitado, será necessário prever uma camada

de protecção pesada. Assim sendo, de forma ascendente esta tipologia é constituída

pela estrutura resistente, seguida da camada de forma e da barreira pára-vapor

(quando necessária), para aí assentar a camada de isolamento térmico. De seguida,

aplica-se o revestimento de impermeabilização, a camada de dessolidarização sobre

este e, por último, surge então a solução de protecção pesada (Figura 5).

Figura 5 - Esquema representativo de cobertura plana acessível a pessoas (1 - Estrutura resistente; 2 - Camada de

forma; 3 - Barreira para-vapor e isolamento térmico; 4 - Revestimento de impermeabilização; 5 - Camada de

dessolidarização; 6 - Camada de protecção pesada (adaptado de Serôdio e Paulo, 2014)

3.3.3 Cobertura acessível a veículos

Nesta tipologia, quando comparada com as anteriores, ocorre um incremento

ao nível das solicitações mecânicas devido à presença de veículos. Perante este au-

mento das solicitações, o sistema vai incrementar a protecção pesada para uma laje

de betão armado (Fagundes, 2013). Desta forma, a Figura 6 apresenta de forma es-

quemática a tipologia referida, mas sem colocação de uma camada de isolamento tér-

mico (que pode ou não ser considerada). No caso contrário, as características do mate-

rial isolante devem ser convenientemente avaliadas do ponto de vista do seu comporta-

mento às cargas a que está sujeita.

Figura 6 - Esquema representativo de cobertura acessível a veículos (sem isolamento térmico) (1 - Estrutura resis-

tente; 2 - Camada de regularização - betonilha; 3 - Revestimento de impermeabilização; 4 - Separador - tecido de

poliéster; 5 - Camada de protecção pesada - betão armado (adaptado de Serôdio e Paulo, 2014)

26

3.3.4 Cobertura invertida

A alternativa de cobertura invertida é um sistema variante de qualquer uma das

tipologias atrás referidas e aplica-se quando a posição da camada de isolamento tér-

mico passa de uma posição inferior relativamente ao revestimento da impermeabiliza-

ção, para uma posição imediatamente superior, e daí o nome de “cobertura invertida”

dada a inversão referida (Fagundes, 2013) (Figura 7).

Figura 7 - Esquema representativo de cobertura plana invertida (acessível a pessoas) (1 - Estrutura resistente; 2 -

Camada de forma; 3 - Revestimento de impermeabilização; 4 - Isolamento térmico; 5 - Camada separadora -

tecido de poliéster; 6 - Camada de protecção pesada (adaptado de Serôdio e Paulo, 2014)

Neste sistema, não é aplicada a barreira pára-vapor e a camada de difusão de

vapor de água é igualmente dispensada (Lopes, 1994), visto não haver neste caso

fluxos de vapor de água ascendentes através da camada inferior ao isolamento térmi-

co - o revestimento de impermeabilização.

Neste caso, é recomendada uma solução de isolamento térmico de poliestireno

expandido extrudido (XPS), expandido melhorado (EPS M) ou poliuretano (PUR), face

às lãs minerais, por as primeiras terem reduzida capacidade de absorção de água e

maior resistência mecânica, o que não se verifica nas posteriormente mencionadas.

Outra vantagem desta solução de isolamento térmico é a facilidade de aplicação da

mesma, pois são colocadas as placas de isolamento sobre o revestimento de imper-

meabilização (Lopes, 1994).

Para além da redução da mão-de-obra, outra vantagem desta tipologia está na

protecção que o sistema confere ao revestimento de impermeabilização por parte do

isolamento térmico face aos choques térmicos diários e sazonais de que este é alvo

(Figueiredo, 2012).

3.4 Selecção das soluções de coberturas planas mais comuns em

Portugal

De entre os vários tipos de coberturas planas, as principais soluções alvo de

estudo desta dissertação são as apresentadas nos edifícios correntes em Portugal,

27

nomeadamente as que se encontram incluídas na publicação ITE 50 - Coeficientes de

transmissão térmica de elementos da envolvente dos edifícios - do Laboratório Nacio-

nal de Engenharia Civil (Santos e Matias, 2006), assim como eventuais soluções cons-

trutivas inovadoras produzidas em Portugal. Ao conjunto de soluções seleccionadas

corresponde uma lista de materiais de construção aplicados em cada camada (estrutu-

ra resistente, isolamento térmico, sistema de impermeabilização e de protecção exteri-

or).

A solução considerada na estrutura resistente será uma laje maciça de betão

armado, com 0,15 m de espessura. Para a camada de forma, destinada a regularizar a

camada superior do elemento resistente e dar-lhe a necessária pendente de escoa-

mento, em face da diversidade existente, optou-se pelas seguintes soluções, betão

aligeirado com adição de partículas de poliestireno expandido moldado (EPS) com

massa volúmica seca da ordem de 200 a 1200 kg/m3 e uma espessura média de 0,10

m e, em alternativa a esta solução, argila expandida com massa volúmica seca de 350

kg/m3, descarregada a seco, com camada separadora em manta geotêxtil em polipro-

pileno com massa volúmica de 150 gr/m2 e consolidada na superfície com argamassa

de betonilha tradicional, com 5 a 6 cm de espessura. Não foram consideradas solu-

ções resistentes de chapa metálica nervurada, uma vez que as mesmas são normal-

mente empregues na construção de edifícios industriais, os quais se encontram fora

do âmbito desta dissertação.

Nas soluções de isolamento térmico, são consideradas as que incorporam iso-

lante térmico aplicado pelo exterior, em posição superior à estrutura resistente, de forma

a protegê-la contra variações térmicas de origem exterior. Tal deve-se ao facto de ser

tecnicamente desaconselhada a utilização, pelo interior deste tipo de coberturas, de

isolante térmico sob a estrutura resistente, em virtude de agravar com frequência as

solicitações termomecânicas na estrutura e no revestimento exterior da cobertura do

elemento resistente e de reduzir a inércia térmica interior do edificado (Santos e Matias,

2006).

As soluções de isolamento térmico consideradas serão as que desempenham

a função de suporte de impermeabilização e as aplicadas sobre a impermeabilização

(correntemente designada por cobertura invertida). Os materiais empregues no primei-

ro caso incluirão placas de aglomerado de cortiça expandida (ICB), placas de lã mine-

ral de massa volúmica elevada (MW) e placas de poliestireno expandido moldado

(EPS). Na solução de cobertura invertida, serão consideradas as placas de poliestire-

no expandido extrudido (XPS), placas de espuma rígida de poli-isocianurato (PIR)

também designadas de poliuretano (PUR) e as placas melhoradas de poliestireno ex-

28

pandido moldado com densidade de 30 Kg/m3 e condutibilidade térmica de 0,034

W/m.ºC (EPS M), (Plastimar, 2015) inferior à do EPS (0,036 W/m.ºC).

Para soluções de impermeabilização, destinadas a impedir a passagem de

água para o interior das coberturas, serão consideradas as mais correntes constituídas

por: membranas de ligantes hidrocarbonados (asfalto ou betume) ou sintéticos (epóxi-

do, acetato de polivinilo, resinas acrílicas); telas flexíveis pré-fabricadas asfálticas (as-

falto oxidado ou modificado com polímeros) ou de polímeros (EPDM - monómero de

etileno propileno dieno, PVC - policloreto de vinil e butílicos e TPO - termoplástica de

poliolefina flexível). No caso de aplicação de telas asfálticas em soluções de cobertura

invertida, poder-se-á aplicar uma camada de geotêxtil entre a tela e o isolamento tér-

mico. Não serão consideradas as soluções de poli-isobutileno, solução recomendada

para coberturas de acesso limitado, devido à inexistência de fabricantes e fornecedo-

res em Portugal. As soluções de polietileno de alta densidade (HDPE) não foram ana-

lisadas visto serem apenas recomendadas para aterros sanitários, suiniculturas e ca-

nais de irrigação.

Por fim, no que respeita à protecção exterior (mecânica e climática) das cober-

turas planas, considera-se duas soluções correntes: protecção leve e protecção pesa-

da. A primeira é constituída como “autoprotecção” em coberturas não acessíveis utili-

zando partículas de xisto, cerâmicas ou metálicas na camada superior do sistema de

impermeabilização sem necessidade de protecção climática complementar. A segunda

solução é constituída por uma camada de seixo ou de brita sem finos, lajetas sobre

apoios pontuais ou por outras soluções de massa unitária relativamente elevada; a

espessura destas protecções é em geral igual à espessura do isolante térmico, com

um mínimo de 50 mm. Este tipo de protecção é empregue em ambas as soluções de

coberturas planas (normal ou invertida). No caso de cobertura invertida, considera-se

ainda uma solução constituída por uma camada de protecção mecânica aplicada em

fábrica e aderente às placas do isolante térmico, em geral realizada por um revesti-

mento de ligantes mistos e agregados minerais de pequena ou média dimensão (areia

ou gravilha) ou por elementos cerâmicos (Santos e Matias, 2006).

As soluções de coberturas planas investigadas, resultam da combinação dos

diferentes materiais descritos, conforme resumo do Quadro 2, perfazendo um total de

472 soluções de coberturas planas (conforme os Quadros do Anexo A), representando

o universo de soluções alvo de estudo desta dissertação.

29

Quadro 2 - Resumo dos materiais alvo de estudo

Tipo de Cobertura Elemento da estrutura Material Espessura (m)

Tradicional e invertida Estrutura resistente Betão armado 0,15

Tradicional e invertida Camada de forma

Betão com adição de partículas de EPS 0,10

Argila expandida e betonilha 0,10

Tradicional

Isolamento térmico

Aglomerado de cortiça expandida

0,06 e 0,08

Lã mineral

Poliestireno expandido moldado

Invertida

Poliestireno expandido extrudido

Poliuretano

Placas melhoradas de poliestireno

Tradicional e invertida Membrana de Imper-

meabilização

Betume polímero APP

-

Betume elastómero SBS

Termoplástica PVC

Termoplástica TPO

Elastomérica EPDM

Membrana líquida de base acrílica

Membrana líquida de borracha butílica

Tradicional

Protecção exterior

Autoprotecção mineral -

Areia de rio ou seixo rolado 0,10

Tradicional e invertida

Mosaico cerâmico 0,0097

Lajetas de betão pré-fabricadas 0,03

Invertida Lajetas térmicas (isolante + betonilha) 0,035

Tradicional e invertida Betão armado 0,15

30

3.5 Degradação das coberturas planas

3.5.1 Factores de alteração e degradação

A degradação prematura do sistema de cobertura não é apenas consequência

de uma ineficaz execução dos seus elementos. De acordo com Hodges (1999) e Pirla

(1999) (citados por Morgado (2012)), os principais agentes de deterioração de qual-

quer tipo de cobertura estão relacionados com factores atmosféricos.

De acordo com Hodges (1999) (citado por Morgado (2012)), a degradação

prematura e contínua do sistema de cobertura provoca principalmente um aumento

significativo dos seus custos de manutenção, podendo não ser considerado um acon-

tecimento com gravidade significativa. Deste modo, cada sistema de cobertura apre-

senta uma curva característica de degradação, que pode ser generalizada de acordo

com a Figura 8.

Figura 8 - Curva de deterioração de uma cobertura (Morgado, 2012)

Os principais agentes de deterioração das impermeabilizações de coberturas

planas são: a água, as temperaturas elevadas, os raios ultra violeta, o vento, os agen-

tes químicos e o uso inapropriado da cobertura.

A água representa o factor que mais influencia o processo de degradação de

uma cobertura, quer na forma de chuva ou de neve, geada e vapor de água. De acor-

do com Douglas e Ransom (2007) (citado por Morgado (2012)), a acumulação de água

permite o desenvolvimento de microrganismos e vegetais parasitas provocando uma

perda nas características das protecções das membranas e dos próprios revestimen-

tos e deixando-os mais expostos aos factores de deterioração. Em situações de baixas

temperaturas, a água existente na estrutura interna da cobertura passa do estado lí-

quido para o estado sólido, provocando um aumento do seu volume e a consequente

fractura interna. Deste modo, o material acaba por se degradar e mesmo destruir,

31

afectando a sua permeabilidade. No caso de sistema da cobertura apresentar fissuras,

a água pode infiltrar-se nessas zonas, provocando o empolamento das membranas.

As elevadas temperaturas afectam especialmente os produtos betuminosos,

como as membranas e as emulsões à base de betumes, devido a volatilização dos

materiais, o que origina a endurecimento, retracção e fissuração das mesmas. Tam-

bém as membranas de PVC perdem os plastificantes devido ao calor excessivo, o que

leva a uma diminuição do alongamento na rotura e um aumento do módulo de elastici-

dade; perdem ainda uma significativa parte da sua massa, entre 35 e 75% para varia-

ções de temperatura entre 50 e 360 ºC. A acção do calor coloca ainda em risco a ade-

rência das ligações executadas por sobreposição, e pode produzir o empolamento das

membranas, devido a transformação da água em vapor. As mudanças de temperatura

causam fortes dilatações e contracções nos materiais, o que origina desprendimentos

e pregas. As baixas temperaturas levam por outro lado à perda de flexibilidade das

membranas (Dias, 2008).

Os raios ultravioletas provocam a deterioração progressiva dos materiais, per-

mitindo um envelhecimento prematuro dos mesmos. De acordo com Trujillo (2002)

(citado por Dias (2008)), no caso das membranas verifica-se o aparecimento de pe-

quenas fissuras e uma perda de massa, devido à alteração da composição, perda de

plastificante e da capacidade de deformação. O vento, devido às forças de sucção que

cria, é capaz de arrastar as protecções pesadas das impermeabilizações, deixando-as

expostas à sucção do vento e à agressão dos agentes atmosféricos. Pode ainda ar-

rancar as telas impermeabilizantes (Trujillo (2002) citado por Dias (2008) e Morgado

(2012)).

Em diversas situações, os próprios utentes do imóvel poderão utilizar de forma

incorrecta a cobertura, quer por desconhecimento, quer por descuido. Deste modo,

desenvolvem-se degradações prematuras nas diversas zonas de uma cobertura plana,

podendo resultar numa perda de estanqueidade da mesma (Dias, 2008).

3.5.2 Caracterização das anomalias e causas

A cobertura de um edifício é o elemento construtivo mais susceptível à acção

dos agentes atmosféricos e às acções mecânicas resultantes da sua acessibilidade à

circulação de pessoas ou veículos. Deste modo, são necessários diversos cuidados,

quer ao nível da concepção das camadas quer na altura da sua aplicação, com o intui-

to de reduzir as potencias anomalias neste elemento construtivo (Lopes, 2006).

32

Após a análise de diversas coberturas planas e respectivas anomalias, Rocha

(2008) apresentou uma distribuição das mesmas por zonas das coberturas e em fun-

ção do número total de ocorrência e da zona afectada (Figura 9).

Figura 9 - Distribuição das anomalias por zonas das coberturas e em função do número total de ocorrência (adap-

tado de Morgado (2012))

Segundo a investigação de Rocha (2008), as anomalias mais frequentes ocor-

rem na superfície corrente e nos pontos singulares, seguidos dos sistemas de drena-

gem e das anomalias no tecto do último piso. Existem outras anomalias, apesar de

menos frequentes, que se verificam nos elementos de protecção pesada (fissuração,

fracturação, colonização biológica, acumulação de detritos e vegetação parasitária,

sujidade superficial, etc.), que normalmente ocorrem devido a uma manutenção defici-

ente. No Quadro 3, são descritas as principais anomalias e respectivas causas que

ocorrem na superfície corrente de uma cobertura plana.

Quadro 3 - Principais anomalias e respectivas causas na superfície corrente de uma cobertura plana (adaptado de

Walter (2002), Rocha (2008), Raposo (2009) e Morgado (2012))

Superfície corrente

Anomalias Causas possíveis Exemplos

Fissuração da

impermeabilização

Acção da temperatura e da radiação ultravioleta; movi-

mentos diferenciais; contracção ou expansão; inexistên-

cia de camada de dessolidarização, incompatibilidade de

materiais; acção do vento.

Perfuração da

impermeabilização

Protecção inadequada da impermeabilização; cargas

pontuais; fixação de objectos.

33

Quadro 3 (continuação) - Principais anomalias e respectivas causas na superfície corrente de uma cobertura

plana (adaptado de Walter (2002), Rocha (2008), Raposo (2009) e Morgado (2012))

Superfície corrente

Anomalias Causas possíveis Exemplos

Arrancamento de

sistema de imper-

meabilização

Acção do vento; qualidade das soluções de fixação;

qualidade insuficiente do sistema de colagem; execução

ineficaz da soldadura; insuficiente quantidade de peças

de fixação mecânica.

Descolamento das

juntas de sobrepo-

sição

Ineficaz aplicação das juntas; deficiente colocação da

membrana; reduzida largura das juntas; ineficaz execu-

ção da colagem e soldadura; acção do vento e do calor.

Formação de pre-

gas

Acção do calor e dos raios ultravioletas; fixação ineficaz

do sistema de impermeabilização.

Desenvolvimento

de vegetação

Presença prolongada de água; falta de insolação; falta de

manutenção / inspecções periódicas.

Empolamentos

Inexistência de colagem das camadas do sistema em

zonas específicas; falta de planeza e encurvamento

acentuado do suporte, ineficaz limpeza de diversos

materiais, como gravilha e pedaços de papel, entre a

impermeabilização e o suporte.

Acumulação de

água

Reduzida pendente; conformação insatisfatória da ca-

mada de forma, obstruções de caleiras, falta de manu-

tenção; inexistência de ralos nas embocaduras dos tubos

de queda.

34

Os pontos singulares são outra das zonas onde ocorrem anomalias nas cober-

turas planas, normalmente devido a uma manutenção insuficiente ou devido ao uso

inapropriado do sistema de cobertura, conforme descrito no Quadro 4.

Quadro 4 - Principais anomalias e respectivas causas em pontos singulares de uma cobertura plana (adaptado de

Walter (2002), Rocha (2008), Raposo (2009) e Morgado (2012))

Pontos singulares

Anomalias Causas Exemplos

Deslocamento dos

remates

Irregularidade dos paramentos (reboco inadequado, teor

de humidade dos materiais superior ao recomendado);

insuficiente quantidade de produto de colagem; aplica-

ção em condições atmosféricas desfavoráveis; inexistên-

cia de juntas de sobreposição; inadequada protecção do

bordo superior.

Fissuração dos

remates

Inexistência de protecção térmica das platibandas com

material isolante eficaz; inexistência de protecção verti-

cal do remate; diferenças entre a estrutura resistente e o

elemento emergente, tendo em consideração o compor-

tamento térmico e mecânico.

Fissuração dos

remates das juntas

de dilatação

Execução dos remates das juntas de dilatação ao nível da

superfície da cobertura, estando sujeitos às acções me-

cânicas decorrentes da circulação das pessoas; execução

de um sistema de protecção rígido sem interrupção

sobre a junta de dilatação; execução deficiente de rema-

tes das juntas.

Insuficiente altura

dos remates

Insuficiente altura dos remates, acima da última camada

da cobertura.

Inadequado cape-

amento do coroa-

mento das plati-

bandas

Utilização de capeamentos desapropriados às suas fun-

ções; remate do revestimento de impermeabilização não

recobre o paramento horizontal.

35

Na Quadro 5, são descritas as principais anomalias e respectivas causas em

sistemas de drenagem de uma cobertura plana. De acordo com Walter (2002), Rocha

(2008) e Morgado (2012), as principais causas deste tipo de anomalias estão relacio-

nadas com a ineficaz manutenção de todo o sistema de drenagem da cobertura e com

erros de concepção e dimensionamento dos equipamentos pertencentes ao sistema

de drenagem.

Quadro 5 - Principais anomalias e respectivas causas do sistema de drenagem de uma cobertura plana (adaptado

de Walter (2002), Rocha (2008), Raposo (2009) e Morgado (2012))

Sistema de drenagem

Anomalias Causas Exemplos

Entupimento dos

ralos

Acumulação de detritos; alteração das condições de

utilização.

Inexistência de

ralos de emboca-

dura

Concepção deficiente dos pontos de evacuação de águas

pluviais; deficiente controlo de qualidade.

Acumulação de

água e manchas

junto a tubos de

queda e caleiras

Deficiente regularização das superfícies acabadas; defi-

ciente limpeza do suporte; acumulação de detritos;

ausência de manutenção e inspecção.

3.6 Manutenção de coberturas planas

O aparecimento das anomalias descritas pode ser minimizado ou eliminado ca-

so os elementos sejam executados e projectados com os cuidados necessários e caso

sejam efectuadas as acções de manutenção periódicas e eficazes. De modo a definir

as acções de manutenção e respectivas periodicidades, é necessário calcular ou obter

informação relativa à vida útil dos diferentes sistemas de impermeabilização das co-

berturas planas.

36

3.6.1 A vida útil dos elementos de cobertura plana

Segundo a norma ISO 15686-1, o tempo de vida útil de um edifício ou de parte

de um edifício “é o período de tempo, após a conclusão da obra, durante o qual é atin-

gido ou excedido o desempenho que lhe é exigido, procedendo-se a uma manutenção

de rotina”.

Devido à diversidade de materiais existentes na constituição de coberturas pla-

nas e aos diferentes comportamentos de desempenho ao longo do ciclo de vida dos

edifícios, é necessário considerar a vida útil de cada um desses elementos. Existem

diversos documentos nacionais e internacionais, onde se pode consultar as vidas úteis

previstas de elementos, subelementos e respectivos materiais. No que se refere ao

sistema de coberturas planas, destacam-se os documentos HAPM (1999), BFCLM

(1999), HED (1999), RICS (2001), NRCA (2007) e NAHB (2007), citados por Morgado

(2012). Deste modo, no Quadro 6, são referidas as vidas úteis dos diversos materiais

aplicados em coberturas planas.

Quadro 6 - Valores máximos e mínimos das vidas úteis dos diversos elementos dos sistemas de coberturas planas

(HAPM (1999), BFCLM (1999), RICS (2001), HED (1999), NRCA (2007), NAHB (2007), adaptado de Morgado (2012))

Elemento Subelementos Material

Vida útil (anos)

HAPM e

BFCLM

(1999)

RICS

(2001) HED (1999)

NRCA e

NAHB

(2007)

Co

be

rtu

ras

pla

nas

Estrutura de suporte Betão armado 30-35 30-35

Camada de impermeabili-

zação

Betume 35 19 17 20

Plásticos 30-35 27 10 25-35

Camada de protecção

Mineral 20-25 20-30 25

Sintético 20-35 25 19 20-50

Metálico 10-25 35-39 20

Sistema de isolamento

térmico

Mineral 35 36

35

Sintético

Sistema de drenagem

Metálico 20-35 20-40

PVC 10 30

Fibrocimento 20-35

Fibra de vidro 20-30 50

Sistema de remates

Metálicos

15-35

20 Membranas

betuminosas

Elementos de fixação Metálicos 20 20

É necessário referir que a discrepância de valores se deve ao facto de alguns

documentos não terem em consideração os factores de condicionamento (por exem-

37

plo, agressividade do meio ou qualidade de execução) e a possibilidade de se efectuar

acções de manutenção ao longo da vida útil.

Tendo em consideração os principais elementos de um sistema de cobertura

plana, verifica-se uma ordem de grandeza de vidas úteis particularmente elevada, jus-

tificando-se que, em diversos casos, os materiais aplicados neste tipo de elementos

apresentem uma durabilidade semelhante à própria vida útil do edifício. No entanto,

para que tal seja possível, é necessário intervir periodicamente nos elementos consti-

tuintes do sistema, apesar de tais intervenções não serem referenciadas nos docu-

mentos em análise (Morgado, 2012).

3.6.2 Acções e periodicidade de manutenção dos elementos da

cobertura plana

As acções de manutenção dos elementos construtivos têm como principal ob-

jectivo a correcção de pequenas deficiências decorrentes do uso, das acções exterio-

res e do envelhecimento natural dos materiais e dos elementos construtivos. A realiza-

ção de acções de manutenção eficazes e com periodicidades adequadas permite mi-

nimizar a degradação prematura dos elementos construtivos durante a sua vida útil.

Estas acções são tanto mais eficazes e rentáveis quanto mais planeadas e preventi-

vas forem, contrariamente às acções correctivas.

De acordo com Carvalho (2010), o planeamento das intervenções de manuten-

ção deve diferenciar as diversas operações necessárias como a inspecção, limpeza,

tratamentos de protecção, reparações, substituições ou reposições localizadas, repa-

rações em áreas extensas ou substituição integral, no final da vida útil. No entanto, é

necessário ter sempre em consideração, a possibilidade de acções correctivas e de

emergência, não só devido à impossibilidade de se detectar deficiências não aparen-

tes, como também devido à falta de reparação ou da própria negligência de execução.

De modo a atingir os pressupostos anteriores, é necessário planear não só as

inspecções, como as intervenções de limpeza, ligeiras e profundas.

i. Inspecção

Com as inspecções, pretende-se identificar quais as causas determinantes de

cada anomalia, bem como sinais de pré-patologia. A inspecção, na fase de utilização,

aumenta a capacidade de detectar a necessidade de intervenção, reduzindo o número

de anomalias imprevistas.

38

ii. Limpeza

A limpeza de uma cobertura é a técnica de manutenção mais importante e mais

aplicada, pois é o primeiro acto que pode impedir uma contínua degradação da cober-

tura e o desenvolvimento de diversas anomalias passíveis de uma gravidade acresci-

da, caso não se efectue intervenções adequadas (Morgado, 2012).

Segundo Walter (2002), os trabalhos em questão baseiam-se em retirar vege-

tação e detritos que provocam obstrução das caleiras e tubos de queda e em limpar o

suporte de pequenas sujidades. Em diversos casos, aplica-se membranas já com adi-

tivos anti-raízes no revestimento de impermeabilização.

iii. Intervenções ligeiras

A intervenção ligeira consiste na aplicação de técnicas de reparação ou de

substituição local ajustadas a cada elemento fonte de manutenção, de modo a corrigir

pequenas anomalias, manifestadas em zonas localizadas (10% da área total do ele-

mento em questão) para impedir a sua propagação (Madureira, 2011). Como exemplo,

refere-se a reparação de pequenas anomalias nos remates ou elementos de fixação

de uma cobertura.

iv. Intervenções profundas

Este tipo de intervenção é mais pesado e numa zona mais abrangente (pelo

menos 35% da área total do elemento em questão) e, consequentemente mais onero-

so e menos frequente do que o anterior. Ocorre normalmente mais próximo do fim da

vida útil, correspondendo a substituições / reparações e reposições de material em

falta ou danificado, e é usualmente aplicado a materiais com maiores vidas úteis e

mais onerosos onde esta operação é, na maior parte destes casos, mais rentável do

que a substituição total (Madureira, 2011).

No Quadro 7, efectua-se uma compilação das recomendações de acções de

manutenção periódica para os elementos construtivos de um sistema de cobertura

plana. Optou-se por não repartir por tipo de acções de manutenção (inspecções, lim-

peza, intervenções ligeiras e profundas), pois verificou-se durante a pesquisa biblio-

gráfica que se encontram bastante correlacionadas e, na maioria das situações, ocor-

rem em simultâneo.

39

Quadro 7 - Periodicidade das diversas acções de manutenção para os principais elementos de uma cobertura

plana (Perret (1995), Pirla et al. (1999), Barros (2008), Abate et al. (2008) e Leite (2009))

Inspecção e acções de manu-

tenção

Periodicidade recomendada

Perret (1995) Albano

(2005)

Barros (2008) Abate et al.

(2009)

Leite

(2009)

Inspecção de controlo com o

intuito de verificar a existência

de anomalias

Semestral Semestral Anual Anual -

Acções de limpeza da zona cor-

rente e do sistema de drenagem

Anual Anual Anual Anual Anual

Acções de manutenção ligeiras Sempre que

necessário

- Anual Anual Bienal

Intervenção profunda nas fixa-

ções e todo o sistema de drena-

gem

7 anos - - - -

Substituição do sistema de dre-

nagem

- 15 anos - 40 anos -

Substituição da camada de im-

permeabilização e protecção

- 20 anos 20, 25 ou 30 anos

(consoante a agres-

sividade do meio)

35 anos 20 anos

Analisando o Quadro 7, verifica-se que as inspecções, limpezas e acções de

manutenção ligeiras são as operações que se efectuam com maior frequência existin-

do um certo consenso por parte dos diferentes autores relativamente à sua periodici-

dade. No que respeita às intervenções profundas, existe alguma discrepância da peri-

odicidade recomendada, e até diferentes formas de abordagem. Barros (2008), por

exemplo, baseou a sua análise tendo em consideração a agressividade do meio em

que a cobertura está inserida.

3.7 Proposta do plano de manutenção

Um plano de manutenção deve apresentar todas as informações necessárias,

com o intuito de acompanhar o desempenho dos diversos elementos construtivos e

assim prevenir a sua degradação prematura (Morgado, 2012). Deste modo, o plano

deverá ser elaborado tendo em consideração a natureza das informações disponíveis

e as estratégias de manutenção seguidas.

A metodologia usada nesta dissertação aplica-se apenas a edifícios novos em

fase de projecto e, para tal, será definido um plano de manutenção pró-activa do tipo

preventivo. Assim, o planeamento das acções de manutenção pró-activa para os di-

versos elementos constituintes das coberturas planas englobará as medidas preventi-

40

vas (limpeza, intervenções ligeiras e intervenções profundas) e a respectiva calendari-

zação, tendo em consideração as diferentes vidas úteis e materiais passíveis de se-

rem aplicados. As acções de limpeza serão equacionadas, mas não serão orçamenta-

das devido à dificuldade de efectuar uma estimativa precisa, considerando-se no en-

tanto que a sua aplicação será igual em todas as soluções de coberturas planas, não

beneficiando nem prejudicando nenhum resultado. As intervenções ligeiras também

não serão orçamentadas devido à sua imprevisibilidade, mas considera-se que todas

as soluções irão ser alvo das intervenções ligeiras necessárias para garantir uma ma-

nutenção eficaz, arbitrando que os seus custos serão equivalentes.

A definição da vida útil de um elemento constitui um parâmetro fundamental pa-

ra a fiabilidade de qualquer estratégia de manutenção. De acordo com Morgado

(2012), a necessidade de prever a vida útil em elementos de construção tem subjacen-

te a preocupação com a durabilidade dos elementos quando expostos aos factores

ambientais, mais ou menos severos, em que se inserem, e com a preocupação eco-

nómica que leva à procura de soluções mais acessíveis.

De referir que seria possível determinar a vida útil dos elementos construtivos

das coberturas planas com base no método factorial, cujo objectivo não é obter valo-

res exactos e totalmente fiáveis da vida útil de cada produto de construção, mas sim

permitir a comparação de soluções para cada caso concreto. Por ser um método de-

terminístico, é necessário um bom conhecimento dos factores multiplicativos. Por isso,

seria necessário identificar os efeitos de cada um dos factores referidos no Capítulo 2

sobre a vida útil do elemento, recorrendo para isso a informações de fabricantes, a

documentos laboratoriais e a bibliografia especializada, tornando este processo bas-

tante exaustivo e desajustado do objectivo desta dissertação.

Para efectuar a estimativa de vida útil dos diversos elementos constituintes de

uma cobertura plana, consultou-se vários documentos de referência conforme definido

no Quadro 6, e contactou-se diversas empresas e fabricantes da especialidade. No

Quadro 8, apresenta-se uma proposta de estimativa de vidas úteis dos diversos ele-

mentos constituintes de um sistema de cobertura plana, tendo por base a informação

recolhida. A proposta apresentada contém duas variantes (denominadas proposta 1 e

proposta 2) devido ao facto da vida útil da camada de impermeabilização ser condicio-

nada quer pelo processo construtivo da cobertura plana (tradicional ou invertida) quer

pelo tipo de protecção exterior.

41

Quadro 8 - Proposta de estimativa de vida útil para cada subelemento de cobertura plana (Schnerider e Keenan

(1997), HED (1999), HAPM (1999), BFCLM (1999), RICS (2001), ASTM (2004), NRCA (2007) e NAHB (2007), adapta-

do de Morgado (2012))

Elemento Material Vida útil dos elementos de construção (anos)

Máxima Mínima Média Proposta 1 Proposta 2

Estrutura de

suporte

Betão armado 50 30 40 50 50

Camada de

forma

Betão aligeirado com EPS - - 50 50 50

Argila expandida - - 50 50 50

Camada de

impermeabili-

zação

Betume APP e SBS 35 8 22 15(1)

25(2)

Termoplástico - PVC 35 10 23 15(1)

30(2)

Termoplástico - TPO 50 20 35 20(1)

35(2)

Elastomérica - EPDM 50 20 35 20(1)

40(2)

Membrana líquida à base

de borracha butílica - - 10 10

(1) -

Membrana líquida de

base acrílica - - 25 15

(1) -

Camada de

protecção

Cerâmica 50 20 35 30 30

Lajetas de betão 50 30 40 50 50

(1) - Coberturas planas do tipo tradicional sem protecção, ou com autoprotecção ou protecção leve;

(2) - Coberturas planas com protecção pesada ou do tipo invertida.

Nas coberturas planas com membranas betuminosas APP e SBS, abrangidas

pela proposta 1, considera-se que, ao fim de 15 anos, será reaplicada a camada supe-

rior de impermeabilização e, aos 30 anos, será substituído todo o sistema.

Para as membranas termoplásticas TPO, PVC e elastoméricas EPDM, referen-

tes à proposta 1, situação mais condicionante, considerou-se o tempo de garantia da-

do pelo fabricante. Nas condições da proposta 2, considerou-se, por indicações base-

adas na experiência do fabricante, que as membranas elastoméricas EPDM possuem

uma durabilidade maior do que as membranas termoplásticas TPO, e estas, por sua

vez, superior às de PVC.

Nas soluções de membrana liquida à base de borracha butílica e acrílica, devi-

do à escassez de informação existente, admitiu-se como vida útil o valor dado como

garantia pelas empresas que comercializam os respectivos produtos.

Nos elementos da cobertura que apresentem uma estimativa de vida útil de 50

anos, não foram consideradas acções de manutenção, por não existir necessidade de

qualquer tipo de intervenção para o período de estudo considerado.

42

Os valores definidos para os diferentes tipos de camada de forma são basea-

dos nas informações fornecidas pelos fabricantes e documentos de referência.

O planeamento das intervenções de manutenção pode diferenciar as diversas

operações necessárias como limpezas, tratamentos de protecção, reparações, substi-

tuições, reposições localizadas ou substituição integral no final de vida útil. Conforme

referido, apesar de se considerar as diferentes operações de manutenção, apenas os

custos referentes às intervenções profundas serão contabilizados nesta ACCV.

Kyle e Kalinger (1997) referem que uma cobertura submetida a uma manutenção

ineficaz poderá sofrer uma diminuição de 18 a 20% da sua vida útil em comparação com

uma cobertura em situações normais. No Quadro 9, são apresentadas as acções pre-

ventivas propostas para as coberturas planas alvo de estudo desta dissertação.

O planeamento temporal é uma mais valia na definição de uma política de ma-

nutenção pró-activa. Considera-se que, sempre que o elemento atingir o fim de vida

útil, se procede à sua substituição. Esta opção contraria as recomendações de alguns

autores, que definem um período único para efectuar as intervenções profundas (Qua-

dro 10). Considera-se no entanto que seria pouco adequado e demasiado generalista

aplicar um só período à diversidade das soluções contempladas por esta dissertação.

Quadro 9 - Proposta de acções preventivas dos Elementos Fonte de Manutenção (EFM) de coberturas planas

EFM Tipo de intervenção Descrição da intervenção

Camada de imper-

meabilização

Limpeza

Limpeza com jacto de água, ar comprimido ou escovagem ma-

nual da camada de impermeabilização, de modo a eliminar a

sujidade superficial, a acumulação de detritos e a vegetação

parasitária

Intervenções ligeiras Aplicação de produtos fungicidas ou anti-raízes. Reparação de

fissuras, empolamentos, ou descolamentos localizados

Intervenções profundas Substituição total da camada de impermeabilização no fim de

vida útil

Camada de protec-

ção

Limpeza

Limpeza com jacto de água, ar comprimido ou escovagem ma-

nual da camada de protecção, de modo a eliminar a sujidade

superficial, acumulação de detritos e a vegetação parasitária

Intervenções ligeiras Reparação de pequenas fissuras ou desprendimentos localizados

Intervenções profundas Substituição total do elemento no fim de vida útil

43

Quadro 10 - Proposta de periodicidade de acções de manutenção preventiva de coberturas planas

EFM Tipo de inter-

venção

Periodicidade

recomendada Autores

Proposta de

intervenção

Camada de im-

permeabilização

Limpeza Anual

Perret (1995), Albano

(2005), Barros (2008),

Leite (2009)

Anual

Intervenções

ligeiras

Sempre que

necessário

Perret (1995), Albano

(2005) e Barros (2008) Sempre que

necessário Bienal Leite (2009)

Intervenções

profundas

20 anos Albano (2005)

Fim de vida útil 10 a 20 anos Barros (2008)

30 anos Abate et al. (2009)

Camada de pro-

tecção

Limpeza Anual

Perret (1995), Albano

(2005), Barros (2008),

Leite (2009)

Anual

Intervenções

ligeiras

Sempre que

necessário

Perret (1995), Albano

(2005) e Barros (2008) Sempre que

necessário Trienal HAPM (1999)

Intervenções

profundas

20 anos Albano (2005) Fim de vida útil

10 a 20 anos Barros (2008)

Relativamente à limpeza do elemento em análise, optou-se por propor uma pe-

riodicidade de intervenção anual, de forma a remover a presença de detritos e sujida-

de superficial muito frequente neste tipo de elementos, pelo que as intervenções refe-

ridas devem apresentar periodicidades baixas.

Caso as operações de intervenção ligeira coincidam ou se aproximem das ope-

rações de intervenção profunda, sugere-se que as primeiras fiquem sem efeito, já que

a substituição no fim da vida útil se sobrepõe a qualquer tipo de intervenção ligeira.

As intervenções profundas, acções a orçamentar, serão definidas detalhada-

mente no próximo capítulo para as diferentes soluções de coberturas planas.

44

45

4. Avaliação dos custos do ciclo de vida das coberturas planas

4.1 Introdução

A estruturação dos custos por fases é essencial para a ACCV, pois identifica,

define e organiza os custos a considerar na análise (Mendes, 2011).

O objectivo da avaliação económica aplicada às coberturas planas é o de apoi-

ar a decisão na escolha das alternativas de construção e manutenção mais rentáveis e

com melhor relação custo-benefício, de acordo com determinadas condições técnicas

e económicas. A avaliação económica de coberturas planas não deve apenas conside-

rar os custos iniciais de construção, mas sim a totalidade do investimento realizado ao

longo do ciclo de vida.

Para as soluções de coberturas planas em estudo, procedeu-se à identificação

exaustiva dos custos unitários ao longo do ciclo de vida, incluindo os de aquisição do

material, transporte, instalação em obra, manutenção e processamento de fim de vida.

Os custos considerados nesta dissertação foram obtidos através de pesquisas

de mercado, nomeadamente o contacto com empresas de construção, e com fornece-

dores de materiais de construção, e a consulta de preços compostos de bases de da-

dos (como por exemplo os preços de mercado em vigor em programas ou sites infor-

máticos de referência) CYPE (2015) e Orçamentos (2015).

Nos pontos seguintes (4.2.1 a 4.2.5), são apresentadas as descrições detalha-

das dos custos relativos a cada fase do ciclo de vida, bem como o que se considera

plausível admitir tendo em conta os objectivos e as especificidades das alternativas

consideradas neste estudo (os custos apresentados, são preços de venda finais, inclu-

indo por isso os custos indirectos e o lucro, mas não incluem o imposto sobre o valor

acrescentado (IVA)).

4.2 Custos de ciclo de vida

4.2.1 Custos de aquisição do material

Estes custos referem-se à aquisição dos diferentes materiais que constituem as

soluções de coberturas planas analisadas nesta dissertação. Devido à grande varie-

dade de materiais estudados, estes serão separados em termos da função desempe-

nhada no sistema de coberturas planas.

Os custos dos diferentes materiais de construção variam consoante a qualida-

de e quantidade, bem como do fornecedor. Neste estudo, através dos diversos orça-

46

mentos obtidos, escolheu-se em cada caso o valor que se considera o mais ajustado

para representar o mercado.

Apesar das diferentes unidades que normalmente expressam a dimensão dos

vários materiais que compõem as soluções de coberturas planas, optou-se por unifor-

mizar todos os custos para a unidade de 1 metro quadrado (m2), de forma a possibilitar

a soma directa dos diferentes preços unitários.

No Quadro 11, são apresentados os custos para a única solução de estrutura

resistente considerada, que será uma laje maciça em betão armado com 0,15 m de

espessura, constituída por betão da classe C30/37 (XC1, S3, Dmax =22 mm e Cl=0,4) e

armaduras em aço A500NR. O acabamento inferior da laje será efectuado através da

projecção de um revestimento à base de gesso, composto por uma camada com 2 cm

de espessura, com o reforço em fibra de vidro de 5x5 mm e massa de acabamento

com 1 mm de espessura.

Quadro 11 - Características e custo: laje e acabamento inferior

Tipo Material λ (W/m.⁰C)

Densidade (kg/m

3)

Espessura

(m)

Custo

(€/m2)

Estrutura

resistente

Laje de betão armado 2 2500 0,15 32,70

Acabamento

inferior

Estuque para tectos (massa de

projectar e acabamento) 0,11 274 0,02 1,80

Os custos ponderados para a camada de forma apresentados no Quadro 12,

são relativos à solução (F1) de betão aligeirado com adição de partículas de poliesti-

reno expandido moldado (EPS) com uma espessura média de 0,10 m e, em alternati-

va, à solução (F2) resultante da soma de argila expandida com uma camada separa-

dora em manta geotêxtil em polipropileno e consolidada na superfície com argamassa

de betonilha tradicional, com espessura média total de 0,10 m.

Quadro 12 - Características e custo: camadas de forma e separadora

Tipo Solução Material λ (W/m.

ºC)

Densidade (kg/m

3)

Espessura

(m)

Custo

(€/m2)

Camada de

forma

F1 Betão aligeirado c/ EPS 0,13 600 0,1 6,10

F2 Argila expandida 0,1 274 (Baridade) 0,05 3,05

F2 Betonilha de argamassa

tradicional 1,8 1.500 0,05 11,20

Camada

separadora F2 Geotêxtil de polipropileno - - - 0,70

47

Os preços das soluções de isolamento térmico consideradas são apresentados

separadamente. No Quadro 13, são apresentadas as soluções que desempenham a

função de suporte de impermeabilização, utilizadas nos sistemas conhecidos como

coberturas tradicionais (I1 a I6), às quais terá que ser adicionada em alguns casos

uma barreira pára-vapor para prevenir a ocorrência de condensações. No Quadro 14,

são apresentadas as soluções aplicadas sobre a impermeabilização, utilizadas nos

sistemas correntemente designados por cobertura invertida (I7 a I12). Todas as solu-

ções estudadas foram analisadas para os casos de 6 e 8 cm de espessura.

Quadro 13 - Características e custo: isolantes térmicos (coberturas tradicionais)

Tipo Solução Material λ (W/m.⁰C) Densidade

(kg/m3)

Espessura

(m)

Custo

(€/m2)

Isolamento

térmico

I1 EPS 0,036 30 0,06 3,39

I2 0,08 4,52

I3 MW 0,035 55 0,06 5,01

I4 0,08 6,51

I5 ICB 0,04 130 0,06 12,04

I6 0,08 16,04

Barreira pára-

vapor

I1, I2, I3,

I4, I5, I6 Emulsão betuminosa - - - 0,63

Quadro 14 - Características e custo: isolamentos térmicos (coberturas invertidas)

Tipo Solução Material λ (W/m.⁰C)

Densidade (kg/m3)

Espessura

(m)

Custo

(€/m2)

Isolamento

térmico

I7 XPS 0,035 30 0,06 7,40

I8 0,036 0,08 9,85

I9 PUR 0,024 35 0,06 15,38

I10 0,08 20,27

I11 EPSM 0,034 30 0,06 6,10

I12 0,08 8,13

Os custos dos sistemas de impermeabilização associados às membranas be-

tuminosas (APP e SBS) do tipo invertidas incluem a aplicação de uma camada de

emulsão betuminosa com a função de preparar a superfície (primário). Nas restantes

soluções do tipo invertidas, será adicionada uma camada separadora em geotêxtil.

O âmbito da aplicação e custo das diferentes soluções de impermeabilização,

consideradas no Quadro 15, será dependente do tipo de acessibilidade a que a cober-

tura se destina e das necessidades de protecção.

48

Quadro 15 - Âmbito de aplicação e custo: sistemas de impermeabilização

Tipo Solução Material Âmbito da aplicação Custo (€/m2)

Impermea-

bilização

S1 Membrana de betume APP

sem autoprotecção

Cobertura acessível a pessoas e

veículos (tradicional e invertida) (3)

4,07 (4)

7,42 (5)

S2 Membrana de betume APP

com autoprotecção

Coberturas de acesso limitado

(tradicional) (1)

5,70 (4)

9,04 (5)

S3 Membrana de betume

elastómero SBS sem auto-

protecção

Cobertura acessível a pessoas e

veículos (tradicional e invertida) (3)

4,90

(4) 9,00

(5)

S4 Membrana de betume

elastómero SBS com auto-

protecção

Coberturas de acesso limitado

(tradicional) (1)

6,69

(4) 10,73

(5)

S5 Membrana TPO com espes-

sura 1,14 mm

Coberturas de acesso limitado

(tradicional (2)

e invertida (3)

)

9,24

S6 Membrana TPO com espes-

sura 1,5 mm

Cobertura acessível a pessoas e

veículos (tradicional e invertida) (3)

11,86

S7 Membrana de PVC com

armadura de poliéster de

1,5 mm (autoprotecção)

Coberturas de acesso limitado

(tradicional) (1)

14,19

S8 Membrana de PVC com

armadura de fibra de vidro

de 1,5 mm

Cobertura de acesso limitado,

acessível a pessoas e veículos (tra-

dicional e invertida) (3)

13,66

S9 Membrana EPDM com

espessura 1,14 mm

Coberturas de acesso limitado

(tradicional (2)

e invertida (3)

)

10,56

S10 Membrana líquida de base

acrílica

Cobertura acessível a pessoas

(tradicional) (1)

18,00

S11 Membrana líquida à base

de borracha butílica

Coberturas de acesso limitado

(tradicional) (3)

5,87

Primário S12 Emulsão betuminosa Soluções do tipo APP e SBS (inver-

tidas)

0,63

Camada

separadora

S13 Geotêxtil de polipropileno Soluções do tipo invertidas (excep-

to APP e SBS)

0,70

(1) - Sem protecção adicional;

(2) - Com protecção adicional em algumas situações;

(3) - Com protecção adicional em todas as situações;

(4) - Custo da membrana superior;

(5) - Custo da membrana inferior e superior.

49

Relativamente à protecção exterior das coberturas planas, foram definidos os

custos para as soluções de protecção leve e pesada, conforme consta do Quadro 16.

Quadro 16 - Características e custo: protecções exteriores

Tipo Solução Material λ (W/m.⁰C)

Espessura

(m)

Custo

(€/m2)

Protecção

exterior

P1 Camada de areia rolada de rio 2,00 0,10 2,04

P2 Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro 2,00 0,05 2,27

0,10 4,53

P3 Argamassa de regularização 1,30 0,10 2,24

P3 Cimento cola - - 3,42

P3 Tijoleira (ladrilho de grés) 1,30 0,0097 16,90

P4 Lajetas pré-fabricadas de betão 1,15 0,03 14,60

P5 Lajetas térmicas (XPS + betonilha) 0,035+1,80 0,06+0,035 14,20

P6 0,035+1,80 0,08+0,035 15,20

P7 Betão armado 2,00 0,15 32,70

4.2.2 Custos de transporte

Os custos de transporte dos diversos elementos que constituem as soluções de

coberturas planas resultam da política interna assumida por cada empresa, depen-

dendo normalmente da quantidade de material encomendado e da distância da entre-

ga. Algumas empresas incluem o custo do transporte no preço de venda do material,

outras apenas consideram o custo do transporte para grandes distâncias e ainda há

empresas que dividem o mapa de Portugal por zonas e atribuem custos diferenciados

para cada uma delas (Quadro 17).

Devido à distinta abordagem assumida pelas variadas empresas da especiali-

dade, são apenas considerados os custos de transporte quando fornecidos separada-

mente do custo do material.

Conforme é definido no caso de estudo apresentado no capítulo 5, o edifício al-

vo localiza-se em Paço de Arcos, concelho de Oeiras, e a cobertura ocupa uma área

de aproximadamente 500 m2. Todos os custos de transporte considerados têm por

base esta localização.

Para o betão a aplicar na estrutura resistente (laje maciça em betão armado),

não foi considerado qualquer custo de transporte, pois o complemento que foi apre-

sentado é apenas aplicável para cargas inferiores a 5 m3, quantidade inferior à neces-

sária. O aço já inclui o transporte no preço do material.

50

Para os materiais que compõem as camadas de forma consideradas, é apenas

necessário adicionar o complemento de transporte à solução em argila expandida. Para

a solução em betão aligeirado com EPS, não é considerado qualquer valor pois o custo

de transporte é apenas aplicável para cargas inferiores a 5 m3. O mesmo se verifica pa-

ra a betonilha de argamassa tradicional, onde o preço do transporte já está incluído.

Quadro 17 - Custos de transporte para os materiais constituintes da camada de forma

Tipo Solução Material Espessura

(m)

Custo de transporte

(€/m2)

Camada de

forma

F1 Betão aligeirado c/ EPS 0,1 Incluído no custo de aquisição

F2 Argila expandida 0,05 0,35

F2 Betonilha de argamassa

tradicional 0,05 Incluído no custo de aquisição

Relativamente aos custos de transporte dos isolantes térmicos e sistemas de

impermeabilização alvo de estudo, é prática comum das empresas contactadas, para

a área de Lisboa, oferecer o transporte ou incluí-lo no preço de aquisição do material.

No Quadro 18, são apresentados os custos de transporte, para a zona de Lis-

boa, associados aos materiais aplicados na protecção exterior das soluções de cober-

turas planas analisadas.

Quadro 18 - Custos de transporte para os materiais constituintes da protecção exterior

Tipo Solução Material Espessura

(m)

Custos de transporte

(€/m2)

Protecção

exterior

P1 Camada de areia rolada de rio 0,10 0,36

P2 Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro 0,05 0,25

0,10 0,50

P3 Argamassa de regularização 0,10 Incluído no custo de

aquisição P3 Cimento cola -

P3 Tijoleira (Ladrilho de grés) 0,0097

P4 Lajetas pré-fabricadas de betão 0,03 0,95

P5 Lajetas térmicas (XPS+ betonilha) 0,06+0,035 1,00

P6 0,08+0,035

P7 Betão armado 0,15 Incluído no custo de

aquisição

4.2.3 Custos de instalação em obra

Para o cálculo dos custos de aplicação dos materiais constituintes das solu-

ções de coberturas planas, são considerados os custos de mão-de-obra, bem como

51

todos os materiais acessórios necessários à boa execução e acabamento, incluindo

possíveis perdas e sobreposições de material (CYPE (2015) e Orçamentos (2015)).

Para a execução da estrutura resistente, é necessário contabilizar os custos de

uma equipa constituída por pedreiros, serventes, carpinteiros de toscos e armadores

de ferro, e de todos os materiais e equipamentos associados à execução da tarefa

(madeira de pinho, pregos, prumos metálicos, espaçadores, óleo descofrante, vibra-

dor, helicóptero, etc.).

O acabamento inferior do tecto em estuque com 2 cm de espessura é efectua-

do por um estucador e um ajudante, obtendo-se o custo por metro quadrado apresen-

tado no Quadro 19.

Quadro 19 - Custos de execução da laje e acabamento inferior (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Material Espessura

(m)

Custos de execução

(€/m2)

Estrutura

resistente Laje de betão armado 0,15 13,97

Acabamento

inferior

Estuque para tectos (massa de

projectar e acabamento) 0,02 9,28

Para a execução da camada de forma, é necessário uma equipa constituída

por um pedreiro e servente para ambas as soluções: a solução (F2) com argila expan-

dida, descarregada a seco, com camada separadora em manta geotêxtil em polipropi-

leno e consolidada na superfície com argamassa de betonilha tradicional, é ligeiramen-

te mais onerosa do que a de betão aligeirado com adição de partículas de poliestireno

expandido moldado (F1), devido ao faseamento ligeiramente mais moroso da sua exe-

cução (Quadro 20).

Quadro 20 - Custos de aplicação da camada de forma (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Solução Material Espessura

(m)

Custos de aplicação

(€/m2)

Camada de

forma

F1 Betão aligeirado c/ EPS 0,1 7,29

F2 Argila expandida 0,05

9,56 F2 Geotêxtil de polipropileno

-

F2 Betonilha de argamassa

tradicional 0,05

O custo dos trabalhos de aplicação dos isolantes térmicos considerados são

praticamente iguais, variando ligeiramente consoante o peso e espessura das placas,

52

reflectindo o suave acréscimo da dificuldade do montador em efectuar o manuseamen-

to e corte das placas (Quadro 21).

Quadro 21 - Lista dos custos de aplicação de isolamento térmico (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Solução Material Espessura

(m)

Custos de aplicação

(€/m2)

Isolamento térmico

I1 EPS 0,06 0,99

I2 0,08 1,02

I3 MW 0,06 1,05

I4 0,08 1,1

I5 ICB 0,06 1,26

I6 0,08 1,42

I7 XPS 0,06 0,99

I8 0,08 1,02

I9 PUR 0,06 1,01

I10 0,08 1,04

I11 EPSM 0,06 0,99

I12 0,08 1,02

Barreira pára-vapor I1, I2, I3, I4, I5, I6 Emulsão betuminosa - 1,22

No Quadro 22, são apresentados os custos de aplicação dos sistemas de im-

permeabilização considerados nas coberturas planas. Todos os sistemas têm por base

a aplicação de um primário (emulsão betuminosa), que pode ser feito à trincha, rolo ou

escova. Os custos de mão-de-obra são referentes a um espalhador de betuminoso por

metro quadrado.

A aplicação das membranas de betume modificado é realizada em duas cama-

das (com as sobreposições da segunda a coincidir com o meio da tela da primeira

camada), em que se desenrola os rolos paralelamente entre si e se cola as sobreposi-

ções, que devem ter pelo menos 10 cm. Esta colagem é realizada a fogo de maçarico.

As membranas de betume elastómero são aplicadas em sistema bicapa, ou se-

ja, aplica-se uma primeira camada com sobreposições entre telas de, no mínimo, 8 cm

e, de seguida uma segunda camada com as sobreposições destas a coincidir com o

meio da tela da primeira camada. O funcionamento global da membrana faz-se em

sistema flutuante com fixação mecânica na periferia, sendo as sobreposições atrás

mencionadas coladas a fogo de maçarico e depois pressionadas com rolo próprio ou,

dado que em resultado do fogo do maçarico o betume liquidifica, este pode ser espa-

lhado com colher de pedreiro, aumentado a resistência da ligação entre telas.

53

Os custos de mão-de-obra da membrana de TPO consideram a aplicação dos

rolos da tela soltos sobre a cobertura e a sua fixação mecânica, e uma sobreposição

de cerca de 15 cm.

A membrana em PVC é aplicada em sistema flutuante monocamada em que as

sobreposições são soldadas a ar quente e a fixação na periferia é feita mecanicamente.

Os custos de aplicação das membranas EPDM incluem um sistema de fitas au-

to-adesivas que são colocadas sobre o substrato e que são fixadas mecanicamente ao

piso da cobertura através de parafusos, considerando-se uma sobreposição de 100

mm entre telas.

A aplicação das membranas líquidas de base acrílica e borracha butílica pode

ser realizada à trincha ou com rolo de lã e devem ser feitas em duas camadas cruza-

das.

Quadro 22 - Custo de aplicação dos sistemas de impermeabilização (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Solução Material

Custos de

aplicação

(€/m2)

Impermeabilização

S2 e S4 (invertidas) Emulsão betuminosa 1,22

S1/S2 Membrana de betume APP com e sem

protecção

1,50 (1)

/ 2,44

S3/S4 Membrana de betume elastómero SBS

com e sem protecção

1,50 (1)

/ 2,44

S5/S6 Membrana TPO 8,50

S7/S8 Membrana de PVC com armadura de

poliéster ou de fibra de vidro

2,22

S9 Membrana EPDM 10,00

S10/S11 Membrana líquida de base acrílica ou

borracha butílica

2,67

(1) - Aplicação da camada superior.

Os custos de aplicação da protecção exterior apresentam uma grande varia-

ção, reflectindo a grande diversidade de soluções consideradas (Quadro 23). As pro-

tecções climáticas, em camada de areia rolada de rio (P1) e seixo rolado de 16 a 32

mm de diâmetro (P2), são as menos onerosas. Os custos de aplicação considerados

são relativos ao trabalho de espalhamento executado por um servente.

Os custos de mão-de-obra relativos ao assentamento do ladrilho de grés com

54

cimento cola, incluindo a regularização com argamassa e betumagem das juntas, são

relativos a uma equipa constituída por um ladrilhador e um servente.

A aplicação das lajetas pré-fabricadas em betão armado e das lajetas térmicas

é executada por uma equipa composta por um servente e um ajudante.

Para a execução da protecção pesada a aplicar nas soluções de coberturas

planas acessíveis a veículos, é necessário contabilizar os custos de uma equipa cons-

tituída por pedreiros, serventes, carpinteiros de toscos e armadores de ferro, e de to-

dos os materiais e equipamentos associados à execução da tarefa, de forma idêntica à

descrita para a estrutura resistente.

Quadro 23 - Custos de aplicação da protecção exterior (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Solução Material Espessura

(m)

Custos de aplicação

(€/m2)

Protecção

exterior

P1 Camada de areia rolada de rio 0,10 2,80

P2 Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro 0,05 2,00

0,10 4,00

P3 Argamassa de regularização 0,10 10,40

P3 Cimento cola -

P3 Tijoleira (Ladrilho de grés) 0,0097

P4 Lajetas pré-fabricadas de betão 0,03 6,00

P5 Lajetas térmicas (XPS+ betonilha) 0,06+0,035 6,89

P6 0,08+0,035

P7 Betão armado 0,15 13,97

4.2.4 Custos de manutenção

Relativamente à manutenção das coberturas planas, são apenas contabiliza-

dos os custos referentes às intervenções profundas que correspondem à substituição

dos elementos no final da sua vida útil.

Como referido no capítulo 3, não são considerados os custos referentes à limpe-

za, devido ao facto de esta acção ser equivalente para todas as coberturas, não favore-

cendo nem prejudicando a escolha de nenhuma solução. Os custos referentes às inter-

venções ligeiras não são contemplados devido à imprevisibilidade da sua necessidade.

Os custos de manutenção relativos à substituição dos elementos são variáveis

e têm que ser analisados caso a caso, podendo ter implicações apenas com o sistema

de impermeabilização, ou com os restantes elementos que sejam necessários remover

ou substituir para aceder à camada de impermeabilização.

55

De forma a tornar mais perceptível os custos gerados pelas acções de manu-

tenção, são numa primeira fase apresentados por elementos e, posteriormente, são

combinados de acordo com a constituição das soluções de coberturas planas a anali-

sar. Para se proceder à comparação de alternativas, utiliza-se o conceito do VAL para

que todas as soluções sejam comparadas no ano 0, conforme explicação detalhada do

subcapítulo 2.3.3, considerou-se uma taxa de actualização de 2% e desprezou-se o

efeito da inflação, com base na média da taxa de rendibilidade das obrigações do te-

souro a 10 anos a taxa fixa dos primeiros sete meses de 2015 do Banco de Portugal.

No Quadro 24, são apresentados os custos de manutenção relativos à substi-

tuição dos sistemas de impermeabilização alvo de estudo desta dissertação. Para tal,

é necessário definir os custos associados a cada operação de substituição, incluindo a

remoção e aplicação de um novo sistema igual ao existente (material, transporte e

aplicação). É também definido o número de operações de substituição necessário ao

longo do período de estudo em análise, que é de 50 anos.

A vida útil dos sistemas de impermeabilização condiciona as acções de manu-

tenção necessárias aos diferentes tipos de coberturas planas, excepto quando a pro-

tecção exterior seja em tijoleira cerâmica ou betão armado, pois considera-se pouco

razoável a substituição destes elementos sempre que o sistema de impermeabilização

atingir o limite de vida útil. Nas situações revestidas a tijoleira, considera-se que a

substituição da protecção exterior e da impermeabilização se realiza ao fim de 30

anos, excepto se a impermeabilização possuir uma vida útil superior a este período.

Para os sistemas com protecção exterior em betão armado considera-se que no perí-

odo de 50 anos não será necessário qualquer acção de substituição.

Para os sistemas de coberturas planas do tipo invertida, em que o isolamento

térmico se encontra sobre a impermeabilização, é necessário incluir, nos custos das

acções de manutenção, a remoção cuidadosa do isolamento térmico e camada sepa-

radora, respectivo acondicionamento para posterior reaplicação, de forma a possibilitar

a substituição da membrana impermeabilizante (Quadro 25). O número de operações

de manutenção do isolamento térmico, ao longo do período de estudo, é função da

vida útil da membrana de impermeabilização incorporada no sistema.

Para além dos custos com o isolamento térmico, é necessário contabilizar os

custos associados à remoção / substituição da protecção exterior dos diferentes sis-

temas de coberturas planas, de forma a possibilitar o acesso à camada de impermea-

bilização existente (Quadro 26).

56

Quadro 24 - Custos de manutenção relativos aos sistemas de impermeabilização durante a vida útil do edifício (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Sistema de imper-

meabilização

Vida útil Descrição da operação Custo de Remo-

ção

(€/m2)

Custo de material,

transporte e apli-

cação

(€/m2)

Custo da

operação

(€/m2)

N.º de

operações

(50 anos)

Total operações

(€/m2)

M1 Membrana APP com

autoprotecção 15 anos

(1)

Aplicação de camada superior de

membrana APP (aos 15 e 45 anos) - 5,70+1,50 7,20 2 14,40

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana APP (aos 30 anos) 2,0 9,04+2,44 13,48 1 13,48

M2 Membrana SBS com

autoprotecção 15 anos

(1)

Aplicação de camada superior de

membrana SBS (aos 15 e 45 anos) - 6,96+1,50 8,46 2 16,92

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana SBS (aos 30 anos) 2,0 10,73+2,44 15,17 1 15,17

M3 Membrana TPO com

espessura 1,14 mm

20 anos (1)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana TPO

2,0 9,24+8,50 19,74 2 39,48

M4 35 anos (2) 2,0 9,24+8,50 19,74 1 19,74

(1) - Coberturas planas do tipo tradicional sem protecção, ou com autoprotecção ou protecção leve;

(2) - Coberturas planas com protecção pesada ou do tipo invertida.

57

Quadro 24 (continuação) - Custos de manutenção relativos aos sistemas de impermeabilização durante a vida útil do edifício (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Sistema de imper-

meabilização

Vida útil Descrição da operação Custo de Remo-

ção

(€/m2)

Custo de material,

transporte e apli-

cação

(€/m2)

Custo da

operação

(€/m2)

N.º de

operações

(50 anos)

Total operações

(€/m2)

M5 Membrana PVC com

autoprotecção 15 anos

(1)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana PVC 2,0 14,19+2,22 18,41 3 55,23

M6 Membrana EPDM,

espessura 1,14 mm

20 anos (1)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana EPDM

2,0 10,56+10,00 22,56 2 45,12

M7 40 anos (2)

2,0 10,56+10,00 22,56 1 22,56

M8

Membrana líquida à

base de borracha

butílica

10 anos (1)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana em borracha butílica 2,0 5,87+2,67 10.54 5 52,70

M9 Membrana líquida de

base acrílica 15 anos

(1)

Remoção e aplicação de nova cama-

da geotêxtil e membrana de base

acrílica

2,0 18,00+2,67 22,67 3 68,01

(1) - Coberturas planas do tipo tradicional sem protecção, ou com autoprotecção ou protecção leve;

(2) - Coberturas planas com protecção pesada ou do tipo invertida.

58

Quadro 24 (continuação) - Custos de manutenção relativos aos sistemas de impermeabilização durante a vida útil do edifício (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Sistema de imper-

meabilização

Vida útil Descrição da operação Custo de Remo-

ção

(€/m2)

Custo de material,

transporte e apli-

cação

(€/m2)

Custo da

operação

(€/m2)

N.º de

operações

(50 anos)

Total operações

(€/m2)

M10 Membrana APP sem

autoprotecção 15 anos

(1)

Aplicação de camada superior de

membrana APP (aos 15 e 45 anos) - 4,07+1,50 5,57 2 11,14

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana APP (aos 30 anos) 2,0 7,42+2,44 11,86 1 11,86

M11 Membrana APP sem

autoprotecção 25 anos

(2)

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana APP 2,0 7,42+2,44 11,86 1 11,86

M12 Membrana SBS sem

autoprotecção 15 anos

(1)

Aplicação de camada superior de

membrana SBS (aos 15 e 45 anos) - 4,90+1,50 6,40 2 12,80

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana SBS (aos 30 anos) 2,0 9,00+2,44 13,44 1 13,44

(1) - Coberturas planas do tipo tradicional sem protecção, ou com autoprotecção ou protecção leve;

(2) - Coberturas planas com protecção pesada ou do tipo invertida.

59

Quadro 24 (continuação) - Custos de manutenção relativos aos sistemas de impermeabilização durante a vida útil do edifício (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Sistema de imper-

meabilização

Vida útil Descrição da operação Custo de Remo-

ção

(€/m2)

Custo de material,

transporte e apli-

cação

(€/m2)

Custo da

operação

(€/m2)

N.º de

operações

(50 anos)

Total operações

(€/m2))

M13 Membrana SBS sem

autoprotecção 25 anos

(2)

Remoção e aplicação de novo siste-

ma de membrana SBS 2,00 9,00+2,44 13,44 1 13,44

M14 Membrana TPO com

espessura 1,5 mm 35 anos

(2)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana TPO 2,0 11,86+8,50 22,36 1 22,36

M15 Membrana PVC sem

autoprotecção

15 anos (1)

Remoção e aplicação de nova mem-

brana PVC

2,0 13,66+2,22 17,88 3 53,64

M16 30 anos (2)

2,0 13,66+2,22 17,88 1 17,88

M17 Membrana EPDM,

espessura 1,5 mm 40 anos

(2) Remoção e aplicação de nova mem-

brana EPDM 2,0 13,33+10,00 25,33 1 25,33

(1) - Coberturas planas do tipo tradicional sem protecção, ou com autoprotecção ou protecção leve;

(2) - Coberturas planas com protecção pesada ou do tipo invertida.

60

Quadro 25 - Custos de manutenção relativos ao isolamento térmico em coberturas invertidas durante a vida útil

do edifício (CYPE (2015) e Orçamentos (2015))

Tipo Isolamento

térmico

Espessu-

ra (m)

Descrição da operação Custo de

Remoção

(€/m2)

Custos de

aplicação

(€/m2)

Total

(€/m2)

M13 XPS

0,06

Remoção para acondiciona-

mento e posterior reaplicação

do isolamento térmico e cama-

da separadora em geotêxtil

0,66 0,99+0,86 2,51

M14 0,08 0,66 1,02+0,86 2,54

M15 PUR

0,06 0,66 1,01+0,86 2,53

M16 0,08 0,66 1,04+0,86 2,56

M17 EPSM

0,06 0,66 0,99+0,86 2,51

M18 0,08 0,66 1,02+0,86 2,54

Quadro 26 - Custos de manutenção relativos à protecção exterior durante a vida útil do edifício CYPE (2015)

Tipo Protecção exterior Descrição da opera-

ção

Custo de

Remoção

(€/m2)

Custos de

material e

aplicação

(€/m2)

Total

(€/m2)

M19 Camada de areia rolada de rio

Remoção para acondi-

cionamento e posterior

reaplicação

2,00 2,80 4,80

M20 Seixo rolado de 16 a 32 mm de

diâmetro 2,00 4,00 6,00

M21 Lajetas pré-fabricadas de betão 4,5 6,00 10,50

M22 Lajetas térmicas 4,5 6,89 11,39

M23 Argamassa de regularização e

revestimento em ladrilho de grés

Remoção e aplicação de

novo revestimento 8,31 22,56+10,40 41,27

Para as protecções exteriores em camada de areia rolada de rio, seixo rolado

de 16 a 32 mm de diâmetro, lajetas pré-fabricadas de betão armado e lajetas térmicas,

considerou-se os custos associadas às acções de remoção, acondicionamento e re-

posição, de forma a possibilitar o acesso à camada de impermeabilização.

Para as soluções de coberturas planas com pavimento em grés, é necessário

considerar os custos de demolição do pavimento, a picagem do material de assenta-

mento e de regularização em argamassa de cimento com 10 cm, através de meios

61

manuais e carga de entulho para camião ou contentor, e a aplicação de um novo pa-

vimento de grés, incluindo todos os custos associados (material, transporte e aplica-

ção). Aquando da substituição do pavimento cerâmico, é também efectuada a substi-

tuição do sistema de impermeabilização.

4.2.5 Custos de processamento de fim de vida

O fim de vida é provavelmente a fase mais complexa, dada a grande incerteza

do tipo de processos que irão ocorrer num futuro tão distante (Peuportier et al., 2011).

A demolição das coberturas planas, ou dos elementos que a constituem, ocorre

quando estas já não possuem as condições de desempenho que assegurem os níveis

de funcionalidade satisfatórios. A última fase do ciclo de vida das coberturas planas

pode incluir a demolição (indiferenciada ou selectiva) e o processamento e reciclagem

dos resíduos resultantes. A demolição selectiva é mais morosa e complexa do que a

demolição indiferenciada e, consequentemente, mais onerosa. No entanto, o custo

global de demolição também é condicionado por outros factores, nomeadamente os

encargos com a remoção, transporte, e deposição dos resíduos de demolição, e pelos

benefícios obtidos com a sua valorização (adaptado de Real, 2010).

Como o período de estudo nesta dissertação foi definido como aproximada-

mente o mesmo para o qual é projectado um edifício (50 anos), é considerado o pro-

cessamento de fim de vida dos materiais quando ocorrem as acções de manutenção

anteriormente definidas (4.2.4), assim como para a totalidade do sistema no ano 50. A

apresentação dos custos de processamento de fim de vida está separada por etapas:

remoção, transporte, e deposição dos resíduos de demolição. Nesta dissertação, con-

siderou-se que a demolição das coberturas planas é efectuada de modo selectivo. No

Quadro 27, são apresentados os custos referentes à remoção dos diferentes materiais

presentes nas soluções de coberturas planas analisadas. Todos os custos são refe-

rentes à demolição através de meios manuais, incluindo o uso de equipamentos auxi-

liares (escopro, martelo, compressor com martelo pneumático, oxicorte, etc.) e carga

manual de entulho para camião ou contentor.

Após efectuar a remoção dos diferentes materiais constituintes das coberturas

planas, é necessário efectuar o transporte dos respectivos resíduos resultantes da

demolição a um aterro específico ou operador licenciado de gestão de resíduos.

Como o edifício alvo de estudo desta dissertação se encontra localizado em

Paço de Arcos, concelho de Oeiras, considerou-se que a distância a um aterro ou ope-

rador licenciado de gestão de resíduos situa-se a uma distância máxima de 30 km. O

62

transporte dos diferentes materiais será efectuado em camião de carga máxima de 10

toneladas, excepto o transporte de resíduos perigosos que será efectuado através de

camião mas com recurso a contentores de 1,0 m3. Será ainda necessário contabilizar

as taxas referentes à entrega dos resíduos em aterros específicos ou operadores li-

cenciados de gestão de resíduos, cujos custos serão condicionados pelo tipo de resí-

duo, conforme definido no Quadro 28.

Quadro 27 - Custos de remoção dos diferentes materiais constituintes das coberturas planas (CYPE (2015) e Or-

çamentos (2015))

Tipo Elemento Material Espessura

(m)

Custo de

remoção

(€/m2)

R1 Acabamento inferior da estru-

tura de suporte

Estuque para tectos 0,02 10,96

R2 Estrutura de Suporte Betão armado 0,15 40,77

R3

Camada de forma

Betão aligeirado com EPS 0,10 4,95

R4 Argila expandida 0,05 2,0

R5 Geotêxtil de polipropileno - 0,66

R6 Betonilha de argamassa tradicional 0,05 3,40

R7 Sistema de impermeabilização Todos os sistemas - 2,00

R8 Barreira pára-vapor / primário Emulsão betuminosa - 0,66

R9 Isolamento térmico Todos os sistemas 0,06/0,08 0,66

R10

Protecção exterior

Camada de areia rolada de rio 0,05 1,00

0,10 2,00

R11 Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâ-

metro

0,05/0,10 2,00

R12 Lajetas pré-fabricadas de betão 0,03 4,50

R13 Lajetas térmicas 0,06/0,08 +

0,035

4,50

R14 Argamassa de regularização e reves-

timento em ladrilho de grés 0,1097 8,31

R15 Laje de betão 0,15 40,77

63

Quadro 28 - Custo de transporte e taxa por entrega dos resíduos de demolição para aterro ou operador licenciado

de gestão de resíduos (CYPE; 2015)

Tipo Tipo de resíduo Distância

considerada

(km)

Custo de

transporte

(€/m3)

Custo de taxas

por entrega

(€/m3)

T1 Terras, solos e areia 30 5,44 2,11

T2 Inertes de betões, argamassas e pré-fabricados 30 8,63 7,29

T3 Inertes de materiais cerâmicos 30 7,49 7,29

T4 Inertes de materiais plásticos 30 4,89 7,29

T5 Mistura de resíduos inertes sem classificação 30 4,56 7,29

T6 Resíduos perigosos 30 137,27 157,59

No Quadro 29, são apresentados os custos de transporte e respectivas taxas

de entrega de resíduos em aterros ou operadores licenciados por unidade de m2, apli-

cado aos diferentes materiais presentes nas soluções de coberturas analisadas.

No processamento de fim de vida, além dos custos referentes à remoção dos

diferentes materiais, é fundamental contabilizar os custos de transporte e de taxas de

entrega dos resíduos de demolição em aterros ou operadores licenciados. Para além

da distância, estes valores são dependentes do tipo de resíduo produzido, sendo o

processamento dos elementos perigosos bastante mais oneroso do que o dos restan-

tes (Quadro 29). Dos diferentes materiais analisados, foram considerados perigosos

os elementos betuminosos (emulsões betuminosas, membranas de betume polímero

APP e de betume elastómero SBS) e os elementos que estejam em contacto directo

com estes. Os custos referentes ao transporte e taxas de entrega dos sistemas de

impermeabilização e camadas separadoras e pára-vapor estão diluídos nos valores

relativos ao isolamento térmico.

Nesta análise de custos de processamento de fim de vida, não são considera-

dos os benefícios financeiros obtidos com a valorização dos materiais que, após com-

pletarem todo o ciclo de vida do edifício (50 anos), possam ser reutilizados, por se

considerar que o proveito proveniente desta acção não beneficia nem prejudica signifi-

cativamente nenhuma das soluções alvo deste estudo.

Todos os custos calculados nesta fase do ciclo de vida são actualizados para o

ano 0, de forma a possibilitar a comparação entre as diferentes soluções.

64

Quadro 29 - Custo de transporte e de taxa de entrega dos resíduos de demolição para aterro ou operador licenci-

ado de gestão de resíduos, provenientes dos materiais existentes nas coberturas planas (CYPE; 2015)

Material Espessura Tipo de

resíduo

Contaminado Custo de

transporte

(€/m2)

Custo de taxas

por entrega

(€/m2)

Estuque para tectos 0,02 T5 Não 0,09 0,15

Betão armado 0,15 T2 Não 1,29 1,09

Betão aligeirada com EPS

0,10 T2 Não (1)

0,86 0,73

0,10 T6 Sim (2)

13,73 15,76

Argila expandida 0,05 T5 Não 0,23 0,36

Betonilha de argamassa tradicio-

nal

0,05 T2 Não (1)

0,43 0,36

0,05 T6 Sim (2)

6,86 7,88

Isolamento térmico

0,06 T5 Não (3)

0,27 0,44

0,06 T5 Sim (4)

8,24 9,46

0,08 T5 Não (3)

0,36 0,58

0,08 T5 Sim (4)

10,98 12,61

Camada de areia rolada de rio 0,10 T1 Não 0,45 0.21

Seixo rolado de 16 a 32 mm de

diâmetro

0,05 T1 Não 0.22 0.11

0,10 T1 Não 0.45 0.21

Lajetas pré-fabricadas 0,03 T2 Não 0,26 0,22

Lajetas térmicas 0,035 T2 Não 0,30 0,26

Argamassa de regularização e

revestimento em ladrilho de grés 0,1097 T5 Não 0,50 0,80

(1) - Sem aplicação de emulsão betuminosa;

(2) - Com aplicação de emulsão betuminosa;

(3) - Coberturas invertidas, sem membranas APP ou SBS e sem emulsão betuminosa;

(4) - Coberturas tradicionais ou invertidas com membranas APP ou SBS.

65

4.3 Comparação e selecção das soluções

Através da combinação dos diferentes materiais seleccionados, obtém-se as

soluções definidas no Anexo A, num total de 472, representativas do universo de co-

berturas planas alvo do estudo desta dissertação.

Após a identificação dos custos unitários ao longo do ciclo de vida (aquisição

do material, transporte, instalação em obra, manutenção e processamento de fim de

vida) dos materiais constituintes das soluções de coberturas planas, foi efectuada a

soma dos custos do ciclo de vida de cada uma das 472 soluções de coberturas pla-

nas, para um período de estudo de 50 anos. Destacam-se as soluções economica-

mente mais vantajosas, ou seja, aquelas que apresentem o mais baixo custo do ciclo

de vida e as mais onerosas.

Devido ao grande número de soluções analisadas, os resultados são apresen-

tados de forma separada de acordo com a tipologia da cobertura quanto à sua acessi-

bilidade (acesso limitado, acessível a pessoas e acessível a veículos).

A ACCV proposta só está finalizada após contabilizados os custos energéticos

referentes à fase de utilização das diferentes soluções de coberturas planas, pelo que

só após a obtenção desses valores é comparada a totalidade das soluções.

4.3.1 Coberturas de acesso limitado

Do ponto de vista económico, considerando apenas a aquisição do material,

transporte e instalação (Quadro 30), das 204 soluções de coberturas planas de acesso

limitado analisadas, do tipo tradicional e invertida, a economicamente mais vantajosa é a

C1, correspondente a uma solução do tipo tradicional, constituída por uma camada de

forma em betão aligeirado com granulado de EPS, isolamento térmico em poliestireno

expandido moldado (EPS) com 6 cm de espessura, e membrana de betume polímero do

tipo APP, com autoprotecção mineral. A solução mais onerosa é a C204, do tipo inverti-

da, composta por uma camada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha

tradicional, impermeabilização com membrana elastomérica EPDM, isolamento térmico

em poliuretano com 8 cm de espessura e protecção exterior em seixo rolado.

Conforme representado no Quadro 30, referente aos custos necessários à exe-

cução de coberturas planas de acesso limitado, observa-se que a maior contribuição

para o custo total são os custos de aquisição dos materiais (60 a 63%), seguidos dos

da instalação em obra (37 a 40%), sendo a contribuição dos custos de transporte (0 a

1%) praticamente inexpressiva para o valor final.

66

Quadro 30 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado mais e menos onerosas, considerando as fases de

aquisição, transporte e instalação em obra

Posição Solução Aquisição do material

(€/m2)

Transporte

(€/m2)

Instalação em obra

(€/m2)

Custo total

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C1 53,67 0 35,19 88,86

2º C19 54,80 0 35,22 90,02

3º C4 55,35 0 35,30 90,54

Soluções mais onerosas

202º C141 81,91 0,85 50,31 133,07

203º C202 84,19 0,85 48,93 133,97

204º C204 85,51 0,85 50,43 136,79

Relativamente ao custo das três soluções economicamente mais vantajosas,

observa-se que são do tipo tradicional e possuem todas na sua constituição uma ca-

mada de forma em betão aligeirado com granulado de EPS e isolamento térmico em

poliestireno expandido moldado (EPS) com 6 cm de espessura. As soluções mais one-

rosas, possuem em comum a camada de forma em argila expandida e argamassa de

betonilha tradicional e protecção exterior em seixo rolado.

Após adicionar as fases de manutenção e processamento de fim de vida à ava-

liação dos custos de ciclo de vida, actualizados ao ano 0, os resultados referentes às

soluções economicamente mais vantajosas e onerosas sofreram algumas alterações.

No Quadro 31, verifica-se que a solução economicamente mais vantajosa continua a

ser a C1, correspondente a uma solução do tipo tradicional, constituída por uma camada

de forma em betão aligeirado com granulado de EPS, isolamento térmico em poliestire-

no expandido moldado (EPS) com 6 cm de espessura, e membrana de betume polímero

do tipo APP, com autoprotecção mineral. A solução mais onerosa passou a ser a C138,

do tipo tradicional, constituída por uma camada de forma em argila expandida e arga-

massa de betonilha tradicional, isolamento térmico em aglomerado de cortiça expandi-

da com 8 cm de espessura, impermeabilização em membrana termoplástica de PVC e

protecção exterior em seixo rolado.

67

Quadro 31 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado mais e menos onerosas, considerando as fases de

aquisição, transporte, aplicação, manutenção e processamento de fim de vida

Posição Solução Aqui. +Transp.+Instal.

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento de

fim de vida (€/m2)

VAL (€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C1 88,86 15,75 40,55 145,16

2º C2 90,54 15,75 40,55 146,84

3º C153 106,42 15,59 25,36 147,37

Soluções mais onerosas

202º C141 133,07 32,15 39,16 204,38

203º C144 119,58 47,47 39,16 206,21

204º C138 128,39 40,72 39,16 208,27

Conclui-se que, sem contabilizar os custos energéticos, a maior contribuição

para o custo total ao longo dos 50 anos é referente aos custos de aquisição, transporte

e instalação em obra (58 a 72%), os custos de manutenção representam entre 11 e

23%, e os custos de processamento de fim de via ocupam a restante parcela (19 a

28%).

Constata-se que as três soluções menos onerosas, apenas possuem em co-

mum na sua constituição a camada de forma em betão aligeirado com granulado de

EPS. As soluções mais onerosas, são do tipo tradicional e possuem em comum a ca-

mada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, isolamento

térmico em aglomerado de cortiça expandida com 8 cm de espessura e protecção ex-

terior em seixo rolado.

4.3.2 Coberturas acessíveis a pessoas

Relativamente às 172 soluções de coberturas planas analisadas, do tipo tradici-

onal e invertida, acessível a pessoas, a economicamente mais vantajosa (Quadro 32) é

a C205. Esta corresponde a uma solução do tipo tradicional, constituída por uma cama-

da de forma em betão aligeirado com granulado de EPS, isolamento térmico em poliesti-

reno expandido moldado (EPS) com 6 cm de espessura e membrana líquida à base

acrílica. A solução mais onerosa é a C367, do tipo invertida, composta por uma camada

de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, membrana termo-

68

plástica TPO, isolamento térmico em poliuretano com 8 cm de espessura e protecção

exterior em tijoleira cerâmica.

Conforme representado no Quadro 32, observa-se que a maior contribuição pa-

ra o custo total é relativa aos custos de aquisição de materiais (63 a 68%), seguidos

da instalação em obra (31 a 36%); já os custos de transporte (0 a 0,2%) são pratica-

mente inexpressivos no valor final.

Quadro 32 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas mais e menos onerosas, considerando as fases de

aquisição, transporte e instalação em obra

Posição Solução Aquisição do material

(€/m2)

Transporte

(€/m2)

Instalação em obra

(€/m2)

Custo total

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C205 63,32 0 36,28 99,60

2º C220 64,45 0 36,31 100,76

3º C206 64,94 0 36,34 101,28

Soluções mais onerosas

170º C368 106,64 0,35 49,05 156,04

171º C285 101,24 0,35 55,21 156,80

172º C367 104,84 0,35 55,33 160,52

Constata-se que as três soluções, acessíveis a pessoas, mais económicas, são

do tipo tradicional e possuem todas na sua constituição uma camada de forma em

betão aligeirado com granulado de EPS e um sistema de impermeabilização de mem-

brana líquida à base acrílica. As soluções mais onerosas possuem em comum a ca-

mada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional e protecção

exterior em tijoleira cerâmica.

No Quadro 33, adicionou-se as fases de manutenção e processamento de fim

de vida referentes às soluções de coberturas planas acessíveis a pessoas, alterando

completamente os resultados. A solução economicamente mais vantajosa passou a

ser a C340, correspondente a uma solução do tipo invertida, constituída por uma ca-

mada de forma em betão aligeirado com granulado de EPS, impermeabilização com

membrana termoplástica PVC e protecção exterior em lajetas térmicas com isolamento

térmico em poliestireno expandido extrudido (XPS) com 6 cm. A solução mais onero-

sa, passou a ser a C285, do tipo tradicional, composta por uma camada de forma em

argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, isolamento térmico em aglome-

69

rado de cortiça expandida com 8 cm de espessura, sistema de impermeabilização

termoplástica TPO e protecção exterior em tijoleira cerâmica.

Quadro 33 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transporte,

aplicação, manutenção e processamento de fim de vida

Posição Solução Aqui. +Transp.+Instal.

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento de

fim de vida (€/m2)

VAL (€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C340 111,53 16,69 26,27 154,49

2º C344 112,53 16,69 26,36 155,58

3º C339 116,01 16,43 26,27 158,71

Soluções mais onerosas

170º C366 152,59 32,64 42,00 227,23

171º C288 152,32 33,68 41,74 227,74

172º C285 156,80 31,82 41,74 230,36

Constata-se que, sem contabilizar os custos energéticos, a maior contribuição

ao longo dos 50 anos para o custo total é relativa aos custos de aquisição, transporte

e instalação em obra (67 a 73%); já os custos de manutenção representam entre 10 a

15%, enquanto os custos de processamento de fim de vida ocupam a restante parcela

(17 a 18%).

Verifica-se que as três soluções menos onerosas são do tipo invertida e possu-

em na sua constituição uma camada de forma em betão aligeirado com granulado de

EPS e protecção exterior em lajetas térmicas com isolamento térmico em poliestireno

expandido extrudido (XPS). As soluções mais onerosas apresentam em comum a ca-

mada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional e a protec-

ção exterior em tijoleira cerâmica.

4.3.3 Coberturas acessíveis a veículos

Das 96 soluções de coberturas planas analisadas, do tipo tradicional e inverti-

da, acessível a veículos, a mais económica (Quadro 34) é a C377. Esta corresponde a

uma solução do tipo tradicional, constituída por uma camada de forma em betão aligei-

rado com granulado de EPS, isolamento térmico em poliestireno expandido moldado

(EPS) com 6 cm de espessura, membrana de betume polímero APP e protecção exte-

rior em betão armado. A solução mais onerosa é a C471, do tipo invertida, composta

70

por uma camada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional,

sistema de impermeabilização termoplástica TPO, isolamento térmico em poliuretano

com 8 cm e protecção exterior em betão armado.

No Quadro 34, verifica-se que a maior contribuição para o custo total é relativa

aos custos de aquisição dos materiais (62 a 68%), seguido da instalação em obra (31

a 37%), sendo os custos de transporte (0 a 0,3%) praticamente inexpressivos no valor

final.

Quadro 34 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos mais e menos onerosas, considerando as fases de

aquisição, transporte e instalação em obra

Posição Solução Aquisição do material

(€/m2)

Transporte

(€/m2)

Instalação em obra

(€/m2)

Custo total

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C377 87,71 0,25 52,02 139,98

2º C389 88,84 0,25 52,05 141,14

3º C380 89,29 0,25 52,02 141,56

Soluções mais onerosas

94º C472 119,05 0,60 54,62 174,27

95º C421 113,65 0,60 60,78 175,03

96º C471 117,25 0,60 60,90 178,75

Constata-se que as três soluções, acessíveis a veículos, economicamente mais

vantajosas, são do tipo tradicionais e os elementos que possuem em comum na sua

constituição são: a camada de forma em betão aligeirado com granulado de EPS e

isolamento térmico em poliestireno expandido moldado (EPS). As soluções mais one-

rosas são do tipo invertidas e possuem em comum apenas a camada de forma em

argila expandida e argamassa de betonilha tradicional.

No Quadro 35, acrescentou-se a fase de processamento de fim de vida refe-

rente às soluções de coberturas planas acessíveis a veículos, alterando-se as solu-

ções economicamente mais vantajosas assim como as mais onerosas. A solução eco-

nomicamente mais vantajosa passa a ser a C432, correspondente a uma solução do

tipo invertida constituída por uma camada de forma em betão aligeirado com granula-

do de EPS, membrana em PVC, isolamento térmico em placas melhoradas de poliesti-

reno expandido moldado (EPSM) e protecção exterior em betão armado. A solução

mais onerosa é a C421, do tipo tradicional constituída por uma camada de forma em

argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, isolamento térmico em aglome-

71

rado de cortiça expandida (ICB) com 8 cm de espessura, impermeabilização termo-

plástica TPO e protecção exterior em betão armado.

Quadro 35 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos, considerando as fases de aquisição, transporte,

aplicação, manutenção e processamento de fim de vida

Posição Solução Aqui. +Transp.+Instal. (€/m2) Processamento de fim de vida

(€/m2)

VAL (€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C432 148,58 40,40 188,98

2º C428 149,88 40,40 190,28

3º C444 150,64 40,49 191,13

Soluções mais onerosas

94º C424 170,55 54,20 224,75

95º C470 170,82 54,46 225,28

96º C421 175,03 54,20 229,23

No Quadro 35, verifica-se que, sem contabilizar os custos energéticos, a maior

contribuição ao longo dos 50 anos para o custo total das coberturas acessíveis a veí-

culos é referente aos de aquisição, transporte e instalação em obra (76 a 79%); já os

custos de processamento de fim de vida representam cerca de 21 a 24% da totalidade

dos encargos.

Constata-se que as três soluções menos onerosas são do tipo invertidas e

possuem todas na sua constituição uma camada de forma em betão aligeirado com

granulado de EPS e sistema de impermeabilização em PVC. As soluções mais onero-

sas apenas apresentam em comum a camada de forma em argila expandida e arga-

massa de betonilha tradicional.

72

73

5. AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO

5.1 Aplicação a um caso de estudo

De modo a completar a ACCV proposta, é efectuado neste capítulo o estudo

das consequências económicas do desempenho energético. Para tal, é necessário

contabilizar os custos da fase de utilização associados ao desempenho energético das

diferentes soluções de cobertura plana.

O desempenho energético foi determinado através da estimativa das necessi-

dades de aquecimento e arrefecimento durante a fase de utilização (50 anos), para um

apartamento situado no último piso de um edifício com cobertura plana.

O edifício, de 8 andares, alvo deste estudo, localiza-se em Paços de Arcos,

concelho de Oeiras, e a fracção autónoma / apartamento situa-se no último piso, cor-

respondendo ao 8º esquerdo. A sua tipologia é T2 e tem uma área útil de 69,55 m2,

sendo composto por dois quartos, uma sala, uma cozinha e duas instalações sanitá-

rias (Figura 10).

Este edifício enquadra-se dentro dos parâmetros de arquitectura adoptados pa-

ra a generalidade das habitações multifamiliares em Portugal, servindo como referên-

cia de um edifício corrente.

Figura 10 - Localização (à esquerda) e alçado (à direita) do edifício caso de estudo (www.bingmaps.com)

5.2 Cálculo dos custos energéticos

Os custos energéticos do edifício encontram-se altamente relacionados com as

respectivas necessidades energéticas. As necessidades de climatização do aparta-

mento foram calculadas segundo o Decreto-Lei n.º 118/2013 de 20 de Agosto - Regu-

lamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH). O consumo

energético de uma fracção depende de factores como as características da fachada,

da cobertura, a localização, a altitude, a orientação geográfica e solar, o tipo de venti-

lação, a área de painéis solares, o tipo de equipamento de aquecimento e o de arrefe-

74

cimento ambiente, entre outros. Uma vez que o que se está a avaliar são as caracte-

rísticas da solução a utilizar na cobertura, considerou-se que as restantes variáveis se

mantêm constantes.

Segundo os pontos 1 e 2 do artigo 26º do REH, a caracterização do comporta-

mento térmico do edifício é feita através da quantificação das necessidades nominais

anuais de energia útil para aquecimento (Nic), e das necessidades nominais anuais de

energia útil para arrefecimento (Nvc), ambas expressas em kWh/m2.ano.

O valor final das necessidades energéticas pretendido para o estudo corres-

ponde a: 𝟎, 𝟏 × (𝑵𝒊𝒄

𝜼𝒊+

𝑵𝒗𝒄

𝜼𝒗) (kWh/m2.ano). Com este resultado, calcula-se o custo

energético, por metro quadrado de cobertura no ano n, 𝑪𝒆𝒈𝒏, através da equação (11):

𝑪𝒆𝒈𝒏= 𝟎, 𝟏 × 𝑻 × (

𝑵𝒊𝒄

𝜼𝒊+

𝑵𝒗𝒄

𝜼𝒗) (€/ ano.m2) (11)

Onde:

0,1 - Consumo de referência considerado no RCCTE para edifícios de habita-

ção, indicando que os sistemas de climatização se encontram ligados apenas 10% do

dia para garantir a temperatura de conforto;

𝑻 - custo de 1 kWh de electricidade em Portugal, para edifícios que necessitam

de uma Baixa Tensão Normal, EDP Comercial, Casa, potência contratada entre 3,45

kVA e 6,9 kVA (€/kWh) (0,1555 €/kWh (ERSE; 2015)), os custos fixos da electricidade

não são considerados (taxas e contracto, etc.);

𝜼𝒊 - eficiência nominal do equipamento de aquecimento;

𝜼𝒗 - eficiência nominal do equipamento de arrefecimento.

Para a eficiência nominal do equipamento de climatização (aquecimento e arre-

fecimento), são adoptados os valores de referência do REH; para a estação de aque-

cimento ηi, igual a 1,00; e para a estação de arrefecimento ηv, de 2,00.

Os valores de Nic e Nvc são calculados através do REH, como anteriormente

enunciado, recorrendo-se para isso a uma folha de cálculo em Excel do ITECONS,

versão V2.04, de 17 de Março de 2015, fornecida por um perito qualificado. Para ex-

trair estes valores para cada uma das soluções, foi necessário calcular o respectivo

coeficiente de transmissão térmica - U (W/m2 ºC). Também é através deste parâmetro

que se pode inicialmente identificar um melhor ou pior desempenho energético da so-

lução, de uma forma expedita.

Previamente ao cálculo do U, será necessário obter a resistência térmica Rj,

75

dos diferentes materiais constituintes das soluções de coberturas planas, que será a

razão entre a espessura, d, e a condutibilidade térmica, λ, obtidas através dos valores

declarados pelos fabricantes conforme representado no Quadro 36.

Quadro 36 - Resistência térmica dos diferentes materiais existentes nas soluções de coberturas planas

Tipo Material Condutibilidade

térmica λ (W/m.

⁰C)

Espessura (m)

Resistência térmica Rj (m

2.⁰C/W)

Acabamento inferior Estuque para tectos 0,11 0,02 0,18

Estrutura resistente Laje de betão armado 2 0,15 0,075

Camada de forma

Betão aligeirado c/ EPS 0,13 0,1 0,77

Argila expandida 0,1 0,05 0,5

Betonilha de argamassa

tradicional 1,8 0,05 0,03

Isolamento térmico

EPS 0,036 0,06 1,67

0,08 2,22

MW 0,035 0,06 1,71

0,08 2,29

ICB 0,04 0,06 1,5

0,08 2

XPS 0,035 0,06 1,71

0,036 0,08 2,22

PUR 0,024 0,06 2,5

0,08 3,33

EPS M 0,034 0,06 1,76

0,08 2,35

Protecção exterior

Camada de areia de rio 2,00 0,10 0,05

Seixo rolado 2,00 0,05 0,025

0,10 0,05

Argamassa de regularização 1,80 0,10 0,06

Tijoleira (Ladrilho de grés) 1,30 0,0097 0,007

Lajetas pré-fabricadas de

betão 2,00 0,03 0,015

Lajetas térmicas (XPS +

betonilha) 0,035+1,80 0,06+0,035 1,73

0,035+1,80 0,08+0,035 2,31 Betão armado

2,00 0,15 0,075

A resistência térmica, Rj, de um material corresponde à dificuldade de trans-

missão de calor: quanto mais elevada for o valor, melhor será o seu desempenho tér-

mico. Para o cálculo do U, será necessário somar as resistências térmicas dos diferen-

tes materiais que constituem as 472 soluções de coberturas planas alvo de estudo

nesta dissertação.

76

O cálculo do U das coberturas planas analisadas foi realizado segundo a equa-

ção (12), considerando a resistência térmica, Rj, de cada material constituinte das dife-

rentes soluções de coberturas planas.

𝑼 =𝟏

𝑹𝒔𝒊+∑ 𝑹𝒋+𝑹𝒔𝒆𝑱 (W/(m2.ºC) (12)

Onde:

𝑹𝒋 - resistência térmica de cada material constituinte de cada solução de cober-

tura plana 𝑹𝒋 = (𝒅/𝝀𝒋) (m2ºC/W);

𝑹𝒔𝒊 𝒆 𝑹𝒔𝒆 - resistência térmica da superfície interna e externa com sentido do

fluxo de calor ascendente; os valores são constantes e iguais a 𝑹𝒔𝒊 = 𝟎, 𝟏 e 𝑹𝒔𝒆 =

𝟎, 𝟎𝟒.

Segundo o Quadro 37, após se obter o valor de U, foram calculados os valores

de Nic, Nvc, Cegn e VAL. Refira-se que o edifício foi considerado “novo” e todas as

soluções analisadas resultam num apartamento de classe energética (B-), superior à

classe mínima para licenciamento.

Quadro 37 - Custo energético referente aos diferentes coeficientes de transmissão térmica das coberturas anali-

sadas

U (W/m2.⁰C) Nic (kWh/m

2.ano) Nvc (kWh/m

2.ano) Cegn (€/ano.m

2) VAL (€/m

2)

0,21 40,43 23,31 0,81 25,45

0,22 40,64 23,24 0,81 25,54

0,23 40,85 23,18 0,82 25,62

0,24 41,06 23,11 0,82 25,71

0,25 41,27 23,05 0,82 25,80

0,26 41,48 22,98 0,82 25,88

0,27 41,69 22,92 0,83 25,97

0,28 41,90 22,86 0,83 26,06

0,29 42,12 22,79 0,83 26,15

0,30 42,33 22,73 0,83 26,24

0,31 42,54 22,66 0,84 26,32

0,32 42,75 22,60 0,84 26,41

0,33 42,96 22,54 0,84 26,50

0,34 43,18 22,47 0,85 26,59

0,35 43,39 22,41 0,85 26,68

0,36 43,60 22,35 0,85 26,77

0,37 43,82 22,28 0,85 26,86

0,38 44,03 22,22 0,86 26,94

0,39 44,24 22,16 0,86 27,03

0,40 44,46 22,10 0,86 27,12

0,41 44,67 22,03 0,87 27,21

77

Os valores de U estão num intervalo de 0,21 a 0,41, e a correspondência des-

tes valores com as soluções de coberturas planas analisadas é feita no Anexo A.

Através da leitura do Quadro 37, não são expectáveis grandes alterações no

custo final das soluções, causadas pelos diferentes desempenhos energéticos, pois a

variação dos custos energéticos por unidade de m2, entre a solução com melhor e pior

coeficiente de transmissão térmica é de apenas 1,76 €/m2.

Para se efectuar o cálculo do VAL relativo ao consumo energético durante 50

anos, relativo ao consumo energético, conforme explicação detalhada do subcapítulo

2.3.3, considerou-se uma taxa de actualização de 2% e desprezou-se o efeito da infla-

ção, conforme referido. O valor do VAL dos custos de climatização será adicionado

aos valores obtidos nas restantes fases estudadas.

5.3 Comparação de resultados e selecção de soluções

Após ser calculado o custo referente à contribuição das diferentes coberturas

planas para o desempenho energético do apartamento ao longo da sua fase de utiliza-

ção, actualizado ao ano 0, completa-se todos os dados necessários à ACCV proposta

por esta dissertação (aquisição do material, transporte, instalação em obra, custos

energéticos, manutenção e processamento de fim de vida).

Adicionada esta informação, é efectuada uma nova comparação entre as 472

soluções analisadas, evidenciado o impacte que a componente económica do desem-

penho energético terá nos custos finais e destacando as soluções economicamente

mais vantajosas, ou seja, aquelas que apresentem o mais baixo custo do ciclo de vida,

sendo ainda identificadas as mais onerosas.

Tal como no Capítulo 4, e devido ao grande número de soluções analisadas, os

resultados são apresentados de forma separada de acordo com a tipologia da cobertu-

ra quanto à sua acessibilidade (acesso limitado, acessível a pessoas e acessível a

veículos).

5.3.1 Coberturas de acesso limitado

Nas Figuras 11 a 17, estão representadas as 204 soluções de coberturas planas

de acesso limitado analisadas, do tipo tradicional (Figuras 11 a 15) e invertida (Figuras

16 e 17). Após serem contabilizados os custos referentes ao desempenho energético

das coberturas (Quadro 38), não houve alteração da solução economicamente mais

vantajosa, que se mantém a C1, correspondente a uma solução do tipo tradicional,

constituída por uma camada de forma em betão aligeirado com granulado de EPS, iso-

78

lamento térmico em poliestireno expandido moldado (EPS) com 6 cm de espessura, e

membrana de betume polímero do tipo APP, com autoprotecção mineral. A solução

mais onerosa, também se manteve a C138, do tipo tradicional, constituída por uma

camada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, isolamen-

to térmico em aglomerado de cortiça expandida com 8 cm de espessura, impermeabi-

lização em membrana termoplástica de PVC, e protecção exterior em seixo rolado.

Quadro 38 - Soluções de coberturas planas de acesso limitado, considerando as fases de aquisição, transporte,

aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida

Posição Solução Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

VAL

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C1 88,86 26,68 15,75 40,55 171,84

2º C2 90,54 26,59 15,75 40,55 173,43

3º C153 106,42 26,59 15,59 25,36 173,96

Soluções mais onerosas

202º C141 133,07 26,50 32,15 39,16 230,88

203º C144 119,58 26,50 47,47 39,16 232,71

204º C138 128,39 26,50 40,72 39,16 234,77

No Quadro 38, observa-se que a maior contribuição para o custo final corres-

ponde aos custos de aquisição dos materiais, transporte e instalação em obra (51 a

58%), seguidos do processamento de fim de vida (15 a 24%), ou da manutenção (9 a

20%), verificando-se que os custos energéticos referentes à contribuição das cobertu-

ras para o desempenho energético das fracções representam entre 11 e 15% do VAL.

Constata-se que as três soluções economicamente mais vantajosas apenas possuem

em comum na sua constituição a camada de forma em betão aligeirado com granulado

de EPS. Relativamente às três soluções mais onerosas possuem em comum a cama-

da de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradicional, isolamento

térmico em aglomerado de cortiça expandida e protecção exterior em seixo rolado.

Através da leitura das Figuras 11 a 17 e do Quadro 39, verifica-se que a dife-

rença entre a solução de cobertura plana de acesso limitado mais económica e a mais

onerosa é de 62,93 €/m2 e, em termos de custo médio, as soluções do tipo tradicional

apresentam um valor de 203,77 €/m2 e as invertidas um VAL de 189,62 €/m2.

79

Conclui-se que, em termos gerais, as coberturas planas de acesso limitado do

tipo invertido são a escolha mais económica. Verifica-se que o custo das fases de ma-

nutenção é significativamente mais baixo nas soluções invertidas, devido à superior

vida útil dos sistemas de impermeabilização nestas soluções que reduz o número de

acções de manutenção necessárias. O processamento de fim de vida é mais oneroso

nas soluções tradicionais devido ao duplo uso da emulsão betuminosa (primário e bar-

reira pára-vapor) que acaba por contaminar os restantes elementos que estão em con-

tacto com este material.

Os custos energéticos são praticamente equivalentes entre soluções tradicio-

nais e invertidas, sendo ligeiramente inferiores nas soluções invertidas, devido ao facto

de os isolantes térmicos seleccionados para estas soluções terem em média uma

condutibilidade térmica inferior e, portanto, melhor desempenho térmico.

Quadro 39 - Custo médio de coberturas planas de acesso limitado, considerando as fases de aquisição, transpor-

te, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida

Classificação de

cobertura plana de

acesso limitado

Custo médio

Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

Total

(€/m2)

Tradicional 107,73 26,55 29,54 39,96 203,77

Invertida 116,88 26,22 14,88 31,64 189,62

Figura 11 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas, de acesso limitado (tradicional) (C1-C30)

80

Figura 12 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (tradicional) (C31-C61)

Figura 13 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (tradicional) (C62-C92)

Figura 14 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (tradicional) (C93-C120)

81

Figura 15 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (tradicional) (C121-C144)

Figura 16 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (invertida) (C145-C175)

Figura 17 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas de acesso limitado (invertida) (C176-C204)

82

5.3.2 Coberturas acessíveis a pessoas

As Figuras 18 a 23 representam as 172 soluções de coberturas planas acessí-

veis a pessoas que foram analisadas, do tipo tradicional (Figuras 18 a 21) e invertida

(Figuras 22 e 23). Ao serem contabilizados os custos referentes ao desempenho ener-

gético das coberturas (Quadro 40), não houve alteração da solução economicamente

mais vantajosa, que se mantém a C340, correspondente a uma solução do tipo inverti-

da, constituída por uma camada de forma em betão aligeirado com granulado de EPS,

impermeabilização com membrana termoplástica PVC e protecção exterior em lajetas

térmicas com isolamento térmico em poliestireno expandido extrudido (XPS) com 6

cm. A solução C285 mantêm-se como a solução mais onerosa, do tipo tradicional,

composta por uma camada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha

tradicional, isolamento térmico em aglomerado de cortiça expandida com 8 cm de es-

pessura, sistema de impermeabilização termoplástica TPO e protecção exterior em

tijoleira cerâmica.

Quadro 40 - Soluções de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transporte,

aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida

Posição Solução Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

VAL

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C340 111,53 26,59 16,69 26,27 181,08

2º C344 112,53 26,06 16,69 26,36 181,64

3º C339 116,01 26,59 16,43 26,27 185,30

Soluções mais onerosas

171º C366 152,59 25,62 32,64 42,00 252,85

171º C288 152,32 26,59 33,68 41,74 254,33

172º C285 156,80 26,59 31,82 41,74 256,95

No Quadro 40, observa-se que a maior contribuição para o custo final corres-

ponde aos custos de aquisição dos materiais, transporte e instalação em obra (60 a

63%), seguidos do processamento de fim de vida (14 a 17%), e da manutenção (9 a

13%), com os custos energéticos referentes à contribuição das coberturas para o de-

sempenho energético das fracções a representarem 10 a 15% do VAL. Constata-se

que as três soluções economicamente mais vantajosas são do tipo invertida e possu-

83

em na sua constituição uma camada de forma em betão aligeirado com granulado de

EPS e protecção exterior em lajetas térmicas com isolamento térmico em poliestireno

expandido extrudido (XPS). Relativamente às três soluções mais onerosas, possuem

em comum a camada de forma em argila expandida e argamassa de betonilha tradici-

onal e a protecção exterior em tijoleira cerâmica.

Através da leitura das Figuras 18 a 23 e do Quadro 41, verifica-se que a dife-

rença entre a solução de cobertura plana acessível a pessoas mais económica e a

mais onerosa é de 75,87 €/m2 e que, em termos de custo médio, as soluções do tipo

tradicional apresentam um valor de 222,76 €/m2, e as invertidas um VAL ligeiramente

superior de 225,03 €/m2.

Conclui-se que as coberturas planas acessíveis a pessoas do tipo tradicional

são a escolha mais económica. Constata-se que o custo das fases de aquisição,

transporte, instalação em obra e manutenção é mais baixo neste tipo de soluções. Ao

contrário do que se verificou nas soluções de acessibilidade limitada, nas acessíveis a

pessoas, como quase todas as soluções analisadas possuem protecção pesada, as

vidas úteis das impermeabilizações inseridas nas coberturas tradicionais e invertidas

são iguais, evidenciando-se apenas a diferença do valor do custo de cada acção de

manutenção, que no caso das coberturas tradicionais é inferior devido ao menor nú-

mero de elementos a remover entre o sistema de impermeabilização e o exterior. O

processamento de fim de vida ajuda a equilibrar um pouco a balança a favor das solu-

ções invertidas, já que possuem na sua constituição menos elementos considerados

como perigosos para o ambiente.

Os custos energéticos são praticamente equivalentes entre soluções tradicio-

nais e invertidas, sendo ligeiramente inferior nas soluções invertidas, devido ao facto

dos isolamentos térmicos seleccionados para estas soluções terem em média uma

condutibilidade térmica inferior e portanto melhor desempenho térmico.

Quadro 41 - Custo médio de coberturas planas acessível a pessoas, considerando as fases de aquisição, transpor-

te, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida

Classificação de

cobertura plana

acessível a pessoas

Custo médio

Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Manutenção

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

Total

(€/m2)

Tradicional 128,66 26,56 25,65 41,90 222,76

Invertida 134,45 26,23 29,02 35,32 225,03

84

Figura 18 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (tradicional) (C205-C234)

Figura 19 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (tradicional) (C235-C261)

Figura 20 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (tradicional) (C262-C288)

85

Figura 21 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (tradicional) (C288-C312)

Figura 22 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (invertida) (C312-C344)

Figura 23 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a pessoas (invertida) (C344-C376)

86

5.3.3 Coberturas acessíveis a veículos

As Figuras 24 a 27 representam as 96 soluções de coberturas planas acessíveis

a veículos analisadas, do tipo tradicional (Figuras 24 e 25) e invertida (Figuras 26 e 27).

Após serem contabilizados os custos referentes ao desempenho energético das cober-

turas (Quadro 42), não se verificou qualquer tipo de alteração relativamente à solução

economicamente mais vantajosa ou onerosa, mantendo-se as soluções C432 e C421,

respectivamente, nestes extremos.

Quadro 42 - Soluções de coberturas planas acessível a veículos mais e menos onerosas, considerando as fases de

aquisição, transporte e instalação em obra

Posição Solução Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

VAL

(€/m2)

Soluções menos onerosas

1º C432 149,98 26,50 40,40 215,48

2º C428 151,28 26,50 40,40 216,78

3º C444 150,64 25,97 40,49 217,10

Soluções mais onerosas

94º C470 170,82 25,62 54,46 250,90

95º C424 170,55 26,50 54,20 251,25

96º C421 175,03 26,50 54,20 255,73

No Quadro 42, observa-se que a maior contribuição para o custo final corres-

ponde aos custos de aquisição dos materiais, transporte e instalação em obra (68 a

70%), seguidos do processamento de fim de vida (19 a 21%), com os custos energéti-

cos referentes à contribuição das coberturas para o desempenho energético das frac-

ções a representarem 10 a 12%. As três soluções economicamente mais vantajosas, e

mais onerosas, são as mesmas referidas em 4.3.3.

Através da leitura das Figuras 24 a 27 e do Quadro 43, verifica-se que a dife-

rença entre a solução de cobertura plana acessível a veículos mais económica e a

mais onerosa é de 40,25 €/m2 e, em termos de custo médio, as soluções do tipo tradi-

cional apresentam um valor de 237,49 €/m2, e as invertidas um VAL de 232,80 €/m2.

Conclui-se que as coberturas planas acessíveis a veículos do tipo invertida são

a escolha mais económica. Verifica-se que os custos das fases de aquisição, transpor-

87

te e instalação em obra são ligeiramente mais acessíveis nas soluções tradicionais

mas o processamento de fim é significativamente menos oneroso nas soluções inver-

tidas, já que possuem na sua constituição menos elementos considerados como peri-

gosos para o ambiente.

Os custos energéticos são praticamente equivalentes entre soluções tradicio-

nais e invertidas, sendo ligeiramente inferior nas soluções invertidas, devido ao facto

dos isolamentos térmicos selecionados para estas soluções terem em média uma

condutibilidade térmica inferior e portanto melhor desempenho térmico.

Quadro 43 - Custo médio de coberturas planas acessível a veículos, considerando as fases de aquisição, transpor-

te, aplicação, custos energéticos, manutenção e processamento de fim de vida

Classificação de

cobertura plana

acessível a veículos

Custo médio

Aqui.

+Transp.+Instal.

(€/m2)

Custos

energéticos

(€/m2)

Processamento

de fim de vida

(€/m2)

Total

(€/m2)

Tradicional 155,47 26,50 55,52 237,49

Invertida 158,43 26,17 48,20 232,80

Figura 24 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a veículos (tradicional) (C377-C400)

88

Figura 25 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a veículos (tradicional) (C401-C424)

Figura 26 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a veículos (invertida) (C425-C446)

Figura 27 - Custos do ciclo de vida de coberturas planas acessíveis a veículos (invertida) (C447-C472)

89

6. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE, DISCUSSÃO DE EVIDÊNCIAS E LI-

MITAÇÕES

6.1 Análise de sensibilidade

A análise de sensibilidade aos resultados obtidos é efectuada em relação aos

parâmetros para os quais não se consegue garantir um rigor absoluto e aos quais o

resultado final é mais sensível.

Para tal, faz-se variar o parâmetro de uma percentagem em relação ao valor

estimado inicialmente e compara-se os resultados obtidos. Esta análise de sensibilida-

de deve ser feita a um parâmetro de cada vez de forma a evitar a interacção de influ-

ências e conhecer melhor o efeito individual no resultado final.

Os parâmetros alvo desta análise de sensibilidade são os seguintes:

- taxa de actualização;

- variação das necessidades de energéticas;

- variação dos custos iniciais de construção;

- variação da vida útil das soluções de impermeabilização;

- alteração da zona climática;

- variação da classificação da perigosidade dos resíduos betuminosos.

6.1.1 Taxa de actualização

A taxa de actualização é um parâmetro de grande importância pois é o factor

de conversão de custos futuros em custos actuais, e a sua escolha pode influenciar

significativamente a decisão de investimento. Considerou-se um valor de 2%, constan-

te ao longo de toda a análise mas, para se verificar o efeito deste parâmetro no estudo

das diferentes coberturas, optou-se por calcular os custos de ciclo de vida para taxas

de actualização de 1 e 3%, de forma a testar os efeitos de taxas mais baixas e eleva-

das nos resultados finais. Devido ao grande número de soluções de coberturas planas

estudadas nesta dissertação, decidiu-se mostrar apenas os resultados das soluções

economicamente mais vantajosas e onerosas, que servirão de amostra para se obter

uma percepção dos efeitos desta variação. Os resultados desta análise são separados

através das diferentes tipologias de coberturas planas, acesso limitado, acessível a

pessoas e veículos, conforme o Quadro 44.

90

Quadro 44 - Contribuição da taxa de actualização para a ACCV das coberturas planas

Solução Taxa prevista (2%) Taxa prevista (1%) Taxa prevista (3%)

VAL (€/m2) VAL (€/m

2) Comparação VAL (€/m

2) Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 199,19 +16% 156,40 -9%

C138 234,77 279,08 +19% 205,61 -12%

Acessível a pessoas

C340 181,08 210,13 +16% 161,89 -11%

C285 256,95 303,20 +18% 226,82 -28%

Acessível a veículos

C432 215,48 247,76 +15% 195,09 -9%

C421 255,73 296,80 +16% 230,01 -10%

Através do Quadro 44, verifica-se que a redução da taxa de actualização cor-

responde a um aumento do VAL de todas as soluções e que a subida da taxa de actu-

alização provoca uma diminuição do VAL.

Constatou-se que para uma taxa de 1%, deu-se uma alteração das soluções

economicamente mais vantajosas de acessibilidade limitada e acessível a pessoas,

que passaram a ser a C152 (198,00 €/m2) e a C339 (208,61 €/m2), respectivamente.

Para uma taxa de 3% houve uma alteração das soluções mais onerosas de

acessibilidade limitada e acessível a pessoas que passaram a ser a C141 (219,21

€/m2) e a C366 (232,00 €/m2), respectivamente.

Comprova-se que os valores do VAL são bastante sensíveis a alterações da

taxa de actualização e que os valores obtidos nesta dissertação para uma taxa de 2%,

e respetiva ordenação de soluções, podem sofrer grandes alterações consoante a taxa

aplicada.

Verifica-se que, quanto maior for o contributo das fases de manutenção, con-

sumo energético e processamento de fim de vida para o valor final, maior será a influ-

ência da taxa de actualização. Por este motivo, as soluções acessíveis a veículos são

as menos influenciadas, já que não incluem a fase de manutenção.

Conclui-se que, quanto maior for a taxa de actualização, menor será a influên-

cia dos custos futuros nos custos do ciclo de vida.

91

6.1.2 Variação das necessidades energéticas

A contabilização das necessidades energéticas do edifício é feita na fase de

utilização e, para efectuar este estudo, considerou-se o valor padrão de consumo de

energia de 10% das necessidades de energia para aquecimento e arrefecimento, o

que, por outras palavras, significa que os sistemas de climatização da habitação se

encontram ligados apenas 10% do dia para garantir a temperatura de conforto (RCC-

TE, 2006).

Quando se considera uma maior percentagem das necessidades totais de

energia para aquecimento e arrefecimento, a fase de utilização adquire uma maior

importância e torna-se interessante analisar a diferença entre o VAL de cada solução e

o valor inicial. Estes valores podem corresponder a edifícios de escritório ou comerci-

ais, falando no presente, ou podem simular cenários futuros, nomeadamente o aumen-

to do consumo de energia ou o aumento do custo da electricidade no sector residenci-

al (Quadro 45).

Quadro 45 - Contribuição das necessidades energéticas para a ACCV das coberturas planas

Solução Necessidades

energéticas (10 %)

Necessidades energéticas (20 %) Necessidades energéticas (50 %)

VAL (€/m2) VAL (€/m

2) Comparação VAL (€/m

2) Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 198,51 +16% 278,54 +62%

C138 234,77 261,27 +11% 340,77 +45%

Acessível a pessoas

C340 181,08 207,68 +15% 287,44 +59%

C285 256,95 283,54 +10% 363,31 +41%

Acessível a veículos

C432 215,48 241,99 +12% 321,48 +49%

C421 255,73 282,24 +10% 361,73 +41%

Quando se considera o aumento das necessidades energéticas, a fase de utili-

zação adquire uma maior importância e torna-se interessante analisar a diferença em

relação à situação inicialmente analisada.

Constatou-se que o aumento das necessidades energéticas para 20% e 50%

não provocou qualquer tipo de alteração relativamente às soluções economicamente

mais vantajosa e onerosa das diferentes acessibilidades analisadas.

92

Conclui-se que o aumento das necessidades energéticas terá um impacte

significativo no custo final das soluções, verificando-se que as soluções economica-

mente mais vantajosas de cada tipologia (C1, C340 e C432), por possuírem isolamen-

tos com menor espessura (6 cm), serão mais influenciadas pelo aumento das necessi-

dades energéticas do que as soluções mais onerosas (C138, C285 e C421), que pos-

suem um melhor isolamento térmico (8 cm). Porém, as primeiras continuarão a ser

claramente as economicamente mais vantajosas.

6.1.3 Variação dos custos iniciais de construção

Para verificar o efeito dos custos de construção no estudo, opta-se por fazer o

cálculo dos custos do ciclo de vida das soluções para um aumento de 10% dos custos

de construção (aquisição de material, transporte e aplicação), bem como para uma

diminuição de 10%. Para esta análise, são apresentados apenas os resultados das

soluções economicamente mais vantajosas e onerosas de cada tipologia de cobertura

analisada, conforme o Quadro 46.

Os custos de construção representam uma fatia significativa de todos os custos

no ciclo de vida, razão pela qual se considera importante uma análise de sensibilidade

a este parâmetro e à sua influência no VAL.

Quadro 46 - Contribuição dos custos iniciais de construção para a ACCV das coberturas planas

Solução Custos de referência Custos de construção ( - 10%) Custos de construção ( + 10%)

VAL (€/m2) VAL (€/m

2) Comparação VAL (€/m

2) Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 162,94 - 5% 180,72 + 5%

C138 234,77 221,93 - 5% 247,61 + 5%

Acessível a pessoas

C340 181,08 169,93 - 6% 192,24 + 6%

C285 256,95 241,27 - 6% 272,63 + 6%

Acessível a veículos

C432 215,48 200,63 - 7 % 230,35 + 7%

C421 255,73 238,23 - 7 % 273,24 + 7%

Apesar dos custos de construção serem uma componente importante do custo

final, uma variação de ±10% não leva, no entanto, a variações significativas do VAL

(as variações no VAL são inferiores à variação no custo de construção). Isto deve-se

93

ao facto de estes custos iniciais poderem ser compensados pelos custos de manuten-

ção, energéticos e de processamento de fim de vida, pelo que se pode tolerar um ligei-

ro aumento no investimento inicial sem grandes consequências no valor final.

Verificou-se que a alterações dos custos de construção não provocaram qual-

quer tipo de alteração das soluções economicamente mais vantajosas e onerosas das

diferentes acessibilidades analisadas.

6.1.4 Variação da vida útil das soluções de impermeabilização

A vida útil das soluções de impermeabilização é um dos parâmetros que pode

causar maior controvérsia e onde existe uma elevada discrepância de valores entre os

vários autores da especialidade. Essa discrepância de valores deve-se ao facto de

alguns documentos não terem em consideração factores condicionantes (por exemplo,

agressividade do meio ou qualidade de execução) ou a possibilidade de se efectuar

acções de manutenção ao longo da vida útil.

Dada a variabilidade de valores, analisou-se qual o efeito no custo global das

coberturas planas se o período de vida útil das soluções de impermeabilização aumen-

tasse ou diminuísse 15% em relação ao valor inicial. A variação da vida útil irá ter im-

plicações no número de acções de manutenção a efectuar ao longo do período de

estudo desta dissertação. Conforme o Quadro 47, foram analisadas as duas soluções

de coberturas planas economicamente mais vantajosas e onerosas de acesso limitado

e acessível a pessoas.

Quadro 47 - Contribuição da variação da vida útil das soluções de impermeabilização para ACCV das coberturas

planas

Solução Vida útil de referência Vida útil (- 15%) Vida útil (+ 15%)

VAL (€/m2) VAL (€/m

2) Comparação VAL (€/m

2) Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 176,13 +2 % 168,01 -2 %

C2 173,43 177,73 +2 % 169,60 -2 %

C144 232,71 236,58 +2 % 223,90 - 4 %

C138 234,77 238,21 +1 % 223,08 -5 %

Acessível a pessoas

C340 181,08 182,64 <1 % 179,66 - 1 %

C344 181,64 183,20 <1 % 180,22 - 1 %

C366 252,85 252,85 0 % 252,85 0 %

C288 254,33 257,47 -1 % 253,40 <1 %

94

Conforme o Quadro 47, verifica-se que a uma redução da vida útil corresponde

um aumento do valor do VAL. Porém, essa alteração é pouco significativa, pois aumen-

tou o número de operações de manutenção a efectuar em 50 anos apenas num número

reduzido de soluções ou apenas as antecipou no tempo (aumentando o valor atualizado

correspondente). Em algumas soluções acessíveis a pessoas, esta variação não produ-

ziu mesmo qualquer alteração, já que as acções de manutenção para coberturas com

proteção exterior em tijoleira cerâmica estão limitadas ao tempo mínimo de 30 anos. Ao

aumento da vida útil das soluções de impermeabilização equivale uma redução do VAL,

que se confirma pouco expressiva no valor final, excepto nas soluções mais onerosas

das coberturas de acesso limitado em que ao aumento desse valor correspondeu a uma

redução de acções de manutenção no período de vida analisado.

Constatou-se que reduzindo a vida útil do sistema de impermeabilização em

15% do tempo houve uma alteração da solução economicamente mais vantajosa de

acessibilidade limitada que passou a ser a C153 (174,98 €/m2).

O aumento da vida útil em 15 % do tempo dos sistemas de impermeabilização,

provocou uma alteração da solução economicamente mais onerosa de acessibilidade

limitada que passou a ser a C141 (230,88 €/m2).

6.1.5 Variação da zona climática

Para se obter informação relativa à influência da localização do edifício, deci-

diu-se variar a localização por três cidades com climas distintos (Quadro 48).

Conforme o REH indica, Portugal divide-se em três regiões climáticas, que de-

pendem das condições de inverno (I1, I2 e I3) e das condições de verão (V1, V2 e V3).

As localidades seleccionadas para efectuar esta análise reflectem diferentes

combinações das condições de inverno e verão:

Oeiras, localização real deste edifício e referência para este estudo, encontra-se

na Área Metropolitana de Lisboa e o seu clima é classificado como I1 e V3;

Porto, a segunda maior cidade de Portugal, possui um clima mediterrânico classifi-

cado como I1 e V2;

Guarda, possui um clima temperado, com influência mediterrânica, no verão há

uma curta estação seca e de inverno é considerada uma das cidades mais frias de

Portugal e classifica-se numa região com clima I3, V2;

Faro é a capital de distrito mais a sul de Portugal, possui invernos moderados e

verões quentes, classifica-se numa região I1 e V3, igual à de Oeiras, mas as tem-

peraturas médias anuais de inverno e verão são superiores às de Oeiras.

95

Quadro 48 - Contribuição da variação da zona climática para ACCV das coberturas planas

Solução Oeiras Porto Guarda Faro

VAL

(€/m2)

VAL

(€/m2)

Comparação VAL

(€/m2)

Comparação VAL

(€/m2)

Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 177,16 +3% 184,03 + 7% 168,16 - 2 %

C138 234,77 240,05 +2% 246,89 + 5% 231,14 -2 %

Acessível a pessoas

C340 181,08 186,39 +3% 193,24 + 7% 177,43 - 2 %

C285 256,95 262,25 +2% 269,10 + 5% 253,30 - 1%

Acessível a veículos

C432 215,48 220,72 +2% 227,60 + 6 % 211,85 - 2%

C421 255,73 261,01 +2% 267,85 + 5% 252,10 - 1%

A variação da zona climática irá influenciar a factura energética durante a fase

de utilização do ciclo de vida e, através do Quadro 48, conclui-se que as zonas com

climas mais rigorosos serão as que mais irão inflacionar o VAL.

Em comparação com a zona de referência, Oeiras, verifica-se que a situação

mais desfavorável é a da Guarda, devido ao seu inverno rigoroso, seguida do Porto. A

situação mais favorável será a de Faro que, apesar de pertencer à mesma região cli-

mática do que a zona de referência, possui temperaturas ligeiramente mais favoráveis,

que se traduzem num menor consumo energético.

Observa-se que as soluções mais onerosas de cada tipologia (C138, C285 e

C421), por possuírem um isolamento térmico com maior espessura, 8 cm, do que o

das soluções menos onerosas (C1, C340 e C421), 6 cm, apresentam menor variação

do valor de VAL em relação ao valor de referência, devido ao melhor desempenho

térmico, mas em termos financeiros continuam a ser as soluções menos vantajosas.

Verificou-se que a variação da zona climática não provocou qualquer tipo de al-

teração das soluções economicamente mais vantajosas e onerosas das diferentes

acessibilidades analisadas.

96

6.1.6 Variação da classificação da perigosidade dos resíduos be-

tuminosos

A classificação da perigosidade dos resíduos é fundamental para o tratamento

adequado a adoptar no fim de vida dos diferentes materiais constituintes das cobertu-

ras planas. A abordagem efectuada nesta dissertação aos elementos betuminosos

(emulsão betuminosa, membranas de betume polímero APP e betume elastómero

SBS) poderá ser considerada algo conservativa por alguns autores, dado que “geral-

mente é autorizada a sua deposição em aterro” (Imperalum, 2015). De facto, seguindo

as indicações das fichas de segurança dos fabricantes destes materiais de construção

(Imperalum, 2015) os elementos betuminosos podem ser tratados como resíduos não

perigosos para o ambiente, e os elementos que estiverem em contacto directo com

estes, não podem ser considerados não contaminados e ser reciclados, mas podem

também ser levados a aterro sem serem considerados perigosos, o que representará

na fase de processamento de fim de vida um decréscimo significativo dos encargos

para as soluções consideradas anteriormente como perigosas.

Com base nestes dados, analisa-se nesta secção o efeito da alteração da clas-

sificação da perigosidade dos elementos betuminosos, dado que esperadas variações

do valor final nas soluções que possuem esses elementos na sua constituição, con-

forme Quadro 49.

Quadro 49 - Variação da classificação da perigosidade dos resíduos betuminosos

Solução Custos de referência Custos sem resíduos perigosos

VAL (€/m2) VAL (€/m

2) Comparação

Acesso limitado

C1 171,84 161,47 - 6%

C138 234,77 229,59 - 2%

Acessível a pessoas

C340 181,08 181,08 0%

C285 256,95 251,77 - 2%

Acessível a veículos

C432 215,48 215,49 0 %

C421 255,73 250,55 - 2 %

Constata-se, de acordo com o Quadro 49, que as soluções que possuem ele-

mentos betuminosos na sua constituição apresentam alterações significativas do VAL,

97

porém essas variações apenas provocaram a alteração da solução economicamente

mais vantajosa para as coberturas acessíveis a veículos, que passou a ser a C377

(213,05 €/m2).

Também se verificou, que apesar do custo médio das soluções do tipo tradicio-

nal e invertida ter reduzido (sendo mais acentuado nas soluções tradicionais), as solu-

ções, por tipologia, economicamente mais vantajosas e onerosas se mantêm, de acor-

do com Quadros 39, 41 e 43.

6.2 Incertezas e limitações evidenciadas

As possíveis incertezas e factores de erro na ACCV prendem-se com a fiabili-

dade de alguns dados disponíveis, nomeadamente acerca dos custos, necessidades

de manutenção e desempenho das soluções. Os custos considerados não são fixos,

pois variam consoante o fornecedor, a quantidade, a qualidade, a localização da obra,

entre outros factores.

Devido ao alargado período de estudo desta análise, os planos de manutenção

poderão não ter a precisão necessária para efectuar uma comparação adequada entre

as diversas soluções e, por mais precisos que sejam estes planos, há sempre uma

incerteza associada a todos os factores que levam à necessidade de manutenção dos

elementos considerados.

As necessidades energéticas, baseadas na expressão de cálculo do Ntc, pre-

sente no RCCTE, apenas consideram 10% das necessidades nominais anuais de

energia útil para aquecimento (Nic) e arrefecimento (Nvc), facto que é variável no tem-

po, com o clima e com o estilo de vida das sociedades.

A ACCV não considera os aspectos não quantificáveis em termos de custos,

como o conforto do utilizador ou o valor que um imóvel tem por ser mais “verde”, isto

é, por não causar tanto impacte ambiental, ou o facto de um material ser ou não reci-

clável.

Outro aspecto importante a considerar é a possibilidade de uma solução que é

a melhor hoje não o ser necessariamente amanhã, devido a avanços tecnológicos,

variação brusca de preços (devido a escassez de recursos) e melhoria do conheci-

mento na área da manutenção ou do consumo energético.

Por fim, apesar de todas estas limitações, a ACCV é uma metodologia com po-

tencial de aplicação mas que, para ser difundida, necessita de maior informação dis-

ponível e de casos que comprovem a sua utilidade.

98

99

7. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

7.1 Conclusões finais

Através da pesquisa efectuada e da sua análise, é possível obter algumas con-

clusões que se crê serem bastante úteis e que, por isso, devem ser tidas em conta

sempre que se pretende seleccionar um sistema de cobertura plana.

O estudo realizado analisou um universo muito variado de soluções de modo a

que os resultados obtidos tivessem significado e fossem credíveis. Foram escolhidas

para esta investigação as soluções mais correntemente utilizadas e também as que

mais recentemente chegaram ao mercado.

O objectivo da avaliação económica do ciclo de vida de coberturas planas é o

de apoiar a decisão quanto à escolha das alternativas de mercado mais rentáveis,

quanto ao custo e ao benefício.

Previamente à ACCV, constatou-se que a vida útil das coberturas planas de-

pende da durabilidade do sistema de impermeabilização aplicado, que por sua vez

depende do tipo de protecção exterior e do processo construtivo, tradicional ou inverti-

do, sendo que as membranas de impermeabilização aplicadas em coberturas planas

com protecção pesada ou do tipo invertida possuem uma durabilidade superior do que

as do tipo tradicional sem protecção ou com autoprotecção ou protecção leve.

O número de acções de manutenção a realizar ao longo do ciclo de vida irá ser

condicionado pela vida útil dos sistemas de impermeabilização, neste sentido apurou-

se que o custo de cada acção de manutenção para coberturas planas do tipo tradicio-

nal é inferior ao das invertidas, devido ao menor número de elementos entre a mem-

brana de impermeabilização e o exterior. Contudo, quando se contabilizou o custo de

todas as acções de manutenção ao longo do ciclo de vida, verificou-se que, nas cober-

turas de acesso limitado, as soluções invertidas possuem um custo de manutenção

bastante inferior, devido à maior durabilidade dos sistemas de impermeabilização nes-

tas soluções, reduzindo assim o número de acções de manutenção necessárias. Esta

situação não se verifica para as coberturas planas acessíveis a pessoas, onde a ma-

nutenção é ligeiramente mais cara para as soluções invertidas, evidenciando apenas o

acréscimo do custo de cada operação de manutenção já que a durabilidade das im-

permeabilizações nesta situação é equivalente para os dois sistemas de cobertura.

Observou-se que a fase inicial (aquisição do material, transporte e instalação

em obra) é a mais condicionante em termos de custos ao longo do ciclo de vida das

100

diferentes acessibilidades analisadas, limitada (51 a 58%), acessível a pessoas (60 a

63%) e veículos (68 a 70%), seguida normalmente dos custos de processamento de

fim de vida - limitada (15 a 24%), acessível a pessoas (14 a 17%) e veículos (19 a

21%). A fase da manutenção ocupa uma porção importante - acessibilidade limitada (9

a 20%) e acessível a pessoas (9 a 13%), e os custos associados ao desempenho

energético - acessibilidade limitada (11 a 15%), acessível a pessoas (10 a 15%) e veí-

culos (10 a 12%) - representam a restante parcela dos custos do ciclo de vida.

Com base na ACCV e nos casos estudados, é possível concluir que nem sem-

pre a solução menos onerosa inicialmente (aquisição do material, transporte e instala-

ção) se revela a mais vantajosa considerando todos os custos ao longo do ciclo de

vida. Este facto revela a importância da consideração de todos os custos, aquando da

fase de projecto, na tomada de decisão face a alternativas de investimento.

Verificou-se, em termos gerais, que, para as coberturas planas acessíveis a

pessoas e veículos, do tipo tradicional e invertida, os custos ao longo do ciclo de vida

são muito equivalentes. A única excepção a esta situação são as coberturas planas de

acessibilidade limitada, onde se confirma que as soluções do tipo invertida são as so-

luções economicamente mais vantajosas, com alguma margem, devido à superior du-

rabilidade dos sistemas de impermeabilização.

Do ponto de vista estritamente económico, desprezando factores não quantifi-

cáveis como o conforto térmico do utilizador, observou-se que não existe grande bene-

fício em optar por soluções de coberturas planas com isolante térmico de 8 cm em vez

dos 6 cm, já que os valores de factura energética não expressam diferenças significa-

tivas entre estas alternativas.

Relativamente aos diferentes materiais analisados nas 472 coberturas planas,

pode-se concluir que: a utilização do betão aligeirado com granulado de EPS como

camada de forma é a solução mais económica; em termos de isolamento térmico, veri-

fica-se que as coberturas com os custos do ciclo de vida mais baixos das diferentes

acessibilidades analisadas apresentam normalmente uma destas três soluções: polies-

tireno expandido moldado (EPS), poliestireno expandido extrudido (XPS) e expandido

moldado melhorado (EPS M); as mais onerosas possuem normalmente isolamento em

aglomerado de cortiça expandida (ICB) ou de poliuretano (PUR). Em termos de siste-

ma de impermeabilização, constata-se uma predominância das membranas de betume

polímero APP e termoplástica de PVC nas soluções mais económicas das diferentes

acessibilidades, e nas mais onerosas verifica-se uma predominância dos sistemas de

101

impermeabilização termoplásticos TPO e das membranas de betume elastómeros

SBS.

7.2 Desenvolvimentos futuros

Os desenvolvimentos futuros que se prevê são no sentido do aperfeiçoamento

e aproveitamento do conteúdo deste trabalho, e no alargamento desta área de investi-

gação a outros elementos da envolvente dos edifícios.

Considera-se esta dissertação de mestrado um contributo válido para a criação

e o desenvolvimento de trabalhos futuros. Assim, propõe-se como trabalhos futuros os

que de seguida se apresentam:

a ampliação desta área de investigação aos elementos da envolvente dos edifícios

(paredes exteriores, vãos, e outros elementos constituintes da fachada) pode vir a

ser uma mais valia para a obtenção de um documento abrangente com os custos

do ciclo de vida de todos os elementos da envolvente de um edifício;

numa sociedade e numa era em que os problemas ecológicos assumem cada vez

mais preponderância, constituindo importantes factores de decisão, era interessan-

te associar a análise de impactes ambientais à análise económica realizada;

o desenvolvimento de um estudo que permita determinar, de forma quantitativa, os

parâmetros que influenciam a vida útil do elemento e as diversas estratégias de

manutenção; um dos métodos poderá ser o designado de factorial, o qual foi refe-

renciado na presente dissertação;

ampliar a análise efectuada às coberturas planas ajardinadas (extensivas e inten-

sivas);

contabilização da energia incorporada ou consumida nas diferentes fases do ciclo

de vida;

adicionar à presente investigação e soluções, outras espessuras de isolamento

térmico (4 cm e 10 cm).

102

103

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abate, D., Towers, M., Dotz, R. e Romani, L. (2009). The whitestone facility mainte-nance and repair cost reference”, USA. Abecassis, F. e Cabral, N. (1991). Análise económica e financeira de projectos. 3.ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, Portugal. ADENE. (2009). Sistema nacional de certificação energética e qualidade de ar interior nos edifícios (SCE). ADENE-Agência energética, Lisboa, Portugal. Akbari, H., Konopacki, S., Pomerantz, M. (1999). Cooling energy savings potential of reflective roofs for residential and commercial buildings in the United States. Energy 24, 391-407. Akbari, H. e Konopacki, S. (2005). Calculating energy-savings potentials of heat-island reduction strategies. Energy Policy 33, 721-756. Akutsu, M. (1998). Método para avaliação do desempenho térmico de edificações no Brasil, 1998, 156 f, Tese de Doutoramento em Arquitectura - Faculdade de Arquitectu-ra e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Albano, J. (2005). La maintenance des bâtiments en 250 fiches pratiques, Editions Le Moniteur, Paris, France. Bakis, N., Kagiouglou, M., Aouad, G., Amaratunga, D., Kishk, M. e Al-Hajj, A. (2003). An integrated environment for life cycle costing in construction. School of Con-struction and Property Management, University of Salford, UK e The Scott Sutherland School, The Robert Gordon University, United Kingdom. Barros, P. (2008). Processos de manutenção técnica de edifícios - Plano de manuten-ção de coberturas. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de En-genharia da Universidade do Porto, Porto. Bauman, H. e Tillman A. (2004). The hitch hiker’s guide to LCA. Lundi Studentlittera-tur AB, Sweden. Belando, J. e López-Mesa B. (2010). Utilización del análisis de ciclo de vida (ACV) en la selección de cubiertas planas de edificación. XIV Congreso Internacional de Proyec-tos de Ingeniería, Madrid, 1351-1364. Bhatia, A., Mathur, J. e Garg, V. (2011). Calibrated simulation for estimating energy savings by the use of cool roof in five Indian climatic zones. J. Renewable Sustainable Energy 3 (2), 023108. . Boixo, S., Diaz-Vicente, M., Colmenar, A. e Castro, M. (2012). Potential energy sav-ings from cool roofs in Spain and Andalusia. Energy 38, 425-438. Boussabaine, H. e Kirkham, R. (2004). Whole life-cycle costing: risk and risk re-sponses. Blackwell Publishing. Oxford, United Kingdom. British Standards Institution (1985). British standard glossary of building and civil engineering terms, London.

104

Brito, J. de (1992). Desenvolvimento de um sistema de gestão de obras de arte em betão. Tese de Doutoramento em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Uni-versidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Brand, S. (1994). How buildings learn. What happens after they're built, Penguin Group, USA. Building Design e Construction (2003). White paper on sustainability, November supplement. U.S.A. Bull J. (1993). Life cycle costing for construction. Blackie Academic e Professional. Glasgow, Scotland. Carvalho, J. (2010). Manutenção e desempenho em serviço de edifícios durante o período de vida útil, Curso FUNDEC/ ICIST - Manutenção e desempenho em serviço de edifícios durante o período de vida útil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. COM (2013). Relatório geral sobre a actividade da União Europeia - 2012. Comissão Europeia, Direcção Geral da Comunicação, Bruxelas, Bélgica. Costa, H. (2008). Análise de custos de ciclo de vida relativa a pavimentos rodoviários flexíveis. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. CYPE (2015). Gerador de preços. Software para engenharia e construção: http://www.cype.pt (acedido em Junho de 2015). Dias, T. (2008). Durabilidade de materiais utilizados nos sistemas de impermeabiliza-ção de coberturas planas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil - especializa-ção em construção, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto. DGEG. (2010). Direcção-Geral de Energia e Geologia. Recuperar 2010, de http://www.dgge.pt/. DGEG. (2012). Direcção-Geral de Energia e Geologia. Recuperar 2012, de http://www.dgge.pt/. Douglas, J. e Ransom, W. (2007). Understanding building failures, Taylor e Francis, UK. Elkington, J. (1998). Cannibals with forks: the triple bottom line of the 21st Century. New Society Publishers, Stoney Creek. Fabrycky, W. e Blanchard, B. (1991). Life Cycle Cost and economic analysis, Eng-lewood: Prentice Hall. Fagundes, F. (2013). Actividades de controlo técnico de impermeabilização em cober-turas planas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Ferry, D. e Flanagan, R. (1991). Life Cycle Costing - A radical approach. CIRIA Report 122. London.

105

Figueiredo, J. (2012). Levantamento de anomalias nos sistemas impermeabilizantes de coberturas planas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisboa. Flanagan, R e Norman, G. (1993). Risk management and construction, Blackwell Sci-entific Publications. Gao, Y., Xu, J., Yang, S., Tang, X., Zhou, Q., Ge, J. Xu, T. e Levinson, R. (2014). Cool roofs in China: Policy review, building simulations, and proof-of-concept experi-ments. Energy Policy 74 190-214. Gomes, R. (2014). Avaliação do ciclo de vida do “berço ao berço” de soluções cons-trutivas em edifícios - Aplicação a coberturas planas. Plano de tese de doutoramento em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lis-boa. Hodges, C. (1999). Effective roof management - Understanding the life cycle of your roof systems, 8DBMC International Conference on Durability of Building Materials and Components, Vancouver, Canada, 1213-1222. Hoff, J. (2007). A new approach to roof life cycle analysis. Equivalent uniform annual cost. RCI interface, U.S.A. Institut Belge de Normalise (1976). Couvertures de bâtiments. Code de bonne pra-tique. Couvertures asphalteuses, IBN, Bruxelles. Imperalum (2015). Ficha de segurança de produtos: membranas betuminosas e emulsões betuminosas. ISO 14040:2006 (E). (2006). Environmental management - Life cycle assessment - Principles and Framework: International Organization for Standardization - ISO. ISO/DIS 15686 – 1 (1998). ISO 15686 - Buildings - Service Life Planning - Part 1: General principles. International Organization for Standardization. Geneva, Switzer-land. ISO 15686-1. (2000). Buildings - Service life planning - Part 1: General principles. In-ternational Organization for Standardization. ISO/DIS 15686 – 5 (2004). ISO 15686 - Bâtiments et biens immobiliers construits - Prévision de la durée de vie - Partie 5: Calcul du coût global étendu. Organisation In-ternacional de Normalisation. Genève, Suisse. Kelly J e Hunter K (2007). Cobra 2007 - A standard approach to the whole life costing of small scale. Sustainable Energy Generation and Design Solutions. Georgia Universi-ty of Technology. Atlanta, Georgia. Paper No. 38. Kibert, J. (2002). Policy instruments for a sustainable building built environment. Jour-nal of Land Use and Environmental Law 17 (.), 379-394. Kishk, M., Al-Hajj, A., Pollock, R., Aouad, G., Bakis, N. e Sun, M. (2003). Whole life costing in construction: a state of the art review. RICS Foundation. King County LCCA Guide (s.d.). King County LCCA Guide.

106

Kyle, B., e Kalinger, P. (1997). Service life prediction of roofing systems by reliability-based analysis, 4nd International Symposium of Roofing Technology, Gaithersburg, USA. pp. 50-57. Kyle, B., et al. (2002). The BELCAM Project: A summary of three years of research in service life prediction and information technology. 9th Int. Conf. on the Durability of Building Materials and Components, National Research Council Canada NRCC, Otta-wa, Ontario, Canada. Lamelas, D. (2010). Contributo da análise dos custos do ciclo de vida para a gestão da construção sustentável – caso da reabilitação energética passiva para a sustentabi-lidade hoteleira. Dissertação de mestrado em Engenharia e gestão industrial, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Langdon, D. (2007). Life Cycle Costing (LCC) as contribution to sustainable construc-tion: a common methodology. Davis Langdon Management Consulting. London, United Kingdom. Leite, C. (2009). Estrutura de um plano de manutenção de edifícios habitacionais, Dis-sertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto. Levinson, R. e Akbari H., (2010). Potential benefits of cool roofs on commercial build-ings: conserving energy, saving Money, and reducing emission of green-house gases and air pollutants. Energy Efficiency 3 (1) 53-109. Limão, A. (2007). Selecção e avaliação de soluções sustentáveis na construção - Identificação segundo o LiderA e análise de custos e benefícios. Dissertação de mes-trado em Engenharia do Ambiente. Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Lopes, J. (1994). Anomalias em impermeabilização de coberturas em terraços. Labo-ratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa. Lopes, J. (2002). Revestimentos de impermeabilização de coberturas em terraço. LNEC, Lisboa. Lopes, J. (2006). Análise de anomalias em coberturas em terraço - Uma forma de aprender a projectar e a executar bem as respectivas soluções, 2º Encontro Nacional sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto. pp. 125-135. Madureira, S. (2011). Plano e manual de inspecção e manutenção de fachadas de edifícios correntes. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil. Instituto Superior Técnico, Lisboa. Mateus, R. (2009). Avaliação da sustentabilidade da construção – proposta para o desenvolvimento de edifícios mais sustentáveis. Tese de doutoramento em Engenha-ria Civil, Universidade do Minho. McDonald, B., e Smithers, M. (1998). Implementing a waste management plan during the construction phase of a project: a case study. Construction Management and Eco-nomics 16 (1) 71-78.

107

Mendes, L. (2011). Análise de custos no ciclo de vida de medidas sustentáveis – Caso das redes prediais e sistemas de tratamento de águas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Morgado, J. (2012). Plano de inspecção e manutenção de coberturas de edifícios cor-rentes. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Uni-versidade Técnica de Lisboa, Lisboa. NSA (1991). Pay now or pay later: Controlling cost of ownership from design through-out the service life of public buildings, The National Academy of Sciences, National Academy Press, Washington, D.C. U.S.A. NP EN 15643-1:2011. (2011). Sustentabilidade das obras de construção. Avaliação da sustentabilidade dos edifícios . Parte 1: Enquadramento geral - IPQ, Portugal, 26p. NP EN 15643-2:2013. (2013). Sustentabilidade das obras de construção. Avaliação da sustentabilidade dos edifícios. Parte 2: Enquadramento para a avaliação do desempe-nho ambiental - IPQ, Portugal, 35 p. NP EN 15643-4 (2013). Sustentabilidade das obras de construção. Avaliação da sus-tentabilidade dos edifícios. Parte 3: Enquadramento para a avaliação do desempenho económico – IPQ, Portugal, 35 p. Orçamentos (2015). Orçamentos na construção civil. http://orcamento.eu (acedido em Junho 2015). Ortega, H. (2013). Comparativa ambiental y económica del ciclo de vida de cubiertas planas. Máster en Eficiencia Energética y Sostenibilidad en Instalaciones Industriales y Edificación, Universitat Jaume I, Espanha. Paulo Serôdio e Pedro Paulo (2014). Coberturas em terraço, folhas de apoio à disci-plina de tecnologia de construção de edifícios. Mestrado integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Parker, D., Sherwin, J. e Sonne, J. (1998). Measured performance of a reflective roofing system in a Florida commercial building. ASHARE Transportation 104 (1B), 789-793. Perret, J. (1995). Guide de la maintenance des bâtiments. Moniteur référence tech-nique, Paris, France. Peuportier, B., Herfray, G. Malmaqvist, T.; Zabalza, I.; Staller, H. e Tritthart, W. (2011). Life cycle assessment methodologies in the constcruction sector: the con-tributtion of the European LORE-LCA project. SB11 Helsinki: World Sustainable Build-ing Conference, Helsinki, Finland. Pp. 110-117 – Theme four. Pinheiro, M. (2006). Ambiente e construção sustentável. Instituto do Ambiente, Ama-dora. Pinheiro, M. (2008). Sistemas de gestão ambiental para a construção sustentável. Tese de Doutoramento em Engenharia do Ambiente, Instituto Superior Técnico - Uni-versidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Pirla, S. (1999). Manual de mantenimiento de edificios - el libro del técnico mantene-dor, Madrid, Espanha.

108

Plastimar. (2015). Catálogos de isolamentos térmicos. http://www.plastimar.pt (ace-dido em Janeiro 2015). Poon, C. (2000). Management and recycling of demolition waste in Hong Kong. 2nd international conference on solid waste management, Taipei, Taiwan. pp. 433-442. Ramesh, T., Prakash, R. e Shukla, K. (2010). Life cycle energy analysis of buildings: An overview. Energy and Buildings 42 1592-1600. Raposo, T. (2009). Durabilidade da construção – estimativa da vida útil de revestimen-tos de coberturas planas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil - especializa-ção em construção, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto. Real, S. (2011). Contributo da análise dos custos de ciclo de vida para projectar a sus-tentabilidade na construção. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. RICS. (2000). Building maintenance: Strategy, planning e performance. The Royal Ins-titution of Chartered Surveyors, UK. Rocha, P. (2008). Anomalias em coberturas de terraço e inclinadas. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Sá, R.; Varela, A.; Oliveira, A.; Ramalheira, F. e Laia, C. (2005). Matriz energética da região de Lisboa. Lisboa, Portugal. 69 p. Santos, P. e Matias, L. (2006). Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente dos edifícios. Informação Técnica de Edifícios: Vol. 50. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Schade, J. (2007). Life cycle cost calculation models for buildings. Lulea University of Technology. Lulea, Sweden. Shen, L. e Zhang, Z. (2002). China’s urbanization challenging sustainable develop-ment. International Journal of Housing Science and Its Application 26 (3) 181-193. Silvestre, J. (2012). Life cycle assessment “from cradle to cradle” of buildings assem-blies - application to external walls, Tese de Doutoramento em Engenharia Civil, Insti-tuto Superior Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa. Soares, L. (2010). Economic feasibility analysis of sustainable construction measures. PortugalSB10 - Sustainable Building affordable to all - Low cost sustainable solutions. Sustainable Building Conference 2010. Vilamoura, Portugal. Sproul, J. Wan M.; Mandel, B. e Rosenfeld, A. (2013). Economic comparison of the white, green, and black flat roofs in the United Sates, Energy and Buildings 71 20-27 Synnefa, A., Santamouris, M. e Akbari, H. (2007). Estimating the effect of using cool coatings on energy loads and thermal comfort in residential buildings in various climatic conditions. Energy and Buildings 39 1167-1174. Tan, Y. Shen, L. e Yao H. (2011). Sustainable construction practice and contractors competitiveness. International Journal of Habitat International 35 225-230.

109

Tirone, L. e Nunes, K. (2007). Construção sustentável - Soluções eficientes hoje, a nossa riqueza de amanhã. Tirone Nunes, SA. Lisboa. Trujillo, L. (2002). Manual de Diagnóstico e Intervenção em Coberturas Planas. Collegi d'Aparelladors i Arquitectes Tècnics de Barcelona, Barcelona. UNEP, (2002). Global environmental outlook 3. United Nations Environmental Pro-gram, London. UNEP, (2007). Building and climate change: status, challenges and opportunities. New York, USA: United Nations Environment Programme. 87 p. U.S. Census Bureau. (2011). Statistical abstract of the United States, online at: http://www.census.gov/compendia/statab Walter, A. (2002). Sistema de classificação para inspecção de impermeabilização de coberturas em terraço. Dissertação de mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superi-or Técnico - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.

110

ANEXOS

A.1

ANEXO A - Soluções de coberturas planas estudadas

QUADRO A.1 - COBERTURA DE ACESSO LIMITADO - TRADICIONAL

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C1

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana de betume polímero APP

Autoprotecção, acabamento grânu-los minerais

0,35 0,33

C2 MW 0,035 0,35 0,33

C3 ICB 0,040 0,38 0,33

C4 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

Autoprotecção, acabamento grânu-los minerais

0,35 0,33

C5 MW 0,035 0,35 0,33

C6 ICB 0,040 0,38 0,33

C7 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Autoprotecção com papel de alumínio

0,35 0,33

C8 MW 0,035 0,35 0,33

C9 ICB 0,040 0,38 0,33

C10 EPS 0,036

Membrana de PVC plastificado Autoprotecção (pa-pel de alumínio e fibras de poliéster)

0,35 0,33

C11 MW 0,035 0,35 0,33

C12 ICB 0,040 0,38 0,33

C13 EPS 0,036

Membrana elastomérica EPDM Sem protecção

0,35 0,33

C14 MW 0,035 0,35 0,33

C15 ICB 0,040 0,38 0,33

C16 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Camada de areia rolada de rio

0,35 0,43

C17 MW 0,035 0,34 0,43

C18 ICB 0,040 0,37 0,43

C19 EPS 0,036

80 Membrana de betume polímero APP

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,30 0,35

C20 MW 0,035 0,29 0,35

C21 ICB 0,040 0,32 0,35

A.2

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C22

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

80

Membrana de betume elastómero SBS

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,30 0,35

C23 MW 0,035 0,29 0,35

C24 ICB 0,040 0,32 0,35

C25 EPS 0,036

Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Autoprotecção (pa-pel de alumínio e fibras de poliéster)

0,30 0,35

C26 MW 0,035 0,29 0,35

C27 ICB 0,040 0,32 0,35

C28 EPS 0,036

Membrana de PVC plastificado Autoprotecção

0,30 0,35

C29 MW 0,035 0,29 0,35

C30 ICB 0,040 0,32 0,35

C31 EPS 0,036

Membrana elastomérica EPDM Sem protecção

0,30 0,35

C32 MW 0,035 0,29 0,35

C33 ICB 0,040 0.32 0,35

C34 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Camada de areia rolada de rio

0,29 0,45

C35 MW 0,035 0,29 0,45

C36 ICB 0,040 0,31 0,45

C37 EPS 0,036

60

Membrana de betume polímero APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C38 MW 0,035 0,34 0,43

C39 ICB 0,040 0,37 0,43

C40 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C41 MW 0,035 0,34 0,43

C42 ICB 0,040 0,37 0,43

A.3

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C43

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas), com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C44 MW 0,035 0,34 0,43

C45 ICB 0,040 0,37 0,43

C46 EPS 0,036 Membrana de PVC plastificado, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C47 MW 0,035 0,34 0,43

C48 ICB 0,040 0,37 0,43

C49 EPS 0,036 Membrana elastomérica EPDM, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C50 MW 0,035 0,34 0,43

C51 ICB 0,040 0,37 0,43

C52 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,35 0,43

C53 MW 0,035 0,34 0,43

C54 ICB 0,040 0,37 0,43

C55 EPS 0,036

80

Membrana de betume polímero APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C56 MW 0,035 0,29 0,45

C57 ICB 0,040 0,31 0,45

C58 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C59 MW 0,035 0,29 0,45

C60 ICB 0,040 0,31 0,45

C61 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas), com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C62 MW 0,035 0,29 0,45

C63 ICB 0,040 0,31 0,45

C64 EPS 0,036

Membranas de PVC plastificado, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C65 MW 0,035 0,29 0,45

C66 ICB 0,040 0,31 0,45

A.4

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C67

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

80

Membrana elastomérica EPDM, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C68 MW 0,035 0,29 0,45

C69 ICB 0,040 0,31 0,45

C70 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,29 0,45

C71 MW 0,035 0,29 0,45

C72 ICB 0,040 0,31 0,45

C73

Argila expandi-da, geotêxtil e (emed= 0,10 m) e barreira pára vapor

EPS 0,036

60

Membrana de betume polímero APP

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,39 0,33

C74 MW 0,035 0,38 0,33

C75 ICB 0,040 0,41 0,33

C76 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,39 0,33

C77 MW 0,035 0,38 0,33

C78 ICB 0,040 0,41 0,33

C79 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Autoprotecção (pa-pel de alumínio e fibras de poliéster)

0,39 0,33

C80 MW 0,035 0,38 0,33

C81 ICB 0,040 0,41 0,33

C82 EPS 0,036

Membrana de PVC plastificado Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,39 0,33

C83 MW 0,035 0,38 0,33

C84 ICB 0,040 0,41 0,33

C85 EPS 0,036

Membrana elastomérica EPDM Sem protecção

0,39 0,33

C86 MW 0,035 0,38 0,33

C87 ICB 0,040 0,41 0,33

C88 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Camada de areia rolada de rio

0,38 0,43

C89 MW 0,035 0,37 0,43

C90 ICB 0,040 0,40 0,43

A.5

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C91

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha emed= 0,10 m) e barrei-ra pára vapor

EPS 0,036

80

Membrana de betume polímero APP

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,32 0,35

C92 MW 0,035 0,31 0,35

C93 ICB 0,040 0,34 0,35

C94 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

Autoprotecção (Face superior granulado mineral-xisto)

0,32 0,35

C95 MW 0,035 0,31 0,35

C96 ICB 0,040 0,34 0,35

C97 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Autoprotecção (pa-pel de alumínio e fibras de poliéster)

0,32 0,35

C98 MW 0,035 0,31 0,35

C99 ICB 0,040 0,34 0,35

C100 EPS 0,036

Membrana de PVC plastificado Autoprotecção

0,32 0,35

C101 MW 0,035 0,31 0,35

C102 ICB 0,040 0,34 0,35

C103 EPS 0,036

Membrana elastomérica EPDM Sem protecção

0,32 0,35

C104 MW 0,035 0,31 0,35

C105 ICB 0,040 0,34 0,35

C106 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Camada de areia rolada de rio

0,31 0,45

C107 MW 0,035 0,31 0,45

C108 ICB 0,040 0,34 0,45

C109 EPS 0,036

60

Membrana de betume polímero APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C110 MW 0,035 0,37 0,43

C111 ICB 0,040 0,40 0,43

C112 EPS 0,036

Membrana de betume elastómero SBS, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C113 MW 0,035 0,37 0,43

C114 ICB 0,040 0,40 0,43

A.6

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C115

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m) e barrei-ra pára vapor

EPS 0,036

60

Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas), com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C116 MW 0,035 0,37 0,43

C117 ICB 0,040 0,40 0,43

C118 EPS 0,036 Membrana de PVC plastificado, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C119 MW 0,035 0,37 0,43

C120 ICB 0,040 0,40 0,43

C121 EPS 0,036 Membrana elastomérica EPDM com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C122 MW 0,035 0,37 0,43

C123 ICB 0,040 0,40 0,43

C124 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,38 0,43

C125 MW 0,035 0,37 0,43

C126 ICB 0,040 0,40 0,43

C127 EPS 0,036

80

Membrana de betume polímero APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C128 MW 0,035 0,31 0,45

C129 ICB 0,040 0,34 0,45

C130 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C131 MW 0,035 0,31 0,45

C132 ICB 0,040 0,34 0,45

C133 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexível de poliolefinas), com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C134 MW 0,035 0,31 0,45

C135 ICB 0,040 0,34 0,45

C136 EPS 0,036

Membrana de PVC plastificado, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C137 MW 0,035 0,31 0,45

C138 ICB 0,040 0,34 0,45

A.7

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C139 Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento em estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m) e barreira pára vapor

EPS 0,036

80

Membrana elastomérica EPDM com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C140 MW 0,035 0,31 0,45

C141 ICB 0,040 0,34 0,45

C142 EPS 0,036 Membrana líquida impermeável à base de borracha butílica, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,10 m)

0,31 0,45

C143 MW 0,035 0,31 0,45

C144 ICB 0,040 0,34 0,45

QUADRO A.2 - COBERTURA DE ACESSO LIMITADO - INVERTIDA

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C145

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligei-rado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Emulsão betuminosa sob membrana APP

XPS 0,035

60

Feltro de geotêxtil sob seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro

0,34 0,43

C146 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,34 0,43

C147 Membrana termoplástica TPO 0,34 0,43

C148 Membrana termoplástica PVC 0,34 0,43

C149 Membrana elastomérica EPDM 0,34 0,43

C150 Emulsão betuminosa sob membrana APP

EPSM 0,034

0,34 0,43

C151 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,34 0,43

C152 Membrana termoplástica TPO 0,34 0,43

A.8

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C153

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligei-rado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Membrana termoplástica PVC

EPSM 0,034

60

Feltro de geotêxtil sob seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro

0,34 0,43

C154 Membrana elastomérica EPDM 0,34 0,43

C155 Emulsão betuminosa sob membrana APP

PUR 0,024

0,27 0,43

C156 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,27 0,43

C157 Membrana termoplástica TPO 0,27 0,43

C158 Membrana termoplástica PVC 0,27 0,43

C159 Membrana elastomérica EPDM 0,27 0,43

C160 Emulsão betuminosa sob membrana APP

XPS 0,035

80

0,29 0,45

C161 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,29 0,45

C162 Membrana termoplástica TPO 0,29 0,45

C163 Membrana termoplástica PVC 0,29 0,45

C164 Membrana elastomérica EPDM 0,29 0,45

C165 Emulsão betuminosa sob membrana APP

EPSM 0,034

0,28 0,45

C166 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,28 0,45

C167 Membrana termoplástica TPO 0,28 0,45

C168 Membrana termoplástica PVC 0,28 0,45

A.9

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C169

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligei-rado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Membrana elastomérica EPDM EPS M 0,034

80

Feltro de geotêxtil sob seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro

0,28 0,45

C170 Emulsão betuminosa sob membrana APP

PUR 0,024

0,37 0,45

C171 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,37 0,45

C172 Membrana termoplástica TPO 0,37 0,45

C173 Membrana termoplástica PVC 0,37 0,45

C174 Membrana elastomérica EPDM 0,37 0,45

C175

Argila expan-dida, geotêx-til e betonilha (emed= 0,10 m)

Emulsão betuminosa sob membrana APP

XPS 0,035

60

0,37 0,43

C176 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,37 0,43

C177 Membrana termoplástica TPO 0,37 0,43

C178 Membrana termoplástica PVC 0,37 0,43

C179 Membrana elastomérica EPDM 0,37 0,43

C180 Emulsão betuminosa sob membrana APP

EPSM 0,034

0,37 0,43

C181 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,37 0,43

C182 Membrana termoplástica TPO 0,37 0,43

C183 Membrana termoplástica PVC 0,37 0,43

C184 Membrana elastomérica EPDM 0,37 0,43

A.10

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C185

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expan-dida, geotêx-til e betonilha (emed= 0,10 m)

Emulsão betuminosa sob membrana APP

PUR 0,024 60

Feltro de geotêxtil sob seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro

0,29 0,43

C186 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,29 0,43

C187 Membrana termoplástica TPO 0,2 0,43

C188 Membrana termoplástica PVC 0,29 0,43

C189 Membrana elastomérica EPDM 0,29 0,43

C190 Emulsão betuminosa sob membrana APP

XPS 0,035

80

0,31 0,45

C191 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,31 0,45

C192 Membrana termoplástica TPO 0,31 0,45

C193 Membrana termoplástica PVC 0,31 0,45

C194 Membrana elastomérica EPDM 0,31 0,45

C195 Emulsão betuminosa sob membrana APP

EPSM 0,034

0,30 0,45

C196 Emulsão betuminosa sob membrana SBS

0,30 0,45

C197 Membrana termoplástica TPO 0,30 0,45

C198 Membrana termoplástica PVC 0,30 0,45

C199 Membrana elastomérica EPDM 0,30 0,45

C200 Emulsão betuminosa sob membrana APP

PUR 0,024 0,23 0,45

A.11

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C201 Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expan-dida, geotêx-til e betonilha (emed= 0,10 m)

Emulsão betuminosa sob membrana SBS

PUR 0,024 80

Feltro de geotêxtil sob seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro

0,23 0,45

C202 Membrana termoplástica TPO 0,23 0,45

C203 Membrana termoplástica PVC 0,23 0,45

C204 Membrana elastomérica EPDM 0,23 0,45

QUADRO A.3 - COBERTURA ACESSÍVEL A PESSOAS - TRADICIONAL

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C205

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana líquida à base acrílica, com armadura geotêxtil

Sem protecção

0,35 0,44

C206 MW 0,035 0,35 0,44

C207 ICB 0,040 0,38 0,44

C208 EPS 0,036 Membrana de betume polímero APP

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,34 0,44

C209 MW 0,035 0,34 0,44

C210 ICB 0,040 0,36 0,44

C211 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

0,34 0,44

C212 MW 0,035 0,34 0,44

C213 ICB 0,040 0,36 0,44

C214 EPS 0,036

Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

0,34 0,44

C215 MW 0,035 0,34 0,44

C216 ICB 0,040 0,36 0,44

A.12

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C217

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60 Membrana termoplástica PVC plastificado

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,34 0,44

C218 MW 0,035 0,34 0,44

C219 ICB 0,040 0,36 0,44

C220 EPS 0,036

80

Membrana líquida à base acrílica, com armadura geotêxtil

Sem protecção

0,30 0,35

C221 MW 0,035 0,29 0,35

C222 ICB 0,040 0,32 0,35

C223 EPS 0,036 Membranas de betume polímero APP

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,29 0,46

C224 MW 0,035 0,28 0,46

C225 ICB 0,040 0,31 0,46

C226 EPS 0,036 Membranas de betume elastóme-ro SBS

0,29 0,46

C227 MW 0,035 0,28 0,46

C228 ICB 0,040 0,31 0,46

C229 EPS 0,036 Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

0,29 0,46

C230 MW 0,035 0,28 0,46

C231 ICB 0,040 0,31 0,46

C232 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,39 0,46

C233 MW 0,045 0,28 0,46

C234 ICB 0,040 0,31 0,46

C235 EPS 0,036

60

Membranas de betume polímero APP Feltro de geotêxtil

sob lajetas pré-fabricadas de betão, sobre apoios com altura de 20 mm

0,35 0,36

C236 MW 0,035 0,35 0,36

C237 ICB 0,040 0,37 0,36

C238 EPS 0,036

Membrana de betume elastómero SBS

0,35 0,36

C239 MW 0,035 0,35 0,36

C240 ICB 0,040 0,37 0,36

A.13

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C241

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

EPS 0,036

60

Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Feltro de geotêxtil sob lajetas pré-fabricadas de betão, sobre apoios com altura de 20 mm

0,35 0,36

C242 MW 0,035 0,35 0,36

C243 ICB 0,040 0,37 0,36

C244 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,35 0,36

C245 MW 0,035 0,35 0,36

C246 ICB 0,040 0,37 0,36

C247 EPS 0,036

80

Membrana de betume polímero APP

0,29 0,38

C248 MW 0,035 0,29 0,38

C249 ICB 0,040 0,31 0,38

C250 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

0,29 0,38

C251 MW 0,035 0,29 0,38

C252 ICB 0,040 0,31 0,38

C253 EPS 0,036 Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

0,29 0,38

C254 MW 0,035 0,29 0,38

C255 ICB 0,040 0,31 0,38

C256 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,29 0,38

C257 MW 0,035 0,29 0,38

C258 ICB 0,040 0,31 0,38

C259

Argila expandida, e betonilha (emed= 0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana líquida à base acrílica, com armadura geotêxtil

Sem protecção

0,39 0,33

C260 MW 0,035 0,38 0,33

C261 ICB 0,040 0,41 0,33

C262 EPS 0,036 Membrana de betume polímero APP

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,38 0,44

C263 MW 0,035 0,38 0,44

C264 ICB 0,040 0,41 0,44

C265 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

0,38 0,44

C266 MW 0,035 0,38 0,44

C267 ICB 0,040 0,41 0,44

A.14

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C268

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expandida, geotêxtil e beto-nilha (emed= 0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,38 0,44

C269 MW 0,035 0,38 0,44

C270 ICB 0,040 0,41 0,44

C271 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,38 0,44

C272 MW 0,035 0,38 0,44

C273 ICB 0,040 0,41 0,44

C274 EPS 0,036

80

Membrana líquida à base acrílica, com armadura geotêxtil

Sem protecção

0,32 0,35

C275 MW 0,035 0,31 0,35

C276 ICB 0,040 0,34 0,35

C277 EPS 0,036 Membrana de betume polímero APP

Feltro de geotêxtil sob argamassa de regularização, sob tijoleira e cimento cola

0,31 0,46

C278 MW 0,035 0,31 0,46

C279 ICB 0,040 0,34 0,46

C280 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

0,32 0,46

C281 MW 0,035 0,31 0,46

C282 ICB 0,040 0,34 0,46

C283 EPS 0,036 Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

0,32 0,46

C284 MW 0,035 0,31 0,46

C285 ICB 0,040 0,34 0,46

C286 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,32 0,46

C287 MW 0,035 0,31 0,46

C288 ICB 0,040 0,34 0,46

C289 EPS 0,036

60

Membrana de betume polímero APP

Feltro de geotêxtil sob lajetas pré-fabricadas de betão, sobre apoios com altura de 20 mm

0,38 0,36

C290 MW 0,035 0,38 0,36

C291 ICB 0,040 0,41 0,36

C292 EPS 0,036 Membrana de betume elastómero SBS

0,38 0,36

C293 MW 0,035 0,38 0,36

C294 ICB 0,040 0,41 0,36

A.15

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C295

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expandida, geotêxtil e beto-nilha (emed= 0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

Feltro de geotêxtil sob lajetas pré-fabricadas de betão, sobre apoios com altura de 20 mm

0,38 0,36

C296 MW 0,035 0,38 0,36

C297 ICB 0,040 0,41 0,36

C298 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,38 0,36

C299 MW 0,035 0,38 0,36

C300 ICB 0,040 0,41 0,36

C301 EPS 0,036

80

Membrana de betume polímero APP

0,32 0,38

C302 MW 0,035 0,31 0,38

C303 ICB 0,040 0,34 0,38

C304 EPS 0,036 Membranas de betume elastóme-ro SBS

0,32 0,38

C305 MW 0,035 0,31 0,38

C306 ICB 0,040 0,34 0,38

C307 EPS 0,036 Membrana termoplástica TPO (lâmina flexível de poliolefinas)

0,32 0,38

C308 MW 0,035 0,31 0,38

C309 ICB 0,040 0,34 0,38

C310 EPS 0,036 Membrana termoplástica PVC plastificado

0,32 0,38

C311 MW 0,035 0,31 0,38

C312 ICB 0,040 0,34 0,38

A.16

QUADRO A.4 - COBERTURA ACESSÍVEL A PESSOAS - INVERTIDA

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C313

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,035

60

Argamassa de regularização, sob tijoleira colocada com cimento cola

0,34 0,44

C314 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,34 0,44

C315 Membrana termoplástica TPO 0,34 0,44

C316 Membrana termoplástica PVC 0,34 0,44

C317 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

EPSM 0,034

0,34 0,44

C318 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,345 0,44

C319 Membrana termoplástica TPO 0,34 0,44

C320 Membrana termoplástica PVC 0,34 0,44

C321 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

PUR 0,024

0,27 0,44

C322 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,27 0,44

C323 Membrana termoplástica TPO 0,27 0,44

C324 Membrana termoplástica PVC 0,27 0,44

C325 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,036 80

0,29 0,46

C326 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,29 0,46

C327 Membrana termoplástica TPO 0,29 0,46

A.17

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C328

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Membrana termoplástica PVC XPS 0,036

80

Argamassa de regularização, sob tijoleira colocada com cimento cola

0,29 0,46

C329 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

EPSM 0,034

0,28 0,46

C330 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,28 0,46

C331 Membrana termoplástica TPO 0,28 0,46

C332 Membrana termoplástica PVC 0,28 0,46

C333 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

PUR 0,024

0,22 0,46

C334 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,22 0,46

C335 Membrana termoplástica TPO 0,22 0,46

C336 Membrana termoplástica PVC 0,22 0,46

C337 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,035 60

Lajetas térmicas com camada de betonilha (e = 0,035 m)

0,34 0,37

C338 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,34 0,37

C339 Membrana termoplástica TPO 0,34 0,37

C340 Membrana termoplástica PVC 0,34 0,37

A.18

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C341

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m

Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,036 80

Lajetas térmicas com camada de betonilha (e = 0,035 m)

0,29 0,39

C342 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,29 0,39

C343 Membrana termoplástica TPO 0,29 0,39

C344 Membrana termoplástica PVC 0,29 0,39

C345

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m)

Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,035

60

Argamassa de regularização, sob tijoleira colocada com cimento cola

0,37 0,44

C346 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,37 0,44

C347 Membrana termoplástica TPO 0,37 0,44

C348 Membrana termoplástica PVC 0,37 0,44

C349 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

EPSM 0,034

0,37 0,44

C350 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,37 0,44

C351 Membrana termoplástica TPO 0,37 0,44

C352 Membrana termoplástica PVC 0,37 0,44

C353 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

PUR 0,024 0,28 0,44

A.19

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C354

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m)

Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

PUR 0,024 60

Argamassa de regularização, sob tijoleira colocada com cimento cola

0,28 0,44

C355 Membrana termoplástica TPO 0,28 0,44

C356 Membrana termoplástica PVC 0,28 0,44

C357 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,036

80

0,31 0,46

C358 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,31 0,46

C359 Membrana termoplástica TPO 0,31 0,46

C360 Membrana termoplástica PVC 0,31 0,46

C361 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

EPSM 0,034

0,30 0,46

C362 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,30 0,46

C363 Membrana termoplástica TPO 0,30 0,46

C364 Membrana termoplástica PVC 0,30 0,46

C365 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

PUR 0,024

0,23 0,46

C366 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,23 0,46

A.20

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exterior Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C367

Laje maciça de betão armado (e= 0,15 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m)

Membrana termoplástica TPO

PUR 0,024 80

Argamassa de regularização, sob tijoleira colocada com cimento cola

0,23 0,46

C368 Membrana termoplástica PVC 0,23 0,46

C369 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,035 60

Lajetas térmicas com camada de betonilha (e = 0,035 m)

0,38 0,37

C370 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0,38 0,37

C371 Membrana termoplástica TPO 0,38 0,37

C372 Membrana termoplástica PVC 0,38 0,37

C373 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP

XPS 0,036 80

Lajetas térmicas com camada de betonilha (e = 0,035 m)

0.31 0,39

C374 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS

0.31 0,39

C375 Membrana termoplástica TPO 0.31 0,39

C376 Membrana termoplástica PVC 0.31 0,39

A.21

QUADRO A.5 - COBERTURA ACESSÍVEL A VEÍCULOS - TRADICIONAL

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C377

Laje maciça de betão armado (e= 0,25 m) e revestimento em estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m) e barreira pára-vapor

EPS 0,036

60

Membranas de betume polí-mero APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro (e =0,05m), com camada separadora inferior e superior de feltro geotêxtil sob camada de betão armado com 0,15 m

0,34 0,48

C378 MW 0,035 0,34 0,48

C379 ICB 0,040 0,36 0,48

C380 EPS 0,036 Membranas de betume elas-tómero SBS, com geotêxtil

0,34 0,48

C381 MW 0,035 0,34 0,48

C382 ICB 0,040 0,36 0,48

C383 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexí-vel de poliolefinas, com geo-têxtil)

0,34 0,48

C384 MW 0,035 0,34 0,48

C385 ICB 0,040 0,36 0,48

C386 EPS 0,036 Membrana de PVC plastifica-do, com geotêxtil

0,34 0,48

C387 MW 0,035 0,34 0,48

C388 ICB 0,040 0,36 0,48

C389 EPS 0,036

80

Membrana de betume políme-ro APP, com geotêxtil

0,29 0,50

C390 MW 0,035 0,28 0,50

C391 ICB 0,040 0,31 0,50

C392 EPS 0,036 Membrana de betume elastó-mero SBS, com geotêxtil

0,29 0,50

C393 MW 0,035 0,28 0,50

C394 ICB 0,040 0,31 0,50

C395 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexí-vel de poliolefinas, com geo-têxtil)

0,29 0,50

C396 MW 0,035 0,28 0,50

C397 ICB 0,040 0,31 0,50

C398 EPS 0,036 Membrana de PVC plastifica-do, com geotêxtil

0,29 0,50

C399 MW 0,035 0,28 0,50

C400 ICB 0,040 0,31 0,50

A.22

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma

Isolamento térmico Impermeabilização Protecção exterior Coeficiente de transmissão

térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C401

Laje maciça de betão armado (e= 0,25 m) revestimento em estuque na face inferior

Argila expandi-da, geotêxtil e betonilha (emed= 0,10 m) e barrei-ra pára vapor

EPS 0,036

60

Membrana de betume políme-ro APP, com geotêxtil

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâme-tro (e =0,05m), com camada separadora inferior e superior de feltro geotêxtil sob camada de betão armado com 0,15 m

0,38 0,48

C402 MW 0,035 0,37 0,48

C403 ICB 0,040 0,40 0,48

C404 EPS 0,036 Membrana de betume elastó-mero SBS, com geotêxtil

0,38 0,48

C405 MW 0,035 0,37 0,48

C406 ICB 0,040 0,40 0,48

C407 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexí-vel de poliolefinas, com geo-têxtil )

0,38 0,48

C408 MW 0,035 0,37 0,48

C409 ICB 0,040 0,40 0,48

C410 EPS 0,036 Membrana de PVC plastifica-do, com geotêxtil

0,38 0,48

C411 MW 0,035 0,37 0,48

C412 ICB 0,040 0,40 0,48

C413 EPS 0,036

80

Membrana de betume políme-ro APP, com geotêxtil

0,31 0,50

C414 MW 0,035 0,30 0,50

C415 ICB 0,040 0,33 0,50

C416 EPS 0,036 Membrana de betume elastó-mero SBS, com geotêxtil

0,31 0,50

C417 MW 0,035 0,30 0,50

C418 ICB 0,040 0,33 0,50

C419 EPS 0,036 Membrana TPO (lâmina flexí-vel de poliolefinas, com geo-têxtil)

0,31 0,50

C420 MW 0,035 0,30 0,50

C421 ICB 0,040 0,33 0,50

C422 EPS 0,036 Membrana de PVC plastifica-do, com geotêxtil

0,31 0,50

C423 MW 0,035 0,30 0,50

C424 ICB 0,040 0,33 0,50

A.23

QUADRO A.5 - COBERTURA ACESSÍVEL A VEÍCULOS - INVERTIDA

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exteri-or

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C425

Laje maciça de betão armado (e= 0,25 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

XPS 0,035

60

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,05m), com camada separa-dora inferior e superior de feltro geotêxtil sob camada de betão armado com 0,15 m

0,34 0,48

C426 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,34 0,48

C427 Membrana TPO e geotêxtil 0,34 0,48

C428 Membrana PVC e geotêxtil 0,34 0,48

C429 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

EPSM 0,034

0,34 0,48

C430 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,34 0,48

C431 Membrana TPO e geotêxtil 0,34 0,48

C432 Membrana PVC e geotêxtil 0,34 0,48

C433 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

PUR 0,024

0,27 0,48

C434 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,27 0,48

C435 Membrana TPO e geotêxtil 0,27 0,48

C436 Membrana PVC e geotêxtil 0,27 0,48

C437 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

XPS 0,036 80

0,29 0,50

C438 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,29 0,50

C439 Membrana TPO e geotêxtil 0,29 0,50

A.24

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exteri-or

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C440

Laje maciça de betão armado (e= 0,25 m) e revestimento de estuque na face inferior

Betão aligeirado com granulado de EPS (emed=0,10 m)

Membrana PVC e geotêxtil XPS 0,036

80

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,05m), com camada separa-dora inferior e superior de feltro geotêxtil sob camada de betão armado com 0,15 m

0,29 0,50

C441 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

EPSM 0,034

0,28 0,50

C442 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,28 0,50

C443 Membrana TPO e geotêxtil 0,28 0,50

C444 Membrana PVC e geotêxtil 0,28 0,50

C445 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

PUR 0,024

0,22 0,50

C446 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,22 0,50

C447 Membrana TPO e geotêxtil 0,22 0,50

C448 Membrana PVC e geotêxtil

0,22 0,50

C449

Argila expandida, geotêxtil e beto-nilha (emed= 0,10 m) e emulsão betuminosa

Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

XPS 0,035

60

0,37 0,48

C450 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,37 0,48

C451 Membrana TPO e geotêxtil 0,37 0,48

C452 Membrana PVC e geotêxtil 0,37 0,48

C453 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

EPSM 0,034

0,37 0,48

C454 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,37 0,48

C455 Membrana TPO e geotêxtil 0,37 0,48

A.25

Cobertura plana

Estrutura resis-tente

Camada de forma Impermeabilização Isolamento térmico Protecção exteri-or

Coeficiente de transmis-são térmica [W/(m

2.ºC)]

Espessura (m) Material

[densidade (kg/m

3)]

λ [W/m.ºC)]

Espessura (mm)

C456

Laje maciça de betão armado (e= 0,25 m) e revestimento de estuque na face inferior

Argila expandida, geotêxtil e beto-nilha (emed= 0,10 m) e emul-são betuminosa

Membrana PVC e geotêxtil EPSM 0,034

60

Seixo rolado de 16 a 32 mm de diâmetro (e =0,05m), com camada separa-dora inferior e superior de feltro geotêxtil sob camada de betão armado com 0,15 m

0,37 0,48

C457 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

PUR 0,024

0,29 0,48

C458 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,29 0,48

C459 Membrana TPO e geotêxtil 0,29 0,48

C460 Membrana PVC e geotêxtil 0,29 0,48

C461 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

XPS 0,036

80

0,31 0,50

C462 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,31 0,50

C463 Membrana TPO e geotêxtil 0,31 0,50

C464 Membrana PVC e geotêxtil 0,31 0,50

C465 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

EPSM 0,034

0,30 0,50

C466 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,30 0,50

C467 Membrana TPO e geotêxtil 0,30 0,50

C468 Membrana PVC e geotêxtil 0,30 0,50

C469 Emulsão betuminosa sob mem-brana APP e geotêxtil

PUR 0,024

0,23 0,50

C470 Emulsão betuminosa sob mem-brana SBS e geotêxtil

0,23 0,50

C471 Membrana TPO e geotêxtil 0,23 0,50

C472 Membrana PVC e geotêxtil 0,23 0,50