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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93 UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998 Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão AVALIAÇÃO ESTOMATOLÓGICA DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELITO, USUÁRIOS DE INSULINA E NÃO USUÁRIOS DE INSULINA. TRÊS CORAÇÕES 2004 CARLOS ROGÉRIO RIBEIRO FONTANINI

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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º

99/93

UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

AVALIAÇÃO ESTOMATOLÓGICA DE PACIENTES

PORTADORES DE DIABETES MELITO, USUÁRIOS DE

INSULINA E NÃO USUÁRIOS DE INSULINA.

TRÊS CORAÇÕES

2004

CARLOS ROGÉRIO RIBEIRO FONTANINI

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AVALIAÇÃO ESTOMATOLÓGICA DE PACIENTES

PORTADORES DE DIABETES MELITO, USUÁRIOS DE

INSULINA E NÃO USUÁRIOS DE INSULINA.

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Três Corações – UNINCOR, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre pelo curso de Mestrado em Clínica Odontológica; área de concentração: Diagnóstico Bucal. Orientador: Prof. Dr. Fábio de Abreu Alves.

TRÊS CORAÇÕES 2004

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POR MAIS LONGE QUE TENHAMOS QUE CAMINHAR, POR MAIS

FORÇA QUE TENHAMOS QUE FAZER, POR MAIS TEMPO QUE TENHAMOS

QUE DISPOR; SE SÓ ISSO FOR NECESSÁRIO PARA REALIZARMOS NOSSOS

SONHOS, VALE A PENA.

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DEDICATÓRIA__________

AOS MEUS PAIS, CARLINHOS E MORENA (in memoriam)

A vocês, que tenho certeza, continuam participando de cada momento da minha vida, “...tudo

é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo”(Walter

Franco). Eu te amo pai. Eu te amo mãe.

OFEREÇO.

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À MINHA ESPOSA GLÓRIA E AOS MEUS FILHOS CARLOS EDUARDO E

GUILHERME

Esse trabalho é o fruto da ausência nesses dois anos. Espero que esse período seja um

exemplo aos meus filhos de perseverança em busca de um sonho. Vale a pena sonhar.

DEDICO

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AO AMIGO JEFFERSON AUGUSTUS TAGLIAFERRI E MENEZES

Deus o chamou. É inútil lamentarmos sua partida.

Ficou um vazio muito grande que tentamos

preencher com a lembrança do amigo

prestativo e alegre que você sempre foi.

Até um dia Sonzinho.

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AGRADECIMENTOS__________

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A DEUS:

Por ter me dado a graça de viver cada momento, que somados formam a minha vida.

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AO PROF. DR FÁBIO DE ABREU ALVES

Pela dedicação e interesse durante a orientação, pelas oportunidades durante o curso, pela

compreensão e principalmente pela amizade. Muito obrigado.

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À Universidade Vale do Rio Verde, eu conheci como INCOR e reencontrei

UNINCOR. Muito me orgulho de pertencer ao quadro de ex-alunos.

Ao Magnífico Reitor da UNINCOR Prof. Dr. Adair Ribeiro, pela sua dedicação em

prol do ensino de qualidade e pelo zelo com a Universidade.

Ao presidente da Fundação Tricordiana de Educação Prof. Dr. Luiz Edmundo Baldin,

pela sua humanidade. Se mil anos eu viver, mil anos serei grato pelo seu apoio.

Ao Prof. Dr. Natanael Átilas Aleva, pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão,

pelas sugestões e correções.

Ao Prof. Dr. Marcos Ribeiro Moysés, coordenador do curso de Mestrado em Clínica

Odontológica, por seu empenho e dedicação.

Ao Prof. Dr. Alessandro Costa Pereira, sua vontade de ensinar é algo a ser seguido.

À Profa. Dra. Mônica Costa Armond, pela atenção e constante apoio, desejo-lhe toda

felicidade.

Às Profas Patrícia Peres Yucif Pereira e Andréa Craveiro Chagas, pela amizade e

permissão para freqüentar a Clínica de Semiologia.

Aos funcionários da Faculdade de Odontologia, nas pessoas do Gabriel e Terezinha,

contemporâneos da minha primeira passagem por essa Faculdade.

Aos amigos Luis Rogério, Arlindo, Marina, Elaine Sadoco, Beto, Sharon, Gissely,

Neusa, Elaine Cabral e Gustavo, mestres na arte da amizade. Valeu!

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... 6

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ...................................................... 8

RESUMO................................................................................................................................... 9

ABSTRACT ............................................................................................................................ 10

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 13

3 PROPOSIÇÃO .................................................................................................................... 24

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 25

4.1 População estudada .......................................................................................................... 25

4.2 Índice CPO-D modificado................................................................................................ 25

4.3 Sondagem .......................................................................................................................... 26

4.4 Calibração ......................................................................................................................... 27

4.5 Aplicação do índice CPITN ............................................................................................. 27

4.6 Avaliação de patologias ósseas e de tecido mole ............................................................ 29

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 30

5.1 Características da população estudada .......................................................................... 30

5.2 Análise do índice CPO-D ................................................................................................. 33

5.3 Análise da prevalência da doença periodontal através do índice CPITN ................... 36

5.4 Análise radiográfica dos pacientes diabéticos................................................................ 42

5.5 Análise de patologias ou alterações em tecidos moles ................................................... 43

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 45

7 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 55

ANEXO.................................................................................................................................... 60

APÊNDICE ............................................................................................................................. 66

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 Sonda periodontal mod. 621 utilizada nos procedimentos de sondagem ......... 28

FIGURA 2 Referente à Tabela 2, distribuição dos pacientes em grupos etários................. 31

FIGURA 3 Distribuição dos pacientes em grupos etários e em relação ao uso de insulina ......................................................................................................... 32

FIGURA 4 Distribuição dos pacientes quanto aos valores glicêmicos em relação ao uso de insulina.............................................................................................. 32

FIGURA 5 Referente ao índice de dentes cariados (C) por idade....................................... 35

FIGURA 6 Referente ao índice de dentes perdidos (P) por idade....................................... 36

FIGURA 7 Referente ao índice de dentes obturados (O) por idade .................................... 36

FIGURA 8 Avaliação do Sextante Superior Direito pelo Índice CPITN............................ 37

FIGURA 9 Avaliação do Sextante Superior Anterior pelo Índice CPITN.......................... 37

FIGURA 10 Avaliação do Sextante Superior Esquerdo pelo Índice CPITN ........................ 38

FIGURA 11 Avaliação do Sextante Inferior Esquerdo através do Índice CPITN.................39

FIGURA 12 Avaliação do Sextante Inferior Anterior através do Índice CPITN..................39

FIGURA 13 Avaliação do Sextante Inferior Direito pelo Índice CPITN.............................. 40

FIGURA 14 Alongamento e calcificação do processo estilóide ........................................... 50

FIGURA 15 Agenesia bilateral do seio maxilar.................................................................... 50

FIGURA 16 Displasia cemento-óssea florida ....................................................................... 51

FIGURA 17 Reabsorção óssea. ............................................................................................. 51

FIGURA 18 Reabsorção óssea e tártaro dental ..................................................................... 51

FIGURA 19 Mucosite por prótese......................................................................................... 52

FIGURA 20 Leucoplasia ....................................................................................................... 52

FIGURA 21 Líquen Plano Oral ............................................................................................. 53

TABELA 1 Características gerais dos pacientes portadores de diabetes melito .................. 30

TABELA 2 Distribuição dos pacientes em grupos etários................................................... 31

TABELA 3 Distribuição dos pacientes quanto à idade e uso de insulina ............................ 31

TABELA 4 Distribuição dos indivíduos quanto aos valores glicêmicos em relação ao uso de insulina ............................................................................................. 32

TABELA 5 Distribuição dos indivíduos quanto aos valores glicêmicos e ao tipo de diabete .......................................................................................................... 33

TABELA 6 Correlação do índice CPO-D com diabéticos usuários ou não de insulina ............................................................................................................. 35

TABELA 7 Referente aos resultados do índice CPO-D por idade....................................... 35

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TABELA 8 Análise do Sextante Superior Direito através Índice CPITN............................ 36

TABELA 9 Análise do Sextante Superior Anterior através do Índice CPITN .................... 37

TABELA 10 Análise do Sextante Superior Esquerdo através do Índice CPITN................... 38

TABELA 11 Análise do Sextante Inferior Esquerdo através do Índice CPITN .................... 38

TABELA 12 Análise do Sextante Inferior Anterior pelo Índice CPITN ............................... 39

TABELA 13 Análise do Índice CPITN do Sextante Inferior Direito .................................... 40

TABELA 14 Análise do Índice CPITN por Sextante e em relação a grupos etários ............. 41

TABELA 15 Patologias e alterações ósseas diagnosticadas na análise radiográfica ............. 42

TABELA 16 Incidência das alterações patológicas da mucosa bucal diagnosticadas durante o exame clínico..................................................................................... 44

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ADA American Diabetes Association

CPO-D Cariados Perdidos Obturados-Dente

CPITN Índice Comunitário de Necessidade de Tratamento Periodontal

D Distal

DM Diabetes Melito

L Lingual

LPO Líquen Plano Oral

M Mesial

OMS Organização Mundial de Saúde

P Palatino

PP Polipeptídeo Pancreático

PSF Programa de Saúde da Família

V Vestibular

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RESUMO

FONTANINI, Carlos Rogério Ribeiro. Avaliação estomatológica de pacientes portadores de Diabetes Melito, usuários e não usuários de insulina. 2005. 67 p. (Dissertação – Mestrado em Clinica Odontológica). Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações – MG*.

Pacientes portadores de Diabetes Melito podem apresentar manifestações sistêmicas que venham interferir no atendimento odontológico, assim sendo é necessário proceder à cuidadosa anamnese para caracterização das condições clínicas desses indivíduos, pois segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde uma parte significativa dos diabéticos desconhece sua condição. Quando descompensado metabolicamente apresenta risco aumentado para periodontite e, segundo relatos da literatura, a doença periodontal tem influência no controle metabólico desses pacientes. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar as condições de saúde bucal de pacientes diabéticos quanto a alterações dentárias, condições periodontais, manifestações patológicas do tecido mole, patologias ósseas das maxilas e mandíbula, sinais e sintomas bucais relacionados ao Diabetes Melito. Foram examinados 57 pacientes portadores de diabetes, usuários e não usuários de insulina, cadastrados pelo Programa de Saúde da Família do bairro Feira, da cidade de Campo Belo - MG. Para determinação de alterações dentárias foi utilizado o índice CPO-D e as condições periodontais foram avaliadas pelo índice CPITN. O diagnóstico das alterações ósseas utilizou-se de radiografias panorâmicas e quando necessário, radiografias periapicais. A avaliação dos tecidos moles da boca foi realizada através do exame clínico, quando necessário, foram utilizados exames complementares como citologia ou biópsia. A inadequação do controle metabólico, onde 19 pacientes apresentaram-se compensados metabolicamente e 38 descompensados, e a severidade da doença periodontal foram constatadas em nossa pesquisa.

O número de dentes perdidos foi significativo possivelmente por se tratar de pacientes diabéticos. O alongamento e/ou calcificação do processo estilóide foi observado radiograficamente em uma grande parte dos pacientes, seguida por reabsorção óssea e alterações do seio maxilar. Foi também diagnosticado um caso de displasia cemento-óssea florida. A xerostomia e ardência bucal foram os sintomas prevalentes relatados pelos pacientes. A mucosite provocada pelo uso de prótese foi a principal manifestação clínica. Indivíduos portadores de DM representam um grupo especial que requer medidas preventivas e terapêuticas específicas durante o atendimento odontológico.

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ABSTRACT

FONTANINI, Carlos Rogério Ribeiro. Stomatological evaluation of diabetic patients insulin and non-insulin dependents. 2005. 67 p. (Dissertação – Mestrado em Clinica Odontológica). Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações – MG*.

Patient with Diabetes Mellitus can present systemic manifestations that come to interfere in the dentistry treatment, consequently it is necessary to proceed the careful anamnese for characterization of clinical conditions of these individuals. According to data presented by Ministério da Saúde do Brasil a significant numbers of diabetics ignore your condition. The unbalanced diabetics present increased risk for periodontite and, reports of the literature show that the periodontal disease has influence in the metabolic control of diabetes. The objective of this research was to evaluate the conditions of oral health of patient with Diabetes, according to dental alterations, periodontal conditions, pathological manifestations of the soft tissues, jawbones alterations, signs and oral symptoms related to Diabetes. A total of 57 patient diagnosticed as diabetes mellitus were examined, users and not users of insulin, registered by Programa de Saúde da Família Bairro Feira, Campo Belo-MG. For determination of dental alterations the CPO-D index was used and the conditions periodontais were appraised for the CPITN index. The diagnosis of the bony pathologies was used of panoramic x-rays and when necessary, periapical radiographs. The evaluation of the soft tissues of the mouth was accomplished through the exam clinical, when necessary, complementary exams were used as cytology or biopsy. The inadequacy of the metabolic control and the severity of the disease periodontal can be verified in our research. The number of lost teeth was extremely significant, possibly due to diabetes. The prolongation and/or calcification of the styloid process were observed in a great part of the patients, followed for bony absorption and alterations of the maxillary sinus. It was also diagnosed a case of florid cemento-osseo dysplasia. The xerostomia and burning mouth were the main symptoms. Diabetic patients represent a special group that request preventive measures and specific therapeutics during the odontological treatment.

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1 INTRODUÇÃO

O Diabetes Melito (DM) é uma doença crônica resultante da insuficiência absoluta ou

relativa de insulina, causada tanto pela baixa produção de insulina pelo pâncreas, como pela

falta de resposta dos tecidos periféricos à insulina (SONIS; FAZIO; FANG, 1996). De acordo

com Wild et al. (2004) o número de diabéticos no mundo vai dobrar até 2030. O Brasil é o

oitavo país com mais casos de diabetes em estimativa de 2000. Em projeção para 2030

ocupará o sexto lugar, ficando atrás da Índia, China, Estados Unidos, Indonésia e Paquistão.

Os dados do estudo multicêntrico de diabetes no Brasil realizado em 1987 pelo

Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Diabetes e CNPq demonstraram uma

prevalência de 7,6% na população de 30 a 69 anos de idade. O estudo revelou um alto grau de

desconhecimento em relação à doença (BRASIL, 2001).

O principal fator de risco do diabetes é a hereditariedade, seguido pela obesidade,

idade, pressão arterial elevada, níveis altos de triglicérides e colesterol. Os sintomas mais

freqüentes são: poliúria, polidpsia, polifagia e perda de peso. Indivíduos portadores dessa

doença podem desenvolver problemas vasculares, neurológicos e/ou infecciosos.

Complicações nos grandes vasos podem causar doenças cerebrovascular e cardiovascular, nos

pequenos vasos podem acarretar retinopatias diabética (que pode levar à cegueira), e

nefropatias que resultam em insuficiência renal (SONIS; FAZIO; FANG, 1996).

O diabetes é classificado em dois tipos principais: tipo 1, ou seja, insulino-dependentes

e tipo 2 ou não-insulino-dependentes. Para o Cirurgião-Dentista é de suma importância o

conhecimento básico dessa doença, pois na clínica diária tem-se contato, quase freqüente,

com pacientes diabéticos. Para uma correta avaliação, é necessário fazer uma anamnese

cuidadosa e seguir protocolos de atendimentos especiais para portadores de diabete.

De acordo com o resultado do exame anamnésico, o cirurgião-dentista poderá

suspeitar da presença de diabetes no indivíduo. A solicitação de exames laboratoriais

confirmará ou não a doença. Valores de glicemia em jejum abaixo de 140mg/dL nos darão o

resultado provisório de ausência de diabetes. Se o exame confirmar a presença da doença, o

paciente deverá ser encaminhado ao médico para tratamento. Sendo um paciente diabético,

ele deverá ser questionado a respeito do tipo de diabetes, acompanhamento médico, se está

compensado ou não, medicações que está tomando, demais órgãos envolvidos pela doença e

principalmente complicações agudas ou crônicas que já tenham ocorrido (ORSO;

PAGNONCELLI, 2002).

Pacientes que desconhecem a doença, mas apresentam sinais e sintomas sugestivos, ou

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pacientes com história familiar da doença devem fazer exames para determinar a glicemia e se

o nível glicêmico se apresentar aumentado, o paciente deve ser encaminhado para avaliação

médica. A dificuldade de cicatrização, os cuidados relativos a procedimentos cirúrgicos que

exponham o paciente a riscos de infecções, controle da dieta, a época de início da doença e a

insulinoterapia, são fatores que devem ser considerados pelo cirurgião-dentista ao prestar

atendimento a pacientes portadores de DM.

Nos pacientes que conheciam sua doença, uma análise do tipo de tratamento revelou

que 23% não faziam nenhum tipo de tratamento, demonstrando a inadequação do

acompanhamento dessa patologia. Estudos randomizados, tanto em diabetes tipo 1 como em

diabéticos tipo 2, demonstraram claramente a redução das complicações crônicas com o bom

controle metabólico da doença (BRASIL, 2001). O diabético controlado pode receber

tratamento similar a um paciente não portador da doença. A doença periodontal tem sido

apontada como a sexta complicação mais prevalente em portadores de DM, crescendo numa

taxa anual de 6% em função do aumento da expectativa de vida dos pacientes e do

aperfeiçoamento dos recursos de elucidação diagnóstica (CARVALHO et al., 2003). Além da

doença periodontal, outras patologias bucais podem se manifestar em pacientes diabéticos,

como a queilite angular, e também a predisposição a infecções devido a alterações da

microbiota bucal. Para os portadores de DM a avaliação odontológica freqüente (no mínimo

de 6 em 6 meses) é fundamental para a prevenção de doenças periodontais, perda de dentes e

manifestações bucais de diversas patologias. A conduta odontológica correta pode evitar

problemas causados pela DM, bastando observar as particularidades necessárias ao

atendimento desses pacientes.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O DM constitui uma síndrome clínica heterogênea caracterizada por anormalidades

endócrinas, devido à deficiência absoluta ou relativa de insulina, manifestada por uma

secreção deficiente de insulina pelo pâncreas e/ou por uma ação deficiente de insulina nos

tecidos alvos. Também ocorrem anormalidades metabólicas envolvendo a glicose, os

carboidratos, os lipídios e as proteínas no organismo humano, tendo como conseqüência

hiperglicemia, que resulta em diversas alterações em muitos setores do organismo (BRASIL,

1993). A maioria dos carboidratos que constituem os alimentos utilizados pelo homem resulta

na obtenção de glicose em decorrência da ação de enzimas digestivas. Este açúcar, através da

corrente sangüínea, é incorporado às células graças à ação da insulina, assegurando, assim, a

produção de energia. A insulina é sintetizada pelas células beta das ilhotas de Langerhans

presentes no pâncreas, sendo esta uma glândula que se localiza na porção posterior no abdome

superior, pesa de 60 a 140g e possui cerca de 15 cm de comprimento (SLAVKIN, 1997).

Em 1889, Von Mering e Minkowsky sugeriram que a ausência de um fator do

pâncreas fosse o responsável pelo DM. Esses cientistas observaram em cães

pancreatectomizados, um quadro semelhante ao diabetes humano e também demonstraram

que a perda de função exócrina pela ligadura do duto pancreático produz atrofia do órgão sem

induzir a doença. A descoberta da insulina ocorreu em 1921, quando Banting e Best

prepararam um extrato a partir do pâncreas atrofiado após ligadura e demonstraram o notável

efeito terapêutico desse produto em cães e humanos, reduzindo os níveis de glicose no sangue

e na urina. Abel, em 1926 obteve a insulina na forma cristalizada. Em 1960, a insulina foi

seqüenciada por Sanger e, em 1963, Katsoyannis et al. e Meienhofer et al. conseguiram

sintetizá-la em pequenas quantidades. No final da década de 1970, conseguiu-se a biossíntese

da insulina por bactéria (Escherichia coli) pela técnica do Ácido Desoxirribonucleico (DNA)

recombinante associado ao método de síntese química do DNA. Este avanço permitiu a

produção de insulina humana, em escala comercial, para utilização clínica. As ilhotas do

pâncreas foram identificadas, histológicamente, por Langerhans em 1869. Elas representam

de 1% a 2% da massa pancreática, sendo constituídas por quatro tipos de células: a beta, que

secreta principalmente a insulina; a alfa, que secreta o glucagon; a somatostatina e a F o

polipeptídeo pancreático (PP) (MACHADO; OLVEIRA JÚNIOR, 2001).

A alteração metabólica é caracterizada pela hipofunção ou falta de função das células

beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, levando a um alto nível de glicose no sangue e na

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excreção de açúcar na urina (CARRANZA, 1992). Nishimura et al. (2000) classificaram o

diabetes baseados na etiologia da doença, em três categorias: diabetes melito insulino-

dependente (DMID); diabetes melito não insulino-dependente (DMNID); diabetes melito

insulino-dependente vagarosamente progressivo. Esta última forma representa os 6,5% dos

indivíduos diabéticos não insulino-dependentes que desenvolvem, em algum momento,

durante o curso da doença, o tipo insulino-dependente. Entretanto, a Associação Americana

de Diabetes (ADA), em 2001, suprime da classificação do DM os termos insulino-

dependente, insulino-não dependente, adulto, maturidade e diabetes juvenil (MEALEY;

MORITZ, 2003). Em 2004, a ADA apresentou novas recomendações sobre a classificação do

DM: Diabetes melito tipo 1: resulta da destruição das células beta e deficiência absoluta de

insulina; Diabetes melito tipo 2: resulta de defeitos na secreção de insulina, quase sempre com

uma importante resistência insulínica; Diabetes gestacional: caracterizado pela diminuição da

tolerância à glicose, diagnosticado pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir

após o parto; Glicemia de jejum inapropriada: situação onde é verificada uma glicemia de

jejum entre 110 e 125 mg/dl; Tolerância à glicose diminuída: situação onde a glicemia duas

horas após sobrecarga está no intervalo entre 140 e 200 mg/dl; Outros tipos específicos:

defeitos genéticos da função da célula beta, defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do

pâncreas exócrino, endocrinopatias induzidas por fármacos ou agentes químicos, formas raras

de diabetes imunomediados e outras síndromes genéticas associadas com diabetes.

Basicamente são descritos dois tipos de diabetes: TIPO 1: causado pela perda da

capacidade secretora de insulina, culminando com deficiência absoluta desse hormônio,

devido à destruição das células beta das ilhotas pancreáticas. Corresponde a 10% de todos os

casos de diabete. Recentemente tem-se verificado um aumento de 3% a 4% na incidência

anual, com acometimento de indivíduos cada vez mais novos. Entretanto também se observa

que o diabetes Tipo 1 pode surgir em qualquer faixa etária (SILVA; DIB, 2001).

O número de internações por DM registrado no Sistema de Informação Hospitalar

(SIH/SUS) é elevado. Estes custos estão relacionados com a alta taxa de permanência

hospitalar do diabético e também com a severidade das complicações que, muitas vezes,

demandam procedimentos de alta complexidade (BRASIL, 2001)

A importância do DM Tipo 1 do ponto de vista social e econômico é inegável devido

às altas taxas de morbidade, mortalidade e de incapacitação para o trabalho. Desta forma, fica

evidente que tal doença merece especial cuidado no sentido de uma detecção precoce dos

indivíduos susceptíveis para que haja possibilidade de intervenção profilática nos mesmos.

(BALDA; PACHECO-SILVA, 1999).

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O DM Tipo 1 apresenta difícil controle, tem marcada tendência para cetose e coma,

não é precedida por obesidade, necessitando de insulina injetável para ser controlada. Os

pacientes com a doença apresentam sintomas como polifagia, polidpsia, poliúria,

predisposições a infecções e anorexia. O DM Tipo 2 apresenta fatores etiopatogênicos e

alterações fisiopatológicas heterogêneas, caracterizadas pela combinação de resistência à

insulina (no músculo, fígado e tecido adiposo), disfunção das células beta pancreáticas e

aumento da produção endógena de glicose, induzidas por anormalidades genéticas e

adquiridas (ZECCHIN; SAAD, 2001.).

O início geralmente se dá após os 45 anos de idade e normalmente ocorre em

indivíduos obesos, podendo freqüentemente ser controlado por dieta ou por agentes

hipoglicemiantes bucais como a metformina, as sultoniluluréias ou as tiazolidinedionas. Não

são comuns o desenvolvimento de cetose e coma. Esta forma de diabetes apresenta os

mesmos sintomas que o juvenil, só que de forma menos grave. A prevalência de ocorrência é

de 3% a 4% dos pacientes adultos de consultório, os fatores de risco são: hereditariedade,

obesidade, idade (acima de 45 anos), alguns grupos étnicos, pressão arterial elevada e

elevados níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides. Os sintomas apresentados por

pacientes portadores de DM são: aumento na ingestão de líquidos (polidipsia), elevação na

eliminação de urina (poliúria), perda de glicose na urina que resulta em perda de peso e

conseqüente aumento no consumo de alimentos (polifagia). As complicações mais freqüentes

que ocorrem no diabetes são: intolerância à glicose, metabolismo anormal de gorduras e

proteínas, cetoacidose, instabilidade cardiovascular, desidratação, alteração do estado mental,

doenças coronárias, retinopatias, neuropatia, aumento do risco de infecções, coma e morte

(KOMMAN; MILLER, 1992).

Segundo Wild et al. (2004) o número de diabéticos no mundo é de aproximadamente

171 milhões, com projeção para 366 milhões em 2030. O Brasil é o oitavo país com mais

casos de diabetes, estimativa em 2000 de 4,6 milhões casos, com projeção de 11,3 milhões em

2030. O diabetes do ponto de vista odontológico, quando não corretamente controlado,

apresenta as seguintes conseqüências: maior predisposição a problemas gengivais; maior

susceptibilidade a infecções; perda precoce de dentes; dificuldade de adaptação de próteses

parciais removíveis ou totais. Os pacientes diabéticos apresentam uma tendência mais elevada

para o desenvolvimento de infecções, normalmente de natureza fúngica ou bacteriana. Os

principais órgãos-alvo são a pele, o trato urinário e as mucosas orais e gengivais, que

apresentam entre outras infecções por Cândida. Na pele ocorrem mais infecções foliculares

por estafilococos, e as lesões tendem a ser mais grave do que em não diabéticos. As úlceras

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são particularmente presentes. Podem ocorrer infecções fúngicas superficiais, celulites e

erisipelas (MISTRO et al., 2003) Em diabéticos graves, não controlados, a tendência às

infecções é maior. Nessas circunstâncias, o diabético tem mais dificuldades para enfrentar a

infecção, ela é potencialmente mais ameaçadora, pois é capaz de desencadear grandes

transtornos metabólicos. O cuidado com o diabético que precisa de cirurgia oral e as

conseqüências das infecções nos diabéticos, são precauções primárias no tratamento

odontológico desses pacientes. O conceito de que o diabético é inerentemente mais

susceptível a infecções do que o indivíduo metabolicamente normal deve ser afastado, se a

doença estiver sob controle. Entretanto, em diabéticos graves, não controlados, a tendência às

infecções é, certamente maior. A infecção no diabético, por mais branda que seja, tem que ser

tratada pronta e efetivamente. Enquanto o não diabético pode, ocasionalmente, se ver livre de

uma infecção branda, ou se tratar sem complicações com terapêutica habitual, uma invasão

bacteriana pode ser muito prejudicial para o diabético (BARCELLOS et al., 2000). Segundo

dados do levantamento epidemiológico, de âmbito nacional, realizado pelo Ministério da

Saúde, denominado “Projeto SB Brasil 2003”, com a finalidade de estabelecer a condição de

saúde bucal da população brasileira, constatou-se que a prevalência da cárie apresenta valores

considerados altos e uma tendência de crescimento em função da idade, o que é considerado

um fenômeno comum em função do caráter cumulativo do índice CPO-D, o qual foi utilizado

para análise dos dados (BRASIL, 2004). Analisando níveis salivares de estreptococos do

grupo mutans e de lactobacilos em jovens diabéticos insulino-dependentes, Orovio, Rocha e

Rosa (1993) concluíram que não existe diferença entre o grupo controle e o grupo de

diabéticos quanto ao índice CPOS e níveis de estreptococos do grupo mutans e lactobacilos e

também não existe correlação entre os níveis de estreptococos do grupo mutans e de

lactobacilos e o índice CPOS. Ressalva que a variável que merece discussão a respeito de

cárie dental em diabéticos é o tempo de diabetes, que reflete o espaço de tempo que os dentes

ficam expostos à sacarose antes que a doença seja diagnosticada, inclusive tem sido sugerido

que um tempo de diabetes curto estaria associado com um índice CPO-D maior.

A correlação entre o diabetes melito e a cárie, é controvertida. Ponte et al. em 2001

revisaram a literatura e encontraram artigos que relataram incidências mais elevadas em

pacientes com diabetes Tipo 1, enquanto outros autores encontraram uma prevalência,

sobretudo de cárie de raiz, nos pacientes do tipo 2. Entretanto vários outros trabalhos não

apresentaram correlação entre diabetes e cárie dental, como Carvalho et al. (2003) em seu

trabalho sobre manifestações sistêmicas e orais em pacientes portadores de diabetes Tipo 2,

observou índices CPO-D compatíveis com os valores de referência fornecidos pelo

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levantamento epidemiológico realizado no estado de São Paulo em 1998. Analisando níveis

salivares de estreptococos do grupo mutans e de lactobacilos em pacientes diabéticos

insulino-dependentes, Orovio, Rocha e Rosa (1993).

Em pacientes diabéticos não-controlados os achados na mucosa bucal incluem,

queilose e uma tendência para sequidão e fissuras; sensação de queimação; diminuição do

fluxo salivar; e alterações na microbiota da boca, com predomínio maior de Cândida albicans,

Estreptococos hemolíticos e estafilococos. No diabetes bem controlado (o controle do

diabetes pode ser conseguido por dieta ou pela administração de insulina e/ou fármacos)

nenhuma das alterações mencionadas previamente são encontradas. Há resposta tissular e

defesa contra infecções normais, não há aumento na incidência de cáries e não apresenta

alterações na dentição. Contudo, devido à possibilidade de que o controle da doença possa ser

inadequado, é prudente exercitar cuidados especiais no tratamento periodontal de indivíduos

com diabetes controlado (CARRANZA, 1992). Quirino, Birman e Paula (2001) observaram

algumas lesões bucais em pacientes diabéticos controlados e não controlados, onde a

candidose aparece em 22,8% dos pacientes controlados e em 25,7% dos diabéticos não

controlados, a candidose eritematosa prevalece em pacientes portadores de prótese total.

Alguns relatos mostram associação entre Líquen Plano Oral (LPO) e doenças

sistêmicas como diabetes e hipertensão, principalmente quando estas doenças estão

descontroladas. A Síndrome de Grinspan é caracterizada por apresentar as 3 patologias, DM,

LPO e hipertensão simultaneamente. Medeiros et al. (2002) relataram um caso de LPO em

paciente diabético e com psicose maníaco depressivo, e ressaltam esta relação entre

enfermidades sistêmicas, sobretudo quando estas doenças não estão controladas e o

aparecimento do LPO, observando-se que uma vez controladas, a mucosa volta a ter um

aspecto normal. Existem vários relatos descrevendo um possível potencial de transformação

maligna a partir de lesões orais de líquen plano, o que tem sido objeto de grande controvérsia.

Amorim et al. (2002) relatam um caso de múltiplas lesões de LPO em paciente

diabético e apresentação simultânea de carcinoma mucoepidermóide. Entretanto, os autores

concluem que no caso apresentado não houve transformação maligna do líquen e sim uma

coincidente apresentação das patologias. O potencial de transformação maligna do LPO é

bastante controvertido, variando entre 0,4% a 5,6% estando principalmente associado às

formas atrófica, erosiva e hipertrófica. Esta divergência encontrada na literatura,

provavelmente, deve-se ao fato da possibilidade de uma displasia ou um carcinoma já estar

associado ao líquen, desde o início da lesão e o diagnóstico ter sido baseado apenas nos

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achados clínicos. No entanto, a literatura relata a dificuldade de se estabelecer alguma relação

entre a patogênese dessa doença e malignidade (MEDEIROS et al., 2002).

O levantamento feito através do “Projeto SB 2003” conclui que, cerca de 10% dos

adultos brasileiros possuem bolsa periodontal em uma ou mais regiões da boca. A

identificação de bolsa periodontal durante o exame indica agravamento das condições do

órgão de suporte dentário à presença e/ou risco de infecção periodontal. Praticamente a

mesma proporção de adultos apresentou pelo menos um sextante da boca excluído sendo que

esse problema atinge metade dos idosos. A perda dentária precoce é grave. O edentulismo

continua sendo um grave problema em nosso país, especialmente entre os idosos, a faixa

etária de 65 a 74 anos apresenta 93% de dentes perdidos (BRASIL, 2004).

Santana et al. (2002) baseado em resultados de estudos e amparado na literatura

consultada, concluíram que os pacientes diabéticos mostram predisposição à perda dental,

tendo em vista o alto grau de perda de dentes observado entre esses pacientes, bem como ao

desenvolvimento de candidíase oral, levando-se em consideração a alta freqüência de

manifestações clínicas sugestivas dessa condição demonstrada na pesquisa. Parece existir

uma estreita relação entre o uso de próteses dentárias e a ocorrência da candidíase oral em

pacientes diabéticos descompensados, visto que, nessa pesquisa, todos os pacientes diabéticos

não controlados usuários de prótese mostraram evidências clínicas sugestivas de tal condição

patológica. Os eventos sugestivos de candidíase oral parecem exibir uma maior incidência em

pacientes diabéticos do Tipo 2. Os eventos sugestivos de candidíase eritematosa oral em

pacientes diabéticos parecem predominar sobre as demais formas. Parece haver uma

prevalência dos eventos clínicos da gengivite crônica, em relação aqueles do processo

periodontal crônico avançado, em pacientes diabéticos Tipo 1 e da doença periodontal

avançada, em relação aos da gengivite crônica, em pacientes diabéticos Tipo 2.

Talvez as alterações mais notáveis no DM descontrolado sejam a redução dos

mecanismos de defesa e a susceptibilidade aumentada a infecções, levando à doença

periodontal destrutiva. Em um estudo realizado por Novaes Júnior et al. (1991), com trinta

pacientes diabéticos insulino-dependentes, com idade entre cinco e dezoito anos, foram

determinados o índice de placa, o índice gengival, a profundidade de sondagem e a medida da

perda óssea alveolar. A análise dos dados, tendo-se em consideração o sexo e as faixas etárias,

constatou-se um índice de doença gengival superior nos pacientes diabéticos, assim como o

índice de placa, particularmente entre os pacientes do sexo feminino, em comparação com o

grupo controle. Por outro lado não foi observada diferença estatística entre os grupos em

relação à profundidade de sondagem. No tocante ao sexo, foi demonstrado que as mulheres

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apresentaram um aumento estatisticamente significativo em relação à profundidade de

sondagem na região palatina. Quanto à idade, constatou-se que os indivíduos diabéticos, à

medida que envelheciam, apresentavam bolsas mais profundas. A perda óssea observada foi

mais acentuada no grupo diabético, nas regiões ântero-inferior e ântero-superior; contudo ao

se levar em consideração o avanço da idade, comprovou-se, neste mesmo grupo, maior perda

óssea na região póstero-inferior, diferindo dos pacientes que constituíram o grupo controle. A

partir de tais resultados, os autores concluíram que a severidade da doença periodontal

aumenta significativamente com a idade; que o diabetes, por si só, não desencadeia a doença

periodontal, muito embora possa alterar o curso da doença preexistente e, finalmente, que

entre os diabéticos, aqueles que são bem controlados não demonstram diferenças

significativas em relação à resposta à inflamação gengival, quando comparados com os

indivíduos que constituem o grupo controle do estudo.

A concepção atual da doença periodontal leva em consideração o caráter multifatorial,

uma vez que o hospedeiro está incluído em um conjunto de variáveis, que, na saúde, se

encontram em equilíbrio (TOLEDO; ROSSA JÚNIOR, 1999). Nesse contexto, os fatores de

risco apresentam-se como importantes elementos a serem considerados. Estudos indicam que,

sendo a natureza da doença periodontal multifatorial, os fatores de risco podem diferir,

consideravelmente, entre os portadores dessa doença. Certas condições sistêmicas são

consideradas, aparentemente, como fatores adicionais que predispõem a essa doença

(NISHIMURA et al., 1998).

O interesse atual dos pesquisadores da clínica periodontal está se voltando, cada vez

mais, para determinados fatores do hospedeiro que provavelmente aumentam o risco dessa

doença, daí porque são intensivas as investigações científicas visando comprovar possíveis

relações entre infecções orais e doenças sistêmicas (STAMM, 1998).

O DM é um fator de risco para a doença periodontal. Assim como outras complicações

do diabetes, o status periodontal demonstra grande heterogeneidade dentro da população

diabética. Assim como muitos indivíduos diabéticos têm mínimas complicações tais como

retinopatias, nefropatias e neuropatias, muitos têm o periodonto saudável. Entretanto, outros

demonstram uma aumentada propensão para a inflamação gengival e um maior risco para

periodontites destrutivas, igualmente eles apresentam as clássicas complicações do diabetes.

Em adição, há mecanismos claros pelos quais o diabetes influencia o periodonto, incluindo

alterações na resposta imunoinflamatória e hemostasia dos tecidos. Muitas das alterações

periodontais observadas em diabéticos refletem em alterações similares que ocorrem em

órgãos ou sistemas de extremidades como retina e glomérulo (MEALEY; MORITIZ, 2003).

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Oliver e Tervonen (1994) referiram-se ao diabetes como sendo uma doença complexa,

que contribui para o desenvolvimento de diversas seqüelas, entre as quais a periodontite,

apesar do seu mecanismo de ação não estar esclarecido, o controle metabólico inadequado e o

tempo de duração do diabetes seriam fatores de risco para alterações no periodonto.

Considerando que a prevalência do DM e da doença periodontal aumenta com a idade, o

controle dessa endocrinopatia, a adequada higiene oral e o controle da infecção periodontal

seriam fatores que reduziriam significativamente o risco de indivíduos diabéticos virem a

desenvolver periodontopatias. Monteiro (2001) em estudo realizado com diabéticos do Tipo 2,

partindo da premissa de que o tratamento periodontal nesses indivíduos resulta em uma

redução do processo infeccioso inflamatório periodontal, obteve comprovação do pressuposto

ao analisar os resultados encontrados para os indicadores índice de placa, presença de cálculo,

sangramento à sondagem e profundidade de sondagem. Concluindo que: - a recuperação

progressiva da saúde periodontal constitui-se num fator que contribui positivamente para o

controle metabólico dos indivíduos portadores de DM do Tipo 2 após 120 dias da intervenção

periodontal, favorecendo a manutenção das taxas de hemoglobina glicolisada dentro dos

parâmetros de normalidade; - o controle da doença periodontal em indivíduos portadores de

DM Tipo 2, compensados metabolicamente, contribui positivamente para a redução das taxas

de hemoglobina glicolisada 60 dias após os procedimentos de raspagem e alisamento

radicular, ainda que em níveis situados na faixa de normalidade; - o retorno da taxa de

hemoglobina glicolisada após 120 dias de intervenção periodontal aos níveis iniciais, dentro

dos parâmetros de normalidade, pode ser correlacionado a uma redução do controle da doença

periodontal, constatado pelo aumento, ainda que relativamente pequeno, do número de faces

sangrantes. A dosagem de hemoglobina glicolisada fornece subsídios para a avaliação clínica

do controle glicêmico em longo prazo no DM. Segundo a ADA, os níveis de hemoglobina

glicolisada abaixo de 7% são indicadores de controle adequado do DM (SUMITA, MENDES,

SOBREIRO JÚNIOR, 2003).

As alterações teciduais ocorridas no periodonto em resposta aos altos índices de

glicose na corrente sangüínea, característica do DM, são fatores modificantes do curso clínico

da doença periodontal (GREGHI et al., 2002). Entre esses fatores, destacam-se as alterações

na atividade e expressão de fatores de crescimento, incluindo um grupo de mecanismos que

podem potencialmente contribuir para muitos dos problemas sistêmicos encontrados em

diabéticos, entre eles o processo de cicatrização. A expressão do fator básico de crescimento

de fibroblastos apresenta-se alterada nesses pacientes, devido a níveis altos de glicose,

ocasionando inibição do crescimento das células do ligamento periodontal (OHGI;

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JOHNSON, 1996). A fibronectina que funciona como um sinalizador para as células do

ligamento periodontal entre o meio intracelular e o extracelular, sofre alterações frente a

elevados níveis de glicose, repercutindo, assim, em mudanças morfológicas e morte das

células do ligamento periodontal. Alterações da fibronectina frente à glicose acarretam ainda,

a diminuição da resposta quimiotática das células do ligamento periodontal para o fator de

crescimento derivado de plaquetas. Esse pode ser o mecanismo que explica a dificuldade de

cicatrização em pacientes diabéticos e pode ser a causa da destruição periodontal mais severa

observada nesses pacientes (NISHIMURA et al., 1996). Alteração na síntese de colágeno

também contribui para o agravamento da doença periodontal, segundo Borges e Moreira

(1995), as propriedades do colágeno modificam com a idade e com as alterações metabólicas

do diabético. Isso afeta a progressão da doença periodontal e a cicatrização de feridas.

Quando esses pacientes são submetidos a condições hiperglicemiantes, há uma diminuição na

proliferação celular e redução na síntese de fibroblastos. O DM compromete a produção da

matriz óssea pelos osteoblastos, diminui a síntese de colágeno pelos fibroblastos gengivais e

do ligamento periodontal, além de aumentar a atividade da colagenase gengival. O difícil

controle da cicatrização tecidual no diabético decorre da presença de hiperglicemia,

microangiopatias, acidez metabólica, fagocitose ineficaz pelos macrófagos, além de aumento

da atividade da colagenase, principalmente na gengiva (TOMMASI, 1989).

O fator causal primário de desenvolvimento de alterações vasculares no diabético é a

prolongada exposição à hiperglicemia (TOMMASI, 1989; OLIVER, TERVONEN, 1994;

SONIS, et al., 1996). As alterações fisiopatológicas vasculares incluem depósitos de

carboidrato contendo proteínas extravasadas do plasma (PAS+) e arteriosclerose. Devido a

um metabolismo alterado de gorduras, ocorre um favorecimento no depósito de colesterol nas

paredes dos vasos sangüíneos dos diabéticos (GUYTON, 1993; OLIVER, TERVONEN,

1994). Nos pequenos vasos a lesão estrutural é o espessamento da membrana basal. Os

capilares gengivais apresentam outras alterações, como ruptura da membrana e presença de

fibras colágenas dentro da membrana verdadeira. Todas as alterações citadas acima impedem

a difusão do oxigênio, eliminação de catabólitos, migração de leucócitos e difusão de fatores

imunes, contribuindo para o agravamento da periodontite no diabético (OLIVER;

TERVONEN, 1994). Estes autores observaram ainda a diminuição da quimiotaxia, da

aderência e da fagocitose dos leucócitos periféricos em portadores de DM.

Diabéticos que apresentavam periodontite severa, demonstraram falha na quimiotaxia

de leucócitos periféricos, quando comparados com diabéticos com periodontite moderada e

não-diabéticos com periodontite moderada ou severa. A função fagocitária pode mostrar-se

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alterada pelo fato de certo número de enzimas serem insulino-dependentes. Nos diabéticos

mal controlados há uma diminuição da resposta imune a infecções, observada pela presença

de hiperglicemia e cetoacidose, que alteram a fagocitose dos macrófagos e a quimiotaxia dos

polimorfonucleares. Os diabéticos controlados e sem problemas vasculares, não apresentariam

problemas de infecções e reparações teciduais mais graves (TOMMASI, 1989).

Gokhan, Keklikoglu e Buyukertan (2004), em estudo comparativo da densidade da

camada de cemento em pacientes diabéticos Tipo 2 e pacientes não diabéticos, com o objetivo

de investigar os mecanismos potenciais para o aumento de perda de dentes em diabéticos do

Tipo 2, mediram a densidade da camada de cemento na região apical, do ponto central do

ápice ao meio da raiz, do ponto central da raiz e do ponto médio cervical ao meio da raiz.

Observaram que a incidência de perda de dente é 15% maior em indivíduos diabéticos do

Tipo 2 comparado com indivíduos saudáveis, esta diferença pode ser explicada por causa da

reabsorção óssea alveolar, perda do ligamento periodontal e osso alveolar e alterações na

estrutura e densidade da camada de cemento. Concluíram que havia uma diferença

significativa com respeito à densidade da camada de cemento em todos os locais onde foram

efetuadas as medidas. Em pacientes diabéticos Tipo 2, a densidade da camada de cemento no

ápice e no meio do forame da raiz aumentou, enquanto a densidade de cemento da parte

central e cervical da raiz diminuiu. O aumento ou diminuição da camada de cemento pode

resultar de fatores idiopáticos, locais ou pode surgir de condições sistêmicas do diabetes. A

perda de inserção do ligamento periodontal ao cemento e osso alveolar, pode ser considerado

como uma razão para a perda de dentes.

A cavidade bucal deve ser considerada como um todo, o Cirurgião-Dentista deve estar

atento para outras patologias orais que podem estar presentes e serem mais agravadas devido

à maior susceptibilidade a infecções apresentadas por pacientes portadores de DM. O aumento

indolor e bilateral das glândulas parótidas, chamado sialadenose diabética pode ser verificado

em pacientes diabéticos do Tipo 1 e Tipo 2. A candidíase eritematosa é relatada em mais de

30% dos pacientes. A xerostomia tem sido relatada como queixa em um terço dos pacientes

diabéticos. Os estudos que tentam confirmar uma real diminuição do fluxo salivar em

pacientes diabéticos têm produzido resultados conflitantes. O DM é uma patologia de extrema

importância, que deve ser considerada no planejamento e tratamento odontológico. O

tratamento de pacientes portadores de diabetes melito deve ser cauteloso e ponderado, além

de seguir as orientações e observações preconizadas pela literatura. Os profissionais de saúde

devem estar atentos aos problemas que tais pacientes podem apresentar e devem estar

preparados para lidar com eles. A presença de placa bacteriana pode predispor um paciente

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descompensado a tornar-se mais susceptível ao desenvolvimento de doenças periodontais,

quando comparado a pacientes controlados ou não-diabéticos (NEVILLE et al., 1998). A

susceptibilidade aumentada a infecções e a severidade da periodontite em pacientes diabéticos

requerem do cirurgião-dentista uma atenção especial para com estes pacientes. Sendo assim, é

de grande importância que o profissional conheça a etiopatofisiologia do diabetes, e

principalmente a conduta correta para a execução do tratamento odontológico. Através da

anamnese o profissional poderá suspeitar da presença de diabetes, a solicitação de exames

laboratoriais confirmará ou não a doença. O devido encaminhamento do paciente para

tratamento médico constitui uma manobra importante, uma vez que o controle metabólico,

instituído precocemente, diminui as possibilidades de desenvolvimento das complicações

clássicas do DM.

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3 PROPOSIÇÃO

O objetivo desse estudo foi avaliar as condições de saúde bucal de pacientes

portadores de Diabetes Melito usuários e não usuários de insulina. Os seguintes itens foram

pesquisados:

1- Alterações dentárias.

2- Condições periodontais.

3- Alterações do tecido mole.

4- Alterações ósseas das maxilas e mandíbula.

5- Sinais e sintomas bucais do DM.

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4 PACIENTES E MÉTODOS

4.1 População estudada

Foram avaliados clínica e radiograficamente 57 pacientes portadores de Diabetes

melito, sendo 24 usuários de insulina e 33 não usuários. Em relação ao tipo de diabetes, havia

três casos de DM Tipo 1, todos os outros 54 pacientes eram do Tipo 2. Todos os pacientes

estavam cadastrados no Programa de Saúde da Família (PSF), do bairro Feira na cidade de

Campo Belo–MG. A pressão arterial foi aferida e avaliado o resultado do último exame de

glicemia, com no máximo quinze dias de antecedência ao exame clínico. Aos pacientes, cujo

exame não se enquadrava nesse prazo, foi solicitado um novo exame. De acordo com a cor da

pele, os pacientes foram classificados em melanoderma, leucoderma e feoderma.

Os pacientes responderam ao questionário (Anexo) utilizado pela disciplina de

Semiologia, para atendimento na clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade Vale

do Rio Verde de Três Corações - UNINCOR, contendo informações sobre sangramento

gengival, tabagismo (se faz uso de tabaco atualmente ou não) e história médica. Na história

médica, por se tratarem de pacientes diabéticos, foram inquiridos sobre o uso de insulina

exógena, bem como outro(s) medicamento(s) utilizado(s). Na avaliação da glicemia, todos os

pacientes que apresentaram valores glicêmicos menores ou iguais a 110 mg/dL foram

considerados pacientes diabéticos controlados ou compensados, e aqueles cujos valores

glicêmicos estavam acima de 110 mg/dL, foram considerados pacientes diabéticos não

controlados ou descompensados. Ainda perguntou-se sobre a sensação de ardência e sequidão

bucal.

4.2 Índice CPO-D modificado

Este índice foi utilizado para análise da condição de saúde dentária geral desses

pacientes. O Índice de Ataque de Cárie originalmente formulado por Klein e Palmer em 1937,

conhecido pelas iniciais CPO permanece sendo o mais utilizado em todo o mundo, mantendo-

se como o ponto básico de referência para o diagnóstico das condições dentais e para a

formulação e avaliação de programas de saúde bucal. Quando a unidade de medida é o dente

temos o índice CPO-D, ou seja, Dentes Cariados, Perdidos e Obturados. Não obstante se trate

de um índice específico de cárie dental, nos adultos – a não ser que exista algum interesse

específico do programa local em conhecer as causas pelas quais os dentes foram extraídos –

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deve-se considerar o CPO como um índice universal e representativo do estado de saúde da

dentição, ou seja, não efetuando distinção entre dentes perdidos por cárie ou por outros

motivos.

Segundo Marcos (1984) os critérios de exame mais empregados em trabalhos

epidemiológicos para obtenção do índice CPO-D, são os seguintes:

- Dente Permanente Cariado (C): um dente é considerado cariado quando apresenta

cavidades, mudanças de coloração na superfície, opacidades ou manchas típicas no esmalte

indiquem cárie subjacente.

- Dente Permanente Obturado (O): um dente é considerado obturado, quando se

apresenta com restauração definitiva, sem recidiva de cárie. Um dente que está ao mesmo

tempo obturado e cariado é anotado apenas como cariado.

- Dente Permanente Extraído e Dente com Extração Indicada (P): a ausência do dente

o faz ser considerado como extraído e o dente é considerado indicado para extração quando

apresentar a coroa destruída por lesão cariosa profunda, com vitalidade pulpar ou não,

presença de raízes ou cavidades amplas.

O item (P) do índice CPO-D foi modificado subdividindo-o em P1 e P2, por se tratar

da análise de uma pequena população (pacientes diabéticos), desta forma conhecemos

separadamente os dentes indicados para extração dos dentes já extraídos. Na análise do CPO-

D não foram considerados os terceiros molares.

- Dente Permanente Extraído (P1): a ausência do dente o faz ser considerado como

extraído;

- Dente Destruído com Extração Indicada (P2): o dente é considerado indicado para

extração quando apresentar a coroa destruída por lesão cariosa profunda, com vitalidade

pulpar ou não, presença de raízes ou cavidades amplas.

4.3 Sondagem Periodontal

O procedimento de sondagem foi realizado nas faces mesial (M), distal (D), vestibular

(V) e lingual (L). Para tanto a boca é dividida em sextantes, sendo:

- Sextante Superior Direito, definido pelos dentes 17 a 14;

- Sextante Superior Anterior, dentes 13 a 23;

- Sextante Superior Esquerdo, dentes 24 a 27;

- Sextante Inferior Esquerdo, dentes 37 a 34;

- Sextante Inferior Anterior, dentes 33 a 43;

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- Sextante Inferior Direito, dentes 44 a 47.

Por se tratar de pessoas diabéticas, e a perda de dentes ser uma das manifestações

bucais da doença, todos os pacientes examinados foram incluídos na amostra, mesmo aqueles

que apresentavam todos os sextantes excluídos, quer por número insuficiente de dentes para

análise, quer por perda total dos dentes.

A sondagem foi realizada colocando-se a ponta ativa da sonda o mais paralelo

possível em relação ao longo eixo do dente e a profundidade de sondagem foi anotada

detalhadamente, face por face, na ficha clínica.

4.3.1 Calibração

Este exame foi realizado para assegurar a uniformidade de interpretação, compreensão

e aplicação dos métodos utilizados durante a realização dos exames, e garantir a fidedignidade

dos resultados. Este procedimento utilizado nos casos onde apenas um examinador foi

envolvido serve para determinar a consistência dos resultados obtidos durante a aplicação dos

critérios de diagnóstico (OMS, 1991). A calibração intra-examinador consistiu em examinar

17 pacientes portadores de DM, da clínica de Semiologia da Faculdade de Odontologia de

Três Corações. Foram aplicados os critérios preconizados pelo Índice Comunitário de

Necessidade de Tratamento Periodontal (CPITN) e o exame foi acompanhado pelo Professor

Orientador. Foi perguntado aos pacientes sobre a ocorrência de dor durante a sondagem. Os

dados destes pacientes não foram incluídos na amostra.

4.3.2 Aplicação do índice CPITN

As condições periodontais foram avaliadas pelo índice CPITN de acordo com os

critérios descritos por Ainamo et al. (1982), FDI (1985), Cutress et al. (1987) e OMS (1991),

que consiste no exame periodontal dos dentes por sextantes. Com finalidade de se obter maior

precisão na avaliação da severidade da doença periodontal, todos os dentes foram analisados,

excluindo somente os terceiros molares. Para o índice CPITN, utilizou-se espelho bucal, pinça

clínica e sonda periodontal modelo 621* recomendada para medição pela OMS, com

finalidade de detectar sangramento gengival, cálculos subgengivais e bolsas periodontais. A

sonda é de metal, possui cabo estriado com diâmetro de 3,5mm, pesa aproximadamente 4,5g

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(FIGURA 1). Para diminuir os riscos de sondagem com pressão exagerada e facilitar a

detecção de cálculos subgengivais, a sonda tem uma esfera de 0,5mm de diâmetro na sua

ponta ativa (Emslie, 1980).

FIGURA 1 Sonda periodontal mod. 621 utilizada nos procedimentos de sondagem. * J. Morita Corporation, Osaka, Japão.

Para facilitar a observação de bolsa periodontal, a sonda apresenta uma marcação

preta, representando profundidade entre 3,5 a 5,5mm. Foram utilizadas dez sondas, que foram

medidas uma a uma, da esfera na ponta até o final da marcação preta, a fim de comprovar a

igualdade e exatidão na obtenção dos dados.

O procedimento de sondagem foi executado nas quatro faces do dente: mesial, distal,

vestibular e lingual ou palatina. A prevalência da doença periodontal foi avaliada segundo os

códigos determinados pelo CPITN, que segue:

• Código 0: atribuído para saúde periodontal.

• Código 1: conferido ao sextante, quando não há bolsas, cálculos, ou restaurações

mal adaptadas, porém ocorre sangramento após sondagem delicada.

• Código 2: dado ao sextante, quando a profundidade de sondagem não excedeu

3mm (área codificada em cor é totalmente visível), porém cálculo dental ou outros

fatores retentores de placa estão presentes na margem gengival ou sob a mesma.

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• Código 3: conferido ao sextante, quando a área codificada em cor pela sonda

permanece parcialmente visível. A profundidade da bolsa varia entre 3,5 e 5,5mm.

• Código 4: atribuído ao sextante, quando a área codificada em cor, desaparece

totalmente na bolsa periodontal, indicando que a profundidade da bolsa é superior

a 5,5mm.

• Código X: para sextante excluído. Quando o número de dentes (menor que três),

no sextante, não é suficiente para diagnóstico.

Para determinar a consistência dos resultados obtidos, apenas um examinador

procedeu aos exames e a entrevista com os pacientes. Os dados coletados foram anotados em

ficha clínica desenvolvida para esta pesquisa (Apêndice).

4.4 Avaliação de alterações ósseas da maxila e mandíbula

Para avaliação dos defeitos e patologias ósseas, foram feitas tomadas radiográficas

panorâmicas de todos os pacientes. Quando necessário, foram realizadas radiografias na

técnica periapical e/ou oclusal, das regiões e/ou dentes que apresentaram suspeitas de lesões

endodônticas, reabsorções ósseas mais severas, retrações gengivais acentuadas e alterações

patológicas. Todas as radiografias foram observadas por três pesquisadores

independentemente, nos casos de divergência, as radiografias foram revisadas até que se

encontrasse um consenso.

4.5 Avaliação de alterações dos tecidos moles

A avaliação dos tecidos moles da boca foi realizada através do exame clínico, quando

necessário, utilizou-se exames complementares como citologia ou biópsia.

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5 RESULTADOS

5.1 Características da população estudada

Foram examinados 57 pacientes portadores de Diabetes Melito, sendo dezessete do

gênero masculino e quarenta do feminino. A idade variou de 27 a 82 anos com a mediana de

62 anos. Em relação à cor da pele, onze pacientes eram melanodermas, 42 leucodermas e

quatro feodermas. Dos 57 pacientes, 24 eram usuários de insulina diariamente, e 33 pacientes

não faziam uso de insulina. Sob a análise dos resultados glicêmicos foram encontrados

dezenove pacientes metabolicamente compensados e 38 pacientes descompensados, com os

valores de glicose no sangue variando de 62 mg/dL a 350 mg/dL com uma mediana de 125

mg/dL (TABELA 1).

TABELA 1 Características gerais dos pacientes portadores de diabetes melito.

Variáveis Diabéticos Sexo

Masculino Feminino

17 (29,82%) 40 (70,18%)

Tipo de Diabete Tipo 1 Tipo 2

03 (5,26%)

54 (94,74%)

Idade (anos) Mínima Máxima Mediana

27 82 62

Cor Melanoderma Leucoderma Feoderma

11 (19,30%) 42 (73,68%) 04 (07,02%)

Usuário de insulina

Sim Não

24 (42,11%) 33 (57,89%)

Glicemia

Compensado Descompensado

19 (33,33%) 38 (66,67%)

Valores glicêmicos (mg/dL)

Mínimo Máximo Mediana

62 350 125

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Os pacientes foram distribuídos em grupos etários de acordo com as recomendações

da OMS (1991) relatadas por Cutres, Ainamo e Sardo-Infirri (1987). O grupo etário de 55

a 64 anos teve o maior número de pacientes, correspondendo a 35,08% e o grupo mais

jovem com idades entre 25 a 34 anos foi o menos numeroso com apenas dois pacientes

(3,51%) (TABELAS 2, 3 e FIGURA 3).

TABELA 2 Distribuição dos pacientes em grupos etários.

IDADE (anos)

DIABÉTICOS PERCENTUAL (%)

25 – 34 02 3,51 35 – 44 03 5,26 45 – 54 12 21,06 55 – 64 20 35,08 65 – 74 16 28,07 75 – 84 04 7,02 TOTAL 57 100,00

02468

101214161820

FREQUÊNCIA

25 – 34

35 – 44

45 – 5455 – 64

65 – 74

75 – 84

FIGURA 3: Distribuição dos pacientes em grupos etários.

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TABELA 3 Distribuição dos pacientes quanto à idade e uso de insulina.

INSULINA IDADE Sim Não TOTAL

25-34 1 1 2 35-44 1 2 3 45-54 6 6 12 55-64 7 13 20 65-74 8 8 16 75-84 1 3 4

TOTAL 24 33 57

14

12

10

8

6

4

2

0

25-34 35-44 45-54 55-64 65-74 75-84

Sim Não

Separando os pacientes por usuários ou não de insulina, oito indivíduos eram

metabolicamente compensados do grupo insulino-dependente e onze do grupo não insulino-

dependente; os pacientes metabolicamente descompensados se dividem em dezesseis e 22 de

acordo com os grupos respectivamente (TABELA 4 e FIGURA 5).

TABELA 4 Distribuição dos indivíduos quanto aos valores glicêmicos em relação ao uso de insulina.

INSULINA GLICEMIA SIM NÃO

TOTAL n (%)

COMPENSADO 08 (33,33%) 11 (33,33%) 19 (33,33%)

DESCOMPENSADO 16 (66,67%) 22 (66,67%) 38 (66,67%)

TOTAL 24 (100%) 33 (100%) 57 (100%)

FIGURA 4 Distribuição dos pacientes em grupos etários e em relação ao uso de insulina.

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5.2 Análise do índice CPO-D

Os pacientes examinados se possuíssem a dentição completa, excetuando os terceiro

molares, somaria um total de 1596 dentes. Devido ao alto índice de dentes extraídos, quer por

problemas relacionados a diabetes ou outros, foram examinados 289 dentes (18,11%).

A análise dos dentes cariados (item C, FIGURA 6) mostra que a maioria dos pacientes

(68,42%) não tinham dentes cariados, onze diabéticos tinham entre um e cinco dentes

cariados e sete diabéticos tinham mais de seis dentes cariados. Considerando a análise de “P1”

entes perdidos sentasse todos os 28 dentes

onsiderados p 32 (56,14%) eram desdentados

uinze pacientes tinham mais de quinze dentes perdidos. No

dice “P2” (dentes com extração indicada), onze pacientes tinham entre um e cinco dentes

indicad

tinham

mais d

0

5

10

15

20

25

SIM NÃO

COMPENSADODESCOMPENSADO

FIGURA 5 Distribuição dos pacientes quanto aos valores glicêmicos em relação ao uso de insulina.

d (extraídos) não houve nenhum paciente que apre

c ara análise. Dos 57 pacientes examinados,

totais (superior e inferior), e q

ín

os para extração e dois pacientes tinham mais de 6 dentes para extrair. Quando

consideramos os dentes perdidos mais os dentes com extração indicada (P1+P2) o número de

pacientes com perda total de dentes aumenta de 32 para 36 (63,16%) e onze pacientes

e quinze dentes perdidos. O item “O” mostrou que poucos diabéticos apresentavam

dentes restaurados, sendo que 44 (77,19%) pacientes não tinham nenhum dente obturado, seis

indivíduos tinham de um a cinco dentes restaurados e sete pacientes tinham mais 6 dentes

obturados (TABELA 5). Os pacientes edêntulos ou com dentes indicados para extração,

quanto ao uso de insulina, dividiram-se em: quatorze usuários de insulina (38,89%) e 22 não

usuários (61,11%); e quanto à glicemia, dividiram-se em: 24 metabolicamente

descompensados (66,67%) e doze metabolicamente compensados (33,33%).

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TABELA 5 Distribuição dos indivíduos quanto aos valores glicêmicos e ao tipo de diabete.

Variáveis Diabéticos (%) C (cariados) Nenhum 1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 + de 20

39 (68,42) 11 (19,30) 06 (10,53) 01 (01,75) 00 (00,00) 00 (00,00)

P1 (dentes perdidos) Nenhum 1 a 5

00 05 (08,77)

6 a 10 03 (05,26) 11 a 15 02 (03,51)

TABELA 5 Distri ivíduos quanto aos valore (continuação)

7 os)

com extração indicada)

20 0

1 (19,30) 03,51)

buição dos indo de diabete.

s glicêmicos e ao tip

16 a 20 21 a 2 28 (tod

08 (14,04) 07 (12,28) 32 (56,14)

P2 (Dentes Nenhum 1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a + de 2

44 (77,19) 102 (00 (00,00) 00 (00,00) 00 (00,00)

P (P1 + P2)

6 (63,16)

Nenhum 00 (00,00) 1 a 5 03 (05,26) 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 27

) 28 (todos

03 (05,26) 04 (07,02) 07 (12,28)

4 (07,02) 03

O (obturados) Nenhum

1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 + de 20

44 (77,19) 06 (10,53) 03 (05,26) 00 (00,00) 04 (07,02)

0 (00,00) 0

Do total de 289 dentes válidos para análise, 94 dentes estavam hígidos, 87 cariados e

108 obturados. Considerando o índice CPO-D para s usuários de insulina foram

observados os seguintes resultados (TABELA 6):

os paciente

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- dentes cariados (C): 41 (14,18%)

- den ): total = 49 (16,95%)

- dentes perdidos e indicados para extração (P): 544 (41,62%).

Os p ortadores de DM não usuár ina apresentaram, para o índice

CPO-D, o se ltado (TABELA 6):

- dentes cariados (C): total = 46 (15,92%)

- dentes obturados (O): total = 59 (20,42%)

D

,10%)

TOTAL

tes obturados (O

acientes p ios de insul

guinte resu

- dentes perdidos e indicados para extração (P): 763 (58,38%)

Considerando ambos os grupos usuários ou não de insulina, o índice CPO-

apresentou os resultados abaixo (TABELA 6):

- dentes cariados (C): total = 87 (30

- dentes obturados (O): total = 108 (37,37%)

- dentes perdidos, já extraídos (P): total = 1307 => 100,00%.

TABELA 6 Correlação do índice CPO-D com diabéticos usuários

ou não de insulina.

INSULINA ÍNDICE

SIM NÃO

C* 41 46 87 P** 544 763 1307 O* 49 59 108

* os valores de C e O relacionam-se aos dentes válidos para exame, 289 dentes. tal de dentes extraídos ou indicados para

ntou maior índice de dentes obturados, a

de 45- 64 foi a que teve maior

incidência de dentes perdidos (TABELA 7). A Figura 7 mostra o índice de dentes perdidos

TABELA 7 Re s do índice CPO .

Idades (No

** os valores de P dizem respeito ao número to extração, 1307 dentes.

A faixa etária de 25-34 anos foi a que aprese

54 apresentou maior número de dentes cariados e a de 55-

(P), por idade e a Figura 8, o índice de dentes obturados (O), por idade.

ferente aos resultado -D por idade

) C O CPO P

25-34 (02) 21,50 01 08 34 35-44 (03) 23,67 20 41 10 45-54 (12) 26 2 24,00 32 30 55-64 (20) 17 528 09 27,70 65-74 (16) 18 400 20 27,38 75-84 (4) 05 98 05 27,00 TOTAL (57) 87 1307 108 26,35

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5.3 PITN

ero de sextantes

suficiente de

) com 04

3025-3435-4445-54

15

20

25

55-6465-7475-84

0

5

10

C

Análise da prevalência da doença periodontal através do índice C

O estudo dos resultados do índice CPITN revelou o grande núm

excluídos (código X), onde não foi possível o exame devido à quantidade in

dentes ou mesmo a perda total dos mesmos. Analisando o sextante superior direito (dentes de

18 a 14), o código X foi o mais freqüente, estando presente em 51 pacientes (89,47%);

seguido pelo código 4 (bolsa periodontal com profundidade superior a 5,5 mm

0

100

200

300

400

P

25-34

35-44

45-54

55-64

65-74

75-84

Referente ao índi dente (C) por id

FIGURA 7 Referente ao índice de dentes perdidos (P) por idade.

FIGURA 6 ce de s cariados ade.

500

600

0

5

10

15

20

25

30

35

O

25-3435-4445-5455-6465-7475-84

FIGURA 8 Referente ao índice de dentes obturados (O) por

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sextantes (7,02%); código 3 (bolsa periodontal entre 3,5 e 5,5 mm) e 2 (presença de cálculo

e/ou fatores retentores de placa) com um sextante cada um (TABELA 8 e FIGURA 9).

TABELA 8 Análise do Sextante Superior Direito através Índice CPITN.

CPITN N

O DE PACIENTES %

0 0 00,00 1 0 00,00 2 01 01,75 3 01 01,75 4 04 07,02 X 51 89,47

TOTAL 57 100,00

o mais

freqüente, 4 cientes (84,21%); seguido do código 4 (7,02%); do código 2 com três

pacientes (5,26%) e do código 3 com dois pacientes (3,51%). Nenhum paciente apresentou os

códigos 0 ou 1 neste sextante (TABELA 9 e FIGURA 10).

BELA 9 Análise do Sextante Supe or Anterior através do Índice CPITN.

CPITN N0

Para o sextante superior anterior (13 a 23), obteve-se o código “X” como

8 pa

TA ri

DE PA IENTES % C0 0 00,00 1 0 00,00 2 03 05,26 3 02 03,51 4 04 07,02 X 48 84,21

TOTAL 57 100,00

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

PERCENTUAL

0 1 2 3 4 X

FIGURA ção do Sextante erior Direito pelo Índice CPITN 9 Avalia Sup

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código X

neste sextante (91,23%); seguido do código 3 com 03 pacientes (5,26%); e do código 4, com

02 pacientes (3,51%). Os códigos 0,1 e 2 não foram observados neste sextante (TABELA 10 e

FIGURA 11).

T .

CPITN No

O exame do sextante superior esquerdo (dente 24 a 28), também apresenta o código

“X” como o mais freqüente e com um índice bem alto, 52 pacientes apresentaram o

ABELA 10 Análise do Sextante Superior Esquerdo através do Índice CPITN

DE PACIENTES % 0 0 0 1 0 0 2 0 0 3 03 5,26 4 02 3,51 X 52 91,23

TOTAL 57 100,00

0102030405060708090

PERCENTUAL

01234X

FIGURA 10 Avaliação do Sextante Superior Anterior pelo Índice CPITN.

0

20

40

60

80

100

PERCENTUAL

01234X

FIGURA 11 Avaliação do Sextante Superior Esquerdo pelo Índice CPITN.

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O sextante inferior esquerdo (dente 34 a 38) foi o que apresentou o índice mais alto

para o código X, sendo 53 pacientes com este código (92,98%); o código 4 foi encontrado em

três pacientes (5,26%); e um (1,75%) paciente com o código 2. Nenhum paciente apresentou o

código 0 (TABELA 11 e FIGURA 12).

TABELA 11 Análise do Sextante Inferior Esquerdo através do Índice CPITN.

CPITN No

DE PACIENTES % 0 0 00,00 1 0 00,00 2 01 01,75 3 0 00,00

TOTAL 57 100,00

4 03 05,26 X 53 92,98

resentou índices para

39 sextantes (68,42%); seis pacientes

o código 2 aparece em quatro

apresenta resultados para os códigos 0 e 1

(

o Índice CPITN.

O sextante inferior anterior (dente 33 a 43) foi o único que ap

todos os códigos, e menor prevalência do código X com

(10,53%) com código 4; seis pacientes (10,53%) com código 3;

pacientes; é também o único sextante que

TABELA 12 e FIGURA 13).

TABELA 12 Análise do Sextante Inferior Anterior pel

CPITN No DE PACIENTES % 0 01 1,75 1 01 1,75 2 04 7,02

10,53 06 10,53

X 39 68,42 TOTAL 57 100,00

3 06 4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

100

NTUAL

0 1

PERCE

2 3 4 X

FIGU liação do Sextante In r Esquerdo a ndice CPITN.

RA 12: Ava do Í

ferio través

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O sextante inferior direito (dente 44 a apresenta entes (87,72%) com

acie

cada (TABELA 13 e FIGURA 14).

TABELA 13 Análise do Índice CPITN do Sextante Inferior Direito.

CPITN No

0

10

20

30

40

50

60

70

48) cinqüenta paci

o código X; 03 (5,26%) com o código 4; os códigos 3 e 2 apresentam dois (3,51%) p ntes

DE PACIENTES %

0 0 0 1 0 0 2 02 3,51 3 02 3,51 4 03 5,26 X 50 87,72

00,00 TOTAL 57 1

PERCENTUAL

01234X

FIGUR 3: Avaliação do Sextante rior Anterio do Índice CPITN.

A 1

Infe r através

0102030405060708090

PERCENTUAL

01234X

FIGUR 4 Avaliação do Sextante Inferior Direito pA 1 elo Índice CPITN.

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A análise do Índice CPITN por idade mostra que os códigos “0” e “1” foram

freqüentes com uma manifestação cada um. O único sextante (8,33%) avaliado como

o sextante inferior anterior na faixa etária de 25-34 anos, que (8,33%) apresentava dois

indivíduos e doze (3,51%) sextantes. Nessa faixa etária o código “2” (58,34%) foi o m

prevalente seguido pelo código “3” (25,00%), foi também o que apresentou menor núm

sextante excluído com uma (8,33%) manifestação. Na faixa etária de 35-44 anos, com

tes e dezoito (5,26%) sextantes, prevaleceu o código “X” com treze sextan

(72,22%), seguido pelos códigos “3” e “4” com 02 (11,11%) sextantes cada um

um (5,56%). A severidade da doença periodontal manifestou-se de form

a na

os menos

sadio foi

ais

ero de

três

pacien tes excluídos

e pelo código

“2” com a mais

acentuad s e 72 (21,10%)

sextantes, quatorze (19,44%) sextantes foram aliados como código “4”, um (1,39%) como

código “3” e 02 (2,78%) com

faixa etária compreendida entre 45-54 anos, doze paciente

av

o código “2”, sendo o sextante inferior anterior o mais

acometido. O número de sextantes excluídos foi de 55 (76,39%), sendo os sextantes superior e

inferior esquerdos com maior incidência. O código “X” ocorreu em maior número entre os

indivíduos de 55-64 anos. Esses pacientes apresentaram 115 (95,84%) incidências, sendo os

sextantes superior direito, superior esquerdo e inferior direito os mais acometidos, com vinte

incidências cada um. O código “3” teve quatro (3,33%) manifestações e o código “4” uma

(0,83%), no sextante inferior esquerdo. Foram examinados 96 sextantes de dezesseis

diabéticos (28,07%) com idade entre 65-74 anos, esse grupo etário é considerada pela OMS

(1991) importante para a determinação do tratamento em idosos, nesse grupo, no sextante

inferior anterior ocorreu a única (1,04%) manifestação do código “1”, os códigos “3” e “4”

acometeram juntos 08 (8,33%) sextantes com quatro incidências cada um. Essa faixa etária

apresentou 87 (29,69%) sextantes excluídos. Os indivíduos entre 75-84 anos foram em

número de quatro (7,02%), apresentando 24 sextantes. Desses, dois foram considerados

válidos para análise e apresentaram uma (4,17%) manifestação do código “2”, uma (4,17%)

do código “4” e 22 (91,66%) sextantes com código “X” (TABELA 14).

TABELA 14 Análise do Índice CPITN por Sextante e em relação a grupos etários.

CPITN IDADE (No) SEXTANTES 0 1 2 3 4 X

Superior direito 1 1 Superior anterior 2 Superior esquerdo 2 Inferior esquerdo 1 1 Inferior anterior 1 1

25-34 (2) 25-34

Inferior direito 2 35-44 (3) Superior direito 3

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Superior anterior 1 2 Superior esquerdo 1 2 Inferior esquerdo 3 Inferior anterior 1 1 1

esquerdo os mais acometidos. 35-44 Inferior direito 1 2

Superior direito 2 10 Superior anterior 1 3 8 Superior esquerdo 1 11 Inferior esquerdo 1 11 Inferior anterior 1 1 4 6

45-54 (12) 45-54

Inferior direito 3 9 Superior direito 20 Superior anterior 1 19 Superior esquerdo 20 Inferior esquerdo 19 1 Inferior anterior 3 1 7

55-64 (20) 55-64

Inferior direito 20

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TABELA 14 Análise do Índice CPITN por Sextante e em relação a grupos etários. (continuação)

Superior direito 1 15 Superior anterior 1 15 Superior esquerdo 1 15 Inferior esquerdo 1 15 Inferior anterior 1 2 1 12

65-74 (16) 65-74

Inferior direito 1 15 Superior direito 1 3 Superior anterior 4 Superior esquerdo 4 Inferior esquerdo 4 Inferior anterior 1 3

75-64 (4) 75-84

Inferior direito 4 01 01 11 14 22 293 TOTAL (57)

49 sextantes válidos para exame

5.4 Análise radiográfica dos pacientes diabéticos

A análise das radiografias revelou que 26 pacientes (45,61%) possuíam calcificação

e/ou alongamento do processo estilóide. Em 21 pacientes observou-se alterações patológicas

do seio maxilar, sendo doze pacientes (21,05%) apresentando velamento do seio maxilar, seis

(10,53%) apresentaram cisto mucoso no seio maxilar e três pacientes (5,26%) apresentaram

agenesia bilateral do seio maxilar. A reabsorção óssea, que é uma manifestação importante da

periodontite e responsável direta pela perda de dentes, foi diagnosticada radiograficamente em

quinze pacientes (26,32%). Além da reabsorção, outras alterações ósseas foram observadas:

onze casos (19,30%) de condensação óssea e um caso (1,75%) de displasia cemento-óssea

florida. Complicações endodônticas se manifestaram em 21 pacientes, sendo que em dez

pacientes (17,54%) na forma de lesão apical e em onze pacientes (19,30%) associadas a

problemas periodontais, provocando um quadro conhecido como lesão endopério. Raízes

residuais foram encontradas em dez pacientes (17,54%). Os exames radiográficos dos

portadores de diabetes melito ainda mostraram dois casos de dente retido e um caso de cisto

periapical. Também foi possível observar, radiograficamente, a presença de grande

quantidade de tártaro em sete pacientes (12,28%) (TABELA 15).

TABELA 15 Patologias e alterações ósseas diagnosticadas na análise radiográfica.

PATOLOGIA INCIDÊNCIA (no de casos) PERCENTUAL Along. e/ou calcif. do processo estilóide 26 45,61

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TABELA 15 Patologias e alterações ósseas diagnosticadas na análise radiográfica. (continuação)

Reabsorção óssea Velamento seio maxilar

15 12

26,32 21,05

Condensação óssea 11 19,30 Lesão endopério 11 19,30 Lesão endodôntica apical 10 17,54 Tártaro dental 07 12,28 Raiz residual 07 12,28 Cisto mucoso 06 10,53 Agenesia uni ou bilateral do seio maxilar

03 5,26

Dente retido 02 3,51 Alteração morfológica do côndilo 02 3,51 Cisto periapical 01 1,75 Displasia cemento-óssea florida 01 1,75

5.5 Análise de patologias ou alterações em tecidos moles

O exame clínico incluiu respostas ao questionário (anamnese), exame visual e tátil,

intra e extra-oral. O principal sintoma foi a xerostomia, relatada por 35 portadores de diabetes

(61,40%), seguida pela sensação de ardência bucal, com quatorze relatos (24,56%). Em dez

pacientes (17,54%) foi possível observar a presença de áreas eritematosas na região de palato

duro e todos os pacientes eram portadores de prótese total, o diagnóstico clínico foi de

mucosite por prótese. A presença de cândida também foi observada na região de comissura

labial, sendo um paciente na forma de queilite angular, e o outro na forma de candidose

leucoplásica. Hiperplasia fibrosa na mucosa do palato duro, provocada por câmara de sucção

de prótese total, foi diagnosticada em quatro pacientes (7,02%); e um caso (1,75%) de

hiperplasia fibrosa inflamatória localizada no rebordo alveolar provocada por má adaptação

de prótese total. Foram diagnosticadas outras manifestações patológicas da mucosa bucal,

como: três casos (5,26%) de Leucoplasia; dois casos (3,51%) de Queilite Actínica; um caso

(1,75%) de Líquen Plano Oral; um caso (1,75%) de Lipoma. Todos devidamente confirmados

por biópsias. Em três pacientes (5,26%) observou-se o aumento de volume da glândula

Parótida. A ocorrência de halitose cetônica restringiu-se a apenas um caso (1,75%).

Alterações gengivais foram observadas na forma de retração gengival em oito pacientes

(14,04%); cinco casos (8,77%) de hiperplasia gengival provocada por doença periodontal, e a

presença de tártaro foi observada clinicamente em sete pacientes (12,28%) (TABELA 16).

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TABELA 16 Incidência das alterações patológicas da mucosa bucal diagnosticadas durante o exame clínico.

PATOLOGIA INCIDÊNCIA PERCENTUAL Xerostomia 35 61,40 Ardência bucal 14 24,56 Mucosite por prótese 10 17,54 Hiperplasia fibrosa 10 17,54 Retração gengival 08 14,04 Leucoplasia 03 5,26 Aumento de volume da Parótida 03 5,26 Queilite actínica 02 3,51 Queilite angular 01 1,75 Lipoma 01 1,75 Líquen plano oral 01 1,75 Eritroplasia 01 1,75 Candidose leucoplásica 01 1,75 Halitose cetônica 01 1,75

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6 DISCUSSÃO

O DM é caracterizado por um grupo de alterações metabólicas relacionadas com a

secreção e/ou ação da insulina. De acordo com ADA (2004) são dois os principais tipos de

Diabetes, o Tipo 1 corresponde de 5 a 10% dos casos, neste levantamento haviam três casos

de DM Tipo 1, sendo dois pacientes do sexo masculino e um feminino. Os outros 54 pacientes

foram classificados como Tipo 2. Interessantemente, uma paciente teve o início do diabetes

detectado durante a gestação quando a mesma tinha 36 anos, esta paciente se encontra com 53

anos e permanece diabética, descompensada com nível sangüíneo de glicose de 310mg/dL.

De acordo com o gênero, alguns trabalhos mostram maior prevalência em mulheres

(QUIRINO, BIRMAN, PAULA, 1995; ORSO, PAGNONCELLI, 2002; ALMEIDA, et al.,

2002), em nosso estudo foi observado alta prevalência de mulheres totalizando 70,18% dos

pacientes. No entanto, no trabalho de Carvalho et al. (2003) esta relação foi semelhante, de

cem pacientes avaliados, 51 eram do sexo feminino. O grupo não usuário de insulina foi o

mais prevalente com 57,89% dos pacientes, contra 42,11% dos pacientes diabéticos usuários

de insulina. O controle do DM nem sempre é feito de forma correta (GAMBA et al., 2004),

em nosso estudo 66,67% dos pacientes se apresentaram com índices de glicemia alterados,

valor semelhante ao encontrado por Carvalho et al. (2003). Esse valor é mais que o dobro do

que o encontrado pelo Ministério da Saúde (23%) em pesquisa realizada em 2001 com

pacientes diabéticos que eram cientes de sua doença (BRASIL, 2001). O grande número de

pessoas diabéticas não controladas, talvez possa explicar o número de dentes perdidos

encontrados. Os trabalhos de Santana et al. (2002) no que se refere à perda de dentes e o

descontrole metabólico em pacientes diabéticos, e Barcelos et al. (2000) que diz ser o paciente

diabético metabolicamente descompensado mais susceptível a problemas odontológicos, entre

eles a perda precoce de dentes, também sugerem a relação entre perda dental e diabetes.

Encontramos um índice alto para o número de dentes perdidos, de 1596 dentes

possíveis de análise, considerando 28 dentes por pessoa, 1307 dentes (81,89%) foram

considerados perdidos. Segundo levantamento epidemiológico feito pelo Ministério da Saúde

(BRASIL, 2004) na população brasileira entre 2002 e 2003, a faixa etária de 65-74 anos

apresentou 93% de dentes perdidos e o grupo de 35-44 anos apresentou 65,72%. Através da

nossa pesquisa com diabéticos, pudemos constatar que a faixa etária situada entre 55-64 anos

foi a que apresentou o maior percentual de dentes perdidos (94,29%), o grupo de 35-44 anos

apresentou para o item “P” do CPO o valor de 48,81%. Esta menor percentagem de dentes

perdidos na faixa etária 35-44 em relação ao Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) pode ser

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explicado pelo pequeno número de diabéticos avaliados nesta faixa de idade (três pacientes).

Diferentemente, Carvalho et al. (2003) avaliando pacientes com DM tipo 2 encontrou valores

inferiores, obtiveram uma porcentagem de 56,3% de dentes extraídos em pacientes entre 65-

74 anos.

No que se refere ao CPO-D médio encontramos 21,50 na faixa etária de 25-34 anos,

23,67 na de 35-44, 24,00 na de 45-54, 27,70 para o grupo entre 55-64 anos, 27,38 para

indivíduos entre 65-74 e 27,00 para os de 75-84 anos, o que nos remete para um índice CPO-

D geral de 26,35, semelhante ao encontrado por Yabrud, Oliveira Filho e Dos Santos (1993)

que foi de 25,66. A análise do índice CPO-D por faixa etária é menor que a apresentada por

Carvalho et al. (2003) para o grupo de 35-44 anos (24,5), nas outras faixas etárias é maior em

média de dois pontos, com exceção ao grupo de 75-84 anos onde a diferença sobe para cinco

pontos. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) apresenta índice CPO-D de 20,13 na faixa

etária de 35-44 anos e 27,79 para indivíduos entre 65-74 anos, o que vem a ser similar ao

nosso nessa faixa etária.

Os resultados da análise do índice CPITN chamaram a atenção para o grande número

de sextantes excluídos. De 342 sextantes analisados, 293 (85,67%) foram excluídos, sendo

somente 49 sextantes válidos para análise. Dados do levantamento nacional (BRASIL, 2004)

mostraram que 80% dos sextantes na faixa etária de 65-74 anos foram excluídos, nesta mesma

faixa etária encontramos 90,63% dos sextantes excluídos. Nossos dados demonstraram maior

perda dentária nos pacientes diabéticos. Nesta pesquisa encontramos o maior índice de

sextantes excluídos na faixa etária entre 55-64 anos, com 95,83%, e o menor entre os

pacientes de 25 a 34 anos (8,33%), entretanto, nesta faixa etária havia somente dois pacientes.

Os pacientes com idade entre 75-84 anos apresentaram 91,67% de sextantes excluídos, os de

45-54 anos 76,39% e a de 35-44 anos 72,22%. De acordo com Pilatti, Toledo e El Guindy

(1995); Mealey e Moritiz (2003) a doença periodontal é mais severa em pacientes diabéticos.

O grupo de 35-44 anos, que é determinado pela OMS (1991) como grupo padrão para se

estimar a saúde bucal em adultos, em nosso trabalho havia apenas três indivíduos com cinco

sextantes válidos para análise. Desses, um sextante (20%) apresentou o código 2, 02 sextantes

(40%) o código “3” e também com duas manifestações (40%), uma no sextante superior

anterior e uma no inferior direito o código “4”. Alves (1998) utilizando o índice CPITN para

análise da prevalência da doença periodontal, examinou quatrocentos indivíduos com idade

entre vinte e 74 anos que foram atendidos no setor de triagem da Faculdade de Odontologia

de Piracicaba e encontrou para a faixa etária de 35-44 anos 2,2% de sextantes sadios e 33,2%

com o índice “2”, os índices “3” (26,9%) e “4” (12,2%). Os resultados de Alves (1998) são

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semelhantes aos encontrados por Bourgeois, Hescot e Doury (1997), principalmente na

incidência do código “3”, na alta prevalência da doença periodontal e o código “2” como

sendo o mais freqüente. Apesar do pequeno número de indivíduos, nesta faixa etária,

presentes em nosso trabalho, encontramos alta incidência da doença periodontal. Segundo a

OMS (1991) o grupo etário de “65 anos ou mais” é importante para determinação do

tratamento adequado para idosos, e também para controlar os efeitos gerais dos programas

preventivos. Na nossa pesquisa obtivemos resultados para a faixa etária de 65-74 e 75-84

anos, com dezesseis e quatro indivíduos respectivamente. Esses dois grupos etários juntos

somaram 11 sextantes válidos para análise. Obteve-se o resultado de 45,46% dos sextantes

examinados para o código “4”, 36,36% para o código “3”, 9,09% para o código “2” e a única

incidência do código “1” (9,09%) em nossa pesquisa, o código “0” não apresentou nenhuma

incidência para este grupo. Entre os indivíduos de “65 ou mais” anos Alves (1998) encontrou

para o código “4” (25,5%), para o código “3” (39,2%), sendo o mais freqüente e três sextantes

sadios, ou seja, código “0” (5,8%). Embora sendo a doença periodontal prevalente em ambos

estudos, nossos valores foram superiores aos apresentados por Alves (1998). Em nossa

pesquisa, obtivemos como resultados um sextante sadio, um sextante com o código “1”, 11

sextantes com código “2”, 14 sextantes com código “3”, 22 sextantes com o código “4” e a

grande maioria, 293 sextantes excluídos por número insuficiente de dente para análise ou falta

total dos mesmos. A correlação do índice CPITN com os dados relativos à DM vem confirmar

a severidade da doença periodontal em diabéticos que é atestada por vários autores

consultados (YABRUDI, OLIVEIRA FILHO e DOS SANTOS, 1993; BORGES, MOREIRA,

1995; PILATTI, TOLEDO, EL GUINDY, 1995; NOVAES JÚNIOR, GUTIERREZ,

NOVAES, 1996; BARCELLOS et al., 2000; PONTE et al., 2001; ORSO, PAGNONCELLI,

2002; LOPES, ALVES, PEREIRA, 2003; MISTRO et al., 2003). A retração gengival foi

diagnosticada através de exame clínico visual, por paciente, e se manifestou em 14,04% dos

indivíduos analisados, índice inferior ao esperado, mas que se justifica pelo grande número de

pacientes desdentados contidos na amostra (56,14%). Santana et al. (2002) em pesquisa com

38 pacientes diabéticos metabolicamente descompensados, observou retração gengival, perda

óssea alveolar severa e mobilidade dentária em 28,94% dos indivíduos pesquisados e um

índice de 34,21% de pacientes totalmente desdentados.

Segundo Barcellos et al. (2000) o controle radiográfico no tratamento odontológico ao

diabético é importante para um atendimento seguro. A análise das radiografias dos pacientes

envolvidos na pesquisa mostrou alta prevalência de casos de alongamento e/ou calcificação

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do processo estilóide (FIGURA 15), 26 pacientes examinados apresentavam essa condição

(45,61%), sendo 23 do gênero feminino e três masculino, vinte eram edêntulos, a faixa etária

se situou entre 49 e 76 anos. Essa alteração anatômica também está presente na Síndrome de

Eagle, que consiste além da calcificação do processo estilóide, apresenta dor na região e

limitação de movimentos cervicais. A síndrome é observada mais comumente no gênero

feminino (cerca de 85% de todos os casos relatados), entre a 2a e a 3a década de vida e o fator

etiológico mais comum é o trauma (SOBRAL, FREITAS, GOMES, 1999; SILVA et al.,

2001; TIAGO et al., 2002; TRIGO, LUBERTI, VILACHA, 2002; FABER et al., 2003;

RIZZATTI-BARBOSA et al., 2004; SÁ et al., 2004). Alterações no seio maxilar foram

relevantes entre os achados radiográficos, velamento do seio maxilar foi observado em

21,05% dos pacientes, cisto mucoso em 10,53% e agenesia uni ou bilateral em 5,26%

(FIGURA 16). Lesão endodôntica apical foi diagnosticada radiograficamente em 17,54% dos

pacientes, em um paciente (1,75%) foi observado cisto periapical. Raiz residual foi

encontrada em 12,28% dos pacientes examinados, dente retido em 3,51% e um caso de

displasia cemento-óssea florida (1,75%) foi observado em uma paciente de 48 anos, negra

(FIGURA 17). Em 3,51% dos pacientes apresentaram alteração morfológica do côndilo. A

reabsorção óssea severa esteve presente em 26,32% dos indivíduos (FIGURA 18), o que é

facilmente explicado dado à incidência da doença periodontal em pacientes diabéticos, assim

como as lesões endopério que foram observadas em 19,30% dos pacientes. O tártaro dental

pôde ser observado radiograficamente em 12,28% dos casos (FIGURA 19). Esses dados,

todos referentes à alteração do periodonto, vêm confirmar a incidência e a severidade da

doença periodontal em diabéticos, fato este confirmado por um grande número dos autores

pesquisados como a principal manifestação bucal do DM (YABRUDY, OLIVEIRA FILHO,

DOS SANTOS, 1993; BORGES, MOREIRA, 1995; PILATTI, TOLEDO, EL GUINDY,

1995; NOVAES JÚNIOR, GUTIERREZ, NOVAES, 1996; NOVAES JÚNIOR,

GUTIERREZ, GRISI, NOVAES, 1997; PONTE, TABAJ, MAGLIONE, MELATO, 2001;

GREGHI et al., 2002; ORSO, PAGNONCELLI, 2002; SANTANA et al., 2002; CARVALHO

et al., 2003; LOPES, ALVES, PEREIRA, 2003; MISTRO et al. 2003). Alterações

radiográficas dos ossos gnáticos, em portadores de DM, não são freqüentemente relatadas na

literatura. Nós pesquisamos em site sobre publicações médicas (PUBMED) cruzando palavras

como “mandible or maxilla and diabetes”, “bone alterations and diabetes”, “radiograph and

diabetes” e nenhum trabalho foi encontrado.

Lesões ou alterações patognomônicas da mucosa bucal relacionadas ao diabetes são

incomuns. Entretanto, xerostomia é um sintoma freqüente relatado por estes pacientes

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(QUIRINO, BIRMAN, PAULA, 1995; CARVALHO et al., 2003). Boca seca foi a principal

queixa dos nossos pacientes, acompanhada por ardência bucal com índices de 61,40% e

24,56% respectivamente. Beauclair e Durso (1996) revisaram a literatura sobre Síndrome de

Ardência Bucal (SAB) relataram que o DM, como um dos fatores etiológicos desta condição,

é questionado por vários dos autores pesquisados. Outro achado que pode caracterizar DM é

hálito cetônico, Carvalho et al. (2003) nos mostram um índice de 7% em sua pesquisa, em

nosso trabalho somente em um paciente foi encontrado halitose cetônica (1,75%), mas não

fizemos nenhum exame para avaliar esta alteração nos paciente, o problema foi percebido

durante o exame clínico. A mucosite por prótese aparece em 17,54% dos casos e na maioria

das vezes apresenta áreas puntiformes eritematosas no palato (mucosite grau III), e em alguns

pacientes toda a área chapeável se encontrava avermelhada (FIGURA 20). A hiperplasia

fibrosa inflamatória foi diagnosticada em 17,54% dos pacientes, e estes foram orientados a

providenciarem a troca do aparelho protético após a eliminação da hiperplasia. Leucoplasias

foram encontradas em três pacientes (5,26%), um do gênero masculino, desdentado, que

apresentava uma leucoplasia no rebordo alveolar inferior direito, na altura de pré-molares

(FIGURA 21) e duas manifestações em paciente do gênero feminino, fumantes, na região de

mucosa jugal. Dois pacientes do gênero masculino apresentaram um quadro de queilite

actínica (3,51%), um com 59 e outro com 69 anos, ambos com história de trabalho exposto ao

sol. Outras manifestações patológicas da mucosa oral observadas foram: queilite angular

(1,75%), valor bem inferior ao encontrado por Carvalho et al.(16%), lipoma (1,75%),

eritroplasia (1,75%), candidose leucoplásica (1,75%). Estas patologias provavelmente não

estão associadas ao DM, entretanto, pesquisamos todas as alterações encontradas na mucosa

bucal. A sialadenose diabética, que se caracteriza pelo aumento bilateral e indolor das

glândulas parótidas, foi observado em 5,26% dos pacientes, embora sua real prevalência não

seja conhecida (QUIRINO, BIRMAN, PAULA, 1995; NEVILLE, 1998). Em um paciente de

32 anos, gênero masculino, foi observado a manifestação de Líquen Plano Oral (LPO) nas

áreas retromolar esquerda e mucosa jugal inferior direita. Esse mesmo paciente faz tratamento

para hipertensão, o que vem caracterizar a Síndrome de Grinspan que é a associação de uma

doença sistêmica (diabetes), com hipertensão arterial e manifestações liquenóides

(MEDEIROS et al., 2002). Ponte et al. (2001) estabelece uma correlação do LPO, sobretudo

na forma erosiva, com DM.

Novaes Júnior, Gutierrez e Novaes (1996), ressaltam que não é suficiente só avaliar se

o paciente é diabético, mas também é necessário avaliar o estado metabólico da doença. Os

pacientes diabéticos devem ser cuidadosamente preparados para intervenções cirúrgicas

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devido a pouca resistência às infecções e as péssimas condições que oferecem para uma

rápida e saudável cicatrização. A doença periodontal, apresentada nos mais variados graus de

severidade, é sugerida como um agravante para o controle metabólico da doença e também

como principal fator para o grande número de perda dental observada nesses pacientes. O

conhecimento do DM pelo dentista é fundamental para melhor compreender a ação dessa

doença sistêmica nos tecidos que compõem a cavidade bucal e assim contribuir para o

diagnóstico e prevenção dessas alterações na clínica odontológica.

FIGURA 15 Alongamento e calcificação do processo estilóide.

FIGURA 16 Agenesia bilateral do seio maxilar.

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FIGURA 17 Displasia cemento-óssea florida.

FIGURA 18 Reabsorção óssea.

FIGURA 19 Reabsorção óssea e tártaro dental.

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FIGURA 20 Mucosite por prótese.

FIGURA 21 Leucoplasia.

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Figura. 22 Liquen Plano Oral

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7 CONCLUSÃO

Pacientes portadores de Diabetes Mellitus podem apresentar manifestações sistêmicas

que venham interferir no atendimento odontológico, de acordo com os resultados de nossa

pesquisa com pacientes portadores de DM, nos é permitido concluir que:

1 - O descontrole metabólico é um fato relevante em relação a esses pacientes,

pudemos constatar que os indivíduos metabolicamente descompensados perfaziam

exatamente o dobro do número de pacientes metabolicamente compensados.

2 - Através da análise do índice CPO-D, concluímos que a relação do DM e a cárie

dental, não são significativas. Esses indivíduos apresentam uma tendência marcante à perda

de dentes. Destaca-se o fato de que o componente “perdido” (representado pela letra P no

índice CPO-D) seja responsável por um alto índice em todas as faixas etárias .

3 - Através do índice CPITN constatamos que a doença periodontal é mais severa em

diabéticos. O número de sextantes excluídos foi muito alto.

4 - O exame radiográfico deve ser feito para o diagnóstico de patologias ósseas tais

como reabsorções, lesões endopério, lesões apicais, que podem ser prejudiciais a esses

pacientes em função da baixa resistência a infecções. A literatura é pobre no que diz respeito a

alterações ósseas nesses pacientes.

Em função das manifestações bucais apresentadas por esses pacientes, podemos

sugerir que indivíduos portadores de DM representam um grupo especial que requer medidas

preventivas e terapêuticas específicas durante o atendimento odontológico.

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8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO

PRONTUÁRIO DE EXAME CLÍNICO CURSO D ODONTOLOGIA

UNINCOR – TRÊS CORAÇÕES

Prontuário n° ______________

Nome do paciente:____________________________________________________________

Filiação:____________________________________________________________________

DECLARAÇÃO O paciente acima nominado e abaixo assinado, por este instrumento declara que autoriza os Corpos Docente e Discente do Curso de Odontologia da UNINCOR, da Fundação Comunitária Tricordiana de Educação, a diagnosticar, planejar e executar tratamento odontológico em sua pessoa ou dependente, de acordo com os conhecimentos e técnicas no campo Odontológico. Outrossim, declara estar ciente de que o tratamento odontológico a que se submeterá tem por objetivo principal a instrução, o adestramento e a demonstração ao Corpo Discente do Curso de Odontologia da UNINCOR. Também declara que todas as informações prestadas ou a serem prestadas na Triagem, na Anmnese, no Exame Físico ou nas Disciplinas Clínicas durante o seu atendimento serão sempre expressão da verdade e sob sua responsabilidade. Declara ainda, estar de acordo que todos os meios auxiliares de diagnóstico e seus resultados, as informações concernentes a exames clínicos, o planejamento de tratamento e o diagnóstico, constituem propriedade exclusiva da Fundação Comunitária Tricordiana de Educação, à qual cede os direitos de retenção, podendo ser utilizada para quaisquer fins de ensino e de divulgação científica. Três Corações, ____ de __________________________de_______

__________________________________ __________________________________ Assinatura do Paciente Assinatura do Pai ou Responsável Endereço:

Rua__________________________________________________________n°____________

Bairro__________________________Cidade________________________Estado_________

CEP__________

Fones Res.__________________Comerc.___________________Recado________________

Natural de_____________________________________Estado______________País_______

Data de Nascimento_______ _______ ________ Cor/Raça________Gênero________

CPF___________________________RG__________________Profissão________________

Instrução: ( ) Analfabeto ( ) 1° grau ( ) Superior

Tratamento já realizado ma UNINCOR? _______________Ano________________________

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CURSO DE ODONTOLOGIA UNINCOR – CAMPUS DE TRÊS CORAÇÕES

ANAMNESE

Prontuário n°__________

Nome do Paciente:____________________________________________________________Idade:__________

Aluno responsável:________________________________________________________Período:____________

ATENÇÃO: Todas as respostas “SIM” devem ser complementadas de maneira esclarecedora no verso desta

folha.

1 – Qual o motivo da consulta?_________________________________________________________________

2 – Está sob cuidados médicos? ( ) Sim ( ) Não

Qual o motivo?__________________________________________________________

Nome do médico:________________________________________________________

3 – Está tomando algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Qual(is)________________________________________________________________

4 – Tem problemas de pressão arterial? ( ) alta ( ) baixa ( ) Sim ( ) Não

5 – Sente tontura ou falta de ar com freqüência? ( ) Sim ( ) Não

6 – Tem problemas cardíacos? ( ) Sim ( ) Não

7 – Tem alergia a penicilina, sulfa, aspirinas ou outras substâncias? ( ) Sim ( ) Não

8 – Teve hepatite, outras doenças no fígado ou nos rins? ( ) Sim ( ) Não

9 – Teve, convive ou conviveu com alguém com tuberculose, sífilis, lepra? ( ) Sim ( ) Não

10 – Suas juntas doem ou incham com freqüência? ( ) Sim ( ) Não

11 – Suas pernas ou pés incham freqüentemente? ( ) Sim ( ) Não

12 – Tem diabete ou algum parente com diabete? ( ) Sim ( ) Não

13 – Já tomou cortisona alguma vez? Quando e porquê? ( ) Sim ( ) Não

14 – Sofreu alguma cirurgia ou ficou acamado nos últimos 5 anos? ( ) Sim ( ) Não

15 – É fumante ou consome álcool? ( ) Sim ( ) Não

16 – Tem íngua (gânglios aumentados ou doloridos) Onde? ( ) Sim ( ) Não

17 – Está perdendo peso sem causa conhecida? ( ) Sim ( ) Não

18 – Tem tido diarréia crônica? Há quanto tempo? ( ) Sim ( ) Não

19 – Já notou lesão branca, vermelha ou aumento de tamanho na boca? ( ) Sim ( ) Não

20 – Sente-se mal quando toma anestesias? ( ) Sim ( ) Não

21 – Já teve hemorragia após extração dentária? ( ) Sim ( ) Não

22 – Sua gengiva sangra? Já fez tratamento gengival? ( ) Sim ( ) Não

23 – Algum dente já doeu ou dói espontaneamente, com frio ou quente? ( ) Sim ( ) Não

24 – Tem ou teve problemas de menstruação? ( ) Sim ( ) Não

25 – Está grávida? Quantos meses? ( ) Sim ( ) Não

PRESSÃO ARTERIAL

_______max_______min _______max______min _______max______min

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____ _____ _____triagem ______ _____ _____1° dia de tratamento _____ _____ _____30 dias de tratamento

Data do Exame: _______ _______ _______ (válida por 6 meses)

Assinatura do Paciente ou Responsável___________________________________________________________

ANOTAÇÕES COMPLEMENTARES DA ANAMNESE:

CURSO DE ODONTOLOGIA UNINCOR – CAMPUS DE TRÊS CORAÇÕES

EXAME FÍSICO

Prontuário n°__________

Nome do Paciente:____________________________________________________________Idade:__________

Aluno responsável:________________________________________________________Período:____________

EXAME ESTRA-BUCAL

Faça a palpação das cadeias ganglionares descrevendo as alterações encontradas, e escrevendo a palavra

“normal” nas cadeias sem alterações.

Bucinadora_________________________________________________________________________________

Submandibular______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Submentoniana______________________________________________________________________________

Cervical superficial___________________________________________________________________________

Cervical profunda____________________________________________________________________________

Parotídea___________________________________________________________________________________

Mastóidea__________________________________________________________________________________

Occipital___________________________________________________________________________________

Observações________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

EXAME INTRA-BUCAL

Realize na ordem indicada, descrevendo as alterações e escrevendo a palavra “normal” onde não houver alterações. Lábio superior______________________________________________________________________________

Lábio inferior_______________________________________________________________________________ Epiderme, linha de transição, semi mucosa, face interna

Comissura labial direita_______________________________________________________________________

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Comissura labial esquerda_____________________________________________________________________

Mucosa jugal direita__________________________________________________________________________

Mucosa jugal esquerda________________________________________________________________________

Área retro-molar superior direita________________________________________________________________

Área retro-molar inferior direita_________________________________________________________________

Área retro-molar superior esquerda______________________________________________________________

Área retro-molar inferior esquerda_______________________________________________________________

Língua: dorso_______________________________________________________________________________

Língua: ventre_______________________________________________________________________________

Língua: borda lateral direita____________________________________________________________________

Língua: borda lateral esquerda__________________________________________________________________

Soalho_____________________________________________________________________________________

Palato duro_________________________________________________________________________________

Palato mole_________________________________________________________________________________

Istmo das fauces_____________________________________________________________________________ Tonsilas e orofaringe direita e esquerda

Gengiva superior____________________________________________________________________________

Gengiva inferior_____________________________________________________________________________ Cor, volume, contorno, consistência

Glândulas salivares:

Parótida direita e esquerda_____________________________________________________________________

Submandibular direita e esquerda_______________________________________________________________

Sublingual direita e esquerda___________________________________________________________________

Saliva_____________________________________________________________________________________

Anomalias dentárias__________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

Observações________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

Parecer do Professor Responsável

Assinatura

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Indica-se atendimento nas seguintes clinicas:

( ) Dentística ( ) Endodontia ( ) Cirurgia

( ) Prótese ( ) Periodontia ( ) Estomatologia

( ) Clínica Integrada ( ) Ortodontia ( ) DTM

( ) Pós-Graduação_____________________________________________________

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APÊNDICE

Índice Comunitário de Necessidade de Tratamento Periodontal – CPITN ...................... 67

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