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“AVALIAÇÃO ISOTÓPICA E HIDROQUÍMICA NA PORÇÃO NOROESTE DO AQUÍFERO CAUÊ, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, BRASIL”
JUSSARA BRANT DE CARVALHO
Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais.
2012
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais
AVALIAÇÃO ISOTÓPICA E HIDROQUÍMICA NA PORÇÃO NOROESTE DO
AQUÍFERO CAUÊ, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, BRASIL.
Jussara Brant de Carvalho
Belo Horizonte 2012
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais
AVALIAÇÃO ISOTÓPICA E HIDROQUÍMICA NA PORÇÃO NOROESTE DO
AQUÍFERO CAUÊ, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, BRASIL.
Jussara Brant de Carvalho
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre.
Área de concentração: Minerais e Meio Ambiente.
Orientador: Rubens Martins Moreira
Belo Horizonte 2012
“Ore como se tudo dependesse de Deus
e trabalhe como se tudo dependesse de você.”
Cardeal Shellman
i
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Rubens Martins Moreira pela oportunidade, pela disponibilidade e
pelas lições aprendidas, que não foram poucas, pela liberdade no desenvolvimento
da pesquisa e pelo comprometimento com as questões da educação.
À Amenônia Ferreira Pinto pela dedicação e pelo apoio que, sem ele, esse trabalho
não seria possível.
Ao IGAM, na pessoa de Jeane Dantas de Carvalho Tobelem, gerente do setor de
outorgas do IGAM, pela cessão de dados de outorga.
Ao IEF pela autorização para realização dos trabalhos nas áreas do Parque
Estadual da Serra do Rola Moça. Ao gerente, Edmar Monteiro, e à coordenadora de
pesquisa do Parque, Cristiane Galvão, pelo apoio com os trabalhos. Ao funcionário
Zinho pela inestimável ajuda com os trabalhos de campo.
À COPASA, pela permissão e colaboração com os trabalhos de campo. A Nelson
Cunha Guimarães, Ronnie D'arc de Oliveira, Júnia Maria Moreira da Silva Melo pelo
auxílio com informações dos sistemas de Produção da COPASA.
A Vallourec & Mannesmann Mineração, na pessoa de Flávio Leocádio pelo interesse
e colaboração com o trabalho.
À mineradora Vale, nas pessoas de César Grandchamp e Flávio Nunes pelo acesso
às áreas da mineradora; aos hidrogeólogos Carlos Vítor, Fabiana Caldas e Evandro
Benedives pela colaboração com os trabalhos em campo; ao técnico Leonardo
Trindade, o meu sincero agradecimento pelo apoio aos trabalhos na Mina do Pico ao
longo do último ano; e aos demais funcionários pela ajuda em acessar nascentes e
poços.
Aos condomínios e proprietários de imóveis por abrirem suas portas à pesquisa.
À CPRM e à ANA pela colaboração nas estações meteorológicas.
À Maria Antonieta Alcântara Mourão pela receptividade à proposta dessa pesquisa e
colaboração com o trabalho.
ii
Ao Paulo Minardi pelos valiosos aconselhamentos ao longo do desenvolvimento
dessa pesquisa. Ao Paulo Cesar Rodrigues do Laboratório de Geoprocessamento
do CDTN pelas aulas de GPS e ArcGis, além do apresso na confecção dos mapas.
Aos colegas Carlos Alberto e Alberto Barreto do Setor de Meio Ambiente do CDTN
pelo auxílio com a pesquisa e trabalhos de campo.
À Cláudia Peixoto pelo apoio à pesquisa e minha primeira oportunidade no CDTN.
Ao pesquisador Zildete Rocha, do Laboratório de Trítio Ambiental do CDTN, pela
colaboração com a pesquisa. À técnica Maria da Glória pelo apresso com os
ensaios.
Aos funcionários do Laboratório de Isótopos Estáveis da USP, Osmar Antunes,
Veridiana Martins e demais.
Às pesquisadoras do CDTN, Helena Palmieri e Lucia Auler, pela disponibilidade dos
seus laboratórios às análises. A Luiz Carlos, pelas análises por Absorção Atômica.
Aos técnicos Oliene, Maria Olívia e Geraldo pelo apresso com os ensaios químicos.
Aos funcionários Namir Souza e Vagner Dias, pela ajuda em campo. Aos motoristas
do CDTN, pela companhia e pela ajuda até mesmo nos trabalhos de coleta.
Às bibliotecárias do CDTN Virgínia, Lenira e Nívia pela ajuda com publicações,
organização de referências e citações. Às secretárias Rosely, Helena, Luciana,
Bernadete e Rosália.
Aos colegas da turma de mestrado 2010 pelo companheirismo, pelo apoio e pelos
inesquecíveis dias de estudo na biblioteca.
Aos amigos da sala 109, Gilmara, Lígia, Fernanda, Láuris, Janaína, Henrique e
Carlos Eduardo, pela amizade, pelas risadas, pelos bons momentos, pela
companhia em momentos de angústia e, principalmente, pela impagável ajuda com
preparos e execuções dos trabalhos de campo.
Aos amigos e parentes que se fizeram sempre presentes durante essa caminhada.
Ao meu companheiro, Gustavo, pelo carinho, pela compreensão e por tornar a
jornada um pouco mais leve.
À minha família, Teófilo, Dalva e Gu, pelo amor, pelo incentivo e pelo exemplo.
A Deus, pela oportunidade de melhorar a cada dia.
iii
RESUMO
AVALIAÇÃO ISOTÓPICA E HIDROQUÍMICA NA PORÇÃO NOROESTE DO AQUÍFERO CAUÊ, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, BRASIL.
Jussara Brant de Carvalho
A APA Sul RMBH, Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, localizada na porção noroeste de uma das maiores regiões produtoras de minérios,
o Quadrilátero Ferrífero, é conhecida pela riqueza de sua biodiversidade, seus aspectos sócio-
culturais e econômicos e, principalmente, pelo seu grande potencial mineral. Nela ocorre a
Formação Cauê, formação geológica conhecida pela ocorrência de minérios ferrosos e
também por abrigar grandes volumes de água no subsolo. Essa unidade hidrogeológica,
conhecida como Aquífero Cauê, é o objeto de estudo desse trabalho. A área delimitada para
este estudo encontra-se quase completamente inserida da APA Sul e está localizada na porção
noroeste do Quadrilátero. Foram realizadas medidas em quarenta e sete amostras água, entre
nascentes, cabeceiras de drenagem, drenos e poços. Foram amostrados pontos de surgência
dos Aquíferos Inconsolidados, Gandarela, Quartizítico, Unidades Confinantes, mas
principalmente o Aquífero Cauê, no período de estiagem das chuvas em 2011. Estas amostras
tiveram seu conteúdo de deutério, oxigênio-18 e trítio determinados. Destas, vinte e três
também tiveram suas características químicas investigadas. Águas de chuva foram coletadas
durante um ano em três pontos na área de estudos. O conteúdo de trítio e razões isotópicas de
deutério e oxigênio-18 foram determinados para amostras mensais de precipitação. Os
resultados possibilitaram a determinação da Linha Meteórica Local, além da atividade atual
de trítio nas precipitações que subsidiou o cálculo de tempo de renovação das amostras água
subterrânea. A Linha Meteórica obtida evidenciou desvio da Linha Meteórica Global quanto
ao excesso de deutério. Os Efeitos Quantidade e Temperatura puderam ser observados na
região. A baixa mineralização das águas do Cauê, evidenciada pelos baixos valores de
condutividade elétrica, dificultou a classificação das águas, e um padrão químico não pode ser
observado. Os resultados de δ18O e δ2H indicaram rápida infiltração para a maioria das
amostras, com exceção de um grupo cuja maioria é composta por águas relacionadas aos
aquíferos de cobertura. O tempo de renovação das águas subterrâneas foi calculado pelos
Modelos de Fluxo em Pistão e Exponencial. Os resultados apresentaram grande variação,
entre 1,5 e 279 anos.
iv
ABSTRACT
ISOTOPIC AND HYDROCHEMICAL EVALUATION OF CAUÊ AQUIFER’S
NORTHWEST PORTION, IRON QUADRANGLE, BRAZIL.
Jussara Brant de Carvalho
The Environmental Protection Area of the South Metropolitan Region of Belo Horizonte City,
known as APA Sul RMBH, located on the northwestern portion of one of the largest ore-
producing regions, named Quadrilátero Ferrífero (Iron Quadrangle), is known for the
richness of its biodiversity, its socio-cultural and economic and especially to its great mineral
potential. In this area, occurs the Cauê Formation, a geological formation recognized for the
high occurrence of iron ores and also host large volumes of fresh water in the underground.
This hydrogeologic unit, known as Cauê Aquifer, is the object of study of this work. The area
defined for this study is almost completely inserted into the cited protection are and is located
in the northwestern portion of the Quadrangle. Measurements were taken in forty-seven water
samples, including springs, headwater drainage, drains and wells. Sampled were taken of
unconsolidated aquifers, Gandarela, Quartizitic, confining units, but mainly Cauê Aquifer,
during the dry season rainfall in 2011. These samples had the content of deuterium, oxygen-
18 and tritium determined. Of those, twenty-three were also investigated about its chemical
characteristics. Rainwater was collected during one year at three stations located the study
area. The content of tritium and deuterium isotope ratios and oxygen-18 were determined on
monthly samples of precipitation. The results allowed the determination of the Local Meteoric
Water Line, beyond the current activity of tritium in precipitation that supported the
calculation of groundwater’s residence time. The Local Meteoric Line obtained showed
considerable deviation from the Global Meteoric Line on the excess of deuterium, while the
slope was similar to the global one. The quantity and temperature effects were observed. The
low mineralization of the groundwaters, evidenced by low values of electrical conductivity
has obstructed their classification. A chemical pattern could not be attributed to the aquifer.
The δ18O and δ2H results indicate rapid infiltration for most samples, except for a group
formed mainly by water related to unconsolidated aquifers. The residence time of
groundwater samples was calculated by piston flow and exponential flow models. The results
showed a great variation, with waters between 1.5 and 279 years old.
v
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APA – Área de Proteção Ambiental
Bq – Becquerel
CDTN – Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
CG/CC – Campo Graminoso/Campo Cerrado
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
COPASA-MG – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Cps – Contagem por segundo
FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente
GNIP – Global Network of Isotopes in Precipitation
IAEA – International Atomic Energy Agency
ICP-MS – Inductively Coupled Plasma Mass Spectroscopy
IEF – Instituto Estadual de Florestas
INIS – International Nuclear Information System
IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas
IRMS – Isotope Ratio Mass Spectrometry
NBR – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBS – National Bureau of Standards
RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgotos
SIAGAS – Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SRTM – Shuttle Radar Topography Mission
V-SMOW – Vienna Standard Mean Ocean Water
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UT – Unidade de Trítio
WMO – World Meteorological Organization
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Mapa regional do Cráton São Francisco indicando a posição do Quadrilátero Ferrífero no quadrado na porção sul. .......................................................................................... 8
Figura 2. Localização da área de estudo, APA Sul RMBH..................................................... 10
Figura 3. Bacias e sub-bacias da área de estudo. ..................................................................... 11
Figura 4. Distribuição das classes de uso e cobertura do solo na área de estudos. ................. 14
Figura 5. Precipitações médias mensais em diversas estações pluviométricas. ...................... 17
Figura 6. Isoietas de precipitação média anual – Ano hidrológico (mm). .............................. 17
Figura 7. Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero. A parte direita da figura representa .................................................................................................................................. 19
Figura 8. Geologia simplificada da interseção entre o homoclinal Serra do Curral e o Sinclinal Moeda. 1.Falha da Gordura; 2.Falha da Mutuca; 3.Falha da Catarina; 4.Falha do Barreiro. ............................................................................................................................... 25
Figura 9. Seções transversais do mapa mostrado na Figura 8. (a) Seção XX’. (b) Seção YY’. (c) Seção ZZ’. ....................................................................................................... 26
Figura 10. Principais Minerações na Área de Estudo. ............................................................ 30
Figura 11. Diagrama triangular. .............................................................................................. 45
Figura 12. Diagrama de Piper, com indicação da posição de diferentes tipos de água. .......... 46
Figura 13. Variação em δ2H (‰) e teor de trítio (UT) nas diversas fases do ciclo hidrológico. ............................................................................................................................... 50
Figura 14. Linha Meteórica Global: Variações de deutério e oxigênio-18 em rios, lagos e chuva e neve, expresso em relação ao padrão SMOW. Pontos dentro da linha tracejada são provenientes de corpos d`água do leste da África. ............................................. 53
Figura 15. a) Correlação entre os déficits de 2H e 18O em águas meteóricas; b) correlações entre estes mesmos déficits após a água precipitada/infiltrada ter passado por diferentes processos............................................................................................................ 55
Figura 16. a) Pluviômetro do Parque Rola Moça (PLU03); b) Detalhe do reservatório para a água de chuva dentro da caixa térmica. ......................................................................... 61
Figura 17. Percentual do tipo de captação das águas exploradas na área em estudos. ............ 68
Figura 18. Percentual das classes de uso no volume total captado na área em estudo. ........... 69
Figura 19. Origem da água para diversas classes de uso. ........................................................ 69
Figura 20. Porcentagens das classes de uso da água superficial captada na área em estudo. ....................................................................................................................................... 70
Figura 21. Porcentagens das classes de uso da água superficial de surgência captada na área em estudo. .................................................................................................................... 71
Figura 22. Porcentagens das classes de uso da água subterrânea captada na área em estudo. ....................................................................................................................................... 72
Figura 23. Diagrama de Schoeller para as amostras................................................................ 74
vii
Figura 24. Diagrama de Piper para as amostras. ..................................................................... 76
Figura 25. Diagrama adaptado de Chadha (1999) ................................................................... 76
Figura 26. Relação entre pH e íons bicarbonato para as amostras .......................................... 79
Figura 27. Linha Meteórica Local obtida. ............................................................................... 81
Figura 28. Comparação entre precipitação e a variação isotópica de deutério médias da área. ...................................................................................................................................... 83
Figura 29. Comparação entre precipitação e a variação isotópica de oxigênio médias da área. ...................................................................................................................................... 83
Figura 30. Comparação entre umidade relativa do ar e a variação de deutério na área de estudos. ................................................................................................................................ 83
Figura 31. Comparação entre umidade relativa do ar e a variação de oxigênio na área de estudos. ................................................................................................................................ 83
Figura 32. Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de deutério. ......... 84
Figura 33. Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de oxigênio. ........ 84
Figura 34. Comparação entre a variação isotópica de oxigênio-18 nas chuvas e altitude das estações pluviométricas. ........................................................................................ 85
Figura 35. Comparação entre a variação isotópica de deutério nas chuvas e altitude das estações pluviométricas. ..................................................................................................... 85
Figura 36. Linhas meteóricas locais das estações de Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, das regiões norte e nordeste do Brasil, e as linhas global e local. ............................... 86
Figura 37. Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e nas águas de chuva. ........................... 89
Figura 38. Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e as linhas meteórica local e de evaporação. ............................................................................................................................... 90
Figura 39. Diagrama δ18O versus δ2H para as amostras deste projeto e de Mourão (2007), linhas locais meteórica e de evaporação. ..................................................................... 90
Figura 40. Atividade ponderada média de trítio estimadas nas precipitações anuais da área de estudos de 1953 a 2010. ............................................................................................... 93
Figura 41. Curva de concentração de trítio em função do tempo de renovação da água subterrânea para a área em estudos de acordo com o Modelo de Fluxo Exponencial. ............ 98
Figura 42. Linha meteórica local e amostras da região nordeste do homoclinal Serra do Curral. ................................................................................................................................ 102
Figura 43. Linha meteórica local e amostras da região central do homoclinal Serra do Curral. ..................................................................................................................................... 104
Figura 44. Linha meteórica local e amostras da região noroeste do Sinclinal Moeda. ......... 107
Figura 45. Linha meteórica local e amostras da Faixa Tamanduá-Mutuca. .......................... 109
Figura 46. Linha meteórica local e amostras da região sudoeste do Sinclinal Moeda. ......... 110
Figura 47. Linha meteórica local e amostras do Flanco Leste do Sinclinal Moeda. ............. 112
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resumo dos resultados do balanço hídrico para as estações Belo Horizonte e Ibirité. ....................................................................................................................................... 16
Tabela 2. Sistemas de abastecimento de água operados pela COPASA na área de estudo. ....................................................................................................................................... 32
Tabela 3. Captações do sistema de abastecimento de água do município de Brumadinho próximas à área de estudo. ................................................................................... 32
Tabela 4. Comparação entre as classificações das unidades hidrogeológicas propostas por ............................................................................................................................................. 37
Tabela 5. Classificação dos constituintes dissolvidos nas águas subterrâneas de acordo com sua abundância relativa. (CUSTÓDIO & LLAMAS, 1983 modificado) ......................... 44
Tabela 6. Marcas litológicas em composições de água subterrânea. ....................................... 44
Tabela 7. Erro admissível de balanço iônico a partir da condutividade elétrica. .................... 47
Tabela 8. Abundância isotópica dos padrões utilizados para os cálculos dos valores de δ carbono, nitrogênio, oxigênio e deutério. .............................................................................. 49
Tabela 9. Estações de coleta de água de chuva. ...................................................................... 62
Tabela 10. Descrição dos 47 pontos de água subterrânea amostrados. ................................... 63
Tabela 11. Resumo das técnicas de coleta e preservação das amostras utilizadas em campo. ...................................................................................................................................... 63
Tabela 12. Análises químicas, limite de detecção e metodologia empregadas. ...................... 64
Tabela 13. Estatística dos parâmetros medidos in loco ........................................................... 73
Tabela 14. Classificação das amostras do Aquífero Cauê ....................................................... 77
Tabela 15. Parâmetros estatísticos para os elementos traço investigados no Aquífero Cauê. ......................................................................................................................................... 80
Tabela 16. Correlações entre os principais parâmetros hidroquímicos do Aquífero Cauê. ......................................................................................................................................... 80
Tabela 17. Coeficientes lineares e angulares das Retas Meteóricas Locais para cada uma das estações. ...................................................................................................................... 82
Tabela 18. Coeficientes angulares e lineares das linhas meteóricas das estações GNIP Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, das regiões norte e nordeste do Brasil, e as linhas global e local. ................................................................................................................. 86
Tabela 19. Resultados das variações de oxigênio-18 e deutério nas amostras de água subterrânea. ............................................................................................................................... 88
Tabela 20. Atividade de trítio (UT) nas amostras de água de chuva coletadas na área em estudos. ............................................................................................................................... 91
Tabela 21. Concentrações médias mensais de trítio nas precipitações em estações consideradas, procedimento para estimativa e valores obtidos de trítio para a precipitação área de estudos. .................................................................................................... 95
ix
Tabela 22. Tempos de renovação determinados pelo Modelo de Fluxo em Pistão para as amostras de água subterrânea coletadas na área de estudos. ................................................ 96
Tabela 23. Idades das águas subterrâneas com atividades dentro da faixa esperada .............. 97
Tabela 24. Idades estimadas para as amostras de água subterrânea pelo Modelo de Fluxo Exponencial. ................................................................................................................... 99
Tabela 25. Idades estimadas para as amostras de Mourão (2007) pelo Modelo de Fluxo Exponencial. ................................................................................................................. 100
Tabela 26. Pontos da região central do homoclinal Serra do Curral e seus principais resultados. ............................................................................................................................... 102
Tabela 27. Pontos da região central do homoclinal Serra do Curral e seus principais resultados. ............................................................................................................................... 104
Tabela 28. Pontos da região noroeste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados. ...... 107
Tabela 29. Pontos da Faixa Tamanduá-Mutuca e seus principais resultados. ....................... 109
Tabela 30. Pontos da região sudoeste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados. ...... 110
Tabela 31. Pontos do Flanco Leste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados. .......... 112
x
SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ................................................................................................... I
RESUMO.................................................................................................................... III
ABSTRACT ............................................................................................................... IV
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... V
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. VI
LISTA DE TABELAS .............................................................................................. VIII
SUMÁRIO .................................................................................................................. X
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5
2.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 5
2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................ 5
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 6
4. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA ............................................................................... 7
4.1. Quadrilátero Ferrífero ........................................................................................ 7
4.2. APA Sul RMBH ................................................................................................... 8
4.3. Área de estudo ................................................................................................... 9
4.3.1. Localização .................................................................................................... 9 4.3.2. Uso e ocupação do solo ................................................................................ 9 4.3.3. Características Hidroclimáticas .................................................................... 15 4.3.4. Litoestratigrafia ............................................................................................ 18 4.3.5. Estruturas Geológicas .................................................................................. 24 4.3.6. Hidrografia ................................................................................................... 26 4.3.7. Recursos Minerais ....................................................................................... 27 4.3.8. Atividade Mineira ......................................................................................... 29 4.3.9. Uso dos Recursos Hídricos ......................................................................... 31 4.3.10. Hidrogeologia ............................................................................................. 34
4.4. Análises Químicas como Ferramenta em Estudos Hidrogeológicos .......... 43
4.4.1. Diagrama de Piper ....................................................................................... 44 4.4.2. Balanço Iônico ............................................................................................. 46
4.5. Isótopos Aplicados a Estudos Hidrogeológicos ........................................... 47
4.5.1. Isótopos estáveis ......................................................................................... 47 4.5.2. Radioisótopos .............................................................................................. 56
5. METODOLOGIA ................................................................................................... 60
5.1. Levantamento de Dados .................................................................................. 60
5.2. Estimativa do consumo de água na área de estudos ................................... 60
5.3. Amostragem pluviométrica ............................................................................. 60
5.4. Planejamento dos pontos de amostragem e análises químicas .................. 62
xi
5.5. Campanhas de coleta e medições em campo ............................................... 63
5.6. Estudos Físico-Químicos ................................................................................ 64
5.7. Estudos Isotópicos .......................................................................................... 65
5.8. Estudos Radioquímicos ................................................................................... 66
5.9. Datação pelo Método de Fluxo em Pistão ...................................................... 66
5.10. Datação pelo Método de Fluxo Exponencial ................................................ 67
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 68
6.1. Estimativa do volume e uso da água consumida na área de estudos......... 68
6.2. Hidroquímica das águas subterrâneas........................................................... 72
6.3. Linha Meteórica Local ...................................................................................... 81
6.4. Composição isotópica das águas subterrâneas ........................................... 87
6.5. Análise conjunta dos dados por região ....................................................... 101
6.5.1. Região Nordeste do Homoclinal da Serra do Curral .................................. 101 6.5.2. Região central do Homoclinal Serra do Curral – Junção com Sinclinal Moeda .................................................................................................................. 103 6.5.3. Flanco Noroeste do Sinclinal Moeda ......................................................... 106 6.5.4. Faixa Tamanduá-Mutuca ........................................................................... 108 6.5.5. Flanco Sudoeste do Sinclinal Moeda ......................................................... 109 6.5.6. Flanco Leste do Sinclinal Moeda ............................................................... 111
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 114
8. CONCLUSÕES ................................................................................................... 116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 119
APÊNDICE A - Mapa Geológico Simplificado
APÊNDICE B - Distribuição das classes de uso e cobertura do solo por sub-bacia
APÊNDICE C - Captação de água estimada para cada sub-bacia, por tipo de
captação e uso
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
APÊNDICE E - Esquema da Amostragem Pluviométrica e Resultados
APÊNDICE F - Resultados das Análises Químicas
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
APÊNDICE H - Resultados das Análises isotópicas de Mourão (2007)
APÊNDICE I - Mapa de Pontos de Água
1
1. INTRODUÇÃO
A APA Sul RMBH - Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo
Horizonte - foi instituída em 2001 através da Lei Estadual 13.960. Segundo CPRM e outros
(2005), a motivação para a criação da área se deve à riqueza de sua biodiversidade, aos seus
aspectos sócio-culturais e econômicos e, principalmente, ao seu grande potencial hídrico. Ela
possui 1625,32 km2 e abrange treze municípios próximos à RMBH (Região Metropolitana de
Belo Horizonte), no estado de Minas Gerais, Brasil. A área estudada neste trabalho encontra-
se quase totalmente inserida na APA Sul RMBH. Esta área abrange parcialmente,
principalmente os municípios de Mario Campos, Sarzedo, Ibirité, Belo Horizonte,
Brumadinho, Nova Lima, Itabirito e Rio Acima.
Há muito, a abundância das águas da APA e, consequentemente, da área em estudos, são
conhecidas e exploradas. A riqueza desse recurso foi um dos fatores considerados na escolha
da nova capital mineira, no final do século XIX. As águas disponíveis em mananciais na Serra
do Curral foram consideradas suficientes para atender as necessidades da nova capital (FJP,
1997; MENESES & MATSCHULLAT, 2007). A cidade de Belo Horizonte, no início dos
anos 60 começou a explorar o recurso subterrâneo. O município chegou a ter 190 poços
tubulares profundos, que abasteciam parcela considerável da população (SILVA, 1993). Esta
importância permanece até os dias atuais, pois a área continua sendo explorada para fins de
abastecimento público, não só para a capital, como de toda a região metropolitana de Belo
Horizonte e municípios adjacentes.
São diversos os pontos de captação de água superficiais e subterrâneos. As águas, de ambas as
origens, são importantes e atendem a diversos tipos de usos consuntivos e não consuntivos.
Segundo Davis e colaboradores (2005), a geração de energia, a recreação e lazer e a diluição
de efluentes são os principais usos não consuntivos. Já entre os usos consuntivos destacam-se
o abastecimento público de aglomerados urbanos nas proximidades da área, abastecimento
doméstico e a mineração.
Apesar da área de estudos não apresentar ocupação urbana expressiva, ela é vizinha da parte
sul de uma extensa região urbanizada que caracteriza a região metropolitana de Belo
Horizonte, onde somente o município de Belo Horizonte possui 2.375.444 habitantes, de
acordo com o Censo 2010. Além disso, a área vem sofrendo, há alguns anos, com o aumento
no número de condomínios de luxo e alto-luxo para finais de semana ou moradia fixa. Essa
expansão tem início ao extremo sul da capital e se direciona aos municípios de Nova Lima e
2
Brumadinho, ao longo das rodovias BR-040 e MG-030. Os condôminos são atraídos pela
beleza cênica, biodiversidade e tranqüilidade de uma área campestre estrategicamente
localizada próxima ao maior centro urbano e econômico do estado.
Esse desenvolvimento urbano, quando realizado de maneira indevida, pode trazer
conseqüências a todo o ambiente, incluindo os recursos hídricos. Nesse caso, os danos podem
afetar, principalmente, os recursos subterrâneos, uma vez que muitos condomínios, por não
terem disponível o abastecimento publico, gerenciam a questão do abastecimento de água
perfurando poços tubulares profundos para utilizar do grande potencial hídrico ali existente.
A unidade hidrogeológica em foco nesse trabalho encontra-se totalmente inserida, na APA
Sul RMBH. Essa área, por sua vez, se encontra totalmente inserida na região denominada
Quadrilátero Ferrífero representando cerca de um quarto da área do Quadrilátero. O
Quadrilátero recebeu esse nome pela sua forma geométrica similar a esse polígono de quatro
lados e abundante riqueza mineral, entre outros, em minério de ouro e ferro, este último
principalmente. Essa região já foi a principal fonte de minérios de ferro e ouro do país e do
mundo. Ainda hoje suas reservas, principalmente de minérios ferrosos, são notórias e a
indústria extrativa mineral local é uma das atividades econômicas mais importantes do estado.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro. Sua produção em 2008 foi
de 370 milhões de toneladas, o que equivale a 17% do total mundial (2,2 bilhões de ton).
Grande parte dessa produção tem origem no Quadrilátero (IBRAM, 2008 ou 2009).
Como no Quadrilátero Ferrífero e na APA Sul RMBH, o número de atividades de lavra na
área em estudo é expressivo e, como toda atividade industrial, a mineração necessita de água
para desenvolver seus processos. Na área das minas, a água é necessária para a lavagem do
minério por aspersão, para lavagem de equipamentos e para o combate à poeira em suspensão,
para uso por funcionários, entre outros.
Porém, essa parcela de água pode ser considerada pequena quando comparada ao volume de
água movimentada por essa atividade para o avanço da frente de lavra. Segundo Davis e
colaboradores (2005b) e Grandchamp (2003), o rebaixamento do nível freático na região teve
início na década de oitenta, na Mina de Águas Claras, hoje desativada. Essa atividade pode
impactar as fontes de recurso hídrico regionais. Além de causar o rebaixamento do nível
freático, a atividade mineradora também apresenta o risco da poluição do sistema hídrico
local, devido à drenagem ácida de mina e à presença de metais pesados.
3
Além do uso da água local por condomínios, indústrias mineradoras e abastecimento público,
esse recurso também é imprescindível a pequenas habitações rurais e singelas atividades
agrícolas encontradas no local, entre outras. Em seu trabalho, Beato e colaboradores (2005)
identificaram conflitos entre usuários das águas da região. Segundo os autores, o conflito
deve-se, principalmente, a atividades econômicas e de abastecimento doméstico, à má
utilização dos recursos hídricos disponíveis e ao desconhecimento da complexidade do
contexto geológico e, consequentemente, hidrogeológico locais.
Segundo a Unesco/PHI (2003 apud FEITOSA et al., 2008), de 600 a 700 km3 de água são
extraídos a cada ano dos aquíferos do mundo, o que corresponde a, aproximadamente, 50%
das demandas para consumo humano, 40% das demandas de água das indústrias e 20% das
demandas de água da agricultura irrigada.Esses números podem ser ainda maiores que os
conhecidos oficialmente, pois no Brasil, segundo o IBGE, 62% da população brasileira
declaram utilizar o lençol subterrâneo de forma não controlada. Da exploração não
controlada, 70% referentes a poços profundos, 19% a nascentes ou fontes e 10% a poços
escavados (FEITOSA et al., 2008).
A movimentação e exploração desmedida e desordenada de água podem afetar todo o sistema
hídrico local, acarretando em mudanças nos regimes de fluxo, extinção de nascentes e
diminuição no volume de águas superficiais. A possibilidade dessas ocorrências está
diretamente relacionada, entre outros fatores, com os regimes de recarga, descarga, com a
presença de conexões hidráulicas localizadas ou ainda a ausência delas. O transporte de
poluentes, como os metais pesados liberados pela atividade mineira, também constitui
processo ligado a interconexões entre sistemas aquíferos, entre outros fatores.
A Formação Cauê, do Supergrupo Minas, é conhecida por abrigar um depósito gigante de
minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero (SPIER et al., 2007). Segundo Silva (2005), a
região em estudo apresenta uma hidrogeologia bastante complexa e com grande potencial
hídrico subterrâneo associado às rochas que contêm grandes reservas de minério de ferro,
sobretudo a Formação Cauê. Devido a esses fatores, essa formação apresenta grande número
de lavras e é também visada para a exploração hídrica devido a sua grande reserva aquífera.
Estudos geológicos aprofundados e a consequente caracterização de aquíferos são de
fundamental importância para áreas como essa: de grande potencial mineral e hídrico,
amplamente explorados, área de urbanização próxima e onde pode ser caracterizado, mesmo
que futuro, um conflito pela utilização de recursos. CPRM e colaboradores (2005) defendem
que, principalmente para áreas que vem apresentando uma densidade demográfica crescente,
4
estudos hidrogeológicos são imprescindíveis, pois dessa caracterização depende o
gerenciamento adequado dos recursos hídricos disponíveis.
Beato e colaboradores (2005) publicaram um estudo sobre a hidrogeologia da APA Sul. Na
publicação, os autores concluem que a região vem sofrendo impactos de diversas naturezas
com a crescente ocupação. Ainda segundo os autores, para a avaliação dos impactos sofridos
pelos aquíferos, para uma correta gestão dos recursos hídricos e desenvolvimento sustentável
são necessários estudos hidrogeológicos detalhados e específicos.
Mais tarde, o Aquífero Cauê foi estudado, especificamente, por Mourão (2007) em tese de
doutorado da UFMG. O corpo aquífero foi caracterizado, com aconselhamento do CDTN em
capítulo sobre aplicações isotópicas. Porém, segundo a autora, conexões hidráulicas não
foram determinadas de forma conclusiva, além do número reduzido de análises isotópicas em
relação à dimensão territorial investigada.
As técnicas nucleares em hidrologia oferecem uma possibilidade de estudar e compreender
sistemas de fluxo subterrâneos. Estas técnicas fundamentam-se em duas propriedades
peculiares dos núcleos dos isótopos dos elementos constituintes das moléculas da água
(isótopos de hidrogênio e oxigênio) ou dos compostos nela dissolvidos: emissão de radiações
ou a simples diferença de suas massas. Isto permite que estes isótopos sejam empregados
como traçadores naturais (não precisam ser adicionados ao sistema), que provêm valiosas
informações sobre os processos hidrogeológicos como direção de fluxo, interconexões, etc.
A utilização de isótopos estáveis e radioativos naturais, que já estão presentes no ambiente,
reduz custos e riscos. Diversas novas aplicações estão sendo continuamente gestadas nos
países que praticam esta metodologia (BERNE et al., 2008; RAPTI-CAPUTO &
MARTINELLI, 2009). Porém a hidrologia isotópica permanece pouquíssimo explorada em
nosso país, sendo a razão principal disto o número reduzido de laboratórios que a viabilizem.
Outros parâmetros importantes para o estudo e caracterização de um aquífero são os químicos
e físico-químicos. Esses são parâmetros amplamente empregados em estudos
hidrogeológicos. A água subterrânea possui muitas substâncias dissolvidas, a maioria delas
inorgânicas. A concentração dessas substâncias depende, dentre outros fatores, da composição
mineral das rochas, da sequência desses materiais ao longo do percurso da água e de
solubilidades. Dessa forma, determinadas porções dos sistemas hídricos subterrâneos
possuem águas com características distintas, devido a ambientes geológicos diferentes e à
diferentes caminhos percorridos no subsolo.
5
Nesse cenário, o presente trabalho de pesquisa propõe a utilização de análises isotópicas,
aliadas a análises físico-químicas, em estudo complementar de um dos corpos aquíferos mais
importantes do Quadrilátero Ferrífero, inserido na APA Sul RMBH, o Aquífero Cauê.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O objetivo principal desse trabalho é realizar medidas e observações que permitam identificar
características chaves para melhor compreender características do Aquífero Cauê: condições
de recarga, descarga, tempo de trânsito, interconexões, direções de fluxo, qualidade das águas
e fragilidade do sistema quanto a impactos ambientais, através de medidas físico-químicas e
ensaios químicos e isotópicos.
2.2. Objetivos Específicos
É objetivo específico desse trabalho disponibilizar informações que contribuam para:
1) Identificação das direções e condições de fluxo subterrâneo do Aquífero Cauê;
2) Estimativa de tempo de residência das águas desse aquífero;
3) Determinação de conexões entre o Aquífero Cauê e unidades hidrogeológicas
adjacentes;
4) Determinação da Linha Meteórica Local;
5) Determinação da atividade de trítio atual nas precipitações locais;
6) Proposições de medidas para a mitigação de impactos decorrentes da movimentação,
uso e poluição das águas.
Como decorrência deste trabalho pretende-se disponibilizar informações que auxiliem no
conhecimento e na gestão mais eficiente dos recursos da área em questão que, segundo Beato
e colaboradores (2005), é “tão complexa e rica em desafios teóricos e práticos”.
Apesar de possuir sua eficiência comprovada em estudos hidrológicos e hidrogeológicos e
mesmo sendo amplamente utilizada em outros países, a técnica isotópica não é muito
6
difundida no Brasil. Caracteriza-se, então, como uma proposta do trabalho, difundir e
incentivar o uso de técnicas isotópicas para investigações em sistemas hídricos de forma
geral, subterrâneos e superficiais, na região.
3. JUSTIFICATIVA
O sistema Cauê foi anteriormente estudado na tese de Mourão (2007), porém a autora sugere
que os estudos isotópicos sejam continuados por um posterior aprofundamento do estudo. O
CDTN dispõe de recursos para um estudo dessa natureza. Além dos recursos disponíveis para
análise de isótopos radioativos e estáveis, o Centro possui experiência nesse campo de
pesquisa.
Quanto à área de pesquisa, inserida na APA Sul RMBH, que por sua vez é parte do
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, foi escolhida por sua importância econômica,
potencial de impacto ambiental, utilização conflituosa de recursos naturais e sua proximidade
à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nela ocorre o Aquífero Cauê, o qual possui
formações que carecem de cuidadosa gestão face aos usos crescentes e conflituosos de suas
águas.
Ressalte-se que a APA Sul RMBH é um caso preocupante de íntima convivência entre intensa
atividade mineradora (atualmente uma das mais importantes contribuições para as
exportações do país), expansão urbana, matas atlânticas e nascentes. Tudo isso em um mesmo
território confinando com uma das maiores aglomerações urbanas brasileiras, prenhe de
outras tantas problemáticas ambientais e sociais.
Além disso, a geologia do Quadrilátero é uma das mais estudadas do país, devido às riquezas
minerais de seu solo, e a área da APA teve seu meio físico caracterizado em projeto do
Serviço Geológico Brasileiro, CPRM. A disponibilidade de tais informações sobre a área
permite aprofundar o entendimento dos sistemas hídricos subterrâneos via a determinação
características isotópicas e químicas das águas.
7
4. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA
4.1. Quadrilátero Ferrífero
A mineração, junto à agricultura, é a mais antiga atividade econômica praticada pela
humanidade. A dependência das sociedades, desde as épocas primitivas, por produtos
minerais é ilustrada pelos nomes dessas épocas: Idade da Pedra, Idade do Bronze, Idade do
Ferro. Para se produzir um simples machado de quartzo (flint) torna-se necessário pelo menos
se localizar uma jazida que possua tal mineral; há também que se saber retirar do depósito um
fragmento de rocha de qualidade adequada e depois ainda manufaturar a ferramenta
(GIRODO, 2005).
O domínio da tecnologia do ferro exerceu papel preponderante nas conquistas, no curso da
história e nos destinos dos povos. O aço foi um dos instrumentos que permitiu aos
conquistadores espanhóis submeter os povos no novo continente ao rei da Espanha
(DIAMOND, 1997 apud GIRODO, 2005).
Além do ferro, o ouro foi outro metal que exerceu, e exerce nos dias de hoje, grande
influência sobre a humanidade. Segundo Meneses e Matshullat (2006), as primeiras
descobertas de ouro no Quadrilátero Ferrífero ocorreram no final do século XVII. Essas
descobertas causaram o surgimento de núcleos populacionais que vieram, mais tarde, a se
tornarem as primeiras cidades da região: Caeté e Nova Lima (1701), Tiradentes (1702), Ouro
Preto, anteriormente chamada Vila Rica, e Mariana (1711), entre outras. Por volta de 1888
surgiu o termo “Quadrilátero Ferrífero”. O nome é atribuído à forma geométrica dos limites
da região e à abundância em minérios ferrosos que ali ocorrem.
A corrida pelos minerais da região - além do ferro, ouro, manganês, entre outros – fizeram do
Quadrilátero Ferrífero “uma das mais famosas, tradicionais e importantes províncias
minerais do mundo” (GIRODO, 2005). O Quadrilátero, “foi, um dia, a principal área de
extração de ouro do Brasil” (LOBATO et al., 2001). Ainda hoje, abriga numerosas atividades
mineiras que lavram, principalmente, o ferro. A área possui aproximadamente 7000
quilômetros quadrados no centro do estado de Minas Gerais, Brasil, centrado em lat. 20º15’ S,
long.43º30’W, aproximadamente (DOOR, 1969).
O Quadrilátero Ferrífero está, em sua maior parte, posicionado na porção do sul do Cráton
São Francisco (Figura 1). Processos erosivos ao longo de milhares de anos expuseram rochas
antigas, arqueanas e proterozóicas, nessa região (ALKMIM, 1998).
8
Figura 1. Mapa regional do Cráton São Francisco indicando a posição do Quadrilátero
Ferrífero no quadrado na porção sul. (ALKIMIN & MARSHAK, 1998.)
4.2. APA Sul RMBH
A área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belo Horizonte - APA Sul RMBH
- foi instituída pela Lei Estadual no 13.960, em 2001. A área possui uma área de 1.625,32 km2
e encontra-se totalmente inserida no Quadrilátero Ferrífero, no Estado de Minas Gerais. O
imenso potencial hídrico, a rica biodiversidade, os aspectos sócio-culturais e econômicos
profundamente ligados a uma tradição minerária, responsável pelo surgimento de núcleos
populacionais desde o século XVIII, foram fatores que motivaram a criação da APA
(CPRM/SEMAD/CEMIG, 2005).
Os objetivos básicos da APA Sul RMBH estão definidos no Art. 2o da lei de sua criação e
correspondem ao seguinte:
[...] proteção e conservação dos sistemas naturais essenciais à
biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao
9
abastecimento da população da Região Metropolitana de Belo
Horizonte e das áreas adjacentes, com vistas à qualidade de vida da
população local, à proteção dos ecossistemas e ao desenvolvimento
sustentável (CPRM/SEMAD/CEMIG, 2005).
A APA, localizada ao sul da RMBH, engloba parte dos municípios de Barão de Cocais, Belo
Horizonte, Brumadinho, Caeté, Catas Altas, Ibirité, Itabirito, Mário Campos, Nova Lima,
Raposos, Santa Bárbara, Sarzedo e todo o município de Rio Acima (Figura 2). A área foco
desta pesquisa encontra-se, predominantemente, inserida nessa APA.
4.3. Área de estudo
4.3.1. Localização
A área de estudo, a qual pertence ao macro-domínio denominado Quadrilátero Ferrífero, está
quase totalmente inserida na APA Sul RMBH. Abrange, principalmente, áreas parciais de oito
dos municípios: São Joaquim de Bicas, Mario Campos, Sarzedo, Ibirité, Belo Horizonte,
Brumadinho, Nova Lima e Itabirito, como indicado na Figura 2.
4.3.2. Uso e ocupação do solo
Oliveira e outros (2005), utilizando diferentes técnicas de sensoriamento remoto,
identificaram 14 classes de Cobertura e Uso da Terra na APA Sul RMBH. São elas: Mata,
Cerrado, Capoeira, Campo Graminoso/Campo Cerrado, Campo Rupestre, Áreas Alagadas,
Reflorestamento, Afloramento Rochoso, Solo Exposto, Agricultura, Pastagem, Área Urbana,
Mineração e Corpos D’Água. A partir de dados de uso e cobertura do solo disponibilizados
nessa publicação, foi possível realizar uma aproximação para a distribuição do uso e cobertura
do solo para a área de estudos, já que os dados são apresentados na publicação por sub-bacias,
cuja divisão é possível observar na Figura 3. A distribuição dessas classes na área de estudos
se mostra bem dispersa. A descrição de cada uma das 14 classes, bem como suas ocorrências
na área de estudos, são apresentadas a seguir.
10
Figura 2. Localização da área de estudo, APA Sul RMBH.
11
Figura 3. Bacias e sub-bacias da área de estudo.
12
Mata: Trata-se de formação mesófila com parte do estrato mais alto, com até 20 m. Sua
distribuição é pouco homogênea. Em média, as matas estão presentes em, aproximadamente,
30% da área de estudos, sendo a segunda mais expressiva das classes em termos de
ocorrência.
Cerrado: Essa é uma formação vegetal arbóreo-arbustiva e poucas são as áreas de cerrado. A
classe compreende as formações mais densas da vegetação de cerrado, onde o sub-bosque
formado é pouco expressivo. No local estudado, podem ser identificadas pequenas formações
de cerrado em cotas superiores a 800 m, na região de Casa Branca, na porção oeste da área de
estudos, onde essa cobertura representa 2%, aproximadamente, daquela área.
Capoeira: Corresponde à primeira fase do processo de sucessão vegetal. Corresponde, então,
àquelas áreas onde houve degradação antrópica da vegetação natural. Há ocorrência
significativa, mas não expressiva, apenas na região da sub-bacia Rio do Peixe, onde a
capoeira representa menos de 1% do uso da terra.
Campo Graminoso/Campo Cerrado (CG/CC): Essa classe constitui uma formação vegetal
associada ou mista, composta de cerrado, com ocorrência expressiva de espécies típicas de
campo. O cerrado ocorre entremeado com a vegetação graminóide e herbácea do campo. É a
formação vegetal mais expressiva da região, cerca de 53% da área de estudos. Está presente
em todas as sub-bacias em proporções que variam de 18 a 79% da superfície das sub-áreas.
Campo Rupestre: Os Campos Rupestres constituem a formação vegetal assentada
diretamente sobre as rochas onde, praticamente, não há solo contínuo. Distribuem-se por toda
a área ocupando, nas partes mais elevadas, os afloramentos de rochas.
Áreas Alagadas: Compreendem áreas que periodicamente são alagadas. Correspondem a
zonas de transbordamento próximas a rios, lagos e lagunas, ou ainda em depressões alagáveis
todos os anos.
Reflorestamento: Classificadas separadamente de mata natural ou secundária. A grande
maioria dessas áreas é dedicada a fins comerciais e a maioria é coberta por Eucalyptus. A
maior concentração dessa classe está na porção sul da área e estudos, na sub-bacia do Peixe e
próximo as estradas BR-040 e MG-030.
Afloramento Rochoso: Estão distribuídas ao longo de toda a área, ocupando as partes mais
elevadas, como as serras do Curral e Moeda. Ocorre afloramento rochoso também nas
escarpas da serra da Moeda, região inserida na bacia do rio Paraopeba, sendo a ocorrência
dessa classe mais expressiva na região Ribeirão Casa Branca.
13
Solo Exposto: Essa classe corresponde às áreas desprovidas de vegetação ou de cultura,
excetuando-se os afloramentos de rocha. Ocorre em áreas que sofreram alterações devido às
ações antrópicas e que não se regeneraram por algum motivo. Na área de estudos essa classe
está presente em quase todas as sub-bacias, apesar de em baixas quantidades. Sua ocorrência
mais expressiva ocorre na sub-bacia do Rio do Peixe, com cerca de 11% da superfície dessa
sub-região.
Agricultura: São mais comuns plantações de ciclo curto como hortaliças e poucos vegetais.
Poucas culturas de produtos agrícolas locais como jabuticaba, cana-de-açúcar e tangerina
também são encontrados. Áreas dedicadas a essa atividade podem ser localizadas,
principalmente, na porção norte da área, nas sub-bacias Capão da Serra, Sumidouro e Taboão,
bem próximas a Belo Horizonte.
Pastagem: Essa classe abrange, além de pastagem plantada, feita com a retirada da classe
Mata, áreas cobertas por gramíneas. Abrange, em média, cerca de 2% da área total estudada.
Sendo sua maior ocorrência 8%, aproximadamente, no Córrego Sumidouro.
Área Urbana: A classe Área Urbana corresponde às áreas ocupadas pelos seguintes usos:
• por uso residencial: as sedes municipais, distritos, localidades, condomínios e sítios;
• uso comercial e industrial: fábricas, depósitos ou usina;
• uso de abastecimento público;
• lazer: clubes, campos de futebol, balneários e
• instalações para o trânsito: linhas férreas, ruas, avenidas, rodovias.
Além da área no extremo norte referente à mancha de urbanização de referente à região sul de
Belo Horizonte, observa-se manchas de urbanização espalhadas por toda a área. Na região do
Jardim Canadá, Vale do Sol e Água Limpa, situados ao longo da BR-040 a ocupação é
significativa. Ao longo das estradas BR-040 e MG-030, a maioria das áreas urbanas
corresponde a condomínios.
Mineração: Refere-se às minerações a céu aberto de médio a grande porte em atividade, e
toda a sua área de influência. Então, contribuem para esta classe toda a área abrangida pela
atividade: as cavas, as pilhas de estéril ou de rejeito, todas as instalações de beneficiamento e
instalações industriais e as sedes administrativas.
Corpos d’Água: Referem
grande proporção linear, ou seja, toda a cobertura úmida de caráter permanente.
Tendo em vista a limitação na resolução espacial das imagens de satélite, que é de 12,5 m,
Oliveira e colaboradores (2005)
expressiva, a exemplo das represas Lagoa Grande (L
A distribuição das 14 classes ao longo da área de estudos se dá de maneira bem heterogênea,
com predominância de CG/C
Solo exposto, pastagem e campo rupestre ocorrem na área em percentuais baixos, porém
significativos. A área ocupada pelo
na porção sul. As outras classes representam 0,6% da ocupação da área, aproximadamente. A
porcentagem relativa da ocorrência das classes na área de estudos, de acordo com Oliveira
outros (op. cit.), é mostrada n
apresentadas no APÊNDICE
Figura 4. Distribuição das classes de uso e cobertura do solo na área de estudos.*A categoria “Outros” compreende Cerrado, Capoeira, Áreas Alagadas, Afloramento rochoso,
Barbosa (1985) observou que a
influência antrópica:
[...] Consequentemente à derrubada das suas matas, às numerosas estradas que vêm sendo
construídas [...] às minerações que, desde os tempos coloniais, vem operando um desgaste
vultuoso. (BARBOSA, 1985).
0
10
20
30
40
50
60 53,4
Po
rce
nta
ge
m (
%)
Referem-se aos rios, lagoas, lagunas, reservatórios, barragens, rios de
grande proporção linear, ou seja, toda a cobertura úmida de caráter permanente.
Tendo em vista a limitação na resolução espacial das imagens de satélite, que é de 12,5 m,
(2005) foram capazes de mapear apenas corpos d’água de extensão
s represas Lagoa Grande (Lagoa dos Ingleses) e Codornas.
A distribuição das 14 classes ao longo da área de estudos se dá de maneira bem heterogênea,
com predominância de CG/CC, seguida por matas, ocupação urbana e atividades mineiras.
Solo exposto, pastagem e campo rupestre ocorrem na área em percentuais baixos, porém
significativos. A área ocupada pelo reflorestamento é, em geral, pequena, porém concentrada
outras classes representam 0,6% da ocupação da área, aproximadamente. A
ativa da ocorrência das classes na área de estudos, de acordo com Oliveira
), é mostrada na Figura 4. As porcentagens de cada classe por sub
APÊNDICE B.
Distribuição das classes de uso e cobertura do solo na área de estudos.*A categoria “Outros” compreende Cerrado, Capoeira, Áreas Alagadas, Afloramento rochoso,
(OLIVEIRA et al., 2005)
Barbosa (1985) observou que a fisiografia da região vinha sendo rapidamente modificada p
onsequentemente à derrubada das suas matas, às numerosas estradas que vêm sendo
às minerações que, desde os tempos coloniais, vem operando um desgaste
(BARBOSA, 1985).
53,4
30,0
5,1 4,3 2,4 1,9 1,7 0,5
14
s, lagoas, lagunas, reservatórios, barragens, rios de
grande proporção linear, ou seja, toda a cobertura úmida de caráter permanente.
Tendo em vista a limitação na resolução espacial das imagens de satélite, que é de 12,5 m,
foram capazes de mapear apenas corpos d’água de extensão
e Codornas.
A distribuição das 14 classes ao longo da área de estudos se dá de maneira bem heterogênea,
C, seguida por matas, ocupação urbana e atividades mineiras.
Solo exposto, pastagem e campo rupestre ocorrem na área em percentuais baixos, porém
reflorestamento é, em geral, pequena, porém concentrada
outras classes representam 0,6% da ocupação da área, aproximadamente. A
ativa da ocorrência das classes na área de estudos, de acordo com Oliveira e
As porcentagens de cada classe por sub-bacia são
Distribuição das classes de uso e cobertura do solo na área de estudos.
*A categoria “Outros” compreende Cerrado, Capoeira, Áreas Alagadas, Afloramento rochoso, Agricultura e Corpos d`água.
sendo rapidamente modificada por
onsequentemente à derrubada das suas matas, às numerosas estradas que vêm sendo
às minerações que, desde os tempos coloniais, vem operando um desgaste
0,6
15
A essa observação, deve-se acrescentar o aumento significativo recente de condomínios
residenciais de classe média a alta nos últimos anos nessa região.
A área de estudos é uma região que vem sofrendo uma forte pressão da expansão urbana de
parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, principalmente em direção aos municípios
de Nova Lima e Brumadinho. Expansão esta que se dá em função da implantação de
condomínios principalmente ao longo das principais rodovias que cortam a região.
De acordo com Figueiredo (2004), os bairros populares Jardim Canadá e Vale do Sol
encontram-se na região desde os anos 50 e, nas últimas duas décadas, sua densidade
demográfica vem crescendo rapidamente.
Essa urbanização acelerada, se não planejada, traz riscos à integridade aos recursos da região,
já que os bairros se encontram próximos a diversas captações de água importantes à RMBH.
Em suas campanhas de campo, Davis e colaboradores (2005b) constataram diversos pontos de
lançamento de efluentes domésticos sem tratamento nos córregos da região, incluindo o bairro
Jardim Canadá.
A situação traz riscos ao equilíbrio natural da região, podem surgir conseqüências sérias para
o meio ambiente e para recursos minerais, inclusive aos hídricos, tão importantes para a
região.
4.3.3. Características Hidroclimáticas
Davis e colaboradores (2005a) desenvolveram um trabalho de pesquisa dos aspectos
hidroclimatológicos que é parte integrante do Projeto APA Sul RMBH – Estudos do meio
físico. Para isso, foram utilizados dados de diversas estações na região da APA. As
características hidroclimáticas citadas a seguir para a área de estudos foram, essencialmente,
extraídas desse trabalho.
Caracterização Climática
A temperatura média mensal na região varia de 16,5 a 23,2 ºC. A média do mês mais frio,
julho, varia entre 16,5 e 18,1 ºC. A média do mês mais quente, fevereiro, varia entre 22,9 e
23,2 oC. O clima da região é fortemente influenciado pelo relevo como verificou Dorr II
(1969). Verifica-se o efeito da altitude sobre as temperaturas e precipitações. Para os estudos
de temperatura foram considerados os dados das estações climatológicas de Belo Horizonte e
16
Ibirité. Todavia, as informações das duas estações não permitem uma caracterização dos
microclimas devido à forte heterogeneidade do relevo na região.
A umidade relativa permanece mais ou menos constante de janeiro a abril e decai rapidamente
de maio até agosto. A partir de setembro passa a recuperar seus valores até atingir um patamar
mais estável novamente em janeiro, acompanhando o regime de chuvas. Em Belo Horizonte,
as maiores médias mensais de umidade relativa são registradas em janeiro, em torno de 79%.
Os menores valores são observados durante o inverno no mês de agosto, cerca de 65%.
Davis e colaboradores (op. cit.) estimaram valores de evapotranspiração para a região. Além
da evapotranspiração real, foram quantificadas as variáveis evapotranspiração potencial,
excedente hídrico e deficiência hídrica. Verifica-se que o período de déficit hídrico inicia em
abril e finaliza em setembro. O resumo dos resultados encontrados pelo balanço hídrico
encontra-se na Tabela 1. A reposição de água no solo ocorre em outubro e o excedente hídrico
de novembro a março. Como também observado por Dorr II (1969), a variação de
precipitação durante o ano causa grandes variações no nível das águas, superficiais e
subterrâneas.
Tabela 1. Resumo dos resultados do balanço hídrico para as estações Belo Horizonte e Ibirité. Belo Horizonte Ibirité
Evapotranspiração potencial (mm/ano) 992,6 964,9
Evapotranspiração real (mm/ano) 865,6 868,4
Deficiência hídrica (mm/ano) 127,0 96,5
Excedente hídrico (mm/ano) 625,7 612,0
(DAVIS et al., 2005a)
Caracterização Pluviométrica
Observa-se que o trimestre mais chuvoso na região corresponde aos meses de novembro,
dezembro e janeiro, representando de 55% a 59% da precipitação média anual. O trimestre
mais seco corresponde aos meses de junho, julho e agosto, correspondendo de 2% a 3% da
precipitação anual. Observam-se, então, seis meses de pronunciada seca (abril a setembro) e
outros seis meses nos quais a precipitação assume valores relativamente elevados (outubro a
março). As precipitações médias mensais, em diversas estações na região de estudo, são
apresentadas na Figura 5. A Estação Colégio Caraça é a única fora da região de estudos,
17
sendo um ponto de altitude elevada. O efeito orográfico daquela região é a responsável pelas
médias ligeiramente superiores às das outras estações.
Figura 5. Precipitações médias mensais em diversas estações pluviométricas.
(DAVIS et al., 2005a modificado)
As isoietas de precipitação média anual, Figura 6, foram elaboradas considerando-se os anos
hidrológicos (outubro a setembro) do período de outubro de 1970 a setembro de 2000. As
isoietas mostram que a área de estudos apresenta um mínimo de 1.500 mm mm/ano e máximo
de pouco mais que 1.700 mm/ano a norte da área.
Figura 6. Isoietas de precipitação média anual – Ano hidrológico (mm).
(DAVIS et al., 2005a)
18
4.3.4. Litoestratigrafia
Existem publicados diversos trabalhos dedicados à estratigrafia do Quadrilátero Ferrífero. O
grande interesse pelo subsolo do local se deve ao potencial mineral do Quadrilátero e entorno
que há muito é conhecido e explorado. A litoestratigrafia da região é descrita aqui de forma
sucinta, apenas o imprescindível aos estudos subsequentes do caráter isotópico e
hidroquímico das águas.
A plataforma, sobre a qual se encontra o Quadrilátero ferrífero e, consequentemente a área de
estudos, sofreu processos de erosão, o que fez as unidades litoestratigráficas, cujas idades
estendem-se desde o Arqueano ao Paleoproterozóico, serem expostas (ALKMIM&
MARSHAK, 1998).
É possível identificar nessa região cinco principais unidades estratigráficas: embasamento
Arqueano Cristalino; três séries de rochas metassedimentares pré-cambrianas: Supergrupo Rio
das Velhas, Supergrupo Minas e o Grupo Itacolomi, como esquematizado na Figura 7, e
coberturas superficiais localizadas que datam da era cenozóica. O contexto geológico local,
que é parte do Quadrilátero Ferrífero, apresenta grande complexidade dada pela série de
eventos sedimentares, tectônicos, vulcânicos e intrusivos que proporcionaram um intricado
arcabouço geológico à região (DORR II, 1969; ALKMIN E MARSHAK, 1998; SILVA,
2005). Um mapa geológico da área em estudos é apresentado no APÊNDICE A.
4.3.4.1. Embasamento
O embasamento do Quadrilátero Ferrífero e, consequentemente, da área de estudo é
compreendido por Complexos gnáissicos e migmatitos de 2.9 a 3.2 bilhões de anos. O
embasamento inclui duas gerações de plútons, 2,78 a 2,77 e 2,73 a 2,61 bilhões de anos. O
embasamento cristalino se apresenta exposto na periferia do Quadrilátero Ferrífero, e também
da área em estudos, onde se caracterizam os Complexos, também chamados Domos, Belo
Horizonte, Bação e Bonfim (ALKMIN & MARSHAK, 1998; LOBATO, 2001; NOCE, 1995
apud NOCE, 2005).
4.3.4.2. Super Grupo Rio Das Velhas
O Supergrupo arqueano Rio das Velhas, a unidade supra crustal mais antiga, é constituído por
rochas metavulcânicas e metassedimentares clássicas e químicas. Essa unidade consiste em
“greenstone” (basalto e komatita), lava muito viscosa (rica em sílica) e rochas sedimentares
19
intercaladas. Este supergrupo, junto às rochas plutônicas de 2.6–2.7 Ga, presentes também
junto ao embasamento, representam um clássico terreno Granítico Arquenano, ou
“greenstone”. É dividido, da base para o topo, pelos grupos Nova Lima e Maquiné.
(ALKMIM & MARSHAK, 1998).
Figura 7. Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero. A parte direita da figura representa
a porção leste e a esquerda representa a porção oeste da área. (ALKIMIN& MARSHAK, 1998.)
Grupo Nova Lima
O Grupo Nova Lima é a unidade geológica mais antiga sob o embasamento cristalino. É
definido como uma sucessão de micaxistos com leitos, lentes e zonas de formações ferríferas,
grauvacas e subgrauvacas, quartzito, conglomerado, rochas metavulcânicas, xistos e filitos
grafitosos, quartzo-anquerita xisto e outros metassedimentos. Ele aflora no núcleo de
20
anticlinais. É atribuída a esse grupo uma espessura não inferior a 4.000 m. (DOOR II, 1969;
DOOR 1957 apud SILVA, 2005). Rochas plutônicas de varias idades também estão presentes
(LOBATO et al., 2001).
Grupo Maquiné
Definido por Dorr e outros (1957 apud SILVA, 2005) e Dorr II (1969), é uma sequência
detrítica constituída, principalmente, por rochas clásticas com inúmeros quartzitos,
conglomerados e filitos. O Grupo é constituído de quartzitos micáceos, em vezes intercalados
com xistos, com níveis subordinados de quartzito microconglomerático e metaconglomerado
polimítico. O metaconglomerado ocorre como lentes decimétricas a métricas contendo seixos
de quartzo de veio, metachert ferruginoso, quartzito e xisto cinza escuro, sustentado por
matriz quartzo- sericítica fina a média (SILVA, 2005).
4.3.4.3. Supergrupo Minas
O Supergrupo Minas, unidade característica do Quadrilátero Ferrífero, logo da área em
estudos, é formado por metassedimentos clásticos e químicos, apresenta idade
paleoproterozóica e repousa em desconformidade, discordância angular e erosiva, sobre o
Supergrupo Rio das Velhas. Pode ser dividido nos grupos: Tamanduá, Caraça, Itabira,
Piracicaba e Sabará (DORR II, 1969; ALKMIM& MARSHAK, 1998; SILVA, 2005).
O Supergrupo Minas apresenta alta resistência à erosão e é cercada de camadas estratigráficas
não tão resistentes a erosão quanto ele. Dessa forma, é criada uma crista ao longo da região
onde o grupo se encontra que sobressai na paisagem. Essa crista é responsável pelas estruturas
mais altas da região (ALKMIM& MARSHAK, 1998). Na área em estudos, esse fenômeno
deu origem às serras da Moeda, do Curral e suas prolongações.
Grupo Tamanduá
Este grupo, a base do Supergrupo Minas, ocorre apenas na porção leste do quadrilátero
ferrífero e se apresenta fora da área de estudos. Seu contato com o Grupo Maquine se dá em
discordância angular.
21
Grupo Caraça
O Caraça é um grupo composto de metassedimentos clásticos essencialmente. Aflora na área
de estudos como faixas estreitas na homoclinal da Serra do Curral e nos Sinclinais Moeda e
Gandarela (SILVA et al., 2005).
Sua porção basal, a Formação Moeda, é composta por quartzitos compactos de granulação
média a grossa e por quartzo. É composto, basicamente, por quartzito sericítico, fino a
grosseiro, com lentes de conglomerado, filito arenoso, quartzito sericítico com lentes de filito
arenoso, de granulometria fina a grossa (WALLACE, 1958 apud SILVA, 2005).
A Formação Batatal é caracterizada pela presença de filitos. Constitui-se de filitos sericíticos
e filitos grafitosos. Apresenta quantidades significativas de clorita e material carbonático em
algumas localidades isoladas. Ocorrem intercalações de hematita (itabiritos) no topo desta
formação. Tem espessura de 30 m na área tipo, no entanto sua espessura é normalmente
superior a 50 m (SILVA, 2005).
Grupo Itabira
O Grupo Itabira, conhecido por possuir depósitos gigantes de minério de ferro, foi definido
por Dorr II e outros (1957 apud SILVA, 2005) como sendo constituído por uma seqüência
metassedimentar dominantemente química. Assume-se ser subdividido em: Formação Cauê
(DORR, 1958a; apud SILVA, 2005) e Formação Gandarela (DORR, 1958b apud SILVA,
2005). Esse é o grupo foco do estudo, pois inclui a Formação Cauê.
A transição entre os sedimentos clásticos/pelíticos do Grupo Caraça para os sedimentos
químicos do Grupo Itabira é evidenciada por uma extensa faixa de filitos dolomíticos com
intercalações centimétricas de metachert e dolomita. (BERTACHINI, 1993)
A Formação Cauê, apresenta idade paleo-proterozóica (2Ga) e foi originada pela precipitação
química em ambiente sedimentar plataformal de ferro e sílica (e secundariamente carbonato),
o que originou as formações ferríferas bandadas. Essa formação, base do grupo Itabira, é
composta por itabiritos com lentes subordinadas de dolomito, hematita compacta e friável,
filitos, além de mármore. A Formação Cauê varia em espessura aparente desde uns poucos
metros até mais de 1.000 m (SILVA, 2005). Segundo Spier (2007), o conteúdo de dolomitos
cresce de baixo para cima nessa formação e dolomitos argilosos marcam a base da Formação
Cauê na região da Mina de Águas Claras.
22
A Formação Gandarela é composta de dolomitos, principalmente, mármores, filitos e
itabiritos dolomíticos com intercalações de hematita e zonas manganesíferas. Sua espessura
média é da ordem de 200 m. Dorr e colaboradores (1959 apud SILVA, 2005) sugere que essa
formação é menos espessa na região leste do Quadrilátero Ferrífero, como é sugerido por
Alkmim e Marshak (1998) na Figura 7.
O contato entre dolomito itabirítico e dolomito é caracterizado por uma zona complexa, onde
dolomito argiloso, dolomito ferruginoso e metachert/quartzo itabirito, em menor quantidade,
ocorrem intercalados. A passagem da Formação Cauê para a Gandarela é marcada pelo
decréscimo no teor de ferro, que ocorre numa faixa de transição que pode ser de um metro até
centenas de metros (DORR, 1969).
Grupo Piracicaba
O Grupo Piracicaba sobrepõe o grupo Itabira geralmente com conformidade estrutural, mas
desconformidades locais vêm sendo encontradas (SPIER et al., 2007). Dorr e colaboradores
(1957 apud SILVA 2005) definiram esse grupo como sendo constituído por rochas
metassedimentares clásticas (grit, quartzitos, filito e filito carbonoso) e, um pouco mais raras,
lentes de dolomito. O grupo foi dividido por esses autores em cinco formações: Cercadinho,
Fecho do Funil, Taboões, Barreiro e Sabará.
A Formação Cercadinho é constituída é composta, principalmente, por quartzito ferruginoso e
quartzito. Filito, dolomito e conglomerado também estão presentes. Possui espessura média
em torno de 100 m (DORR, 1959 apud SILVA, 2005).
A Formação Fecho do Funil consiste em dolomito, filito dolomítico por vezes
interestratificado com quartzito fino e camadas lenticulares de especularita no dolomito. Os
filitos podem ser hematíticos, enquanto os filitos dolomíticos são constituídos de dolomita,
quartzo e sericita. A espessura média geral é de 300 m (DORR et al., 1959 apud SILVA).
A Formação Taboões é constituída de quartzito de granulação muito fina. Onde este quartzito
é pouco intemperizado, caracteriza-se pela granulação fina e pela cor cinza oliva clara
(SILVA, 2005). A espessura média da Formação Taboões é menor que 100 m (DORR et al.,
1959 apud SILVA). A Formação Barreiro é composta, principalmente, por ao filito e filito
grafitoso.
23
4.3.4.4. Grupo Sabará
O Grupo Sabará, um dia tratado como Formação Sabará, consiste de filito, xistos
metavulcânicos, metagrauvacas, quartzito sericítico, quartzito feldspático. A granulação e o
grau metamórfico de suas rochas variam na região. O grupo ocorre numa faixa no flanco norte
da serra do Curral (SILVA, 2005). Segundo Alkmim e Marshak (1998), esse grupo é
significativamente mais novo que as outras unidades do Supergrupo Minas e de idade
semelhante, ou um pouco mais velho, que o grupo Itacolomi.
4.3.4.5. Grupo Itacolomi
O Grupo Itacolomi pode ser identificado no Sinclinal Moeda, sudoeste da Lagoa das
Codornas, composto por filito multicolorido e conglomerado com seixos, calhaus e matacões.
Este grupo repousa em discordância angular sobre as unidades mais antigas, engloba um
pacote de quartzitos de granulação grossa com lentes de filito e conglomerado (SILVA, 2005;
MOURÃO, 2007).
4.3.4.6. Formações Superficiais Continentais
As formações superficiais, datadas da era cenozóica, são formadas por depósitos terciários e
quaternários. A ocorrência dessa unidade é mais expressiva que aquela mostrada no mapa
geológico. Essas formações incluem, segundo Silva (2005) canga, colúvio e elúvio de minério
de ferro, areia limonítica, argila, terraços fluviais, linhito, bauxita e aluvião, que são
detalhadas a seguir.
Depósitos Elúvio-coluviais: Ocorrem sobrepostos à grande parte da Formação Cauê,
principalmente nas serras constituídas por essa formação. Pode ser encontrada também sobre
formações não ferruginosas, incluindo Complexos Ortognáissicos, e até interestratificada com
outros sedimentos terciários e quaternários.
Depósitos Lacustrinos: Apenas uma ocorrência é descrita para a área de estudos. Ela está
localizada na bacia do rio do Peixe, na borda leste da Lagoa do Miguelão.
Coberturas Detrito-lateríticas: Ocorrem, geralmente, em superfícies aplainadas nos topos das
serras em cotas quase sempre acima de 900 m.
Depósitos Coluviais: Pequenos depósitos de espessura variada, compostos por matacões e
calhaus arredondados de hematita compacta de alto teor acumulados nas regiões mais baixas
das encostas das serras.
24
Depósitos Eluviais: Ocorrem em leques e cones aluviais e em planícies de lavagem.
Consistem de fragmentos de itabirito misturados com solo ferruginoso. Podem ser
encontrados no braço oeste da área de estudos próximo ao município de Ibirité.
Depósitos Aluviais Antigos: Esses depósitos, também conhecidos como terraços fluviais,
ocorrem em vários níveis. Os depósitos, em níveis mais altos, consistem de seixos, calhaus e
matacões bem arredondados predominantemente de quartzo de veio, enquanto os depósitos
mais baixos compostos por calhaus de hematita compacta, muito bem arredondados.
Argila e “Mudstone”: São depósitos comuns na área em estudo. Podem ter até 10 m de
espessura e a cor da argila bem variável, podendo ser branca, amarela, rosa e vermelha. Na
área de estudos são apontadas ocorrências, principalmente, no platô da serra da Moeda e no
baço leste.
Bauxita: O surgimento depósitos de bauxita, produto final do processo de laterização, é
favorecido em altos platôs, terraços e flancos de serras. Dessa forma, tal formação superficial
é comum nessas áreas. Depósitos econômicos de bauxita existentes na região de Macacos, em
Nova Lima, a curva de nível de 1350 m. Na região, a cor da bauxita comercial pode variar de
vermelho a marrom amarelada chegando ao branco, de acordo com a diminuição do conteúdo
de ferro.
Depósitos Lacustres e de Enchimento de Vales: Caracterizados por sedimentos heterogêneos
de enchimentos de vales compostos por argila e grãos de quartzo, hematita e limonita.
Acredita-se que estes depósitos compõem a maior parte dos sedimentos terciários e
quaternários da região. Com espessuras que podem chegar a 100 m, são encontrados,
principalmente, em pequenos depósitos sobre a Formação Gandarela, na região de Macacos, e
nas porções oeste e central da Serra do Curral-Rola Moça-Três Irmãos.
Depósitos Aluviais Recentes: As acumulações aluvionares na região são incomuns e devem-
se aos seguintes fatores intensos de erosão, intemperismo e atividade fluvial.
4.3.5. Estruturas Geológicas
O Sinclinal Moeda e, principalmente, a Serra do Curral são marcas características na
paisagem da área em estudos. Essas mega estruturas são compostas, muitas vezes, por rochas
do Supergrupo Minas, as quais encontram-se topograficamente mais elevadas em relação ao
embasamento granítico – gnáissico e ao Supergrupo Rio das Velhas.
25
Homoclinal Invertido da Serra do Curral
Ocorre ao longo da Serra do Curral e de seus prolongamento, serras do Rola Moça, Jatobá e
Cachimbo, limitando o Platô da Moeda a norte e envolvendo as camadas de metassedimentos
do Supergrupo Minas de direção uniforme NE-SW e mergulhos variáveis entre 35° e 80° para
SE. A estrutura apresenta-se como um extenso homoclinal invertido, ou seja, os acamamentos
mais antigos estão sobrepostos aos mais novos. Devida a essa inversão, o Aquífero Cauê se
encontra sotoposto aos filitos da Formação Batatal e sobreposto ao aquífero Gandarela. Na
região de junção do homoclinal da Serra do Curral com o Sinclinal Moeda é observada grande
complexidade tectônica. Segundo alguns autores, é provável que o fluxo subterrâneo nesse
local esteja influenciado por feições estruturais como dobras, falhas, fraturas e condutos
cársticos (DORR II, 1969; ALKMIM &MARSHAK, 1998; BEATO et al., 2005).
Sinclinal Moeda
Na porção norte do Sinclinal Moeda, tido como de primeira ordem, a estrutura suspensa
apresenta orientação noroeste-sudeste que muda sua orientação para norte-sul à medida que
de avança para o sul. Seu flanco leste é invertido ou verticalizado e o flanco oeste apresenta
mergulho e cerca e 40º para leste. Seu platô suspenso e relativamente plano é localmente
entulhado por depósitos cenozóicos. Na junção do Sinclinal Moeda com o homoclinal Serra
do Curral ocorre uma depressão antiformal, com a formação de uma charneira paralela à Serra
do Curral. Falhas se encontram presentes nessa região, entre elas as falhas de Gorduras,
Mutuca, Catarina e Barreiro (Figura 8 e Figura 9) (ALKMIM & MARSHAK, 1998).
Figura 8. Geologia simplificada da interseção entre o homoclinal Serra do Curral e o Sinclinal
Moeda. 1.Falha da Gordura; 2.Falha da Mutuca; 3.Falha da Catarina; 4.Falha do Barreiro. (ALKMIM & MARSHAK, 1998)
26
Figura 9. Seções transversais do mapa mostrado na Figura 8. (a) Seção XX’.
(b) Seção YY’. (c) Seção ZZ’. (ALKMIM& MARSHAK, 1998)
4.3.6. Hidrografia
Os dados aqui apresentados foram extraídos do estudo hidrológico da APA Sul realizado por
Davis e colaboradores (2005a). A área de estudos está inserida na bacia federal do Rio São
Francisco e nas estaduais do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba. A Serra da Moeda é divisor
hidrográfico, dividindo a bacia do Alto Rio das Velhas, a leste, da bacia do Médio Rio
Paraopeba, a oeste. Assim, a área em estudo está posicionada a leste do Rio Paraopeba e a
oeste do Rio das Velhas (Figura 3).
Os principais afluentes da margem direita do rio Paraopeba nascem na Serra da Moeda e
pertencem às sub-bacias dos ribeirões Piedade e Casa Branca. Na Serra Três Irmãos, estão as
nascentes do ribeirão Ferro-Carvão, do córrego do Barro e os afluentes do ribeirão Sarzedo
(afluente do Paraopeba) que são os córregos Fecho do Funil, Capão Grande, Campo Belo, das
27
Pedras, Corredor, Capão da Serra, Sumidouro, Taboão, Urubu, Fubá, Rola Moça e
Barreirinha.
Na bacia do Rio das Velhas, as principais sub-bacias afluentes pela margem esquerda nascem
na Serra da Moeda e são o ribeirão Macacos e rio do Peixe. Na Serra do Curral estão as
nascentes das sub-bacias afluentes pela margem esquerda do Rio das Velhas. Os afluentes
cujas nascentes estão na Serra do Curral, são as sub-bacias dos córregos da Fazenda,
Jambreiro, Carrapato e Mutuca. Dentre os afluentes do ribeirão Arrudas (afluente esquerdo do
Rio das Velhas), estão as nascentes dos córregos Barreiro, Bom Sucesso, Cercadinho, Acaba
Mundo, da Serra, São Lucas, Baleia, Taquaril e Olaria.
4.3.7. Recursos Minerais
A mineração é a principal atividade econômica do Quadrilátero Ferrífero e,
consequentemente, da APA Sul RMBH (GIRODO, 2005). Esta realidade não é diferente
quando se trata da área de estudo deste trabalho.
Registros de atividades mineiras mais antigas nesta região datam do século XVII. As
atividades de lavra perduraram desde a época do Brasil Colônia, sendo o grande responsável
pelo estabelecimento das cidades históricas de Minas Gerais, Ouro Preto, Mariana, Sabará,
São João d' El Rei, etc. (GIRODO, 2005).
Os recursos minerais mais importantes da região são os minérios de ferro, o principal recurso
mineral que permeia o subsolo da região, e em segundo lugar, um pouco distante do ferro, os
minérios de ouro. O minério de ferro se apresenta na forma hematitas e itabiritos,
principalmente.
Os enormes depósitos de ferro do Quadrilátero Ferrífero relacionam-se aos itabiritos da
Formação Cauê. Depósitos de ouro encontram-se em maior expressão no Supergrupo Rio das
Velhas (Grupo Nova Lima), depois aos conglomerados basais do Grupo Caraça e
eventualmente a algumas zonas de cisalhamento da Formação Cauê. Associados ao ouro,
encontram-se concentrações de prata e arsênio (GIRODO, 2005).
Espalhados na área, existem pequenos depósitos de manganês relacionados aos
metassedimentos do Supergrupo Minas, notadamente ao Grupo Itabira (formações Cauê e
Gandarela), subordinadamente, ao Grupo Piracicaba (formações Cercadinho e Fecho do
Funil) e ao Grupo Caraça (GIRODO, 2005). Porém, as jazidas de manganês, assim como as
28
de antimônio, apresentam menor expressão econômica e as atividades exploratórias relativas a
estas substâncias já se encontram desativadas.
Há ainda a ocorrência de alumínio (bauxita) na região. O início da exploração de bauxita no
Quadrilátero Ferrífero remonta a meados do século XX. Dois depósitos de bauxita descritos
por Pomerene (1964 apud SILVA, 2005) foram localizados na região. Hoje os depósitos estão
exauridos e as minas inativas.
Existe uma pequena ocorrência de antimônio conhecida desde os anos 60, localizada no bairro
Olhos d’Água, no limite meridional da cidade de Belo Horizonte. Este depósito foi
intermitentemente lavrado, por métodos manuais, na década de 70, sendo que estas operações
foram encerradas em função da exaustão das reservas e da ocupação urbana. Outra ocorrência
de antimônio encontra-se assinalada na mina de ferro de Pau Branco, onde ocorre stibiconita,
Sb3O6(OH), um mineral raro de antimônio (GIRODO, 2005).
Segundo Girodo (2005), o Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais é, possivelmente, a mais
importante província metalogenética do Brasil. Porém, não são apenas metálicos os minerais
extraídos nesta região. Um grande número de outras substâncias minerais compõe uma
importante pauta de produção de materiais de construção com destaque para areia, brita,
cascalho e argila. Outras substâncias, como o quartzo e as areias para a fabricação de vidro
em fundição e materiais abrasivos, têm uma produção mais restrita e atendem às necessidades
comerciais locais (SILVA, 2005).
Existem também na área em estudos jazidas de urânio descobertas pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN) na década de 70, na época Nuclebrás. Técnicos da CNEN
detectaram uma série e anomalias cintilométricas associadas aos metassedimentos da
Formação Moeda. Com o objetivo de se estudar essas anomalias, a CNEN e a CPRM
executaram trabalhos investigativos e de prospecção na região. Ao conjunto desses trabalhos
foi dado o nome Projeto Quadrilátero Ferrífero (CNEN/CPRM, 1972).
Pronunciadas anomalias radioativas foram observadas em diversos pontos da Formação
Moeda. Intensidades máximas de 7.400 cps foram medidas em perfurações no entorno da
Serra das Gaivotas, região de Casa Branca, município de Brumadinho. Outro ponto de
anomalia investigado na área de estudos é a área de Mutuca (CNEN/CPRM, 1972).
Tais depósitos de ouro e urânio, reportados na base da Formação Moeda, mostram-se
geologicamente similares aos imponentes depósitos auro-uraníferos de Canavieiras, na Bahia,
29
de Witswatersrand da África do Sul e de urânio de Blind River, no Canadá (CNEN/CPRM,
1972).
O urânio pesquisado pela Nuclebrás ocorre, principalmente, na forma de uraninita detrítica,
além de brannerita e coffinita secundária, com concentração desse elemento variando entre 50
e 850 ppm (CNEN/CPRM, 1972). A CNEN postergou o estudo deste depósito, devido à
descoberta de outros depósitos de urânio, mais ricos e mais próximos à superfície, e, portanto
de exploração mais viável em outras partes do território brasileiro - Lagoa Real, por exemplo,
no Sul da Bahia. Apesar disso, Silva (2005) e Girodo (2005) afirmam que, um dia, o minério
de urânio pode vir a se tornar uma fonte economicamente interessante na região.
4.3.8. Atividade Mineira
A mineração, a mais antiga indústria em atividade no Brasil, atingiu seu apogeu no chamado
Ciclo do Ouro do século XVIII, passou por altos e baixos e chegou, bastante forte, ao começo
de século XXI. Hoje, produtos da mineração constituem o carro chefe da economia do Estado
de Minas Gerais e ainda represente um dos mais importantes setores da economia do país. O
ferro é hoje o principal minério produzido no Brasil, no Estado de Minas Gerais e no
Quadrilátero Ferrífero (GIRODO, 2005).
Essa realidade não é diferente na área de estudos. Um grande número de empreendimentos de
mineração de ferro se encontra em atividade no local, desde empreendimentos de grande porte
(Capão Xavier, Pico, Tamanduá, Capitão do Mato, Córrego do Feijão), passando por
empreendimentos de médio porte (Pau-Branco, Mar Azul), até empreendimentos de pequeno
porte (Mineração Herculano). As principais minerações encontradas na área em estudos são
mostradas na Figura 10.
A mina de Águas Claras, também indicada na figura, encontra-se desativada desde o ano
2000. A imensa cava deixada pela mineração de quase 300 milhões de toneladas de minério
de ferro na Formação Cauê está em processo de enchimento e se tornará o lago mais profundo
do país com profundidade média de 87 m e máxima de 234 m (GRANDCHAMP, 2003).
Segundo Grandchamp (2003), o lago estará definitivamente formado entre os anos 2017 e
2024, dependendo do fluxo de aporte externo no auxílio na recuperação do nível da água.
30
Figura 10. Principais Minerações na Área de Estudo.
31
4.3.9. Uso dos Recursos Hídricos
Uma pesquisa abrangente sobre a disponibilidade e uso dos recursos hídricos na APA Sul
RMBH foi apresentado por Davis e outros (2005b). O levantamento do uso das águas
superficiais e subterrâneas baseou-se nos dados obtidos durante o inventário de pontos de
água, realizado entre julho e novembro de 2002 pelos pesquisadores. Foram visitadas todas as
propriedades potencialmente usuárias ou impactantes dos recursos hídricos. Volumes de
águas consumidos foram estimados a partir de medições e observações feitas in loco, além de
banco de dados de outorga do IGAM.
Dentre as finalidades dadas aos recursos hídricos da área, estão o abastecimento público,
abastecimento de condomínios, dessedentação de animais, agricultura, mineração, doméstico,
hospitalar, postos de abastecimento, recreação e lazer, piscicultura, geração de energia
elétrica, transporte e diluição de esgotos, efluentes e detritos.
Abastecimento público: Dos municípios cujas áreas fazem parte da área de pesquisa, Itabirito
é abastecido por Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE) vinculados à prefeitura
municipal. O restante é atendido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais –
COPASA. A COPASA opera oito importantes captações de água na área de estudos que
abastecem a RMBH. A Tabela 2 traz detalhes das captações: sistema de abastecimento, suas
vazões médias baseadas no ano de 2010 e os municípios abastecidos.
Nas proximidades dos mananciais Mutuca, Catarina e Fechos encontra-se a Mina Capão
Xavier. Um percentual da água de rebaixamento de lençóis da mina é introduzido ao sistema
de Morro Redondo para fins de abastecimento público. A parceria, que ocorre desde o início
de 2008, é um compromisso da Vale (antes MBR) como condicionante de licenciamento
ambiental.
A sede do município de Brumadinho é abastecida pelo sistema Rio Manso operado pela
COPASA, cuja barragem encontra-se fora a área de estudos. Porém, em pequenos distritos e
vilarejos que se encontram no entorno da formação foco deste trabalho, o sistema de
abastecimento é de responsabilidade da prefeitura ou de associações locais. Essas captações
são mostradas na Tabela 3, das quais duas tiveram suas águas amostradas para esta pesquisa.
32
Tabela 2. Sistemas de abastecimento de água operados pela COPASA na área de estudo.
Sistema Captação População abastecida Vazão média captada (L/s)
Morro Redondo
Fechos Belo Horizonte 418 + 70* Mutuca
Cercadinho
Ibirité Taboões
Belo Horizonte e Ibirité 347 Rola Moça Bálsamo
Catarina Catarina Belo Horizonte e Nova Lima 87
Barreiro Barreiro Belo Horizonte (Região do Barreiro)
108
Total: 1.030
* Fornecido pela Vale - Mina Capão Xavier (Fonte: RESTRITO)
Tabela 3. Captações do sistema de abastecimento de água do município de Brumadinho próximas à
área de estudo. Distrito Captação Localização Vazão Pop. atendida
Povoado de Córrego do Feijão (Prefeitura)
1 poço subterrâneo
Área da Vale 20 m³/h
100% (447 habitantes)
1 superficial. Originado do rebaixamento do lençol freático pela Vale.
Povoado Casa Branca (Prefeitura)
1 poço subterrâneo Vale
25 m³/h
100% do bairro (1.175 habitantes)
2 superficiais Área verde, divisa com a Vale
Povoado de Tejuco (Prefeitura) 1 superficial
Abaixo do Pico Três Irmãos (Captação Serrote) e Ribeirão Serrinha.
3 m³/h 100% do povoado (913 habitantes)
Distrito Piedade do Paraopeba (Prefeitura)
2 poços subterrâneos No distrito. 15 m³/h 100%
(681 habitantes) 1 superficial Área da MANNESMAN
Povoado de Palhano 1 superficial Cachoeira Mãe
d`Água (P82B) 60m³/h
5 m³/h
100% (473 habitantes) 1 poço
Subterrâneo Na comunidade
(BRUMADINHO, 2008)
A Associação de Captação de Água da Serra é uma organização criada pelos moradores de
Suzana para gerenciar o sistema de captação de água para a comunidade. A captação é feita de
dois pontos: um poço subterrâneo e um superficial (ponto P83). A água é distribuída a,
33
aproximadamente, 330 residências e o consumo no mês de janeiro de 2012 foi de 5.068.00
m3.
Abastecimento de condomínios: Aglomerados na região adotaram soluções de captação
independente de água, uma vez que o sistema público de abastecimento prioriza os grandes
aglomerados urbanos. A maioria dos condomínios tem recorrido a estes sistemas alternativos,
cujas vazões captadas são expressivas. Em suas investigações, Davis e colaboradores (2005b)
identificaram 49 captações de uso comunitário entre poços tubulares (35) e captações de
mananciais (14).
Dessedentação de animais: Nesses pontos, a água utilizada provém de nascentes, córregos,
poços tubulares e escavados em pequenas propriedades rurais que existem na região.
Uso industrial: Existem poucas indústrias de grande porte instaladas na área em estudo, do
tipo extrativa mineral. A demanda para este fim é atendida, em grande parte, por meio de
captações subterrâneas ou superficiais, realizadas pelas próprias indústrias.
Agricultura: As culturas de subsistência e paisagísticas da região utilizam irrigação através de
mananciais, poços tubulares e escavados.
Mineração: O consumo de água pela atividade de mineração se deve, principalmente, ao
processo industrial nas plantas de beneficiamento de minério. Além disso, a água é utilizada
para o combate à emissão de poeira, para o consumo humano, a irrigação de áreas em
recuperação, ente outros. Para este fim, as indústrias extrativas utilizam captações superficiais
e poços tubulares profundos.
A indústria extrativa mineral utiliza um grande volume de água como é comum em atividades
industriais. A grande diferença desta indústria está no grande volume de desse recurso
captado em poços tubulares profundos para o rebaixamento dos níveis de água nas cavas para
viabilizar o avanço da lavra no subsolo. Dessa forma, a mineração consome grande volume de
água, mas movimenta um volume ainda maior do subsolo. Essas captações são, geralmente,
relacionadas ao Aquífero Cauê.
Doméstico: Algumas populações locais têm sua própria fonte de captação por poços tubulares
profundos ou rasos, poços escavados, galerias ou túneis desativados e mananciais.
Hospitalar: Existem quatro hospitais- Hospital Hilton Rocha, Hospital da Baleia, Biocor e
Hospital Infantil Vila da Serra - localizados próximos a Belo Horizonte, que utilizam água de
poços tubulares para o abastecimento humano e higiene hospitalar.
34
Postos de abastecimento: Na ocasião, foram identificados quatro postos situados ao longo da
BR-040 e BR-356 que utilizam água de poços tubulares.
Recreação e lazer: Existem seis clubes de recreação próximos de Belo Horizonte com 13
captações, entre poços tubulares e nascentes.
Piscicultura: Foram identificadas sete pequenas propriedades rurais que utilizam águas de
mananciais em lagoas ou tanques de forma artesanal.
Recreação e lazer náutico: Lagoas artificiais são utilizadas para recreação e prática de
esportes náuticos. Destacam-se as lagoas dos Ingleses e Miguelão.
Transporte e Diluição de Esgotos, Efluentes e Detritos: Em quase todas as sub-bacias
inseridas na APA Sul RMBH, os cursos d’água são utilizados como corpos receptores de
despejos, sejam eles domésticos, industriais ou provenientes de mineração. Verificou-se que a
maioria dos municípios que conta com rede urbana coletora de esgotos não possui sistema de
tratamento, e os esgotos coletados são lançados diretamente nos corpos d’água.
Uma estimativa do volume e uso da água explorada dentro dos limites da área de estudo foi
realizada e é mostrada no item 6.1.
4.3.10. Hidrogeologia
4.3.10.1. Pesquisas anteriores
Estudos hidrogeológicos na região do Quadrilátero tiveram início na década de 80, quando as
atividades de lavra atingiram os lençóis freáticos. O primeiro estudo de rebaixamento do
lençol na região ocorreu na mina de Águas Claras, a partir de 1981 (GRANDCHAMP, 2003).
A partir de então, outros estudos localizados sobre os mananciais subterrâneos foram
realizados nas minas Pau Branco, Córrego do Feijão, Jangada, Tamanduá e Capitão do Mato
(BEATO et al., 2005), devido à necessidade de conhecimento técnico para viabilizar o avanço
da lavra após atingir-se o lençol freático.Dessa maneira, informações hidrogeológicas do local
foram surgindo de maneira pontual, focadas em áreas restritas ao entorno das cavas das
minas. Essas informações estão, em sua grande maioria, contidas em relatórios técnicos ou
internos produzidos por empresas mineradoras ou de consultoria. Esses relatórios são
35
atualizados periodicamente conforme exigências dos órgãos ambientais competentes.
(BEATO et al., 2005).
Apesar de os principais estudos acerca do tema realizados até hoje terem sido realizados por
empresas privadas de consultoria, o primeiro estudo sistemático de mapeamento
hidrogeológico, em parte da região, foi iniciado em 1993 pela Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte em convênio com Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o objetivo
de caracterizar os mananciais de águas subterrâneas no Quadrilátero Ferrífero e a avaliar seus
potenciais. Outras duas instituições estaduais realizaram estudos de avaliação dos recursos
hídricos subterrâneos em escalas regionais. Esses estudos foram realizados em 1984 pelo
Centro Tecnológico do Estado de Minas Gerais (CETEC) e em 2001pelo Instituto Mineiro de
Gestão de Águas (IGAM). O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) realizou, em 2001,
estudo hidrogeológico da região como contribuição para o zoneamento da APA Sul RMBH.
(SILVA, 1993; BEATO et al., 2005).
Há ainda duas dissertações do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Minas
Gerais que tratam especificamente da hidrogeologia de parte da área em estudos: Lazarim
(1999) e Grandchamp (2003). Em 2005 foi publicado volume integrante do Projeto APA Sul
RMBH (Beato et al., 2005) onde foi elaborado um mapa hidrogeológico considerando a base
geológica elaborada para o projeto mencionado.A pesquisa resultou na delimitação das
principais unidades hidrogeológicas locais.Posteriormente, Mourão (2007) defendeu tese que
abrange profundamente os aspectos morfológicos, estruturais, geológicos, hidrogeológicos e
hidrodinâmicos da unidade hospedeira dos corpos de minérios ferrosos, o Aquífero Cauê.
4.3.10.2. Definição de Conceitos: Aquífero, Aquitardo, Aquiclude, etc.
A classificação de aquíferos, aquicludes, aquitardos, etc. é, por vezes, conflitante entre
diferentes autores. Dessa forma, se faz pertinente a exposição de conceitos utilizados nesse
trabalho.
Aquífero pode ser definido por
Extrato ou formação geológica que, permitindo a circulação de água por seus poros e fendas, faz
com que o homem possa aproveitá-la em quantidades economicamente apreciáveis para suprir a
suas necessidades. (CUSTÓDIO & LLAMAS, 1975, p.259)
Ainda segundo esses autores, aquitardo é considerado uma formação geológica que, contendo
apreciáveis quantidades de água, a transmite muito lentamente e está pouco apta ao seu
36
aproveitamento, mas que em condições especiais permite a recarga vertical de aquíferos.
Aquiclude é tido como formação geológica que pode conter água no seu interior, inclusive até
a saturação, mas não a transmite e, portanto, não é possível a sua explotação. Os autores ainda
definem o termo aquifugo, que é descrito como as formações geológicas que não contém água
nem a podem transmitir.
Mais tarde, outros autores, e. g. Rebouças (1999) e Feitosa (1998), flexibilizaram o uso desses
termos hidrogeológicos, como no caso da definição de aquitardo apresentada por Feitosa
(2008): “uma camada ou formação semi-permeável, delimitada no topo e/ou na base por
camadas de permeabilidade muito maiores”.
Mourão (2007) reconhece e utiliza em seu trabalho os termos adotados para o
desenvolvimento do Atlas de Águas Subterrâneas dos Estados Unidos (MILLER, 1999), de
acordo com conceitos traçados por (USGS, 1995 apud MOURÃO, 2007).
A autora, então, abre mão dos termos aquiclude, aquifugo e aquitardo e utiliza o termo
unidades confinantes, adotado por Miller (1999). Segundo a autora, ouso desse conceito
possui a vantagem de não se estabelecer um limite de permeabilidade, como no caso do uso
dos termos aquitardo e aquiclude. O uso dessa definição coloca a propriedade de transmissão
de água indicada como uma referência relativa às unidades adjacentes, ou seja, o termo define
rochas ou depósitos sedimentares com permeabilidade significativamente menor com relação
aos aquíferos vizinhos. Para o presente trabalho seguiu-se a linha definida por Mourão (2007):
Deste modo, as unidades hidrogeológicas da área foram classificadas como aquíferos e
unidades confinantes de acordo com suas propriedades hidráulicas e características
litológicas dominantes (Mourão, 2007).
4.3.10.3. Unidades Hidrogeológicas
Em sua publicação, Beato e colaboradores (2005) identificaram nove unidades
hidrogeológicas: Sistema Aquífero Granito-Gnáissico, Sistema Aquífero Xistoso, Sistema
Aquífero Formação Ferrífera, Sistema Aquífero Quartzítico, Sistema Aquífero Itabirítico,
Sistema Aquífero Carbonático, Sistema Aquífero Quartzito Cercadinho, Sistema Aquífero
Granular e Aquitardos. O trabalho foi realizado em superfície a partir dos mapeamentos
geológicos que caracterizaram e delimitaram os tipos litológicos predominantes.
Posteriormente, Mourão (2007) propôs uma modificação na classificação das unidades
hidrogeológicas locais. A autora agrupa os sistemas Aquífero Quartzito Cercadinho e
37
Aquífero Quartzítico em uma única unidade onde estes são tomados como sub-divisões. O
mesmo é feito com os sistemas Aquífero Formação Ferrífera e Aquífero Itabirítico. Estes são
distintos, porém classificados em conjunto aos Aquíferos em Formações Ferríferas. A autora
também indica a ausência de sistemas aquíferos, de acordo com conceitos traçados pelo
Serviço Geológico Americano (USGS, 1995 apud MOURÃO, 2007). Desse modo, a autora
abre mão do termo “Sistema” para designar as unidades hidrogeológicas locais. A autora inda
refere-se aos aquíferos pelos nomes das formações geológicas constituintes. Um comparativo
entre a classificação proposta por Beato e colaboradores (2005) e aquela proposta por Mourão
(2007) é mostrado na Tabela 4.
Tabela 4. Comparação entre as classificações das unidades hidrogeológicas propostas por Beato et al. (2005) e Mourão (2007).
Beato et al., 2005. Mourão, 2007. Sistema Aquífero Granito-Gnáissico
Aquíferos em Rochas Granito-Gnáissicas
Aquífero Complexo Ortognáissico
Sistema Aquífero Xistoso Aquífero em Xistos Aquíferos Nova Lima e Sabará
Sistema Aquífero Itabirítico Aquíferos em Formações Ferríferas
Aquífero Cauê Sistema Aquífero Formação Ferrífera
Aquífero em Formação Ferrífera Tipo Algoma
Sistema Aquífero Carbonático
Aquífero Carbonático Aquífero Gandarela
Sistema Aquífero Quartizítico
Aquíferos Quartizíticos
Aquiferos Maquiné, Moeda, Taboões e Itacolomi
Sistema Aquífero Quartizito Cercadinho
Aquífero Cercadinho
Sistema Aquífero Granular (Lateritas em destaque)
Aquíferos Inconsolidados
Aquíferos em Depósitos Eluviais, Coluviais e Aluviais. Aquíferos em Cangas e Lateritas.
Aquitardo Unidades Confinantes Unidades Confinantes Moeda, Batatal, Fecho do Funil e Barreiro.
Por julgar pertinente a reorganização das Unidades Hidrogeológicas realizadas por Mourão
(2007), esta será considerada na realização dos estudos a que essa pesquisa se propõe.
Aquíferos em Rochas Granito-Gnáissicas
Litologicamente, são constituídos de granitos, gnaisses, migmatitos, granitóides e rochas
básicas e metabásicas intrusivas, pertencentes aos Complexos Bonfim, Bação e Belo
38
Horizonte. Ocorre em pequenas porções, dentro dos limites da área de pesquisa, no flanco
norte da serra dos Três irmãos. Localmente está recoberto por colúvios de canga de espessuras
diversas, principalmente nas proximidades das encostas das serras da Moeda e Três Irmãos, e
por sedimentos aluvionares pouco espessos (BEATO et al., 2005).
Formam aquíferos descontínuos, do tipo fraturado, ou fissural, em fraturas ou diáclases. São
aquíferos livres a semiconfinados pelas formações superficiais, heterogêneos e anisotrópicos.
A capacidade de armazenamento é limitada e restrita às zonas de fraturamento. A recarga
principal é pela infiltração de águas pluviais em horizontes intemperisados da rocha sã de
constituição argilo-arenosa, conectados às fraturas da rocha. Quando recoberto por
sedimentos coluvionares de canga, de porosidade elevada, a recarga pode ser mais eficiente
(BEATO et al., op. cit.).
Aquífero em Xistos
Apesar de ocupar a maior área e volume das unidades hidrogeológicas, é pouco abordado nos
estudos hidrogeológicos existentes e é, geralmente, considerado como aquitardo ou aquiclude.
Litologicamente, é formado em rochas metassedimentares e metavulcanossedimentares do
tipo greenstone belt. Abrange os aquíferos Nova Lima, Sabará e uma formação do Piracicaba.
É encontrado em toda a periferia da área em estudos: no sopé da serra da Moeda, a oeste do
sinclinal Moeda e flanco norte do trecho serra do Curral-Três Irmãos. (BEATO et al., 2005).
A porosidade e a permeabilidade são secundárias. Os aquíferos são descontínuos, fissurais em
fraturas, diáclases, juntas e falhas, livres a confinados pelos níveis de metapelitos e xistos de
baixa permeabilidade, fortemente anisotrópicos e heterogêneos. A recarga principal é pela
infiltração de águas pluviais nos horizontes silto-arenosos resultantes do intemperismo e
conectados às fraturas dos níveis quartzosos. Também pode ocorrer a infiltração de águas
fluviais. Apesar de, geralmente, ser baixa, a capacidade de armazenamento é bastante variável
se apresentando suficiente para permitir a explotação, principalmente quando apresenta
coberturas coluvionares (BEATO et al., 2005).
Aquíferos em Formações Ferríferas
Esses aquíferos são associados às formações ferríferas proterozóicas do tipo Lago Superior
(Formação Cauê) ou arqueanas do tipo algoma (intercalações no Grupo Nova Lima)
(MOURÃO, 2007).
39
Aquífero Cauê
É considerado o principal aquífero da região. Devido ao seu grande potencial hídrico, é
amplamente explorado principalmente para o abastecimento público. Pode ser nas regiões da
serra do Curral até serra dos Três Irmãos e no Sinclinal Moeda e Ouro Fino. É formado,
principalmente, nas rochas da Formação Cauê do Grupo Itabira, pertencente ao Supergrupo
Minas. Encontra-se limitado na base, por contato gradacional, pelos filitos muito pouco
permeáveis da Formação Batatal e ao topo pela Formação Gandarela. Na estrutura homoclinal
da Serra do Curral – Serra dos Três Irmãos, a seqüência estratigráfica está invertida com
dolomitos na base e filitos no topo. Suas litologias ocorrem, por vezes, recobertas por material
laterítico e cangas. (BEATO et al., 2005)
Formam aquíferos do tipo fraturado e/ou granular, condicionados pelo fraturamento e
dissolução química do carbonato e quartzo que proporcionam permeabilidades e porosidades
secundárias. Os maiores valores de condutividade hidráulica são atribuídos aos corpos de
minério friável, enquanto que as capacidades de armazenamento mais elevadas são conferidas
às hematitas compactas. Fortemente anisotrópico e heterogêneo, essas características refletem
a complexidade geológica da região. (ECOLAB, 2002 apud MOURÃO, 2007)
É um aquífero livre, na maior parte de sua extensão. Pode vir a ser confinado pela
estruturação geológico-estratigráfica. A conformação estratigráfica e os eventos tectônicos de
dobramentos, falhamentos transcorrentes e de empurrão, podem proporcionar condições de
confinamento. Segundo MOURÃO (2007), porções confinadas ou semiconfinadas do
aquífero são encontradas na região do Platô do Jardim Canadá devido a coberturas
sedimentares argilosas e no segmento sudoeste da Homoclinal da Serra do Curral devido à
presença de níveis de itabiritos argilosos. Segundo estudo realizado pela mesma autora, os
valores de condutividade elétrica e pH médios dessas águas são 10,00 µS.cm-1 e 5,93,
respectivamente.
Aquífero em Formação Ferrífera Tipo Algoma
Ocorrem intercalados às rochas do Grupo Nova Lima com espessuras de até 100 metros. São
constituídos de metassedimentos químicos de formações ferríferas bandadas do tipo algoma.
Formam aquíferos descontínuos, do tipo fraturado, ou fissural, em fraturas, diáclases, juntas e
falhas. São anisotrópicos, heterogêneos e livres a confinados por níveis de metapelitos e xistos
pouco permeáveis. A porosidade e a permeabilidade são secundárias, resultantes dos esforços
40
tectônicos e parcialmente dos processos de dissolução nos níveis carbonáticos (BEATO et al.,
2005). Sua ocorrência não é significativa na área de estudos e se localiza fora da área foco.
Aquífero Carbonático - Aquífero Gandarela
Segundo Beato e colaboradores (2005), este se trata de um aquífero de importância localizada,
porém responsável por dois expressivos sistemas de captação de água para abastecimento
público: Fechos e Cercadinho. Estratigraficamente, encontra-se sobreposto ao Aquífero Cauê.
Na Homoclinal Serra do Curral, onde a estratigrafia encontra-se invertida, ele se encontra
sotoposto ao mesmo. A distribuição geográfica acompanha a do sistema Itabirítico nas regiões
da serra do Curral até a serra dos Três Irmãos e nas Sinclinais Gandarela, Moeda e Ouro Fino.
Em suas rochas predomina o calcário dolomítico (carbonato de magnésio), com solubilidade
menor em relação a do calcário calcítico (carbonato de cálcio), porém algumas poucas feições
cársticas podem ser encontradas na região do Jardim Canadá na região do bairro Belvedere,
em Belo Horizonte (BEATO et al., op. cit.).
O aquífero se mostra descontínuo, fraturado em falhas, fraturas, diáclases e juntas, e cárstico
como resultado da dissolução de carbonatos. São aquíferos livres a confinados pelos regolitos
argilosos, produtos da meteorização da rocha. É também fortemente anisotrópico e
heterogêneo. A porosidade e permeabilidade são secundárias, condicionadas pelo tectonismo
e dissolução do carbonato (BEATO et al., op. cit.).
Segundo pesquisa realizada por Mourão (2007), os valores de condutividade elétrica e pH
médios encontrados nessas águas são 101,00 µS.cm-1 e 7,62, respectivamente.
Aquíferos Quartizíticos
Aquiferos Maquiné, Moeda, Taboões e Itacolomi
Está presente nas rochas metassedimentares onde predominam quartzitos, ainda que
contenham níveis interestratificados de outros litótipos como filito, xisto ou dolomitos:
Formações Maquiné, Moeda, Cercadinho, Taboões e Itacolomi. São unidades geológicas de
diferentes idades e posições. As maiores ocorrências estão na região do Sinclinal Moeda,
porém ocorrem no flanco norte da Serra do Curral - Três Irmãos (BEATO et al., 2005).
41
Os aquíferos são descontínuos, do tipo fraturado, ou fissural, em fraturas, diáclases, juntas e
falhas, livres a confinados pelos metapelitos e xistos interestratificados de baixa
permeabilidade, anisotrópicos e heterogêneos. A porosidade e permeabilidade são
secundárias, resultantes dos esforços tectônicos. Seus potenciais hídricos são baixos, porém o
Aquífero Moeda apresenta potencialidade variável, podendo se apresentar localmente como
relevante reserva hídrica. (BEATO et al., op. cit.).
Aquífero Cercadinho
É um desdobramento do sistema quartzítico com a particularidade das rochas apresentarem
espessos níveis de quartzito cinzento intercalados por níveis de filito prateado típicos da
Formação Cercadinho. Está localizado na serra do Curral até a serra dos Três Irmãos, onde
sua ocorrência é mais expressiva, e no Sinclinal Moeda (BEATO et al., 2005).
São aquíferos descontínuos, do tipo fraturado, ou fissural, fortemente anisotrópico e
heterogêneo. Em grande parte encontra-se confinado pelos filitos interestratificados e filitos
da Formação Fecho do Funil. A porosidade e permeabilidade são secundárias, resultantes dos
esforços tectônicos e do intemperismo (BEATO et al., op. cit.).
Segundo Beato (op. cit.), a estruturação tectônica, com dobras, fraturas e falhas, favorece a
conexão hidráulica localizada com outros aquíferos. A conexão ocorre nas regiões do
Cercadinho, serra do Rola Moça e também na serra dos Três Irmãos, favorecendo tanto a
recarga como a descarga do sistema segundo ÁGUA (2001b apud BEATO et al., 2005).
Aquíferos Inconsolidados
Estão presentes em formações superficiais continentais cenozóicas: depósitos sedimentares
aluviais e lacustrinos e coberturas detrito-lateríticas e elúvio-coluviais. São aquíferos
granulares, ou porosos, de porosidade primária: armazenam água nos interstícios dos grãos de
sedimentos inconsolidados e de rochas intemperisadas.
Os aquíferos são de natureza descontínua, livre, fortemente heterogênea e anisotrópica. As
porosidades e permeabilidades variam consideravelmente em função da diversidade de
condição de formação dos sedimentos e meteorização das rochas. Podem apresentar
porosidade e permeabilidade muito boas - como nas coberturas lateríticas, onde praticamente
toda a água precipitada infiltra- ou até mesmo ser considerada unidade confinante, sedimentos
42
ou solos residuais com expressiva quantidade de fração argila, o que dificulta a infiltração e o
escoamento. Apresentam, geralmente, grande variação do lençol freático com chuvas devido a
sua alta permeabilidade e conferem importante recarga a aquíferos subjacentes (BEATO et
al., 2005).
Em seus estudos, Beato et al. (op. cit.) diferenciam apenas aquíferos em laterita do restante
devido à sua maior permeabilidade. Já Mourão (2007) diferencia aquíferos em depósitos
eluviais, coluviais e aluviais de aquíferos em cangas e lateritas. Segundo a autora:
Os primeiros abrangem uma grande variedade de materiais, de diferentes espessuras,
dentre os quais se destacam as rampas de colúvio de ocorrência marcante no platô da
Moeda, na bacia do ribeirão da Mutuca e no segmento ocidental da Serra do Curral que
constituem expressivos aquíferos locais. Possuem boa capacidade de armazenamento de
tal forma a permitir a manutenção do escoamento de base durante o período de estiagem.
Os aquíferos em cangas e lateritas estão associados às unidades ferruginosas e apresentam
comumente elevadas porosidade e condutividade hidráulica e têm grande importância na
recarga dos aquíferos sotopostos. (MOURÃO, 2007)
Os depósitos cenozóicos ocorrem de maneira dispersa por toda a área de estudos recobrindo
as rochas pré-cambrianas. Na região são importantes, além da importante recarga que
proporcionam aos sistemas aquíferos subjacentes, pela acessibilidade dos usuários de
pequenas demandas e para a manutenção de ecossistemas ciliares (BEATO et al., op. cit.)
Unidades Confinantes
Compartimentos geológicos pouco permeáveis, consideradas unidades confinantes, ocorrem
por toda a região em diversas formas: formações, níveis interestratificados, depósitos
sedimentares Terciários ou Quaternários, ou corpos intrusivos máficos (BEATO et al., 2005).
As principais formações metassedimentares são as Formações Batatal e Barreiro; níveis
intraformacionais de rochas pouco permeáveis em caráter expressivo na Formação Moeda
(BEATO et al., op. cit.). Mourão ainda inclui a Formação Fecho do Funil na lista das
formações pouco permeáveis.
As unidades confinantes se encontram como faixas estreitas ao norte e sul no Homoclinal da
Serra do Curral, na Serra da Moeda e no Sinclinal Moeda. A unidade confinante Batatal
exerce importante papel. Seus contatos com a Formação Cauê, no topo, são responsáveis por
diversos pontos de descarga natural expressiva do Aquífero Cauê.
43
Os corpos intrusivos mais freqüentes do que aparentam ser. Na superfície, eles se apresentam
não raramente intemperisados, não sendo, assim, reconhecidos. Esses corpos constituem
importantes barreiras hidráulicas que alteram o fluxo subterrâneo e são identificados em
escavações (BEATO et al., op. cit.)
4.4. Análises Químicas como Ferramenta em Estudos Hidrogeológicos
A hidroquímica teve seu surgimento possibilitado no século XIX, quando foram estabelecidas
as bases das análises químicas quantitativas. Com a evolução das técnicas e métodos
analíticos e de processamento e dados, o uso de informações químicas em água foi se
tornando cada vez mais frequente e confiável (CUSTÓDIO & LLAMAS, 1975)
Nos dias atuais, investigações envolvendo características físico-químicas das águas têm sido
empregadas em estudos hidrogeológicos por diversos pesquisadores (BERTACHINNI, 1993;
SILVA et al., 1994; LAAKSOHARJU et al., 1999; CPRM/SEMAD/CEMIG, 2005;
MOURÃO, 2007). Os parâmetros físico-químicos são úteis para informar sobre as
transformações sofridas pela água durante seu percurso no interior do aquífero (e, em
decorrência, sobre a composição/localização de suas rochas, minérios, etc.) e constituem uma
ferramenta auxiliar no estudo isotópico de corpos hídricos subterrâneos.
Os constituintes da água são denominados: maiores, quando presentes com teores superiores a
5 mg.L-1; menores, quando presentes em teores entre 5 e 0,01 mg.L-1; e traços, quando
presentes em quantidades inferiores a 0,01 mg.L-1. A
Tabela 5 mostra a classificação dos principais constituintes dissolvidos nas águas subterrâneas.
A concentração dos elementos nas águas subterrâneas, bem como sua classificação como
maior, menor ou traço, pode variar de acordo com as características litológicas do corpo
hídrico subterrâneo. Ao longo de seu caminho no subsolo, a água interage com diferentes
formações litológicas, resultando na dissolução de minerais presentes nessas rochas. Assim,
cada formação geológica confere uma composição diferente à química das águas, que está,
então, diretamente ligada ao caminho percorrido pela água no subsolo e da composição das
rochas nesse caminho. A Tabela 6 sugere as características dessas marcas litológicas em
águas subterrâneas.
44
Tabela 5. Classificação dos constituintes dissolvidos nas águas subterrâneas de acordo com sua
abundância relativa. (CUSTÓDIO & LLAMAS, 1983 modificado) Constituintes maiores Constituintes menores Constituintes traços
Bicarbonato
Cálcio
Cloreto
Magnésio
Sílica
Sódio
Sulfato
Boro
Carbonato
Estrôncio
Ferro
Fluoreto
Nitrato
Potássio
Alumínio, arsênio, antimônio, Bário,
berílio, bismuto, bromo cádmio, césio,
chumbo, cromo, cobalto, cobre, escândio,
estanho, fosfato, gálio, fermânio, índio,
iodo, lítio, mercúrio, manganês,
molibdênio, níquel, nióbio, ouro, prata,
platina, rádio, rubídio, rutênio, selênio,
titânio, urânio, zinco, zircônio.
(FEITOSA et al., 2008)
Tabela 6. Marcas litológicas em composições de água subterrânea.
Rocha Composição da água subterrânea
Arenito Baixa salinidade (300-500 mg.L-1); ânion principal: HCO3-; Na+, Ca2+,
Mg2+ em quantidades similares; bom gosto.
Calcário Baixa salinidade (500-800 mg.L-1; ânion principal: HCO3-; Ca2+ cátion
dominante; bom gosto.
Dolomita Baixa salinidade (500-800 mg.L-1; ânion principal: HCO3-; Mg2+ igual
a Ca2+; bom gosto.
Granito Muito baixa salinidade (300 mg.L-1); ânion principal: HCO3-; cátions
principais: Ca2+ e Na+; muito bom gosto.
Basalto Baixa salinidade (400 mg.L-1); ânion principal: HCO3-; Na+, Ca2+, Mg2+
de igual importância, bom gosto.
Xisto Baixa salinidade (300 mg.L-1); ânion principal: HNO3-; cátions
principais: Ca2+ e Na+; gosto agradável.
Marga Salinidade média (1200 mg.L-1); ânions principais: HNO3
- e Cl-; cátions principais: Na+ e Ca2+. Gosto um pouco inferior, porem potável.
Argila e xisto Frequentemente contidos em sal-gema e gipsita. Alta salinidade: 900-2000 mg.L-1. ânion dominante: Cl-, seguido por SO4
2-; cátion principal: Na+. Gosto um pouco inferior, ocasionalmente não-potável.
Gipsita Salinidade alta (2000 - 4000 mg.L-1); ânion dominante: SO42-; cátion
dominante: Ca+2, seguido de Mg2+ ou Na+; gosto amargo e não potável. (MAZOR, 2004)
4.4.1. Diagrama de Piper
As informações contidas em análises de água podem ser extraídas dos valores obtidos em
análises individuais ou a partir de um conjunto de dados referentes a uma área ou a um
determinado aquífero. Para uma avaliação conjunta, temporal e espacial de dados são
frequentemente utilizados diagramas e diagramas elaborados por softwares específicos, que
facilitam a interpretação de resultados principalmente quando o volume de dados é grande.
45
Diagramas podem ser de grande valia quando se objetiva comparar análises em diferentes
matrizes, identificar e detectar processos e características específicas. (FEITOSA et al., 2008)
Um diagrama triangular simples é constituído por um triângulo eqüilátero ABC, cujos vértices
representam, cada um, um componente (A, B ou C), com 100% do determinado elemento.
Seus lados estão subdivididos em 100 partes iguais, à medida que o ponto se afasta do vértice,
a porcentagem relativa do determinado elemento cai progressivamente. A Figura 11 mostra
um diagrama triangular simples.
Figura 11. Diagrama triangular.
(FEITOSA et al., 2008)
O diagrama de Piper é utilizado para classificar distintos grupos de água quanto a seus íons
dominantes (cloretada, sódica, carbonatada, magnesiana, etc.). Este sistema de classificação é
baseado na presença dominante de determinados íons sobre outros, geralmente a nomeação é
feita quando a presença de determinado íon ultrapassa 50% em relação aos outros. Caso
nenhum íon ultrapasse esse valor, a classificação é feita pelo nome dos dois ânions ou cátions
mais abundantes (FEITOSA et al., 2008). O diagrama de Piper é mostrado a seguir, Figura
12. Este é constituído de dois diagramas triangulares simples e outro em forma de losango
construído a partir de relações dos dois primeiros.
Neste diagrama são plotadas as proporções dos cátions principais (Ca2+, Mg2+, Na+, K+) e dos
ânions principais (HCO3-, Cl-, SO4
2-) em dois diagramas triangulares na base de uma
pirâmide, e combinando as informações dos dois triângulos em um losango encaixado entre
os mesmos formando o vértice da superior da pirâmide. As proporções são traçadas nos
gráficos triangulares. Os gráficos geralmente são representados em proporções relativas dos
íons principais e não em suas concentrações absolutas. Deste modo o diagrama de Piper pode
ser utilizado para classificação e comparação de distintos grupos de águas em função dos íons
dominantes (VIEIRA, 2006).
Figura 12. Diagrama de Piper, com indicação da posição de diferentes tipos de água.
4.4.2. Balanço Iônico
Interações água-rocha resultam em soluções ionicamente balanceadas. Assim, para processos
químicos dessa natureza é conveniente expressar o
por litro ou peso equivalente (
considera não somente a concentração do soluto iônico em peso, mas também, a equivalência
química. Para águas comuns, pouco mineralizadas, é conveniente util
milliequivalente (meq), mais conveniente para
O calculo do balanço permite ava
completas em uma solução ou amostra, a soma dos equivalente
soma dos ânions devem ser iguais, indicando
2008).
Assim, em estudos hidrológicos, é importante realizar o balanço iônico
credibilidade e detectar possíveis
iônica é uma forma de apontar a qualidade dos dados obtidos
ser realizada através de simples operaç
(1983), o erro é dado pelo desvio percentual do balanço iônico
Diagrama de Piper, com indicação da posição de diferentes tipos de água.
rocha resultam em soluções ionicamente balanceadas. Assim, para processos
natureza é conveniente expressar os resultados das análises em equivalente
por litro ou peso equivalente (eq.L-1) (MAZOR, 2004). Essa unidade de concentração
onsidera não somente a concentração do soluto iônico em peso, mas também, a equivalência
Para águas comuns, pouco mineralizadas, é conveniente util
mais conveniente para baixas concentrações de íons.
permite avaliar a precisão de uma análise, pois
solução ou amostra, a soma dos equivalentes químicos dos cátions e
dos ânions devem ser iguais, indicando que há equilíbrio químico
Assim, em estudos hidrológicos, é importante realizar o balanço iônico
detectar possíveis erros dos resultados analíticos, já que o desvio da igualdade
apontar a qualidade dos dados obtidos. A determinação do erro pode
através de simples operação matemática. De acordo com Custódio e Llamas
elo desvio percentual do balanço iônico:
46
Diagrama de Piper, com indicação da posição de diferentes tipos de água.
rocha resultam em soluções ionicamente balanceadas. Assim, para processos
s resultados das análises em equivalente
(MAZOR, 2004). Essa unidade de concentração
onsidera não somente a concentração do soluto iônico em peso, mas também, a equivalência
Para águas comuns, pouco mineralizadas, é conveniente utilizar a unidade
íons.
pois em análises químicas
químicos dos cátions e a
químico (FEITOSA et al.,
Assim, em estudos hidrológicos, é importante realizar o balanço iônico para conferir
já que o desvio da igualdade
A determinação do erro pode
rdo com Custódio e Llamas
47
=+
−100
)()(
xÂnionsCátions
ÂnionsCátionsErro do balanço
Onde,
Cátions: concentração dos íons com carga positiva, em meq.L-1;
Ânions: concentração dos íons com carga negativa, em meq.L-1.
Os erros são conseqüência dos erros analíticos inerentes ao processo de detecção e
quantificação de cada parâmetro. Além disso, há o fato de que nem todos os íons presentes na
matriz são analisados. Segundo Mazor (2004), o erro máximo admissível é de 5%. Ainda
segundo Custódio e Llamas (1983), o erro máximo para os erros do balanço depende do total
de espécies dissolvidas na água. Os erros sugeridos são aqueles apresentados na Tabela 7.
Tabela 7. Erro admissível de balanço iônico a partir da condutividade elétrica. Condutividade elétrica (µS.cm-1) 50 200 500 2000 >2000
Erro admissível (%) 30 10 8 4 4
(CUSTÓDIO & LLAMAS, 1983, p.223.)
4.5. Isótopos Aplicados a Estudos Hidrogeológicos
4.5.1. Isótopos estáveis
A aplicabilidade de isótopos em questões ambientais se deve ao fato de que a composição
isotópica de um determinado elemento em um determinado meio é mensurável, e até mesmo
previsível, já que se pode supor a variação dessa composição com a mudança de ambiente.
Mesmo possuindo números de nêutrons diferentes, isótopos não possuem características
reativas significativamente diferentes. Porém, átomos mais leves reagem preferencialmente
frente a átomos mais pesados na maioria dos processos químicos. Esse comportamento
distinto é mais significante para átomos leves, onde a diferença em massa representa uma
fração significativa da massa total do elemento (MARTINELLI et al., 2009; DREVER,
2007).
A diferença de massa entre isótopos também é diferencial em processos físicos. O processo
mais importante na natureza é a transformações de evaporação e condensação. Por exemplo,
substâncias que possuem átomos mais leves têm mais facilidades em sofrer evaporação que as
que possuem átomos mais pesados, enquanto as que possuem átomos mais pesados sofrem
48
condensação mais facilmente. Esse comportamento distinto, devido à diferença de massa de
átomos, gera um enriquecimento de um determinado isótopo em relação a outro em um
determinado compartimento do ecossistema, gerando uma impressão isotópica a esse sistema.
(MARTINELLI et al., 2009; FEITOSA et al., 2008; DREVER, 2007)
A composição isotópica de um determinado elemento é expressa pelas abundâncias isotópicas
de seus isótopos: as razões entre a quantidade de átomos de cada isótopo e o total de átomos
deste elemento em uma determinada massa. As razões entre a abundância isotópica de um
isótopo de um determinado elemento e a abundância do isótopo mais comum deste elemento
fornece o que é chamada razão isotópica, R, e pode ser determinada pela análise da matriz de
interesse através de um Espectrômetro de Massas de Razão Isotópica (IRMS - Isotope Ratio
Mass Spectrometry).
Em um processo, físico ou químico, do tipo
A � B (1)
RA e RB são, respectivamente, as razões isotópicas do reagente, A, e do produto, B. Aqui,
pode-se definir o Fator de Fracionamento, α, que é dado por:
B
A
R
R=α (2)
Os valores de Fator de Fracionamento são muito próximos a uma unidade. Por isso, definiu-se
o Fator de Enriquecimento Isotópico (ɛ), também conhecido como Discriminação Isotópica
(∆), que possibilita melhor apreciação e comparações entre os fatores d fracionamento:
)1( −= αε (3)
Representa-se a composição isotópica absoluta de uma amostra em relação à razão isotópica R
de um padrão conhecido. Para essa representação, é utilizada a notação δ, que é dada por:
1−=
padrão
amostra
R
Rδ (4)
Geralmente, utilizam-se os valores de δ por 1.000 por questões práticas, já que os valores de
R e δ são muito pequenos, geralmente da ordem de 10-2. Assim, os resultados de δ são
expressos em ‰ (delta por mil). Então, a Equação 4 também pode ser expressa da forma
mostrada na Equação 5 a seguir, aqui exemplificada para δ2H, mas que pode ser escrita de
forma similar para δ18O ou δ13C. A Tabela 8 abaixo mostra algumas abundâncias isotópicas
de padrões comumente utilizados.
49
� �� = �� � � �� � �����
��� � � �� �� ��ã�
�� � � �� �� ��ã�
× 1000‰ (5)
Tabela 8. Abundância isotópica dos padrões utilizados para os cálculos dos valores de δ carbono, nitrogênio, oxigênio e deutério.
Padrão Elemento R Pee dee Belamite (PDB) Carbono 0,0112372 Atmosfera Nitrogênio 0,0036765 V-SMOW Oxigênio 0,00200052 V-SMOW Deutério 0,00015576
(MARTINELLI et al., 2009)
Considerando a multiplicação dos valores de δ por 1.000, isolando-se Ramostra na Equação 4 e
substituindo nas Equações 2 e 3, é possível obter equações para os valores dos Fatores de
Fracionamento e Enriquecimento:
1000
1000
+
+=
B
A
δ
δα (6)
1000)1( ⋅−= αε (7)
Dessa forma, através da medida do valor de Ramostra, é possível determinar, além de δ, os
valores dos Fatores de Fracionamento e Enriquecimento para um dado processo. Essa
determinação possibilita estudos em processos nos campos da biologia, geologia, na área de
adulteração de alimentos e hidrogeológica, entre outras.
Para estudos envolvendo razões isotópicas de oxigênio e hidrogênio em água, o padrão mais
utilizado é o V-SMOW (Vienna Standard Mean Ocean Water), um padrão produzido e
distribuído pela AIEA. No princípio da década de 60, Craig (1961b) propôs a utilização de um
padrão baseado na composição dos oceanos, o padrão SMOW (Standard Mean Ocean Water),
que foi calibrado a partir do conteúdo isotópico do padrão NBS-1. Este foi o primeiro padrão
adotado mundialmente. Hoje, esse padrão foi substituído pelo V-SMOW: uma mistura
produzida a partir de água do mar destilada que possui composição isotópica próxima ao
SMOW original (MARTINELLI et al., 2009; CLARK & FRITZ, 1997).
50
Isótopos no Ciclo Hidrológico
Em estudos hidrológicos e hidrogeológicos, os isótopos estáveis mais utilizados como
ferramenta são aqueles que compõem a molécula de água: oxigênio e hidrogênio, cujas razões
são calculadas entre o os isótopos mais pesado e mais comum, 18O/16O e 2H/1H (ou D/1H),
respectivamente.
Ao padrão de referência é atribuído o valor 0‰, ou seja, este é o referencial, pois é a base do
ciclo hidrológico, e, a partir dele, pode-se mensurar os valores de δ em cada etapa do ciclo. Já
os isótopos com diferentes massas sofrerão processos de evaporação e condensação com taxas
distintas, o que resulta em um fracionamento dos isótopos hidrogênio e oxigênio.
O fracionamento dos isótopos no ciclo hidrogeológico deve-se à diferença de pressão de
vapor das moléculas com diferentes massas. A variação em δ2H ao longo das transformações
da água no ciclo hidrológico é mostrada na Figura 13.
Figura 13. Variação em δ2H (‰) e teor de trítio (UT) nas diversas fases do ciclo hidrológico.
(Fonte: IAEA, 2010)
A pressão de vapor é função inversa da força necessária para quebrar as ligações
intermoleculares entre as moléculas, que são as ligações de hidrogênio. As ligações de
hidrogênio, estabelecidas entre o átomo de hidrogênio de uma molécula e o átomo de
51
oxigênio de uma seguinte, é mais forte entre elementos mais pesados (Ex.: 2H-O, H-18O, 2H-18O). Dessa forma, a pressão de vapor de moléculas de maior massa será menor que em
moléculas mais pesadas. Consequência disso, será a evaporação diferenciada entre moléculas
de massas diferentes (CLARK & FRITZ, 1997).
Mazor (2004) e Feitosa e colaboradores (2008) citam como sendo quatro os principais fatores
que influenciam o fracionamento isotópico nas precipitações ao redor do globo: efeito
temperatura, efeito quantidade, efeito continental e efeito altitude. Estes são apresentados a
seguir.
Efeito temperatura
A temperatura é o parâmetro que exerce maior influência sobre os valores isotópicos nas
águas das chuvas (MAZOR, 2004).
A temperaturas mais elevadas, a dificuldade do isótopo mais pesado em evaporar diminui (em
relação ao mais leve), o que torna o vapor de água menos empobrecido em relação ao isótopo
mais leve. No caso inverso, a temperaturas mais baixas, a separação isotópica é ainda mais
acentuada, ou seja, os valores das razões isotópicas no vapor são ainda menores, como
observa-se na Figura 13. E importante observar também a relevância da temperatura na qual
a água é precipitada, cujo raciocínio é semelhante conquanto inverso: as precipitações ficam
mais enriquecidas nos isótopos mais pesados em relação ao vapor remanescente, sendo este
efeito acentuado com a diminuição da temperatura.
O fracionamento de 18O, entre as fases líquida e vapor da água, é da ordem de 11,5 ‰ em
torno de 0 oC e chega ao valor de 5 ‰ a 100 oC. Já os valores de deutério vão de 106 ‰ até
27 ‰ nas mesmas temperaturas (CLARK & FRITZ, 1997).
O Efeito Quantidade
O efeito quantidade foi observado por Salati e colaboradores (1980). Segundo esses autores, a
variação na precipitação durante o ano causa variação da composição isotópica. Maiores
quantidades de chuvas apresentaram menores valores de deltas por mil.
Segundo Mazor (2004) uma explicação para o fenômeno é que as gotas de chuva sofrem
evaporação deixando a chuva mais enriquecida nos isótopos pesados. Consequentemente, esse
52
fenômeno é inibido por grandes quantidades de chuvas, pois o ar torna-se mais saturado em
água.
Outro ponto de vista exposto por diversos autores, incluindo Feitosa e outros (2008), é a
questão das intensidades e, consequentemente, das quantidades das precipitações. Durante as
chuvas, a razão isotópica nas nuvens decresce gradativamente, o que também é verdade para a
água precipitada. Dessa forma, a condensação no início das chuvas produz águas mais
pesadas que aqueles ao final e chuva pouco intensas apresentam águas mais pesadas que
chuvas mais abundantes. Esse efeito é conhecido como destilação de Rayleigh
(DANSGAARD, 1964).
O Efeito Continental
O efeito continental pode ser observado através das massas de ar que avançam da costa para
dentro dos continentes. A massa de vapor, ao seguir sua trajetória desde seu local de
formação, nos oceanos, até o interior dos continentes, sofre condensação, sendo as primeiras
precipitações isotopicamente mais pesadas que as subsequentes. Dessa forma, a composição
das chuvas também se torna cada vez mais defasada em isótopos pesados, ou seja, as chuvas à
medida que as nuvens se afastam da costa, se tornam mais empobrecidas. Esse processo de
condensação pode ser bem aproximado de acordo com a destilação de Rayleigh, onde a
partição depende da fração restante do componente.
Outra explicação para o efeito continental é exposto por Martinelli e colaboradores (2009): os
autores indicam a o processo de evaporação sobre os continentes como contribuidores de
massas de ar isotopicamente mais leves, o que levará a uma fração isotópica mais leve e,
consequentemente, chuvas mais leves.
O efeito continental é ilustrado na Figura 13.
O Efeito Altitude
O efeito altitude orográfica ocorre devido ao fato de que à medida que as massas de ar
avançam sob o continente, elas ganham altitude e sofrem resfriamento, o que deixa a massa de
vapor restante isotopicamente mais empobrecida e, consequentemente, as precipitações
tornam-se gradualmente também mais leves. Devida à constante precipitação de chuvas,
assim como no efeito continental, a composição isotópica diminui de acordo com a destilação
53
de Rayleigh. Segundo Clark e Fritz (1997) e Mazor (2004), esse efeito pode ser usado para
determinar áreas de recarga relacionando-se a composição isotópica da água subterrânea com
sua altitude de recarga. Esse efeito também é ilustrado na Figura 13.
A depleção em relação a isótopos pesados ao longo do continente, com aumento de altitude, é
um processo conhecido como “rainout”, que é influenciado pela queda na temperatura ao
longo do caminho da massa de ar. (CLARK & FRITZ, 1997)
É importante saber que outros efeitos são capazes de influenciar o processo de partição, como
o efeito da latitude, efeito sazonal, umidade e misturas de massas de ar na atmosfera (CLARK
& FRITZ, 1997).
Isótopos estáveis como traçadores naturais em hidrogeologia
No início da década de 60, Craig (1961a) publicou um trabalho que apresentava ao mundo um
diagrama das relações entre δ2H e δ18O para diversas amostras (Figura 14). Para a construção
desse diagrama o autor se baseou em resultados analíticos de δ2H e δ18O em 400 amostras de
água incluindo rios, lagos e águas pluviométricas. Cerca de 40% das amostras eram
provenientes da América do Norte e o restante de diversas partes do globo.
Figura 14. Linha Meteórica Global: Variações de deutério e oxigênio-18 em rios, lagos e chuva e neve, expresso em relação ao padrão SMOW. Pontos dentro da linha tracejada são
provenientes de corpos d`água do leste da África. (CRAIG, 1961a)
O diagrama evidencia uma correlação relativamente rígida entre δ2H e δ18O em águas
meteóricas. Essa relação é dada pela equação: δ2H = 8δ18O + 10, onde o fator 10 é conhecido
54
com o excesso de deutério, como proposto por Dansgaard (1964). Essa reta passou a ser
conhecida como Linha Meteórica Global. Os pontos contidos na porção de contorno tracejado
são provenientes de lagos e rios da região leste da África. O desvio desses pontos, em relação
à reta meteórica, foi então atribuído pelo autor à forte evaporação que resulta em
enriquecimento isotópico das águas.
O artigo seminal de Craig (1961a) é desde sua publicação a referência mais citada em estudos
que envolvem deutério e oxigênio-18 como traçadores em sistemas hidrogeológicos. Contudo,
sabe-se que a relação entre as razões isotópicas do oxigênio e do hidrogênio de águas
meteóricas locais podem ser distintas daquelas apresentadas pelo autor devido a um grande
número de fatores: origem da massa de ar, evaporação secundária, condições de misturas,
clima, etc. (MAZOR, 2004; GAT, 2010; CLARK & FRITZ, 1997).
Consequência disso é que a “Linha Meteórica Global” de Craig, na essência da palavra, não é
exatamente global como lembram Clark e Fritz (1997). Apesar de apresentar-se como uma
boa aproximação para estudos hidrogeológicos localizados, a reta não apresenta uma condição
absoluta aplicável a todas as partes do globo. Esta consiste em uma média e, certamente,
diversas regiões do globo apresentam retas com diferenças relevantes. Segundo Yurtsever e
Araguas Araguas (1993) a diferença apresenta-se principalmente quanto ao excesso de
deutério. Na região nordeste do Brasil, por exemplo, Salati e colaboradores (1980)
determinaram como 5,5 o valor de excesso e deutério. Já no norte do Brasil, Martineli e outros
(1996) procederam à amostragem de águas de chuva em onze diferentes localidades e em
todas elas o valor de excesso de deutério apresentou-se acima do valor global 10. Esses
valores apresentam-se consideravelmente distintos da média global.
Dessa forma, diversos pesquisadores (MAZOR, 2004; CLARK & FRITZ, 1997;
DOMENICO & SCHWARTZ, 1990; GAT, 2010) defendem a importância da determinação
da linha meteórica local para estudos hidrogeológicos localizados e mais detalhados.
Contudo, apesar da relação fixa entre δ2H e δ18O apresentada pelas chuvas, após a
precipitação os processos sofridos pela água alteram a relação entre δ2H e δ18O de maneiras a
afastá-las da reta meteórica. Mais: os diferentes processos provocam distintos afastamentos,
cada um deles característico do processo que atuou (Figura 15b). Isto tudo permite, uma vez
medidos δ2H e δ18O em uma amostra e plotados em um gráfico como o da Figura 15a,
identificar os processos sofridos pela água (evaporação, troca isotópica com rochas, etc.) e
suas respectivas intensidade (grau de afastamento da curva meteórica).
55
Figura 15. a) Correlação entre os déficits de 2H e 18O em águas meteóricas; b) correlações entre estes
mesmos déficits após a água precipitada/infiltrada ter passado por diferentes processos. ((a)CLARK & FRITZ, 1997; (b) DOMENICO & SCHWARTZ, 1990)
Dessa forma, a linha meteórica global se mostra como referência em estudos que visam à
compreensão da dinâmica das águas subterrâneas. Nesses trabalhos, onde os isótopos estáveis
são incorporados ao ciclo hidrológico, estes elementos se transformam em traçadores naturais
e são frequentemente mencionados como “Isótopos Ambientais” ou “Traçadores Ambientais”
(YURTSEVER e ARAGUAS ARAGUAS, 1993; CLARK & FRITZ, 1997; KINZELBACH
et al., 2002; IAEA, 2008; SILVA et al., 2009).
Isótopos estáveis também podem ser armas poderosas em investigações sobre misturas de
aquíferos entre si ou com águas de superfície. Se as origens das águas do aquífero forem
identificadas, suas razões isotópicas características poderão ser definidas, bem como a da
água do aquífero, e então suas contribuições de cada água para a composição final do aquífero
poderão ser calculadas por um balanço de massa. Para o caso mais simples de duas
contribuições (as equações estão escritas para o 18O, mas seriam as mesmas para o deutério,
apenas substituindo-se 18O por 2H:
�� = �� +�� (8)
δ �� � . �� = δ �� �. �� + δ �� �. �� (9)
onde Q é a contribuição (as vazões das águas que alimentam e são produzidas pelo aquífero),
e os subscritos 1, 2 e T designam os dois componentes e a mistura total, respectivamente.
Resolvendo-se o sistema de equações acima ficam determinadas as duas contribuições:
56
�� =�� δ "�# $�δ "�# δ "�# ��δ "�# (10)
�� =�� δ "�# ��δ "�# $δ "�# ��δ "�# (11)
4.5.2. Radioisótopos
Radioisótopos, também chamados isótopos radioativos ou radioisótopos, são elementos
instáveis que, para atingir um estado de estabilidade, emitem energia em forma de radiação se
transformando em outro núcleo atômico de maior estabilidade. A emissão de radiação se dá
de acordo com a Lei do Decaimento Radioativo (Equação 13).
A(t) = A0%�&' (13)
Onde λ, a constante de decaimento, é dada por:
λ = ��/)*� (14)
Sendo,
A(t): atividade do radioisótopo no tempo t; A0: atividade inicial do radioisótopo; t: tempo desde a formação do radioisótopo; +�/�: tempo de meia vida.
Os isótopos radioativos possuem duas origens: cosmogênica e antrópica. Isótopos são
constantemente formados no universo através de explosões de estrelas e muitos dos isótopos
ainda existentes na Terra possuem essa origem. Porém, a maioria dos isótopos cosmogênicos
hoje presentes na Terra é produzida na própria atmosfera terrestre.
A atmosfera superior terrestre é atingida constantemente por partículas subatômicas - prótons,
neutros e elétrons, entre outras – que interagem com os elementos presentes na massa de ar
que envolve o planeta. Dessa interação podem surgir núcleos radioativos, como é o caso do
trítio, cujo símbolo pode ser escrito como 3H ou T, como mostrado na equação a seguir:
14N + 1n �12C + 3H (CLARK & FRITZ, 1997)
Outra importante fonte de radioisótopos foram os testes de armar nucleares na atmosfera, que
lançaram radioisótopos e partículas subatômicas no ambiente. No início da década de 50, no
hemisfério norte, iniciou-se um período de testes e lançamentos de artefatos bélicos nucleares,
o que fez introduzir na atmosfera terrestre uma quantidade considerável de isótopos instáveis
como o trítio. Os níveis naturais desse isótopo ambiental apresentaram então um aumento
57
considerável em ambos os hemisférios, mas principalmente no hemisfério norte onde os
equipamentos foram detonados.
Segundo Mazor (2004), a quantidade de trítio em chuvas chegou a 10.000 UT, nível
considerado muito alto, em uma única precipitação nos Estados Unidos. Um tratado
internacional pôs fim aos testes com bombas nucleares e, desde 1964, a concentração de trítio
na atmosfera vem diminuindo (CLARK & FRITZ, 1997; FEITOSA, 2008). Já nos dias atuais,
estes níveis já encontram-se bem próximos aos níveis pré-testes nucleares.
Atualmente, pequenas quantidades de trítio são lançadas no ambiente por plantas de
processamento de material radioativo, reatores de pesquisa e de geração de energia.
Estes radioisótopos, depois de produzidos, são oxidados naturalmente pelo oxigênio presente
na atmosfera. As moléculas de água assim formadas, são introduzidas no ciclo hidrológico.
3H +O2�3HO2�
1H3HO (CLARK & FRITZ, 1997)
Radioisótopos como Traçadores em Estudos Hidrogeológicos
Além dos isótopos estáveis abordados anteriormente, outros isótopos radioativos como trítio,
com meia vida de 12,3 anos, e 14C, com meia vida de 5.730 anos, são usados em
hidrogeologia. Esses radioisótopos constituem ferramenta importante para a determinação do
tempo de residência de águas subterrâneas recentes e antigas, respectivamente.
O trítio produzido na atmosfera superior da Terra, ou por influência antrópica, é oxidado pelo
oxigênio molecular e em seguida transportado para a troposfera onde é introduzido ao ciclo
hidrológico (YURTSEVER & ARAGUAS ARAGUAS, 1993). Teores comuns de trítio ao
longo do ciclo da água são apresentados na Figura 13.
Uma vez no ciclo hidrológico, a molécula de água que possui um átomo de hidrogênio
radioativo se torna importante traçador natural desse processo. Não é necessária a introdução
de traçadores artificiais para se estudar a dinâmica desse ciclo.
Yurtsever e Araguas Araguas (op. cit.) pontuam que o uso de traçadores artificiais,
radioativos ou químicos, constituem uma ferramenta indispensável a diversos processos.
Porém, estes limitam-se a estudos de curto prazo in-situ. No caso de investigações em larga
escala e por longos períodos e tempo, o uso de traçadores naturais é mais adequado.
58
A concentração do trítio em água é expressa em Unidade de Trítio (UT). Cada UT representa
um átomo de 3H a cada 1018 átomos de hidrogênio:
,�- =
��........................ = 10-18 = 1 UT
Essa concentração, segundo Yurtsever e Araguas Araguas (op. cit.), equivale a uma atividade
específica de 0,118 Bq por litro de água.
O trítio emite partículas beta ao decair em um átomo de hélio de acordo com a equação:
3H ��,,0122223β- + 3He (15)
A partir da detecção das partículas beta emitidas por esse decaimento é possível a
quantificação do trítio. A meia vida do trítio é de 12,3 anos, o que torna a datação por trítio
conveniente apenas para idades de poucas décadas.
Por serem instáveis, a atividade desses isótopos varia ao longo do tempo e, consequentemente
ao longo do ciclo hidrológico. Essa propriedade é o que permite o estudo da movimentação
das águas através desses nuclídeos. Segundo Yurtsever e Araguas Araguas (op. cit.), a
variação transiente da atividade de radioisótopos naturais no sistema hidrológico deve-se não
apenas a seu decaimento radioativo, mas também à introdução variável dessas espécies no
sistema.
A principal informação obtida através do uso de radioisótopos naturais é quanto à idade das
águas. Segundo Freeze e Cherry (1979), o termo “idade da água” se refere ao período de
tempo decorrido desde que a água se infiltrou no sistema aquífero, ficando, assim, livre das
influências da atmosfera terrestre. Porém, segundo Clark e Fritz (1997), o termo “idade da
água” não é o mais apropriado, pois na maioria dos casos reais, movimentos de convergência
e mistura, além de recarga ao longo do caminho da água no subsolo, levam a um aquífero com
composição não conservativa. Assim, deve-se discutir, na verdade, o tempo médio de
residência da água. O termo idade, no entanto, é utilizado e tornou-se comum por questões
práticas.
Apesar de não ser possível a determinação da idade efetiva da água subterrânea, a datação
realizada em estudos hidrogeológicos é importante ferramenta que auxilia no entendimento da
dinâmica das águas subterrâneas quando tratados junto a dados isotópicos, químicos e
geológicos.
59
Clark e Fritz (1997) descrevem parâmetros para uma datação qualitativa das águas
subterrâneas a partir de dados de trítio para regiões continentais:
� < 0,8 UT : águas anteriores a 1952;
� 0,8 a ~4 UT: Misturas de águas anteriores a 1952 e recarga recente;
� 5 a 15 UT: águas entre 5 a 10 anos
� 15 a 30 UT: 3H bélico presente
� > 30 UT: Recarga ocorrida na décadas de 60 ou 70
� > 50 UT: Recarga dominante nos anos 60
Os traçadores isotópicos naturais, estáveis e radioativos, constituem ferramenta indispensável
em estudos hidrogeológicos. São muitas as informações que podem ser obtidas por
investigações através do uso desses nuclídeo, como listado com propriedade por Yurtsever e
Araguas Araguas (1993):
� Limites do sistema;
� Origem das águas;
� Conexão hidráulica de aquíferos com águas superficiais ou aquíferos adjacentes;
� Fonte (s), processos e taxa de reposição;
� Fonte (s) e mecanismos de salinização;
� Proporção de mistura de fluxos originados de diferentes fontes;
� Tempo de residência do fluxo subterrâneo e sua distribuição;
� Dinâmica de sistemas geotérmicos;
� Parâmetros relacionados a transporte de massa.
60
5. METODOLOGIA
5.1. Levantamento de Dados
Foram procurados dados preliminares necessários a um bom desenvolvimento desse trabalho
de pesquisa. Essa etapa dos estudos contou, principalmente, com as publicações do Projeto
APA Sul RMBH – Estudos do Meio Físico, publicado em 2005 (CPRM/SEMAD/CEMIG,
2005). Trabalhos com foco na hidrogeologia local também foram pesquisados (SILVA, 1994;
LAZARIM, 1999; GRANDCHAMP, 2003; MOURÃO, 2007).
Os pontos de água subterrânea, pontos de coleta em potencial, presentes na área foram
levantados principalmente através do volume Hidrogeologia dos Estudos do Meio Físico da
APA Sul (BEATO et al., 2005). Porém, foram consultados também, o banco de dados de
outorgas do IGAM e o sistema de informações de águas subterrâneas, SIAGAS, do serviço
geológico brasileiro.
Junto à COPASA, foram obtidas informações sobre os sistemas de captação de água na área e
interesse dessa pesquisa. Através da Agência Nacional de Águas foi realizada uma
catalogação das estações meteorológicas e pluviométricas da região.
5.2. Estimativa do consumo de água na área de estudos
A partir de dados coletados em campo e do banco de dados de outorga do Instituto Mineiro de
Gestão das Águas, o IGAM, Davis e colaboradores (2005b) puderam estimar o volume de
água consumidos na APA Sul RMBH. Os dados levantados durante a pesquisa são
apresentados na publicação por sub-bacias, o que permitiu que fosse feita uma aproximação
do volume consumido especificamente na área de estudos, considerando apenas as sub-bacias
constituintes da área em foco nesse trabalho (Figura 3). As captações de água inventariadas
foram classificadas quanto à finalidade do uso do recurso hídrico, bem como quanto às sua
forma de captação - superficial, superficial de surgência ou subterrânea. Os dados utilizados
para tal tratamento estatístico se encontram no APÊNDICE C.
5.3. Amostragem pluviométrica
A amostragem de chuvas foi realizada de acordo com as técnicas propostas pela Agência
Nacional de Energia Atômica (IAEA-WMO, 2011) para o programa GNIP e pelo serviço
geológico americano (SCHOLL, 2011).
61
Cada equipamento para a amostragem das chuvas foi montado com o auxílio de um
pluviômetro tipo Ville de Paris, mangueira de ½ polegada, uma caixa térmica e galões de 5 L
e 10 L (Figura 16a).A função do funil pluviômetro, posicionado a 1,5 m do nível do solo,é
recolher a água precipitada que é encaminhada, com o auxílio da mangueira, até o galão que,
protegido dentro da caixa térmica, armazena a amostra durante o período de um mês como
mostrado na Figura 16b.
Figura 16. a) Pluviômetro do Parque Rola Moça (PLU03); b) Detalhe do reservatório para a água de
chuva dentro da caixa térmica.
Foram instalados três aparatos como esse na área de estudos, suas localizações são indicadas
na Tabela 9 e na Figura 3. As amostragens foram realizadas de abril de 2011a março de 2012,
período de amostragem mínimo sugerido por Clark e Fritz (1997). As coletas contemplaram
períodos mensais e, para evitar a evaporação da amostra e a consequente partição isotópica
dos átomos de hidrogênio e oxigênio, foi adicionada aos galões uma camada de 0,5 cm a 1 cm
de óleo mineral USP.
Devido à grande quantidade de particulados nas amostras, principalmente nos períodos de
menor ocorrência de chuvas, as amostras apresentaram a necessidade de serem filtradas. A
remoção da poeira foi feita após a separação da fase orgânica com o auxílio de papeis de filtro
faixa azul. Análises de quantificação do teor de trítio e das razões isotópicas 2H/1H e 18O/16O
foram realizadas nessas amostras.
62
Tabela 9. Estações de coleta de água de chuva.
Identificação Município Estação Código UTME UTMN Cota* (m)
PLU01 Itabirito Mina do Pico PVL05-PIC 618756 7762789 1472 PLU02 Nova Lima Lagoa Grande 2043002 610413 7768354 1327
PLU03 Ibirité Ibirité (Parque do Rola Moça) A555 603410 7784727 1203
* SRTM.
Além dos três pontos de coleta citados, a pesquisa contou com o banco de dados da Rede
Global de Isótopos na Precipitação (GNIP), mantida pela IAEA em cooperação com a
Organização Meteorológica Mundial (WMO). As informações utilizadas foram as da estação
Belo Horizonte, em operação na estação meteorológica do CDTN desde outubro de 2008.
Neste trabalho, a estação foi referida como BHZ, está localizada a uma altitude de 857 m e
dista 18,4 km ao norte da estação PLU03.
5.4. Planejamento dos pontos de amostragem e análises químicas
Os primeiros pontos selecionados foram tomados de acordo com recomendações de Mourão
(2007). Os pontos de descarga relacionados aos vertedouros 33, 55 e 60 da mina de Jangada e
da nascente de Trovões, por exemplo, foram reavaliados por sugestão desta autora na tentativa
de se discriminar fontes de aquíferos distintos. Segundo a pesquisadora:
Esses pontos revelaram tempos de residência muito curtos, pouco condizentes com as
vazões elevadas e variações sazonais pouco expressivas. Presume-se que a coleta
realizada tenha abrangido apenas as descargas associadas aos aquíferos inconsolidados.
(MOURÃO, 2007, p.282)
Em um segundo momento, considerou-se questões relevantes mencionados em pesquisas
anteriores como, por exemplo, a semelhança química entre as águas das Nascentes Rio de
Peixe e Trovoões e seus tempos de residência bastante distintos encontrados por Mourão (op.
cit.). Questões citadas por Beato e outros (2005) também foram consideradas, como a
existência de interconexões do Aquífero Cauê com outras unidades hidrogeológicas na Serra
do Rola Moça, e suas prolongações, devido a falhas transversais à estrutura homoclinal.
Posteriormente, visou-se complementar de modo a ampliar o inventário de resultados criado
por Beato e colaboradores (2005) e Mourão (2007) realizando ensaios isotópicos em pontos
onde apenas ensaios químicos estão disponíveis. Tendo-se em vista os objetivos do trabalho,
também foram considerados a representatividade do ponto, distribuição espacial na área em
estudos e acessibilidade ao ponto.
63
5.5. Campanhas de coleta e medições em campo
As coletas foram realizadas de agosto a outubro de 2011 e abrangeram quarenta e sete pontos
de descarga de água, entre nascentes, cabeceiras de drenagem, drenos e poços. Foram
amostrados os Aquíferos Inconsolidados, Gandarela, Quartizítico, Unidades Confinantes, mas
principalmente o Aquífero Cauê. Um resumo dos pontos amostrados é mostrado na Tabela 10
e as características completas de cada um são detalhadas no APÊNDICE D.
Tabela 10. Descrição dos 47 pontos de água subterrânea amostrados.
Aquífero Nascente Poço
tubular Poço
escavado Dreno
Cabeceira de drenagem
Total
Cauê 18 12 2 32 Cauê e outros 2 2 Inconsolidados 4 3 3 10 Gandarela 1 1 Quartizítico 1 1 Unidade Confinante (Batatal)
1 1
Total: 23 18 3 1 2
Tabela 11. Resumo das técnicas de coleta e preservação das amostras utilizadas em campo. Parâmetro Coleta Preservação
PARAMETROS QUÍMICOS
Ânions Volume: 100 mL Frasco: Polietileno Refrigeração.
Cátions Volume: 100 mL Frasco: Polietileno pH<21
Metais totais Volume: 100 mL Frasco: Polietileno pH<21
Metais solúveis Volume: 100 mL Frasco: Polietileno Filtragem em membrana de 45µm2.
pH<21
Dureza Volume: 500 mL Frasco: Polietileno Refrigeração.
Alcalinidade Volume: 500 mL, frasco completamente cheio. Frasco: Polietileno
Refrigeração.
Sólidos Totais Suspensos (TSS)
Volume: 1 L Frasco: Polietileno Refrigeração.
PARAMETROS ISOTÓPICOS
δ2H, δ18O
Volume: 100 mL, frasco completamente cheio. Frasco: Ambar com tampa e batoque.
Refrigeração.
Trítio Volume: 1 L, frasco completamente cheio. Frasco: Polietileno bem vedado.
Refrigeração.
1Ácido ultra puro para análise de traços. 2Foram utilizadas membranas PVDF, Millipore.
64
Técnicas de coleta e preservação de amostras sugeridas por Custodio e Llamas (1983),
CETESB (1987) e Vasconcelos (2009) foram consideradas. Um resumo das técnicas de
preservação utilizadas para as amostras de cada parâmetro é mostrado na Tabela 11.
As medidas realizadas in loco foram quanto a temperatura da água, pH, Eh, condutividade
elétrica e sólidos totais dissolvidos - TDS. O equipamento utilizado é um multiparâmetro da
marca Myron L, modelo 6P.
As coletas em campo foram realizadas de modo que as amostras fossem submetidas o mínimo
possível ao contato com a superfície, como recomendado por Mazor (2004), ou seja, no ponto
mais próximo possível à surgência. Segundo este autor, o contato com o ar e materiais
geológicos sob a superfície causam evaporação, oxidação ou incorporação de outros materiais
à água subterrânea. Mourão (2007) relata diferenças químicas significativas entre águas
coletadas de nascentes e a jusante no mesmo curso d’água.
5.6. Estudos Físico-Químicos
Dos 47 pontos amostrados, 23 tiveram suas características químicas investigadas. Foram
determinados os íons fundamentais HCO3-; Cl- e SO4
2- Ca2+; Mg+; Na+ e K+, que, juntos,
representam quase a totalidade dos íons dissolvidos nas águas naturais (CUSTODIO &
LLAMAS, 1983).
Tabela 12. Análises químicas, limite de detecção e metodologia empregadas. Analito Técnica/Método Figuras de método
Alcalinidade carbonato e bicarbonato
Titulométrico (H2SO4) LD: 2 mg.L-1 CaCO3
Dureza Titulométrico (EDTA) LD: 1mg.L-1 CaCO3
TSS NBR 10664/1989. LD: 2mg.L-1
Cátions e Ânions
Na+, K+, NH4+
Cromatografia Líquida de Troca Iônica
LD: 0,20 mg.L-1 K+ e Na+; 0,25 mg.L-1 NH4
+ F-, Cl-, Br-, NO2
-1, NO3-,
SO42-
Cromatografia Líquida de Troca Iônica
LD: 0,25 mg.L-1
Metais totais Ni, Ba, Zn, Cu, Cd, Al, Mn e Mg
ICP-MS/ U.S. EPA 200.8 CV: 1 - 22%
Ca, K, Na, Fe Espectrometria de Absorção Atômica
LD: 0,1 mg.L-1
Metais solúveis Mg, Mn ICP-MS/ U.S. EPA 200.8 CV: 1 - 9%
Ca, K, Na, Fe Espectrometria de Absorção Atômica
LD: 0,1 mg.L-1
LD: limite de detecção; CV: coeficiente de variação.
65
Questões levantadas em estudos anteriores na área em pesquisa também foram considerados
como, por exemplo, a presença de elementos de origem litológica (bicarbonato, cálcio,
magnésio, sódio e ferro) encontrados por Beato e outros (2005), e a ausência de Ba, V, Ni, Cr
evidenciada por Mourão (2007).
Os parâmetros escolhidos para ensaio, bem como o método analítico utilizado se encontram
na Tabela 12. Todas as análises químicas foram realizadas em laboratórios do Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear.
5.7. Estudos Isotópicos
Todas as 47 amostras tiveram seu conteúdo isotópico determinado. As análises dos isótopos
estáveis, nas amostras meteóricas e subterrâneas, foram realizadas no Laboratório de Isótopos
Estáveis do Instituto de Geociências da USP. O equipamento utilizado foi o espectrômetro de
massas de razão isotópica, modelo Delta Plus Advantage da Thermo Finnigan, acoplado a um
Gas-Bench II.
A razão isotópica O18/O16 foi determinada pelo método de fluxo contínuo através de equilíbrio
com CO2 gasoso. Uma pequena alíquota da amostra (500 µL) é mantida em tubo fechado a
temperatura ambiente no qual é introduzida uma mistura gasosa de dióxido de carbono a
0,3%. Este recipiente é mantido em repouso a temperatura constante por 20 horas. Após esse
período, os isótopos de 18O e 16O da amostra e do CO2 atingem o estado de equilíbrio. A fase
gasosa é então analisada.
A razão isotópica de deutério foi determinada pelo método de decomposição da água em
presença de cromo. Uma pequena alíquota da amostra (1 µL) é introduzida em um reator
contendo cromo metálico (Cr0) à temperatura de 820°C, para que ocorra a redução dos átomos
de hidrogênio presentes na água e formação do gás hidrogênio. Este gás é introduzido no
IRMS e analisado no sistema de dupla entrada contra o gás hidrogênio proveniente de um
cilindro de referência. O gás hidrogênio proveniente da amostra e do cilindro de referência
são armazenados nos bellows do dual-inlet e analisados alternadamente, sete vezes para cada
amostra, sendo que os valores obtidos médias destas corridas.
As análises foram realizadas com precisão igual a 0,5 ‰ e 0,07 ‰ para δ2H e δ18O,
respectivamente.
66
5.8. Estudos Radioquímicos
Estudos radioquímicos envolveram análises da atividade de trítio. A detecção e quantificação
deste isótopo de hidrogênio, em baixas concentrações, exige a pré-concentração das amostras
através de eletrólise da água. Durante o enriquecimento eletrolítico, as amostras sofrem
redução de volume de 500 mL para cerca de 15 mL. A contagem das emissões das radiações
beta pelos isótopos do hidrogênio contidos na amostra é determinada por cintilação líquida.
Junto às amostras, o processo é acompanhado por uma porção de "água morta" (água livre de
trítio). Além desta amostra de referência, padrões são utilizados no processo de contagem.
5.9. Datação pelo Método de Fluxo em Pistão
Neste modelo, assume-se que os fenômenos de dispersão e difusão são desprezíveis e que as
linhas de fluxo possuem o mesmo tempo de trânsito e que não se misturam. Admite-se que
cada parcela de recarga do aquífero, move-se desde a zona de infiltração até a de descarga
com suas características conservadas e, admite-se que, a água meteórica no subsolo, longe
das influências da atmosfera, tem seu teor do radioisótopo diminuído apenas por seu
decaimento radioativo.
No entanto, é possível que este fato não seja verídico para a maioria dos corpos aquíferos
existentes, pois é comum que em um aquífero estejam presentes águas de diversas idades, ou
seja, infiltradas em diversos períodos. Sendo assim, o método é uma simplificação, cuja
datação não resulta exatamente no tempo exato da permanência da água no subsolo. O tempo
obtido pela análise dos radioisótopos pode ser considerado uma média ou um parâmetro
efetivo (MAZOR, 2004).
Para o cálculo da idade de uma amostra, aplica-se às concentrações de atividade do trítio
medidas a simples expressão do decaimento radioativo (ZUBER e MALOSZEWSKI, 2000):
4567 = 4.%�&' (16)
onde:
C(t): concentração no tempo t de coleta da amostra;
C0: concentração inicial;
λ:constante de decaimento, equivalente a ln2/τ1/2(sendo τ1/2a meia vida do trítio)
t: período de tempo entre o ano hidrológico de coleta da água subterrânea e o ano em que a
concentração inicial na precipitação está sendo considerada.
67
5.10. Datação pelo Método de Fluxo Exponencial
Neste modelo, aplica-se às concentrações de atividade medidas a equação de uma resposta de
aquífero bem misturado a uma injeção de trítio localizada no tempo e no espaço e ainda leva
em conta o efeito do decaimento neste período e cada uma das contribuições. Assim como no
modelo de Fluxo em Pistão, a variação na atividade de trítio é atribuída apenas ao decaimento
radioativo (ZUBER e MALOSZEWSKI, 2000):
4567 = ∑ 4.'��'9:�; 56<7 ∙ �> ∙ ��?@&
ABCD �−F�> + GH ∙ 56 − 6<<7I 6< + 16′ (17)
Onde
C(t): concentração no tempo t em que foi realizada a análise;
C0: concentração inicial;
λ: termo de decaimento, equivalente a ln2/τ1/2 (sendo τ1/2 a meia vida do trítio);
τ: tempo de residência da água subterrânea no aquífero amostrado;
(t-t’): tempo transcorrido desde o ano a que se refere C0 até o momento de coleta da amostra;
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1. Estimativa do volume
O volume total de água consumido na área de estudo foi estimado em 5.332.140 m
(7.410 m3/h ou ~2m3/s). Desse
da captação superficial de surgência,
subterrânea e superficial, representam 23% e 17% do total captado, respectivamente (
17). Observa-se aqui que a grande maioria das captações na área, 83%, está diretamente
ligada às reservas subterrâneas, ou por
dos aquíferos.
Figura 17. Percentual do tipo de captação das águas exploradas na área em estudos.
Os volumes consumidos também foram estimados para as seguintes classes de usos:
abastecimento público, mineração, mineração/desaguamento de mina,
abastecimento de condomínio, agricultura, doméstico, hospitalar
animais, posto de abastecimento de combustíveis e piscicultura.
percentual relativo a cada tipo de uso do volume captado na região. O abastecimento público
é a principal finalidade da água captada, aproximadamente de 56%
indústria extrativa mineral utiliza 10% desse volume, 15% da captação objetiva
rebaixamento de nível freático para o avanço do processo de lavra das minas na região.
Indústrias e condomínio são responsáveis pela utilização, cada um, de 8% da água extraída na
área. Agricultura e o uso doméstico demandam 2% e 1% do volume total, respectivamente.
captação
superficial de
surgências
60%
captação
subterrânea
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estimativa do volume e uso da água consumida na área de estudos
O volume total de água consumido na área de estudo foi estimado em 5.332.140 m
Desse enorme volume total, a grande maioria, cerca de 60%, provém
da captação superficial de surgência, aquela relacionada a nascentes. As demais captações,
subterrânea e superficial, representam 23% e 17% do total captado, respectivamente (
se aqui que a grande maioria das captações na área, 83%, está diretamente
ligada às reservas subterrâneas, ou por captações direta em poços, ou em pontos de surgência
Percentual do tipo de captação das águas exploradas na área em estudos.(Dados de DAVIS et al., 2005b)
Os volumes consumidos também foram estimados para as seguintes classes de usos:
abastecimento público, mineração, mineração/desaguamento de mina,
abastecimento de condomínio, agricultura, doméstico, hospitalar, lazer, dessedentação de
animais, posto de abastecimento de combustíveis e piscicultura. A
percentual relativo a cada tipo de uso do volume captado na região. O abastecimento público
é a principal finalidade da água captada, aproximadamente de 56%
ria extrativa mineral utiliza 10% desse volume, 15% da captação objetiva
rebaixamento de nível freático para o avanço do processo de lavra das minas na região.
Indústrias e condomínio são responsáveis pela utilização, cada um, de 8% da água extraída na
rea. Agricultura e o uso doméstico demandam 2% e 1% do volume total, respectivamente.
captação
superficial
17%
captação
superficial de
surgências
60%
captação
subterrânea
23%
68
na área de estudos
O volume total de água consumido na área de estudo foi estimado em 5.332.140 m3/mês
volume total, a grande maioria, cerca de 60%, provém
aquela relacionada a nascentes. As demais captações,
subterrânea e superficial, representam 23% e 17% do total captado, respectivamente (Figura
se aqui que a grande maioria das captações na área, 83%, está diretamente
captações direta em poços, ou em pontos de surgência
Percentual do tipo de captação das águas exploradas na área em estudos.
Os volumes consumidos também foram estimados para as seguintes classes de usos:
abastecimento público, mineração, mineração/desaguamento de mina, industrial,
, lazer, dessedentação de
A Figura 18 mostra o
percentual relativo a cada tipo de uso do volume captado na região. O abastecimento público
é a principal finalidade da água captada, aproximadamente de 56% do volume total. A
ria extrativa mineral utiliza 10% desse volume, 15% da captação objetiva a
rebaixamento de nível freático para o avanço do processo de lavra das minas na região.
Indústrias e condomínio são responsáveis pela utilização, cada um, de 8% da água extraída na
rea. Agricultura e o uso doméstico demandam 2% e 1% do volume total, respectivamente.
As outras classes - hospitalar, lazer, dessedentação de animais, posto de abastecimento e
piscicultura - não atingem um ponto percentual.
Figura 18. Percentual das classes de uso no volume total captado na área em estudo.
Avaliando-se o tipo de captação de água para ca
o volume de água extraído utilizado em postos de abastecimento e hospitais é de origem
subterrânea, devido aos poços já mencionados encontrados na região para essa finalidade. E,
obviamente, é também de origem
desaguamento de mina. Para as outras classes de uso, a origem da
mostrado na Figura 19.
Figura
Analisando o gráfico anterior
público e de condomínios, a maior parte do volume de água é de origem superficial de
surgência. A água superficial é menos expressiva nessas classes. A água de captação
mineração
10%
mineração/
desaguamento
15%
industrial
8%
abastecimento
condomínios
0
20
40
60
80
100
Po
rce
nta
ge
m (
%)
hospitalar, lazer, dessedentação de animais, posto de abastecimento e
não atingem um ponto percentual.
Percentual das classes de uso no volume total captado na área em estudo.(Dados DAVIS et al., 2005b)
se o tipo de captação de água para cada classe de uso da água, constata
o volume de água extraído utilizado em postos de abastecimento e hospitais é de origem
subterrânea, devido aos poços já mencionados encontrados na região para essa finalidade. E,
é também de origem subterrânea o volume de água movimentado para
desaguamento de mina. Para as outras classes de uso, a origem da água é variada, como
Figura 19. Origem da água para diversas classes de uso.(Dados de DAVIS et al., 2005b)
anterior, observa-se que para o uso em indústria mineira abastecimento
público e de condomínios, a maior parte do volume de água é de origem superficial de
surgência. A água superficial é menos expressiva nessas classes. A água de captação
abastecimento
público
56%
mineração
abastecimento
de
condomínios
8%
agricultura
2%
doméstico
1%
Outros
0%
Superficial
Superficial
de surgência
Subterrânea
69
hospitalar, lazer, dessedentação de animais, posto de abastecimento e
Percentual das classes de uso no volume total captado na área em estudo.
a classe de uso da água, constata-se que todo
o volume de água extraído utilizado em postos de abastecimento e hospitais é de origem
subterrânea, devido aos poços já mencionados encontrados na região para essa finalidade. E,
ubterrânea o volume de água movimentado para
água é variada, como
Origem da água para diversas classes de uso.
se que para o uso em indústria mineira abastecimento
público e de condomínios, a maior parte do volume de água é de origem superficial de
surgência. A água superficial é menos expressiva nessas classes. A água de captação
abastecimento
público
Superficial
Superficial
de surgência
Subterrânea
subterrânea também não expressa grande importância, apesar de ser maior para abastecimento
de condomínios devido a poços perfurados independentemente por alguns deles.
As águas superficiais captadas na região têm como suas principais finalidades a indústria e a
agricultura, representando a grande maioria do volume de água utilizado nessas classes.
Águas superficiais de surgência não são utilizadas para fins industriais, mas são utilizadas,
apesar de em baixas proporções, na atividade agrícola. A água de origem subterrânea não
atinge 1 ponto percentual do volume de água utilizada em indústrias e, apesar de um pouco
maior, é também muito pouco expressivo no volume de água destinado a agricultura local.
Para atividades de lazer, uso doméstico e dessedentação de animais, a maior parte
utilizada advém da captação subterrânea. Águas de superficiais e superficiais de surgências
apresentam similar proporção no uso para dessedentação de animais, cerca de
volume total cada uma. Águas superficiais de surgências são o segun
utilizado para o uso doméstico e lazer. Águas superficiais não são utilizadas em atividade de
lazer e representam uma pequena parte, cerca de 10%, no volume de uso doméstico.
De todo o volume de água superficial captada na área em
parte, 420.550 m3/mês é destinada à atividade industrial. Um volume de 291.210 m
destinado ao abastecimento público e 115.700 m
de uso hospitalar, lazer, desaguamento de min
utilizam água de origem superficial. As demais classes de uso somam cerca de 1% do volume
total de águas superficiais captadas, como
Figura 20. Porcentagens das classes de uso da água superficial captada na
Abasteciment
o público
33%
Agricultura
13%
xpressa grande importância, apesar de ser maior para abastecimento
de condomínios devido a poços perfurados independentemente por alguns deles.
As águas superficiais captadas na região têm como suas principais finalidades a indústria e a
sentando a grande maioria do volume de água utilizado nessas classes.
Águas superficiais de surgência não são utilizadas para fins industriais, mas são utilizadas,
apesar de em baixas proporções, na atividade agrícola. A água de origem subterrânea não
ge 1 ponto percentual do volume de água utilizada em indústrias e, apesar de um pouco
maior, é também muito pouco expressivo no volume de água destinado a agricultura local.
Para atividades de lazer, uso doméstico e dessedentação de animais, a maior parte
utilizada advém da captação subterrânea. Águas de superficiais e superficiais de surgências
apresentam similar proporção no uso para dessedentação de animais, cerca de
volume total cada uma. Águas superficiais de surgências são o segun
utilizado para o uso doméstico e lazer. Águas superficiais não são utilizadas em atividade de
lazer e representam uma pequena parte, cerca de 10%, no volume de uso doméstico.
De todo o volume de água superficial captada na área em estudo, 878.760 m
/mês é destinada à atividade industrial. Um volume de 291.210 m
destinado ao abastecimento público e 115.700 m3/mês regam a agricultura local. As classes
de uso hospitalar, lazer, desaguamento de mina, posto de abastecimento e piscicultura não
utilizam água de origem superficial. As demais classes de uso somam cerca de 1% do volume
total de águas superficiais captadas, como mostra a Figura 20.
Porcentagens das classes de uso da água superficial captada na área em estudo.
(Dados de DAVIS et al., 2005b)
Industrial
48%Abasteciment
Agricultura
13%
Outros
6%
70
xpressa grande importância, apesar de ser maior para abastecimento
de condomínios devido a poços perfurados independentemente por alguns deles.
As águas superficiais captadas na região têm como suas principais finalidades a indústria e a
sentando a grande maioria do volume de água utilizado nessas classes.
Águas superficiais de surgência não são utilizadas para fins industriais, mas são utilizadas,
apesar de em baixas proporções, na atividade agrícola. A água de origem subterrânea não
ge 1 ponto percentual do volume de água utilizada em indústrias e, apesar de um pouco
maior, é também muito pouco expressivo no volume de água destinado a agricultura local.
Para atividades de lazer, uso doméstico e dessedentação de animais, a maior parte da água
utilizada advém da captação subterrânea. Águas de superficiais e superficiais de surgências
apresentam similar proporção no uso para dessedentação de animais, cerca de um quarto do
volume total cada uma. Águas superficiais de surgências são o segundo tipo de água mais
utilizado para o uso doméstico e lazer. Águas superficiais não são utilizadas em atividade de
lazer e representam uma pequena parte, cerca de 10%, no volume de uso doméstico.
estudo, 878.760 m3/mês, a maior
/mês é destinada à atividade industrial. Um volume de 291.210 m3/mês é
/mês regam a agricultura local. As classes
a, posto de abastecimento e piscicultura não
utilizam água de origem superficial. As demais classes de uso somam cerca de 1% do volume
Porcentagens das classes de uso da água superficial captada na
Industrial
48%
As águas superficiais de surgências captadas na área somam
m3/mês. Desse volume, 2.445.860 m
abastecimento público. Outros 464.900 m
e a condomínios, respectivamente. As classes de
mina e posto de abastecimento não utilizam água desse tipo de captação. As outras classes
somam cerca de 1% do volume total, como mostrado n
Figura 21. Porcentagens das classes de uso da água superficial de surgência
A água de origem subterrânea apresenta maior diversidade de uso, ela apenas não é utilizada
pela piscicultura. A maior parte da água subterrânea produzida na área em estudo é devido ao
processo de desaguamento de mina. De um total de 1.224.620 m
removidos do subsolo para
é destinado ao abastecimento público. 92
abastece a indústria mineira e 19.185 m
hospitalares consomem 6.915 m
somam pouco mais de 1% do volume total captado (
Segundo o IBGE (2000b),
encontra-se na faixa de 160,0 a 319,9 litros. Considerando
cidadãos demanda, em média, 240
da área em estudo, com finalidade de rebaixar o nível do lençol freático para o avanço da
lavra de minérios, seria suficiente para abastecer uma
capital de mineira com 115.500 hab
Abastecimento
público
Mineração
14%
As águas superficiais de surgências captadas na área somam um volume total de 3.228.760
/mês. Desse volume, 2.445.860 m3/mês, a maioria esmagadora, é utilizada para o
abastecimento público. Outros 464.900 m3/mês e 288.500 m3/mês são destinados a mineração
e a condomínios, respectivamente. As classes de uso hospitalar, industrial, desaguamento de
mina e posto de abastecimento não utilizam água desse tipo de captação. As outras classes
somam cerca de 1% do volume total, como mostrado na Figura 21.
Porcentagens das classes de uso da água superficial de surgência captada na área em estudo.
(Dados de DAVIS et al., 2005b)
A água de origem subterrânea apresenta maior diversidade de uso, ela apenas não é utilizada
piscicultura. A maior parte da água subterrânea produzida na área em estudo é devido ao
processo de desaguamento de mina. De um total de 1.224.620 m3/mês, 831
removidos do subsolo para o rebaixamento do lençol freático. Um volume de 221
é destinado ao abastecimento público. 92.630 m3/mês abastecem condomínios, 31.370 m
abastece a indústria mineira e 19.185 m3/mês é para uso doméstico. Atividades agrícolas e
hospitalares consomem 6.915 m3/mês e 6.500 m3/mês, respectivamente. Outras classes de uso
somam pouco mais de 1% do volume total captado (Figura 22).
o volume diário per capta de água distribuída em Belo Horizonte
se na faixa de 160,0 a 319,9 litros. Considerando-se, então, que cada um desses
demanda, em média, 240 litros de água, a quantidade de água removida do subsolo
da área em estudo, com finalidade de rebaixar o nível do lençol freático para o avanço da
lavra de minérios, seria suficiente para abastecer uma cidade do nível sócio
115.500 habitantes.
Abastecimento
público
76%
Abastecimento
de
condomínios
9%
Outros
1%
71
um volume total de 3.228.760
/mês, a maioria esmagadora, é utilizada para o
/mês são destinados a mineração
italar, industrial, desaguamento de
mina e posto de abastecimento não utilizam água desse tipo de captação. As outras classes
Porcentagens das classes de uso da água superficial de surgência
A água de origem subterrânea apresenta maior diversidade de uso, ela apenas não é utilizada
piscicultura. A maior parte da água subterrânea produzida na área em estudo é devido ao
/mês, 831.600 m3/mês são
do lençol freático. Um volume de 221.520 m3/mês
/mês abastecem condomínios, 31.370 m3/mês
co. Atividades agrícolas e
/mês, respectivamente. Outras classes de uso
o volume diário per capta de água distribuída em Belo Horizonte
se, então, que cada um desses
a quantidade de água removida do subsolo
da área em estudo, com finalidade de rebaixar o nível do lençol freático para o avanço da
cidade do nível sócio-econômico da
Abastecimento
de
condomínios
9%
Figura 22. Porcentagens das classes de uso da água subterrânea captada na área em estudo.
6.2. Hidroquímica das águas subterrâneas
Durante o planejamento e execução
período de seca, quando as interferências de chuva nas medições de vazões e parâmetros
físico-químicos são minimizadas (BEATO
amostrados após o início do perí
Dessa forma, os resultados obtidos foram estudados cautelosamente,
desse fato, os limites de detecção disponíveis e a possível não representatividade da amostra
quanto ao ponto de descarga dos aquíferos.
Foram coletadas amostras de
e um dreno, cujas características são descritas no
campo, bem como os resultados d
APÊNDICE F. Os pontos de água podem ser localizados no mapa apresentado no
APÊNDICE I.
A temperatura média das águas amostradas do Aquífero Cauê apresentou
média de condutividade elétrica
com alto desvio padrão, 11
P12C, P13, P15, P17, P20, P23, P30
de condutividades, todos acima de
altos para descargas do Aquífero Cauê, conhecidas por sua baixa mineralização.
(2007) determinou em 13,33
Abastecimento
público
18%
Abastecimento
de condomínios
8%
Porcentagens das classes de uso da água subterrânea captada na área em estudo.(Dados de DAVIS et al., 2005b)
das águas subterrâneas
Durante o planejamento e execução desse trabalho, procurou-se efetuar as amostragens no
período de seca, quando as interferências de chuva nas medições de vazões e parâmetros
químicos são minimizadas (BEATO et al., 2005). Porém 10 dos 47 pontos foram
amostrados após o início do período chuvoso, dentre eles 4 nascente e 6 poços tubulares.
Dessa forma, os resultados obtidos foram estudados cautelosamente,
desse fato, os limites de detecção disponíveis e a possível não representatividade da amostra
e descarga dos aquíferos.
Foram coletadas amostras de poços tubulares e escavados, nascentes, cabeceiras de drenagem
as características são descritas no APÊNDICE D. Os
resultados dos ensaios químicos e físico-químico
Os pontos de água podem ser localizados no mapa apresentado no
A temperatura média das águas amostradas do Aquífero Cauê apresentou
condutividade elétrica (C.E.) medida em campo foi determinada em 1
1,6 µS.cm-1. Para esta última medida, destacam
P12C, P13, P15, P17, P20, P23, P30, P31B, P36 e P39 que apresentaram os maiores valores
acima de 20 µS.cm-1. Esses valores são considerad
s para descargas do Aquífero Cauê, conhecidas por sua baixa mineralização.
(2007) determinou em 13,33 µS.cm-1 a condutividade média das águas desse aq
Desaguamento
de mina
68%
Abastecimento
de condomínios
Mineração
2%
Doméstico
2%
Agricultura
1%Hospitalar
0%Outros
1%
72
Porcentagens das classes de uso da água subterrânea captada na área em estudo.
se efetuar as amostragens no
período de seca, quando as interferências de chuva nas medições de vazões e parâmetros
, 2005). Porém 10 dos 47 pontos foram
4 nascente e 6 poços tubulares.
Dessa forma, os resultados obtidos foram estudados cautelosamente, considerando-se além
desse fato, os limites de detecção disponíveis e a possível não representatividade da amostra
nascentes, cabeceiras de drenagem
s valores medidos em
químicos são apresentados no
Os pontos de água podem ser localizados no mapa apresentado no
A temperatura média das águas amostradas do Aquífero Cauê apresentou-se em 20,7 oC. Já
medida em campo foi determinada em 15,4 µS.cm-1
última medida, destacam-se os pontos P07,
que apresentaram os maiores valores
considerados relativamente
s para descargas do Aquífero Cauê, conhecidas por sua baixa mineralização. Mourão
a condutividade média das águas desse aquífero. Os
Desaguamento
de mina
68%
Outros
73
teores de sólidos dissolvidos, que possuem relação direta com condutividade elétrica,
apresentam resultados semelhantes como mostrado na Tabela 13 a seguir.
As águas atribuídas aos Aquíferos Inconsolidados apresentaram, em média, condutividades
elétricas mais expressivas, porém com grande variação. Foram aferidos valores entre 11,6
µS.cm-1 (ponto P37) e 168 µS.cm-1 (ponto P19), com média de 75,50 µS.cm-1.
Tabela 13. Estatística dos parâmetros medidos in loco para as descargas do Aquífero Cauê.
Medida Temperatura (oC)
C.E. (µS.cm-1)
pH TDS (ppm)
ORP (mV)
Mínimo 17,3 3,23 4,88 2,3 174 Maximo 24,3 50,1 7,19 35,4 346 Media 20,7 15,4 5,81 10,6 261
Desvio padrão 1,6 11,6 0,57 8,2 42,5 Mediana 20,6 10,5 5,7 7,1 259,0
Os pHs das descargas do Cauê apresentaram valores entre 4,9 e 7,2. Os pontos P31A e B
foram os únicos cujas águas apresentaram pH maiores de 7. Outros 11 pontos apresentaram
esse parâmetro acima de 6, dentre eles os pontos P07, P12C, P13, P15, P20, P31B, P36 e P39,
que também apresentaram C.E. acima do esperado. Os valores positivos obtidos para os
potenciais de oxidação e redução (ORP) para todos os pontos indicam que o sistema Cauê é
relativamente oxidante. Esses valores, juntamente aos valores de pH, são importantes para a
determinação de equilíbrio dos metais bivalentes no corpo aquífero (HEM, 1985).
Os valores das medianas próximas aos valores das médias indicam uma distribuição simétrica
dos parâmetros medidos em campo. Os valores mais distantes são aqueles de condutividade,
onde o valor um pouco menor da mediana reforça o grande número de amostras com baixos
valores de CE.
De maneira geral, as nascentes relacionadas diretamente com a Formação Cauê apresentam
algumas características peculiares como volumes expressivos e constantes, pHs ácidos (de 5 a
6), além de serem muito pouco mineralizadas, apresentando com condutividades elétricas
menores que 10 µS.cm-1 na maioria das vezes (BEATO et al., 2005). Segundo os mesmos
autores, valores de C.E. e pH um pouco acima do esperado podem ocorrer em virtude da
presença de fácies carbonáticas nos itabiritos. Outra possibilidade é a circulação dessas águas
pela Formação Gandarela.
74
De maneira geral, as amostras apresentam bastante variação quanto aos seus elementos
constituintes. Para as amostras associadas às descargas do Aquífero Cauê, não é possível
observar-se um padrão para as amostras, como pode ser observado no Diagrama de Schoeller,
Figura 23. Dois pontos associados aos Aquíferos Inconsolidados, P21 e P26, apresentam os
maiores teores, com exceção para o magnésio, para os parâmetros estudados no Diagrama.
Figura 23. Diagrama de Schoeller para as amostras.
Esses mesmos pontos, ambos os poços escavados na região do Jardim Canadá, apresentam as
maiores concentrações de nitrato dentre as descargas analisadas, 4,1 e 9,9 mg.L-1 para os
pontos P21 e P26, respectivamente. O relativo alto teor de íons dissolvidos, associado à alta
concentração dos íons nitrato em uma área de urbanização crescente e saneamento básico
precário, pode indicar contaminação antrópica do lençol nessa área. É importante observar
que a amostra coletada de um poço tubular no mesmo bairro (ponto P18), apresentou
concentração de 1,0 mg.L-1 do íon nitrato e o poço para rebaixamento na Mina Capão Xavier
(ponto P20), mineração vizinha ao Jardim Canadá, apresentou teor de nitrato acima do
esperado, 1,6 mg.L-1. Na ocasião de sua pesquisa, Mourão (2007) encontrou valores de
próximos de 0,1 mg.L-1 para um poço tubular (ponto P88) e um poço escavado (ponto P108)
na mesma região.
O poço tubular P30 (Quintas do Morro), no setor leste do Sinclinal Moeda, também apresenta
nitrato acima do esperado. Não se pode descartar os xistos como a origem do nitrato, porém a
75
média para esse ânion encontrado nos Aquíferos em Xistos por Mourão (2007) apresenta
valor 1,06 mg.L-1, metade do valor 2,81 mg.L-1 encontrado nesse ponto. O possível excesso
de nitrato pode ser explicado por material orgânico gerado pelo próprio condomínio ou por
condomínios vizinhos. Os íons sódio e cloro também aparecem em maior teor nesse ponto.
Os teores de nitrato observados na área do Jardim Canadá, somados à direção do fluxo
subterrâneo proposto por Mourão (2007) para a região (APÊNDICE I), pode indicar um risco
às nascentes a oeste dessa área, onde encontra-se, por exemplo, o manancial de abastecimento
público Catarina cujas nascentes apresentaram teor médio de 0,5 mg.L-1 de nitrato.
Pesquisa realizada por Lazarim (1999) na região do Jardim Canadá indicou a existência de
conexão hidráulica entres algumas alguns aquíferos (Cauê, Gandarela e Cercadinho)
configurando um aquífero único de caráter local. Essas conexões seriam uma porta aberta
para um possível foco de poluição alcançar outros aquíferos e maiores distâncias a partir do
Bairro Jardim Canadá.
Outros dois poços, relativamente distantes de zona urbana, localizados nas minas do Pico
(ponto P42) e Sapecado (ponto P43) também apresentaram nitrato um pouco acima do
esperado (1,1 e 1,7 mg.L-1, respectivamente). Resultados semelhantes para um poço da cava
do Pico é apresentado por Beato e outros (2005). Segundo os autores, outra possível
explicação para a presença nitrato nessas águas subterrâneas é o uso de explosivos a base de
nitrato de amônio nas minas.
Quanto aos ânions, a variação na concentração foi menor, sendo a maioria das águas
classificadas como bicarbonatadas. No diagrama de Piper (Figura 24), é possível observar que
o ponto P30 distancia-se um pouco das demais apresentando maior concentração relativa dos
íons cloreto e sulfato.
Quanto aos cátions, a maioria das amostras, divide-se entre cálcicas, magnesianas e cálcica-
magnesianas. Os pontos P18, P28, P30, P32 e P35 indicam a presença de sódio. Segundo
Mourão (2007) a presença de sódio pode ser atribuída a duas fontes: i) circulação das águas
por níveis pelíticos; ii) contribuição de águas de cobertura, nas quais a concentração desse
elemento cerca de quatro vezes superior a do Aquífero Cauê. Erro analítico também não pode
ser descartado.
A maioria das amostras de água subterrânea é classificada, então, como bicarbonatada cálcica
ou magnesiana. Dentre essas amostras, um grupo de cinco apresenta-se distante das demais,
como é mostrado no diagrama. O ponto P30 apresenta-se sódica e menos bicarbonatada que o
restante das amostras. As águas do ponto P28 (Poço 7, Mar Azul) mostram
como bicarbonatadas sódicas,
entre bicarbonatas sódicas e
necessário considerar a falta de precisão na quantificação das espécies, devida a baixa
mineralização das amostras (4,4 e 5,9 µS.cm
Figura
Figura
6E
-0,2
(CO
32
-+
HC
O3
- ) -
(Cl -
+ F
-+
SO
42
- )
mil
ieq
uiv
ale
nte
As águas do ponto P28 (Poço 7, Mar Azul) mostram
como bicarbonatadas sódicas, já o pontos P18 (Poço tubular no Jardim Canadá)
entre bicarbonatas sódicas e cálcicas-magnesianas. Porém, para essas duas últimas
necessário considerar a falta de precisão na quantificação das espécies, devida a baixa
ras (4,4 e 5,9 µS.cm-1).
Figura 24. Diagrama de Piper para as amostras.
Figura 25. Diagrama adaptado de Chadha (1999) para as amostras do Aquífero Cauê.
-0,1
6E-16
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 0,2 0,4 0,6
(Ca2+ + Mg2+) - (Na+ + K+)
miliequivalente
Grupo 3 Grupo 2 Grupo 1
76
As águas do ponto P28 (Poço 7, Mar Azul) mostram-se claramente
pontos P18 (Poço tubular no Jardim Canadá) mostra-se
Porém, para essas duas últimas, é
necessário considerar a falta de precisão na quantificação das espécies, devida a baixa
0,8
77
Um diagrama modificado de Chadha (1999) para as os resultados obtidos é mostrado na
Figura 25. Foram identificados três grupos, da mesma forma da realizada por Mourão (2007)
para os resultados obtidos naquele trabalho e aqueles reunidos por Beato (2005), onde o
Grupo 1 representa as amostras com maior concentração dos íons considerados para a
construção do diagrama e o Grupo 3 agrupa aquelas com menor concentração dessas espécies.
Unindo-se esses resultados à classificação realizada por Mourão (op. cit.) para suas amostras
(APÊNDICE G) e o inventário reunido por Beato e colaboradores (2005) obtemos três grupos
para as amostras do Aquífero Cauê, Tabela 14.
Tabela 14. Classificação das amostras do Aquífero Cauê
de acordo com suas características químicas. Classificação de Mourão (2007) Resultados
Grupo 1 P48, P82A, P82B, P84, P95, P96, P114, 50, 50, 59, 59, 65, 65, 116, 249, 741, 367
P17, P20, P36.
Grupo 2
P56, P57, P65, P66, P67, P69, P73, P81, P83A, P85, P86, P97, P105, P106, P107, P115, 51, 65, 267, 317,364, 374,468, 790.
P02, P07, P08, P09A,P09B, P11, P14, P16,P33, P42, P43.
Grupo 3 P58, P86B, P87, P112, P113, P116, P117, P118, 335, 459, 470, 520, 522, 743.
P18, P28, P30, P32.
Discrepantes P94, 210, 330, 366, 757
O balanço iônico realizado para as amostras mostrou erros bastante variados, mínimo de 0,3%
e máximo de 61,9%. O ponto P35 (C.E. 4,36 µS.cm-1) apresentou balanço iônico 0,6 %, já
para o ponto P32 (CE 5,9 µS.cm-1) o desvio ficou em 61,9 %. De maneira geral, os erros de
balanço se mostraram relativamente altos, como o esperado, devido à baixa mineralização das
águas, com valor médio e mediana de 20,9 % e 18,9 %, respectivamente.
Considerando-se a tolerância ao erro do balanço iônico apresentado por Custódio e Llamas
(1983), realizou-se aproximação exponencial para cálculo do erro admissível para cada
amostra, considerando sua condutividade elétrica medida. Dessa forma, quatro pontos
apresentam erros não admissíveis de balanço: P14, P16, P32 e P38.
Quanto aos teores de elementos traço, Beato e colaboradores (2005) escreveram:
Elementos traços, destacam-se o fosfato, manganês e zinco que são
encontrados com teores baixos, mas freqüentes, associados à ocorrência de
sulfetos, carbonatos e diques básicos, comuns em grande parte do arcabouço
geológico. (BEATO et al., 2005)
78
Já Mourão (op. cit.) aponta em sua tese os elementos ferro, zinco, chumbo, bário e fósforo de
como de rara ocorrência na região.
As análises dos elementos traço investigados apontam para a presença de Zn e Fe, embora em
baixas quantidades, em concentrações máximas de 1,03 mg.L-1 para Zn (ponto P14) e 0,22
mg.L-1 para Fe (ponto P18). Os demais elementos, Mn, Ni, Cu, Cd, Ba e Al não aparecem em
concentrações expressivas nos resultados. Uma análise estatística das quantificações é
mostrada na Tabela 15.
Foi realizado em estudo de correlações entre os parâmetros investigados para os pontos de
descarga do Aquífero Cauê. Os resultados são mostrados na Tabela 16. Dentre as correlações
positivas encontradas estão dureza e HCO3-, dureza e Mg2+. Esses dados, somados à
correlação entre HCO3- e Mg2+ de 65%, apontam dissolução da dolomita.
A correlação positiva entre dureza, bicarbonato e pH também indica a dissolução de
carbonatos. Porém, não foi encontrada nenhuma correlação positiva entre pH e qualquer outro
parâmetro. Mas, a relação entre essa medida e HCO3- e Mg2+ mostraram-se acima de 70% o
que, devido à baixa mineralização das águas e consequente dificuldade nas análises químicas,
pode indicar dissolução de carbonato nas águas. A correlação positiva entre Ca2+ e Mg2+
indica a dissolução de carbonatos ricos em magnésio.
A relação entre pH e bicarbonato para as amostras do Cauê pode ser observada na Figura 26.
O aumento de bicarbonato é acompanhado pelo aumento na escala de pH. Dois pontos se
distanciam desse comportamento: P16 (Catarina Auxiliar) e P32 (Poço 19, Mina Pau Branco).
Estes resultados indicam alta e baixa dissolução de carbonatos, respectivamente. Esta
característica atribuída ao poço 19 da Mina Pau Branco (ponto P32) encontra-se distante do
poço 26 da mesma mina (ponto P33) e da nascente Carrapatos (ponto P36), todos pontos
próximos. O desvio da nascente da Fazenda Vista (ponto P01) apresenta alguma alta na
dissolução dos carbonatos, o que é esperado, pelas águas possuírem possível origem no
Aquífero Gandarela.
Outras correlações positivas encontradas são FeS e ZnT, FeT e MnT, AlT e CdT, K+ e MgT. A
discussão dos resultados químicos será retomada mais adiante junto aos dados isotópicos.
79
Figura 26. Relação entre pH e íons bicarbonato para as amostras
relacionadas às descargas do Aquífero Cauê.
Tabela 15. Parâmetros estatísticos para os elementos traço investigados no Aquífero Cauê.
Parâmetros estatísticosFeS
(mg.L-1)
CaT
(mg.L-1)
NaT
(mg.L-1)
KT
(mg.L-1)
FeT
(mg.L-1)
MgT
(mg.L-1)
MnT
(mg.L-1)
AlT
(mg.L-1)
NiT
(mg.L-1)
CuT
(mg.L-1)
ZnT
(mg.L-1)
CdT
(mg.L-1)
BaT
(mg.L-1)
Média: 0,16 3,00 3,36 0,79 0,09 0,6498 0,0111 0,0259 0,0011 0,0054 0,1507 0,0000 0,0052Mediana: 0,13 0,77 3,18 0,30 0,04 0,4010 0,0057 0,0070 0,0004 0,0012 0,0570 0,0000 0,0050Desv.pad: 0,05 6,08 3,41 1,13 0,08 0,6279 0,0144 0,0619 0,0015 0,0131 0,2199 0,0001 0,0043Máximo: 0,21 22,40 6,70 3,30 0,22 2,2130 0,0648 0,0828 0,0065 0,0620 1,0320 0,0003 0,0202Mínimo: 0,13 0,19 0,40 0,15 0,02 0,0285 0,0008 0,0011 0,0001 0,0001 0,0033 0,0000 0,0006
Número de detecções (>0,1mg/L): 0 21 4 7 12 21 0 1 0 0 10 0 0
Tabela 16. Correlações entre os principais parâmetros hidroquímicos do Aquífero Cauê. T(
oC) CE pH STD Eh ST Dureza HCO3
-F
-Cl
- NO3-
SO42-
Na+
K+
Ca2+
Mg2+
Mn+ FeS CaT NaT KT FeT MgT MnT AlT NiT CuT ZnT CdT BaT
T(oC) 1,00
CE -0,23 1,00
pH -0,30 0,60 1,00
STD -0,21 0,99 0,59 1,00
Eh -0,27 0,00 0,21 -0,07 1,00
TS -0,21 0,99 0,59 1,00 -0,07 1,00
Dureza -0,25 0,66 0,65 0,67 -0,12 0,67 1,00
HCO3-
-0,25 0,61 0,71 0,62 0,11 0,62 0,92 1,00
F-
-0,21 -0,28 -0,16 -0,26 -0,33 -0,26 -0,37 -0,40 1,00
Cl-
0,12 0,32 -0,36 0,33 -0,03 0,34 -0,12 -0,13 -0,11 1,00
HCO3-
0,20 0,26 -0,37 0,29 -0,40 0,29 0,04 -0,13 0,03 0,68 1,00
SO42-
-0,06 0,65 0,27 0,69 -0,59 0,69 0,56 0,35 0,01 0,29 0,31 1,00
Na+
0,19 0,37 -0,26 0,40 -0,23 0,40 -0,05 -0,05 -0,19 0,91 0,65 0,37 1,00
K+
-0,42 0,38 0,30 0,41 -0,18 0,41 0,28 0,33 -0,18 0,16 -0,07 0,38 0,39 1,00
Ca2+
-0,20 0,89 0,65 0,86 0,06 0,86 0,67 0,65 -0,33 0,10 0,01 0,59 0,15 0,30 1,00
Mg2+
-0,46 0,77 0,72 0,75 -0,01 0,75 0,77 0,65 -0,27 -0,14 -0,09 0,60 -0,08 0,39 0,88 1,00
Mn+
0,17 -0,20 -0,28 -0,17 -0,48 -0,17 -0,14 -0,25 0,56 -0,01 -0,11 0,28 -0,09 -0,15 -0,13 -0,19 1,00
FeS 0,43 -0,23 -0,15 -0,22 -0,17 -0,23 0,00 -0,09 -0,11 -0,09 -0,10 -0,14 -0,11 -0,10 -0,17 -0,23 0,33 1,00
CaT -0,13 0,86 0,59 0,83 0,05 0,83 0,69 0,65 -0,35 0,15 0,01 0,60 0,17 0,22 0,97 0,84 -0,03 -0,10 1,00
NaT 0,10 0,42 0,33 0,46 -0,35 0,46 0,33 0,35 -0,16 0,06 -0,08 0,47 0,35 0,41 0,43 0,30 0,01 -0,09 0,44 1,00
KT 0,18 0,34 -0,19 0,36 -0,14 0,36 0,09 0,03 -0,19 0,80 0,52 0,31 0,76 0,29 0,17 -0,04 0,06 0,44 0,21 0,10 1,00
FeT 0,73 -0,21 -0,12 -0,18 -0,35 -0,18 -0,15 -0,14 -0,09 -0,08 -0,06 -0,08 0,10 -0,19 -0,14 -0,34 0,31 0,65 -0,06 0,46 0,20 1,00
MgT -0,46 0,46 0,56 0,44 0,03 0,44 0,34 0,43 -0,26 -0,18 -0,40 0,29 0,06 0,80 0,56 0,64 -0,25 -0,21 0,47 0,50 -0,06 -0,17 1,00
MnT 0,67 -0,06 -0,15 -0,02 -0,37 -0,02 -0,09 -0,18 -0,16 0,15 0,15 0,11 0,36 -0,12 -0,04 -0,23 0,13 0,27 0,02 0,61 0,18 0,81 -0,13 1,00
AlT -0,05 -0,25 0,13 -0,26 0,01 -0,26 -0,39 -0,34 0,67 -0,10 -0,20 -0,09 -0,15 -0,16 -0,22 -0,19 0,23 -0,08 -0,25 -0,12 -0,14 0,03 -0,10 -0,02 1,00
NiT -0,16 0,42 0,56 0,46 -0,38 0,46 0,56 0,37 0,25 -0,09 0,21 0,59 -0,04 0,15 0,34 0,51 0,09 -0,13 0,33 0,17 -0,04 -0,12 0,06 0,00 0,29 1,00
CuT -0,45 0,69 0,65 0,73 -0,21 0,73 0,70 0,65 -0,13 0,05 -0,05 0,68 0,20 0,74 0,64 0,74 -0,12 -0,07 0,58 0,57 0,26 -0,16 0,69 -0,09 -0,11 0,56 1,00
ZnT 0,33 -0,06 -0,17 -0,03 -0,33 -0,03 0,18 -0,02 -0,14 0,14 0,13 0,10 0,18 0,18 -0,09 -0,14 0,21 0,90 -0,06 0,03 0,67 0,52 -0,07 0,21 -0,16 -0,07 0,18 1,00
CdT -0,04 -0,23 0,12 -0,24 0,29 -0,24 -0,37 -0,26 0,40 0,15 -0,05 -0,26 0,05 -0,19 -0,25 -0,27 -0,09 -0,16 -0,30 -0,23 0,03 -0,09 -0,21 -0,06 0,82 0,17 -0,18 -0,21 1,00
BaT 0,45 -0,23 -0,20 -0,18 -0,60 -0,18 -0,25 -0,28 0,27 -0,06 -0,06 0,22 0,17 -0,01 -0,21 -0,29 0,36 0,01 -0,18 0,67 -0,13 0,63 0,00 0,72 0,22 0,02 -0,03 0,02 -0,03 1,00
6.3. Linha Meteórica Local
Clark e Fritz (1997) afirmam que a condensação de neblina pode ser importante fonte de
recarga em regiões costeiras e
pesquisa devido à diferença entre essas regiões e a área de estudos.
pequeno volume, entre 0 e 100 mL
não foram analisadas. Apesar do volume recolhido, as estações
pontos de coleta não indicaram precipitação no período. Concluiu
resultado do sereno.
Salati e colaboradores (1980), ao determinarem a
Brasil, e Yurtsever e Payne (1979), em estudos de mesma natureza no Catar, excluem da
regressão linear amostras de chuvas abaixo e 50 mm e
notarem que essas amostras apresentaram características de evaporação.
nos períodos de menor precipitação na área não apresentaram desvios significativos do
restante. Dessa forma, nenhum
Local. Aos resultados da pesquisa
resultados disponíveis do programa GNIP da estação Belo Horizonte,
que contemplaram o período de
disponibilizados online pelo programa.
da estação Parque do Rola Moça (PLU03).
pontos levantados é mostrada a seguir n
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
-12 -10
δ²H
(‰)
PLU01 - Mina do Pico
Local
Fritz (1997) afirmam que a condensação de neblina pode ser importante fonte de
recarga em regiões costeiras e áridas, essa hipótese não foi considerada para a presente
pesquisa devido à diferença entre essas regiões e a área de estudos.
pequeno volume, entre 0 e 100 mL (APÊNDICE E), obtidas nos períodos de julho e agosto
não foram analisadas. Apesar do volume recolhido, as estações permanentes em cada um dos
pontos de coleta não indicaram precipitação no período. Concluiu-se então que a
Salati e colaboradores (1980), ao determinarem a Linha Meteórica Local no nordeste do
Brasil, e Yurtsever e Payne (1979), em estudos de mesma natureza no Catar, excluem da
regressão linear amostras de chuvas abaixo e 50 mm e 20 mm de chuvas, respectivamente, ao
amostras apresentaram características de evaporação.
nos períodos de menor precipitação na área não apresentaram desvios significativos do
restante. Dessa forma, nenhum resultado obtido foi excluído do cálculo da
. Aos resultados da pesquisa, que somam um total de 28, foram adicionados
programa GNIP da estação Belo Horizonte,
que contemplaram o período de outubro de 2008 a dezembro de 2009
disponibilizados online pelo programa. Essa última estação está localizada a 18,4 km ao norte
da estação Parque do Rola Moça (PLU03). A Linha Meteórica Local obtida
é mostrada a seguir na Figura 27.
Figura 27. Linha Meteórica Local obtida.
δ2H = 8,0725 δ18O + 14,426
R² = 0,994
10 -8 -6 -4 -2
δ18O (‰)
Mina do Pico PLU02 - Lagoa Grande PLU03 - PESRM
81
Fritz (1997) afirmam que a condensação de neblina pode ser importante fonte de
áridas, essa hipótese não foi considerada para a presente
pesquisa devido à diferença entre essas regiões e a área de estudos. Assim, amostras de
, obtidas nos períodos de julho e agosto
permanentes em cada um dos
se então que a amostra é
Meteórica Local no nordeste do
Brasil, e Yurtsever e Payne (1979), em estudos de mesma natureza no Catar, excluem da
20 mm de chuvas, respectivamente, ao
amostras apresentaram características de evaporação. As amostras obtidas
nos períodos de menor precipitação na área não apresentaram desvios significativos do
foi excluído do cálculo da Linha Meteórica
foram adicionados os 16
programa GNIP da estação Belo Horizonte, localizada no CDTN,
outubro de 2008 a dezembro de 2009. Esses resultados são
Essa última estação está localizada a 18,4 km ao norte
Meteórica Local obtida, então, com os 44
+ 14,426
0 2
PESRM BHZ-GNIP
82
Observando-se Figura 27, é possível nota-se a clara conformidade entre os resultados
apresentados para as amostras coletadas na área de estudos e os resultados da Estação Belo
Horizonte/GNIP. Esse fato confere crédito aos resultados obtidos, para estas amostras e as
amostras subterrâneas, uma vez que todas foram preparadas e analisadas de forma similar e
apresentarem concordância com resultados obtidos pela Agência Internacional de Energia
Atômica, referência em regulamentação e metodologias para investigações dessa natureza.
A reta local apresentada acima difere-se da reta global apenas quanto à interseção, conhecida
como excesso de deutério, o coeficiente angular é o mesmo da global. Segundo Yurtserver e
Araguas Araguas (1993), essa diferença é a mais comum encontrada em estudos locais e
deve-se à umidade durante a evaporação primária da massa de ar e temperatura de
precipitação, Clark e Fritz (1997) citam ainda a velocidade do vento como um dos fatores.
Segundo Gat e Matsui (1991 apud MARTINELLI et al., 1996), valores de deutério bem
acima do valor global 10 são indicativos de evaporação regional como origem das massas de
ar que originaram as chuvas. Assim, deve-se considerar a contribuição de evaporação
continental para a ocorrência de chuvas na área de estudos.
Calculando-se a reta meteórica local para cada uma das três estações, separadamente, obtém-
se retas cujos coeficientes são mostrados na Tabela 17.
Tabela 17. Coeficientes lineares e angulares das Retas Meteóricas Locais para cada uma das estações.
Estação Coeficiente
angular Coeficiente
linear r²
PLU01 8,122 15,55 0,994 PLU02 8,216 15,63 0,99 PLU03 7,880 12,93 0,998 BHZ 8,109 14,08 0,995
Os valores dos coeficientes apresentam valores semelhantes entre as três estações amostradas.
Os valores menos homogêneos são aqueles obtidos na Estação do Parque do Rola Moça
(PLU03). Ambos os coeficientes apresentam-se menores para esta estação, sendo a diferença
de valores mais expressiva para o excesso de deutério.
As três estações de coleta e a estação Belo Horizonte do programa GNIP também
apresentaram valores próximos, evidenciando a similaridade isotópica das chuvas da área de
estudos e da cidade de Belo Horizonte.
Comparando-se o volume de
período de amostragem, a relação inversa entre volume de chuvas e a
fica evidente. Os diagramas
das médias de precipitação,
é possível observar um padrão de comportamento
hidrogênio quanto ao Efeito Quantidade: o
por meses mais chuvosos, e os maiores por per
apresenta comportamento fora do padrão.
Figura 28. Comparação entre precipitação e a variação isotópica de deutério médias da área.
Naturalmente, ao realizar comparação semelhante entre as variações isotópicas e a umidade
relativa do ar média de cada período
menos acentuado, devido
volume de chuvas (Figura
evidenciado pela ausência de am
Figura 30. Comparação entre umdo ar e a variação de deutério na área de estudos.
0
100
200
300
400
500
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Precipitação (mm)
0
20
40
60
80
100
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Umidade (%)
o volume de precipitação com as variações isotópicas obtidas
, a relação inversa entre volume de chuvas e a
Os diagramas representados na Figura 28 e na Figura 29
das médias de precipitação, δ2H e δ18O dos três pontos de amostragem.
é possível observar um padrão de comportamento similar aos dois
quanto ao Efeito Quantidade: os menores valores de δ2H e δ18
, e os maiores por períodos mais secos. No entanto, o mês de junho
apresenta comportamento fora do padrão.
Comparação entre precipitação e a
eutério médias da área. Figura 29. Comparação entre precipitação e a variação isotópica de oxigênio médias da área.
Naturalmente, ao realizar comparação semelhante entre as variações isotópicas e a umidade
relativa do ar média de cada período de amostragem, o comportamento é similar, porém
à menor variação da umidade quando comparada à variação d
Figura 30 e Figura 31). O comportamento também não é
evidenciado pela ausência de amostras no período de menor umidade relativa, julho e agosto.
Comparação entre umidade relativa do ar e a variação de deutério na área de estudos.
Figura 31. Comparação entre umidade relativa do ar e a variação de oxigênio na área de estudos.
-80
-60
-40
-20
0
20
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
Precipitação (mm) δ²H
0
100
200
300
400
500
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
No
v
Precipitação (mm)
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
Umidade (%) δ²H
0
20
40
60
80
100
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
Umidade (%)
83
com as variações isotópicas obtidas em cada
, a relação inversa entre volume de chuvas e a deficiência isotópica
foram obtidos através
O dos três pontos de amostragem. Estudando os gráficos
isótopos, oxigênio e 18O são acompanhados
No entanto, o mês de junho
Comparação entre precipitação e a
variação isotópica de oxigênio médias da área.
Naturalmente, ao realizar comparação semelhante entre as variações isotópicas e a umidade
de amostragem, o comportamento é similar, porém
à menor variação da umidade quando comparada à variação do
O comportamento também não é claramente
ostras no período de menor umidade relativa, julho e agosto.
Comparação entre umidade relativa do ar e a variação de oxigênio na área de estudos.
-10
-8
-6
-4
-2
0
No
v
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
Precipitação (mm)
-10
-8
-6
-4
-2
0
No
v
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
Umidade (%) δ18O
O efeito temperatura na região foi investigado.
temperaturas mais elevadas,
já que a diferença das barreiras energéticas
facilmente. Esse efeito pode
a junho e setembro a outubro, os valores de
média. Apenas em dezembro as variações isotópicas não acompanham o aumento de
temperatura, mantendo-se praticamente estável em relação ao mês anterior
Figura 32. Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de deutério.
Em regiões onde a variação térmica é mais pronunciada, o efeito temperatura é melhor
observado. Em estudos procedidos na Finlândia, pelos pesquisadores Kortelainen e Karhu
(2004), a variação de cerca de 30
claramente a variação isotópica de deutério e oxigênio
Segundo Yurtsever e Araguas Araguas (1993), em áreas onde a variação na temperatura
durante o ano não é expressiva, o efeito quantidade é mais claro. O que p
com os dados apresentados
O efeito altitude vem sendo observado em variações
4‰ para deutério a cada 100 m de altitude (CLARK & FRITZ, 1997).
máxima de 269 m na área em estudos
Pico) e o ponto mais baixo (PESRM), a
das precipitações nos três diferentes pontos
foi reconhecido nenhum outro padrão na isotopia das águas de chuva quanto
altimétrica ou geográfica dos amostradores
0
5
10
15
20
25
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
No
v
De
z
T média (oC)
região foi investigado. De acordo com o descrito anteriormente, a
mais elevadas, as variações isotópicas das precipitações apresentam
as barreiras energéticas entre os diferentes isótopos é vencida
Esse efeito pode ser observado na Figura 32e na Figura 33.
a junho e setembro a outubro, os valores de δ²H e δ18O decaem junto
média. Apenas em dezembro as variações isotópicas não acompanham o aumento de
se praticamente estável em relação ao mês anterior
Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de deutério.
Figura 33. Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de oxigênio.
Em regiões onde a variação térmica é mais pronunciada, o efeito temperatura é melhor
procedidos na Finlândia, pelos pesquisadores Kortelainen e Karhu
), a variação de cerca de 30 oC na temperatura média durante o ano acompanha
claramente a variação isotópica de deutério e oxigênio-18 na precipitação.
Segundo Yurtsever e Araguas Araguas (1993), em áreas onde a variação na temperatura
durante o ano não é expressiva, o efeito quantidade é mais claro. O que p
presentados.
O efeito altitude vem sendo observado em variações -0,1 a -0,5‰ para
a cada 100 m de altitude (CLARK & FRITZ, 1997).
na área em estudos, entre o ponto de amostragem mais elevando (Mina do
Pico) e o ponto mais baixo (PESRM), a altitude não apresentou influenciar na característica
das precipitações nos três diferentes pontos de amostragem na área de estudos
foi reconhecido nenhum outro padrão na isotopia das águas de chuva quanto
dos amostradores.
-80
-60
-40
-20
0
20
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
T média (oC) δ²H
0
5
10
15
20
25
Ab
r
Ma
i
Jun
Se
t
Ou
t
No
v
T média (oC)
84
De acordo com o descrito anteriormente, a
apresentam-se maiores,
diferentes isótopos é vencida mais
. Nos períodos de abril
O decaem junto com a temperatura
média. Apenas em dezembro as variações isotópicas não acompanham o aumento de
se praticamente estável em relação ao mês anterior, novembro.
Comparação entre temperaturas médias e a variação isotópica de oxigênio.
Em regiões onde a variação térmica é mais pronunciada, o efeito temperatura é melhor
procedidos na Finlândia, pelos pesquisadores Kortelainen e Karhu
C na temperatura média durante o ano acompanha
18 na precipitação.
Segundo Yurtsever e Araguas Araguas (1993), em áreas onde a variação na temperatura
durante o ano não é expressiva, o efeito quantidade é mais claro. O que pode ser corrobora
para oxigênio-18 e -1 a -
a cada 100 m de altitude (CLARK & FRITZ, 1997). Com uma diferença
m mais elevando (Mina do
altitude não apresentou influenciar na característica
na área de estudos. Também não
foi reconhecido nenhum outro padrão na isotopia das águas de chuva quanto à localização
-10
-8
-6
-4
-2
0
No
v
De
z
Jan
Fe
v
Ma
r
T média (oC) δ18O
A estação Belo Horizonte está localizada a uma altitude menor à da área em estudos, 800
metros. Mesmo comparando
ainda sim o efeito altitude não
padrão algum quanto a altitude
Figura 34. Comparação entre a variação isotópica de oxigêniochuvas e altitude das
Figura 35. Comparação entre a variação isotópica de deutério nas chuvas
A partir dos dados das razões isotópicas de deut
de monitoramento de chuvas da Agência Internacional de Energia Atômica, o GNIP, foram
determinadas as retas meteóricas locais para as estações brasileiras Brasília, Rio de
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
δ1
8O
PLU01
PLU03
-80
-60
-40
-20
0
20
δ2H
PLU01
PLU03
A estação Belo Horizonte está localizada a uma altitude menor à da área em estudos, 800
Mesmo comparando-se os dados desta estação com as três estações de amostragem,
ainda sim o efeito altitude não pode ser observado. As variações isotópicas não apresentam
a altitude, como pode ser observado na Figura 34 e na
Comparação entre a variação isotópica de oxigêniochuvas e altitude das estações pluviométricas.
Comparação entre a variação isotópica de deutério nas chuvas e altitude das estações pluviométricas.
dos dados das razões isotópicas de deutério e oxigênio-18 disponíveis pelo programa
de monitoramento de chuvas da Agência Internacional de Energia Atômica, o GNIP, foram
determinadas as retas meteóricas locais para as estações brasileiras Brasília, Rio de
Abr Mai Jun Set Out Nov Dez Jan Fev
PLU01 - 1472 m PLU02 - 1327 m
PLU03 - 1203 m BHZ - 857 m
Abr Mai Jun Set Out Nov Dez Jan Fev
PLU01 - 1472 m PLU02 - 1327 m
PLU03 - 1203 m BHZ - 857 m
85
A estação Belo Horizonte está localizada a uma altitude menor à da área em estudos, 800
a estação com as três estações de amostragem,
isotópicas não apresentam
e na Figura 35.
Comparação entre a variação isotópica de oxigênio-18 nas
Comparação entre a variação isotópica de deutério nas chuvas
18 disponíveis pelo programa
de monitoramento de chuvas da Agência Internacional de Energia Atômica, o GNIP, foram
determinadas as retas meteóricas locais para as estações brasileiras Brasília, Rio de Janeiro e
Mar
1327 m
Mar
1327 m
86
Porto Alegre. Uma comparação entre essas linhas, as disponíveis na literatura para o norte e
nordeste do país (MARTINELLI et al., 1996; SALATI et al., 1980) e as linhas global e local,
determinada nesse trabalho, pode ser realizada através da Tabela 18 e Figura 36.
Tabela 18. Coeficientes angulares e lineares das linhas meteóricas das estações GNIP Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, das regiões norte e nordeste do Brasil, e as linhas global e local.
Linhas Meteóricas Coeficiente Angular
Coeficiente Linear (Excesso de deutério)
Global (Craig, 1961) 8 10 Linha Meteórica Local 8,07 14,43 Brasília (GNIP) 7,77 10,33 Rio de Janeiro (GNIP) 7,98 12,34 Porto Alegre (GNIP) 7,67 10,59 Nordeste do Brasil (Salati et al., 1980) 6,4 5,5 Norte do Brasil (Martinelli et al., 1996) 8,06 13,86
Figura 36. Linhas meteóricas locais das estações de Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, das
regiões norte e nordeste do Brasil, e as linhas global e local.
Observa-se que, entre estas estações, a maioria apresenta coeficientes angulares com valores
próximos, em torno do valor 8. A linha meteórica da região do Rio Pajeú, no nordeste do
Brasil (Salati et al., 1980), é a que apresenta menores valores para ambos os coeficientes. Essa
característica é comum em regiões de clima seco e árido, que provoca maior taxa de
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1
δ2H
δ18O
NE Brasil (Salati et. al, 1980) Norte Brasil (Martinelli et. al, 1996)Porto Alegre (GNIP) Rio de Janeiro (GNIP)Brasília (GNIP) Linha Local
87
evaporação na água precipitada e confere à Linha Local um caráter similar ao de linhas de
evaporação: menor coeficiente linear e, consequentemente, menor excesso de deutério.
É possível observar também nessa comparação que, dentre as linhas apresentadas, a da região
norte do Brasil é a que mais se aproxima da linha meteórica da área de estudos.
Os valores dos coeficientes lineares apresentam maior diversificação, como esperado
(YURTSEVER & ARAGUAS ARAGUAS, 1993). Brasília e Porto Alegre apresentam
excessos de deutério próximos ao valor global 10, enquanto as estações da região norte do
país, do Rio de Janeiro e da área em estudos apresentam maiores valores. As chuvas do
nordeste apresentam os maiores desvios também quanto ao coeficiente linear das retas.
6.4. Composição isotópica das águas subterrâneas
Isótopos estáveis
Os resultados obtidos para as 47 (quarenta e sete) amostras de água subterrâneas são
detalhados na Tabela 19. De modo geral, os resultados apresentaram pouca variação,
principalmente para oxigênio-18, quando comparados com a variação isotópica das chuvas na
região. Esse comportamento pode ser observado através da Figura 37. Os valores dos deltas
variaram entre -8,80‰ e -7,06‰, -57,69 ‰ e -44,78‰, para δ18O e δ2H, respectivamente.
A dispersão significativa dos valores de δ18O em amostras águas subterrâneas indica que essas
águas são afetadas pela variação sazonal desse isótopo nas chuvas e o aquífero pode ser
caracterizado por um comportamento em "fluxo em pistão" (RAPTI-CAPUTO &
MATINELLI, 2009). Como pode ser observado na Figura 37, os resultados podem indicar
que o sistema em questão não é caracterizado pelo regime de fluxo em pistão, já que a
concentração de saída do isótopo em questão não acompanha, significativamente, a variação
caracterizada na entrada do substrato.
Allison e colaboradores (1984) desenvolveram um conceito de que, sob certas condições de
infiltração direta, a água do subsolo apresenta-se muitas vezes paralela à linha meteórica
local. Segundo os pesquisadores, esse efeito é causado pela mistura que ocorre entre a
umidade do solo e a chuva subsequente que se infiltra deslocando as águas residuais do solo
atingindo o lençol de freático. Segundo a metodologia, a porosidade do solo, ou seja, a
facilidade com que a água infiltra no meio, está diretamente ligada ao deslocamento das
razões isotópicas em relação à linha meteórica.
88
Tabela 19. Resultados das variações de oxigênio-18 e deutério nas amostras de água subterrânea. Ponto Local/Endereço Natureza δ
18O (V-SMOW) ‰
δ2H
(V-SMOW) ‰
P01 Fazenda Bela Vista Nascente -7,06 -44,78
P02 Mina Jangada - Poço 08 Poço tubular -8,49 -55,01
P03 Mina da Jangada -Vertedouro 33 Nascente -8,46 -55,85
P04 Mina da Jangada - Vertedouro 55 Nascente -8,22 -53,21
P05A Braço direito do Cor. Jangada. Montante do VT54 Nascente -8,52 -55,49
P05B Braço direito do Cor. Jangada. Montante do VT54 Nascente -8,50 -54,79
P06 Mina da Jangada - Vertedouro 60 Nascente -8,35 -55,11
P07 Córrego de Taboões Nascente -8,54 -56,41
P08 Córrego do Rola Moça Nascente -8,22 -53,30
P09A Córrego Bálsamo Nascente -7,78 -50,30
P09B Córrego Bálsamo Nascente -8,27 -53,86
P10 Córrego do Barreiro Nascente -8,26 -52,73
P11 Córrego do Barreiro à montante VT07 Nascente -8,21 -53,24
P12A Mutuca Auxiliar Nascente -8,17 -52,72
P12B Mutuca Auxiliar Nascente -8,36 -54,69
P12C Mutuca Auxiliar Nascente -8,36 -54,43
P13 Restaurante Rancho do Boi/Bairro Olhos d`Agua Poço tubular -8,27 -54,69
P14 Vale do Sereno/Rua da Paisagem Poço tubular -8,18 -53,55
P15 Taquaril Nascente -7,92 -52,17
P16 Catarina Auxiliar Nascente -8,45 -54,53
P17 Catarina Principal Nascente -8,35 -54,60
P18 BR-040 / Jardim Canadá - Rua Quebec, 260 Poço tubular -8,80 -57,69
P19 Rua Hudson, 390 - Jd. Canadá Poço escavado -7,73 -49,62
P20 Mina Capão Xavier - Poço 09 Poço tubular -8,14 -53,42
P21 Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá Poço escavado -7,80 -50,80
P22 Posto e Restaurante Chefão/BR-040 - Jardim Canadá Poço tubular -8,16 -54,48
P23 Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551 Poço tubular -8,00 -50,86
P24 Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá Poço tubular -8,62 -56,72
P25 Condomínio Serra dos Manacás Poço tubular -8,41 -55,23
P26 Rua Atlas, 170 - Vale do Sol Poço escavado -7,54 -48,08
P27 Hípica/ Rua Atlas, 464 - Vale do Sol Poço tubular -8,27 -54,23
P28 Mina Mar Azul - Poço 07 Poço tubular -8,19 -54,09
P29 Condomínio Morro do Chapéu - P04 Poço tubular -8,36 -54,18
P30 Condomínio Quintas do Morro Poço tubular -7,39 -46,18
P31A Córrego Tutaméia - Braço direito Cab. de drenagem -8,20 -53,89
P31B Córrego Tutaméia - Braço esquerdo Cab. de drenagem -8,13 -52,48
P32 Poço 19 - Mina Pau Branco Poço tubular -8,28 -54,28
P33 Poço 26 - Mina Pau Branco Poço tubular -8,17 -53,45
P35 Dreno 56900 - Mina Pau Branco Dreno -7,83 -51,35
P36 Nasc. Córrego dos Carrapatos Nascente -7,74 -48,20
P37 Posto Paraíso das Águas/BR-040 Poço tubular -7,37 -47,15
P38 Balneário Água Limpa Nascente -7,27 -47,28
P39 Comunidade Suzana Nascente -7,46 -48,13
P40 Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke Nascente -8,55 -55,73
P41 Mina Fernandinho / Nascente Trovões Nascente -7,74 -51,05
P42 Mina do Pico - Poço 24 Poço tubular -8,10 -52,07
P43 Mina Sapecado - Poço 03 Poço tubular -8,01 -52,35
Figura 37. Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e nas águas de chuva.
Através do diagrama da Figura
paralelamente à linha meteórica, o que sugere recarga
de evaporação.
Não é possível determinar-
com a Unidade Aquífera, porém a localização da maioria das amostras atribuídas aos
Aquíferos Inconsolidados sugere evaporação
As águas de alguns pontos associados ao Aquífero Cauê apresentam característica de
evaporação antes da infiltração, afastando
evaporação, o que pode indicar lenta infiltração da recarga desses pontos. Est
localizados no diagrama da
Constituiu objetivo inicial deste trabalho unir os resultados
por Mourão (2007) e trabalhá
gráfico da Figura 39, os resultados obtidos nessa pesquisa apresentaram
daqueles publicados pela
provenientes do mesmo ponto apresenta
desvio foi observado. A discrepância entre os valores encontrados neste trabalho e os da
pesquisa anterior também
___ Linha Meteórica Local
δ2H = 8,07
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
-12 -10
δ²H
(‰)
PLU01 - Mina do Pico
BHZ(GNIP)
Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e nas águas de chuva.
Figura 38, observa-se que a maioria das amostras está posicionada
paralelamente à linha meteórica, o que sugere recarga relativamente rápida,
se um padrão para as características isotópicas das águas de acordo
com a Unidade Aquífera, porém a localização da maioria das amostras atribuídas aos
quíferos Inconsolidados sugere evaporação. A nascente do Barreiro (ponto P10)
alguns pontos associados ao Aquífero Cauê apresentam característica de
evaporação antes da infiltração, afastando-se da Linha Local em direção à linha de
evaporação, o que pode indicar lenta infiltração da recarga desses pontos. Est
localizados no diagrama da Figura 38.
Constituiu objetivo inicial deste trabalho unir os resultados obtidos com aqueles apresentados
Mourão (2007) e trabalhá-los em conjunto. Porém, como pode ser observado
, os resultados obtidos nessa pesquisa apresentaram
daqueles publicados pela autora citada. Até mesmo algumas amostras dos dois trabalhos
provenientes do mesmo ponto apresentam diferenças consideráveis e nenhum padrão
foi observado. A discrepância entre os valores encontrados neste trabalho e os da
também podem ser observados na Figura 39 para as
___ Linha Meteórica Local
= 8,07 δ18O + 14,43
-8 -6 -4 -2
δ18O (‰)
Mina do Pico PLU02 - Lagoa Grande PLU03
Agua subterrânea
89
Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e nas águas de chuva.
se que a maioria das amostras está posicionada
rápida, com pouco efeito
se um padrão para as características isotópicas das águas de acordo
com a Unidade Aquífera, porém a localização da maioria das amostras atribuídas aos
. A nascente do Barreiro (ponto P10) é exceção.
alguns pontos associados ao Aquífero Cauê apresentam característica de
se da Linha Local em direção à linha de
evaporação, o que pode indicar lenta infiltração da recarga desses pontos. Estes pontos estão
obtidos com aqueles apresentados
los em conjunto. Porém, como pode ser observado através do
, os resultados obtidos nessa pesquisa apresentaram-se bem distantes
autora citada. Até mesmo algumas amostras dos dois trabalhos
m diferenças consideráveis e nenhum padrão no
foi observado. A discrepância entre os valores encontrados neste trabalho e os da
para as amostras de pontos
0 2
PLU03 - PESRM
90
reavaliados: Rola Moça (P69 e P08), Catarina Auxiliar (pontos P51 e P16), Catarina Principal
(pontos P48 e P17) e Rio de Peixe (pontos P65 e P40).
Figura 38. Isótopos estáveis nas águas subterrâneas e as linhas meteórica local e de evaporação.
Figura 39. Diagrama δ18O versus δ2H para as amostras deste projeto e de Mourão (2007), linhas locais
meteórica e de evaporação.
91
O desvio entre os dois bancos de dados pode ser explicado i) por flutuações naturais nas
concentrações isotópicas das águas dos aquíferos estudados ou ii) erros analíticos. Assim,
optou-se por não estudar esses dois bancos de dados em conjunto.
A discussão desses resultados será tomada mais adiante junto aos resultados das análises
químicas e de teor trítio.
Radioisótopos
As amostras de chuva obtidas durante o período de coleta, de abril a dezembro de 2011, foram
analisadas quanto ao seu conteúdo de trítio ambiental e têm seus resultados apresentados na
Tabela 20. As lacunas encontradas para alguns meses são devido à baixa precipitação no
período. Das amostras mensais de chuva, uma alíquota era retirada para os ensaios de
deutério e oxigênio-18, do restante, um volume era encaminhado ao laboratório de trítio para
análise. Porém, para esta última análise, o volume ideal é 1 litro de amostra e o mínimo
necessário é cerca de 400 mL.
Tabela 20. Atividade de trítio (UT) nas amostras de água de chuva coletadas na área em estudos.
Estação Abr/11 Jun/11 Set/11 Out/11 Nov/11 Dez/11 PLU01 - - 1,97 ± 0,23 2,43 ± 0,24 2,95 ± 0,17 2,21 ± 0,16 PLU02 2,50 ± 0,33 5,43 ± 0,31 2,34 ± 0,26 2,61 ± 0,13 2,57 ± 0,15 2,34 ± 0,16 PLU03 - - - 2,39 ± 0,26 2,31 ± 0,15 2,22 ± 0,15
As águas de chuva da área de estudos em 2011 apresentaram atividade média de trítio de 2,64
unidades de trítio (UT). Os resultados variaram de 1,97 UT, em setembro de 2011 na Estação
Mina do Pico, a 5,43 UT, em junho de 2011 na Estação Lagoa Grande. Esse último resultado,
bem acima da média dos demais dados, foi confirmado em replicata. Os resultados obtidos
nos dois ensaios foram, em Unidade de Trítio, 5,05 ± 0,30 e 5,80 ± 0,32. De posse dos dados
acima e dos volumes precipitados em cada período, a atividade média ponderada de trítio na
precipitação da área foi calculada em 2,4 UT.
Para proceder à datação das águas subterrâneas, foi necessário fazer um levantamento da
atividade de trítio nas precipitações da área de estudo. A dificuldade de determinação da
função de entrada de trítio na área consiste na ausência de dados de monitoramento na região.
Dessa forma, foram utilizadas as médias ponderadas anuais para a concentração de trítio,
calculadas a partir de dados do programa GNIP, de estações nacionais (Brasília e Porto
92
Alegre) e internacionais (Kaitoke, Bogotá e Hemisfério Norte). Foi adotada, em sequência,
sempre a estação mais próxima à área de estudos, de acordo com a disponibilidade de dados.
Médias ponderadas calculadas com menos de seis resultados anuais foram descartadas e
substituídas pela média do mesmo ano da estação seguinte mais próxima.
As estações brasileiras, cujos dados da atividade de trítio em precipitações foram utilizados,
são Porto Alegre e Brasília, a última delas desativada no início da década de 80. Em outubro
de 2008, foi implantada uma estação em Belo Horizonte, localizada na estação meteorológica
do CDTN. A estação integra a rede de monitoramento GNIP, cujo um dos objetivos é
monitorar a atividade de trítio nas chuvas, porém nenhum resultado está disponível até o
momento.
A estação Brasília possui dados do período de 1965 e 1976. Já Porto Alegre, apresenta dados
dos anos de 1958, 1959 e do período de 1965 a 1983. De 1984 a 1986, em 1988 e 1989, de
1998 a 2001 e de 2003 a 2007 foram considerados os dados da estação boliviana Bogotá. A
estação australiana Kaitoke foi utilizada entre 1960 e 1964, 1987, entre 1991 e 1997 além do
ano de 2002. Por fim, foram adotados dados do modelo aplicado ao Hemisfério Norte para o
período entre 1953 e 1957. Os dados e respectivos períodos considerados podem ser
observados na Tabela 21. Devido à ausência de dados, as atividades referentes ao período de
2008 a 2010, foram assumidas em 2,4 UT, devida a atividade calculada para a precipitação
em 2011.
Para realizar a estimativa, foram calculados os fatores de correlação entre Brasília e Porto
Alegre (0,665), Brasília e Bogotá (1,068), Brasília e Kaitoke (1,163), Brasília e Hemisfério
Norte (0,325). Esses fatores foram calculados a partir dos dados originais de cada estação.
Em um primeiro momento, utilizou-se a estação Brasília como base. Os dados originais dessa
estação foram mantidos e outros valores foram calculados através do fator de correção e os
dados de Porto Alegre (coluna Brasília 1, na Tabela 21). Os dados de Bogotá foram
utilizados, de maneira similar, para extrapolar valores para outros períodos (coluna Brasília 2,
na Tabela 21). Da mesma maneira, nas colunas Brasília 3 e Brasília 4, são acrescentados os
valores calculados a partir dos dados de Kaitoke e Hemisfério Norte, respectivamente.
Ao final dos cálculos, obtêm-se os valores das concentrações anuais ponderadas médias
estimadas para a estação Brasília. Estes dados foram, então, adotados para as precipitações na
área de estudos desde o ano de 1953 a 2010. As concentrações médias mensais de trítio
originais das estações de observação utilizadas e as estimadas para a área de estudos são
93
apresentadas na Tabela 21. A curva obtida pela atividade de trítio nas precipitações ao longo
dos anos é ilustrada na Figura 40.
Figura 40. Atividade ponderada média de trítio estimadas nas precipitações anuais da
área de estudos de 1953 a 2010.
Corrigindo-se as concentrações de entrada calculadas de acordo com o decaimento sofrido
desde o ano da precipitação até o ano de coleta das amostras, obtém-se os dados apresentados
na Tabela 22. Nesse modelo, são consideradas as atividades das precipitações a partir do ano
de 1953. A correção é feita de pela Equação 16, a Lei de Decaimento Radioativo, de acordo
com o Modelo de Fluxo em Pistão. O procedimento é semelhante ao realizado por Mourão
(2007).
A concentração média foi então calculada considerando-se misturas de parcelas iguais das
precipitações dos anos anteriores. De acordo com esse modelo, concentrações entre 1,3 e 2,3
UT são esperadas nas águas subterrâneas da região. Comparando-se esta faixa de atividade
esperada com os resultados obtidos, é possível concluir que o modelo não é capaz de explicar
esta característica radioquímica dos aquíferos através de uma simples mistura das
contribuições de chuva dos anos anteriores. Aproximadamente 62 % das amostras apresentam
atividade abaixo da esperada pelo modelo.
Os resultados completos da atividade de trítio das 47 amostras de água subterrânea,
apresentados na Tabela 24, demonstram grande variação, que vai da quase ausência de trítio,
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Ati
vid
ad
e d
e t
ríti
o (
UT
)
Anos
94
0,3 ± 0,13 UT, até teores próximos ao presente na precipitação, 2,17 ± 0,13 UT, no ponto P19,
um poço escavado associado aos Aquíferos Inconsolidados no Jardim Canadá.
Embora este não seja o Modelo de Fluxo em Pistão não seja o mais adequado à hidrogeologia
da região, para fins de comparação, foram determinadas as idades máximas explicadas por
este modelo para as atividades obtidas dentro da faixa esperada. Os resultados obtidos
encontram-se na Tabela 23. Períodos relativamente longos de trânsito, até 58 anos, podem ser
atribuídos à maioria das amostras. Devida à própria característica das concentrações anuais
médias calculadas, as amostras que apresentam concentrações iguais ou superiores a 1,7 UT
apresentam idade mais precisas.
95
Tabela 21. Concentrações médias mensais de trítio nas precipitações em estações consideradas, procedimento para estimativa e valores obtidos de trítio para a precipitação área de estudos.
Ano
Dados originais Estimativas por fator de correção Estimativa
para área
de
estudos Brasília PortoAlegre Bogotá Kaitoke Hem.Norte
Brasília1
(P.Alegre)
Brasília2
(Bogotá)
Brasília3
(Kaitoke)
Brasília4
(H.Norte)
1953 8,4 1,2 1,2
1954 91,5 12,8 12,8
1955 13,2 1,8 1,8
1956 58,5 8,2 8,2
1957 37,6 5,3 5,3
1958 11,5 186,8 7,7 7,7 7,7 7,7 7,7
1959 8,6 146,6 5,8 5,8 5,8 5,8 5,8
1960 11,9 50,7 13,8 13,8 13,8
1961 8,6 53,6 10,0 10,0 10,0
1962 12,7 276,6 14,8 14,8 14,8
1963 22,2 1000 25,8 25,8 25,8
1964 37,7 538,1 43,8 43,8 43,8
1965 41,2 67,1 33,8 273 41,2 41,2 41,2 41,2 41,2
1966 40,5 54,2 33,8 183,2 40,5 40,5 40,5 40,5 40,5
1967 29,5 46,5 28,2 106,3 29,5 29,5 29,5 29,5 29,5
1968 28,9 42,1 25,6 81,1 28,9 28,9 28,9 28,9 28,9
1969 27,3 33,2 30,4 76,8 27,3 27,3 27,3 27,3 27,3
1970 21,1 38,6 29,5 65,4 21,1 21,1 21,1 21,1 21,1
1971 20,9 31,0 21,1 24,9 78,5 20,9 20,9 20,9 20,9 20,9
1972 16,5 25,1 15,8 15,3 41,8 16,5 16,5 16,5 16,5 16,5
1973 14,8 20,1 13,0 12,1 37 14,8 14,8 14,8 14,8 14,8
1974 16,2 28,5 14,4 9,4 41,6 16,2 16,2 16,2 16,2 16,2
1975 13,8 20,9 11,6 10,1 35,4 13,8 13,8 13,8 13,8 13,8
1976 10,3 16,4 11,1 6,8 27,8 10,3 10,3 10,3 10,3 10,3
1977 14,0 13,0 6,9 24,8 9,3 9,3 9,3 9,3 9,3
1978 14,5 6,1 27,5 9,6 9,6 9,6 9,6 9,6
1979 11,5 9,2 5,4 16,5 7,6 7,6 7,6 7,6 7,6
1980 11,0 7,1 5 14,5 7,3 7,3 7,3 7,3 7,3
1981 10,2 6,1 3,9 15,7 6,8 6,8 6,8 6,8 6,8
1982 8,1 5,2 3,9 10,9 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4
1983 7,5 4,3 3,6 9,5 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0
1984 6,0 3,4 7,5 6,4 6,4 6,4 6,4
1985 6,0 3,3 7,3 6,4 6,4 6,4 6,4
1986 3,8 2,9 7,2 4,0 4,0 4,0 4,0
1987 2,8 6,7 3,3 3,3 3,3
1988 4,7 2,8 5,0 5,0 5,0 5,0
1989 4,4 2,5 0,4 0,4 0,4 0,4
1990 2,4 2,8 2,8 2,8
1991 2,3 2,7 2,7 2,7
1992 2,3 2,7 2,7 2,7
1993 2,4 2,8 2,8 2,8
1994 2,2 2,5 2,5 2,5
1995 2,5 2,9 2,9 2,9
1996 2,3 2,7 2,7 2,7
1997 2,5 3,0 3,0 3,0
1998 2,9 3,1 3,1 3,1 3,1
1999 2,5 2,7 2,7 2,7 2,7
2000 2,4 2,6 2,6 2,6 2,6
2001 2,1 2,3 2,3 2,3 2,3
2002 1,9 2,2 2,2 2,2
2003 2,1 2,3 2,3 2,3 2,3
2004 2,3 2,4 2,4 2,4 2,4
2005 2,2 2,4 2,4 2,4 2,4
2006 2,4 2,6 2,6 2,6 2,6
2007 2,2 2,3 2,3 2,3 2,3
2008 2,4
2009 2,4
2010 2,4
96
Tabela 22. Tempos de renovação determinados pelo Modelo de Fluxo em Pistão para as amostras de água subterrânea coletadas na área de estudos.
Ano Atividade de trítio na precipitação da área
Período até a data de coleta (anos)
Concentração corrigida (UT)
Concentração média (UT)
1953 1,2 58 0,0 1,4 1954 12,8 57 0,5 1,4 1955 1,8 56 0,1 1,5 1956 8,2 55 0,4 1,5 1957 5,3 54 0,3 1,5 1958 7,7 53 0,4 1,5 1959 5,8 52 0,3 1,6 1960 13,8 51 0,8 1,6 1961 10,0 50 0,6 1,6 1962 14,8 49 1,0 1,6 1963 25,8 48 1,8 1,6 1964 43,8 47 3,2 1,6 1965 41,2 46 3,2 1,6 1966 40,5 45 3,3 1,6 1967 29,5 44 2,5 1,5 1968 28,9 43 2,6 1,5 1969 27,3 42 2,6 1,5 1970 21,1 41 2,1 1,4 1971 20,9 40 2,2 1,4 1972 16,5 39 1,9 1,4 1973 14,8 38 1,8 1,4 1974 16,2 37 2,1 1,4 1975 13,8 36 1,9 1,4 1976 10,3 35 1,5 1,3 1977 9,3 34 1,4 1,3 1978 9,6 33 1,5 1,3 1979 7,6 32 1,3 1,3 1980 7,3 31 1,3 1,3 1981 6,8 30 1,3 1,3 1982 5,4 29 1,1 1,3 1983 5,0 28 1,0 1,3 1984 6,4 27 1,4 1,4 1985 6,4 26 1,5 1,4 1986 4,0 25 1,0 1,3 1987 3,3 24 0,9 1,4 1988 5,0 23 1,4 1,4 1989 0,4 22 0,1 1,4 1990 2,8 21 0,9 1,4 1991 2,7 20 0,9 1,5 1992 2,7 19 0,9 1,5 1993 2,8 18 1,0 1,5 1994 2,5 17 1,0 1,6 1995 2,9 16 1,2 1,6 1996 2,7 15 1,2 1,6 1997 3,0 14 1,4 1,7 1998 3,1 13 1,5 1,7 1999 2,7 12 1,4 1,7 2000 2,6 11 1,4 1,7 2001 2,3 10 1,3 1,8 2002 2,2 9 1,3 1,8 2003 2,3 8 1,5 1,9 2004 2,4 7 1,6 1,9 2005 2,4 6 1,7 2,0 2006 2,6 5 1,9 2,0 2007 2,3 4 1,9 2,1 2008 2,4 3 2,0 2,1 2009 2,4 2 2,1 2,2 2010 2,4 1 2,3 2,3
97
Tabela 23. Idades das águas subterrâneas com atividades dentro da faixa esperada pelo modelo Fluxo em Pistão.
Ponto
Natureza do ponto Local/Endereço Aquífero Trítio (UT)
Período Máximo
P12B Nascente Mutuca Auxiliar Cauê 1,3 1976 - 2011 (45 anos)
P11 Nascente Córrego do Barreiro à montante VT07
Cauê 1,32 1976 - 2011 (45 anos)
P12A Nascente Mutuca Auxiliar Cauê 1,32 1976 - 2011 (45 anos) P30 Poço tubular Condomínio Quintas do Morro Cauê/Xistos 1,40 1953 - 2011 (58 anos) P04 Nascente Mina da Jangada - Vertedouro 55 Cauê 1,42 1953 - 2011 (58 anos) P24 Poço tubular Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá Cauê 1,42 1953 - 2011 (58 anos) P10 Nascente Córrego do Barreiro Inconsolidados 1,45 1955 -2011 (56 anos)
P40 Nascente Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke
Cauê 1,49 1955 - 2011 (56 anos)
P22 Poço tubular Posto e Restaurante Chefão/BR-040 - Jardim Canadá
Inconsolidados 1,57 1959 -2011 (42 anos)
P38 Nascente Balneário Água Limpa Inconsolidados 1,64 1959 -2011 (42 anos) P01 Nascente Fazenda Bela Vista Gandarela 1,69 1997 - 2011 (14 anos)
P18 Poço tubular BR-040 / Jardim Canadá - Rua Quebec, 260
Indefinido 1,75 2001 - 2011 (10 anos)
P37 Poço tubular Posto Paraíso das Águas/BR-040 Inconsolidados 1,84 2001 - 2011 (10 anos) P43 Poço Tubular Mina Sapecado - Poço 03 Cauê 1,88 2003 - 2011 (8 anos) P21 Poço escavado Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá Inconsolidados 1,89 2003 - 2011 (8 anos) P26 Poço escavado Rua Atlas, 170 - Vale do Sol Inconsolidados 1,91 2003 - 2011 (8 anos)
P23 Poço tubular Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551
Cauê 2,09 2007 - 2011(4 anos)
P19 Poço escavado Rua Hudson, 390 - Jd. Canadá Inconsolidados 2,17 2009 - 2011 (2 anos)
A nascente Bela Vista (ponto P01) apresenta tempo de trânsito máximo de 14 anos. Os poços
tubulares de Sapecado (ponto P43) e do Condomínio Jardim Monte Verde (ponto P23)
apresentam tempo muito curto de trânsito para a Formação Cauê. O poço escavado (ponto
P19) do Jardim Canadá, foi o ponto que apresentou o menor temo de renovação dentre estas
amostras, apenas 2 anos.
É importante ressaltar que neste modelo, Fluxo em Pistão, são considerados i) a mistura de
parcelas iguais de precipitação dos anos anteriores, e; ii) que o tempo de circulação das águas
no subsolo pode ser inferior ao período máximo determinado. Outro ponto é a não
representatividade do modelo quanto à dinâmica real de fluxo nos aquíferos da região.
Passando-se ao emprego do Modelo de Fluxo Exponencial, foi construída uma curva da
concentração de trítio na amostra em função do tempo de renovação da água subterrânea,
empregando-se a Equação 17, e atribuindo-se sucessivos tempos de residência ao modelo. A
partir então dessa curva, representada na Figura 41, a idade de cada uma das amostras
subterrâneas foi estimada. Os dados obtidos por Mourão (2007) serão agregados a estes
resultados para análise em conjunto. Porém, pelo fato da autora ter utilizado dados de entrada
distintos para concentrações de trítios nas precipitações da área, as idades obtidas naquela tese
foram determinadas novamente de acordo com os dados de entrada obtidos neste presente
98
trabalho (Tabela 21). As idades determinadas para ambos os inventários encontram-se na
Tabela 24 e na Tabela 25.
Figura 41. Curva de concentração de trítio em função do tempo de renovação da água subterrânea
para a área em estudos de acordo com o Modelo de Fluxo Exponencial. A nascente Bela Vista (ponto P01), única nascente amostrada associada ao Gandarela neste
trabalho, apresenta curto tempo de trânsito, apenas 9,4 anos, o que pode indicar contribuição
de águas de aquíferos de cobertura. As nascentes do Gandarela avaliadas por Mourão (2007)
apresentaram, principalmente, valores acima de 300 anos, sendo a mínima encontrada de 140
anos. Já o ponto da Formação Batatal (ponto P35) apresentou idade de cerca de 120 anos.
As águas atribuídas aos Aquíferos Inconsolidados apresentaram-se entre 1,5 anos (poço
escavado no Jd. Canadá - P19) e 30 anos (Mutuca Auxiliar - P50D) de circulação, com média
de 12,8 e mediana de 7,5. Já as amostras do Aquífero Cauê apresentaram variação e médias
bem maiores. As águas amostradas deste aquífero indicaram idades entre 2,5 anos (poço
tubular no Jd. Canadá - P23) e 279 anos (poço tubular Serra dos Manacás). A média e a
mediana para esse grupo foram determinadas em 72,1 e 64,5 anos, respectivamente.
Ao contrário do indicado pelos dados de Mourão (2007), esta pesquisa não encontrou águas
do Cauê cujos tempos de residência estejam próximos ou acima de 500 anos. De maneira
geral, as atividades de trítio encontradas nessa pesquisa foram maiores que aquelas aferidas
pela autora. Assim como a diferença entre às razões isotópicas encontradas na presente
pesquisa daquelas encontradas pela autora citada, a diferença das idades das águas pode ser
atribuída a flutuações nas concentrações de trítio em ciclos ou períodos diferentes do ciclo
hidrológico, sendo as diferenças na característica isotópica das águas um processo natural do
sistema. A composição das águas pode ainda ser alterada por variações dos volumes anuais de
precipitação. Não é possível descartar, também, a possibilidade de erro e incertezas analíticas.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
1 10 100 1000
Co
nce
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açã
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ríti
o (
UT
)
Tempo de renovação (anos)
99
Tabela 24. Idades estimadas para as amostras de água subterrânea pelo Modelo de Fluxo Exponencial.
Ponto Natureza Local/Endereço Aquífero Trítio (UT)
Desvio padrão
Tempo de renovação
(anos)
Intervalo de
confiança P01 Nascente Fazenda Bela Vista Gandarela 1,69 0,25 9,4 4,4 a 21,7 P02 Poço Tubular Córrego do Feijão - Poço 08 Cauê 0,81 0,20 76 44,3 a 108,5 P03 Nascente Vertedouro 33 - Mina da Jangada Cauê 0,89 0,20 66,5 46,5 a 93 P04 Nascente Vertedouro 55 - Mina da Jangada Cauê 1,42 0,25 22,8 10 a 38,5
P05A Nascente Vertedouro 54 - Mina da Jangada Cauê 0,40 0,17 178 118 a 388 P05B Nascente Vertedouro 54 - Mina da Jangada Cauê 0,52 0,17 131 93 a 219 P06 Nascente Vertedouro 60 - Mina da Jangada Cauê 1,10 0,23 45,5 28,5 a 69 P07 Nascente Córrego de Taboões Cauê 0,62 0,12 106,5 85,3 a 137,5 P08 Nascente Córrego do Rola Moça Cauê 0,90 0,20 0,65 45,5 a 91,3
P09A Nascente Córrego Bálsamo Cauê 1,28 0,16 31,3 21,7 a 43,5 P09B Nascente Córrego Bálsamo Cauê 0,37 0,14 201 134,3 a 388 P10 Nascente Córrego do Barreiro Inconsolidados 1,45 0,21 21 10,3 a 33,5 P11 Nascente Córrego do Barreiro - VT07 Cauê 1,32 0,15 28,7 20 a 38,5
P12A Nascente Mutuca Auxiliar Cobertura 1,32 0,21 28,7 16,5 a 44,5 P12B Nascente Mutuca aux. - margem direita Cobertura 1,30 0,30 30 13 a 55,5 P12C Nascente Mutuca aux. - margem esquerda Cauê 0,69 0,13 93 74,5 a 120,5
P13 Poço tubular Rancho do Boi/Bairro Olhos d`Agua
Cauê 0,77 0,19 81 59,3 a 115,5
P14 Poço tubular Vale do Sereno/Rua da Paisagem Cauê 0,68 0,19 94,5 69 a 136 P15 Nascente Taquaril Cauê 0,94 0,21 61 40,5 a 86,5 P16 Nascente Catarina Auxiliar Cauê 0,93 0,18 62,5 44,5 a 84 P17 Nascente Catarina Principal Cauê 0,74 0,16 85,3 65,5 a 115,5
P18 Poço tubular Jardim Canadá - Rua Quebec, 260
Inconsolidados 1,75 0,14 7,5 5 a 12,5
P19 Poço escavado Rua Hudson, 390 - Jd. Canadá Inconsolidados 2,17 0,13 1,5 <1 a 3,2 P20 Poço Tubular Mina Capão Xavier - Poço 09 Cauê 1,21 0,22 35,3 22,5 a 56 P21 Poço escavado Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá Inconsolidados 1,89 0,16 5,3 3 a 8,3
P22 Poço tubular Posto e Restaurante Chefão/BR-040 - Jardim Canadá
Cauê 1,57 0,20 14,5 7,3 a 25,8
P23 Poço tubular Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551
Cauê 2,09 0,23 2,5 <1 a 5,5
P24 Poço tubular Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá Cauê 1,42 0,20 22,8 12 a 34,5 P25 Poço tubular Condomínio Serra dos Manacás Cauê 0,30 0,13 279 161 a 486 P26 Poço escavado Rua Atlas, 170 - Vale do Sol Inconsolidados 1,91 0,19 4,8 2,5 a 8,5 P27 Poço tubular Hípica/ Rua Atlas - Vale do Sol Cercadinho 0,84 0,17 72,5 54,3 a 96,5 P28 Poço Tubular Mina Mar Azul - Poço 07 Cauê 1,17 0,20 38,5 25,8 a 58,3 P29 Poço tubular Cond. Morro do Chapéu - P04 Cauê 1,00 0,19 55,5 36,5 a 76 P30 Poço tubular Condomínio Quintas do Morro Cauê e outros 1,40 0,19 24 13,5 a 35,3
P31A Cab. de drenagem
Córr. Tutaméia - Braço direito Cauê 0,91 0,19 64,5 45,5 a 88
P31B Cab. de drenagem
Córr. Tutaméia - Braço esquerdo Cauê 0,90 0,17 65,5 48,5 a 86,5
P32 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço 19 Cauê 0,71 0,17 89,8 67,8 a 125,8 P33 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço 26 Cauê/Confinantes 0,48 0,15 140 104,5 a 240
P35 Dreno Mina Pau Branco - DHP56900 Unid. confinantes (Batatal)
0,56 0,14 120,5 91,3 a 166
P36 Nascente Córrego dos Carrapatos Cauê 1,23 0,23 34 20,5 a 55,5 P37 Poço tubular Posto Paraíso das Águas/BR-040 Inconsolidados 1,84 0,22 5,8 2,8 a 12 P38 Nascente Balneário Água Limpa Inconsolidados 1,64 0,16 11,3 6,5 a 19,3 P39 Nascente Comunidade Suzana Cauê 1,01 0,13 54,3 41,5 a 67,8
P40 Nascente Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke
Cauê 1,49 0,27 18,8 7,5 a 34,5
P41 Nascente Mina Fernandinho / Nascente Trovões
Cauê 0,77 0,20 81 58,3 a 118
P42 Poço Tubular Mina do Pico - Poço 24 Cauê 0,72 0,23 88 60,5 a 136 P43 Poço Tubular Mina Sapecado - Poço 03 Cauê 1,88 0,24 5,3 2,3 a 11,3
100
Tabela 25. Idades estimadas para as amostras de Mourão (2007) pelo Modelo de Fluxo Exponencial.
Ponto Natureza Local/Endereço Aquífero Trítio (UT)
Desvio padrão
Tempo de renovação
(anos)
Intervalo de confiança
P34 Nascente IBAMA - BR040 Gandarela 0,2 0,2 482 225 a >500 P48 Nascente Catarina Principal Cauê 0,8 0,2 94 71 a 133
P50A Nascente Mutuca Auxiliar Cobertura 1,1 0,2 61,5 44,8 a 81,5 P50B Nascente Mutuca Auxiliar Cauê 0,3 0,2 343 161 a >500 P51 Nascente Catarina Auxiliar Cauê 0,9 0,2 81,5 61,5 a 111,5 P52 Nascente Fechos Galeria Gandarela/Cauê 0,6 0,2 133 94 a 225 P53 Nascente Fechos Surgência Cárstica Gandarela 0,5 0,1 161 133 a 225 P57 Nascente Mina da Jangada – VTD60 Cobertura 1,9 0,3 5,5 <1 a 25,5
P65 Nascente Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke
Cauê 0,9 0,2 81,5 61,5 a 111,5
P66 Nascente Nascente de Trovões Cauê 1,6 0,4 25,5 3,8 a 53,5 P67 Nascente Nascente Cata Branca Cobertura/Cauê 0,5 0,2 164,5 111,5 a 343 P69 Nascente Nascente do Rola Moça Cauê 0,5 0,2 164,5 111,5 a 343
P71 Nascente Nascente da Skol - Condomínio do Miguelão
Gandarela 0,1 0,2 >500 343 a >500
P72 Nascente BR040 - Condomínio do Miguelão
Cobertura/Cauê 0,8 0,3 94 61,5 a 161
P73 Nascente Nascente de Taboões Cauê 0,2 0,2 482 225 a >500 P77 Nascente Fechos Elevatória - Filito Batatal 0,2 0,2 482 225 a >500
P79 Nascente Fechos Elevatória - Caverna
Gandarela 0,0 0,2 >500 482 a >500
P81 Nascente Fechos Auxiliar Cauê 0,8 0,2 94 71 a 133
P82A Nascente Retiro do Chalé - Capitão Valente
Cauê 0,9 0,2 81,5 61,5 a 111,5
P82B Nascente Retiro do Chalé - Mãe d'água
Cauê 0,7 0,2 111,5 81,5 a 161
P84 Nascente Clube Serra da Moeda Gandarela 0,4 0,2 225 133 a 482
P86B Poço Tubular Cond. Morro do Chapéu - P02
Cauê 1,4 0,3 36,5 20 a 61,5
P88 Poço Tubular IEF - Jardim Canadá Cauê 1,8 0,2 11,5 3,8 a 25,5
P89 Nascente BR040 - Portaria C -Condomínio do Miguelão
Cobertura 0,8 0,2 94 71 a 133
P96 Nascente Córrego da Fazenda - Galeria
Cauê 0,8 0,2 94 71 a 133
P97 Nascente Córrego da Fazenda - Nascente
Cauê 0,8 0,2 94 71 a 133
P104 Nascente Mina Córrego do Feijão - Galeria
Cauê/Batatal/ Embasamento
0,6 0,2 133 94 a 225
P105 Poço tubular Mina Córrego do Feijão - P1 e P2
Cauê 0,1 0,2 >500 343 a >500
P106 Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Pau Grande
Cauê 0,6 0,2 133 94 a 225
P107 Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Leste
Cauê 0,3 0,2 343 161 a >500
P108 Poço Escavado Jardim Canadá Cacimba 1,7 0,3 20 3,8 a 36,5
P109 Poço Tubular Condomínio Alphaville P02
Cauê 1,3 0,2 44,8 31,3 a 61,5
P113 Poço Tubular Mina do Pico - P20 Cauê 0,5 0,2 161 111,5 a 343
P114 Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Márcio
Cauê 0,1 0,1 >500 482 a >500
P117 Poço Tubular Mina do Pau Branco - P09 Cauê 0,7 0,2 111,5 81,5 a 161 P118 Nascente Nascente da Tutaméia Cauê 0,9 0,2 81,5 61,5 a 111,5
P119 Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Altamiro
Gandarela 0,0 0,1 >500 >500
101
6.5. Análise conjunta dos dados por região
Como mostrado até aqui, os resultados isotópicos e radioisotópicos apresentados nessa
pesquisa não concordam com os dados apresentados por Mourão (2007). As atividades de
trítio para as águas do Cauê foram determinadas em teores mais elevados que aqueles
encontrados anteriormente. Dessa forma, as idades calculadas aqui são consideravelmente
menores. Da mesma forma, as variações isotópicas dos elementos oxigênio-18 e deutério
também encontram-se maiores no presente trabalho. Todos os pontos reavaliados apresentam
desvios consideráveis que não apresentam um padrão na diferença das medições.
Como o planejamento e execução dos trabalhos de campo dessa pesquisa foram realizados
visando-se a ampliação do banco de dados criado pela autora citada, a discussão e as
conclusões foram limitadas pelo número reduzido de resultados para a dimensão da área de
estudos. Apesar do fato, o estudo foi realizado com os resultados obtidos, sendo retomados
resultados de Mourão (op. cit.) quando pertinente.
6.5.1. Região Nordeste do Homoclinal da Serra do Curral
As surgências que abastecem a captação da COPASA Mutuca Auxiliar são diversas e
espalhadas por uma área extensa muitas vezes com pontos alagados. Procurou-se então
identificar os principais e mais volumosos pontos de surgência de água. Nesses pontos,
medidas se temperatura foram realizadas como tentativa de identificar águas de origens
distintas. Dessa forma, três pontos foram amostrados (pontos P12A, P12B e P12C). O ponto
P12A configura a surgência mais distante da barragem de captação de água, a montante dos
demais pontos. O ponto P12B encontra-se na margem direita do curso d’água a jusante de
P12A. P12C é o ponto mais próximo à barragem, localizado na margem esquerda a jusante de
P12B.
Os resultados de Mutuca indicam, quanto à idade das águas, basicamente dois tipos de água:
uma com idade aproximada de 30 anos - pontos P12A e P12B - com condutividades elétricas
13,2 e 9,10 µS.cm-1, respectivamente, e pH em torno de 5,5 - e outra mais antiga com idade de
93 anos - P12C, condutividade 36,70 µS.cm-1, pH 6,5. As razões isotópicas das três amostras
mostraram-se semelhantes, conquanto a amostra P12A apresenta valores ligeiramente
maiores.
O teor de trítio avaliado por Mourão (2007) no ponto P50B, atribuído ao Aquífero Cauê,
apresentou idade de 343 anos, enquanto o ponto P50A (Mutuca Auxiliar), investigado por
102
Mourão (op. cit.), associada a coberturas, apresentou idade de 61,5 anos. Não se pode
descartar a possibilidade de mistura, mas considerando as diferenças entre os tempos de
residência calculados nos dois trabalhos, acredita-se que o ponto P12C tenha contemplado
águas de Cauê, devido à idade e temperaturas maiores dessa amostra, enquanto as demais
contemplaram águas de cobertura.
Figura 42. Linha meteórica local e amostras da região nordeste do homoclinal Serra do Curral.
Tabela 26. Pontos da região central do homoclinal Serra do Curral e seus principais resultados.
Ponto Natureza do
ponto Local/Endereço Aquífero δ18O δ²H
Idade (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1)
pH
P12A Nascente Mutuca Auxiliar Inconsolidados -8,17 -52,72 28,5 18,7 13,20 5,50
P12B Nascente Mutuca Auxiliar Inconsolidados -8,36 -54,69 30 19,7 9,10 5,6
P12C Nascente Mutuca Auxiliar Cauê -8,36 -54,43 93 22,5 36,70 6,5
P13 Poço tubular Restaurante Rancho do Boi/Bairro Olhos d`Agua
Cauê -8,27 -54,69 81 24,1 27,20 6,3
P14 Poço tubular Vale do Sereno/Rua da Paisagem Cauê -8,18 -53,55 94,5 23,5 6,77 5,4
P15 Nascente Taquaril Cauê -7,92 -52,17 61 21,7 29,22 6,3
P50A Nascente Mutuca Auxiliar Inconsolidados -9,26 -59,2 61,5 20,0 9,2 6,3
P50B Nascente Mutuca Auxiliar Cauê -9,38 -63,9 343 - - -
P96 Nascente Córrego da Fazenda - Galeria Cauê -9,12 -61,8 90 21,2 15,8 5,8
P97 Nascente Córrego da Fazenda - Nascente Cauê -9,20 -60,4 90 21,4 14,4 6,1
A nascente do Cauê de Mutuca Auxiliar (ponto P12C) e os poços tubulares P13 e P14
apresentam tempos de residência muito semelhantes o que sugere águas de mesma origem e
corrobora com o modelo de fluxo na área proposto por Mourão (op. cit.). Os pontos P12C e
P13 apresentam também valores de condutividade e pH próximos, enquanto o P14 (6,77
µS.cm-1) possui condutividade e pH mais baixos, mais característicos das águas do Cauê.
103
A nascente do Taquaril (ponto P15) é a que apresenta a menor idade dentre as águas do Cauê
nessa região, 61 anos, e maior CE (29,2 µS.cm-1) que aquelas apresentadas pelos pontos do
Córrego da Fazenda (pontos P96 e P97). Esta amostra também parece apresentar alguma
evaporação (Figura 42). Assim, é possível que as águas do ponto P15, além do Aquífero
Cauê, tenham contribuições de águas de coberturas.
6.5.2. Região central do Homoclinal Serra do Curral – Junção com Sinclinal
Moeda
Isotopicamente, a surgência da Fazenda Bela Vista (ponto P01) possui águas bastante
distintas das demais amostras da região, o que poderia se esperar já que essa amostra se refere
a águas do Aquífero Gandarela. Além do baixo tempo de residência, a amostra apresentou pH
e condutividade elétrica abaixo a média para as águas dessa formação que são de 7,5 e 115
µS.cm-1 para pH e CE, respectivamente. É possível que a amostragem tenha contemplado
águas de cobertura.
De acordo com Mourão (2007), as águas dos poços tubulares 1 e 2 da Mina Córrego do Feijão
(ponto P105), apresentam idades que extrapolam a faixa de datação por trítio. Já a amostra
coletada do poço 8 na mesma área (ponto P02) aponta idade bem menor, de 76 anos. A idade
calculada para o poço 8 da Mina Córrego do Feijão (ponto P02) também encontra-se bem
abaixo das idades encontradas no entorno da mina (pontos P104, P105, P106 e P107) que
variam de 133 a mais de 500 anos. De acordo com Água (2001 apud BEATO, 2005), datações
realizadas pelo conteúdo trítio em águas na Mina Córrego do Feijão indicaram tempos de
trânsito de 150 a > 400 anos. É conveniente lembrar aqui que a amostragem realizada no
ponto P02 foi realizada pouco depois do início do período chuvoso. Até a data da coleta, 84,6
mm de chuvas foram quantificados na região. Sabe-se que a água infiltra-se rapidamente em
cavas, o que pode ter levado a determinação de uma idade menor que a real.
Duas contribuições foram amostradas a montante do vertedouro 54 da Mina da Jangada
procurando-se encontrar contribuições de aquíferos distintos na área. Apesar das distintas
medidas de temperaturas e condutividades elétricas realizadas em campo para as duas
surgências (P05A e P05B), as duas amostras apresentam razões isotópicas muito semelhantes
e idades próximas, o que não indica fontes distintas nesses pontos.
104
Figura 43. Linha meteórica local e amostras da região central do homoclinal Serra do Curral.
Tabela 27. Pontos da região central do homoclinal Serra do Curral e seus principais resultados.
Ponto Natureza do ponto Local/Endereço Aquífero δ
18O δ²H Idade (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1) pH
P01 Nascente Fazenda Bela Vista Gandarela -7,06 -44,78 9,5 18,4 76,30 6,70
P02 Poço Tubular Mina Córrego do Feijão - Poço 08 Cauê -8,49 -55,01 76 23,0 10,50 5,51
P03 Nascente Vertedouro 33 - Mina da Jangada Cauê -8,46 -55,85 66,5 20,8 6,52 5,66
P04 Nascente Vertedouro 55 - Mina da Jangada Cauê -8,22 -53,21 22,5 18,9 7,73 5,31
P05A Nascente Mina Jangada - Vertedouro 54 Cauê -8,52 -55,49 178 22,6 13,96 6,30
P05B Nascente Mina Jangada - Vertedouro 54 Cauê -8,50 -54,79 131 20,1 5,18 6,09
P06 Nascente Vertedouro 60 - Mina da Jangada Cauê -8,35 -55,11 45,5 21,3 6,75 5,82
P07 Nascente Córrego de Taboões Cauê -8,54 -56,41 106,5 21,1 20,20 6,20
P08 Nascente Córrego do Rola Moça Cauê -8,22 -53,30 65,5 20,7 9,20 5,70
P09A Nascente Córrego Bálsamo Cauê -7,78 -50,30 31,5 19,4 8,40 5,25
P09B Nascente Córrego Bálsamo Cauê -8,27 -53,86 201 20,7 10,70 5,85
P10 Nascente Córrego do Barreiro Inconsolidados -8,26 -52,73 21 21,2 24,60 5,90
P11 Nascente Córr. Barreiro à montante VT07 Cauê -8,21 -53,24 28,5 20,6 10,18 5,70
P104 Nascente Mina Córrego do Feijão - Galeria Cauê e outros -8,58 -59,7 133 18,7 117,6 8,34
P105 Poço tubular Mina Córrego do Feijão - P1 e P2 Cauê -9,17 -62,3 >500 19,9 12,3 5,57
P106 Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Pau Grande
Cauê -8,68 -62,9 133 19,6 12,2 6,60
P107 Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Leste
Cauê -9,11 -60,0 343 18,8 23,5 6,86
P73 Nascente Nascente de Taboões Cauê -8,85 -59,7 482 20,8 10,7 6,20
P57 Nascente Vertedouro 60 - Mina da Jangada Inconsolidados -8,98 -62,3 5,5 21,1 7,6 5,70
P69 Nascente Nascente do Rola Moça Cauê -9,34 -58,4 164,5 20,5 9,3 6,20
A nascente do vertedouro 55 (ponto P04) está posicionada a cerca de 300 metros a jusante da
nascente do vertedouro 33 (ponto P03). As águas das duas surgências apresentam conteúdo
químico bem semelhante. Porém, as duas nascentes diferem-se quanto à idade das águas que
apresentam-se mais antigas na primeira. As águas dos vertedouros 33 e 55, com idades abaixo
de 70 anos, mostram-se bem mais jovem quando comparadas às águas do vertedouro 54, que
apresentaram idades acima de 130 anos. Outra observação pertinente a se fazer é o fato de o
105
vertedouro 54 ter sido amostrado anteriormente aos outros, antes do início das chuvas. Dessa
forma, assim como em Córrego do Feijão, as chuvas podem ter contribuído para as baixas
idades determinadas. Apesar do fato, os resultados mostram que as duas nascentes bem
próximas, as dos vertedouros 33 e 55 possuem águas distintas, sendo a segunda mais antiga
que a primeira. A diferença entre as duas águas se comprova com a diferença do conteúdo
isotópico entre elas (Figura 43).
Ainda na região da Mina da Jangada, uma nascente do vertedouro 60 da Mina da Jangada
também teve seu conteúdo isotópico avaliado. As razões isotópicas da amostra apresentam
leve desvio da linha meteórica, o que sugere pouca evaporação. O tempo de renovação das
águas foi determinado em 45,5 anos. Mourão (2007) também apresenta estudo isotópico para
esse ponto. Porém, a área apresenta diversos pontos de surgimento de água e, pela descrição
das surgências, as duas pesquisas contemplaram dois pontos diferentes. A coleta realizada
pela autora citada acima contemplou águas recentes, datadas em 5,5 anos. O vertedouro 60 é
um dos pontos amostrados após chuvas, assim é possível que a idade das águas amostradas
sem maiores. Sobre o ponto P06, pode-se sugerir então que haja águas de origens distintas
devido à diferença de idades em duas surgências próxima que alimentam o mesmo curso
d’água.
As nascentes Taboões (ponto P07), Rola Moça (ponto P08) e Bálsamo (pontos P09A e P09B)
são nascentes com alta vazão e importantes fontes de abastecimento público. Quimicamente,
Taboões apresenta valores de pH e condutividade mais elevados que os demais pontos.
Isotopicamente, as águas os pontos P08 e P09B são muito semelhantes, enquanto as águas dos
pontos P09A e P07 apresentam-se ligeiramente mais e menos enriquecidas, respectivamente.
(Figura 43).
Os tempos de renovação, entretanto, mostram-se distintos para cada uma das quatro amostras.
Taboões e Rola Moça apresentam tempos de renovação iguais a 106,5 e 65,5 anos,
respectivamente. Esses números corroboram com as datações de Mourão (2007) quanto ao
fato das águas de Taboões serem mais antigas que as de Rola Moça. Porém, as idades
calculadas nesse trabalho são, consideravelmente, menores. A amostra de Taboões (ponto
P07) apresenta um pequeno desvio que sugere pouca evaporação. Essa característica também
pode ser observada pela amostragem realizada por Mourão (op. cit.) na mesma nascente
(ponto P73). A última medição apontou também uma maior condutividade elétrica, o que
pode indicar mistura com águas de cobertura ou ainda circulação pelo Gandarela. O ponto
106
P07 é um daqueles que apresenta condutividade e pH bem acima do esperado para as águas
do Cauê, citado no item 6.2.
No córrego de Bálsamo, foram encontradas duas surgências: P09A, surgência de muito baixa
vazão e P09B, uma surgência de alta vazão a jusante de P09A. Apesar dos valores de
temperatura e condutividade relativamente próximos, as idades determinadas para os dois
pontos foram bastante distintas, 31,5 e 201 anos para os pontos A e B, respectivamente. O
conteúdo isotópico das duas amostras também mostraram desvios. Por essa razão, e pela alta
variação sazonal observada no local para o ponto A, acredita-se que a primeira deve ser
alimentada, principalmente, por águas de cobertura, enquanto a segunda é alimentada,
principalmente, por águas do Cauê. Dessa forma, é provável que o Córrego Taboões seja
alimentado por, ao menos, duas águas de origem distintas.
Outras importantes nascentes amostradas nessa região são duas que alimentam o Córrego do
Barreiro (pontos P10 e P11). As duas nascentes apresentaram razões isotópicas semelhantes e
tempos de trânsito não muito distintos apesar de localizadas em bacias hidrogeológicas
distintas e associadas a diferentes aquíferos.
É importante ressaltar a semelhança isotópica e química, em relação aos valores de
condutividade e pH, entre as duas amostras de águas de cobertura de Mutuca (pontos P12A e
P12B) e a nascente do Barreiro (ponto P11). As três águas apresentam idades muito
semelhantes e conteúdos isotópicos muito próximos (Figura 43), indicando uma possível
relação entre as águas das duas surgências, embora estejam posicionadas em diferentes bacias
hidrogeológicas de acordo com o modelo elaborado por Mourão (op. cit.) (APÊNDICE I).
6.5.3. Flanco Noroeste do Sinclinal Moeda
As nascentes de Catarina Auxiliar (ponto P16) e Principal (ponto P17) apresentam
características isotópicas semelhantes (Figura 44) e tempos de residência não muito distantes,
62,5 e 85,5 anos, respectivamente. A principal diferença entre as duas águas, como
evidenciado por Mourão (2007), são as características químicas. A maior quantidade de
espécies dissolvidas de Catarina Principal, principalmente cálcio e magnésio, indicam
contribuição do Aquífero Gandarela ou percolação do fluido em fácies carbonáticas. Este
último aspecto pode também ser evidenciado do diagrama pH versus bicarbonato na Secção
6.2 (Figura 26).
107
Figura 44. Linha meteórica local e amostras da região noroeste do Sinclinal Moeda.
Tabela 28. Pontos da região noroeste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados.
Ponto Natureza do ponto LocaL/Endereço Aquífero δ
18O δ²H Idade (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1) pH
P16 Nascente Catarina Auxiliar Cauê -8,45 -54,53 62,5 19,9 8,40 5,70
P17 Nascente Catarina Principal Cauê -8,35 -54,60 85,5 20,2 17,63 5,87
P18 Poço tubular BR-040 / Jardim Canadá - Rua Quebec, 260
Indefinido -8,80 -57,69 7,5
24,3 12,20 5,50
P19 Poço escavado Rua Hudson, 390 - Jd. Canadá Inconsolidados -7,73 -49,62 1,5 20,9 168,00 5,90
P20 Poço Tubular Mina Capão Xavier - Poço 09 Cauê -8,14 -53,42 35,5 21,2 21.46 6,39
P21 Poço escavado Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá Inconsolidados -7,80 -50,80 5,5 22,1 110,60 7.30
P22 Poço tubular Posto e Restaurante Chefão/BR-040 - Jardim Canadá
Inconsolidados -8,16 -54,48 14,5
22,4 43,35 7.20
P23 Poço tubular Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551
Cauê -8,00 -50,86 2,5
21,0 50,10 4.96
P24 Poço tubular Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá Cauê -8,62 -56,72 22,5 20,5 4,64 6,10
P25 Poço tubular Condomínio Serra dos Manacás Cauê -8,41 -55,23 279 22,3 3,23 5,55
P26 Poço escavado Rua Atlas, 170 - Vale do Sol Inconsolidados -7,54 -48,08 4,5 21,5 137,30 7,30
P27 Poço tubular Hípica/ Rua Atlas, 464 - Vale do Sol Quartizítico -8,27 -54.23 72,5 22,6 31,95 6,54
P48 Nascente Catarina Principal Cauê -9,44 -63,0 94 20,1 23,0 6,03
P51 Nascente Catarina Auxiliar Cauê -9,34 -60,6 81,5 20,7 9,0 5,80
P53 Nascente Fechos Surgência Cárstica Gandarela -9,50 -60,0 161 - - -
P88 Poço Tubular IEF - Jardim Canadá Cauê -8,41 -53,9 11,5 22,0 20,1 6,10
P108 Poço Escavado Jardim Canadá Cacimba -7,81 -52,5 20 21,0 28,2 6,95
P71 Nascente Nascente da Skol – Cond. Miguelão Gandarela -8,75 -61,2 >500 21,7 112,0 8,10
P72 Nascente BR040 - Condomínio do Miguelão Cobertura/Cauê -8,59 -62,3 94 20,2 6,7 6,00
Os poços escavados amostrados (pontos P19, P21 e P26) indicam águas recentes, como
esperado. Apresentam também similaridade química e isotópica entre si, além das maiores
razões isotópicas dentre as amostras da região. Próxima a esses pontos, a cacimba amostrada
por Mourão (2007), o ponto P108 (Figura 44). O poço P23 (Cond. Jardim Monte Verde),
associado ao Aquífero Cauê, apresenta proximidade isotópica aos poços escavados e
108
coerência com as chuvas locais. Além disso, o ponto apresenta tempo de residência muito
baixo, o menor calculado para as águas do Cauê. Essas águas bastante jovens que podem ter
origem em coberturas detríticas.
Os poço P18 (unidade aquífera indefinida) apresenta baixos valores de C.E. e pH,
características do Aquífero Cauê. Porém seu tempo de residência indica águas jovens.
O poço tubular de Capão Xavier (ponto P20), associado ao Cauê, apresenta similaridade
isotópica com as águas do poço do Posto do Chefão (ponto P22) e do Condomínio Jardim
monte Verde (P23). As idades calculadas estes pontos, no entanto, são diferentes: 35,5; 14,5 e
2,5 anos, respectivamente.
Os poços tubulares P24 e P25 (Aquífero Cauê), localizados próximo ao limite sul do Jardim
Canadá, apresentam similaridade isotópica e química, evidenciadas pelos valores de
condutividade elétrica e pH. A idade, porém, determinada para estes poços apontam uma
diferença muito grande para o tempo de circulação das águas: 33,5 e 279 anos, para P24 e
P25, respectivamente.
Comparando-se todos os poços tubulares na região do Bairro Jardim Canadá em conjunto
(pontos P18, P20, P22, P23, P24 e P88), observa-se que estes apresentam condutividade
elétrica de baixa à média, que variam de 4,64 a 50,1 µS.cm-1; o pH varia de 5 a 7,2 e as idades
estão entre 2,5 e 35,5 anos. Nesse local, águas dos poços apresentam alguma similaridade e as
águas associadas aos Aquíferos Inconsolidados e Cauê apresentam condutividade abaixo e
acima, respectivamente, da média esperada para cada unidade. Este fato pode indicar a
conexão entre estas duas unidades nesse local.
Considerando-se a pesquisa realizada por Lazarim (1999) na região do Jardim Canadá, que
sugere a existência de um aquífero único de caráter local, é possível que o sistema englobe
também os Aquíferos Inconsolidados. A grande diferença de idade apontada entre os pontos
P24 e P25 ponde indicar uma barreira hidrogeológica, ou divisão de bacias hidrogeológicas,
entre os dois pontos (APÊNDICE I).
6.5.4. Faixa Tamanduá-Mutuca
O poço tubular na Mina de Mar Azul (ponto P28) apresentou condutividade elétrica baixa (6,4
µS.cm-1) e pH ácido (5,4), ambos valores característicos do Aquífero Cauê. O conteúdo
109
isotópico, um pouco afastado da linha meteórica local, no sentido da linha de evaporação,
sugere evaporação antes da infiltração.
A idade para o poço P28 foi determinada em 38,5 anos, bem abaixo das idades centenárias
atribuídas às nascentes de Fechos (pontos P77 e P79). As diferenças químicas entre as águas
dessas nascentes e poço P28, descarta uma possível origem comum ou conexão.
Figura 45. Linha meteórica local e amostras da Faixa Tamanduá-Mutuca.
Tabela 29. Pontos da Faixa Tamanduá-Mutuca e seus principais resultados. Ponto Natureza
do ponto Local/Endereço Aquífero δ
18O δ²H Idade (anos)
Intervalo (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1)
pH
P77 Nascente Fechos Elevatória - Filito
Batatal -8,81 -60,3 482 225 a >500 21,6 157,0 7,20
P79 Nascente Fechos Elevatória - Caverna
Gandarela -8,65 -61,3 >500 482 a >500 22,3 126,0 7,80
P28 Poço Tubular Mina Mar Azul - Poço 07
Cauê -8,19 -54,09 38,5 25,8 a 58,5 20,1 6,4 5,4
6.5.5. Flanco Sudoeste do Sinclinal Moeda
As duas contribuições do Córrego Tutaméia apresentam-se bastante isotopicamente inclusive
quanto ao teor de trítio, sendo atribuídas as duas a mesma idade cerca de 65 anos, valor bem
próximo ao encontrado anteriormente (ponto P118). Ambas apresentam inesperados valores
de pH para águas atribuídas ao Cauê. A diferença química entre as duas contribuições é
evidente quanto à condutividade elétrica. Essas duas últimas características podem ser
explicadas pelo fato de que as amostras foram coletas em cabeceira de drenagem e não no
ponto de surgência da água. Ao entrar e contato com a atmosfera, a água pode ter tido seu
110
conteúdo químico alterado. Um indício dessa ocorrência é o valor 10,41µS.cm-1 apresentado
por Mourão (2007) para o ponto P118, que corresponde ao P31B.
Figura 46. Linha meteórica local e amostras da região sudoeste do Sinclinal Moeda.
Tabela 30. Pontos da região sudoeste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados. Ponto Natureza do ponto Local/Endereço Aquífero δ
18O δ²H Idade (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1) pH
P31A Cab. de drenagem Tutaméia - Braço direito Cauê -8,20 -53,89 64,5 19,2 9,82 7,09
P31B Cab. de drenagem Tutaméia - Braço esquerdo Cauê -8,13 -52,48 65,5 18,6 44,23 7,19
P32 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço19 Cauê -8,28 -54,28 89,5 20,8 5,90 6,08
P33 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço 26 Cauê/Confinantes -8,17 -53,45 140 20,3 11,03 5,35
P35 Dreno Mina Pau Branco -Dreno Unid. confinantes -7,83 -51,35 120,5 20,3 4,36 5,40
P36 Nascente Córrego dos Carrapatos Cauê -7,74 -48,20 34 17,7 28,78 6,82
P37 Poço tubular Posto Paraíso das Águas/ Inconsolidados -7,37 -47,15 5,5 26,0 11,61 5,44
P38 Nascente Balneário Água Limpa Inconsolidados -7,27 -47,28 11,5 19,0 33,03 6,45
P39 Nascente Comunidade Suzana Cauê -7,46 -48,13 54,5 17,3 30,67 6,75
P34 Nascente IBAMA - BR040 Gandarela -8,17 -59,0 482 21,7 77,0 7,20
P82A Nascente Retiro do Chalé - Capitão Valente
Cauê -8,61 -61,8 81,5 23,3 8,3 5,90
P82B Nascente Retiro do Chalé - Mãe d'água Cauê -8,35 -59,7 111,5 18,2 23,3 6,55 P84 Nascente Clube Serra da Moeda Gandarela -8,89 -59,3 225 18,9 16,6 6,40
P89 Nascente Condomínio do Miguelão- Portaria C
Inconsolidados -9,21 -61,2 94 20,5 8,5 5,60
P109 Poço Tubular Condomínio Alphaville P02 Cauê -8,77 -60,5 44,8 - - -
P114 Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Márcio
Cauê -8,84 -60,3 >500 20,40 28,30 6,36
P117 Poço Tubular Mina do Pau Branco P09 Cauê -9,20 -57,4 111,5 19,20 9,85 5,37
P118 Nascente Tutaméia - Braço esquerdo Cauê -9,30 -61,3 81,5 19,30 7,38 5,25
P119 Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Altamiro
Gandarela -9,12 -58,3 >500 20,30 116,20 8,13
As nascentes P31A, P31B e os poços da Mina Pau Branco P32 e P33 apresentam similaridade
isotópica. Os tempos de residência das águas, contudo, é maior para as águas dos poços, cerca
111
de 90 e 140 anos. Essas idades são semelhantes à idade de 112 anos encontrada por Mourão
(2007) para o poço 9 na mesma mina (ponto P117).
Na Mina Pau Branco, observando-se o conteúdo isotópico do poço tubular no Aquífero Cauê
(ponto P32), do dreno na Formação Batatal (ponto P35) e do poço P33 que drena essas duas
últimas unidades, nota-se a característica intermediária desse último poço, que drena o Cauê e
o Batatal, em relação os outros dois pontos (Figura 46). A semelhança revela ainda uma maior
contribuição de águas do Cauê em às águas do Batatal com o volume drenado pelo poço P33.
A idade atribuída ao dreno na Formação Batatal (ponto P35) indica águas antigas
armazenadas na Unidade Confinante Batatal naquela região, que estão, provavelmente, sendo
drenadas também pelo poço P33.
A nascente do córrego Carrapatos (ponto P36) apresenta razões isotópicas muito semelhantes
às chuvas, além de tempo de circulação relativamente curto, 34 anos. As águas, associadas ao
Aquífero Cauê, apresenta altos valor de pH e C.E. para a formação. Esses dados indicam a
amostragem de águas provenientes de coberturas detríticas, fato que explica uma maior
presença de sódio e cálcio nessas águas. Esse fato é comprovado pelo histórico de vazões, que
mostra a alta variação do volume de água no ponto ao longo do ano.
Históricos de vazão do Córrego Carrapatos apontam uma pequena diminuição de volume nos
últimos 10 anos. O fenômeno pode estar relacionado ao rebaixamento na mina vizinha, o que
indica alguma contribuição de águas nessa nascente que teriam a mesma origem das águas
drenadas pelos poços na formação ferrífera.
6.5.6. Flanco Leste do Sinclinal Moeda
Os poços tubulares P29 e P86B no Condomínio Retiro do Chalé apresentam idades
relativamente próximas, possuem valores de pH e condutividade próximos, embora os dois
parâmetros sejam um pouco mais elevados no poço P86B. O poço no Condomínio Quintas do
Morro (poço P30), próximo aos últimos poços, já apresenta pH ligeiramente menor,
condutividade elétrica maior, além de tempo de renovação mais curto. Os índices mais
elevados de cálcio, magnésio e nitrato nessas águas justificam o maior teor de sólidos
dissolvidos nesse ponto.
As nascentes dos córregos Rio do Peixe e Trovões foram avaliadas por sugestão de Mourão
(2007), na ocasião, as amostras apontaram semelhança química e isotópica, já quanto ao teor
de trítio a semelhança não se mantém. As águas de Rio do Peixe demonstraram ser mais
112
velhas que as de Trovões. As duas nascentes tiverem suas águas reavaliadas neste trabalho e,
da mesma forma, continuam apontando águas de idades diversas. Porém, a situação se
inverteu e, agora, é Trovões que apresenta o maior tempo de trânsito (Tabela 31). A
similaridade isotópica entre as amostras também não prevaleceu. Trovões (ponto P41)
apresenta-se mais rico isotopicamente que Rio do Peixe (ponto P40), além de sugerir
evaporação. Os diversos pontos de surgência encontrados no Córrego Trovões pode ter levado
a amostragens em pontos diferentes nas duas pesquisas.
Figura 47. Linha meteórica local e amostras do Flanco Leste do Sinclinal Moeda.
Tabela 31. Pontos do Flanco Leste do Sinclinal Moeda e seus principais resultados.
Ponto Natureza do ponto Local/Endereço Aquífero δ
18O δ²H Idade (anos)
Temp. (oC)
CE (µS.cm-1) pH
P23 Poço tubular Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551
Cauê -8,00 -50,86 2,5 21 50,1 4,96
P29 Poço tubular Cond. Morro do Chapéu - P04 Cauê -8,36 -54,18 55,5 20,1 6,26 4,88
P30 Poço tubular Condomínio Quintas do Morro Cauê/Frm. Ferrífera -7,39 -46,18 24 21,7 19,59 5,04
P40 Nascente Nascente do Rio do Peixe Cauê -8,55 -55,73 18,5 20,6 6,5 5,13
P41 Nascente Nascente Trovoões Cauê -7,74 -51,05 81 20,8 29,55 5,9
P42 Poço Tubular Mina do Pico - Poço 24 Cauê -8,10 -52,07 88 20 10,85 5,44
P43 Poço Tubular Mina Sapecado - Poço 03 Cauê -8,01 -52,35 5,5 19,1 9,42 5,44
P52 Nascente Fechos Galeria Gandarela/Cauê -8,89 -60,2 133 20,8 95,9 7,80
P65 Nascente Nascente do Rio do Peixe Cauê -9,01 -62,0 81,5 21,2 7,7 5,9
P66 Nascente Nascente de Trovões Cauê -8,59 -58,6 25,5 20,8 10,75 6,3
P67 Nascente Nascente Cata Branca Cobertura/Cauê -8,78 -59,9 164,5 19,3 10,39 6,3
P81 Nascente Fechos Auxiliar Cauê -8,65 -62,1 94 20,5 7,6 6,40
P86B Poço Tubular Cond. Morro do Chapéu - P02 Cauê -8,09 -58,5 36,5 18,2 23,3 6,55
P113 Poço Tubular Mina do Pico P20 Cauê -8,51 -60,5 161 18,1 13,37 5,02
113
As águas dos poços tubulares das Minas do Pico (ponto P42) e Sapecado (ponto P43)
apresentam grande similaridade isotópica e química, evidenciada pelos valores de
condutividade e pH. Entretanto, as idades determinadas foram determinadas em 88 anos para
P42 e 5,5 para P43. Esses dois pontos tiveram suas águas amostradas após o início das
chuvas, o que pode ter influenciado o baixo valor do tempo de renovação das águas. Porém,
ambas foram amostradas na mesma ocasião, o que revela águas de idades bastante distintas
nas duas unidades hidrogeológicas que cada poço drena (APÊNDICE I).
114
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A questão da importância do recurso hídrico para o desenvolvimento da população já é clara,
não há a necessidade de mais discussão a respeito. Ações para proteger e garantir o recurso é
que devem ser o foco das discussões.
Com o crescimento das cidades, sem uma política firme com regras de ocupação do solo,
aumenta-se, cada vez mais, a porção impermeabilizada do solo. O crescimento sem
planejamento das cidades põe em risco áreas de recarga, além de comprometer a qualidade do
recurso através do grande volume e do descarte inadequado de lixo e efluentes.
O local em estudos é caracterizado por ampla exploração dos recursos minerais e hídricos
abundantemente disponíveis. Com a expansão urbana na região de interesse, e ao seu redor,
cresce a cada dia a necessidade de exploração em maior escala principalmente esse último
recurso.
O aumento da exploração, aliado a poluição dos corpos de água superficiais devido a
lançamento de esgoto, tem levado à exploração crescente da água através de poços
subterrâneos. Assim, muitos aquíferos são drenados acima de sua capacidade, levando ao
abaixamento gradativo do lençol e, consequentemente, ao desaparecimento de nascentes.
Apesar do grande volume disponível sob o solo na região de estudos, a água já é motivo de
conflitos entre usuários e o risco de extinção e inutilizarão do recurso existe. A urbanização
crescente e descontrolada, desmatamento desmedido, a falta de saneamento e coleta de lixo
adequados, a destruição de ecossistemas ciliares, a captação total de mananciais, os
rebaixamentos em torno dos empreendimentos mineiros, etc., são todas questões que devem
ser gerenciadas com pulso firme para garantir o equilíbrio do sistema e a disponibilidade da
água para a região metropolitana da capital mineira.
O gerenciamento eficiente dos recursos da região aliado a conhecimento do contexto
hidrogeológico e hidrodinâmico das reservas aqüíferas pode garantir a disponibilidade e
abundância do recurso para a população local. A identificação de áreas importantes à recarga,
por exemplo, como as cangas, possibilita o planejamento e gerenciamento da urbanização
dessas áreas. Outros aspectos estruturais do corpo que abriga esse recurso, bem como a
dinâmica e características de suas águas, também podem ser usadas como base para melhores
planejamentos e medidas em relação a atividades impactantes meio e, principalmente, aos
115
recursos hídricos, como minerações, indústrias, loteamentos, condomínios, atividades
agrícolas, construção de vias, etc.
O conhecimento da hidrogeologia local também é capaz de subsidiar informações para
processos de outorga e ações de remediação de áreas impactadas.
Dessa forma, aliando-se pesquisa, incentivos à pesquisa, uma legislação firme e planejamento
ao desenvolvimento sócio-econômico da região, é possível gerenciar de maneira mais eficaz o
desenvolvimento sustentável local.
Outro ponto importante é a questão do monitoramento, que constitui instrumento essencial
para o controle e gestão dos recursos hídricos. É de fundamental importância uma rede de
monitoramento dos principais parâmetros nas principais descargas da região. A coleta
periódica de informações permite a formação de um banco de dados fundamental para o
acompanhamento e entendimento mais profundo do sistema, bem como planejamento de
ações.
116
8. CONCLUSÕES
A estimativa do uso, exploração e movimentação das águas na área de estudos mostrou a
abundância desse recurso na região, bem como sua importância para a população da Região
Metropolitana de Belo Horizonte. O estudo evidencia também que grande parte do recurso
explorado é direcionada ao abastecimento público e está diretamente ligada ao recurso
subterrâneo.
Medições físico-químicas, hidroquímicas e isotópicas em amostras dos aquíferos,
principalmente o Cauê, foram realizadas. Mais uma vez foi comprovada a complexidade das
características químicas, isotópicas e hidrodinâmicas, cuja baixa mineralização dificulta a
classificação das águas dos compartimentos hidrogeológicos na região, principalmente do
Aquífero Cauê, fortemente influenciado pela complexa estratigrafia da área.
A maioria das águas atribuídas ao Aquífero Cauê mostraram-se bicarbonatadas, o que indica
percolação por fácies carbonáticas da Formação Cauê, ou ainda pela Formação Gandarela.
Indícios de contaminação por matéria orgânica em decomposição foram encontrados em
alguns pontos, principalmente nas proximidades do bairro Jardim Canadá.
Os resultados físico-químicos obtidos não devem ser considerados como absolutos e
representativos dos aquíferos aos quais os pontos de exsudação das águas subterrâneas são
atribuídos, devido ao número reduzido de amostras. Porém, esses resultados constituem
importante instrumento para o estudo da hidrodinâmica local quando agregados aos resultados
de pesquisas anteriores. De forma semelhante, entende-se que a Linha Meteórica Local não é
conclusiva para a região, porém, indica uma tendência que pode vir a se afirmar através de
pesquisas futuras.
A Linha Meteórica Local determinada nesse trabalho evidenciou considerável desvio da
Linha Meteórica Global quanto ao excesso de deutério, enquanto o coeficiente angular
mostrou-se semelhante ao global. Os Efeitos Quantidade e Temperatura puderam ser
observados na região, enquanto os Efeitos Continental e de Altitude não foram evidenciados.
A atividade de trítio, determinada nas águas meteóricas da área em estudo ao longo do ano de
2011 mostrou concordância com os teores estimados para os dados de entrada e aplicação de
modelos de fluxos para cálculos de tempo de renovação dos aquíferos.
É sugestão proposta por essa pesquisa a continuidade das amostragens de chuva na área de
estudos. A amostragem realizada até aqui abrangeu quase um ano, período mínimo
117
recomendado para estudos dessa natureza, porém uma investigação de longo período
permitirá a generalização das características isotópicas da precipitação local.
Os resultados dos teores de δ18O e δ2H em águas subterrâneas mostraram relativamente pouca
variação em relação aos teores das chuvas locais, principalmente quanto ao isótopo de
oxigênio, o que indica a uniformização das concentrações de entrada desse isótopo ao longo
do caminho percorrido pela água no subsolo e que descarta a aproximação do modelo de
Fluxo em Pistão para estudo do Aquífero Cauê.
As idades determinadas para as águas subterrâneas não evidenciou um padrão para o tempo
de trânsito das águas do Cauê. A grande variação dos tempos de residência evidenciou a
complexidade da formação.
O presente trabalho propôs uma investigação de campo baseada em amostragens únicas em
diversos pontos de descarga de aquíferos em uma mesma época do ano. Os trabalhos
anteriores realizados na mesma região e citados ao longo do texto utilizaram a mesma
metodologia. Porém, sabe-se que existem variações ao longo do ano no conteúdo químico e
isotópico dos pontos de exsudação dos corpos d’água subterrâneos e superficiais, como
observado por diversos pesquisadores (SALATI et al., 1980; KORTELAINEN & KARHU,
2003; PRASANNA, 2009). Os dados isotópicos encontrados nesta pesquisa, em relação aos
valores de Mourão (2007), podem apresentar um primeiro indício de uma flutuação natural,
ou induzida, no conteúdo isotópico nas águas do Cauê que não coincida com o ciclo anual de
chuvas e que pode ser ou não um ciclo.
De qualquer maneira, a flutuação de parâmetros físico-químicos, químicos e isotópicos ao
longo das estações do ano e regime de chuvas pode desvendar características importantes dos
sistemas hídricos, como indicar regime de fluxo no subsolo, estimar reserva hídrica
subterrânea, definir com mais clareza áreas de recarga, direções de fluxo e conexões, além de
outros aspectos.
Os empreendimentos de exploração de minérios na região procedem ao monitoramento de
parâmetros ambientais na região em torno das cavas. O trabalho obrigatório faz parte de uma
série de condicionantes para a licença de operação. Sugere-se, então, que esse monitoramento
realizado em regiões pontuais na área de estudo, seja expandido e contemple toda a região.
Entende-se que o monitoramento ambiental constitui instrumento essencial para a gestão dos
recursos hídricos e para remediar os impactos gerados por essa e outras atividades
impactantes, como o crescimento da urbanização. Assim, é importante a aliança entre diversos
118
setores, privados e públicos, órgão de pesquisa, indústrias, saneamento e captação, para a
criação de uma rede de monitoramento que envolva monitorando nível piezométrico,
principais vazões e parâmetros químicos e isotópicos das águas da região.
Por fim, conclui-se que o presente estudo disponibiliza boa quantidade de dados e maiores
informações sobre as características das reservas hídricas subterrâneas, com foco no Aquífero
Cauê, que permite uma maior compreensão da dinâmica do substrato e melhores condições
para o gerenciamento mais eficaz dos recursos da região.
119
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APÊNDICES
APÊNDICE B - Distribuição das Classes de Uso e Cobertura do Solo por Sub-bacia.
Sub-bacia No.Afloramento
Rochoso Agricultura
Áreas
AlagadasMineração CG/CC
Campo
RupestreCapoeira Cerrado
Corpos
D'ÁguaMata Pastagem Reflorestamento
Solo
Exposto
Área
Urbana
Córrego Fecho do Funil 1 0,000 0,000 0,000 0,000 27,689 3,983 0,000 0,000 0,000 66,150 0,000 0,000 0,718 1,460
Córrego Capão Grande 2 0,000 0,000 0,000 2,049 54,283 5,068 0,000 0,000 0,000 33,321 0,000 0,000 0,697 4,581
Córrego Campo Belo 3 0,000 0,000 0,000 1,067 57,090 0,000 0,000 0,000 0,077 37,447 0,000 0,000 1,474 2,845
Córrego das Pedras 4 0,000 0,000 0,000 0,724 45,249 0,000 0,000 0,000 0,000 37,429 9,169 0,000 0,000 7,429
Córrego Corredor 5 0,000 0,000 0,000 3,754 50,088 0,043 0,000 0,000 0,000 36,596 6,333 0,000 3,186 0,000
Córrego Capão da Serra 6 0,000 1,221 0,000 8,886 53,330 1,739 0,000 0,000 0,030 31,603 1,284 0,009 1,899 0,000
Córrego Sumidouro 7 0,000 0,785 0,000 0,000 47,711 0,000 0,000 0,000 0,000 32,574 18,247 0,000 0,683 0,000
Córrego Taboão 8 0,000 0,951 0,000 8,069 48,279 1,946 0,000 0,000 0,000 30,756 7,717 1,655 0,411 0,217
Córrego Urubu 9 0,000 0,000 0,000 0,000 78,722 0,561 0,000 0,000 0,000 10,048 0,000 0,000 2,383 8,287
Córrego Fubá 10 0,000 0,000 0,000 0,000 67,093 4,129 0,000 0,000 0,001 11,942 0,502 0,764 2,079 13,490
Córrego Rola Moça 11 0,000 0,000 0,000 0,000 68,938 3,841 0,000 0,000 0,019 16,379 4,005 3,824 0,699 2,293
Córrego Barreirinha 12 0,000 0,000 0,000 0,000 71,758 0,046 0,000 0,000 0,000 12,379 3,561 0,000 0,128 12,129
Córrego do Barro 13 0,000 0,000 0,000 20,957 21,145 1,019 0,000 0,000 0,013 55,709 0,000 0,000 1,155 0,001
Córrego Ferro-Carvão 14 0,000 0,000 0,000 11,770 31,131 0,305 0,000 0,000 0,014 53,264 0,000 0,000 2,837 0,678
Ribeirão Casa Branca 15 2,762 0,000 0,000 0,149 51,132 2,897 0,000 1,828 0,124 33,556 2,709 0,000 0,183 4,660
Ribeirão Piedade 16 0,000 0,000 0,000 1,176 53,109 0,015 0,000 0,000 0,093 35,305 8,877 0,000 0,041 1,385
Córrego Barreiro 17 0,000 0,000 0,000 0,000 66,625 2,104 0,000 0,000 0,033 25,349 0,000 0,000 0,097 5,792
Córrego Bom Sucesso 18 0,000 0,000 0,000 0,000 55,151 0,000 0,000 0,000 0,032 5,971 0,000 0,000 0,104 38,742
Córrego Cercadinho 19 0,000 0,000 0,000 0,000 59,902 0,000 0,000 0,000 0,000 17,593 0,000 0,000 0,012 22,493
Córrego do Acaba Mundo 20 0,000 0,000 0,000 0,000 77,923 0,000 0,000 0,000 2,329 9,001 0,000 0,000 0,000 10,747
Córrego da Serra 21 0,000 0,000 0,000 6,829 41,205 0,000 0,000 0,000 0,064 44,263 0,000 0,000 0,540 7,099
Córrego São Lucas 22 0,000 0,000 0,000 0,000 62,444 0,000 0,000 0,000 0,303 13,560 0,000 0,000 23,694 0,000
Córrego Baleia 23 0,000 0,000 0,000 21,715 43,893 21,742 0,000 0,000 1,135 11,452 0,000 0,000 0,062 0,000
Córrego Taquaril 24 0,000 0,000 0,000 14,596 59,306 0,000 0,000 0,000 0,018 12,166 0,000 0,000 13,913 0,000
Córrego Olária 25 0,000 0,000 0,000 0,000 76,108 0,000 0,000 0,000 0,000 4,606 0,000 0,000 19,286 0,000
Córrego da Fazenda 26 0,000 0,000 0,000 0,281 56,621 0,000 0,000 0,000 0,004 40,132 0,000 0,000 1,253 1,710
Córrego Jambreiro 27 0,000 0,000 0,000 23,059 38,812 0,096 0,000 0,000 0,027 36,565 0,000 0,000 1,442 0,000
Córrego Carrapato 28 0,000 0,000 3,263 9,936 17,851 0,008 0,000 0,000 1,144 64,428 0,000 0,000 0,031 3,338
Córrego da Mutuca 29 0,000 0,000 0,000 1,130 67,856 0,000 0,000 0,000 0,000 26,401 0,000 0,000 0,041 4,572
Ribeirão dos Cristais 30 0,000 0,000 0,000 0,000 68,737 0,001 0,000 0,000 0,015 18,576 1,933 0,000 0,065 10,673
Ribeirão Macacos 31 0,000 0,000 0,000 5,836 48,075 0,331 0,000 0,000 0,346 40,957 0,120 0,135 0,321 3,878
Rio do Peixe 32 0,000 0,000 0,000 2,759 58,997 1,567 0,520 0,000 2,464 18,597 0,579 11,191 0,435 2,890
Córrego Fazenda Velha 33 0,000 0,000 0,000 0,281 56,621 0,000 0,000 0,000 0,004 40,132 0,000 0,000 1,253 1,710
Rio Itabirito 34 0,000 0,000 0,000 1,331 33,129 7,566 0,000 0,000 0,083 57,314 0,137 0,000 0,371 0,068
Bacia do Rio Paraopeba
Bacia do Rio das Velhas
Fonte: Oliveira et al. , 2005 1/1
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
Sub-bacia No. Tipo de Captação Sistema Aquífero Uso
Vazão captada -
Estimada
(m³/mês)Carbonático agricultura 3.000
Quartzítico doméstico 20
captação subterrânea Xistoso doméstico 210
captação superficial agricultura 29.150
Xistoso abastecimento de condomínio 930
doméstico 120
agricultura 200
Córrego das Pedras 4 s/captações
mineração 60
abastecimento público 840
Qtzito. Cercadinho mineração 11.000
Xistoso doméstico 100
captação subterrânea Xistoso agricultura 5.000
agricultura 23.050
mineração 43.600
doméstico 10
Córrego Sumidouro 7 s/captações
captação superficial de surgências Itabirítico abastecimento público 400.000
captação superficial agricultura 16.100
Córrego Urubu 9 s/captações
Córrego Fubá 10 captação superficial de surgências Itabirítico abastecimento público 230.000
Córrego Rola Moça 11 captação superficial de surgências Itabirítico abastecimento público 100.000
Córrego Barreirinha 12 captação superficial agricultura 37.000
Córrego do Barro 13 s/ captação
abastecimento público 5.770
mineração 300
agricultura 1.450
Granito-gnáissico abastecimento público 3.500
Itabirítico mineração 10.000
captação subterrânea Indefinido mineração 10.000
Quartzítico
Córrego Corredor 5
Córrego Fecho do Funil 1captação superficial de surgências
Córrego Capão Grande 2
Córrego Campo Belo 3
captação subterrânea
Córrego Taboão 8
captação superficial
Córrego Capão da Serra 6
captação superficial de surgências
captação superficial
Córrego Ferro-Carvão 14
captação superficial
captação superficial de surgências
Fonte: Davis et al ., 2005b. 1/6
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
Quartzítico doméstico 1.000
abastecimento de condomínio 4.200
doméstico 2.035
lazer 1.500
Xistoso doméstico 100
Itabirítico agricultura 1.200
abastecimento de condomínio 3.200
agricultura 8.300
dessedentação de animais 220
Granular abastecimento de condomínio 5.400
doméstico 200
abastecimento de condomínio 30.000
abastecimento público 324.000
mineração 51.000
abastecimento de condomínio 12.000
doméstico 1.450
dessedentação de animais 1.000
agricultura 1.000
Quartzítico abastecimento de condomínio 1.600
abastecimento público 1.000
doméstico 300
Itabirítico mineração / desag. mina 260.000
abastecimento público 4.020
doméstico 3.340
dessedentação de animais 250
dessedentação de animais 2.000
abastecimento público 4.600
agricultura 650
doméstico 2.600
dessedentação de animais 850
Xistoso doméstico 100
abastecimento de condomínio 164.400
abastecimento público 25.600
doméstico 900
agricultura 3.000
Córrego Barreiro 17 captação superficial industrial 339.200
Ribeirão Casa Branca 15
captação subterrânea
Granito-gnáissico
captação superficial
captação superficial de surgências
Xistoso
tabirítico
Granito-gnáissico
Ribeirão Piedade 16
captação subterrâneaXistoso
Granito-gnáissico
captação superficial
captação superficial de surgências
Itabirítico
Granito-gnáissico
Fonte: Davis et al ., 2005b. 2/6
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
industrial 1.000
agricultura 60
captação superficial de surgência Carbonático abastecimento público 200.000
Carbonático abastecimento público 215.000
Itabirítico doméstico 2.900
Quartzito Cercadinho doméstico 400
Córrego do Acaba Mundo 20 s/captação
Carbonático hospitalar 2.000
Quartzito Cercadinho doméstico 1.000
Córrego São Lucas 22 s/captação
Córrego Baleia 23 captação subterrânea Xistoso hospitalar 2.000
doméstico 300
lazer 4.000
agricultura 100
doméstico 1.000
Córrego Olária 25 s/captação
Córrego da Fazenda 26 captação superficial de surgências Itabirítico doméstico 400
Córrego Jambreiro 27 captação subterrânea Quartzítico mineração 11.000
doméstico 30
agricultura 200
abastecimento de condomínio 1.250
doméstico 10
Quartzítico mineração 6.000
Córrego Bom Sucesso 18captação subterrânea
Carbonático
Córrego Cercadinho 19captação subterrânea
Carbonático
Quartzito Cercadinho
Córrego Carrapato 28
captação superficial de surgênciasXistoso
captação subterrâneaXistoso
Córrego da Serra 21captação subterrânea
Córrego Taquaril 24
captação subterrânea
Fonte: Davis et al ., 2005b. 3/6
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
abastecimento de condomínio 9.000
doméstico 460
agricultura 50
abastecimento público 126.000
abastecimento de condomínio 7.000
Indefinido agricultura 2.000
Quartzítico abastecimento de condomínio 7.000
abastecimento de condomínio 5.100
doméstico 160
agricultura 50
hospitalar 2.500
abastecimento de condomínio 6.250
doméstico 500
Indefinido doméstico 1.000
Quartzítico abastecimento de condomínio 9.000
industrial 7.950
doméstico 520
abastecimento público 280.000
captação superficial de surgências Xistoso doméstico 360
captação subterrânea Formação Ferrífera abastecimento de condomínio 1.400
Granular mineração 5.900
abastecimento de condomínio 900
doméstico 740
agricultura 10.000
abastecimento público 605.000
mineração 120.000
Carbonático abastecimento público 430.000
mineração 2.000
doméstico 50
abastecimento de condomínio 7.200
doméstico 2.360
agricultura 45
abastecimento de condomínio 49.000
abastecimento público 1.500
mineração / desag. de mina 74.100
doméstico 100
Córrego Mutuca 29
captação superficial de surgências
Xistoso
Itabirítico
captação subterrânea
Xistoso
Itabirítico
captação superficial
Ribeirão dos Cristais 30
captação superficial de surgências
Xistoso
Itabirítico
Quartzítico
Xistoso
Itabirítico
captação subterrânea
31Ribeirão Macacos
Fonte: Davis et al ., 2005b. 4/6
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
posto de abastecimento 1.200
mineração 4.000
doméstico 200
posto de abastecimento 2.000
doméstico 250
industrial 2.000
mineração / desag. de mina 2.500
Quartzítico mineração 150
captação superficial industrial 40.000
Quartzito Cercadinho doméstico 80
abastecimento de condomínio 50.000
abastecimento público 1.000
Granito-gnáissico doméstico 90
doméstico 60
dessedentação de animais 50
agricultura 850
doméstico 550
agricultura 50
lazer 800
abastecimento de condomínio 1.200
lazer 90
abastecimento de condomínio 500
doméstico 210
abastecimento de condomínio 4.400
mineração / desag. de mina 270.000
Granito-gnáissico mineração 60
abastecimento de condomínio 400
doméstico 200
posto de abastecimento 1.150
Granular doméstico 20
doméstico 100
mineração 100
Quartzito Cercadinho doméstico 1.200
agricultura 260
doméstico 70
abastecimento de condomínio 3.000
Granular
Indefinido
Itabirítico
captação subterrânea31
Ribeirão Macacos
(Continuação)
Rio do Peixe 32
captação superficial de surgências
Itabirítico
Xistoso
Granular
Quartzítico
captação subterrâneaAqüitardo
Itabirítico
Carbonático
Indefinido
Xistoso
Fonte: Davis et al ., 2005b. 5/6
APÊNDICE C - Captação de Água Estimada para Cada Sub-bacia, por Tipo de Captação.
Itabirítico mineração 180.000
Xistoso doméstico 15
Quartzítico doméstico 50
Itabirítico mineração 85.000
abastecimento público 760
doméstico 865
psicultura 800
Granular doméstico 90
industrial 800
doméstico 50
Itabirítico mineração / desag. de mina 199.000
mineração / desag. de mina 26.000
doméstico 50
captação superficial industrial 32.400
Xistoso
captação subterrâneaXistoso
Quartzítico
Córrego Fazenda Velha 33
captação superficial de surgências
Rio Itabirito 34
captação superficial de surgências
Fonte: Davis et al ., 2005b. 6/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
Prof.
P01 Nascente Mário Campos Fazenda Bela Vista 7777287 589519 1068 Córrego Corredor
P02 Poço Tubular Brumadinho Mina Córrego do Feijão - Poço 08 7776675 591252 949 Ribeirão Ferro Carvão 72 203
P03 P56 114 Nascente Brumadinho Vertedouro 33 - Mina da Jangada 7777848 596497 1287 Ribeirão Casa Branca
P04 P55 115 Nascente Brumadinho Vertedouro 55 - Mina da Jangada 7777768 596499 1061 Ribeirão Casa Branca
P05A 116 Nascente Brumadinho Margem direita a montade do vertedouro 54. 7777625 596614 1063 Ribeirão Casa Branca
P05B 116 Nascente Brumadinho Margem direita a montade do vertedouro 54. 7777625 596614 1063 Ribeirão Casa Branca
P06 P57 128 Nascente Brumadinho Vertedouro 60 - Mina da Jangada 7778761 598397 1152 Ribeirão Casa Branca
P07 P73 Nascente Ibirité Córrego de Taboões 7781279 599675 1078 Córrego Taboão
P08 P69 Nascente Ibirité Córrego do Rola Moça 7781903 600786 1151 Córrego Fubá
P09A P70 Nascente Ibirité Córrego Bálsamo 7782624 601416 1156 Córrego Rola Moça
P09B P70 Nascente Ibirité Córrego Bálsamo 7782762 601480 1160 Córrego Rola Moça
P10 P93 Nascente Belo Horizonte Córrego do Barreiro 7784104 604366 1239 Córrego Barreiro
P11 Nascente Belo Horizonte Córrego do Barreiro à montante VT07 7785857 605663 1165 Córrego do Barreiro
P12A P50C Nascente Nova Lima Mutuca Auxiliar 7787261 607761 1129 Córrego da Mutuca
P12B P50D Nascente Nova Lima Mutuca Auxiliar 7787201 607813 1153 Córrego da Mutuca
P12C P50E Nascente Nova Lima Mutuca Auxiliar 7787177 607810 1134 Córrego da Mutuca
P13 349 Poço tubular Belo Horizonte Restaurente Rancho do Boi/Bairro Olhos d`Agua 7787419 608108 1239 Córrego da Mutuca 171,8 300
P14 469 Poço tubular Nova Lima Vale do Sereno/Rua da Paisagem 7790326 610343 1316 Córrego Cercadinho
P15 P95 Nascente Sabará Taquaril 7796583 620293 875 Córrego da Fazenda
P16 P51 Nascente Brumadinho Catarina Auxiliar 7780655 603755 1172 Ribeirão Casa Branca
P17 P48 Nascente Brumadinho Catarina Principal 7780697 604582 1252 Ribeirão Casa Branca
P18 232 Poço tubular Nova Lima BR-040 / Jardim Canadá - Rua Quebec, 260 7780920 605834 1372 Ribeirão dos Macacos 130,0 150
P19 244 Poço escavado Nova Lima Rua Hudson, 390 - Jd. Canadá 7780770 606043 1332 Ribeirão dos Macacos 9,3 1.000
P20 Poço Tubular Nova Lima Mina Capão Xavier - Poço 09 7782869 606980 1280 144 203
IDENTIFICADORES LOCALIZAÇÃO
Sub-baciaPontoID Mourão
(2007)
ID Beato
et.al
(2005)
Natureza
do pontoMunicípio
UTMN UTME
Diâmetro
da boca
ASPECTOS
CONSTRUTIVOS
Local / Endereço
CoordenadasAltitude
(m) (m)
1/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
P21 264 Poço escavado Nova Lima Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá 7781855 606417 1380 Ribeirão dos Macacos 20,0 900
P22 286 Poço tubular Nova LimaPosto e Restaurante Chefão/BR-040 - Jardim
Canadá7781337 606748 1373 Ribeirão dos Macacos 120,0 150
P23 335 Poço tubular Nova Lima Condomínio Jardim Monte Verde/BR-040, km 551 7781775 607869 1292 Ribeirão dos Macacos 130,0 150
P24 P85 256 Poço tubular Nova Lima Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá 7779879 606260 1334 Ribeirão dos Macacos 142,0 290
P25 P86 256 Poço tubular Nova Lima Condomínio Serra dos Manacás 7778812 606300 1403 Ribeirão dos Macacos 174,0 250
P26 326 Poço escavado Nova Lima Rua Atlas, 170 - Vale do Sol 7778008 607648 1313 Rio do Peixe 360
P27 340 Poço tubular Nova Lima Hípica/ Rua Atlas, 464 - Vale do Sol 7777855 607939 1409 Rio do Peixe 173,0 150
P28 Poço Tubular Nova Lima Mina Mar Azul - Poço 07 7781585 608974 1109 Ribeirão dos Macacos 180 203
P29 P87 468 Poço tubular Nova Lima Condomínio Morro do Chapéu - P04 7777120 610468 1426 Ribeirão dos Macacos 232,0 250
2/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
P30 Poço tubular Nova Lima Condomínio Quintas do Morro 7775950 612257 1351 Ribeirão dos Macacos
P31A P115 Cab. de drenagem Brumadinho Córrego Tutaméia - Braço direito 7773306 606442 1261 Ribeirão Casa Branca
P31B P115 Cab. de drenagem Brumadinho Córrego Tutaméia - Braço esquerdo 7773306 606442 1261 Ribeirão Casa Branca
P32 Poço tubular Brumadinho Mina Pau Branco - Poço19 7771600 606539 1343 Ribeirão Piedade 132,9 254
P33 Poço tubular Brumadinho Mina Pau Branco - Poço 26 7770968 606818 1366 Ribeirão Piedade 135 152,4
P35 Dreno Brumadinho Mina Pau Branco 7771015 606655 1293 Ribeirão Piedade
P36 Nascente Brumadinho Córrego dos Carrapatos 7769668 606047 1349 Ribeirão Piedade
P37 P90 318 Poço tubular Nova Lima Posto Paraíso das Águas/BR-040 7764727 607437 1364 Rio do Peixe 26,0 100
336 Nascente Nova Lima Balneário Água Limpa 7763811 608109 1306 Rio do Peixe
469 Poço tubular Nova Lima Vale do Sereno/Rua da Paisagem 7790326 610343 1316 Córrego da Mutuca 160,0 200
Poço tubular Nova Lima Condomínio Quintas do Morro 7775950 612257 1351 Ribeirão dos Macacos 148,0 152,40
P38 336 Nascente Nova Lima Balneário Água Limpa 7763811 608109 1306 Rio do Peixe/Corr. Agua Limpa
P39 P83 Nascente Brumadinho Comunidade Suzana 7761786 606827 1072 Córrego Campinho
P40 P65 690 Nascente Nova Lima Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke 7773323 616396 975 Rio do Peixe
P41 P66 741 Nascente Rio Acima Mina Fernandinho / Nascente Trovões 7769716 618535 1251 Córrego Fazenda Velha
P42 Poço Tubular Itabirito Mina do Pico - Poço 24 7762086 618789 Rio Itabirito
P43 Poço Tubular Itabirito Mina Sapecado - Poço 03 7760910 617802 Rio do Peixe
3/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
Diâm. Diâm. Q
mm De Até mm De Até (m) (m) (m3/h) (m3/h/m) (m3/h)
P01 Gandarela 05/12/2005 4,0 Abastecimento público
P02 203 -1,27 2,73 203,00 2,73 44,94 Aquífero Cauê 1,50 17,46 98,00 Rebaixamento de mina.
P03 Aquífero Cauê 11/04/2005 66,0
P04 Aquífero Cauê 11/04/2005 86,0
P05A Aquífero Cauê
P05B Aquífero Cauê
P06 Aquífero Cauê 11/04/2005 87,0 Abastecimento público.
P07 Aquífero Cauê 12/05/2005 570,0 Abastecimento público
P08 Aquífero Cauê 09/05/2005 364,0 Abastecimento público
P09A Aquífero Cauê Abastecimento público
P09B Aquífero Cauê Abastecimento público
P10 Inconsolidados 21/11/2005 > 25 Abastecimento público
P11 Aquífero Cauê Abastecimento público
P12A Inconsolidados Abastecimento público
P12B Inconsolidados Abastecimento público
P12C Aquífero Cauê 03/06/2007 170,0 Abastecimento público
P13 300 0,00 74,62 150 122,00 126,50 Aquífero Cauê 84,00 7,03 Doméstico/restaurante.
150 74,62 122,00 144,60 149,00
126,50 144,60 161,20 165,80
149,00 161,20
165,80 171,80
P14 Aquífero Cauê
P15 Aquífero Cauê 30/11/2005 92,0 Uso doméstico
P16 Aquífero Cauê 05/04/2005 197,0 Abastecimento público
P17 Aquífero Cauê 10/05/2005 324,0 Abastecimento público
P18 150 150 Indefinido Doméstico
P19 1.000 0,00 9,30 Inconsolidados 2,15 Doméstico
P20 203 0,00 32,49 203 32,49 44,50 Aquífero Cauê 10,68 31,94 59,00 Rebaixamento de mina.
44,50 62,49 62,49 68,49
68,49 80,48 80,48 91,95
91,95 97,95 97,95 115,96
Abastecimento público.
CARACTERÍSTICAS UNIDADES HIDROGEOLÓGICAS Vazão medida ou
estimadaUso da águaRevestimento
Unidade
hidrogeológica
Filtro
Intervalo (m) Intervalo (m)NE ND Q teste Cap. Esp.
Data
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
Ponto
4/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
115,96 127,96 127,96 133,97
133,97 140,00
P21 Inconsolidados Doméstico
P22 150 0,00 62,00 150 62,00 64,00 Inconsolidados 24,00 5,30 Posto de Abastecimento
64,00 70,00
P23 150 0,00 100,84 150 100,84 111,84 Aquífero Cauê 72,30 85,12 4,23 0,330 Abastecimento de condomínio
11,84 115,50
P24 150 0,00 80,00 150 80,00 84,00 Aquífero Cauê 57,7 60,7 4,60 1,523 Irrigação/Doméstico
84,00 108,00 108,00 112,00
112,00 124,00 124,00 128,00
128,00 132,00 132,00 136,00
136,00 142,00
P25 250 0,00 112,70 200 112,70 117,00 Aquífero Cauê 113,3 15,50 Abastecimento de condomínio.
200 117,00 138,00 150 138,00 142,80
150 142,80 148,80 150 148,80 168,00
P26 Inconsolidado 10,97Sem uso desde 2008, pelo
menos.
P27 150 0,00 109,00 150 109,00 113,00 Aquífero Cercadinho 63,15 Doméstico.
113,00 117,00 117,00 121,00
121,00 129,00 129,00 133,00
133,00 137,00 137,00 141,00
141,00 145,00 145,00 153,00
153,00 157,00 157,00 161,00
161,00 165,00 165,00 169,00
169,00 173,00
P28 203 0,00 60,00 203 60,00 72,00 Aquífero Cauê 45,50 58,00 78,00 Rebaixamento de mina.
72,00 84,00 84,00 108,00
108,00 132,00 132,00 156,00
156,00 180,00
P29 250 0,00 130,61 250 130,61 138,94 Aquífero Cauê 108,7 119,5 75,00 6,944 Abastecimento condomínio
138,94 141,94 141,94 181,29
181,29 183,29 183,29 214,73
214,73 219,26 219,26 224,50
5/6
APÊNDICE D - Características dos Pontos de Água Amostrados
224,50 232,00
P30 Cauê/Xistoso
P31A Aquífero Cauê
P31B Aquífero Cauê
P32 254 0,00 55,00 254 55,00 61,00 Aquífero Cauê 58,60 101,93 26,29 Rebaixamento de mina.
61,00 67,00 67,00 73,00
73,00 85,00 85,00 91,00
91,00 103,00 103,00 109,00
109,00 115,00 115,00 127,00
127,00 132,9
P33 152,4 0,00 35,14 152,40 35,14 41,64Aquífero
Cauê/Confinantes23,42 107,72 28,29 Rebaixamento de mina.
41,64 44,74 44,74 54,49
54,49 57,59 57,59 67,34
67,34 70,49 70,49 80,21
80,21 83,33 83,33 93,14
93,14 102,72 102,72 109,20
109,20 119,28 119,28 129,03
129,03 135,00
P35Un. Confinantes/
Batatal10/08/2011 10,29 Rebaixamento de mina.
P36 Aquífero Cauê Sem uso.
P37 100 Inconsolidados Uso doméstico
Inconsolidados 14/08/2002 10,0 Sem uso.
200 Aquífero Cauê 31/12/2001 18,0 Uso hospitalar
152,40 0,00 98,00 Cauê e outros 62,00 92,00 Abastecimento de condomínio.
101,60 98,00 113,00 101,60 113,00 116,00
101,60 116,00 122,00 101,60 122,00 125,00
101,60 125,00 131,00 101,60 131,00 134,00
101,60 134,00 140,00 101,60 140,00 143,00
101,60 143,00 148,00
P38 Inconsolidados
P39 Aquífero Cauê 09/11/2005 >100 Abastecimento público
P40 Aquífero Cauê 18/04/2005 >200 Doméstico e geração de energia
P41 Aquífero Cauê 19/04/2005 259 Mineração.
P42 Rebaixamento de mina.
P43 Rebaixamento de mina.
6/6
APÊNDICE E - Esquema de Amostragem Pluviométrica e Resultados.
δ18O δ2H
abr/11 12/04/2011 02/05/2011 13:00 Bom 0,20 2,5 PLU01-1104 -2,29 -4,96
mai/11 02/05/2011 01/06/2011 13:00 Bom 0,30 4,8 PLU01-1105 -4,05 -16,46
jun/11 01/06/2011 01/07/2011 11:30 Bom 0,52 10,2 PLU01-1106 -6,65 -39,45
set/11 01/09/2011 30/09/2011 16:15 Bom 1,12 18,0 PLU01-1109 -2,02 -1,85
out/11 30/09/2011 01/11/2011 11:50 Nublado 6,50 123,1 PLU01-1110 -6,22 -37,04
nov/11 01/11/2011 05/12/2011 10:10 Nublado > 10 371,2 PLU01-1111 -8,22 -52,28
dez/11 05/12/2011 30/12/2011 11:20 Nublado >20 433,7 PLU01-1112 -8,08 -49,94
jan/12 30/12/2011 01/02/2012 11:40 Nublado >20 427,6 PLU01-1201 -8,83 -55,17
fev/12 01/02/2012 01/03/2012 10:10 Bom 2,67 42,8 PLU01-1202 -1,34 6,97
mar/12 01/03/2012 02/04/2012 09:50 Bom > 10L 337,3 PLU01-1203 -6,70 -36,20
abr/11 01/04/2011 02/05/2011 10:27 Bom 1,41 30,0 PLU02-1104 -5,71 -33,04
mai/11 02/05/2011 01/06/2011 11:10 Bom 0,48 10,2 PLU02-1105 -3,57 -11,94
jun/11 01/06/2011 01/07/2011 10:23 Bom 1,18 25,1 PLU02-1106 -7,10 -39,68
set/11 01/09/2011 30/09/2011 14:42 Bom 1,08 22,9 PLU02-1109 -2,99 -11,89
out/11 30/09/2011 01/11/2011 09:50 Nublado 7,89 167,8 PLU02-1110 -5,52 -32,14
nov/11 01/11/2011 01/12/2011 09:00 Nublado >10 371,2 PLU02-1111 -8,13 -52,13
dez/11 01/12/2011 30/12/2011 09:35 Nublado >20 433,7 PLU02-1112 -8,64 -56,27
jan/12 30/12/2011 01/02/2011 10:00 Nublado >20 427,6 PLU02-1201 -9,26 -59,51
fev/12 01/02/2012 01/03/2012 10:10 Bom 4,71 100,2 PLU02-1202 -1,83 2,27
mar/12 01/03/2012 02/04/2012 09:50 Bom 7,60 161,6 PLU02-1203 -5,26 -25,89
jun/11 01/06/2011 01/07/2011 09:25 Bom 0,51 10,8 PLU03-1106 -5,90 -32,97
set/11 01/09/2011 30/09/2011 13:55 Bom 0,18 3,9 PLU03-1109 -1,11 3,04
out/11 30/09/2011 01/11/2011 08:50 Nublado 8,35 177,6 PLU03-1110 -4,88 -26,60
nov/11 01/11/2011 01/12/2011 10:10 Nublado >10 381,8 PLU03-1111 -8,39 -54,31
dez/11 01/12/2011 30/12/2011 09:30 Nublado >20 471,2 PLU03-1112 -8,37 -53,78
jan/12 30/12/2011 01/02/2011 12:15 Nublado >20 434,8 PLU03-1201 -8,69 -54,20
fev/12 01/02/2012 01/03/2012 09:20 Bom 73,19 73,0 PLU03-1202 -0,59 9,00
mar/12 01/03/2012 02/04/2012 08:55 Bom 222,37 221,6 PLU03-1203 -4,63 -22,09
ResultadosP
luv
iôm
etr
o 3
- I
bir
ité
(Pa
rqu
e R
ola
Mo
ça)
(PLU
03
)
ID amostraP
luv
iôm
etr
o 1
- M
ina
do
Pic
o
(PLU
01
)
Precipitação
(mm)Estação
Plu
viô
me
tro
2 -
La
go
a G
ran
de
(PLU
02
)
Mês/ano Data início Data fim Hora coleta Condições do TempoVolume
recolhido (L)
1/1
APÊNDICE F - Resultados das Análises Químicas
ID Ponto Natureza Local/Endereço Município UTME UTMNCota
(m)Aquífero
Unidade
GeológicaLaboratório
Data da
Coleta
T in loco
(oC)
P02 Poço tubular Mina Jangada - Poço 08 Brumadinho 591252 7776675 949 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 19/10/2011 23,0
P07 Nascente Córrego de Taboões Ibirité 599675 7781279 1078 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 10/08/2011 21,1
P08 Nascente Córrego do Rola Moça Ibirité 600786 7781903 1151 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 12/08/2011 20,4
P09A Nascente Córrego Bálsamo Ibirité 601416 7782624 1156 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 09/08/2011 19,4
P09B Nascente Córrego Bálsamo Ibirité 601480 7782762 1160 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 09/08/2011 20,7
P11 Nascente C. do Barreiro à montante VT07 Belo Horizonte 605663 7785857 1165 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 09/08/2011 20,6
P14 Poço tubular Vale do Sereno/Rua da Paisagem Nova Lima 610343 7790326 1316 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 09/09/2011 23,5
P16 Nascente Catarina Auxiliar Brumadinho 603755 7780655 1172 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 18/08/2011 19,9
P17 Nascente Catarina Principal Brumadinho 604582 7780697 1252 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 18/08/2011 20,2
P18 Poço tubularBR-040 / Jardim Canadá - Rua
Quebec, 260Nova Lima 605834 7780920 1372 Indefinido
Depósitos aluviais
antigosCDTN 31/08/2011 24,3
P20 Poço tubular Mina Capão Xavier - Poço 09 Nova Lima 606980 7782869 1280 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 20/10/2011 21,2
P21 Poço escavado Av. Canadá, 458A - Jd. Canadá Nova Lima 606417 7781855 1380 Aquíferos
InconsolidadosAluvião Terciário CDTN 31/08/2011 22,1
P26 Poço escavado Rua Atlas, 170 - Vale do Sol Nova Lima 607648 7778008 1313 Inconsolidado Aluvião Terciário CDTN 31/08/2011 21,5
P27 Poço tubular Hípica/ Rua Atlas, 464 - Vale do Sol Nova Lima 607939 7777855 1409 Quartizítico Frm. Cercadinho CDTN 09/09/2011 22,6
P28 Poço tubular Mina Mar Azul - Poço 07 Nova Lima 608974 7781585 1109 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 20/10/2011 20,1
P30 Poço tubular Condomínio Quintas do Morro Nova Lima 612257 7775950 1351 Cauê/Xistoso Formação Cauê CDTN 13/09/2011 21,7
P32 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço 19 Brumadinho 606539 7771600 1343 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 08/09/2011 20,8
P33 Poço tubular Mina Pau Branco - Poço 26 Brumadinho 606818 7770968 1366 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 08/09/2011 20,3
P35 Dreno Mina Pau Branco - DR56900 Brumadinho 606655 7771015 1289 Unidade Confinante Formação Batatal CDTN 08/09/2011 20,3
P36 Nascente Nasc. Córrego dos Carrapatos Brumadinho 606047 7769668 1349 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 08/09/2011 17,7
P38 Nascente Balneário Água Limpa Nova Lima 608109 7763811 1306 Inconsolidado Depósito coluvial CDTN 09/09/2011 19,0
P42 Poço tubular Mina do Pico - Poço 24 Itabirito 618789 7762086 1169 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 21/10/2011 20,0
P43 Poço tubular Mina Sapecado - Poço 03 Itabirito 617802 7760910 1118 Aquífero Cauê Formação Cauê CDTN 21/10/2011 19,1
1/3
APÊNDICE F - Resultados das Análises Químicas
ID PontoC. E. in loco
(µS.cm-1)
pH
in
loco
TDS in
loco
(ppm)
ORP in
loco
(mV)
Resíduo
total
(mg.L-1)
Resíduo
suspenso
(mg.L-1)
Resíduo
dissolvido
(mg.L-1)
Acidez carbônica
(mg.L-1 em CaCO3)
Dureza total
(mg.L-1 em
CaCO3)
HCO3-
(mg.L-1)
F-
(mg.L-1)
Cl-
(mg.L-1)
Br-
(mg.L-1)
NO2-
(mg.L-1)
NO3-
(mg.L-1)
SO42-
(mg.L-1)
P02 10,5 5,5 7,3 249 7,31 <2 mg/L 7,3 0 6,0 7,2 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,62 ± 0,06 0,73 ± 0,04
P07 20,2 6,2 13,5 333 13,5 <2 mg/L 13,5 0 6,0 8,2 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,49± 0,10 < 0,25
P08 9,2 5,7 5,7 324 5,7 <2 mg/L 5,7 0 4,0 5,2 < 0,25 0,20 ± 0,02 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25
P09A 8,4 5,3 5,6 346 5,6 <2 mg/L 5,6 0 4,0 5,2 < 0,25 0,23 ± 0,02 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25
P09B 10,7 5,9 7,2 303 7,2 <2 mg/L 7,2 0 6,0 7,2 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,49 ± 0,10 < 0,25
P11 10,2 5,7 6,8 302 6,8 <2 mg/L 6,8 0 5,0 4,1 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,39 ± 0,08 0,27± 0,03
P14 6,8 5,4 4,7 232 4,67 <2 mg/L 4,7 0 5,2 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,48 ± 0,01 0,23± 0,01
P16 8,4 5,7 5,4 290 5,4 <2 mg/L 5,4 0 12,1 12,4 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,64± 0,13 < 0,25
P17 16,4 5,9 10,4 297 10,4 <2 mg/L 10,4 0 5,0 5,2 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,52± 0,10 0,40 ± 0,04
P18 12,2 5,5 8,8 192 8,8 <2 mg/L 8,8 0 5,0 5,2 < 0,25 0,24 ± 0,02 < 0,25 < 0,25 0,97 ± 0,19 0,71 ±0,07
P20 21,5 6,4 14,9 230 14,93 <2 mg/L 14,9 0 16,1 11,3 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 1,63 ± 0,16 1,14 ± 0,06
P21 110,6 7,3 77,7 239 77,7 <2 mg/L 77,7 4,1 37,8 30,9 < 0,25 3,75 ± 0,04 < 0,25 < 0,25 4,13 ± 0,83 2,71 ±0,07
P26 137,3 7,3 97,0 268 97 <2 mg/L 97,0 0 44,3 43,3 < 0,25 2,88 ± 0,03 < 0,25 < 0,25 9,90 ± 1,98 2,30±0,02
P27 32,0 6,5 22,3 321 22,27 <2 mg/L 22,3 0 18,1 19,6 0,20 ± 0,04 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25
P28 6,4 5,4 4,4 232 4,41 <2 mg/L 4,4 0 3,0 4,1 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,53 ± 0,05 0,24 ± 0,01
P30 19,6 5,0 13,6 259 13,6 <2 mg/L 13,6 0 4,0 4,1 < 0,25 1,47 ± 0,01 < 0,25 < 0,25 2,81 ± 0,28 0,89 ± 0,04
P32 5,9 6,1 4,1 274 4,11 <2 mg/L 4,1 0 1,0 3,1 0,20 ± 0,04 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,29 ± 0,01 0,21 ± 0,01
P33 11,0 5,4 7,7 204 7,68 <2 mg/L 7,7 0 5,0 4,1 0,20 ± 0,04 0,20 ± 0,01 < 0,25 < 0,25 0,41± 0,01 1,10± 0,01
P35 4,4 5,4 3,1 233 3,05 <2 mg/L 3,1 0 1,0 3,1 0,20 ± 0,04 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,20 ± 0,01
P36 28,8 6,8 20,2 249 20,1 <2 mg/L 20,1 0 16,1 14,4 < 0,25 0,24 ± 0,01 < 0,25 < 0,25 0,16 ± 0,02 1,51 ± 0,08
P38 33,0 6,5 23,3 152 23,26 <2 mg/L 23,3 0 21,1 20,6 0,20 ± 0,04 < 0,25 < 0,25 < 0,25 0,21 ± 0,01 0,44 ± 0,01
P42 10,9 5,4 7,6 221 7,63 <2 mg/L 7,6 0 7,0 4,1 < 0,25 < 0,25 < 0,25 < 0,25 1,12 ± 0,11 0,87 ± 0,04
P43 9,4 5,2 6,6 213 6,61 <2 mg/L 6,6 0 3,0 3,1 0,20 ± 0,01 < 0,25 < 0,25 < 0,25 1,67 ± 0,17 0,20 ± 0,01
2/3
APÊNDICE F - Resultados das Análises Químicas
ID PontoNa+
(mg.L-1)
K+
(mg.L-1)
NH4+
(mg.L-1)
CaS
(mg.L-1)
CaT
(mg.L-1)
NaT
(mg.L-1)
KT
(mg.L-1)
FeS
(mg.L-1)
FeT
(mg.L-1)
MgS
(µg.L-1)
MnS
(µg.L-1)
MgT
(µg.L-1)
MnT
(µg.L-1)
AlT
(mg.L-1)
NiT
(µg.L-1)
CuT
(µg.L-1)
ZnT
(µg.L-1)
CdT
(µg.L-1)
BaT
(µg.L-1)
P02 < 0,20 < 0,20 < 0,20 0,70 0,67 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 386 2,6 495 3,06 3,1 0,25 2,84 205 0,012 6,27
P07 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,81 0,80 <0,10 <0,10 <0,10 0,03 401 0,6 562 1,11 2,55 0,22 0,13 30,2 0,027 0,64
P08 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,30 0,55 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 351 1,6 401 2,26 3,2 0,24 0,42 10,9 0,053 3,52
P09A < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,42 0,60 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 296 6,2 354 9,16 23,6 0,12 0,24 6,3 0,04 3,02
P09B < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,70 0,65 <0,10 <0,10 <0,10 0,03 457 0,8 484 0,83 2,62 0,73 0,43 20,9 0,11 1,53
P11 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,53 0,51 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 489 1,3 551 24,2 8,03 0,44 0,26 28 0,075 3,15
P14 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,30 0,50 <0,10 0,20 0,21 0,21 77,8 24,6 105 28 8,88 0,45 2,71 1032 0,014 5
P16 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,40 0,56 <0,10 <0,10 <0,10 0,02 353 1,2 398 2,44 2,64 0,27 0,23 57 0,057 1,68
P17 < 0,20 < 0,20 < 0,25 1,42 1,40 <0,10 <0,10 <0,10 0,02 1264 0,2 1286 6,07 75,3 0,25 0,36 4,82 0,056 1,49
P18 1,0 ± 0,01 < 0,20 < 0,25 0,61 0,77 0,45 <0,10 <0,10 0,22 162 12,5 225 12,8 1,67 6,51 20 49,9 0,026 0,58
P20 < 0,20 < 0,20 < 0,25 1,20 1,30 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 1323 4,7 1449 5,23 1,56 0,57 8,26 188 0,016 5
P21 4,52 ± 0,03 0,84 ± 0,04 < 0,25 18,60 19,30 5,90 0,65 0,13 0,13 241 1,4 314 12,2 292 3,5 4,49 66,7 0,26 8,64
P26 4,92 ± 0,02 3,1 ± 0,02 < 0,25 22,60 22,40 6,70 3,30 <0,10 0,03 196 0,3 270 2,02 82,8 1,83 0,54 9,07 0,038 8,17
P27 < 0,20 0,20 ± 0,02 < 0,25 3,20 3,20 <0,10 <0,10 <0,10 0,21 1913 1,3 2213 5,67 3,89 3,38 62 311 0,015 5,25
P28 0,60 ± 0,03 0,61 ± 0,06 < 0,25 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 266 2,9 308 3,31 6,63 1,72 8,01 212 0,024 5,94
P30 2,3 ± 0,2 0,25 ± 0,03 < 0,25 0,70 0,80 <0,10 0,30 <0,10 <0,01 169 3,2 195 3,32 22 1,31 2,9 167 0,016 5,72
P32 < 0,20 < 0,20 < 0,25 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 0,05 28,4 8,5 28,5 16,6 8,76 0,71 5,01 331 0,10 1,86
P33 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,60 0,80 <0,10 <0,10 <0,10 0,02 448 53,8 541 64,8 11 0,95 1,1 52,7 0,015 20,2
P35 < 0,20 0,20 ± 0,02 < 0,25 <0,10 0,20 <0,10 0,75 <0,10 <0,01 44,3 4,0 45,2 5,35 4,59 0,26 0,54 17,2 0,013 1,83
P36 0,74 ± 0,04 0,68 ± 0,07 < 0,25 1,80 1,70 0,40 0,15 <0,10 <0,01 1726 3,1 2089 7,05 8,51 0,44 0,48 3,25 0,053 9,42
P38 0,12 ± 0,01 < 0,20 < 0,25 0,80 5,70 <0,10 0,20 0,13 0,13 1427 26,2 1587 29,7 6,97 0,41 1,17 255 0,025 10,1
P42 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,25 0,30 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 634 2,0 748 2,22 1,09 0,28 1,18 222 0,02 5,12
P43 < 0,20 < 0,20 < 0,25 0,20 0,19 <0,10 <0,10 <0,10 <0,01 203 7,9 296 8,7 13,4 0,41 1,48 187 0,013 5,29
3/3
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID PontoData da
análiseMunicípio Local Natureza UTMN UTME Aquífero Unidade Geológica
T in
loco
(oC)
CE in loco
(µS/cm)
pH
in loco
Eh in loco
(mV)
P34 27-out-05 Nova Lima IBAMA - BR040 Nascente 7772016 609005 Gandarela Form. Gandarela 21,7 77,0 7,20 269,0
P48 10-mai-05 Brumadinho Catarina Principal Nascente 7780723 604602 Cauê Formação Cauê 20,1 23,0 6,03
P50 4-abr-05 Belo Horizonte Mutuca Auxiliar Nascente 7787295 607812 Inconsolidado Aluvião Terciário 20,0 9,2 6,30 435,0
P51 5-abr-05 Brumadinho Catarina Auxiliar Nascente 7780655 603755 Cauê Formação Cauê 20,7 9,0 5,80 386,0
P52 8-abr-05 Nova Lima Fechos Galeria Nascente 7780080 608282 Gandarela Form. Gandarela 20,8 95,9 7,80 269,0
P54 6-mai-05 Nova Lima Fechos Surgência Cárstica Nascente 7779466 607608 Gandarela Form. Gandarela 20,0 89,0 8,40 261,0
P56 11-abr-05 Brumadinho Vertedouro 33 - Mina da Jangada Nascente 7777871 596537 Cauê Formação Cauê 20,6 6,1 5,60 413,0
P57 11-abr-05 Brumadinho Vertedouro 60 - Mina da Jangada Nascente 7778792 598432 Cauê Formação Cauê 21,1 7,6 5,70 421,0
P58 12-abr-05 Nova Lima Nascente do Meloso - Mina do Tamanduá Nascente 7777553 610707 Cauê Formação Cauê 22,9 11,7 6,20 391,0
P59 12-abr-05 Nova Lima Vertedouro 21 - Mina do Tamanduá Nascente 7778216 611202 Quartzítico Form. Moeda 21,5 59,8 6,20 139,0
P60 14-abr-05 Nova LimaRepresa das Codornas - Água Mineral Pérola
do ValeNascente 7770701 615843 Qtz. Cercadinho Form. Cercadinho 20,4 75,8 7,00 330,0
P65 18-abr-05 Nova Lima Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke Nascente 7773270 616241 Cauê Formação Cauê 21,2 7,7 5,90 426,0
P66 19-abr-05 Rio Acima Nascente de Trovões Nascente 7769756 618603 Cauê Formação Cauê 20,8 10,8 6,30 395,0
P67 19-abr-05 Itabirito Nascente Cata Branca Nascente 7763501 620240 Cauê Formação Cauê 19,3 10,4 6,30 402,0
P69 9-mai-05 Ibirité Nascente do Rola Moça Nascente 7781903 600786 Cauê Formação Cauê 20,5 9,3 6,20 462,0
P70 10-mai-05 Ibirité Nascente do Bálsamo Nascente 7783057 601582 Inconsolidado Fm. Superficial 20,9 10,1 6,50 447,0
P71 11-mai-05 Nova Lima Nascente da Skol - Condomínio do Miguelão Nascente 7776234 607643 Gandarela Form. Gandarela 21,7 112,0 8,10 296,0
P72 11-mai-05 Nova Lima BR040 - Condomínio do Miguelão Nascente 7776318 607058 Inconsolidado/Cauê Fm. Superficial/Cauê 20,2 6,7 6,00 472,0
P73 12-mai-05 Ibirité Nascente de Taboões Nascente 7781279 599675 Cauê Formação Cauê 20,8 10,7 6,20 444,0
P77 20-out-05 Nova Lima Fechos Elevatória - Filito Nascente 7780716 608827Unidade Confinante
BatatalFm. Batatal 21,6 157,0 7,20 -23,0
P79 19-out-05 Nova Lima Fechos Elevatória - Caverna Nascente 7780716 608927 Gandarela Form. Gandarela 22,3 126,0 7,80 270,0
P81 20-out-05 Nova Lima Fechos Auxiliar Nascente 7780990 608385 Cauê Formação Cauê 20,5 7,6 6,40 386,0
P82A 27-out-05 Nova LimaCondomínio Retiro do Chalé - Nasc. Capitão
ValenteNascente 7766128 606737 Cauê Formação Cauê 23,3 8,3 5,90 350,0
1/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID PontoData da
análiseMunicípio Local Natureza UTMN UTME Aquífero Unidade Geológica
T in loco
(oC)
Cond.
Elétrica in
loco
(mS/cm)
pH in
loco
Eh in loco
(mV)
P82B 13-set-06 BrumadinhoCondomínio Retiro do Chalé - Nasc.Mãe
d'água CachoeiraNascente 7767890 606210 Cauê Formação Cauê 18,2 23,3 6,55 338,0
P82C 27-out-05 BrumadinhoCondomínio Retiro do Chalé - Nasc.Mãe
d'água CoberturaNascente 7767680 605922 Inconsolidado Aluvião Terciário 20,6 22,5 6,10 336,0
P83A 9-nov-05 Itabirito Comunidade Suzana Nascente 7761959 607219 Cauê Formação Cauê 20,8 7,0 6,30 354,0
P84 26-out-05 Nova Lima Clube Serra da Moeda Nascente 7767365 607883 Cauê Formação Cauê 18,9 16,6 6,40 346,0
P85 7-nov-05 Nova Lima Flora - Rua Walpoli, 25 - Jardim Canadá Poço Tubular 7779871 606278 Cauê Formação Cauê 20,3 10,2 7,50 281,0
P86 7-nov-05 Nova Lima Condomínio Serra dos Manacás Poço Tubular 7778861 606336 Cauê Formação Cauê 22,8 3,9 5,70 350,0
P86B 9-nov-05 Nova Lima Condomínio Morro do Chapéu - P02 Poço Tubular 7776735 611077 Cauê Formação Cauê 19,8 9,5 6,30 657,0
P87 9-nov-05 Nova Lima Condomínio Morro do Chapéu - P04 Poço Tubular 7777161 610482 Cauê Formação Cauê 17,2 5,5 6,40 473,0
P88 9-nov-05 Nova Lima IEF - Jardim Canadá Poço Tubular 7781727 605511 Inconsolidado Aluvião Terciário 22,0 20,1 6,10 371,0
P89 10-nov-05 Nova LimaBR040 - Portaria C -Condomínio do
MiguelãoNascente 7774367 607978
Inconsolidado/
CauêFm. Superficial/Cauê 20,5 8,5 5,60 419,0
P90 10-nov-05 Itabirito Posto Paraíso das Águas Poço Tubular 7764792 607479 Inconsolidado Aluvião Terciário 19,7 10,8 5,60 390,0
P92 18-nov-05 Belo Horizonte Cachoeira do Bicão - Barreiro Nascente 7786503 603949 Quartzítico Form. Taboões 22,4 7,5 5,70 373,0
P94 23-nov-05 Sabará Túnel Taquaril Nascente 7796133 619605 Cauê Formação Cauê 22,5 81,9 7,20 291,0
P95 30-nov-05 Sabará Taquaril Nascente 7796661 620352 Cauê Formação Cauê 19,8 37,6 6,20 343,0
P96 30-nov-05 Nova Lima Córrego da Fazenda - Galeria Nascente 7794857 618000 Cauê Formação Cauê 21,2 15,8 5,80 399,0
P97 13-set-06 Nova Lima Córrego da Fazenda - Nascente Nascente 7794971 617925 Cauê Formação Cauê 21,4 14,4 6,10 367,0
P98 1-dez-05 Mário Campos Condomínio Serra dos Bandeirantes Nascente 7779753 588960 Xistoso Grupo Sabará 21,8 38,9 5,90 384,0
P99 5-dez-05 Mário CamposCondomínio Serra dos Bandeirantes -
Vertedouro 03Nascente 7777482 590715 Inconsolidado Fm. Superficial 22,2 11,2 5,30 355,0
P101 5-dez-05 Mário CamposCondomínio Serra dos Bandeirantes -
Vertedouro 01Nascente 7777509 588423 Gandarela Form. Gandarela 21,4 158,3 6,60 404,0
P102 20-dez-05 Nova Lima Posto Tabari - BR 356 Poço Tubular 7766614 618400 Qtz. Cercadinho Form. Cercadinho 21,3 35,6 5,60 --
P103 20-dez-05 Nova Lima Haras RPC - BR356 Poço Tubular 7769677 611743 Indefinido Indefinido 22,4 21,0 6,30 --
2/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID PontoData da
análiseMunicípio Local Natureza UTMN UTME Aquífero Unidade Geológica
T in loco
(oC)
Cond.
Elétrica in
loco
(mS/cm)
pH in
loco
Eh in loco
(mV)
P104 6-jun-06 Brumadinho Mina Córrego do Feijão - Galeria Galeria 7775818 591614 Cauê e outros Fm. Cauê e outros 18,7 117,6 8,34 259,0
P105 6-jun-06 Brumadinho Mina Córrego do Feijão - P1 e P2 Poço Tubular 7776576 591639 Cauê Formação Cauê 19,9 12,3 5,57 343,0
P106 7-jun-06 BrumadinhoMina Córrego do Feijão - Nascente Pau
GrandeNascente 7776570 592019 Cauê Formação Cauê 19,6 12,2 6,60 322,0
P107 7-jun-06 Brumadinho Mina Córrego do Feijão - Nascente Leste Nascente 7776665 592157 Cauê Formação Cauê 18,8 23,5 6,86 253,0
P108 19-jun-06 Nova Lima Jardim CanadáPoço
Escavado7781943 605790 Inconsolidado Aluvião Terciário 21,0 28,2 6,95 292,0
P110 19-jun-06 Nova Lima Condomínio Alphaville - Lagoa Grande Superficial 7770197 609110 -- 16,1 38,1 6,90 324,0
P111 6-jul-06 Nova Lima Lagoa das Codornas - BR356 Superficial 7768061 615880 -- 20,6 66,5 6,98 162,0
P112 6-jul-06 Nova Lima Condomínio Alphaville - P01 Poço Tubular 7770590 608483 Cauê Formação Cauê 20,8 8,6 5,29 324,0
P113 9-ago-06 Itabirito Mina do Pico - P20 Poço Tubular 7762385 618869 Cauê Formação Cauê 18,10 13,37 5,02 319,00
P114 9-ago-06 Nova LimaCondomínio do Miguelão - Sr. Márcio
MagalhâesPoço Tubular 7773966 608413 Cauê Formação Cauê 20,40 28,30 6,36 153,00
P115 23-ago-06 Nova Lima Nascente da Tutaméia - vertedouro 02Cab. de
drenagem7772873 606810 Cauê Formação Cauê 18,60 10,41 7,02 245,00
P116 23-ago-06 Brumadinho Mina do Pau Branco - P06 Poço Tubular 7771678 606485 Cauê Formação Cauê 21,10 8,17 4,68 293,00
P117 23-ago-06 Nova Lima Mina do Pau Branco - P09 Poço Tubular 7770701 606759 Cauê Formação Cauê 19,20 9,85 5,37 281,00
P118 31-ago-06 Nova Lima Nascente da Tutameia Nascente 7773692 606525 Cauê Formação Cauê 19,30 7,38 5,25 430,00
P119 31-ago-06 Nova Lima Condomínio do Miguelão - Sr. Altamiro Poço Tubular 7773576 608654 Gandarela Form. Gandarela 20,30 116,20 8,13 219,00
3/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID Ponto PH Lab Cor (uH)Turbidez
(NTU)
Resíduo total
(mg/L)
Resíduo
suspenso
(mg/L)
Resíduo
dissolvido
(mg/L)
Acidez carbônica
(mg/L em CaCO3)
Dureza total
(mg/L em
CaCO3)
HCO3-
(mg/L)
Cloretos
(mg/L)
Sulfatos
(mg/L)
Fósforo
( P mg/L)
Fluoreto
(mg/L)
Nitrogênio
nitroso
(mg/L)
Nitrogênio
nítrico
(mg/L)
Ca+2 (mg/L)
P34 6,8 < 5 < 1 73 2 71 10,6 42 46,36 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 8,20
P48 7,9 < 5 5,5 20 < 1 20 10,1 12,1 11,59 < 1 < 1 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,82
P50 5,6 < 5 4 22 5 17 3,3 3,9 5,25 < 1 < 1 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,29
P51 5,8 < 5 1,5 17 < 1 17 6,9 3,9 5,86 < 1 < 1 < 0.2 < 0.005 0,2 0,22
P52 7,5 < 5 1,7 80 < 1 80 5,6 56 54,90 < 1 < 1 0,3 < 0.005 0,3 6,18
P54 8,6 < 5 < 1.0 47 < 1 47 3,7 55 52,46 < 1 < 1 < 0.2 < 0.005 < 0.1 7,23
P56 5,6 < 5 < 1 18 < 1 18 8,9 3,3 3,54 < 1 < 1 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,41
P57 6,2 < 5 < 1 15 < 1 15 7,9 5 4,64 < 1 < 1 0,3 < 0.005 0,1 0,44
P58 6,1 < 5 7,4 16 2 14 6,9 3,4 4,27 < 1 < 1 0,2 < 0.005 0,7 0,18
P59 7,5 < 5 8 42 1 41 8,2 34 34,16 < 1 1 0,7 < 0.005 0,2 3,18
P60 7,2 < 5 < 1 55 < 1 55 11,5 45 43,92 < 1 < 1 0,2 < 0.005 < 0.1 12,70
P65 5,1 < 5 < 1 8 < 1 8 13,5 3,4 3,54 < 1 < 1 0,2 <0.005 0,2 0,25
P66 5,1 < 5 < 1 14 1 13 17,1 5 4,64 < 1 < 1 0,4 <0.005 0,3 0,19
P67 5,8 < 5 < 1 16 < 1 16 16,8 4,5 5,25 1 < 1 0,2 <0.005 0,2 0,30
P69 5,7 < 5 < 1.0 22 < 1 22 9,9 6,3 6,34 < 1 < 1 < 0.2 <0.005 < 0.1 0,32
P70 8,1 <5 <1 14 <1 14 13,1 6,9 6,95 <1 <1 <0.2 <0.005 <0.1 0,30
P71 8,3 <5 <1 68 <1 68 11,9 74 63,44 <1 <1 0,3 <0.005 <0.1 7,16
P72 5,7 <5 <1 20 <1 20 10,9 6,9 3,54 <1 <1 0,5 <0.005 <0.1 0,09
P73 5,7 <5 <1 25 <1 25 10,6 6,9 6,34 <1 <1 0,3 <0.005 <0.1 0,52
P77 7,2 < 5 29 96 7 89 9,4 77 78,08 1,2 6 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 14,10
P79 7,9 < 5 < 1 71 3 68 9,2 66 73,20 1 3 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 13,50
P81 5,4 < 5 < 1 14 2 12 7,4 5 4,64 1,8 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 0,77
P82A 6,4 < 5 < 1 32 < 1 32 10,4 10 14,52 1,3 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,2 2,27
4/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID Ponto PH Lab Cor (uH)Turbidez
(NTU)
Resíduo total
(mg/l)
Resíduo
suspenso
(mg/L)
Resíduo
dissolvido
(mg/L)
Acidez carbônica
(mg/L em CaCO3)
Dureza total
(mg/L em
CaCO3)
HCO3-
(mg/L)
Cloretos
(mg/L)
Sulfatos
(mg/L)
Fósforo
( P mg/L)
Fluoreto
(mg/L)
Nitrogênio
nitroso
(mg/L)
Nitrogênio
nítrico
(mg/L)
Ca+2 (mg/L)
P82B 7,7 < 5 < 1 40 < 1 40 1,4 11,1 15,13 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,51
P82C 6 < 5 < 1 25 < 1 25 9,2 45 7,20 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 12,95
P83A 5,3 < 5 < l 5 2 3 5,2 1,5 2,68 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,44
P84 6,4 < 5 < 1 38 2 36 16,3 4,5 10,37 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,2 1,77
P85 5,7 < 5 < 1 8 < 1 8 4 4,5 3,90 1,1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,2 0,28
P86 5 < 5 < 1 11 < 1 11 6,9 2,5 2,68 1,1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,76
P86B 5,2 < 5 < 1 2 1 1 11,4 3,5 3,29 1,8 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,3 0,46
P87 5,5 < 5 < 1 17 < 1 17 12,1 2,5 3,29 1,3 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 0,03
P88 5,8 < 5 < 1 22 < 1 22 12,1 5,6 7,93 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 1,33
P89 4,9 < 5 < 1 26 1 25 13,4 2,5 16,35 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,31
P90 5,2 < 5 < 1 37 2 35 12,6 4 4,64 1,3 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 0,95
P92 5,4 < 5 < 1 4 < 1 4 9,2 3 3,90 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,4 0,34
P94 7,5 < 5 < 1 49 < 1 49 11,6 45 56,12 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 9,15
P95 6,1 < 5 < 1 32 < 1 32 13,4 18,2 15,25 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 3,2 3,34
P96 6,3 < 5 < 1 24 4 20 11,9 6,6 7,44 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 4,3 1,36
P97 7,5 < 5 < 1 38 < 1 38 5,5 6,6 8,17 < 1 < 2 0,6 < 0.2 < 0.005 0,1 0,14
P98 6,3 < 5 < 1 18 < 1 18 18,6 17,7 21,84 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 3,30
P99 5,3 < 5 < 1 15 1 14 30 5,6 6,22 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,78
P101 6,6 < 5 3 95 < 1 95 37 84 100,04 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,4 17,10
P102 5,8 < 5 < 1 9 2 7 26 8 8,66 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,9 3,10
P103 6,1 < 5 < 1 30 25 5 21 4,5 11,22 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,3 1,12
5/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
ID Ponto PH Lab Cor (uH)Turbidez
(NTU)
Resíduo total
(mg/l)
Resíduo
suspenso
(mg/L)
Resíduo
dissolvido
(mg/L)
Acidez carbônica
(mg/L em CaCO3)
Dureza total
(mg/L em
CaCO3)
HCO3-
(mg/L)
Cloretos
(mg/L)
Sulfatos
(mg/L)
Fósforo
( P mg/L)
Fluoreto
(mg/L)
Nitrogênio
nitroso
(mg/L)
Nitrogênio
nítrico
(mg/L)
Ca+2 (mg/L)
P104 8 3 < 5 84 3 81 10 58 67,10 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 14,60
P105 6 < 1 < 5 27 1 26 13 5 6,95 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,28
P106 6 < 1 < 5 28 < 1 28 7 5 8,05 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 0,08
P107 6,5 < 1 < 5 26 < 1 26 5 6,3 8,78 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 0,24
P108 6,2 < 1 < 5 27 < 1 27 9,2 6,1 10,74 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,4 1,67
P110 7,6 < 1 < 5 32 < 1 32 3,2 17 20,74 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 4,90
P111 7,3 3 < 5 34 2 32 3 21 29,28 < 1 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 4,80
P112 4,9 < 1 < 5 6 < 1 6 11 < 1 1,22 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 < 0.005
P113 4,8 < 5 < 1 7 2 5 16,4 1 1,22 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,4 < 0.005
P114 6,5 < 5 < 1 15 < 1 15 9,5 14,1 18,91 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,3 3,3
P115 6,4 < 5 < 1 17 < 1 17 2,2 4,5 5,73 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,5 0,04
P116 5,5 < 5 44 48 26 22 8,5 2 1,22 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 < 0.1 < 0.005
P117 6,2 < 5 6 20 2 18 10 3 3,17 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,2 < 0.005
P118 5,1 < 5 < 1 6 < 1 6 8 6 4,39 < 1 < 2 < 0.2 0,2 < 0.005 < 0.1 < 0.005
P119 8,1 < 5 < 1 67 < 1 67 10,9 65 70,76 < 1 < 2 < 0.2 < 0.2 < 0.005 0,1 24
6/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
Mg+2 (mg/L) Na+ (mg/L) K+ (mg/L)
Ferro
ferroso
(mg/L)
FeT (mg/L) MnT (mg/L)Sílica
(mg/L SiO2)BaT (mg/L) AlT (mg/L) CuT (mg/L)
PbT
(mg/L)
ZnT
(mg/L)
CdT
(mg/L)
CrT
(mg/L)
VT
(mg/L)
NiT
(mg/L)MoT (mg/L)
AsT
(mg/L)
4,21 0,16 0,15 < 0.1 0,02 < 0.005 4,4 < 0.02 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
1,10 0,12 0,27 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,02 <0.002 <0.005 <0.2 0,02 <0.04 <0.5
0,32 0,11 0,14 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
0,35 0,11 0,09 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,03 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
6,54 0,09 0,15 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
4,17 0,21 0,17 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 0,01 <0.04 <0.5
0,14 0,15 <0.08 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 0,02 <0.04 <0.5
0,33 0,11 0,10 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 0,01 <.0.02 0,03 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
0,13 1,03 0,37 < 0.1 0,20 0,06 <0.02 0,10 <0.005 <.0.02 0,02 <0.002 <0.005 <0.2 0,02 <0.04 <0.5
2,10 0,49 0,55 < 0.1 0,60 6,52 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,07 <0.002 <0.005 <0.2 0,03 <0.04 <0.5
4,50 0,13 0,19 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,02 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
0,25 0,14 <0.08 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,00 <0.002 <0.005 <0.2 0,02 <0.04 <0.5
0,26 0,34 0,12 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 0,07 0,10 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
0,39 0,19 0,10 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 0,10 <0.005 <.0.02 0,04 <0.002 <0.005 <0.2 0,03 <0.04 <0.5
0,39 0,11 0,25 < 0.1 <0.1 <0.002 <0.02 0,10 <0.005 <.0.02 0,02 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
4,46 0,24 0,17 <0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
6,78 0,23 0,36 <0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 0,02 <0.04 <0.5
0,26 0,07 <0.08 <0.1 <0.1 <0.002 <0.02 0,30 <0.005 <.0.02 0,05 <0.002 <0.005 <0.2 <0.002 <0.04 <0.5
0,48 0,11 0,17 <0.1 <0.1 <0.002 <0.02 <0.1 <0.005 <.0.02 0,01 <0.002 <0.005 <0.2 0,03 <0.04 <0.5
8,05 0,09 0,25 2,4 0,27 4,6 0,03 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
7,15 0,09 0,19 < 0.1 0,11 0,01 8,9 0,03 0,14 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,28 0,18 0,10 < 0.1 < 0.005 < 0.005 3,9 0,02 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
1,16 0,16 0,11 < 0.1 0,01 < 0.005 3,3 0,03 < 0.10 < 0.005 0,03 0,07 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
7/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
Mg+2 (mg/L) Na+ (mg/L) K+ (mg/L)
Ferro
ferroso
(mg/L)
FeT (mg/L) MnT (mg/L)Sílica
(mg/L SiO2)BaT (mg/L) AlT (mg/L) CuT (mg/L)
PbT
(mg/L)
ZnT
(mg/L)
CdT
(mg/L)
CrT
(mg/L)
VT
(mg/L)
NiT
(mg/L)MoT (mg/L)
AsT
(mg/L)
1,12 0,13 0,1 < 0.1 0,009 0,015 0,03 0,02 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
6,75 0,11 0,20 < 0.1 0,04 < 0.005 3,1 0,03 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,03 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,18 0,22 0,06 < 0.1 < 0.005 < 0.005 3,2 0,03 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,03 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,87 0,07 0,03 < 0.1 0,11 < 0.005 7,0 0,05 < 0.10 0,01 < 0.02 0,06 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
0,90 0,56 0,14 < 0.1 0,05 < 0.005 5,4 0,02 0,12 < 0.005 < 0.02 0,62 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
0,06 0,11 0,12 < 0.1 0,01 < 0.005 3,5 0,03 < 0.10 0,02 < 0.02 0,04 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,06 0,93 0,29 < 0.1 0,03 0,01 1,4 0,23 < 0.10 0,32 < 0.02 0,16 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,03 < 0.04
0,03 0,29 0,07 < 0.1 < 0.005 < 0.005 3,7 0,02 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
0,16 0,26 0,16 < 0.1 0,01 0,01 1,7 0,05 0,15 < 0.005 < 0.02 0,79 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,14 0,09 < 0.02 < 0.1 < 0.005 0,01 2,6 0,03 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
0,12 0,17 < 0.02 < 0.1 < 0.005 < 0.005 0,6 0,04 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
0,17 0,24 0,11 < 0.1 0,01 0,02 6,7 0,04 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,01 < 0.04
4,36 0,40 0,22 < 0.1 0,11 < 0.005 6,2 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 < 0.002 < 0.04
1,90 0,21 0,26 < 0.1 0,08 < 0.005 12,7 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,77 0,11 0,17 < 0.1 0,01 < 0.005 6,3 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,03 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,7 0,11 0,11 < 0.1 0,005 <0.002 9,03 < 0.02 < 0.01 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.2 0,003 < 0.2
2,46 0,66 0,03 < 0.1 0,02 < 0.005 2,6 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,00 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,46 0,14 0,07 < 0.1 0,07 0,01 4,7 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,03 < 0.04
7,90 0,40 0,23 < 0.1 0,04 < 0.005 4,6 0,05 < 0.10 0,01 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,17 1,90 0,43 < 0.1 0,03 < 0.005 5,8 0,04 < 0.10 0,01 < 0.02 0,03 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
0,05 0,23 0,13 4,1 2,98 0,06 1,6 0,05 < 0.10 < 0.005 < 0.02 0,07 < 0.002 < 0.005 < 0.20 0,02 < 0.04
8/9
APÊNDICE G - Resultados das Análises Químicas de Mourão (2007)
Mg+2 (mg/L) Na+ (mg/L) K+ (mg/L)
Ferro
ferroso
(mg/L)
FeT (mg/L) MnT (mg/L)Sílica
(mg/L SiO2)BaT (mg/L) AlT (mg/L) CuT (mg/L)
PbT
(mg/L)
ZnT
(mg/L)
CdT
(mg/L)
CrT
(mg/L)
VT
(mg/L)
NiT
(mg/L)MoT (mg/L)
AsT
(mg/L)
4,00 0,30 0,90 < 0.1 0,06 0,11 13,4 < 0.02 0,08 < 0.005 < 0.02 0,04 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.04
0,29 0,30 0,08 < 0.1 0,06 < 0.002 4,6 < 0.02 0,08 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.04
0,28 0,40 0,20 < 0.1 0,03 < 0.002 9,2 0,02 0,15 < 0.005 < 0.02 0,12 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.04
0,31 0,20 0,15 < 0.1 0,18 < 0.002 9,8 < 0.02 0,20 < 0.005 < 0.02 0,01 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.04
0,08 2,90 0,26 < 0.1 0,01 < 0.002 1,2 0,02 0,05 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.04
1,00 0,30 0,26 < 0.1 0,02 < 0.002 4,2 0,02 0,09 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.2 0,08 < 0.04
2,00 3,70 0,80 < 0.1 0,01 0,01 5,2 0,03 0,06 < 0.005 < 0.02 0,04 < 0.002 < 0.005 < 0.2 0,05 < 0.04
< 0.0005 0,20 0,10 < 0.1 0,01 0,00 6,7 0,03 0,07 0,01 < 0.02 0,05 < 0.002 < 0.005 < 0.2 0,05 < 0.04
< 0.0005 0,14 0,08 < 0.1 0,008 0,01 9,2 0,03 0,07 < 0.005 < 0.02 0,017 < 0.002 < 0.005 < 0.2 0,005 < 0.2
0,146 0,13 0,09 < 0.1 0,019 0,02 9,7 0,02 0,04 < 0.005 < 0.02 0,066 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
0,38 0,07 0,06 < 0.1 < 0.005 < 0.002 8,5 < 0.02 0,01 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
< 0.0005 0,25 0,18 < 0.1 0,019 0,007 2,3 < 0.02 0,03 < 0.005 < 0.02 < 0.001 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
0,071 0,20 0,23 < 0.1 0,063 0,006 9,2 0,07 0,06 < 0.005 < 0.02 0,076 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
< 0.0005 0,08 0,18 < 0.1 < 0.005 0,002 8,5 < 0.02 0,03 < 0.005 < 0.02 0,002 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
6,63 0,22 0,51 < 0.1 0,061 < 0.002 12,4 0,03 0,03 < 0.005 < 0.02 0,02 < 0.002 < 0.005 < 0.2 < 0.002 < 0.2
9/9
APÊNDICE H - Resultados das Análises Isotópicas de Mourão (2007)
ID Ponto Município Natureza Local UTMN UTME Aquífero Data Coleta δ18O δ2H Trítio (UT) Desvio
P34 Nova Lima Nascente IBAMA - BR040 7772016 609005 Gandarela 07/08/2006 -8,17 -59,0 0,2 0,2
P48 Nova Lima Nascente Catarina Principal 7780723 604602 Cauê 03/06/2007 -9,44 -63,0 0,8 0,2
P50A Nova Lima Nascente Mutuca Auxiliar 7787295 607812 Cobertura 03/06/2007 -9,26 -59,2 1,1 0,2
P50B Nova Lima Nascente Mutuca Auxiliar 7787088 607861 Cauê 03/07/2007 -9,38 -63,9 0,3 0,2
P51 Nova Lima Nascente Catarina Auxiliar 7780655 603755 Cauê 07/05/2006 -9,34 -60,6 0,9 0,2
P52 Nova Lima Nascente Fechos Galeria 7780080 608282 Gandarela/Cauê 07/03/2006 -8,89 -60,2 0,6 0,2
P53 Nova Lima Nascente Fechos Surgência Cárstica 7779466 607608 Gandarela 07/04/2006 -9,50 -60,0 0,5 0,1
P57 Brumadinho Nascente Vertedouro 60 - Mina da Jangada 7778792 598432 Cobertura 07/06/2006 -8,98 -62,3 1,9 0,3
P65 Nova Lima Nascente Nascente do Rio do Peixe - Córrego do Parke 7773270 616241 Cauê 07/07/2006 -9,01 -62,0 0,9 0,2
P66 Nova Lima Nascente Nascente de Trovões 7769756 618603 Cauê 07/06/2006 -8,59 -58,6 1,6 0,4
P67 Nova Lima Nascente Nascente Cata Branca 7763501 620240 Cobertura/Cauê 07/06/2006 -8,78 -59,9 0,5 0,2
P69 Ibirité Nascente Nascente do Rola Moça 7781897 600749 Cauê 03/07/2007 -9,34 -58,4 0,5 0,2
P71 Nova Lima Nascente Nascente da Skol - Condomínio do Miguelão 7776234 607643 Gandarela 30/06/2006 -8,75 -61,2 0,1 0,2
P72 Nova Lima Nascente BR040 - Condomínio do Miguelão 7776318 607058 Cobertura/Cauê 07/03/2006 -8,59 -62,3 0,8 0,3
P73 Ibirité Nascente Nascente de Taboões 7781279 599675 Cauê 06/07/2006 -8,85 -59,7 0,2 0,2
P77 Nova Lima Nascente Fechos Elevatória - Filito 7780716 608827 Batatal 07/03/2006 -8,81 -60,3 0,2 0,2
P79 Nova Lima Nascente Fechos Elevatória - Caverna 7780716 608927 Gandarela 07/03/2006 -8,65 -61,3 0,0 0,2
P81 Nova Lima Nascente Fechos Auxiliar 7780990 608385 Cauê 07/03/2006 -8,65 -62,1 0,8 0,2
P82A Itabirito Nascente Retiro do Chalé - Capitão Valente 7766128 606737 Cauê 30/06/2006 -8,61 -61,8 0,9 0,2
P82B Itabirito Nascente Retiro do Chalé - Mãe d'água 7767680 605922 Cauê 30/06/2006 -8,35 -59,7 0,7 0,2
P84 Nova Lima Nascente Clube Serra da Moeda 7767365 607883 Gandarela 07/07/2006 -8,89 -59,3 0,4 0,2
P86B Nova Lima Poço Tubular Condomínio Morro do Chapéu - P02 7776735 611077 Cauê 07/07/2006 -8,09 -58,5 1,4 0,3
P88 Nova Lima Poço Tubular IEF - Jardim Canadá 7781727 605511 Cauê 06/07/2006 -8,41 -53,9 1,8 0,2
P89 Nova Lima Nascente BR040 - Portaria C -Condomínio do Miguelão 7774367 607978 Cobertura 03/06/2007 -9,21 -61,2 0,8 0,2
P96 Nova Lima Nascente Córrego da Fazenda - Galeria 7794857 618000 Cauê 29/06/2006 -9,12 -61,8 0,8 0,2
P97 Nova Lima Nascente Córrego da Fazenda - Nascente 7794971 617925 Cauê 29/06/2006 -9,20 -60,4 0,8 0,2
P104 Brumadinho Nascente Mina Córrego do Feijão - Galeria 7775818 591614 Cauê/Outros 06/05/2006 -8,58 -59,7 0,5 0,2
P105 Brumadinho Poço tubular Mina Córrego do Feijão - P1 e P2 7776576 591639 Cauê 06/05/2006 -9,17 -62,3 0,1 0,2
P106 Brumadinho Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Pau Grande 7776570 592019 Cauê 06/05/2006 -8,68 -62,9 0,6 0,2
P107 Brumadinho Nascente Mina Córrego do Feijão - Nascente Leste 7776665 592157 Cauê 06/05/2006 -9,11 -60,0 0,3 0,2
P108 Nova Lima Poço Escavado Jardim Canadá 7781943 605790 Cacimba 06/06/2006 -7,81 -52,5 1,7 0,3
P109 Nova Lima Poço Tubular Condomínio Alphaville P02 7770607 608577 Cauê 06/06/2006 -8,77 -60,5 1,3 0,2
P113 Nova Lima Poço Tubular Mina do Pico P20 7762385 618869 Cauê 08/08/2006 -8,51 -60,5 0,5 0,2
P114 Nova Lima Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Márcio 7773966 608413 Cauê 08/08/2006 -8,84 -60,3 0,1 0,1
P117 Nova Lima Poço Tubular Mina do Pau Branco P09 7770701 606759 Cauê 22/08/2006 -9,20 -57,4 0,7 0,2
P118 Nova Lima Nascente Nascente da Tutaméia 7773692 606525 Cauê 30/08/2006 -9,30 -61,3 0,9 0,2
P119 Nova Lima Poço Tubular Condomínio Miguelão. Sr. Altamiro 7773576 608654 Gandarela 30/08/2006 -9,12 -58,3 0,0 0,1
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