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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia Avaliação longitudinal do crescimento craniofacial em crianças dos 4 aos 6 anos de idade. Simone Meymi Okano Belo Horizonte- MG 2004

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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia

Avaliação longitudinal do crescimento craniofacial

em crianças dos 4 aos 6 anos de idade.

Simone Meymi Okano

Belo Horizonte- MG 2004

Simone Meymi Okano

Avaliação longitudinal do crescimento craniofacial

em crianças dos 4 aos 6 anos de idade.

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia. Orientadora: Profa. Dra. Vânia Célia Vieira de Siqueira

Belo Horizonte 2004

Á Deus, que como em todos os momentos da minha vida, se mostrou presente e tornou possível a realização de mais uma etapa;

Ao meu pai, Mário Okano, obrigada, por acreditar em mim, pelo carinho, amor, compreensão, paciência e por estar sempre presente;

À minha mãe, Amélia Francisca Okano, agradeço, à sua incansável dedicação como mãe, paciência, carinho, compr

Ao meu irmão, Sheine Teruhiko Okano, agradeço pelo seu amor, compreensão,apoio e carinho,e a Mariela Dutra, pela amizade;

À minha irmã, Sheila Mayumi Okano, obrigada pela compreensão, paciência,carinho, amizade e amor.

Ao Marcelo Augusto Kojima, que apesar dos momentos difíceis, esteve presente durante toda essa jornada, com seu carinho, apoio, conforto e amor.

Dedico e agradeço à realização deste trabalho.

II

ii

AGRADECIMENTO ESPECIAL À Professora Dra. Vânia Célia Vieira de Siqueira, Assistente Doutora da Disciplina de

Ortodontia e chefe do departamento de Odontologia Infantil da Faculdade de Odontologia

de Piracicaba – UNICAMP, e Adjunta III da Disciplina de Ortodontia da PUC-MG,

agradeço-lhe pela eterna dedicação, incentivo, carinho e amizade, durante o decorrer de

cada etapa, na realização deste trabalho.

iii

AGRADEÇO, TAMBÉM:

Ao Magnífico Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,

Professor Dr. Eustáquio Afonso Araújo;

Ao Professor Dr. Tarcísio Junqueira Pereira, Digníssimo Diretor da Faculdade

de Odontologia da PUC-Minas, por sua incansável dedicação e competência;

Ao Professor Dr. Roberval de Almeida Cruz, Coordenador Geral dos Programas

de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por seu

constante empenho, carinho e devoção;

Ao Professor Dr. Ênio Tonani Mazzieiro, Coordenador do Curso de Mestrado em

Ortodontia da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas;

À congregação dessa Faculdade, composta por dignos professores, alunos e

Aos Professores Hélio Henrique Araújo Brito, Heloísio Resende Leite, Tarcísio

Junqueira Pereira, Bernardo Quiroga Souki, que devido à competência e sabedoria,

dignificam o Centro de Odontologia e Pesquisa da PUC-Minas;

Ao Professor Wellington Pacheco, pelo incentivo, carinho e sabedoria;

Aos demais Professores Armando Lima, Flávia Mourão, Flávio Almeida,

Henrique Torres, José Maurício Barros Vieira, José Eymard Bicalho, Júlio Brant,

pela amizade e conhecimento transmitidos durante o curso;

Aos Professores Doutores, que também participaram de nossa formação, José

Bento Alves e Cartelli;

À Professora Dra. Ângela Lana, da Disciplina de estatística, pela competência e

dedicação na elaboração das análises estatísticas;

Aos meus amigos e companheiros:

André Machado, pela contribuição em meus conhecimentos,

Antônio Ganda, pelo carinho, apoio e amizade,

Max Aquino, pela sinceridade e carinho,

Karen Yared, pela amizade,apoio, carinho e sabedoria,

Renata Cimini, pela amizade, carinho, compreensão e convivência, transmitidos

durante todos os momentos dessa jornada;

iv

Aos meus amigos e colegas do 1° ano: Cássio Sobreira, Jordana Pacheco, Lívia

Loriato, Milena e Valéria que possibilitaram uma conivência bastante agradável, no

decorrer do tempo.

À Ludimila, pelo seu incansável carinho e amizade;

Ao colega, Adauto Lopes, pela amizade, companheirismo e apoio transmitidos,

durante todo curso e na elaboração desse estudo.

Aos colegas do curso de Especialização em Ortodontia do COP, Sérgio Casarim,

pelos conhecimentos transmitidos e apoio e a Leandro Piva, pelo companheirismo;

Aos meus colegas da turma anterior do Mestrado em Ortodontia, Alisson, Mariele e

Taíssa, pelo apoio e sabedoria;

À Professora Dra. Fernanda Cardoso Fonseca, pelo apoio e contribuição, nas

tomadas radiográficas das crianças;

Aos funcionários da Administração do COP: Ana Paula, Angélica, Edna, Diego,

Denise, Roberto, Silvânia e Vitório, pela paciência e empenho na resolução de nossas

necessidades;

Às funcionárias da Clínica de Ortodontia, Andreza, Antônia, Cida, Luzia, Mara,

Mariângela, Poliana e Raquel, pela compreensão e carinho, durante todo o curso;

Aos pacientes, que respeitaram cada passo de meus aprendizados, com paciência.

Aos Pais das crianças avaliadas nesse estudo, pela disponibilidade, paciência e

Às crianças da pesquisa, indispensáveis nesse estudo, pela espontaneidade e

carinho;

À todas as pessoas que de uma certa forma concorreram para a realização e

elaboração desta trabalho, meus sinceros agradecimentos.

v

“Nunca ande pelo caminho

traçado, pois ele conduz somente

Grahan Bell

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. ix

LISTA DE TABELAS................................................................................................. x

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................... xi

RESUMO..................................................................................................................... xiii

ABSTRACT................................................................................................................. xiv

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 5

3 PROPOSIÇÃO.......................................................................................................... 47

4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 49

4.1 Material.................................................................................................................. 50

4.2 Métodos................................................................................................................. 50

4.2.1 Critérios para a seleção da amostra..................................................................... 50

4.2.1.1 Critério de inclusão das telerradiografias........................................................ 51

4.2.1.2 Critério de exclusão das telerradiografias........................................................ 52

4.2.2 Obtenção das telerradiografias............................................................................ 53

4.2.3 Obtenção do traçado cefalométrico.................................................................... 54

4.2.3.1 Delimitação do desenho anatômico................................................................. 55

4.2.3.2 Identificação e demarcação dos pontos cefalométricos.................................. 56

4.2.3.3 Demarcação dos planos e linhas cefalométricos.............................................. 58

4.2.3.4 Mensuração das grandezas cefalométricas lineares......................................... 59

4.2.3.5 Mensuração das grandezas proporcionais........................................................ 60

4.2.4 Metodologia estatística empregada para a análise estatística............................. 62

5 RESULTADOS........................................................................................................ 64

vii

5.1 Análise dos dados.................................................................................................. 65

6 DISCUSSÃO............................................................................................................ 77

6.1 Sobre a amostra utilizada....................................................................................... 78

6.2 Sobre a metodologia empregada............................................................................ 80

6.3 Sobre os resultados obtidos................................................................................... 83

7. CONCLUSÔES....................................................................................................... 96

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 99

9. ANEXOS................................................................................................................. 106

viii

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Posição do paciente durante a tomada radiográfica em vista frontal..... 54

FIGURA 2 - Posição do paciente durante a tomada radiográfica em vista lateral...... 54

FIGURA 3 - Delimitação do traçado cefalométrico.................................................... 56

FIGURA 4 – Traçado cefalométrico com localização dos pontos cefalométricos...... 58

FIGURA 5 - Demarcação de planos e linhas e mensuração das grandezas lineares

cefalométricas...............................................................................................................

60

FIGURA 6 - Mensuração das medidas cefalométricas proporcionais......................... 61

ix

LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Teste de Lilliefors (D) e de Bartlett (M/C) para verificação da normalidade e homogeneidade de variâncias das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me........................................................... .

66

TABELA 2 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 16 crianças do do sexo feminino com quatro anos de idade................................................................

67

TABELA 3 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 12 crianças do sexo feminino com seis anos de idade.........................................................................

67

TABELA 4 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 11 crianças do sexo masculino com quatro anos de idade...................................................................

68

TABELA 5 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 8 crianças do sexo masculino com seis anos de idade.......................................................................

69

TABELA 6 - Análise de variância das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula e C. ramo de crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.............................................................................................................................

70

TABELA 7 - Análise de variância das medidas S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA e ENA-Me de crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade..............................................................................................................................

70

TABELA 8 - Análise de variância das medidas proporcionais ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me de crianças do sexo masculino e feminino, aos quatro e seis anos de idade....................................................................

70

TABELA 9 - Comparações entre médias de S-N em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.........................................................................

71

TABELA 10 - Comparações entre médias de S-Ba em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade......................................................................

72

x

TABELA 11 - Comparações entre médias de C. maxila em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

72

TABELA 12 - Comparações entre médias de C. mandíbula em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

72

TABELA 13 - Comparações entre médias de C. ramo em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

72

TABELA 14 - Comparações entre médias de S-Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.....................................................................

73

TABELA 15 - Comparações entre médias de N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.....................................................................

73

TABELA 16 - Comparações entre médias de Ar-Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

73

TABELA 17 - Comparações entre médias de N-ENA em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

73

TABELA 18 - Comparações entre médias de ENA-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

74

TABELA 19 - Comparações entre médias de ENA-Me / N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade...........................................

74

TABELA 20 - Comparações entre médias de S-Go / N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

74

TABELA 21 - Comparações entre médias de Ar-Go / S- Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

74

TABELA 22 - Comparações entre médias Ar-Go / ENA-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................

75

TABELA 23 - Correlações entre as variáveis S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.....................................................................

76

xi

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Gráfico da variável S-N em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

84

GRÁFICO 2 – Gráfico da variável S-Ba em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

84

GRÁFICO 3– Gráfico da variável C. maxila em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

85

GRÁFICO 4 – Gráfico da variável C. mandíbula em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................

87

GRÁFICO 5 – Gráfico da variável C. ramo em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

88

GRÁFICO 6 – Gráfico da variável S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

89

GRÁFICO 7 – Gráfico da variável N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

90

GRÁFICO 8 – Gráfico da variável Ar-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

90

GRÁFICO 9 – Gráfico da variável N-ENA em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................

92

GRÁFICO 10 – Gráfico da variável ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade................................................................

92

GRÁFICO 11 – Gráfico da variável ENA-Me/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.......................................

93

GRÁFICO 12 – Gráfico da variável S-Go/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................

93

GRÁFICO 13 – Gráfico da variável Ar-Go/S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................

93

GRÁFICO 14 – Gráfico da variável Ar-Go/ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.......................................

94

xii

RESUMO

Diante da escassez de estudos longitudinais das alterações que ocorrem nas estruturas

-mandibulares, em crianças dos 4 aos 6 anos de idade, realizou-se um

estudo cefalométrico, na fase de dentadura decídua à mista, investigando as modificações

craniofaciais e o dimorfismo sexual. Utilizaram-se para este estudo, 47 telerradiografias,

tomadas em norma lateral, de 12 crianças do sexo feminino e 8 do masculino, brasileiras,

leucodermas, com idades de 4 a 6 anos, de Belo Horizonte, com oclusão normal, na fase

de dentadura decídua e mista, que não se submeteram a qualquer tratamento ortodôntico

prévio. As análises cefalométricas efetuadas indicaram as possíveis mudanças lineares

maxilares e mandibulares, bem como as proporções faciais ântero-posteriores, verticais e o

dimorfismo sexual. Avaliaram-se as medidas da porção anterior e média da base do crânio

(S-N), comprimento da porção posterior da base do crânio (S-Ba), comprimento da maxila

(ENA-ENP), comprimento do corpo mandibular (Go-Gn), comprimento do ramo

mandibular (Co-Go), altura facial posterior total (S-Go), altura do terço póstero-inferior

(Ar-Go), altura facial anterior total (N-Me), altura facial ântero-inferior (ENA-Me), altura

facial ântero-superior (N-ENA), proporções entre a altura facial ântero-inferior com a

altura facial anterior total (ENA-Me/N-Me), altura facial posterior total e a altura facial

anterior total (S-Go/N-Me), altura facial póstero-inferior e altura facial posterior total (Ar-

Go/S-Go) e proporções entre a altura facial póstero-inferior e ântero-inferior (Ar-Go/ENA-

Me). A estatística baseou-se na análise descritiva das variáveis para cada grupo

experimental. Estimou-se a média, desvio padrão, máximo, mínimo, coeficiente de

variação, intervalo de confiança, o gráfico de box-plot, os testes de Lilliefors para avaliar a

normalidade e o de Bartlett, para a homegeneidade, aos níveis de 5 e 1 % de

probabilidade. Na avaliação do grau de correlação entre as variáveis empregou-se o

coeficiente de correlação de Pearson. C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, N-

ENA, ENA-Me e S-N apresentaram medidas estatisticamente maiores aos 6 anos de idade,

com a mesma intensidade de crescimento em ambos os sexos. As medidas S-Ba, Ar-Go,

ENA/N-Me, S-Go/N-Me, Ar-Go/S-Go e Ar-Go/ENA-Me não apresentaram alterações com

a idade e sexo. Ocorreu correlação entre as variáveis C. ramo x S-Go (74,40%), C. ramo x

Ar-Go (72,26%), N-Me x N-ENA (74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go (74,24%), revelando

que, enquanto uma medida aumenta a outra também aumenta. Palavras chave: crescimento

craniofacial, dentadura decídua, dentição mista, cefalometria, estudo longitudinal.

xiii

ABSTRACT

Due to the lack of longitudinal studies regarding the esqueletal modification in

children from 4 to 6 years old, this cefalometric study intended evaluate the growth and

sexual dimorfism in a similar group. Fourty-seven lateral cephalograms were obtained

from 16 girls and 11 boys. The children selected were all brazilians and ranged from 4 to 6

years, had a occlusion within normal limits, were in the primary and mixed dentition and

had never undergone orthodontic treatment. All the tracing revealed the possible maxilla

and mandibular linear changes as well as the sagital and vertical facial proportions and the

sexual dimorfism the following measurements were evaluated: anterior and medium

cranial base (S-N); posterior cranial base length (S-Ba); maxilla length (ANS-PNS);

mandibular length (Go-Gn); total posterior facial hight (S-Go); ramo length (Co-Go);

lower posterior height (Ar-Go); total anterior facial height (N-Me); lower anterior facial

height (ANS-Me); upper anterior facial height (N-ANS); anterior lower third/ total anterior

height proportion (ANS-Me/N-Me); total posterior facial height and total anterior facial

height proportion (S-Go/N-Me); lower posterior third height and total posterior height (Ar-

Go/S-Go); lower posterior third height and anterior lower third height proportion (Ar-

Go/ANS-Me). Descriptives estatistics from analysed variables was made for each

experimental group. The estimated parameters were average, standard deviation,

maximum, minimum, trust interval, variation coefficient and the Box-plot graph. To attend

the presuppositions of the analyzes of variance tests of Lilliefors were performed to verify

the normality and the Bartlett test to verify the homogeinity of variances intra-groups of

the studied answers, at the levels of 5 to 1% of probability, and to assess if there were any

association among the studied variables the coefficients of correlation of Pearson were

used. The results showed some growth changes in the measures S-N, ANS-PNS, Go-Gn,

S-Go, Co-Go, N-Me, N-ANS and ANS-Me, between the ages studied, and showed that

girls as boys disclosed the same measures. The index for S-Ba, Ar-Go, ANS/N-Me, S-

Go/N-Me, Ar-Go/S-Go e Ar-Go/ANS-Me showed the same for sex and in the interval

studied. The variable Co-Go x S-Go (74,40%), Co-Go x Ar-Go (72,26%), N-Me x N-ANS

(74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go and the proportion ANS-Me and the proportion ENA-

Me/N-M showed higher correlation.

Key words: craniofacial growth, primary dentition, mixed dentition, cephalometric,

longitudinal study

xiv

1

1 INTRODUÇÃO

2

INTRODUÇÃO

Para se efetuar o correto diagnóstico com o propósito de correção ortodôntica na

-se imprescindível conhecer os fenômenos que controlam o desenvolvimento

da oclusão, desde o período da dentadura decídua até o estabelecimento da dentadura

permanente17.

No exame ortodôntico inicial, a dentadura decídua pode apresentar características

de normalidade. Entretanto, durante o crescimento, pode tornar-se anormal, devido ao

desequilíbrio entre os ossos, músculos e estruturas dentárias, determinado por fatores

genéticos e ambientais, como a utilização inadequada e atemporal de aparelhos

17,18,20. A conduta mais correta seria conhecer e observar as mudanças que

ocorrem fisiologicamente, não desviando-as por meio de terapia ortodôntica.

Portanto, a presença da dentadura normal não é suficiente para o desenvolvimento

craniofacial equilibrado. As estruturas ósseas sofrem constantes mudanças fisiológicas, em

forma e em proporções, do nascimento à idade adulta, modificando-se tanto em superfície

quanto em sua porção intersticial, podendo alterar a relação dento-alveolar normal27,40.

Existe grande dificuldade em se predizer a oclusão na dentadura permanente,

baseada apenas no desenvolvimento da dentadura decídua. Os espaços primatas,

geralmente, favorecem a boa erupção dos permanentes. A sobremordida aumenta ou a

mordida aberta tende a piorar com o crescimento. A relaçã

variável e dependente da largura mesiodistal dos segundos molares decíduos47.

O avanço e a padronização de técnicas radiográficas, tomadas em norma lateral, em

1931, propostos por BROADBENT9, possibilitaram a avaliação das alterações ocorridas

entre os maxilares e o crânio, permitindo avaliar o crescimento craniofacial com mais

precisão. Diversos estudos utilizando telerradiografias demonstraram que o padrão de

3

crescimento craniofacial estabelece-se quando a dentadura decídua se completa, por volta

dos 3 anos de idade, permanecendo praticamente estável até a idade adulta10,17,20,39,50.

BRODIE14, em 1941, avaliando as modificações ocorridas no crescimento craniofacial,

inferiu que o padrão morfogenético da face e do crânio se esta

-natal

Portanto, alterações esqueléticas severas, deveriam ser diagnosticadas ainda na

dentadura decídua, permitindo a instituição imediata do tratamento10,23,50,53

A face da criança é diferente do adulto. Com a maturidade a mandíbula cresce,

horizontalmente, em taxa mais rápida que a maxila, a convexidade da face se reduz e o

perfil torna-se mais reto8,10,12,13,16,17,47,52. Dos 3 meses aos 7 anos de idade, ocorre

deposição óssea na borda posterior do ramo mandibular, na superfície superior do côndilo

e na tuberosidade maxilar, resultando no posicionamento anterior da face e do mento em

relação à base craniana10,27,49. Da mesma forma, o crescimento do processo palatino da

maxila e da região do trígono retromolar favorece o desenvolvimento normal da

oclusão27,49. Embora a proporção da altura facial superior em relação à total permaneça a

mesma, da infância à idade adulta, a altura vertical aumenta com o crescimento para frente

e para baixo da mandíbula, tornando a face madura mais longa44. O crescimento da cabeça

é maior em comprimento (dos 3 aos 5 anos), menos em largura, e em altura,

respectivamente12,25,27,45. O desenvolvimento da face, dos 12 meses aos 2 anos, representa

43%, e aos 3 anos, 70% do total25.

Considerações a respeito do desenvolvimento oclusal de crianças, da dentadura

decídua à mista, são significantes na literatura. No entanto, poucos estudos relacionam-se

ao diagnóstico cefalométrico. Notavelmente, as características craniofaciais das crianças

diferem-se das características dos adultos. Portanto, medidas cefalométricas das crianças

não podem ser comparadas com as do adulto16,28,52. Observa-se, predominantemente, na

4

literatura, avaliação do crescimento craniofacial, em crianças norte-americanas, além disso,

diferenças na forma, dimensão da cabeça, do nariz e da região alveolar quanto à etnia,

20,25,32,34,39,52. HIGLEY e HILL28, em 1954, estabeleceram o padrão de

medidas cefalométricas de crianças leucodermas, americanas e européias, dos 4 aos 8 anos

de idade. GRESHAM26, em 1963, revelou que crianças da Nova Zelândia apresentavam o

ângulo SN.Ar mais obtuso, sugerindo a face inferior mais retrusiva e a altura facial

superior e total maiores em relação aos norte-americanos26,28. Da mesma forma, a

tendência de crescimento médio e ajuste facial não expressam similarmente em ambos os

sexos. As alterações ocorrem precocemente no sexo feminino, enquanto as médias das

medidas craniofaciais são maiores no sexo masculino19,27,38,49. A literatura é escassa em

relação ao crescimento craniofacial de crianças brasileiras na fase da dentadura decídua e

início da mista. Além disto, o tratamento ortodôntico se restringe a pacientes adultos e

adolescentes. No entanto, existe interesse dos pais a respeito da oclusão de seus filhos. Os

pacientes na dentadura decídua, que possuem alterações dento-esqueléticas, devem ser

tratados precocemente, pois o problema se agravará futuramente, se persistir, piorando o

prognóstico num período mais tardio. O ônus financeiro pa

utilização de aparelhos mais sofisticados e o tratamento irá durar por mais tempo.

Dessa maneira, acreditamos na importância científica deste estudo, avaliando o

crescimento craniofacial, dos 4 aos 6 anos, e o dimorfismo sexual, para acurar o

diagnóstico de crescimento normal e auxiliar na identificação de anormalidades que

possam ser tratadas precocemente e, conseqüentemente, adequar o planejamento do

5

2 REVISÃO DE LITERATURA

6

2. REVISÃO DE LITERATURA

As fases do desenvolvimento da oclusão, incluindo as modificações nos arcos

dentários, as mudanças na anatomia e na morfologia participam do processo dinâmico do

crescimento craniofacial, já que algumas alterações podem influir negativamente,

impedindo que a relação oclusal normal se estabeleça. Nesses casos, medidas ortodônticas

preventivas são fundamentais para o restabelecimento da normalidade17.

TODD49, em 1926, com o propósito de obter informações detalhadas a respeito do

crescimento e das modificações ocorridas nas estruturas ósseas em animais e seres

humanos, em diferentes faixas etárias, estudou o crescimento da face, da maxila, da

mandíbula e do osso frontal, logo ao nascimento, durante a erupção do

após a sua completa erupção na cavidade bucal. O autor, analisando o crescimento dos

ossos tibianos e do fêmur em chimpanzés, gorilas e em outras espécies de macacos, relatou

que a maxila cresce no sentido vertical e ântero-posterior nesses mamíferos, porém em

diferentes proporções. À medida que a calota craniana cresce em idade mais jovem, a

-se para frente e a porção cerebral se desloca para cima e para trás,

aumentando o ângulo entre a face e a linha da base do 49 relacionou,

também, a posição mais inferior do assoalho da órbita com o crescimento mais vertical da

maxila. O estudo do crescimento de crânios jovens da raça negra, em idades distintas,

orientado pelo plano de Frankfort, revelou que aos 20 anos de idade, o descolamento

anterior da face é mais marcante nessa raça. Verificou-se que o índice e o local de

atividade do crescimento ósseo da maxila, no homem, são marcados pelo aumento da

vascularização local percebidos pela aposição óssea e quantidade de foraminas presentes.

Observou-se ainda, que o crescimento maxilar ocorre principalmente no processo palatino

7

da maxila ântero-posterior, favorecendo espaço necessário para a erupção dos dentes

posteriores. Por outro lado, o crescimento transversal exibe valores menores e se deve à

própria erupção vestibular dos dentes posteriores. O aumento das dimensões e as mudanças

nas proporções constituem parte do processo de crescimento. Casos patológicos como

retenção prolongada de dentes, dentes impactados, distúrbios de crescimento craniofacial,

conduzem ao desequilíbrio e desarmonias estruturais dessas dimensões e proporções.

Sugeriu-se, então, a realização de estudos mais precisos, para se obter medidas confiáveis a

-posterior e transversal em seres humanos, fundamentais na

definição dos princípios do crescimento, local e para se investigar a ocorrência desse

crescimento e de suas compensações.

Até o final da década de trinta, os estudos do crescimento craniofacial e o

planejamento ortodôntico baseavam-se em métodos antropométricos de localização de

pontos e planos pouco precisos. O advento de uma técnica radiográfica padronizada,

preconizada por BROADBENT9, em 1931, possibilitou a avaliação das estruturas

craniofaciais, assim como seu crescimento, com um mínimo de erro. O autor desenvolveu

uma estrutura que mantivesse o crânio estável a cada tomada radiográfica e utilizou um

craniostato no ouvido externo do lado direito e esquerdo, com o plano de Frankfort

perpendicular à linha sagital da cabeça. O filme posicionava-se paralelo ao plano sagital do

lado esquerdo com o Raio X passando exatamente através do ponto mais superior e médio

do ouvido externo de ambos os lados, e o tubo dos raios-X, situado a 5 pés (1,52cm) de

distância da porção média do cefalostato. O ajuste do crânio ao craniostato e ao aparelho

era simples e preciso, de forma que a obtenção de radiografias idênticas e precisas tornar-

se-ia mais fácil. A distorção da imagem sobre o filme radiográfico depende da distância da

fonte do raio até o plano mediano, e da distância do filme a esse plano. Quanto menor a

8

distância da fonte do raio ao plano mediano e/ou maior a distância do filme ao plano

mediano, maior é a imagem formada no filme. No entanto, os fatores variáveis

mesmo para as mesmas crianças. Radiografias superpostas revelam as alterações durante o

crescimento, assim como as mudanças decorridas do tratamento ortodôntico. A técnica

descrita permite o estudo das alterações ocorridas em um mesmo jovem e admite o registro

de pontos cefalométricos, até então, localizados em crânios secos.

Em 1935, HELLMAN27, dando continuidade ao trabalho de TODD49 de 1926,

realizou estudos sobre o desenvolvimento proporcional de diversas estruturas craniofaciais.

Segundo o autor, o crescimento ântero-posterior da face, durante o desenvolvimento,

mostrou que as estruturas aumentam em tamanho em uma direção e que o crescimento de

diferentes regiões ocorre de formas distintas. Na base superior, o centro de crescimento

localiza-se na tuberosidade; na base inferior, no trígono retromolar. À medida que os ossos

crescem, eles são deslocados anteriormente. Observando os crânios em sucessivos estágios

de crescimento da face, através do plano de Frankfort e sua perpendicular, passando pelos

centros de crescimento da maxila e da mandíbula, avaliou-se o crescimento craniofacial.

No primeiro estágio, os dentes decíduos encontravam-se anteriormente a essa

perpendicular. A realização de traçados sucessivos demonstrou um deslocamento anterior

da face e um crescimento posterior da calota craniana para acomodar os segundos molares

decíduos, primeiros, segundos e terceiros molares permanentes. No mesmo momento, o

ângulo mandibular se desloca para baixo, e suavemente para trás. De acordo com o

diagrama proposto por HELLMAN27, na avaliação do crescimento da face em relação à

erupção dentária, verificou-se que, enquanto existir aumento nas dimensões verticais, não

ocorrem mudanças significativas na posição ântero-posterior da face. O estudo mostrou

que a tendência de crescimento médio e de ajuste facial nas meninas não ocorre

9

simultaneamente, diferentemente do sexo masculino. Essa desarmonia pode ser notada

pelo posicionamento do ângulo mandibular em ambos os sexos. O crescimento em

ula e de maxila dos jovens do sexo feminino continua até a

acomodação dos terceiros molares. O ângulo mandibular nessas jovens é deslocado para

trás, enquanto o mento se mantém na posição. Se o crescimento em profundidade excede o

crescimento em altura, a face diverge anteriormente; se, por outro lado, o crescimento em

altura excede, a face diverge posteriormente. Essa tendência a divergências pode ser

observada já na infância. O desenvolvimento da face decorre de características próprias

que constituem parte do padrão de cada indivíduo. Dessa forma, o desenvolvimento de

faces que apresentam maloclusões é diferente daquela que apresenta oclusão normal e

devem ser identificadas.

GOLDSTEIN25, em 1936, usufruindo os benefícios da nova técnica radiográfica,

tomada em norma lateral, estudou detalhes da face em três dimensões, em um grupo de 50

jovens norte-americanos, do sexo masculino, de 2 ½ a 3 ½ anos de idade, continuando a

cada ano, até 20 ½ e 21 ½ anos de idade. O autor estudou as alterações craniofaciais por

meio dos valores do diâmetro da cabeça, relacionados à largura, ao comprimento, à altura e

à fronte. As medidas da largura relacionavam-se à largura bizigomática, bicondilar,

bigoníaca, à largura do nariz e da boca. Mediu-se o comprimento da face pelas medidas

násion-mento, násion-próstio, infradentário-mento, altura do nariz e do ramo. Em relação à

profundidade da face, avaliou-se a distância aurículo-násion, aurículo-próstion, aurículo-

mento, aurículo-infradentário, mento-gônio e násio-gônio. Observou-se que o crescimento

da face ocorreu mais rapidamente em comprimento, se comparada com a largura, até 13 ou

15 anos de idade, e que o período de aceleração do crescimento ocorre, principalmente, em

dois períodos, entre 3 e 5 anos de idade e novamente, no período puberal de 13 a 15 anos.

10

Exceto para a altura da fronte, os incrementos iniciais de 3 a 5 anos são os maiores. Com a

-se uma ligeira diminuição proporcional dos diâmetros da cabeça.

O surto de crescimento do comprimento da face ocorre precocemente de 3 a 5 anos e

tardiamente, de 13 a 15 anos de idade, juntamente com o aumento da profundidade da face,

enquanto o crescimento em profundidade da mandíbula (mento-gônio) acelera-se por volta

de 11 a 13 anos. A altura superior da face (násio-próstion) e a altura inferior da face

-mento) crescem na mesma proporção se comparada à largura. Da mesma

forma, a largura bizigomática e bigoníaca exibiu incrementos semelhantes. A altura facial

superior cresceu mais rapidamente do que a inferior até de 9 a 11 anos, quando se altera

devido ao crescimento da mandíbula. O desenvolvimento da face aos 3 anos de idade

representa 70% do total. O crescimento para frente e para baixo da face é muito evidente, e

ativo entre 3 a 5 anos, de 9 a 11 e de 13 a 15 anos de idade. Ocorreram diferenças na

forma, na dimensão da cabeça, do nariz e da região alveolar quanto à etnia, assim como o

citado por outros autores anteriormente. De maneira geral, o crescimento da cabeça é

maior em comprimento, menos em largura e em altura nos períodos avaliados.

BROADBENT10, em 1937, com o propósito de descobrir as modificações que

ocorrem durante o desenvolvimento dos dentes e dos maxilares, a partir de 1 mês até 14

anos de idade, por meio de pontos cefalométricos estáveis, utilizou telerradiografias,

tomadas em normas frontal e lateral da cabeça. Utilizou-se a interceptação do plano sela

(R) perpendicular ao plano Bolton-Násion no registro dos traçados de um mesmo e de

diferentes jovens, além do plano orbitário perpendicular ao de Frankfort passando pelo

ponto orbitário. Esses planos são fixos e mostram as mudanças que ocorrem abaixo da face

e do crânio no sentido horizontal, vertical e diagonal. A partir de um mês aos vinte e quatro

u-se para frente e para cima e o gônio para baixo e

11

ligeiramente para trás, enquanto o gnátio moveu-se para frente e para baixo aumentando o

comprimento vertical da face. A alteração significativa em relação ao comprimento do

erupção dos segundos molares permanentes. O autor

observou que o crescimento da face relaciona-se diretamente com o desenvolvimento e

com a erupção dos dentes. Aos três anos e meio de idade, a coroa do primeiro molar

permanente move-se para frente e para baixo, deslocando-se do ramo para o corpo

mandibular. O segundo molar, por sua vez, faz o mesmo trajeto distalmente ao primeiro

molar. Com a erupção dos segundos molares, essa área do palato exibe crescimento

significativo. O grupo estudado não revelou diferenças significativas em ambos os sexos.

Observou-se crescimento da porção petrosa do temporal e mástoidea para baixo, para fora

-se que o crescimento craniofacial se manteve contínuo e uniforme, para

baixo e para frente em idade mais adulta.

BRODIE12, em 1940, estudou o crescimento mandibular de 21 crianças, das quais

onze foram acompanhadas dos 3 meses aos 7 anos de idade, e dez dos 6 meses aos 8 anos,

utilizando superposição de traçados de telerradiografias tomadas em norma lateral,

realizadas de quatro em quatro meses, durante o primeiro ano de vida, semianualmente até

os cinco anos e anualmente, a partir dos seis anos de idade. O autor observou que o ângulo

entre a base do crânio e a borda inferior da mandíbula se manteve constante dos 3 meses

aos 7 anos de idade. Nesse período, ocorreu deposição na borda posterior do ramo e na

tuberosidade maxilar resultando um posicionamento anterior da face, e aposição óssea na

superfície superior do côndilo, levando à um deslocamento inferior do mento. Dos 3 meses

aos 7 anos, o crescimento do comprimento da base do crânio diminuiu, enquanto o

crescimento da borda inferior da mandíbula do gnátio ao gônio aumentou, indicando que o

crescimento é menor até a dentadura se completar, enquanto a largura -posterior do

12

ramo também aumenta em quantidade menor, à medida que os molares erupcionam.

Medidas dos pontos de contato dos molares em relação à borda posterior do ramo

revelaram que os segundos molares decíduos e os primeiros e segundos molares

permanentes erupcionam no mesmo ponto indicando reabsorção óssea na borda anterior do

ramo. O pesquisador concluiu que o padrão morfogenético craniofacial se estabelece

precocemente, em todas as superfícies proporcionalmente, de forma a manter toda a

harmonia facial.

O mesmo autor13, em 1941, complementando os estudos anteriores sobre o crescimento

craniofacial, avaliou as partes da cabeça separadamente, em um estudo longitudinal,

utilizando telerradiografias tomadas em norma lateral e frontal, de crianças dos 3 meses aos

8 anos de idade, do sexo masculino. Analisou vinte e cinco medidas lineares e vinte e oito

angulares. Estudou a calota craniana, a área nasal, o processo alveolar superior, incluindo

dentes maxilares e mandíbula. A divisão da base craniana em partes auxiliou a avaliação da

magnitude com que cada parte contribui no crescimento total: Centro da sela a junção

Esfeno-Occiptal (S-SO), Centro da sela ao ponto Bolton (S-B), Centro da sela a junção

Esfeno-Etmoidal (S-E) e Centro da sela ao Násion (S-N). A distância S-N apresentava-se

com 48,5mm aos 6 meses, aumentou até 61mm aos 8 anos, enquanto a distância S-B

aumentou a partir de 43mm até 54,5mm. A porção anterior do Esfenóide (S-SE) exibiu

valores maiores que a porção posterior (S-SO) aos 6 meses. A área frontal revelou o local de

menor alteração da cabeça. A menor distância S-N coincidiu com a menor distância S-E,

enquanto que na maior distância S-N detectou-se um maior S-E. O crescimento da porção

anterior e posterior da base craniana comporta-se de maneiras diferentes. O autor não

observou qualquer aumento desproporcional do comprimento em altura, ou mudanças que

pudessem ser creditadas às mudanças morfológicas. O ângulo N-ENA.ENP utilizado para

13

medir o comprimento do palato revelou a mesma estabilidade, de modo que o assoalho nasal

manteve-se constante em relação à S-N, descendendo paralelamente em relação à caixa

craniana. Com a erupção dos molares, representados pela linha do plano oclusal, ocorreu

uma discreta diminuição do ritmo de deslocamento do incisivo central superior, entre as

idades de dois anos e meio aos quatro anos, após o qual o ponto incisal recupera o que foi

perdido e ultrapassa o ritmo de crescimento da espinha nasal anterior. Na avaliação do

crescimento mandibular, realizou-se a superposição por meio das bordas inferior e posterior,

devido à pouca alteração dessas partes. Utilizou-se a linha Go-Gn, o plano oclusal e o ponto

mais anterior do plano oclusal. Dos dois anos e meio até os sete anos observou-se que o

ângulo formado pelo plano oclusal e borda inferior permaneceu constante. A mudança mais

pronunciada é observada no ponto Gn, onde o mento aumenta até os quatro anos e depois

estabiliza. Isso mostra que a morfologia da mandíbula está pré-determinada, mesmo antes

dos dentes erupcionarem, o que pode ser visto quando analisamos o paralelismo da borda

inferior da mandíbula em relação ao plano oclusal e S-N. A cabeça do côndilo é o último

centro de crescimento a cessar sua atividade, ele cresce para trás e para cima. Por outro lado,

o padrão médio de crescimento apresentou favorável, analisado pelos ângulos SN.Gn,

revelando um valor menor ou maior. De um ano a um ano e meio de idade, os pontos

localizados na espinha nasal anterior, no incisivo central superior e no gnátio tendem a

prosseguir em uma mesma linha. Após um ano e meio a dois anos de idade o crescimento da

face constituiu-se 43% da altura facial total (N-Gn). O primeiro molar permanente quando

entra em oclusão com o antagonista, permanece constante em relação á linha S-Gn durante

toda a vida. No entanto, a partir desse período as posições dos dentes estão menos estáveis,

assim como outros pontos da face e da cabeça. Percebeu-se que o padrão morfogenético da

cabeça estabelece-se no terceiro mês de vida pós-natal, ou talvez antes, e que uma vez obtido

14

não se modifica. Cada parte está crescendo em taxa cada vez menor. Portanto, a face como

um todo desloca-se em linha reta para frente e para baixo.

BRODIE14, no mesmo ano, com intuito de estudar o padrão de crescimento de uma

face normal em relação àquelas anormais já avaliadas, assim como o desenvolvimento dos

elementos dentários, em jovens leucodermas, dos 3 meses aos 19 anos de idade, do sexo

masculino, por meio de telerradiografias tomadas em norma lateral e avaliação histo

observou que o crânio de um recém-nascido é proporcionalmente semelhante ao tamanho

de um adulto, porém a face apresenta-se menor em relação ao crânio, e que após dos 6

anos em diante, a superfície interna do crânio não mostra nenhum aumento significativo.

Por outro lado, as regiões parietal e occiptal mostram contínuo crescimento até os 16 a 18

anos de idade, indicando que o crescimento cessa mais cedo na parte anterior da face, em

relação à posterior do crânio. O ângulo entre o assoalho nasal, plano oclusal e borda

inferior da mandíbula se mantém, dos 3 aos 7 anos apesar de se abaixar, a espinha nasal

desloca-se para baixo e para frente, assim como os incisivos superiores e o gnátio, a

espinha nasal posterior desloca-se para baixo, enquanto o gônio movimenta-se para baixo e

para trás. O mesmo padrão de crescimento ocorreu dos 9 aos 16 anos, porém com uma

diminuição da velocidade. O crescimento da maxila resulta no seu deslocamento para

baixo, assim como do assoalho nasal e do plano oclusal e o desenvolvimento do processo

alveolar inferiormente. Ao mesmo tempo, ocorre um crescimento da superfície superior do

côndilo e inferior da fossa glenóide, deslocando a mandíbula para baixo e para frente,

aumentando o comprimento total da face. Por outro lado, a largura do ramo é mantida

devido à reabsorção da borda anterior do ramo e à deposição óssea na borda posterior.

Constatou-se que jovens com distúrbios de desenvolvimento como disostose craniofacial,

15

assimetria da face ou do crânio, hipodesenvolvimento mandibular e anquiloses, não

possuem correção espontânea do problema.

BROADBENT11, em 1941, avaliou as mudanças decorrentes do crescimento e do

desenvolvimento dos dentes e maxilares em relação à base do crânio em dois planos do

ando telerradiografias tomadas em norma lateral e frontal. O

autor utilizou radiografias tomadas mensalmente, de quatro em quatro meses, semestral e

anualmente, durante 12 anos, de 5000 crianças de Cleveland. Os dados obtidos dos

registros de Bolton de jovens de 1 mês aos 9 anos, serviram como um estudo longitudinal

para esse estudo. Os pontos B, Gn, M (plano mediano), Na, Or, Pó, S e Z referenciaram os

planos de Frankfort e orbitário. O autor observou que no nascimento, os maxilares contêm

todas as coroas dos 20 dentes decíduos parcialmente mineralizados e apinhados, e o

cefalograma exibe o padrão de desenvolvimento que a dentadura decídua apresentará. Os

-se no corpo mandibular, enquanto que o germe de primeiro

molar permanente pode encontrar-se superior à linha do ramo e do corpo mandibular. Aos

9 meses de idade, o aumento do tamanho dos dentes acompanha a erupção dos incisivos

-se a mineralização dos germes dos incisivos centrais. Aos

12 meses, os primeiros molares decíduos irrompem em direção ao plano oclusal e os

incisivos e caninos migram mesialmente: Essas mudanças são observadas pelas medidas

obtidas em relação aos planos de Frankfort e orbitário. Aos 18 meses, os incisivos laterais

superiores permanentes iniciam a mineralização logo atrás dos centrais e abaixo dos

caninos decíduos. Aos 2 anos e meio, os primeiros pré-molares iniciam sua mineralização

abaixo dos molares decíduos. O rápido crescimento dos maxilares continua e todos os

dentes posicionam-se para baixo e para frente e lateralmente à medida que ocorre

crescimento facial. Somente os centrais mantêm sua proximidade com plano mediano. O

16

primeiro molar permanente encontra-se anterior à linha corpo-ramo da mandíbula. Inicia-

se, então, a mineralização dos segundos molares permanentes. Durante esse período é

possível conhecer o padrão facial do paciente. Dos 5 aos 6 anos os maxilares continuam a

crescer rapidamente, para acomodar os dentes permanentes. Nessa fase inicia-se a

reabsorção das raízes dos decíduos. O período da dentadura mista é a fase mais complexa

do desenvolvimento da oclusão; os incisivos decíduos são substituídos pelos permanentes e

as bases ósseas devem possuir as dimensões compatíveis para a acomodação dos dentes

. Se o crescimento facial apresentar-se insuficiente para acomodação dos dentes

em suas bases ósseas, uma maloclusão poderá se manifestar na dentadura mista precoce.

As maloclusões são geralmente uma conseqüência de distúrbios do crescimento facial em

relação ao dentário. Se a causa é removida nessa fase, a maloclusão pode-se corrigir. O

autor observou que a correção da maloclusão é acompanhada por mudanças nos processos

alveolares e por uma pequena remodelação óssea, e para que as mudanças sejam efetivas,

elas devem respeitar o desenvolvimento e os limites de crescimento próprio das pessoas.

Aos sete anos, fase “do patinho feio”, a coroa dos caninos completa sua mineralização,

mas só erupcionará dos 8 aos 12 anos de idade quando existir espaço suficiente. Esse

período é caracterizado por protrusão bi-maxilar devido ao retardo do crescimento

esquelético em relação à posição dentária. O crescimento normal da face continua até a

maturidade para prover espaço para a erupção dos terceiros molares permanentes. Existe

um crescimento posterior do arco e uma migração anterior e posterior do terço médio da

face. Dos 9 aos 18 anos observou-se um grande crescimento anterior da face. Não se

observou nenhuma mudança no padrão da estrutura facial, após seu estabelecimento na

dentadura decídua.

17

Com o intuito de avaliar a correlação existente entre a dimensão vertical do ramo

mandibular, o tamanho dos espaços intermaxilares e o grau de sobremordida, WYLIE55,

em 1946, utilizou traçados cefalométricos de telerradiografias tomadas em norma lateral,

de acordo com Broadbent-Bolton, na Universidade da Califórnia. Participaram da amostra

90 crianças na dentadura decídua, sem qualquer tratamento prévio, das quais 61 eram do

sexo feminino e 29 do sexo masculino. Mediu-se a distância do gônio à superfície mais

superior da cabeça do côndilo, incluindo processo condilar (altura Côndilo-Gônio), a

distância da incisura semilunar à linha tangente à borda inferior da mandíbula paralela à

borda posterior do ramo (altura do ramo) e a distância do palato duro à tangente à borda

inferior da mandíbula (altura molar). A altura facial total representou a medida de násio ao

mento, enquanto que a altura facial inferior indicou a distância da espinha nasal anterior ao

mento. Dividiu-se a severidade da mordida em pouca, média e severa, de acordo com a

posição da parte incisal dos incisivos inferiores em relação à palatina dos superiores.

Sessenta dos noventa jovens possuíam a sobremordida média ou severa. Nenhuma

diferença significativa das medidas em relação ao sexo e idade revelou importância.

Observou-se que a altura facial total pode sofrer influência pela altura facial inferior e que

o espaço intermaxilar, a altura facial total e a inferior é menor em jovens com

sobremordida acentuada, diferentemente a altura do ramo não se encontra associada com a

mordida anterior. A altura da face inferior para jovens do sexo masculino mostrou-se em

média 63,9mm, no feminino 61,9mm e a altura côndilo-gônio 56,5mm e 48,5mm,

respectivamente, no sexo masculino e feminino. Entretanto, o crescimento adequado do

ramo mandibular é de grande importância para a harmonia facial, sendo que o crescimento

nessa área não está diretamente relacionado com o grau de desenvolvimento intermaxilar.

18

WOODS54, em 1950, avaliou quantitativamente as alterações na largura dos arcos

dentários, por meio de pontos da face e da estrutura dentária, utilizando telerradiografias

tomadas em norma frontal e lateral. As tomadas radiográficas iniciaram-se aos 3 anos de

idade e depois a cada 6 meses. Posteriormente, aos 5 anos de idade e uma vez ao ano até os

15 anos de idade. A amostra se caracterizava por 14 jovens do sexo feminino e 14 do

masculino. 25 jovens apresentavam oclusão normal ou maloclusão de Classe I de Angle,

de Cl II não tratada, uma maloclusão de Cl III não

tratada e uma maloclusão de Cl I tratada. Observou-se que as medidas absolutas variaram

consideravelmente, mas o padrão de crescimento mostrou-se uniforme. A média das

medidas da face revelou-se maior nos jovens do sexo masculino. A largura bizigomática

aumentou em uma taxa menor que as outras dimensões, por volta dos 10-11 anos nas

meninas e aos 13 anos nos meninos. A largura bigoníaca aumentou de modo similar em

ambos os sexos até 12 anos, após essa idade os jovens do sexo masculino apresentam

valores menores. A principal diferença entre os sexos, encontrada neste estudo, foi que

todas as dimensões nos jovens do sexo feminino são menores do que as do masculino.

BAUME3, em 1950, com a finalidade de conhecer a quantidade de migração

fisiológica dentária e os mecanismos que determinam o desenvolvimento da oclusão,

avaliou 30 crianças, dos 3 aos 5 anos de idade, por meio de modelos de gesso, e observou

que dos 4 anos até a erupção dos primeiros molares perma

arcos não muda. Do mesmo modo, a distância intercaninos e intermolares, dos 3 aos 5 ½

anos, não se altera. Os arcos tipo I não mudam para o tipo II e nem vice-versa. Os

espaçamentos comuns são entre o incisivo lateral superior e o canino superior decíduo e

entre os caninos e primeiros molares inferiores decíduos referidos como espaços primatas.

Os arcos tipo I e II são de caráter hereditário. Nos arcos tipo II é comum encontrar

19

apinhamento anterior, sendo 1,5 mm mais estreitos que os tipo I. A ausência de espaços

não se deve somente à largura dos dentes decíduos anteriores, mas, também, à falta de

crescimento alveolar ou à combinação dos dois fatores. Na relação ântero-posterior não

ocorrem modificações no plano terminal, a não ser que exista influência ambiental. A

maioria dos casos (mais de 70%) apresenta plano terminal reto. O degrau mesial pode ser

devido à variação morfológica na dimensão dos segundos molares superiores e inferiores.

Geralmente o molar superior decíduo é menor que o inferior, o que leva a um plano

terminal reto. Embora não ocorra aumento das dimensões dos arcos, após a formação da

-se crescimento vertical dos processos alveolares e aumento

sagital na mandíbula levando, ao aparecimento de espaço na região retromolar para o

posterior desenvolvimento da dentadura permanente.

BAUME4, neste mesmo ano, avaliou a migração fisiológica dos dentes posteriores

superiores e inferiores durante o desenvolvimento da oclusão, na dentadura mista, antes e

após a erupção do primeiro molar permanente, utilizando 60 modelos de gesso. O autor

revelou que, quando existe o degrau mesial, não há necessidade de ajuste para erupção do

primeiro molar permanente para boa relação oclusal. No caso do plano terminal reto, os

primeiros molares permanentes obtêm relação de topo, e no degrau distal o ajuste oclusal

dos molares ocorre na mesialização tardia. Nos arcos tipo I, o espaço primata é aproveitado

para a mesialização e intercuspidação dos primeiros molares permanentes e no tipo II, a

intercuspidação ocorre durante a fase de esfoliação dos molares decíduos e erupção dos

-molares. Dessa forma, o padrão anatômico dos arcos da dentadura decídua normal,

assim como a migração mesial, é fundamental na obtenção da r

dentadura permanente.

20

BAUME5, em outro trabalho, ainda no mesmo ano, analisou as mudanças nos arcos

dentários, durante e após a erupção dos incisivos permanentes, em relação à largura e ao

comprimento dos arcos, por meio de 60 modelos de estudo. Observou que o alinhamento

dos incisivos inferiores permanentes ocorre com o aumento da distância intercaninos, em

três fases: durante a formação dos arcos decíduos, após o período de lactação; durante a

erupção dos incisivos permanentes e durante a erupção dos caninos permanentes e pré-

molares. O crescimento para frente e lateral do processo alveolar permite o alinhamento

dos incisivos superiores permanentes. No arco inferior, o maior crescimento lateral ocorre

durante a erupção dos incisivos laterais permanentes e no arco superior, durante a erupção

dos incisivos centrais permanentes.

LANDE34, em 1952, estudou as resultantes da quantidade de crescimento do perfil

facial. A amostra do estudo consistia em telerradiografias tomadas em norma lateral, de

crianças do sexo masculino, sem qualquer tratamento ortodôntico prévio. Vinte séries de

traçados incluíam crianças entre 3 aos 7 anos, trinta e uma séries dos 7 aos 12 anos e vinte

sete séries dos 12 aos 18 anos. Escolheu os pontos: N, ENA, A, B, Pog, Gn, Go no

delineamento do perfil, em adição aos planos SN e FH traçados. A superposição dos

-se na linha SN com o registro em N. Avaliou as medidas lineares: N-ENA,

N-A, N-B, N-Gn, Go-Gn, S-N e medidas angulares: S-N-ENA, S-N-A, S-N-B, S-N-Pog,

S-N-Gn, N-S-Gn, SN-GoGn, N-A-Gn e FH-SN. Dos 3 aos 7 anos de idade ocorreu pouca

mudança significativa entre os pontos A, B e Gn, dos 7 aos 12 anos o Gn exibiu um

movimento anterior significante de 1,3mm sem qualquer alteração dos pontos A e B,

enquanto que dos 12 aos 18 anos o diagrama mostrou um movimento anterior do ponto A

de 1mm, do ponto B de 2,2mm e Gn de 3,7mm. Em relação às alterações da convexidade

facial medida pelo ângulo N-A-Gn, observou-se uma quantidade de deslocamento ântero-

21

posterior do início ao final de cada série de 3,75mm a +12,75mm. Na maioria das séries o

ponto B avançou menos do que o Gn e em poucos casos os dois pontos deslocaram na

mesma quantidade, mostrando a diminuição da convexidade da face na maioria. Os

achados revelaram que grande mudança na forma do perfil na direção ântero-posterior,

geralmente ocorre depois dos sete anos de idade. O estudo mostrou que se a relação facial

muda em uma direção, essa mesma relação se manterá alterada nos períodos tardios. O

aumento do prognatismo mandibular, em relação ao maxilar, além de diminuição da

convexidade facial, mostrou-se de acordo com os estudos apresentados anteriormente.

HIGLEY e HILL28, em 1954, estudando as medidas craniofaciais de crianças

saudáveis, dos 4 aos 8 anos de idade, utilizaram modelos das arcadas dentárias, fotografias

de frente e perfil, radiografias intrabucais obtidas 2 vezes por ano, telerradiografias

póstero-anterior e lateral, tomadas a cada 3 meses até os 5 anos de idade e 2 vezes ao ano

s completarem 5 anos de idade. Os autores incluíram 89 crianças do sexo

masculino e 86 do sexo feminino, das quais 73 crianças do sexo masculino e 75 do sexo

feminino participaram da amostra desde os 3 anos de idade. 97 % eram descendentes de

norte europeus residentes de Iowa, com oclusão aceitável e harmonia facial. O estudo

determinou por meio de tabelas, 17 medidas lineares e 20 medidas angulares, obtidas das

telerradiografias, tomadas em norma lateral, de 25 meninos e 25 meninas dos 4 aos 8 anos.

A partir dos resultados, estabeleceram o padrão de medidas cefalométricas de crianças

leucodermas americanas e descendentes de europeus. No cefalograma traçaram 2

quadriláteros, a partir de pontos, planos e linhas (NMGZ: união de plano mandibular e

facial / plano nasion-sela e plano posterior do ramo e FMGT: união dos planos facial e

Frankfort / plano facial e mandibular / união dos planos posterior do ramo e mandibular /

união dos planos Frankfort e plano posterior do ramo). Definiram o tamanho e a relação

22

das estruturas dentárias e craniofaciais de um paciente, através de um cefalograma padrão,

referente a cada idade, a fim de se determinar os limites normais de crescimento de cada

jovem.

BRODIE15, em 1955, avaliou o crescimento de cada parte da base craniana e sua

relativa contribuição para o crescimento total do base do crânio, de 12 crianças do sexo

feminino e 18 do sexo masculino, leucodermas, dos 3 aos 18 anos de idade, com

maloclusão de Classe I, por meio de 11 telerradiografias, tomadas em norma lateral. Para a

análise de registro utilizou um arco passando pela Sela Túrcica e Násion, as bissetrizes

entre os ângulos formados de Básion a Sela e de Sela a Násion nomeadas de Junção

Esfenocciptal (SO) e Junção Esfenoetmoidal (SE), respectivamente. A partir disso,

comparou cada ângulo com o ângulo total de Ba-C-Na, onde C seria o centro do arco. Para

todos os jovens (3 aos 18 anos) a proporção da parte posterior da base do crânio de Ba-SO

para o total da base mostrou um valor de 25%, o valor da porção média de SO-SE foi de

37% e a porção anterior de SE-Na em relação à base total mostrou o valor de 38%. Cada

componente da base em relação ao total, manteve-se praticamente inalterados dos 4 aos 18

anos de idade. O crescimento apresentou-se acelerado até os 5 anos de idade, dos 5 aos 13

ocorreu diminuição da quantidade de crescimento, principalmente dos 9 aos 13 anos de

idade. Após 13 anos ocorreu um ligeiro aumento do crescimento com uma posterior

diminuição na maturidade (aos 20 anos). No período de desaceleração da quantidade de

crescimento, não existiu diferença estatisticamente significante em ambos os sexos. O

comprimento da base do crânio apresentou-se com o dobro do tamanho em relação ao

-natal. Aos 3 anos de idade mais de 50% do crescimento da base do crânio se

completaram, e aos 13 anos já ocorreram 90% do crescimento total. O crescimento da face

23

é influenciado pelo aumento proporcional da base craniana anterior e posterior e pelo

crescimento adicional das suturas

Intencionado em obter informações a respeito do mecanismo de crescimento

maxilo-mandibular em um período de observação de 2 anos, BJÖRK8, em 1955, utilizou-

se de três a quatro implantes metálicos na maxila e mandíbula, os quais revelariam, através

das radiografias, o padrão de crescimento de cada estrutura. O autor descreveu o estudo,

utilizando 5 casos com diferentes padrões de crescimento dos 4 aos 6 anos, dos 6 aos 8

anos, dos 7 aos 9 e dos 13 aos 15 anos de idade. Dos 4 aos 6 anos o crescimento no sexo

masculino exibiu um padrão vertical, resultando um abaixamento da mandíbula, enquanto

a protrusão maxilar permaneceu inalterada. Ocorreu um crescimento condilar para cima e

para frente, levando a uma rotação mandibular, acompanhada por uma reabsorção na

margem inferior da região do ângulo da mandíbula. Ao mesmo tempo o ramo exibiu um

crescimento do periósteo na borda posterior e uma reabsorção na borda anterior. A maxila

cresceu mais dorsalmente na região da tuberosidade em relação ao crescimento frontal

causado pelas suturas dos ossos palatinos. Dos 7 aos 9 anos, no sexo feminino, o

crescimento facial mostrou-se predominantemente sagital, nesse caso a maxila deslocou-se

para baixo e para frente sem sofrer nenhuma rotação, e a mandíbula cresceu para frente

sem nenhuma rotação no sentido horário, devido a um crescimento condilar na região

posterior. Observou-se apreciável crescimento periosteal da região posterior do ramo e

marcada reabsorção na região anterior, enquanto o deslocamento inferior do assoalho nasal

ocorreu mais pronunciado se comparado as 4 e 6 anos. O jovem do sexo masculino, dos 7

aos 9 anos, com oclusão dentária normal, exibiu crescimento condilar vertical

acompanhado de reabsorção na região do ângulo, com o deslocamento maxilar para baixo,

devido ao crescimento sutural. O caso seguinte mostrou um adolescente dos 13 aos 15

24

anos, do sexo masculino, com aplasia dentária. A criança apresentou um crescimento facial

em ambas as direções vertical e sagital, porém com rotação tanto da mandíbula quanto da

r apresentou um caso de maloclusão de Classe II, de uma

jovem do sexo feminino dos 6 aos 8 anos de idade. A altura do crescimento condilar

mostrou-se aumentada e com rotação mandibular, enquanto a maxila deslocou-se para

frente e para baixo com tendência à rotação. O crescimento mandibular revelou

essencialmente vertical e o seu padrão de crescimento acompanhou a reabsorção da região

do ângulo. Por outro lado, a mordida caracterizou-se pela retrusão do perfil facial da

mandíbula em relação à maxila. Percebeu-se que o conhecimento do desenvolvimento

vertical da face e o modo de erupção dos dentes estão intimamente relacionados entre si, e

que sofrem influência de fatores mecânicos tais como pressão de dentes adjacentes e

Objetivando quantificar o crescimento craniofacial, por meio de telerradiografias,

tomadas em norma lateral, de jovens leucodermas, longitudinalmente, NANDA39, em

1955, avaliou 10 jovens do sexo masculino e 5 do sexo feminino, dos 4 aos 20 anos de

idade. Estudou cada série de radiografias avaliando a curva de crescimento e o incremento

relativo. Analisou sete medidas lineares a partir dos pontos Násion, Sela, Próstion,

Infradentário, Gnátio e Gônio. Mediu a distância de Sela-Násio, Násio-Próstio, Násio-

Infradental, Sela-Gônio, Gônio-Gnátio e Sela-Gnátio. O crescimento de Sela-Násio e

Násio-Gnátio mostrou-se semelhante à curva de crescimento do esqueleto. Os valores de

Sela-Násio e Gônio-Gnátio iniciaram o crescimento com a mesma intensidade,

aumentando rapidamente aos 5 anos, mantendo-se uniforme aos 8 anos, quando se

diferenciam após o surto circumpuberal. A dimensão Sela-Násio assemelhou-se ao

crescimento neural e esquelético. O comprimento Násio-Próstio exibiu uma diminuição

25

temporária de tamanho durante a perda de dentes decíduos, acompanhada da reabsorção do

osso alveolar. A medida Infradentário-Gnátio aumentou durante o surto de crescimento, da

mesma forma. A curva de incremento de Sela-Gônio e Gônio-Gnátio exibiu o crescimento

da altura do ramo e comprimento do corpo mandibular, respectivamente, ao passo que a

curva Gônio-Gnátio exibiu valores maiores se comparado ao Sela-Gônio, dos 6 aos 9 anos

de idade, o que ocorreu devido à acomodação dos segundos molares permanentes no arco

dentário. Por outro lado, dos 13 aos 16 anos, Sela-Gônio mostrou aumentos proporcionais

maiores, se comparado ao Gônio-Gnátio, que cessa seu crescimento aos 19 anos, enquanto

Sela-Gônio continua. O estudo mostrou que o crescimento da face acompanha o

crescimento circumpuberal máximo, no entanto, o crescimento circumpuberal facial ocorre

ligeiramente mais tarde em relação à altura corporal. Houve uma diferença significante dos

valores de Sela-Násio e Sela-Gônio, mostrando-se maior no sexo masculino, aos 10 anos

de idade, indicando que a intensidade do crescimento é maior nesse sexo.

Em 1956, DOWNS20 analisou as variações das alterações faciais e dentárias, citou

sua importância no planejamento do tratamento, utilizando a cefalometria na observação

das mudanças que ocorrem na face durante o crescimento e na terapia ortodôntica,

baseadas em um grupo de 20 jovens do sexo masculino e 20 sexo feminino com 14,5 ± 2,5

anos de idade, apresentando oclusão excelente e harmonia facial. Observou que o tipo

facial pode ser definido pela relação ântero-posterior da parte superior da face, pela face

média e parte inferior da mandíbula, através do ângulo de convexidade facial. O padrão

dento-facial pode ser definido, segundo o autor, pelo padrão esquelético superior e dentário

tnica, a convexidade facial em diferentes raças exibiu uma

grande diferença, na qual os negros apresentaram um prognatismo mais desenvolvido em

relação a japoneses, chineses, australianos. A relação entre idade e o padrão dento-facial

26

mostrou-se significativa quando comparados os mais jovens com os mais velhos. Existe

um aumento do ângulo facial e uma diminuição da convexidade facial de uma faixa etária

mais jovem para os mais maduros. Os jovens do sexo feminino apresentaram poucas

mudanças no tamanho e proporções faciais após 14-15 anos, enquanto que no sexo

masculino ocorreu crescimento até 20 anos. Os arcos convexos foram encontrados em

casos de retrognatismo, e os arcos côncavos em faces prognatas. O autor enfatizou a

importância da cefalometria como um método eficiente para a observação das relações

existentes entre as partes que compõem a face, parte dentária, crânio e das mudanças

decorrentes do crescimento que poderão fornecer dados estatísticos a respeito das

variações médias e dos desvios da normalidade.

COHEN18, em 1959, com o intuito de conhecer e estudar as variáveis que atuam no

desenvolvimento da maloclusão, observou que essa apresenta etiologia multifatorial.

Quando o fator é hereditário, principal causa da maloclusão, podem existir discrepâncias

entre o tamanho dos dentes e dos arcos dentários, relação desfavorável dos arcos entre si e

com o crânio, além de alterações na forma e na função da musculatura facial e da língua.

Os fatores locais estão relacionados com o ambiente, como perda precoce de dentes

decíduos, retenção prolongada, supra-numerários ou ausentes, anomalias de tamanho e

forma dos dentes, freios labiais anormais, cistos, hábitos deletérios e tumores, assim como

problemas sistêmicos e anomalias congênitas. Na dentadura mista, as

freqüentes são as mordidas cruzadas anterior e/ou posterior, dentes decíduos “submersos”,

primeiros molares impactados, erupção dentária ectópica, apinhamento dos incisivos

inferiores, sobremordida acentuada e maloclusão de Classe II de Angle. O autor inferiu

como principais fatores predisponentes no desenvolvimento das maloclusões: perda

precoce de dentes decíduos, retenção prolongada de dentes decíduos, dentes supra-

27

numerários, caninos impactados, agenesias, alterações na posição e/ou eru

incisivos centrais superiores, alterações patológicas locais e hábitos deletérios.Concluiu

que os problemas oclusais são resultantes de um desequilíbrio entre osso, músculo e

estrutura dentária, cada um com seu determinante genético e modificadores ambientais,

desse modo, a maloclusão não possui causa específica e varia desde um fator ambiental até

uma complexa relação com a genética de cada um, ou ambos podem estar associados.

Estudando o tratamento precoce na dentadura decídua, WEST53, em 1960, revelou

a importância do tratamento precoce no estabelecimento do crescimento favorável da

relação oclusal e facial, e seus três objetivos: remoção de interferências na função e no

crescimento normal, manutenção da função normal e correção de desarmonias

esqueléticas. A remoção das interferências, segundo o autor, consiste no ajuste de

restaurações, movimentação de dentes ou segmentos mal posicionados, que interferem no

fechamento normal da mandíbula e injúrias no côndilo. As mordidas cruzadas, portanto,

deveriam ser corrigidas por meio de dispositivos ortodônticos, devido a sua não auto-

correção. A manutenção da função normal estaria associada ao gerenciamento de espaços

necessários para o bom posicionamento dos dentes permanentes, mantendo o comprimento

e a simetria dos arcos. A perda prematura de dentes decíduos, cáries interproximais, dentes

anquilosados, hábitos orais deletérios são alguns dos fatores envolvidos no

desenvolvimento normal das funções orais. Grandes desarmonias esqueléticas podem ser

diagnosticadas precocemente. A maloclusão severa de Classe II de Angle pode ser

diagnosticada por meio de exame clínico e corrigida precocemente, enquanto que na

maloclusão de Classe III o exame radiográfico complementar nos permite avaliar o grau de

severidade do problema. O autor inferiu, portanto, que estabelecimento precoce da posição

normal dos arcos mandibular e maxilar seria um guia favorável para o crescimento

28

craniofacial. Em um período tardio, o tratamento dessas maloclusões seria dificultado; no

caso do tratamento em duas fases, a segunda contaria com pouco crescimento do paciente.

GRESHAM26, em 1963, comparou as partes dentárias e faciais de 46 crianças de

origens étnicas similares, que viviam em países diferentes, dos 7 aos 9 anos, crianças

norte-americanas e da Nova Zelândia, e de origem européia, com oclusão aceitável.

Distribuiu os jovens por sexo (25 do sexo masculino e 21 do sexo feminino) e por idade,

dos quais, seis crianças encontravam-se com 7 anos, vinte e cinco com 8 anos e treze com

9 anos de idade. O autor utilizou telerradiografias tomadas em norma lateral, aplicando o

método de Broadbent-Bolton, no grupo de crianças norte-americanas, e o método de

Margólis, usado para obtenção das radiografias de crianças da Nova Zelândia. Utilizou,

também, as medidas angulares para comparar padrões esqueléticos e dentários de cada

criança dos dois grupos e as medidas lineares para comparar os tamanhos absolutos.

Avaliou os traçados das radiografias construindo um diagrama, através dos pontos S, N,

Pog, C (ângulo do queixo), D (ângulo mandibular), E (articular), A e ponto B, revelando o

padrão dentário e esquelético de cada criança. Para o padrão esquelético, utilizou os

ângulos S, N, C, D, E, ângulo de convexidade de DOWNS e a diferença SNA e SNB. Para

estudar o padrão dentário, o autor avaliou os ângulos: incisivo maxilar, SN, incisivo

mandibular com plano mandibular e incisivo superior com inferior. GRESHAM construiu

polígonos a partir das médias lineares e angulares de crianças da Nova Zelândia e norte-

americanas, separadamente. Mensurou as medidas lineares a partir das distâncias de N,

ENA e Gn, projetada a uma linha perpendicular ao plano de Frankfort (alturas faciais

inferior, superior e total). Existiu uma diferença significativa em apenas um ângulo do

polígono, o ângulo do ponto S. No grupo da Nova Zelândia, esse ângulo encontrava-se

mais obtuso em relação aos norte-americanos, sugerindo uma face inferior mais retrusiva e

29

com maior divergência das bases apicais, já que os outros valores apresentavam-se

aproximadamente iguais em ambos os grupos. No entanto, observou-se uma diferença

significante entre as bases apicais no grupo norte-americano; conseqüentemente, o ângulo

de convexidade da face mostrou-se semelhante entre os dois grupos, revelando que outros

fatores devem estar envolvidos com o aumento do ângulo de convexidade do norte-

americano. Além disso, o comprimento do corpo mandibular de crianças da Nova Zelândia

dos 7-9 anos encontrava-se maior do que as norte-americanas, compensando o maior

ângulo de S. Encontraram-se diferenças significativas na inclinação axial do incisivo

inferior para o plano mandibular, com a média de 97,045° para a amostra norte americana,

e 92,568° para a da Nova Zelândia (dentro da normalidade). Em relação à altura facial

superior e à total, as crianças norte-americanas mostraram valores menores. Basicamente,

existiu uma similaridade no padrão esquelético entre os grupos.

Objetivando analisar o crescimento facial da vida fetal à idade adulta, por meio de

telerradiografias, tomadas em norma lateral, de crianças com oclusão normal ou

maloclusão de Classe I de Angle, SCOTT44, em 1963, utilizou o retângulo facial descrito

anteriormente. Construiu o retângulo facial através dos pontos S, N, a partir dos quais

ralelas entre si e perpendicular à S e N, onde a base inferior do retângulo

era representada por uma linha paralela à linha SN passando por Gn. Através do ponto S

traçou um arco passando por Gn cortando a coluna vertebral, avaliando a quantidade de

crescimento mandibular considerando a coluna vertebral. O estudo revelou 3

características: mudanças das proporções faciais, da posição mandibular em relação à base

craniana anterior e do comprimento da mandíbula em relação à coluna vertebral. Os

resultados mostraram que dos 3 aos 6 meses de idade, a profundidade da face encontra-se

maior do que a altura facial, do que do primeiro aos 3 anos de vida. Essa medida aumenta

30

em relação à profundidade, continuando seu crescimento na vida adulta. Nos 10 casos de

estudo longitudinal, observou-se grande mudança do ângulo SN.Gn, dos 3 aos 10 anos de

idade, mostrando uma alteração significante da posição ântero-posterior da mandíbula em

relação à base craniana. A partir dos 5 anos de idade, os resultados revelaram que, em uma

grande quantidade de crianças, o arco SN.Gn cortou a 5ª e a 6ª coluna vertebral aos 6 anos,

e a 5ª coluna dos 7 aos 18 anos; portanto, existe uma tendência de se alcançar a 4ª coluna

com aumento da idade provavelmente pelo crescimento posterior da mandíbula. Observou-

se que as mudanças significativas em relação ao período de crescimento e em proporções

, aos 5 anos de idade, período esse que necessita de muitos

estudos.

BURSTONE17, em 1964, propôs descrever o desenvolvimento normal da oclusão

distinguindo-o do desenvolvimento da maloclusão. Estudou as mudanças que ocorrem

durante o processo de desenvolvimento normal da oclusão, nas inclinações axiais

dentárias, na forma e dimensão do arco, na intercuspidação, sobressaliência e

sobremordida, diferenciando o estágio normal do desenvolvimento da oclusão da alteração

da normalidade. Constatou que na dentadura decídua, os incisivos superiores e inferiores

apresentam-se verticalizados em relação ao plano oclusal e a face. As inclin

sentido vestíbulo-lingual e no mésio-distal sofrem modificações durante a fase de

dentadura mista e permanente. Durante a passagem da fase “patinho feio”, as raízes dos

incisivos centrais tendem a divergir em relação à linha média. Com a er

permanentes, esses incisivos assumem uma posição mais vertical. Observou-se que as

mudanças nas inclinações dos molares estão relacionadas com o aumento do comprimento

do arco posterior, sendo que na mandíbula esse aumento é produzido pelo crescimento

posterior do corpo e ramo, e, na maxila, através do crescimento da tuberosidade e

31

crescimento para baixo e para frente do processo alveolar. A dentadura decídua exibiu

espaços generalizados na região anterior, que permanecem até a erupção dos permanentes.

Por outro lado, o apinhamento na dentadura mista apresentou prognóstico desfavorável na

ausência de espaço. A relação do molar permanente mostrou-se dependente da posição e

diâmetro mesio-distal dos segundos molares decíduos, e no sentido ântero-posterior, a

normalidade relacionou-se à posição do canino inferior à frente do superior. A face da

-se diferente do adulto. Com a maturidade, a mandíbula cresce

horizontalmente em uma taxa mais rápida que a maxila e a convexidade da face se reduz.

Embora a proporção da face superior em relação à face como um todo permaneça a

mesma, a altura vertical aumenta com o crescimento para frente e para baixo da mandíbula,

tornando a face madura mais longa, devido ao maior vetor de crescimento vertical da face.

Diante da complexidade e dinamismo do crescimento dento-facial, a decisão de intervir

precocemente ou acompanhar o crescimento deve ser criteriosa.

SINGH e SAVARA45, em 1966, avaliaram o crescimento da maxila de 50 crianças

norte-européias, do sexo feminino, dos 3 aos 16 anos de idade, leucodermas, por meio de 7

dimensões representadas na maxila (altura, comprimento e largura); utilizaram

telerradiografias, tomadas em norma lateral e frontal anuais, analisadas durante um período

de 6 anos. A análise cefalométrica baseou-se nos seguintes pontos: NMS (junção

nasomaxilar, frontomaxilar e frontonasal), ENA (espinha nasal anterior), PTM (fissura

pterigomaxilar), ZMS (o ponto mais inferior da sutura zigomática), IOM (o ponto mais

ita), DAM (margem distal do segundo molar decíduo ou segundo pré-molar)

e o PRO (próstion). A medida em altura de NMS a PRO aumentou ligeiramente dos 3 aos

6 anos que precedem a perda dos incisivos. De NMS a ANS ocorreu um aumento máximo

dos 3 aos 5 anos e um declínio após os 12 anos. O crescimento de ANS a PRO varia muito

32

dos 5 aos 8 anos e diminui após os 12 anos. Existiu em DAM a IOM, na largura entre PTM

de um lado e outro, e na medida de ANS para PTM um aumento significativo dos 3 aos 6

anos.Os autores observaram que em altura a maxila diminui com a perda de incisivos

decíduos, e que as medidas relacionadas ao crescimento em comprimento e em largura da

maxila revelam alterações pouco significativas. A largura apresentou um aumento maior na

erosidade em relação à largura zigomática na idade mais jovem. As

dimensões relacionadas à altura maxilar apresentam crescimento em fase precoce se

comparada com as medidas em largura e comprimento. Além disso, o crescimento em

que o da largura, até os 8 anos, e acelera após os 8 anos. A

forma da face, então, é influenciada pela quantidade de crescimento em altura, menos em

comprimento e em largura maxilar, respectivamente.

MERRIFIELD38, em 1966, objetivando desenvolver um guia específico, com o

intuito de auxiliar os ortodontistas a alcançar uma estética agradável, utilizou 40

telerradiografias tomadas em norma lateral, obtidas de uma amostra de mais de 100 faces

normais, não tratadas ortodonticamente, e 40 de uma amostra de casos que se submeteram

ao tratamento ortodôntico. 26 radiografias pertenciam ao sexo masculino e as demais ao

sexo feminino. O traçado incluiu a linha do perfil tegumentar e estruturas ósseas, além dos

pontos anatômicos convencionais, lábio, queixo, nariz, incisivos centrais superiores e

inferiores e primeiros molares permanentes. O autor utilizou o plano de Frankfort como

referência, assim como o plano mandibular (da sínfise passando pela borda inferior da

mandíbula ao ângulo goníaco posteriormente) e o longo eixo do incisivo central inferior,

formando o triângulo de Tweed (ângulos FMA, IMPA e FMIA). Traçou a linha de perfil

tangente ao pogônio tegumentar ao ponto mais proeminente do lábio inferior ou superior

(linha de perfil) até o plano de Frankfort. O ângulo inferior, formado pela interseção do

33

plano de Frankfort e a linha do perfil, denominou-se de ângulo Z. Após a análise dos

resultados, percebeu-se que as medidas angulares do triângulo de diagnóstico proposto dos

areciam com as mesmas da amostra tratada de Tweed e que a

espessura total do mento é importante para a avaliação do perfil. A linha do perfil mostrou-

se esteticamente melhor, quando se relaciona com o ponto mais anterior do lábio superior.

O autor observou que, nesse estudo, as jovens do sexo feminino alcançam a maturidade

mais rápido e mostram menos mudanças após o tratamento ortodôntico do que os do sexo

masculino. A espessura do mento é igual ou maior que a do lábio superior nas jovens do

sexo feminino tratadas e menor nos do masculino. O ângulo Z mostrou-se normal para

adultos quando mediu 80 ± 5º. O sexo feminino apresentara um valor desse ângulo maior

em relação ao sexo oposto, semelhante aos valores do adulto, em jovens normais não

facial vertical pode alterar o equilíbrio facial em jovens com medida do

ângulo Z normal. O ângulo Z e a linha do perfil fornecem uma descrição mais crítica da

face inferior do que a simples “aparência”.

Estudos cefalométricos do crescimento mandibular prévios investigaram uma ou

duas dimensões em diferentes amostras, além disso, não exibiram valores do crescimento

em altura, largura e comprimento da mandíbula, da infância à adolescência. TRACY e

SAVARA50, em 1966, visando estudar o tamanho e incrementos anuais de 5 medidas

anatômicas mandibulares, de crianças do sexo feminino, avaliaram 50 jovens,

leucodermas, dos 3 aos 16 anos de idade, em estudo semi-longitudinal. Os autores

examinaram as crianças anualmente, 30 delas durante a infância e 20 durante o p

adolescência. A seleção da amostra baseou-se no período de 6 anos de acompanhamento de

cada criança. Estudaram-se as cinco dimensões por meio de cefalogramas póstero-anterior,

lateral e com a boca aberta, para cada jovem. As medidas realizadas para cada idade

34

basearam-se na altura do ramo, no comprimento do corpo mandibular, no comprimento

máximo do corpo, na largura bigoníaca e na largura bicondilar. Observou-se que a altura

do ramo exibiu pouco crescimento (1,72cm) durante o período de 3 a 16 anos, mostrando-

se constante de 4 a 6 anos, diminuindo aos 7 anos, tornando-se regular após essa idade;

entretanto, notou-se um maior crescimento dos 11,5 aos 12,5 anos de idade. O

comprimento do corpo mandibular exibiu um aumento de 2,29cm durante todo período, os

incrementos diminuíram dos 4 aos 5 anos de idade, mantendo-se constantes aos 7 anos, e

diminuindo novamente, dos 8 aos 9 anos, com um aumento dos 11,6 aos 12,6 anos de

idade. No comprimento máximo da mandíbula, percebeu-se um aumento de 3,09cm dos 3

aos 16 anos. O crescimento diminuiu dos 3 aos 9 anos, aumentou dos 11,1 aos 12,1 anos,

porém menos do que aos 4 anos de idade. Em relação à largura bigoníaca, observou-se um

aumento de 2,05cm durante o período de estudo. Os incrementos mostraram-se constantes

dos 4 aos 6 anos de idade, diminuindo até os 9 anos. O crescimento circumpuberal

máximo, ocorrido dos 11,2 aos 12,2 anos, exibiu valores menores se comparado com as

medidas anteriores aos 7 anos. A grandeza bigoníaca mostrou incrementos menores

quando comparada às outras. A largura bicondilar aumentou 2,05cm dos 3 aos 16 anos. O

incremento bicondilar diminuiu dos 4 aos 7 anos, aumentou aos 8 anos, diminuindo aos 9

anos. O aumento máximo da distância bicondilar, durante o período circumpuberal,

ocorreu dos 11,1 aos 12,1 anos, mostrando-se menor do que o ocorrido aos 4 anos de

idade. A mandíbula cresceu muito em profundidade (comprimento máximo e comprimento

do corpo), menos em largura (largura bicondilar e bigoníaca), seguida pela altura (altura do

ramo). A quantidade de crescimento mandibular diminuiu na infância, aumentou até o

surto de crescimento e diminuiu subseqüentemente. O estudo de TRACY e SAVARA50

está de acordo com outros, que mostram o momento, a quantidade e a taxa de crescimento

com uma aceleração durante o período circumpuberal. O aumento circumpuberal exibiu

35

valores maiores no comprimento máximo da mandíbula, na altura do ramo e na largura

bicondilar, quando comparado ao comprimento do corpo e largura bigoníaca.

Em 1970, GIANELLY22, com a finalidade de observar o desenvolvimento

craniofacial de jovens com maloclusão e dos que possuem oclusão normal, avaliou a

influência da idade e do sexo nas relações esqueléticas e dentárias em jovens com

maloclusão de Classe II de Angle, 1a divisão e com oclusão normal. A amostra englobou

252 pacientes com maloclusão de Classe II, 1a divisão, e 137 jovens com oclusão

satisfatória, dos 8 aos 13 anos de idade, dividindo-a em grupos de acordo com o sexo e em

grupos de idade: dos 8 aos 9 anos, dos 19 aos 11 anos e dos 11 aos 13 anos de idade. O

autor utilizou a análise de Steiner na comparação das relações dentofaciais de cada jovem.

Os resultados mostraram pouca redução da convexidade facial com a idade e pouca

diminuição da inclinação do plano mandibular. As diferenças entre os dados analisados

mostraram-se pequenas e de pouca consistência. No grupo normal de jovens do sexo

masculino, ocorreu de 1mm a 2mm de protrusão dos incisivos superiores, 1mm de

projeção do queixo. Quando comparados ambos os sexos, o autor observou um

prognatismo maxilar de 2° e 1mm de protrusão dos incisivos superiores maior nos jovens

do sexo feminino em idade mais avançada. Avaliando ambos os sexos com maloclusão,

verificou-se que os jovens do sexo masculino mais novos apresentaram 1mm de queixo

mais proeminente (PO-NB) e no sexo feminino, na idade média avaliada, ocorreu

diminuição de projeção dos incisivos inferiores de 1mm. Nenhuma diferença básica no

padrão facial existiu entre 8 e 13 anos de idade, em ambos os sexos, exceto um ligeiro

aumento do queixo e protrusão do incisivo nos jovens do sexo masculino sem maloclusão.

36

Em 1971, BAUMRIND e FRANTZ6, considerando a importância do uso freqüente

de telerradiografias em estudos craniofaciais, tomadas em norma lateral, analisaram a

quantidade de erros na identificação dos pontos cefalométricos, avaliando os erros

subseqüentes das medidas angulares e lineares, por meio de superposições radiográficas.

-graduação da Universidade da Califórnia traçaram 20

radiografias escolhidas aleatoriamente e identificaram 16 pontos cefalométricos. Os

estudiosos utilizaram a linha SN como referência na superposição das radiografias e o eixo

X e Y para estimar a localização dos pontos escolhidos. O gônio e o ápice dos incisivos

inferiores mostraram pontos de localização mais variável; por outro lado, o pório, a sela, o

násion, o incisal dos incisivos superiores e inferiores revelaram uma quantidade de erro de

-se o erro de cada ponto para que, em sua úni , o

desvio padrão pudesse ser calculado. Os pesquisadores inferiram que a quantidade de erros

relacionados à identificação varia de ponto para ponto e que o controle e a redução dos

erros podem ser melhorados por meio do uso de equipamentos computadorizados na rotina

do diagnóstico radiográfico.

BUGG, CANAVATI e JENNINGS16 em 1973, objetivando estabelecerem padrões

dentários e faciais de crianças latino-americanas, com oclusão normal, boas proporções

faciais, em 60 jovens, dos 4 aos 5 anos de idade, avaliaram, por meio de telerradiografias

tomadas em norma lateral, medidas angulares e lineares de traçados realizados. As crianças

apresentavam oclusão normal com os caninos em CLI de Angle, e molares em plano

terminal reto ou degrau mesial. Comparando os valores obtidos com as medidas de adultos,

os autores observaram que o movimento dos pontos A e N encontravam-se estáveis em

ambos os grupos, com diminuição do ANB e SNB, maior valor do eixo Y de crescimento

das crianças, indicando um movimento anterior da mandíbula, com diminuição dos planos

37

mandibular e oclusal em relação ao S-N; e que os incisivos superiores decíduos

posicionam-se mais verticalizados e os inferiores, mais vestibularizados em relação aos

permanentes. Os autores enfatizaram que as diferenças étnicas devem ser consideradas

quando analisamos e comparamos grupos étnicos distintos.

VANN Jr., DILLEY e NELSON52, em 1978, com o intuito de estabelecerem

normas cefalométricas de crianças leucodermas, na idade de 4 anos e aproximadamente 6

meses, por meio de telerradiografias tomadas em norma lateral, analisaram dezessete

medidas cefalométricas de 32 crianças leucodermas. Os jovens apresentavam a face

simétrica com perfil reto a ligeiramente convexo, dentadura decídua completa, sem

cias de erupção dos primeiros molares permanentes na cavidade bucal, relação CLI

de Angle de caninos e molares em plano terminal reto ou degrau mesial, sem apinhamentos

ou mordida aberta anterior e posterior, sobressaliência de 1mm a 4mm e sobremordida de

1mm a 3,5mm. Com o auxílio de 12 pontos em cada traçado, os autores não observaram

diferença estatisticamente significante para qualquer variável cefalométrica para crianças

do sexo masculino e feminino, exceto para a posição do incisivo central superior.

Comparando-se ambos os sexos, o ângulo entre o UI (incisivo superior) e S-N mostrou-se

maior nas crianças do sexo masculino, enquanto que o ângulo I-I (interincisivo) e Oc-SN,

menor. O ângulo SNB correlacionou-se muito com o SNPg, como o FNB com o FNPg.

Esses achados são significantes, pois sugerem que, para as crianças de 4 anos, o ponto

anterior do queixo não começou a se expressar, porque o ponto pogônio e o B estão em

posições iguais relativas aos planos de Frankfort e SN. O SNA revelou-se similar para

crianças e adultos quando comparados, devido ao movimento do A e Násion para frente

em relação à Sela. O SNB e SNPg são menores nas crianças (78,1° e 77,4°) do que nos

adultos (80,0° e 83,0°), enquanto que o ANB encontrou-se maior nas crianças (4,9°) do

38

que nos adultos (2,0°). Esses achados sustentam o conceito de que o componente do

crescimento mandibular para frente excede àquele da maxila durante o período da idade

-escolar à idade adulta, e que o crescimento da mandíbula muda de horizontal para

vertical com a idade, evidenciado pela diminuição dos ângulos Occ-SN e SN-MP da

criança (18,8° e 35,3°) em relação ao adulto (14,5° e 32,0°). Os incisivos decíduos

superiores mostraram-se mais verticalizados do que os permanentes, evidenciados pelos

ângulos UI-SN e UI-F para crianças (92,4° e 97,6°) e adultos (104° e 110°) e os inferiores

decíduos mais lingualizados do que os permanentes. O ângulo I-I é mais aberto nas

crianças (148,4°) do que nos adultos (130,0°), refletindo a inclinação verticalizada dos

incisivos centrais decíduos.

JARVINEN31, em 1981, preocupado em verificar a necessidade de intervenção

ortodôntica em crianças dos 3 aos 5 anos de idade, examinou 931 crianças nessa faixa

etária, durante o período de 1 ano. A avaliação da necessidade de inter

de um acompanhamento do caso baseou-se no grau de patogenicidade da maloclusão na

dentição. O autor analisou a prevalência da maloclusão, do traumatismo, da perda precoce,

de cáries e variações quanto ao número de dentes. Obtiveram-se dados sobre a presença de

hábitos orais durante o preenchimento da ficha clínica. Observou-se o percentual de 25,8%

da necessidade interceptora e preventiva na maloclusão das crianças. O tratamento

-se necessário em 14,4% de crianças portadoras de mordida cruzada

anterior, lateral, e perda precoce dos primeiros molares decíduos. A necessidade de

tratamento foi de 11,8%, 16,9% e 16,6% para as crianças de 3, 4 e 5 anos de idade,

respectivamente. A ocorrência de mordida cruzada anterior e lateral aumentou com a

idade: 6,9% aos 3 anos; 9,9% aos 4 anos; e 11,6% aos 5 anos. Observou-se diminuição do

hábito de sucção com a idade, indicando que a remoção do hábito ocorre espontaneamente.

39

Estimou-se a necessidade de restaurações interproximais pela presença de cárie em 12,2%

das crianças, observando um aumento dessa proporção com a idade. A variação do número

de elementos dentários mostrou um valor de 1,4%, e a perda de molares decíduos

precocemente, com necessidade de tratamento ortodôntico, foi de 0

na região de incisivos de 5,5%. A maloclusão de classe III ocorreu em 0,4% das crianças.

Diante da possibilidade do diagnóstico precoce da maloclusão, o tratamento interceptor e

preventivo deve ser instituído tão logo o problema seja identificado, a fim de que ocorra

um desenvolvimento normal das estruturas craniofaciais.

SMITH47, em 1982, relatou que a relação oclusal muda de acordo com o

desenvolvimento da dentadura decídua, permanente e mista, e que o exame da oclusão

deve ser realizado, por vista oclusal e lateral, examinada a relação dos dentes com lábios e

face. Na dentadura permanente não existe crescimento em largura, e o comprimento do

arco ocorre na parte posterior para acomodar os segundos e terceiros molares permanentes.

O arco superior deve posicionar-se mais anterior do que o inferior em oclusão, com os

côndilos na fossa articular, enquanto a relação de molares permanece em CL I de Angle.

Normalmente, os incisivos superiores cobrem de 1mm a 2 mm a coroa dos inferiores,

posicionando-se anteriormente aos inferiores, com as linhas médias superior e inferior

coincidentes. No exame facial, observa-se o selamento passivo labial, a tonicidade dos

músculos mental e orbicular com o paciente em repouso, com a quantidade de exposição

gengival de 1mm ou 2 mm no sorriso. Conclui-se que é difícil predizer como será a

oclusão na dentadura permanente, baseada no desenvolvimento da dentadura decídua. Os

espaços primatas, geralmente, favorecem a boa erupção dos permanentes. A sobremordida

aumenta ou a mordida aberta tende a piorar com o crescimento. A relação sagital dentária

também é variável e dependente da largura mesiodistal dos segundos molares decíduos. A

40

criança apresenta a face mais convexa e a mandíbula menos desenvolvida que o adulto, e,

com o tempo, o perfil torna-se mais reto com o nariz, tendendo a crescer até o final da

adolescência. O autor revelou que uma observação longitudinal da oclusão de uma criança

é importante para o acompanhamento das mudanças que ocorrem no desenvolvimento de

uma oclusão normal.

FOSTER e GRUNDY21, em 1986, sugeriram que várias características da oclusão

são transferidas da dentadura decídua para a permanente e persistem, mesmo após a

completa troca dos dentes. Em um estudo longitudinal, os autores avaliaram a oclusão de

60 crianças, aos 5 e aos 12 anos, sem perda prematura de dentes, com a completa mudança

de dentição entre as duas idades. Por meio de modelos de estudos, mediram a

sobressaliência, a sobremordida, a relação molar e de canino e o apinham

resultados indicaram que o valor médio da sobressaliência aos 5 anos encontrava-se em

3,2mm e aos 12 anos, em 4,3mm, o que mostra um ligeiro aumento entre as duas

dentaduras. Verificou-se, ainda, que 18% dos jovens apresentaram uma diminuição da

sobressaliência e que, na maioria das crianças, não ocorreram mudanças na sobremordida,

ao passo que 30% exibiram um aumento e 16%, uma diminuição. Aproximadamente na

metade das crianças não se observou alteração na relação dos caninos, mas aquelas que

apresentaram mudanças obtiveram relação de CLII. Na relação molar, a maioria dos jovens

não exibiram mudanças entre os segundos molares decíduos, aos 5 anos, e primeiros

molares permanentes, aos 12 anos. Comparando o número de espaços na dentadura

decídua, da mesial do primeiro molar decíduo, aos 5 anos, com a quantidade de

apinhamento da mesial do primeiro molar permanente, aos 12 anos, os pesquisadores

verificaram que crianças com ausência de espaço na dentadura decídua possuem maior

probabilidade de desenvolver apinhamentos na dentadura permanente, contudo não

41

exclusivamente. Concluíram que precauções individuais são necessárias para predizer o

Devido à diversidade de misturas raciais presentes na população americana e com o

objetivo de identificar as variações existentes entre os grupos étnicos, JOHNSON32 em

1992, estudou as medidas cefalométricas em cada um deles. Algumas “normas” das

medidas cefalométricas, definidas por meio de idade, sexo, tamanho e raça, mostraram

valores diferentes de um grupo étnico comparado a outro. A protrusão ou a inclinação dos

incisivos superiores e inferiores pode ser identificada pela avaliação do ângulo

interincisivo; nesse caso, os leucodermas apresentam os incisivos mais retroinclinados,

lábio superior pouco projetado e uma convexidade facial menor em comparação com

outros grupos raciais. Na avaliação da relação da base craniana com as bases apicais SNA,

SNB e N-Pog, e do plano mandibular, existe uma diferença das normas dos leucodermas.

O trespasse horizontal apresenta-se significante na raça negra e em japoneses, por outro

lado, o vertical é mais evidente nos leucodermas. A relação do plano oclusal com a base do

crânio exibiu semelhança entre leucodermas, em japoneses, filipinos, chineses e havaianos;

no entanto, os chineses mostraram um maior ângulo do plano oclusal e os americanos, um

menor ângulo. A altura facial de japoneses, coreanos, havaianos, filipinos e chineses

apresentou-se menor quando comparada com a dos leucodermas, enquanto que os

americanos e negros apresentaram valor maior. Por outro lado, a distância bizigomática

facial exibiu valores maiores no primeiro grupo. O autor inferiu que o diagnóstico e o

plano de tratamento não devem ser alterados de um grupo racial para o outro, sem

considerar as normas raciais de cada grupo.

42

NANDA40, no mesmo ano, investigou a relação entre o crescimento da base do

crânio com o da maxila e da mandíbula, por meio de telerradiografias, tomadas em norma

lateral, avaliando 18 crianças, do sexo feminino, leucodermas, entre 3 a 26 anos de idade,

selecionadas em um Centro de Pesquisa de Denver. A seleção da amostra baseou-se na

proporção entre a altura facial inferior (ENA-Me) e a altura facial total (N-Me) durante os

13 anos e 6 meses. A porcentagem média dessa proporção variou entre 52% a 56%. O

método de medida baseou-se em quatro medidas lineares e quatro angulares. Dentre as

medidas lineares, considerou-se S-N, ENA-ENP, Ar-Pog e S-ENA, enquanto que nas

angulares mediu-se ENA-S-N, ENA-N-S, Gn-S-N e Gn-N-S. As medidas absolutas de S-

N, S-ENA, ENA-ENP e Ar-Pog exibiram diferenças significantes para cada idade,

revelando um crescimento crescente até a pré-adolescência, a partir da qual se estabilizou.

Os resultados mostraram que o padrão de crescimento da mandíbula é diferente das outras

dimensões, desacelerando lentamente até os 13 anos de idade. O crescimento mandibular é

retardado em 4 anos em relação ao comprimento da base do crânio nessa idade, e em 2

anos, se comparado ao comprimento da maxila aos 5 anos de idade. Ocorreu um

crescimento para baixo de S-N e Ar-Pog, enquanto o deslocamento da espinha nasal

anterior e do Násion mantém o ângulo SN.ENA constante. O ângulo SN.Gn mostrou-se

aumentado, devido ao aumento do comprimento mandibular e ao deslocamento anterior do

Násion. Na idade de 4 anos, a proporção das dimensões faciais mostrou um crescimento de

S-N de 88,29%, seguido pelo S-ENA, com 84,7%, ENA-ENP, com 83,79% e Ar-Pog, com

78,46%. Aos 5 anos, observaram-se 90% do crescimento do tamanho absoluto de S-N do

adulto, 90% de S-ENA, o mesmo valor de ENA-ENP aos 7 anos e de Ar-Pog aos 9 anos de

idade. O crescimento mandibular é o maior contribuinte para o aumento da profundidade

da face, seguido pela maxila e pela base craniana anterior. O ângulo SN.Gn aumentou em

0,56°, dos 4 aos 18 anos, verificando-se os maiores valores, após os dez anos de idade. A

43

direção de crescimento da maxila expressa pelo ângulo SN. ENA exibiu um aumento de

2,63°, dos 4 aos 18 anos, mostrando flutuações no sentido vertical -ENP

no sentido horizontal, durante todo o período estudado. O crescimento das quatro

dimensões faciais avaliadas não ocorreu de forma homogênea, mas essas mantiveram as

mesmas relações, da infância à idade adulta. A quantidade de crescimento da maxila e da

mandíbula não é semelhante e não atinge um mesmo tamanho relativo na idade adulta.

-N são atingidos aos 4,5 anos; o ENA-ENP, aos 6,3

anos; o S-ENA, aos 6,5 anos; e o Ar-Pog, aos 8,5 anos. Verificaram-se discrepâncias

esqueléticas maxilo-mandibulares, dos 4 aos 10 anos de idade, relacionadas com as

características do desenvolvimento normal nessa faixa etária. A mandíbula cresceu mais

lentamente durante um tempo maior em relação à maxila, contribuindo para a d

da convexidade facial durante todo o período de desenvolvimento. Os clínicos poderiam

caracterizar erroneamente a discrepância observada na pré-adolescência como displasia

esquelética Os critérios utilizados para identificar a relação esquelética anormal nos

adultos não são apropriados para a avaliação das crianças e pré-adolescentes. A utilização

de aparelhos ativadores funcionais no estágio da dentadura mista pode comprometer o

resultado facial no final do crescimento do jovem.

GIMENEZ, SIQUEIRA & NEGREIROS23, em 2000, avaliaram a oclusão de 29

jovens leucodermas do sexo feminino e 21 do sexo masculino, sem alterações

morfológicas, teciduais ou sistêmicas, na faixa etária de 3 a 5 anos de idade, na fase da

dentadura decídua. Os autores priorizaram a análise da relação terminal dos segundos

molares decíduos, considerando sua importância sobre o desenvolvimento da oclusão na

dentadura permanente. A amostra submeteu-se à anamnese, ao exame clínico da oclusão e

das condições dentárias e às duas tomadas radiográficas interproximais de ambos os lados

44

para a avaliação da relação terminal dos molares decíduos. A análise das radiografias

baseou-se na classificação da relação terminal em plano reto, degrau mesial e degrau distal.

tidos, os autores observaram uma maior porcentagem (58%) de

relações terminais em plano reto, seguida das relações em degrau mesial em 24% e de uma

reduzida parcela com degrau distal em 18%. Enfatizaram que a dentadura decídua merece

um estudo detalhado, com acompanhamento longitudinal durante a fase de transição para a

dentadura permanente, no intuito de detectar possíveis alterações, e assim conduzir uma

Ortodontia interceptora, tratando as maloclusões do tipo Classe II e Classe III de Angle

precoce e adequadamente.

MENDLOVITZ37, em 2002, estudando as características cefalométricas ântero-

posteriores de jovens do sexo masculino, de 4 e 5 anos de idade, com oclusão normal,

através de 42 telerradiografias tomadas em norma lateral, e avaliando medidas angulares

(SNA, SNB, ANB, SN.GoGn, ângulos interincisivos, S-N, ENA-ENP, trespasse horizontal

e altura do ramo mandibular), observou que os jovens de 5 anos apresentam os incisivos

superiores e inferiores mais verticalizados dentro de suas bases ósseas, quando comparados

aos jovens de 4 anos, e que todas as medidas lineares do grupo de 5 anos mostraram-se

superiores às encontradas no grupo de 4 anos, apresentando significado estatístico somente

-A, Co-Gn e diferença maxilo-mandibular. Dessa forma, Co-Gn, S-N,

ENA-ENP, Co-Go, aos 4 anos, mediram 89,86mm, 64,50mm e 46,73mm, 41,36mm, em

média, respectivamente. As mesmas medidas foram, respectivamente, de 95,88mm,

65,20mm, 48,00mm, 42,70mm, aos 5 anos.

PEREIRA41, no mesmo ano, estudou o crescimento, as características esqueléticas

e dentárias no sentido vertical de jovens, do sexo feminino, na fase de dentadura decídua,

45

entre 4 e 5 anos de idade, brasileiros, leucodermas, da região de Belo Horizonte, com

oclusão normal, sem nenhum tratamento ortodôntico prévio, através de 20 telerradiografias

tomadas em norma lateral para cada idade. Foram avaliadas medidas lineares, angulares,

proporcionais, altura dento-alveolar e o polígono de BJÖRK. Os resultados mostraram que

AFI foi maior que AFS nas jovens de 5 anos, em média, 2,13mm; a AFPI (ENP-Go)

aumentou de 33,63mm para 35,10mm, dos 4 para 5 anos, alterando a AFPI em 1,47mm; e

o ângulo Ba-Na.PTM-Gn diminuiu 2,85º, dos 4 para 5 anos. Na avaliação dessas três

medidas, observou-se um crescimento vertical da face dos 4 para 5 anos. As proporções

entre Ar-Go/S-Go, ENA-Me/ N-Me e S-Go/N-Me exibiram valores de 58,42%, 58,68% e

60,49%, respectivamente, aos 4 anos, e 57,10%, 58,96% e 60,36%, nessa ordem, para a

idade de 5 anos.

SHIMIZU46 et al., em 2003, da mesma forma, avaliaram a incidência dos planos

terminais dos segundos molares decíduos, dos tipos de arcos, segundo a classificação de

Baume e dos espaços primatas, assim como o dimorfismo sexual, de 85 crianças

brasileiras, 44 do sexo masculino e 41 do sexo feminino, leucodermas e melanodermas,

com idade entre 3 e 6 anos, da rede pública e particular de ensino da cidade de Curitiba,

PR. Os resultados mostraram que o plano terminal reto incidiu em 60 quadrantes (70,59%);

o degrau mesial, em 16 quadrantes (18,82%); e o degrau distal, em 9 quadrantes (10,59%).

Não se observou nenhuma diferença estatisticamente significante em relação ao

dimorfismo sexual com a incidência das relações distais dos molares decíduos. Em relação

aos tipos de arcos, na arcada superior, o do tipo I incidiu em 34 quadrantes (40%), 18

(40,91%) para o sexo masculino e 16 (39,02%) para o sexo feminino; e o arco tipo II, em

51 quadrantes (60%), sendo 26 (59,09%) para o sexo masculino e 25 (60,98%) para o sexo

feminino. Para o arco inferior, o arco tipo I apresentou 36 quadrantes (42,35%), sendo 16

46

(16,36%) para o sexo masculino e 20 (48,78%) para o sexo feminino; e o arco tipo II, 49

quadrantes (57,65%), dos quais 28 (63,64%) para o sexo masculino e 21 (51,22%) para o

sexo feminino. Mais uma vez o dimorfismo sexual não apresentou diferenças

estatisticamente significantes. O espaço primata na arcada superior, do lado direito,

ocorreu em 85,88%, e do lado esquerdo, em 83,53%. Para a arcada inferior, 56,47% das

ocorrências foram para o lado direito, e a mesma incidência para o lado esquerdo.

47

3 PROPOSIÇÃO

48

3. PROPOSIÇÃO

Os autores dessa pesquisa, baseados nas informações obtidas, propuseram:

1. Identificar as possíveis alterações que ocorrem nas estruturas esquel -

mandibulares, lineares e proporcionais, durante o crescimento craniofacial em

crianças dos 4 aos 6 anos de idade; e

2. Identificar a existência de dimorfismo sexual durante o crescimento craniofacial na

fase dos 4 aos 6 anos de idade.

3. Avaliar o grau de associação entre as medidas cefalométricas.

49

4 MATERIAL E MÉTODOS

50

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material

A amostra do estudo constou de 47 telerradiografias, tomadas em norma lateral, de

crianças brasileiras, leucodermas, de ambos os sexos, com oclusão normal, na fase de

dentadura decídua e dentição mista, dos 4 aos 6 anos de idade, que não se submeteram a

. Nesta amostra foi organizado um grupo de 16 crianças do

sexo feminino aos 4 anos e 12 dessas crianças aos 6 anos, e um grupo de 11 jovens do sexo

masculino aos 4 anos e 8 desses jovens aos 6 anos.

As telerradiografias das crianças aos 4 anos pertencem ao arquivo de documentação

ortodôntica da Clínica de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais, oriundas de pesquisas desenvolvidas

anteriormente. As mesmas crianças, aos 6 anos, realizaram novas tomadas radiográficas,

em norma lateral, para o presente estudo.

4.2 Métodos

4.2.1 Critério para a seleção da amostra

Avaliou-se o crescimento craniofacial de crianças brasileiras, leucodermas, dos 4

aos 6 anos de idade, diante da escassez de estudos relacionados ao tema. Selecionaram 27

crianças das quais realizaram 47 telerradiografias, a partir do exame clínico de crianças

matriculadas em jardins de infância, das redes municipal, estadual e particular de ensino,

- MG. Previamente ao exame clínico e radiológico de cada

51

jovem, solicitava-se a autorização à direção de cada instituição, seguida da autorização dos

Conduziram-se os exames clínicos das crianças, aos 6 anos de idade, avaliando a

normalidade oclusal e facial, de acordo com BAUME3,4,5 e SMITH47. (ANEXO B)

1. Perfil facial reto a ligeiramente convexo, com o selamento labial passivo,

com ausência de tonicidade dos músculos mental e orbicular com o paciente

em repouso;

2. Dentadura completa, exceto pelas exfoliações fisiológicas;

3. Relação de molar em normalidade e de caninos presentes;

4. Plano terminal entre as superfícies distais dos segundos molares decíduos

retos ou degrau mesial;

5. Trespasse horizontal e vertical normais;

6. Ausência de mordidas cruzadas e abertas;

7. Ausência de patologias, síndromes e anomalias.

Após o exame clínico e seleção da criança, informou-se aos pais a respeito da

natureza do estudo, e de sua aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP), da

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, sob o processo de número 2001/02

(ANEXO C). Caso os responsáveis concordassem com a participação do filho no estudo,

assinavam um Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO D), autorizando a tomada

radiográfica.

4.2.1.1 Critério de inclusão das telerradiografias

Os critérios de seleção das telerradiografias das crianças aos 4 anos, utilizadas para

a realização da pesquisa, foram baseados nos seguintes aspectos:

52

Ø Pertencerem a uma criança brasileira, leucoderma1, com oclusão normal e com

equilíbrio facial, não submetida a tratamento ortodôntico prévio, com bom estado

de saúde geral, e de idade cronológica de 4 anos;

Ø Apresentarem imagens radiográficas sem distorção; nitidez e contraste adequados

para uma boa visualização; e identificação das estruturas dentárias, esqueléticas e

faciais de interesse à pesquisa.

Os critérios de seleção das telerradiografias das crianças aos 6 anos exibiam as

Ø Pertencerem à mesma criança aos 4 anos, que apresentasse oclusão normal e

equilíbrio facial, não submetida a tratamento ortod

de saúde geral, e de idade cronológica de 6 anos;

Ø Apresentarem imagens radiográficas sem distorção e magnificação; nitidez e

contraste adequados para uma boa visualização; e identificação das estruturas

e faciais de interesse à pesquisa.

4.2.1.2 Critérios de exclusão das telerradiografias

Os critérios de exclusão das telerradiografias utilizadas para a realização da

pesquisa apresentaram os seguintes aspectos:

Ø Pertencerem a uma criança apresentando maloclusão do tipo Classe II ou Classe III,

ou mordida cruzada, aberta, profunda; perda precoce de dentes; problemas

respiratórios, alérgicos e hormonais; distúrbios de desenvolvimento;

53

Ø Apresentarem imagens radiográficas com magnificações, com distorções,

inadequadas para uma boa visualização e identificação das estruturas dentárias,

esqueléticas e faciais de interesse à pesquisa.

4.2.2 Obtenção das telerradiografias

Realizaram-se as 47 telerradiografias das crianças aos 4 e aos 6 anos, em norma

lateral, por um mesmo operador, no aparelho de Raios-X do modelo Siemens (Orthophos

CD) calibrado de 77 Kvp e de 14 mA, com tempo de exposição variando de 0,32 a 0,64

segundos, dependendo da densidade óssea da criança. Para os jovens que apresentavam

mais expressiva, o tempo de exposição era maior, a fim de se obter um

melhor contraste da radiografia. Realizaram-se as telerradiografias, posicionando-se a

cabeça da criança, através do cefalostato com chassi fixo, orientado com o plano de

Frankfurt paralelo ao solo, com os dentes em oclusão, com a distância filme-foco variando

de 10 a 11 cm, de acordo com o tamanho da cabeça de cada criança, e a distância fonte-

objeto (plano sagital mediano) de 1,53cm (FIG. 1 e 2). Utilizou-se o filme radiográfico da

marca Kodak, de tamanho 18cm x 25cm, provido de Ecran intensificador Lanex. A

revelação realizou-se por meio de uma processadora DENT-X900, fabricada pela DENT-X

Corporation, com 6 minutos de processamento, e os produtos químicos utilizados foram da

Kodak. Solicitou-se que todos os pacientes permanecessem com os lábios relaxados e os

lábios e os dentes em oclusão, durante a tomada radiográfica.

54

4.2.3 Obtenção do traçado cefalométrico

Após a seleção das telerradiografias de acordo com os critérios descritos

anteriormente, confeccionaram-se os traçados cefalométricos manualmente, em sala

escurecida com o auxílio de um negatoscópio, papel acetato do tipo Ultraphan

transparente, com dimensões de 17,5cm X 17,5cm, utilizando uma lapiseira com grafite de

0,3mm de diâmetro (Marca Pentel), borracha, compasso, régua com subdivisão em mm e

fita adesiva. O traçado constou do desenho anatômico, das medidas cefalométricas (planos

e linhas) e das grandezas lineares cefalométricas (FIG.3).

FIGURA 1 –Vista frontal da tomada radiográfica

FIGURA 2 – Vista lateral da tomada radiográfica

55

4.2.3.1 Delimitação do desenho anatômico

Na realização dos traçados, identificaram-se as seguintes estruturas dento-

esqueléticas e o perfil tegumentar (FIG.3):

Ø Contorno dos ossos frontais, nasais, do perfil tegumentar, das superfícies anterior e

Ø Contorno das regiões supramentoniana e mento, contorno interno da sínfise e

Ø Contorno inferior das órbitas;

Ø Superfícies superior e inferior do palato ósseo;

Ø Contorno da espinha nasal anterior e região subespinhal, estendendo-se à crista

alveolar entre incisivos centrais superiores;

Ø Fossa pterigomaxilar;

Ø Borda inferior da mandíbula;

Ø Bordas do ramo mandibular;

Ø Contorno dos incisivos centrais superiores e inferiores mais vestibularizados;

Ø Contorno dos primeiros molares oclusos superiores e inferiores mais mesializados.

Obs: Todas as estruturas bilaterais visíveis na telerradiografia foram traçadas, exceto

incisivos e molares, optando-se pelos mais vestibularizados e mais mesializados,

respectivamente.

56

4.2.3.2 Identificação e demarcação dos pontos cefalométricos

De acordo com os estudos de DOWNS19,20, JACOBSON e CAUFIELD30, KROGMAN

e SASSOUNI33, SASSOUNI e NANDA42,43, McNAMARA JR36, STEINER48, TWEED51,

utilizaram-se os seguintes pontos cefalométricos para de a demarcação das linhas e

medição das estruturas (FIG.4):

1. Násion (N)- Situado na região mais anterior da sutura frontonasal;

2. Sela (S)- Situada na região central da imagem da sela túrcica do osso esfenóide;

3. Espinha nasal anterior (ENA)- Situada na região mais anterior na espinha nasal

anterior;

FIGURA 3 – Delimitação do traçado cefalométrico

57

4. Espinha nasal posterior (ENP)- Situada na região mais posterior do osso palatino;

5. Articular (Ar)- Interseção do basiocciptal e da borda posterior do côndilo

mandibular;

6. Condílio (Co)- Situado na região mais superior e posterior do côndilo mandibular;

7. Pogônio (Pog)- Situado na região mais anterior do mento ósseo;

8. Mento (Me)- Situado na região mais inferior da sínfise mentoniana;

9. Gnátio (Gn)- Situado na região mais inferior e anterior do contorno do mento

10. Gônio (Go)- Ponto localizado pela bissetriz do ângulo formado pelo plano

mandibular e plano posterior do ramo mandibular. No caso de duas imagens,

traçou-se o lado direito e esquerdo, determinando o Go, localizando a média de

ambos;

11. Básion (Ba)- Situado na região mais anterior e inferior do forame magno.

Obs: Nos casos de pontos bilaterais, o ponto adotado baseou-se no ponto médio.

58

4.2.3.3 Demarcação dos planos e linhas cefalométricos:

Após a identificação dos pontos cefalométricos, observando-se os trabalhos de

McNAMARA36 e WYLIE55, traçaram-se as seguintes linhas (FIG.5):

1. Linha S-N- Determinada pela união dos pontos S e N;

2. Plano Palatino- Determinado pela união dos pontos ENA e ENP;

3. Plano Mandibular- Determinado pela união dos pontos Go e Gn.

FIGURA 4 – Traçado cefalométrico com localização dos pontos

59

4.2.3.4 Mensuração das grandezas cefalometricas lineares:

Utilizaram as seguintes grandezas lineares, preconizadas por BRODIE13,14, McNAMARA

Jr.36, STEINER48, na avaliação dos componentes craniofaciais: (FIG.5)

1. S-N: Distância do ponto Sela ao ponto Násio, representando o comprimento da

base anterior do crânio.

2. S-Ba: Distância do ponto Sela ao ponto Básio, representando a altura facial

posterior superior.

3. ENA-ENP: Linha unindo Espinha Nasal Anterior a Espinha Nasal Posterior,

representando o comprimento da maxila.

4. Go-Gn: Linha unindo o Gônio a Gnátio, representando o comprimento do corpo da

5. Co-Go: Linha unindo o Condílio a Gônio, representando a altura do ramo

mandibular.

6. N-Me: Distância entre os pontos N e Me, representando a altura facial anterior

superior (AFA).

7. N-ENA: Distância entre os pontos N e ENA, representando a altura facial anterior

superior (AFAS).

8. ENA-Me: Distância entre os pontos ENA e Me, representando a altura facial

anterior inferior (AFAI).

9. S-Go: Distância entre os pontos S e Go, representando a altura facial posterior total

(AFPT).

10. Ar-Go: Distância entre os pontos Ar e Go, representando a altura facial posterior

inferior (AFPI).

60

4.2.3.5 Mensuração das grandezas proporcionais

As seguintes grandezas proporcionais foram utilizadas para avaliar as proporções

verticais craniofaciais (FIG.6):

1. ENA-Me/ N-Me- Proporções entre a altura facial ântero-inferior e a altura facial

anterior total. Indica as alterações proporcionais ocorridas durante o crescimento

anterior da face dos 4 aos 6 anos;

FIGURA 5 - Demarcação de planos e linhas e mensuração das grandezas lineares

61

2. S-Go/N-Me- Proporções entre a altura facial posterior total e a altura facial ânterior

total. Indica as alterações proporcionais anteriores e posteriores ocorridas durante o

crescimento da face dos 4 aos 6 anos;

3. Ar-Go/S-Go- Proporções entre a altura facial posterior inferior e a altura facial

posterior total. Indica as alterações proporcionais posteriores ocorridas durante o

crescimento da face dos 4 aos 6 anos;

4. Ar-Go/ENA-Me- Proporções entre a altura facial inferior anterior e posterior.

proporcionais anteriores e posteriores inferiores ocorridas

durante o crescimento da face dos 4 aos 6 anos.

FIGURA 6 – Mensuração das medidas proporcionais

62

4.2.4 Metodologia estatística empregada para a análise estatística

A imagem radiográfica pode ser ampliada ou distorcida, durante as tomadas.

Conseqüentemente, duplicações das medidas são importantes no controle de erro ao acaso,

pois o aumento das medidas lineares proporcionais e o deslocamento dos pontos podem ser

compensados por sistemas de comparação. Dessa forma, realizou-se a calibração dos

examinadores, por meio de réplicas dos traçados, com um tempo de um mês, para as 2

medições de uma mesma radiografia, obtendo-se a média para cada variável cefalométrica.

Segundo HOUSTON29, em 1983, a duplicação das medidas é suficiente quando 2 grupos

são comparados, em estudo longitudinal.

Todas as radiografias foram traçadas pelo mesmo pesquisador, com um intervalo de

um mês, sendo reavaliadas por outro profissional experiente na área, obtendo-se a média

para cada variável cefalométrica, objetivando aumentar o grau de exatidão e confiabilidade

dos dados, obtendo uma calibração dos pesquisadores.

Conduziu-se o ensaio, por meio do delineamento inteiramente casualizado em

arranjo fatorial 2 x 2, sendo os sexos masculino e feminino em duas idades aos 4 e 6 anos

de idade. As crianças que participaram da amostra aos 4 anos foram as mesmas avaliadas

aos 6 anos de idade. A amostra aos 4 anos de idade foi composta por 16 e 11 crianças dos

sexos feminino e masculino, respectivamente.

Realizou-se a análise estatística descritiva das variáveis para cada grupo

experimental. Os parâmetros estimados foram média, desvio padrão, máximo, mínimo,

coeficiente de variação, intervalo de confiança e o gráfico de box-plot.

Utilizaram-se os testes de Lilliefors para verificar a normalidade, e o de Bartlett

para avaliar a homogeneidade das variâncias intra-grupos nas respostas estudadas, para a

compreensão das pressuposições da análise de variância. As médias dos grupos

63

experimentais foram comparadas pela análise de variância (teste Fisher) aos níveis de 5% e

1 % de probabilidade, apresentado 95% e 99% de confiabilidade nas conclusões

apresentadas.

Estimaram-se os coeficientes de correlação de Pearson com o intuito de avaliar de a

64

5 RESULTADOS

65

5. RESULTADOS

Com o intuito de avaliar as alterações que ocorrem nas estruturas esqueléticas

maxilo-mandibulares e a existência de dimorfismo sexual, através das medidas

cefalométricas lineares e proporcionais, avaliaram-se 16 telerradiografias do sexo

feminino, aos 4 anos e 12 telerradiografias aos 6 anos de idade, e 11 telerradiografias do

sexo masculino, aos 4 anos e 8 aos 6 anos. O valor médio, o desvio padrão e o valor

mínimo e máximo das variáveis, para cada sexo e idade, estão ilustradas nas Tabelas 2, 3, 4

e 5. As Tabelas 6, 7 e 8 representam a análise de variância das medidas avaliadas em

ambos os sexos e aos 4 e 6 anos de idade, enquanto que a comparação entre as médias dos

grupos experimentais é apresentada nas Tabelas de 9 a 23.

5.1 Análise dos dados

As tabelas de resultados e interpretação do significado das medidas e comparações

dos grupos experimentais são apresentadas a seguir.

Na Tabela 1, realizou-se o teste de Lilliefors(D) e o de Bartlett(M/C), para verificar

a normalidade e a homogeneidade de erros, respectivamente, para as respostas avaliadas

nos grupos experimentais. Como se observa, o valor de D calculado foi menor que o de D

tabelado, e M/C calculado, menor que χ2 tabelado, em todas as respostas. Assim, pode-se

concluir que os dados apresentam distribuição normal e homocedasticidade. Os objetivos

dessas análises foram de atender as pressuposições da análise de variância.

66

TABELA 1 – Testes de Lilliefors (D) e de Bartlett (M/C) para verificação da normalidade e da homogeneidade de variâncias das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, respectivamente.

Variáveis DCalculado* M/CCalculado** S-N 0,1013 6,5224 S-Ba 0,1430 3,6876

C. maxila 0,1490 6,1157 C. mandíbula 0,1048 6,1545

C. ramo 0,0724 1,0866 S-Go 0,0531 0,3351 N-Me 0,1071 3,1961 Ar-Go 0,1332 1,8633 N-ENA 0,1196 6,1620

ENA-Me 0,0842 3,5535 ENA-Me / N-Me 0,1173 10,8103

S-Go / N-Me 0,0924 0,0805 Ar-Go / S-Go 0,1027 2,1011

Ar-Go / ENA-Me 0,1330 3,6790 * D tabelado de 0,129 e 0,150 aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. ** M/C tabelado de 7,815 e 11,345 aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.

Nas Tabelas 2, 3, 4 e 5, realizou-se estatística descritiva, com apresentação das

seguintes medidas:

1. Média representando o valor central e o que ocorre com maior freqüência na população;

2. Desvio padrão e coeficiente de variação, indicando a variação da resposta na

; o desvio expressa na mesma unidade da média e do coeficiente de variação uma

medida de variação relativa;

3. Calcularam-se valores máximo e mínimo para cada resposta, mostrando que as

4. O cálculo de intervalo de confiança indica os limites entre os quais 95% das médias de

amostras estariam incluídas, como, por exemplo, na resposta S-N. Em 100 amostras

retiradas da população de crianças do sexo feminino, com 4 anos de idade, 95 delas

estariam incluídas entre 62,15 ± 0,95 = 61,20 a 63,10, indicando que o intervalo é estreito

e, portanto, de grande credibilidade.

67

Como se observa na Tabela 2, os índices ENA-Me / N-Me (CV=2,86%) e S-N (CV

= 2,87 %) sofreram menos variação, enquanto Ar-Go / ENA-Me (7,97%), C. ramo e S-Ba

(7,49%) exibiram variação maior.

TABELA 2 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 16 crianças do sexo feminino com quatro anos de idade.

Variável Média Desvio padrão Máximo Mínimo

Intervalo de confiança*

Coeficiente de variação (%)

S-N 62,15 1,78 64,40 57,75 62,15 ± 0,95 2,87 S-Ba 39,95 2,99 42,95 31,50 39,95 ± 1,59 7,49

C. maxila 44,93 1,47 48,50 43,05 44,93 ± 0,78 3,28 C. mandíbula 60,70 2,73 65,50 55,45 60,70 ± 1,45 4,49

C. ramo 38,66 3,07 42,50 34,25 38,66 ± 1,63 7,94 S-Go 59,15 3,19 63,50 51,80 59,15 ± 1,70 5,39 N-Me 96,98 4,69 105,25 87,75 96,98 ± 2,50 4,84 Ar-Go 34,84 2,34 39,95 31,50 34,84 ± 1,24 6,70 N-ENA 42,56 1,99 46,30 40,00 42,56 ± 1,06 4,65

ENA-Me 55,87 3,37 60,00 48,75 55,87 ± 1,80 6,04 ENA-Me / N-Me 0,58 0,02 0,61 0,54 0,58 ± 0,009 2,86

S-Go / N-Me 0,61 0,04 0,67 0,53 0,61 ± 0,020 6,33 Ar-Go / S-Go 0,59 0,03 0,64 0,54 0,59 ± 0,016 4,97

Ar-Go / ENA-Me 0,62 0,05 0,76 0,53 0,62 ± 0,026 7,97 * P = 0,05

No grupo do sexo feminino, aos 6 anos de idade, S-N e ENA-Me/ N-Me exibiram

menor variação, e Ar-Go/ENA-Me (TABELA 3), maior instabilidade.

TABELA 3 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 12 crianças do sexo feminino com seis anos de idade.

Variável Média Desvio

padrão Máximo Mínimo Intervalo de

confiança* Coeficiente de variação (%)

S-N 63,99 1,60 65,75 60,75 63,99 ± 1,02 2,51 S-Ba 40,71 3,12 44,40 32,50 40,71 ± 1,98 7,67

C. maxila 46,22 2,78 51,25 40,75 46,22 ± 1,76 6,01 C. mandíbula 63,86 5,29 68,55 47,90 63,86 ± 3,36 8,29

C. ramo 41,78 3,22 47,70 37,25 41,78 ± 2,04 7,70 S-Go 61,74 3,31 67,15 56,75 61,74 ± 2,10 5,35 N-Me 100,71 5,02 106,10 91,00 100,71 ± 3,19 4,98 Ar-Go 36,44 3,14 40,20 32,25 36,44 ± 1,99 8,61

N-ENA 43,82 1,79 46,75 41,15 43,82 ± 1,13 4,06 ENA-Me 57,93 3,57 61,50 50,00 57,98 ± 2,26 6,15

ENA-Me / N-Me 0,58 0,02 0,60 0,55 0,58 ± 0,008 2,41 S-Go / N-Me 0,62 0,04 0,70 0,56 0,62 ± 0,025 6,48 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,64 0,54 0,59 ± 0,022 6,06

Ar-Go / ENA-Me 0,63 0,07 0,80 0,52 0,63 ± 0,044 11,03 * P = 0,05

68

No grupo do sexo masculino, aos 4 anos de idade, as respostas mais estáveis foram

C. maxila e S-N e a mais instável, ENA-Me/ N-Me (TABELA 4).

TABELA 4 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 11 crianças do sexo masculino com quatro anos de idade.

Variável Média

Desvio padrão

Máximo Mínimo Intervalo de confiança*

Coeficiente de variação (%)

S-N 64,10 2,81 67,27 58,80 64,10 ± 1,89 4,38 S-Ba 39,60 2,82 44,75 33,00 39,60 ± 1,90 7,12

C. maxila 45,53 1,82 49,50 43,00 45,53 ± 1,22 3,40 C. mandíbula 59,69 4,99 68,75 53,50 59,69 ± 3,36 8,36

C. ramo 38,93 2,72 42,80 34,25 38,93 ± 1,83 6,70 S-Go 60,22 2,96 66,30 56,75 60,22 ± 1,99 4,91 N-Me 99,10 7,49 111,25 91,30 99,10 ± 5,04 7,56 Ar-Go 35,49 3,40 44,25 32,50 35,49 ± 0,08 9,58 N-ENA 41,38 2,52 47,50 38,75 41,38 ± 1,70 6,09

ENA-Me 56,27 4,75 66,60 48,00 56,27 ± 3,19 8,44 ENA-Me / N-Me 0,57 0,04 0,63 0,50 0,57 ± 0,028 7,29

S-Go / N-Me 0,61 0,04 0,68 0,52 0,61 ± 0,028 6,91 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,67 0,53 0,59 ± 0,029 7,34

Ar-Go / ENA-Me 0,63 0,08 0,77 0,51 0,63 ± 0,056 13,24 * P = 0,05

No grupo do sexo masculino, aos 6 anos de idade, as medidas S-Ba, S-N, C. maxila

e S-Go variaram menos, enquanto as medidas Ar-Go e Ar-Go/ENA-Me (TABELA5)

variaram mais. Porém, observa-se que as instabilidades de todas as variáveis exibiram

valores baixos, indicando que o ensaio foi conduzido sem a introdução de fatores externos

(com alta precisão experimental), que interferissem nas comparações dos grupos. Sendo

assim, o intervalo de confiança de cada resposta mostrou-se bastante estreito, o que

aumenta a credibilidade do mesmo.

69

TABELA 5 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 8 crianças do sexo masculino com seis anos de idade.

Variável Média Desvio padrão

Máximo Mínimo Intervalo de confiança*

Coeficiente de variação (%)

S-N 65,15 3,21 69,50 60,00 65,15 ± 2,68 4,92 S-Ba 41,77 1,55 45,25 40,40 41,77 ± 1,29 3,71

C. maxila 47,15 2,67 51,00 43,60 47,15 ± 2,23 5,67 C. mandíbula 62,22 3,86 73,50 61,25 62,22 ± 3,22 5,92

C. ramo 41,39 2,28 43,55 38,20 41,39 ± 1,90 5,50 S-Go 62,30 2,75 66,20 58,70 62,30 ± 2,29 4,41 N-Me 104,99 6,45 115,00 97,05 104,99 ± 5,38 6,14 Ar-Go 36,85 2,82 40,50 33,20 36,85 ± 2,35 7,64 N-ENA 45,24 3,59 50,25 40,00 45,24 ± 3,00 7,94

ENA-Me 59,43 5,00 69,15 53,55 59,43 ± 4,17 8,41 ENA-Me / N-Me 0,57 0,04 0,61 0,50 0,57 ± 0,031 6,60

S-Go / N-Me 0,60 0,04 0,64 0,53 0,60 ± 0,031 6,35 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,68 0,55 0,59 ± 0,034 6,92

Ar-Go / ENA-Me 0,62 0,05 0,71 0,54 0,62 ± 0,043 8,29 * P = 0,05

O ensaio foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado em esquema

fatorial 2x2, considerando os sexos masculino e feminino e as idades de 4 e 6 anos. As

variâncias individuais intragrupos foram estatisticamente iguais, permitindo, assim, a

Nas Tabelas 6, 7 e 8, encontram-se as análises de variâncias.

Os resultados mostram que as variáveis C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-

Me, N-ENA e ENA-Me apresentaram o mesmo comportamento. Foi mostrado efeito não

significativo de sexo, efeito significativo de idade e ausência de interação entre sexo e

idade. A ausência de interação indica que a taxa de crescimento é a mesma para ambos os

sexos, ou seja, o aumento das variáveis estudadas ocorre na mesma magnitude (TABELAS

6 e 7).

A variável S-N apresenta efeito significativo para sexo e idade e efeito não

significativo na interação, indicando a ausência de interação (TABELA 6).

70

Para as variáveis S-Ba, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go /

ENA-Me, foi observado efeito não significativo para sexo, idade e ausência

(TABELA 8). Os coeficientes de variação apresentaram baixos valores (menor que 10%)

em todas as variáveis estudadas, indicando alta precisão experimental e, conseqüentemente,

eficiência experimental bastante adequada.

TABELA 6 – Análise de variância das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula e C. ramo de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.

Quadrados médios F.V. GL

S-N S-Ba C. maxila C. mandíbula C. ramo Sexo ( S ) 1 26,76* 1,36ns 6,52 ns 0,32 ns 0,04 ns Idade ( I ) 1 23,16* 23,83 ns 23,47* 208,99 ** 86,04** S x I 1 1,75ns 5,50 ns 0,30 ns 15,53 ns 1,15 ns Erro 43 5,27 7,85 4,66 17,98 8,50 CV (%) 3,61 6,94 4,72 6,84 7,29 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. TABELA 7 – Análise de variância das medidas S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA e ENA-Me de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.

Quadrados médios F.V. GL

S-Go N-Me Ar-Go N-ENA ENA-Me Sexo ( R ) 1 7,34 ns 113,32ns 3,12 ns 0,004 ns 9,99 ns Idade ( I ) 1 60,45* 255,30* 24,15 ns 67,04** 75,43* S x I 1 0,75 ns 12,85ns 0,16 ns 21,47ns 3,36ns Erro 43 9,60 33,95 8,40 5,76 16,53 CV (%) 5,11 5,84 8,11 5,56 7,12 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. TABELA 8 – Análise de variância das medidas ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.

Quadrados médios F.V. GL

ENA-Me / N-Me S-Go / N-Me Ar-Go / S-Go Ar-Go / ENA-Me Raça ( R ) 0,000684 ns 0,001129ns 0,000024 ns 0,000002 ns Idade ( I ) 0,000030 ns 0,000372 ns 0,000012 ns 0,000136 ns R x I 0,000006 ns 0,000916 ns 0,000002 ns 0,001018 ns Erro 0,000774 0,001604 0,001343 0,004214 ns CV (%) 5,12 6,56 6,21 9,88 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.

71

As Tabelas de 9 a 23 representam as comparações entre as médias dos grupos

experimentais.

Para as variáveis C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, N-ENA e ENA-

Me, o resultado foi o mesmo. A medida aos 6 anos de idade é estatisticamente maior que

aos 4 anos, resultado esse observado em ambos os sexos. Entretanto, numa mesma idade,

não há diferença entre os sexos masculino e feminino, ou seja, aos 4 anos de idade a

medida é idêntica em ambos os sexos, o que ocorre também aos 6 anos de idade. A taxa de

crescimento, ou seja, o aumento dessas medidas de 4 para 6 anos é estatisticamente igual

nos sexos masculino e feminino (TABELAS 11, 12, 13, 14, 15, 17 e 18).

Na Tabela 9, a variável S-N mostrou que o sexo masculino apresenta-se

estatisticamente superior ao sexo feminino, tanto na idade de 4 anos quanto aos 6 anos, ou

seja, na mesma idade (4 ou 6 anos), o sexo masculino apresenta S-N (em mm) maior que o

sexo feminino. Quanto à idade, a medida é estatisticamente superior aos 6 anos, tanto no

sexo masculino como no feminino. Esse comportamento indica que a variação de 4 para 6

anos é a mesma em ambos os sexos (ausência de interação).

Nas variáveis S-Ba, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-

Me, não foram observadas diferenças nas médias entre os sexos e as idades, ou seja, as

médias foram estatisticamente iguais tanto aos 4 como aos 6 anos em ambos os sexos

(TABELAS 10, 19, 20, 21 e 22).

TABELA 9 – Comparações entre médias de S-N em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 62,15 63,99 63,07 B Masculino 64,10 65,15 64,62 A Média 63,12 b 64,57 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

72

TABELA 10 – Comparações entre médias de S-Ba em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 39,95 40,71 40,33 A Masculino 39,60 41,77 40,68 A Média 39,77 a 41,24 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de

TABELA 11 – Comparações entre médias de C. maxila em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 44,93 46,22 45,57 A Masculino 45,53 47,15 46,34 A Média 45,23 b 46,69 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 12 – Comparações entre médias de C. mandíbula em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 60,70 63,86 62,28 A Masculino 59,69 65,22 62,45 A Média 60,19 b 64,54 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 13 – Comparações entre médias de C. ramo em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 38,66 41,78 40,22 A Masculino 38,93 41,39 40,16 A Média 38,79 b 41,58 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

73

TABELA 14 – Comparações entre médias de S-Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 59,15 61,74 60,45 A Masculino 60,22 62,30 61,26 A Média 59,68 b 62,02 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de

TABELA 15 – Comparações entre médias de N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 96,98 100,71 98,84 A Masculino 99,10 104,99 102,05 A Média 98,04 b 102,85 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 16 – Comparações entre médias de Ar-Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 34,84 36,44 35,64 A Masculino 35,49 36,85 36,17 A Média 35,16 a 36,64 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de lidade.

TABELA 17 – Comparações entre médias de N-ENA em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 42,76 43,82 43,29 A Masculino 41,38 45,24 43,07 A Média 41,83 b 44,53 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de

74

TABELA 18 – Comparações entre médias de ENA-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 55,87 57,93 56,90 A Masculino 56,27 59,43 57,85 A Média 56,07 b 58,68 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 19 – Comparações entre médias de ENA-Me / N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 0,5759 0,5750 0,5755 A Masculino 0,5688 0,5664 0,5676 A Média 0,5724 a 0,5707 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de .

TABELA 20 – Comparações entre médias de S-Go / N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 0,6109 0,6142 0,6126 A Masculino 0,6099 0,5950 0,6024 A Média 0,6104 a 0,6046 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 21 – Comparações entre médias de Ar-Go / S- Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 0,5894 0,5900 0,5897 A Masculino 0,5904 0,5919 0,5912 A Média 0,5899 a 0,5909 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de

75

TABELA 22 – Comparações entre médias Ar-Go / ENA-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.

Idade Sexo

4 6 Média

Feminino 0,6252 0,6313 0,6283 A Masculino 0,6353 0,6222 0,6287 A Média 0,6303 a 0,6268 a

Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.

Na Tabela 23, verifica-se o grau de associação entre as variáveis estudadas

(coeficientes de correlações). Nota-se que existe associação significativa e de alta

magnitude (acima de 70%) nas seguintes variáveis:

1. C. ramo com S. Go de 74,40 % ;

2. C. ramo com Ar-Go de 72,26 % ;

3. N-Me com N- ENA de 74,06 % ;

4. Ar-Go com Ar-Go / S- Go de 74,24 % .

Essas correlações mostram que, à medida que uma variável cresce, a outra também

cresce, ou seja, a correlação entre elas é positiva. Correlações entre outras variáveis foram

significativas, porém de baixa magnitude. Nesses casos, a importância das variáveis é

pequena.

1

6 DISCUSSÃO

78

6. DISCUSSÃO

6.1 Discussão sobre a amostra utilizada

O padrão morfogenético craniofacial se estabelece precocemente, aos 3 meses de

vida pós-natal, aumentando proporcionalmente em todas as superfícies, de forma distinta

em tamanho e direção, nas diferentes estruturas13,27. O tamanho do crânio do recém-

nascido é equivalente ao do adulto, porém a face apresenta-se menor em relação à calota

craniana, e, após 6 anos de idade, a superfície interna do crânio não exibe aumentos

significativos em relação às estruturas da face que se alteram13.

É difícil predizer como será a oclusão na dentadura permanente, baseada apenas no

desenvolvimento da dentadura decídua. No entanto, sabe-se que, do nascimento ao início

da dentadura mista, a mandíbula apresenta-se mais retrognática, quando comparada a

pacientes em faixas etárias superiores. Além disso, com a idade, o perfil torna-se mais

reto16,17,44,47,50 .

Desde 1926, TODD49, sugeriu a realização de estudos mais precisos, para se obter

medidas confiáveis a respeito do crescimento ântero-posterior da face, da maxila, da

mandíbula e do osso frontal, do nascimento à erupção completa dos dentes decíduos na

cavidade oral, em diferentes faixas etárias. Os clínicos poderiam caracterizar uma

discrepância observada em uma idade mais jovem, como displasia esquelética, entretanto

os critérios utilizados para identificar a relação esquelética

apropriados para a avaliação de crianças e pré-adolescentes40.

Além disso, considerações a respeito do padrão de crescimento da face têm sido

observadas, principalmente, em crianças norte-americanas. A literatura é escassa no que se

refere às alterações craniofaciais, da mesma forma, as faixas etárias estudadas variam das

idades abaixo dos 5 anos e acima dos 18 anos25.

79

BUGG, CANAVATI e JENNINGS16,em 1973, relataram que diferenças étnicas

devem ser consideradas na avaliação do crescimento craniofacial, quando analisamos e

comparamos grupos raciais distintos. DOWNS20, 1956, observou em seu estudo que jovens

da raça negra apresentam prognatismo maior em relação aos australianos, japoneses e

chineses.

A tendência média e o ajuste do crescimento facial nas crianças do sexo feminino

não ocorrem simultaneamente, como no sexo oposto. O crescimento em profundidade dos

maxilares nas meninas ocorre tardiamente e continua até a acomodação dos terceiros

-se antes da erupção dos dentes e continua por mais tempo.

No sexo masculino, de 3 a 4 anos, o crescimento para frente e para baixo é contínuo e

uniforme, enquanto no sexo feminino, o crescimento e o ajuste não ocorrem

simultaneamente. Enquanto se observa alteração -posterior

não exibe nenhuma diferença27. Tendo em vista o dimorfismo sexual relatado por alguns

autores9,22,25,27,54,55 e a relativa freqüência desse dimorfismo no nosso cotidiano, optamos

pelo estudo de ambos os sexos no crescimento craniofacial.

Diante da escassez de estudos na literatura em relação ao padrão de crescimento

craniofacial de crianças brasileiras, leucodermas, de 4 a 6 anos de idade, de ambos os

sexos, objetivou-se avaliar o crescimento craniofacial da base craniana, da maxila, da

mandíbula, por meio de medidas lineares, bem como suas proporções.

A dentadura decídua merece um estudo detalhado, com acompanhamento

longitudinal, durante a fase de transição para a dentadura permanente, no intuito de

eis alterações, assim como conduzir uma ortodontia interceptora, para tratar

23.

80

6.2 Discussão sobre a metodologia empregada

Como ocorre na maioria dos estudos de crescimento, a amostra obtida pode ser

considerada casual em relação à população em geral; no entanto, a validade dos membros

dependeu da boa vontade das crianças, da disponibilidade dos pais em levá-las ao local do

estudo, e também da idade atual de cada criança, assim como do estado de saúde geral e

As crianças de 4 anos selecionadas foram buscadas em creches e escolas

-econômico semelhantes, evitando qualquer interferência ambiental ou

nutricional.

Com relação à normalidade da oclusão, optou-se por jovens que apresentassem a

seguinte característica: relação entre as superfícies distais dos segundos molares decíduos

em degrau mesial ou reto. Segundo BAUME5 e BURSTONE17, essa relação evoluirá para

uma relação oclusal entre os primeiros molares permanentes em normalidade, durante a

fase de dentição mista; relação oclusal de caninos em normalidade17, trespasse horizontal e

vertical normais47; e para os arcos do tipo I ou II de BAUME3, associados à presença ou

não de espaços primatas.

Excluíram-se deste estudo crianças com presença de lesões cariosas interproximais,

pois a perda de tecido dentário comprometeria a relação ântero-posterior dos molares

decíduos e conseqüentemente dos dentes permanentes, devido à migração fisiológica dos

mesmos4,23.

Após o exame clínico das 27 crianças que já participavam da pesquisa desenvolvida

anteriormente, aos 6 e 7 anos de idade, e com a autorização por escrito dos responsáveis

pelos jovens, procedeu-se às tomadas das telerradiografias em norma lateral de 20

pacientes que preenchessem os critérios citados anteriormente. O mesmo ocorreu com as

crianças que já participavam da pesquisa, aos 4 anos de idade.

81

Em 1956, DOWNS20, citou a importância da cefalometria no planejamento do

tratamento, como um método eficiente para a observação das relações existentes entre as

partes que compõem a face, parte dentária, crânio e das mudanças decorrentes do

crescimento. A técnica preconizada por BROADBENT10, em 1931, permite eliminar as

incertezas das alterações craniofaciais por comparações de dimensões de indivíduos

diferentes ou iguais, em idades sucessivas, além disso, medidas diretas e precisas de

estruturas ósseas faciais de crianças vivas tornaram-se viáveis.

O Raio-X, como uma luz, descreve seu percurso em linha reta, a partir de um ponto

de origem. O maior caminho percorrido, com o filme mais perto do objeto, diminui a

magnificação da imagem. Dessa forma, por convenção, os filmes cefalométricos foram

posicionados a 150cm de distância da fonte ao objeto, com magnificação de 5 a 7%, entre

jovens, dependendo da profundidade facial.

Observou-se a distorção como falta de reprodução exata das estruturas, em termos

de proporções. Ela ocorre quando partes diferentes da mesma estrutura não aumentam

proporcionalmente. No entanto, como a reprodução é realizada por projeção de estruturas

tridimensionais em uma superfície achatada, a distorção não pode ser evitada.

Verificou-se a nitidez pelo grau de clareza da imagem radiográfica, sendo essa

dependente do tempo de exposição da criança ao Raio-X, da distância objeto-filme. Quanto

maior for a distância objeto-fonte, menor será a nitidez. Utilizaram-se placas

intensificadoras, para diminuir o tempo de exposição, e colimadores, com o intuito de

direcionar o Raio-X, impedindo radiações secundárias, de acordo com BROADBENT10,

em 1931.

As tomadas radiográficas das crianças que participam da pesquisa do curso de

Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas

Gerais são realizadas semestral e anualmente. LEITE35, em 1985, estudando a maturação

82

esquelética, avaliou o crescimento esquelético, a partir dos 3 meses, com tomadas

radiográficas semestrais, até os 4 anos e meio de idade, e, em seguida, anuais. Segundo o

autor, o ideal seria tomadas radiográficas com tempos menores para o estudo do

crescimento, no entanto, tal procedimento seria inviável devido à grande exposição

radiográfica. Da mesma forma, BROADBENT10, em 1931 relatou que radiografias

realizadas em uma mesma criança, com intervalos de 3 e 6 meses, nos primeiros cinco

anos, e anualmente, após essa idade, é significante para a interpretação do crescimento da

face.

Incrementos anuais em algumas dimensões da face são estatisticamente pequenos e

imperceptíveis, especialmente em determinadas idades27. Tomadas radiográficas podem ser

realizadas de 3 em 3, 4 em 4 ou de 6 em 6 meses, até os 4 anos de idade, e anualmente a

partir dessa idade. Diante disso, neste estudo adotaram-se medições bianuais, dos 4 aos 6

anos de idade9, 12,27, 28.

Calculou-se a média, desvio padrão, máximo, mínimo, coeficiente de variação,

intervalo de confiança, para descrever e demonstrar o comportamento da resposta

-plot para ilustrar a variabilidade da resposta dentro de cada

grupo e entre grupos. Nesse gráfico o ponto dentro da caixa é a mediana, que divide a

amostra em duas partes iguais, ou seja, 50% das crianças estão acima dessa média e 50%

Utilizaram-se os testes de Lilliefors para verificar se os dados apresentavam

distribuição normal, o de Bartlett para verificar o erro cometido durante

experimento atribuído ao pesquisador, o teste de Fisher para avaliar as médias dos grupos e

o coeficiente de correlação de Pearson com intuito de avaliar associação entre as variáveis.

83

6.3 Discussão sobre o resultado obtido

BRODIE13, em 1941, inferiu que a distância S-N é de 48,5mm aos 6 meses e

aumenta até 61mm aos 8 anos. Por outro lado, HIGLEY28, 1954, avaliando a medida de S-

N, de 4 aos 8 anos de idade, em ambos os sexos, descendentes de norte europeus, revelou,

aos 4 anos, um valor de 64,2mm e aos 6 anos, 67,1mm, no sexo masculino e 62,7mm aos 4

anos e 64,7mm aos 6 anos de idade, no sexo feminino. NANDA39, 1955, observou que os

valores de Sela-Násio mostraram-se maior no sexo masculino, aos 10 anos de idade,

indicando que a intensidade do crescimento é para baixo e maior nesse sexo. Em 1992, o

mesmo autor40 verificou diferenças significativas até a pré-adolescência: S-N exibe, aos 4

anos, 88,29%, do seu crescimento total e 90% aos 5 anos de idade, sendo 80% do

crescimento máximo atingidos aos 4,5 anos de idade. MENDLOVITZ37, em 2002, inferiu

que em jovens do sexo masculino, as medidas lineares aos 5 anos são superiores às dos 4

anos, apresentando significado estatístico para S-N, medindo, aos 4 anos, 64,50mm e

65,20mm, aos 5 anos. Por outro lado, BROADBENT31, em 1931, observou que S-N, dos 9

meses aos 20 anos de idade, relaciona-se ao crescimento médio e anterior da base do

crânio, não sofrendo grandes alterações nesse período, em uma mesma criança, por isso é

traçados. O crescimento da face é influenciada pelo aumento

proporcional dessa medida15. Entretanto, a intensidade de crescimento da base do crânio

diminui dos 3 aos 7 anos em relação à maxila e à mandíbula12.

Em nossa avaliação verificou-se que a medida de S-N apresenta dimorfismo sexual

e efeito com a idade, sendo 62,15mm aos 4 anos e 63,99mm aos 6 anos no sexo feminino e

64,10mm, aos 4 anos e 65,15mm aos 6 anos, no sexo masculino. VANN, DILLEY e

NELSON52, em 1978, verificaram que em crianças de 4 anos de idade S-N exibe valores

maiores no sexo masculino (GRÁFICO 1).

84

Na variável S-Ba, não foi observada diferenças nas médias entre os sexos e as

idades (39,77mm, aos 4 anos, e 41,24mm, aos 6 anos), ou seja, as médias foram

estatisticamente iguais, tanto aos 4 como aos 6 anos, em ambos os sexos. Em relação ao

sexo, a medida exibiu valores médios de 40,33mm no sexo feminino e 40,68mm no sexo

masculino. Nenhuma referência quanto a essa medida observou-se na literatura,

provavelmente devido à sua pouca aplicabilidade clínica (GRÁFICO 2).

BROADBENT10, em 1937, observou que um crescimento significativo em relação

ao comprimento do palato duro só ocorre com a erupção dos segundos molares

GRÁFICO 1

GRÁFICO 2

Gráfico da variável S-N em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

F-4 F-6 M-4 M-655.0

57.5

60.0

62.5

65.0

67.5

70.0

Grupos

S-N

(mm

)

Gráfico da variável S-Ba em crianças do sexo masculino(M) e feminino(F) aos 4 e 6 anos de idade

F-4 F-6 M-4 M-630

35

40

45

50

Grupos

S-B

a(m

m)

85

permanentes, sem dimorfismo sexual. MENDLOVITZ37, em 2002 inferiu que, em jovens

do sexo masculino, a medida linear ENA-ENP aos 5 anos é superior à dos 4 anos,

apresentando significado estatístico, medindo aos 4 anos, 46,73mm e 48,00mm, , aos 5

anos. NANDA40, em 1992, relatou que essa medida se altera de forma significativa até a

-adolescência, que 80% do crescimento máximo dessa medida se atingem aos 6,3 anos,

mostrando um crescimento de 83,79% aos 4 anos, sendo 90% do crescimento total é

exibidos aos 7 anos. O padrão de crescimento da mandíbula é diferente do crescimento de

ENA-ENP e não adquire um mesmo tamanho relativo na idade adulta.

Em nosso estudo observamos que o comprimento da maxila (ENA-ENP)

apresentou aumento significativo dos 4 aos 6 anos, porém a taxa de crescimento exibiu o

mesmo valor em ambos os sexos, com o valor médio de 44,93mm aos 4 anos e 46,22mm

aos 6 anos, para o sexo feminino, e 45,53mm aos 4 anos, e 47,15mm aos 6 anos,

respectivamente, no sexo masculino (GRÁFICO 3).

BRODIE12, em 1940, estudando o crescimento mandibular em crianças do sexo

masculino, observou que dos 3 meses aos 7 anos de idade ocorre deposição óssea na borda

posterior do ramo e na tuberosidade maxilar, resultando em um posicionamento anterior da

F-4 F-6 M-4 M-6 40.0

42.5

45.0

47.5

50.0

52.5

Grupos

C. m

axila

(mm

)

GRÁFICO 3

Gráfico da variável C. maxila em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

86

face, e aposição óssea na superfície superior do côndilo levando a um deslocamento inferior

do mento. Além disso, a taxa de crescimento do comprimento da base do crânio, dos 3

meses aos 7 anos, diminuiu, enquanto o crescimento da borda inferior da mandíbula do

gnátio a gônio aumentou, indicando que o crescimento é menor até a dentadura se completar.

O mesmo autor14, em 1941, observou uma alteração do ponto Gn, devido à projeção do

mento até os quatro anos.

A curva de incremento de sela-gônio e gônio-gnátio acompanha o crescimento da

altura do ramo e comprimento do corpo mandibular, respectivamente, sendo que a curva

gônio-gnátio exibe valores maiores se comparado sela-gônio, dos 6 aos 9 anos de idade,

devido à acomodação dos segundos molares permanentes no arco dentário39. NANDA39,

1955, observou um aumento significativo de ambas as medidas, no sexo masculino, aos 10

anos de idade, indicando que a intensidade do crescimento é maior neste sexo.

A intensidade do crescimento mandíbular desacelera lentamente dos 3 anos até 13

anos de idade, ela é retardada em 4 anos em relação à S-N e em 2 anos se comparada com

o comprimento da maxila40. Crianças do sexo masculino, entre 3 e 7 anos de idade, exibem

aumento do prognatismo mandibular em relação ao maxilar, além de diminuição da

convexidade facial34.

MENDLOVITZ37, em 2002, inferiu que nos jovens do sexo masculino, as medidas

lineares de Co-Gn, aos 5 anos, são superiores às medidas dos 4 anos, apresentando valor de

89,86mm aos 4 anos, e 95,88mm, aos 5 anos.

GIANELLY22, em 1970, verificou que o sexo masculino, dos 8 aos 13 anos de

idade, exibe 1 mm a mais de proeminência do mento, em relação ao sexo feminino, sendo

o de normas cefalométricas, em idade e sexo, dessa medida.

O comprimento mandibular (Go-Gn), neste estudo, da mesma forma, revelou

valores significativos quanto à idade, exibindo crescimento expressivo dos 4 aos 6 anos,

87

com a mesma taxa, em ambos os sexos, com a medida de 60,70mm aos 4 anos, 63,86mm

aos 6 anos, no sexo feminino, e 59,69mm e 62,22mm, aos 4 e 6 anos, no sexo masculino,

nessa ordem. Os valores médios menores apresentados no sexo masculino relacionam-se

ao fato de que jovens do sexo feminino alcançam a maturidade precocemente, comparados

com o sexo oposto. (GRÁFICO 4). Além disso, com a idade, a mandíbula cresce

horizontalmente mais rápido que a maxila, diminuindo a convexidade da face17.

Nos estudos de WYLIE55, em 1946, a altura condílio-gônio exibiu valores de

56,5mm no sexo masculino e 48,5mm no sexo feminino, na dentadura decídua. Em nosso

estudo, o comprimento do ramo (Co-Go), assim como a altura da face inferior mostraram

valores menores de 41,78mm no sexo masculino e 38,66mm no sexo feminino, de Co-Go,

e uma diferença de 4,9mm da altura facial inferior no sexo masculino e 3,97mm no sexo

feminino, indicando que essas diversidades se devem à variedade de etnia das crianças da

nia e brasileiras.

Avaliando o crescimento mandibular de crianças do sexo feminino, dos 3 aos 16

anos de idade, TRACY e SAVARA50, em 1966, constataram que o crescimento da altura

F-4 F-6 M-4 M-6 40

50

60

70

80

Grupos

C. m

and

íbu

la(m

m)

GRÁFICO 4

Gráfico da variável C. mandíbula em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

88

do ramo apresenta-se constante dos 4 aos 6 anos de idade, medindo, respectivamente,

4,11cm e 4,42cm. A mandíbula cresce muito em profundidade (comprimento máximo e

comprimento do corpo), dos 4 aos 6 anos, porém menos em largura (largura bicondilar e

bigoníaca), seguida pela altura (altura do ramo). A quantidade de crescimento mandibular

diminui na infância, aumenta até o surto de crescimento e diminui subseqüentemente.

BURSTONE17, em 1964, constatou que a altura vertical total relaciona-se com o

crescimento da mandíbula.

Dos 3 meses aos 7 anos, ocorre aposição óssea na superfície su

levando à um deslocamento inferior do mento, ao passo que o ângulo da base do crânio

com a borda inferior da mandíbula se mantém constante12. Observamos, em nossa

avaliação, que as medidas do comprimento do ramo aos 6 anos são estatisticamente

maiores do que aos 4 anos (40,22mm aos 4 anos e 40,16mm aos 6 anos) (GRÁFICO 5).

A curva de incremento de sela-gônio acompanha o crescimento da altura do ramo e

o comprimento do corpo mandibular; já a curva gônio-gnátio exibe valores maiores, se

F-4 F-6 M-4 M-6 30

35

40

45

50

Grupos

C. r

amo

(mm

)

GRÁFICO 5

Gráfico da variável C. ramo em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

89

comparada à de sela-gônio, dos 6 aos 9 anos de idade, devido à acomodação dos segundos

molares permanentes 39

NANDA39, 1955, observou um aumento significativo de S-Go, no sexo masculino,

dos 6 aos 9 anos de idade, semelhantemente, verificamos que essa medida aumenta com a

idade, mas nenhuma diferença ocorre em relação ao sexo (GRÁFICO 6).

GRESHAM26, em 1963, verificou que a altura facial superior, a altura facial

inferior, e a distância de N-Me exibiram valores de 48,47mm, 60,31mm e 108,79mm,

respectivamente, nas crianças da Nova Zelândia, e 46,04mm, 58,43mm e 104,47mm, nessa

ordem, nas americanas, existindo uma similaridade no padrão esquelético entre os grupos.

Verificamos que o comprimento de N-Me exibiu aumento significativo dos 4 aos 6

anos, sendo a intensidade de crescimento em ambos os sexos, a mesma. Aos 4 anos, no

sexo feminino, mostrou-se o valor de 96,98mm e aos 6 anos, 100,71mm, enquanto o sexo

masculino, aos 4 anos, exibiu valores de 99,10mm e aos 6 anos, 104,99mm, sem nenhuma

importância quanto ao gênero. WYLIE55, em 1946, por outro lado, observou a ausência de

diferença estatisticamente significante, quanto ao sexo e à idade na dent

F-4 F-6 M4 M-6

50

75

Grupos

S-G

o(m

m)

GRÁFICO 6

Gráfico da variável S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

90

1 mês aos 7 anos de idade o násio move-se para frente e para cima, enquanto o gnátio se

desloca para frente e para baixo aumentando o comprimento vertical da face12,27,25

(GRÁFICO 7).

Em relação à medida de Ar-Go não ocorreram diferenças estatisticamente

significativa, entre o sexo masculino e feminino, e idade, sendo 35,64mm no sexo

feminino e 36,17mm no masculino, e 35,16mm aos 4 anos e 36,64mm aos 6 anos em

média. Nenhuma referência quanto a essa medida foi citada na literatura, nessa idade,

provavelmente devido à sua estabilidade (GRÁFICO 8).

F-4 F-6 M-4 M-6 50

75

100

125

Grupos

N-M

e(m

m)

GRÁFICO 7

F-4 F-6 M-4 M-6 30.0

32.5

35.0

37.5

40.0

42.5

45.0

Grupos

Ar-

Go

(mm

)

GRÁFICO 8

Gráfico da variável N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

Gráfico da variável Ar-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

91

GOLDSTEIN25, em 1936, verificou que, dos 2 aos 20 anos de idade, a altura facial

superior (Násion-Próstion) cresce mais rapidamente do que a inferior até os 9 aos 11 anos,

quando se altera devido ao crescimento do comprimento mandibular. O crescimento

maxilar, dos 3 aos 19 anos, resulta do seu deslocamento para baixo, no momento em que

ocorre um crescimento da superfície superior do côndilo e inferior da fossa glenóide,

deslocando a mandíbula para baixo e para frente, aumentando o comprimento total da

face13. NANDA39, em 1955, observou uma diminuição do comprimento násion-próstion

com a perda de dentes decíduos, e um aumento da medida infradentário-gnátio durante o

surto de crescimento, em ambos o sexos, dos 4 aos 20 anos de idade. SINGH e

SAVARA45, em 1966, verificaram que em crianças norte-européias, do sexo feminino, dos

3 aos 16 anos de idade, a distância de NMS (junção nasomaxilar, frontonasal e

frontomaxilar) a ENA aumenta, dos 3 aos 5 anos, anterior à perda dos incisivos declinando

A altura da face inferior (ENA-Me) nos jovens do sexo masculino foi em média de

63,9mm, no sexo feminino de 61,9mm, não ocorrendo diferenças significativas quanto à

idade e sexo, na dentadura decídua, nos estudos de WYLIE55.

A altura facial superior cresce mais rapidamente do que a inferior até 9 anos de

idade, quando se altera devido ao crescimento horizontal da mandíbula. Entretanto, o

desenvolvimento da face para frente e para baixo é evidente e ativo, entre 3 a 5 anos, 9 a

11 anos e dos 13 aos 15 anos25.

Em nossa avaliação verificamos um aumento significativo das medidas N-ENA e

ENA-Me com a idade, no entanto, não ocorreu alteração significante quanto ao sexo

Verificamos que o comprimento de N-ENA e ENA-Me exibiram aumentos

significativos dos 4 aos 6 anos, sendo a intensidade de crescimento, em ambos os sexos, a

92

mesma. Aos 4 anos, o sexo feminino exibiu 42,56mm em N-ENA, 55,87mm em ENA-Me;

aos 6 anos, 43,82mm em N-ENA e 57,93mm em ENA-Me, enquanto o sexo masculino,

aos 4 anos, exibiu valores de 41,38mm de N-ENA, 56,27mm de ENA-Me e aos 6 anos,

45,24mm e 59,43mm, respectivamente (GRÁFICOS 9 e 10).

NANDA40, em 1992, observou que a porcentagem média na proporção entre a

altura facial inferior (ENA-Me) e a altura facial total (N-Me) dos 3 aos 26 anos, variou

entre 52% a 56%, revelando um crescimento até a pré-adolescência. O autor verificou que

os critérios utilizados para identificar a relação esquelética anormal nos adultos não são

as crianças para essas medidas. A proporção da face superior

com o total permanece a mesma, e a altura vertical total aumenta com o crescimento da

mandíbula, tornando a face madura mais longa devido ao maior vetor de crescimento

vertical da face17. Da mesma forma, WYLIE55, em 1946,verificou que não existe diferença

significativa quanto a sexo e idade nessa proporção.

PEREIRA41, em 2002, constatou um padrão de crescimento mais vertical, dos 4 aos

5 anos, sendo AFI maior que AFS, no sexo feminino, aos 5 anos, em média, 2,13mm. As

proporções entre Ar-Go/S-Go, ENA-Me/ N-Me e S-Go/N-Me exibiram valores de 58,42%,

GRÁFICO 9

F-4 F-6 M-4 M-60

10

20

30

40

50

60

Grupos

N-E

NA

(mm

)

F-4 F-6 M-4 M-6 40

50

60

70

Grupos

EN

A-M

e(m

m)

GRÁFICO 10

Gráfico da variável N-ENA em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

Gráfico da variável ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

93

58,68% e 60,49%, respectivamente, aos 4 anos, e 57,10%, 58,96% e 60,36%, nessa ordem,

para a idade de 5 anos. Em nossa avaliação, não ocorreram alteraç

-Go/S-Go (58,99% aos 4 anos e 59,09% aos 6 anos), ENA-Me/N-Me (57,24%

aos 4 anos e 57,07% aos 6 anos), S-Go/N-Me (61,04% aos 4 anos e 60,46% aos 6 anos), em

idade e sexo (GRÁFICOS 11,12 e 13).

F-4 F-6 M-4 M-6

0.50

0.75

Grupos

Ar-

Go

/S-G

o

GRÁFICO 13

F-4 F-6 M-4 M-6 0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Grupos

EN

A-M

e/N

-Me(

mm

)

GRÁFICO 11

GRÁFICO 12

F-4 F-6 M-4 M-6

0.50

0.75

Grupos

S-G

o/N

-Me(

mm

)

Gráfico da variável ENA-Me/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

Gráfico da variável S-Go/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

Gráfico da variável Ar-Go/S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

94

Não ocorreu aumento das proporções Ar-Go/ENA-Me (63,03% aos 4 anos e

62,68% aos 6 anos); as medidas exibiram valores estatisticamente iguais aos 4 e aos 6

anos, com ausência de significância entre os sexos (62,83% no sexo feminino e 62,87% no

sexo masculino); de maneira semelhante, nenhuma diferença foi encontrada nas medidas

lineares de Ar-Go e ENA-ENP (GRÁFICO 14) .

SCOTT44, em 1963, relatou que mudanças significativas no período de crescimento

em proporções, ocorrem do período de vida fetal aos 5 anos de idade.

MERRIFIELD38, em 1966, inferiu que os jovens do sexo feminino alcançam a

maturidade das estruturas craniofaciais mais rápido em relação ao sexo oposto.

A média das medidas da face, dos 3 aos 15 anos de idade, nos jovens do sexo

masculino é maior em relação ao sexo oposto54, de forma que, dos 3 aos 18 anos de idade,

o crescimento acelera até os 5 anos, e dos 5 aos 13 anos ocorre uma diminuição da

quantidade de crescimento15.

É difícil predizer, exatamente, o desenvolvimento de uma maloclusão, por meio da

avaliação da dentadura decídua, devido a fatores ambientais

F-4 F-6 M-4 M-6 0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Grupos

Ar-

Go

/EN

A-M

e(m

m)

GRÁFICO 14

Gráfico da variável Ar-Go/ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade

95

forma, estabelecer padrões dentários e faciais de crianças brasileiras, de ambos os sexos,

-se fundamental para o planejamento ortodôntico, assim como

fazer o diagnóstico precoce, aconselhando o tratamento tão logo se identifique o problema,

permitindo o desenvolvimento normal das estruturas craniofaciais16,31.

96

7 CONCLUSÕES

97

7. CONCLUSÕES

Considerando-se as características da amostra utilizada e da metodologia

empregada neste estudo, e baseando-se nos resultados obtidos no decorrer desta

investigação, pode-se concluir que:

7.1 Em relação às estruturas esqueléticas maxilo-mandibulares.

a- O crescimento do comprimento da maxila, do comprimento do ramo, da distância S-Go

(59,68mm aos 4 anos e 62,02mm aos 6 anos), N-Me (98,04mm aos 4 anos e 102,85mm aos

6 anos), N-ENA (41,83mm aos 4 anos e 44,53mm aos 6 anos) e ENA-ME (56,07mm aos 4

anos e 58,68mm aos 6 anos) apresentaram crescimento significativo;

b- Ocorreu crescimento significativo de S-N (63,12mm aos 4 anos e 64,57mm aos 6 anos);

c- Não ocorreu crescimento na medida S-Ba (39,77mm aos 4 anos e 41,24mm aos 6 anos)

e Ar-Go (35,16mm aos 4 anos e 36,64mm aos 6 anos);

d- Não ocorreu aumento das proporções ENA-Me/N-Me (0,5724% aos 4 anos e 0,5707%

aos 6 anos), S-Go/N-Me (61,04% aos 4 anos e 60,46% aos 6 anos), Ar-Go/S-Go (58,99%

aos 4 anos e 59,09% aos 6 anos) e Ar-Go/ENA-Me (63,03% aos 4 anos e 62,68% aos 6

anos). As medidas exibiram valores estatisticamente iguais aos 4 anos e aos 6 anos.

7.2 Em relação ao dimorfismo sexual

a- O comprimento da maxila, o comprimento mandibular, o comprimento do ramo, S-Go

(60,45mm sexo feminino e 61,26mm no sexo masculino), N-Me (98,84mm no sexo

feminino e 102,05mm no masculino), N-ENA(43,29mm no sexo feminino e 43,07mm do

masculino) e ENA-ME (56,90mm no sexo feminino e 57,85mm no masculino) não

apresentaram dimorfismo sexual significante;

98

b- A medida S-N, no sexo masculino, apresentou valor maior (64,62mm e 63,07mm no

sexo feminino), porém com a mesma quantidade de crescimento, em relação ao sexo

oposto;

c- Em relação à medida de S-Ba (40,33mm no sexo feminino e 40,68mm no masculino),

Ar-Go (35,64mm no sexo feminino e 36,17mm no masculino), ENA-Me/N-Me (57,55%

no sexo feminino e 56,76% no sexo oposto), S-Go/N-Me (61,26% no sexo feminino e

60,24% no masculino), Ar-Go/S-Go (58,97% nas meninas e 59,12 nos meninos) e Ar-

Go/ENA-Me (62,83% no sexo feminino e 62,87% no outro sexo) não exibiram dimorfismo

sexual estatisticamente significante;

7.3 Grau de associação entre as medidas cefalométricas avaliadas.

a- Ocorreu uma correlação positiva de uma variável para outra na maioria das amostras

estudadas, porém o comprimento do ramo x S-Go (74,40%), o comprimento do ramo x Ar-

Go (72,26%, N-Me x N-ENA (74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go (74,24%) mostraram-se

estatisticamente significantes; portanto, quando uma dessas medidas aumenta, a outra

também cresce.

99

8 REFERÊNCIAS IBLIOGRÁFICAS

100

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS*

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106

9 ANEXOS

107

ANEXO A – Carta de autorização dirigida aos pais para a realização de exame clínico.

Aos Pais,

Eu, Simone Meymi Okano, cirurgião-dentista e aluna do curso de Mestrado em

Ortodontia do Centro de Odontologia e Pesquisa da PUC-MG, dando continuidade ao

trabalho anteriormente realizado, realizarei uma nova pesquisa em sua criança, agora com

6 ou 7 anos de idade. Inicialmente, farei um exame clínico, na nossa instituição, com o

objetivo de confirmar a normalidade da oclusão, para que telerradiografias, tomadas em

norma lateral seja requerida. A criança será avaliada quanto à necessidade ou não de algum

tipo de procedimento clínico e/ou ortodôntico, sendo que vossas senhorias serão

informados posteriormente. Peço, portanto, uma nova -lo (a).

Certo de sua colaboração agradeço,

Simone Meymi Okano

Autorização:____________________________________ Belo Horizonte:__/__/__

Assinatura do responsável

108

ANEXO-B: Ficha de exame clínico

DADOS PESSOAIS: DATA: __/__/__

Nome:_______________________________________________________

Idade:_____anos____meses. Data de nasc.:__/__/__

Filiação: Pai:__________________________________________________

Mãe:_________________________________________________

Responsáveis:_________________________________________________

Endereço do responsável:________________________________________

Telefone de contato:________________

Escola:___________________________

Endereço da Escola:____________________________________________

Telefone da Escola:_________________

DADOS CLÍNICOS

1. Estado de saúde geral: ( ) gripes ( ) alergias Outros:_________

2. Perfil facial harmônico: ( ) sim ( ) não

3. Relação caninos: ( ) CLI ( ) CLII ( ) CLIII ( ) ausente

4. Plano terminal: ( ) reto ( ) degrau mesial ( ) degrau distal

5. Relação molar: ( ) CLI ( ) CLII ( ) CLIII

6. Sobressaliência: ( ) normal ( ) acentuada

7. Sobremordida: ( ) normal ( ) acentuada

8. Mordida cruzada: ( ) presente ( ) ausente

9. Utilizou algum tipo de aparelho: ( ) sim ( ) não

10. Hábitos de sucção: ( ) presente ( ) ausente

109

ANEXO C- Parecer do Comitê de Ética em pesquisa- COEP/PUC-MG

77

ANEXO D: Modelo de formulário de Consentimento esclarecido apresentado aos

Eu,_________________________________________________________, portador (a) da

célula de identidade N°_________________, reponsável

por___________________________

concordo que meu filho (a) participe da trabalho de pesquisa a ser realizado no curso de

mestrado em ortodontia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Estou ciente de que, para participar do projeto de pesquisa, meu filho (a) será

submetido a exame clínico e a uma tomada de uma telerradiografia em norma lateral.

Estou ciente de que a realização da radiografia não acarretará em custos financeiros

para mim, ou seja, será financiada pelo pesquisador, bem como danos à saúde de meu filho

(a), pois todo o procedimento será realizado dentro das normas de segurança sugeridas, e

dos com a utilização do avental de chumbo e do emprego das

placas intensificadoras (écrans). Havendo, respectivamente, a preservação de saúde, a qual

não estará exposta a radiação e a quantidade de radiação necessária será reduzida.

A telerradiografia em norma lateral, será utilizada para a obtenção do traçado

cefalométrico, que além da finalidade própria da pesquisa, servirá como controle do

crescimento craniofacial em meu filho (a), ou seja, de sua saúde bucal e facial.

Sei que os resultados da pesquisa serão publicados na dissertação de mestrado e em

revistas de literatura Científica e concordamos com isso, autorizo a utilização da

radiografia de meu filho com esses fins científicos.

Ciente de todos os termos desse documento, permito meu filho (a) de participar da

pesquisa.

Belo Horizonte,__________de__________________de 200__.

110

78