72
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MARINHAS TROPICAIS MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA- DO-MANGUE, Crassostrea brasiliana (LAMARCK, 1818), NA COMUNIDADE DE GRACIOSA, MUNICÍPIO DE TAPEROÁ, BAHIA FORTALEZA 2014

AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

  • Upload
    vantu

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARAacute

INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DO MAR

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS MARINHAS TROPICAIS

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-

DO-MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA

COMUNIDADE DE GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

FORTALEZA

2014

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Orientador Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles

Filho

FORTALEZA

2014

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Universidade Federal do Cearaacute

Biblioteca Rui Simotildees de Menezes

G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte

Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana

(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel

Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014

71 f il color enc 30 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do

Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos

Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho

1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo

CDD 63941

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Aprovada em 10 06 2014

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Profordf PhD Helena Matthews Cascon

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

AGRADECIMENTO

A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu

lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees

materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que

eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado

Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas

contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa

Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela

anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental

importacircncia ao meu trabalho

Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute

(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em

Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho

A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas

contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo

A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas

nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar

A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio

logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia

Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea

financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos

Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo

interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado

Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o

tempo de conviacutevio acadecircmico

Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca

examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 2: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Orientador Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles

Filho

FORTALEZA

2014

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Universidade Federal do Cearaacute

Biblioteca Rui Simotildees de Menezes

G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte

Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana

(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel

Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014

71 f il color enc 30 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do

Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos

Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho

1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo

CDD 63941

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Aprovada em 10 06 2014

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Profordf PhD Helena Matthews Cascon

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

AGRADECIMENTO

A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu

lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees

materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que

eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado

Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas

contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa

Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela

anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental

importacircncia ao meu trabalho

Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute

(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em

Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho

A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas

contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo

A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas

nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar

A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio

logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia

Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea

financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos

Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo

interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado

Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o

tempo de conviacutevio acadecircmico

Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca

examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 3: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Universidade Federal do Cearaacute

Biblioteca Rui Simotildees de Menezes

G763a Gradvohl Marcel Philippe Gerard Monte

Avaliaccedilatildeo teacutecnico-financeira de um cultivo da ostra-do-mangue Crassostrea brasiliana

(LAMARCK 1818) na comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute Bahia Marcel

Philippe Gerard Monte Gradvohl ndash 2014

71 f il color enc 30 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Cearaacute Instituto de Ciecircncias do

Mar Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais Fortaleza 2014

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos

Orientaccedilatildeo Profordm Drordm Antocircnio Adauto Fonteles Filho

1 Ostreicultura ndash Bahia 2 Criaccedilatildeo de ostra - Viabilidade econocircmica I Tiacutetulo

CDD 63941

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Aprovada em 10 06 2014

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Profordf PhD Helena Matthews Cascon

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

AGRADECIMENTO

A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu

lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees

materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que

eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado

Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas

contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa

Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela

anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental

importacircncia ao meu trabalho

Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute

(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em

Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho

A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas

contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo

A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas

nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar

A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio

logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia

Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea

financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos

Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo

interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado

Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o

tempo de conviacutevio acadecircmico

Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca

examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 4: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

MARCEL PHILIPPE GERARD MONTE GRADVOHL

AVALIACcedilAtildeO TEacuteCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA OSTRA-DO-

MANGUE Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) NA COMUNIDADE DE

GRACIOSA MUNICIacutePIO DE TAPEROAacute BAHIA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas Tropicais do

Instituto de Ciecircncias do Mar da Universidade

Federal do Cearaacute como requisito parcial agrave

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestrado em Ciecircncias

Marinhas Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo

Utilizaccedilatildeo e Manejo de Ecossistemas

Marinhos e Estuarinos

Aprovada em 10 06 2014

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Prof Dr Carlos Tassito Correcirca Ivo

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

Profordf PhD Helena Matthews Cascon

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

AGRADECIMENTO

A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu

lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees

materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que

eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado

Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas

contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa

Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela

anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental

importacircncia ao meu trabalho

Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute

(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em

Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho

A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas

contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo

A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas

nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar

A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio

logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia

Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea

financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos

Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo

interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado

Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o

tempo de conviacutevio acadecircmico

Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca

examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 5: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

AGRADECIMENTO

A estimada irmatilde Regina Gradvohl de Macedo que me acolheu carinhosamente em seu

lar durante todo o periacuteodo do estudo e de forma incondicional dando-me todas as condiccedilotildees

materiais e emocionais que se transformaram em incentivo esperanccedila e confianccedila para que

eu pudesse realizar esse sonho acadecircmico do mestrado

Ao meu orientador estimado prof Dr Antocircnio Adauto Fonteles Filho pelas preciosas

contribuiccedilotildees teacutecnico-cientiacuteficas prestadas durante o desenvolvimento desta pesquisa

Ao coordenador da poacutes-graduaccedilatildeo do LABOMAR prof Dr Rodrigo Maggioni pela

anaacutelise de identificaccedilatildeo taxonocircmica da espeacutecie de ostra pesquisada de fundamental

importacircncia ao meu trabalho

Ao Sr Valmir Reais Batista da Associaccedilatildeo dos Maricultores e Pescadores de Taperoaacute

(BA) pelas informaccedilotildees teacutecnicas e contaacutebeis concedidas sobre o cultivo de ostras em

Graciosa (BA) imprescindiacuteveis agrave realizaccedilatildeo deste trabalho

A amiga Nadsa Maria diretora da biblioteca da UFC ndash LABOMAR pelas

contribuiccedilotildees prestadas sobre a formataccedilatildeo da minha dissertaccedilatildeo

A estimada sobrinha Rachel pela simpaacutetica companhia e por todas as caronas cedidas

nos meus deslocamentos entre a residecircncia e o Labomar

A estimada irmatilde Liacutegia Maria pelo incentivo aos meus estudos carinho e apoio

logiacutestico prestado na cidade de Salvador-Bahia

Ao sobrinho David que mesmo distante prestou-me muitas informaccedilotildees sobre a aacuterea

financeira necessaacuterias e inerentes aos meus estudos

Ao entatildeo presidente da Colocircnia de Pesca Z-53 Sr Joaci Ribeiro Aleluia (BEREacute) pelo

interesse e apoio poliacutetico manifestado para que este estudo fosse realizado

Aos professores e colegas estudantes da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais da UFC- LABOMAR pelas reflexotildees criacuteticas e sugestotildees recebidas durante o

tempo de conviacutevio acadecircmico

Aos professores doutores Carlos Tassito e Helena Matthews por participarem da banca

examinadora e prestarem contribuiccedilotildees relevantes agrave dissertaccedilatildeo

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 6: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

ldquoSoacute existe uma uacutenica coisa mais importante do que

realizar todos os nossos sonhos eacute nunca deixar de

sonharrdquo

Tiago Pessoa

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 7: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

RESUMO

A ostreicultura destaca-se como uma atividade de grande interesse socioeconocircmico para a

subregiatildeo Baixo Sul da Bahia por este apresentar relevantes condiccedilotildees naturais e geograacuteficas

para instalaccedilatildeo de empreendimentos dessa natureza Esta pesquisa tem por objetivo analisar

teacutecnico-financeiramente o cultivo da ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) na

comunidade de Graciosa Taperoaacute Bahia e criar controles financeiros para gestatildeo eficiente de

arranjo produtivo familiar como esse Justifica-se pelo fato de que satildeo incipientes e escassas

as informaccedilotildees econocircmico-financeiras que propiciem o correto desenvolvimento de atividades

dessa natureza A metodologia empregada neste estudo valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria

descritiva tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa baseadas em visitas

teacutecnicas semanais in loco e na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado realizado entre

os meses de janeiro e dezembro de 2013 por meio de entrevistas com as lideranccedilas do cultivo

de ostras O sistema de produccedilatildeo adotado eacute o flutuante atraveacutes do uso de espinhel e lanternas

com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes das ostras coletadas no proacuteprio local do

cultivo com tamanho de 2 plusmn 05 cm O cultivo nas condiccedilotildees atuais estudadas natildeo

demonstra viabilidade econocircmica devido aos insatisfatoacuterios iacutendices financeiros calculados

Apresenta baixa lucratividade e rentabilidade respectivamente de 693 e 317 com o

preccedilo de venda das ostras por R$ 19385milheiro O lucro soacute acontece quando satildeo

comprometidos 9255 das ostras comercializadas Os meses do ano de 2013 que

apresentaram maiores faturamentos foram janeiro novembro e dezembro observando-se

queda no comeacutercio de ostras nos meses de maiores precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas na subregiatildeo

estudada A viabilidade financeira poderaacute ocorrer quando o preccedilo de venda praticado alcanccedilar

R$ 25000milheiro e o retorno do investimento total se der em 61 anos

Palavras-chave Espinhel Lanterna Ostreicultura Viabilidade economica

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 8: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

TECHNICAL AND FINANCIAL EVALUATION OF A CULTURE OF THE

MANGROVE OYSTER Crassostrea brasiliana (LAMARCK 1818) IN THE

COMMUNITY OF GRACIOSA TAPEROAacute COUNTY BAHIA STATE

ABSTRACT

The oyster stands out as an aquatic resource of great economic and social interest for the

Southern Bahia subregion because of its present relevant natural and geographical conditions

for establishment of enterprises of this nature This research work aims to analyze the

technical and financial aspects of cultivating the mangrove oyster Crassostrea brasiliana

(Lamarck 1818) in the community of Graciosa Taperoaacute Bahia State and to create financial

controls for fully efficient management of household productive enterprises This is justified

by the fact that they are incipient and scarce economic and financial information that provide

the correct development of such activities The methodology used in this study drew on a

descriptive exploratory study with a technical analysis of qualitative and quantitative

approach based on weekly visits in situ techniques application of a semi-structured

questionnaires carried out from January to December 2013 through interviews with leaders

of the oyster farming system The production system adopted is floating through the use of

long-line and lanterns employing low-tech and seed oysters are collected at the site of

cultivation itself with an average size of 2 plusmn 05 cm The cultivation under the current

conditions shows no economic viability as highlighted by the poor estimated financial indices

It has low profitability and profitability respectively 693 and 317 with the selling price

of oysters at R$ 19385 per thousand The profit only happens when at least 9255 of

oysters are marketed The months of the year 2013 which had higher billings were January

November and December with a fall in trade of oysters in the months of greater rainfall in the

studied subregion being noticed Financial viability will be seen when the selling price should

reach R$ 25000 per thousand and total investment return goes up on 61 years

Keywords Long-line Lantern Ostreiculture Economic viability

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 9: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca 13

Figura 2 Preparo artesanal do catado de ostra sem padratildeo das boas praticas de

beneficiamento

18

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo 19

Figura 4 a) Amostras de ostra para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes

plaacutesticos cap250 ml para embalagens da ostra

20

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo da ostra no rio da Graciosa Taperoaacute (BA) 28

Figura 6 Reuniatildeo com lideranccedila da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute

(BA)

29

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Tamanhos e formas

diferentes

32

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Tamanhos varias dos de sementes

para iniacutecio de engorda

32

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa (BA) 33

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante cultivo 33

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante no rio da Graciosa (BA) 34

Figura 12 Tipos de ldquopratosrdquo utilizados na confecccedilatildeo das lanternas 34

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio 35

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea de 24 m2 36

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa 36

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e espinhel 37

Figura 17 Sementes de ostra (Crassostrea brasiliana) com tamanhos entre 05 e 3 cm 38

Figura 18 Lanternas suspensas ao ar livre para limpeza 39

Figura 19 Limpeza de ostras juvenis com uso de faca 39

Figura 20 Lanterna coberta pelo fouling 40

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra oriunda da Graciosa 42

Figura 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionado com ostras destinadas ao

comeacutercio b) Desembarque de ostras embaladas para venda no

atacado

43

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para

acondicionamento de peixes e ostras b) Ostras gratinadas

43

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 10: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

Figura 24 Ostra pronta para consumo b) Estrutura de venda dos ambulantes no

ambiente de praia

44

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado

pronto congelamento eou venda

44

Figura 26 Quantidade em duacutezias de ostra vendida no ano de 2013 45

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute Bahia em

2013

46

Figura 27 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento 41

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa 47

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel 48

Tabela 4 Custo das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinhel 48

Tabela 5 Custo da canoa em madeira 49

Tabela 6 Custo das lanternas 49

Tabela 7 Custos fixos variaacutevel e total do empreendimento em 2013 50

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo com o cultivo 51

Tabela 9 Quantidades e valores da ostra comercializada em Graciosa Taperoaacute

(BA) em 2013

52

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013 53

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros ajustados para o periacuteodo 2014 ndash 2023 55

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo da ostra a

R$25000milheiro

55

Tabela 13 Principais caracteriacutesticas dos ambientes interno e externo do cultivo 56

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 11: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental do Baixo Sul Baiano 17

32 A espeacutecie cultivada 20

33 Sistema da produccedilatildeo 21

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios 24

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 27

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAShelliphelliphelliphellip 30

51 Infraestrutura destinada ao cultivo 33

52 Coleta de sementes 37

53 Manejo das ostras cultivadas 38

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo 40

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada 41

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 44

61 Investimento do cultivo 46

62 Estrutura de custo 49

63 Receita anual 50

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda 51

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro 56

7 CONCONSIDERACcedilOtildeES GERAIS 58

8 RECOMENDACcedilOtildeES 59

REFEREcircNCIAS 61

APEcircNDICE A - MODELO DE ENTREVISTA APLICADO AO

PRORIETARIO DO CULTIVO

65

APEcircNCIDE B ndash FORMULARIOS DE CONTROLES FINANCEIROS 69

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 12: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

A sobrexploraccedilatildeo dos recursos marinhos em muitas regiotildees do planeta em

consequecircncia do excesso de esforccedilo de pesca sobre os estoques tem levado a uma diminuiccedilatildeo

progressiva no volume do pescado capturado por meios artesanais e afetado de maneira

significativa as comunidades litoracircneas historicamente vinculadas a essa atividade de

subsistecircncia (FAO 2006) As modificaccedilotildees que ocorrem no setor pesqueiro e no meio

ambiente concorrem para o agravamento da depleccedilatildeo dos ecossistemas e das comunidades

pesqueiras o que tem levado agrave migraccedilatildeo profissional para outros empregos e ocupaccedilotildees fora

do universo da pesca Nesse contexto o cultivo de organismos em aacuteguas continentais

estuarinas e marinhas eacute uma atividade do ramo da agropecuaacuteria considerada como uma das

alternativas para o encaminhamento das soluccedilotildees para o setor pesqueiro representando

significativo valor socioeconocircmico para as comunidades litoracircneas e ribeirinhas A mudanccedila

da atitude extrativista tradicional para a de ldquocultivo em fazendasrdquo especialmente marinhas e

estuarinas vem proporcionando renda adicional pela geraccedilatildeo de emprego aleacutem da fixaccedilatildeo

das populaccedilotildees tradicionais em suas aacutereas de origem

De forma inversa agraves taxas de produccedilatildeo de pescado artesanal ou industrial a

aquicultura alavancada por modernas tecnologias e incentivada pelo aumento da demanda

vem a cada ano ampliando sua aacuterea de exploraccedilatildeo Desse modo pode-se inferir que o

crescimento da produccedilatildeo e o comeacutercio da proteiacutena de origem do pescado para consumo

humano nos anos vindouros deveraacute continuar a contar com uma maior contribuiccedilatildeo do setor

aquiacutecola quando comparado com o da pesca (Figura 1)

Figura 1 Produccedilatildeo mundial da aquicultura e pesca no periacuteodo 1950 - 2010

Ano

Fonte FAO (2012) adaptada pelo autor

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 13: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

14

A ostreicultura constitui um ramo da aquicultura que vem se destacando como um

negoacutecio atraente para o desenvolvimento socioambiental das comunidades de pescadores

artesanais na regiatildeo do Baixo Sul baiano pelo fato de procurar apoiar-se em criteacuterios de

avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua identificaccedilatildeo do perfil socioeconocircmico dos produtores da

regiatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo das comunidades produtivas seleccedilatildeo das famiacutelias e

transferecircncia de tecnologia Essa atividade tambeacutem gera oportunidades de negoacutecio para outras

associaccedilotildees de produtores e de serviccedilos e pequenas e meacutedias empresas contribuindo para a

geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas de transportes gastronomia turismo e

insumos Acrescenta-se a esses fatores citados a integraccedilatildeo da comunidade com o meio

ambiente reduccedilatildeo do uso da pesca extrativista e aumento da preocupaccedilatildeo em preservar o

meio ambiente por parte dos pescadores e marisqueiras configurando-se como um importante

instrumento de desenvolvimento sustentaacutevel ao conciliar as atividades da pesca com a

utilizaccedilatildeo da matildeo-de-obra familiar disponiacutevel para o processo produtivo (RODRIGUES

2005)

Segundo IBAMA (2007) a produccedilatildeo baiana de moluscos oriunda do extrativismo

eacute de 352 tano tendo as ostras uma participaccedilatildeo de 30 t Considerando que uma ostra adulta

tem comprimento e peso meacutedios de 8 cm e 60 g satildeo necessaacuterios 167 indiviacuteduos ou 14 Dz

para se obter 1 kg de ostras o que implica em se produzir no Estado da Bahia uma quantidade

desse molusco equivalente a 417 mil duacutezias num periacuteodo anual

O desenvolvimento da forte cultura na Bahia em consumir fileacute de ostra na forma

de caldo eou moqueca torna o produto mais caro exigindo um desgaste fiacutesico maior dos

extrativistas submetidos agraves condiccedilotildees insalubres por ocasiatildeo dos esforccedilos realizados durante

o processo de captura nos manguezais Considerando-se a ocorrecircncia de um maior retorno

financeiro mostra que a ostreicultura no estado da Bahia em especial na regiatildeo do Baixo Sul

baiano necessita de mais investimentos no fomento agrave produccedilatildeo e ao consumo desse produto

oriundo de cultivo sendo isto possiacutevel atraveacutes da instalaccedilatildeo de micro e pequenas empresas

que se interessem em atuar nesse setor produtivo

Segundo FRANCO (1991 apud MALUCHE 2000) as empresas de pequeno porte

tecircm evoluiacutedo bastante em niacutevel socioeconocircmico pois geram maior nuacutemero de empregos

diretos e um grande nuacutemero de empregos indiretos por comprarem seus insumos no mercado

nacional Aleacutem disso ao se obter maior produtividade do capital propiciam a geraccedilatildeo de

poupanccedila e representam seguranccedila agrave comunidade ao oferecer emprego e reduzir certas

disparidades econocircmicas pois geralmente produzem menos impactos negativos ao meio

ambiente reduzem o fluxo migratoacuterio e satildeo principalmente gerenciadas em acircmbito nacional

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 14: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

15

Essas empresas apresentam como pontos fracos os baixos salaacuterios pagos a seus empregados e

os altos juros pagos pelo capital de giro necessaacuterio ao seu desenvolvimento sendo seu

ambiente externo marcado por grandes mudanccedilas sociais econocircmicas e tecnoloacutegicas que as

forccedilam a interagir com esse meio externo com o fim de buscar soluccedilotildees e alternativas para

seus problemas Portanto a sustentabilidade socioeconocircmica de todo e qualquer negoacutecio

requer praacuteticas e controles especiacuteficos de gestatildeo principalmente os financeiros e

administrativos sem se deixar de se dar atenccedilatildeo aos aspectos mercadoloacutegicos do negoacutecio

principalmente os de natureza artesanal familiar e de pequeno porte

Na praacutetica da gestatildeo da pequena empresa eou pequenas unidades familiares como eacute o

caso do cultivo estudado em Graciosa (BA) o controle acontece informalmente e ao longo do

processo de crescimento seus proprietaacuterios planejam organizam e controlam as accedilotildees

administrativas de forma bastante rudimentar No entanto uma eventual intensificaccedilatildeo das

atividades passa a exigir a adoccedilatildeo de novas e eficientes formas de controle com a

interveniecircncia de um administrador financeiro que eacute o responsaacutevel pelo delineamento das

metas de planejamento e projeccedilotildees a serem alcanccediladas bem como a identificaccedilatildeo das

deficiecircncias que a empresa venha a apresentar Em funccedilatildeo disso admite-se que a existecircncia

de controles administrativos financeiros contribui para a qualidade e sucesso da gestatildeo como

tambeacutem ajuda a detectar quando a empresa estaacute com problemas como fim de buscar soluccedilotildees

necessaacuterias para a sua futura consolidaccedilatildeo

Este trabalho de pesquisa traduz uma iniciativa cientiacutefica cuja importacircncia eacute ressaltada

pelo fato de que satildeo incipientes e escassas as informaccedilotildees teacutecnicas que criem uma

convergecircncia de dados sobre a ostreicultura nas condiccedilotildees socioambientais do municiacutepio de

Taperoaacute povoado de Graciosa A sub-regiatildeo do Baixo Sul baiano apresenta relevantes

condiccedilotildees naturais e alternativas geograacuteficas viaacuteveis para instalaccedilatildeo de projetos dessa

natureza acrescido da facilidade para captura de sementes e manuseio caracterizando-se

como uma alternativa para a geraccedilatildeo de emprego e renda para os pescadores artesanais e

marisqueiras

Dada agrave necessidade da implementaccedilatildeo de accedilotildees voltadas para dinamizar e aperfeiccediloar

a produccedilatildeo de moluscos em bases econocircmicas sustentaacuteveis este trabalho de pesquisa torna-se

uma contribuiccedilatildeo relevante agrave anaacutelise teacutecnico-financeira da produccedilatildeo da ostra Crassostrea

brasiliana considerando-se a realidade da maricultura familiar e ambiental na comunidade de

Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA)

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 15: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

16

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar a anaacutelise teacutecnico-financeira do cultivo da ostra (Crassostrea brasiliana) na

comunidade de Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) e criar controles financeiros para plena

gestatildeo eficiente do empreendimento

22 Especiacuteficos

Caracterizar tecnicamente o sistema familiar de produccedilatildeo comercial adotado na

comunidade de Graciosa (BA)

Identificar e quantificar os principais insumos e de matildeo-de-obra necessaacuteria agrave produccedilatildeo

das ostras cultivadas

Identificar os custos de investimento e de produccedilatildeo empregado no cultivo

Estimar o custo unitaacuterio de produccedilatildeo e o preccedilo de venda das ostras comercializadas

pelo empreendimento

Analisar a viabilidade financeira do negoacutecio com base nas estimativas dos iacutendices de

desempenho lucratividade rentabilidade retorno do prazo de investimento e o ponto

de equiliacutebrio

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 16: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

17

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

A pesquisa bibliograacutefica tem por finalidade disponibilizar informaccedilotildees que permitam o

desenvolvimento e o entendimento do trabalho cientifico Neste caso como se trata de uma

avaliaccedilatildeo econocircmico-financeira de um cultivo de ostras no Baixo Sul baiano satildeo

apresentadas as caracteriacutesticas do meio ambiente onde o cultivo estaacute inserido ressaltando os

recursos pesqueiros explorados (mariscos) o clima a vegetaccedilatildeo e seus principais recursos

hiacutedricos aleacutem de uma descriccedilatildeo sobre a espeacutecie cultivada finalizando com os principais

conceitos inerentes agrave gestatildeo administrativo-financeira de um negoacutecio e o modelo de avaliaccedilatildeo

econocircmica empregado neste trabalho

31 Caracterizaccedilatildeo ambiental da regiatildeo baixo sul baiano

A subregiatildeo do Baixo Sul baiano eacute cortada pelas vias de acesso BR 101 e BA 001 no

sentido Norte-Sul e pelas BA 650 e BA 542 no sentido leste-oeste distanciado de Salvador

aproximadamente 100 km Possui aacuterea de 6451 kmsup2 correspondendo a 114 do total da aacuterea

do estado e eacute considerada uma das regiotildees de maior diversidade ambiental e paisagiacutestica do

paiacutes (IBAM 2010) Engloba onze municiacutepios dos quais sete satildeo litoracircneos Cairuacute Taperoaacute

Camamu Igrapiuacutena Ituberaacute Nilo Peccedilanha e Valenccedila componentes da conhecida Costa do

Dendecirc (FISCHER et al 2007) Localiza-se na aacuterea compreendida entre as coordenadas

geograacuteficas 13deg12rsquoS - 14deg13rsquoS - 38deg30rsquoW - 39deg30rsquoW estendendo-se na direccedilatildeo norte-sul da

divisa do municiacutepio de Valenccedila ateacute a foz do rio Piracanga e limita-se a leste com o oceano

Atlacircntico e a oeste com os municiacutepios litoracircneos acima citados (SEPLANTEC 1996)

As caracteriacutesticas fiacutesico-ambientais incluem rios baias ilhas cachoeiras manguezais

e um vasto litoral com 266 km de extensatildeo que ainda tem muito a ser explorado de forma

ecoloacutegica e economicamente sustentada mesmo com as atividades aquiacutecolas implantadas pela

Bahia Pesca A subregiatildeo eacute privilegiada com uma cobertura de 120000 ha de manguezais que

permitem uma diversificada atividade da pesca e da aquicultura motivando assim o

desenvolvimento de outras accedilotildees desde o fortalecimento do associativismo pesqueiro ateacute a

sua reconhecida caracterizaccedilatildeo como construtora naval de barcos de pesca e de turismo

(IBAM 2010)

A pesca artesanal eacute considerada uma das principais atividades econocircmicas das

comunidades litoracircneas nas quais a mariscagem ou captura manual de algumas espeacutecies de

crustaacuteceos e moluscos exercida em sua maioria pelas mulheres eacute praticada em periacuteodos de

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 17: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

18

baixamar na zona de manguezal possuindo elevada importacircncia social dado o significativo

contingente humano que dela depende Fadigas Garcia Hernandeacutez (2008 apud SANTOS

2013) Dentre os moluscos capturados destacam-se as lambretas (Lucina pectinata) que satildeo

comercializadas in natura os sururus (Mytella charruana) e as ostras vendidas na forma de

ldquocatadordquo quando satildeo ldquodesconchadasrdquo escaldada e congelada em porccedilotildees que pesam

aproximadamente 1 kg (Figura 2) Dentre os crustaacuteceos destacam-se os siris (Callinectes

spp) caranguejos uccedilaacute (Ucides cordatus) e aratu (Goniopsis cruentata) comercializados in

natura eou beneficiados tambeacutem na forma de ldquocatadordquo O extrativismo da ostra-do-mangue

praticado principalmente por mulheres natildeo eacute necessariamente realizado de forma a preservar

o manguezal podendo provocar a escassez desse organismo em seus bancos naturais

(SANTOS 2013)

Figura 2 Preparo artesanal do ldquocatadordquo de ostra sem padratildeo das boas praticas de beneficiamento

Fonte Elaborada pelo autor

A subregiatildeo pertence ao domiacutenio da Mata Atlacircntica com diversas formaccedilotildees florestais

fisionocircmicas distintas podendo-se citar as florestas ombroacutefilas restingas e os manguezais

(Figura 3) com caracteriacutesticas de intenso desmatamento ocorrido no seu territoacuterio

relacionado agrave pressatildeo antroacutepica pelo uso da terra exploraccedilatildeo da madeira extrativismo e a

crise da cacauicultura que se constitui a lavoura de maior importacircncia econocircmica (INGAacute

2010) O clima eacute tropical uacutemido com elevadas temperaturas (21deg - 25degC) e precipitaccedilotildees

influenciadas pela proximidade do mar com regime pluviomeacutetrico regular de chuvas

abundantes distribuiacutedas durante o ano com meacutedias anuais superiores a 1750 mm Por se

tratar de uma aacuterea com grande influecircncia da zona litoracircnea a umidade relativa meacutedia varia na

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 18: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

19

faixa de 80 - 90 e a velocidade meacutedia dos ventos entre 129 ms e 29 ms (SEPLANTEC

1996)

Figura 3 Vista parcial do manguezal proacuteximo a aacuterea do cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Quanto a recursos hiacutedricos recebe a influecircncia de onze bacias hidrograacuteficas dentre as

quais se destacam as dos rios Jiquiriccedilaacute e Una situadas no municiacutepio de Valenccedila das Almas

no municiacutepio de Nilo Peccedilanha e Serinhaeacutem no municiacutepio de Ituberaacute (SEPLANTEC 1996)

Os principais centros urbanos dessa subregiatildeo foram formados nas proximidades destes

cursos drsquoaacutegua que aleacutem de apresentarem condiccedilotildees de navegabilidade consideradas como

satisfatoacuterias congregam as principais culturas agriacutecolas ao longo de suas margens (IBAM

2010)

Como medidas para proteccedilatildeo ambiental desse ecossistema foram criadas varias APAs

(Aacutereas de Preservaccedilatildeo Ambiental) dentre as quais podem ser citadas APA de Pancada

Grande criada atraveacutes do Decreto Municipal ndeg 1494de 130593 com 50 ha APA de

Guaibim Decreto Estadual ndeg 1164 de 110592 com 50 ha APA de Pratigi Decreto

Estadual ndeg 7272 de 020498 com 32000 ha e APA de TinhareacuteBoipeba Decreto Estadual

ndeg1240 de 050692 com 43300 ha (IBAM 2010)

Fazendo parte do Baixo Sul baiano identifica-se o municiacutepio de Taperoaacute com aacuterea

territorial de 409 km2 15 km de litoral e uma populaccedilatildeo estimada em 2010 de 18748

habitantes (IBGE 2010) Dentre as comunidades conhecidas desse municiacutepio Itiuacuteba

Lamego Jacareacute Jordatildeo Graciosa e Areinha destaca-se o povoado da Graciosa com

caracteriacutesticas ambientais semelhantes as que foram descritas cortada pelo rio com o mesmo

nome distando da cidade de Taperoaacute 6 km rumo sul e no sentido norte a 12 km da cidade de

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 19: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

20

Valenccedila (SEPLANTEC 1996) Situado 300 m a montante da ponte do rio da Graciosa estaacute

implantado o empreendimento de criaccedilatildeo de ostras objeto deste estudo

32 A espeacutecie cultivada

A ostra eacute um organismo aquaacutetico marinho que pertence ao filo Mollusca classe

Bivalvia e famiacutelia Ostreidae englobando vaacuterias espeacutecies dentre as quais se destaca a ostra-do-

mangue como a mais frequente na costa brasileira (SILVA BOEHS 2007) Este eacute um nome

popular dado a duas espeacutecies nativas do gecircnero Crassostrea que ocorrem nas regiotildees

estuarinas do Brasil Crassostrea mangle (Guilding 1828) e Crassostrea brasiliana (Lamark

1819) segundo MONTANHINI-NETO (2011) A C mangle eacute uma espeacutecie hermafrodita

protacircndrica cujos oacutergatildeos sexuais masculinos satildeo os primeiros a atingirem a maturidade e

tornarem-se ativos (SIQUEIRA 2008)

Com o fim de se identificar a espeacutecie nativa que estaacute sendo cultivada na comunidade

de Graciosa em 10 de dezembro de 2013 foram encaminhadas duas amostras desses

organismos ao Laboratoacuterio de Biologia Molecular unidade do Centro de Diagnoacutestico de

Enfermidades de Organismos Marinhos - CEDECAM do Instituto de Ciecircncias do Mar -

LABOMAR para identificaccedilatildeo taxonocircmica atraveacutes da teacutecnica PCR-Reaccedilatildeo de

Polimerizaccedilatildeo em Cadeia Cada amostra era constituiacuteda de 10 exemplares adultos medindo

em meacutedia 8 cm de comprimento sendo a primeira proveniente das lanternas propriamente

ditas e a segunda oriunda de pedras proacutexima ao fundo no acircmbito da aacuterea do cultivo As

ostras foram acondicionadas em frascos plaacutesticos e preservadas em aacutelcool absoluto 995 PA

(Figura 4 ab)

Figura 4 a) Amostras de ostras para identificaccedilatildeo taxonocircmica b) Recipientes plaacutesticos capacidades 250 ml para

embalagem da ostra

Fonte Elaborada pelo autor

De acordo com o laudo do exame realizado e divulgado em 15 de abril de 2014 a

espeacutecie foi identificada como Crassostrea brasiliana (Lamarck 1818) o que confirma a sua

a b

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 20: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

21

ocorrecircncia no baixo Sul baiano municiacutepio de Taperoaacute rio da Graciosa Segundo AMARAL

(2010) esta espeacutecie tem ocorrecircncia na costa do Brasil sem localizaccedilatildeo especiacutefica e os

siacutentipos estatildeo depositados no Museacutee National DrsquoHistorie Naturelle de Paris Segundo

AMARAL (2010) a espeacutecie de ostra Crassostrea brasiliana ocorre do Maranhatildeo ateacute Santa

Catarina reconhecida como uma espeacutecie endecircmica do litoral brasileiro Este molusco possui

como habitat natural as aacuteguas costeiras rasas com media e baixa salinidades das zonas entre

mareacutes nos estuaacuterios sendo encontrada presa nas raiacutezes aeacutereas das aacutervores-de-mangue

Rhizophora mangle (SANTOS 2013) Quanto aos aspectos morfoloacutegicos trata-se de um

animal de corpo mole que possui concha com duas valvas de formas irregulares aacutesperas

duras e unidas por um ligamento coacuterneo em uma das extremidades e comprimento maacuteximo

em torno de 100 mm (MONTAHINI-NETO 2011) e a alimentaccedilatildeo eacute baseada na ingestatildeo de

fitoplacircncton podendo formar agregados submersos com modo de vida bentocircnico

Uma caracteriacutestica fisioloacutegica desse molusco eacute possuir uma grande superfiacutecie

branquial que permanece constantemente uacutemida possibilitando que o mesmo resista por

alguns dias fora do seu ambiente natural Atraveacutes das bracircnquias a ostra pode filtrar

aproximadamente ateacute 50 litros de aacutegua por hora acumulando em sua massa visceral resiacuteduos

abioacuteticos e agentes bioacuteticos que estejam presentes no meio aquaacutetico onde vivem Devido a

essas caracteriacutesticas pode bioacumular elevado nuacutemero de patoacutegenos indesejaacuteveis ao ser

humano como as bacteacuterias dos gecircneros Salmonella e Shigella e concentrar contaminantes

quiacutemicos como metais pesados e ateacute elementos radioativos motivo por que eacute considerada

importante bioindicador de poluiccedilatildeo do meio aquaacutetico (LIANG et al 2004 apud SANTOS

2013)

33 Sistema de produccedilatildeo

A partir da deacutecada de 2000 a aquicultura apresentou crescimento superior a qualquer

outro sistema de produccedilatildeo animal o que pode ser em parte explicado pelo colapso dos

estoques pesqueiros em todo o mundo (PEREIRA et al 2007) Dado a sua importacircncia

socioambiental e como alternativa ao extrativismo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo a

aquicultura foi considerada na deacutecada de 1990 como a revoluccedilatildeo azul da produccedilatildeo

mundial de alimentos Entretanto como qualquer praacutetica de produccedilatildeo agropecuaacuteria essa

atividade gera impactos ao meio ambiente e dessa forma eacute fundamental que as relaccedilotildees

existentes entre aquicultura e o ambiente possam ser mantidas com base no desenvolvimento

local sustentaacutevel

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 21: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

22

A criaccedilatildeo de moluscos bivalves no Brasil eacute representada principalmente pelo cultivo

das ostras Crassostrea gigas C brasiliana e do mexilhatildeo Perna perna As ostras se destacam

devido agrave alta fecundidade raacutepido crescimento e rentabilidade comercial sendo as de maior

interesse econocircmico as pertencentes ao gecircnero Crassostrea em funccedilatildeo do valor alimentiacutecio

da carne e do uso da concha como mateacuteria prima na fabricaccedilatildeo de diversos produtos DORE

(1991 apud AZEVEDO 2011) Aleacutem disso eacute considerado um organismo de alto valor

nutritivo devido ao teor de alguns minerais (foacutesforo caacutelcio ferro e iodo) de glicogecircnio

vitaminas (A B1 B2 C e D) e de proteiacutenas presentes em sua carne (CHRISTO 2006

WAKAMATSU 1973)

A primeira citaccedilatildeo sobre a importacircncia da ostreicultura no Brasil foi feita em 1934 em

uma publicaccedilatildeo denominada ldquoO Futuro Industrial da Ostreicultura no Paiacutesrdquo apresentada no

Primeiro Congresso Nacional de Pesca organizado pelo Ministeacuterio da Agricultura ndash Divisatildeo

de Caccedila e Pesca (BRITO 2008) Em Cananeacuteia Wakamatsu (1973) publicou o artigo ldquoA ostra

de Cananeacuteia e seu Cultivordquo considerado o passo inicial para o cultivo da ostra nativa

Crassostrea brasiliana participante de um grupo taxonocircmico que vem sendo estudado por

vaacuterios autores desde a primeira metade do seacuteculo XX A Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo avaliou o potencial da ostreicultura em Cananeacuteia (SP)

nos anos 1930-1940 e posteriormente WAKAMATSU (1973) estabeleceu os fundamentos

baacutesicos praacuteticos e teoacutericos para a ostreicultura na Baiacutea de Todos os Santos (BA) Cananeacuteia

(SP) e Paranaguaacute (PR) respectivamente

Segundo SIQUEIRA 2008 nas deacutecadas de 70-80 foram iniciadas pesquisas

direcionadas ao desenvolvimento da ostreicultura nos estados do Cearaacute Paranaacute Pernambuco

Bahia Satildeo Paulo e Santa Catarina com a espeacutecie Crassostrea mangle cujo cultivo teve iniacutecio

com sementes obtidas do meio natural Esta iniciativa teve prosseguimento na deacutecada nos

anos1980-1990 no Rio de Janeiro e em Santa Catarina com estudos visando agrave introduccedilatildeo da

ostra japonesa Crassostrea gigas (Thumberg 1975) atraveacutes do Projeto Cabo Frio No iniacutecio

da deacutecada 1980 o primeiro e grande projeto de cultivo de ostras em niacutevel industrial foi

implantado em Cananeacuteia com a ostra exoacutetica Crassostrea gigas (BRITO 2008) enquanto

Poli et al (1988 apud BRITO 2008) estudou a viabilidade do cultivo da ostra nativa

Crassostrea mangle no litoral de Santa Catarina poreacutem fatores como crescimento lento baixa

sobrevivecircncia larval e ausecircncia de tecnologia de produccedilatildeo inviabilizaram seu

desenvolvimento em bases comerciais Em 2004 a produccedilatildeo brasileira de ostra foi de 2682 t

correspondendo a 1 da produccedilatildeo aquiacutecola nacional e desde entatildeo seu cultivo vem

demonstrando um crescimento acentuado pois nesse mesmo ano verificou-se um incremento

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 22: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

23

de 221 em relaccedilatildeo a 2003 (OSTRENSKY BORGHETTI SOTO 2008) Em Sergipe o

primeiro projeto de cultivo de ostra foi desenvolvido em 1997 em Ponta dos Mangues

municiacutepio de Pacatuba que tem a ostreicultura como uma alternativa econocircmica para a

populaccedilatildeo local (SIQUEIRA 2008) Em 1999 a regiatildeo se tornou uma das maiores produtoras

de sementes de ostras nativas por meio da coleta em ambiente natural Nas uacuteltimas deacutecadas os

estudos sobre a biologia e a ecologia das ostras tecircm se intensificado com o objetivo de

desenvolver teacutecnicas de cultivo adequadas a cada regiatildeo Nascimento et al (1982 apud

AZEVEDO 2011)

Apesar do desenvolvimento da ostreicultura na regiatildeo Sul do paiacutes principalmente em

Santa Catarina que produz em laboratoacuterio sementes da ostra Crassostrea gigas que eacute uma

ostra de ambiente marinho a principal forma de exploraccedilatildeo dos moluscos bivalves no Brasil

ainda eacute atraveacutes do extrativismo o que contribui para a reduccedilatildeo do estoque da espeacutecie no

litoral e o comprometimento do ecossistema (BRITO 2008)

Segundo Poli (2004 apud LENZ 2008) as primeiras experiecircncias com o cultivo da

ostra nativa C mangle no Brasil foram realizadas no Estado da Bahia no Canal de Itaparica -

Jiribatuba em 1972 A partir dos trabalhos realizados por Wakamatsu (1973) o cultivo da

ostra C brasiliana se desenvolveu atingindo niacuteveis comerciais justificando a criaccedilatildeo da

Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananeacuteia (COOPEROSTRA) no estado de Satildeo Paulo

(LENZ 2008) um projeto selecionado como uma das 27 melhores experiecircncias do mundo no

combate agrave pobreza atraveacutes do uso da biodiversidade e foi apresentado durante a Cuacutepula

Mundial para o Desenvolvimento Sustentaacutevel em Johannesburgo agostosetembro de 2002

Atualmente a fazenda marinha Atlacircntico Sul criada em 1999 fruto da fusatildeo de trecircs

micro empresas localizada no Ribeiratildeo da Ilha em Florianoacutepolis ndash SC eacute a maior empresa do

ramo no pais com uma produccedilatildeo mensal de 13 milhotildees de duacutezias de ostras (CARVALHO-

FILHO 2006) Na grande regiatildeo de Florianoacutepolis a safra de 20062007 foi de 1857530 Dz

correspondendo a 9567 da produccedilatildeo total do estado envolvendo 538 produtores e 1600

empregos diretos gerando uma movimentaccedilatildeo financeira de R$ 20 milhotildees (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007)

Na Bahia os cultivos de ostras foram implantados atraveacutes da Bahia Pesca e o Projeto

MARSOL - Maricultura Familiar Solidaacuteria da Universidade Federal da Bahia tendo como

principal motivaccedilatildeo a complementaccedilatildeo na renda familiar Abrange as regiotildees do Baixo Sul

Baiano e Baiacutea de Todos os Santos agregando 12 comunidades distribuiacutedas em sete

municiacutepios Taperoaacute Cairuacute Vera Cruz Camamu Marauacute e Cachoeira O cultivo de ostras

vem despertando o interesse de pescadores artesanais que veem na atividade uma alternativa

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 23: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

24

de subsistecircncia e renda como tambeacutem das autoridades locais que buscam o desenvolvimento

socioeconocircmico No entanto a falta de informaccedilotildees sobre potencialidade das aacutereas de cultivo

comportamento reprodutivo recrutamento e teacutecnicas de engorda pode levar muitas vezes agrave

inviabilidade da ostreicultura (LENZ 2008)

No Brasil as populaccedilotildees primitivas ao longo da costa foram grandes apreciadoras de

moluscos marinhos e sempre fizeram de ostras como fonte de alimentaccedilatildeo o que se comprova

pelos sambaquis que se localizam em diversas regiotildees do litoral (ALVES 2004) Esta

atividade eacute a que mais se aproxima de um modelo de aquicultura ecoloacutegica sustentaacutevel No

Nordeste do Brasil o potencial para criaccedilatildeo de ostras eacute elevado mas existem poucas fazendas

instaladas e a maior parte da produccedilatildeo eacute oriunda do extrativismo (PEREIRA et al 2007)

Apesar de se observar tradiccedilatildeo de consumo de caldo de ostras e da ostra fresca in natura na

concha em restaurantes e bares do litoral natildeo existe uma quantificaccedilatildeo desses elementos da

cadeia produtiva De modo geral o cultivo de ostras eacute realizado em todas as regiotildees do Brasil

sendo que no Norte e Nordeste acontece de forma artesanal ou experimental e de forma

industrial apenas nas regiotildees Sudeste e Sul

34 Gestatildeo administrativo-financeira de pequenos negoacutecios

Uma empresa exerce atividades econocircmicas profissionais com fins lucrativos por

meio da articulaccedilatildeo dos fatores produtivos baacutesicos para a circulaccedilatildeo de bens ou serviccedilos

(SEBRAE 2009) O mundo contemporacircneo passa por uma fase de mudanccedilas extremamente

raacutepidas que impactam fortemente o posicionamento estrateacutegico dos empreendimentos em seu

contexto de atuaccedilatildeo A gestatildeo empresarial estaacute impreterivelmente direcionada ao consistente

gerenciamento dos riscos e oportunidades avaliando corretamente os efeitos da capacitaccedilatildeo

estrateacutegica empresarial num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000)

A correta administraccedilatildeo exige do empresaacuterio um planejamento preacutevio que responda

algumas questotildees baacutesicas como Qual a missatildeo da empresa Qual o seu puacuteblico-alvo Quanto

se deve investir na empresa Como divulgar seus produtos e serviccedilos Qual o tempo de

retorno do investimento realizado Quais seratildeo os custos fixos e variaacuteveis da empresa Qual

seraacute o meu lucro baseado nas expectativas de vendas RODRIGUES (2005) cita que de

acordo com os estudos do SEBRAE 62 das empresas fecham suas portas antes de

completar o terceiro ano de vida e uma das causas principais desse processo de desativaccedilatildeo eacute

a falta de planejamento

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 24: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

25

O planejamento deve ser encarado como uma importante ferramenta relacionada com

a preparaccedilatildeo organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de um determinado projeto e que expotildee o interesse

em prever e organizar accedilotildees e processos que vatildeo acontecer no futuro aumentando a sua

racionalidade e eficaacutecia (MALUCHE 2000) Qualquer atividade que manipule valores

independente do seu tamanho e abrangecircncia estaacute sujeita aos controles baacutesicos da gestatildeo

administrativo-financeira tais como contas a pagar e a receber (fluxo de caixa) custos fixos e

variaacuteveis receita lucro gastos com manutenccedilatildeo depreciaccedilatildeo dos equipamentos e

investimentos envolvendo todas as entradas e saiacutedas monetaacuterias da empresa (SANVICENTE

1997)

Holanda (1987 apud RODRIGUES 2005) considera como custo qualquer valor

empenhado para produzir ou adquirir um determinado bem sendo classificado como fixos e

variaacuteveis O custo fixo se refere agraves despesas que natildeo satildeo afetadas pelo volume total da

produccedilatildeo ou pelas vendas da empresa enquanto o custo variaacutevel eacute diretamente influenciado

pelas mateacuterias-primas utilizadas na produccedilatildeo beneficiamento eou venda (SOUZA-FILHO

2003) Em todo caso eacute a natureza das atividades e processos produtivos que determinaraacute se

um custo eacute fixo ou variaacutevel na empresa (OLIVEIRA-FILHO SILVA 2000) Dentre outros

controles destaca-se a receita ou o valor total obtido com a venda dos produtos da empresa

num certo periacuteodo de tempo e o lucro que eacute o saldo positivo da operaccedilatildeo da receita total

menos o custo total (RODRIGUES 2005)

Segundo Ballou (1993 apud RODRIGUES 2005) existem dois tipos de mercados

distintos que adquirem os produtos da empresa o primeiro composto pelos usuaacuterios finais

que iratildeo consumir o produto para atender suas necessidades ou ateacute mesmo para criar novos

produtos e o segundo por aqueles que natildeo consomem o produto mas o disponibilizam para

revenda chamados de intermediaacuterios Os consumidores finais se caracterizam por adquirir

pequenas quantidades e satildeo bastante numerosos comprando com maior frequecircncia enquanto

os intermediaacuterios formam um contingente numericamente menor mas que adquirem os

produtos em maior quantidade

As micro e pequenas empresas possuem papel de destaque no mercado consumidor e

consequentemente no desenvolvimento econocircmico e social do paiacutes contribuindo para a

geraccedilatildeo do emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al

2011) Segundo dados do Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa (2008) sua

participaccedilatildeo correspondeu a 98 no universo dos estabelecimentos formais brasileiros e

foram responsaacuteveis por 43 dos postos de trabalhos formais urbanos criados no paiacutes no

periacuteodo de 2002 a 2006 (SEBRAE 2009) Segundo SANTOS (2013) a atividade de criaccedilatildeo

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 25: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

26

de ostras instalada no Baixo Sul baiano contribui para estimular o empreendedorismo junto agrave

populaccedilatildeo extrativista que sobrevive da pesca de mariscos na comunidade de Graciosa (BA)

ressaltando a figura do empreendedor que na definiccedilatildeo de FILION (1999) eacute aquele que

apresenta determinadas habilidades e competecircncia para criar abrir e gerir um negoacutecio

obtendo resultados positivos

O Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes da RAIS (Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais)

apresenta o criteacuterio ldquonuacutemero de empregadosrdquo para classificar o porte das empresas

microempresa de 1 a 19 pequena empresa de 20 a 100 meacutedia empresa de 101 a 500 e

grande empresa acima de 501 funcionaacuterios Para fins comerciais a Secretaria da Receita

Federal define as empresas de acordo com a Lei 9841 de 051099 do SIMPLES

caracterizando como micro empresa aquela que faturar anualmente ateacute R$ 24000000

(MALUCHE 2000)

A importacircncia de se exercer os controles de custos e investimentos de um negoacutecio eacute

inegaacutevel mas sua administraccedilatildeo eficiente natildeo se limita apenas ao cumprimento de tarefas

relacionadas com esses aspectos de modo que se faz necessaacuterio escolher um meacutetodo de

avaliaccedilatildeo do seu desempenho econocircmico que deve ser encarado como um guia adaptaacutevel agrave

situaccedilatildeo de cada projeto individualmente (BLACHE 2012)

O intuito de um negoacutecio comercial eacute obter uma rentabilidade satisfatoacuteria para o capital

investido de modo que a estimativa dos iacutendices de desempenho financeiro de qualquer

atividade econocircmica ganha relevacircncia por proporcionar ao investidor uma reduccedilatildeo na

incerteza quanto agrave sua atratividade (SOUZA- FILHO 2003)

A gestatildeo empresarial estaacute atrelada a um modelo consistente gerenciamento dos riscos

e oportunidades num mercado cada vez mais competitivo (MALUCHE 2000) o qual deve

ser encarado adaptado agrave situaccedilatildeo de cada projeto individualmente No entanto uma critica que

tem sido feita aos modelos econocircmicos de avaliaccedilatildeo desses projetos eacute que eles simulam uma

situaccedilatildeo ideal com produccedilatildeo maacutexima e venda de todo o estoque produzido (BLACHER

2012)

Muitos satildeo os trabalhos cientiacuteficos sobre a biologia das espeacutecies de ostras nativas e

suas tecnologias de produccedilatildeo controlada mas existe uma carecircncia de informaccedilotildees com base

em estudos de viabilidade econocircmica de fazendas de cultivo no Brasil principalmente quando

sua produccedilatildeo eacute de pequena escala Nesse sentido um estudo realizado sobre a produccedilatildeo de

sementes diploides da ostra Crassostrea gigas em Santa Catarina mostra que um laboratoacuterio

com capacidade de produccedilatildeo ateacute 50 milhotildees de sementes deve fixar o preccedilo do milheiro em

R$ 1700 valor que se reduz para R$ 1080 quando esta capacidade aumentar para 100

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 26: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

27

milhotildees de sementes (BLACHER 2012) O Departamento de Aquicultura da Universidade

Federal de Santa Catarina iniciou o cultivo de ostras em 1983 com o projeto ldquoViabilidade

econocircmica do cultivo de ostras consorciado com o de camarotildeesrdquo apoiado financeiramente

pelo Banco do Brasil SA em 1985-1988 (FERREIRA OLIVEIRA-NETO 2006) A

EPAGRI-SC avaliou em 2005 os indicadores teacutecnicos e econocircmicos em trecircs fazendas de

cultivo de ostras durante duas safras consecutivas concluiacutedo que a atividade eacute considerada

economicamente viaacutevel com retorno do capital investido em 26 anos e que por ser este

inferior a 5 anos eacute considerado excelente para projetos de agronegoacutecio (RODRIGUES

FRASSON KROTH 2007) SOUZA-FILHO (2003) desenvolveu estudo sobre a viabilidade

econocircmica do cultivo de ostras em fazenda com 2 ha em Santa Catarina e concluiu que a

atividade eacute de baixo investimento tecnoloacutegico mas apresenta satisfatoacuteria rentabilidade

financeira

Na Bahia apesar de sua grande extensatildeo costeira a produccedilatildeo de moluscos cultivados

ainda eacute inexpressiva mas a ostreicultura eacute considerada uma atividade atraente pelos seguintes

motivos tem faacutecil execuccedilatildeo apresenta-se como oportunidade de negoacutecios para associaccedilotildees

comunidades e empresas e contribui para a geraccedilatildeo de empregos diretos e indiretos nas aacutereas

de transportes gastronomia turismo e insumos promovendo a integraccedilatildeo da comunidade

com o meio ambiente (SERAFIM-JUNIOR 2012)

4 MATERIAIS E MEacuteTOSOS

O projeto de ostreicultura no rio da Graciosa se localiza 13 km distante de sua foz na

comunidade pesqueira da Graciosa municiacutepio de Taperoaacute (BA) Este povoado faz parte da

subregiatildeo do Baixo Sul baiano (Figura 5) que compreende onze municiacutepios sendo sete

litoracircneos entre Valenccedila e Camamu e apresenta como coordenadas geograacuteficas 13ordm28rsquo46rsquorsquoS e

39ordm05rsquo34rsquorsquoW (SERAFIM-JUNIOR 2012)

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 27: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

28

Figura 5 Localizaccedilatildeo do cultivo de ostras no rio da Graciosa

Fonte FISCHER (2007) com adaptaccedilatildeo do autor atraveacutes do Google Maps (Acessado em10 jul 2013)

A elaboraccedilatildeo do presente trabalho valeu-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva

tendo uma anaacutelise teacutecnica de abordagem quali-quantitativa do cultivo da ostra Crassostrea

brasiliana que se constitui num arranjo produtivo familiar comercial informal executado

com a forccedila do trabalho do seu proprietaacuterio e de um auxiliar em que as ostras satildeo vendidas in

natura pelo proacuteprio proprietaacuterio na forma de atacado ou varejo

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento deste estudo constaram da

pesquisa bibliograacutefica especifica ao tema das observaccedilotildees in loco durante as visitas teacutecnicas

entrevistas e da aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio semiestruturado mostrado no APEcircNDICE A

Para fins de organizaccedilatildeo o trabalho ocorreu em duas etapas (1) na primeira compreendida

de janeiro a dezembro de 2013 realizaram-se as coletas sistemaacuteticas de dados atraveacutes do uso

de formulaacuterio especifico do controle financeiro o levantamento dos dados teacutecnicos

considerou que natildeo havia registros de produccedilatildeo eou vendas ateacute o ano de 2012 o cultivo jaacute se

encontrava em plena atividade desde o ano de 2004 o processo produtivo eacute continuo e que se

podem observar em qualquer tempo todas as fases conhecidas como berccedilaacuterio intermediaria e

da engorda as quais constituem o ciclo completo do cultivo da ostra (2) na segunda entre os

meses de janeiro e maio de 2014 foram sistematizados os dados teacutecnicos obtidos para

projeccedilatildeo dos iacutendices de viabilidade financeira do negoacutecio e da caracterizaccedilatildeo teacutecnica do

cultivo estudado

Na etapa inicial da coleta de dados em janeiro de 2013 foram realizadas duas

reuniotildees na Colocircnia de Pesca Z-53 em Taperoaacute a primeira teve como pauta a apresentaccedilatildeo do

projeto de pesquisa com o fim de se mostrar o interesse e a importacircncia deste estudo para

aquela regiatildeo geograacutefica do Baixo Sul baiano no segundo encontro ocorreu uma interaccedilatildeo

para familiarizaccedilatildeo e ajuste metodoloacutegico sobre o conteuacutedo do instrumento utilizado no

decorrer da pesquisa (Figura 6 ab)

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 28: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

29

Figura 6 a) Reuniatildeo com o presidente da Colocircnia Z-53 b) Sede da entidade em Taperoaacute (BA)

Fonte Sra Jaciara Souza de Oliveira

As principais atividades teacutecnico-administrativas decorrentes do funcionamento desse

empreendimento foram acompanhadas semanalmente geralmente as sextas-feiras incluindo-

se desde a descriccedilatildeo do pacote tecnoloacutegico de produccedilatildeo ateacute as vendas efetuadas de acordo

com as estimativas de extraccedilatildeo e periacuteodos de comercializaccedilatildeo das ostras produzidas

respeitando-se a cultura local em relaccedilatildeo ao modus de colheita e praccedila de comercializaccedilatildeo

A avaliaccedilatildeo financeira foi desenvolvida com base em ADIZES (1990) MALUCHE

(2000) PEREIRA (1995) ROSA (2007) SAacute (2008) SANTOS (2001) SEBRAE (2005)

SEBRAE (2010) SILVA (2002) SOUZA-FILHO (2003) e VERGARA (2005) Atraveacutes dos

dados do investimento da produccedilatildeo dos custos operacionais e da receita anual foram

projetados os iacutendices de desempenho financeiro do cultivo assim descritos ponto de

equiliacutebrio lucratividade rentabilidade e prazo de retorno do investimento

O ponto de equiliacutebrio (PE) eacute considerado um indicador de seguranccedila do negoacutecio e foi

calculado pela foacutermula nordm 1 abaixo

onde PE = Ponto de equiliacutebrio CF= Custo fixo RT = Receita total e CV = Custo variaacutevel

A lucratividade (L) eacute considerada um indicador de eficiecircncia operacional e foi

calculada pela foacutermula ndeg 2 seguinte

onde LL = Lucro liacutequido e RT = Receita total

a b

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 29: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

30

A rentabilidade (R) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e foi calculada pela

foacutermula ndeg 3 a seguir

onde R = rentabilidade LL = Lucro liacutequido e IT = Investimento total

O prazo de retorno do investimento (PRI) eacute um indicador de atratividade do negoacutecio e

foi calculado pela foacutermula ndeg 4 abaixo

PRI =

onde PRI = Prazo de retorno do investimento IT = Investimento total e LL = Lucro liacutequido

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo do milheiro da ostra utilizou-se a formula nordm 5

abaixo

onde CP = custo de produccedilatildeo P = proacute-labore M = mensalidade da Associaccedilatildeo de

Pescadores Qp = quantidades de ostras produzidas

O preccedilo de venda da ostra foi calculado aplicando-se a formula ndeg 6 a seguir

onde PV = preccedilo de venda RT = receita total Qv = quantidade vendida

A interpretaccedilatildeo das informaccedilotildees do questionaacuterio aplicado com o liacuteder do cultivo serviu

para auxiliar na caracterizaccedilatildeo teacutecnica assim como na descriccedilatildeo do ambiente interno e

externo do empreendimento estudado possibilitando que este trabalho gerasse recomendaccedilotildees

teacutecnicas com o fim de tornar mais eficiente a gestatildeo administrativo-financeira e

consequentemente alavancar o empreendimento Para isso utilizou-se o modelo da matriz

SWOT (Strengths Weaknesses Opportunities and Threats) baseado em SILVA et al

(2011) e traduzida como FOFA (Forccedilas Fraquezas Oportunidades e Ameaccedilas)

5 CARACTERIZACcedilAtildeO TEacuteCNICA DO CULTIVO DE OSTRAS

A caracterizaccedilatildeo do cultivo identifica todo o pacote tecnoloacutegico da produccedilatildeo da ostra

na subregiatildeo do Baixo Sul baiano abordando o dimensionamento da infraestrutura destinada

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 30: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

31

agrave produccedilatildeo propriamente dita o meacutetodo de obtenccedilatildeo e manejo das sementes as fases do

cultivo a capacidade de produccedilatildeo atual do projeto e a descriccedilatildeo da cadeia de comercializaccedilatildeo

O cultivo comercial na comunidade de Graciosa atualmente com 12 anos de

existecircncia experimentou avanccedilos tecnoloacutegicos principalmente devido agrave intervenccedilatildeo da

empresa estatal Bahia Pesca SA responsaacutevel pelo fomento e dinamizaccedilatildeo da pesca e da

aquicultura nesse estado Somado a isso instituiccedilotildees de ensino e pesquisa tais como a

Universidade Federal do Recocircncavo Baiano ndash UFRB o Instituto Federal de Ciecircncias e

Tecnologia da Bahia ndash IFBA e a Universidade Federal da Bahia - UFBA tecircm prestado

contribuiccedilotildees aos trabalhos de pesquisa nas aacutereas de tecnologia do pescado avaliaccedilatildeo

socioeconocircmica e caracterizaccedilatildeo dos ambientes uacutemidos costeiros apropriados para o

desenvolvimento da aquicultura marinha e estuarina Estas accedilotildees fazem parte de um programa

de desenvolvimento da pesca e da aquicultura com o objetivo de fomentar e diversificar a

produccedilatildeo familiar de alimentos ecologicamente sustentada e a exploraccedilatildeo comercial de

moluscos com a consequente geraccedilatildeo de emprego e renda nas comunidades ativas litoracircneas

do estado da Bahia

A malacocultura surgiu em todo paiacutes como uma alternativa de renda aleacutem de

contribuir para a fixaccedilatildeo das populaccedilotildees nativas litoracircneas em seus ambientes tradicionais ao

mesmo tempo em que se reduz a pressatildeo sobre a pesca artesanal fazendo com que os

pescadores e marisqueiras cumpram de forma mais efetiva o periacuteodo do defeso de algumas

espeacutecies ameaccediladas de sobrexploraccedilatildeo (SOUZA-FILHO 2003) Em particular a tecnologia

adotada pelos ostreicultores na regiatildeo de estudo eacute de faacutecil execuccedilatildeo pois exige baixo

investimento tecnoloacutegico assim como ocorre com os demais modelos de produccedilatildeo e engorda

de moluscos praticados no litoral brasileiro A atividade apresenta-se como uma boa

perspectiva social e econocircmica para as comunidades pesqueiras que sobrevivem do comeacutercio

da ostra (Figura 7 ab) comum naquela regiatildeo litoracircnea do baixo Sul baiano

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 31: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

32

Figura 7 a) Ostra aberta apresentando padratildeo comercial b) Ostras do cultivo com tamanhos e formas diferentes

Fonte Elaborada pelo autor

Por se tratar de um projeto inferior a dois hectares de aacuterea explorada as suas licenccedilas

ambientais preacutevias de instalaccedilatildeo e de operaccedilatildeo natildeo ocasionam ocircnus financeiro para os

maricultores locais

Segundo os ostreicultores do rio da Graciosa a maior incidecircncia de desova da

Crassostrea brasilina no Baixo Sul Baiano se verifica nos meses de setembro e outubro e

nos meses de fevereiro e marccedilo do ano seguinte se procede agrave captura e seleccedilatildeo das ldquosementesrdquo

com 20 plusmn 05 cm para iniacutecio do cultivo (Figura 8 ab)

Figura 8 a) Seleccedilatildeo de sementes sobre a balsa b) Sementes com tamanhos variados para iniacutecio da engorda

Fonte Elaborada pelo autor

No rio da Graciosa observa-se elevado potencial reprodutivo da Crassostrea

brasiliana facilitando a captura de sementes nos substratos submersos temporariamente na

aacutegua (Figura 9)

a b

a b

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 32: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

33

Figura 9 Aglomeraccedilatildeo de ostras no pilar da ponte do rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

51 Infraestruturas destinadas ao cultivo

Os ostreicultores adotam o sistema de produccedilatildeo tecnicamente conhecido como

ldquoflutuanterdquo constituiacutedo de trecircs fases (a) berccedilaacuterio (b) intermediaacuteria ou de crescimento (c) de

engorda propriamente dita (Figura 10) e atualmente uma das mais conhecidas e utilizadas ao

longo de todo o litoral brasileiro (Figura 11)

Figura 10 Fases de crescimento da ostra (Crassostrea brasiliana) durante o cultivo

Fonte Elaborada pelo autor

Para fixaccedilatildeo e flutuaccedilatildeo das lanternas eacute utilizado o ldquoespinhelrdquo que se constitui de um

cabo de nylon com diacircmetro de 16 mm e comprimento uacutetil de 100 m acoplado agraves poitas

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 33: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

34

construiacutedas em concreto e fixadas nas extremidades e laterais para a sua ancoragem Um

conjunto de ldquoboiasrdquo ou ldquobombonasrdquo com capacidade de 50 L o manteacutem suspenso na

superfiacutecie da aacutegua sendo que em cada boia satildeo fixadas duas lanternas

Figura 11 Vista parcial do sistema flutuante instalado no rio da Graciosa

Fonte Elaborada pelo autor

A lanterna eacute uma estrutura acoplada ao espinhel confeccionada com tela nylon

multifilamento com 8 mm entre noacutes protegendo a fileira de bandejas ou pratos em nuacutemero de

6 por lanterna constituem 5 espaccedilos onde satildeo colocadas as ostras para crescimento eou

engorda Na confecccedilatildeo dessas lanternas satildeo utilizados 2 tipos de pratos ou bandejas com 40

cm de diacircmetro sendo o prato com borda lateral utilizado para acondicionamento das

ldquosementesrdquo de ostra na fase inicial de berccedilaacuterio e o prato sem borda utilizado para

acondicionamento das ldquoostras juvenisrdquo durante as fases intermediaacuteria (crescimento) e final

(engorda) Figura 12

Figura 12 Tipos de pratos utilizados na confecccedilatildeo de lanternas

Fonte Elaborada pelo autor

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 34: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

35

A distacircncia entre as lanternas eacute de 1 m e as ldquobandejasrdquo ou ldquopratosrdquo satildeo povoados com

ostras de forma que umas natildeo fiquem sobre as outras Inicialmente na fase berccedilaacuterio essas

bandejas recebem 300 unidades de ostra denominadas ldquosementesrdquo com diacircmetro variando na

faixa de 10 ndash 25 cm perfazendo um total de 1500 unidades de ostra por lanterna As

bandejas das lanternas utilizadas nas fases ldquointermediaacuteriasrdquo satildeo povoadas com 120 unidades

com tamanho de 30 - 40 cm perfazendo um total de 600 ostras por lanterna Finalmente as

bandejas das lanternas utilizadas na fase de engorda satildeo povoadas com 60 unidades de ostra

com tamanho meacutedio de comercializaccedilatildeo a partir de 6 cm perfazendo um total de 300

unidades por lanterna O periacuteodo da criaccedilatildeo naquela regiatildeo eacute de 12 a 15 meses desde a fase

berccedilaacuterio ateacute o final da engorda tempo em que essas ostras apresentam um comprimento de

70 plusmn 20 cm e jaacute estando apropriadas para comercializaccedilatildeo (Figura 13)

Figura 13 Lanterna usada para engorda com ostras prontas para comeacutercio

Fonte Elaborada pelo autor

A parte da estrutura destinada ao cultivo foi inicialmente instalada no mecircs de outubro

de 2004 pela empresa Bahia Pesca SA vinculada a Secretaria da Agricultura agravequela eacutepoca

ao custo total de R$ 1600000 Atualmente essa infraestrutura eacute constituiacuteda de 1 balsa 2

espinheacuteis e 340 lanternas A balsa flutuante eacute formada por uma plataforma em madeira

medindo 24 m2 com dimensotildees de 4 x 6 m (Figura 14) O piso eacute constituiacutedo de taacutebuas de

madeira rustica de 30 x 400 cm possuindo um conjunto de 22 bombonas com capacidade de

200 L cada para flutuaccedilatildeo da mesma Fixadas ao seu lastro existem ainda nas laterais direita

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 35: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

36

e esquerda duas poitas de concreto armado pesando 400 kg cada para ancoragem A

cobertura da balsa eacute construiacuteda com 25 telhas de fibra de vidro

Figura 14 Balsa de apoio ao cultivo com aacuterea construiacuteda de 24 m2

Fonte Elaborada pelo autor

No sentido longitudinal e na extremidade anterior dessa balsa satildeo acoplados 2

espinheis de 100 m de extensatildeo cada acoplado com 85 bombonas e em cada bombona satildeo

amarradas 2 lanternas (Figura 15)

Figura 15 Vista parcial do espinhel instalado a montante da balsa

Fonte Elaborada pelo autor

Em cada espinhel satildeo amarradas 7 poitas de concreto armado sendo 1 pesando 1250

kg 4 de 150 kg cada e 2 pesando 400 kg cada somando um subtotal de 14 poitas nos dois

espinheacuteis outras 2 poitas pesando 1250 satildeo amarradas no extremo posterior da balsa

totalizando 16 poitas as quais tecircm a funccedilatildeo de contrabalanccedilar as traccedilotildees causadas pelas

variaccedilotildees das mareacutes e pelas correntezas do rio da Graciosa principalmente ocasionadas pelas

fortes chuvas verificadas naquela regiatildeo (Figura 16)

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 36: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

37

Figura 16 Poitas de concreto utilizadas na ancoragem da balsa e do espinhel

Fonte Elaborada pelo autor

52 Coleta das sementes

Existem vaacuterios tipos de coletores constituiacutedos de forma e materiais diferentes para

captura de sementes de ostras-do-mangue no meio ambiente Na comunidade de Vaza-Barris

no estado de Sergipe foram utilizados coletores de material PVC e garrafa PET (SIQUEIRA

2008) considerados de importacircncia ecoloacutegica por permitir sua reciclagem e a retirada do

meio ambiente

Em Graciosa atualmente natildeo se utilizam coletores convencionais de captura de

sementes para inicio da engorda das ostras cultivadas Conforme informaccedilatildeo do liacuteder do

empreendimento e das observaccedilotildees in loco estas sementes satildeo extraiacutedas no ambiente do

proacuteprio local do cultivo de forma manual com auxiacutelio de uma faca inox por ocasiatildeo da

limpeza das bombonas das estruturas da balsa das que se fixam nos pilares da ponte sobre o

rio da Graciosa eou em sua maioria das proacuteprias lanternas durante o manuseio das ostras em

suas diversas fases de crescimento Essa praacutetica tem a vantagem de se obter uma semente de

maior tamanho o que faz diminuir o periacuteodo de crescimento durante o cultivo (Figura 17)

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 37: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

38

Figura 17 Sementes da ostra (Crassostrea brasiliana) variando de 05 a 3 cm de tamanho

Fonte Elaborada pelo autor

Segundo MONTANINHI-NETO (2011) na natureza a duraccedilatildeo do periacuteodo larval da

ostra eacute determinada pela temperatura da aacutegua e disponibilidade de alimento sendo que a

salinidade e turbidez podem inibir seu crescimento provocar a mortalidade dessas larvas e

interferir na dispersatildeo das mesmas no ambiente (GUIMARAtildeES GOMES PEIXOTO

OLIVEIRA 2008) citam que o cultivo de C mangle deve ser realizado em estuaacuterios com

variaccedilatildeo de salinidade entre 15 e 25 UPS objetivando maximizar a sobrevivecircncia por ser esta

a faixa de salinidade de conforto para essa espeacutecie Na regiatildeo do estudo significativa

quantidade dessas sementes se perderia em razatildeo da accedilatildeo de predadores tais como algumas

espeacutecies siris Callineces spp eou paacutessaros Entretanto com a accedilatildeo do cultivo no local as

perdas ou mortalidades dessas sementes em grande escala satildeo evitadas

53 Manejo das ostras cultivadas

O manejo e limpeza das ostras e lanternas respectivamente se datildeo a cada periacuteodo de

60 - 90 dias As ostras que se encontram no interior dos pratos satildeo contadas e limpas com o

uso de uma faca de tamanho grande para a retirada de sementes cracas eou de outros

incrustantes que fazem parte do fouling e em seguida satildeo selecionadas por tamanho (Figura

18) As lanternas vazias satildeo suspensas nos esteios de madeira superiores da balsa de suporte

durante trecircs dias para secagem e posterior limpeza com escova de nylon (Figura 19)

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 38: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

39

Figura 18 Limpeza das ostras juvenis com uso de faca

Fonte Elaborada pelo autor

Figura 19 Lanternas suspensas secando ao ar livre para posterior limpeza

Fonte Elaborada pelo autor

As sementes obtidas com tamanho de (20 plusmn 05 cm) satildeo estocadas numa taxa de

lotaccedilatildeo correspondente a 1500 unidades por lanterna previamente limpas e preparadas o que

caracteriza o inicio de uma nova fase berccedilaacuterio As demais ostras a depender do tamanho satildeo

acondicionadas em outras lanternas que iratildeo fazer parte das fases intermediaacuteria ou de engorda

A limpeza da lanterna serve para facilitar a circulaccedilatildeo de aacutegua no seu interior melhorando a

alimentaccedilatildeo das ostras e aumentando sua sobrevivecircncia aleacutem de possibilitar a recontagem e

eliminaccedilatildeo dos indiviacuteduos mortos A limpeza das ostras ajuda eliminar pragas deixando-as

livres para o pleno crescimento (Figura 20)

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 39: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

40

Figura 20 Lanterna totalmente coberta pelo fouling

Fonte Elaborada pelo autor

54 Estimativa da capacidade de produccedilatildeo

A estrutura de crescimento e engorda das ostras eacute constituiacuteda por 340 lanternas e

desse total 90 (2647) satildeo destinadas agrave fase de berccedilaacuterio 190 (5588) agrave fase intermediaacuteria

e 60 (1764) destinadas agrave fase final de engorda considerando-se ainda uma sobrevivecircncia

meacutedia de 85 na fase berccedilaacuterio e de 90 nas fases intermediaacuteria e de engorda

respectivamente Nas fases de berccedilaacuterio intermediaacuteria e engorda cada lanterna eacute povoada com

125 50 e 25 duacutezias respectivamente

Considerando-se o nuacutemero total de lanternas em cada fase a de berccedilaacuterio eacute iniciada

com 11250 Dz e finaliza com 9562 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de

85 a fase intermediaacuteria eacute iniciada com 9500 Dz e finaliza com 8550 Dz considerando-se

uma sobrevivecircncia de 90 Do subtotal de 8550 Dz sobreviventes desta fase intermediaacuteria

1500 Dz continuam em crescimento na fase de engorda restando 7050 Dz de ostras para

atender aos pedidos de compras no atacado A fase final de engorda eacute iniciada com 1500 Dz e

finaliza-se com 1350 Dz considerando-se nesta fase uma sobrevivecircncia de 90

A capacidade de produccedilatildeo da infraestrutura estudada totaliza 8400 duacutezias por ciclo de

12 - 15 meses de cultivo correspondendo a 7050 duacutezias de ostras com tamanho meacutedio de 50

- 60 cm e 1350 duacutezias com tamanho grande igual ou acima de 80 cm (Tabela 1)

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 40: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

41

Tabela 1 Capacidade de produccedilatildeo do empreendimento

Fase do cultivo

Nuacutemero de

lanternas por

fase

Lotaccedilatildeo

inicial p

lanterna

(Dz)

Subtotal por

fase

(Dz)

Sobrevivecircncia

estimada ()

Subtotal

(Dz)

Capacidade de

produccedilatildeo por

fase (Dz)

Berccedilaacuterio (B) 90 125 11250 85 9562 -

Intermediaacuteria (I) 190 50 9500 90 8550

(-1500) 7050

Engorda (E) 60 25 1500 90 1350 1350

Total (I +B) - - - - 8400

Fonte Elaborada pelo autor

55 Cadeia de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada

Apoacutes o teacutermino da fase de engorda e atendendo as expectativas de extraccedilatildeo e

demanda dos clientes uma vez por semana geralmente agraves sextas-feiras as ostras satildeo

despescadas das lanternas e comercializadas na ponte do rio da Graciosa a preccedilos de

R$200Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e ao preccedilo de R$ 600Dz as de tamanho

grande igual os acima de 80 cm

O mercado na regiatildeo do estudo se apresenta com diversos mecanismos de

distribuiccedilatildeo e venda ao consumidor (Figura 21) representados pelos consumidores locais e

de intermediaacuterios de outras regiotildees principalmente a de Salvador devido agrave localizaccedilatildeo

geograacutefica estrateacutegica do povoado de Graciosa proporcionando a existecircncia de uma

demanda constante

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 41: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

42

Figura 21 Diagrama de comercializaccedilatildeo da ostra cultivada oriunda da comunidade de Graciosa Taperoaacute (BA)

Produtor

Intermediaacuterio

1

Consumidor 1

Intermediaacuterio

2

Consumidor 2RestaurantesAmbulantes

de praia

Quiosque

de praia

Consumidor 3

1

2

- Venda atacado

- Venda varejo

1

1

1

1 1

2

2 2

2

3

- Venda consignaccedilatildeo 3

Fonte Elaborada pelo autor

Consideram-se como consumidor-1 os clientes que compram no varejo diretamente

do produtor o intermediaacuterio-1 eacute o responsaacutevel pelo transporte em grandes quantidades

dessas ostras agrave cidade de Salvador e o intermediaacuterio-2 eacute quem revende as ostras no

atacado aos estabelecimentos comerciais de bares quiosques de praia e ambulantes da

praia Por sua vez os restaurantes em Salvador revendem essas ostras aos seus clientes

classificados como consumidor-2 Na sequecircncia o quiosque de praia revende as ostras no

varejo ao consumidor-2 considerado seu cliente direto e tambeacutem revende no atacado aos

ambulantes da praia que por sua vez as revendem no varejo aos frequentadores da praia e

aos turistas da orla mariacutetima representados no diagrama acima pelo consumidor-3 Aleacutem

disso desempenha tambeacutem papel importante na divulgaccedilatildeo e no fomento ao consumo

dessas ostras cultivadas a Colocircnia de Pesca Z-53 localizada no municiacutepio de Taperoaacute

(BA) Na venda de quantidades acima de 50 Dz por cliente as ostras satildeo acondicionadas

em sacos de fibra plaacutestica (Figuras 22 ab) tendo como principal destino a cidade de

Salvador que dista a 110 km da comunidade de Graciosa via Rodovia BA- 001

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 42: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

43

Figuras 22 a) Sacos de fibra plaacutestica acondicionados com ostras destinadas ao comercio b) Desembarque de

ostras embaladas para venda no atacado

Fonte Elaboradas pelo autor

Quando comercializadas em quantidades inferiores a 10 Dz as ostras satildeo

acondicionadas em sacos plaacutesticos de supermercado Por sua vez em Salvador os

intermediaacuterios as revendem aos restaurantes quiosques de praia e aos ambulantes ao preccedilo de

R$400Dz as de tamanho meacutedio de 50 cm e a R$1000Dz as de tamanho grande acima de

80 cm Atualmente funciona um restaurante flutuante no municiacutepio de Cairuacute (BA)

localizado perto do povoado de Itaipu que nos finais de semanas e feriados compra uma

meacutedia de 60 Dz de ostras de tamanho grande e as revendem aos turistas que frequentam a ilha

de Tinhareacute quando os mesmos estatildeo se deslocando para as praias de Boipeba e Morereacute ao

preccedilo de R$ 1500Dz ldquoin naturardquo e a R$2500Dz na forma ldquogratinadardquo (Figura 23 ab)

Figura 23 a) Restaurante flutuante com tanque-rede acoplado lateralmente para acondicionamento de peixes e

ostras b) Ostra gratinada

Fonte Elaboradas pelo autor

Os restaurantes e quiosques de praia em Salvador anunciam em seus cardaacutepios a venda

da duacutezia de ostras variando entre R$1800 e R$2200Dz na forma ldquoin naturardquo limpas

a b

a b

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 43: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

44

escovadas e abertas prontas para o consumo enquanto os ambulantes das praias geralmente as

vendem ao preccedilo de R$100 a unidade (Figura 24 ab)

Figura 24 a) Ostras prontas para o consumo b) Estrutura de venda de ostras dos ambulantes nos ambientes de

praia

Fonte Elaboradas pelo autor

As ostras do cultivo satildeo comercializadas frescas permanecendo vivas e sem nenhuma

forma de beneficiamento ateacute o terceiro dia apoacutes a sua despesca Portanto dificilmente as

mesmas satildeo encontradas agrave venda ldquoin naturardquo em peixarias e demais estabelecimentos

comerciais de distribuiccedilatildeo exceto quando procedentes do extrativismo pesqueiro na forma

escaldadas e congeladas ofertadas na forma ldquodesconchadasrdquo conhecida como ldquocatado de

ostrardquo (Figura 25 ab)

Figura 25 a) Ostras oriundas do extrativismo pesqueiro b) Catado receacutem-preparado pronto congelamento eou

venda

Fonte Elaboradas pelo autor

6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

O total de ostras vendidas no ano de 2013 foi de 7393 Dz sendo que desse conjunto

603 Dz foram consideradas de tamanho grande igual ou maior que 80 cm de comprimento

a b

a b

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 44: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

45

total e 6790 Dz de tamanho meacutedio com comprimento em torno de 50 cm As menores

vendas foram registradas nos meses de maio junho e julho que corresponderam

respectivamente a 438 388 e 438 do total de ostras comercializadas enquanto as

maiores vendas ocorreram nos meses de janeiro novembro e dezembro correspondentes a

1096 1199 e 1244 do universo jaacute mencionado (Figura 26)

Figura 26 Quantidade em duacutezias das ostras vendidas no ano de 2013

Fonte Elaborada pelo autor (MED = tamanho meacutedio GRA = tamanho grande)

Analisando-se os dados de pluviosidade no municiacutepio de Taperoaacute (BA) em 2013

(Figura 27) observa-se que os periacuteodos mais chuvosos corresponderam aos meses de maio

junho julho agosto e novembro coincidindo com os meses de menores vendas (maio junho

e julho) com exceccedilatildeo de novembro e consequentemente menores receitas obtidas pela

ostreicultura na comunidade de Graciosa Este fato pode resultar da influecircncia direta da

ocorrecircncia de chuvas sobre a reduccedilatildeo da atividade turiacutestica particularmente nas praias do

Baixo Sul baiano onde haacute maior consumo de ostras Todavia a pluviosidade registrada no

mecircs de novembro apesar de elevada aparentemente natildeo afetou as vendas nesse periacuteodo

porque se concentrou em sua ultima semana

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 45: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

46

Figura 27 Distribuiccedilatildeo mensal da pluviosidade no municiacutepio de Taberoaacute (BA) em 2013

Fonte CEPLAC Taperoaacute (BA) 2014 adaptado pelo autor

61 Investimento do cultivo

Investimento fiacutesico eacute definido como o conjunto de gastos com aquisiccedilatildeo de maacutequinas

instalaccedilotildees obras civis veiacuteculos mobiliaacuterio e equipamentos de informaacutetica considerado o

ldquoativo imobilizadordquo na linguagem contaacutebil (SANTOS 2001) mas ao contraacuterio das mateacuterias-

primas natildeo eacute consumido no processo operacional produtivo Jaacute o investimento financeiro eacute

aquele destinado agrave formaccedilatildeo de capital de giro para operacionalizaccedilatildeo do negoacutecio ateacute se obter

a primeira receita Esses dois tipos somados constituem o investimento total do

empreendimento neste estudo considerado como a soma dos custos da balsa de suporte

espinhel das poitas canoa e lanternas que constituem a infraestrutura duraacutevel utilizada na

produccedilatildeo de ostras uma vez que nesse periacuteodo natildeo houve aporte de investimento financeiro

no empreendimento

As tabelas 2 3 4 5 e 6 mostram que o valor atualizado dos gastos com o investimento

total no periacuteodo do estudo foi de R$ 3766908 cuja maior parte se realizou no mecircs zero

sendo os demais fluxos de entrada e saiacuteda de recursos financeiros controlados ao longo do

horizonte do planejamento

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 46: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

47

Tabela 2 Custo de construccedilatildeo da balsa

Fonte Preccedilos obtidos na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Telha de fibra de vidro (160 x 50) cm um 25 2600 65000

2 Barrote madeira Massaranduba (15 x 6 x 600) cm um 14 13721 192094

3 Peccedila madeira Massaranduba (20 x 7 x 600) cm um 6 18283 109698

4 Taacutebua de madeira comum (30 x 25 x 300) cm Um 30 4900 147000

5 Bombona plaacutestica cap 200 l Uma 22 12000 264000

6 Lona de pneu para amarrar bombona 2m2 folha 1 120000 120000

7 Silicone 280g tubo 1 1200 1200

8 Prego galvanizado 3 x 9 kg 2 1699 3398

9 Prego vulcanizado 3 x 6 kg 15 1699 2548

10 Parafuso ferro 38rsquo galvanizado comprimento 3m vareta 5 2300 11500

11 Parafuso ferro frac14 polegada galvanizado comp 15m vareta 2 1600 3200

12 Porca Inox 38 polegada um 100 050 5000

13 Porca Inox frac14 polegada um 100 030 3000

14 Arruela Inox 38polegada um 100 210 21000

15 Arruela Inox lanterenira14 polegada um 100 015 1500

Total 950138

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 47: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

48

Tabela 3 Custo de construccedilatildeo do espinhel

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Corda 160 mm Polieacutester torcida branca Itacorda Kg 490 1650 80850

2 Corda 100 mm Polieacutester branca torcida Grilon 38 Kg 120 2210 26520

3 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon 964 Kg 10 3160 3160

4 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon 332 Kg 10 4290 4290

5 Fio Lagosta meacutedio Itacorda Kg 45 990 4450

6 Bombona cap 50 l Uma 170 2500 425000

Total 544270

Fonte Preccedilo obtido na praccedila comercial de Valenccedila (BA)

Tabela 4 Custos das poitas de atracaccedilatildeo da balsa e espinheis

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Poita de concreto 150 kg uma 08 3500 28000

2 Poita de concreto 400 kg uma 04 9000 36000

3 Poita de concreto 1250 kg uma 04 27500 110000

Total 174000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 48: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

49

Tabela 5 Custo da canoa em madeira

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Canoa com remo em madeira 5m comprimento uma 01 220000 220000

Total 220000

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute (BA)

Tabela 6 Custo das lanternas

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo do material Unidade Quantidade

Valor (R$)

Unitaacuterio Total

1 Lanterna berccedilaacuterio uma 90 7900 711000

2 Lanterna intermediaria uma 190 4670 887300

3 Lanterna engorda uma 60 4670 280200

Total 1878500

Fonte Engepesca LTDA

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 49: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

50

62 Estrutura de custos

A Tabela 7 apresenta os custos fixo variaacutevel e total do cultivo estudado O custo total

verificado foi de R$1600487 sendo que R$1483937 e R$116550 corresponderam ao custo

fixo e ao custo variaacutevel respectivamente Natildeo foram computados nessa tabela 7 os custos

com os impostos que incidem sobre o produto eou seguros dos equipamentos por se tratar de

um arranjo produtivo familiar natildeo formal de modo a se efetuar uma anaacutelise bastante fiel agrave

realidade econocircmico social desse projeto de cultivo Os maiores gastos com o custo fixo

foram atribuiacutedos agrave depreciaccedilatildeo e ao proacute-labore que corresponderam respectivamente a 507

e a 404 do total do custo fixo anual Entretanto esse custo fixo correspondeu a 9271 do

custo total do empreendimento no ano de 2013

O custo variaacutevel foi bem inferior ao custo fixo apresentando um valor de R$116550

e correspondeu apenas a 73 do custo total do empreendimento para cuja formaccedilatildeo o item

mais contribuiu foi o gasto com aquisiccedilatildeo das sementes de ostra (Tabela 7)

Tabela 7 Custo fixo variaacutevel e total do empreendimento em 2013

Custos fixos (A)

Nordm de

Ordem Discriminaccedilatildeo

Valor

Anual (R$)

1 Depreciaccedilatildeo do material (02 x 3766908) 753382

2 Manutenccedilatildeo da infraestrutura 112555

3 Proacute-labore 600000

4 Mensalidade associaccedilatildeo maricultores de Taperoaacute 18000

Subtotal (A) 1483937

Custos variaacuteveis (B)

1 Semente de ostra (135 milheiros R$804) 108480

2 Saco plaacutestico 35 x 50 cm (2 kg R$650) 1300

3 Faca tipo cutelo inox 6 polegadas (2 unid R$980) 1960

4 Escova plaacutestica nylon (4 unid R$ 210) 840

5 Bota borracha branca (R$ 2290 par) 2290

6 Vassoura piaccedilava (4 unid R$ 420) 1680

Subtotal (B) 116550

Custo total (A + B) 1600487

Fonte Elaborada pelo autor

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 50: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

51

O custo com a manutenccedilatildeo da infraestrutura do cultivo que corresponde a parte dos

custos fixos do empreendimento em 2013 estaacute detalhado na Tabela 8 com as maiores

quantias sendo atribuiacutedas agrave substituiccedilatildeo de bombonas do espinhel e da balsa correspondendo

a R$ 58500 e equivalente a 52 do total desse custo com a manutenccedilatildeo

Tabela 8 Custo de manutenccedilatildeo no ano de 2013

Fonte Fonte fornecido pelo maricultor

63 Receita anual

Define-se como receita total todo o ingresso de recursos financeiros provenientes das

vendas dos produtos do cultivo que assumiu o valor de R$ 1719800 em 2013 sendo R$

361800 e R$ 1358000 referentes agraves vendas de ostras grandes (603 Dz) e meacutedias (6790 Dz)

respectivamente (Tabela 9) Os meses de janeiro novembro e dezembro foram os mais

significativos na arrecadaccedilatildeo financeira apresentando valores de R$ 190000 R$ 204200 e

R$ 198000 respectivamente

Nordm DE

ORDEM DISCRIMINACcedilAtildeO

VALOR

ANUAL (R$)

1 Reposiccedilatildeo de 09 bombonas cap 50 L 22500

2 Reposiccedilatildeo de 03 bombonas cap 200 L 36000

3 Reposiccedilatildeo de 06 lanternas 28020

4 Taacutebua madeira comum (30 x 25 x 300 cm) 04 unid 19600

5 Nylon seda multifilamento (210 x 18) carretel 1120

6 Prego galvanizado (3 x 6) 06 kg 1012

7 Corda 35 mm Polieacutester branca Grilon (964) 041kg 1295

8 Corda 20 mm Polieacutester branca Grilon (332) 07kg 3003

TOTAL 112550

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 51: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

52

Tabela 9 Quantidades e valores das ostras comercializadas em Graciosa Taperoaacute (BA) em 2013

Mecircs Tipo Vanda

(Dz)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal Total

Mensal

Jan M 740 200 148000

190000 G 70 600 42000

Fev M 630 200 126000

159000 G 55 60 33000

Mar M 550 20 110000

146000 G 60 60 36000

Abr M 520 20 104000

132800 G 48 60 28800

Mai M 315 20 63000

76200 G 22 60 13200

J

Jun

M 255 20 51000 67200

G 27 60 16200

Jul M 295 20 59000

76400 G 29 60 17400

Ago M 595 20 119000

158000 G 65 60 39000

Set M 690 20 138000

189000 G 85 60 51000

Out M 480 20 96000

123000 G 45 60 27000

Nov M 820 20 164000

204200 G 67 60 40200

Dez M 900 20 180000

198000 G 30 60 18000

Total 1719800

Fonte Associaccedilatildeo dos pescadores e maricultores de Taperoaacute-Ba (M = meacutedio G = grande)

64 Custo de produccedilatildeo e preccedilo de venda

O custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras (foacutermula ndeg 5) obtido por divisatildeo do custo

total (R$ 1600487) subtraiacutedo dos valores somados do proacute-labore e da mensalidade da

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 52: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

53

Associaccedilatildeo dos Pescadores (R$ 618000) pela produccedilatildeo total de 100800 unidades foi de R$

9747

O preccedilo de venda da ostra (formula ndeg 6) foi determinado dividindo-se a receita total

do empreendimento de R$ 1719800 pela quantidade vendida de 88716 unidades sendo o

resultado encontrado de R$ 19385milheiro

Para a anaacutelise de viabilidade financeira do empreendimento baseada nos custos e

receitas controlados em 2013 foram projetados os indicadores de desempenho financeiro

Ponto de equiliacutebrio (Foacutermula ndeg 1) Lucratividade (Foacutermula 2) Rentabilidade (Foacutermula ndeg 3)

e o Prazo de retorno do investimento (Foacutermula 4) conhecido como Pay Back Para o inicio do

cultivo em 2013 o empreendimento utilizou 135 mil sementes obtidas a um custo total de

R$108480 que resultou em 8871 milheiros de ostras comercializados equivalentes a 7393

duacutezias gerando uma receita de R$1719800

Analisando-se a Tabela 10 a lucratividade e a rentabilidade calculadas foram

respectivamente de 693 e 317 aa Aleacutem disso em 2013 houve uma retirada de R$

600000 de proacute-labore e ainda foi possiacutevel gerar um saldo de R$ 119313 que entre outras

opccedilotildees de aplicaccedilatildeo poderaacute ser direcionado para o investimento em lanternas com o fim de

aumentar no futuro a produccedilatildeo e consequentemente as vendas pelo empreendimento

Tabela 10 Iacutendices de desempenho financeiro do cultivo em 2013

Variaacuteveis Resultado

Preccedilo de venda (R$) 19385

Venda (milheiro) 8871

Receita total (R$) 1719800

Custo total (R$) 1600487

Lucro (R$) 119313

Lucratividade () 693

Rentabilidade () 317

Ponto de equiliacutebrio () 9255

Prazo de retorno do capital (ano) 3157

Fonte Elaborada pelo autor

Observa-se que naquelas condiccedilotildees financeiras a lucratividade e a rentabilidade

foram ainda positivas embora bem abaixo dos 20 dos iacutendices normalmente esperados para

projetos agropecuaacuterios O ponto de equiliacutebrio (PE) calculado no ano de 2013 foi de 9255

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 53: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

54

significando que o negoacutecio teraacute resultado positivo quando a venda for superior a 8210

milheiros de ostras e a uma receita de R$ 1591508 ainda insuficiente para arcar com o total

do custo anual do empreendimento no valor de R$ 1600487 (Figura 28)

Figura 28 Ponto de equiliacutebrio do empreendimento

RS

Fonte Elaborado pelo autor

Os resultados projetados para 10 anos subsequentes tomando-se como base a taxa de

591 referente agrave poupanccedila acumulada no ano de 2013 (Tabela 11) geram um saldo total de

R$ 1565990 Este mesmo valor tambeacutem natildeo eacute capaz de compensar o investimento inicial de

R$ 3766908 do empreendimento e com o prazo do retorno (PRI) estimado em 3157 anos

pode-se afirmar que seria necessaacuterio um periacuteodo demasiadamente longo para que fosse

totalmente recuperado Diante deste cenaacuterio financeiro fica evidente que esse

empreendimento estudado natildeo eacute viaacutevel do ponto de vista econocircmico por apresentar taxas de

rendimento e lucratividade inferiores a 20 e natildeo conseguir pagar o investimento do negoacutecio

antes de 10 anos considerado um prazo maacuteximo aplicado agrave aquisiccedilatildeo de financiamentos

agropecuaacuterios

821

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 54: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

55

Tabela 11 Projeccedilatildeo dos resultados operacionais financeiros ajustados pela inflaccedilatildeo acumulada (591) em 2013 no periacuteodo 2013 - 2022

Resultado

A n o s

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Preccedilo venda milheiro (R$) 19385 20531 21744 23029 24390 25832 27358 28975 30688 32501

Venda (milheiro) 88716 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718 88718

Receita total (R$) 1719800 1821439 1929086 2043094 2163841 2291724 2427165 2570611 2722534 2883436

Custo total (R$) 1600487 1695076 1795255 1901354 2013724 2132735 2258780 2392274 2533657 2683397

Resultado (R$) 119313 126363 133831 141740 150117 158989 168385 178337 188876 200039

Fonte Elaborada pelo autor

Total do resultado acumulado 2013 - 2022 R$1565990

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 55: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

56

Para que esse projeto de cultivo de ostras se torne economicamente sustentaacutevel deve-

se procurar agregar valor ao produto comercializado de modo a se obter um aumento do

preccedilo de venda eliminar elos de intermediaccedilatildeo buscando novos clientes ou venda direta aos

estabelecimentos de alto consumo desse produto eou procurar baixar os custos fixos

65 Projeccedilatildeo do novo cenaacuterio financeiro

A Tabela 9 mostra que os preccedilos de venda praticados satildeo de R$200Dz e R$600Dz

respectivamente para as ostras com tamanhos de 5 cm e 8 cm Na cidade de Salvador o

intermediaacuterio atualmente revende a ostra de 5 cm a R$400Dz Portanto com a aplicaccedilatildeo de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor do produto pode-se aventar a hipoacutetese de se

atingir ao preccedilo de venda de R$ 300Dz equivalente a R$25000milheiro no mercado de

Graciosa e com isso muda-se o cenaacuterio financeiro do empreendimento Mesmo que sejam

consideradas as quantidades anteriormente comercializadas de 7393 Dz a nova receita

projetada e o lucro dela obtido passam a ser de R$ 2217900 e R$ 617413 respectivamente

e o ponto de equiliacutebrio se reduz para 7061 comprometendo dessa forma 6264 milheiros do

total comercializado valores a partir dos quais o negoacutecio passa a gerar lucro A lucratividade

e a rentabilidade passam a ser respectivamente de 2783 e 1639 e o prazo de retorno do

investimento diminui para 610 anos possibilitando a recuperaccedilatildeo do capital investido em 6

anos e 1 mecircs tornando o cultivo de ostra economicamente viaacutevel (Tabela 12)

Tabela 12 Projeccedilatildeo dos resultados financeiros com o preccedilo de venda a R$25000milheiro

Variaacuteveis 2013 Projeccedilatildeo

Preccedilo de venda (R$milheiro) 19385 25000

Venda (unidade) 88716 88716

Receita total (R$) 1719800 2217900

Custo total (R$) 1600487 1600487

Saldo (R$) 119313 617413

Lucratividade () 693 2783

Rentabilidade () 317 1639

Ponto de equiliacutebrio () 9255 7061

Prazo de retorno do capital (ano) 3157 610

Fonte Elaborada pelo autor

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 56: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

57

Segundo GOMES (2005) uma empresa possui dois ambientes um interno e o outro

externo O ambiente interno eacute formado pelos proprietaacuterios dirigentes funcionaacuterios e toda a

infraestrutura destinada ao processo de obtenccedilatildeo dos produtos e serviccedilos e pode traduzir as

forccedilas e fraquezas do negoacutecio O ambiente externo eacute formado por concorrentes

consumidores fatores poliacuteticos econocircmicos sociais culturais legais e tecnoloacutegicos e

expotildeem as ameaccedilas e oportunidades a que a empresa estaacute submetida Para se criar estrateacutegias

de marketing que visem a alavancar o sucesso de qualquer empreendimento deve-se

inicialmente conhecer o modus operandi da atividade produtiva e analisar os ambientes

interno e externo que afetam os resultados do negoacutecio

Analisando-se os ambientes interno e externo deste empreendimento ressaltam-se

destaques para os aspectos positivos no ambiente interno (espirito de conservaccedilatildeo ambiental)

pois a ostreicultura eacute considerada uma atividade aquiacutecola que mais se aproxima do modelo de

desenvolvimento sustentaacutevel e no ambiente externo (valorizaccedilatildeo do produto pela populaccedilatildeo

local) o que garante mercado para o comeacutercio de ostra na regiatildeo estudada (Tabela 13)

Tabela 13 Fatores positivos e negativos do cultivo de ostra em Graciosa Taperoaacute (BA)

Fatores Internos

P

O

S

I

T

I

V

O

Forccedilas Fraquezas N

E

G

A

T

I

V

O

Uniatildeo dos trabalhadores

Conhecimento empiacuterico sobre a

atividade

Espirito de conservaccedilatildeo ambiental

Localizaccedilatildeo do cultivo proacuteximo aos

centros consumidores

Desorganizaccedilatildeo administrativa

Baixo niacutevel de escolaridade

Falta de investimento no negocio

Natildeo conhecer o mercado de ostras no

estado

Fatores Externos

P

O

S

I

T

I

V

O

Oportunidades Ameaccedilas

N

E

G

A

T

I

V

O

Assistecircncia teacutecnica gratuita

Valorizaccedilatildeo do produto pela

populaccedilatildeo local

Proximidade do cultivo ao grande

centro de Salvador

Satisfatoacuterio meio de transporte

puacuteblico local

Poluiccedilatildeo por efluentes domeacutesticos

Eventuais furtos

Ingresso de novos ostreicultores na regiatildeo

Falta de infraestrutura local de apoio a

comercializaccedilatildeo de pescado

Fonte Elaborada pelo autor

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 57: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

58

Embora todos os aspectos negativos citados tenham sido considerados preocupantes

destacam-se (1) no ambiente interno a desorganizaccedilatildeo administrativa pois se natildeo contornada

natildeo haveraacute crescimento econocircmico-financeiro do cultivo estudado e (2) no ambiente externo a

poluiccedilatildeo causada por efluentes domeacutesticos pois comprometeraacute o meio aquaacutetico do cultivo e a

falta de infraestrutura de apoio ao comeacutercio de pescado cuja ausecircncia favorece a accedilatildeo de

intermediaacuterios na cadeia de comercializaccedilatildeo promovendo assim aumentos no preccedilo do

produto ao consumidor final e diminuiccedilatildeo dos lucros por parte dos produtores locais que se

dedicam ao cultivo de ostra

7 CONSIDEACcedilOtildeES GERAIS

O projeto de ostreicultura objeto desse estudo caracteriza-se como flutuante atraveacutes do

uso de espinhel e lanternas com emprego de baixa tecnologia sendo as sementes coletadas no

proacuteprio local do cultivo com tamanho meacutedio de 2 plusmn 05 cm

A cadeia de comercializaccedilatildeo apresenta dois mecanismos de distribuiccedilatildeo e venda

constituiacutedo pelo consumidor que se utiliza diretamente das ostras para consumo e do

intermediaacuterio que compra no atacado e as revendem para restaurantes quiosques de praia e

ambulantes este uacuteltimo agraves revende aos consumidores e turistas nas praias da cidade de

Salvador (BA)

A receita anual com a venda das ostras foi de R$ 1719800 sendo os meses de novembro

dezembro e janeiro os que apresentaram maior faturamento coincidindo com o periacuteodo de

maior intensidade turiacutestica nas praias da regiatildeo do Baixo Sul e na cidade de Salvador

As menores vendas de ostras registradas nos meses de maio junho e julho coincidiram

com os periacuteodos de maior intensidade pluviomeacutetrica com exceccedilatildeo do mecircs de novembro pelo

fato da alta pluviosidade (3326 mm) ter-se concentrado em sua uacuteltima semana

Houve falhas na subcadeia de comercializaccedilatildeo de ostras que podem ter resultado da falta

de infraestrutura local de apoio ao comeacutercio de pescado desconhecimento do mercado pelos

empreendedores e necessidade de agregaccedilatildeo de valor ao produto

O valor total do investimento o custo de produccedilatildeo do milheiro de ostras e seu preccedilo de

venda foram respectivamente R$ 3766908 R$ 9747 e R$ 19385

Os iacutendices de desempenho financeiro calculados em 2013 foram lucratividade 693

rentabilidade 317 prazo de retorno do investimento 3157 anos e ponto de equiliacutebrio

9255 obtendo-se lucro a acima da venda de 821 milheiros ou 6842 Dz de ostras

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 58: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

59

Projetando-se um aumento no preccedilo de venda a ser praticado no mercado para R$

25000milheiro os iacutendices de desempenho financeiro passam a ser 2783 de lucratividade

1639 de rentabilidade 61 anos como prazo de retorno do investimento e ponto de

equiliacutebrio de 7061 tornando o cultivo mais atrativo e economicamente mais satisfatoacuterio

O cultivo nas atuais condiccedilotildees natildeo demonstra viabilidade econocircmica devido aos

insatisfatoacuterios iacutendices financeiros representados por baixa lucratividade e rentabilidade e um

elevado periacuteodo do retorno do capital investido quando comparado com as expectativas

requeridas para projetos dessa natureza

8 RECOMENDACcedilOtildeES

O processo de administraccedilatildeo puacutebica do estado da Bahia marcado por um processo

histoacuterico no qual as forccedilas dominantes fundamentaram as suas riquezas na posse e

concentraccedilatildeo de terras deve procurar mecanismos gerenciais que possibilitem modificar as

condiccedilotildees atuais de vida da classe de trabalhadores da pesca (pescadores e marisqueiras)

Desse modo a aquicultura familiar surge como alternativa viaacutevel e promissora sobretudo

para as comunidades pesqueiras tradicionais do litoral baiano que sofrem com os efeitos da

estrutura fundiaacuteria fomentada pelo turismo desordenado e concentrador de renda

A ostreicultura surgiu na Bahia como fruto dos resultados de poliacuteticas puacuteblicas

associadas ao fomento da aquicultura com objetivos de criar alternativa econocircmica para

produccedilatildeo de pescado gerar emprego e renda promover o ingresso econocircmico agraves

comunidades pesqueiras e fixar as populaccedilotildees tradicionais em seus locais de origem Como

consequecircncia reduz o extrativismo litoracircneo possibilita a diminuiccedilatildeo da pressatildeo sobre os

estoques pesqueiros e permite o aproveitamento de espeacutecies nativas nos cultivos o que natildeo eacute

diferente na regiatildeo estudada do Baixo Sul baiano

O cultivo de ostras apesar de estar sendo realizado haacute mais de 10 anos nesta regiatildeo

ainda carece da existecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas geradas a partir de um programa de

pesquisa consistente de modo a atingir o mesmo sucesso obtido com a ostra japonesa

Crassostrea gigas em Santa Catarina Assim torna-se evidente que a adoccedilatildeo de teacutecnicas de

criaccedilatildeo e engorda das ostras eacute tatildeo importante quanto o controle financeiro no processo de

gestatildeo eficiente dos recursos disponiacuteveis para esse tipo de empreendimento

A partir das projeccedilotildees realizadas pode-se perceber que o desenvolvimento de

estrateacutegias de marketing e agregaccedilatildeo de valor agrave ostra comercializada no mercado da Graciosa

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 59: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

60

enseja o estabelecimento de um preccedilo igual ou superior a R$ 300Dz equivalente a R$

25000 milheiro o que tornaria o cultivo economicamente viaacutevel Isto possibilitaria que o

dinheiro empregado no investimento da infraestrutura de produccedilatildeo geralmente aplicado a

fundos perdidos e oriundos das poliacuteticas puacuteblicas estaduais eou federais fosse utilizado em

novos projetos iguais a esse possibilitando a expansatildeo da aquicultura na costa da Bahia e

promovendo assim o desenvolvimento socioambiental das comunidades pesqueiras litoracircneas

O estudo tambeacutem aponta que o cultivo em Graciosa carece de eficientes controles de

gestatildeo financeiro-operacional que possibilitem a boa administraccedilatildeo de seu negoacutecio Para que

se possa realizar o efetivo controle esperado respeitando-se as caracteriacutesticas atuais e o

modus operandi do cultivo analisado sugere-se a aplicaccedilatildeo de adequados formulaacuterios de

controle conforme apresentaccedilatildeo no APEcircNDICE - B deste trabalho

Percebe-se na comunidade de Graciosa a facilidade de seus membros incorporarem

novas recomendaccedilotildees teacutecnicas acompanhadas da compreensatildeo e das praacuteticas de accedilotildees que

promovem a sustentabilidade ambiental Em virtude disso espera-se que o referido cultivo

tenha desenvolvimento e continuidade dados os investimentos jaacute realizados ao longo de mais

de 10 anos os objetivos citados e jaacute alcanccedilados

Nota-se que a maioria dos projetos originaacuterios da politica puacuteblica igual agrave que gerou

esse projeto de cultivo se preocupa com as tecnologias de engorda mas ignora a necessidade

do conhecimento das teacutecnicas de comercializaccedilatildeo e de anaacutelise da viabilidade econocircmica do

empreendimento Portanto para que se possa realizar o controle efetivo dos custos do cultivo

estudado em Graciosa com aquelas caracteriacutesticas e considerando o modus operandi do

negoacutecio sugere-se a continuidade de atividades de pesquisa que contemplem o Estudo de

Mercado da ostra no estado da Bahia com a criaccedilatildeo de modelos de avaliaccedilatildeo econocircmica que

sejam adequados agrave realidade operacional desses empreendimentos

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 60: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

61

REFEREcircNCIAS

ADIZES Ichak Ciclo de vida das organizaccedilotildees Satildeo Paulo Pioneira 1990

ALVES R Estudo taxonocircmico de ostras do gecircnero Crassostrea Sacco (1897) da regiatildeo

da Grande Florianoacutepolis-Brasil 2004 40 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004

AMARAL VS Estudo morfoloacutegico comparativo de espeacutecies do gecircnero Crassostrea

(Bivalvia Ostreidea) do Atlacircntico oeste 2010 99 p (Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Zoologia

ndash Malacologia) Instituto de Biociecircncias da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

AZEVEDO RV Biofiltraccedilatildeo e desenvolvimento da ostra Crassostrea rhizophorae

(GUILDING 1828) utilizando efluentes de tanque de sedimentaccedilatildeo de cultivo do

camaratildeo Litopeneaus vannamei (BOONE 1811) 2011 57p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Animal) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2011

BLACHER C Viabilidade econocircmica da produccedilatildeo de sementes diploides de ostras do

paciacutefico Crassostrea gigas (Thunberg 1795) no sul do Brasil 2012 84 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Aquicultura) Universidade Federal de Santa Catarina

Florianoacutepolis 2012

BRITO L Efeito da salinidade sobre o crescimento da ostra nativa Crassostrea sp

como subsiacutedio ao desenvolvimento a maricultura de espeacutecies nativas em

mar aberto 2008 47 p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas Costeiros e

Oceacircnico Universidade Federal do Paranaacute Pontal do Paranaacute 2008

CARVALHO-FILHO J A produccedilatildeo na maior fazenda marinha do Brasil Panorama da

Aquiculrura V16 nordm 97 p 46 ndash 49 setout 2006

CHRISTO SW Biologia reprodutiva e ecologia de ostras do gecircnero Crassostrea

SACCO 1897 na baiacutea de Guaratuba (Paranaacute ndash Brasil) um subsiacutedio ao cultivo 2006

164 f Tese (Doutorado em Ciecircncias Bioloacutegicas ndash Zoologia) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2006

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OSTRAS DE CANANEacuteIA (COOPEROSTRA)

Disponiacutevel em httpwwwcooperostracombr Acesso em 15 abr 2013

FERREIRA J F OLIVEIVEIRA-NETO F M Cultivo de moluscos em Santa Catarina

Infopesca Internacional V 28 p 34-41 2006

FILION LJ Empreendedorismo empreendedores e proprietaacuterios-gerentes de pequenos

negoacutecios Revista de Administraccedilatildeo Satildeo Paulo v 34 n 2 p 5-28 abrjun 1999

FISCHER F NASCIMENTO A PIERINE C FISCHER CM FISCHER F ROCHA

L MATOS LB SANTANA L VINHARES L SANTOS MEPBRITO MR

SANTOS FILHO NG Baixo Sul da Bahia uma proposta de desenvolvimento

territorial Projeto Series Editorial CIAGS Salvador CIAGSUFBA 224 p 2007

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 61: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

62

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2006 Disponiacutevel em ftpftpfaoorgdocrepfao009a0699ea0699epdf

Acesso em 20 nov 2013

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO) The State of World Fisheries

and Aquaculture 2012 Disponiacutevel em httpwwwfaoorgdocrep013i1820ei1820epdf

Acesso em 21 jan 2014

GUIMARAtildeES IM GOMES AI PEIXOTO S OLIVEIRA A Influecircncia da salinidade

sobre a sobrevivecircncia da ostra do mangue Crassostrea rhizophorae Arquivos de Ciecircncias

do Mar v41 n1 p118-122 2008

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVAacuteVEIS (IBAMA) Estatiacutestica da Pesca Brasil grandes regiotildees e unidades da

federaccedilatildeo Brasiacutelia dezembro 2007 113p

INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL (IBAM) Estudo de caso

Organizaccedilatildeo soacutecio produtiva de lideranccedilas jovens em aacutereas rurais e estuarinas do

territoacuterio do Baixo Sul da Bahia (Foro Iberoamericano y del Caribe Mejores Praacuteticas) jul

53 p 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Sinopse do censo

demograacutefico de 2010 na Bahia 2010 Disponiacutevel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=293120ampidtema=75ampsearc

h=bahia|taperoa|estimativa-da-populacao-2012 Acesso em 17 jan 2014

INSTITUTO DE GESTAtildeO DAS AacuteGUAS E CLIMA DA BAHIA (INGA) Plano

desenvolvimento sustentaacutevel baixo Sul da Bahia Secretaria Estadual de Informaccedilatildeo

Ambiental e Recursos Hiacutedricos Salvador 136 p 2010

LENZ TM Biologia reprodutiva da ostra-do-mangue Crassostrea rhizophorae

(Guilding 1828) (Bivalvia Ostreidae) como subsiacutedio agrave implantaccedilatildeo de ostreicultura na

Baiacutea de Camamu (BA) 2008 54p Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sistemas

Aquaacuteticos Tropicais ndash Ecologia) Universidade Estadual de Santa Cruz Ilheacuteus 2008

MALUCHE MA Modelo de controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia

da qualidade 2000 247 p Dissertaccedilatildeo de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia de

produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2000

MONTANINHI-NETO R Influecircncia de variaacuteveis ambientais sobre o desenvolvimento de

ostras Crassostrea (SACCO 1897) na baiacutea de Guaratuba Brasil 2011 64 p Dissertaccedilatildeo

de mestrado (Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Veterinaacuteria) Universidade Federal do Paranaacute

Curitiba 2011

OLIVEIRA- FILHO PN SILVA AH Praticando custos e preccedilos na micro e pequena

empresa (Administraccedilatildeo empresarial 1) Recife SEBRAEPE 54p 2000

OSTRENSKY A BORGHETTI J R SOTO D (Ed) Aquicultura no Brasil o desafio eacute

crescer Brasiacutelia Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca FAO 2008 276 p

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 62: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

63

PEREIRA AML COSTA-FILHO G da S LEGAT A P ROUTLEDGE E A BA

criaccedilatildeo de ostras para a aquicultura familiar (Documentos 163) EMBRAPA Meio Norte

Teresina 2007

PEREIRA H J amp SANTOS S A (org) Criando seu proacuteprio negoacutecio USPSEBRAE 1995

RODRIGUES PT FRASSON Z KROTH LT Viabilidade econocircmica do cultivo de ostras

na regiatildeo de Florianoacutepolis Panorama da Aquicultura v 17 n103 p 39 ndash 43 set out

2007

RODRIGUES ALM Estudo de viabilidade econocircmica financeira para a implantaccedilatildeo de

uma empresa que beneficie ostras produzidas pelos maricultores do municiacutepio de

Florianoacutepolis com os respectivos selos de qualidade do processo e qualidade da origem 2005 122 p Trabalho de conclusatildeo de curso em administraccedilatildeo Universidade Federal de

Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

ROSA Claudio Afracircnio Como elaborar um plano de negoacutecios Brasiacutelia SEBRAE 2007

SAacute CA Fluxo de caixa a visatildeo da tesouraria e da controladoria 2 ed Satildeo Paulo Atlas

2008

SANTOS R Anaacutelise financeira manual do participante moacutedulo 6 (Programa de creacutedito

orientado para novos empreendimentos) Brasiacutelia SEBRAE 2001

SANTOS S S dos Diagnoacutestico da cadeia produtiva de ostras em dois municiacutepios da

regiatildeo do Baixo Sul da Bahia 2013 201 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Animal) ndash

Universidade Federal do Recocircncavo da Bahia Cruz das Almas ndash BA 2013

SANVICENTE AZ Administraccedilatildeo financeira Atlas 3ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo1997

SEBRAE (Org) Anuaacuterio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008

SEBRAEDIEESE 2ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia 2009

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Manual como

elaborar controles financeiros Minas Gerais 2005

SEBRAE Serviccedilos Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Ideacuteias de Negoacutecio ndash

Criaccedilatildeo de Ostras Santa Catarina 2010

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO CIEcircNCIA E TECNOLOGIA (SEPLANTEC)

Macrozoneamento costeiro regiatildeo Sul da Bahia diagnoacutestico socioeconocircmico Ilheacuteus

CRAFUNPAB 1996 101 p (Cartas Temaacutetica e de Siacutentese 3)

SERAFIM JUNIOR M TORRES J V SOUZA E dos R TEIXEIRA J A MENDES I B Produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da ostra nativa Crassostrea rhizophorae (guilding 1828) em uma unidade de cultivo na comunidade de Graciosa Taperoaacute - BA Brasil In 1degSeminaacuterio

Nacional de Gestatildeo Sustentaacutevel Complexidade interatividade e ecodesenvolvimento 2012

Arraial do Cabo RJ Anais UFRJ 2012 p 157-163 Disponivel em httpgestaoecossistemaswordpresscomartigos-completos Acesso em 20 dez 2013

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 63: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

64

SILVA A A da SILVA N S da BARBOSA V de A BAPTISTA J A 2011 A

utilizaccedilatildeo da matriz SWOT como ferramenta estrateacutegica um estudo de caso em uma escola

de idioma de Satildeo Paulo VIII Simpoacutesio de excelecircncia em gestatildeo e tecnologia Disponiacutevel

em httpwwwaedaedbbrsegetartigos1126714255pdf Aceso em 10 jan 2014

SILVA CAT Contabilidade baacutesica 2 ed Satildeo Paulo Atlas 2002

SILVA JR BOEHS G Ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo de larvas de ostras Crassostrea

rhizophorae (Guilding 1828) na baia de Camamu Bahia In VIII Congresso de Ecologia do

Brasil 2007 Caxambu - MG AnaisBoehs Sociedade de Ecologia do Brasil Disponiacutevel

em httpwwwseb-ecologiaorgbrviiicebpdf1103pdf Acesso em 10 dez 2013

SIQUEIRA KL Avaliaccedilatildeo do sistema de cultivo de ostra do gecircnero Crassostrea

(SACCO 1897) no estuaacuterio do rio Vaza-Barris (Sergipe) 2008 77 p Dissertaccedilatildeo de

mestrado (Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede e Ambiente) Universidade Tiradentes

(UNIT) Aracaju 2008

SOUZA FILHO J Custos de produccedilatildeo de ostra cultivada Cadernos de indicadores

agriacutecolas v 3 Florianoacutepolis Instituto de Planejamento e Economia Agriacutecola de Santa

Catarina 23p 2003

TEIXEIRA RM DULCCI NPG SARRASSINI N S MUNHEcirc V P C DULCCI

LZ Empreendedorismo jovem e a influecircncia da famiacutelia a histoacuteria de vida de uma

empreendedora de sucesso Revista de Gestatildeo Satildeo Paulo v 18 nordm 1 p 3-18 janmar 2011

VERGARA SC Projetos e relatoacuterios de pesquisa em administraccedilatildeo Atlas 6ordf ediccedilatildeo Satildeo

Paulo 2005

WAKAMATSU T A ostra de Cananeacuteia e seu cultivo Satildeo Paulo Superintendecircncia do

Desenvolvimento do Litoral PaulistaInstituto Oceanograacutefico 141 p 1973

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 64: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

65

APEcircNDICE - A

MODELO DE ENTREVISTA

Questionaacuterio ndeg 1 ndash Aplicado ao proprietaacuterio do cultivo de ostras

1 Dados pessoais do entrevistado

Nome Idade anos Sexo

Estado civil Dependentes Sim Natildeo Quantos Grau de escolaridade

Analfabeto ( ) 1ordm grau incompleto ( ) 1ordm grau completo ( ) 2ordm grau incompleto ( ) 2ordm grau

completo superior Endereccedilo residencial

Profissatildeo Principal atividade econocircmica ( ) pesca ( ) aquicultura

mariscagem ( ) outra Especificar Pertence alguma entidade civil

organizada ( ) sim ( ) natildeo Nominar

Possui registro de pescador profissional no MPA ( ) sim ( ) natildeo Participou de algum curso

ou treinamento teacutecnico ( ) sim ( ) natildeo Ano Especificar

Entidade realizadora

Estado

2 Dados do cultivo

21 Localizaccedilatildeo

Estado da federaccedilatildeo MuniciacutepioComunidade

Vias de acesso Condiccedilatildeo de trafego ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Distacircncia das sedes dos municiacutepios de Salvador (BA)km Taperoaacute (BA)km

Valenccedila (BA) km Rio em que o empreendimento estaacute implantado

22 Teacutecnicos gerais

Atividade teacutecnica explorada ( ) comercial ( ) subsistecircncia ( ) Outra

Especificar Iniacutecio da exploraccedilatildeo (ano)

Sistema de produccedilatildeo adotado na exploraccedilatildeo ( ) flutuante do tipo balsa ( ) flutuante do tipo

espinhel ou long-line ( ) suspenso fixo do tipo varal ( ) suspenso fixo do tipo mesa Matildeo-

de-obra disponiacutevel para o desenvolvimento da atividade explorada ( ) familiar ( )

contratada Se contratada ( ) fixa ( ) empreitada ( ) ou diaacuteria

Valor em Reais da matildeo-de-obra paga

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 65: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

66

Fases do cultivo ( ) berccedilaacuterio ( ) intermediaacuteria ( ) engorda ( ) outra

Especificar

Existem no mercado regional materiais para confecccedilatildeo e manutenccedilatildeo de lanternas balsa eou

espinhel usados na infraestrutura do cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Em parte

23 Infraestrutura para operaccedilatildeo do cultivo

Principais caracteriacutesticas da infraestrutura de produccedilatildeo da ostra

Balsa

(aacuterea construiacuteda e materiais de construccedilatildeo)

Espinhel - quantidade materiais e comprimento (m)

Poita - tamanho forma e peso (kg)

Boia ou bombona - tipo de material e volume (L)

Lanterna berccedilaacuterio - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna intermediaria - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Lanterna de engorda - tipo de ldquopratordquo e comprimento de malha (cm)

Possui barco de apoio ao cultivo ( ) Sim ( ) Natildeo Especificar

24 Manejo

Local de trabalho ( ) balsa ( ) praia ( ) canoa ( ) outro Especificar

Atividades operacionais desenvolvidas e frequecircncias

Nuacutemero de pessoas que atuam no cultivo Forma de obtenccedilatildeo de sementes

para o cultivo

Se a captura de sementes eacute feita no meio ambiente como isso eacute realizado

Frequecircncia de captura de sementes ( ) diaacuteria ( ) semanal ( ) mensal

Frequecircncia da limpeza contagem e transferecircncia de ostras entre fases de

cultivo

Procedimento de limpeza manutenccedilatildeo e troca de lanternas

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo da balsa

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 66: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

67

Procedimento de limpeza e manutenccedilatildeo do espinhel

Executa medidas preventivas de proteccedilatildeo da infraestrutura do cultivo por ocasiatildeo de

enchentes local ( ) sim ( ) natildeo Quais

25 Produccedilatildeo

Sabe informar a espeacutecie de ostra cultivada

Adquire sementes de algum fornecedor Sim Natildeo

Nominar Qual

o tamanho meacutedio das sementes selecionadas para iniacutecio de cultivo cm Numero de

lanterna destinada agraves fases berccedilaacuterio Intermediaria Engorda Taxa de

lotaccedilatildeo inicial das ostras por fase nas lanternas Berccedilaacuterio Intermediaacuteria

Engorda Taxa percentual de mortalidade meacutedia esperada das ostras ao final da fase

berccedilaacuterio intermediaacuteria engorda Produccedilatildeo estimada de ostras (duacutezias)

respectivamente por fase e por lanterna berccedilaacuteriointermediaacuteria

engorda Tempo meacutedio de cultivomeses Capacidade de produccedilatildeo da

infraestrutura do cultivo duacutezias por ano

26 Comercializaccedilatildeo

Frequecircncia da despesca para comercio anual mensal semanal diaacuteria Para

quem vende Forma ( ) atacado ( ) varejo Local de venda

Padratildeo da ostra comercializada

tamanho cm Preccediloduacutezia R$ Quantidades meacutedias vendidas por mecircs

Dz Faz algum tipo de seleccedilatildeo das ostras vendidas Possui forma de controle

de venda

Tipo de venda ( ) a vista ( ) a prazo Forma de pagamento ( ) Dinheiro ( ) Cheque

Complementa a demanda de vendas com ostras oriundas do extrativismo ( ) Sim

( ) Natildeo As ostras comercializadas sofrem algum tipo de beneficiamento ( ) Nem

sempre ( ) Natildeo ( ) Sim Especificar

Quem determina o preccedilo de comercializaccedilatildeo na regiatildeo do cultivo ( ) produtor ( )

atravessador ( ) mercado local ( ) outros mercados Quais satildeo os periacuteodos do ano de

maiores vendas menores vendas

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 67: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

68

3 Atividade de extensatildeo

Recebe assistecircncia teacutecnica ( ) sim ( ) natildeo Entidade de assistecircncia teacutecnica eou fomento

Publica ( ) Privada ( ) ONG Nominar

Se receber assistecircncia teacutecnica estaacute satisfeito com o serviccedilo prestado ( ) Sim ( ) Natildeo

( ) Em parte Especificar

4 Ambientais

Considera a aacuterea do cultivo apropriado para ostreicultura sim ( ) natildeo ( ) em parte ( )

Comentar Distacircncia aproximada para a costa km Considera o local do cultivo

protegido contra enchentes e corredeiras ( ) sim ( ) Natildeo Realiza analises fiacutesico-quiacutemicas

da aacutegua ( ) Sim ( ) Natildeo Quais satildeo as profundidades do rio da Graciosa no ponto da balsa

miacutenima m Maacuteximam Acha importante preservar o meio ambiente ( ) Sim ( )

Natildeo Adota alguma medida de proteccedilatildeo do meio ambiente na regiatildeo do cultivo ( ) Sim ( )

Natildeo Qual

Acha que o local do cultivo sofre influencia de poluiccedilatildeo ( ) Sim ( ) Natildeo Qual

Orgacircnica ( ) Quiacutemica ( ) Domestica ( ) Industrial O local do cultivo sofreu enchente ( )

Sim ( ) Natildeo Com que frequecircncia ( ) Eventual ( ) Anual ( ) Semestral

O empreendimento possui licenciamento ambiental ( ) Sim ( ) Natildeo Gratuito ( ) pago ( )

5 Opiniatildeo do liacuteder sobre o empreendimento

Quais as principais vantagens da criaccedilatildeo de ostras na regiatildeo do rio da Graciosa

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Quais os principais dificuldades relacionadas com o cultivo

Internas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Externas ao cultivo 1) 2) 3)

e 4)

Perspectiva para o futuro da atividade ( ) Paralisar ( ) Manter como estaacute ( ) Crescer o

cultivo Sabe informar se seratildeo implantados novos empreendimentos de cultivos de ostra

nesta regiatildeo ( ) natildeo ( ) sim Quando

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 68: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

69

APEcircNDICE ndash B

Formulaacuterios de Controles Financeiros

1 Movimentaccedilatildeo de caixa

FLUXO DE CAIXA MOD 01

Saldo anterior R$ ______________

Doc

Nordm

Histoacuterico

Valor (R$)

Entrada Saiacuteda Saldo

Saldo atual

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

2 Controle de manutenccedilatildeo

CONTROLE DE MANUTENCcedilAtildeO MOD 02

Nordf de

Ordem Discriminaccedilatildeo do Serviccedilo

Responsaacutevel

teacutecnico

Data Custo

(R$) Inicio Teacutermino

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

3 Contas a pagar

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR MOD 03

Doc

Ndeg

Fornecedor

Material

Serviccedilo

Emissatildeo

Vencimento

Valor

(R$)

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 69: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

70

4 Controle de venda a prazo

CONTROLE DE VENDA A PRZO MOD 04

Doc

Nordm

Cliente

Quant

(duacutezia)

Preccedilo

(R$)

Entrega

Recebimento

Subtotal

Total

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

5 Cadastro de cliente

CADSTRO DE CLIENTES MOD 05

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica

Razatildeo social

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Produto desejado

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

6 Cadastro de fornecedores

CADASTRO DE FORNECEDOR MOD 06

Pessoa fiacutesica Pessoa juriacutedica Ramo do negoacutecio______________________

Razatildeo social

CGC CPF

Inscriccedilatildeo estadual

Endereccedilo

Telefone

E-mail

Data do aniversaacuterio

Fonte MALUCHE (2000) com adaptaccedilatildeo do autor

V

V

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 70: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

71

7 Quantidades comercializadas mecircs

CONTROLE MENSAL DE VENDA DE OSTRA MOD 07

M ecirc s

Dia Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Subtotal

Categoria

Subtotal

Dia

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 71: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

72

8 Quantidades comercializadas ano

CONTROLE ANUAL DE VENDA DE OSTRA MOD 08

A n o

Mecircs Venda Quantidade

(duacutezia)

Valor (R$)

Unitaacuterio Sub

total

Total

Mensal

Jan M G

Fev M

G

Mar M

G

Abr M

G

Mai M

G

Jun M

G

Jul M

G

Ago M

G

Set M

G

Out M

G

Nov M

G

Dez M

G

Total

Fonte Elaborado pelo autor

73

Page 72: AVALIAÇÃO TÉCNICO-FINANCEIRA DE UM CULTIVO DA … · (BA), pelas informações técnicas e contábeis concedidas sobre o cultivo de ostras em Graciosa (BA), imprescindíveis à

73