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FLÁVIO FERRAZ DE CAMPOS JÚNIOR AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE IN VITRO DA LIGA NÍQUEL-BERÍLIO ÀS CÉLULAS BACTERIANAS E À LINHAGEM CELULAR NCTC CLONE 929. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós–Graduação Interunidades Bioengenharia - Escola de Engenharia de São Carlos / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para a obtenção do título de doutor em Ciências. Área de Concentração: Bioengenharia Orientadora: Profª. Drª. Elisabeth Loshchagin Pizzolitto VERSÃO CORRIGIDA São Carlos, 2015

AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE IN VITRO DA …...Tabela 1 Reserva e produção mundial do níquel. 19 Tabela 2 Reserva e produção mundial do berílio. 26 Tabela 3 Porcentagem dos

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FLÁVIO FERRAZ DE CAMPOS JÚNIOR

AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE IN VITRODA LIGA NÍQUEL-BERÍLIO ÀS CÉLULAS

BACTERIANAS E À LINHAGEM CELULARNCTC CLONE 929.

Tese de doutorado apresentada ao Programade Pós–Graduação InterunidadesBioengenharia - Escola de Engenharia de SãoCarlos / Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto / Instituto de Química de São Carlos daUniversidade de São Paulo como parte dosrequisitos para a obtenção do título de doutorem Ciências.

Área de Concentração: Bioengenharia

Orientadora: Profª. Drª. Elisabeth Loshchagin Pizzolitto

VERSÃO CORRIGIDA

São Carlos,2015

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINSDE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Campos Júnior, Flávio Ferraz de C198a Avaliação da citotoxicidade in vitro da liga

níquel-berílio às celulas bacterianas e à linhagemcelular NCTC Clone 929 / Flávio Ferraz de CamposJúnior; orientadora Elisabeth Loshchagin Pizzolitto.São Carlos, 2015.

Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação Interunidades Bioengenharia e Área de Concentração emBioengenharia -- Escola de Engenharia de São Carlos;Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Instituto deQuímica de São Carlos, da Universidade de São Paulo,2015.

1. níquel. 2. berílio. 3. resistência bacteriana. 4. ligas metálicas. 5. citotoxicidade. I. Título.

DEDICATÓRIA

A minha esposa, companheira e conselheira, Rafaela Messias. O meu muito

obrigado pelos momentos de incentivo e compreensão da minha ausência. Obrigado

por ser essa pessoa tão maravilhosa e obrigado por me dar tranquilidade para

concluir mais uma etapa da minha vida, mais esta realização pessoal e profissional.

A minha princesa, Laura, por existir, por me dar tanta alegria e por me ensinar a

verdadeira razão de viver.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Flávio e Lourdes, que me apoiaram, me incentivaram e me

deram suporte para terminar meu doutoramento. Agradeço por me ensinarem a crer

nos meus sonhos. A minha irmã, Karen, por todo carinho, apoio, compreensão

prestado durante estes 4 anos de doutoramento.

Aos meus sogros, Sr. Messias e Dona Lourdes, que também me deram

tranquilidade para realizar este processo de doutoramento, por confiarem no meu

trabalho e me incentivarem a concluir mais esta etapa. Os considero também meus

pais. Ao meu cunhado, Guilherme, agradeço pela amizade e pelas conversas.

Ao meu grande amigo e companheiro de trabalho, de pesquisa e viagens,

Cássio Antonio Lanfredi dos Santos. O meu muito obrigado por todos os seus

conselhos microbiológicos. Conte sempre comigo.

As funcionárias do setor de Microbiologia Clínica do CRD/NAC.

Ao engenheiro, professor Dr. João Manuel Domingos de Almeida Rollo, pela

grande ideia de testar a liga níquel-berílio, pelos conselhos fornecidos, pela

informação compartilhada e pelo sua grande dedicação à pesquisa. Obrigado por

crer no meu potencial.

Ao grande amigo, Paulo José Martins Bispo, que me auxiliou e cedeu as

cepas ATTCs utilizadas na realização de toda parte prática do projeto e pelas

considerações feitas na língua inglesa.

Ao professor e amigo, Adilson César de Abreu Bernardi, por todos os

ensinamentos passados sobre microbiologia, e também, por ter acreditado em meu

potencial.

Aos meus grandes amigos, Marcelo Cremonez, Jader Moreno, Juliano

Chaker, Fernanda Sanchez, Paulo Barreto Júnior e Carlos Mellaci Jr., Normandis

Cardoso Filho, Raquel Camargo, Willys Tristão, Diego R. Rodrigues e Jhonatan

Perin pelo incentivo, confiança e carinho depositados a mim.

A Deus por me abençoar e iluminar minha vida. Aos meus mentores,

agradeço imensamente pelos conselhos e pelas palavras de amor que me

direcionaram nos momentos difíceis dessa caminhada.

Obrigado a todos que acreditaram em meu sonho.

AGRADECIMENTO ESPECIAL

A professora Doutora Elisabeth Loshchagin Pizzolitto por todo apoio, incentivo,

determinação, ensinamentos, paciência, calma e carinho para comigo. Obrigado por

ter acreditado e lutado comigo durante esses anos. Lembrarei da senhora com muito

carinho, respeito e admiração durante toda minha vida. Uma excelente profissional,

excelente pesquisadora e um excelente ser humano. Obrigado por tudo.

Que o amor à pesquisa, à microbiologia, aos biofilmes e aos docência NUNCA

acabem!

EPÍGRAFE

Penso noventa e nove vezes e nada descubro.

Deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio e

eis que a verdade se revela.

Albert Einstein

RESUMO

CAMPOS JÚNIOR, F. F. AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE IN VITRO DA LIGANÍQUEL-BERÍLIO ÀS CÉLULAS BACTERIANAS E À LINHAGEM CELULAR NCTCCLONE 929. 2015. 114f. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação Interunidadesem Bioengenharia – EESC / FMRP / IQSC, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.

A contaminação de equipamentos e materiais hospitalares por microrganismospotencialmente infecciosos e altamente resistentes aos antibióticos incitam grupos depesquisa e industrias ao redor do mundo a produzir novos materiais, e que estespossuam propriedades capazes de inibir ou eliminar (quase que completamente) apermanência desses patógenos sobre sua superfície. O objetivo deste trabalho foi avaliara citotoxicidade da liga níquel-berílio quando em contato com as cepas bacterianas deStaphylococcus aureus (ATCC 25932), Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228),Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Klebsiella pneumoniae (amostra clínica) eEscherichia coli (ATCC 11775), após diferentes períodos de incubação, e em contato coma linhagem celular NCTC Clone 929, célula de tecido conectivo de camundongo. Pararealização destes ensaios, foram confeccionados corpos de prova da liga níquel-berílio,com aproximadamente 10,0 mm e diâmetro e 3,0 mm de espessura. Para metodologia decitotoxicidade as células bacterianas preparou-se um inóculo bacteriano de 109 UnidadesFormadoras de Colônia por mililitro. Para cada bactéria, um inóculo bacteriano foipreparado e deste, 40 µl foram aplicados em um swab estéril e espalhado no corpo deprova, onde foram introduzidos em placas de Petri, deixados a temperatura 20ºC, pordiferentes períodos de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72 horas). Este teste foirealizado em triplicata. Após cada período de tempo, os corpos de prova erampressionados contra o meio de cultura Agar Mueller-Hinton, em dez diferentes pontos daplaca. O método de difusão em Agar foi utilizado para verificar a citotoxicidade da liganíquel-berílio à linhagem celular NCTC clone 929. Os resultados obtidos demonstram umamaior resistência a liga níquel-berílio das bactérias gram-positivas (S. aureus e S.epidermidis) quando comparadas com as gram-negativas (P. aeruginosa, K. pneumoniaee E. coli). Destas últimas citadas, a E. coli foi a única que sobreviveu até a sexta hora deexposição, quando em contato de uma hora com o corpo de prova. Todavia, os S. aureuse S. epidermidis foram capazes de resistir até a décima segunda hora em contato com aliga níquel-berílio. Contudo, a partir deste período de incubação, nem mesmo osestafilococos toleraram a presença desses íons. Quando analisados os resultados decitotoxicidade, a liga não apresentou qualquer efeito citotóxico as células NCTC clone929, sendo classificadas como índice de zona (IZ) zero. Os dados obtidos demonstramque a liga possui propriedades antibacteriana contra as células bacterianas testadas eque não possui nenhum efeito tóxico à linhagem celular NCTC clone 929. Além disso, aliga NiBe mostrou-se mais citotóxica contra as bactérias gram-negativas.

Palavras-chave: níquel; berílio; resistência bacteriana; ligas metálicas; citotoxicidade;células NCTC 929.

ABSTRACT

CAMPOS JÚNIOR, F. F. EVALUATION OF IN VITRO CYTOTOXICITY OF NICKEL-BERYLLIUM ALLOY THE BACTERIAL CELLS AND CELL LINE NCTC CLONE 929.2015. 114f. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação Interunidades emBioengenharia – EESC / FMRP / IQSC, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.

The contamination of equipment and hospital supplies for potentially infectiousmicroorganisms and highly resistant to antibiotics encourage research groups andindustries around the world to produce new materials, and they have properties able toinhibit or eliminate (almost completely) to stay these pathogens on its surface. Theobjective of this study was to evaluate the cytotoxicity of nickel-beryllium alloy when incontact with the bacterial strains of Staphylococcus aureus (ATCC 25932),Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853),Klebsiella pneumoniae (clinical sample) and Escherichia coli (ATCC 11775), after differentperiods of incubation, and in contact with the cell line NCTC Clone 929, connective tissueof mouse cell. For these assays were prepared coupons of nickel-beryllium alloy, withapproximately 10.0 mm and diameter and 3.0 mm thick. For cytotoxicity methodologybacterial cells prepared in a bacterial inoculum of 109 Colony-Forming Units per milliliter.For each bacterium, a bacterial inoculum was prepared and this, 40 μl were applied in asterile swab and spread in the coupons, which were introduced in Petri dishes left at 20°Ctemperature, for different exposure times (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 and 72 hours). This testwas performed in triplicate. After each time period, the samples were pressed against theculture medium Mueller-Hinton Agar at ten different points of the plate. The agar diffusionmethod was used to assess the cytotoxicity of nickel-beryllium alloy to clone cell lineNCTC 929. The results show a greater resistance to nickel-beryllium alloy of gram-positivebacteria (S. aureus and S. epidermidis) compared to gram-negative (Pseudomonasaeruginosa, K. pneumoniae and E. coli). Of the latter mentioned, E. coli was the only onethat survived until the sixth hour of exposure when contact an hour with the alloy. However,S. aureus and S. epidermidis were able to hold out until the twelfth time in contact withnickel-beryllium alloy. However, from this incubation period, even staphylococci toleratedthe presence of these ions. When analyzed the results of cytotoxicity, the alloy showed nocytotoxic effect the NCTC clone 929 cells, are classified as zone index (IZ) zero. The dataobtained show that the alloy possesses antibacterial properties against the tested bacterialcells and has no toxic effect on the cell line NCTC clone 929. Furthermore, NiBe alloy wasmore cytotoxic against gram-negative bacteria.

Keyword: nickel, beryllium, bacterial resistance; alloys; cytotoxicity; NCTC 929 cells.

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS, ELEMENTOS QUÍMICOS E UNIDADES DE

MEDIDA

a.C – antes de Cristo

Al – Alumínio.

ATCC – American Type Culture Collection

ATSDR – Agência de Substância Tóxicas e Registro de Doenças (Agency for Toxic

Substances and Disease Registry).

ATV – Associação de Tripsina 0,20% e Versene 0,02%.

Be – Berílio.

BeO – Óxido de berílio.

BGN – Bacilo gram-negativo.

C – Carbono.

CDC – Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and

Prevention).

cm2 – Centímetro quadrado.

Co – Cobalto.

Cr – Cromo.

Cu – Cobre.

EPA – Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency).

FDA – Administração de Drogras e Alimentos (Food and Drug Administration).

Fe – Ferro.

g – Grama.

IARC – Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (International Agency For

Research On Cancer).

ICA – Associação Internacional do Cobre.

IRAS – Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.

ISO – Organização Internacional de Padronização (International Organization for

Standardization).

IZ – Índice de zona.

LEMC – Laboratório Especializado em Microbiologia Clínica.

ml – mililitros.

mM – Milimolar.

MME – Meio Mínimo de Eagle.

MRSA – Staphylococcus aureus resistente a meticilina.

NAC – Núcleo de Atendimento à Comunidade.

NCC - Núcleo de Cultura Celulares.

NCTC clone 929 - Cultura de células de tecido conjuntivo de camundongo.

Ni – Níquel.

nm – Nanômetro.

ºC – graus Célsius (unidade de medida de temperatura).

OMS – Organização Mundial de Saúde.

Pb – Chumbo.

PBP – Proteína ligantes/ligadora de penicilina.

pH – Potencial Hidrogeniônico.

ppb – Partes por bilhão.

PPR – Penicilina-Penicilinase Resistente.

RODAC – Contagem e Detecção de Organismos Replicados.

SFB – Soro Fetal Bovino.

Si – Silício.

SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Sn – Estanho.

TSB – Caldo de Soja Tríptica.

UFC – Unidades formadoras de Colônia.

USGS – Pesquisa Geológica dos Estados Unidos.

USP – Farmacopeia dos Estados Unidos (United States Pharmacopeia).

UTI – Unidade de Terapia Intensiva.

VRE - Enterococcus resistente a vancomicina.

Zn – Zinco.

µl – Microlitro.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Reserva e produção mundial do níquel. 19

Tabela 2 Reserva e produção mundial do berílio. 26

Tabela 3 Porcentagem dos isolados bacterianos encontrados napesquisa de CHIKERE et al., 2008.

40

Tabela 4 Patógenos, nichos ecológicos e significância clínica(ZIMRING et al., 2013).

42

Tabela 5 Persistência das bactérias clinicamente relevante emsuperfícies secas inanimadas (KRAMER; SCHWEBKE;KAMPF, 2006).

47

Tabela 6 Composição química da liga níquel-berílio testada nopresente estudo.

57

Tabela 7 Descreve e classifica o IZ (USP 23, 1995; USP 24, 1999;USP 25, 2002):

63

Tabela 8 Representação qualitativa do potencial de toxicidade da ligade níquel-berílio as cepas bacterianas testadas de acordocom os períodos de exposição.

64

Tabela 9 Média e desvio padrão da representação quantitativa deUFC de Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, E. coli,S. aureus e S. epidermidis sobreviventes ao contato com asuperfície de níquel-berílio, após os períodos de incubação

65

Tabela 10 Índice de zona (IZ) obtido da cultura celular NCTC 929 apóscontato de 24 horas com a liga de níquel-berílio.

72

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Rotas de transmissão de patógenos hospitalares. (MRSA –Staphylococcus aureus resistentes à meticilina; VRE –Enterococos resistentes à vancomicina; BGN – bacilosgram-negativos)

45

Figura 2 Demonstração dos corpos de prova da liga níquel-berílio. 55

Figura 3 Momento da aplicação do swab contendo 109 UFC sobre asuperfície do corpo de prova da liga de NiBe.

59

Figura 4 Corpos de prova da liga NiBe em contato com as cepastestadas, a temperatura ambiente.

60

Figura 5 Após cada período de exposição a temperatura ambiente,retirava-se os corpos de prova da placa de Petri e aplicava-se o mesmo sobre a superfícies do Agar Mueller-Hinton, medez locais diferentes.

61

Figura 6 Unidades Formadoras de Colônia sobreviventes após cadaperíodo de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) daPseudomonas aeruginosa com a liga NiBe.

66

Figura 7 Unidades Formadoras de Colônia sobreviventes após cadaperíodo de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) daKlebsiella pneumoniae com a liga NiBe.

67

Figura 8 Unidades Formadoras de Colônia sobreviventes após cadaperíodo de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) daEscherichia coli com a liga NiBe.

68

Figura 9 Unidades Formadoras de Colônia sobreviventes após cadaperíodo de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) doStaphylococcus epidermidis com a liga NiBe.

69

Figura 10 Unidades Formadoras de Colônia sobreviventes após cadaperíodo de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) doStaphylococcus aureus com a liga NiBe.

70

Figura 11 Representação gráfica da média e desvio padrão das UFCssobreviventes de Pseudomonas aeruginosa, K.pneumoniae, E. coli, S. aureus e S. epidermidis, após cadaperíodo de exposição a liga NiBe.

71

SUMÁRIO

1– INTRODUÇÃO............................................................................................. 14

2 - REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 16

2.1 – Os metais e as ligas metálicas – Um breve histórico............................... 16

2.2 – O níquel e suas funções........................................................................... 18

2.3 – Níquel e sua citotoxicidade....................................................................... 22

2.4 –O berílio e suas funções........................................................................... 25

2.5 – Berílio e sua citotoxicidade....................................................................... 27

2.6 – Infecção Hospitalar: uma preocupação mundial...................................... 30

2.7 – Os principais patógenos no ambiente hospitalar 33

2.8 – A busca de novos materiais para reduzir a contaminação das

superfícies e as infecções hospitalares............................................................. 40

3. OBJETIVO..................................................................................................... 54

3.1 – Objetivo Geral........................................................................................... 54

3.1.1 – Objetivos específicos............................................................................. 54

4. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 55

4.1 – Material..................................................................................................... 55

4.1.1 – Corpos-de-prova da liga níquel-berílio.................................................. 55

4.1.2 – Microrganismos..................................................................................... 55

4.1.3 – Linhagem celular.................................................................................... 56

4.1.4 – Meios de Cultura.................................................................................... 56

4.1.4.1. –- Ágar Mueller-Hinton…………........................................................... 56

4.1.4.2 – Agar de Soja Tríptica……................................................................... 56

4.1.4.3 – Caldo de Soja Tríptica........................................................................ 57

5 – MÉTODOS.................................................................................................. 57

5.1 – Confecção dos corpos-de-prova da liga níquel-berílio............................. 57

5.2 – Preparo do inóculo bacteriano.................................................................. 58

5.3 – Ensaio de sobrevivência microbiana sobre superfície metálica

seca................................................................................................................... 58

5.4 – Cultura Celular.......................................................................................... 61

5.4.1 – Método de difusão em Agar................................................................... 62

5.5 – Análise Estatística..................................................................................... 63

6 – RESULTADOS............................................................................................. 64

6.1 – Sobrevivência bacteriana sobre superfície da liga níquel-

berílio................................................................................................................. 64

6.1.1 - Análise qualitativa da capacidade citotóxica da liga níquel-berílio em

relação à sobrevivência bacteriana................................................................... 64

6.1.2 - Quantificação de Unidades Formados de Colônia (UFC) de

Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, E. coli, S. aureus e S.

epidermidis sobreviventes a liga níquel-berílio, após os períodos de

exposição........................................................................................................... 64

6.1.2 - Quantificação de Unidades Formados de Colônia de Pseudomonas

aeruginosa resistentes a liga níquel-berílio, após os períodos de

exposição........................................................................................................... 64

6.1.3 – Imagens das UFCs recuperadas de Pseudomonas aeruginosa, K.

pneumoniae, E. coli, S. aureus e S. epidermidis, após seus respectivos

períodos de exposição a liga NiBe.................................................................... 65

6.1.3.1 – Pseudomonas aeruginosa.................................................................. 66

6.1.3.2 – Klebsiella pneumoniae........................................................................ 67

6.1.3.2 – Escherichia coli................................................................................... 68

6.1.3.3 – Staphylococcus epidermidis............................................................... 69

6.1.3.4 – Staphylococcus aureus....................................................................... 70

6.1.4 – Representação gráfica das UFCs sobreviventes após cada período

de exposição a liga NiBe................................................................................... 71

6.2 – Determinação da citotoxicidade da liga níquel-berílio através do teste

realizado com a linhagem celular NCTC 929.................................................... 71

7 – DISCUSSÃO............................................................................................... 73

8 - CONCLUSÃO.............................................................................................. 82

REFERÊNCIAS................................................................................................ 83

ANEXOS

ANEXO A – INFORMAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DE CITOTOXICIDADE. 113

ANEXO B – LAUDO DO TEXTE DE CITOTOXICIDADE DA LIGA NiBe 114

14

1 – INTRODUÇÃO

A busca incessante por melhorias dos materiais que são utilizados no

revestimento dos equipamentos nos estabelecimentos da área da saúde, bem como

das industrias alimentícias, propulsiona empresas e grupos de pesquisas a

desenvolverem novas estratégias para minimizar possíveis formas de contaminação

e transmissão de microrganismos patogênicos nestes locais (AFESSA et al., 2010).

A contaminação microbiana nos alimentos e nos equipamentos deste ramo

industrial são considerados problemas de saúde pública, uma vez que com a vida

moderna, o ser humano sente maior necessidade de se alimentar fora de casa. A

manipulação imprópria e a contaminação cruzada durante o processo industrial, ou a

manipulação inadequada do consumidor, pode contribuir para disseminar perigosos

microrganismos (FAÚNDEZ et al., 2004). O Centro de Controle e Prevenção de

Doenças (CDC) e a Administração de Drogas e Alimentos (FDA) dos Estados

Unidos, estima que mais de 30 milhões de pessoas adoecem por ano devido a

infecções causadas por contaminação de alimentos (durante o processo industrial

ou durante o manuseio), e aproximadamente 9000 morrem (BUTZBY; ROBERTS,

1996; MAED et al., 1999). No Reino Unido, estima-se que 1 a cada 10 pacientes que

entram no hospital para fazer um procedimento médico adquire infecção hospitalar,

e estas infecções custaram cerca de 1 bilhão de libras por ano a mais para os

hospitais Os principais patógenos envolvidos nestas infecções são os

Staphylococcus sp., Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Klebsiella sp.

(BREATHNACH, 2005). Nos Estados Unidos da América, estima-se que ocorrem

mais de 1,7 milhões de infecções hospitalares por ano, na qual esta resulta em

aproximadamente 99.000 mortes/ano (KLEVENS et al., 2007).

Weber et al. (2010) relatam que uma variedade de fatores podem facilitar

bactérias patogênicas serem transmitidas em um ambiente hospitalar, são eles: i) a

capacidade destes microrganismos em sobreviver sobre superfícies por longos

períodos de tempo; ii) a habilidade de permanecerem virulentos mesmo após

contaminaram o ambiente; iii) frequente contaminação do ambiente hospitalar; iv)

capacidade de colonizar pacientes; v) habilidade de transitar pelas mãos dos

profissionais da saúde; vi) habilidade de serem transmitidos via contaminação das

15

mãos dos profissionais da saúde, e; vii) uma pequena dose inoculada em um

paciente suscetível é capaz de levá-lo a morte (elevado potencial de virulência).

Com isso, muitos centros de pesquisa investiram no tratamento dessas

superfícies com substância biocidas. A primeira superfície que sofreu tratamento e

apresentou boas características antimicrobianas foram os plásticos. Logo, deram

início a produção de telefones recobertos com esse material, assentos de banheiros,

brinquedos e entre outros materiais (AIREY; VERRAN, 2007).

As contaminações bacterianas são tão preocupantes na saúde pública, que

em qualquer tipo de material, inicialmente deve ser testado sua ação sobre as

bactérias, somente depois de comprovado sua eficácia, que este deve passar por

experimentos com fungos, algas e vírus. Este material pode apresentar excelentes

propriedades antimicrobianas, mas se for tóxico à célula humana, o mesmo não

poderá ser implantado para o contato com o homem (no caso de industrias,

hospitais e etc).

Mediante a essa premissa, diversos pesquisadores ao redor do mundo

iniciaram testes com vários tipos de materiais metálicos a fim de encontrar àquele

que possua melhor atividade antimicrobiana, inibindo assim, a capacidade destes

microrganismos de se multiplicar e de sobreviver sobre essas superfícies. Somente

em 2008, 275 ligas de cobre foram protocoladas e aprovas pela Agência de

Proteção Ambiental (EPA, em inglês) como material contendo propriedades

antibacterianas. Após isso, a Associação Internacional do Cobre (ICA, em inglês)

deu início a implantação destas superfícies em ambientes hospitalares. O cobre é o

elemento químico mais testado no momento quanto as suas propriedades

antimicrobianas, contudo, pouco se sabe sobre seus mecanismos de ação no

contato direto com os microrganismos. Outro fator negativo sobre esse íon são os

relatos encontrados na literatura científica de isolados de microrganismos

(principalmente bactérias) portadores de plasmídeos (material genético circular,

presente no citoplasma e constituinte não obrigatório) que codificam genes de

resistência ao cobre, surgindo assim a necessidade de encontrar outros materiais

(formados por compostos diferentes) com ação antimicrobiana.

16

2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Os metais e as ligas metálicas – Um breve histórico

Diferentes materiais têm acompanhado a humanidade desde seus primórdios,

e estes tendo sido usados para produzir uma grande variedade de objetivos, entre

estes exemplos estão ferramentas, utensílio, armas, objetos decorativos, etc. Sua

utilização em determinadas épocas foi tão importante que períodos antigos foram

denominados a partir do material neles predominantemente utilizados. A substituição

de um material por outro trazia sempre novas aplicações e a transição entre os

diferentes períodos era progressiva, tendo ocorrido em épocas diferentes em cada

região do mundo. Os metais, inicialmente usados em seu estado nativo e, mais

tardiamente, extraídos de minérios, apresentavam inúmeras vantagens em relação à

pedra: eles podiam ser vazados na forma final, deformados e endurecidos por

trabalho a frio ou amolecidos por aquecimento (HUMMEL, 1998.).

A palavra metal, deriva de métallon (que significa mina, em grego) e assume,

nos dias de hoje, vários significados conforme o contexto em que é utilizada. No

âmbito da Química, a palavra ferro, por exemplo, pode referir-se ao material sólido

com esse nome utilizado em múltiplas aplicações – pontes e linhas férreas,

máquinas agrícolas, instrumentos industriais, mobiliários, utensílios domésticos, etc.

– ou aos íons ferro, que por exemplo, intervêm na constituição da hemoglobina, ou

fazem parte da ferrugem (GIL et al., 2005).

No continente europeu a utilização de ligas metálicas remonta ao terceiro

milênio antes de Cristo, quando o homem calcolítico descobriu, por experiência ou

coincidência, que a combinação de certos elementos metálicos – formando ligas –

melhorava as propriedades do material, ampliando consideravelmente as

possibilidades de aplicação do mesmo. Enfim, o avanço tecnológico responsável

pela elaboração da ampla gama de ligas metálicas atuais teve sua origem há pelo

menos quase cinco mil anos, quando a maior parte dos efeitos produzidos pela

introdução de elementos de liga – aumento da resistência, diminuição do ponto de

fusão, endurecimento por trabalho a frio, amolecimento por aquecimento, reatividade

química diferencia – já era conhecida, como o atestam objetos encontrados (SMITH,

1981).

17

Os metais são geralmente empregados na forma de ligas, ou seja,

substâncias que consistem em misturas íntimas de dois ou mais elementos

químicos, dos quais pelo menos um é metal, e possuindo propriedade metálica

(CHIAVERINI, 1986).

As ligas constituem, pois, uma combinação de duas ou mais variedades de

átomos, resultando numa substância que apresenta alterações às vezes muito

profundas, tanto nas propriedades físicas como químicas, em relação aos elementos

correspondentes (CHIAVERINI, 1986).

O número de possíveis combinações de apenas dois elementos, dos quais

um deve ser sempre metal, é muito grande. Por outro lado, para cada composição

específica de uma liga, procura-se determinar as modificações estruturais que

podem ocorrer às diversas temperaturas, a partir da sua temperatura de fusão

(CHIAVERINI, 1986).

As ligas são verdadeiras soluções sólidas, obtidas a partir da mistura dos

componentes fundidos, seguida de resfriamento. Com efeito, é fácil imaginar a

substituição de alguns cernes na estrutura do metal principal, normalmente um metal

de transição, por átomos de outros elementos, mantendo-se, na essência, o “mar”

de elétrons (CHIAVERINI, 1986).

As alterações estruturais ocasionadas pela formação de ligas conduzem a

importantes modificações das propriedades originais do material, que encontram

uma gama variada de aplicações e vantagens. Desde o processo de elaboração a

introdução de elementos de liga traz vantagens econômicas importantes, pois em

geral o metal nobre é parcialmente substituído por outro de menor valor, fato que

reduz o custo energético, diminuí o ponto de fusão do material e a formação de

poros. Talvez uma das principais razões para o desenvolvimento de tão grande

diversidade de ligas metálicas tenha sido a busca de propriedades mecânicas

especiais (CHIAVERINI, 1986).

A busca de materiais mais resistentes à corrosão também contribuiu para o

desenvolvimento de tipos especiais de liga, como os aços inoxidáveis. Neste caso,

elementos formadores de filmes passivos – níquel e cromo – são adicionados a um

material com boas características mecânicas e custo relativamente baixo, como é o

caso dos aços ao carbono (CHIAVERINI, 1986).

18

2.2 - O Níquel e suas utilizações

O nome níquel (Ni) é um metal duro e prateado, deriva de “kupfernickel”,

referência dada a nicolita pelos mineradores alemães, quando a identificaram no

século XVII. Antes da era cristã, o metal já era utilizado. Moedas japonesas de 800

anos a.C. e gregas de 300 anos a.C. continham níquel. Acredita-se que seja uma

liga natural com o cobre. Nos anos 300 ou 400 a.C. fabricavam-se armas que

possuíam ferro meteorítico, com conteúdo de níquel variando de 5 a 15% (SILVA,

2001). O níquel foi descoberto em 1751 por Axel Frederich Cronstedt. Em 1804,

Richter descreveu as propriedades desse metal (ALI et al., 1987; RANA, 2006). Este

metal teve pouca importância real na economia industrial até 1820, quando Michael

Faraday, com a colaboração de seu associado Stodard, foram bem sucedidos

fazendo uma liga sintética de ferro-níquel, sendo o início da liga níquel-aço que tem

uma grande contribuição para o desenvolvimento industrial do mundo (SILVA, 2001).

O níquel é um metal duro e ferromagnético, com densidade de 8,9 g/cm3 (ALI et al.,

1987; WHO, 2005). É um elemento de transição e pertence ao grupo 10 da tabela

periódica. Ocorre naturalmente em cinco formas isotópicas: 58 (67,8%), 60 (26,2%),

61 (1,2%), 62 (3,7%) e 64 (1,2%) (WHO, 2005). O níquel forma uma grande

quantidade de compostos e complexos, nos quais apresenta os estados de oxidação

-1, 0, +1, +2, +3, +4. Embora possa existir em vários estados de oxidação, o mais

importante sob condições ambientais é aquele que apresenta o estado de valência 2

(HABER et al., 2000).

A procura global por níquel tem sido aumentada ao longo do tempo,

principalmente devido a intensa produção de aço inoxidável. Níquel é usado em

cerca de 250.000 aplicações industriais nas formas de carbonato de níquel, níquel

carbonil, cloreto de níquel, nitrato de níquel, óxido de níquel, sulfato de níquel e

sulfeto de níquel. Algumas aplicações incluem o uso em processamento de ferro,

niquelagem, baterias de níquel-cádmio, certas soldagens e máquinas copiadoras. O

ferro-níquel é utilizado em equipamentos elétricos, o cobre-níquel é utilizado como

um anticorrosivo para navios e equipamentos marítimos, enquanto que o titanato de

níquel é usado como pigmento de tintas (PASCALICCHIO, 2002)

O níquel é o 24º elemento mais abundante da crosta terrestre,

compreendendo cerca de 3% da composição da terra. É o quinto elemento mais

19

abundante em peso depois do ferro, oxigênio, magnésio e silício (CEMPEL; NIKEL,

2006). Ele é encontrando principalmente combinado com oxigênio, enxofre e com

vários minerais que ocorrem naturalmente na crosta terrestre (ATSDR, 2005; DAS et

al., 2008).

As reservas mundiais de níquel apresentaram um crescimento de 3,5% em

relação a 2009. A China foi o país que mais contribuiu neste aumento, com uma

expansão de 172,7% de suas reservas de níquel em relação ao ano de 2009,

seguido pelo Brasil com 34,73%. Dessa forma, classificou o país na 2ª posição no

ranking mundial. A produção mundial cresceu 20,0%, a Rússia apresentou a maior

participação na produção total (16,6%), seguida da Indonésia (14,6%), Filipinas

(9,8%) e Canadá (9,7%) (DMPM, 2011).

Discriminação Reservas (103t) Produção (103t)

Países 2010 2008 2009 2010 %

Brasil 7.532.310 67.116 41.059 108.983 6,8

Rússia 6.000.000 277.000 262.000 265.000 16,6

indonésia 3.900.000 193.000 203.000 232.000 14,6

Filipinas 1.100.000 83.900 137.000 156.000 9,8

Canadá 3.800.000 260.000 137.000 155.000 9,7

Austrália 24.000.000 200.000 165.000 139.000 8,7

Nova Caledônia 7.100.000 103.000 92.000 138.000 8,7

China 3.000.000 68.400 79.000 77.000 4,8

Cuba 5.500.000 67.000 67.000 74.000 4,6

Colômbia 1.600.000 76.400 72.000 70.200 4,4

África do Sul 3.700.000 31.700 34.600 41.800 2,6

Botswana 490.000 38.000 28.600 32.400 2,0

Venezuela 490.000 13.000 13.200 14.300 0,9

Madagascar 1.300.000 - - 7.500 0,5

República

Dominicana

960.000 31.300 - 3.100 0,2

Outros países 4.500.000 46.000 51.700 77.800 4,9

Total 74.972.310 1.555.816 1.384.659 1.592.083 100Legenda: t = toneladas.

Tabela 1 – Reserva e produção mundial do níquel (fonte: DIPLAM / DNPM e USGS:

Mineral Commodty Summaries – 2011).

20

O níquel é um elemento pertencente a família do ferro (ferro, cobalto e

níquel), com número atômico é 28, e seu peso atômico é 58,71. Devido às suas

propriedades física e química, o níquel metálico e seus compostos são amplamente

utilizados na indústria (ALBRACHT, et al., 1984).

Os compostos de níquel são importantes na indústria moderna e são usados

como galvanoplastia, eletroformados, pela produção de baterias de níquel-cádmio e

de equipamentos eletrônicos. As ligas de níquel, como aço inoxidável, são usadas

na produção de ferramentas, maquinários, armamentos e outras aplicações. Eles

também são usados na produção de moedas, joias e próteses médicas. As fontes de

contaminação ambiental por níquel incluem a produção e o processamento do níquel

e de seus produtos, a reciclagem de produtos contendo níquel e o desperdício

durante o seu descarte. Os compostos de níquel são encontrados também no solo e

estão presentes na forma insolúvel e solúvel (GARRETT, 2000).

O níquel também está presente na atmosfera, mas as espécies de níquel

encontradas dependem da fonte de contaminação. Das fontes antopogênicas, o

níquel é emitido como óxidos, sulfetos, silicatos, compostos solúveis, e em menor

extensão, como níquel metálico. A queima de combustíveis fósseis produzem a

maior contribuição de compostos de níquel no ar ambiente (MERIAN, 1984). Embora

a concentração atmosférica de níquel nas áreas industrializadas tem sido estimada

em uma variação de 120 -170 ng/m3, e 6 -17 ng/m3 nas áreas suburbanas

(NORSETH; PISCATOR, 1979).

Devido a abundancia do níquel na crosta terrestre, estima-se que seja difícil

encontrar uma dieta alimentar que não contenha o elemento níquel presente

(FOSTER; HUTT, 1960; BENNETT, 1984; NIELSON, 1991; SUNDERMAN;

OSKARSSON, 1991). Muitos autores tem estimado que o consumo de níquel

ingeridos diariamente através das dietas (FOSTER; HUTT, 1960; ANKE et al. 1995;

BARCELOUX, 1999). Sabe-se que o níquel é essencial para produção de diversas

enzimas e cofatores nos organismos superiores. Todos estes fatores tem contribuído

para concluir se o níquel é ou não essencial aos seres humanos. Apesar dessa

incerteza, no início de 1920 foi sugerido que o níquel pode ter funções fisiológicas

nos organismos superiores, e essa observações se deu através de resultados

obtidos através de experimentos animais com dietas deficientes de níquel. Foi

21

constato um aumento importante nos resultados de mortalidade perinatal, bem

como, decréscimo nos índices de desenvolvimento (NIELSON et al., 1975;

SCHNEGG; KIRCHGESSNER, 1975; KIRCHGESSNER et al., 1982). Outro estudo

mostrou que a deficiente de níquel resultou em anemia, como consequência da

diminuição da hemoglobina e dos valores de hematócrito (NIELSON et al., 1984;

LEACH et al., 1985; SPEARS et al., 1986). Após essas pesquisas, surgiram outras

que mostraram que a deficiência de níquel reduz a atividade de muitas enzimas

envolvidas no metabolismo de carboidratos e dos aminoácidos (NIELSEN, 1991;

STANGL, 1996).

Enzimas dependentes de níquel também são conhecidas no mundo

bacteriano (ANKEL-FUCHS; THAUER, 1988;STANGL, 1996; HAUSINGER, 1997;

RAGSDALE, 1998; MARONEY, 1999;). Acreditava-se que somete sete enzimas

eram dependentes, incluindo hidrogenase, CO-dehidrogenase, metilcoenzima M-

redutase, Ni-superóxido dismutase, glicoxilase I e a cis-trans isomerase. Watt e

Ludden (1999) estudaram as bactérias com enzimas dependentes de níquel, o

biometabolismo no níquel, sistemas de transporte e proteínas ligantes de níquel.

Algumas enzimas bacterianas dependentes de níquel também estão sendo

estudadas por suas relações às doenças humanas.

O níquel é comumente encontrado na água como poluente de resíduos

industriais. Este metal é tipicamente encontrado no estado de Ni(0) ou Ni(II) devido a

estabilidade dessas espécies na água (NIEMINEN et al., 2007).

Até a década de 60, o níquel era conhecido somente pelos seus efeitos

tóxicos. Foi então que em 1965, Barth e Ordal, durante seus estudos com bactérias,

notaram que esse íon era um nutriente essencial para muitos microrganismos,

responsável por muitas reações metabólicos (BARTHA; ORDAL, 1965).

O níquel é utilizado por uma variedade de bactérias para funções de

sobrevivência. Até hoje, o níquel foi identificado como elemento essencial para nove

enzimas microbianas (MARONEY, 1999; MULROONEY; HAUSINGER, 2003).

Embora as bactérias necessitem do níquel para realizar diversos processos

enzimáticos, a alta concentração de íons níquel torna-se tóxico para esses

microrganismos. Como resultado, as bactérias tiveram que se adaptar a presença

desse íon em altas concentrações e desenvolveram mecanismos sofisticados para

22

regular os níveis intracelulares de níquel (MULROONEY; HAUSINGER, 2003;

EITINGER; MANDRAND-BERTHOLET, 2000).

O níquel é um dos metais com mais propriedades antimicrobianas, quando

em altas concentrações. Seu íon pode penetrar na célula microbiana e matá-la

principalmente pela inativação de suas enzimas (CHOHAN, 2000). Muitos

pesquisadores mostraram diferentes complexos de níquel manifestando ação

antimicrobiana (RAO; REDDY, 1990; THIRUMALAIKUMAR et al., 1999; CHOHAN et

al., 2002; SINGH et al., 2003; PATEL et al., 2004). Nos últimos anos, diversas

pesquisa estão sendo desenvolvidas para uma melhor compreensão para a ação

antimicrobiana íons metálicos, sua toxicidade e sua termoestabilidade tem sido

estabelecida nesses últimos anos (KAMALAKANNAN; VENKAPPAYYA, 2002).

Tem sido provado cientificamente a atividade antimicrobiana de alguns

compostos de níquel (NAIK et al., 2002; SHIVANKAR; TAKKAR, 2003). Blasco et al.,

(1996) estabeleceram um complexo de níquel que comprovou in vitro sua atividade

inibitória contra importantes patógenos como a Escherichia coli e o Staphylococcus

aureus.

2.3 - Níquel e sua citotoxicidade

Devido as suas propriedades físicas e químicas, o níquel metálico e seus

componentes são amplamente usados na indústria moderna. O elevado consumo de

produtos contendo níquel, inevitavelmente, levou a poluição ambiental por níquel e

por seus produtos em todos os estágios de produção, reciclagem e descarte (IARC,

1990).

A citotoxicidade do níquel nos humanos recebeu intensa atenção devido as

ligações entre o níquel e o câncer (DENKHAUS; SALNIKOW, 2002; KAZPRZAK,

SUNDERMAN; SALNIKOW, 2003; SALNIKOW, 2007; DAS; DAS; DHUNDASI,

2008). Este metal não é prejudicial apenas ao homem, sabe-se que ele causa danos

a diversos microrganismos (DENKHAUS; SALNIKOW, 2002; KASPRZAK et al.,

2003; DAS et al., 2008; YUSUF et al., 2011) e há relatos de sua citotoxicidade

também é relatada nas plantas (YUSUF et al., 2011).

A exposição humana ao níquel ocorre primariamente via inalação e ingestão

deste elemento. Concentração significantes de níquel, em diferentes formas, podem

23

ser depositadas no corpo humana através da exposição ocupacional e da dieta de

uma vida toda. Uma vez que o níquel não tem sido reconhecido como um elemento

essencial para os seres, não é claro o modo com que os compostos de níquel são

metabolizados. Sabe-se, todavia, que a exposição aos compostos de níquel podem

ter efeitos adversos na saúde humana. Alergia ao níquel na forma de contato com a

pele é a mais comum e bem conhecida reação. Embora o acúmulo do níquel no

corpo humano através da exposição crônica pode levar a uma fibrose pulmonar,

doenças cardiovasculares e renais, e a maior preocupação relatada é a atividade

carcinogênica do níquel. Estudos epidemiológicos tem claramente envolvido os

compostos de níquel como bases carcinogênicas em uma maior incidência dos

pulmões e câncer nasal com trabalhadores de refinarias e mineradores. Em vários

modelos animais, os compostos de níquel induzem tumores próximo ao sítio que foi

administrado. Além disso, os compostos de níquel insolúveis como o subsulfeto de

níquel são excelentes indutores a alterações celulares em roedores e em humanos.

Baseadas nestas observações a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer

(IARC) avaliou a carcinogenicidade do níquel em 1990 (IARC, 1990)

A intoxicação por níquel nos microrganismos acreditava-se ser um problema

limitado as células expostas a poluição industrial ou da ocorrência natural de solos

contaminados com níquel (BABICH; STOTZKY, 1983). Essa teoria foi anulada,

contudo, quando um sistema de defesa do níquel foi caracterizado em uma

Escherichia coli (RODRIGUE et al., 2005). Após esse estudo, diversos genes de

defesa ao níquel foram detectados nas bactérias (RODRIGUE et al., 2005). Estas

descobertas sugerem que o excesso do níquel é uma preocupação fisiológica dos

microrganismos. Por exemplo, as bactérias comensais no intestino humano são

expostas a 150-900µg de níquel por dia, como constituinte da dieta (BARCELOUX,

1999).

O níquel pode ser útil e essencial para as bactérias, entretanto, ele também

pode apresentar toxicidade e ser letal (MACOMBER; HAUSINGER, 2011). Sempre

que esses microrganismos entram em contato com uma quantidade de níquel

superior a que eles necessitam, eles podem morrer ou desenvolver formas de se

proteger dessa sobrecarga de níquel (HAUSINGER, 1987).

24

Alguns microrganismos possuem enzimas e proteínas capazes de que

coordenam a absorção ou a expulsão (efluxo) de metais pesados, como no caso o

níquel. Dessa forma, mantém-se a homeostase do níquel. Além dessas alternativas,

os microrganismos contém um sistema de proteínas (proteínas metalo-regulatórias

de níquel) responsáveis pela percepção e resposta ao níquel (KALUARACHCHI et

al., 2010).

No ambiente, os microrganismos estão sujeitos a diversas alterações, dentre

elas, as mudanças nas concentrações de metais. Para agravar ainda mais este

problema, muitos microrganismos possuem tendências de concentrar/absorver

metais (OUTTEN; O’HALLORAN, 2001; FINNEY; O’HALLORAN, 2003). Por estas

razões os microrganismos tem desenvolvido formas para se proteger da alta

concentração de metais. Uma resposta microbiana comum a elevada concentração

de metais tóxicos é a síntese de um sistema específico de efluxo, assim reduzindo a

concentração internado destas espécies de metais (NIES, 2003). As bombas de

efluxo são as melhores características dos organismos que exibem elevada

resistência aos metais, tipicamente isolados em solos ricos em níquel, poluídos ou

que apresentam uma quantidade natural deste metal.

Bactérias que possuem esses genes contém proteínas na membrana externa

que expulsa substâncias em excesso ou tóxicas ao meio. Estas proteínas são

conhecidas por bombear metais para fora da membrana externa, e portanto, não são

encontradas em microrganismos ausentes desta membrana (HANEY et al., 2005). A

proteína codificada, conhecida como nreB, é conhecida como responsável por

bombear o níquel para fora do citoplasma bacteriano (GRASS et al, 2001). A

expressão da nreB na E. coli aumenta a resistência intracelular ao níquel. Já foram

encontradas proteínas homólogas a nreB em outras bactérias (NIES, 2003; PARK et

al., 2004).

A bomba de efluxo RcnA foi identificada pela primeira vez na E. coli e mostrou

ser responsável pelo bombeamento de níquel e cobalto para fora do citoplasma

(RODRIGUES et al., 2005).

Embora o efluxo de níquel seja amplamente usada pelas células para se

protegerem contra elevadas concentração deste metal, vários outros mecanismos

são utilizados por outros microrganismos. A E. coli exibe uma resposta quimiostática

25

a concentração de níquel no meio, com o níquel agindo como um repelente

quimostático (TSO; ADLER, 1974; BORROK ET AL., 2005; ENGLERT et al., 2010).

A Pseudomonas putida acumula níquel em seu periplasma, possivelmente em um

complexo proteico, como um mecanismo de resistência a este metal (TRIPATHI;

SRIVASTAVA, 2006). Em contraste, a cepa Pseudomonas aeruginosa acumula o

níquel intracelularmente (SAR; KAZY; SINGH, 2001). Formas de defesa ao níquel

são sistemas comumente encontrado em diversos microrganismos. Este sistema

sugere que o excesso de níquel é uma preocupação para a homeostase fisiológica

desses microrganismos (MACOMBER; HAUSINGER, 2011).

2.4 - O Berílio e suas funções

Berílio, assim denominado por ter sido obtido a partir de um mineral

conhecido como berilo. O berílio foi descoberto por Vauquelin em 1798, ao analisar

amostras de dois minerais, berilo e esmeralda. Ao novo elemento encontrado,

Vauquelin deu o nome de glucínio, uma vez que seus sais conhecidos na época

tinham um sabor mais doce. Mais tarde, tomou-se berílio como o nome aceito. O

abade Haüy chamara a atenção para o fato de o berilo e a esmeralda serem muito

semelhantes quanto à estrutura cristalina, dureza e densidade e que portanto era

provável que fossem idênticos quimicamente. Vauquelin demonstrou que de fato os

dois minerais eram idênticos. Hoje, sabe-se que tanto o berilo como a esmeralda

são silicatos duplos de berílio e alumínio, Be3Al2(SiO3)6, a diferença básica entre o

berilo e a esmeralda é que esta contém cerca de 2% de Cr, conferindo-lhe uma cor

verde (DIAS, 1973; PEIXOTO, 1996).

Apesar do trabalho pioneiro de Vauquelin, o berílio só foi produzido 30 anos

mais tarde sobre a forma metálica, em 1828, por dois pesquisadores, Wöhler e

Bussy (DIAS, 1973; PEIXOTO, 1996).

Suas propriedades químicas demonstram um peso atômico de 9,012, uma

valência de 2, um número atômico de 4 e é um metal alcalino terroso. Na Terra

existe um único isótopo natural do Be, no entanto são conhecidos seis isótopos. A

proporção de berílio na crosta terrestre é de 2 g a cada 1 tonelada. Este elemento é

cerca de 3,5 vezes mais denso que o lítio, seu ponto de fusão é cerca de 1287,2ºC,

considerado um dos únicos metais leves com ponto de fusão significativamente alto.

26

O principal uso do berílio é na fabricação de ligas metálicas (cobre-berílio, bronze-

berílio, dentre outros (PEIXOTO, 1996).

O elemento berílio (Be) está presente em diversos minerais, porém, o berílo

(Be3Al2Si6O18) é comercialmente, o mais importante. As reservas oficiais desse

minério em nosso país são pouco representativas, com teores entre 10 a 12% de

BeO. Encontra-se em rochas pegmatíticas distribuídas, nos estados de Minas

Gerais, Bahia e Ceará (DNPM, 2011).

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos - United Geological

Survey (USGS), estima-se que a reserva mundial de berílio de 2010 seja superior a

80.000 toneladas, encontradas, principalmente em depósitos pegmatíticos. Os

Estados Unidos, principais consumidores e fornecedores de concentrado e de

produtos manufaturados de berílio, são detentores de 65% da reserva mundial de

berílio. Destaque deve ser dado ao depósito não pegmatítico de Spor Mountain, no

Estado de Utah – EUA, onde as reservas medidas estão em torno de 16.000

toneladas de berílio contido, provenientes do minério bertrandita (Be4Si2O7) (DNPM,

2011).

As desejáveis propriedades físico-químicas de baixa densidade, resistência a

corrosão, elevado ponto de fusão, resistência a tensão, justifica o uso do berílio na

produção de uma ampla variação de produtos incluindo armas nucleares, próteses

dentais e etc. O hidróxido de berílio é usado na produção de óxidos de berílio, o

metal puro e as ligas de cobre. O óxido de berílio (BeO), ligas de cobre, alumínio,

níquel e o metal puro são usados em inúmeras aplicações incluindo cerâmicas, nas

indústrias produtoras de naves aeroespaciais, produtos eletrônicos, materiais

esportivos e aeronaves (GORDON, T; BOWSER, D, 2003).

Discriminação Reserva (tonelada) Produção (t)

Países 2010 2009 2010 (%)

Brasil 6.000 0 0 0

Estados Unidos 52.000 120 170 88,1

China sem registro 20 20 10,4

Moçambique sem registro. 2,0 2 1,0

Outros países 27.500 1 1 0,5

Total 85.500 142 193 100

Tabela 2 – Reserva e produção mundial do berílio (Fonte: DIPLAM / DNPM e USGS:

Mineral Commodty Summaries – 2011).

27

No grupo do mineral berílio, a variedade de berílio industrial apresenta grande

potencial de uso, por se constituir geralmente de rejeito da extração das gemas

(esmeralda, água marinha e outras), em diversas jazidas no Brasil. No ano de 2011,

o estado brasileiro que mais extraiu esse mineral foi Minas Gerais (DNPM, 2011).

2.5 - Berílio e sua citotoxicidade

O berílio (Be) é altamente tóxico, podendo ocorrer envenenamento agudo por

inspiração de seus sais, produz calafrios, febre, tosse dolorosa e acúmulo de

líquidos nos pulmões, podendo levar à morte. A inalação de compostos insolúveis

pode levar à beriliose, quando os pulmões são lesado (formação de granulomas).

Esta doença é também conhecido como granulomatose pulmonar crônica e seus

sintomas aparecem, em média, 15 anos após a exposição a certos compostos de

Be, como aqueles usados no revestimento interno de lâmpadas fluorescentes. A

toxicidade dos compostos de Be deve-se provavelmente a sua capacidade de

deslocar o Mg em enzimas que contém magnésio. Por essas razões, garimpeiros e

lapidadores de água-marinha, berilo e esmeralda devem tomar precauções

especiais (PEIXOTO, 1996).

A exposição humana ao berílio e a seus componentes tem sido associado

com a doença crônica do berílio (ou beriliose). Desde o início de 1960 ao meados de

1980, acreditou-se que esta doença quase eliminada através do local de trabalho

dos engenheiros e de suas práticas. Entretanto, o melhoramento da vigilância

médica, da tecnologia diagnóstica, e uma alteração no critério e diagnóstico da

beriliose, permitiram detectar a forma subclínica da doença de uma maneira mais

rápida e precisa, na qual anteriormente esse tipo de diagnóstico não era possível. O

melhoramento da técnica de identificação da beriliose mostrou que a doença era

muito mais incidente nos trabalhadores do que era esperado (DEUBNER et al,

2001).

A população em geral está exposta ao berílio através do ar, da água e da

alimentação. A estimativa total da exposição diária ao berílio através de diversas

fontes (incluindo ar, água e comida) pode variar de 0,5 a 20µg de Be por dia

(Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças - Agency for Toxic

Substances and Disease Registry, 1997).

28

Não tem sido relatado casos de beriliose na população em geral como um

resultado da exposição natural provenientes de materiais contendo berílio

(DUEBNER et al., 2001).

Poucas pesquisas estão focadas na exposição oral ao berílio, pois geralmente

presume-se ser pobremente absorvido e limitado na toxicidade através desta rota de

exposição (Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças - Agency for

Toxic Substances and Disease Registry, 1997). A fração de uma dose ingerida que

torna-se absorvida na circulação sistêmica depende na forma química do berílio, do

tamanho da partícula e da dose exposta. A estrutura química interfere na

solubilidade do berílio. Exemplo os sais de berílio [BeF2, BeCl2, Be(NO3)2, BeSO4]

são solúveis, portanto, são adequados para absorção. Entretanto, a geração de sais

de berílio é primariamente restrita à extração de berílio do minério. Apenas poucas

quantidades de sais de berílio são comercializadas. Em contraste, as formas de

berílio mais comumente encontradas no comércio (exemplo do metal berílio, ligas de

cobre-berílio com menos de 2% de Be, e algumas cerâmicas de berílio) são

consideradas insolúveis e somente são capazes de sofrer uma dissolução limitada

no estômago, mas a maior parte passa pelo trato gastrintestinal sem ser absorvido

(REEVES, 1965). Com isso, tem sido geralmente assumido que a absorção oral do

berílio apresenta um risco insignificante ao homem (DUEBNER et al., 2001).

Em 1943, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos estabeleceu um

valor de absorção gastrintestinal pelo berílio de 0,006%. Pesquisas subsequentes

não confirmaram este valor, mas deram indícios que a absorção ao berílio no trato

gastrintestinal é baixa, provavelmente menos do que 1% (DUEBNER et al., 2001).

Após a exposição oral à compostos de berílio, a toxicidade sistêmica é

limitada. A mais compreensiva avaliação até hoje envolve a administração de sulfato

de berílio na dieta de ratos por dois anos (MORGAREIDGE et al., 1975). Neste

estudo, não houve efeitos observados no sistema cardiovascular, pulmões, trato

gastrintestinal, sangue, sistema musculoesquelético, fígado, pele, olhos, baço,

linfonodos, cérebro e sistema reprodutivo. Foi constatado um aumento no peso dos

rins, mas não foi observado dano morfológico ao órgão. Esforços por outros

pesquisadores revelaram a ausência da toxicidade sistêmica após a exposição ao

29

berílio (REEVES, 1965; SCHROEDER; MITCHENER, 1975; SCHROEDER;

MITCHENER, 1975).

Em sua avaliação da literatura publicada sobre a toxicidade da exposição oral

ao berílio, a Agência de Proteção Ambiental selecionou lesões no intestino delgado

como a extremidade mais sensível a toxicidade através da exposição oral (EPA,

2000). Esta toxicidade provavelmente reflete na ação corrosiva direta dos sais de

berílio nos tecidos intestinais após sua ingestão, e não foram relatados efeitos

subsequentes à absorção na corrente sanguínea (DUEBNER et al., 2001).

A absorção cutânea dos diversos metais é baixa. Em 1980, a Agência de

Proteção Ambiental dos Estados Unidos forneceu orientações onde relatavam que o

fator da absorção cutânea era de 0,01 µg para os componentes inorgânicos (EPA,

1998). Este fator de absorção é um valor de proteção e conservação à saúde, onde

é utilizado para todos os compostos inorgânicos, independente das suas

propriedades químicas. Especificamente ao berílio, a absorção através da pele

intacta é considerado ser insignificante (fator de absorção muito menor que 0,01 µg)

(Agencia de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças - Agency for Toxic

Substances and Disease Registry, 1997). A baixa absorção e solubilidade cutânea

pelos sais de berílio estão relacionadas primariamente a baixa solubilidade dos

níveis de pH fisiológico, e o berílio iônico reage com os constituintes epidérmicos

(FRIBERG et al., 1979).

Embora a absorção de berílio através do contato da pele íntegra seja

insignificante, o berílio em contato com uma pele não íntegra pode permitir o contato

com uma dose maior de berílio e este ser absorvido pelo corpo (IVANNIKOV et al.,

1982). Neste estudo, Ivannikov e colaboradores aplicaram BeCl2 diretamente na pele

de animais vivos que apresentavam três tipos de feridas: abrasivas (trauma

superficial), cortes (trauma de pele e superfície muscular) e penetrantes (trauma

muscular profundo). Nas três situações testadas, os pesquisadores encontraram

uma quantidade significante de berílio, onde a inoculação de berílio nos tecidos mais

profundos apresentaram uma elevada concentração sistêmica (IVANNIKOV et al.,

1982; EPSTEIN, 1991).

Um considerável número de estudos epidemiológicos tem examinado o

potencial do berílio em causar tumores no trato respiratório de trabalhadores

30

expostos ao berílio no transporte aéreo (WARD et al. 1992; GORDON, T.; BOWSER,

D, 2003). Até o presente momento, não há relatos na literatura científica sobre a

atividade do berílio aos microrganismos.

2.6 – Infecção Hospitalar: uma preocupação mundial

Infecções nosocomiais são aquelas adquiridas ou associadas com os

hospitais. Elas também são conhecidas como infecções adquiridas em hospitais ou

Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). A definição mais usual da

infecção nosocomial é aquela infecção que não estava presente ou incubada

quando o paciente foi admitido no hospital ou no estabelecimento de saúde. Em

caso de dúvida, usa-se um período de coorte (isolamento) de 48 horas após a

admissão. Os termos de infecções adquiridas em hospitais ou associadas aos

cuidados de saúde são frequentemente alterados, mas o termo “relacionados à

assistência à saúde” também apresenta um significado muito amplo, englobando

qualquer infecção adquirida e em qualquer ambiente (BREANTHNACH, 2013).

Apesar dos recentes avanços na ciência médica, as infecções nosocomiais

ainda causam doenças consideráveis e o aumento da taxa da mortalidade. Estima-

se que 5-10% dos pacientes nos hospitais britânicos e irlandeses apresentam uma

infecção nosocomial, sendo a prevalência mais elevada nas feridas cirúrgicas e nas

unidades de terapia intensiva, e a menor prevalência nas unidades médicas

(SMYTH et al., 2008).

Além do dano relevante conhecido que os cuidados médicos trazem aos

pacientes, a infecção nosocomial causa prejuízos financeiros para o hospital e para

a sociedade. Em um estudo realizado na década de 90, o custo no Reino Unido,

com o aumento da estadia e tratamento nos hospitais, foi estimado em 1 bilhão de

libras esterlinas/ano (PLOWMAN et al., 2002). Este valor não inclui custos com

processos judicial e indenizações, e nem inclui custos ao paciente, devido a sua

infecção (BREANTHNACH, 2013). Nos Estados Unidos, é estimado que ocorram 1,7

milhões de infecções hospitalares por ano, na qual resulta em aproximadamente de

99 mil mortes (KLEVENS et al., 2007).

Nos países em desenvolvimento, a incidência de infecções hospitalares

podem ser devastadores, resultando em um maior surtos de doenças nos hospitais e

31

em outras unidades de saúde. Isto pode ser atribuído a pobre/baixa infraestrutura, a

superlotação e a gestão inadequada destes estabelecimentos (CHIKERE; OMONI;

CHIKERE, 2008).

As infecções hospitalares são preocupações mundialmente importantes para

o desenvolvimento nacional. No norte da Europa as taxas de infecção hospitalar

atinge 1%, especialmente a Holanda, que introduziu medidas extremamente duras

contra o controle de infecção. Contudo, também há relatos de taxas de infecções

hospitalares acima de 40% em algumas partes da Ásia, América do Sul e a África

Subsaariana (KLENVENS et al., 2007; NNIS, 2004; CDC, 2003; EDWARDS et al.,

2007; CDC, 2005).

Cerca de 720.00 pessoas são infectadas em hospitais brasileiros por ano e,

destas, 20% (144.000) evoluem para o óbito. Essas infecções podem ser atribuídas

ao ambiente hospitalar e se manifestar durante a internação ou após a alta,

acometendo mais de 15% dos pacientes internados, fato agravado com a resistência

bacteriana (OLIVEIRA; BETTCHER, 2010; MARTINS et al., 2008; SOUZA et al.,

2009).

Entre as nações mais industrializadas e desenvolvidas, a Organização

Mundial da Saúde (OMS) encontrou uma taxa de 8,7% de pacientes com infecções

nosocomiais, na somatória de todos os hospitais. Estudos sobre a prevalência anual

das IRAS revelaram que entre 100 admissões de pacientes, a Grécia tinha 9,1% de

pacientes com IRAS, 7% na Espanha, a Noruega possui uma taxa de 5,1%,

enquanto que a Eslovênia registra uma tava de 4,6% de IRAS (KLEVENS et al.,

2007; KLAVS et al., 2003; DUNN; SEMMELWEIS, 2005). Em 2001, Machado et al.

(2001) relatam que cerca de 5% a 15% dos pacientes internados em hospitais

brasileiros contrariam IRAS. Em 2011, A OMS realizou pesquisa nos hospitais

brasileiros e relatou uma taxa de 14 a 19% de infecções hospitalares, sendo que em

algumas localidades menos desenvolvidas, esses índices possam chegar a 88,3%

de IRAS (OMS, 2011).

O custo de um paciente com infecção hospitalar pode ser três vezes maior do

que o de um paciente sem infecção. Os índices de infecção permanecem elevados

no Brasil, a maior incidência ocorre em hospitais de ensino ou universitários em

comparação a outros hospitais, devido à variedade de doenças, à realização de

32

procedimentos de alta complexidade, aos longos períodos de internação e ao

contato de pacientes com diversos profissionais da saúde, incluindo estudantes.

Ressalta-se, ainda, a insuficiente habilidade técnica de estudantes em realizar

procedimentos invasivos (MENEZES et al., 2007; MOURA et al., 2007).

Os pacientes internados em instituições de saúde estão expostos à variedade

de microrganismos patogênicos, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva

(UTI), cujo o risco de infecções é elevado, favorecendo o surgimento de IRAS,

apresentando risco médio de 5 a 10 vezes maior do que outros setores hospitalares,

que atingem cerca de 10 a 30% dos pacientes internados, contribuindo com taxa de

mortalidade que varia de 10 a 80%, de acordo com o perfil do paciente internado

(LIMA; ANDRADE; HASS, 2007; PAULA, 2008).

O próprio ambiente hospitalar é um reservatório em potencial de agentes

infecciosos, uma vez que abriga pacientes com diversos microrganismos

patogênicos, bem como indivíduos imunocomprometidos ou susceptíveis

(RHOMBERG et al., 2006; ZHANEL et al., 2008).

Para a contaminação ambiental desempenhar um papel importante na

aquisição de um patógeno nosocomial, o microrganismo deve demonstrar certas

características microbiológicas, exemplos: a) o patógeno deve ser capaz de

sobreviver por um prolongado período de tempo em superfícies ambientais; b)

habilidade de permanecer virulento após exposição ambiental; c) contaminação

frequente do ambiente hospitalar; d) habilidade de colonizar pacientes; e) habilidade

de colonizar transitoriamente as mãos dos trabalhadores da saúde; f) ser

transmitidos através das mãos contaminadas dos trabalhadores da saúde; g)

pequena dose infectante; h) apresentar relativa resistência aos desinfetantes usados

na higienização das superfícies inanimadas (WEBER et al., 2010).

Os patógenos nosocomiais que causam infecções podem ser transmitidos de

fontes endógenas ou exógenas. As fontes endógenas são aqueles microrganismos

provenientes da própria microbiota normal dos pacientes, enquanto que as

exógenas são microrganismos presentes no próprio ambiente hospitalar. Um

paciente pode se contaminar com sua própria microbiota durante o pós-cirúrgico, no

qual na maioria dos casos o médico administra drogas que suprimem o sistema

imunológico do paciente, permitindo assim a multiplicação do microrganismos e o

33

acesso ao mesmo a regiões mais internas do corpo humano (PELCZAR et al.,

1993). Superfícies animadas e inanimadas são fontes exógenas de infecção,

incluindo a equipe médica, outros pacientes, visitantes, comida/alimentos, água,

fômites, cateteres urinários, dispositivos intravenosos, equipamento respiratório e

próteses (PRESCOTT et al., 2005).

Os fatores de risco que fazem com que pacientes se tornem susceptíveis a

estas infecção incluem: infecções concomitantes, dispositivos protéticos, cirurgias,

agentes imunossupressores, administração de antibióticos de amplo espectro, e o

surgimento de patógenos multirresistentes aos antibióticos (PELCZAR et al., 1993;

COURVALAINE; WEBER, 2005). Outros fatores de risco incluem a idade do

paciente, o tempo de internação, doenças crônicas como diabetes mellitus, tumores

e a superlotação nos hospitais (PRESCOTT et al., 2005).

2.7 – Os principais patógenos no ambiente hospitalar

As infecções nosocomiais e a distribuição dos patógenos variam de acordo

com o cenário clínico, as características do paciente (diagnóstico primário,

multiplicas morbidades, realizado procedimento) e o cenário do cuidado com a

saúde (se possui terapia intensiva, unidade para queimados, e quais são os

cuidados destes estabelecimentos) e também por coorte (neonatal e adulta)

(ROBIN; McFEE, 2009).

A principal fonte de patógenos nosocomiais acredita-se ser de

microrganismos da própria microbiota do paciente, mas estima-se que de 20 a 40%

das infecções nosocomiais atribuem-se as infecções cruzadas, sendo que as mãos

dos profissionais da saúde são as principais vias de transmissão (WEINSTEIN,

1991). A contaminação das mãos dos profissionais da saúde podem resultar ou na

contaminação direta ou indireta de pacientes, ou de superfícies inanimadas do

hospital. A alternativa menos comum de se transmitir um patógeno é quando um

paciente pode se tornar colonizado com um patógeno hospitalar através do contato

direto com uma superfície ambiental contaminada (KRAMER; SCHWEBKE; KAMPF,

2006).

As bactérias que comumente causam infecções nosocomiais são os

Staphylococcus aureus, Streptococcus spp., Bacillus cereus, Acinetobacter spp.,

34

Staphylococcus coagulase-negativa, enterococos, Pseudomonas aeruginosa,

membros da família Enterobacteriaceae, como a Escherichia coli, Proteus mirabilis,

Salmonella spp., Serratia marcescens e Klebsiella pneumoniae (ESPOSITO;

LEONE, 2007; ZHANEL et al., 2008).

Dentre os cocos gram-negativos, os S. aureus são microrganismos

comumente encontrados na pele e na cavidade nasal da população (SANTOS, 2007;

MOURA et al., 2010). Essa colonização determina o estado de portador ou portador

assintomático, uma vez que a presença da bactéria no organismo do hospedeiro não

ocasiona lesões aparentes (CAVALCANTI et al., 2006). Mesmo sendo considerado

parte da microbiota normal do ser humano, em algumas condições o S. aureus pode

tornar-se patogênico e causar uma ampla variedade de infecções sendo o

responsável por diversas infecções nosocomiais e comunitárias. Tais episódios são

desencadeados pela ruptura da barreira cutânea ou queda da imunidade (GELATTI

et al., 2009). A relação entre colonização e infecção ainda não é compreendida em

sua totalidade, mas sabe-se que está associada a fatores intrínsecos do hospedeiro

e também à cepa de S. aureus que o mesmo está carreando (GORWITZ, 2008).

As infecções causadas por essa bactéria frequentemente acometem a pele, e

tecido subcutâneo, sendo muito comum sua associação com dispositivos e

aparelhos implantados, especialmente em pacientes cujo sistema imunológico

encontra-se debilitado, bem como em crianças e idosos. (CAVALCANTI et al., 2006).

Algumas dessas infecções têm caráter agudo e podem gerar focos metastáticos,

disseminando para outros tecidos. Há ainda o risco de infecções “mais graves”,

como: septicemia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite,

meningite, abscessos musculares e cerebrais (GELATTI et al., 2009).

Cerca de um terço da população possui essa bactéria como parte da

microbiota transitória da pele (RAZERA et al., 2009) constituindo uma importante

fonte de infecção para o próprio indivíduo ou para outras pessoas (CAVALCANTI et

al., 2006). Estima-se que cerca de 11% a 43% dos pacientes colonizados adquirem

infecção (GELATTI et al., 2009). Já a transmissão de pessoa para pessoa pode

ocorrer por contato direto, sendo muito comum no ambiente hospitalar, onde os

trabalhadores da área da saúde podem contaminar suas mãos ao prestar

assistência a pacientes portadores persistentes ou manusear objetos colonizados e

35

subsequentemente transmitir o microrganismo para outros pacientes (CAVALCANTI

et al., 2006).

O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é a principal causa

de infecções nosocomiais na América Latina, e sua prevalência em infecções

adquiridas na comunidade não para de crescer (RODRIGUEZ-NORIEGA; SEAS,

2010). Estima-se que, já na década de 90, 2,9% dos S. aureus isolados eram

resistentes à meticilina. Em 2000, a prevalência era de 19% e, três anos depois, em

2003 já era de 62,4% (RAZERA et al., 2009). Deve-se ressaltar também que as

infecções causadas por MRSA apresentam elevado índice de letalidade, muito

superior ao que ocorre em infecções estafilocócicas causadas por cepas não

resistentes (KLEVENS et al., 2007).

O aumento nas taxas da incidência e a recém-observada mudança no padrão

epidemiológico das cepas de MRSA, ao lado da dificuldade do tratamento das

infecções causadas por essa bactéria têm colocado a mesma em posição de

destaque dentre os microrganismos de importância médica e têm também feito dela

um verdadeiro desafio à saúde pública (MORAN et al., 2005; PRESCOTT et al.,

2005; MCCRAIG et al., 2006; SCHEIDER-LINDER et al., 2007; SALES; SILVA,

2012).

O S. epidermidis é a espécie mais frequentemente isolada de epitélio

humano, e colonizadores predominantemente das axilas, cabeça e narinas (OTTO,

2009). Como parte da microbiota do epitélio humano, o S. epidermidis

frequentemente tem uma relação benigna com o hospedeiro. Além disso, alguns

estudos propõem que este microrganismo apresenta função probiótica, prevenindo

assim colonizações de outros patógenos, tais como o S. aureus (LINA et al., 2003).

Entretanto, as infecções por o S. epidermidis e os mecanismos pelo qual o S.

epidermidis promove doenças tem se tornado amplamente estudado. Entre os

estafilococos coagulase-negativa, o S. epidermidis causa o maior número das

infecções (CARMODY; OTTO, 2004). Este microrganismo representa o mais

frequente agente causador de infecções de dispositivos médicos implantáveis, tais

como cateter venoso central ou periférico (ROGERS; FEY; RUPP, 2009), infecção de

sítio cirúrgico, artroplastias, válvulas cardíacas, dentre outras. Ao menos, 22% das

infecções na corrente sanguínea, aonde o paciente possui um biomaterial ou sofreu

36

uma cirurgia, o S. epidermidis é o responsável por tal enfermidade (O'GRAY et al.,

2002; CDC, 2004; ROGERS; FEY; RUPP, 2009).

A Klebsiella pneumoniae, também conhecida como bacilo de Friedländer, é

um bacilo gram-negativo, membro da família Enterobacteriaceae, encontrado em

locais como água, solo, plantas e esgoto. Sua colonização em seres humanos

provavelmente ocorre por contato com diversas fontes ambientais e pode ser

encontrada colonizando a orofaringe e no trato gastrintestinal de pessoas sadias, já

no organismo de pessoas imunocomprometidas esta bactéria encontra um ambiente

propício para o seu crescimento, levando aos quadros de infecção. Dentre as

espécias de Klebsiella conhecidas, além da K. pneumoniae, pode-se citar as

seguintes: K. oxytoca, K. ozaenae, K. rhinoscleromatis, K. ornithinolytica, K.

planticola, K. terrigena. São anaeróbios facultativos ou aeróbios, fermentam um

grande número de carboidratos, possuem estrutura antigênica complexa e produzem

uma variedade de toxinas e de outros fatores de virulência (FARMER; KELLY, 1991;

PODSCHUM; ULLMANN, 1998; DESIMONI et al., 2004; MARTINEZ et al., 2004).

Algumas doenças, como cirrose, desordens do trato biliar, diabetes mellitus e o

alcoolismo, podem prejudicar as defesas do organismos e aumentar o risco de

infecções pela K. pneumoniae (TSAI et al., 2010)

A Escherichia coli, inicialmente chamada de “Bacterium coli commune”, foi

isolada pela primeira vez nas fezes de uma criança em 1885, pelo cientista Theodor

Escherich. Ela é uma bactéria gram-negativa, anaeróbia facultativa pertencente à

família Enterobacteriaceae (KAPER; NATARO; MOBLEY, 2004). A grande maioria

dessas amostras é pertencente à microbiota intestinal, tanto de seres humanos

quanto de animais de sangue quente. No entanto, aproximadamente, 10% são

patogênicas, podendo causar infecções intestinais e infecções extraintestinais,

exemplo infecções nosocomiais, septicemia, infecções do trato urinário, dentre

outras (JOHNSON; RUSSO, 2005; KAPER; NATARO; MOBLEY, 2004).

A Pseudomonas aeruginosa é um patógeno nosocomial frequente que é o

grande responsável por infecções em pacientes com fibrose cística, bronquiectasia,

neutropenia, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), e/ou queimados, e

pacientes com doenças metabólicas, hematológicas ou malignas (OBRITSCH et al.,

2004; YETKIN et al., 2006; LIPSKY et al., 2010; LEWIS et al., 2012; COETZEE;

37

RODE; HKAHN, 2013). Esta bactéria é predominantemente responsável por

pneumonias associadas à ventilação mecânica, infecção do sítio cirúrgico, infecção

do trato urinário e sepse em pacientes da unidade de terapia intensiva. A maioria

destas cepas são comumente resistentes a muitos antibióticos incluindo imipenem e

meropenem, com isso, são geralmente patógenos problemáticos na terapia. (NDIP

et al., 2005; LU et al., 2014). A P. aeruginosa é geralmente adquirida do ambiente,

raramente ocorre disseminação de pessoa a pessoa (ANTHONY et al., 2002). A

contaminação de equipamentos de cuidados respiratório, irrigação de soluções,

cateteres, infusões, cosméticos, soluções antissépticas, soluções desinfetantes, e

até mesmo no sabonete tem sido relatados como veículos de transmissão (PIER;

RAMPHAL, 2005; BERROUANE et al., 2000; DOUBIS et al., 2001).

Cepas patogênicas de E. coli podem causar diferentes formas de infecções

gastrintestinais. A P. aeruginosa é um comum patógeno hospitalar em infecções

como pneumonia, do trato urinário, infecções do sítio cirúrgico e infecções em

queimados. O S. aureus é comumente associado com infecções de pele e de

tecidos moles, infecções cirúrgicas, infecções do trato respiratório baixo e infecções

em neonatos (MCCRAING et al., 2006; PILOUT et al., 2005; PILOUT et al., 2007).

BARROS et al. (2012) realizaram um estudo para identificar a prevalência dos

principais microrganismos patogênicos em uma Unidade de Terapia Intensiva de um

hospital de Fortaleza (CE), Brasil. Seus resultados expressam que a P. aeruginosa

foi o principal patógeno isolado, logo em seguida o S. aureus, Acinetobacter sp.,

Enterobacter sp., E. coli e Klebsiella pneumoniae. Estes microrganismos

supracitados foram responsáveis por infecções graves, tais como: infecção

respiratório, sepse, infecção de sítio cirúrgico e infecção do trato urinário.

Praticamente qualquer patógeno encontrado no ambiente hospitalar pode ser

causador de uma infecção nosocomial. Entretanto, os mais frequentes causadores

destas enfermidades têm como alvo àqueles pacientes com o sistema imunológico

comprometido, ou com fatores de risco, bem como exposição aos antibióticos,

queimaduras, cirurgias ou traumas (SANDS; VINEYARD PLATT, 1996; MANIAN;

MEYER, 1997; ZEREY et al., 2007; ARONSON; SANDERS; MORAN, 2006; CDC,

2004).

38

Sem dúvidas, se tivéssemos que listar os principais patógenos hospitalares

mencionaríamos o Staphylococcus aureus, especialmente os resistentes a meticilina

(HEALTH STATISTICS, 2007; GRIFFIN, 2007). A proporção de S. aureus isolados

entre pacientes de unidades de terapia intensivas são que a resistência à meticilina,

oxacilina ou nafcilina é de aproximadamente 60% (ROBIN; McFEE, 2009).

O Staphylococcus aureus é um importante agente etiológico associado às

infecções adquiridas, tanto na comunidade quanto em hospitais, e que se tornou

um paradigma das infecções bacterianas. É considerado um dos principais

patógenos humanos, destacando-se por sua elevada frequência e patogenicidade

que o capacita a produzir doenças, tanto em indivíduos imunocomprometidos

quanto em hígidos e por sua fácil disseminação intra-hospitalar associada à

resistência aos antimicrobianos. (TOKARS et al., 2004; AMERICAN HOSPITAL

ASSOCIATION, 2004). A característica mais extraordinária do S. aureus é a sua

elevada capacidade de adquirir resistência aos antibióticos. Nenhuma outra

espécie bacteriana, com semelhante nível de virulência para o organismo humano,

apresenta tamanho grau de flexibilidade para suportar e sobreviver à terapia

antimicrobiana AMERICAN HOSPITAL ASSOCIATION, 2004; BURKE, 2004). Cerca

de 70% dos isolados de S. aureus de infecções hospitalares, nos principais hospitais

brasileiros, são resistentes à meticilina (CATÃO; FREITAS; SILVA; FEITOSA et.,

2013).

O mecanismo de resistência dos MRSA está relacionado à alteração de

proteínas ligadoras de penicilina (PBPs) codificada pelo gene mecA. A presença da

PBP2a faz com que a meticilina e os compostos penicilina-penicilinase resistentes

(PPR) tenham baixa afinidade pelo local de ligação na bactéria, a parede celular e,

consequentemente, deixem de ser efetivos. O grupo PPR é composto pelas drogas:

oxacilina; meticilina; nafcilina; cloxacilina; e dicloxacilina (GOTIJO FILHO, 2006).

No Brasil, vários estudos tem demonstrado prevalência de infecções

hospitalares por S. aureus variando entre 17% a 26%, e aproximadamente 70% a

100% são causadas por amostras multirresistentes (OLIVEIRA; MARUYAMA, 2008;

MINISTÉRIO DA SAÚDE; 1998). De modo que, diante da disseminação de bactérias

multirresistentes, é necessária a adoção de programas de vigilância que envolvem,

entre outras medidas, a avaliação do perfil de sensibilidade dos isolados

39

empregando-se metodologias apropriadas e recomendadas por órgãos de referência

(MARQUES et al., 2008; MINISTÉRIO DA SAÚDE; 1998).

A Klebsiella pneumoniae tem demonstrado um aumento de 50% na taxa de

resistência das cefalosporinas de terceira geração. Outro patógeno bastante isolado

em infecções hospitalares é a Pseudomonas aeruginosa, ainda mais pela grande

quantidade de antibióticos intrinsecamente resistentes desta espécie (ROBIN;

McFEE, 2009).

A maioria das infecções hospitalares estão associadas com infecções do trato

urinário, do sítio cirúrgico, pneumonia, sepses e outras, incluindo infecções

gastrintestinais (KLENVENS et al., 2007). Cateteres uretrais são dispositivos que

apresentam um risco bem conhecido. Infecções no cirúrgico contabilizam mais de

240.000 relatos na “Vigilância Nacional de Infecções Nosocomiais”, de 1992 a 2004,

nos Estados Unidos da América. Existe também uma variação sazonal associados a

esses patógenos hospitalares (ROBIN; McFEE, 2009).

Embora os microrganismos causadores de muitas infecções nosocomiais

frequentemente são da microbiota normal do próprio corpo dos pacientes, o contato

com o ambiente hospitalar, onde os patógenos podem sobreviver em superfícies ou

instrumentos oferece um significante risco ao homem. O paciente interage com a

equipe médica, com os auxiliares e com os instrumentais médicos. Como os

pacientes se locomovem muito dentro do hospital e os períodos de internação são

cada vez mais curtos, muitos pacientes recebem alta (dispensa médica para retorna

a sua residência) enquanto estão assintomáticos, antes da infecção se tornar

aparente. Um grande desafio do controle da infecção encontra-se no fato de que

muitas infecções nosocomiais em pacientes hospitalizados originalmente surgem no

setor ambulatorial e só torna-se aparente (sintomática) após a alta do paciente

(ROBIN; McFEE, 2009).

Chikere et al. (2008) realizaram um estudo a fim de isolar e identificar os

principais patógenos da enfermaria de um hospital da Nigéria. De acordo com seus

resultados, foram isolados 39,2% de S. epidermidis, 28,5% de S. aureus, 8,9% de

Streptococcus sp., 7,1% de E. coli, 5,3% de K. pneumoniae, 3,5% de Proteus sp. e

3,5% de Enterobacter aerogenes. Sendo que o setor da enfermaria que apresentou

40

maior concentração de microrganismos foi a ortopedia. Abaixo, encontra-se uma

tabela sobre a distribuição dos isolados, por setor de enfermaria.

Bactéria isolada Ortopedia Pediatria Cirurgia Clínica

S. epidermidis 40,9% 22,7% 18,2% 18,2%

S. aureus 37,5% 37,5% 16,3% 18,7%

Streptococcus sp. - 20% 60% 20%

E. coli 50% 25% 25% -

K. pneumoniae 66,7% - - 33,3%

Proteus sp. 50% - 50% -

Enterobacter aerogenes - 100% - -

Bacillus cereus 100% - - -

Tabela 3 - Porcentagem dos isolados bacterianos encontrados na pesquisa de

CHIKERE et al., 2008.

As infecções do trato urinário representam a principal causa de infecção

nosocomial em nações industrializadas, enquanto que em países em

desenvolvimento os procedimentos invasivos são a principal causa (CHRISTENSON

et al., 2006; WENZEL, 2007; ROSENTHAL et al., 2009). As intervenções cirúrgicas

são uma das maiores fontes de infecções nosocomiais, com uma taxa de 1,2% a

23,6%, sendo que os principais patógenos causadores destas enfermidades nos

países em desenvolvimento são os S. aureus (20%), E. coli (18%) e outras

enterobactérias (LANCET, 2009; ALLEGRANZI et al., 2011; MAWALLA et al., 2011).

2.8 - A busca de novos materiais para reduzir a contaminação de superfícies e

as infecções hospitalares

A contaminação de equipamentos hospitalares, médicos e suprimentos de

água e alimentos com patógenos hospitalares é causa bem conhecida de fontes de

infecção nos estabelecimentos da saúde (VILLEGAS; HARTSTEIN, 2003; DANCER,

2009). Amplas orientações sobre prevenção e controle da contaminação são

disponibilizadas pelos fabricantes, especialistas, e departamentos de saúde, e há

41

frequentemente exigências legais com regulamentações de saúde e segurança. Em

contraste, o grau para qual a atual contaminação de superfícies do meio contribuem

para o desenvolvimento das infecções associadas a serviços de saúde não é clara,

e suas abordagens para o controle é incerta (OTTER et al., 2011).

A Tabela 4 abaixo, fornece uma visão global dos microrganismos mais

comumente discutidos na literatura, concentrando-se na estratégia de intervenção

por todo o ambiente hospitalar.

42

Tabela 4 - Patógenos, nichos ecológicos e significância clínica (ZIMRING et al., 2013).

PATÓGENOS NICHO

ECOLÓGICO NOS

HOSPITAIS

SOBREVIVÊNCIA

EM SUPERFÍCIES

INANIMADAS

PRINCIPAL MODO

DE TRANSMISSÃO

PAPEL DAS

SUPERFÍCIES

INANIMADAS

COMO FONTE DE

TRANSMISSÃO

EVIDENCIAS DE

QUE A

TRANSMISSÃO

PODE SER

ATENUADAS

ATRAVÉS DAS

SUPERFÍCIES

INANIMADAS

SURTOS

ASSOCIADOS

COM AS

SUPERFÍCIES

INANIMADAS

SIGNIFICÂNCIAS

CLÍNICAS DO

PATÓGENO NOS

HOSPITAIS

Staphylococcus

aureus, incluindo a

cepa resistente à

meticilina (MRSA)

Superfícies da pele

humana e mucosas;

Superfícies

inanimadas

De dias a meses Contato Modesta Algumas evidências

apresentam redução

com o melhoramento

da limpeza

Transmissão com

equipamentos

médicos reutilizáveis

Principal patógeno

associado aos

cuidados médicos;

causa de moderadas

a graves infecções,

incluindo as infecções

de sítio cirúrgico e

associados a

cateteres.

Enterococcus spp.,

incluindo as cepas

resistes a

vancomicina (VRE)

Cólon humano;

Superfícies

inanimadas

De dias a meses Contato Moderado Algumas evidências

apresentam redução

com o melhoramento

da limpeza

Transmissão com

equipamentos

médicos reutilizáveis

Pode causar uma

variedade de

infecções associadas

aos cuidados

médicos,

particularmente em

pacientes imuno-

comprometidos

Continuação da Tabela 4 - Patógenos, nichos ecológicos e significância clínica (ZIMRING et al., 2013).

43

Pseudomonas

aeruginosa

Água; cólon

humano

De dias a meses Contato Documentado em

surtos; papel

desconhecido no

cenário endêmico

Sim, em surtos. Torneiras e pias. Principal patógeno

associado a

infecções

relacionadas a

cuidados médicos;

frequentemente

associada com

pneumonia

associada a

ventilação mecânica

Mycobacterium

tuberculosis

Trabalhadores da

saúde; pacientes

com a doença ativa

Dias a meses Ar Relevante Sim, pode ser

reduzido com a

ventilação de

pressão negativa e

irradiação de luz

ultravioleta

Transmissão de

pacientes fonte em

hospitais sem

adequado controle

ambiental

Doenças

pulmonares e

extrapulmonares.

Acinetobacter sp. Água; superfícies;

pode colonizar a

pele e mucosas

humanas

De dias a meses Contato Documentado em

surtos; papel

endêmico

desconhecido

Sim, em surtos. Cortina; toalhas;

pias; torneiras e

sistema de

ventilação

Patógeno

principalmente

relacionado a

doenças

respiratórias;

pacientes com

ventilação

mecânica.

Continuação da Tabela 4 - Patógenos, nichos ecológicos e significância clínica (ZIMRING et al., 2013).

44

Os pacientes internados disseminam patógenos no meio, mas existe um

debate sobre a importância da contaminação da superfície resultando em um

possível fonte de transmissão. Desde 1950, o modelo dos hospitais e as práticas

higiênicas tem sido amplamente direcionada para o controle de patógenos

nosocomiais através do ar, das mãos, equipamentos e das superfícies (WILLIAMS et

al., 1966). Entretanto, nos anos 70 e no início dos anos 80 muitos estudos sugeriram

que o ambiente hospitalar tinha uma contribuição insignificante para a transmissão

de patógenos (WEBER et al., 1976; MAKI et al., 1982). Culturas rotineiras de

vigilância do ambiente hospitalar foram injustificáveis, e a importância das culturas

realizadas no hospital durante surtos infecciosos eram questionadas.

Consequentemente, após essas informações, as culturas de vigilância

reduziram em 3/4 nos hospitais dos Estados Unidos. De fato, naquela época o

Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) orientou os hospitais a

realizarem o processo de busca ativa no ambiente hospitalar somente durante o

surto infeccioso (SEHULSTER; CHINN, 2003). O CDC fez uma reavaliação sobre

essa informação e sobre o papel desempenhado por superfícies contaminadas na

transmissão de patógenos nosocomiais (DANCER, 2009; WEBER et al., 2010).

A transferência do patógeno de um paciente infectado ocorre frequentemente

através das mãos dos trabalhadores da saúde, mas objetivos contaminados,

superfícies e o ar podem ser diretamente ou indiretamente envolvidos na trajetória

da transmissão. Um exemplo encontra-se na Figura 1, onde é representado as

possíveis rotas de contaminação dos principais patógenos hospitalares (OTTER et

al., 2011).

45

Figura 1 – Rotas de transmissão de patógenos hospitalares. (MRSA –

Staphylococcus aureus resistentes à meticilina; VRE – Enterococos

resistentes à vancomicina; BGN – bacilos gram-negativos) (OTTER

et al., 2011).

Estima-se que 40-60% dos patógenos causadores de infecções relacionadas

à assistência à saúde em Unidades de Terapia Intensiva estejam relacionados a

própria microbiota do paciente; 20-40% infecção cruzada via mãos de profissionais

de/da saúde; 20-25% administração de antibióticos que resultam na alteração da

microbiota do paciente; 20% outras causadas (incluindo contaminação do ambiente

nosocomial) (WEBER; ANDERSON; RUTALA, 2013). Ao longo da última década, a

evidência científica substancial tem acumulado dados que a contaminação da

superfície ambiental (inanimada) das salas hospitalares desempenham um

importante papel na transmissão de vários patógenos-chave associados aos

cuidados da saúde, incluindo Clostridium difficile, Staphylococcus aureus resistente

à meticilina (MRSA), Enterococos resistentes à vancomicina (VRE), Acinetobacter

46

baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp. (VANDENBERGH et al., 1999;

BOYCE, 2007; WEBER et al., 2010; OTTER et al., 2011).

As evidências que sustentam o papel da contaminação das superfícies

ambientais na transmissão de patógenos-chave associados aos cuidados médicos

está resumido a seguir: I. A superfície ambiental nas salas de pacientes colonizados

ou infectados é frequentemente contaminado com o patógeno; II. O patógeno é

capaz de sobreviver na superfície das salas hospitalares e em equipamentos

médicos por um longo período de tempo; III. O contato com as superfícies das salas

hospitalares ou equipamento médico dos profissionais da saúde frequentemente

conduzem a contaminação das mãos e/ou das luvas; IV. A frequência na qual as

superfícies das salas hospitalares são contaminadas correlaciona-se com a

frequência das contaminação das mãos e/ou luvas dos profissionais da saúde; V. O

surto de cepas clones contaminando a superfícies das salas hospitalares de um

paciente colonizado ou infectado demonstra ser devido a transmissão pessoa a

pessoa ou compartilhamento de equipamentos médicos; VI. O paciente admitido em

uma sala previamente ocupada por um paciente colonizado ou infectado com um

patógeno (MRSA, VRE, C. difficile, Acinetobacter sp) tem uma maior probabilidade

de desenvolver colonização ou infecção com aquele patógeno; VII. O melhoramento

da limpeza no ambiente hospitalar conduz a uma diminuição da taxa de infecção

nosocomial; VIII. Melhoramento de desinfecção final (exemplo a vaporização por

peróxido de hidrogênio) conduz a uma diminuição na taxa de infecção em pacientes

subsequentemente admitidos a uma sala onde um ocupante (paciente) anterior

estava colonizado ou contaminado (WEBER et al., 2013).

Embora a transferência do patógeno, de um paciente colonizado ou infectado

a um paciente suscetível, pode ocorrer através da via de transmissão/disseminação

direta ou indireta, frequentemente ocorre via mãos dos profissionais da saúde,

superfícies ou equipamentos médicos contaminados (e menos comum, através da

água e ar). Estas vias de transmissão tem sido esquematizadas e estes modelos

fornece a base para desenvolver intervenções para interromper a transmissão

(RUTALA; WEBER, 2009; OTTER et al., 2011).

47

A proporção de superfícies hospitalares contaminadas com MRSA tem

variado de acordo com as publicações entre 1 a 27% das superfícies nos quartos

dos pacientes das enfermarias de hospitais, e poucos porcentos até a 64% nas

unidades de queimados (BOYCE, 2007). Um artigo de revisão reportou que de 7–

29% dos sítios ambientais de hospitais foram positivos nas áreas em que haviam

pacientes portadores do enterococos resistente à vancomicina (WEBER; RULATA,

2007).

A sobrevivência dos patógenos nosocomiais nas superfícies ambientais tem

sido revisada sistematicamente (HOTA, 2004; KRAMER; SCHWEBKE; KAMPG,

2006), como demonstrado na Tabela 5:

Tipo de bactéria Duração da persistência Referências

Acinetobacter sp. 3 dias a 5 meses JAWAD et al., 1996;

WENDT et al., 1997;

NEELY, 2000; WEBSTER

et al., 2000; MUSA et al.,

1990; GETCHELL-WHITE

et al., 1989.

Bordetella pertusis de 3 a 5 dias HAHN; ARVAND, 2001;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984.

Campylobacter jejuni Até 6 dias BOUCHER et al., 1998.

Clostridium difficile

(esporos)

5 meses KIM et al., 1981;

McFARLAND; STAMM,

1986.

Chlamydia pneumoniae;

Chlamydia trachomatis

Até 30 horas NOVAK et al., 1995;

FALSEY; WALSH, 1993.

Chlamydia psittaci Até 15 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984.

Corynebacterium

diphtheriae

De 7 dias até 6 meses MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984; CROSBIE;

48

WRIGHT, 1941;

Corynebacterium

pseudotuberculosis

De 1 até 8 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984; CROSBIE;

WRIGHT, 1941;

Escherichia coli 1,5 horas até 16 meses DICKGIESSER, 1978;

GUNDERMANN, 1972;

WILLIAMS et al.,

2005;,WILKS et al., 2005;

NEELY, 2000; SCOOT;

BLOOMFIELD, 1990;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984; MAULE,

2000; ABRISHAMI et al.,

1994; KAMPF et al., 1998.

Enterococcus sp.

(incluindo VRE e VSE)

De 5 dias até 4 meses NEELY; MALEY, 2000;

BALE et al., 1993; NEELY,

2000; NOSKIN et al., 1995;

WENDT et al.,, 1998.

Haemophilus influenzae Até 12 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984.

Helicobacter pylori Até 99 minutos BOEHMIER et al., 1996.

Klebsiella spp. De 2 horas a 30 meses DICKGLESSER, 1978.

GUNDERMANN, 1972;

NEELY, 2000; SCOOT;

BLOOMFIELD, 1990;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984.

Listeria spp. De 1 dia a meses HELKE; WONG, 1994;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984; MIELKE;

HAHN, 2001.

49

Mycobacterium bovis Menos que 2 meses HIRAI, 1991;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984.

Mycobacterium

tuberculosis

1 dia a 4 meses SMITH, 1942;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Neisseria gonorrhoeae 1 a 3 dias ELMOS, 1977; PERES et

al., 1990;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Proteus vulgaris 1 a 2 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Pseudomonas aeruginosa 6 horas a 16 meses DICKGLESSER, 1978;

GUNDERMANN, 1972;

NEELY, 2000; SCOOT;

BLOOMFIELD, 1990;

KAMPF et al, 1998;

GOULD, 1963; ,PANEGEA

et al., 2005.

Salmonella typhi 6 horas a 4 semanas MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Salmonella typhimurium 10 dias a 4,2 anos HELKE; WONG, 1994;

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984;

ROBERTSON, 1972.

Salmonella spp 1 dia SCOOT; BLOOMFIELD,

1990.

Serratia marcescens 3 dias a 2 meses DICKGLESSER, 1978 e

MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Shigella spp. 2 dias a 5 meses MISTSCHERLICH;

50

MARTH, 1984, NASS,

1977; ISLAM et al., 2001.

Staphylococcus aureus,

incluindo MRSA

7 dias a 7 meses NEELY; MALEY, 2000;

WAGENVOORT;

PENDERS, 1997;

GUNDERMANN, 1972;

SCOOT; BLOOMFIELD,

1990; KAMPF et al, 1998;

WAGENVOORT et al.,

200.

Streptococcus

pneumoniae

1 a 20 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Streptococcus pyogenes 3 dias a 6 meses MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984

Vibrio cholerae 1 a 7 dias MISTSCHERLICH;

MARTH, 1984; BARUA,

1970.Tabela 5 - Persistência das bactérias clinicamente relevante em superfícies secas

inanimadas (KRAMER; SCHWEBKE; KAMPF, 2006).

Bactérias, esporos e vírus são disseminados de pacientes colonizados ou

infectados (e as vezes, pela própria equipe de saúde) no ambiente hospitalar. A

ampla variação relatada na frequência da contaminação ambiental pode ser

explicada por diversos fatores, incluindo a capacidade de se cultivar estes

microrganismos, metodologia de amostragem, a facilidade de contaminação (ou a

dificuldade de descontaminação) do ambiente hospitalar e se há um surto no

hospital no momento da busca ativa (OTTER et al., 2011).

Os pacientes são a primeira fonte de contaminação no ambiente hospitalar, e

as superfícies em volta destes pacientes são tocadas frequentemente pelos

profissionais da saúde e outros pacientes. Estas superfícies são conhecidas como

“superfícies altamente tocadas”, pois possuem uma maior frequência de

51

contaminação do que outros sitio (HAYDEN et al., 2008; HUSLAGE et al., 2010;

BOYCE et al., 1997; DUCKRO et al., 2005). Por exemplo, um estudo recente definiu

as superfícies altamente tocadas como os apoiadores da cama, superfície da cama,

cadeira de rodas dentre outros equipamentos que são comumente tocados por

diversas mãos (HUSLAGE et al., 2010). O desenvolvimento de uma compreensão

de quais sítios comumente são mais contaminados com patógenos pode conduzir a

prática de controle e de outras inovações (OTTER et al., 2011).

Áreas ao redor dos pacientes são frequentemente contaminadas com MRSA,

VRE e alguns bacilos gram-negativos (ex. Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae,

etc). Pacientes infectados disseminam mais patógenos do que aqueles que são

somente colonizados, e àqueles pacientes que estão com quadro de diarreia são

caracterizados com o que mais distribuem microrganismos no ambiente hospitalar

(BOYCE et al., 1994; BOYCE et al., 1997; BOYCE et al., 2007).

A contaminação de quartos de pacientes não colonizados ou infectados pelos

patógenos hospitalares tem sido relatada. Das amostras obtidas de sala de

pacientes não colonizados ou contaminados, 43% apresentavam presença de MRSA

na cama do paciente, 13% apresentaram VRE em todo o quarto. A contaminação

dos quartos de pacientes não infectados ou colonizados é mais comum do que se

imagina, além disso, favorece com que o microrganismo continue a ser disperso no

ambiente hospitalar (BOYCE et al., 1997; HARDY et al., 2006; DREES et al., 2008).

Em geral, pacientes colonizados ou infectados tem uma maior concentração de

microrganismos patogênicos, que podem contaminar as superfícies ao redor, do que

propriamente as superfícies sabidamente contaminadas (exemplo as superfícies

altamente tocadas) (BONTEN et al., 1996; FRENCH et al., 2004; DUCKRO et al.,

2005; SEXTON et al., 2006; BOYCE et al., 2007; ECKSTEIN et al., 2007; ROHR et

al., 2009). A concentração de VRE é aproximadamente 103 unidades formadoras de

colônia (UFC) em 50 cm2 na pele do paciente, enquanto que a concentração de VRE

e MRSA atingem 103 a 109 UFC/grama nas fezes (MAYER et al., 2003; BOYCE et

al., 2007; AL-NASSIR et al., 2008).

A presença de um patógeno na superfície não necessariamente representa

um risco de transmissão. Todavia, a dose infecciosas para a maioria dos patógenos

52

nosocomiais associadas a contaminações ambientais parece ser baixa. Por

exemplo, menos de 15 células de Staphylococcus aureus são suficientes para causa

uma infecção em uma lesão experimental (FOSTER; HUTT, 1960), menos de 1

UFC/cm2 de Clostridium difficile foi suficiente para causar doença em camundongos

(LAWLEY et al., 2010). Consideravelmente, apesar da baixa concentração de

contaminação nas superfícies, se compararmos com a pele de um paciente

contaminada por VRE e uma superfície contaminada pelo mesmo microrganismo,

ambas superfícies apresentam o mesmo risco de adquirir o VRE através do toque

das mãos ( DUCKRO et al., 2005; HAYDEN et al., 2008).

Kramer et al. (2006) investigaram a capacidade de sobrevivência dos

patógenos nosocomiais em diversas superfícies, e obtiveram como resultado que o

VRE, MRSA, espécies de Acinetobacter sp. e bacilos gram-negativos podem

sobreviver de 4-5 meses ou mais em superfícies secas.

Uma das alternativas de eliminação destes microrganismos é a limpeza e

desinfecção dessas superfícies. A limpeza é caracterizada como a remoção de

sujeiras (sujidades) e contaminantes de uma superfície, enquanto que a desinfecção

é a inativação dos patógenos (SEHULSTER; CHINN, 2003). Os microrganismos

variam nas suas resistências à desinfecção, com isso essas substâncias deve ser

escolhidos cuidadosamente para que haja completa eficácia (MCDONNELL;

RUSSELL, 1999). Além disso, o ambiente hospitalar é complexo e frequentemente

difícil à limpeza e o uso de agentes de limpeza que não são efetivos contra o

microrganismo alvo favorecem com que os patógenos sejam difundidos em outras

superfícies (MCDONNELL; RUSSELL, 1999; BARKER et al., 2004).

Além disso, diversos desinfetantes líquidos geram danos aos equipamentos,

especialmente os eletrônicos, e o materiais contendo cloro (ex. água sanitária) pode

corroer os metais. Os desinfetantes podem prejudicar potencialmente os usuários, e

a liberação (descarga) de resíduos biocidas e antibióticos no ambiente podem

favorecer a resistência de ambos. Por estas razões, alguns autores tem questionado

o uso rotineiro de desinfetante para descontaminação do ambiente hospitalar

(DETTENKOFER; BLOCK, 2005).

53

A limpeza e a desinfecção não são as melhores formas de erradicar

microrganismos de uma superfície. Exemplo disso, foram cultivados VRE de 71%

das superfícies desinfetadas após um surto pelo mesmo microrganismos

(ECKSTEIN et al., 2007). O MRSA foi cultivado em 66% das 124 superfícies limpas

com soluções desinfetantes. Já no caso dos vírus (WU et al., 2005) e da bactéria

Acinetobacter baumannii (CORBELLA et al., 1999), a desinfecção das superfícies se

mostrou efetiva.

Os profissionais da saúde tem frequente contato com as superfícies

ambientais das salas dos pacientes, fornecendo uma ampla oportunidade de

disseminar estes patógenos através das luvas e/ou mãos (HUSLAGE et at., 2010).

Consideravelmente, a contaminação das mãos com o MRSA tem sido demonstrada

ocorrer com igual frequência se os trabalhadores da saúde tem contato direto com o

paciente colonizado ou infectado ou através do simples toque da superfície

contaminada (STIEFEL et al., 2011).

O mais importante fator de risco pela contaminação das mãos e/ou luvas dos

profissionais da saúde com patógenos multirresistentes aos antimicrobianos tem

sido demonstrado através das culturas positivas do ambiente nosocomial e da

cultura das mãos desdes profissionais (MORGAN et al., 2012).

54

3 - OBJETIVOS

3.1 – OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve como objetivo avaliar a citotoxicidade da liga Níquel-

Berílio quando em contato com diversas cepas bacterianas e com a linhagem celular

NCTC clone 929 (Cultura de Células do Tecido Conjuntivo de Camundongo).

3.1.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar qualitativamente a citotoxicidade da liga níquel-berílio, quando em

contato com cepas padrão de Escherichia coli, Staphylococcus aureus,

Staphylococcus epidermidis, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa, em

diferentes períodos de contato;

Quantificar as Unidades Formadoras de Colônia (UFC) das bactérias viáveis

após cada período de contato com a liga de níquel-berílio, para cada cepa

bacteriana;

Avaliar a citotoxicidade da liga de Níquel-Berílio em contato com a linhagem

celular NCTC Clone 929 (Célula de Tecido Conjuntivo de Camundongo);

55

4 – MATERIAL E MÉTODOS

4.1 – Materiais

4.1.1 – Corpos de prova da liga níquel-berílio.

Os corpos de prova de Ni-Be foram preparados por torneamento, a partir da

liga no estado bruto de fusão. Após a fusão, foram obtidos tarugos de uma polegada

de diâmetro e deles foram extraídos os corpos de prova. Estes apresentavam a

forma de discos com 10,0 mm de diâmetro e 3,0 mm de espessura, e foram

confeccionados no Laboratório de Transformação de Fase, do Professor Dr. João

Manuel Domingos de Almeida Rollo, na Universidade de São Paulo, campus São

Carlos.

Figura 2 – Demonstração dos corpos de prova da liga níquel-berílio.

4.1.2 – Microrganismos

Para realização deste experimento, foram utilizadas as seguintes cepas ATCC

(American Type Culture Collection):

Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 (1);

Staphylococcus aureus ATCC 25932 (1);

Pseudomonas aeruginosa - ATCC 27853 (1);

Klebsiella pneumoniae - cepa de campo(3).

Escherichia coli - ATCC 11775 (2).

56

(1) cepas ATCCs cedidas pelo Laboratório Especial de Microbiologia Clínica –

LEMC, da Faculdade Paulista de Medicina – UNIFESP, da cidade de São Paulo,

com autorização do Professor Dr. Antônio Carlos Campos Pignatari.

(2) Cepa ATCC cedida pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, do estado do

Rio de Janeiro.

(3) Cepa isolada e identificada no Laboratório de Microbiologia Clínica do

Laboratório de Análises Clínicas “Professor Antônio Longo”, do Centro de Referência

Diagnóstica, do Núcleo de Atendimento a Comunidade – NAC, da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas de Araraquara – UNESP.

4.1.3 – Linhagem celular

Para realização deste experimento, foram utilizadas células provenientes da

linhagem NCTC clone 929, do Núcleo de Cultura Celulares do Instituto Adolfo Lutz.

4.1.4 - Meios de Cultura

Os meios de cultura utilizados para o cultivo bacteriano foram: caldo Mueller

Hinton (Mueller Hinton broth-MHb), ágar soja tríptica (Tryptic Soy Agar-TSA), caldo

soja tríptica (Tryptic Soy Broth-TSB). Todos foram preparados de acordo com as

instruções do fabricante.

4.1.4.1. - Ágar Mueller-Hinton

Infusão de carne bovina.................................................................300,0 g

Peptona ácida..................................................................................17,5 g

Amido...............................................................................................1,5 g

Água destilada...........................................................................1000,0mL

Hidratar de acordo com as especificações do fabricante em água ultra pura,

esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 121°C e dispensar como desejar.

4.1.4.2 – Agar de Soja Tríptica - Tryptic Soy Agar (TSA)

Peptona de Caseína........................................................................15,0 g

Peptona de soja................................................................................5,0 g

57

Cloreto de sódio...............................................................................5,0 g

Ágar................................................................................................15,0 g

Àgua destilada...........................................................................1000,0mL

Hidratar de acordo com as especificações do fabricante em água ultra pura,

esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 121°C e dispensar como desejar.

4.1.4.3 – Caldo de Soja Tríptica - Tryptic Soy Broth (TSB)

Peptona de Caseína.........................................................................17,0 g

Peptona de soja.................................................................................3,0 g

Glicose..............................................................................................2,5 g

Cloreto de sódio................................................................................5,0 g

Fosfato de potássio...........................................................................2,5 g

Água destilada............................................................................1000,0mL

Hidratar de acordo com as especificações do fabricante em água ultra pura,

esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 121°C e dispensar como desejar.

5 – MÉTODOS

5.1 – Confecção dos corpos de prova da liga níquel-berílio

A liga metálica de níquel-berílio utilizada como base para confecção dos

corpos de prova é procedente da empresa Brush Wellman Engineering Materials,

localizada no Estado de Ohio, Estados Unidos da América, sendo sua composição

descrita na Tabela 6 abaixo:

Tabela 6 – Composição química da liga níquel-berílio testada no presente estudo.

Componentes % em pesoNíquel 97,18Berílio 2,30

Carbono 0,48Cobalto 0,04

58

Também são componentes da liga níquel-berílio traços de carbono (C), cobre

(Cu), ferro (Fe), silício (Si), estanho (Sn), alumínio (Al), zinco (Zn), cromo (Cr) e

chumbo (Pb).

No total, duzentos e sessenta corpos de prova foram confeccionados,

esterilizados em autoclave e armazenados assepticamente até o momento do uso.

5.2 – Preparo do inoculo bacteriano

As cepas S. aureus, S. epidermidis, E. coli, K. pneumoniae e P. aeruginosa

encontravam-se armazenadas em freezer à -21ºC com Tryptic Soy Broth (TSB)

suplementado de glicerol. Antes de realizar o procedimento de preparo do inóculo,

os tubos foram retirados do freezer e deixados descongelar a temperatura ambiente.

Após o descongelamento, as cepas foram semeadas, individualmente, em

ágar de Soja Tríptica e as placas foram incubadas em estufa bacteriológica 35±2ºC

por 24 horas, para reativar as células bacterianas. Com auxílio de agulha

bacteriológica, cerca de quatro unidades formadoras de colônia foram transferidas

para 5,0 ml de TSB.

O meio TSB contido em tubos foi homogeneizado em vortex por 15 segundos,

a seguir a turvação monitorada por espectrofotômetro com comprimento de onda de

625nm. O branco foi padronizado com o caldo TSB esterilizado e ausente de

bactéria.

Ao atingir a absorbância entre 0,08 - 0,12 nm (109 Unidades Formadoras de

Colônia/ml), a suspensão bacteriana encontrava-se adequada para ser utilizada nos

próximos testes.

5.3 – Ensaio de sobrevivência microbiana sobre superfície metálica seca

O presente experimento foi realizado de acordo com a padronização de

ESPIRITO SANTO et al. (2010).

Para determinação da sobrevivência de S. aureus, S. epidermidis, E. coli, K.

pneumoniae e P. aeruginosa sobre a superfície seca do corpos de prova de níquel-

berílio estéreis (em autoclave), foram realizados cultivos de 24 horas dos

microrganismos supracitados e padronizado, por espectrofotometria, a concentração

59

de 109 Unidades Formadoras de Colônia ml-1. Uma amostra de 40 µl foi aplicada em

um swab e espalhado sobre a superfície do corpos de prova, como demonstrado na

Figura 3. A concentração aplicada sobre a superfície do corpos de prova foi,

aproximadamente, de 2,83±0,17µl (7% do total do volume), contendo 1,4 x 109

células (4,3% do número inicial de células aplicadas no cotonete). Esta discrepância

ocorre provavelmente devido a ligação das células as fibras de algodão do cotonete.

Entretanto, o número de células aplicadas aos corpos de prova possuí alta

capacidade de replicação.

Figura 3 – Momento da aplicação do swab contendo 109 UFC sobre a superfície do

corpos de prova da liga de NiBe.

Para identificação da resistência bacteriana sobre a superfície metálica de

níquel-berílio, aproximadamente 109 Unidades Formadoras de Colônia foram

aplicadas, em cada corpos de prova. O experimento foi realizado em triplicata para

cada microrganismos. Todas as amostras foram completamente secas dentro de 5

segundos após o contato com a superfície. Para evitar contaminação do ambiente

laboratorial, os corpos de prova foram introduzidos em placas de Petri, à

60

temperatura de 23±2ºC, em diversos períodos de incubação (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24,

72 horas), como demonstrado na Figura 4.

Figura 4 – Após a inoculação das UFC, os corpos de prova eram colocados em

placas de Petri estéreis e deixados a temperatura ambiente por 1, 3, 6, 9, 12, 18, 24

e 72 horas.

Após cada período de incubação, os corpos de prova eram retirados das

placas de Petri e então carimbados diretamente, em dez locais diferentes, no meio

61

de cultura sólido (Agar Mueller-Hinton), como descrito nas Figuras 5, e as placas

eram incubadas em estufa bacteriológica por 24 e 48 horas de incubação, a 35±2ºC.

Após os períodos de incubação, a liga NiBe era classificada como antibacteriana se

10 ou menos UFCs se desenvolvesse, e com 11 ou mais UFC, sem propriedades

antibacterianas. A liga apresenta efeito antimicrobiano, caso após 24 e 48 horas de

incubação.

Figura 5 – Após cada período de exposição a temperatura ambiente, retirava-se os

corpos de prova da placa de Petri e aplicava-se o mesmo sobre a

superfícies do Agar Mueller-Hinton, em dez locais diferentes. Realizado

este procedimento, os meios de cultura eram incubados em estufa

bacteriológica, a 35±2ºC, por 24 e 48 horas.

5.4 – Cultura celular

O presente ensaio fora realizado pelo Núcleo de Cultura Celulares – NCC, do

Instituto Adolfo Lutz, da cidade de São Paulo – SP.

Para a realização do teste de citotoxicidade da liga NiBe, foi utilizada a

linhagem celular NCTC clone 929 (ATCC-CCL 1), células de tecido conjuntivo de

camundongos, do Seção de Culturas Celulares do Instituto Adolfo Lutz.

62

A linhagem celular NCTC clone 929 foi cultivada em meio mínimo de Eagle

(MME), suplementado com 0,1 mM de aminoácidos não essenciais, 1,0 mM de

piruvato de sódio e 10% de soro fetal bovino (SFB), sem antibiótico (MME com 10%

de SFB) (CRUZ, 2003).

A manutenção destas linhagens foi feita a 36ºC, em garrafas de 75cm2 ou 250

ml e repiques com intervalos médios de 72 horas. A dispersão da monocamada

celular foi efetuada utilizando uma associação de tripsina 0,20% e versene 0,02%

(ATV). Após a dispersão, as células foram novamente suspensas nos seus

respectivos meios de cultura e distribuídas em placas de Petri, que foram utilizadas

durante a realização dos ensaios de citotoxicidade (PAUL, 1975; FRESHNEY, 1987;

DOYLE, GRIFFITHS; NEWVELL, 1994).

5.4.1 Método de Difusão em Agar

As células foram semeadas em volumes de 5 mL em placas de Petri

(60x15 mm), na concentração de 3,0x105 céls/ml para as linhagens NCTC - clone

929. A incubação foi realizada por 48 horas a 37ºC em atmosfera úmida contendo

5% de CO2. Após este período, com a monocamada de células já formadas, o

meio de cultura foi desprezado e adicionado volume de 5ml de meio overlay, em

cada placa de Petri. Este meio é composto de partes iguais de MME duas

vezes concentrado e ágar (BBL-Becton Dickinson) a 1,8% contendo 0,01% de

vermelho neutro (Merck), como corante vital. No momento do uso o ágar foi

fundido e misturado com o MME, ambos à temperatura de 44 ± 1ºC. (GUESS et al.,

1965; USP 22, 1990; ISO, 1992).

Como controles positivos foram utilizados fragmentos de látex e como

controles negativos discos de papel de filtro, respeitando a dimensão de 0,5 cm de

diâmetro para ambos. As amostras foram avaliadas em triplicata.

Os corpos de prova da liga de Níquel-Berílio foram colocadas diretamente

sobre esse meio de cobertura e as placas incubadas por 24 horas, e este

procedimento foi realizado em quadruplicata.

As placas foram analisadas macroscópica e microscopicamente e a

citotoxicidade foi constatada pela presença de um halo claro sob ou ao redor da

63

amostra testada. A partir da medida da toxicidade, os índices de zona foram

graduados em:

Índices de Zona Descrição Classificação0 Nenhum zona sob ou ao redor da amostra Nenhuma1 Alguma alteração ou degeneração celular sob a amostra Fraca2 Zona limitada sob a amostra Leve3 Zona entre 0,5 – 1,0 cm ao redor da amostra Moderada4 Zona maior que 1,0 cm ao redor da amostra Severa

Tabela 7 – Descreve e classifica o teste de citotoxicidade da amostra NiBe.

O ensaio celular supracitado foi realizado em quadriplicata de quatro corpos

de prova distintos, em placas separadas, perfazendo um total de 16 (dezesseis)

testes para confirmar o potencial citotóxico da liga de níquel-berílio. Ensaio realizado

no laboratório do Núcleo de Cultura de Células do Instituto Adolfo Lutz.

5.5 – Análise Estatística

Os dados foram expressos como média desvio padrão (sd). A análise

estatística foi realizada com o software QtiPlot (versão 0.9.8.9, LINUX).

64

6 – RESULTADOS

6.1 - Sobrevivência bacteriana sobre superfície da liga níquel-berílio.

6.1.1 - Análise qualitativa da capacidade citotóxica da liga níquel-berílio em

relação à sobrevivência bacteriana, após diferentes períodos de exposição.

Tabela 8 – Representação qualitativa do potencial de toxicidade da liga de níquel-

berílio as cepas bacterianas testadas de acordo com os períodos de exposição.

Microrganismostestados

Desenvolvimento bacteriano após o tempo de exposição a liga deNiBe.

1

hora

3

horas

6

horas

9

horas

12

horas

18

horas

24

horas

72

horas

P. aeruginosa

(ATCC 27853)

- - - - - - - -

K. pneumoniae

(cepa de campo)

- - - - - - - -

S. epidermidis

(ATCC 12228)

+ + + + + - - -

S. aureus

(ATCC 29213)

+ + + + - - - -

E. coli

(ATCC 11775)

+ + + - - - - -

Legenda: (+) crescimento bacteriano de ≥11 UFC; ( - ) Crescimento de bacteriano de ≤10 UFC.

6.1.2 - Quantificação de Unidades Formados de Colônia (UFC) de

Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, E. coli, S. aureus e S. epidermidis

sobreviventes a liga níquel-berílio, após os períodos de exposição.

A quantificação de UFCs sobreviventes, dos microrganismos testados, a liga

de níquel-berílio estão representadas na Tabela 9, abaixo:

65

Tabela 9 – Média e desvio padrão da representação quantitativa de UFC de

Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, E. coli, S. aureus e S. epidermidis

sobreviventes ao contato com a superfície de níquel-berílio, após os períodos de

exposição:

Microrganismostestados

Média das UFCs sobreviventes após o tempo de exposição a liga deNiBe, com desvio padrão.

1 h 3 h 6 h 9 h 12 h 18 h 24 h 72 h

P. aeruginosa(ATCC 27853)

6 0 0 0 0 0 0 0

K. pneumoniae(cepa de campo)

1 0 0 0 0 0 0 0

E. coli(ATCC 11775)

341±18

361±14

156±8 0 0 0 0 0

S. aureus (ATCC 29213)

550±56

287±3

246±70 17±2

0 0 0 0

S. epidermidis(ATCC 12228)

660±56

409±8 273±17

126±24

62±21 0 0 0

6.1.3 – Imagens das UFCs recuperadas de Pseudomonas aeruginosa, K.

pneumoniae, E. coli, S. aureus e S. epidermidis, após seus respectivos

períodos de exposição a liga NiBe.

66

6.1.3.1 – Pseudomonas aeruginosa.

Abaixo, estão representados nas figuras, as UFCs sobreviventes após cada

período de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72h) da P. aeruginosa com a liga NiBe.

1H 3H

6H 9H

12H 18H

24H 72H

67

6.1.3.2 – Klebsiella pneumoniae.

Abaixo, estão as figuras das UFCs sobreviventes após cada período de

exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72 horas) da K. pneumoniae com a liga NiBe.

1H 3H

6H 9H

12H 18H

24H 72H

68

6.1.3.2 – Escherichia coli.

Abaixo, estão representados nas figuras as UFCs sobreviventes após cada

período de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72 horas) da E. coli com a liga NiBe.

1H 3H

6H 9H

12H 18H

24H 72H

69

6.1.3.3 – Staphylococcus epidermidis.

Abaixo, estão representados nas figuras as UFCs sobreviventes após cada

período de exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72 horas) do S. epidermidis com a liga.

1H 3H

6H 9H

12H 18H

24H 72H

70

6.1.3.4 – Staphylococcus aureus.

Abaixo, estão representados as UFCs sobreviventes após cada período de

exposição (1, 3, 6, 9, 12, 18, 24 e 72 horas) da S. aureus com a liga NiBe.

1H 3H

6H 9H

12H 18H

24H 72H

71

6.1.4 – Representação gráfica das UFCs sobreviventes após cada período de

exposição a liga NiBe.

Figura 11 – Representação gráfica da média e desvio padrão das UFCs

sobreviventes de Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, E. coli, S. aureus e S.

epidermidis, após cada período de exposição a liga NiBe.

6.2 – Determinação da citotoxicidade da liga níquel-berílio através do teste

realizado com a linhagem celular NCTC 929.

De acordo com o teste de citotoxicidade realizado no Instituto Adolfo Lutz, a

Tabela 10 expressa a liga metálica de níquel-berílio quando em contato com as

células de conjuntiva de rato, pelo período de incubação de 24 horas.

72

Tabela 10 – Índice de zona (IZ) obtido da cultura celular NCTC 929 após contato de

24 horas com a liga de níquel-berílio.

Descrição da Amostra Testada Índice de zona obtido após a leitura dasplacas de culturas celulares

Liga de níquel-berílioNº1 Nº2 Nº3 Nº4IZ IZ IZ IZ0 0 0 0

Controle negativo (papel de filtro) 0 0 0 0Controle positivo (fragmentos de látex) 4 4 4 4

No ANEXO A, encontra-se o laudo emitido pelo Núcleo de Cultura Celular do

instituto Adolfo Lutz, contendo as informações supracitadas.

73

7 – DISCUSSÃO

Os microrganismos podem persistir nas superfícies por longos períodos de

tempo (dias a meses), dependendo das propriedades biológicas do organismos, da

presença de matéria orgânica ou da umidade da superfície, além das condições

ambientais e do tipo da superfície. Enquanto a contaminação das superfícies

ambientais persistirem, os microrganismos sobrevivem por variáveis períodos de

tempo (ZIMRING et al., 2013).

O níquel não é muito bem conhecido pela população e a sua principal

utilidade está na preparação de ligas. As ligas de níquel são conhecidos por sua

elevada resistência ao aquecimento e a corrosão. Estas propriedades fazem com

que o níquel seja amplamente utilizado na indústria, como processamento de

alimentos. As ligas de níquel também são comumente utilizadas como dispositivos

médicos (marca-passo, implantes ortopédicos, agulhas, instrumentos cirúrgicos e

etc). Um dos principais produtos da corrosão do aço inoxidável é o níquel, e a

bactéria pode entrar facilmente em contato com esse íon. As ligas de níquel são

requeridas para assegurar que o produto ou implante permaneça livre de

contaminações (HERTEL et al., 2005).

Tornou-se comum encontrar evidências na literatura científica que relatam

microrganismos capazes de tolerar a presença de componentes tóxicos. Nestes

casos, os principais relatos são referentes as cepas E. coli e P. aeruginosa, que são

muito bem estudadas no momento. A sobrevivência bacteriana quando em contato

com íons tóxicos é dependente dos mecanismos de resistência e tolerância. A

resistência de uma determinada bactéria a estes compostos tóxicos dependem de

cinco principais estratégias: i) bomba de efluxo; ii) sequestro do componente tóxico;

iii) redução da permeabilidade da membrana bacteriana; iv) alteração enzimática

para uma forma menos tóxica, e; v) redução da sensibilidade da célula alvo

(BRUINS et al., 2000). Estes mecanismos de resistência descritos acima permitem

ocorrer o crescimento bacteriano mesmo em altas concentrações de um antibiótico

ou de um metal. Em contraste com a resistência, algumas células são capazes de

sobreviver ao ataque dos metais tóxicos ou de antibióticos sem expressarem ou

74

usarem estes mecanismos de resistência citados. Contudo, essas células, são

mencionadas como células persistentes ou dormentes, e não possuem capacidade

de se dividir (LEWIS, 2007).

A aderência das bactérias as superfícies industriais e hospitalares podem

levar a uma infecção, ou contaminação, e/ou a destruição (perda de função) destes

materiais (GANESH; ANAND, 1998; MANGRAM et al., 1999; VIDELA, 2002). A

prevenção da aderência bacteriana as superfícies metálicas é o melhor método de

solucionar estes problemas. Pesquisas em materiais antimicrobianos resultou na

produção de diversos materiais como os plásticos antibacterianos (VAN HEERDEN

et al., 2009), cerâmicas antibacterianas (VITALE-BRAVARONE et al., 2008), roupas

antibacterianas (CHUN et al., 2009), e aços inoxidáveis contendo prata e cobre

(OKUBO et al., 1998; YOKOTA et al., 1998).

O uso destes materiais antibacterianos tornou-se significativo por exemplo

nas indústrias alimentícias (GANESH; ANAND, 1998), nos hospitais (MANGRAM et

al., 1999), e nos asilos. Nos hospitais, o uso dos materiais com ação antibacteriana

auxilia reduzir as infecções nosocomiais (SHIERHOLZ et al.,1998; MANGRAM et al.,

1999). Em muitas indústrias, o uso de materiais antibacteriano auxiliam prevenir a

deterioração do material pela bactéria, pois a mesma é reconhecida como a principal

causa de danos nestes materiais (YASUYUKI et al., 2010).

A composição química da bactéria demonstra a presença de macro e

micronutrientes. Os principais elementos presentes nas bactérias incluem carbono,

hidrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Se excedidos, esses elementos que são

considerados essenciais a estes microrganismos, tornam-se tóxicos. O mesmo

ocorre com os metais prata, cobre e chumbo que são conhecidos como tóxicos

SHIERHOLZ et al.,1998). Todavia, existem algumas atividades do metabolismo

destes microrganismos que necessitam da presença de metais, como por exemplo,

a produção de uma substância extracelular polimérica pelas bactérias, envolvem o

processo de captação e acumulação intra e extracelular de metais pesados do meio

(GUTNICK; BACH, 2000; TIAN, 2008). Nies (1999) revisou a acumulação dos metais

nas bactérias, seus impactos e os mecanismos de resistência que esses

microrganismos possuem. Com isso, o pesquisador concluiu que a acumulação de

75

íons metais afetam os microrganismos de duas formas: direta e indireta. Os íons

metais dissolvidos afetam diretamente as bactérias através da incorporação deste

íons durante o processo de multiplicação, onde as proteínas que estão sendo

produzidas tornam-se não funcionais ou não conseguem realizar totalmente suas

funções (mau funcionamento). Por outro lado, a dissolução dos íons metais no meio,

resultado na formação de radicais livres no qual afetam diretamente a bactéria,

resultando na ruptura da parede celular, acometendo assim, na morte da mesma.

No presente estudo, ao analisar os resultados apresentados na Tabela 9,

observou-se uma maior resistência das bactérias, classificadas como gram-positivas

(S. aureus e S. epidermidis) a liga de níquel-berílio onde foram capazes de

sobreviver até 9 horas em contato com o material, quando comparadas as gram-

negativas (K. pneumoniae, E. coli e P. aeruginosa) que apresentaram resistência ao

metal somente até a primeira hora do teste (P. aeruginosa), enquanto que as demais

(K. pneumoniae e E. coli) não sobreviveram com uma hora de contato com a liga.

Com base na classificação de Gram destes microrganismos, nossos estudos não

corroboraram com os de YASUYUKI et al. (2010), onde utilizou-se bactérias gram-

positivas e gram-negativas para testar a tolerância (resistência) das bactérias frente

ao titânio, cobre, níquel, zinco, zircônio, molibdênio, estanho e chumbo, e concluíram

que é muito importante a utilização de cepas com espessuras diferentes de

peptídeoglicano, pois as bactérias apresentam diferentes níveis de tolerância aos

íons metal e estas diferenças podem ser atribuídas a este constituinte da parede

celular das bactérias. Todavia, no estudo supracitado, os autores informam que

mesmo conhecendo a maior vulnerabilidade apresentadas pelas bactérias gram-

negativas quando comparadas com as gram-positivas, não encontraram diferença

significante da resistência entre a cepa de E. coli e a de S. aureus aos metais

testados. Entretanto, YASUYUKI et al. (2010) concluíram que o níquel puro

apresenta excelente propriedade antibacteriana contra as E. coli, bem como, o S.

aureus, e que este metal pode ser considerado um bom candidato para ser

incorporado aos materiais antibacterianos. Contudo, os quando analisados os

resultados da presente pesquisa com os de ISOBE (2001), constatamos dados

concordantes no que se refere a maior resistência (tolerância) das cepas gram-

76

positivas quando comparadas as gram-negativas. O pesquisador acrescenta que as

bactérias gram-positivas possuem uma camada mais espessa de peptídeoglicano

(50-60µm) sobre a membrana, e esta camada é responsável por auxiliar a bactéria a

superar a tensão física superficial (ISOBE, 2001). Este camada da parede celular

bacteriana é também responsável por reduzir a penetração dos íons metais tóxicos.

Entretanto, as bactérias gram-negativas possuem uma camada fina de

peptídeoglicano sobre várias camadas da membrana celular. Estes microrganismos,

apresentam porinas na membrana externa da bactéria que age como canais para

substâncias de baixo peso molecular entrar no célula, exemplos os metais

(MADIGAN et al., 2009).

GOULD et al. (2009) relatam que infecções hospitalares por bactérias gram-

positivas e gram-negativas são os principais problemas no ambiente nosocomial. E

este fator é mais intensificado pelos microrganismos que apresentam elevado

potencial de desenvolver resistência aos antibióticos, como no caso, S. aureus, P.

aeruginosa, K. pneumoniae e E. coli (LEUTENBACH; POLK, 2007).

Em um ambiente hospitalar, os principais locais de contaminação de

microrganismos potencialmente infeccioso são superfícies inanimadas que podem

ser tocadas pelo homem, exemplo: maçanetas de portas, puxadores (de gavetas,

armários), torneiras, entre outros. Estes, deveriam ser compostos por materiais com

propriedades antimicrobianas a fim de evitar transmissões diretas ou indiretas. A

escolha do aço inoxidável para estes materiais resulta em sua durabilidade,

facilidade em limpeza, bem como a ausência de manchas que podem fazer com que

a superfície aparente não estar limpa. Entretanto, uma revisão literária recente

concluiu que importantes microrganismos, como gram-positivos (Staphylococcus

aureus resistente a meticilina - MRSA, e o Enterococcus vancomicina resistente -

VRE) e gram-negativos (Acinetobacter spp., E. coli e P. aeruginosa), tem sobrevivido

a superfície do aço inoxidável por logos períodos de tempo (KRAMER et al., 2006).

Essas superfícies, que não são capazes de eliminar os patógenos com o tempo,

podem atuar potencialmente como reservatórios para transferir estes

microrganismos aos funcionários da área da saúde, pacientes e membros de suas

família. Ultimamente, os trabalhadores da saúde lideram como agentes

77

responsáveis pela transmissão de microrganismos patogênicos aos pacientes (OIE

et al., 2002).

Há um crescimento evidente de que as fontes/superfícies ambientais de um

hospital ser como um importante meio de transmissão dos patógenos. Por exemplo,

estudos moleculares mostraram que os mesmos organismos que contaminavam o

ambiente podiam causar infecções hospitalares e eram encontrados em diversos

pacientes do mesmo hospital (ZIMRING et al., 2013).

Muitos estudos demonstraram que quando foram realizadas culturas dos

materiais metálicos provenientes de ambiente hospitalar, o aço inoxidável

demonstrou não ter efeito antimicrobiano sobre um período de seis horas

(FAÚNDEZ et al., 2004; NOYCE et al., 2006 (a); NOYCE et al., 2006 (b);

AIREY;VERRAN, 2007; MEHTAR et al., 2008; WEAVER et al., 2008). Todavia, se

compararmos esses dados com os obtidos neste estudo, observamos uma redução

da concentração dos microrganismos testados desde a primeira hora de incubação

(60 minutos). Com 9 horas de contato, constatamos a inibição total do crescimento

da E. coli, P. aeruginosa e K. pneumoniae. Sendo que a P. aeruginosa apresentou

crescimento apenas na primeira hora, e mesmo assim, resultou em uma cultura de

apenas 9 UFC após 24 e 48 horas. Mediante ao protocolo padronizado por

ESPIRITO SANTO et al. (2010), um material metálico é considerado com ação

antimicrobiana quando o valor obtido de uma cultura de 48 horas é menor ou igual a

10 UFC, caracterizando assim, a liga de níquel-berílio com ação antibacteriana para

as três bactérias mencionadas anteriormente.

ESPIRITO SANTO et al. (2010) realizaram pesquisa para analisar a

resistência bacteriana ao cobre, uma vez que este íon (encontrado nas moedas)

entra facilmente em contato com as bactérias da microbiota da pele, e sabe-se que a

pele apresenta um ampla variedade de microrganismos. Dentre as 115 cepas

isoladas da superfície de moedas (contendo cobre e níquel), as que apresentaram

maior resistência foram Pseudomonas sp. (sua sobrevivência variou de 1 hora até

48 horas), S. epidermidis (que variou de 1 hora de sobrevivência até 24 horas), o

Staphylococcus warnerii (demonstrou capacidade de sobreviver a liga por 48 horas).

Os autores comentam que identificar e isolar microrganismos com certo potencial de

78

resistência (de 1 ou 2 dias) quando em contato com a liga de cobre-níquel é

considerado preocupante, uma vez que a utilização prolongada de materiais de

contato com atividade bacteriana não somente seleciona as cepas resistentes, mas

também favorece a coseleção de genes que codificam resistência a diversos

antibióticos. Os autores sugerem que deve-se incentivar mais pesquisas para

desenvolver novos materiais que possuam superfícies antibacterianas, assim,

aumentaria as opções de usos e poderia ocorrer uma diminuição da resistência

microbiana a alguns metais, uma vez que estes (níquel, cobre e aço inoxidável) são

amplamente utilizados.

A utilização incessante do cobre como material com ação antimicrobiana

resultou no surgimento de genes de resistências plasmidiais e cromossomais em

diversos tipos de bactérias. Encontra-se descrito o isolamento e identificação de

genes de resistência cromossomais (copA e copB) nos Enterococcus sp. (gram-

positivo), que determina respectivamente a absorção (na quantidade adequada) e o

efluxo (da quantidade excedida) do íon (ODERMATT et al., 1993). Todavia, outros

genes plasmidiais que codificam resistência ao cobre também foram descritos em

bactérias (gram-negativas), tais como a E. coli (genes pcoABCDE) e a

Pseudomonas sp. (genes copABCD, copR e copS) (BROWN et al., 1994; BROWN et

al., 1995; COOKSEY, 1993; COOKSEY, 1994). Por não haver relatos da utilização

da liga de níquel-berílio na literatura, acredita-se que não exista, até o presente

momento, relatos de resistência bacteriana (nem plasmidial e nem cromossomal) a

estes íons associados.

HARRINSON et al. (2004) executaram a análise da suscetibilidade das cepas

E. coli, P. aeruginosa (ATCC 27853) e do S. aureus (ATCC 29213) formadoras de

biofilme quando em contato com 17 diferentes compostos metálicos, após 24 horas

de incubação. De acordo com os resultados obtidos, a Pseudomonas aeruginosa

após formar biofilme, aumentou em 100 vezes a sua capacidade de resistência a 14

metais. De todas as bactérias testadas, tanto as células do biofilme, quanto as

células planctônicas, demonstraram alta toxicidade quando em contato com o níquel

(mesmo em baixas concentrações) presente no meio de cultura. ESPIRITO SANTO

et al. (2008), comentam que há um contraste de comportamento bacteriano quando

79

o teste é realizado com a intenção de analisar a toxicidade do metal em um ensaio

experimental de formação de biofilme, com um ensaio de toxicidade de superfície

seca (ou que rapidamente se seca). Os autores comentam que em uma superfície

de contato, a bactéria não possui tempo para captar a quantidade adequada de

nutrientes, se multiplicar e formar biofilme. Muito pelo contrário, ela passa por um

estresse nutricional e fisiológico, e as condições as condições de sobrevivência são

diferentes daquelas oferecidas em um sistema aquoso. Com isso, uma bactéria

pode apresentar resistência a um determinado metal, quando em meio líquido, e

outra tolerância em superfície seca. Os autores demonstram que uma cepa de E.

coli demonstrou-se ser suscetível a íons cobre dissolvidos em solução aquosa,

todavia, quando em contato com o corpo-de-prova de cobre (99% puro), a bactéria

demorou 24 horas para ser lisada.

MACOMBER e HAUSINGER (2011) relatam o efeito tóxico do níquel em

diversas células, e informam que basicamente o níquel pode agir em quatro

atividades metabólicas da bactéria: 1) o níquel substitui o metal essencial das

metaloproteínas bacterianas (muito estudado no caso das Pseudomonas sp. quando

em presença de íons metal); 2) o níquel se liga a enzimas que não toleram a

presença do íon metal (ocorre com grande frequência com a E. coli); 3) o níquel liga-

se a sítios externos de uma enzima e inibe sua função; 4) a presença do níquel leva

a célula (bacteriana ou de humanos) a um estresse oxidativo que afeta a síntese de

proteínas, DNA ou lipídeos. Este último fator está intimamente correlacionado a

citotoxicidade do níquel e sua contribuição a carcinogênese em humanos. Nossos

resultados são concordantes com as informações fornecidas pelos pesquisadores,

uma vez que observamos o efeito citotóxico nas células bacterianas, onde de acordo

com o tempo, reduziu-se a concentração (morte celular) das bactérias que estavam

em contato com o corpo-de-prova de níquel-berílio. Todavia, quando analisado o

teste de citotoxicidade da liga de níquel-berílio quando em contato direto com as

células NCTC clone 929 (células de tecido conjuntivo de camundongos), ficou

demonstrado que a liga estudada não apresenta qualquer efeito citotóxico do

material (índice de zona igual a zero em todos os dezesseis testes realizados). Não

há relatos na literatura científica sobre alguma análise da citotoxicidade da liga

80

níquel-berílio. A pouca informação que conhecemos é referente a citotoxicidade do

berílio (quando em elevadas concentrações) quando em contato prolongado com as

células humanas, podendo causar diversos tipos de câncer.

É importante relatar que independente do material (antibacteriano ou sem

nenhum eficácia contra esses e outros microrganismos) utilizado nos ambientes dos

estabelecimentos de saúde, algumas estratégias de prevenção não devem ser

descartadas, como a descontaminação destas superfícies e a permanente

higienização das mãos dos trabalhadores das saúde (TRIANDAFILLU et al., 2003).

Pacientes colonizados com bactérias multirresistentes apresentam 73% de

probabilidade de contaminar o ambiente do quarto em que se encontra, e 69% de

colonizar outros pacientes do mesmo hospital, através das mãos dos trabalhadores

da saúde (BOYCE et al., 1997).

Ao pesquisar bibliotecas online no mundo todo e periódicos científicos

disponíveis, foi possível encontrar somente duas referências de ligas de cobre que

utilizam os íons níquel e/ou berílio em sua composição. De acordo com um site de

patentes dos Estados Unidos da América, a liga patenteada C17510 (Beryllium

Copper) registrada na Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection

Agency – EPA) dos EUA, é composta por 98,7% de cobre, 0,4% de berílio e 1.8% de

níquel. A outra liga patenteada C17200 (Beryllium Copper) registrada também na

EPA dos EUA possui na sua composição, 98,1% de cobre e 1,90% de berílio. Ambas

são registradas como “materiais antimicrobiano”. Todavia, não há publicações destes

resultados em qualquer periódico científico. Com isso, impossibilita averiguar se a

ação antibacteriana desta liga ocorre devido a presença do íon berílio e/ou do cobre.

O que sabemos é que muitas empresas e pesquisas relatam a eficiência

antimicrobiana de, aproximadamente, 99,97% de superfícies de cobre (MICHELS et

al., 2008).

A procura incessante por novos materiais com atividade antimicrobiana

(contra vírus, fungos, bactérias e parasitas) e que reduza a quantidade de infecções

e colonizações de superfícies tem estimulado muitos grupos de pesquisa ao redor

de todo o mundo. Todavia, até o presente momento, ainda há uma limitação de

estudos de materiais (não implantáveis) com essa característica, descritos na

81

literatura científica. E ao realizar um levantamento bibliográfico detalhado sobre a

liga de níquel-berílio nos principais periódicos científicos, depara-se com a ausência

de referências para podermos utilizá-las como base. Novas estratégias, referências

e metodologias para avaliar a resistência dos microrganismos quando em contato

com os metais tóxicos devem ser realizadas, ainda mais quando se trata de ligas

não convencionais (como no caso da liga níquel-berílio), mas que apresentam

atividade antibacteriana e não citotóxica.

8 - CONCLUSÃO

A liga níquel-berílio demonstrou ter propriedades antibacterianas, uma vez que foi

capaz de inibir as bactérias gram-negativas (E. coli, K. pneumoniae e P. aeruginosa)

quanto as gram-positivas (S. aureus e S. epidermidis), em diversos períodos de

contato.

A liga níquel-berílio demonstrou maior eficácia contra as cepas E. coli, K.

pneumoniae e P. aeruginosa.

A cepa de Staphylococcus epidermidis foi a cepa que apresentou maior resistência à

liga, quando comparadas com as demais bactérias testadas.

A avaliação quantitativa das células viáveis após os oito períodos de contato com a

liga níquel-berílio demonstrou, de modo geral, que a partir de 18 horas a liga foi

capaz de eliminar as cinco bactérias avaliadas no presente ensaio.

Pela análise da citotoxicidade, através do método de difusão em Agar, comprovou-se

que a liga níquel-berílio testada não é capaz causar qualquer tipo de dano celular

quando em contato com a linhagem NCTC clone 929, sendo classificada como IZ

zero.

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ANEXO A – INFORMAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DE CITOTOXICIDADE.

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ANEXO B – LAUDO DO TEXTE DE CITOTOXICIDADE DA LIGA NiBe

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