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Arapongas 2018 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES DÉBORA NAYARA AUGUSTO PINTO AVALIAÇÃO DA TECNOPATIA NA INSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS SOBRE OS PARÂMETROS DE BEM ESTAR ANIMAL E IMPACTOS NA COR E PH EM CARCAÇAS

AVALIAÇÃO DA TECNOPATIA NA …...meses, abatidos em um matadouro frigorífico sob o Serviço de Inspeção Estadual, em Rolândia-PR, 2017. 31 Tabela 4. Médias do intervalo entre

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Arapongas 2018

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES

SELMA ALICE FERREIRA ELWEIN

DÉBORA NAYARA AUGUSTO PINTO

AVALIAÇÃO DA TECNOPATIA NA INSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS SOBRE OS PARÂMETROS DE BEM ESTAR ANIMAL E IMPACTOS NA COR E PH EM CARCAÇAS

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DÉBORA NAYARA AUGUSTO PINTO

Cidade ano

AUTOR

Arapongas

2018

AVALIAÇÃO DA TECNOPATIA NA INSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS SOBRE OS PARÂMETROS DE BEM ESTAR ANIMAL E IMPACTOS NA COR E PH EM CARCAÇAS

Dissertação apresentada à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes. Orientador: Professor Dr. Luiz Cesar da Silva

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DÉBORA NAYARA AUGUSTO PINTO

AVALIAÇÃO DA TECNOPATIA NA INSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS SOBRE OS PARÂMETROS DE BEM ESTAR ANIMAL E IMPACTOS NA COR E PH EM

CARCAÇAS

Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Saúde e Produção de

Ruminantes, área e concentração em Saúde de Ruminantes como requisito

parcial para a obtenção do título de Mestre conferido pela Banca Examinadora

formada pelos professores:

_________________________________________ Prof. Dr. Luiz Cesar da Silva

Pitágoras UNOPAR/ Unidade Arapongas

_________________________________________ Prof. Dr. Gercio Luiz Bonesi

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)

_________________________________________ Prof. Dr. Edgard Hideaki Hoshi

Pitágoras UNOPAR/ Unidade Arapongas

Arapongas, 27 de Março de 2018.

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Agradecimentos

À Deus pela vida, e por sempre me permitir ir em busca de todos os

meus sonhos e objetivos.

Ao Professor Dr.Werner Okano, por toda orientação ao longo desses

dois anos, por toda paciência e aprendizado que me proporcionou durante todo

meu trabalho.

Ao meu orientador Prof. Dr. Luiz Cesar da Silva, por toda paciência.

Aos meus avós Maria de Lourdes e José Antônio, por todo carinho,

amor e apoio que sempre tiveram comigo.

Aos meus Pais Lindinalva Aparecida de Souza Augusto e Josias

Augusto pelo amor incondicional.

Ao meu esposo Alexandre José Pinto, por estar sempre ao meu lado

apoiando todas as minhas escolhas.

A toda minha família, que de forma direta ou indireta contribuíram

para que chegasse até aqui.

A todo o corpo docente da graduação e pós graduação Stricto Sensu

“Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes” da UNOPAR, por seu

profissionalismo e alto empenho para com os alunos, em especial a Profª. Drª

Fabíola Cristine Grecco.

Aos funcionários do Hospital Veterinário e CDMV da UNOPAR.

Aos meus amigos, Marcos Vinícius Vieira, Daniela Aparecida da

Silva, João Victor Veronez, Sílvio Manoel Canguçu Rodrigues e Luiz Carlos

Negri Filho que contribuíram em todo o desenvolvimento deste trabalho.

À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da UNOPAR, e à

CAPES pelo apoio financeiro disponibilizado pelo Programa de Suporte à Pós-

Graduação de Instituições de Ensino Particulares – PROSUP.

E à toda equipe do Matadouro onde foi desenvolvida a pesquisa pelo

apoio com a realização do trabalho.

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“No meio da dificuldade, encontra-se a oportunidade”.

Albert Eistein

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PINTO, Débora Nayara Augusto: Avaliação da tecnopatia na insensibilização em bovinos sobre os parâmetros de bem estar animal e impactos na cor e pH em carcaças.54 f.Dissertação de Mestrado Acadêmico Saúde e Produção de Ruminantes (Mestrado Acadêmico em Saúde e Produção de Ruminantes) Universidade Norte do Paraná. Arapongas, 2018.

RESUMO

Os consumidores estão cada vez mais preocupados com o bem-estar animal, a

segurança e qualidade dos alimentos. O Brasil é o maior exportador da carne

bovina, portanto é importante a adoção de boas práticas de fabricação. O

objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade da insensibilização, sua influência

na cor e pH de carcaças bovinas em um matadouro frigorífico localizado na

mesorregião Norte Central do Paraná. Avaliou-se indicadores da qualidade da

insensibilização e carne em 551 bovinos, de diferentes raças, sexo, e faixa

etária entre os meses de janeiro á dezembro de 2017. Após os animais serem

submetidos à insensibilização por pistola pneumática de dardo cativo

penetrante foram observados a quantidade de disparos efetuados em cada

animal, sinais de consciência (vocalização, reflexo de endireitamento, reflexo

palpebral, olhar fixo e vidrado, língua solta, mandíbula relaxada, ausência da

respiração rítmica, membros traseiros em posição de pedaleio e membros

dianteiros estendidos), além do tempo entre insensibilização e sangria e da

sangria. Avaliou-se o pH das carcaças 1 hora pós abate e 24 horas após o

resfriamento com o uso do peagâmetro portátil digital testo 205®. Realizou-se a

mensuração da cor das carcaças 24 horas após o abate, através da utilização

do colorímetro portátil Konica Minolta Color Reader CR-10 (Tokyo, Japão) ®,

com iluminante D65 e 10° ângulo de inclinação.

Palavras Chave: atordoamento, matadouro frigorífico, post-mortem

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PINTO, Débora Nayara Augusto: Evaluation of the technopathy in desensitization in cattle on animal welfare parameters and impacts on color and pH in carcasses.54f.Master'sDissertation in Health andRuminantProduction (Master's Degree in Health and Ruminant Production) - University North of Paraná. Arapongas, 2018.

ABSTRACT

Consumers are increasingly concerned about animal welfare, food safety and

quality. Brazil is the largest exporter of beef, so it is important to adopt good

manufacturing practices. The objective of this work was to evaluate the quality

of the desensitization, its influence on the color and pH of bovine carcasses in a

slaughterhouse located in the north central region of Paraná. Assesment and

meat quality indicators were evaluated in 551 cattle of different races, sex, and

age group between January and December 2017. After the animals were

submitted to desensitization by pneumatic penetrant, number of shots

performed on each animal, signs of consciousness (vocalization, straightening

reflex, palpebral reflex, glaze and glaze, loose tongue, relaxed jaw, absence of

rhythmic breathing, hind limbs in pedaling position and extended forelegs), of

time between desensitization and bleeding and bleeding. The pH of the

carcasses was evaluated 1 hour after slaughter and 24 hours after the cooling

with the use of the portable digital peg diameter testo 205 ®. The carcass color

was measured 24 hours after slaughter using the Konica Minolta portable

colorimeter Color Reader CR-10 (Tokyo, Japan) ®, with D65 illuminant and 10 °

tilt angle.

Key words:stunning, slaughterhouse fridge, post-mortem

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Comparação do número de disparos em relação a raça, sexo, idade, funcionários, pressão da pistola e extravasamento de material específico de risco na insensibilização de bovinos, em Rolândia – PR, 2017.

28

Tabela 2. Sinais da insensibilização em bovinos, divididos em 12 meses, abatidos em um matadouro frigorífico sob o Serviço de Inspeção Estadual, em Rolândia-PR, 2017.

30

Tabela 3. Sinais da insensibilização em 551 bovinos, divididos em 12 meses, abatidos em um matadouro frigorífico sob o Serviço de Inspeção Estadual, em Rolândia-PR, 2017.

31

Tabela 4. Médias do intervalo entre atordoamento e sangria (minutos), tempo de sangria (minutos), pH 1 e 24 horas pós abate e coordenadas de L*, a*, b* em 551 bovinos, Rolândia – PR, 2017.

33

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Lista de abreviaturas e siglas

ATP

a*

b*

BSE

CTBEA

DFD

FAWC

KG

L*

MER

RIISPOA

OIE

PR

pH

PSE

PSI

SIP

SNC

Adenosina Trifosfato

Vermelho – verde

Amarelo – azul

Bovine Spongiform Encephalopathy

Comissão Técnica Permanente de Bem- estar Animal

Dark, Firm, Dry – (Escura, dura e seca)

Farm Animal Welfare Council

Kilograma

Luminosidade

Material Específico de Risco

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de

Produtos de Origem Animal

Organização Mundial de Saúde Animal

Paraná

Potencial Hidrogeniônico

Palid, Soft, Exsudative – (Pálida, mole e exudativa)

Pound force per squareinch

Serviço de Inspeção Paraná

Sistema Nervoso Central

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Sumário

1. REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 1

1.1 Abate humanitário................................................................... 1

1.2 Indicadores de consciência e inconsciência........................... 3

2. METODOS MECANICOS DE INSENSIBILIZACAO EM BOVINOS.............. 5

2.1 Pistolas de dardo cativo penetrante x não penetrante............ 6

3. SANGRIA......................................................................................... 8

4. COR DA CARNE……………………………………………………….... 9

5. pH DA CARNE.................................................................................. 10

6. REFERÊNCIAS................................................................................. 12

7. OBJETIVO GERAL............................................................................ 19

7.1Objetivos Especificos................................................................ 19

8. ARTIGO............................................................................................ 20

ANEXOS........................................................................................... 39

Anexo 1. Normas para submissão do artigo – Revista Pesquisa

Veterinária Brasileira......................................................................

40

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1. REVISÃO DE LITERATURA

1.1 ABATE HUMANITÁRIO

O mercado consumidor busca cada vez mais qualidade do produto,

exigindo mudanças no sistema de produção da carne, por questões de

sustentabilidade, preocupações com o meio ambiente e melhoria do

bem estar dos animais de produção (VERBEKE et al., 2010).

De acordo com Roça (2001), o abate humanitário pode ser

definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que

garantam o bem estar dos animais, desde o embarque na propriedade

rural até a operação de sangria.

A atenção voltada ao sofrimento ocorre a partir da descoberta de

que animais vertebrados são sencientes, com a capacidade de ter

consciência de si mesmos e de suas interações com o meio ambiente,

possuindo habilidade de sentir dor e sofrimento (LOW et al., 2012).

Problemas de bem estar animal estão relacionados com

instalações, equipamentos inadequados e a falta de manutenção dos

mesmos, falta de treinamento dos funcionários, manejo ineficiente, além

de distrações que impeçam o movimento do animal (GRANDIN, 1996).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprovou em 2000

a Instrução Normativa nº 3 que trata do Regulamento Técnico de

Métodos de Insensibilização para o Abate Humanitário de Animais de

Açougue, cujo objetivo é estabelecer, padronizar e modernizar os

métodos humanitários de insensibilização dos animais de açougue para

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2

o abate, como o manejo nas instalações dos estabelecimentos para esta

finalidade (BRASIL, 2000).

Em 21 de julho de 2011 foi publicada a Portaria nº 524 que institui a

Comissão Técnica Permanente de Bem-estar Animal (CTBEA) do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para ações

específicas sobre bem-estar animal nas diferentes cadeias pecuárias,

cujo o objetivo desta comissão era fomentar o bem-estar animal no

Brasil, buscando estabelecer normas e legislações de acordo com as

demandas (BRASIL, 2011).

As diretrizes Brasileiras de bem-estar animal são elaboradas com

base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal

(OIE) (LUDTKE et al.,2012).Entretanto, ate o momento no Brasil, a

produção e abate de animais é grandemente influenciado pela opinião

dos consumidores europeus e as legislações da União Européia, uma

vez que o Brasil tem grande interesse em exportar carne para esses

países, sendo necessário adequar práticas de manejo de acordo com as

exigências (NEVES, 2008).

Atualmente o Brasil e vários outros países exportadores têm

adotado o conceito “Cinco Liberdades” para avaliar o bem estar dos

animais que foi desenvolvido pelo Comitê Brambell e que foram

aprimorados pelo Farm Animal WelfareCouncil – FAWC (Conselho de

Bem-estar em Animais de Produção) do Reino Unido (LUDTKE et

al.,2012).

As Cinco Liberdades são: livre de sede, fome e má nutrição; livre de

desconforto; livre de dor injuria e doença; livre para expressar seu

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comportamento normal; livre de medo e distresse. A somatória das

Cinco Liberdades tem como resultado o Bem Estar Animal (LUDTKE et

al., 2012).

Regulamento (CE) nº 1099/ 2009 do Conselho da União Européia de

24 de setembro de 2009 é relativo á proteção dos animais no momento

da rescisão. O Conselho da União Européia tendo em conta o tratado

que institui a comunidade européia, nomeadamente o artigo 37, e

proposta a comissão considera a base diretiva 93/119/CE de dezembro

de 1993 onde estabelece as regras mínimas para proteção dos animais

para abate na comunidade. Enfatiza que muitos métodos de occisão são

dolorosos assim tornam-se necessários o atordoamento para provocar

um estado de inconsciência e uma perda da sensibilidade no momento

da occisão. Medir a perda da consciência e de sensibilidade de um

animal é uma operação complexa que deverá ser realizada de acordo

com métodos aprovados cientificamente. Convém no entanto, assegurar

eficiência do procedimento em condições reais. De acordo com o Art. 17

para cada matadouro deverá ter um funcionário responsável pelo bem

estar dos animais, a fim de assegurar a conformidade conforme regras

previstas no regulamento.

1.2 Indicadores de consciência e inconsciência

Após o atordoamento, o estado de inconsciência do animal, deve

ser assegurado antes que o mesmo seja suspenso por um dos membros

verticalmente, visando evitar dor e estresse desnecessários (GRANDIN,

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2013). O colapso imediato ou síncope do animal após a insensibilização

como um dos principais indicadores, e permite avaliar a eficiência da

insensibilização (TERLOUW, 2016).

Para verificar o estado de inconsciência dos animais, indicadores

de inconsciência devem estar presentes e indicadores de consciência

devem estar ausentes (OLIVEIRA, 2017). A ausência ou presença dos

indicadores deve ser averiguada após a insensibilização com o uso de

instrumento mecânico seguido de sangria, tanto em abate convencional

quanto no abate religioso somente por sangria direta (GREGORY et al.,

2007).

De acordo com Grandin (2013) o reflexo de endireitamento é

considerado como indicativo do retorno parcial da consciência do

animal, mostrando que a insensibilização não foi corretamente realizada.

A dor só pode ser observada em caso de animais conscientes,

levando a vocalizações intencionais, que ocorrem logo após a

insensibilização e são indicativos da presença da consciência do animal

(GRANDIN, 2013).

Após a insensibilização por métodos mecânicos, quando

realizada com eficiência os movimentos respiratórios devem

desaparecer (VERHOEVEN et al., 2015). A presença da respiração

rítmica, reflexos oculares, vocalização e movimentos persistentes de

membros torácicos após a insensibilização são sinais de sensibilidade,

sendo necessário uma segunda insensibilização (GRANDIN, 2013).

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2. Métodos mecânicos de insensibilização em bovinos

Insensibilização ou atordoamento tem a função de tornar o animal

insensível à dor durante o processo de sangria, reduzindo o estresse no

animal (SAZILI et al., 2013).

O método mecânico de insensibilização pode ser realizado com

pistolas de dardo cativo penetrante ou pistolas de dardo cativo não -

penetrante. A insensibilização realizada através de pistolas pneumáticas

com dardo cativo é o método de atordoamento mais utilizado em

matadouros, seus danos cerebrais devem ser suficientes para tornar os

animais inconscientes (FINNIE et al., 2000).

Pistolas de dardo cativo têm como finalidade causar perda

imediata da consciência do bovino, colocando-o em um estado de

inconsciência para que não haja transdução do estímulo da dor. A força

causada pelo impacto do dardo contra o crânio produzirá concussão

cerebral e tornará o animal inconsciente, para que o mesmo não sinta

dor (LUDTKE et al., 2012).

Costa et al. (2012), descrevem que a eficácia do atordoamento é

influenciada pelo raio de distância do disparo e a pressão da pistola. A

correta insensibilização permite que os animais passem pelo

procedimento de sangria sem sentir dor (GREGORY;SHAW, 2000).

O ato de abate envolve a incisão dos principais vasos sanguíneos do

pescoço. A incisão extensiva dos tecidos sensíveis do pescoço leva a

estimulação de nociceptores, ocasionando à percepção de dor ao animal

(JOHNSON et al., 2015). O que demonstra a importância da

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insensibilização realizada de forma correta respeitando o bem estar

animal.

2.1 Pistola de dardo cativo penetrante x não penetrante

A pistola de dardo cativo penetrante, além de causar concussão

leva a danos irreversíveis. A penetração do dardo acarreta hemorragia,

lesão severa (laceração) com perda de tecido neural do cerebelo e

mesencéfalo, atingindo a ponte, medula oblonga e o córtex cerebral.

Para que isso ocorra, o dardo cativo deve penetrar até o limite máximo

nas estruturas cerebrais (LUDTKE et al., 2012).

O disparo deve ser realizado no cruzamento de duas linhas imaginárias

traçadas entre o olho e a base do chifre do animal, mais conhecida

como posição frontal, quando a insensibilização é realizada de forma

adequada, o animal tem queda imediata (GREGORY, 1994; ALMEIDA et

al., 2000). No momento do disparo, a pistola deve estar em contato com

a parte frontal do crânio em ângulo de 90º, para que o dardo penetre

totalmente o crânio e atinja as principais estruturas responsáveis para

deixar o animal em estado de inconsciência (córtex cerebral, tronco

encefálico e cerebelo) (LUDTKE et al.,2012).

No Brasil, o método de insensibilização mais utilizado para

bovinos é através da utilização da pistola pneumática com embolo

penetrante e retrátil, que é capaz de produzir uma grave laceração

encefálica e promover a inconsciência do animal (ROÇA, 1999).

De acordo com Ciocca et al. (2006), a insensibilização inadequada

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acarreta mais de um disparo, incorrendo prejuízo ao bem estar animal.

O estresse provocado pela dor poderá influenciar na qualidade da carne.

Apesar da pistola de dardo cativo não penetrante provocar lesão

encefálica difusa, alteração da pressão intracraniana com consequente

incoordenação motora, as atividades cardíacas e respiratórias são

mantidas (BERTOLONI; ANDREOLLA, 2010). Lambooy et al. (1981),

complementam que os reflexos ativos, portanto não é uma forma

adequada de insensibilização.

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3. SANGRIA

O procedimento de sangria é realizado através da secção dos

grandes vasos que emergem do coração (artérias carótidas e veias

jugulares), o escoamento do sangue faz com que o coração deixe de

bombear sangue suficiente para oxigenar os tecidos, levando a um

choque hipovolêmico em decorrência disto há falência múltipla dos

órgãos e anóxia cerebral até que ocorra a morte do animal (LUDTKE et

al., 2012).

No momento da sangria é imprescindível a utilização de duas

facas, uma para incisão da barbela, e outra para secção dos vasos do

pescoço. Após a sangria de cada animal as facas devem ser

mergulhadas no esterilizador contendo água em temperatura de no

mínimo 82ºC (MUCCIOLO, 1985).

A sangria deve ser completa e realizada com o animal suspenso

pelos membros posteriores e nenhum procedimento de manipulação

deve ser iniciado até que seja escoado o máximo possível de sangue,

respeitando o período mínimo de 3 minutos (BRASIL, 2017).

O tempo entre insensibilização e sangria recomendado pelo

Regulamento técnico de insensibilização para o abate de humanitário de

animais de açougue é de no máximo um minuto (BRASIL, 2000).

O sangue por ser muito protéico, e possuir um pH (potencial

hidrogeniônico), elevado em torno de 7,35-7,45, com grande capacidade

de putrefação, comprometendo a qualidade da carne, em caso de

bovinos mal sangrados (GOLDONI et al, 2011).

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4. COR DA CARNE

A cor da carne é considerada o principal aspecto no momento de

aquisição do produto in natura pelo consumidor, a mioglobina é a

substância responsável pela determinação da cor da carne. Um

processo de sangria mal executado pode alterar o teor de hemoglobina

que influenciará diretamente na cor e consequentemente causar a

putrefação da carne. Técnicas mais especializadas estão sendo cada

vez mais utilizados para avaliar a coloração da carne através aparelhos

eletrônicos, assim como a espectrofotometria e colorímetro (OLIVEIRA

et al., 2013).

Os dados para colorímetro são definidos por três coordenadas,

onde: L* é a luminosidade, sendo medida pela luz refletida (100 = toda

luz refletida; e 0 = toda a luz absorvida); a* (vermelho); e b* (amarelo)

(YANG et al. 1999) que retratam: a luminosidade, influenciada pela

quantidade de água na superfície da carne, consequência da

capacidade de retenção de água (PURCHAS, 1990), e quantidade de

gordura (CAÑEQUE et al., 2003); o teor de vermelho, que caracteriza a

quantidade de pigmento vermelho presente na mioglobina e no

citocromo C (HEDRICK et al., 1983); e o teor de amarelo, que esta

presente em alimentos com alta concentração de carotenóides (PRIOLO

et al., 2001). De acordo com Muchenje et al. (2009), em bovinos, as

médias de luminosidade variam entre 33,2-41,0, as médias de cor

vermelha entre 11,1-23,6 e as médias de cor amarela, entre 6,1-11,3.

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5. pH DA CARNE

A qualidade da carne é avaliada de acordo com um conjunto de

características físicas, químicas e microbiológicas os quais levam em

consideração vários outros fatores como seu valor nutritivo, sua

utilidade, seu impacto na saúde e suas características sensoriais

(HOCQUETTE et al., 2012; VAN WEZEMAEL et al., 2013). O pH tem

grande influência sobre as diversas características de qualidade da

carne como a cor, capacidade de retenção de água, maciez, suculência

e sabor (MAGANHINI et al., 2007).

O pH muscular logo após o abate está em torno de 6,9 a 7,2.

Com a sangria, ocorre a parada da circulação e oxigenação pelo

sangue, o ATP passa a ser produzido pela via anaeróbica transformando

glicogênio em ácido lático. Com a ausência da circulação sanguínea o

ácido lático não pode ser metabolizado e se acumula no tecido muscular

provocando a queda do pH (RENERRE, 1990; FELÍCIO, 1997).

O valor do pH, após 24 horas do abate (pH final), está em torno

de 5,80 a 5,50. No entanto, se o pH final permanece alto, superior a 6,2,

a carne irá reter grande quantidade de água, o que implica em curto

tempo de conservação e coloração escura, caracterizando-se o

processo DFD (dark, firm, dry – carne escura, dura e seca). Já, na

carne PSE (pale, soft, exsudative – pálida, mole e exsudativa), ocorre

quando o animal sofre um estresse momentos antes do abate, a carne

diminui drasticamente seu pH, em uma velocidade bastante significativa,

promovendo o desenvolvimento da carne PSE, sendo esta muito comum

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11

em suínos, porém com incidência razoável em bovinos (GUERRERO et

al., 2013; PELICANO; PRATA, 2007)

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6. REFERÊNCIAS

1. ALMEIDA, L. A. M., PRATA, L. F., FUKUDA, R. T., VERARDINO,

H. Manejo pré-abate de bovinos. Monitoração de bem-estar

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19

7. OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade da insensibilização e sua influência na cor e

pH de carcaças bovinas.

7.1 Objetivos Específicos

Avaliar a eficiência da insensibilização no bem estar animal, sua

influência na cor e pH de carcaças bovinas;

Avaliar os disparos efetuados com pistola pneumática de dardo

cativo em relação a raça, sexo e idade;

Avaliar a pressão da pistola e sua influência na qualidade da

insensibilização ;

Analisar os sinais da sensibilização e os tempos entre

insensibilização e sangria e tempo de sangria.

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20

8. ARTIGO

Avaliação da tecnopatia na insensibilização em bovinos sobre os parâmetros de bem estar animal e

impactos na cor e pH em carcaças1

Débora Nayara A. Pinto ²*, Marcos V. Vieira2, Daniela A. da Silva2, Joao V. Veronez2, Silvio Manuel C. Rodrigues2,

Gercio L. Bonesi3, Luiz C. Negri Filho2, Werner Okano2

ABSTRACT: Pinto D.N.A., Vieira M.V., Silva D.A., Veronez J.V., Rodrigues S.M.C., Bonesi G.L., Negri Filho L.C., Okano

W.2018.[Evaluation of the technopathy in desensitization in cattle on animal welfare parameters and

impacts on color and pH.]Avaliação da tecnopatia na insensibilização em bovinos sobre os parâmetros de bem

estar animal e impactos na cor e pH em carcaças. Pesquisa Veterinária Brasileira00(0):00-00. Departamento de

Medicina Veterinária, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Rua Rendeira s/n , Jardim Aeroporto,

Arapongas, PR 89801-140, Brasil. Pesquisa de Mestrado com apoio CAPES. *Autor para correspondência:

[email protected]

Brazil is the largest exporter of beef, so it is important to adopt good practices during payment, taking into

account the demands of consumers.The objective of this work was to evaluate the quality of the desensitization,

its influence on the color and pH of bovine carcasses in a slaughterhouse located in the north central region of

Paraná. The list of indicators of the quality of desensitization and meat in 551 cattle of different races, sex and

age group between January and December 2017.After the animals were submitted to the insensitization by

pneumatic gun of penetrating captive dart, the number of shots fired in each animal was observed, signs of

consciousness (vocalization, straightening reflex, eyelid reflex, glaze and glaze, loose tongue, relaxed jaw,

absence of rhythmic breathing, hind limbs in pedal position and extended front limbs), plus time between

desensitization and bleeding and bleeding. The pH of the carcasses was evaluated 1 hour after slaughter and 24

hours after the cooling with the use of the portable digital peg diameter testo 205. The carcass color was

measured 24 hours after slaughter using the Konica Minolta Color Reader CR-10 portable colorimeter (Tokyo,

Japan), with a D65 illuminant and a 10º tilt angle.Of the animals evaluated, 76.58% were desensitized with a

single shot, 17.24% two shots, 4.35% three shots and 1.8% four shots. The time between desensitization and

bleeding between January and December ranged from 1.13 to 2.0 minutes and did not agree with the maximum

time allowed. According to the average of each month the bleeding time did not vary, but no month was within

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21

the minimum allowed time.n the verification of the signs of consciousness, 40% of the animals had no tongue

protrusion, 4% voiced, 20% did not maintain a relaxed jaw, 2% had rhythmic breathing, 7% had palpebral reflex

present, and 4% presented no eyes fixed and glazed, 19.06% had members who indicated consciousness. The

mean values of pH 24 hours postmortem oscillated between 5.63 to 5.78, but the mean of September was 6.17

considered undesirable pH. The averages for L * and a * remained within the recommended values, however b *

showed high. In addition to compromising animal welfare failures in the process of desensitization and bleeding,

cause changes in the pH and color of the carcasses, directly influencing the final quality of the meat.

INDEX TERMS:stunning, slaughterhouse fridge, meat quality, rigor mortis, post mortem

1 Recebido em...................................................

Aceito para publicação em..............................................................

2Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Rua Rendeira s/n, Jardim

Aeroporto, Arapongas, PR 89801-140, Brasil. Pesquisa de Mestrado com apoio CAPES. *Autor para

correspondência: [email protected].

3 Médico Veterinário. Dr.

RESUMO

O Brasil é o maior exportador da carne bovina, portanto é importante a adoção de boas práticas durante

o abate, atendendo as exigências dos consumidores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da

insensibilização no bem estar animal, sua influência na cor e pH em carcaças bovinas em um matadouro

frigorífico localizado na mesorregião Norte Central do Paraná. Avaliou-se 551 bovinos abatidos, de diferentes

raças, sexo, e faixa etária entre os meses de janeiro à dezembro de 2017. Após os animais serem submetidos à

insensibilização por pistola pneumática de dardo cativo penetrante e retrátil foram observados a quantidade de

disparos efetuados em cada animal, os sinais de consciência (vocalização, reflexo de endireitamento, reflexo

palpebral, olhar fixo e vidrado, língua solta, mandíbula relaxada, ausência da respiração rítmica, membros

traseiros em posição de pedaleio e membros dianteiros estendidos), além do tempo entre insensibilização e

sangria e da sangria. Avaliou-se o pH das carcaças 1 hora pós abate e 24 horas após o resfriamentocom o uso do

peagâmetro portátil digital testo 205®. Realizou-se a mensuração da cor das carcaças 24 horas após o abate,

através da utilização do colorímetro portátil Konica Minolta Color Reader CR-10 (Tokyo, Japão) ®, com

iluminante D65 e 10° ângulo de inclinação. Dos animais avaliados 76,58% foram insensibilizados com um único

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disparo, 17,24% dois disparos, 4,35% três disparos e 1,8% com quatro disparos. O extravasamento de Material

Específico de Risco (MER) foi observado em 41,74% dos animais. O tempo entre a insensibilização e sangria

entre janeiro á dezembro variou entre 1,13 á 2,0 minutos, não estando de acordo com o tempo máximo

permitido. De acordo com a média de cada mês o tempo de sangria não variou, porém nenhum mês estava

dentro do tempo mínimo permitido.Na verificação dos sinais de consciência, 40% dos animais apresentaram

ausência de protrusão de língua, 4% vocalizaram, em 20% a mandíbula não se manteve relaxada, 2%

apresentaram respiração rítmica, 7% de reflexo palpebral presente e 4% não apresentaram olhar fixo e vidrado,

19,06%não apresentaram membros dianteiros estendidos e membros traseiros em posição de pedaleio. Os

valores médios de pH 24 horas post mortem oscilou entre 5,63 a 5,78, porém a média de setembro foi de 6,17

considerado pH indesejável. As médias para L* e a* mantiveram-se dentro dos valores preconizados, entretanto

b* demonstrou elevado. Além de comprometer o bem-estar animal pelas falhas no processo de insensibilização e

sangria, causam alterações no pH e na cor das carcaças, influenciando diretamente na qualidade final da carne.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:Atordoamento,matadouro frigorífico, rigor mortis, post mortem, qualidade da

carne

INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e o segundo maior produtor. Em 2013,

exportou 18,5% de 9,67 milhões de toneladas de carne bovina produzida no ano, sendo responsável por mais de

20% do comércio mundial da carne (USDA-FAS, 2014). Em 2015, as exportações de carne bovina representaram

5,2% dos produtos exportados, somando 4,8 milhões de dólares (FAPRI, 2015).

A deficiência no manejo pré-abate acarreta estresse nos animais, contusões nas carcaças, modificações

bioquímicas, aumento do pH e escurecimento da carne, causando prejuízo para a saúde humana e animal (LEITE

et al., 2015).

A insensibilização tem como objetivo tornar o animal inconsciente durante todo o procedimento de

sangria. Para isso a indústria utiliza diferentes métodos de insensibilização, dependendo da espécie animal,

regulamentos locais e requisitos técnicos, com a finalidade de assegurar o bem-estar animal e a qualidade da

carne (BARBUT, 2014). Para avaliar a eficiência da insensibilização, parâmetros de bem-estar foram publicados

pelo “American MeatInstituteFoudation”, descritos no Manual de Recomendações de Manejo Animal e Guia de

Auditoria em Bem-Estar (GRANDIN, 1997,2001). Embora a insensibilização seja aplicada no inicio do processo,

do abate ela pode diretamente afetar a qualidade da carne (BARBUT, 2014).

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23

O abate deve ocorrer de maneira adequada com o objetivo de evitar o sofrimento dos animais. Quando

realizado de forma inadequada pode levar a ocorrência de contusões e perda da qualidade da carne por não

ocorrer a transformação do glicogênio muscular em ácido lático, acarretando elevado valor de pH e alterações na

coloração da carcaça (WARNER et al.,2005).

Efeitos qualitativos e quantitativos sobre a produção da carne são medidas pelo peso vivo do animal,

contusões na carcaça e alterações na cor e pH da carne (GALLO;TADICH,2005). O pH pode ser mensurado no

músculo Longissimusdorsi, e seus valores são aceitos como indicador da qualidade final da carne

(PRATA;FUKUDA, 2001; LUDTKE, 2012).

O objetivo dotrabalho foi avaliar a eficiência da insensibilização no bem estar animal, sua influência na

cor e pH em carcaças bovinas

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em um matadouro frigorífico de bovinos,situado no município de Rolândia,

na mesorregião norte central do Paraná, Brasil sob o Serviço de Inspeção Estadual (SIP/POA).

De janeiro a dezembro de 2017foram avaliados e anotados indicadores da qualidade da insensibilização

e da carne de 551 bovinos. A avaliação dos animais foi realizada de acordo com sexo, raça que foi classificada em

dois grupos, Bos taurus taurus e Bos taurus indicus. A idade foi estratificada em até 16 á 25 e 25 á 36 meses.

Os animais foram insensibilizados com pistola pneumática com dardo cativo penetrante da marca

DAL PINO carcaça aço inox 304. O acionamento foi feito por ar comprimido, e sua capacidade de produção é de

250 animais/hora, sendo considerada a pressão ideal de trabalho de acordo com o fabricante entre 175 a 190 psi

(DAL PINO, 2018).

Foram avaliados a quantidade de disparos efetuados e o extravasamento de tecido encefálico que é

considerado um material específico de risco (MER) junto ao box de insensibilização. A pressão da pistola foi

avaliada a cada cinco animais através da leitura do manômetro de pressão, unidade de medida em psi. A

insensibilização foi realizada por dois funcionários, o titular (F1) e o substituto (F2).

Quando os bovinos eram insensibilizados, os mesmos eram deslizados do interior do box para a área de

vômito onde foram realizadas as avaliações dos parâmetros de insensibilização em relação ao bem estar dos

bovinos, sendo eles: ausência da respiração rítmica, ausência de vocalização, reflexo de endireitar-se, mandíbula

relaxada e língua solta, olhar fixo e vidrado sem reflexo palpebral, membros torácicos estendidos e membros

pélvicos em posição de pedaleio. (Grandin, 2013)

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O tempo entre a insensibilização e a sangria foi avaliado, levando em consideração o preconizado pelo

Regulamento Técnico de Métodos de Insensibilização para o Abate Humanitário de Animais de Açougue, tempo é

de no máximo um minuto (BRASIL, 2000). Já o tempo de sangria foi avaliado desde a secção dos grandes vasos

dopescoço até o fim da calha de sangria, levando em consideração o tempo mínimo de três minutos conforme o

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) (BRASIL, 2017).

Ao fim da linha de abate as carcaças foram identificadas e acondicionadas em câmara de resfriamento

com temperatura de 0 a 4ºC. O pH das carcaças foi mensurado em dois momentos: 1 hora pós abate e nas 24

horas após resfriamento. Para aferir o pH foi utilizado peagâmetro portátil digital TESTO 205® de inserção, 12 e

13 costela no músculo Longissimusdorsinas bandas esquerda e direita da carcaça(ROÇA, 2001; CATLELAM et al.,

2013; LEITE et al., 2015).Antes do procedimento, o aparelho foi calibrado com solução tampão de pH 4 e 7, com

limpeza do eletrodo com água destilada ao fim de cada leitura. Para as médias obtidas, considerou-se o valor de

5,63 até 5,80 como pH ideal, de 5,81 a 5,99 como aceitável e acima de 6,0 como indesejável.

Para mensuração da cor foi utilizado o colorímetro portátil Konica Minolta Color Reader CR-10 (Tokyo,

Japão)®, com iluminante D65 e 10° ângulo de inclinação para avaliação dos componentes L* (luminosidade), a*

(componente vermelho-verde) e b* (componente amarelo-azul) (HOUBEN et al., 2000; SIQUEIRA et al., 2017), no

qual foram expressos pelo sistema de cor CIElab. As medidas foram realizadas em três pontos da carcaça para a

obtenção de médias para L*, a*, b* (BOSCO et al., 2016).

Na estatística foi utilizado analise descritiva, teste de Qui-Quadrado e exato de fisher.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na presente pesquisa 76,58% (422/551) dos bovinos foram insensibilizados com umúnicodisparo,

17,24% (95/551) dois disparos, 4,35% (24/551) três disparos e 1,81% (10/551) quatro disparos (Tabela 1).

Resultados semelhantes com um disparo foram descritos por Gallo et al. (2003), Leite et al. (2015)

eMártire (2016), com 72,8%, 72,5% e 69% respectivamente. Por outro lado, Braga (2010), descreve resultados

preocupantes de 35,8% de animais insensibilizados com apenas um disparo. Gallo et al. (2003), comprovaram

que há melhoria nos índices com o uso de equipamentos apropriados e capacitação dos funcionários.Leite et al.

(2015), Mártire (2016) e Braga (2010), relatam grande possibilidade desse resultado ser influenciado

principalmente pela qualificação da mão de obra e manutenção inadequada dos equipamentos, o que condiz com

o presente estudo.

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Mártire (2016),relata ainda que 25% dos animais foram insensibilizados com dois disparos e Braga

(2010), descreve 23,7% dos animais insensibilizados com três ou mais disparos. Embora os resultados do

presente estudo estão abaixo do descrito pelos autores, o matadouro analisado está com sérios problemas no

processo de abate seguindo a classificação de Grandin (2010).

A eficiência da insensibilização foi avaliada pela porcentagem de animais insensibilizados com apenas

um disparo da pistola pneumática (GRANDIN, 2003). Quando 99 a 100% dos animais recebiam um único disparo

era considerado como excelente, 95 a 98% dos animais se tornava sensível com um disparo foi classificado como

aceitável, 90 a 94% não aceitável e 90% sérios problemas.

No matadouro frigorífico estudado, a limpeza e a manutenção preventiva da pistola não era realizada. A

insensibilização era feita por dois funcionários, sendo F1 (titular) e F2 (substituto).Houve diferença na avaliação

entre F1 e F2 (p<0,001), demonstrando a importância da capacitação do funcionário responsável pela

insensibilização, sendo possível observar que F1 é mais capacitado que F2.

Os resultados descritos segundo Grandin (2010), demonstram falhas nos procedimentos de

insensibilização do presente estudo. Grandin (1997), relata que as principais causas de insucesso na

insensibilização tanto com pistolas de dardo cativo penetrante, como sem penetração, estão relacionadas à falta

de manutenção e falha do desenvolvimento ergonômico dos equipamentos, cansaço e não treinamento dos

funcionários. Corroborando com Bertoloni e Andreolla (2010), que relatam melhoria no índice de animais

insensibilizados corretamente com o treinamento dos funcionários.

Braga (2010), observou que o pistão ficou exposto após os primeiros disparos em 3,8% dos bovinos e

em 1,2% dos animais o pistão ficou retido no crânio, atribuindo tal fatoà manutenção ineficaz, ausência de

limpeza e a falta de lubrificação diária da pistola. No presente trabalho não se observou tal fato. Entretanto, para

estimular que o animal levantasse a cabeça, o funcionário F1 dava toques sutis no gatilho tocando no dorso do

bovino. Este fato, momentaneamente abaixava a pressão da pistola.

Grandin (2012), ao acompanhar os programas de abate humanitário em abatedouros de bovinos entre

os anos de 1996 até 2010 com gestão de qualidade, comboas práticas de fabricação, observou um aumento de

95% ou mais nos bovinos insensibilizados com um disparo.

O box de atordoamento do matadouro estudado era do tipo convencional, uma caixa de quatro laterais

com sistema de contenção interna, impondo maior agilidade e capacitação do funcionário, devido aos

movimentos intensos do animal. Por permitir o movimento de fuga da cabeça dos animais, o box continha na

parte superior uma chapa retrátil, que poderia ser aberta quando o animal tinha estatura abaixo dos padrões de

altura do box ou quando tinha a necessidade de realizar um novo disparo, facilitando o funcionário a realizar a

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insensibilização. Por outro lado, a abertura desta chapa o deixava vulnerável a cair dentro do box ou até facilitar

a fuga do animal, caracterizando problemas no Bem Estar Animal. Bertoloni e Andreolla (2010), porém, em

estudo comparativo entre dois tipos de boxes de insensibilização, tanto o convencional quanto o box

automatizado, se demostraram ineficientes na insensibilização dos bovinos com apenas um disparo, sendo 84%

e 94%, respectivamente.

Já é sabido que para a execução da insensibilização eficaz, é necessário um correto posicionamento da

pistola e a contenção adequada do animal, o que permite uma boa ação. Há box com sistemas de contenção de

cabeça e do corpo dos animais, impossibilitando o movimento dos bovinos, que permite precisão de disparo.

O local ideal de disparo é no plano frontal da cabeça do animal, na interseção de duas linhas imaginárias

que vão da base do chifre do animal até o olho do lado oposto da cabeça (NEVES, 2008).

Dos animais avaliados, 41,74% (230/551) apresentaram extravasamento de tecido encefálico, que é

considerado MER(p<0,001)(Tabela 1).O material se espalhava na pele da parte frontal do crânio, nos pisos do

box de atordoamento, na área de vômito e na calha de sangria.No momento da insensibilização pode ocorrer

liberação do tecido encefálico através da fratura óssea disseminando material do Sistema Nervoso Central (SNC),

espalhando partículas para o chão e outras áreas (THOEGER, 2004), ou até mesmo através dos equipamentos e

circulação dos funcionários (PRENDERGAST et al., 2004).

De acordo com Mártire (2016), o extravasamento de tecido encefálico pode ocorrer quando as pistolas

injetam ar comprimido, acarretando o aumento da pressão intracraniana. O método de atordoamento influencia

na frequência que o tecido cerebral entra na corrente sanguínea. O risco de transmissão da Encefalopatia

Espongiforme Bovina (BSE), pode variar de acordo com o equipamento de insensibilização utilizado. Alguns

critérios devem ser considerados, tais como a profundidade e velocidade de penetração, material cerebral

danificado e a localização do atordoamento. Em casos de embolia neural, o risco de infeção por BSE pode surgir

em um animal que contenha o príon. De acordo com EuropeanComission (2001), o sangue recolhido de animais

insensibilizados por métodos de atordoamento penetrante, podem tornar-se contaminado com material do SNC

no momento em que extravasa através do orifício onde foi realizada a insensibilização.

Nos dias avaliados a pressão da pistola oscilou entre 60 a 180 psi(p<0,001). A pressão mínima

recomendada pelo Programa Nacional de Abate Humanitário (STEPS) para pistolas com dardo cativo penetrante

é de 160 psi. A pressão de trabalho de acordo com especificação do fabricante é de 175 a 190 psi (DAL PINO,

2018). A fraca pressão da pistola não permite que ocorra danos necessários ao sistema nervoso central, sendo

necessário repetir a insensibilização (COSTA et al., 2012). No presente estudo quando avaliados os animais

insensibilizados com apenas um disparo, 82,78% (226/273) receberam um único disparo quando a pressão da

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pistolaestava <159 psi, estando fora dos valores preconizados. 77,03% (104/135) com a pressão de 160 á 170

psi, estando de acordo com valores descritos por Steps (2010), que é de 160 psi.Já 64,33% (92/143) receberam

um único disparo quando a pressão da pistola se demonstrava > 171psi (Tabela 1).

A espessura do osso frontal influência a boa insensibilização de acordo com as normas de bem estar de

animais de abate (ATKINSON; VELARDE; ALGERS, 2013). As características anatômicas do osso frontal variam de

acordo com idade, raça e sexo dos animais (DYCE; SACK; WENSING, 2010).Dos animais com faixa etária entre 16

a 25 meses, 76,70% (405/528) foram insensibilizados com um disparo,enquanto que 73,91% (17/23) dos

animais entre 25 a 36 meses foram insensibilizados com um disparo, assim como descrito na (Tabela 1).

Semelhante aos resultados encontrados por Mártire (2016), que descreve 74,6% de animais com faixa etária

entre 25 a 36 meses insensibilizados com apenas um disparo. Na avaliação dos grupos de raças 76,50%

(355/464) dos Bostaurustaurus e 77,01% (67/87) dos Bostaurusindicus foram insensibilizados com um único

disparo. Já na avaliação dosexo, 78,34% (199/254) e 75,08% (223/297) de machos e fêmeas respectivamente, se

tornaram inconscientes com um disparo. Apesar das diferenças numéricas observadasno presente estudo, não

houve variação entre faixa etária, raça e sexo dos animais (p>0,05).

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Tabela 1.Comparação do número de disparos em relação a raça, sexo, idade, funcionários, pressão da pistola e

extravasamento de material específico de risco na insensibilização de bovinos, em Rolândia – PR, 2017.

Número de Disparos

Raça Total (%)

1

N (%)

2

N (%)

3

N (%)

4

N (%) P - Valor

Bostaurustaurus 464 (84,22) 355 (76,50) 84 (18,11) 17 (3,66) 8 (1,73) 0,172

Bostaurusindicus 87 (15,78) 67 (77,02) 11 (12,64) 7 (8,05) 2 (2,29)

Sexo

Macho 254 (46,10) 199 (78,35) 35 (13,77) 14 (5,52) 6 (2,36) 0,122

Fêmea 297 (53,90) 223 (75,08) 60 (20,21) 10 (3,36) 4 (1,35)

Idade (Meses)

16 a 25 528 (95,82) 405 (76,71) 89 (16,85) 24 (4,55) 10(1,89) 0,627

25 a 36 23 (4,18) 17 (73,92) 6 (26,08) 0 (00) 0 (00)

Funcionário (F)

F1 415 (75,32) 344 (82,89) 59 (14,22) 8 (1,93) 4 (0,96) <0,001

F2 136 (24,68) 78 (57,36) 36 (26,47) 16 (11,76) 6 (4,41)

Pressão da Pistola (PSI)

< 159 273 (49,55) 226 (82,78) 30 (10,99) 11 (4,03) 6 (2,20)

<0,001 160 a 170 135 (24,50) 104 (77,04) 25 (18,51) 6 (4,44) 0 (00)

> 171 143 (25,95) 92 (64,34) 40 (27,98) 7 (4,89) 4 (2,79)

Extravasamento MER (SNC)

Presente

Ausente

230 (41,75)

321 (58,25)

144 (62,59)

278 (86,61)

60 (26,08)

35 (10,90)

19 (8,25)

5 (1,55)

7 (3,08)

3 (0,94) <0,001

Total 551 (100%) 422 (76,59) 95 (17,24) 24 (4,36) 10 (1,81)

N= número de animais insensibilizados, MER= Material específico de risco, PSI= Pound force per squareinch,

SNC= Sistema nervoso central.

Panzenhagen et al. (2013), descrevem que nenhum dos animais avaliados apresentaram respiração

rítmica, entretanto no presente estudo 2% dos animais mostraram movimentos respiratórios de forma rítmica

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(Tabela 2). Gregory (2007), descreve que a presença da respiração rítmica não pode ser considerada um bom

indicativo de retorno à consciência. Para ser considerado sensível, é necessário que o animal apresente três ou

mais sinais de sensibilidade.

Dos animais avaliados somente 4% (20/551) vocalizaram assim como demostra a (Tabela 2). Gregory

et al. (2007) observaram valores semelhantes aos encontrados no presente estudo, de 1608 animais 1,2%

apresentaram sinais de vocalização. De acordo com Grandin (2001), os resultados obtidos no presente estudo,

devem ser considerados inaceitáveis. A presença da vocalização indica que o animal está sensível, sentido dor ou

medo, podendo estar associados a falhas na insensibilização (GRANDIN, 1998; GRANDIN, 2010).

De acordo com Leite et al. (2015), o reflexo de correção de postura foi o mais observado, variando de

2,5% a 10%. Em estudo comparativo entre dois tipos boxes de contenção, Bertoloni&Andreola (2010), relatam

que no box um e no box dois apresentaram, respectivamente, 5% e 2,5% de reflexo de correção de postura. Os

resultados do presente estudo não estão de acordo com o preconizado por Grandin (1999), que estabelece um

limite máximo de 0,2%. O reflexo de correção de postura ou levantamento da cabeça na calha de sangria indica

uma insensibilização ineficaz, sendo considerado um dos mais confiáveis parâmetros de sensibilidade

(GRANDIN, 1998).

No presente estudo, em 20% dos animais a mandíbula não se manteve relaxada, enquanto que na

pesquisa realizada por Panzenhagen et al. (2013), nenhum dos animais avaliados demonstrou sinais de

consciência neste parâmetro. De acordo com Gregory (2007), quando os músculos da mandíbula se encontram

relaxados, pode ser considerado um sinal claro de inconsciência.

Na avaliação dos sinais de consciência dos bovinos após a insensibilização, 40% (220/551)

apresentaram ausência de protrusão da língua assim como demonstra a (Tabela 2), o que indica uma possível

consciência. Braga (2010), descreve 65,3% de ausência da língua solta. De acordo com Grandin (2010), quando o

animal apresenta a língua pendurada em linha reta para fora da cavidade bucal, com aspecto mole e macio indica

que o mesmo está inconsciente.

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Tabela 2. Sinais da insensibilização em bovinos, divididos em 12 meses, abatidos em um matadouro frigorífico

sob o Serviço de Inspeção Estadual, em Rolândia-PR, 2017.

Mês N

Respiração

rítmica

(ausente)

Vocalização

(ausente)

Reflexo de

endireitar-se

(ausente)

Mandíbula

relaxada

(presente)

Língua solta

(presente)

N % N % N % N % N %

Janeiro 48 47 98% 47 98% 47 98% 47 98% 19 40%

Fevereiro 42 42 100% 42 100% 41 98% 41 98% 20 48%

Março 60 56 93% 47 78% 31 52% 20 33% 28 47%

Abril 45 41 91% 42 93% 18 40% 19 42% 19 42%

Maio 42 42 100% 41 98% 42 100% 42 100% 40 95%

Junho 41 41 100% 41 100% 41 100% 41 100% 31 76%

Julho 46 46 100% 46 100% 39 85% 32 70% 22 48%

Agosto 35 35 100% 35 100% 31 89% 33 94% 23 66%

Setembro 43 43 100% 43 100% 42 98% 38 88% 21 49%

Outubro 30 29 97% 29 97% 29 97% 24 80% 21 70%

Novembro 57 57 100% 57 100% 50 88% 44 77% 37 65%

Dezembro 62 62 100% 61 98% 43 69% 59 95% 50 81%

Total 551 541 98% 531 96% 454 82% 440 80% 331 60%

N= número de animais avaliados.

No presente estudo, 7% dos animais apresentaram reflexo palpebral, já o olhar fixo e vidrado se

demonstrou ausente em 4% dos animais (Tabela 3). Porém, Panhazenhagen et al. (2013), descrevem 99,1% em

ambos os parâmetros avaliados. Os resultados obtidos neste estudo indicam que a insensibilização não está

sendo realizada adequadamente.

Dos 551 bovinos observados, 19,06% não apresentaram membros dianteiros estendidos e membros

traseiros em posição de pedaleio, indicando possível consciência (Tabela 3), diferentemente dos resultados

observados por Braga et al. (2014), que reportam 56,5% dos bovinos estudados não apresentaram os membros

em posição de insensibilização eficiente.

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Tabela 3. Sinais da insensibilização em bovinos, divididos em 12 meses, abatidos em um matadouro frigorífico

sob o Serviço de Inspeção Estadual, em 551 Rolândia-PR, 2017.

Mês N Reflexo

Palpebral (ausente)

Olhar fixo

vidrado (presente)

Membro dianteiro

estendido

(presente)

Membro traseiro

pedaleio (presente)

N % N % N % N %

Janeiro 48 27 56% 48 100% 17 35% 27 56%

Fevereiro 42 42 100% 42 100% 11 26% 24 57%

Março 60 46 77% 41 68% 42 70% 44 73%

Abril 45 42 93% 42 93% 44 98% 42 93%

Maio 42 42 100% 41 98% 36 86% 25 60%

Junho 41 41 100% 41 100% 25 61% 17 41%

Julho 46 46 100% 45 98% 41 89% 15 33%

Agosto 35 35 100% 35 100% 34 97% 2 6%

Setembro 43 43 100% 43 100% 39 91% 2 5%

Outubro 30 30 100% 30 100% 28 93% 1 3%

Novembro 57 57 100% 57 100% 50 88% 9 16%

Dezembro 62 62 100% 62 100% 49 79% 20 32%

Total 551 514 93% 527 96% 416 75% 228 41%

N= número de animais avaliados.

A presença da respiração rítmica, reflexos oculares, vocalização, movimentos persistentes dos

membros dianteiros são indicativos de um animal sensível (STEPS, 2010).

De acordo com Grandin (2001) é aceitável quando em um lote de 500 animais apenas um está sensível.

Segundo Velarde et al. (2003) a presença de consciência influência negativamente a qualidade da carne.

Os valores médios do tempo entre insensibilização e sangria no período estudado oscilaram entre 1,13 a

2,01 minutos, extrapolando o tempo máximo permitido, que é de um minuto, assim como descrito na(Tabela

4)(BRASIL, 2000), resultados semelhantes aos encontrados por Gallo et al. (2003), em que 80% dos animais

avaliados apresentavam tempo entre 1,05 a 4,0 minutos. Ao contrário do presente estudo, Leite et al. (2015),

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avaliaram parâmetros de bem estar animal em 320 fêmeas de abate, e todas estavam dentro do tempo limite. É

importante considerar o tempo entre a insensibilização e sangria para que se obtenha um produto final de

melhor qualidade (GUERREIRO et al., 2013).Gallo et al. (2003), reduziram o tempo entre a insensibilização e a

sangria para abaixo de um minuto com a capacitação dos funcionários. No presente trabalho os equipamentos

antigos, tais como o box de insensibilização, o guincho para suspender os animais, o sistema de nória manual e as

carretilhas, aliados a falta de mão de obra pode explicar o tempo inadequado entre a insensibilização e a sangria,

visto que o funcionário que fazia a esfola aérea era o mesmo que içava o animal.

Em relação ao tempo de sangria de cada mês avaliado, nenhum respeitou o tempo mínimo preconizado,

que é de três minutos, médias descritas na(Tabela 4).Diferentes foram os resultados encontrados por Leite et al.

(2015), onde apenas um lote de animais não estava dentro do tempo mínimo, atribuindo tal fato a falha no

processo de insensibilização. No matadouro frigorífico estudado, a canaleta de sangria possuía 2,0 metros de

comprimento e 0,8 metros de largura. De acordo com as normas de bovinos descritas por Brasil (2007), o

comprimento da canaleta de sangria deverá corresponder à quantidade de bovinos abatidos por hora. Porém, no

presente estudo foram abatidos de 15 a 20 bovinos por hora, portanto a canaleta de sangria deveria

corresponder a 4,6 metros de comprimento e 1,20 metros de largura, o que atenderia o abate de até 40 bovinos

por hora, justificando a falha no tempo de sangria.

Em bovinos, o processo de glicólise se desenvolve lentamente com o pH inicial em torno de 7,0 caindo

após cinco horas para 6,4 e 6,8 e após 24 horas oscila entre 5,5 e 5,9 (ROÇA, 2001). Para que ocorra a quebra

adequada das proteínas actina e miosina, garantindo maior maciez da carne, o pH final deve estar em torno de

5,5 (GONÇALVES et al., 2004).

As médias de pH 1 hora pós abate no presente estudo oscilaram entre 6,23 á 6,59 (Tabela 4), estando

dentro dos valores descritos por Roça (2001), já as médias do pH 24 horas post mortem variaram entre 5,63 a

5,86, valores considerados aceitáveis (Tabela 4). Apenas as carcaças do mês de setembro apresentaram média de

6,17, valor considerado indesejável. Supõe-se que este resultado foi influenciado por falhas do manejo,

entretanto tais variáveis não foram mensuradas no presente trabalho. Devant et al. (2007), descrevem 82,10%

das carcaças avaliadas com pH menor que 5,80, 13,89% apresentaram pH em torno de 5,80 e 4,01% pH maior

que 6,0, apontando o manejo na planta de abate, gênero, baixo teor de gordura da carcaça e tempo de espera no

frigorífico como fatores responsáveis pelo aumento do pH da carne 24 horas post mortem. De acordo com a

circular nº 192, que se trata da exportação da carne bovina brasileira para União Européia, carcaças com pH

acima de 5,9 devem ser desclassificadas para exportação (BRASIL, 1998), o que no presente estudo representaria

um índice de 7,80% (43/551) de rejeição.

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Tabela 4. Médias do intervalo entre atordoamento e sangria (minutos), tempo de sangria (minutos), pH 1 e 24

horas pós abate e coordenadas de L*, a*, b* em 551 bovinos, Rolândia – PR, 2017.

Mês

Intervalo entre atordoamento

e sangria (Minutos)

Tempo de

sangria (Minutos) pH 1hora pH 24horas L* a* b*

Janeiro 1,29 2,00 6,23 5,80 35,54 21,08 13,03

Fevereiro 1,15 2,01 6,30 5,66 35,12 23,46 13,92

Março 1,51 2,07 6,35 5,66 35,12 19,82 12,53

Abril 1,54 2,46 6,89 5,83 35,82 20,11 12,51

Maio 1,36 2,38 6,49 5,78 33,27 21,13 12,48

Junho 2,01 2,39 6,54 5,85 35,70 21,71 12,85

Julho 1,13 2,40 6,41 5,79 33,09 20,98 12,07

Agosto 1,32 2,45 6,51 5,75 31,23 19,86 10,72

Setembro 1,16 2,37 6,34 6,17 34,82 22,95 12,80

Outubro 1,30 2,40 6,59 5,86 32,89 19,95 11,45

Novembro 1,38 2,45 6,39 5,63 32,87 20,38 11,80

Dezembro 1,41 2,38 6,31 5,66 31,10 20,87 11,97

pH= Potencial Hidrogeniônico, L*= Luminosidade, a*= Intensidade de vermelho, b*= intensidade de amarelo.

SegundoAbularach et al. (1998), bovinos jovens apresentaram carne escura quando L*<29,68 e carnes

claras quando L*>38,51; já à intensidade de vermelho, consideraram a*<14,83 como baixa e a*>29,27 como alta;

e, intensidade de amarelo, b*<3,40 como baixa e b*>8,28 como alta. No presente trabalho, as médias de L* e a*

(Tabela 4) mantiveram-se entre os limites de cor considerados normais para carne bovina. Entretanto as médias

de b* se mostrou elevada quando comparadas a valores descritos por Abularach et al. (1998). De acordo com

Kerth et al. (2007), carne de animais terminados a pasto pode ter quantidades elevadas de ß-caroteno e

consequentemente elevado teor de amarelo, assim como no presente estudo, onde os animais eram provenientes

de confinamento com dieta de alto grão ou terminados a pasto, justificando os elevados valores de b.

CONCLUSÕES

A ausência de manutenção do equipamento mecânico de atordoamento bem como de mão de obra sem

treinamento qualificado compromete os parâmetros de sensibilidade e o processo de abate.

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CONSIDERACÕES FINAIS

Medidas corretivas sugeridas:

Adoção de boas práticas de abate;

Manutenção preventiva dos equipamentos;

Capacitação dos funcionários;

Extensão da calha de sangria.

AGRADECIMENTOS

À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da UNOPAR, e à CAPES pelo apoio financeiro disponibilizado

pelo Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares – PROSUP.

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ANEXOS

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Anexo 1. Normas para a Publicação na revista

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