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Carlos Andrés Martínez Rodríguez Universidade Federal de São Carlos [email protected] AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE BACIAS DE DETENÇÃO IMPLANTADOS NO MUNICIPIO DE SÃO CARLOS, SP. Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira Universidade Federal de São Carlos [email protected] 1330

AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE BACIAS DE DETENÇÃO ... · 8º CONGRESSO LUSO -BRAS ILEIRO PARA O PLANEA MENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURI S 20 18) Cidades

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  • Carlos Andrés Martínez Rodríguez

    Universidade Federal de São Carlos

    [email protected]

    AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE BACIAS DE DETENÇÃO IMPLANTADOS NO MUNICIPIO DE SÃO CARLOS, SP.

    Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira

    Universidade Federal de São Carlos

    [email protected]

    1330

  • 8º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018) Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

    Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

    AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE BACIAS DE DETENÇÃO

    IMPLANTADOS NO MUNICIPIO DE SÃO CARLOS, SP

    C. A. M. Rodríguez, B. A. N. Teixeira

    RESUMO

    A urbanização acelerada gera maior impermeabilização do solo, o que aumenta o

    escoamento direto causando inundações. As bacias de detenção são técnicas sustentáveis que

    buscam mitigar estes impactos. O presente trabalho apresenta a avaliação de dois sistemas

    de bacias de detenção implantados no município de São Carlos, adotando diferentes

    indicadores sobre aspectos como concepção, manutenção, operação e integração das bacias.

    Por meio de visitas in loco foram observadas as características e o funcionamento destes

    sistemas após o evento de chuva, concluindo que os dois cumprem com sua função

    hidrológica e estão delimitados para evitar riscos na população, porém foi evidenciada baixa

    frequência na manutenção o que pode gerar problemas de salubridade e funcionamento da

    bacia além de que a técnica não tem uso multifuncional e nem é aproveitada pela

    comunidade.

    1. INTRODUÇÃO

    A população urbana mundial está em aumento acelerado faz décadas junto com a ocupação

    desordenada do solo. Devido a esta expansão territorial sem o planejamento integrado das

    infraestruturas e uma legislação para disciplinar o uso e ocupação do solo, proporcionando

    problemas no manejo de águas pluviais ocasionados pelos eventos hidrológicos de alta

    intensidade (Righetto, 2009).

    Segundo Tucci (2012) a impermeabilização gerada no solo pela urbanização traz como

    consequência o aumento tanto na velocidade do escoamento como na vazão máxima,

    gerando assim uma crescente frequência das inundações e na erosão do solo, além de gerar

    contaminação das águas pluviais pela lavagem da superfície e entupimento dos canais com

    o carregamento destes resíduos.

    Assim, com a urbanização crescente, tem-se observado que o sistema tradicional de manejo

    das águas pluviais é insuficiente, além de não seguir a concepção do desenvolvimento

    urbano sustentável. No Brasil estima-se um valor anual superior a dois bilhões de dólares de

    despesas e prejuízos com inundações (NUCASE, 2007). A partir dos anos de 1970 nasce

    uma abordagem alternativa para o manejo de águas pluviais com iniciação em países de

    Europa, América do Norte, Austrália e Japão. Esta abordagem trata-se das técnicas

    compensatórias as quais tem por objetivo, diminuir ou compensar os impactos negativos

    causados pela urbanização (Righetto, 2009).

  • Inicialmente o objetivo principal dessas soluções foi o armazenamento e infiltração das

    águas pluviais visando controlar e diminuir os volumes de escoamento. Já com o tempo as

    diversidades de técnicas compensatórias buscam também reduzir a poluição difusa e

    promover a desconexão de áreas impermeáveis.

    Dentro das técnicas compensatórias mais difundidas estão as bacias de detenção que são o

    objeto de estudo do atual trabalho, onde é feita a avaliação de dois sistemas de bacias de

    detenção implantados no município de São Carlos, SP, baixo diferentes variáveis

    identificadas.

    2. SISTEMAS ALTERNATIVOS DE DRENAGEM URBANA

    No contexto Brasileiro, a expansão das regiões metropolitanas e a impermeabilização do

    solo aumentam a frequência de inundações e de demandas por infraestrutura urbana em

    novas áreas alagadas. Assim sendo, é notório que o sistema clássico de drenagem não

    representa uma solução eficiente já que por vezes somente transfere o problema para jusante,

    seguindo o conceito higienista de priorizar a rápida evacuação das águas pluviais pelos

    condutos de drenagem.

    Como possível solução a partir da década de 1970 com a adoção de uma cultura de

    desenvolvimento urbano sustentável e o aperfeiçoamento de mecanismos de ordenamento

    territorial sobre os usos da água, as técnicas compensatórias surgiram como parte da forma

    de planejar e administrar as cidades de acordo com a realidade regional (Martins, 2012).

    Segundo Baptista et al. (2015) principalmente na Europa e América do Norte começou o

    desenvolvimento de técnicas compensatórias que buscam compensar os efeitos da

    urbanização no ciclo hidrológico, controlando o excedente de água de escoamento, e

    aumentando o tempo de transferência desta para jusante. Porém, o uso destas técnicas ainda

    não é potencialmente alto e o sucesso delas depende da sua correta implantação no ambiente

    urbano.

    As técnicas compensatórias mais usadas são apresentadas na Figura 1 as quais são

    denominadas estruturais pela sua implantação física como obras de manejo de águas

    pluviais. Existem também as técnicas compensatórias não estruturais que abrangem aqueles

    procedimentos que favorecem o retardamento dos escoamentos como as restrições na

    legislação, a racionalização do uso do solo urbano, educação ambiental entre outros

    Localizado

    Telhado verde

    Micro reservatório

    Poço de infiltração

    Plano de infiltração

    Técnicas

    compensatórias

    estruturais

    Controle na

    fonte

    Linear

    Trincheira de

    infiltração

    Vala de detenção

    Pavimento

    reservatório

    Pavimento permeável

    Áreas úmidas lineares

  • Centralizado

    Bacias de detenção ou

    retenção

    Bacias de infiltração

    Bacias de detenção e

    infiltração

    Áreas úmidas

    artificiais

    Fig. 1 Esquema de técnicas compensatórias estruturais.

    Fonte: (Righetto, 2009)

    2.1 Bacias de detenção

    As bacias de detenção são técnicas centralizadas que caracterizam-se por ter uma área de

    drenagem de grande porte e são muito implantadas nas cidades Brasileiras pela sua fácil

    execução uma vez destinado o espaço e a vazão de pico que controla eventos de chuva com

    períodos de retorno grandes. Também são conhecidas como medidas de controle a jusante

    uma vez que evitam que o acréscimo da vazão máxima seja transferida para jusante por meio

    do amortecimento do volume de água.

    Estas estruturas têm uma composição básica que inclui o volume deixado livre para

    armazenamento de águas de escoamento e/ou infiltração, uma estrutura hidráulica para a

    entrada e uma para a saída de água, as quais podem ser por gravidade ou bombeamento

    dependendo de sua cota respeito ao armazenamento, e um vertedor de emergência.

    Genericamente as bacias de detenção são medidas estruturais corretivas com altos custos de

    construção e desapropriação que interferem em áreas densamente povoadas, que podem ser

    objetos de rejeição pelos moradores e envolver questões da ordem ambiental. Porém,

    segundo Nascimento et al. (1999) estas estruturas podem diminuir os custos de implantação

    de canalizações ou evitar intervenções em sistemas de macrodrenagem quando estes tornam-

    se insuficientes. Esta solução tem se mostrado eficaz pelos seus efeitos imediatos olhando a

    bacia como uma nova várzea para acumular água e recuperar o amortecimento perdido

    (Nakazone, 2005).

    Normalmente estas estruturas são projetadas para esvaziar em 24 horas, a detenção do

    escoamento que é feita por elas ajudam a reduzir o potencial erosivo, mas devido ao tempo

    curto de detenção da água este sistema não é eficiente na remoção de matéria sólida, em

    alguns casos esta água retida pode ajudar a recarga do aquífero contribuindo ao longo prazo

    na diminuição de poluentes (Righetto, 2009).

    As bacias de detenção podem ser integradas ao meio urbano como apresentado nas Figuras

    2 e 3, oferecendo espaços de lazer ou esporte como quadras e parques no período de

    estiagem. No entanto, elas precisam de constante manutenção para seu bom funcionamento,

    além de que a impermeabilização em concreto resulta uma opção de maior custo.

  • Fig 2. Bacia de detenção com revestimento

    em concreto Fonte: (Moura, 2004)

    Fig. 3 Anfiteatro como bacia de detenção (Parque

    Redfern, Sydney)

    Fonte: WLA (2017)

    De acordo com (Osti, 2017), as bacias de detenção representam soluções antigas para os

    novos problemas. O controle de enchentes pelos eventos extremos é só um dos aspectos,

    atualmente deve-se procurar o uso multifuncional das bacias de detenção, como as atividades

    no ar livre, incremento da biodiversidade, implantação de áreas verdes e uma valorização da

    presença da água e do uso do solo dentro da população.

    3. CARACTERIZAÇÃO MUNICIPIO DE SÃO CARLOS, SP

    O local de estudo o município de São Carlos, localizado no centro geográfico de estado de

    São Paulo, possui temperatura média anual de 19,6 °C, com precipitação média anual de

    1512 mm, uma população de 241.389 habitantes (IBGE, 2015), uma área total de 1.132 Km²

    com uma área urbana de 67,25 Km² (Prefeitura de São Carlos, 2016).

    São Carlos encontra-se localizado dentro de duas unidades hidrográficas de Gerenciamento

    de recursos hídricos do Estado de são Paulo (MOGI-GUAÇU e TIETÊ/JACARÉ), o

    perímetro urbano está estabelecido quase completamente na sub-bacia do Córrego

    Monjolinho como apresentado na Figura 4.

    Fig. 4 Sub-bacia hidrográfica do Córrego Monjolinho

    Fonte: CDCC (2018)

    Segundo Lima (2017) durante a construção da cidade de São Carlos, os córregos não

    protagonizaram o processo de expansão urbana. O desenvolvimento urbano de São Carlos

  • ocorreu com o reiterado ocultamento de seus córregos, por meio da impermeabilização de

    suas margens e a canalização e retificação de seus cursos d´agua.

    3.1 Gestão das águas pluviais no município

    Entre os anos 60 e 80 a urbanização no Brasil cresceu vertiginosamente, acarretando

    problemas na cidade; Devido a este quadro buscou-se uma reforma urbana com a criação do

    plano diretor urbano contemplando os interesses tanto dos movimentos sociais como do setor

    imobiliário. Este plano se tornou obrigatório para as cidades com mais de vinte mil

    habitantes (Peres; Silva, 2013).

    Com a elaboração do plano diretor de 2005 é a primeira vez que o município de São Carlos

    aborda a problemática entre meio ambiente e a cidade estabelecendo a bacia hidrográfica

    como unidade de gestão e planejamento. Este plano diretor apresenta as áreas de preservação

    invadidas e as zonas de recuperação e ocupação controlada. Porém, a pesar das tentativas de

    educação ambiental com a população respeito a ocupação da bacia hidrográfica para

    conservar a ideologia planteada no plano diretor, predominam as pautas estabelecidas pelo

    interesse imobiliário, contribuindo para a ocupação descontrolada e desigual (Lima, 2017).

    Em pesquisa feita por Decina e Brandão (2016), foi demostrado que os reservatórios de

    detenção reduzem significativamente os picos de vazão, mas ainda não podem ser

    considerados como única solução, além de apresentarem altos custos relacionados à sua

    implantação. Demostrou-se que o cenário mais favorável foi mediante a consideração das

    diretrizes do plano diretor junto com medidas estruturais e não estruturais.

    No município de São Carlos a partir do ano 2003 pela legislação municipal estão sendo

    utilizados reservatórios de detenção ou retenção para o manejo de águas pluviais em

    conjuntos habitacionais, áreas comerciais e industriais, loteamentos ou parcelamentos na

    área urbana do município com área superior a um hectare. Especificamente a Lei n°13.246

    de 27/11/2003 do Município de São Carlos indica a obrigação da construção de um

    reservatório de detenção/retenção, onde estabelece o volume a ser retido pelo reservatório

    de acordo com a área impermeabilizada como apresentado na Tabela 1.

    Tabela 1 Dimensões para a construção de reservatórios

    Fonte: Adaptado de São Carlos (2003)

    Dimensões da área impermeabilizada (m²) Volume armazenado (litros)

    250 1000

    300 1500

    400 2000

    500 2500

    600 3500

    Acima de 600 6 litros por m² de área do lote

    4. METODOLOGIA

    Depois de realizar uma revisão fundamental sobre o conceito de bacia de detenção, seus

    objetivos na drenagem pluvial e sua ocorrência na implantação nas cidades brasileiras, foram

    identificados dois sistemas de bacias de detenção no município de São Carlos, objeto de

    estudo do atual trabalho com ajuda do software Google Earth. O sistema de detenção 1

  • (SBD1) está composto por 3 bacias e o sistema de detenção 2 (SBD2) está composto também

    por 3 bacias como apresentado na Figura 5.

    Fig. 5 Sistemas de Bacias de Detenção (SBD1 e SBD2) Fonte: Google Earth

    Os sistemas de detenção SBD1 e SBD2 encontram-se localizados na zona norte do município

    de São Carlos, fora do perímetro urbano, em uma região conhecida como o Varjão. Este

    conjunto de bacias foi construído por uma obrigação imposta pelo Ministério Público e estão

    nas laterais da Rodovia Eng. Tales de Lorena Junior. O SBD1 está fora do campo de golfe

    do Damha Club enquanto o SBD2 está entre condomínios de chácaras.

    4.1 Variáveis para a avaliação dos sistemas de bacias de detenção

    Com base na bibliografia revisada sobre os parâmetros tendo em conta projeto, concepção,

    manutenção, custos e integração das bacias de detenção, assim como de acordo com as

    variáveis definidas segundo (Peroni e Teixeira, 2016), foram estabelecidas as seguintes

    variáveis para a avaliação dos sistemas de bacia de detenção SBD1 e SBD2:

    • Localização: Posição do SBD respeito a suas áreas perimetrais, podendo estar dentro ou fora de um espaço urbanizado.

    • Visibilidade: Determina qual é a visibilidade do SBD para uma pessoa que mora perto do sistema ou esteja transitando na zona onde se encontra o SBD. Esta variável

    pode-se classificar como alta, média o baixa.

    • Acessibilidade: Facilidade para poder chegar até a entrada ou perímetro do SBD, podendo-se classificar como fácil, moderada ou difícil.

    • Isolamento: Estabelece se o SBD conta com estruturas que impeçam a entrada ou delimitem o perímetro do sistema, podendo-se classificar como totalmente aberta,

    parcialmente aberta ou totalmente fechada.

    • Manutenção: Determina o grau de conservação do SBD, identificando variáveis como o estado e a altura da vegetação, a presença de resíduos sólidos, a quantidade

    de sedimentos presentes e a erosão observada no sistema. A manutenção será

    classificada como frequente, esporádica ou sem presença.

    • Funcionalidade: Este parâmetro estabelece o objetivo ou funcionalidade para o qual foi projetado e está sendo usado o SBD, classificando-se como uso somente

    hidrológico ou multifuncional.

    • Funcionamento: Com esta variável pretende-se avaliar se o SBD fez o esvaziamento da água dentro das 24 horas após o evento de chuva. Igualmente se o volume para

    SBD1 SBD2

    Campo

    de golf

  • armazenamento de água é suficiente para evitar que aconteça extravasão fora do

    sistema.

    5. RESULTADOS

    Para avaliar os dois sistemas de bacias de detenção foram feitas visitas in loco às quais foram

    realizadas como o objetivo de observar o estado e funcionamento das bacias de detenção e a

    zona onde foram implantadas. A primeira visita foi realizada o dia 22 de novembro de 2017

    no qual se registro uma precipitação de 25mm (INMET). A segunda visita foi realizada o

    dia 14 de fevereiro de 2018 no qual se apresento uma chuva de 24mm (INMET). Em ambas

    as visitas foram realizadas registros fotográficos para evidenciar as características e fazer

    comparações nos diferentes dias.

    5.1 Sistema de bacias de detenção 1 (SBD1)

    Na figura 6 é apresentado o SBD1, o qual está composto pelas bacias (BD1, BD2 e BD3),

    estas três bacias estão interligadas de modo que a água vai desde a BD1 passando pela BD2

    e saindo pela BD3.

    Fig. 6 Sistema de Bacia de Detenção (SBD1)

    Fonte: Google Earth

    Devido à dificuldade de acesso somente foi possível obter um registro fotográfico da BD3 a

    qual fica mais perto da rodovia e é apresentada na Foto 1. A Foto 2 mostra a estrutura onde

    entra a água desde a BD2 até a BD3, pode-se observar as pedras para retenção de sedimentos

    e um pouco de acumulo de água pela chuva que aconteceu o mesmo dia.

    Foto 1 Vista geral da BD3 (Nov/2017) Foto 2 Entrada da BD3 (Fev/2018)

    BD1 BD2 BD3

    Escoamento

    Conexões

    Saida

    Entrada

  • Na Foto 3 observa-se um crescimento normal da vegetação comparado com a Foto 1 com 3

    meses de diferença entre as fotos, na Foto 4 nota-se a estrutura de saída da água após o evento

    de chuva, a mesma fica um pouco molhada, mas não apresenta uma altura de água

    considerável.

    Foto 3 Vista geral da BD3 (Fev/2018) Foto 4 Estrutura de saída BD3 (Fev/2018)

    Igualmente na visita foi observado que somente uma cerca separa o SBD1 da rodovia,

    destaca-se que não foram observados resíduos sólidos, nem uma lâmina de água considerável

    após o evento de chuva. O SBD1 encontra-se fora de uma área urbanizada, não possui uma

    estrutura de entrada com segurança e fica um pouco oculta pela barragem com vegetação

    que a separa da rodovia. Também foi confirmado que o uso da bacia é somente hidrológico.

    5.2 Sistema de bacias de detenção 2 (SBD2)

    Na figura 7 é apresentado o SBD2, o qual está composto pelas bacias (BD4, BD5, BD6) as

    quais estão conectadas e o fluxo de água vai desde a BD4, passando pela BD5 e saindo pela

    BD6.

    Fig. 7 Sistema de Bacia de Detenção (SBD2)

    Fonte: Google Earth

    Conexões

    Esc

    oam

    ento

    Saida

    Saida

  • Na Foto 5 pode-se apreciar a vegetação na BD6 a qual é um pouco densa evidenciando falta

    de manutenção frequente, porém a bacia não apresento lamina de água após a chuva. A Foto

    6 mostra a estrutura de saída de água de todo o SBD2 onde nunca se observou extravasão, a

    BD6 está totalmente cercada, porém o acesso a ela é difícil pela vegetação presente como

    mostrado na Foto7.

    Foto 5 Vista geral BD6 (Nov/2017) Foto 6 Saída BD6 (Nov/2017)

    A Foto 8 mostra a conexão entre as BD5 e a BD6 as quais tem as mesmas dimensões da

    estrutura de saída, se observa o rastro da água no canal de concreto.

    Foto 7 Portão BD6 (Fev/2018) Foto 8 Conexão BD6 e BD5 (Fev/2018)

    Na Foto 9 é apresentada a BD5 na qual sua vegetação é bem menos densa do que na BD6,

    por ser uma bacia de grandes dimensões sua visibilidade é media apesar de ficar junto a

    estrada no mesmo caso que a BD6. Nota-se na Foto 10 alguns resíduos sólidos carregados

    pela mesma água chuva, porem a lâmina de água não apresenta altura considerável.

    Foto 9 Vista geral BD5 (Nov/2018) Foto 10 Resíduos e agua BD5 (Fev/2018)

    Saida

    Portão

  • A típica estrutura de entrada é mostrada na Foto11, a qual é uma obra nova na BD5 e na foto

    12 observam-se as melhores condições no portão de acesso da BD5 comparado com a BD6.

    Foto 11 Estrutura de entrada BD5 (Fev/2018) Foto 12 Portão de acesso BD5 (Fev/2018)

    A Foto 13 apresenta a BD4 a qual está totalmente cercada com portão fechado, a vegetação

    não é muito densa, mas na parte da entrada de água apresenta uma altura considerável (Foto

    14), podendo afetar sua funcionalidade.

    Foto 13 Vista geral BD4 (Nov/2017) Foto 14 Estrutura de entrada BD4 (Nov/2017)

    A visibilidade da BD4 é baixa pelo que não fica perto de uma zona urbana e tem uma

    plantação de milho no seu perímetro (Foto 15). Foi observado um pouco de água nas

    depressões da bacia após o evento da chuva não sendo considerável (Foto 16).

    Foto 15 Cerca BD4 (Nov/2017) Foto 16 Agua retida BD4 (Fev/2018)

    6. CONCLUSÕES

    De acordo com as variáveis estabelecidas no item 4.2 a avaliação das BD que compõem cada

    um dos SBD é mostrada na Tabela 2, excetuando as BD1 e BD2 as quais não puderam ser

    observadas.

    Entrada

    Entrada

    Cerca

  • Tabela 2 Avaliação das bacias de detenção

    Unidade

    Variáveis BD3 BD4 BD5 BD6

    Localização Fora Fora Fora Fora

    Visibilidade Media Baixa Media Baixa

    Acessibilidade Moderada Difícil Fácil Moderada

    Isolamento Totalmente

    aberta

    Totalmente

    fechada

    Totalmente

    fechada

    Totalmente

    fechada

    Manutenção Sem presença Sem presença Esporádica Sem presença

    Funcionalidade Somente

    hidrológico

    Somente

    hidrológico

    Somente

    hidrológico

    Somente

    hidrológico

    Funcionamento Cumpre Cumpre Cumpre Cumpre

    Segundo os resultados obtidos e fazendo uma análise geral do SBD1 se estabelece que ele é

    um sistema que cumpre com sua função hidrológica de armazenamento de água ajudando a

    diminuição da vazão pico, porém ele não se encontra integrado ao espaço urbano nem a

    comunidade. Da mesma forma se conclui que as dimensões do sistema são bastante grandes

    pelo que seria necessária uma chuva muito excepcional para ele extravasar. A presença de

    vegetação com altura considerável faz evidenciar a falta de manutenção regular o que pode

    gerar presença de vetores, porém não foram evidenciados resíduos sólidos.

    Respeito ao SBD2 é preciso realizar uma manutenção mais frequente com atividades como

    a coleta de resíduos e a retirada de vegetação densa para evitar tanto presença de vetores

    como para garantir o bom funcionamento do sistema e o fácil acesso a ele. A delimitação do

    sistema é ótima considerando a presença de população ao redor, porém o sistema somente

    oferece uma função hidrológica.

    Se determina que ambos sistemas foram pensados para um controle hidrológico, garantindo

    o esvaziamento dentro das 24 horas após o evento de chuva, onde não foi projetado o espaço

    para aproveitamento da comunidade, pelo fato de ficar afastado da zona urbana. A

    delimitação das bacias garante a segurança da comunidade, mas é preciso melhorar a

    manutenção delas para evitar gerar doenças pelo acumulo de água e excesso de vegetação

    apesar do condomínio de chácaras não estar diretamente integrado com o sistema de

    detenção.

    Considerando o analise anterior é importante uma integração da comunidade com estes

    sistemas de detenção para que exista uma maior apropriação, além de uma melhoria no

    cuidado e manutenção destes sistemas de detenção por parte dos responsáveis, para que estas

    zonas de armazenamento de água não sejam vistas como áreas abandonadas e espaço sem

    aproveitar.

    7. REFERENCIAS

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