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AVALIAÇÃO DE FERRAMENTA DE INFORMÁTICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE CONTRATOS DE EMPRESA ESTATAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO, BASEADA NA METODOLOGIA DA GESTÃO DO CICLO DE VIDA DE CONTRATOS Francisco Eugênio de Aguiar Cavalcante Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador: Nelson Francisco Favilla Ebecken Rio de Janeiro Maio de 2012

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AVALIAÇÃO DE FERRAMENTA DE INFORMÁTICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE

CONTRATOS DE EMPRESA ESTATAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO,

BASEADA NA METODOLOGIA DA GESTÃO DO CICLO DE VIDA DE CONTRATOS

Francisco Eugênio de Aguiar Cavalcante

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre em

Engenharia Civil.

Orientador: Nelson Francisco Favilla Ebecken

Rio de Janeiro

Maio de 2012

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AVALIAÇÃO DE FERRAMENTA DE INFORMÁTICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE

CONTRATOS DE EMPRESA ESTATAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO,

BASEADA NA METODOLOGIA DA GESTÃO DO CICLO DE VIDA DE CONTRATOS

Francisco Eugênio de Aguiar Cavalcante

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Nelson Francisco Favilla Ebecken, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Beatriz de Souza Leite Pires Lima, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Elton Fernandes, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MAIO DE 2012

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Cavalcante, Francisco Eugênio de Aguiar

Avaliação de Ferramenta de Informática para

Administração de Contratos de Empresa Estatal do

Setor Elétrico Brasileiro, Baseada na Metodologia da

Gestão do Ciclo de Vida de Contratos / Francisco

Eugênio de Aguiar Cavalcante. – Rio de Janeiro:

UFRJ/COPPE, 2012.

VIII, 127 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Nelson Francisco Favilla Ebecken

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa

de Engenharia Civil, 2012.

Referências Bibliográficas: p. 123-127.

1. Gestão de ciclo de vida de contratos. 2. Sistemas

de computação. 3. Gestão pública. I. Ebecken, Nelson

Francisco Favilla. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III.

Título.

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DEDICATÓRIA

A Rosângela, Matheus, Giovana e Sophia

por tudo que vocês representam

em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Juramir e Neide, pelo seu amor incondicional.

Aos meus companheiros de vida profissional, especialmente Pedro Moreira e Sergio

Vargas, por acreditarem em meu potencial.

Aos colegas do Mestrado, especialmente Flavio Cardoso, Rogério Kaizer e

Aline Lyz, pelo incentivo e solidariedade.

Aos professores Elton Fernandes, Nelson Ebecken e Carlos Cosenza pelo apoio e

inspiração.

A Deus que me presenteia a cada dia com a vida e todas as suas possibilidades.

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

AVALIAÇÃO DE FERRAMENTA DE INFORMÁTICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE

CONTRATOS DE EMPRESA ESTATAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO,

BASEADA NA METODOLOGIA DA GESTÃO DO CICLO DE VIDA DE CONTRATOS

Francisco Eugênio de Aguiar Cavalcante

Maio/2012

Orientador: Nelson Francisco Favilla Ebecken

Programa: Engenharia Civil

Este trabalho tem como objetivo avaliar um sistema protótipo destinado a

administração de contratos, para aquisição de bens e serviços de uma empresa

estatal do Setor Elétrico Brasileiro, o qual foi baseado na metodologia “Contract

Lifetime Management” (CLM). Os procedimentos, atribuições e responsabilidades dos

gestores de contrato são apresentadas como forma de subsidiar a argumentação da

necessidade da adoção de métodos e ferramentas adequadas para minimizar o risco

da ocorrência de falhas na fase de administração dos instrumentos contratuais. Com o

sistema desenvolvido, suas principais funcionalidades são detalhadas. Ao final, a

avaliação do sistema verificou o grau de atendimento destas com os objetivos

propostos, bem como as partes interessadas mais beneficiadas.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

EVALUATION OF TOOL FOR DATA MANAGEMENT COMPANY CONTRACTS

STATE BRAZILIAN ELECTRIC SECTOR, METHODOLOGY BASED ON CONTRACT

LIFETIME MANAGEMENT

Francisco Eugênio de Aguiar Cavalcante

May/2012

Advisor: Nelson Francisco Favilla Ebecken

Department: Civil Engineering

This work aims to evaluate a prototype system for the administration of

contracts for goods and services of a state-owned Brazilian Electric Sector, which was

based on the methodology Contract Lifetime Management" (CLM). The procedures,

roles and responsibilities of contract managers are presented in order to support the

argument of the need to adopt appropriate methods and tools to minimize the risk of

occurrence of failures during the administration of the agreements. With the developed

system, its main features are detailed. At the end, the evaluation of the system verified

the degree of compliance with these objectives, as well as the stakeholders most.

.

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SUMÁRIO

RESUMO vi ABSTRACT vii CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 3 2.1. A administração de contratos nas empresas estatais brasileiras 3 2.2. O papel do gestor de contrato 7 2.3. O processo de administração de contratos na empresa estatal 11 2.4. O impacto da ocorrência de não conformidades na

administração de contratos 25 2.5. Justificativas para o aprimoramento da administração de contratos 29 CAPÍTULO 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 32 3.1. A aquisição de materiais 32 3.2. O mapeamento e a gestão de processos de negócios 36 3.3. O estado da arte da gestão de contratos 43 CAPÍTULO 4. ESPECIFICAÇÃO DE SISTEMA BASEADO NA METODOLOGIA CLM 61 4.1. A administração do ciclo de vida dos contratos 61 4.2. As partes interessadas na administração de contratos 65 4.3. Levantamento de oportunidades para melhoria da administração de contratos 79 4.4. O fluxo de atividades da administração de contratos através do sistema protótipo e os benefícios esperados 85 CAPÍTULO 5. SISTEMA PROTÓTIPO 89 5.1. Caracterização do sistema 89 5.2. A estrutura do sistema protótipo 99 CAPÍTULO 6. AVALIAÇÃO 111 6.1. Atributos de avaliação do sistema protótipo 111 6.2. Resultado da avaliação do sistema protótipo 115 CAPÍTULO 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 119 7.1. Conclusão 119 7.2. Trabalhos futuros 122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 123

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CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo avaliar um sistema protótipo destinado a

administração de contratos para aquisição de bens e serviços de uma empresa

estatal do Setor Elétrico Brasileiro, o qual foi baseado na metodologia gestão de

ciclo de vida de contratos proposta por SAXENA [34].

Inicialmente, é apresentada uma contextualização do ambiente de negócios

da empresa estudada, que a partir das mudanças do marco regulatório do setor

passou a ser fortemente competitivo e regulado. Além disto, por serem controladas

pelo governo federal, as empresas estatais do setor estão sujeitas a Lei de

Licitações nº 8666/93 e a fiscalizações de órgãos governamentais, como o Tribunal

de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU).

Deste modo, a transparência e a eficiência são duas exigências mandatórias

nos processos da administração pública, direta ou indireta. Contudo, muitas vezes,

estas duas exigências geram procedimentos contraditórios, a primeira gerando

procedimentos consumidores de tempo e relatórios de prestação de contas; e, a

segunda, exigindo decisões rápidas e foco do trabalho nos resultados pretendidos.

Por outro lado, não se tem conhecimento acurado dos impactos no aumento

dos custos operacionais e demais riscos das empresas do Setor Elétrico devido às

não conformidades ocorridas nesta fase, onde contratante e contratado são

afetados, pois as não conformidades ocorridas em uma das partes têm impacto

direto sobre a outra.

Os procedimentos, atribuições e responsabilidades dos gestores de contrato

são apresentadas como forma de subsidiar a argumentação da necessidade da

adoção de métodos e ferramentas adequadas para minimizar o risco da ocorrência

de falhas na fase de administração dos instrumentos contratuais, que tem suas

atividades desenvolvidas entre a assinatura do Instrumento Contratual e o término

da garantia do contrato.

A revisão bibliográfica parte da conceituação do macroprocesso da aquisição

nas organizações, para posteriormente analisar as questões relativas à análise de

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melhoria de processo. Ao final, a metodologia do CLM é apresentada juntamente

com a discussão sobre o Modelo de Maturidade [34] voltado para traçar um

panorama em termos de gestão de contratos e orientar os passos necessários para

inovações e melhorias nesta área.

De acordo a metodologia, uma vez que gerentes e gestores de contratos

lidam diariamente com os problemas resultantes de não conformidades contratuais,

sem dispor de recursos e sistemas apropriados de gestão e controle eficientes de

“marcos contratuais”, predomina na área as soluções ad hoc, que dependem

fundamentalmente da experiência do gestor e não do sistema de gestão da

empresa. Logo, na medida em que as organizações investem na integração, visão,

infra-estrutura e tecnologias sofisticadas, elas evoluem em suas maturidades até

atingir um estado de excelência.

A partir deste horizonte, é apresentada a especificação do sistema protótipo e

os benefícios esperados com a sua adoção, que alia às especificidades da gestão

de contratos da empresa estudada com a metodologia CLM. Com o sistema

desenvolvido, suas principais funcionalidades são detalhadas. Ao final, a avaliação

do sistema visa verificar o grau de atendimento destas com os objetivos propostos,

bem como as partes interessadas mais beneficiadas.

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CAPÍTULO 2. CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1. A administração de contratos nas empresas estatais brasileiras

Por serem empresas controladas pelo governo federal, nas empresas estatais

do Setor Elétrico Brasileiro existem os chamados contratos administrativos, que são

derivados de licitações públicas realizadas sobre a égide da Lei de Licitações nº

8666/93 com as alterações introduzidas pela Lei Federal 8883/94, posteriormente

regulamentada pelo Decreto Federal nº 2,743, de 21/08/98.

Não se tem um conhecimento acurado dos impactos no aumento dos custos

operacionais e demais riscos das empresas do Setor Elétrico devido às não

conformidades ocorridas na fase de administração dos instrumentos contratuais de

fornecimento de bens e serviços, que tem suas atividades desenvolvidas entre a

assinatura do Instrumento Contratual e o término da garantia do contrato.

Contratante e contratado são afetados, pois as não conformidades ocorridas em

uma das partes têm impacto direto sobre a outra.

A empresa estudada nesta dissertação é uma empresa de administração

indireta do Governo Federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia e

controlada, juntamente com outras empresas federais pela Eletrobrás. Ela possui

um complexo de 11 usinas hidrelétricas, duas termelétricas, 21 mil quilômetros de

linhas de transmissão e 46 subestações. A capacidade instalada da empresa é de

9.919 MW que representa, aproximadamente, 13% do total da geração de energia

do país. Sua missão é oferecer energia elétrica em condições de preços e

qualidade altamente competitivos e assegurar o total funcionamento da malha de

transmissão da região onde atua, utilizando-se de tecnologias adequadas e

preservando o meio ambiente.

O Setor Elétrico nacional vem sendo reestruturado através de sua

regulamentação. Este novo regulamento tem como foco viabilizar a retomada de

investimentos em obras de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica,

com vistas a garantir o suprimento da energia necessária para o crescimento

econômico do País. A Resolução nº 005, de 21 de julho de 2003, do Conselho

Nacional de Política Energética – CNPE, aprovou as regras básicas para o novo

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modelo. Outra questão que trata a resolução é a melhoria na gestão da implantação

dos novos empreendimentos de geração de energia elétrica, com adaptação às

novas regras do Setor Elétrico, é necessária para viabilizar os investimentos.

Com as novas regras e as oportunidades criadas pela privatização de

algumas empresas do Setor, os investidores (novos interessados) e fornecedores,

que em muitos casos passaram a ser parceiros ou sócios dos empreendimentos,

passam a utilizar novos modelos de gestão que minimizem os riscos dos

investimentos.

A gestão dos empreendimentos necessitou de adaptação para compatibilizar

os interesses dos envolvidos e reduzir a ocorrência de atrasos e estouros de

orçamentos (MARQUES, 2000). Segundo MARQUES [27], a Secretaria de

Governo de Gestão Estratégica do Estado de São Paulo – SGGE acompanhou 132

empreendimentos do Governo do Estado de São Paulo realizados no período de

1995 a 1998, e constatou atraso em 63% deles. Destes, 37% ultrapassaram em

80% o prazo original. Dos 398 empreendimentos gerenciados pela Cia Paulista de

Obras e Serviços – CPOS, 56% tiveram algum atraso e 48% custaram mais que o

orçamento original. O atraso médio destes empreendimentos foi de 71% do prazo

original e o estouro médio do orçamento foi de 15% (MARQUES, 2000).

O estouro de orçamento e os motivos dos atrasos podem ter as seguintes

origens identificadas por BLACK [9]:

• Análise de risco

• Recursos humanos

• Financiamento

• Equipe

• Alterações

• Planejamento

• Gerenciamento da informação

• Penalidades

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• Alta administração

• Custo

• Programação

• Gerente do projeto

Para ALVES e FIGUEIREDO [4], quando se decide realizar um

empreendimento hidrelétrico, há necessidade de planejar a materialização do

mesmo. Parece uma idéia clara, mas por uma série de variáveis, que são muitas e

dentro de cada uma podem existir várias opções, precisa-se de profissionais com

experiência no assunto, apenas a “teoria” não é o suficiente para o porte e

complexidade do empreendimento.

Os novos proprietários de plantas de energia, em sua maioria, não dominam

as técnicas e ferramentas para a implementação de empreendimentos deste tipo,

portanto devem procurar ajuda para determinar o modo como gerenciarão os

empreendimentos, passando pela seleção das contratadas (projeto, obras civis,

montagem eletromecânica), contratação propriamente dita (tipo de contrato

adotado, diretrizes contratuais), fiscalização (como o proprietário vai gerenciar as

empresas contratadas, formação de equipe) e culminando com o encerramento do

contrato. Uma não conformidade não resolvida pode comprometer parte do retorno

esperado já que as multas são muito altas.

Quando são adquiridos complexos equipamentos construídos sobre a

orientação de projetos de engenharia, com entregas e pagamentos parcelados, de

acordo com marcos (eventos) de fabricação estabelecidos contratualmente, a maior

fase do ciclo da cadeia de suprimentos é realizada pela área de administração de

contratos. Constatamos então que o aperfeiçoamento do processo da aquisição,

tema relevante para o setor empresarial, passa sem dúvida pela administração de

contratos, já que a aquisição não termina com a finalização do ato da compra. A

centralização das diversas informações captadas pelos gestores da administração

de contratos no desenrolar de suas atividades, capacita esta área organizacional

como uma gestora natural de parte da cadeia de suprimentos e a torna um celeiro

de conhecimento para o aprendizado organizacional.

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Preço Contratado

Negligência na prestação do serviço ou

entrega do produto

Estoque Manipulação

Custos Extras

Entregas fora do prazo

Apoio administrativo

Atrasos cronograma Re-inspeções

Não Conformidades Contratuais

Defeitos/ Garantias

Reprogramações

Avarias Lucro cessante

Multas

Fonte: CARDOSO, 2009

Figura 2.1: Alguns dos custos adicionais das não conformidades no fornecimento.

As negociações com as empresas, que sofrem as conseqüências das não

conformidades, normalmente, são muito desgastantes para os gestores dos

instrumentos contratuais. Eles devem rearrumar os cronogramas (físico e

financeiro), acertar as questões referentes a sanções, analisar pleitos de

compensações financeiras, de desequilíbrio econômico-financeiro, lucro cessante,

reajustes dos preços e uma série de prejuízos que podem ser cobrados pelos

contratados.

Todos os pontos relatados podem refletir no aumento dos dispêndios iniciais

previstos e aumento de riscos do contrato atingir seu objetivo de forma eficaz. A

Figura 2.1 mostra de forma esquemática alguns dos custos escondidos das não

conformidades no fornecimento de produtos e serviços.

Gerentes e gestores de contratos lidam diariamente com os problemas

resultantes de não conformidades contratuais, sem dispor de recursos e sistemas

apropriados de gestão e controle eficientes de “marcos contratuais”. Assim,

predomina na área em questão as soluções ad hoc, que dependem

fundamentalmente da experiência do gestor e não do sistema de gestão da

empresa. A falta de conhecimento e padrões faz com que em muitos casos as

práticas fiquem vinculadas a exemplos isolados de sucesso, que não correspondem

à verdadeira otimização do sistema de gestão de contratos da empresa.

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Além disto, transparência e eficiência são duas exigências mandatórias nos

processos da administração pública, direta ou indireta. Estas duas exigências

muitas vezes geram procedimentos contraditórios, a primeira gerando

procedimentos consumidores de tempo e relatórios de prestação de contas; e, a

segunda exigindo decisões rápidas e foco do trabalho nos resultados pretendidos.

Estes fatos apontam para a necessidade de um processo de gerenciamento

de contratos mais eficaz e padronizado. Assim se faz necessária uma metodologia

sistêmica, baseada em ("fatos e dados"), "pontos de controle" e "requisitos"

previamente determinados, que permeiem simultaneamente todos os envolvidos no

fornecimento, contratado e contratante, com a finalidade de se evitar não

conformidades. A falta de compartilhamento (visibilidade e transparência) das

informações a tempo e à hora pelos funcionários envolvidos é sem dúvida um dos

principais contribuintes para a ocorrência de não conformidades.

Resumindo, os problemas identificados indicam que a área de administração

de fornecimento necessita de uma metodologia sistêmica que registre,

responsabilize e divulgue, para todos os envolvidos, as informações necessárias

para o atendimento às cláusulas contratuais.

2.2. O papel do gestor de contratos

A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos

Administrativos, conceitua “compra como toda aquisição remunerada de bens para

fornecimento de uma só vez ou parceladamente”. BAILY et al. [8] entendem que a

definição de compras - “como o conjunto de atividades que tem a finalidade de

suprir com os materiais ou serviços necessários, em quantidades e qualidades

certas, a preço adequado e no momento oportuno” é muito simples e superficial.

Esses autores consideram que a “compra” é vista pela organização bem-sucedida

de hoje como uma atividade de importância estratégica considerável. Assim eles

sugerem que as compras devem:

• Suprir a empresa com um fluxo seguro de produtos para atendimento

de suas necessidades;

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• Assegurar a continuidade das compras mantendo os relacionamentos

efetivos com fontes existentes, desenvolvendo outras fontes de

suprimentos alternativas, ou para atender a necessidades emergentes

ou planejadas;

• Comprar eficazmente, conseguindo, por meios éticos, o melhor custo

benefício;

• Administrar estoques proporcionando o melhor nível de atendimento

possível aos usuários e ao menor custo;

• Manter interações intensas baseadas em cooperação com outras áreas

organizacionais, fornecendo subsídios para assegurar a operação eficaz

de toda a empresa;

• Desenvolver funcionários, políticas, procedimentos e organização para

assegurar o alcance dos objetivos previstos.

Ao explicitar mais as atividades que a área de compras desempenha,

evidencia-se claramente na literatura o seu papel importante na realização dos

objetivos estratégicos da instituição, devido à sua capacidade de afetar a qualidade

e entrega de produtos ou serviços essenciais que serão utilizados no atendimento

dos objetivos organizacionais.

Os processos aquisitivos podem ser melhor compreendidos quando

separados em dois grupos: compras e administração de contratos. Compras é a

fase que vai desde o recebimento de solicitação de aquisição (primeiro estágio),

passando ou melhor se envolvendo no pensamento estratégico da empresa como

um todo, até a assinatura de um instrumento contratual. Depois vem outra fase, a

administração do fornecimento ou contrato.

O foco do comprador é comprar, procurar novos fornecedores, bons preços,

produtos com qualidade, elaborar instrumentos contratuais criteriosos, levar seu

conhecimento de mercado a seus clientes orientando-os sobre a existência de

produtos que atendam as suas necessidades e tudo mais descrito na evolução do

processo de compras.

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A área de administração de contratos cuida do depois da compra, da fase

subsequente a assinatura do contrato até o término da garantia contratual do

produto contratado. Nesta evolução do processo de suprimentos a de se incluir que

o feedback sobre o que funcionou e o que não funcionou na contratação, a

sensibilidade do grau de comprometimento dos fornecedores e das áreas internas

aos objetivos estratégicos da organização, a participação nas equipes

multifuncionais da rede de logística e a disseminação de informações sobre prazos

dos empreendimentos são atividades básicas da Administração do Fornecimento,

que portanto torna-se uma fonte real de conhecimento para o desenvolvimento e

acompanhamento das estratégias.

BAILY et al. [8], na revisão da literatura a seguir, denomina os

administradores de fornecimento como “facilitadores” (outra forma de atuação) e

apresenta considerações sobre uma metodologia de trabalho para estes

profissionais

Freqüentemente, o departamento de compras utiliza facilitadores para

gerenciar os prazos de entrega junto aos fornecedores. Definimos facilitador como

alguém que acompanha o andamento de algo. No setor manufatureiro, as

operações de produção podem necessitar do trabalho de facilitadores, embora

todos os tipos de organizações estejam habituados a utilizar o trabalho desses

profissionais para agilizar o recebimento dos pedidos encaminhados aos

fornecedores.

O trabalho do facilitador é considerado uma tarefa proativa e planejada. Às

vezes, as expressões “pressa”, “urgência” e “agilização” são usadas para descrever

a tentativa de assegurar que os atrasos na entrega dos produtos não causem

muitos problemas para as demais áreas. Esses termos implicam que o trabalho é

visto, com freqüência, como uma solução para reagir ao problema, em vez de evitá-

lo. Os sistemas empregados na aplicação da administração contratual proativa

serão baseados na aplicação de esforços, no que for necessário, antes que surja o

problema de atraso de entrega, bem como os itens contratados não cheguem com

não conformidades.

A Lei 8.666/93 não faz referência expressa ao perfil do gestor do contrato.

Todavia, em face da relevância do encargo, é importante que o servidor designado

seja dotado de certas qualificações, o Manual do Gestor de Contratos do Superior

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Tribunal de Justiça – Anexo I, da Instrução Normativa n° 4, de 26/09/2005,

publicada no Boletim de Serviço do STJ, de 30/09/2005, aponta o seguinte perfil:

• Gozar de boa reputação ética e profissional;

• Possuir conhecimentos específicos do objeto a ser fiscalizado;

• Não estar, preferencialmente, respondendo a processo de sindicância

ou processo administrativo disciplinar;

• Não possuir em seus registros funcionais punições em decorrência da

prática de atos lesivos ao patrimônio público, em qualquer esfera do

governo;

• Não haver sido responsabilizado por irregularidades junto a órgão

público ou empresa estatal;

• Não haver sido condenado em processo criminal por crimes contra a

Administração Pública, capitulados no Título XI, Capítulo I, do Código

Penal Brasileiro, na Lei n° 7.492/1986 e na Lei n° 8.429/1992.

Conforme preconiza o artigo 66, da Lei n° 8.666/93, o contrato deverá ser

executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas estabelecidas e as

normas constantes da citada lei, respondendo cada qual (contratante e contratado)

pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial. Em seu artigo 67 a Lei n°

8.666, de 21 de junho de 1993, diz:

“§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as

ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que

for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do

representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil

para a adoção das medidas convenientes.”

O processo de administração de contrato garante que o desempenho do

fornecedor atende aos requisitos contratuais e que o comprador atua de acordo

com os termos do contrato (PMI, 2004). O conceito principal do processo de

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administração do contrato é garantir que o fornecedor atenda aos requisitos

contratuais e que o comprador atue de acordo com os termos do contrato. Por

conter cláusulas que geram implicações legais é de fundamental importância que

os envolvidos neste processo tenham ciência que suas ações podem ter

conseqüências jurídicas.

Devido às considerações legais, muitas organizações tratam a administração

de contrato como uma função administrativa separada da organização do projeto. O

administrador do contrato, normalmente permanece em sua estrutura

organizacional respondendo a seu supervisor hierárquico e atua também na equipe

do projeto. O comprador e o fornecedor administram o contrato com objetivos

semelhantes. Cada uma das partes garante que tanto ela quanto a outra parte

atendem às suas obrigações contratuais e que seus próprios direitos legais estão

protegidos (PMI, 2004).

O gestor do contrato tem grande responsabilidade pela eficiência e

economicidade de um contrato, estando diretamente relacionadas com o

acompanhamento de sua execução e o atendimento das exigências legais nas

Empresas Estatais. A diversidade e complexidades dos contratos levam

necessidade da adoção de uma ferramenta adequada para executar de forma

eficiente suas atribuições.

2.3. O processo de administração de contratos na empresa estatal

Visando uniformizar a sistemática da administração de contratos na

organização, foi emitido em 2011 o manual abaixo. Tendo como objetivo:

“Estabelecer critérios a serem adotados na Gestão de Instrumento

Contratual regido pela Lei n° 8.666/93 e suas alter ações, referente à

Fornecimento de bens, Execução de Obras e Prestação de Serviços, no

qual a Companhia é a contratante.”

Reproduzimos abaixo as conceituações apresentadas no Manual, onde

chama atenção o fato de que a chefia do órgão de administração de contratos é o

responsável por assegurar o cumprimento do instrumento contratual.

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“2. CONCEITUAÇÕES

2.1. Instrumento Contratual

É todo e qualquer ajuste celebrado entre a Companhia e entidades

públicas ou privadas, em que haja um acordo de vontades para a

formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual

for a denominação utilizada.

2.2. Gestor do Instrumento Contratual

É a chefia do órgão responsável administrativamente pelo fiel

cumprimento das condições contratuais.

2.3. Garantia de Cumprimento do Instrumento Contratual

É o compromisso formal de responsabilidade financeira previsto no

instrumento contratual, para cobrir eventuais prejuízos causados pela

inexecução parcial ou total do objeto do Instrumento Contratual pelo

contratado, de acordo com a legislação vigente.”

A forma como transcorre a relação entre gestor do contrato e o contratado

está indicada a seguir, onde podemos verificar a participação de vários agentes

internos a organização, que buscam dar o tratamento burocrático necessário ao

atendimento das exigências legais e dos órgãos fiscalizadores internos e externos,

como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União

(TCU).

“3. CONDIÇÕES INICIAIS

3.1. O Fornecimento de Bens, Execução de Obras ou Prestação de

Serviços só poderá ser iniciado com a assinatura do Gestor do

Instrumento Contratual e do licitante vencedor no Instrumento

Contratual.

· O Instrumento Contratual deverá ser assinado, de acordo com os

limites de competência estabelecidos na IN.019.85.

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3.2. A publicação do extrato do Instrumento Contratual no Diário Oficial

da União – DOU deverá ser providenciada pelo Gestor do Instrumento

Contratual, de acordo com a IN.002.92 – Divulgação de Contratações.

· O Gestor do Instrumento Contratual deverá enviar uma cópia do

Instrumento Contratual assinado e da respectiva publicação no DOU ao

órgão responsável pela licitação para a conclusão do processo

licitatório.

3.3. O Gestor do Instrumento Contratual deverá comunicar formalmente

ao contratado a indicação de um representante para atuar como Fiscal

do Instrumento Contratual, que deverá acompanhar e monitorar os

requisitos contratuais e o cumprimento dos eventos físicos, por meio de

medições previstas em contrato, bem como informar as ocorrências

verificadas.

3.3.1. Deverá, ainda, solicitar que o contratado indique um preposto

para representá-lo junto à Companhia.

3.3.2. Poderá, a seu critério, indicar um representante administrativo

para auxiliá-lo.

· No caso de Instrumento Contratual de P&D esta indicação será

obrigatória.

3.4. O Gestor do Instrumento Contratual, bem como seu representante,

quando for o caso, deverão ter conhecimento da legislação que rege

licitação e contratação na administração pública visando acompanhar e

tomar as providências necessárias para a execução do Instrumento

Contratual.

4. ACOMPANHAMENTO

4.1. O Gestor do Instrumento Contratual deverá zelar, de forma pró-

ativa e preventiva, pelo fiel cumprimento das cláusulas contratuais, bem

como verificar as informações cadastradas no sistema corporativo e

providenciar as alterações, quando necessário.

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4.2. Quando se tratar de Instrumento Contratual vinculado ao orçamento

de investimento, o Gestor do Instrumento Contratual deverá cadastrar

no Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG as

informações contratuais comunicando, de imediato, ao Departamento

de Programação de Auditoria para liberação do cadastro.

4.3. O Gestor do Instrumento Contratual deverá, sempre que

necessário, promover reunião, formalizada em ata, com o contratado e

partes interessadas com o intuito de ratificar as obrigações e dirimir as

dúvidas.

4.4. O Gestor do Instrumento Contratual deverá analisar se a Garantia

de Cumprimento do Instrumento Contratual atende as exigências

referentes a prazo e valor.

4.5. O Gestor do Instrumento Contratual deverá, ainda, solicitar a

validação da Garantia de Cumprimento do Instrumento Contratual junto

à área financeira.

4.5.1. Quando a garantia apresentada tratar-se de seguro-garantia, os

requisitos de solidez e saúde econômico-financeira estabelecidos pela

Superintendência de Seguros Privados – SUSEP deverão ser

verificados e validados pela Divisão de Seguros para assegurar a

capacidade da garantia do contrato segurado.

4.5.2. Quando a garantia apresentada tratar-se de fiança bancária

deverá ser encaminhada à Assessoria de Coordenação e Análise

Financeira para validação, não só do estabelecimento bancário emissor,

como também dos termos descritos na referida fiança.

4.5.3. Quando a garantia for apresentada na forma de caução, deverão

ser enviadas as informações do Instrumento Contratual e do contratado

à Divisão de Tesouraria para validação do crédito.

4.6. A Garantia de Cumprimento do Instrumento Contratual deverá ser

encaminhada ao Departamento de Operações Financeiras para

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custódia, sempre que o pagamento for efetuado pela Divisão de

Controle de Pagamentos.

· No caso de pagamento efetuado na Área Regional, a custódia deverá

permanecer no órgão gestor do Instrumento Contratual.

4.7. O Gestor do Instrumento Contratual deverá, sempre que

necessário, exigir a atualização da Garantia de Cumprimento do

Instrumento Contratual pelo contratado tendo como referência o valor e

a vigência atualizados.

· No caso de aditamento de Instrumento Contratual referente a

prestação de serviços de natureza contínua, esta atualização deverá ter

como referência o valor e a vigência do respectivo aditamento.

4.8. O Gestor do Instrumento Contratual deverá controlar o cronograma

físico, econômico e financeiro durante a vigência do Instrumento

Contratual, compreendida entre a data da sua assinatura e da emissão

do Termo de Recebimento Definitivo.

4.9. No caso de descumprimento do cronograma ou de cláusulas

contratuais o Gestor do Instrumento Contratual deverá apurar as

responsabilidades e aplicar eventuais multas ao contratado, conforme

previsto nas cláusulas contratuais, e, se for o caso, tomar as

providências necessárias para a aplicação de outras penalidades.

4.9.1. O Gestor do Instrumento Contratual deverá enviar uma

Correspondência Externa ao contratado comunicando a intenção de

aplicar a multa conforme prevista nas cláusulas contratuais e dar um

prazo de 5 (cinco) dias úteis para sua defesa prévia.

4.9.2. Com base na defesa prévia apresentada, o Gestor do Instrumento

Contratual deverá comunicar ao contratado a decisão tomada, por meio

de Correspondência Externa.

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· Caso a decisão pela aplicação da multa seja mantida, a Companhia

deverá dar um prazo de 5 (cinco) dias úteis para interposição de

recurso.

4.9.3. O recurso recebido deverá ser encaminhado à área jurídica para

análise e a decisão comunicada ao contratado, por meio de

Correspondência Externa aprovada pela chefia em nível imediatamente

superior ao do Gestor do Instrumento Contratual.

4.10. O Gestor do Instrumento Contratual deverá fornecer informações

ao órgão de cadastro de fornecedores quanto ao desempenho do

contratado, notificando ocorrências e multas aplicadas.

4.11. O Gestor do Instrumento Contratual deverá analisar os

documentos de cobrança emitidos pelo contratado, bem como habilitar

o pagamento com base nas informações fornecidas pelo Fiscal do

Instrumento Contratual, nos critérios estabelecidos no módulo 6.1.

Contas a Pagar, constante do Manual de Administração Financeira, e

na legislação vigente.

· Deverá, também, verificar a regularidade relativa à Seguridade Social

e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS antes da

habilitação do pagamento.

4.12. A documentação pertinente a cada Instrumento Contratual deverá

ser arquivada pelo Gestor do Instrumento Contratual, em ordem

cronológica de emissão ou recebimento, conforme especificado abaixo:

Parte I - Instrumento Contratual e seus anexos, aditivos, termos e

Garantia de Cumprimento do Instrumento Contratual;

Parte II - exclusiva para os documentos de cobrança, incluindo os

documentos legais exigidos no Instrumento Contratual;

Parte III – documentação em geral, tais como relatórios, faxs, emails ou

cartas.

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· No caso de Instrumento Contratual que contemple mais de uma obra

ou evento, executados e administrados de forma independente entre si,

os processos deverão ser organizados de forma distinta.

5. ALTERAÇÃO

5.1. Qualquer alteração das condições do Instrumento Contratual,

deverá ser formalizada por aditamento.

· A variação do valor contratual decorrente de reajuste de preço previsto

no Instrumento Contratual não se caracteriza como alteração,

dispensando a formalização do aditamento.

5.2. Para realizar o aditamento envolvendo alteração de prazo ou valor,

o Gestor do Instrumento Contratual deverá elaborar o Relatório de

Alteração de Instrumento Contratual – RAIC, contendo a justificativa do

aditamento e a descrição completa da alteração necessária.

5.2.1. Caso a necessidade da alteração seja oriunda de órgão diferente

daquele do Gestor do Instrumento Contratual, a justificativa e a

respectiva descrição deverão ser encaminhadas ao Gestor do

Instrumento Contratual, por meio de Correspondência Interna.

· A Correspondência Interna deverá ser emitida em nível mínimo de

Departamento e conter o De Acordo da chefia em nível competente

para aprovação de requisição, conforme estabelecido no Anexo II da

IN.019.85, considerando o valor da requisição original acrescido do

valor do aditamento.

· Quando houver alteração de quantidade de itens do Instrumento

Contratual, o órgão emissor da requisição deverá também, providenciar

a adequação da requisição no sistema corporativo, por meio da Folha

de Modificação de Requisição, devidamente aprovada e anexada à CI.

5.2.2. O RAIC deverá ser submetido à avaliação da área jurídica, bem

como da área financeira quando houver alteração de valor.

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5.2.3. Após a avaliação das áreas competentes, o Gestor do

Instrumento Contratual deverá encaminhar o RAIC para aprovação no

âmbito de sua Diretoria, considerando o valor da contratação original

acrescido do valor do aditamento.

5.3. O Gestor do Instrumento Contratual deverá providenciar a

publicação do extrato do aditamento do Instrumento Contratual no DOU,

após a assinatura do aditamento pelas partes.

5.4. O aditamento do Instrumento Contratual deverá ser formalizado

pelo Gestor do Instrumento Contratual dentro do prazo de execução do

Instrumento Contratual. O prazo de execução do Instrumento Contratual

é o período compreendido entre a data da sua assinatura e da emissão

do Termo de Recebimento Provisório.

5.5. O Instrumento Contratual referente a serviço contínuo poderá ser

prorrogado, na forma da lei, desde que previsto em cláusula contratual e

o preço e condições sejam comprovadamente vantajosos para a

Companhia face aos praticados pelo mercado.

5.5.1. A análise de mercado deverá ser realizada com a antecedência

necessária a fim de possibilitar a realização de processo licitatório.

5.5.2. O Gestor do Instrumento Contratual deverá solicitar parecer da

área financeira sobre a análise comparativa de preços considerando

reajustes anuais devidos.

5.5.3. Para sua efetivação, o Gestor do Instrumento Contratual deverá

encaminhar a documentação necessária para aprovação no âmbito da

sua Diretoria, mantida a correlação de nível de competência de

aprovação de contratação estabelecida no Anexo II da IN.019.85,

considerando o valor de todo o período contratado a partir da

contratação inicial.

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6. ENCERRAMENTO

6.1. O Gestor do Instrumento Contratual deverá emitir o Termo de

Recebimento Provisório – Anexo II, após a conclusão do Fornecimento

do Bem, da Execução de Obras e da Prestação de Serviços,

observando o prazo de execução do Instrumento Contratual.

6.1.1. Caberá ao Gestor do Instrumento Contratual assinar o Termo de

Recebimento Provisório, bem como obter a assinatura do contratado.

6.1.2. Será dispensada a emissão do Termo de Recebimento Provisório

de acordo com os critérios descritos na IN.001.94 - Princípios Básicos

de Instrumentos Contratuais.

6.2. O Gestor do Instrumento Contratual, após verificar a inexistência de

pendências financeiras, técnicas ou administrativas, deverá emitir o

Termo de Recebimento Definitivo – Anexo III, observando o prazo de

execução do Instrumento Contratual.

6.2.1. Caberá ao Gestor do Instrumento Contratual assinar o Termo de

Recebimento Definitivo, bem como obter a assinatura do contratado.

6.2.2. No caso de Fornecimento de Bens, o Termo de Recebimento

Definitivo só poderá ser emitido após o término da garantia técnica do

equipamento.

6.3. O Gestor do Instrumento Contratual deverá providenciar a

devolução da Garantia de Cumprimento de Instrumento Contratual ao

contratado.

6.3.1. Caso a Garantia de Cumprimento de Instrumento Contratual seja

em espécie, o valor deverá ser atualizado monetariamente pela área

financeira.

6.3.2. Quando a Garantia de Cumprimento de Instrumento Contratual

for custodiada pela área financeira, o Gestor do Instrumento Contratual

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deverá solicitar sua devolução por meio de Correspondência Interna

com o Termo de Recebimento Definitivo anexado.

6.4. Quando houver descumprimento do Instrumento Contratual

resultando na necessidade de interromper sua execução, o Gestor do

Instrumento Contratual deverá enviar uma Correspondência Externa ao

contratado comunicando a intenção de interromper o Instrumento

Contratual e dar um prazo de 5 (cinco) dias úteis para sua defesa

prévia.

6.4.1. Com base na defesa prévia recebida, o Gestor do Instrumento

Contratual deverá comunicar o contratado, por meio de

Correspondência Externa, sobre a decisão tomada.

6.4.2. Caso a decisão pela rescisão seja mantida, a Companhia deverá

dar um prazo de 5 (cinco) dias úteis para interposição de recurso.

6.4.3. O recurso recebido deverá ser encaminhado à área jurídica para

análise.

6.4.4. Caso a análise da área jurídica seja favorável à rescisão ou não

houver interposição de recurso, o Gestor do Instrumento Contratual

deverá solicitar sua aprovação, no âmbito de sua Diretoria, pela chefia

de mesmo nível que aprovou a contratação, e emitir minuta do termo de

rescisão.

6.4.5. A minuta do termo de rescisão deverá ser submetida à avaliação

da área jurídica previamente à sua formalização.

6.4.6. Após o cumprimento das formalidades acima, deverá comunicar a

decisão ao contratado, por meio de Correspondência Externa, aprovada

pela chefia em nível imediatamente superior ao do Gestor do

Instrumento Contratual, enviando em anexo o termo de rescisão

devidamente assinado.

6.5. Quando houver interesse em interromper a execução do

Instrumento Contratual por parte da Companhia e do contratado, o

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Gestor do Instrumento Contratual deverá formalizar junto ao contratado

o acordo de rescisão, para que seja emitida a minuta do termo de

rescisão.

6.5.1. A minuta do termo de rescisão deverá ser submetida à avaliação

da área jurídica previamente à sua formalização.

6.5.2. Caso a análise da área jurídica seja favorável à rescisão, o

Gestor do Instrumento Contratual deverá solicitar a aprovação, no

âmbito de sua Diretoria, pela chefia de mesmo nível que aprovou a

contratação.

6.5.3. Após o cumprimento das formalidades acima, o Gestor do

Instrumento Contratual deverá emitir o termo de rescisão, que deverá

ser assinado pelas partes.

6.6. A rescisão do Instrumento Contratual deverá ser publicada no DOU,

de acordo com a IN.002.92 – Divulgação de Contratações.

6.7. O Gestor do Instrumento Contratual deverá analisar, em articulação

com os órgãos envolvidos e de acordo com a legislação vigente, a

viabilidade de recolocação do eventual remanescente do objeto do

Instrumento Contratual rescindido.

· Deverá ser iniciado um novo processo de contratação caso não haja

possibilidade de recolocação do remanescente por meio da licitação

original.

6.8. Toda documentação pertinente ao Instrumento Contratual

encerrado deverá ser encaminhada à Divisão de Documentação para

arquivamento.

· Caso seja necessário, essa documentação poderá ser arquivada no

órgão gestor do Instrumento Contratual.”

Ainda no sentido de mapear as atividades desenvolvidas pelo gestor de

contrato, para sistematização das suas atividades, foi incorporado ao sistema o

material de treinamento elaborado pela Empresa, que estabelece atividades

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específicas do gestor de contratos. As atividades específicas do gestor estão

discriminadas em função do tipo de contrato, conforme a seguir:

Administrar Fornecimento Material

• Fluxograma do processo de administrar fornecimento material com

todas as atividades a serem desenvolvidas

• Principais atividades

• Receber e analisar Instrumento Contratual

• Enviar Instrumento Contratual a área de compras para providências

• Emitir Fax ao Fornecedor

• Cadastrar garantias de fornecedores

• Acompanhar obrigações contratuais

• Analisar causas do inadimplemento

• Registrar Informações de acompanhamento no Pedido

• Realizar alterações contratuais

• Emitir suplemento ao Instrumento Contratual

• Diligenciar adimplemento

• Obter documentos que comprovem a realização do adimplemento

• Verificar tipo de cobrança

• Realizar entrada de material por pedido

• Analisar/conferir cobrança

• Analisar e calcular reajuste

• Registrar cobrança

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• Registrar Nota de Crédito – Glosa

• Solicitar ao fornecedor a troca de documento de cobrança

• Solicitar adiantamento

• Aprovar adiantamento

• Efetuar procedimento de penalização

• Aprovar pagamento

• Finalizar Instrumento Contratual

• Termo de rescisão contratual

• Avaliar desempenho

• Gerenciar garantias

Administrar Fornecimento de Serviço

• Fluxograma do processo de administrar fornecimento de serviço com

todas as atividades a serem desenvolvidas

• Principais atividades

• Receber contrato assinado

• Analisar obrigações contratuais das partes

• Realizar reunião de integração com o fornecedor

• Registrar Garantia

• Acompanhar obrigações contratuais

• Receber documentos de cobrança

• Analisar e calcular reajuste

• Registrar cobrança

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• Habilitar medição

• Analisar e conferir documentos de cobrança

• Aceitar medição

• Solicitar correção

• Registrar informações do inadimplemento

• Comunicar inadimplemento

• Analisar justificativa da contratada

• Aplicar multa

• Comunicar aplicação da multa

• Regularizar inadimplemento

• Rescindir contrato

• Comunicar rescisão do contrato

• Cancelar contrato

• Emitir o termo de rescisão

• Faturas diversas

• Conferir dados da Nota Fiscal

• Registrar Nota Fiscal recebida

• Verificar se Nota Fiscal está consistente

• Aprovar pagamento

• Avaliar processo operacional do serviço

• Ajustar procedimentos operacionais

• Verificar se o contrato será prorrogado

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• Emitir suplemento

• Aprovar o suplemento

• Devolver garantia

• Emitir Termo de Recebimento Definitivo

• Interagir com a contratada para correção da Nota Fiscal

• Devolver Nota Fiscal ao fornecedor

2.4. O impacto da ocorrência de não conformidades na administração de

contratos

Após a revisão bibliográfica, verifica-se que não se tem um conhecimento

aprofundado de qual o impacto no aumento dos custos operacionais das empresas

do Setor Elétrico Brasileiro em decorrência de não conformidades na fase de

administração dos instrumentos contratuais de fornecimento de bens e serviços.

Todavia, é de conhecimento geral que tanto o contratante quanto o contratado são

afetados, pois a não conformidade ocorrida em um dos agentes tem impacto direto

sobre o outro.

Por exemplo, no caso do contratado, o não atendimento dos cronogramas de

fabricação dos materiais e equipamentos ou de execução de serviços gera uma

modificação no fluxo de caixa das empresas. O contratado deixará de receber, no

dia programado, a quantia esperada, impedindo-o de destinar este recurso barato

para: compras de matérias primas; pagamento a fornecedores, acarretando

descrédito e, consequentemente, o aumento no preço em suas próximas

aquisições; pagamento a empregados, ocasionando insatisfação da mão-de-obra e

suas conhecidas consequências; quitações de dívidas, neste caso os resultados

podem ser extremamente graves, indo de, apenas um novo endividamento (taxas

de juros mais altas) até a solicitação de falências pelos credores.

O empréstimo financeiro normalmente é o recurso utilizado para sanar os

fatos citados, gerando um aumento do custo do produto, que consequentemente

será reajustado para as próximas vendas. Para o contratante, o não recebimento de

materiais/equipamentos ou atrasos na execução dos serviços afeta diretamente o

cronograma de obras e demais contratos, podendo gerar inúmeras prejuízos, tais

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como: impacto direto no término do projeto, retardando o retorno financeiro do

investimento e todas as conseqüências econômicas decorrentes (por exemplo:

impedimento do desenvolvimento de novos empreendimentos); interferência nos

cronogramas de outros contratos ligados ao mesmo projeto.

As negociações com as empresas, que apenas sofrem as consequências das

não-conformidades, normalmente, são muito desgastantes para os gestores dos

instrumentos contratuais. Eles devem rearrumar os cronogramas (físico e

financeiro), acertar as questões referentes a sanções, analisar pleitos de

compensações financeiras decorrentes do aumento do tempo de armazenagem dos

materiais já produzidos, lucro cessante, reajustes dos preços previstos

contratualmente e uma série de prejuízos que podem ser cobrados pelos

contratados.

O atraso pode gerar multas contratuais para ambas as partes. No caso do

Setor Elétrico quando alguma das concessionárias atrasa a energização de um

empreendimento, sofre multas pesadas por parte da agência reguladora do setor.

Todos os pontos relatados podem refletir no aumento dos dispêndios iniciais

previstos.

Em casos de empresas controladas pelo governo, a mudança do pagamento

previsto de um ano para o outro, pode inviabilizar o projeto, tendo em vista que a

Lei no 8666 prevê que, para todo dispêndio deve haver uma dotação orçamentária

prevista no ano anterior. Vale lembrar que, os orçamentos dessas empresas são

aprovados pelo Congresso Nacional, fato que torna os remanejamentos

extremamente difíceis. Os fatos relatados já apontam para a necessidade de um

processo de gerenciamento de contratos mais eficaz. Atualmente, o nível de

eficácia da administração dos instrumentos de contratuais está diretamente

relacionado ao "bom senso", "experiência" e "pró-atividade" dos gestores de

contratos.

Desta forma, observamos a necessidade de uma metodologia sistêmica,

baseada em fatos e dados, pontos de controle e requisitos previamente

determinados, que permeiem simultaneamente todos os envolvidos no

fornecimento, contratado e contratante, com a finalidade de evitar que as não

conformidades ocorram.

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Os custos envolvidos na resolução de problemas de materiais e

equipamentos entregues com falhas ou serviços executados inadequadamente são

muito elevados. A seguir, dois casos são apresentados para exemplificar os custos

adicionais de não conformidades ocorridas desde a assinatura do contrato até a

finalização da garantia.

Caso 1: Contratação da instalação de sistema de água nebulizada para combate a

incêndio em banco de transformadores de uma subestação, com prazo de entrega

de 4 meses após a assinatura do contrato, pelo valor contratado de R$ 208.905,00.

Após estudos do local de instalação dos equipamentos, o inicio dos serviços

foi alterado para 3 meses à frente. Na nova data prevista, devido a dificuldades

encontradas junto ao Operador Nacional do Sistema Interligado (ONS), que aprova

o desligamento do sistema de transmissão das concessionárias de energia elétrica,

não foi possível a realização do desligamento dos equipamentos elétricos que

permitiriam a montagem do sistema contratado. Além disto, a modificação de

logística de entrega de materiais na obra, depois da assinatura do contrato, gerou

custos adicionais ao Contratado.

O processo de análise do pleito e resolução das pendências estendeu-se por

4 anos. Foram realizados inúmeros contatos telefônicos, e-mails, trocadas dezenas

de correspondências, realizadas 9 reuniões formais e 10 informais. Participaram

direta e indiretamente cerca de 20 funcionários da contratante e da contratada no

levantamento de informações, preparação e aprovação de relatórios e negociações.

A contratada pleiteou inicialmente a quantia indenizatória de R$ 38.700,00 (base

11/2001). Devido à demora na solução definitiva, pagou-se uma atualização

financeira até 01/2005 de R$ 17.387,91, correspondente a 44,93% do valor inicial,

totalizando R$ 56.875,00.

Para um contrato de R$ 208.905,00 (médio porte), contabilizou-se um custo

adicional estimado de administração de fornecimento de R$ 25.558,00,

correspondente a 12,23% sobre o valor contratado. Em um período de quatro anos

(1.056 dias comerciais), estima-se que o gestor do contrato dedicou sessenta dias

exclusivamente para resolução das não-conformidades, isto é, 5,68% de seu

tempo. As despesas indenizatórias com as não-conformidades chegaram a R$

56.875,00, ou seja, 26,80% a mais da previsão inicial de compra. Concluímos que a

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Empresa desembolsou 39,40% acima do esperado para aquisição do material por

conta dos custos adicionais conhecidos.

Caso 2: Solicitação por parte da empresa contratante de antecipação de entrega

em 3 meses de um banco de capacitores contratado por R$ 86.786.159,00.

A proposta inicial da contratada para atender a antecipação no prazo de

entrega era de R$ 19.630.000,00. Depois da avaliação técnico-comercial, pela alta

direção da empresa contratante, a contratada revisou sua proposta para R$

9.634.000,00, atrelando a variação cambial. Como as empresas envolvidas não

chegaram a um acordo satisfatório a tempo e a hora de viabilizar a antecipação,

esta não ocorreu.

Devido aos problemas (não-conformidades) ocorridos e ao tempo decorrido, a

contratada passou a pleitear R$ 49.446.723,74, base junho de 2003, como

ressarcimento de custos adicionais. O pleito, o qual vem sendo analisado por uma

comissão, estende-se por mais de 3 anos. Foram realizados inúmeros contatos

telefônicos, e-mails, trocadas dezenas de correspondências, realizadas 12 reuniões

formais e 16 informais.

Tendo em vista os vultosos valores e a importância do projeto para o setor

elétrico, grande parte dos assuntos vem sendo tratada pela alta administração das

empresas. Estimamos um número de 14 funcionários da alta administração e em

torno de 17 técnicos participando no desenvolvimento de propostas de acerto

comercial. Ao final de 2004, utilizando-se de critérios técnicos, a comissão

constatou dispêndios extras da contratada de R$ 15.686.947,49, base novembro de

2004.

Para um atendimento total de um contrato de R$ 86.786.159,00 (grande

porte) verificamos um custo adicional estimado de administração de fornecimento

de R$75.698,00, correspondente a 0,09 % sobre o valor contratado. Em um período

de três anos (792 dias comerciais), estima-se que o gestor do contrato dedicou

noventa dias exclusivamente para resolução das não-conformidades, isto é, 11,36%

de seu tempo. As despesas indenizatórias causadas pelas não-conformidades já

somam R$ 15.686.947,49, ou seja, 18% a mais da previsão inicial de compra.

Concluímos que a empresa contratante poderá desembolsar 18,16% acima do

esperado para aquisição do material, com os custos conhecidos.

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29

Em ambos os casos, não estão computados no custo da administração de

fornecimentos os "custos da falta", isto é, a não presença do gestor de contratos em

suas atividades normais.

2.5. Justificativas para o aprimoramento da administração de contratos

Os casos apresentados anteriormente mostram que a falta de um controle

mais eficiente sobre a gestão dos contratos implica em custos adicionais

representativos. Desta forma, aliado ao volume de contratos realizados por uma

empresa de grande porte, a implementação de novas ferramentas voltadas para o

aprimoramento da gestão torna-se inevitável.

Tomando-se como base os contratos realizados pela empresa no período de

2003 a 2005, com valores compreendidos entre R$ 100.000,00 a R$ 800.000,00,

tem-se 363 contratos perfazendo um montante de cerca de R$ 90 milhões. Com a

melhora da gestão pode-se supor uma redução média de custos adicionais de

administração da ordem de 5% (Nota: o valor adicional de administração do caso 1

foi de 12,3%, consideramos que com a melhoria pode-se considerar que este custo

adicional ficaria 5% menor, podendo chegar a 7,3%), que em valores monetários

representa o montante dos contratos de R$ 4,5 milhões no triênio, cerca de R$ 1,5

milhões por ano. Neste valor não estão incluídas as possíveis reduções nas

indenizações, as quais, certamente, ocorrerão na medida em que o controle dos

contratos se torne mais efetivo.

Tomando-se como base os contratos de 2003 a 2005, com valores superiores

a R$800.000,00 (maior valor R$ 55 milhões), tem-se 76 contratos perfazendo um

montante de cerca de R$ 618 milhões. Com a melhora da gestão pode-se supor

uma redução significativa no montante de indenizações, a qual no exemplo do caso

2 já soma cerca de R$ 15 milhões. Dessa forma, podemos concluir que

aprimoramento da administração de contratos é de suma importância para que se

reduza ao máximo as não conformidades, que acarretam à empresa desembolsos

volumosos que poderiam ser evitados.

Além do exposto acima, a proposição desse estudo fundamenta-se nas

seguintes justificativas:

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30

a) Justificativa Técnica

Para o atendimento de todo o sistema elétrico da Empresa, composto pelo

escritório central, 11 usinas hidrelétricas, 02 termelétricas, 46 subestações, 21 mil

km de linhas de transmissão e com um estoque superior a 90 mil itens, além de

perspectiva de novos projetos, o processo de administração do fornecimento é

fundamental.

b) Justificativa Legal

A construção de argumentos sólidos para discussão do processo de

administração do fornecimento em face à legislação vigente, visando obter o melhor

desempenho empresarial.

c) Justificativa Política

As mudanças nos negócios ocorridas desde meados dos anos 1970,

desencadeadas pela queda de barreiras comerciais e pelas inovações tecnológicas,

provocaram inovações impressionantes quanto à utilização de informações

financeiras e não financeiras pelas empresas. O novo sistema exige informações

mais relevantes relacionadas a custos e desempenho de atividades, processos,

produtos, serviços e clientes. Disponibilizar os produtos com excelências, na hora

certa, no local certo e ao menor custo total possível não é somente questão de

competitividade, mas uma questão de responsabilidade social, principalmente

quando estamos tratando de construção de facilidades, de operação e de

manutenção de serviços de utilidade pública.

d) Justificativa Econômica

O estudo em tela se baseia em indicativos de geração de custos

extraordinários durante o processo de administração do fornecimento, devidos a

não conformidades no processo. Exemplos dessas não conformidades podem ser:

cobrança de armazenagem pelo fornecedor, entrega de produtos em local

inadequado, atrasos em obras, recebimentos não adequados, etc. A redução de

custos na produção de energia elétrica tem um significado econômico que vai além

do interesse das organizações. A literatura mostra que o crescimento econômico do

País tem como um de seus fatores causadores o crescimento do consumo de

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energia elétrica, e historicamente pode-se observar que o crescimento do Produto

Interno Bruto (PIB) foi de 76% do Crescimento do Consumo de Energia Elétrica

(CEET) entre 1952-1963 e 78% entre 1990-2008. No período 1964-1989 esta

relação foi menor (67%). Como o CEET é um predecessor do PIB é de fundamental

importância se otimizar sua produção, transmissão e distribuição para que o País

possa atingir taxas de crescimento adequadas.

A presente dissertação tem como objetivo propor avaliar um sistema protótipo

cujo principal objetivo é minimizar o número de não-conformidades que acontecem

na fase de administração de fornecimento de contratos de materiais e serviços do

Setor Elétrico, reduzindo e registrando os seus custos. Na área da administração de

contratos, o principal instrumento que observamos é a gestão do ciclo de vida de

contratos, também conhecida pela sigla CLM (do inglês “Contract Lifetime

Management”).

Esta metodologia visa integrar contratante e contratado através da

disponibilização, em tempo real das informações sobre a administração de

fornecimento, trazendo transparência e rastreabilidade para uma parte fundamental

da cadeia de suprimentos que é a gestão contratual. Desta forma, buscar-se-á

evitar que ocorram "desvios" dos objetivos do instrumento contratual, mas caso

aconteçam, teremos uma ferramenta para responder a todos os itens de

levantamentos, de maneira imediata, com os registros de custos e acontecimentos

da gestão do fornecimento.

As ações geradas pela introdução da tecnologia da informação nos processos

administrativos se consolidam com a implantação de sistemas de informação, de

“Data Warehouses”, de “Enterprise Resource Plannings”, etc. Nesta dissertação de

mestrado se discute o desenvolvimento e avaliação de ferramenta baseada no

CLM, no contexto da administração de contratos de empresas estatais. Uma

empresa do Setor Elétrico Brasileiro, doravante denominada Empresa, é utilizada

como estudo de caso.

O escopo de estudo utilizou instrumentos contratuais de materiais e serviços,

que constantemente apresentam problemas de não conformidades, custos extras e

de desvios contratuais.

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CAPÍTULO 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. A aquisição de materiais

A aquisição ou compra de materiais constitui a atividade que executa a

função de ligar a organização a seus fornecedores. Nesse sentido, para executar

eficientemente a sua função é necessário compreender, em detalhes, tanto as

necessidades dos processos da empresa que estão servindo, como capacitações

dos fornecedores que potencialmente podem fornecer produtos e serviços para a

organização (SLACK et al., 1997).

Os principais objetivos da aquisição são (STOCK e LAMBERT, 1993):

• Promover um fluxo ininterrupto dos recursos (materiais, suprimentos e

serviços) necessários a operação da empresa;

• Minimizar investimentos em estoque e perdas ou danos aos materiais;

• Manter padrões adequados de qualidade;

• Encontrar ou desenvolver fornecedores competentes;

• Padronizar, quando possível, os itens adquiridos;

• Adquirir os itens e serviços necessários ao menor preço possível;

• Melhorar o status competitivo da organização;

• Alcançar harmonia e relações de trabalho produtivas com outros

departamentos dentro da organização;

• Alcançar os objetivos da aquisição com o mais baixo custo

administrativo possível.

Os objetivos básicos da atividade de aquisição, válidos para todos os

materiais e serviços comprados, constituem: comprar ao preço correto; para

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entrega no momento correto; produtos e serviços de qualidade correta; na

quantidade correta; e da fonte correta.

Das atividades primárias da função de aquisição que influenciam o

desempenho da firma no alcance de seus objetivos destacam-se: avaliação e

seleção de fornecedores; controle de qualidade e antecipação de compras

(LAMBERT e STOCK, 1993).

Segundo GAITHER e FRAIZER [21], o processo de aquisição de materiais

consiste, basicamente, dos seguintes instrumentos básicos: especificação de

material, que constitui uma descrição detalhada do produto a ser adquirido,

considerando desenhos de engenharia, análises químicas, características físicas e

outros detalhes sobre a natureza do material; requisição de compra que se origina

da entidade organizacional que usará o material e autoriza o setor de aquisição a

comprar os produtos e serviços associados.

Estas requisições, em geral, incluem identificação, quantidades e data (ou

programação) de entrega(s) do produto a ser comprado, de quem deve ser cobrado

o custo da compra, onde os produtos devem ser entregues e a aprovação

proveniente da autoridade competente; pedidos de cotação que são preparados

pelo setor de aquisição e enviados a fornecedores aptos a cumprir requisitos de

custos, qualidade e planificação do setor solicitante (cliente interno). Este

instrumento solicita fornecedores a apresentar cotações para os produtos e

serviços e geralmente inclui especificações de materiais, quantidade de compras,

data e programa de entregas desejados, local (is) de entrega e data em que

seleção do fornecedor será concluída. Além disso, os pedidos de cotação solicitam

dos potenciais fornecedores informações como: preço por unidade e preço total, se

o fornecedor pagará encargos de frete, descontos para pagamento à vista e outros

termos de pagamento, data ou programa de entrega, e quaisquer condições

especiais do fornecedor; ordens de compra constituem os mais importantes

instrumentos de compra, uma vez que são a base da autoridade dos fornecedores

para produzirem os produtos e/ou serviços, e representam a obrigação dos

compradores de pagas pelos itens.

Um compromisso legal da parte do comprador está presente quando uma

ordem de compra é emitida em resposta a uma cotação do fornecedor. Quando

uma ordem de compra é emitida na ausência de um pedido de cotação existe um

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compromisso legal quando o fornecedor reconhece a aceitação da ordem de

compra. Essas formas geralmente são idealizadas para atender os padrões

desenvolvidos por entidades internacionais de aquisição e padronização de

materiais (“National Association of Purchasing Managers” e pela “Division of

Simplified Practice”, do “National Bureau of Standards”). Os formulários de ordem

de compra geralmente incluem o número da ordem de compra, a quantidade dos

produtos ou serviços, especificações de materiais, data e local de entrega,

instruções para remessa e faturamento, preço por unidade e preço total, descontos

para pagamento à vista ou outros termos de pagamento, e quaisquer termos

especiais da compra. Esses instrumentos formam, basicamente, uma estrutura

genérica para compra de bens ou serviços.

As atividades da administração de contratos têm como foco fazer com que o

contrato seja cumprido em todas as suas etapas nos prazos estipulados

formalmente. Toda relação oficial de negócio tem como base um instrumento

contratual, seja qual for nome que se de a ele, é o documento onde está descrito o

objeto da compra e as regras acordadas entre quem adquire e quem fornece, com

o objetivo proporcionar um enquadramento das relações comercias. A falta de

gestão de contratos pode resultar em perdas e aumento de custos. Desta forma, as

empresas e órgãos públicos necessitam de mecanismos eficazes de gestão que

permitam o acompanhamento das condições acordadas entre os intervenientes dos

contratos (TRIDAPALLI, 2008)

O controle do contrato é um elemento necessário para manter um diálogo

aberto e leal no processo de aquisição, bem como na implementação de políticas

éticas. O objetivo das auditorias não deve ser de constatar os problemas e sim

identificar pontos fracos, informado a gestão, as situações que podem gerar futuros

problemas. Segundo SANGSTER e VENTI [33], a realização de auditorias em

contratos é uma ferramenta importante para assegurar que o objetivo, acordo ou

execução realmente ocorram.

ABI-KARAM [1] e DAVISON e SEBASTIAN [16] explicam que existem 6 tipos

de riscos potenciais de execução de contratos que são:

• Risco da proposta em que o bem ou o serviço não foi especificado

adequadamente;

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• Risco da garantia e responsabilidade contratual;

• Risco de atraso no cronograma;

• Risco contratual;

• Risco de desempenho abaixo do esperado;

• Risco dos preços que não podem ser praticados.

Teoricamente, sabemos quais os riscos, portanto é possível para os

profissionais da administração do fornecimento antecipar ações, evitando a

concretização dos problemas. Conforme TRIDAPALLI [44], uma gestão contratual

eficiente não significa ser sofisticada, com uma enorme quantidade de pontos de

controle a serem acompanhados, onde em alguns casos tornar-se o fim e não o

meio para atender os requisitos do negócio que o serviço se propõe. A

simplicidade, conhecimento e entendimento total das cláusulas contratuais são

fundamentais para a boa administração contratual. Comenta também que a

execução do contrato administrativo é a etapa das mais complexas que enfrenta o

Poder Público e na qual, com freqüência, “aparecem as maiores irregularidades e

ilegalidades, superior em muitas vezes, ao momento da contratação e até mesmo

da realização dos procedimentos licitatórios”.

MITCHELL [29] relata que o sistema tradicional de compras, utilizado pelo

poder público é um processo que muitas vezes é caracterizado pela grande

fragmentação das atividades, gerando uma falta de controle sobre as despesas,

pois as informações ficam dispersas nos meios físicos dos processos, dificultando

auditorias mais rápidas. Por questões de legislação, mesmo na forma mais simples,

exige um manual de aquisições para que os servidores possam coordenar e

controlar a grande quantidade de papelada: ordem de compra, controle do

fornecedor, envio e recebimento de documentos, faturas e contas a pagar,

cheques, o pagamento de fornecedores e a geração de relatórios. Apesar de todos

esses controles e documentos especificados, a falta de uma sistematização faz

com que os efetivos registros não sejam adequados. Normalmente, eles faltam, na

maioria dos serviços públicos, quando são necessários para negociar com os

fornecedores.

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Legalmente, os relacionamentos entre empresas são mediados por contratos.

Um contrato mal elaborado pode levar uma organização a fechar as suas portas,

portanto é de fundamental importância que façam parte de seu texto diversas

cláusulas que preservem os interesses de ambas as partes. Neste sentido,

conceitos para elaboração de contratos podem ser elaborados obtidos nas

atividades desenvolvidas pela Administração do Fornecimento. Um exemplo é a

metodologia de gestão de projetos, que considera a gestão de contratos como

sendo parte de suas atividades.

3.2. O mapeamento e a gestão de processos de negócios

O desenho, projeto ou mapeamento de processos ou PM (sigla em inglês de

“Process Mapping”) constitui uma ferramenta gerencial que tem por objetivo sugerir

soluções (redesenho) aos possíveis problemas de processo ou, caso necessário,

propor a implantação (reengenharia) de novos processos, desempenhando o papel

essencial de desafiar os processos existentes e criar oportunidades de melhoria de

desempenho e flexibilidade empresarial, permitindo, ainda, reduzir custos e falhas

de integração entre sistemas, além de ser uma excelente ferramenta para o melhor

entendimento dos processos atuais, simplificação daqueles que necessitam de

mudanças e eliminação dos que não agregam valor ao negócio (HUNT, 1996).

O PM ganha, também, importância pela capacidade de registro de

experiências e documentação histórica da organização, de modo a garantir que a

mesma não se arrisque a perder conhecimento obtido a partir de lições aprendidas

ao longo de muitos anos e a duras penas, em função de funcionários migrarem

para outro emprego ou se aposentarem (STATA, 1997). A partir do PM pode-se

identificar interfaces organizacionais, pontos desconexos ou ilógicos e atividades

que não Recursos: materiais, serviços e informações agregam valor, definir

oportunidades de melhorias a partir da concepção de modelos de custos (DATZ et

al., 2004) ou ainda de indicadores de desempenho, a partir de modelos de

simulação de processos de negócios ou BPS (sigla em inglês de “Business Process

Simulation”); bem como criar bases para introdução de novas tecnologias de

informação e integração da cadeia de suprimentos.

Segundo VILLELA [46], a concepção de um mapa de processos deve

considerar atividades, informações e restrições de interface de forma simultânea,

com a sua representação iniciando-se a partir do macro-processo, como uma única

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unidade modular que será expandida em subprocessos que, por sua vez, serão

decompostos em maiores detalhes de forma sucessiva, garantindo assim a

validade dos mapas finais. Assim sendo, o mapa de processos deve ser

apresentado sob a forma de uma linguagem gráfica, que permita expor os detalhes

do processo de modo gradual e controlado; encorajar concisão e precisão na

descrição do processo; focar a atenção nas interfaces do mapa do processo; e

fornecer uma análise de processos consistente com o vocabulário do projeto

(HUNT, 1996).

Uma vez que os processos tenham sido entendidos, pode-se partir para

mudanças (alinhamento) na forma como a organização os gerencia para atender

aos seus objetivos estratégicos. Uma vez trabalhados os processos, poderão existir

informações essenciais a serem utilizadas no projeto organizacional, já que se pode

identificar quais funções de trabalho são interdependentes e onde a coordenação e

a comunicação são especialmente importantes (DAVIS e WECKLER, 1996).

Ademais, mapear processos é fundamental para verificar como funcionam os

componentes de sistemas, para facilitar a análise de eficácia e a localização de

deficiências, bem como compreender qualquer alteração propostas para nestes

sistemas.

As crescentes mudanças no cenário de negócios geram a necessidade de

procurar modelos de gestão que possam responder às novas condições de

concorrência. O melhor delineamento de sistemas inicia com um cuidadoso estudo

da forma como as operações são realizadas e resulta na determinação de quais

informações deverão ser guardadas e relatadas. Assim, em um primeiro momento,

torna-se necessário o mapeamento das entradas e saídas do processo, para que

se tenha uma visão sistêmica do objeto de estudo (DATZ et al., 2004).

O PM surge como uma excelente alternativa para implementação de

estratégias de gestão (custos, processos, relacionamentos, recursos, etc.), uma vez

que a visão mais abrangente e de integração das funções organizacionais, pode

prover informações qualitativa e quantitativamente ideais ao sucesso destas

estratégias. Pode-se dizer que existem vantagens a serem obtidas com a gestão

por processos, uma vez que proporciona resultados significativos como ferramenta

de melhoria do desempenho empresarial. Mas é importante ressaltar que a maior

parte das iniciativas relacionadas a essa forma de “enxergar” e gerenciar o negócio

só será bem sucedida se as iniciativas de implementação partirem da alta direção e

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se houver estratégias de conscientização de todos os funcionários em relação ao

valor do compartilhamento das informações de cada departamento em prol do

objetivo comum: a rentabilidade do negócio.

Associado às estratégias de custo (ex.: custeio baseado em atividades, custo

total de propriedade, entre outros), o PM pode ainda contribuir para um

planejamento operacional mais racional e, com isso, para o aumento de margens

tanto pela redução de custos quanto pelo aumento da percepção de valor (DATZ et

al., 2004). A redução de tempos e custos contribui para maior eficiência

organizacional. Além disso, ao analisar a seqüência de operações, utilização e

alocação de recursos, é possível identificar oportunidades de melhorias.

De um lado os mapas das operações contemplam estas opções e dão

subsídios para uma análise mais realista dos custos do serviço que utilizará esta

atividade e conseqüentemente terá mais esta parcela a ser considerada no seu

custo total. É importante ressaltar que ao analisar serviços ou produtos sem as

alternativas apresentadas no desenho dos processos, a alocação de custos poderá

deixar de considerar custos relevantes ou ainda pode-se contemplar custos a mais

ou a menos, conduzindo a erros que poderão resultar em grandes distorções no

resultado final.

Do outro, as informações de custos obtidas a partir de uma estratégia de

custeio, se bem implementadas e adequadas em exatidão, poderão ser utilizadas

para uma avaliação profunda do objeto do negócio, tornando possível propor tanto

melhorias nos processos, como novas formas de relacionamento com clientes e

fornecedores. Dessa forma, os processos poderão ser modificados, cancelando-se

ou redesenhando-se algumas atividades e procedimentos; os contratos com

clientes e fornecedores poderão ser renegociados ou cancelados; a força de

trabalho e os recursos em geral poderão ser redimensionados. Assim, uma

estratégia de custeio orientada pelo mapeamento de processos de negócios,

proporcionará um efeito sinérgico capaz de gerar as informações necessárias para

uma gestão mais inteligente dos recursos e de relacionamentos com clientes e

fornecedores.

Devido a limitações em termos de tecnologia de informação, que restringiam

sua atuação em grandes sistemas de processos integrados, a gestão de processos

de negócios ou BPM (sigla em inglês de “Business Process Management”) foi

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instituída inicialmente como estratégia de gestão empresarial no chão de fábrica.

No entanto, o surgimento de novas e mais robustas tecnologias possibilitou que

essa estratégia passasse a ser utilizada no controle gerencial de praticamente

todos os processos de negócios da empresa, na busca de vantagem competitiva

através da redução ineficiências (tempos de ciclos e custos).

A BPM constitui um conjunto de atividades que têm como objetivo garantir

que todos os ativos da organização estejam em sincronia, de modo a assegurar a

eficiência da operação. Desta forma, os processos de entrada, transformação e

saída devem estar alinhados entre si e atrelados aos objetivos da organização,

consumindo assim somente os recursos necessários para geração dos resultados

esperados. Neste sentido, recursos como tecnologias, pessoas e facilidades devem

habilitar os processos de negócios a gerar resultados e fazer suas entregas de

forma contínua. O direcionamento de regras, papéis e estrutura organizacional deve

fornecer o controle necessário para correta execução desses processos.

Finalmente, o conhecimento e o capital intelectual, embutidos nos ativos físicos e

tecnológicos do negócio, bem como nas habilidades humanas de seus

intervenientes, devem capacitar inovação e flexibilidade para adaptação da

empresa a novos negócios. A Figura 3.1 mostra como a BPM se relaciona aos

demais recursos empresariais.

Fonte: BURTLON apud em DE SORDI, 2005

Figura 3.1. Gestão de processos de negócios.

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Durante o planejamento, a partir da estratégia de negócios são identificadas

as necessidades do processo que, por sua vez, devem ser transcritas na forma do

propósito do mesmo, bem como dos principais resultados esperados

(macrobjetivos). Na etapa de projeto são definidos os recursos necessários para a

operação do processo. A construção envolve as atividades de avaliação, seleção e

contratação dos recursos definidos na etapa anterior. A disponibilização considera

todas as instalações e testes integrados dos novos recursos, bem como todos os

ajustes necessários. A utilização deve assegurar que todos os recursos estejam

operando de forma integrada e harmoniosa. O monitoramento incorre em

desenvolver mecanismos (indicadores) que permitam informar aos gestores sobre o

desempenho dos aspectos críticos do processo. A etapa de oportunidades, permite

a identificação de facilidades necessárias para a realização de análises e

simulações que suportam a decisão dos gestores do processo. Finalmente na etapa

de ajustes, em função do desempenho, o processo poderá sofrer alterações para

melhor atender aos objetivos do planejamento (DE SORDI, 2005).

Em geral, a BPM envolve as atividades de documentação, de modo a

promover o perfeito entendimento sobre como os fluxos de trabalho atravessam os

processos; especificação de propriedade, para o estabelecimento de

responsabilidades gerenciais; gerenciamento, visando otimização de medidas de

desempenho estabelecidas; e melhoria, para aumentar a qualidade de produtos ou

o desempenho dos processos considerados (GULLEG e SOMMER, 2002).

Nesse sentido, podem-se considerar metodologias relacionadas tanto à

melhoria de processos de negócios ou BPI (sigla em inglês de “Business Process

Improvement”), que envolve a promoção de melhorias funcionais gradativas e

suporte a processos a partir de abordagens como benchmarking, redesenho ou

BPD (sigla em inglês de “Business Process Design”) quanto à reengenharia de

processos de negócios ou BPR (sigla em inglês de “Business Process Re-

engineering”), que está associada a mudanças mais radicais em relação à melhoria

dos processos (ADESSOLA e BAINES, 2005). Estas metodologias são

esquematizadas na Figura 3.2.

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Fonte: Adaptado de DE SORDI, 2005

Figura 3.2. Estratégias de gestão de processos.

Como mostrado na Figura 3.2, a evolução de uma estrutura de organização

tradicional, baseada em “silos” funcionais, para uma estrutura orientada por

processos de negócios pode ocorrer por iniciativas tanto de BPD quanto de BPR,

ambas levando a uma estrutura de transição (função-processo), a partir da qual

iniciativas de melhoria contínua de processos de negócios (BPI) conduzem a

melhor gestão dos processos de negócios (BPM) e, conseqüentemente, dos

demais recursos da organização.

No entanto, para gerenciar na prática o desempenho das variáveis de

processos deve-se assegurar que suas metas, indicadores e desenhos sejam

direcionados aos objetivos do negócio, garantindo assim que estes processos

sejam eficientes e que estejam de fato alinhados às necessidades dos clientes

(internos ou externos). Nesse sentido, há uma grande necessidade em expandir as

capacidades das metodologias de BPI já existentes, no que se refere aos aspectos

estruturais e de procedimentos, de modo que sejam desenvolvidas metodologias

voltadas à prática e que apóiem iniciativas de implementação de melhorias de

processos. Relacionado a estas iniciativas foram identificados três objetivos

(ADESSOLA e BAINES, 2005): desenvolver métodos estruturados e procedimentos

voltados à BPI; buscar opiniões de especialistas para identificar e contrastar estes

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métodos com iniciativas práticas; e avaliar, refinar e validar o método através de

aplicações práticas.

AL-MASHARI e ZAIRI [3] apresentam um roteiro de implementação de um

programa estratégico de BPI aplicado em uma importante companhia de geração,

transmissão e distribuição de energia elétrica. Neste trabalho, as melhorias de

processo foram gerenciadas em quatro etapas: Preparação e partida, conduzida a

partir de entrevistas com responsáveis, gerentes e corpo técnico, e destinada a

definição de um projeto preliminar com escopo, objetivos, expectativas, potenciais

áreas de melhorias, departamentos e pessoal chave envolvidos nos processos;

Avaliação do estado atual, que envolve o detalhamento dos vários subprocessos e

atividades, de acordo com o escopo proposto, e a identificação das potenciais

áreas de melhoria; Projeto de estado futuro, cuja ênfase é alocada à participação

dos clientes dos processos, de modo a assegurar que as soluções propostas

estejam alinhadas às suas expectativas; e Implementação, caracterizada pela

formação de um grupo interdisciplinar responsável pelo desenvolvimento de planos

detalhados de implementação.

ADESSOLA e BAINES [2] desenvolveram um protótipo de metodologia

denominada MIPI (sigla em inglês de “Modelbased and Integrated Process

Improvement”) baseada em análise de estruturas BPI correntes, no qual foram

selecionados e comparados quatro modelos (KETTINGER et al., 1997;

HARRINGTON,1991; SMART et al. ,1998; e, KLEIN, 1994) e a partir da qual foram

identificadas cinco fases comuns (iniciação, diagnose, projeto, implementação e

gerenciamento de processos), descritas em termos de objetivo, alvo, base

conceitual, escopo, estrutura, ferramentas e técnicas, participantes, resultados e

mecanismos de liberação. O resultado deste desenvolvimento conceitual constituiu

um protótipo BPI desenvolvido em sete etapas: avaliação da disposição, resumo

dos processos sob revisão, coleta detalhada de dados, modelagem padrão dos

processos correntes, avaliação e redesenho de processos, implementação de

processos e revisão de processos.

É importante salientar que, em geral, os programas de melhoria de

desempenho constituem um empreendimento que requer comprometimento e

suporte dos mais altos níveis da organização, cuidadosa atenção no que se refere

aos fatores humanos e uma sistemática e gradual abordagem para implementação

(AL-MASHARI e ZAIRI, 1999).

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43

3.3. O estado da arte da gestão de contratos

O gerenciamento do relacionamento com fornecedores tem sido apontado

como ponto fundamental para a obtenção de desempenho pelas empresas

(SZWEJCZEWSKI et al., 2005). O relacionamento estreito com fornecedores

selecionados pode proporcionar para as empresas redução de custos, melhoria da

qualidade e promover o desenvolvimento de produtos de valor excepcional para o

mercado (FRIEDMAN et al., 1995).

Embora as vantagens de estreita cooperação sejam amplamente

reconhecidas na literatura, os atributos específicos desse relacionamento não são

bem entendidos. Para as empresas públicas esta questão é ainda mais complexa,

devido às restrições legais, como aquelas impostas pela Lei no 8666, ao

relacionamento entre compradores e fornecedores. Devido a estas restrições a

modalidade de aquisição através de pregão eletrônico, fortemente direcionada pelo

preço de aquisição, tem sido amplamente difundida no processo de aquisição.

Embora existam evidências que o processo de aquisição através de pregão

eletrônico leve a uma redução dos custos de aquisição, é necessário que se

investigue o processo de gerenciamento do relacionamento com os fornecedores

com mais profundidade, pois também é evidente que a melhoria no relacionamento

trás benefícios substanciais para as empresas.

Embora existam constatações de redução de custos da compras, não se tem

estudos que analisem a relação entre compras e resultados da oferta dos serviços

das empresas públicas. Nas empresas públicas, boa parte do relacionamento com

os fornecedores é explicitada na gestão do instrumento contratual, sendo assim a

busca de aperfeiçoamento da gestão deste instrumento pode trazer benefícios

substanciais e mesmo superar as barreiras impostas pela legislação ao

relacionamento com os fornecedores (BRYNTSE, 1996; CALDWELL et al., 2005).

Certamente, fornecedores esperam alguma forma de estabilidade no

relacionamento com os compradores na medida em que assumem maior

comprometimento com os objetivos destes. A relação baseada unicamente no

preço pode levar ao desinteresse e a uma deterioração da oferta do mercado, uma

vez que são eliminados elementos diferenciadores de competitividade do mesmo.

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Observa-se, na literatura, a tendência de se investigar a gestão dos

fornecedores antes do processo de licitação (CHOY e LEE, 2003; SPEKMAN et al.,

1999; THEODORAKIOGLOU et al., 2006), no sentido de se desenvolver parcerias

de valor para o comprador e fornecedor. Quando existe uma parceria bem

desenvolvida o processo de gestão do fornecimento, isto é, da assinatura do

contrato até a finalização da garantia fica bastante facilitado. No caso das empresas

públicas, dadas as barreiras legais para o estabelecimento de parcerias, a etapa de

gestão dos instrumentos contratuais, desde a assinatura do contrato até a

finalização da garantia, assume papel preponderante no relacionamento com os

fornecedores. Além de o fornecedor chegar à fase de contrato através, não raro, de

uma batalha cheia de dificuldades e atropelos, não há garantias de ele ser um bom

fornecedor.

A administração do fornecimento necessita de instrumentos que ajudem o

sucesso do contrato independente da qualidade do fornecedor, uma vez que ele já

está selecionado. A experiência na gestão de contrato em empresas estatais do

setor elétrico brasileiro tem mostrado que é possível se melhorar significativamente

a atitude do fornecedor na fase de gerenciamento do fornecimento, ou do

instrumento contratual.

Como observado na revisão bibliográfica, os estudos na área de gestão de

fornecedores vem se focando no relacionamento e desenvolvimento de

fornecedores. O gerenciamento do fornecimento, isto é, da assinatura do contrato à

finalização da garantia, tem sido abordado somente como um problema financeiro

ou legal, deixando de lado o seu potencial para agregar valor ao projeto que

originou a compra do produto ou serviço.

A abordagem gerencial focada no resultado do fornecimento, e não somente

dos aspectos legais, deverá trazer uma nova dimensão para o processo de

gerenciamento do instrumento contratual. ANDERSON e DEKKER [5] analisam

uma base de dados de 858 transações de produtos em tecnologia da informação e

serviços associados. Estes autores examinaram a estrutura de controle e suas

conseqüências com relação a problemas de performance dos contratos. NAIR [30]

explicita que decisões em pregões eletrônicos precisam ir além da barganha de

preço, pois o relacionamento fornecedor comprador irá determinar a qualidade do

contrato de compra. Pode-se notar que a questão do gerenciamento do

fornecimento através de uma abordagem gerencial do contrato vem assumindo

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45

maior importância nas pesquisas. No entanto, no Brasil esse tipo de investigação

está dando os seus primeiros passos.

A obra de FREITAS [19] abordou alguns aspectos de contratos e levantou

informações relevantes de auxilio no dia a dia de profissionais da área de gestão de

contratos. A motivação do estudo se baseou em pesquisa com profissionais da área

que apontaram para carência de informações. O autor apresenta informações

técnicas e identifica os processos de negócios relacionados e algumas ferramentas

de tecnologia para controle e acompanhamento de contrato. Para concluir, ele

descreve algumas práticas adotadas em empresas brasileiras e multinacionais de

padrão mundial.

VIEIRA e FURTADO [45] abordaram uma metodologia sistêmica para

descrever o processo de contratação na administração publica, relatando leis

importantes que regulam as contratações de serviços e suas planilhas que

envolvem mão-de-obra de diversos tipos de serviços, englobando aspectos de

custos, formação de preços e atribuição de gestores/ fiscais de contrato, voltadas

principalmente para administração publica.

Os autores descrevem a questão da terceirização e sua legislação, os

instrumentos de planejamento, a fase de despesa pública, o processo licitatório,

compreendendo a fase interna ou preparatória (elaboração de pedido, plano de

trabalho, termo de referência, projeto básico, projeto executivo, autorização da

abertura do processo licitatório e preenchimento das planilhas de custo e formação

de preços) e a fase externa (publicação do ato convocatório, habilitação e

julgamento), bem como a gestão dos contratos, abordando ainda a questão da

preferência das empresas de pequeno porte nas licitações públicas.

Resumindo, VIEIRA e FURTADO [45] abordam o tema de gestão de contratos

através de uma visão sistêmica de todo o processo, iniciando com a legislação

pertinente à terceirização, seguida dos instrumentos de planejamento, das etapas

internas do processo licitatório, focalizando a gestão de contratos, onde é possível

perceber uma integração entre o entendimento jurídico, jurisprudencial e o

doutrinamento com a prática da administração.

Dentre as diversas publicações pesquisadas sobre o tema, destaca-se o livro

de SAXENA [34]. A obra mostra uma visão abrangente sobre a teoria do modelo de

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maturidade para melhoria contínua dos processos e sistemas dentro de qualquer

organização moderna. Segundo o autor, as iniciativas de melhoria da gestão com

base no modelo da maturidade da administração de contratos oferecem às

organizações a redução de riscos, além do aumento das receitas e dos valores de

longo prazo.

A metodologia proposta por SAXENA [34] mostra que a falta de orientação e

de perspectiva com relação ao processo global de implementação do ECM (sigla

em inglês de “Enterprise Contract Management”) está no cerne de muitas razões

secundárias para a falha do processo, incluindo a falta de visão, de direção e de

atenção adequadas, ainda sem mencionar a falta de alinhamento com outros

objetivos organizacionais. Segundo o autor, para que as iniciativas de ECM tenham

maior probabilidade de sucesso, as organizações precisam de mecanismos e de

um modelo válido que lhes permitam realizar os objetivos ECM nas seguintes

bases:

• Avaliar quantitativamente o nível de capacidades de uma organização

na função de gestão de contratos;

• Identificar as melhores práticas utilizadas na área de ECM dentro e

através de vários setores da indústria;

• Identificar e ajudar a priorizar áreas-chave para a melhoria nos

processos e sistemas de ECM;

• Ajudar na definição da visão de excelência em ECM e do estado-alvo

ideal dos processos e tecnologias ECM;

• Comunicar a visão de excelência ECM, estratégia, plano, mudanças

que estão sendo implementadas, e os benefícios realizados através de

melhorias nos processos de ECM, ferramentas e técnicas de toda a

organização;

• Alinhar a iniciativa de ECM com outros objetivos de toda a organização

com outros objetivos e iniciativas;

• Definir metas fundamentais que devem ser alcançados a partir do

estado atual para o estado ideal de ECM;

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• Fazer um roteiro para alcançar metas-chave, identificar e quantificar o

tempo, esforço, custo retorno potencial do investimento (ROI), recursos

e habilidades necessárias;

• Manter o foco sobre as capacidades do processo através da adesão,

maturidade e performance;

• Calcular os riscos associados com a inação, considerando as

implicações de aumento de custos, redução das receitas, e precipitação

de fuga;

• Auxiliar no controle do andamento contra o plano de execução;

• Benchmark para orientar a melhoria contínua de pessoas, processos e

tecnologias relacionados à função ECM dentro da organização.

A premissa fundamental da proposta por SAXENA [34] é de que a aplicação

do modelo certo para a implementação ECM irá aumentar consideravelmente as

perspectivas de uma aplicação plena e bem sucedida do ECM. O autor apresenta

uma descrição detalhada do modelo de avaliação de maturidade para ajudar uma

organização, em uma iniciativa de melhorar pessoas, processos e tecnologias

associadas à função de gestão de contrato no prazo e em toda a organização. O

modelo se baseia principalmente nas funções de ECM (Figura 3.3).

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Fonte: SAXENA (2008)

Figura 3.3. Funções do ECM no Gerenciamento de Compliance.

O conceito de maturidade do processo é baseado no entendimento que os

processos têm ciclos de vida que podem ser avaliados pela extensão na qual um

processo específico é explicitamente definido, controlado e medido. A maioria de

modelos da maturidade supõe que o progresso para o processo ótimo, eficaz e

eficiente vem em estágios. Há dois componentes principais em todos os modelos

da maturidade:

• O aspecto da medição

• A matriz da maturidade

O aspecto da medição é definido por uma dimensão, um processo, ou uma

faceta da organização. Já a matriz da maturidade é uma representação

bidimensional na qual a escala vertical representa o nível da maturidade do aspeto

medido e a escala horizontal representa o tempo.

Além do aspecto medido e da matriz da maturidade, outros componentes

chaves de modelos da maturidade são processo, capacidade de processo, área de

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processo, nível da maturidade, características comuns e práticas básicas. A Figura

3.4 mostra os relacionamentos entre os componentes de modelos da maturidade

típicos. Definições são fornecidas a seguir:

Fonte: SAXENA (2008)

Figura 3.4. Estrutura do modelo da maturidade.

• Processo: é um conjunto de atividades executadas para se atingir uma

finalidade específica. Atividades podem ser executadas interativamente,

recursivamente, e/ou simultaneamente. Um processo bem definido

inclui ferramentas, métodos, materiais, atividades, insumos e produtos

de cada atividade e mecanismos para controlar o desempenho delas.

Exemplos de processo incluem a programação de software, a

segurança de sistemas, a gestão de dados, a gestão do projeto e a

gerência do contrato.

• Capacidade de Processo: A capacidade de processo é definida pelo

conjunto de resultados quantificáveis previstos que pode ser atingido se

seguindo um determinado processo. O conceito da capacidade de

processo será usado no método da avaliação da maturidade da gestão

do ciclo de vida de contratos (CLM – “Contract Lifetime Management”)

apresentado mais tarde.

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• Nível da Maturidade: O nível da maturidade é a posição relativa do

aspecto medido sobre uma escala predefinida da maturidade. Por

exemplo, a maioria de modelos da maturidade é organizada tipicamente

em cinco níveis da maturidade, com cada nível representando uma

melhoria na habilidade de controlar o aspecto medido ou o processo

considerado. Assim, cada nível da maturidade descreve uma camada

na fundação para a melhoria de processo contínuo. A realização de

cada nível fornece a estrutura da maturidade, estabelece um

componente diferente do aspecto medido ou do processo considerado,

resultante de aumento na capacidade de processo da organização.

Exemplos de níveis da maturidade na maioria de modelos da

maturidade incluem ad hoc ou inicial, repetível, definido, controlado e

aperfeiçoado.

• Área de processo: Uma área de processo é um conjunto definido de

características relacionadas do processo que quando executadas

coletivamente podem atingir uma finalidade definida. Se o processo

considerado em um modelo da maturidade é gestão do projeto, os

exemplos de áreas de processo seriam: definição de projeto,

estabelecimento do projeto, definição de exigências, planejamento de

projeto, cronograma de projeto, gestão de riscos e monitoração e

controle do projeto.

• Características Comuns: As práticas que descrevem uma área de

processo são organizadas por características comuns. As

características comuns são os atributos que indicam se a execução e a

institucionalização de uma área chave de processo são eficazes,

repetível, e duráveis. Os exemplos das características comuns

empregadas pela maioria de modelos da maturidade incluem o

seguinte:

1. Compromisso com desempenho: As ações que uma organização

deve tomar para se assegurar de que o processo esteja

estabelecido e resista;

2. Habilidade de executar: Condições prévias que devem existir em

uma organização para executar de forma competente o processo;

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3. Atividades executadas: Os papéis e os procedimentos exigidos

para executar a área chave do processo;

4. Medição e análise: A necessidade de medir o processo e de

analisar as medidas;

5. Verificação da execução: As etapas para assegurar-se de que as

atividades estejam executadas em conformidade com o processo

que foi estabelecido.

• Práticas Básicas: Uma área de processo é composta de práticas

básicas, que são as características imperativas que devem existir em

um processo implementado antes que uma organização possa

reivindicar plena conformidade em uma dada área de processo. Por

exemplo, a área de processo da segurança de sistemas inclui práticas

básicas tais como: a gestão de controles de segurança, avaliação de

impacto, avaliação de risco para a segurança, avaliação de ameaças,

avaliação de vulnerabilidades, coordenação de segurança,

monitoramento da postura da segurança, fornecimento de insumos da

segurança, especificação de necessidades da segurança e

verificação/validação da segurança.

A definição e a implementação ineficaz do CLM custam dinheiro da

organização e aumentam sua exposição ao risco. Várias estimativas de perda são

encontradas na literatura. Uma pesquisa do Aberdeen Group estima que uma

organização de US$ 1 bilhão com compras anuais de US$ 500 milhões (US$ 400

milhões sob contratos) perde US$ 18 milhões a cada ano devido à falta da gerência

apropriada de contrato de fornecedores. Uma companhia com processos sub-

ótimos de contratos gastará tempo, esforço e terá despesas adicionais na gestão e

controle manual de contratos de fornecedores, ao custo anual de US$ 12 milhões.

O Modelo de Maturidade da Gestão do Ciclo de Vida do Contrato ou CLM-MM

(sigla em inglês de “Contract Lifetime Management – Maturity Model”) é uma

ferramenta para ajudar e autorizar gerentes a conduzirem a melhoria contínua nos

processos e nos sistemas do CLM baseados em melhores práticas. É centrado

sobre as exigências para eficazmente e eficientemente se controlarem todos os

estágios do ciclo de vida do contrato dentro de uma organização, melhorando,

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desse modo, interações de uma organização com seus fornecedores, clientes e

outros parceiros de negócio. O CLM-MM promove a padronização e a simplificação

de processos e de sistemas de negócios do CLM através das funções, das

divisões, e da geografia da organização com o objetivo de institucionalizar o

processo de CLM de maneira que ele tenha recursos para produzir resultados

previsíveis, processos repetíveis, execução consistente, desempenho medido, e

melhoria contínua.

Os CLM-MM consistem em um trajeto evolucionário de cinco níveis

compreendido de processos cada vez mais organizados e mais maduros de CLM

para se projetar uma migração do CLM das organizações para a excelência da

seguinte forma:

• Fornecendo uma estrutura para avaliar os processos atuais, práticas e

tecnologia do CLM da organização;

• Ajudando a organização a determinar o estado desejado ou ótimo de

práticas de CLM baseadas no conhecimento e na experiência ganhados

das organizações com visão de futuro usando processos de contrato e

sistemas de classe mundial;

• Permitindo a definição dos marcos chave para se fazer um mapa da

rota do estado atual ao estado ótimo de CLM;

• Permitindo o estabelecimento de objetivos e de práticas de melhoria de

processos do CLM, dando prioridade a pontos chave para a melhoria;

• Oferecendo orientação para se estimar os custos e os benefícios

associados do avanço ao nível seguinte da maturidade do CLM, assim

como os riscos associados com a continuação das práticas sub-ótimas

de CLM ou da não tomada de nenhuma ação para melhorar o estado

atual de CLM;

• Criando uma estrutura para definição de níveis mensuráveis de

benchmarking para o ajuste das práticas de CLM da organização em

comparação àquelas de seus concorrentes.

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A definição final de relacionamentos de uma organização com seus clientes,

fornecedores e de outros parceiros de negócios é encontrada em seus contratos -

documentos que codificam acordos para o espectro das atividades empreendidas

por uma organização na perseguição de sua missão em nome de suas partes

interessadas. Está nos melhores interesses de toda organização assegurar-se de

que a execução de seus contratos seja acurada, compreensiva, sem erros e

aconteça nos tempos certos. Embora exista um número de princípios geralmente

aceitos no campo do CLM, no melhor de nosso conhecimento não existem padrões

ou estruturas exatas, detalhadas para avaliar práticas de CLM, nem internamente

em uma organização ou entre organizações. Através do estabelecimento de tal

estrutura, o CLM-MM fornece um sistema para se medir e se melhorar o

desempenho da aplicação de princípios de CLM.

A principal motivação para se desenvolver um CLM-MM tem sido a de

se atingir os seguintes objetivos:

• Ajudar as organizações que empreendem uma aplicação de CLM: tais

organizações necessitam avaliar seus atuais processos e sistemas de

CLM, necessitam comparar seu corrente estado com o estado ótimo de

CLM, necessitam determinar áreas de melhoria baseando-se nos

gaps identificados e necessitam definir a seqüência das medidas que

devem ser tomadas para assegurar o progresso para o objetivo da

excelência de CLM.

• Ajudar a melhorar os processos do CLM de maneira mensurável,

organizada e previsível: As organizações que planejam sua evolução de

forma sistemática têm uma vantagem distinta sobre aquelas forçadas a

mudar pelos eventos que emperram o processo de CLM.

• Fornecer melhores práticas, padrões e diretrizes à comunidade dos

profissionais envolvidos nos processos de contratação.

• Ajudar a focalizar os investimentos das organizações em ferramentas

de CLM, em treinamento, em definição de processo e em práticas de

gestão.

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• Fornecer parâmetros de garantia de capacidades básicas, por exemplo

confiabilidade baseada na maturidade de processos e de práticas de

CLM.

• Outro ponto chave a se ter em mente com respeito aos processos de

CLM é que o que pode ser considerada a melhor prática hoje não

necessariamente será considerada a melhor prática no futuro. Isto

acontece porque as organizações com visão de futuro adotam melhores

práticas, mas continuarão a evoluir e melhorar seus processos e

sistemas de CLM e, conseqüentemente, criarão melhores práticas

novas neste processo. Assim, os indicadores de CLM-MM - e dos

modelos da maturidade - devem ser continuamente atualizados para

incluir as novas melhores práticas.

O escopo do modelo será definido. O escopo do CLM-MM apresentado inclui

os seguintes elementos:

• O modelo aborda todas as atividades envolvidas no ciclo de vida da

gerência de contrato. Estas incluem a concepção e a criação do

contrato, colaboração interna e externa, execução do contrato, gestão

do contrato, encerramento/renovação e análise final.

• O modelo fornece os requisitos para os desenvolvedores dos

aplicativos, desenvolvedores do sistema, integradores, provedores de

soluções e tecnologia relacionadas ao CLM com o objetivo de dar

suporte aos processos de CLM de uma organização.

• O modelo se aplica tanto a organizações privadas quanto a públicas

que executam seus objetivos através de contratos.

Deve-se observar que embora o conceito de larga abrangência de atividades

para qualquer tipo de contrato do CLM-MM seja aplicado na presente discussão, as

melhores práticas apresentadas aqui tratam especificamente dos contratos de

aquisição. As organizações, que empreendem iniciativas de melhoria de CLM para

outros tipos de contratos, tais como vendas, garantias, arrendamento/aluguel, ou

propriedade intelectual devem identificar o conjunto aplicável de níveis da

maturidade para a gestão destes tipos de contratos.

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Otimizada

Controlada

Definida

Repetível

Ad Hoc

Melhoria contínua dos processos CLM através da inovação e sugestões relacionadas

Funções Organizacionais

Foco na coleta e análise de acompanhamento e processo de controle CLM,

processo de previsão CLM

Coerência e padronização de processos na gestão de contratos a nível de

toda a empresa, CLM pró-ativo

Processos básicos da gestão dos contratos já estabelecidos,

definidos e documentados, processos ainda reativos de gestão de

contratos

Fragmentado, desorganizado, caótico, desinstitucionalizado,

processos reativos de gestão de contratos

Embora o CLM-MM seja um modelo específico para melhorar e avaliar as

capacidades de gestão de contratos de uma organização, não se deve pensar que

possa tratar os processos de CLM isolados de outros processos de organização

tais como: gestão do relacionamento com fornecedor, gestão do relacionamento

com clientes etc. Ao contrário, o CLM-MM promove tal integração, considerando

que os processos do CLM atravessam múltiplos processos da organização.

Conseqüentemente, o CLM-MM define os componentes que endereçam áreas onde

a integração e a coordenação são críticas ao sucesso.

Tendo uma visão geral do CLM-MM, seguida por um exame de seus objetivos

e escopo, é apropriado descrever formalmente os seus elementos centrais. O CLM-

MM (mostrado na Figura 3.5) fornece às organizações que contratam produtos e

serviços uma orientação a respeito de como ganhar o controle dos processos de

gestão do ciclo de vida do contrato, visando evoluir para uma cultura de excelência

nos processos de contratar e gerir os contratos.

O CLM-MM consiste nos seguintes cinco níveis de maturidade dos processos,

apresentados esquematicamente na Figura 3.5 e discutidos a seguir.

Fonte: SAXENA (2008)

Figura 3.5. Níveis de maturidade no modelo da maturidade de CLM.

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Ad Hoc

O nível Ad Hoc da maturidade de CLM é indiscutivelmente o nível inicial, em

que uma organização conduz suas atividades contratando em uma maneira não

sistemática, oportunista, e freqüentemente caótica. Nenhum processo formal de

contratar é definido ou documentado neste nível inicial, e cada elaborador de

contrato desenvolve e executa contratos como julgar mais apropriado. Desta forma,

o sucesso ou o fracasso de um contrato em atender as necessidades das partes

envolvidas tem pouco ou nenhum impacto nos desenvolvimentos futuros: por

exemplo, não há nenhum sistema interno para melhoria do processo de gerência do

contrato. A qualidade dos contratos e o tempo exigido para produzir, negociar,

aprovar e executar são imprevisíveis. A conclusão bem sucedida de um ciclo de

vida de contrato depende de esforços específicos de alguns profissionais motivados

relacionados ao contrato em vez da organização do CLM como um todo.

Repetível

No nível repetível da maturidade de CLM, as políticas da organização para

processos de contratação existem e os procedimentos para executar tais políticas

estão estabelecidos. Estes procedimentos ajudam os profissionais de contratação a

executar as tarefas previamente estabelecidas com sucesso e a evitar a repetição

de falhas passadas. Entretanto, a função de contratação ainda atua de forma

reativa. A maioria de processos é de poucos procedimentos e o foco é em

problemas recentemente identificados. Os procedimentos de CLM são definidos,

mas aplicados somente em contratos altamente complexos ou contratos críticos de

alto valor. O fator chave de distinção deste nível da maturidade é que um

componente principal dos processos da organização continua institucionalizado

através da experiência individual de funcionários, ao invés da manutenção de

procedimentos documentados.

Definida

Neste nível da maturidade as organizações definem formalmente,

documentam e integram as várias atividades que devem ocorrer nos diferentes

estágios do ciclo de vida do contrato. As ferramentas e as técnicas, tais como

modelos de cláusulas e modelos de contratos, estão disponíveis para elaboradores

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destes para auxiliar no desenvolvimento dos mesmos. Linhas mestres existem para

auxiliar os elaboradores de contratos na seleção de modelos apropriados de

contratos para uma compra ou uma venda particular. Além disto, modelos

alternativos de cláusulas estão disponíveis para disponibilizar termos pré-aprovados

a serem usados no lugar de termos padrões para cumprir exigências incomuns.

Regras de aprovação são definidas claramente e procedimentos de segurança são

estabelecidos para regular a colaboração interna e externa e para permitir o fluxo

dos trabalhos internos e externos através dos múltiplos tipos de contratos e das

divisões/unidades de negócios da organização de forma consistente. Os critérios de

exceções são definidos claramente, juntamente com as funções e as

responsabilidades dos profissionais responsáveis para tratar exceções em

processos de CLM. Assim, os fatores chave que distinguem para este nível da

maturidade de CLM são o uso de padrões e consistentes processos e atividades de

contratação e uma compreensão comum, por toda a organização, das funções e

responsabilidades dos profissionais em diferentes estágios do ciclo de vida do

contrato.

Controlada

Quando uma organização progride do estágio definida para o nível controlado

da maturidade, uma mudança chave é evidente em seu foco em objetivos

quantitativos em duas áreas chave: produtividade dos processos de contratação e

qualidade dos instrumentos contratuais. A maioria, se não todas, das organizações,

o nível maturidade controlada de CLM, empregam uma ou várias soluções de CLM.

Tais soluções são usadas tipicamente para coletar e analisar dados em diferentes

estágios do ciclo de vida dos contratos. Este foco na análise quantitativa permite

que as organizações melhorem processos de CLM de controle definindo

parâmetros de desempenho dos processos de modo que caiam rotineiramente

dentro de limites aceitáveis. A melhoria de controle que resulta do emprego de tais

soluções de CLM gera resultados desejados e previsíveis em cada estágio do ciclo

de vida do contato.

Otimizada

No nível mais elevado da maturidade de CLM otimizada, o foco da

organização está na melhoria contínua em processos e em sistemas de CLM. Uma

organização que alcance o nível da maturidade de otimização pode continuamente

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identificar e tratar fraquezas de forma pró-ativa em diferentes fases do ciclo de vida

de seus contratos. Os profissionais de contratação de tais organizações esforçam-

se continuamente para aumentar seu conhecimento e melhoram aprendendo

através de recursos externos assim como recursos internos, tais como:seminários e

projetos de pesquisa. As melhorias ocorrem por avanços incrementais em

processos existentes e por inovações usando novas tecnologias tais como:soluções

e métodos de CLM.

Na medida em que uma organização ascende de um nível da maturidade de

CLM ao próximo, seus custos e exposição aos riscos são reduzidos. De outra forma

a capacidade dos processos de CLM e a aderência às políticas, aos procedimentos

e às diretrizes de organização melhoram. A conseqüência natural deste processo é

um aumento gradual e previsível da eficiência e uma melhoria geral nas operações

e no desempenho da organização. Na medida em que as organizações alcançam

níveis mais elevados da maturidade em processos de CLM, a institucionalização

ocorre através das políticas, dos padrões, das estruturas da organização e das

ferramentas adotadas.

Como os processos e as tecnologias relacionados ao CLM amadurecem na

organização, uma mudança de foco dos profissionais de contratação é

freqüentemente observada. Em níveis inferiores da maturidade de CLM, os

profissionais de contratação têm um foco interno durante a execução de suas

respectivas tarefas para se assegurar de que irão terminar o trabalho atribuído a

eles no tempo. Os vários elementos lineares dos processos do ciclo de vida do

contrato são montados e ligados sem uma visão holística dos processos e das

implicações dentro e além da organização. Esta tendência de visão limitada das

implicações da gestão de contratos muda na medida em que as organizações

definem e estabelecem os processos repetíveis, migrando para cima, na direção da

maturidade Otimizada de CLM.

Nos níveis intermediários da maturidade de CLM, os profissionais de

contratação começam a colaborar com pessoas em outros grupos funcionais da

organização tais como: aquisição, vendas, financeiro, jurídico e gestão de riscos

para compreender suas necessidades e respectivas expectativas em relação aos

acordos contratuais da organização. Este foco em compreender a voz dos clientes

ajuda os profissionais de contratação a melhorar a qualidade de documentos

jurídicos, assim como a eficiência de processos de contratação, permitindo a eles

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desenvolver contratos de alta qualidade para aquisição de materiais/serviços

certos, na hora certa e tudo dentro do orçamento.

Na medida em que os processos de CLM amadurecem e alcançam os níveis

mais elevados da maturidade, os profissionais de contratação alavancam de forma

pró-ativa as melhores práticas implantadas ao longo das unidades de negócios para

melhorar a eficiência e a eficácia dos processos de todo o CLM.

Neste nível, o foco não é somente em executar o ciclo de vida do contrato,

mas igualmente aprender com outras divisões da organização ou com outras

organizações, usando desse modo lições aprendidas para melhorar continuamente

seus próprios processos e sistemas. Além disso, em vez de se focar estritamente

sobre as exigências de outras funções da organização, os gestores começam a ver

contratos como a fundação dos relacionamentos da organização com seus

parceiros comerciais, trabalhando colaborativamente com tais parceiros para

melhorar a qualidade dos contratos dentro e além dos limites da organização. Um

benefício final adicionado que resulta para as organizações que atingem os mais

elevados níveis da maturidade de CLM é a obtenção de elevados níveis de

capacidade de processos ao longo de toda a organização (ver Figura 3.6).

Fonte: SAXENA (2008)

Figura 3.6. O modelo de amadurecimento da gerência do contrato.

Controlada

Definida

Repetível

Ad Hoc

Otimizada

Alto

Baixo

ivo

Interno - dentro da gestão dos contratos

Inter-Empresa

Objetivo

Alto Baixo

Alto Baixo

Capacidade

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60

De forma geral estas capacidades podem ser definidas como:

• Controle de processos: A diferença entre os resultados previstos e

reais, registrando a variação em torno dos resultados previstos.

• Previsibilidade dos processos: Medida pela variabilidade em conseguir

os objetivos de custos e de desempenho.

• Eficácia dos processos: A obtenção dos resultados almejados e da

habilidade de elevar as metas pretendidas.

Além disto, uma maior capacidade dos processos de CLM também resulta em

maior certeza, estabilidade, exatidão e eficiência dos processos ao longo da

organização. Isto causa um efeito cascata que resulta em melhora da eficiência no

restante da organização, assim como nas organizações dos parceiros comerciais.

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CAPÍTULO 4. ESPECIFICAÇÃO DE SISTEMA BASEADO NA

METODOLOGIA CLM

4.1. A administração do ciclo de vida dos contratos

Apesar da execução de um processo eficaz e eficiente da administração do

CLM ainda ser pouco conhecida no Brasil, a pesquisa indica que a dinâmica e a

complexidade das organizações na atualidade exigem a compreensão dos gerentes

do poder e do potencial da combinação das suas características de transparência,

controle e otimização do gerenciamento de contratos para o futuro das grandes

empresas. Desde eventos como os da Enron e Worldcom, ficou bastante evidente a

importância da administração de contratos e a conformidade se mostrou

fundamental na prevenção destes eventos.

Talvez a maioria das falhas de iniciativas de melhoria do CLM possa ser

resumida em não se saber onde se está, onde se quer estar, nem se saber como

chegar lá. A ausência de orientação e de perspectiva no que diz respeito ao

processo total de execução do CLM encontra-se no coração das razões de falha,

incluindo a falta da visão, a falta do sentido, a falta do foco e a falta do alinhamento

com outros objetivos da organização. Assim, para que as iniciativas do CLM

tenham probabilidade de sucesso, as organizações precisam de um modelo válido,

que os permita realizar os seguintes objetivos do CLM:

• Avaliar o nível das competências da organização na função de gerência

de contrato da organização;

• Identificar as melhores práticas de CLM em diversos setores

econômicos;

• Identificar e dar prioridade a pontos chave para a melhoria dos

processos e dos sistemas do CLM da organização;

• Criar a visão de excelência no CLM e definir as metas tecnológicas e

dos processos do CLM;

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• Comunicar a visão da excelência do CLM, a estratégia, o plano, as

mudanças que estão sendo executadas e os benefícios realizados e em

curso através das melhorias em processos, em ferramentas e em

técnicas do CLM através da organização;

• Alinhar a iniciativa do CLM com outros objetivos e iniciativas da

organização;

• Definir marcos chave a serem alcançados: do estado atual ao estado

ótimo do CLM;

• Fazer um mapa de eventos para se conseguir marcos chave,

identificando e determinando o tempo, o esforço, o custo, o retorno

potencial dos investimentos, os recursos e as competências exigidas;

• Manter o foco em processos, em aderência, em maturidade, e em

desempenho;

• Estimar riscos associados à inércia, incluindo aumento de custos,

redução de receitas e problemas de “compliance”;

• Monitorar o progresso em vista do plano de execução;

• Benchmarking e guiar a melhoria contínua das pessoas, dos processos

e das tecnologias relacionadas ao CLM da organização.

A análise preliminar atentou para a necessidade de uma metodologia para

avaliar do estado atual da gestão de contratos de uma organização. Através da

contínua análise da literatura se identificou o Modelo de Maturidade como uma

ferramenta adequada para traçar um panorama em termos de gestão de contratos

e orientar os passos necessários para inovações e melhorias nesta área.

Após pesquisa extensiva e reflexão prudente deste assunto, os resultados

mostram que as iniciativas baseadas no modelo da maturidade do CLM oferecem

grande oportunidade para que as organizações reduzam o risco, aumentem

rendimentos e agreguem valor para suas partes interessadas.

A premissa fundamental é que a aplicação do modelo correto na

implementação do CLM conduzirá ao sucesso da gestão de contratos da

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organização. O modelo da maturidade do CLM propõe um método da avaliação

para ajudar a organização a melhorar os profissionais, os processos e as

tecnologias associadas com a função de gerência do contrato da organização.

A maioria das organizações modernas está experimentando mudanças

explosivas e inesperadas. Crescente globalização, contínuas mudanças nas

demandas, nos clientes e nos empregados, redução contínua dos ciclos de vida de

produtos, além da redução dos tempos de resposta e avanços no paradigma

tecnológico têm convergido para o horizonte de negócios incrementando as taxas

de mudanças nos setores industriais e na geografia. Enquanto as mudanças

parecem infinitas e imprevisíveis, o capital e os recursos disponíveis para se ajustar

a tais mudanças são quase sempre limitados. Organizações que sabem onde

investir tem uma maior probabilidade de sobreviverem e de permanecerem

competitivas. As organizações que não controlam seus recursos estão em risco

contínuo de perder parcela de mercado, de serem menos rentáveis e de perder

valor para partes interessadas. Tais organizações tipicamente gastam muito pouco

em melhoria de processos por não saberem onde se focar ou gastam pesadamente

em diversas iniciativas paralelas deslocadas sem a quase nenhum proveito em

termos da melhoria a longo prazo.

Na medida em que a melhoria dos processos de negócio está no coração do

potencial de crescimento de uma organização, não é surpreendente que muitas

teorias e modelos tenham sido desenvolvidos para ajudar gerentes a aperfeiçoar

tais processos. Neste conjunto, modelos da maturidade têm surgido nos últimos

anos para fornecer um método eficaz e provado para que uma organização ganhe

controle sobre a melhoria de seus processos de negócio. A premissa subjacente do

modelo da maturidade é que uma organização (ou uma divisão dentro de uma

organização) é uma entidade dinâmica, com diferentes competências e

necessidades dependendo do estágio da maturidade.

De um ponto de vista teórico, organizações menos maduras são aquelas em

que faltam integração, visão e infra-estrutura e tecnologias sofisticadas o suficiente

para funcionar em seu ambiente. Na medida em que as organizações adquirem e

aplicam estes ativos, elas evoluem em suas maturidades – pode-se dizer que elas

evoluem para um estado mais maduro, até que elas consigam finalmente atingir um

estado inteiramente maduro de excelência.

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Os modelos da maturidade podem ser aplicados a um vasto leque das

situações dentro de uma organização, incluindo:

• Gerência da cadeia de suprimento

• Desenvolvimento de software

• Segurança de sistemas

• Gestão de conhecimento

• Gestão de projetos

• Desenvolvimento de produtos

• Atividades organizacionais similares

Os modelos da maturidade fornecem uma estrutura às organizações,

evoluindo de funções de negócio ad hoc, desorganizadas e menos eficazes, a um

estado altamente estruturado, eficaz, e aperfeiçoado. Estes modelos vêm sendo

utilizados no mundo dos negócios por mais de duas décadas. Entretanto, foi o

sucesso recente do SEI CMM (sigla em inglês “Software Engineering Institute’s

Capability Maturity Model”) que conduziu a uma atenção especial e a um foco nos

modelos da maturidade. Os benefícios destes softwares são bem documentados e

incluem tipicamente o seguinte:

• São ferramentas inestimáveis, na medida em que elas descrevem as

melhores práticas que devem ser executadas a fim melhorar uma

função particular do negócio.

• Constituem uma estrutura provada na qual se pode dar prioridade a

ações e desta forma se gerenciar os esforços de melhoria de processos

de forma contínua.

• Fornecem critérios para se medir periodicamente a melhoria ou o

progresso em direção ao estado de excelência.

• Resultam em redução de custos devido a menos retrabalho, em

conseqüência de processos e práticas padronizados e previsíveis.

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A idéia de um processo de negócio como uma entidade dinâmica foi vista por

muitos como completamente revolucionária. O pensamento de que um processo

poderia amadurecer ao contrário estático desafiou muitos gerentes a repensarem

sua abordagem de otimização de processos do negócio. Com o advento de

modelos aperfeiçoados e completamente testados da maturidade, os conceitos de

“ciclo de vida do processo negócio” e seu corolário “maturidade do processo

negócio” entraram em uso com ampla aceitação.

Assim, A evolução do CLM de processo ad hoc, baseado na experiência

individual e na falta de objetivos definidos, para um modelo estruturado de

excelência, pautado pelo controle assertivo e pelo aprendizado adquirido nas

experiências vividas pela equipe, depende entre outras medidas da adoção de

ferramentas apropriadas.

Nas últimas décadas, verificam-se diversas as ações das organizações

voltadas pela introdução da tecnologia de informação nos processos administrativos

se consolidam com a implantação de sistemas de informação, de “Data

Warehouses”, de “Enterprise Resource Plannings”, etc.

Desta forma, o desenvolvimento de um sistema de tecnologia de informação

fundamentado no CLM, visa integrar contratante e contratado através da

disponibilização, em tempo real das informações sobre a administração de

fornecimento, trazendo transparência e rastreabilidade para uma parte fundamental

da cadeia de suprimentos que é a gestão contratual. Assim, buscar-se-á evitar que

ocorram "desvios" dos objetivos do instrumento contratual, mas caso aconteçam,

teremos uma ferramenta para responder a todos os itens de levantamentos, de

maneira imediata, com os registros de custos e acontecimentos da gestão do

fornecimento.

4.2. As partes interessadas na administração de contratos

De acordo com CARDOSO [12], por ser a detentora da responsabilidade pela

gestão do instrumento contratual, a administração do fornecimento tem como uma

de suas atribuições de se relacionar com todas as áreas, internas e externas, para

fazer com que os objetivos do contrato sejam alcançados, dentro do prazo

estabelecido, com o menor número de não conformidades e custos adicionais

possível.

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Desta forma, o sistema protótipo deve garantir a execução das cláusulas

contratuais, o estabelecimento do canal de relacionamento com o fornecedor e

absorver e resolver todos os conflitos de interesses entre as áreas envolvidas no

empreendimento. Baseado no estudo de CARDOSO [12], são apresentados a

seguir os atores envolvidos, além do gestor do contrato, e como estes se

relacionam com o contrato em uma empresa estatal do Setor Elétrico Brasileiro.

Requisitante

O requisitante é o cliente principal do processo aquisitivo. Ele participa

normalmente de algumas das etapas da compra, portanto também ajuda a dirimir

dúvidas que aparecem durante a fase de gestão de contrato. Seus requisitos são os

que têm mais peso na elaboração do contrato, seja porque, dentre todas as outras

áreas é a que mais participa da fase de compra e/ou por ser quem elaborou um

documento formal com a maioria de suas expectativas.

Usuário

O usuário é o termômetro do fornecimento, afinal ele é quem vai utilizar o

equipamento ou o material. Em muitos casos, quando ele já se utiliza de

equipamentos semelhantes, suas informações são preciosas para uma boa

administração do fornecimento. O administrador deve procurá-lo para saber se

todas as suas solicitações e as condições necessárias para a boa operação foram

previstas no instrumento contratual. Ele sempre será o responsável por apontar

algum defeito e, portanto o referido acionamento da garantia pelo administrador.

Sempre que for possível, o usuário deve estar presente no recebimento e

comissionamento do equipamento, pois sua experiência com problemas pode ser

evitar sua ocorrência e/ou iniciar a sua resolução imediatamente. O relacionamento

com o usuário não pode ser confundido com o relacionamento com o requisitante,

pois temos que considerar que nem sempre quem utiliza o equipamento ou serviço

é quem pede para que ele seja comprado.

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Área de Planejamento

A área de planejamento da empresa do setor elétrico brasileiro detém as

informações sobre o plano geral de obras, que por sua vez está atrelado às

autorizações e orientações do Operador Nacional do Sistema Interligado (ONS), da

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Empresa de Planejamento

Energético (EPE). O cumprimento dos prazos de energização de obras é de vital

importância para o negócio, pois determina o início do faturamento da energia

gerada e transmitida e evita a aplicação de multas e outras sanções pecuniárias.

Engenharia (Projeto)

Esta área responde pelo projeto de equipamentos, que vão ser recebidos,

instalados, operados e mantidos em funcionamento por outras áreas da empresa. O

contato entre técnicos da empresa e fornecedor deve ser sempre intermediado pelo

administrador do contrato pelo simples motivo de que o técnico quer o melhor para

sua empresa e o fornecedor quer agregar o máximo de valor ao seu produto.

Nenhuma decisão, nenhuma solicitação pode ser atendida sem que o administrador

dê o seu parecer favorável, visando evitar a solicitação de algo fora do escopo do

documento contratual assinado entre as partes.

Construção

A construção é responsável pela elaboração dos projetos civis e pelo

acompanhamento das obras e montagem da infraestrutura. O alinhamento dos

cronogramas de obras com os prazos de entregas de materiais e equipamentos é

determinante para evitar desperdícios e atrasos nos cronogramas de entrada em

operação do empreendimento. Deste modo, a interface do gestor da construção

com o gestor de contratos é grande e demanda intensa troca de informações.

Operação

Se o equipamento contratado for semelhante a outro em operação, um

simples contato com o operador responsável pode revelar diversos pontos de

atenção sobre o novo fornecimento. Esta área também será responsável pelo

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pedido de acionamento da garantia, pois é quem detecta os defeitos de

funcionamento.

Comercialização

Os contratos de venda de energia são controlados pela área de

comercialização. Esta área demanda constantemente informações sobre os

contratos de aquisição de bens e serviços voltados ao atendimento dos contratos

sob sua responsabilidade, no sentido de assegurar o atendimento dos interesses da

empresa de energia.

Manutenção

Normalmente, o relacionamento da administração do fornecimento é realizado

através da operação. Contudo, as informações do técnico em manutenção sobre o

desempenho de materiais e equipamentos e de prestadores de serviços também

são muito relevantes para a gestão do contrato e no período de garantia técnica.

Órgão de Compras

O ideal é que o administrador de contrato participe das fases finais da

compra. Sua experiência prática ajuda a evitar vícios contratuais, informando ao

futuro contratado e ao comprador o que funcionou e não funcionou na contratação

anterior do mesmo produto. Um procedimento que rende muitos frutos é fazer

reuniões com a presença do comprador e o requisitante, e outra entre comprador e

fornecedor.

Inspeção de Material

Muitos dos pagamentos podem estar associados a eventos (etapas de

fabricação realizadas pelo fornecedor) que tem a aprovação realizada pelo inspetor.

A inspeção atua como os olhos do administrador na fábrica. O inspetor tem

formação específica para fazer a verificação técnica dos progressos da fabricação

do equipamento. Em processos de fabricação complexos devem ser realizadas

inspeções periódicas que evitem desvios do projeto e do cronograma original.

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Recebimento

Fazendo o mesmo tipo de analogia que fizemos com a área de inspeção, se a

inspeção são os olhos do administrador a área de recebimento corresponde aos

seus braços. Seria impossível o administrador estar presente em todos os

recebimentos da companhia, portanto este trabalho é realizado por funcionários que

são treinados para fazer a recepção adequada dos bens entregues pelos

fornecedores. Eles podem estar ligados funcionalmente a almoxarifados

formalizados, como podem também serem funcionários administrativos de algumas

plantas. Comparam o bem que está sendo recebido, com o descrito na nota fiscal e

o instrumento contratual que autoriza a entrega. Quaisquer divergências devem

relatar o mais rápido possível a área de Administração do Fornecimento para que

seja dada uma solução para o problema apresentado.

O que determina o recebedor responsável são as condições contratuais e a

complexidade do bem que está sendo recebido. No caso do fornecimento de

grandes equipamentos, o técnico responsável pode vir a se tornar o recebedor.

Vale ressaltar que existem prazos legais para devolução de bens, para escrituração

de notas fiscais e devolução de impostos. Quanto mais tempo levar a solução mais

complicada ela vai ser. Problemas no recebimento são comuns em qualquer

empresa, a resolução adequada sem criar impactos para o requisitante e para as

áreas fiscais e contábeis, depende da estrutura montada para atender esta

demanda.

Armazenagem

Alguns equipamentos, devido a sua importância para o sistema elétrico da

empresa, têm suas peças sobressalentes adquiridas junto com o equipamento

principal. Nestas ocasiões o relacionamento entre as duas áreas deve ser estreito,

para que informações de acondicionamento e outros requisitos para uma perfeita

estocagem sejam informados pelo fornecedor.

Catalogação de Material

O administrador tem que garantir que qualquer novo atributo agregado ao

equipamento seja verificado pela área de material, com vistas a algum tipo de

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catalogação. As empresas têm adotado a sistemática de codificar todos os bens

que serão adquiridos. Este procedimento facilita o processo de identificação e

rastreamento dos produtos em todos os ciclos organizacionais. Cabe ao

administrador apenas acompanhar e garantir que os atributos geradores dos

códigos iniciais não sejam corrompidos, isto é, que o material recebido seja o

referente ao código inicialmente determinado. Qualquer modificação de algum

atributo do equipamento deve ser avisada ao órgão responsável pela catalogação

de material.

Transporte e Distribuição

Os contratos podem conter cláusulas de transporte do bem adquirido nas

seguintes modalidades:

• O contratante é responsável por retirar o equipamento do chão da

fábrica.

• O contratante é responsável por retirar o equipamento da fábrica. O

fornecedor embarca o equipamento.

• O fornecedor é responsável por transportar até o chão da planta do

contratante.

• O fornecedor é responsável por transportar até a planta do contratante.

O descarregamento é feito pelo contratante.

Tanto a área de transporte do fornecedor quanto a própria contratante devem

ser consultadas, para que o administrador do fornecimento tenha o real

entendimento das necessidades do transporte e passe a atuar como o seu

facilitador. O primeiro contato deve ser interno, colhendo à experiência do

transportador sobre os requisitos necessários a atividade: o tipo mais adequado,

horário permitido de translado e chegada, tempo estimado de embarque e

desembarque, necessidade de utilização de registradores de impactos por causa de

seguros e acionamentos da garantia caso aconteça algum dano no percurso, piso

necessário para o desembarque, normas específicas referentes ao tipo de

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transporte, possíveis sanções advindas e tudo mais que o responsável pela área de

transporte considere.

Gestão de Fornecedores

O eficiente registro do grau de atendimento dos requisitos contratuais

favorece uma boa gestão de fornecedores, isto implica que, o contrário também é

verdadeiro. O administrador deve ter em mente que suas considerações sobre o

comportamento do fornecedor podem ter grandes desdobramentos e implicações.

Elas devem ser baseadas em dados e fatos documentados, sem inferências de

nenhum tipo, pois em uma eventual defesa do fornecedor o escrito valerá como

prova de sua conduta. No caso das empresas do grupo Eletrobras, que tem as suas

empresas interligadas em partes da função gestão de fornecedores, caso o

contratado receba uma penalização por uma das coligadas, todas as demais serão

avisadas, e dependendo da sanção, pode inviabilizá-lo para venda em todo o setor,

durante um período máximo de 2 anos.

Contabilidade

À grosso modo, a contabilidade precisa saber quanto a empresa vale. Para

atingir este objetivo, torna-se fundamental o estabelecimento de requisitos como e

quando o bem foi recebido e por qual valor. Esses dados estão descritos no

contrato e podem ser alterados pela Administração do Fornecimento. Normalmente,

alterações ou encerramento de contas contábeis, códigos de projetos, novos

percentuais de impostos, novos impostos, pagamento de adiantamentos, garantias

monetárias de equipamentos, cauções, devoluções de bens a fornecedores para

conserto e/ou definitivamente e glosa de valores, refletem diretamente no dia a dia

da Administração do Fornecimento.

Com todos esses requisitos em comum, as duas áreas devem trabalhar

afinadas, pois se isto não acontece as conseqüências só costumam ser percebidas

em eventos de auditoria. Outros requisitos que merecem especial atenção são: nota

fiscal, nota de fatura e outros documentos de cobrança. O princípio básico é

simples, todo bem nas dependências da empresa precisa ter uma nota fiscal

referente, e cada nota deve ser paga por nota fatura. Existem notas que tem a

mesma função, fiscal e também a fatura. O administrador do fornecimento tem

como atribuição planejar junto com o representante da área de faturamento do

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fornecedor o melhor tipo de cobrança para atender os requisitos do contrato.

Sempre preservando a relação com as áreas contábeis, financeira, tributária e com

os respectivos fiscos estaduais e municipais. Equipamentos muito grandes não

podem ser recebidos de uma vez só, são transportados em partes em diferentes

veículos, e cada um precisa circular com uma nota fiscal. Essas devem ser

cobradas por uma ou mais faturas, que podem não ser pagas integralmente devido

a valores antecipados realizados por recibos ou outro tipo de cobrança peculiar.

O objetivo desta pequena exemplificação é evidenciar a complexidade que

uma simples operação de recebimento e pagamento de um equipamento pode

alcançar. A consideração pelos requisitos contábeis deve ser extremamente

cuidadosa em operações como esta, sob pena, para contratante e contratado, de

não conformidades relacionadas a escrituração de notas em livros fiscais e

comprometimentos tributários, podendo implicar em futuras multas.

Controle Orçamentário

Um equipamento só deve ser contratado se existir um referente orçamento.

Portanto todos os itens listados em um instrumento contratual assinado entre as

partes possuem uma dotação orçamentária, que por inúmeros motivos, podem ser

reduzidas e até canceladas. Casos que merecem especial atenção são os

financiamentos por órgãos externos a empresa, no caso das estatais, BNDES,

BIRD, BID ou qualquer outro financiador. Em alguns desses contratos existe uma

cláusula de tempo para retirada do dinheiro. Não funciona como uma conta

bancária, no qual basta ter saldo em conta para a qualquer momento realizar o

saque. Caso o projeto não se encerre dentro do prazo estimado no contrato de

financiamento, mesmo existindo saldo, não se pode efetuar mais o desembolso.

Assim, a alternativa seria utilizar o capital próprio ou contrair um novo empréstimo.

Portanto, como a Administração do Fornecimento é a responsável pelas datas

de eventos de adiantamentos, datas de entregas dos bens e referidas habilitações

de pagamentos, para que “contas a pagar” deposite o dinheiro na conta do

contratado, é prudente mantê-la informada sobre a data final do financiamento.

Sempre que houver uma solicitação de aumento de quantidade e de atributos de

um bem contratado, acontecerá, por conseqüência, um aumento no valor do

contrato. Nesses casos é de responsabilidade do administrador consultar a área de

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orçamento, com vista a uma aprovação, antes que o aditamento contratual seja

assinado.

Prorrogações de entrega, apesar de normalmente não estarem diretamente

relacionadas a aumento de valor, merecem o mesmo tratamento, para evitar o

desconforto de que na época devida (prorrogada) o dinheiro não possa ser liberado.

Em algumas organizações a figura do “orçamento” pode nem existir, mas no caso

das empresas do governo, o valor orçado em um ano, não migra para o outro.

Conseqüentemente a prorrogação de qualquer dispêndio para o ano seguinte, deve

implicar na liberação da verba referente, para que seja utilizada para outros fins

dentro do mesmo exercício, desde que na mesma unidade orçamentária, exemplo:

mesmo projeto ou programa.

Desta forma, se o administrador do fornecimento não avisar a área de

orçamento sobre o deslocamento da data, o dinheiro será perdido. Esse

relacionamento é vital para uma gestão eficaz de uma empresa, pois avançando

nas conseqüências do caso relatado no parágrafo anterior, significa que se o

equipamento for entregue no outro ano do orçamento originariamente previsto, e a

previsão deste fato não for transmitida a área de orçamento dentro de um prazo

exeqüível para reutilização daquela dotação orçamentária, o custo do equipamento

terá preliminarmente um aumento de 100%. Seguramente, todo o esforço feito pela

área de planejamento na otimização do projeto; o estudo de mercado para

determinar a melhor época da aquisição realizada por planejamento de compras; e

pelo comprador para obter menor preço na licitação, serão perdidos em muitas

ocasiões.

Contas a Pagar

Trata-se de um dos relacionamentos chaves de qualquer empresa: a

liberação do dinheiro na devida data para que seja depositado na conta de

fornecedor. O fato é que valores cobrados diferentes dos contratualmente

estabelecidos não são exceções. O habilitador do pagamento, que não precisa ser

o administrador, caso utilizemos conceitos de auditoria/segurança, deverá resolver

o caso, antes de encaminhar, ao “contas a pagar”, o valor a ser depositado na

conta do fornecedor. As informações referentes a impostos e valor do bem, devem

estar de acordo com as normas fiscais e tributárias, sobre pena de serem aplicadas

multas contra a empresa. Apesar de o contrato informar o prazo do desembolso e o

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habilitador de pagamento informar quanto é devido ao fornecedor, é atributo do

“contas a pagar” decidir qual e quando o valor vai ser entregue ao contratado, seja

por razões de falta de caixa, dívidas não sanadas do fornecedor, multas, etc. A

administração deve apenas ser informada do acontecido, para caso seja indagada

sobre assunto, possa explicar corretamente, demonstrando a unidade da empresa.

Se a previsão de caixa, também for realizada com base nas datas previstas

de pagamentos dos eventos contratuais, que são geridas pelo administrador,

contas pagar pode avisar a Administração do Fornecimento sobre eventuais faltas

de recursos, permitindo ações de antecipação ou prorrogação de prazos sem

incidência de multas.

A nota fiscal e fatura são documentos da empresa, que hora estão na mão do

recebedor, depois na Administração do Fornecimento, passa em contas a pagar,

tesouraria, contabilidade e será arquivada em algum lugar, para consultas dentro do

período legalmente estabelecido por alguma lei. Caso não se tenha uma visão de

processo e sim em estruturas verticais, comumente as autorizações, certificados de

liberação de eventos, de entregas, de inspeções, instrumentos contratuais, etc.

serão duplicados por fotocópias, exigindo dos órgãos manutenção de arquivos

separados dos mesmos documentos, criando custos extras ao processo de

pagamento, por pura desconfiança organizacional.

Área Tributária

A relação com a Administração do Fornecimento tem tudo para ser bem

simples, caso tudo seja bem planejado. Os dados do planejamento tributário são

incluídos na fase da compra, cabendo ao administrador fazer o papel antecipado da

fiscalização. Glosas de valores devem ser acompanhadas de acertos nos

referentes impostos, utilizando os meios legais cabíveis.

Existem tributos que implicam em responsabilidade solidária, isto é, se uma

das empresas sonegar a outra também arcará com as multas. Portanto o

administrador do contrato e o habilitador de pagamento devem ser treinados

rotineiramente pela área de tributação.

Quando a empresa possui suas filiais em vários estados, o relacionamento se

torna mais estreito. Os estados brasileiros possuem legislação e tributação

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diferentes para produtos. Aquisições de equipamentos com agregação de serviços

devem ter seu planejamento tributário muito bem planejado, tendo em vista que o

ISS é um imposto municipal.

Endereços precisos, validade de CNPJ e inscrições estaduais, mudança de

alíquotas e de forma de cálculos dos impostos (ICMS, IPI, PIS, COFINS, etc.)

devem ser motivo de constante interação entre as duas áreas.

Não é incomum transportadores e fiscais da receita não se entenderem em

postos de fiscalizações nas estradas brasileiras. Quando isto acontece à

Administração do Fornecimento é acionada para resolver a situação. O

administrador, não é o especialista no assunto, portanto deve se apoiar nas

informações das áreas tributária e jurídica. Prevendo esses casos, as três áreas

devem se reunir e acertar antecipadamente às atribuições, responsabilidades e

ações a serem realizadas nestas situações. A retenção de um transporte, ou pior,

de um comboio com equipamentos de grande valor monetário, pode implicar em

custos de multas diárias altíssimos, processos por perdas e danos, lucro cessante,

condições insalubres dos motoristas e outros mais, além de impactar no

cronograma de obra e seus custos extras.

Área Jurídica

Esta relação varia de acordo com as normas internas de cada empresa.

Basicamente, os contratos têm algumas cláusulas que remetem ou são derivadas

de leis. Não que os administradores não tenham capacidade de interpretar todas as

cláusulas que estão nos instrumentos contratuais, mas sobre algumas delas, esta

função é atribuição de advogados.

Não é incomum a Administração de Fornecimento solicitar pareceres que

informem como proceder dentro dos preceitos da lei para situações ocorridas. O

relacionamento com a parte jurídica do fornecedor também acontece. Justificativas

de multas ou outro tipo de penalizações e discordância sobre interpretação de uma

cláusulas contratuais. São normalmente elaboradas por advogados. O que

normalmente a Administração do Fornecimento espera da sua área jurídica é que

ela não se omita, não fique “em cima do muro”, emita um documento com uma

solução para o caso solicitado.

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Desembaraço Alfandegário

Se a empresa tiver importações de bens, deve ter um especialista sobre

assunto em seus quadros, tendo em vista complexidade derivada das constantes

mudanças de regras desta área governamental, bem como o jeito peculiar de

relacionamento com as empresas do setor.

Contratar empresas despachantes ou terceirizar estes serviços de

acompanhamento são decisões sábias, caso o foco da empresa não seja o de

importação. Mudanças na economia podem inviabilizar rapidamente todo um

investimento em desenvolver pessoas especializadas neste tipo de operação. Os

prazos de pagamento de taxas, impostos e guias são bem pequenos e exigem uma

estrutura mais dinâmica do que as aquisições nacionais.

Fornecedor

Em teoria o principal relacionamento da Administração do Fornecimento é

com o Fornecedor, afinal ele é o motivo de existir um fornecimento contratado. A

primeira ação a ser realizada com o Fornecedor é uma reunião para leitura,

interpretação e entendimento conjunto das cláusulas contratuais. As presenças do

administrador do fornecedor e do gestor do contratado são imprescindíveis. Outro

ator essencial é o responsável pelo faturamento, pois é um dos assuntos

nevrálgicos do fornecimento. Nesta primeira reunião devesse começar a se planejar

qual a melhor forma de cobrança contratual. A possibilidade de utilização de algum

novo benefício fiscal e se haverá necessidade de consulta a fiscos ou áreas

jurídicas das duas empresas, para se efetivar o que está sendo planejado.

O administrador do fornecimento deve levar uma lista, com pontos relevantes

sobre cada cláusula do instrumento contratual, derivada do acúmulo de

conhecimento dos fornecimentos semelhantes anteriores. Em verdade estes

conhecimentos deveriam se transformar em instruções, cláusulas ou de alguma

forma serem introduzidos no texto contratual, mas por inúmeras questões isto às

vezes não acontece.

Deve ser explicado para o contratado como é a estrutura organizacional da

empresa e as atribuições das áreas que ela pode vir a se relacionar. Este

procedimento visa evitar que sejam criados constrangimentos de mandos e

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desmandos, por quem não tem a autorização necessária para tomada de decisão.

Esta questão, e os entendimentos sobre alguns procedimentos específicos para

fases do fornecimento devem ser registrados em ata.

O diligenciamento deve ser realizado de forma sistemática, demonstrando o

comprometimento com a gestão do fornecimento. Este pode ser planejado com o

próprio fornecedor, envolvendo suas áreas relacionadas ao fornecimento.

Incursões a fábrica junto com o gestor do contratado ou acompanhando o inspetor

em suas atuações são muito relevantes, pois em boa parte de nossa cultura o

relacionamento pessoal “abre portas” e facilita entendimentos, como relatado na

revisão da literatura.

As ações do administrador do fornecimento devem sempre antecipadas as

ações do fornecedor e as etapas contratuais. Ele deve garantir que tudo que seja

realizado pelo fornecedor tenha respaldo contratual, o que nem sempre é uma

tarefa fácil.

Alta Administração

A Administração do Fornecimento tem como uma de suas atribuições divulgar

informações sobre como está se desenvolvendo nos trabalhos referentes aos

contratos por ela administrado. Outra atribuição importante é a liberação dos

pagamentos referentes aos instrumentos contratuais. Estes dois fatores

determinam que estejam sobre sua responsabilidade processos que determinam o

futuro organizacional. Boa parte do fluxo de caixa da empresa, derivado dos

recursos gastos com investimentos, são geridos pela Administração do

Fornecimento. Portanto, parte das atenções da alta administração, deveria estar

voltada para esta área, mas na certeza que tudo acontece como previsto no

contrato, os gestores das empresas costumam apenas olhar relatórios sumários,

sem ter idéia da quantidade de não conformidades que elevam os custos das

aquisições, como nos exemplos citados anteriormente.

Intervenções nos procedimentos da Administração do Fornecimento por parte

da alta administração não são incomuns. Essas intervenções, como não são

planejadas, devem ser muito bem documentadas para evitar futuras atribuições de

responsabilidades por atos que geraram prejuízo.

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Auditoria Interna e controle externo

A falta de sistematização das atividades da Administração do Fornecimento gera

uma fonte quase que inesgotável de problemas, capaz de repercutir em quase

todas as áreas que se relacionam no processo de fornecimento por vários anos. As

regras, que os auditores esperam que a Administração do Fornecimento siga,

devem refletir os anseios dos administradores. Os pontos de controle são

fundamentais para uma boa administração do contrato.

Uma regra básica que deve ser observada pelo gerente da Administração do

Fornecimento é de orientar a seus subordinados que atuem visando evitar

levantamentos futuros sobre o que foi realizado nos contratos. Este simples

conceito traz consigo uma série de cuidados que devemos tomar, para que outras

pessoas que não estejam afinadas com o assunto, consigam sem esforço, chegar

as mesmas conclusões de quem analisou os processos originalmente.

Se forem aprovados pagamentos com o valor diferente do contratualmente

previsto e não ficar registrado por escrito, sob alguma forma, como se chegou à

aquela conclusão, estarão gerando ponto grave de auditoria. Caso este pagamento

venha ser questionado, alguns meses após a sua efetivação, provavelmente terá

que repetir tudo o que foi já foi feito para chegar ao mesmo valor, em vez de

apenas conferir o que já tinha sido realizado.

Ressaltamos que os levantamentos realizados por contratante junto com

contratado ou isoladamente são tomadores de tempo, e na maioria dos casos

derivada de falta de sistematização dos procedimentos que regem as atividades da

Administração do Fornecimento.

Nos escritórios são realizados os levantamentos burocráticos. Procura-se

descobrir valores pagos (a menor e a maior), documentos para todos os registros,

documentos que faltam e se faltam, etc. Por falta também de uma sistematização

desta atividade de procurar e refazer o que não foi feito ou o que foi feito errado,

acaba sendo muito maior do que deveria.

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4.3. Levantamento de oportunidades para melhoria da administração de

contratos

Estas áreas formam um elenco preliminar para orientar o levantamento do

processo de Administração do fornecimento, foco da presente pesquisa. Elas não

são, necessariamente, áreas formais do organograma funcional da empresa, mas

representam relacionamentos importantes para o processo de administração

fornecimento.

As crescentes mudanças no cenário de negócios geram a necessidade de

procurar modelos de gestão que possam responder às novas condições de

concorrência. O melhor delineamento de sistemas inicia com um cuidadoso estudo

da forma como as operações são realizadas e resulta na determinação de quais

informações deverão ser guardadas e relatadas. Assim, em um primeiro momento,

torna-se necessário o mapeamento das entradas e saídas do processo, para que

se tenha uma visão sistêmica do objeto de estudo (DATZ et al., 2004).

O “Process Mapping” (PM) surge como uma excelente alternativa para

implementação de estratégias de gestão (custos, processos, relacionamentos,

recursos, etc.), uma vez que a visão mais abrangente e de integração das funções

organizacionais, pode prover informações qualitativa e quantitativamente ideais ao

sucesso destas estratégias.

Pode-se dizer que existem vantagens a serem obtidas com a gestão por

processos, uma vez que proporciona resultados significativos como ferramenta de

melhoria do desempenho empresarial. Mas é importante ressaltar que a maior parte

das iniciativas relacionadas a essa forma de “enxergar” e gerenciar o negócio só

será bem sucedida se as iniciativas de implementação partirem da diretoria e se

houver estratégias de conscientização de todos os funcionários em relação ao valor

do compartilhamento das informações de cada departamento em prol do objetivo

comum: a rentabilidade do negócio.

Associado às estratégias de custo (custeio baseado em atividades, custo total

de propriedade, entre outros) o PM pode ainda contribuir para um planejamento

operacional mais racional e, com isso, para o aumento de margens tanto pela

redução de custos quanto pelo aumento da percepção de valor (DATZ et al., 2004).

A redução de tempos e custos contribui para maior eficiência organizacional. Além

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disso, ao analisar a seqüência de operações, utilização e alocação de recursos, é

possível identificar oportunidades de melhorias.

De um lado os mapas das operações contemplam estas opções e dão

subsídios para uma análise mais realista dos custos do serviço que utilizará esta

atividade e, conseqüentemente, terá mais esta parcela a ser considerada no seu

custo total. É importante ressaltar que ao analisar serviços ou produtos sem as

alternativas apresentadas no desenho dos processos, a alocação de custos poderá

deixar de considerar custos relevantes ou ainda pode-se contemplar custos a mais

ou a menos, conduzindo a erros que poderão resultar em grandes distorções no

resultado final.

Do outro, as informações de custos obtidos a partir de uma estratégia de

custeio, se bem implementadas e adequadas em exatidão, poderão ser utilizadas

para uma avaliação profunda do objeto do negócio, tornando possível propor tanto

melhorias nos processos, como novas formas de relacionamento com clientes e

fornecedores. Dessa forma, os processos poderão ser modificados, cancelando-se

ou redesenhando-se algumas atividades e procedimentos; os contratos com

clientes e fornecedores poderão ser renegociados ou cancelados; a força de

trabalho e os recursos em geral poderão ser redimensionados. Assim, uma

estratégia de custeio orientada pelo mapeamento de processos de negócios,

proporcionará um efeito sinérgico capaz de gerar as informações necessárias para

uma gestão mais inteligente dos recursos e de relacionamentos com clientes e

fornecedores.

A partir destes conceitos, a metodologia de desenvolvimento de um sistema

protótipo considerou a realização de um diagnóstico parcial das atividades, visando

determinar as principais atividades do processo de gestão de contrato da empresa

e a estrutura do fluxo de informações e respectivos responsáveis (workflow). Desta

forma, foi aplicado um questionário a alguns gestores de contratos da empresa

estudada, simulando uma situação hipotética de um contrato que fosse gerenciado

através do formulário apresentado.

A primeira parte do questionário visou traçar os objetivos, através do

levantamento das atividades da empresa no processo de gestão de contrato. A

identificação do contrato foi do gerente é o primeiro item a ser preenchido. A etapa

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posterior tratou da descrição resumida do processo. As atividades do processo

foram listadas e posteriormente apresentadas no “workflow” desenvolvido a partir

das informações coletadas. A lista dessas atividades será apresentada mais a

diante.

Cada ponto detalhado continha um conjunto de questões rotineiras. Estas

questões estão listadas a seguir:

a. Qual input da atividade? Quem ou qual órgão fornece o input?

b. Qual o resultado da atividade? Quem ou qual órgão recebe?

c. Quais as interfaces da atividade com outras atividades ou processos?

Quais seriam estes e seus respectivos órgãos de execução?

d. Essa atividade tem se constituído em gargalo do processo? Existem

problemas relacionados à atividade? Quais? (Caso a atividade não seja

gargalo ou não tenha problemas relevantes, pular f e g)

e. O que pode dar errado na execução da atividade? Informações, inputs

errados ou de baixa qualidade, procedimentos da atividade mal

executados, outros.

f. Qual seria o mecanismo de controle que poderia monitorar e evitar os

erros?

g. Existem normas ou regulamentos específicos que regem a atividade?

h. A atividade depende ou tem sistemas de Tecnologia da informação para

sua realização?

i. O que você acha que poderia ser melhorado na atividade para que ela

apresente um desempenho adequado?

j. Você acha que qual atividade poderia ter um indicador de desempenho?

k. Você identifica algum potencial conflito entre essa atividade e outra do

sistema em tela? Descreva.

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82

As principais funcionalidades pesquisadas para sistematização do “workflow”

do sistema protótipo foram:

• Definir o Gestor contratual;

• Definir o Projeto Básico do empreendimento, quando for o caso,

conhecendo seus objetivos;

• Acompanhar o processo licitatório na fase de elaboração do edital;

• Assinatura do Contrato;

• Cadastrar o contrato: Conhecer o contrato, identificando os pontos

chaves de sucesso da realização do mesmo;

• Desenhar e aprovar Workflow: desenvolver junto com o setor

responsável pelo projeto e a requisição o workflow do acompanhamento

do contrato;

• Gerenciar execução do contrato, realizando as atividades do “workflow”;

• Executar processos financeiros da Empresa;

• Executar processos administrativos: abrir processo administrativo para

anexar o projeto básico devidamente aprovado pela autoridade

competente;

• Divulgar informações e tirar dúvidas, tais como: informar ao órgão sobre

programação orçamentária e financeira, até XX de (mês YYY) de cada

ano; as obrigações financeiras não liquidadas no exercício, visando à

obtenção de reforço; cancelamento e/ou inscrição de saldos de

empenho à conta de restos a pagar; e, esclarecer dúvidas do

preposto/representante da contratada. Quando lhe faltar

competência/conhecimento, solicitar ao órgão competente

esclarecimentos de dúvidas relativas ao contrato sob sua

responsabilidade.

• Finalização do Contrato.

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83

• P

rocessos Auxiliares: aditam

ento, penalidades, revisões de contrato e

avaliação de fornecedores.

A partir das inform

ações levantadas montou-se um

a versão preliminar do

processo de gestão de contrato da empresa estudada. A

seguir é apresentada a

última versão da cadeia de agregação de valor do processo de C

LM e seus

predecessores (Figura 4.1), seguido de um

a também

versão preliminar da estrutura

de fluxo dos macroprocessos do C

LM (F

igura 4.2).

Figura

4.1. F

luxograma

da C

adeia de

Agregação

de V

alor do

CLM

e

seus

predecessores.

Projetos a serem

realizados

Definir projetos Definir projetos

resultantes do resultantes do

planejamentoplanejamento

Projeto básico definido

Definir projeto Definir projeto

bbáásico e seus sico e seus

respectivos respectivos

contratoscontratos

Requisitos definidos

Projeto BProjeto Báásicosico

Contrato definido

Realizar Realizar

processo processo

licitatlicitatóório para rio para

um contratoum contrato

Contrato assinado

Definir um Definir um

contratocontrato

Gerente do

contrato definido

Definir o Definir o

gerente do gerente do

contratocontrato

Informações

catalogadas

Analisar Analisar

contrato e seus contrato e seus

predecessorespredecessores

Workflow aprovado

Elaborar e Elaborar e

aprovar aprovar

workflowworkflow

Orçamento alocado

Processos Processos

financeirosfinanceiros

Processos realizados

Processo Processo

administrativoadministrativo

Dívidas esclarecidas

DDúúvidasvidas

Arquivamento

do contrato

FinalizaFinalizaççãoão

do contratodo contrato

Elaborar e Elaborar e

aprovar aprovar

workflowworkflow

Todas atividades

realizadas

Projetos a serem

realizados

Definir projetos Definir projetos

resultantes do resultantes do

planejamentoplanejamento

Projeto básico definido

Definir projeto Definir projeto

bbáásico e seus sico e seus

respectivos respectivos

contratoscontratos

Requisitos definidos

Projeto BProjeto Báásicosico

Contrato definido

Realizar Realizar

processo processo

licitatlicitatóório para rio para

um contratoum contrato

Contrato assinado

Definir um Definir um

contratocontrato

Gerente do

contrato definido

Definir o Definir o

gerente do gerente do

contratocontrato

Informações

catalogadas

Analisar Analisar

contrato e seus contrato e seus

predecessorespredecessores

Workflow aprovado

Elaborar e Elaborar e

aprovar aprovar

workflowworkflow

Orçamento alocado

Processos Processos

financeirosfinanceiros

Processos realizados

Processo Processo

administrativoadministrativo

Dívidas esclarecidas

DDúúvidasvidas

Arquivamento

do contrato

FinalizaFinalizaççãoão

do contratodo contrato

Elaborar e Elaborar e

aprovar aprovar

workflowworkflow

Todas atividades

realizadas

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Figura 4.2. Estrutura do macroprocesso de administração de contratos.

EEllaabboorraarr ee pprroodduuzziirr

ccoonnssuullttaass

AAnnaalliissaarr ee ccaattaallooggaarr aass

iinnffoorrmmaaççõõeess ddoo ccoonnttrraattoo

AAvvaalliiaarr ffoorrnneecceeddoorreess

PPrroodduuzziirr rreellaattóórriiooss

ggeerreenncciiaaiiss ssoobbrree ooss ccoonnttrraattooss

DDiivvuullggaarr iinnffoorrmmaaççõõeess ee ttiirraarr ddúúvviiddaass

FFiinnaalliizzaarr oo ccoonnttrraattoo

RReevveerr vvaalloorreess ccoonnttrraattuuaaiiss

AAnnaalliissaarr ee

ccaattaallooggaarr aass iinnffoorrmmaaççõõeess ddee

lliicciittaaççããoo

EExxeeccuuttaarr pprroocceessssooss

aaddmmiinniissttrraattiivvooss

GGeerreenncciiaarr aa eexxeeccuuççããoo ddoo

ccoonnttrraattoo

AApplliiccaarr ppeennaalliiddaaddeess

EExxeeccuuttaarr

pprroocceessssooss ffiinnaanncceeiirrooss

CCaaddaassttrraarr oo

ccoonnttrraattoo

DDeesseennhhaarr ee aapprroovvaarr oo

wwoorrkkffllooww ddoo ccoonnttrraattoo

FFaazzeerr

aaddiittaammeennttoo aaoo ccoonnttrraattoo

AAnnaalliissaarr ee ccaattaallooggaarr aass

iinnffoorrmmaaççõõeess ddoo PPrroojjeettoo BBáássiiccoo

DDeeffiinniirr oo ggeessttoorr

ddoo ccoonnttrraattoo

PPrroojjeettoo BBáássiiccoo

LLiicciittaaççããoo

CCoonnttrraattoo

Atividades relacionadas ao

contrato

Atividades de

gerenciamento

do contrato

Processos

auxiliares

Atividades de

contratação

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4.4. O fluxo de atividades da administração de contratos através do sistema

protótipo e os benefícios esperados

Buscou-se mapear as rotinas de gerenciamento e, posteriormente, dentro de

cada macro processo criar rotinas específicas (figura 4.2). O fluxograma foi dividido

em cinco processos: (i) atividades de contratação; (ii) atividades relacionadas ao

contrato; (iii) atividades de gerenciamento, e (iv) processos auxiliares (v) relatórios

gerenciais e consultas sobre os contratos. Os resultados são expressos através de

relatórios gerenciais e de consultas sobre os contratos. No processo de contração é

definido o projeto básico onde são estabelecidas as especificações do contrato,

com informações detalhadas sobre o objeto do contrato e demais elementos para o

processo licitatório.

Na etapa que se refere ao contrato define-se primeiramente quem será o

gerente com perfil adequado para assumir o contrato. São identificados entre os

profissionais da organização que estejam qualificados e que atendam aos requisitos

de gestor de contratos e ainda tenha disponibilidade para executar a gestão do

contrato em tela.

Cabe também ao Gestor de contrato desenhar e aprovar o “workflow” do

contrato, rever valores contratuais (valores corrigidos), analisar a revisão de valores

do contrato e incorporar os resultados da análise aos fluxos de gestão do contrato.

O sistema protótipo deve ter um mecanismo de definição de atividades

parametrizáveis, este deve permitir ao gestor do contrato obter respostas imediatas.

Os “workflows” parametrizáveis devem permitir que o gestor acompanhe todo

o processo desde a solicitação inicial até o arquivamento do contrato assinado e

chancelado. Desta forma, deve haver um mecanismo de registro de atividades

relacionadas pré-contrato. Ele deve permitir que o requisitante do produto ou

serviço saiba a qualquer momento como está o andamento do contrato. O gestor do

contrato deve poder identificar a qualquer momento os responsáveis e prazos de

execução de cada atividade, os gargalos que estão emperrando o processo, os

tipos de solicitação mais comuns, etc.

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O Gestor do contrato deverá realizar as atividades previstas no “workflow”,

fazendo os ajustes necessários e atingindo o objetivo da contratação; executar

processos financeiros da empresa, identificar e preparar os processos financeiros

relacionados ao contrato em tela, executar processos administrativos, identificar e

preparar os processos administrativos relacionados ao contrato em tela e produzir

relatórios gerenciais sobre os contratos para Diretoria, Superintendência,

Departamentos, Divisões, órgãos externos.

O Gestor acompanhará a execução do workflow até o encerramento do

contrato e de todas as pendências em aberto. Todas as atividades deverão ser

monitoradas, registradas e informadas às partes envolvidas.

O principal objetivo do sistema proposto é minimizar o número de não

conformidades que acontecem na fase de administração de fornecimento de

contratos de materiais e serviços do Setor Elétrico, reduzindo custos e riscos para

Contratante e Contratado. Suportando a Gestão dos Contratos, adicionando

informações e funcionalidades aos sistemas corporativos existentes. Desse modo o

sistema deve, na medida do possível, trazer os seguintes benefícios para as partes

interessadas:

Alta direção da Empresa e órgãos fiscalizadores internos e externos

• Aumentar a transparência da administração de contratos;

• Prover maior confiabilidade, transparência e menores custos da gestão

dos Instrumentos Contratuais;

• Reduzir os riscos financeiros e legais (“compliance”).

Fornecedores

• Dar maior segurança aos fornecedores, diminuindo o custo estimado

dos imprevistos nas novas licitações.

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Gestor de contratos

• Proporcionar a possibilidade de padronização da função administração

de contratos;

• Minimizar o tempo dos gestores dos contratos em apuração e resolução

de problemas causados por não conformidades administrativas;

• Apurar os custos adicionais referentes a ocorrência de não

conformidades durante a administração de contratos;

• Disponibilizar a base de dados para desenvolvimento da gestão

administrativa dos fornecedores;

• Registrar a história administrativa ou servir como repositório de

conhecimento administrativo específico por material ou equipamento e

serviço contratado;

• Padronizar os processos de qualificação e avaliação de fornecedores;

• Controlar efetivamente a documentação habilitante de fornecedores e

clientes;

• Melhorar o conhecimento e os processos de elaboração e

administração de Contratos do setor elétrico;

• Prover um repositório de contratos centralizado e acessível por toda a

Empresa;

• Disseminar e nivelar o conhecimento relacionado à gestão do contrato;

• Acompanhar os eventos do contrato;

• Reduzir a probabilidade de mudanças nos cronogramas físicos e

financeiros.

Todos os atores envolvidos

• Consultas em tempo real da situação das etapas do fornecimento, por

qualquer um dos autorizados;

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• Permitir a avaliação eletrônica do desempenho das diversas áreas das

empresas envolvidas;

• Disponibilizar alertas automáticos de divergências e vencimentos;

• Monitorar automaticamente de obrigações e acordos de nível de serviço

(“Service Level Agreements - SLAs”);

• Contribuir para celeridade dos processos de novos contratos;

• Promover a celeridade na administração dos documentos envolvidos

nos contratos;

• Facilitar a integração dos processos do CLM com o software de

“Enterprise Resource Planning” (ERP) da Empresa.

• Armazenar ocorrências de forma estruturada e centralizada;

• Disponibilizar informações confiáveis e de forma prática;

• Promover a maior interação entre as partes envolvidas no

desenvolvimento do contrato.

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89

CAPÍTULO 5. DESESNVOLVIMENTO DO SISTEMA

PROTÓTIPO

5.1. Caracterização do sistema

O sistema protótipo baseado na metodologia CLM trata-se de um software

multiusuário e multitarefa para gestão de contratos, cujos dados são armazenados

e acessados do banco de dados a partir dos conceitos de “Software as a Service”

(SaaS) e “Web Application”, ambos integrantes da tecnologia de “Clouding

Computing”, conforme Figura 5.1.

Adaptado de MENKEN e BLOKDIJK (2010) .

Figura 5.1. Representação de sistemas em Rede.

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90

“Softwares” como um serviço (SaaS)

Os “softwares” como um serviço (SaaS) mudaram a forma como os softwares

são armazenadas e acessadas. Tradicionalmente, os aplicativos eram instalados e

residam na mesma máquina. No entanto, o SaaS mudou isto ao hospedar o

aplicativo em um “software” remoto. Estas aplicações e serviços são então

acessados por usuários remotos via “internet” .

O SaaS pode ser classificado em duas categorias:

• Serviços orientados ao negócio: Este tipo de SaaS envolve a oferta de

soluções voltadas para processos de negócios, tais como: serviços de

gestão de produtos ou aplicações de relações com os clientes.

• Serviços orientados ao mercado: trata-se de “software” de solução para

o público em geral.

Aplicação Web

Conforme FOWLER e STANWICK [18], uma aplicação “web” na maioria das

vezes permite o usuário fazer coisas e salvá-las, em contrapartida, páginas

eletrônicas na maioria das vezes apenas provêem informações. Aplicações Web e

páginas são similares, pois ambas são gráficas, ambas mostram logos e outras

informações corporativas.

Sistema multiusuário

A palavra multiusuário é um termo que define um sistema operacional que

permite acesso simultâneo de múltiplos usuários ao computador. Todos os

sistemas de tempo compartilhado são sistemas multiusuários, mas a maioria dos

sistemas de processamento em lote para “mainframes” também são, para evitar

deixar a UCP ociosa enquanto espera que operações de entrada/saída sejam

concluídas. O exemplo mais óbvio é um servidor UNIX, onde múltiplos usuários têm

acesso via Telnet ou SSH ao "prompt" do “shell” do Unix ao mesmo tempo. Outro

exemplo, usa várias sessões do espalhadas por múltiplos monitores alimentados

por uma única máquina.

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O termo oposto, monousuário, é usado mais comumente quando se fala

sobre um sistema operacional utilizável por uma pessoa de cada vez, ou em

referência a um termo de uso individual de “software”.

As características de um sistema multiusuário permitem ao operador ou aos

operadores realizarem tarefas distintas em cada terminal, com ótima performance.

Por exemplo, de um terminal pode-se imprimir relatórios, de outro podem receber

eventos e de outro terminal controlar os eventos. O sistema operacional

multiusuário permite que mais de um usuário acesse o computador ao mesmo

tempo. É claro que, para tanto, o sistema operacional multiusuário também tem de

ser multitarefa (ex.: UNIX e Linux).

O sistema multitarefa diz respeito a característica dos sistemas operacionais

que permite repartir a utilização do processador entre várias tarefas

simultaneamente, permitindo acesso simultâneo de múltiplos usuários ao

computador. Geralmente, são sistemas operacionais que permitem executar mais

de uma tarefa ao mesmo tempo. Porém, para que esse tipo de coisa seja

plenamente realizada, torna-se necessário a utilização de uma máquina com duplo

processamento, seja duplo núcleo de processador (uma espécie de processador

dividido em dois), seja dois processadores na mesma placa mãe.

Sistema de gestão de banco de dados

Um banco de dados é uma entidade na qual é possível armazenar dados de

maneira estruturada e com a menor redundância possível. Estes dados devem

poder ser utilizadas por programas, por usuários diferentes. Assim, a noção básica

de dados é acoplada geralmente a uma rede, a fim de poder pôr, conjuntamente,

estas informações, daí o nome banco. Fala-se, geralmente, de sistema de

informação para designar toda a estrutura que reúne os meios organizados para

poder compartilhar dados.

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Figura 5.2. Estrutura de acesso a um banco de dados.

Um banco de dados permite pôr dados à disposição de usuários para uma

consulta, uma introdução ou uma atualização, assegurando-se dos direitos

atribuídos a estes últimos. Isso é ainda mais útil quando os dados informáticos são

cada vez mais numerosos.

Um banco de dados pode ser local, quer dizer utilizável em uma máquina por

um usuário, ou repartida, quer dizer que as informações são armazenadas em

máquinas distantes e acessíveis por rede. A vantagem essencial da utilização dos

bancos de dados é a possibilidade de poder ser acessada por vários usuários,

simultaneamente.

A fim de poder controlar os dados bem como os usuários, a necessidade de

um sistema de gestão fez-se necessária. O SGBD (sistema de gestão de bancos de

dados) ou em inglês DBMS (“Database Managment System”) é um conjunto de

serviços (aplicações “software”) que permitem gerenciar os bancos de dados, quer

dizer :

• Permitir o acesso aos dados de maneira simples;

• Autorizar um acesso às informações a múltiplos usuários;

• Manipular os dados presentes no banco de dados (inserção, supressão,

modificação).

Cliente

Servidor

Banco de Dados

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Figura 5.3. Exemplo de um SGBD.

O SGBD pode decompor-se em três subsistemas:

• O sistema de gestão de arquivos: permite o armazenamento das

informações num suporte físico;

• O SGBD interno: gerencia a emissão das informações;

• O SGBD externo: representa a interface com o usuário.

O primeiro SGBD comercial surgiu no final de 1960 com base nos primitivos

sistemas de arquivos disponíveis na época, os quais não controlavam o acesso

concorrente por vários usuários ou processos.

Os SGBDs evoluíram desses sistemas de arquivos de armazenamento em

disco, criando novas estruturas de dados com o objetivo de armazenar

informações. Com o tempo, os SGBDs passaram a utilizar diferentes formas de

representação, ou modelos de dados, para descrever a estrutura das informações

contidas em seus bancos de dados. Os principais SGBDs são os seguintes:

• Borland Paradox

• Filemaker

• IBM DB2

Aplicação

Terminal

SGBD Externo

SGBD Interno

Gestão de arquivos

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• Ingres

• Interbase

• Microsoft SQL server

• Microsoft Access

• Microsoft FoxPro

• Oracle

• Sybase

• MySQL

• PostgreSQL

• mSQL

• SQL Server 11

Existem cinco modelos de SGBD, diferenciados de acordo com a

representação dos dados que contêm:

• O modelo hierárquico : os dados são classificados hierarquicamente, de

acordo com uma arborescência descendente. Este modelo utiliza

apontadores entre os diferentes registros. Trata-se do primeiro modelo

de SGBD.

Figura 5.4. Estrutura do modelo de SGBD hierárquico.

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• O modelo rede: como o modelo hierárquico, este modelo utiliza

apontadores para os registros. Contudo, a estrutura já não é

necessariamente arborescente no sentido descendente.

Fgura 5.5. Estrutura do modelo de SGBD em rede.

• O modelo relacional (SGBDR, Sistema de gestão de bancos de dados

relacionais): os dados são registrados em duas dimensões (linhas e

colunas). A manipulação destes dados faz-se de acordo com a teoria

matemática das relações.

Figura 5.6. Estrutura do modelo de SGBD relacional.

• O modelo dedutivo: os dados são representados sob a forma de tabela,

mas a sua manipulação faz-se por cálculo de predicados.

• O modelo objeto (SGBDO, Sistema de gestão de bancos de dados

objeto): os dados são armazenados sob a forma de objetos, quer dizer,

de estruturas chamadas classes que apresentam dados membros. Os

campos são instâncias destas classes.

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Figura 5.7. Estrutura do modelo de SGBD de objeto.

No fim dos anos 90, as bases relacionais são os bancos de dados mais

comuns (cerca de três quartos das bases de dados).

A arquitetura ANSI/SPARC, que data de 1975, define níveis de abstração

para um sistema de gestão de bases de dados:

• Nível interno (ou físico) : define a maneira segundo a qual são

armazenados os dados e os métodos para aceder.

• Nível conceptual : chamado também MCD (modelo conceptual dos

dados) ou MLD (modelo lógico dos dados). Define a disposição das

informações na base de dados.

• Nível externo : define as vistas dos utilizadores.

A arquitetura a três níveis definida pelo standard ANSI/SPARC permite ter

uma independência entre os dados e os tratamentos. Geralmente, um SGBD deve

ter as características seguintes:

• Independência física: o nível físico pode ser alterado

independentemente do nível conceptual. Isso significa que todos os

aspectos materiais da base de dados não aparecem ao utilizador, trata-

se simplesmente de uma estrutura transparente de representação das

informações

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• Independência lógica : o nível conceptual deve poder ser alterado sem

pôr em causa o nível físico, quer dizer que o administrador da base

deve poder fazê-la evoluir sem incomodar os utilizadores

• Maneabilidade : pessoas que não conhecem a base de dados devem

ser capazes de fazer o seu pedido sem fazer referência a elementos

técnicos da base de dados

• Rapidez dos acessos : o sistema deve poder fornecer as respostas aos

pedidos o mais depressa possível, o que implica algoritmos de

investigação rápidos

• Administração centralizada : o SGBD deve permitir ao administrador

poder manipular os dados, inserir elementos, verificar a sua integridade

de maneira centralizada

• Limitação da redundância : o SGBD deve poder evitar, na medida do

possível, informações redundantes, a fim de evitar por um lado um

desperdício do espaço memória mas também erros

• Verificação da integridade : os dados devem ser coerentes entre eles,

ainda mais quando os elementos fazem referência a outros, estes

últimos devem estar presentes

• Partilha dos dados : o SGBD deve permitir o acesso simultâneo à base

de dados por vários utilizadores

• Segurança dos dados: o SGBD deve apresentar mecanismos que

permitam gerir os direitos de acesso aos dados de acordo com os

utilizadores.

Os Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados visam sanar problemas

encontrados em modelos apresentados no passado, tais como:

• Redundância e inconsistência de dados;

• Dificuldade de acesso a dados;

• Isolamento dos dados;

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• Integridade dos dados;

• Atonicidade;

• Acesso concorrente;

• Segurança.

Atualmente, devem-se considerar alguns aspectos relevantes para atingir a

eficiência e a eficácia dos sistemas informatizados desenvolvidos com a finalidade

de atender seus usuários nos mais variados domínios de aplicação: automação de

escritórios, sistemas de apoio a decisões, controle de reserva de recursos, controle

e planejamento de produção, alocação e estoque de recursos, entre outros. Tais

aspectos são:

a) Os projetos lógico e conceitual do Banco de Dados devem ser capazes

de prever o volume de informações armazenadas a curto, médio e longo

prazo. Os projetos devem ter uma grande capacidade de adaptação

para os três casos mencionados;

b) Deve-se ter generalidade e alto grau de abstração de dados,

possibilitando confiabilidade e eficiência no armazenamento dos dados

e permitindo a utilização de diferentes tipos de gerenciadores de dados

através de linguagens de consultas padronizadas;

c) Projeto de uma interface ágil e com uma "rampa ascendente" para

propiciar aprendizado suave ao usuário, no intuito de minimizar o

esforço cognitivo;

d) Implementação de um projeto de interface compatível com múltiplas

plataformas (UNIX, Windows , Linux, etc);

e) Independência de Implementação da Interface em relação aos SGBDs

que darão condições às operações de armazenamento de informações

(ORACLE, SYSBASE, INFORMIX, SQL-SERVER, etc).

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f) Conversão e mapeamento da diferença semântica entre os paradigmas

utilizados no desenvolvimento de interfaces (Imperativo (ou procedural),

Orientado a Objeto, Orientado a evento), servidores de dados

(Relacional) e programação dos aplicativos (Imperativo, Orientado a

Objetos).

5.2. A estrutura do sistema protótipo

A partir das necessidades, oportunidades e sistemáticas da administração de

contratos da empresa estudada, discutidas nos capítulos anteriores, foi

desenvolvido um sistema protótipo multitarefa e multiusuário para a gestão de

contratos baseado na metodologia CLM. Por ser um aplicativo “web” é possível

incluir dados ou consultar informações dentro e fora da empresa, bastando acessar

a Internet com identificação de usuário e senha. A Figura 5.8 ilustra como o sistema

protótipo foi concebido. A estruturação do sistema contou, além do suporte teórico,

com a participação de especialistas da área de administração de contratos,

engenharia de produção e análise de sistemas.

Figura 5.8. Estrutura do sistema protótipo.

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O sistema proposto foi desenvolvido através da plataforma processadora de

aplicações “web” ASP.NET da Microsoft, que é a sucessora da linguagem ASP

(“Active Server Pages”), a qual utiliza padrões de transferência de protocolos de

hipertexto e HTML para distribuir e implantar aplicações e “softwares” para usuários

finais. Em outras palavras, o usuário necessita apenas de um microcomputador, um

browser e uma conexão de “Internet” confiável, a fim de utilizar os programas

específicos para as suas necessidades.

Além do “framework” .NET utilizado pelo ASP.NET, também temos o JQuery,

que simplificou algumas etapas de programação, e o AJAX, que parametrizou a

estrutura da aplicação.

Em complemento, à interface do usuário foi enriquecida por estilos em CSS

(“Cascating Style Sheets”) e imagens iconográficas para a melhoria da usabilidade

na interação do usuário com a ferramenta.

O banco de dados utilizado foi o MS SQL, um SGBD como anteriormente

comentado, em uma estrutura de dados relacional desenvolvido pela Microsoft. O

SQL (“Structured Query Language”) é uma linguagem inspirada na álgebra

relacional desenvolvido no início dos anos 1970 pela IBM, atualmente é um dos

bancos de dados mais populares do mundo.

Para permitir o entendimento do funcionamento do sistema proposto e da

posterior avaliação da sua adequação, serão apresentadas a seguir as suas

principais telas e funcionalidades.

A tela principal do sistema (Figura 5.9) foi estruturada de modo que na parte

da esquerda (coluna estreita em azul) fossem apresentados o menu de entrada

principal para a seleção dos ferramentais das funcionalidades. Após acessar um

determinado “link”, as informações são detalhadas na parte da direita da tela (área

em branco).

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Figura 5.9. Tela principal do sistema.

Cadastros

Para permitir o controle e facilitar o preenchimento dos formulários

subsequentes, foram elaboradas basicamente dois grupos de cadastros:

“Cadastros Adicionais” e “Cadastros”.

No grupo “Cadastros Adicionais” são registrados dados relativos aos

processos e com baixa taxa de alteração ao longo do tempo, tais como: tipos de

eventos contratuais, tipos de atividades, tipo de natureza de contrato, tipos de

funções envolvidas no processo de aquisição, empresas e órgãos internos da

empresa, tipos de arquivos que serão anexados na biblioteca (Figura 5.20).

No grupo “Cadastros” são inseridas as informações de fornecedoras, pessoas

de contato e contratos propriamente ditos. O cadastro do contrato marca o início da

gestão do contrato dentro do sistema. Ao acessar o “link” “Contratos” podem ser

pesquisados os contratos já cadastrados (Figura 5.10), bem como adicionar os

novos contratos (Figura 5.11).

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Figura 5.10. Tela Cadastrar Contratos.

Figura 5.11. Tela de cadastro de dados de um contrato.

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Registro de ocorrência e alarmes

Para registrar a ocorrência de eventuais não conformidades no transcorrer

dos processos foi desenvolvida a funcionalidade de registro de ocorrências. Esta

funcionalidade ocorre automaticamente todas as vezes que um determinado

registro é modificado ou quando um prazo previamente cadastrado não é atendido

(Figura 5.12).

Figura 5.12. Tela de ocorrências de um contrato.

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Além disto, é possível fazer o registro da ocorrência de não conformidade

manualmente a qualquer tempo, bastando para isto acessar o “link” “Cadastrar”, no

campo “Ocorrência Manual”, nas fases de “Pré-Administração”, “Administração” e

“Encerramento” (Figura 5.13).

Figura 5.13. Tela de registro de ocorrência manual.

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Em função do elevado número de contratos e compromissos associados,

eventos ou atividades, as partes interessadas com o contrato ficam expostas ao

risco da perda de prazos. Para minimizar este problema, o sistema conta com a

funcionalidade de alarme através do envio automático de mensagem eletrônica

previamente cadastrada através do “link” “Ativar Mensagem”, existente nas telas

das fases (Figura 5.14).

Figura 5.14. Tela Ativar Mensagem.

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Fases da administração de contratos

Uma vez que o sistema foi baseado na metodologia CLM, as telas de

Contrato foram subdivididas em fases. As abas da fases “Criação”, “Colaboração” e

“Avaliação do Fornecedor” não foram habilitadas, pois não fazem parte do escopo

deste estudo. Nas abas das fases “Pré-Administrativa” (Figura 5.15) e

“Encerramento” (Figura 5.16) podem ser cadastradas atividades com vários níveis

(árvore de atividades) e regras de “workfow” (predecessores).

Figura 5.15. Tela da fase Pré-Administrativa.

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Figura 5.16. Tela da fase Encerramento.

Na aba da fase “Administração” (Figura 5.17) podem ser cadastrados eventos

e atividades de forma encadeada, em estrutura de árvore. O primeiro nível das

árvores será sempre um evento contratual, cujo atendimento está relacionado ao

pagamento de um determinado percentual do valor total do contrato.

Figura 5.17. Exemplo da tela da fase de Administração.

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Durante o cadastramento de um evento ou atividade, o sistema permite a

criação de vários níveis de eventos (árvore de eventos e sub-eventos). A regra de

predecessores permite que a criação de um “workflow”, onde um evento ou

atividade somente poderá ser encerrado quando um outro evento ou atividade

predecessora esteja encerrada (Figura 5.18).

Figura 5.18. Tela de cadastramento de evento ou atividade da fase Administração.

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Registro de custos adicionais

Como forma de permitir a contabilização dos custos adicionais ao contrato gerados

pelas não conformidades, foi desenvolvida uma tela para o cadastramento de vários

tipos de custos relacionados com as diversas fases e partes interessadas no

contrato (Figura 5.19).

Figura 5.19. Tela de cadastramento de evento custos.

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Biblioteca de arquivos

Figura 5.20. Tela para vinculação de documentos anexos ao contrato.

Figura 5.21. Tela da biblioteca de documentos de uso geral.

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CAPÍTULO 6. AVALIAÇÃO DO SISTEMA PROTÓTIPO

Nos capítulos anteriores, foi discutida a relevância da administração de

contratos nas organizações e como o desenvolvimento e implantação do sistema

protótipo apoiariam o aprimoramento dos processos de um modo geral, garantindo

a execução das cláusulas contratuais, estabelecendo o canal de relacionamento

com o fornecedor e absorvendo e resolvendo todos os conflitos de interesses entre

as áreas envolvidas no empreendimento.

Deste modo, a avaliação do sistema protótipo visa verificar o grau de

atendimento desses objetivos, sendo dividida em duas fases: a primeira trata da

comparação do sistema com as atividades da administração de contratos a partir

das funcionalidades apresentadas no capítulo 5 e as atividades da administração

de contratos constantes do capítulo 3, enquanto que a segunda avaliou o grau de

atendimento das expectativas e os requisitos dos atores envolvidos com o contrato

com base nas expectativas e requisitos apresentados no Capítulo 4.

6.1. Atributos de avaliação do sistema protótipo

Para fins de avaliação do sistema protótipo foram definidos os seus principais

atributos, baseados nas expectativas, requisitos e funcionalidades apresentadas

nos capítulos 3 e 5 e que constituem os critérios de avaliação.

Monitorar eventos contratuais e atividades

Em função da diversidade de eventos e atividades presentes nos contratos, o

sistema foi concebido para que os usuários possam elaborar workflows das etapas

do processo dos quais serão responsáveis. A parametrização do fluxo inclui a

definição de responsáveis, prazos e alertas. A disponibilização da ferramenta on-

line permite qualquer um dos autorizados consultar em tempo real a situação de

qualquer contrato cadastrado e suas tarefas distribuídas.

Identificar responsáveis pelos eventos contratuais e atividades

O gestor consegue designar responsabilidades através das atividades e

eventos cadastrados no workflow. Desta forma, o sistema está preparado para ser

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utilizado por apenas um responsável (gestor contratual) ou até toda a cadeia de

suprimentos, isto é, incluindo o fornecedor, que poderá fazer sua programação de

atividades dentro do sistema. Os executantes podem observar este workflow,

cumprir a atividade/evento e encerrá-lo. Assim as atividades/eventos são

monitoradas e no momento que alguma não conformidade se apresentar

rapidamente será comunicada a todos.

Promover transparência e maior interação entre as áreas

A estrutura do banco de dados e as telas de interface do sistema protótipo

permitem ao gestor cadastrar seus contratos, bem como localizar prontamente

todas as informações do contrato nele armazenadas, conferindo um repositório de

dados centralizado e disponível a todos os que tiverem acesso a ferramenta. Além

dos registros de eventos e atividades, ocorrências, responsáveis e datas, é possível

anexar documentos específicos ao contrato, como evidências do atendimento de

requisitos e outras informações relevantes.

O sistema ainda possui uma biblioteca onde o gestor pode deixar público as

normas leis e estatutos que referem a contratação e objeto contratado,

possibilitando maior celeridade na administração dos documentos envolvidos nos

contratos, controle efetivo da documentação habilitante de fornecedores e clientes.

Padronizar a função

As fases que constam na ferramenta permitem que o gestor programe seu

workflow. Para tal o gestor deverá adicionar no espaço disponível, eventos e

atividades. É de suma importância que o gestor faça este encadeamento, que

também pode ser conseguido através da cópia do contrato onde o gestor consegue

aproveitar um workflow que já está organizado. Ele pode editá-lo, refinando o

workflow. O ganho de expertise diminui as chances de erros e mudanças, aumenta

a transparência das atividades/eventos contratais.

Desta forma, o planejamento de eventos contratuais e atividades através

elaboração do workflow e a organização das informações nos locais determinados

pela ferramenta permite aos usuários o entendimento do macroprocesso, das

interfaces entre os atores e da sua participação no mesmo, proporcionando o

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aprendizado, a padronização das ações e o ganho de experiência e confiabilidade

no processo de administração.

Controlar cronogramas físicos e financeiros

O registro de prazo para cada evento contratual e atividade no workflow do

contrato, aliado as ferramentas de alerta e registro de ocorrências, possibilita o

controle dos cronogramas físicos das entregas e desembolsos financeiros, além de

apoiar a análise de causas para eventuais atrasos, da procedência de futuros

pleitos do contratado e subsidiar possíveis ações judiciais pelo não cumprimento de

prazos. Adicionalmente, quando um prazo não é atendido, o sistema registra

automaticamente a ocorrência, que poderá ser complementada com outras

informações dos usuários.

Registrar ações planejadas e não planejadas

A programação e o registro de ocorrências de eventos e atividades dos

instrumentos contratuais suportam as necessidades de informações dos atores

envolvidos com o contrato, permitindo assim um acompanhamento em tempo real

do andamento do contrato.

Apoiar o controle e a minimização da exposição aos riscos financeiros e

legais

O planejamento dos eventos e atividades, registro das ocorrências e a

participação dos atores trarão subsídios para a melhoria dos processos e o

aprendizado, permitindo o apoiar o controle do cumprimento de requisitos e prazos

e a minimização da exposição aos riscos financeiros e legais associados ao

contrato.

Controlar custos adicionais

O registro dos custos decorrentes das ocorrências e das não conformidades

gera informações relevantes ao planejamento de processos e avaliação de

desempenho de fornecedores e demais atores. Desta forma, a empresa pode

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elaborar uma política de diminuição de riscos financeiros e legais segundo sua

gravidade por áreas diferenciadas.

Rastrear ocorrências e não conformidades

Uma vez que o sistema protótipo foi criado para armazenar informações sobre

o andamento do contrato, a estrutura do seu banco de dados e das telas de

interface permite o rastreamento de ocorrências e não conformidades, para futuras

análises. Ocorrências podem ser lançadas de forma manual ou automática, a

liberdade de lançar de forma manual é importante para que a não conformidade

seja apurada rapidamente e tenha uma ação de resolução imediata. As automáticas

registram qualquer alteração no cronograma contratual. Assim, as modificações

podem ser acompanhas através de uma lista, onde as ocorrências ficam

registradas. Para análises futuras as ocorrências são de grande importância para

determinar as falhas e melhores soluções promovendo o histórico do contrato.

Gerir o conhecimento

A gestão do conhecimento não acontece sem a participação ativa dos

funcionários e da própria empresa. Enquanto os primeiros são os atores principais

do processo, cabe à empresa executar algumas ações e tomar iniciativas para

garantir todas as suas etapas. Essas ações, juntamente com a implantação de

pontos estratégicos, dependem de uma infra-estrutura humana e tecnológica que

as suporte (TERRA e GORDON, 2002). O conhecimento tácito é pessoal,

específico ao contexto e difícil de ser formulado e comunicado. O conhecimento

explícito refere-se ao conhecimento possível de ser transmitido em linguagem

formal e sistemática (NONAKA e TAKEUCHI, 2008).

Finalmente, tanto a informação quanto o conhecimento são específicos ao

contexto e relacionais, na medida em que dependem da situação e são criados de

forma dinâmica na interação social entre as pessoas (NONAKA e TAKEUCHI,

1997). Não é a quantidade de informação ou conhecimento que se tem que pode

ser chamada de gestão do conhecimento, mas aquilo que se realiza com este

conhecimento, baseado na criação de valor, para a sobrevivência e crescimento no

mercado em que atua (SCHARF, 2007).

Programar de alertas automáticos

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A ferramenta permite o envio de e-mail (de avisos, de cobranças, de

providências, etc.) para cada evento ou atividade previamente cadastrada. Ainda é

possível agendar quantos dias antes da data de realização do evento/atividade o

sistema começará a enviar as comunicações. Em quanto o responsável não

atualizar o sistema, as mensagens continuarão a ser enviadas (uma por dia). Este

procedimento, garante o contato entre os atores dos Eventos/Atividades e a

atualização do sistema.

Avaliar desempenho de atores do processo (gestor, fornecedores, etc.)

O sistema protótipo possui campos para avaliação do fornecedor após a

conclusão dos eventos contratuais. Além disto, a sua base de dados e registros de

ocorrência permite a avaliação do desempenho dos demais atores em termos do

cumprimento de prazos e das atividades planejadas.

6.2. Resultado da avaliação do sistema protótipo

A avaliação do grau de atendimento do sistema protótipo foi realizada através

de entrevistas junto a administradores de contrato e técnicos de áreas de

engenharia e construção, envolvidos com contratos de grandes empreendimentos,

sendo apresentado no Quadro 6.1. Nele é apresentado um resumo das correlações

fortes, médias e fracas existentes a partir da comparação do sistema protótipo com

as atividades da administração de contratos grau de atendimento das expectativas

e dos requisitos dos atores envolvidos com o contrato.

O preenchimento do quadro, segundo o ator leva pesos entre os números 0 e

2, sendo zero a representação de nenhuma interação com a ferramenta e o dois o

máximo de interação. O total representado na linha confere o quanto cada parte

integrante do processo de administração de contratos se relacionará com a

ferramenta. O total representado na coluna confere o quanto um atributo é

importante para todos os usuários da ferramenta.

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116

Quadro 6.1. Avaliação dos atributos do sistema protótipo.

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Comercialização 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

Contabilidade 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1%

Contas a Pagar 0 0 0 1 0 0 2 0 1 1 1 0 2%

Auditoria Interna 0 1 0 0 0 0 0 2 0 1 2 0 2%

Área Jurídica 0 0 2 0 0 0 0 0 1 1 1 2 2%

Operação 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 2 2%

Manutenção 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 2%

Catalogação de Material 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 2 1 2%

Área Tributária 1 0 1 0 0 1 2 0 1 2 0 0 2%

Armazenagem 0 0 0 1 0 1 0 2 1 2 2 2 3%

Alta Administração 0 1 2 0 1 0 1 1 1 1 1 2 3%

Controle Externo 0 1 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 3%

Controle Orçamentário 0 0 2 1 0 0 2 1 2 1 1 2 4%

Construção 0 0 0 1 2 2 2 1 1 1 1 2 4%

Desembaraço Alfandegário 1 1 1 1 2 1 2 2 1 1 2 1 4%

Usuário 1 1 0 2 2 2 1 2 2 2 2 2 5%

Órgão de Compras 2 1 2 1 2 1 0 2 2 2 2 2 5%

Transporte e Distribuição 1 2 1 1 2 2 0 2 2 2 2 2 5%

Área de Planejamento 0 0 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 6%

Engenharia 0 1 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Inspeção de Material 2 1 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Gestão de Fornecedores 2 0 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Requisitante 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Recebimento 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Administração de Contratos 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Fornecedor 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6%

Distribuição Interessados 5% 5% 6% 7% 8% 8% 9% 10% 10% 11% 11% 11%

Atributos do sistema protótipo

Partes Interessadas

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117

A partir da análise do quadro de avaliação do sistema protótipo, são formados três

grupos de atores a partir da sua correlação com as funcionalidades do sistema.

Atores com correlação forte com o sistema protótipo

São atores que teriam forte interação com o sistema protótipo. As atividades

relacionadas com a administração de contratos seriam beneficiadas com

implantação da ferramenta na redução de atrasos, de ocorrências de não

conformidades e de custos adicionais:

• Área de Planejamento

• Engenharia

• Inspeção de Material

• Gestão de Fornecedores

• Requisitante

• Recebimento

• Administração de Contratos

• Fornecedor

Atores com correlação moderada com o sistema protótipo

São atores cuja interação com o sistema protótipo está associada com as

consultas a base de dados de contratos para subsidiar as suas atividades. Desta

forma, a disponibilidade e confiabilidade de dados seriam demandados por este

grupo:

• Controle Orçamentário

• Construção

• Desembaraço Alfandegário

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• Usuário

• Órgão de Compras

• Transporte e Distribuição

Atores com correlação fraca com o sistema protótipo

São atores que realizariam eventualmente consultas a base de dados do

sistema protótipo para apoiar as suas atividades e aprimorar o planejamento de

ações:

• Comercialização

• Contabilidade

• Contas a Pagar

• Auditoria Interna

• Área Jurídica

• Operação

• Manutenção

• Catalogação de Material

• Área Tributária

• Armazenagem

• Alta Administração

• Controle Externo

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CAPÍTULO 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1. Conclusão

Nesta dissertação, foi discutida a relevância da administração de contratos

nas organizações e como o desenvolvimento e implantação do sistema protótipo,

baseado na metodologia da gestão do ciclo de vida do contrato proposta por

SAXENA [34], apoiariam o aprimoramento dos processos de um modo geral,

garantindo a execução das cláusulas contratuais, estabelecendo o canal de

relacionamento com o fornecedor e absorvendo e resolvendo todos os conflitos de

interesses entre as áreas envolvidas no empreendimento, pois os custos envolvidos

na resolução de problemas de materiais e equipamentos entregues com falhas ou

serviços executados inadequadamente são muito elevados.

Apesar da execução de um processo eficaz e eficiente da administração do

CLM ainda ser pouco conhecida no Brasil, a pesquisa bibliográfica indicou que a

literatura é enfática sobre gestão de contratos e os benefícios da implantação da

metodologia de CLM nas empresas, num contexto em que a dinâmica e a

complexidade das organizações na atualidade exigem a compreensão pelos

gerentes do potencial da combinação das suas características de transparência,

controle e otimização do gerenciamento de contratos para o futuro das grandes

empresas.

A avaliação positiva dos profissionais da área quanto às possíveis melhorias

de celeridade do processo, ao maior controle de não conformidades e de custos

adicionais e melhorias em outros itens relevantes do processo de administração de

contratos indicam para um relevante benefício da implantação da metodologia e de

uma ferramenta automatizada.

O sistema protótipo proposto trata-se de um software multiusuário e

multitarefa para gestão de contratos, cujos dados são armazenados e acessados

do banco de dados a partir dos conceitos de “Software as a Service” (SaaS) e “Web

Application”, ambos integrantes da tecnologia de “Clouding Computing”. Dentre as

principais funcionalidades desenvolvidas no sistema, foram destacados:

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• Avaliar desempenho de atores do processo;

• Padronizar a função;

• Reduzir riscos financeiros e/ou legais;

• Controlar cronogramas físicos e financeiros;

• Registrar ações planejadas e não planejadas;

• Programar de alertas automáticos;

• Monitorar eventos contratuais e atividade;

• Identificar responsáveis pelos eventos contratuais e atividades;

• Rastrear ocorrências e não conformidades;

• Gerir o conhecimento;

• Promover transparência e maior interação entre as áreas;

• Controlar custos adicionais.

Foi apresentado que o sistema protótipo deve ter um mecanismo de definição

de atividades parametrizáveis, permitindo ao gestor do contrato obter respostas

imediatas. Através de “workflows” parametrizáveis é possível que o gestor

acompanhe todo o processo desde a solicitação inicial até o arquivamento do

contrato assinado e chancelado, permitindo que o requisitante do produto ou

serviço saiba a qualquer momento como está o andamento do contrato. O gestor do

contrato deve poder identificar a qualquer momento os responsáveis e prazos de

execução de cada atividade, os gargalos que estão emperrando o processo, os

tipos de solicitação mais comuns, as ocorrências e os custos adicionais.

O Gestor acompanhará a execução do workflow até o encerramento do

contrato e de todas as pendências em aberto. Todas as atividades deverão ser

monitoradas, registradas e informadas às partes envolvidas.

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Baseado no estudo de CARDOSO [12] foram apresentados os demais atores

envolvidos, além do gestor do contrato, e como estes se relacionam com o contrato

em uma empresa estatal do Setor Elétrico Brasileiro.

A avaliação do grau de atendimento do sistema protótipo foi realizada através

de entrevistas junto a administradores de contrato e técnicos de áreas de

engenharia e construção, envolvidos com contratos de grandes empreendimentos,

onde foram levantadas as correlações fortes, médias e fracas existentes a partir da

comparação do sistema protótipo com as atividades da administração de contratos

grau de atendimento das expectativas e dos requisitos dos atores envolvidos com o

contrato.

A partir desta avaliação, foram identificados os atores cujos processos teriam

forte potencial de interação com o sistema protótipo e que, consequentemente,

seriam mais beneficiados pela ferramenta:

• Área de Planejamento

• Engenharia

• Inspeção de Material

• Gestão de Fornecedores

• Requisitante

• Recebimento

• Administração de Contratos

• Fornecedor

Além destes benefícios, pode-se ainda citar a criação de um processo

paralelo de gestão do conhecimento, o qual é fundamental para a melhoria contínua

de processos. Outro ponto importante a ser identificado é a transparência sobre os

procedimentos que a implantação da metodologia discutida trás para o ambiente de

administração de contratos, documentando desde o planejamento da gestão do

contrato até todos os passos executados durante o ciclo de vida dos contratos.

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Embora as metodologias e ferramentas sejam de caráter universal, sua

customização é importante no sentido de se adequar ao ambiente de negócios da

empresa. O processo de customização é importante para o aprendizado e para a

reflexão sobre as mudanças necessárias para um melhor desempenho do processo

de administração de contratos. A resistência à mudança será sempre um obstáculo

a ser superado para a implantação de metodologias mais abertas e que não

privilegiam o conhecimento ad hoc dos profissionais mais experientes das

organizações.

Os testes realizados com o protótipo de uma ferramenta automatizada de

apoio ao processo de gestão de contratos confirmaram o potencial benefício da

implantação de uma metodologia de melhoria contínua de CLM. Desde eventos

como os da Enron e Worldcom, ficou bastante evidente a importância da

administração de contratos e a conformidade se mostrou fundamental na prevenção

destes eventos. Além disto, o aumento da competitividade do setor elétrico

brasileiro aliado ao desenvolvimento da sociedade, preconizado pelo movimento da

sustentabilidade e responsabilidade social, tem exigido dos gestores públicos uma

maior eficiência no controle dos gastos das empresas de administração direta e

indireta, fazendo com que a implantação de sistemas de administração de

contratos, como o proposto nesta dissertação, faça parte de seus sistemas de

gestão.

7.2. Trabalhos futuros

Como trabalhos futuros, podemos destacar:

• Estender a abrangência do sistema protótipo para as demais etapas do

processo aquisitivo, desde a emissão da requisição, elaboração do

edital de licitação, licitação, encerramento do contrato e avaliação de

fornecedores e de materiais e serviços fornecidos.

• Estudar a integração dos conceitos de gestão de ciclo de vida de

contratos e de custo total de propriedade, como forma de subsidiar a

gestão de fornecedores no estabelecimento de estratégias de

relacionamento com os mesmos desde a sua homologação até a

formação de parcerias estratégicas, passando por penalizações.

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