36
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM REFEIÇÕES OFERTADAS EM ESCOLAS ESTADUAIS ELISABETE FÁTIMA ORTIZ Cuiabá-MT, Abril de 2019

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS

TOTAIS EM REFEIÇÕES OFERTADAS EM ESCOLAS

ESTADUAIS

ELISABETE FÁTIMA ORTIZ

Cuiabá-MT, Abril de 2019

Page 2: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS

TOTAIS EM REFEIÇÕES OFERTADAS EM ESCOLAS

ESTADUAIS

ELISABETE FÁTIMA ORTIZ

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso

como parte dos requisitos exigidos para obtenção do

Título de Bacharel em Nutrição, sob orientação da

professora MSc. Emanuele Batistela dos Santos.

Cuiabá-MT, Abril de 2019

Page 3: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

O77a Ortiz, Elisabete Fátima.

Avaliação dos teores de sódio e gorduras totais em refeições

ofertadas em escolas estaduais / Elisabete Fátima Ortiz. -- 2019

34 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientadora: Emanuele Batistela dos Santos.

TCC (graduação em Nutrição) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Nutrição, Cuiabá, 2019.

Inclui bibliografia.

1. Alimentação Escolar. 2. Planejamento de Cardápio. 3. Sódio. 4.

Gorduras. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo (a)

Autor (a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada à fonte.

Page 4: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS

TOTAIS EM REFEIÇÕES OFERTADAS EM ESCOLAS

ESTADUAIS

ELISABETE FÁTIMA ORTIZ

Orientadora:

Profª MSc. Emanuele Batistela dos Santos

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

Page 5: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

AGRADECIMENTOS

Gratidão à Deus por colocar em minha vida pessoas e oportunidades que me indicaram

os caminhos da nutrição. Gratidão também por me permitir cursar esta graduação e guiar meus

passos em todos os momentos.

Gratidão eterna à minha família pelo incentivo e apoio de sempre.

Especial gratidão à minha professora e orientadora Emanuele Batistela dos Santos,

pelo exemplo e orientações, fundamentais para a realização deste trabalho.

Especial gratidão às colegas de turma Amanda Ormond, Carla Carolina Aragão,

Cláudia Simões, Kelly C. Formighieri e Thamires Aguiar pelo companheirismo incondicional

durante a jornada deste curso.

Gratidão à Paloma Cecília Queiroz e Poliana Azevedo Santos pelo apoio logístico na

fase de conclusão deste trabalho, transmitindo segurança e bom humor em todos os momentos.

Dedico este trabalho à minha família, sem

a qual não seria possível a realização deste

objetivo.

Page 6: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

RESUMO

O presente estudo teve por objetivo avaliar os teores de sódio e gorduras totais, bem como os

per capitas de sal e óleo de soja presentes nos cardápios executados em escolas públicas de um

estado localizado na região Centro Oeste. Estudo transversal quantitativo, realizado entre maio

e junho de 2018, que avaliou as refeições ofertadas aos estudantes do nono ano do ensino

fundamental em cinco escolas. Quantificou-se os teores de sódio e gorduras totais em três dias

em cada escola, bem como os per capitas de óleo de soja e sal empregados na elaboração das

refeições, com base na pesagem de todos os ingredientes utilizados e das preparações ofertadas.

Obteve-se a porção média ofertada e os per capitas médios dos ingredientes, que foram

utilizados para a análise das quantidades de sódio e gorduras totais e os valores encontrados

foram comparados às recomendações do PNAE. Os per capitas de óleo de soja e sal foram

comparados aos per capitas estabelecidos pela Entidade Executora. Observou-se na maioria

das escolas, elevados teores de sódio e sal, em relação às recomendações do PNAE e da

Entidade Executora, respectivamente. A quantidade de óleo de soja manteve-se dentro do

determinado pela Entidade Executora apenas em duas escolas. Entretanto, o teor médio de

gorduras totais apresentou-se abaixo do recomendado pelo PNAE em todas as escolas. Diante

disso, destaca-se a necessidade de adequação dos cardápios, a fim de atenderem às

recomendações do PNAE tanto para a oferta mínima de gorduras totais, quanto para a oferta

máxima de sódio.

PALAVRAS- CHAVE: Alimentação Escolar; Planejamento de cardápio; Sódio; Gorduras.

Page 7: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

ABSTRACT

The objective of the present study was to evaluate the total sodium and fat contents, as well as

the per capita salt and soybean oil present in the public schools of a state located in the Midwest

region. A quantitative cross-sectional study, conducted between May and June 2018, which

evaluated the meals offered to the students of the ninth grade of elementary school in five

schools. Sodium and total fat contents were quantified in three days in each school, as well as

the per capita soybean oil and salt used in the elaboration of the meals, based on the weighing

of all the ingredients used and the preparations offered. The average portion and the average

per capita of the ingredients were used, which were used to analyze the amounts of sodium and

total fats and the values found were compared to the recommendations of the PNAE. The per

capita soybean oil and salt were compared to per capita rates established by the Executing

Agency. In most schools, high levels of sodium and salt were observed, in relation to the

recommendations of the PNAE and the Executing Agency, respectively. The amount of

soybean oil remained within that determined by the Executing Agency in only two schools.

However, the mean total fat content was below that recommended by the PNAE in all schools.

In view of this, it is important to emphasize the need to adapt the menus in order to meet the

PNAE recommendations for both the minimum supply of total fats and the maximum supply

of sodium.

KEYWORDS: School Feeding; Menu planning; Sodium; Fats.

Page 8: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1. Cardápios executados nos dias de coleta de dados, em cinco escolas estaduais

de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste. 2018.

Gráfico 1. Teor médio per capita de sódio (mg) nas refeições ofertadas em cinco escolas

estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em comparação

ao valor máximo preconizado pela Resolução FNDE n˚ 26/2013. 2018.

Gráfico 2. Quantidade média per capita de sal (g) empregado nas refeições ofertadas

em cinco escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro

Oeste, em comparação ao per capita proposto pela Entidade Executora. 2018.

Gráfico 3. Teor médio per capita de gorduras totais (g) nas refeições ofertadas em cinco

escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em

comparação ao valor preconizado pela Resolução FNDE n˚ 26/2013. 2018.

Gráfico 4. Quantidade média per capita de óleo de soja (ml) empregado nas refeições

ofertadas em cinco escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região

Centro Oeste, em comparação ao per capita proposto pela Entidade Executora. 2018.

20

21

24

25

27

Page 9: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

LISTA DE SIGLAS

CME – Campanha da Merenda Escolar

DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DHAA – Direito Humano à Alimentação Adequada

EEx – Entidade Executora

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FTP – Fichas Técnicas de Preparação

MEC - Ministério da Educação

OMS – Organização Mundial da Saúde

PeNSE - Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

RT – Responsável Técnico

SAN – Segurança Alimentar e Nutricional

TNE – Técnico em Nutrição Escolar

WHO – World Health Organization

Page 10: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 12

3. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 13

4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 18

4.1 DESENHO DO ESTUDO ........................................................................................... 18

4.2 COLETA DE DADOS ................................................................................................ 18

4.3 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 19

4.4 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................. 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 20

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 28

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 29

ANEXOS ..................................................................................................................... 34

Page 11: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

9

1. INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o mais antigo programa do

governo brasileiro na área de alimentação escolar e de Segurança Alimentar e Nutricional

(SAN), e um dos mais abrangentes do mundo no que se refere ao atendimento universal aos

escolares e à garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável (DHAA)

(BRASIL, 2015a). O seu objetivo é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento

biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares

saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de

refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período em que permanecem

na escola (BRASIL, 2015a).

O PNAE teve início em 1955, sendo nesta época denominado Campanha de Merenda

Escolar (CME). Atualmente é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação (FNDE) e normatizado pela Lei nº 11.947/2009, atendendo a todos os alunos

matriculados na educação básica das escolas públicas, federais, filantrópicas, comunitárias e

confessionais do país (BRASIL, 2009). O FNDE é uma autarquia federal vinculada ao

Ministério da Educação (MEC), responsável por coordenar o PNAE, criar as normas que o

regulamentam e repassar recursos em caráter suplementar, que serão aplicados pelas Entidades

Executoras (EEx. - Estados, municípios, Distrito Federal e escolas federais) na alimentação

escolar (BRASIL, 2013).

Para garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes, o PNAE determina a

elaboração de cardápios como atribuição do profissional nutricionista, responsável técnico pelo

programa. Para a elaboração dos cardápios, o nutricionista precisa atender aos critérios

estabelecidos pelo FNDE, constantes na Resolução FNDE nº 26/2013 (BRASIL, 2013).

É preciso considerar que a adolescência é um período que demanda especial atenção

das políticas públicas, da família e da comunidade escolar, em relação à promoção de hábitos

alimentares saudáveis; e a escola constitui-se local importante para o desenvolvimento de ações

Page 12: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

10

neste sentido (SILVA e LOPES, 2009). Para CASTRO et al. (2008) o tempo de permanência

dos escolares neste ambiente torna-o favorável à promoção da saúde e prevenção de doenças,

promovendo estilos de vida mais saudáveis.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade em crianças e

adolescentes aumentou significativamente nas últimas quatro décadas (NCD-RISC, 2017),

tornando-se um problema de saúde pública mundial. O aumento da prevalência da obesidade

em crianças e adolescentes justifica-se pelas mudanças ocorridas no estilo de vida da população

brasileira nas últimas décadas e, consequentemente, alterações no padrão alimentar, quanto ao

volume de ingestão, composição e qualidade dos alimentos. Houve uma diminuição no

consumo de alimentos in natura e aumento no consumo de alimentos ultraprocessados

(NEUTZLING et al., 2010).

Estudo transversal realizado por LOUZADA et al. (2015), demonstrou que o consumo

excessivo de alimentos ultraprocessados prejudica a qualidade nutricional da dieta. Em uma

estratificação feita com um quintil da população brasileira que mais consome alimentos

ultraprocessados, verificou-se teores excessivos de gorduras totais, gordura saturada, gordura

trans, açúcar livre e sódio nas dietas; e teores de fibras e potássio abaixo das recomendações

nutricionais.

As gorduras totais referem-se à soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um

alimento, tanto de origem animal quanto vegetal, são elas as gorduras saturadas, as trans e as

insaturadas. As gorduras saturadas são aquelas presentes em sua maioria, em alimentos de

origem animal (BRASIL, 2012). São encontradas em alimentos como carne, leite e seus

derivados; óleo de palma, gordura de cacau (SBC, 2013). As gorduras trans são encontradas

em produtos industrializados como biscoitos, inclusive de maizena e de polvilho, sorvetes

cremosos e tortas; e também em diversos produtos de panificação, como pão francês, folhados,

pão de batata e pão de queijo (SBC, 2013). Tanto as gorduras saturadas quanto as gorduras

trans devem ser consumidas com moderação, pois em grandes quantidades podem aumentar o

risco de doenças cardiovasculares (BRASIL, 2012). Já as gorduras insaturadas, proporcionam

menores alterações no perfil lipídico e na pressão arterial quando comparadas às alterações

provocadas pelas gorduras saturadas e gorduras trans (ALONSO et al., 2006 e KASTORINI et

al., 2011). São fontes de gorduras insaturadas da série ômega 9 os óleos de oliva e canola, óleos

de girassol, soja, cártamo, milho e amendoim (ALONSO et al., 2006). Os ácidos graxos da série

ômega 6 estão presentes em alimentos como as castanhas, sementes e óleos vegetais, como os

de milho, girassol e soja. Os ácidos graxos ômega 3 são encontrados em plantas (algas

Page 13: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

11

marinhas) e animais marinhos de águas frias e profundas, como os peixes savelha, salmão,

atum, anchovas, sardinha e trufa (RAPOSO, 2010; CASA NOVA E MEDEIROS, 2011).

Entre os critérios estabelecidos para a elaboração de cardápios no âmbito do PNAE,

destaca-se aqui os parâmetros para a oferta de gorduras; o percentual de energia proveniente

das gorduras totais ofertadas nos cardápios deve permanecer entre 15 e 30% do valor energético

total da dieta; sendo no máximo 10% da energia total proveniente de gordura saturada e no

máximo 1% da energia total proveniente de gorduras trans; o restante do percentual

estabelecido deve ser proveniente de gorduras insaturadas (BRASIL, 2013).

O FNDE também estabelece critérios para os outros macronutrientes e também para

alguns micronutrientes, dentre eles o sódio. Especificamente para atendimento de estudantes do

ensino fundamental que frequentam a escola em período parcial e fazem uma refeição, o PNAE

determina que os per capitas de sódio não ultrapassem 400 mg nas refeições ofertadas

(BRASIL, 2013).

O sódio é um nutriente essencial para nosso organismo, entretanto, seu consumo

excessivo está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, doenças cardiovasculares

e renais e outras doenças, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil

e no mundo. O consumo atual de sal pela população brasileira é maior que o dobro da

recomendação da Organização Mundial da Saúde. O consumo máximo diário recomendado é

de 2000 mg de sódio por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal (uma vez que 40% do sal é

composto por sódio) (BRASIL, 2002).

Diante da importância da alimentação recebida pelos estudantes no âmbito do PNAE

no que diz respeito à promoção da saúde e prevenção de doenças, são atribuições do

nutricionista, além do planejamento e elaboração de cardápios, o acompanhamento e avaliação

dos mesmos (BRASIL, 2013).

Para MASCARENHAS E SANTOS (2006) e BOAVENTURA (2013) a avaliação de

cardápios é uma etapa tão importante quanto o planejamento, e contribui para melhorar a

qualidade da alimentação escolar, favorecendo a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a

redução de distúrbios nutricionais, bem como para traçar novas políticas e ações que visem à

melhoria da saúde dos escolares.

Considerando a importância do acompanhamento e avaliação dos cardápios oferecidos

aos escolares, este estudo avaliou os teores de sódio e gorduras totais presentes nos cardápios

executados em escolas públicas de um estado localizado na região Centro Oeste.

Page 14: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

12

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar os teores de sódio e gorduras totais, bem como os per capitas de sal e óleo de

soja presentes nos cardápios executados em escolas públicas de um estado localizado na região

Centro Oeste.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Mensurar as quantidades de sódio e gorduras totais dos cardápios executados nas escolas

para oferta de refeições aos estudantes do nono ano do ensino fundamental;

Levantar a quantidade de sal e de óleo de soja empregados na elaboração das refeições;

Comparar os resultados encontrados em relação aos teores de sódio e gorduras totais com

os parâmetros adotados pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar;

Comparar as quantidades de sal e de óleo de soja com os per capitas propostos pela

Entidade Executora.

Page 15: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

13

3. REFERENCIAL TEÓRICO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a adolescência como sendo o período

de transição entre a infância e a fase adulta, compreendendo a idade entre 10 e 19 anos (WHO,

2007). A obesidade em crianças e adolescentes aumentou significativamente nas últimas quatro

décadas (NCD-RISC, 2017), tornando-se um problema de saúde pública mundial. Estudos

recentes demonstraram que em 2016 existiam no mundo 124.000.000 de crianças e adolescentes

obesos, representando um aumento de dez vezes em relação ao ano de 1975, quando foram

registrados um total de 11.000.000 de crianças e adolescentes obesos no mundo (NCD-RISC,

2017). No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2015,

demonstrou que 23,7% dos estudantes entre 13 e 17 anos encontravam-se com excesso de peso,

percentual que corresponde a três milhões de estudantes, sendo que um terço deles

apresentavam-se obesos (BRASIL, 2016).

Na adolescência, os hábitos alimentares são de fundamental importância para atender

à demanda aumentada de energia e nutrientes, necessários ao desenvolvimento e crescimento

desta fase da vida (GAMBARDELLA, 1999; NEUTZLING et al., 2007). Nesta faixa etária,

além da influência familiar, é preciso considerar outros fatores como a escola, as redes sociais

e as condições socioeconômicas e culturais, que também influenciam no processo de construção

dos hábitos alimentares, podendo também influenciar os hábitos na vida adulta (ROSSI et al.,

2008).

Os adolescentes passam por intensas transformações biológicas, cognitivas,

emocionais e sociais (BRASIL, 2012) e estas mudanças geralmente são acompanhadas pelo

desejo de novas experiências e maior independência em relação à família, deixando-os expostos

a importantes fatores de risco, como o uso de tabaco, consumo de álcool, alimentação

inadequada e sedentarismo, que favorecem diretamente o desenvolvimento de Doenças

Crônicas não Transmissíveis (DCNT) (BRASIL, 2012).

Page 16: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

14

Entretanto, os fatores de risco para a obesidade e desenvolvimento de DCNT em

adolescentes são modificáveis, e podem variar, dependendo do contexto local no qual estão

inseridos (COELHO et al., 2012). Logo, o conhecimento dos fatores de risco é importante para

a promoção da saúde e prevenção de doenças como excesso de peso e demais DCNT nos

adolescentes (BRASIL, 2009).

Em uma revisão bibliográfica referente ao padrão alimentar de adolescentes, onde

foram consultados 25 artigos, publicados entre 2001 e 2012, evidenciou-se o consumo regular

de alimentos não saudáveis, como alimentos energéticos (ricos em açúcares) e gordurosos,

enquanto o consumo de alimentos saudáveis apresentou-se abaixo do recomendado para esta

faixa etária (OLIVEIRA; VIANA; SANTOS, 2013).

Neste sentido, destaca-se a relevância do Programa Nacional de Alimentação Escolar,

que inclui em seus objetivos ações de educação alimentar e nutricional e a oferta de refeições

durante o período em que os estudantes permanecem na escola, para contribuir para a promoção

de hábitos saudáveis, para o crescimento e desenvolvimento dos estudantes, bem como para seu

rendimento escolar e aprendizagem (BRASIL, 2013).

Quanto à execução do PNAE, cabe ao FNDE a transferência de recursos financeiros

(em caráter complementar) para os estados, municípios e Distrito Federal (denominados como

Entidades Executoras – EEx.), para oferta de alimentação aos estudantes ligados às suas redes

de ensino. Esta autarquia repassa aos entes federados recursos proporcionais ao número de

escolares atendidos pelo programa, sendo o valor do repasse por dia letivo para cada aluno

definido de acordo com a etapa e a modalidade de ensino. Atualmente, o valor repassado para

o atendimento dos estudantes do ensino fundamental e do ensino médio é de R$ 0,36 por

estudante matriculado (BRASIL, 2015a). Ao FNDE cabe ainda, a responsabilidade sobre o

estabelecimento de normas, como as resoluções FNDE nº 26/2013 e nº 04/2015, que juntamente

com a Lei nº 11947/2009 regulamentam o PNAE, além do acompanhamento, do

monitoramento, da fiscalização e da avaliação do programa (BRASIL, 2009; 2013; 2015a;

2015b).

As EEx. são responsáveis por utilizar, complementar e prestar contas dos recursos

recebidos do FNDE, executando o PNAE de acordo com as diretrizes propostas em suas

normativas, a fim de que este possa atingir seu objetivo, conforme previsto na Lei nº

11.947/2009 (BRASIL, 2009):

Contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem,

o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, por

meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram

as suas necessidades nutricionais durante o período letivo (BRASIL, 2009).

Page 17: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

15

Para garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes, o PNAE determina a

elaboração de cardápios como atribuição do profissional nutricionista, responsável técnico pelo

programa. A elaboração de cardápios precisa atender aos critérios estabelecidos pelo FNDE, e,

para os estudantes do ensino fundamental a Resolução FNDE nº 26/2013 determina:

No mínimo 20% (vinte por cento) das necessidades nutricionais diárias quando

ofertada uma refeição, para os demais alunos matriculados na educação básica, em

período parcial; no mínimo 30% (trinta por cento) das necessidades nutricionais

diárias, quando ofertadas duas ou mais refeições, para os alunos matriculados na

educação básica, exceto creches em período parcial (BRASIL, 2013).

Os cardápios da alimentação escolar devem ser elaborados pelo nutricionista

responsável técnico (RT) com a utilização de gêneros alimentícios básicos, de modo a respeitar

as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e pautar-se

na sustentabilidade, sazonalidade e diversificação agrícola da região e na alimentação saudável

e adequada (BRASIL, 2013). Neste sentido, a legislação que regulamenta a execução do

programa determina os parâmetros nutricionais que devem ser atendidos pelo profissional

nutricionista quando da elaboração dos cardápios, elencando referências para o atendimento

tanto de energia, macronutrientes e fibras, quanto de alguns micronutrientes específicos, como

as vitaminas A e C, magnésio, ferro, zinco, cálcio e sódio (BRASIL, 2013). Especificamente

em relação às gorduras, 15 a 30% da energia total deve ser proveniente de gorduras totais; no

máximo 10% da energia total proveniente de gordura saturada e no máximo 1% da energia total

proveniente de gorduras trans (BRASIL, 2013).

As gorduras são compostos orgânicos insolúveis em água, sendo solúveis em solventes

não- polares como hidrocarbonetos ou álcoois. Neste grupo incluem-se os óleos, gorduras e os

fosfolipídios presentes nas membranas celulares. Os lipídios alimentares são compostos por

ácidos graxos, que explicam as propriedades desses lipídios na nutrição humana. Os ácidos

graxos, na forma de triglicerídeos em óleos e gorduras alimentares, respondem pela maior parte

de nossas demandas energéticas (COULTATE, 2004), sendo a segunda principal fonte de

energia da dieta (BRASIL,2002). Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias

hidrocarbonadas, classificados segundo o comprimento da cadeia de carbonos (cadeia curta,

média e longa), a presença e número de duplas ligações (saturados e insaturados) e a

configuração das duplas ligações (cis e trans) (SANTOS et al., 2013). Os ácidos graxos

classificam-se em saturados (AGS), trans (AGT) e insaturados (AGI).

Os ácidos graxos saturados são assim denominados por não conterem dupla ligação em

sua estrutura. São obtidos de gorduras de origem animal e vegetal (MOREIRA et al., 2002).

Pesquisas indicam que dietas ricas em AGS promovem hipercolesterolemia (SANTOS et al.,

Page 18: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

16

2012), e por isso o consumo está relacionado ao aumento do risco de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares (SANTOS et al., 2013).

Os ácidos graxos trans (AGT) são isômeros geométricos dos ácidos graxos insaturados

(AGI), formados a partir do processo de bio-hidrogenação de gorduras de origem animal e de

hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais ou marinhos (BERTOLINO et al., 2006). Assim

como observado com os AGS, os AGT têm ação hipercolesterolêmica (SANTOS et al., 2012)

e podem alterar a agregação plaquetária e a função vascular gerando aumento do risco de

doenças cardiovasculares (NELSON & COX, 2011).

Os ácidos graxos insaturados (AGI) são aqueles que contêm uma ou mais duplas

ligações na cadeia hidrocarbonada. Podem ser monoinsaturados ou poli-insaturados (RAPOSO,

2010). As gorduras insaturadas devem compor a maior parte da ingestão diária de gorduras por

possuírem em sua composição ácidos graxos essenciais ômega 3 e ômega 6. Esses tipos de

gordura são necessários para o desenvolvimento cerebral em fetos e para a manutenção da

integridade das membranas celulares, além de participarem ativamente do sistema imunológico

(melhorando ou deprimindo a resposta imune), reduzirem os níveis de gorduras do sangue

(prevenindo doenças cardiovasculares e aumento da pressão arterial) e melhorarem a circulação

sanguínea, entre outras funções. São encontrados principalmente em animais marinhos, óleos

de peixe e óleos vegetais (BRASIL, 2002).

Já as recomendações para sódio no âmbito do PNAE, variam de acordo com a

quantidade de refeições ofertadas, devendo atender os seguintes valores per capita: 400 mg em

período parcial, quando ofertada uma refeição, 600 mg em período parcial, quando ofertadas

duas refeições, e 1.400 mg, em período integral, quando ofertadas três ou mais refeições.

Quanto à aquisição de alimentos industrializados, que são ricos em sódio, gorduras e açúcares,

tais como enlatados, embutidos, doces, alimentos compostos (dois ou mais alimentos

embalados separadamente para consumo conjunto), preparações semiprontas ou prontas para o

consumo e alimentos concentrados (em pó ou desidratados para reconstituição), esta é restrita

a 30% (trinta por cento) do total dos recursos repassados pelo FNDE. É importante destacar

que, para a classificação dos alimentos neste grupo, o FNDE considerou como alimentos ricos

em sódio aqueles que possuíssem em sua composição 500 mg ou mais deste nutriente a cada

100 gramas de alimento. Da mesma forma, alimentos que possuem 5,5 gramas ou mais de

gordura saturada a cada 100 gramas de alimento, foram considerados ricos neste nutriente

(BRASIL, 2009).

Page 19: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

17

É vedada a aquisição de bebidas como refrigerantes e refrescos artificiais, bebidas ou

concentrados à base de xarope de guaraná ou groselha, chás prontos para consumo e outras

bebidas similares, pois estas possuem baixo valor nutricional (BRASIL, 2013).

O sal representa uma importante fonte de sódio, pois este possui 40% deste nutriente

em sua composição, sendo acrescentado aos alimentos durante os processos de fabricação, e

também durante o preparo e consumo das refeições, na forma de sal de adição (BRASIL, 2002).

O consumo excessivo de sódio nas dietas tem sido associado a um maior risco de

desenvolvimento de algumas doenças, como: hipertensão, problemas cardiovasculares e renais,

por isso, várias são as estratégias adotadas para adequar este consumo (TERRA, 2014). O Guia

Alimentar para a População Brasileira destaca a importância da preferência por alimentos in

natura ou minimamente processados na composição da dieta, em detrimento dos alimentos

ultraprocessados, ricos em sódio e gorduras (BRASIL, 2014).

Page 20: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

18

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal, realizado nos meses de maio e junho de 2018, em

cinco escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste. Nesta

EEx., a gestão do PNAE é descentralizada, ou seja, os recursos recebidos do FNDE são

repassados da Secretaria Estadual de Educação para as Unidades Executoras (representativas

das comunidades escolares), que realizam as compras dos gêneros alimentícios a serem

empregados na alimentação escolar e posteriormente prestam contas à Secretaria de Educação,

que por sua vez presta contas ao FNDE. Os técnicos em nutrição escolar (TNE) são

responsáveis pela preparação das refeições nas escolas, e devem utilizar as fichas técnicas de

preparação elaboradas pelos nutricionistas da EEx.

Como este estudo foi desenvolvido paralelamente a um projeto executado em parceria

com a Controladoria Geral da União, o processo de seleção das escolas inicialmente obedeceu

aos critérios adotados pelo projeto em questão. Do total de escolas, formou-se uma amostra por

conveniência composta por cinco escolas estaduais que atendiam estudantes do nono ano do

ensino fundamental, em período parcial, ofertando uma refeição.

Neste estudo foram quantificados os teores de sódio e gorduras totais nos cardápios

executados em três dias em cada escola participante, bem como os per capitas de óleo de soja

e sal empregados na elaboração das refeições.

4.2. COLETA DE DADOS

Nas escolas avaliadas, as refeições eram porcionadas pelos técnicos em nutrição

escolar (TNE). A mensuração das quantidades de sódio e gorduras totais foi realizada com base

na pesagem de todos os ingredientes (pesos brutos e pesos líquidos) utilizados e das preparações

ofertadas nos dias de coleta de dados. Para todas as pesagens foram descontados os pesos dos

Page 21: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

19

recipientes. Foram utilizadas duas balanças, sendo uma da marca Balmak, modelo Easy-5, com

capacidade para 5 Kg e precisão de 1 grama (para pesagem de ingredientes com peso inferior

ou igual a 5 Kg) e uma balança Ramuza com capacidade para 150 Kg e precisão de 50 gramas

para a pesagem dos demais ingredientes utilizados.

As preparações inicialmente pesadas foram novamente pesadas antes e após a sua

distribuição aos estudantes do nono ano do ensino fundamental, a fim de obter o peso das

preparações distribuídas para estes estudantes. As porções médias ofertadas foram calculadas

dividindo-se o peso total das preparações distribuídas, pela quantidade de estudantes que

consumiram a alimentação escolar. Não se contabilizou, portanto, o resto ingestão. Os per

capitas médios dos ingredientes foram mensurados com base em estimativa a partir dos pesos

líquidos dos ingredientes utilizados na elaboração das preparações. Foram utilizados os fatores

de correção encontrados para cada alimento durante o seu pré-preparo e, quando não foi

possível obtê-los, utilizou-se os valores da literatura (LUNA, 1994).

A análise do teor de sódio e gorduras totais dos cardápios foi realizada utilizando,

prioritariamente, a Tabela de composição de Alimentos - TACO (UNICAMP, 2011) e, na

ausência de informações, empregou-se a Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em

Medidas Caseiras (PINHEIRO et al., 2008) e os rótulos dos alimentos. Posteriormente, os

valores encontrados foram comparados às recomendações do PNAE (BRASIL, 2013). Os per

capitas de óleo de soja e sal utilizados em cada refeição foram comparados aos per capitas

estabelecidos pela Entidade Executora.

Os dados foram coletados por estudantes do curso de graduação em Nutrição,

devidamente treinados.

4.3. TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tabulados em uma planilha do Microsoft Excel e foram apresentados

na forma de média. Posteriormente, as médias dos nutrientes avaliados foram comparadas aos

parâmetros preconizados pelo PNAE (BRASIL, 2013) e as médias dos per capitas de óleo de

soja e sal foram comparadas aos per capitas propostos pela Entidade Executora.

4.4. ASPECTOS ÉTICOS

Para a realização do presente estudo, foi solicitada autorização tanto da Entidade

Executora quanto dos diretores das escolas envolvidas e este foi submetido ao Comitê de Ética

em Pesquisa com Seres Humanos da Área da Saúde e aprovado sob parecer nº 2.615.535.

Page 22: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou os cardápios executados durante três dias em cinco escolas

estaduais. A Tabela 1 a apresenta os cardápios executados nos dias em que foram realizadas as

coletas de dados do presente estudo.

Os cardápios executados nas escolas em sua maioria apresentaram como prato

principal uma proteína preparada juntamente com a guarnição, por exemplo: carne com abóbora

ou mandioca; empamonado de carne moída, carne moída com chuchu e abóbora; ou preparada

juntamente com o acompanhamento, por exemplo: arroz com carne de porco, carne seca, frango

ou linguiça, baião de dois com carne. Já o feijão esteve presente como acompanhamento em

apenas 33% das refeições. A oferta de fruta como sobremesa ocorreu em apenas dois cardápios,

perfazendo um total de 13% em relação ao total de cardápios analisados.

Tabela 1. Cardápios executados nos dias de coleta de dados, em cinco escolas estaduais de uma

Entidade Executora localizada na região Centro Oeste. 2018.

Escola 1º dia 2º dia 3º dia

A Arroz e carne com

abóbora cabotiã Arroz com frango, feijão e

salada de rúcula com tomate Arroz e carne com mandioca

B Arroz com carne de

porco e salada de

repolho com tomate

Arroz colorido e

feijão/sobremesa melancia Arroz, feijão e carne moída

com chuchu e

abóbora/sobremesa: melancia

C Carne com mandioca e

arroz Arroz com carne seca e feijão Farofa de carne moída

D Arroz e carne com

mandioca Arroz com linguiça e salada

de repolho com tomate Arroz e polenta com molho de

frango

E Arroz e empamonado de

carne moída Arroz e carne com abóbora Baião de dois com carne

Page 23: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

21

O presente estudo avaliou o teor médio per capita de sódio nos cardápios executados,

comparativamente aos parâmetros preconizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação e os resultados estão apresentados no Gráfico 1.

Gráfico 1. Teor médio per capita de sódio (mg) nas refeições ofertadas em cinco escolas

estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em comparação ao

valor máximo preconizado pela Resolução FNDE n˚ 26/2013. 2018.

A partir da análise do Gráfico 1 é possível perceber que, das cinco escolas estudadas,

apenas uma (Escola E) apresentou média per capita de sódio dentro do limite proposto pelo

PNAE (400 mg). As demais apresentaram valores maiores do que a recomendação. Os per

capitas médios de sódio das escolas que apresentaram valores acima do preconizado pelo

PNAE apresentaram uma variação média de 95,13%, sendo que a maior variação foi encontrada

na escola C, que apresentou uma média per capita de sódio de 138,5% acima das

recomendações do PNAE. Tal valor justifica-se pelo fato de em um dos dias da coleta de dados,

o cardápio executado ter sido arroz com carne seca; por esse mesmo motivo, apesar da escola

C ter apresentado elevados teores de sódio, os teores de sal apresentaram-se dentro das

recomendações da Entidade Executora, demonstrando que especificamente nesta escola o que

mais contribuiu para os elevados teores de sódio foi a composição do cardápio, ao utilizar um

prato proteico rico em sódio, o que justificou teores de sal dentro das recomendações da

Entidade Executora, já que a necessidade de sal de adição no referido cardápio foi menor, em

relação aos demais cardápios executados. Considerando as demais escolas que apresentaram

teores de sódio acima das recomendações (neste caso, excluindo-se da média a escola C)

719,13773,12

954,14

675,80

323,98

0

200

400

600

800

1000

A B C D E

Per

capit

am

édio

de

sód

io (

mg)

Escolas

Page 24: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

22

obteve-se média de 80,7% acima das recomendações do PNAE, evidenciando que além dos

ingredientes in natura e minimamente processados utilizados nas preparações, outros fatores

como o sal adicionado às preparações, podem contribuir para elevados teores de sódio na

alimentação escolar.

BERINO et al. (2015) em estudo realizado em escolas estaduais do município de

Abaetetuba - PA 2015, analisaram 35 cardápios do ensino fundamental. Os resultados

demonstraram quantidades excessivas de sódio nestes cardápios, alcançando 162,5% acima das

recomendações máximas de sódio per capita preconizado pelo FNDE. Destaca-se, no entanto,

que os autores avaliaram os cardápios planejados, diferente do presente estudo, que avaliou os

cardápios executados.

Estudo realizado por PEREIRA (2016) avaliou o teor de sódio nas preparações

servidas na alimentação escolar de 28 escolas estaduais do município de Natal - RN. Foram

analisadas 30 preparações, utilizando-se o equipamento Salt-Manager HDS-1024®. De acordo

com os resultados obtidos, verificaram-se inadequações quanto ao teor de sódio em 50% das

amostras, e os valores de sal encontrados variaram entre 0,2g a 2,6g preparação/per capita,

indicando inadequação quanto às recomendações da Resolução nº 26/2013 do FNDE (BRASIL,

2013).

Estudo transversal realizado por LOUZADA et al. (2015), considerando dados da

Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, com mais de 30 mil adolescentes e adultos

residentes em áreas urbanas e rurais, de diversas regiões do país demonstrou que o consumo

excessivo de alimentos ultraprocessados prejudica a qualidade nutricional da dieta. Em uma

estratificação feita com um quintil da população brasileira que mais consome alimentos

ultraprocessados, verificou-se teores excessivos de gorduras totais, gordura saturada, gordura

trans, açúcar livre e sódio nas dietas; e teores de fibras e potássio abaixo das recomendações.

O estudo demonstrou elevados teores de sódio em todos os quintis da população estudada

(desde o quintil com menor consumo de ultraprocessados até o quintil com maior consumo de

ultraprocessados) e também demonstrou elevados teores de sódio em todas as frações da dieta,

ou seja, a fração referente ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e

a fração referente ao consumo de alimentos processados também apresentaram elevados teores

de sódio, não sendo a fração referente ao consumo de alimentos ultraprocessados a única

responsável pelos resultados de consumo excessivo de sódio na dieta da população brasileira.

Tais resultados evidenciaram que o caminho para a promoção da alimentação saudável no

Brasil requer tanto a diminuição nos teores de sódio pela indústria de alimentos processados e

Page 25: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

23

ultraprocessados, quanto a redução na adição de sal às preparações culinárias (LOUZADA et

al., 2015).

O sódio é um mineral muito utilizado na indústria alimentícia, para conservar e realçar

o sabor dos alimentos (MAHAN, 2005). Além de conferir sabor ao alimento ou preparação, o

sódio também garante segurança sanitária e funções tecnológicas aos alimentos como textura e

estrutura dos produtos. Este nutriente é essencial para alguns processos fisiológicos que

ocorrem em nosso organismo, como a regulação osmótica dos fluidos, a condução de estímulos

nervosos e a contração muscular. Entretanto o consumo excessivo de sódio favorece o

aparecimento de DCNT (BRSIL,2002).

Como forma de promover a alimentação saudável e diminuir os agravos à saúde

decorrente do consumo excessivo de sódio na dieta dos brasileiros, o Novo Guia Alimentar para

a População Brasileira recomenda “a preferência por alimentos in natura ou minimamente

processados e preparações culinárias à alimentos ultraprocessados” (BRASIL, 2014). A

Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo máximo de 2000mg (2g) de sódio per

capita diário, o que equivale a 5g de sal, uma vez que o sal possui 40% de sódio em sua

composição. Atualmente o consumo médio per capita de sal na população brasileira é maior

que o dobro da quantidade recomendada (BRASIL, 2014).

Considerando a contribuição do sódio na composição do sal de cozinha, o presente

estudo também avaliou os per capitas médios de sal encontrados nas refeições ofertadas aos

escolares nos dias de coleta de dados, conforme demonstrado no Gráfico 2.

Apenas as escolas C e E apresentaram per capitas médios abaixo do per capita

proposto pela Entidade Executora, de 1g de sal por refeição. As escolas A, B e D ultrapassaram

este limite em 74%, 90% e 47%, respectivamente.

Observou-se ainda uma relação, na escola E, entre os per capitas médios de sódio e de

sal empregado nas refeições, que se mantiveram dentro dos limites preconizados (400 mg de

sódio e 1g de sal). Da mesma forma, à exceção da escola C, as demais unidades que

apresentaram valores médios per capita de sódio elevados (A, B e D), também apresentaram

quantidades de sal acima do per capita proposto pela Entidade Executora. Na escola C, apesar

do teor de sódio ter se apresentado elevado, o limite de sal proposto pela Entidade Executora

não foi ultrapassado. Tal fato pode ser em parte justificado pelo emprego de carne seca em um

dos dias analisados, alimento este rico em sódio na sua composição.

Page 26: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

24

Gráfico 2. Quantidade média per capita de sal (g) empregado nas refeições ofertadas em cinco

escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em

comparação ao per capita proposto pela Entidade Executora. 2018.

Considerando que a adolescência é uma faixa etária crucial para constituição de hábitos

comportamentais (GORGULHO, FISBERG e MARCHIONI, 2013), e também uma fase de

vulnerabilidade ao aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras e em sódio, pobres em

fibras e nutrientes essenciais (CTENAS VITOLO, 1999; NEUTZLING et. al, 2007), os

resultados do presente estudo são preocupantes, e favorecem a ingestão diária excessiva de

sódio por parte dos escolares. Desta forma, somando-se o consumo diário de alimentos ricos

em sódio fora do ambiente escolar às elevadas quantidades de sal da alimentação escolar, os

valores de sódio resultantes certamente se apresentarão acima do recomendado pela

Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Guia de Boas Práticas Nutricionais para Restaurantes Coletivos, publicado pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) com o objetivo de reduzir a ingestão

diária excessiva de sal, sugere estratégias como retirar os saleiros das mesas, priorizar alimentos

in natura ou minimamente processados na elaboração dos cardápios em detrimento dos

alimentos ultraprocessados, substituir totalmente ou parcialmente o sal de adição por temperos

ou especiarias, bem como por sal adicionado de ervas, entre outras estratégias. Deve-se,

também, evitar o uso de temperos prontos, produzidos na unidade ou não e caldos

industrializados. Para a elaboração de sal com ervas secas, comumente utiliza-se 1 parte de sal

para 3 partes de ervas, ou seja, se utilizarmos 1g de sal, utilizaremos 3g de ervas a escolher,

1,741,90

0,96

1,47

0,71

0

1

2

3

A B C D E

Per

capit

am

édio

de

sal

(g)

Escolas

Page 27: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

25

como orégano, manjericão, manjerona, louro, alecrim, entre outros. Outro ponto importante é

a produção local de caldos pelos restaurantes em substituição aos caldos industrializados, ricos

em sódio. O preparo de caldos sem adição de sal proporcionará sabor às preparações, sem

excesso de sódio. O Guia de Boas Práticas Nutricionais para Restaurantes Coletivos

disponibiliza a Ficha Técnica de uma sugestão de caldo de vegetais, entre outras sugestões para

substituir os alimentos ultraprocessados nos cardápios (BRASIL, 2014). Ressalta-se que nos

dias em que foram realizadas coletas de dados nas escolas, não foram utilizados caldos

industrializados.

O presente estudo avaliou também as médias per capitas de gorduras totais nos

cardápios executados nos dias de coleta de dados, conforme demonstrado no Gráfico 3.

Gráfico 3. Teor médio per capita de gorduras totais (g) nas refeições ofertadas em cinco escolas

estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em comparação ao

valor preconizado pela Resolução FNDE n˚ 26/2013. 2018.

Os valores médios de gorduras totais apresentaram-se abaixo mínimo preconizado pela

Resolução FNDE n˚ 26/2013, de 10,9 g de gorduras totais por refeição, quando da permanência

do estudante na escola em período parcial e oferta de uma refeição pela escola. O menor valor

encontrado foi de 34% (Escola E) em relação aos valores recomendados, e o maior foi de 74%

6,81

8,04 7,86

6,25

3,71

0

2

4

6

8

10

12

A B C D E

Per

capit

am

édio

de

gord

ura

s to

tais

(g)

Escolas

Page 28: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

26

(Escola B) das necessidades recomendadas deste nutriente, para o período em que os

adolescentes permanecem na escola, sendo insuficientes para atender às demandas nutricionais

desta fase da vida.

Valores médios de gorduras totais acima das recomendações do PNAE foram

encontrados por SILVA e GREGÓRIO (2012) e ISSA et al. (2014) em estudos que avaliaram

refeições ofertadas à escolares na faixa etária entre 11 e 15 anos participantes do PNAE,

diferentemente dos resultados do presente estudo que apresentaram valores médios de gorduras

totais significativamente abaixo dos valores preconizados pela Resolução FNDE n˚ 26/2013

(BRASIL, 2013).

Por outro lado, resultados com per capitas de gorduras totais abaixo dos valores

preconizados pelo PNAE também foram encontrados na pesquisa realizada pelo FNDE em

2011, com o objetivo de avaliar a composição nutricional da alimentação oferecida em

cardápios de escolas públicas brasileiras atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação

Escolar. Foram analisados 1064 cardápios de escolas urbanas, rurais, indígenas e quilombos.

Do total de cardápios das escolas do ensino fundamental em turno parcial analisados, 29,5%

apresentou per capitas de gorduras totais abaixo dos valores preconizados pelo FNDE, assim

como observado no presente estudo (BRASIL, 2011). Estudo realizado por TEIXEIRA et al.

(2015) em uma escola de nível fundamental e médio da rede pública estadual da região

metropolitana do Recife, avaliou os cardápios ofertados aos escolares e demonstrou que os

teores de lipídios ficaram abaixo do estabelecido pelo PNAE.

As gorduras são importantes macronutrientes na composição da dieta, devendo fornecer

de 15% a 30% das necessidades energéticas diárias. As recomendações quanto à ingestão de

gorduras é que sejam ingeridos no máximo 10% da energia total de gorduras saturadas, 1% da

energia total de gordura trans e o restante da recomendação diária seja proveniente de gorduras

insaturadas (BRASIL, 2002).

O presente estudo avaliou também os per capitas médios de óleo de soja empregado nas

refeições ofertadas aos escolares nos dias de coleta de dados, conforme demonstrado no

Gráfico 4.

Page 29: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

27

Gráfico 4. Quantidade média per capita de óleo de soja (ml) empregado nas refeições ofertadas

em cinco escolas estaduais de uma Entidade Executora localizada na região Centro Oeste, em

comparação ao per capita proposto pela Entidade Executora. 2018.

Se considerarmos os valores recomendados pelo Manual de Orientação da Entidade

Executora, de 3 ml de óleo por refeição, as escolas C e E apresentaram per capitas médios

abaixo do per capita proposto pela Entidade Executora. As demais escolas apresentaram uma

variação média de quase 32% acima dos valores recomendados pela Entidade Executora, sendo

a escola B a que apresentou diferença mais significativa, de 45% acima do proposto pela

Entidade Executora.

Ressaltamos que nos dias de realização de coletas nas escolas não foram utilizados

e/ou preparados molhos ricos em óleos e outros tipos de gorduras, ou alimentos fontes de

gorduras trans na preparação das refeições. Portanto, a presença de óleo nas refeições refere-se

exclusivamente às quantidades adicionadas para elaborar as preparações.

3,83

4,36

2,85

3,68

1,53

0

1

2

3

4

5

A B C D E

Per

capit

ad

e óle

o d

e so

ja (

ml)

Escolas

Page 30: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

28

6. CONCLUSÃO

O acompanhamento e avaliação dos cardápios executados na alimentação escolar são

necessários a fim de verificar a adequação aos parâmetros nutricionais determinados pelo

PNAE. No presente estudo, os cardápios avaliados apresentaram, na maioria das escolas,

elevados teores de sódio e sal, em relação às recomendações do PNAE e da Entidade Executora,

respectivamente. A quantidade de óleo de soja empregada nas refeições manteve-se dentro do

per capita proposto pela Entidade Executora em duas escolas, entretanto, o teor médio de

gorduras totais apresentou-se abaixo do recomendado pelo PNAE em todas as escolas.

Apesar de terem sido avaliados os cardápios em apenas três dias por escola, destaca-se

a importância dos cardápios atenderem às recomendações do PNAE tanto para a oferta mínima

de gorduras totais, quanto para a oferta máxima de sódio. Uma revisão dos cardápios planejados

bem como a abordagem, no contexto das capacitações direcionadas aos técnicos de nutrição

escolar (TNE), de temáticas relacionadas à correta utilização das fichas técnicas de preparação

(FTP) podem contribuir para o alcance destas recomendações.

Page 31: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

29

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALONSO, A.; RUIZ-GUTIERREZ, V.; MARTÍNEZ-GONZÁLEZ, M. A. Monounsaturated

fatty acids, olive oil and blood pressure: epidemiology, clinical and experimental evidence.

Public Health Nutrition, v.9, n.2, p.251-257, 2006.

BERINO, T. N. et al. Consumo de sódio ofertado nos cardápios da alimentação escolar em

um município do estado do Pará. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA

AMAZÔNIA (COESA), 4., 2015, Belém. Anais [...] ISSN 2359-084X. Belém: UFPA, 2015.

BERTOLINO, C. N.; CASTRO, T. G.; SARTORELLI, D. S.; FERREIRA, S. R. G.;

CARDOSO, M. A. Influência do consumo alimentar de ácidos graxos trans no perfil de

lipídeos séricos em nipo-brasileiros de Bauru, São Paulo, Brasil. Caderno de

Saúde Pública, v.22, n.2, p.357-364, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Cartilha Alimentação Saudável. Brasília, DF, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Sódio. Brasília,DF,2002.(verificar).Disponível em :

http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_promocao_da_saude.php?conteudo=sodio. Acesso em:

27 mar. 2019.

BRASIL. Lei nº 11.947, de 16 de Julho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação

escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário

Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 188, n. 121, 17. Jul. 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Resumo Executivo. Composição nutricional da alimentação escolar no Brasil: uma análise a

partir de uma amostra de cardápios. Brasília, DF, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro, RJ,

2012.

Page 32: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

30

BRASIL. RESOLUÇÃO RCD n° 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da

alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de

Alimentação Escolar – PNAE. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília,

DF, 2013.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de boas práticas nutricionais:

restaurantes coletivos. Brasília, DF, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia Alimentar para a

populaBrasília, DF, 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Cartilha Nacional da Alimentação Escolar. 2ª ed. Brasília, DF, 2015a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Rótulos de alimentos:

orientações ao consumidor. Brasília, DF, 2011.Disponível em :

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/246_rotulos_alimentos.html. Acesso em: 30 mar. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro, RJ,

2016.

BOAVENTURA, P. S. et al. Avaliação qualitativa de cardápios oferecidos em escolas de

educação infantil da grande São Paulo. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, São

Paulo, v. 8, n. 3, p. 397-409, 2013. Disponível em: <https://www.e-

publicacoes.uerj.br/index.php/demetra/article/view/5649>. Acesso em: 29 mar. 2019.

CARDOSO, L. O, et al. Uso do método Grade of Membership na identificação de perfis de

consumo e comportamento alimentar de adolescentes do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de

Saúde Pública, v. 27, n. 2, p. 335-346, 2011. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/csp/v27n2/15.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2019.

CASA NOVA, M. A.; MEDEIROS, F. Recentes evidências sobre os ácidos graxos poli-

insaturados da família ômega-3 na doença cardiovascular. Revista do Hospital Universitário

Pedro Ernesto, v.1, n.11, p.74-80, 2011.le

CASTRO, I. R. R. et al. Vigilância de fatores de risco para doenças não transmissíveis entre

adolescentes: a experiência da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública,

v. 24, n. 10, p. 2279-2288, 2008.

COELHO, L. G. et al. Associação entre estado nutricional, hábitos limentares e nível de

atividade física em escolares. Jornal de Pediatria, v. 88, n. 5, p. 406-412, 2012. Disponível

em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0021-

75572012000500009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 mar. 2019.

COULTATE, T.P. Alimentos: a química de seus componentes. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,

2004. 368p.

CTENAS, M.L.B; VITOLO M.R. Crescendo com saúde: o guia de crescimento da criança.

São Paulo: C2 Ed. e Consultoria em Nutrição; 1999.

Page 33: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

31

GAMBARDELLA A.M, FRUTUOSO M.F. C. Adolescents feeding practices. Rev

Nutr 1999;12:5-19

GORGULHO, B. M.; FISBERG, R. M.; MARCHIONI, D. M. L. Nutritional quality of major

meals consumed away from home in Brazil and its association with the overall diet quality.

Preventive Medicine, v. 57, n. 2, p. 98-101, 2013. Disponível em:

<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23648522>. Acesso em: 25 mar. 2019.

HISTÓRICO. In: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Fundo Nacional de Desenvolvimento e

Educação. [São Paulo, SP: FNDE, s.d.]. Disponível em:

<https://www.fnde.gov.br/programas/programas-suplementares/pnae-sobre-o-programa/pnae-

historico>. Acesso em: 01 abr. 2019.

ISSA, R.C.; et al. Alimentação escolar: planejamento, produção, distribuição e adequação.

Revista Panamá de Salud Publica, vol. 35, n. 2, p. 96-103, 2014. Disponível em:

<https://scielosp.org/pdf/rpsp/2014.v35n2/96-103/pt>. Acesso em: 27 mar. 2019.

KASTORINI, C. M.; MILIONIS, H. J.; ESPOSITO, K.; GIUGLIANO, D.; GOUDEVENOS,

J. Á.; PANAGIOTAKOS, D. B. The effect of mediterranean diet on metabolic syndrome and

its componentes. Journal of American College of Cardiology, v.57, n.11, p.1299-1313,

2011.

LIMA, D. M et al. Tabela brasileira de composição de alimentos. 4. ed. Campinas: Núcleo

de Estudos e pesquisas em Alimentação (EPA) – UNICAMP, 2011.

LOPES, F. A.; BRASIL, A. L. D. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. São Paulo:

Editora Atheneu, 2003.

LOUZADA, M. L. da C. et al. Alimentos ultra processados e perfil nutricional da dieta no

Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 49, n. 38, p. 1-11, 2015. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/101882/100346>. Acesso em: 07 mar. 2019.

LUNA, N. M. M. Técnica Dietética: pesos e medidas em alimentos. Cuiabá: EdUFMT, 21p.

1994.

MAHAN L. K.; ESCOTT-STUMP S. K. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11. ed. São

Paulo: Roca, 2005.

MASCARENHAS, J. M. O.; SANTOS, J. C. Avaliação da composição nutricional dos

cardápios e custos da alimentação escolar da rede municipal de Conceição do Jacuípe/BA.

Revista Sitientibus, Feira de Santana, vol. 1, n. 35, p. 75-90, 2006. Disponível em:

http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/35/avaliacao_da_composicao_nutricional.pdf. Acesso em:

29 mar. 2019.

NAKASATO, M. Sal e hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 11, n. 2,

p. 95-97, 2004.

NCD-RisC, Risk Factor Collaboration. Worldwide trends in body-mass index, underweight,

overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based

Page 34: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

32

measurement studies in 128·9 million children, adolescents, and adults. Lancet 2017, vol.

390, n. 16, p. 2627–2642, 2017.

NELSON, D. L.; COX, M. M. Lipídeos. In: NELSON, D.L.; COX, M. M. Princípios de

bioquímica de Lehninger. 5a ed. Porto Alegre: Artmed; p.343-370.2011.

NEUTZLING, M. B et al. Freqüencia de consume de dietas ricas em gordura e pobres em

fibra entre adolescents. Revista de Saúde Pública, vol. 41, n. 3, p. 2-7, 2007. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rsp/nahead/ao-5648.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2019.

NEUTZLING, M. B. et al. Hábitos alimentares de escolares adolescentes de Pélotas, Brasil.

Revista de Nutrição, vol. 23, n. 3, p. 379-388, 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732010000300006 >.

Acesso em: 26 mar. 2019.

NCD-RisC, Risk Factor Collaboration. Worldwide trends in body-mass index, underweight,

overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based

measurement studies in 128·9 million children, adolescents, and adults. Lancet 2017, vol.

390, n. 16, p. 2627–2642, 2017.

OLIVEIRA, M. F.; VIANA, A. R. G; SANTOS, M. A. P. Consumo alimentar de escolares : um

artigo de revisão. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISAS EM EDUCAÇÃO EM

CIÊNCIA, 9., 2013, Atas [...]. Águas de Lindóia, SP: ABRAPEC 2013.

PEREIRA, E. B. Avaliação do teor de sódio na alimentação de estudantes de escolas

públicas em Natal – RN. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC em Nutrição) –

Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do

Norte, 2016.

PINHEIRO, A. B. V. et al. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas

caseiras. 5 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2008.

RAPOSO, H. F. Efeito dos ácidos graxos n-3 e n-6 na expressão de genes do metabolismo de

lipídeos e risco de ateroesclerose. Revista de Nutrição, n.23, n.5, p.871-879, 2010.

ROSSI, C. E. et al. Influência da televisão no consumo alimentar e na obesidade em crianças

e adolescentes: uma revisão sistemática. Revista de Nutrição, v. 23, n. 4, p. 607-620, 2008.

Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rn/v23n4/v23n4a11.pdf>. Acesso em: 27 mar.

2019.

RUELA, L. C. R.; SOUSA JUNIOR, F. A. C. Avaliação nutricional e estilo de vida de

adolescentes de uma escola pública da região sul fluminense – RJ. Nutrir Gerais, v.4, n.6, p.

554-65, 2010.

SANTOS, R. D.; GAGLIARDI, A. C. M.; XAVIER, H. T.; CASELLA FILHO, A.;

ARAÚJO, D. B.; CESENA, F. Y.; ALVES, R. J. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I

Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (HF). Arquivos Brasileiros de

Cardiologia, v.99, n.2 ,supl.2, p.1-28, 2012.

Page 35: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

33

SANTOS, R. D.; GAGLIARDI, A. C. M.; XAVIER, H. T.; MAGNONI, C. D.; CASSANI,

R.; LOTTENBERG, A. M. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia: I diretriz sobre o

consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.100,

supl.3, p.1-40, 2013.

SILVA, R. A.; HARTMANN, C. JUNIOR, A. T. C. Excesso de peso e obesidade em

escolares da rede municipal de ensino de Arapiraca – AL. Fiep Bulletin On-line, vol. 85, n.

1, p. 1-8, 2015. Disponível em:

http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/viewFile/85.a1.72/10481. Acesso

em: 30 mar. 2019.

SILVA, M. M. D. C.; GREGÓRIO, E. L. Avaliação da composição nutricional dos cardápios

da alimentação escolar das escolas da rede municipal de Taquaraçu de Minas – MG. HU

Revista, vol. 37, n. 3, p. 387-94, 2012. Disponível em:

<http://ojs2.ufjf.emnuvens.com.br/hurevista/article/view/1734/584>. Acesso em: 25 mar.

2019.

SILVA, C. R.; LOPES, R. E. Adolescência e Juventude: entre conceitos e políticas públicas.

Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, n. 2, p. 87-106, 2009.

Disponível em:

<http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/100>.

Acesso em: 15 mar. 2019.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes brasileiras de hipertensão.

Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.100, supl.3, p.1-40, 2013.

SÓDIO. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Atenção Básica: promoção da

saúde e da alimentação adequada e saudável. [São Paulo, SP: Dab Saúde, s.d.]. Disponível

em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_promocao_da_saude.php?conteudo=sodio>.

Acesso em: 15 mar. 2019.

TEIXEIRA, A. S. et al. Substituição de refeições por lanches em adolescentes. Revista

paulista de Pediatria, São Paulo, v. 30, n.3, p. 330-337, 2012. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-

05822012000300005&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 20 mar. 2019.

TEIXEIRA, G. L. S. B. et al. Alimentação escolar: cenário em uma escola na região

metropolitana do Recife. Revista Eletrônica Estácio Recife, vol. 1, n. 1, p 1-10, 2015.

Disponível em: <https://reer.emnuvens.com.br/reer/article/view/13/10>. Acesso em: 27 mar.

2019.

TERRA, C. G. Sódio urinário como preditor da progressão da doença renal crônica e seu

impacto sobre a pressão arterial sistêmica. In: 14º Congresso Nacional de Iniciação

Científica – CONIC, São Paulo, 28-29 nov. 2014. Disponível em: <http://semesp1.tempsite.

ws/semesp_beta/conic-semesp/>. Acesso em: 20 mar. 2019.

UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos. 4 ed. 161 p. Campinas:

BookEditora, 2011.

WHO. World Health Organization: Growth reference data for 5-19 years. Geneva: WHO;

2007. Disponível em: <https://www.who.int/growthref/en/>. Acesso em: 28 mar. 2019.

Page 36: AVALIAÇÃO DOS TEORES DE SÓDIO E GORDURAS TOTAIS EM ...bdm.ufmt.br/bitstream/1/1617/1/TCC_2019_Elisabete Fátima Ortiz.pdf · region. A quantitative cross-sectional study, conducted

34

ANEXOS

ANEXO I