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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica AVALIAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À ÁGUA/AO ENXÁGUE DE PROTETORES SOLARES BIOATIVOS Chin Yi Su Trabalho de Conclusão do Curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Orientador: Prof. Dr.André Rolim Baby São Paulo 2018

AVALIAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À ÁGUA/AO ENXÁGUE DE … · 2018. 4. 25. · Nesse contexto, a propriedade de resistência à água tem sido um requisito na escolha de protetores

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  • UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

    FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

    Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica

    AVALIAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA À ÁGUA/AO ENXÁGUE DE

    PROTETORES SOLARES BIOATIVOS

    Chin Yi Su

    Trabalho de Conclusão do Curso de

    Farmácia-Bioquímica da Faculdade de

    Ciências Farmacêuticas da

    Universidade de São Paulo.

    Orientador:

    Prof. Dr.André Rolim Baby

    São Paulo

    2018

  • DEDICATÓRIA

    Aos meus pais, pelos seus cuidados e amor incondicional. Pai, seus ensinamentos

    e incentivo foram e sempre serão essenciais na minha vida. Mãe, seu apoio e

    compreensão constantes sempre me deram força para continuar a caminhar.

    Minha imensa gratidão a vocês, que se esforçaram ao máximo para dar as

    melhores condições para mim, especialmente na minha formação como pessoa e

    como profissional. Vocês são minha maior fonte de inspiração e exemplo!

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, por me proteger e permitir que eu pratique a sabedoria no seu Caminho,

    me ensinando a evoluir espiritualmente a cada dia. Obrigada por sempre

    iluminar minha vida!

    Aos meus pais, Tung Hsin e Chun Wei, que sempre me incentivaram a estudar e

    aproveitar todas as oportunidades para aprender. Obrigada por acreditarem no

    meu potencial e estarem ao meu lado em todos os momentos!

    Às minhas irmãs, Chin Chu e Sofia, pela amizade, apoio e companheirismo.

    Obrigada pela confiança e por fazerem parte da minha vida!

    Ao meu namorado e melhor amigo, Rodrigo, pela sua paciência, compreensão e

    carinho. Obrigada por cuidar de mim e me apoiar nos momentos difíceis!

    Ao professor André Baby, pela sua orientação e confiança na minha capacidade

    de desenvolver esse trabalho.

    Aos professores Elvira e Felipe, pelos ensinamentos e pelo auxílio incansável

    durante o período de tratamento estatístico.

    À Michelli, por ter me ajudado a dar os primeiros passos na pesquisa acadêmica

    durante o período de Iniciação Científica.

    Ao Edgar por todo o suporte, e à Claudineia, pela sua assistência no laboratório

    e por compartilhar suas experiências do doutorado.

    À Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que me proporcionou um

    ambiente acolhedor, pessoas maravilhosas, experiências e aprendizados únicos.

    A todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização desse

    trabalho!

  • “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois

    passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez

    passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que

    eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a

    utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de

    caminhar.”

    (Eduardo Galeano)

  • SUMÁRIO

    Pág.

    Lista de Abreviaturas .......................................................................... 1

    RESUMO .......................................................................................... 2

    1. INTRODUÇÃO................................................................................. 3

    2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 5

    3. OBJETIVOS................................................................................... 18

    4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................... 18

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 23

    5. CONCLUSÃO................................................................................... 30

    6. REFERÊNCIAS.................................................................................. 30

    7. ANEXOS......................................................................................... 38

  • 1

    LISTA DE ABREVIATURAS

    ABIHPEC Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

    Abs Absorbância

    ABTS Sal de amônio do ácido 2,2’-azinobis(3-etilbenzenotiazolina6-sulfônico)

    BHT Butil hidroxi tolueno

    COLIPA European Cosmetics Association

    FDA Food and Drug Administration

    FPS Fator de Proteção Solar

    FP-UVA (0) Fator de proteção UVA de amostra não exposta à radiação UV

    HPLC High Performance Liquid Chromatography

    INCI International Nomenclature of Cosmetic Ingredient

    pH Potencial hidrogeniônico

    PMMA Polimetilmetacrilato

    UV Radiação ultravioleta

    WRR Water Resistance Retention

    Λ crit Comprimento de onda crítico

  • 2

    RESUMO

    SU, C.Y. Avaliação in vitro da resistência à água/ao enxágue de protetores solares bioativos. 2018. 38f. Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia-Bioquímica – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Palavras-chave: fotoprotetores bioativos, resistência à água, formadores de filme/barreira INTRODUÇÃO: Em um cenário de constante crescimento do mercado de fotoprotetores no Brasil e no mundo, há maior busca por protetores solares mais seguros e eficazes. Nesse contexto, a propriedade de resistência à água tem sido um requisito na escolha de protetores solares. Em geral, tal propriedade é obtida com o emprego de agentes formadores de filme/barreira de classes químicas diversas. Os testes de resistência à água, realizados geralmente em sujeitos, são métodos caros, demorados e expõem voluntários a irradiações e longos tempos de imersão. Assim, o estudo de resistência à água in vitro, empregando agentes formadores de filme/barreira distintos, mostra-se relevante para a obtenção de fotoprotetores resistentes ao enxágue. OBJETIVO: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resistência à água, por método in vitro, de protetores solares bioativos contendo agentes formadores de filme/barreira. MATERIAIS E MÉTODOS: Os fotoprotetores bioativos (contendo rutina) foram preparados como emulsões água-em-óleo (A/O) com agentes formadores de filme/barreira distintos: dimeticone, miristato de isopropila e óleo mineral. As formulações foram aplicadas em placas sintéticas a 1,3mg/cm2 (triplicata) e secas à temperatura ambiente (22°C + 1,0) por 30 minutos no escuro. A avaliação da resistência à água in vitro (%WRR) foi realizada em banho de 42,0°C por 60 minutos, a 150 rpm de velocidade de agitação. O espectro de absorção, medido antes e após o enxágue, foi obtido utilizando o espectrofotômetro de reflectância difusa com esfera de integração Labsphere® UV2000S, no intervalo de 250 - 450 nm. Com a medição, foram obtidos valores de FPS, λ crítico, razão UVA/UVB e FP-UVA (0). Após o enxágue, foi realizada a quantificação de filtros UV liberados no banho, por método cromatográfico (HPLC). RESULTADOS: A formulação com dimeticone apresentou maiores valores de FPS pós-enxágue e atendeu ao requisito de %WRR maior que 50%, enquanto miristato de isopropila e óleo mineral não o atenderam. Todas as formulações apresentaram

    variações similares de λc, razão UVA/UVB e FP-UVA (0), e não foi possível avaliar a contribuição dos formadores de filme/barreira na manutenção de tais medidas após o enxágue. O método de quantificação por HPLC empregado nesse estudo não detectou os filtros nas concentrações de até 0,8 μg/mL de metoxicinamato de octila e 0,4 μg/mL de avobenzona. CONCLUSÃO: Os resultados evidenciaram a propriedade de resistência à água proporcionada pelo dimeticone ao fotoprotetor, atributo não demonstrado pelo óleo mineral e miristato de isopropila. Os três agentes formadores de filme/barreira apresentaram o mesmo desempenho na manutenção de λc, razão UVA/UVB, e FP-UVA(0). A estratégia de quantificação da liberação de ativos por HPLC deve ser mais aprofundada para consolidar a validade e confiabilidade dos métodos in vitro de resistência à água.

  • 3

    1. INTRODUÇÃO

    O consumo de fotoprotetores no mundo vem apresentando aumento significativo

    nos últimos anos. Segundo os dados da consultoria Euromonitor International, o

    consumo de protetores solares apresentou crescimento anual de 20% nos últimos 13

    anos (EUROMONITOR, 2014). Em 2016, a categoria de Sun Care cresceu 5,1% em

    relação a 2015 no Leste Europeu; 1,3% na Europa Ocidental e 4% nos Estados Unidos.

    Globalmente, a categoria de fotoproteção voltada para crianças e bebês cresceu 2,8%

    nesse mesmo período (EUROMONITOR, 2014).

    O Brasil é um dos maiores mercados consumidores de produtos fotoprotetores.

    Segundo a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

    (ABIHPEC, 2014), o país foi responsável por cerca de 20% do consumo mundial e 82%

    do consumo na América Latina, apresentando-se como maior mercado mundial em

    2014 (ABIHPEC, 2014). Em 2015, por conta do cenário político e econômico, o país

    passou a ocupar a segunda posição mundial (ABIHPEC, 2016a). No contexto interno, o

    mercado de proteção solar em 2014 cresceu 18,2% em relação ao ano anterior e

    apresentou queda de 1,9% em 2015 comparado a 2014 devido à recessão econômica

    do país. Contudo, em 2016 o mercado voltou a ascender e estima-se que para o

    período de 2017 a 2021, o mercado de proteção solar cresça em média 10% ao ano,

    podendo alcançar vendas de até 3,77 bilhões de reais em 2021 (MINTEL, 2016).

    A representatividade do crescente uso de produtos fotoprotetores é justificada

    pelo clima predominantemente tropical do país, com elevados índices de radiação UV e

    pela maior conscientização da população em relação aos riscos da exposição ao sol

    (ABIHPEC, 2016b).

    A radiação solar é composta de radiação eletromagnética infravermelho (> 780

    nm), visível (400-780nm) e UV (100-400nm), sendo a última a principal responsável

    pelos danos provocados pela exposição ao sol. É sabido que a exposição prolongada à

    radiação UV sem uso de fotoprotetores pode provocar inflamação, danos ao DNA,

    alterações histológicas na epiderme, envelhecimento precoce e carcinogênese

    (BALOGH et al., 2011).

    Diante desse cenário, a busca por fotoprotetores mais eficazes tem sido cada

    vez mais crescente e se tornado um desafio para a indústria cosmética.

  • 4

    Dentre os fatores determinantes para alcançar a eficácia de um fotoprotetor

    estão a absorção da radiação UV, fotoestabilidade e resistência à remoção por água da

    superfície cutânea (TROTTA et al., 2014).

    A resistência à água indica o quanto um produto é capaz de manter seu fator de

    proteção solar (FPS) após imersão em banho por determinado período de tempo

    (EUROPEAN COSMETICS ASSOCIATION (COLIPA), 2005).

    Um dos métodos mais utilizados para a determinação da resistência à água é o

    método in vivo proposto pelo COLIPA, no qual compara-se o FPS determinado antes e

    após a imersão de voluntários em banhos, SPA ou Jacuzzi®(EUROPEAN COSMETICS

    ASSOCIATION (COLIPA), 2005).

    Apesar dos métodos in vivo permitirem simular condições mais próximas da

    realidade, são de alto custo e requerem mais tempo para análise e monitoramento

    (AHN et al., 2008; CHEIGNON et al., 2012; STOKES et al., 1998). Frente a isso,

    métodos in vitro mostram-se alternativas interessantes, pois ademais do custo e tempo

    requeridos serem inferiores, as técnicas são mais simples, e evita a exposição de

    voluntários saudáveis a condições de estresse (exposição a radiações UV e longos

    tempos de imersão).Outro fator importante a se considerar é a possibilidade de realizar

    testes com produtos em fase de desenvolvimento e que ainda não podem ser

    determinados pelo método in vivo (AHN et al., 2008; CHEIGNON et al., 2012;

    CHOQUENET; COUTEAU; PAPARIS; COIFFARD, 2008; PISSAVINI et al., 2007;

    STOKES et al., 1998).

    A resistência à água de produtos cosméticos pode ser obtida com o emprego de

    agentes formadores de filme de classes químicas diversas (hidrocarbonetos, ésteres,

    silicones e polímeros, entre outros). Devido às suas propriedades físico-químicas, esses

    compostos são capazes de formar filmes, dificultando o enxágue e dessa forma,

    aumentam a capacidade fotoprotetora do produto.

    Atualmente, há interesse crescente no emprego de compostos naturais que

    incrementem a propriedade fotoprotetora dos produtos cosméticos. Compostos

    fenólicos, como os flavonoides são conhecidos pelas suas atividades anti-inflamatórias,

    antioxidantes e capacidade de absorver radiação UV (SOUZA; CAMPOS; PACKER,

    2013; ZINI,2012). Diante desse contexto, os flavonoides vêm sendo empregados em

  • 5

    associação com filtros UV para a obtenção de produtos que conferem fotoproteção e

    propriedade antienvelhecimento. Ademais, estudos demonstram que o uso de

    flavonoides permite a diminuição do uso de filtros solares, o que diminui o potencial de

    irritação cutânea e dificuldade de obtenção de formulações estáveis (RIBEIRO, 2006).

    Dentre os flavonoides muito utilizados em formulações fotoprotetoras tem-se a

    rutina, flavonoide tradicionalmente utilizado no tratamento da fragilidade capilar,

    insuficiência venosa ou linfática, como potente antioxidante e prevenção de danos

    provocados pela radiação ultravioleta (RIBEIRO, 2006; VELASCO et al., 2008). Devido

    a essas propriedades, a rutina foi empregada como objeto de estudo deste trabalho.

    Frente aos cenários mundial e brasileiro apresentados, e tendo em vista que a

    resistência à água e emprego de compostos naturais têm sido um requisito na escolha

    de protetores solares, o estudo de tal propriedade com agentes formadores de filme em

    formulações contendo rutina mostra-se relevante para atender a demanda de

    fotoprotetores eficazes, seguros e mais resistentes à água.

    2. REVISÃO DE LITERATURA

    2.1. Fotoprotetores multifuncionais

    O Brasil, por ser um país situado próximo à linha equatorial, apresenta

    anualmente índices elevados de radiação UV (MACEDO, 2014). Devido à essa

    condição, a população é frequentemente exposta às agressões provocadas pela

    radiação solar, o que justifica a adoção de diversas formas de cuidado, como uso de

    roupas e acessórios (chapéus,óculos de sol que ofereçam proteção contra raios UVA e

    UVB e guardas-sóis) para bloqueio físico e uso de protetores solares como medida

    profilática e eficiente na proteção contra os danos provocados pelas radiações

    (TOMAZELLI, 2017).

    Apesar do uso de fotoprotetores tradicionais ser o principal meio utilizado na

    proteção contra os raios UV, este se mostra insuficiente na proteção contra os danos

    causados pelos radicais livres (ZHANG et al., 2010). Assim, cada vez mais há tendência

    no desenvolvimento de fotoproteção baseando-se em dois aspectos: (1) uso de

    formulações orais como forma complementar da proteção solar e (2) adição de novos

  • 6

    ingredientes de origem natural nos fotoprotetores para incremento de FPS (REYES;

    VITALE, 2013).

    As formulações fotoprotetoras de uso oral envolvem fitoterápicos, suplementos

    vitamínicos e compostos fenólicos antioxidantes (LEITE, 2015). O emprego de

    substâncias orais como forma de proteção endógena da pele mostra-se interessante,

    mas ainda é insuficiente. Isso se justifica pela degradação e perda de compostos

    antioxidantes pela via oral, por meio do efeito de primeira passagem, diminuindo assim

    a quantidade biodisponível de antioxidantes para uma proteção mais eficaz (ZHANG et

    al. 2010).

    Sendo assim, as formulações passam a incorporar outras inovações, como:

    adição de novos ativos antioxidantes que agem em conjunto com filtros solares

    tradicionais; adição de compostos que aumentam a capacidade fotoprotetora e adição

    de ingredientes que conferem boa propriedade sensorial (DRAGONETTI, GOMES,

    MORAES, 2016; LIN et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2015; TOMAZELLI, 2017; ZHANG, et

    al. 2010).

    A combinação de compostos antioxidantes com filtros solares demonstra-se

    promissora no desenvolvimento de fotoprotetores multifuncionais, uma vez que ambos

    agem sinergicamente por mecanismos diferentes: enquanto os filtros agem na

    superfície cutânea, absorvendo e/ou refletindo as radiações UV, os antioxidantes agem

    na superfície (absorvendo a radiação UV) e/ou nas camadas mais profundas da pele

    (neutralizando os efeitos oxidativos) (PERES, 2015). Outro fator interessante é que o

    uso de antioxidantes, além de prevenir o envelhecimento precoce (BALOGH et al.,

    2011; RIBEIRO, ANDRADE, GRIGNOLI, 2015), permite também a redução da

    concentração de filtros químicos e físicos empregados em formulações fotoprotetoras,

    diminuindo assim a irritabilidade e sensibilização cutânea provocadas pelos filtros

    solares (GONZÁLEZ, 2014).

    O emprego de compostos formadores de filme/barreira é outra abordagem cada

    vez mais estudada. Os formadores de filme/barreira incluem óleos, polímeros e

    copolímeros, ésteres e silicones, e sua característica confere resistência ao enxágue, o

    que aumenta a sua capacidade de fotoproteção contra radiação UV. Ademais, alguns

  • 7

    compostos podem proporcionar efeitos positivos no comportamento sensorial da

    formulação, propriedade conhecida principalmente nos silicones.

    Tendo em vista disso, a combinação de antioxidantes e filtros solares e o

    emprego de compostos formadores de filme são fatores que podem ampliar a eficácia

    fotoprotetora e promover diversos benefícios adicionais, o que a torna relevante para o

    desenvolvimento de novas formulações multifuncionais.

    2.2. Uso de rutina em fotoprotetores

    Os flavonoides são polifenois, produtos do metabolismo secundário de plantas, e

    quimicamente são substâncias compostas por um núcleo comum benzopirano ou

    cromano ligado ao anel aromático, caracterizado pelo esqueleto de carbono C6-C3-C6

    (Figura 1), com substituição em uma ou mais hidroxilas (BECHO; MACHADO;

    GUERRA, 2009; VELASCO et al., 2008). Os flavonoides podem ocorrer na natureza

    como agliconas, flavolignanas (parte de estruturas que contêm flavonoides) e

    principalmente como glicosídeos (BEHLING et al., 2004).

    Figura 1. Estrutura básica dos flavonoides (Dornas et al., 2007)

    A rutina (3-o-rutinosídeo-quercetina) é um flavonoide da classe dos flavonóis,

    encontrada na uva, feijão vermelho, maçã, tomate, cebola, trigo serraceno e em

    bebidas como vinho tinto e chá preto (BECHO; MACHADO; GUERRA, 2009). A rutina

    têm se destacado pelas suas propriedades farmacológicas, como alto poder

    antioxidante, prevenção e tratamento de insuficiência venosa e linfática, promoção da

    permeabilidade e resistência capilar e prevenção de danos provocados pela radiação

  • 8

    ultravioleta (BABY et al., 2008; BECHO; MACHADO; GUERRA, 2009; TOMAZELLI,

    2017; VELASCO et al., 2008).

    A rutina apresenta massa molar 610,52 g.mol-1 e quatro constantes de

    dissociação correspondentes à desprotonação das hidroxilas nas posições: 4 ’-OH, 7-

    OH, 3’-OH, 5-OH, em ordem de ocorrência de perda de H+ conforme a variação do valor

    de pH do meio (PIETTA,2000). Os valores de pKa, que exprimem o grau de capacidade

    relativa de cada centro ácido de ionização da molécula, variam de acordo com a

    literatura. Segundo Mielczarek (2005) as constantes de dissociação da rutina

    apresentam os seguintes valores: pK1 = 7,35 + 0,02; pK2 = 8,8 + 0,10; pK3 = 11,04 +

    0,10; pK4 = 11,90 + 0,10 (MIELCAZEK, 2005; HOWARD & WENDER, 1952).

    Com relação à sua solubilidade, a rutina apresenta baixa solubilidade em água

    (0,125g/L) e em meios lipofílicos, sendo seu logP aproximadamente 0,64. Tal evidência

    dificulta a permeação do flavonoide através de membranas biológicas, e

    consequentemente diminui a sua biodisponibilidade no organismo (BALDISSEROTTO

    et al.,2015; BABY, 2007).

    O potencial antioxidante da rutina é atribuído a três mecanismos distintos: (1) os

    dois grupos hidroxilas em posição orto no anel B conferem estabilidade ao radical

    formado e participa na delocalização dos elétrons; (2) a dupla ligação entre C2-C3 em

    conjugação com o a função 4-oxo do anel C é responsável pela delocalização de

    elétrons no anel B; (3) os grupamentos 7- e 5-OH juntamente com o grupo 4-oxo nos

    anéis A e C são importantes para o potencial de eliminação dos radicais (Figura 2)

    (LUE et al., 2010; OLIVEIRA, 2015; YANG et al.,2008).

  • 9

    Figura 2. Fórmula estrutural da rutina (BABY, 2007)

    Devido ao seu potencial antioxidante, estudos diversos foram realizados para a

    caracterização de tal atividade. Lue e colaboradores (2010) realizaram comparação da

    atividade antioxidante da rutina à de dois de seus ésteres (possuindo grupamento acila

    nos carbonos C12 e C16) e ao hidroxitolueno butilado (BHT). Constatou-se que os

    ésteres apresentaram poder redutor e habilidade quelante menor comparados à rutina,

    porém apresentaram a mesma capacidade sequestradora do radical livre DPPH (LUE et

    al., 2010).

    Yang e colaboradores (2008) compararam a atividade antioxidante da rutina com

    antioxidantes (padrões), como ácido ascórbico e BHT. Os ensaios in vitro para

    avaliação da atividade incluíram avaliação da atividade antioxidante total, sequestro de

    radicais pelos grupamentos hidroxilas, capacidade de sequestro de superóxidos e

    DPPH, e avaliação da peroxidação lipídica. Os ensaios constataram que a rutina teve

    atividade antioxidante inferior ao ácido ascórbico, no entanto apresentou inibição da

    peroxidação lipídica superior em relação aos outros compostos, de modo que a

    atividade antioxidante aumentou com o aumento da concentração (YANG et al.,2008).

    Aliaga e Lissi (2004) realizaram comparação experimental e teórica do potencial

    quelante de radicais livres da rutina e quercetina, utilizando radicais peróxido e ABTS.

    Os estudos in vitro e os cálculos teóricos demonstraram que a alta reatividade da

    quercetina em relação à rutina se deve à presença adicional de um grupamento

    hidroxila no anel C. Segundo os dados teóricos, a presença do grupamento hidroxila

  • 10

    extra aponta como um grupo preferencial de atividade quelante e a reatividade é tão

    alta quanto o grupo catecol, presente no anel B da rutina e da quercetina (ALIAGA &

    LISSI, 2004).

    A combinação de ingredientes bioativos com filtros UVA e UVB têm mostrado a

    capacidade que os primeiros possuem de complementar a atividade fotoprotetora dos

    filtros, reduzir e prevenir os danos causados pelos radicais livres (OLIVEIRA et al.,

    2015), bem como de reduzir as concentrações de filtros químicos nos formulações

    fotoprotetoras (diminuição da sensibilização, irritabilidade e absorção cutânea)

    (VELASCO et al., 2008).

    Oliveira e colaboradores (2015) avaliaram a eficácia de fotoprotetores contendo

    benzofenona-3 (BP) ou avobenona (BMDBM), associados ou não à rutina. As

    formulações apresentaram compatibilidade cutânea e segurança adequadas. O estudo

    mostrou que a rutina elevou a propriedade antioxidante dos filtros UVA em 40 vezes. A

    associação de 0,1% de rutina a 6% de BP apresentou-se como a combinação de

    melhor desempenho, aumentando o FPS de 24 a 33 (in vitro). No entanto, tal

    incremento não foi observado na associação de rutina e BMDBM. Em resumo, foi

    demonstrada a capacidade da rutina na fotoestabilização e na melhora do desempenho

    fotoprotetor em determinados filtros UVA (OLIVEIRA et al., 2015).

    Velasco e colaboradores (2008) realizaram a eficácia fotoprotetora in vitro da

    associação da rutina ao p-metoxicinamato de octila e benzofenona-3, pelos parâmetros

    de FPS, comprimento de onda crítico (nm) e razão UVA/UVB. Os resultados mostraram

    que a rutina apresentou eficácia fotoprotetora depedente da concentração e presença

    dos filtros UVA e UVB, sendo que foi observado sinergismo na elevação do FPS

    (aumento de 7,4 a 9,9), quando o flavonoide foi associado aos filtros químicos nas

    concentrações mínimas. Ademais, a rutina não associada aos filtros apresentou

    proteção ao UVA superior à formulação branco e às formulações associadas

    (VELASCO et al., 2008).

    Após a revisão da literatura exposta, pode-se afirmar que a rutina, devido ao seu

    poder antioxidante, é capaz de aumentar o desempenho fotoprotetor de formulações

    quando associada à filtros UV. Essa combinação é interessante, pois permite a

    obtenção de fotoprotetores mais estáveis, seguros, eficazes e multifuncionais.

  • 11

    2.3. Agentes que conferem resistência à água

    A propriedade de resistência ao enxágue vem sendo um requisito cada vez mais

    forte para a escolha de fotoprotetores pela população. Isso é válido pela necessidade

    de manter a proteção contra a radiação UV em ambientes como praias, piscinas, e até

    mesmo durante a prática de exercícios físicos intensos, em que a transpiração é mais

    acentuada (COSMÉTICOS BR, 2015).

    Geralmente, para obtenção de fotoprotetores resistentes ao enxágue, é

    necessária a adição de ingredientes que garantem a boa adesão da formulação na pele

    durante a imersão em água (SWISS-AMERICAN, 2013). Esses compostos podem ser

    substâncias hidrofóbicas e/ou agentes filmógenos/formadores de filme (CASWELL,

    2001; MILESI& GUTERRES, 2002).

    Os formadores de filme são compostos que quando aplicados diretamente sobre

    a pele, as gotículas contendo polímero se espalham, formando um sistema in situ. O

    sistema passa por alterações físicas e, após a evaporação do solvente e compostos

    voláteis, ocorre formação de um fino filme residual (Figura 3) (FELTON, 2013; KATHE

    & KATHPALIA, 2017).

    Figura 3. Mecanismo de formação de filme (KATHE & KATHPALIA, 2017)

    O processo de formação de filme é influenciado por diversas variáveis químicas

    e físicas, como peso molecular, grau de reticulação polimérica (crosslinking ou ligação

    cruzada das cadeias poliméricas), temperatura de cura (endurecimento do polímero por

    reticulação), viscosidade, formulação do agente formador de filme, entre outras

  • 12

    variáveis (BAGHDACHI; FELTON, 2013). Os principais formadores de filme são

    apresentados na Tabela 1.

    Tabela 1. Compostos que conferem resistência à água (CASWELL, 2001)

    Formadores de filme

    Copolímero PVP – hexadeceno

    Copolímero PVP – eicosano

    Tricotanil PVP

    Crosspolímero acrilato/C 10-30 alquil acrilato

    Copolímero acrilato/t-octilpropenamida

    Silicones

    Formadores de filme/barreira hidrofóbica

    Cetil dimeticona

    Derivado maleico do óleo de soja

    Legenda: PVP = polivinilpirrolidona

    O mecanismo de ação dos agentes filmógenos em fotoprotetores resistentes à

    água ocorre pela fixação dos filtros na pele, impedindo sua remoção pela água

    (CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011). A presença de filtros no interior do filme diminui

    o grau de penetração transdérmica de filtros, fator que permite proteção mais duradoura

    em comparação aos fotoprotetores tradicionais, além de diminuir os riscos de exposição

    e acúmulo desses compostos no organismo. A retenção de filtros pelo filme polimérico

    permite também a redução dos traços de ingredientes liberados nas águas de rios e

    mares, que são prejudiciais principalmente para a fauna e a flora dos ecossistemas

    aquáticos (RIGANO, 2014).

    Dentre os formadores de filme mais utilizados, estão os copolímeros de polivinil

    pirrolidona (PVP) hexadeceno, eicosano e tricotanil, contido em mais de 50% dos

    protetores solares lançados nos últimos anos. Os polímeros cruzados e copolímeros

    acrilatos, são caracterizados pela formação de filme uniforme e melhora do

    desempenho de protetores solares devido ao aprisionamento dos filtros no interior do

    filme e pela sua natureza hidrofóbica (SOHN, 2016; MAXON &STARCH, 2017).

  • 13

    Outros compostos capazes de conferir resistência à água são as substâncias

    hidrófobas. Devido ao caráter lipofílico, são capazes de formar barreiras que repelem a

    água, impedindo o seu contato com os ingredientes ativos.

    Derivados maleicos, como a olefina C30-38/maleato de isopropila/ copolímero

    MA (anidrido maleico), são compostos que melhoram a adesão da formulação à pele e

    são fáceis de serem dispersos. A barreira hidrofóbica, formada de maneira eficiente,

    garante boa resistência à água e aumento de FPS. Devido à essa propriedade, pode-se

    empregar menor quantidade de ingredientes ativos na formulação que podem ser

    irritantes à pele (HUNTER & TREVINO, 2004; SOHN, 2016).

    Os silicones e seus derivados são agentes formadores de filme. São

    caracterizados pela sua hidrofobicidade, baixa tensão superficial e são principalmente

    conhecidos devido às suas propriedades sensoriais (SOHN, 2016).Os copolímeros

    silicone/acrilato são os compostos que possuem essas qualidades, uma vez que a

    cadeia de acrilato é responsável pela formação de filme e a porção de silicone confere

    sensorial agradável. Alguns derivados, como o alquilmetilsiloxano (AMS), apresentam

    viscosidade adequada para a boa espalhabilidade, mantendo o filme polimérico

    homogêneo e boa distribuição dos filtros orgânicos, fatores que aumentam o FPS do

    fotoprotetor (MORAES; ARÊAS; VELASCO, 2017; SOHN, 2016). Devido às suas

    múltiplas funcionalidades, o uso de silicones torna-se viável na obtenção de

    fotoprotetores multifuncionais e eficientes.

    Outros ingredientes capazes de fornecer barreiras hidrofóbicas são óleo mineral,

    ceras minerais, vaselina, lanolina, emolientes, entre outros (KURPIEWSKA;

    LIWKOWICZ; PADLEWSKA, 2012). A vaselina, óleo mineral e ceras minerais são

    obtidos a partir do petróleo e são compostos por mistura/combinação de

    hidrocarbonetos. Já a lanolina, produto natural obtido da lã, apresenta composição

    química complexa de ésteres e ácidos graxos de cadeia longa, alcoóis e

    hidrocarbonetos. Esses compostos são capazes de formar barreiras oclusivas, pois se

    intercalam entre os corneócitos, formando uma superfície impermeável difusa e

    hidrofóbica, protegendo a pele da água (KURPIEWSKA; LIWKOWICZ; PADLEWSKA,

    2012; TALAKOUB; NEUHAUS; YU, 2010).

  • 14

    Os emolientes, além de sua propriedade formadora de barreira, apresentam

    funcionalidades adicionais aos protetores solares (KURPIEWSKA; LIWKOWICZ;

    PADLEWSKA, 2012; TALAKOUB; NEUHAUS; YU, 2010). Os emolientes em geral

    conferem boa espalhabilidade da formulação, proporcionando maior área de

    cobertura/proteção da pele. Alguns emolientes apresentam boa propriedade de

    dissolução e dispersão de filtros UV, fatores que são essenciais para garantir a

    fotoestabilidade e consequentemente aumentar a eficácia do produto fotoprotetor

    (L’ALLORET et al.,2012; NIENDORF, 2011).

    Após a revisão das classes de compostos que conferem resistência à água/ao

    enxágue, pode-se afirmar que o emprego dos agentes formadores de filme e/ou

    formadores de barreira hidrofóbica demonstra relevância para a obtenção de protetores

    solares mais eficazes para uso em diversas circunstâncias e ambientes. A combinação

    desses compostos com filtros UV permite obter fotoprotetores multifuncionais mais

    seguras e eficazes, além de proporcionar propriedades adicionais, como sensorial

    suave e agradável.

    2.4. Métodos in vitro de avaliação de resistência à água

    O teste de resistência à água indica o quanto um produto é capaz de manter o

    seu fator de fotoproteção solar (FPS) após imersão em banho por um período de tempo

    pré-determinado (EUROPEAN COSMETICS ASSOCIATION(COLIPA), 2005; FDA,

    2012).

    Segundo a RDC No30 de 1o de junho de 2012, para a designação de um

    fotoprotetor como produto resistente à água, os testes devem ser realizados aplicando

    estritamente uma das seguintes referências:

    a) FDA, Department of Health and Human Services, Sunscreen drug products for

    over-the-counter human use, para produtos cujo FPS é atestado com a

    metodologia FDA.

    b) COLIPA Guideline for evaluating sun product water resistance, 2005, para

    produtos cujo FPS é atestado pela metodologia COLIPA.

  • 15

    Ambas a metodologias consistem na aplicação do produto fotoprotetor em

    voluntários, que são imersos em banho (utilizando banheiras, piscinas, spa-pool ou

    Jacuzzi®) com circulação de água, seguido por um período de secagem, sem a

    utilização de toalhas. O número de ciclo de imersão e secagem se repete dependendo

    da alegação de resistência à água requerida pelo produto, que pode ser considerado

    como “resistente à água” (40 minutos) ou “muito resistente à água” (80 minutos). A

    porcentagem de retenção de resistência à água (%WRR) é determinada pela medição

    do FPS antes e depois da imersão(EUROPEAN COSMETICS ASSOCIATION

    (COLIPA), 2005; FDA, 2012; RIGANO, 2014).

    Embora as metodologias previstas na legislação mostrarem-se mais próximas da

    condição real, essas são restritivas, de alto custo e demandam maior tempo de

    execução. Ademais, como são métodos in vivo realizados em sujeitos saudáveis, a

    questão ética é muito discutida, uma vez que os voluntários são submetidos a

    condições de alto estresse (exposição a radiações UV e longos tempos de imersão em

    banhos) (AHN et al., 2008; CHOQUENET et al., 2008; STOKES et al., 1998)

    Diante desse cenário, o interesse no desenvolvimento de métodos in vitro

    preditivos e validados vem sendo cada vez mais crescente. O método in vitro, além de

    ser um método simples e de baixo custo e tempo, elimina o fator ético de envolvimento

    de indivíduos saudáveis, e permite novas explorações, como informações sobre

    comprimento de onda crítico, fotoestabilidade e remoção de determinados ingredientes

    após o enxágue. Com o método in vitro, as condições podem ser convenientemente

    alteradas, como salinidade da água, turbulência e temperatura do banho. Ademais, o

    método in vitro permite rápida comparação do perfil de produtos em fase de

    desenvolvimento, que ainda não podem ser aplicados em seres humanos (AHN et al.,

    2008; CHEIGNON et al., 2012; CHOQUENET et al., 2008; PISSAVINI et al., 2007;

    STOKES et al., 1998).

    Vários estudos e métodos de avaliação de resistência à água in vitro já foram

    realizados, com o objetivo de validar os testes e substituir os métodos in vivo. Ahn e

    colaboradores (2008) desenvolveram e validaram um método in vitro que se aproxima

    dos resultados in vivo, por meio de alteração de parâmetros de ensaio (tempo de

    imersão e número de revoluções por minuto). As melhores repostas foram obtidas nas

  • 16

    condições de 140rpm/75min e 150rpm/60min, sendo esta última selecionada para a

    validação, devido ao menor tempo. Os resultados in vitro de %WRR apresentaram

    coeficiente de variação menor (14,1%) comparado aos testes in vivo (28,0%). Ainda, o

    teste in vitro foi capaz de refletir às mudanças de concentração de ingredientes

    resistentes à água, sendo assim um método capaz de reproduzir os resultados dos

    testes in vivo.

    Choquenet e colaboradores (2008) com o intuito de desenvolver métodos de

    teste in vitro de resistência à água de fotoprotetores, realizaram ensaios baseados nas

    condições determinados em ensaios in vivo. Nesse estudo, um pré-ensaio foi realizado

    em três condições diferentes: banho de água destilada estagnada, banho de água

    destilada com agitação e banho de água salina com agitação. Os resultados apontaram

    que a segunda condição apresentou um resultado mais crítico, porém com resultados

    coerentes com os parâmetros considerados aceitáveis de resistência à água. Foi

    avaliado o PF-UVA, cujos resultados mostraram que o método foi capaz de determinar,

    também, o fator de proteção contra radiações UVA após o enxágue.

    Pissavini e colaboradores (2007) propuseram testes de resistência ao enxágue

    com qualidade de água diferentes (água de torneira, água salina e água destilada) e

    tempos de imersão crescentes (5, 20 e 40 minutos). Segundo o estudo, a água

    destilada apresentou os melhores resultados de resistência ao enxágue. A

    condutividade desta é um dos fatores que influencia na capacidade de resistência a

    água de um produto, sendo que essa relação ocorre de maneira inversa. Nesse estudo,

    dez produtos fotoprotetores foram avaliados, em tempos de imersão crescentes, para

    obter visualização da cinética de decaimento do %WRR com o tempo. As %WRR dos

    ensaios in vitro foram correlacionadas aos ensaios in vivo, e os resultados mostraram

    valor de regressão (R) significativo (0,92, 0,83 e 0,78 para 5, 20 e 40 minutos de

    imersão) e slope próximos a 1 (1,28, 1,19 e 1,12 para 5, 20 e 40 minutos de imersão), o

    que indica uma boa correlação entre as duas metodologias.

    Stokes e colaboradores (1998) realizaram abordagem diferente para avaliação in

    vitro de resistência à água. Ao contrário dos estudos previamente citados, que

    utilizaram placas de PMMA como substrato, foram utilizadas excisões de epidermes

    humanas. Alíquota de 2,0 mg/cm2 de formulação foi aplicada nas excisões, que foram

  • 17

    imersas em banho de água em duas séries de 20 minutos, sob agitação constante e

    temperatura de 25 + 2°C. O FPS foi obtido antes e após a imersão em banho. A

    técnica, previamente validada, mostrou que os FPS’s das formulações obtidos antes e

    após a imersão em água não apresentaram diferenças em relação aos FPS’s obtidos in

    vivo. Os resultados foram considerados promissores para o desenvolvimento de

    métodos in vitro confiáveis e reprodutíveis.

    Além da medição de FPS no pré e no pós enxágue, como descrito no método

    COLIPA, o método de quantificação de ingredientes ativos em banho também já foi

    realizado. Trotta e colaboradores (2014), com o objetivo de avaliar a eficácia de filtros

    químicos encapsulados em micropartículas lipídicas (LM), realizaram os testes de

    medição de FPS, fotoestabilidade e resistência à água. Nesse último, como os valores

    de FPS obtidos após a imersão apresentaram variabilidade considerável, foi realizada a

    quantificação de ativos por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A

    capacidade de resistência ao enxágue foi avaliada segundo o percentual de compostos

    ativos remanescentes no substrato (TransporeTM) após a imersão em água. A perda

    dos níveis de metoxicinamato de octila (OMC) e avobenzona (BMDBM) foram de 26,7 e

    28,0%, respectivamente. A fim de validar o método, o teste foi realizado em uma

    emulsão à base de silicone, formulação referência de resistência à água, e as frações

    de perda de filtros foram de 1,6 +2,8% e 2,5 +1,5% para OMC e BMDBM,

    respectivamente. O método in vitro proposto foi capaz de refletir às alterações das

    propriedades de resistência à água das formulações.

    Os estudos apresentados constataram que cada vez mais, a abordagem in vitro

    vem se tornando alternativa interessante e promissora para a substituição dos ensaios

    in vivo. Em geral, os resultados obtidos a partir de diversas condições estabelecidas

    foram satisfatórios e as técnicas foram capazes de reproduzir os ensaios in vivo. Assim

    sendo, mais estudos de avaliação de resistência à água de fotoprotetores por técnicas

    in vitro tornam-se fundamentais para consolidar a validade e confiabilidade do método.

    3. OBJETIVO

    O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resistência à água, por método

    in vitro, de protetores solares compostos por filtros UVA (avobenzona),UVB

  • 18

    (metoxicinamato de octila), rutina e agentes formadores de filme/barreira (óleo mineral,

    miristato de isopropila e dimeticone), quanto aos parâmetros FPS, λ crítico e razão

    UVA/UVB antes/depois do enxágue, FP-UVA (0) e pela liberação dos filtros no banho.

    4. MATERIAIS E MÉTODOS

    4.1. MATERIAL

    4.1.1. Matérias-primas

    As matérias-primas utilizadas no presente trabalho são descritas no Quadro 1.

  • 19

    Quadro 1. Matérias-primas utilizadas no presente trabalho

    Matéria-prima

    (Nome comercial) Nomenclatura INCI Fornecedor

    Ácido cítrico solução a 10% Citric acid IHS Chemical®

    Água ultrapura Milli-Q Aqua Merck Milipore®

    Avobenzona Butyl

    Methoxydibenzoylmethane Volp

    ®

    Álcool cetearílico (e) fosfato de

    dicetila (e) fosfato de álcool

    cetílico etoxilado (10 OE)

    (Crodafos™ CES)

    Cetearyl Alcohol (and) Dicetyl

    Phosphate (and) Ceteth-10

    Phosphate

    Croda®

    Co-polímero do ácido sulfônico

    acriloil-dimetiltaurato e

    vinilpirrolidona

    neutralizado (Aristoflex® AVC)

    Ammonium

    Acryloyldimethyltaurate/VP

    Copolymer

    Clariant®

    Silicone DC 200/350 Dimethicone Dow Corning®

    Fenoxietanol (e) metilparabeno

    (e) etilparabeno (e)

    butilparabeno

    Phenoxythenol &

    Methylparaben & Ethylparaben

    & Butylparaben &

    Propylparaben

    Biovital®

    Metoxicinamato de Octila Octyl Methoxycinnamate PharmaSpecial®

    Miristato de Isopropila Isopropyl Myristate PharmaSpecial®

    Óleo Mineral Paraffinum Liquidum Volp®

    Propilenoglicol Propylene Glycol All Chemistry®

    Rutina Rutin Fagron®

    Trietanolamina Triethanolamine Merck®

    Triglicérides de acido cáprico e

    caprílico Caprylic/Capric Trygliceride Croda

    ®

    4.1.2. Equipamentos

    Os equipamentos e aparatos empregados no presente trabalho são descritos no

    Quadro 2.

  • 20

    Quadro 2. Equipamentos e afins utilizados no presente trabalho

    Equipamentos Marcas e modelos

    Agitador mecânico Fisatom® 713D

    Balança analítica Adventurer OHAUS®

    Chapa de aquecimento Ika® C-MAG HS7

    Espectrofotômetro de reflectância difusa com

    esfera de integração

    Labsphere® UV2000S Ultraviolet Transmittance

    Analyzer

    Refrigerador Consul®Frost Free60

    pHmetro e eletrodo combinado de imersão

    direta Digimed

    ® DM-22

    Placas de polimetilmetacrilato (PMMA) HelioScreen® Helioplate HD6

    Termômetro digital Incoterm® 6132

    4.2.Métodos

    4.2.1. Preparo das formulações fotoprotetoras

    Foram preparadas três emulsões A/O, cada uma contendo agentes formadores

    de filme diferentes, e uma emulsão branco. A composição qualitativa e quantitativa das

    formulações é apresentada na Tabela 1. Os formadores de filme/barreira selecionados

    para a análise de resistência à água foram: dimeticone, miristato de isopropila e óleo

    mineral. A formulação branco corresponde àquela que apresentou as mesmas

    composições das três formulações teste, sem conter agente formador de filme/barreira

    hidrófoba.

  • 21

    Tabela 1.Composição qualitativa e quantitativa (%p/p) das formulações fotoprotetoras

    Componentes (nome químico ou

    comercial)

    Óleo Mineral

    Miristato de Isopropila

    Dimeticone

    Triglicérides de acido cáprico e caprílico

    3,5 3,5 3,5

    Propilenoglicol 2,0 2,0 2,0

    Álcool cetearílico (e) fosfato de dicetila (e)

    fosfato de álcool cetílico etoxilado (10 OE)

    6,0 6,0 6,0

    Co-polímero do ácido sulfônico acriloil-dimetiltaurato e vinilpirrolidona

    neutralizado (Aristoflex® AVC)

    0,5 0,5 0,5

    Fenoxietanol (e) metilparabeno (e) etilparabeno (e) butilparabeno

    0,8 0,8 0,8

    Avobenzona 5,0 5,0 5,0

    Metoxicinamato de Octila 10,0 10,0 10,0

    Rutina 0,1 0,1 0,1

    Oléo Mineral 3,0 - -

    Miristato de Isopropila - 3,0 -

    Dimeticone - - 3,0

    Agua deinonizada q.s.p. 100 100 100

    Legenda: q.s.p.:quantidade suficiente para; (-) matéria-prima não adicionada.

    A preparação das formulações seguiu as etapas descritas a seguir:

    FASE A: A rutina foi adicionada à água e ao propilenoglicol e, em seguida, o

    Aristoflex® AVC foi hidratado no sistema sob agitação de 1000rpm, em agitador

    mecânico (hélice tipo centrífuga), por 10 minutos. Após, ajustou-se o valor de pH para

    9,0 ± 0,5 (trietanolamina) e o sistema foi aquecido a 70-75°C, em chapa de aquecimento

    (PINTO, 2014).

    FASE B: O álcool cetearílico (10OE), triglicérides de ácido cáprico e caprílico, os

    filtros químicos (avobenzona e metoxicinamato de octila), e o agente formador de

    filme/barreira correspondente de cada formulação foram pesados em béquer e

    aquecidos à temperatura de 75°C, em chapa de aquecimento.

  • 22

    Processo de emulsificação: A fase B foi vertida lenta e constantemente na fase

    A, sob agitação de 1000rpm, em agitador mecânico com hélice tipo dentada. Após, a

    velocidade foi aumentada gradualmente até 1500rpm e mantida por 2 min. O

    conservante foi adicionado durante a agitação. O valor de pH da formulação foi

    ajustado para 6,0 ± 0,5com trietanolamina e/ou ácido cítrico a 10% p/p, quando

    necessário. As formulações foram resfriadas a temperatura ambiente e acondicionadas

    em potes de vidro com capacidade de 200g (BABY, 2007; PINTO, 2014). As

    formulações foram deixadas em repouso por 48 horas, para a finalização do processo

    de emulsificação e garantia de estabilidade macroscópica (PINTO, 2014).

    4.2.2. Avaliação de resistência à água in vitro das formulações bioativas

    As formulações fotoprotetoras foram submetidas ao teste de resistência à água

    in vitro, baseado no teste preconizado pela COLIPA (2011), e adaptado do método

    validado por Ahn e colaboradores (2008). O enxágue foi realizado em banho de 42,0°C

    por 60 minutos, a 150 rpm de velocidade de agitação (AHN, et al., 2008).

    4.2.2.1. Determinação da eficácia in vitrodas formulações

    As formulações foram aplicadas em placas de PMMA a 1,3mg/cm2 (triplicata) e

    secas à temperatura ambiente (22°C + 1,0) por 30 minutos no escuro. O espectro de

    absorção, medido antes e após o enxágue, foi obtido utilizando o espectrofotômetro de

    reflectância difusa com esfera de integração Labsphere® UV2000S, entre 250 - 450

    nm. Foi utilizada uma placa de glicerina como referência (branco), que representa 100%

    de transmissão da luz, antes da leitura (COLIPA, 2011; MORAES, 2012). Os resultados

    de absorção foram obtidos em forma de curvas de transmitância versus comprimento

    de onda e representam a média das curvas de transmitância de nove pontos da placa

    de PMMA. Com a medição, foram obtidos valores de FPS, λ crítico, razão UVA/UVB e

    FP-UVA (0) (COLIPA, 2011).

    4.2.2.2.Ensaio de resistência ao enxágue

    Após a medição do perfil de absorção, as placas (triplicata) foram mergulhadas

    em banho, sob agitação de 150rpm a uma temperatura controlada de 42°C± 1,0. Após

  • 23

    o período de enxágue de 60 minutos, as placas foram retiradas e secadas à

    temperatura ambiente (23,0 ± 2,0°C) por 30 minutos, protegido da luz.

    4.2.2.3. Determinação de WRR%

    Seguindo o Guia para a Avaliação de Resistência à Água de Produto

    Fotoprotetor, COLIPA (2005), para a avaliação de capacidade de resistência ao

    enxágue de um fotoprotetor, realizou-se o cálculo da porcentagem de Retenção de

    Resistência à Água (%WRR) (Equação 1).

    ã

    ã x 100

    Equação 1. Cálculo da porcentagem de Resistência à Água

    Para um produto fotoprotetor ser considerado resistente à água, seu %WRR

    deve ser maior que 50%, após determinado tempo de enxágue (COLIPA, 2005).

    4.2.2.4. Quantificação de ingredientes ativos em alíquotas de banho pós-enxágue

    Após o enxágue por 60 minutos, alíquotas do banho (triplicata) foram coletadas e

    armazenadas em tubos Falcon®. As alíquotas foram filtradas em membrana de 0,45 µm

    (Analítica®) e transferidas para vials. A quantificação dos filtros UV nas alíquotas de

    banho foi realizada utilizando cromatógrafo à líquido Shimadzu® LC-20A Prominense

    Modular HPLC com detector DAD empregando metanol:água 88:12 (v/v) como fase

    móvel, fluxo de 0,8 mL min-1 , volume de injeção de 20 μL em coluna cromatográfica de

    fase-reversa Luna® RP-C18 (100 A, 5 μm, 250x4.6 mm) equilibrada à temperatura

    ambiente e eluída sob condições isocráticas em comprimento de onda 325 nm

    (GASPAR & MAIA CAMPOS, 2005). A rutina não foi quantificada no presente estudo.

    4.2.3. Análise estatística dos ensaios

    A análise estatística dos resultados foi realizada no programa IMB SPSS

    Statistics 22. Para verificar as diferenças estatísticas dos valores médios (n=3) das

    análises de eficácia (FPS, λ crítico, FP-UVA(0) e razão UVA/UVB), %WRR e

  • 24

    concentração de ingredientes ativos, foi utilizada a técnica estatística ANOVA, seguido

    de teste de post hoc, quando necessário.

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    5.1. Obtenção das formulações fotoprotetoras

    Após o período de repouso (48 horas), todas as formulações apresentaram

    estabilidade física, pois não foi observada separação de fases. Todas as formulações

    foram utilizadas no ensaio de avaliação de resistência à água.

    5.2. Avaliação de resistência à água in vitro das formulações bioativas

    5.2.1. Determinação da eficácia in vitro e %WRR das formulações

    O espectro de absorção das formulações foi determinado antes e após o

    enxágue, utilizando o espectrofotômetro de reflectância difusa com esfera de

    integração. A partir das medições, foram obtidos os parâmetros FPS, comprimento de

    onda crítico (λc), razão UVA/UVB e FP-UVA (0).

    As médias de FPS de cada formulação, obtidas antes e após o enxágue com

    água foram ilustradas na Figura 4. A formulação branco apresentou valores de FPS

    pós-enxágue elevados e com alta variação, comparados aos valores de FPS pré-

    enxágue. Tais variações podem ser justificadas pela falta de um agente formador de

    filme/barreira que proporcionaria melhor espalhabilidade das amostras e retenção de

    ativos na placa. A falta desses agentes pode ter acarretado em locais com maior

    concentração de filtros e rutina em determinadas regiões da placa após o procedimento

    de enxágue, aumentando o valor de FPS médio. Como os valores de FPS da

    formulação branco dificultaram a análise estatística das demais amostras, esses foram

    desconsiderados nas comparações de eficácia e %WRR.

  • 25

    Figura 4. Médias e desvios-padrão do fator de proteção solar (FPS) de acordo com os formadores de filme/barreira, antes e após o enxágue com água

    FP

    S

    Dim

    etic

    one

    Miris

    tato

    de

    isop

    ropi

    la

    Óle

    o m

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    al

    0

    20

    40

    60

    80Pré

    Pós

    a

    b b

    ANOVA 2 fatores (tempo e formulação)Tempo P=0,001Formador de filme/barreira P=0,001Interação (tempo/formulação) P=0,003

    Legenda: Letras diferentes sobre as colunas mostram diferenças significativas entre as formulações, pelo teste de ANOVA 2 fatores, e teste post hoc LSD para os formadores de filme/barreira.

    Observando a Figura 4, houve diferença entre os valores de FPS antes e depois

    nas formulações. A formulação com dimeticone apresentou maiores valores de FPS

    pós-enxágue quando comparada à com miristato de isopropila e com óleo mineral. As

    duas últimas formulações não demonstraram diferenças entre si em relação à variação

    de FPS após o ensaio de enxágue com água, tendo ambas desempenho similar para a

    manutenção de FPS em ensaio de resistência à água.

    A partir dos valores de FPS in vitro, foi realizado o cálculo de %WRR para cada

    formulação utilizando a Equação 1. Os valores médios de %WRR são ilustrados na

    Figura 5. Embora tenha sido encontrada diferença no teste de ANOVA 1 fator

  • 26

    (P

  • 27

    Comparando com dimeticone, o óleo mineral e o miristato de isopropila

    apresentaram valores de FPS menores (Figura 4). Apesar de serem capazes de formar

    barreiras oclusivas, e hidrofóbicas, respectivamente, não foram eficientes,

    provavelmente, pela ausência de filme polimérico, cuja propriedade “wash-off” é bem

    estabelecida (KLYKKEN; SERVINSKI; THOMAS, 2004).

    Os valores médios de λc são apresentados na Figura 6. Foi observada diferença

    entre de λc antes e após o enxágue com água entre as formulações. No entanto, as

    formulações foram similares quanto à variação desse parâmetro após o ensaio de

    resistência à água.

    Figura 6. Médias e desvios-padrão do comprimento de onda critico (λc) de acordo com os formadores de filme/barreira, antes e após o enxágue com água

    c

    Dim

    etic

    one

    Miris

    tato

    de

    isop

    ropi

    la

    Óle

    o m

    iner

    al

    0

    100

    200

    300

    400

    500Pré

    Pós

    ANOVA 2 fatores (tempo e formulação)Tempo P

  • 28

    Figura 7. Médias e desvios-padrão da razão UVA/UVB de acordo com os formadores de filme/barreira, antes após o enxague com água

    Razão

    UV

    A/U

    VB

    Dim

    etic

    one

    Miris

    tato

    de

    isop

    ropi

    la

    Óle

    o m

    iner

    al0.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    Pré

    Pós

    ANOVA 2 fatores (tempo e formulação)Tempo P

  • 29

    Figura 8. Médias e desvios-padrão do fator de proteção UVA antes da irradiação (FP-UVA (0), de acordo com os formadores de filme/barreira

    P=0,083

    FP

    -UV

    A (

    0)

    Dim

    etic

    one

    Miris

    tato

    de

    isop

    ropi

    la

    Óle

    o m

    iner

    al0

    10

    20

    30

    40

    50

    5.2.3. Quantificação de ingredientes ativos em alíquotas de banho pós-

    enxágue

    Após a leitura das alíquotas do banho e alíquotas da solução das formulações

    fotoprotetoras no HPLC, não foi detectado pico em cromatograma. Provavelmente,

    houve pouca liberação de ativos e o método não foi capaz de quantificar os filtros nas

    concentrações empregadas. Para a confirmação da detecção, foram preparadas

    soluções com os fotoprotetores, nas concentrações de filtros correspondentes à

    liberação total da formulação após o enxágue (metoxicinamato de octila = 0,8 μg/mL e

    avobenzona = 0,4 μg/mL). De forma semelhante, o cromatograma não apresentou pico

    de detecção. Esse resultado pode ser justificado pelas baixas concentrações de filtros

    empregados para o ensaio de enxágue com água, cujos valores (metoxicinamato de

    octila = 0,65 μg/mL e avobenzona = 0,32 μg/mL) encontram-se próximos ao limite de

    detecção inferior do método (0,2 μg/mL para metoxicinamato de octila e 0,4 μg/mL para

    avobenzona). Apesar de não ter sido possível a quantificação de ativos por método

  • 30

    cromatográfico, essa estratégia continua sendo relevante para a avaliação de

    resistência à água de fotoprotetores.

    7. CONCLUSÃO

    Amostras aparentemente estáveis foram obtidas, independente do tipo de

    formador de filme/barreira utilizado.

    A presença do dimeticone proporcionou menor variação de FPS após o enxágue

    com água, quando comparado ao miristato de isopropila e ao óleo mineral,

    mesmo em condições críticas (alta temperatura e longo tempo de enxágue),

    evidenciando a propriedade “wash-off” dos silicones. Os dois últimos compostos

    apresentaram menor desempenho na manutenção de FPS após o ensaio, e

    foram similares entre si.

    A determinação de %WRR demonstrou que a formulação com dimeticone foi

    considerada resistente à água. O miristato de isopropila e óleo mineral

    apresentaram valores médios de %WRR próximos entre si, e abaixo de 50%.

    As análises de λc, razão UVA/UVB, e FP-UVA(0) entre as formulações indicaram

    que os formadores de filme/barreira apresentaram o mesmo desempenho na

    manutenção desses parâmetros.

    Não foi possível quantificar os ingredientes por HPLC, porém esta técnica deve

    ser mais estudada nesse âmbito para consolidar a validade e confiabilidade dos

    métodos in vitro de resistência à água.

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    9. ANEXOS

    São Paulo, 25 de Abril de 2018.

    Chin Yi Su André Rolim Baby Aluno Orientador