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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
Ciências
Avaliação de alguns métodos de extração de
substâncias bioativas de microalgas
Cahilo Manuel Martins
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Química Medicinal
(2º ciclo de estudos)
Orientador: Prof. Doutor Rogério Manuel dos Santos Simões
Co-orientador: Prof. Doutor Jesus Miguel Lopez Rodilla
Covilhã, janeiro de 2019
ii
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus por me amparar nos momentos difíceis e me dar forças
interior, para superar as dificuldades, mostradas ao longo do caminho nas horas incertas em
suprir todas a minhas necessidades;
Aos meu pais por tudo que têm feito por mim pela educação que me passaram. vós sois meus
heróis;
A minha querida esposa Ilda Catarina Segunda Martins, que é minha amiga e meu amor. Sem
seu apoio a caminhada até aqui seria mais dura e árdua. Obrigada por sempre estar ao meu
lado e me compreender quando nem eu mesmo fui capaz!
Ao professor Doutor Rogério Manuel dos Santos Simões, pela oportunidade de aprender com
ele, pela amizade, e troca constante de conhecimento e por ter acreditado no meu trabalho;
Aos queridos amigos, professores, sem esquecer da professora Cândida Tomás por ser um
exemplo de coração humilde, por sua amizade e que no momento difíceis esteve ao meu lado
a encorajar de que podia vencer;
Ao professor Paulo Almeida, ao professor Samuel Silvestre, a professora Isabel Gonçalves e
todos os professores do curso de Química medicinal de uma forma me ajudaram na construção
dos meus conhecimentos;
Aos colegas de laboratório que sempre estiveram ao meu lado para me ajudar em especial
João Parente e Henrique Guilherme.
Ao chefe Manuel Gouveia pelo incentivo nos meus estudos, como o Director da Universidade
José Eduardo dos Santos o DR: Victor Silva.
Aos meus irmãos e seus respetivos. Se me fosse dada a oportunidade de escolher minha
família, vocês seriam os escolhidos. Amo cada um de vocês com todo meu coração. Obrigada
pelo apoio e pelos ótimos momentos que passamos juntos
A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a minha formação pessoal e
profissional, a vocês meus queridos amigos que Deus os abençoe. Muito obrigado!
iii
Resumo As microalgas têm sido objecto de muitos estudos nos últimos anos tendo em vista a sua
aplicabilidade nas indústrias de alimentos e farmacêutica, nas áreas da biomedicina e
ambiental, bem como na produção de energia renovável. As aplicações ambientais das
microalgas incluem a bio-fixação de CO2, a remoção de matéria orgânica e metais tóxicos de
efluentes, a produção de biocombustíveis como biodiesel e bioetanol. De entre as microalgas
estudadas, a Chlorella tem apresentado grande potencial de utilização em todos esses
sectores, com destaque especial na área de saúde.
No presente trabalho realizou-se o crescimento da microalga Chlorella vulgaris, testaram-se
alguns métodos de extracção de lípidos e identificaram-se alguns desses compostos presentes
na biomassa algas, utilizando a técnica de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de
massa.
Palavras-chave: microalgas; Chlorella vulgaris; lípidos; aplicações na saúde.
iv
Abstract
Microalgae have been the subject of many studies in recent years aiming to evaluate their
applicability in the food and pharmaceutical industries, in the areas of biomedicine and the
environment, and in the production of renewable energy, as well. Environmental applications
of microalgae include bio-fixing of CO2, removal of organic matter and toxic metals from
effluents, production of biofuels such as biodiesel and bioethanol. Among the microalgae
studied, Chlorella has presented great potential of use in all these sectors, with special
emphasis in the health area.
In the present work, the microalgae Chlorella vulgaris was grown, some lipid extraction
methods were tested and some of these compounds were identified in the algal biomass using
the gas chromatography coupled to mass spectrometry.
Key-words: microalgae; Chlorella vulgaris; lipids; applications in health.
v
Índice
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1 Benefícios dos compostos bioactivos, incluindo os ácidos gordos polinsaturados na saúde ...................................................................................................... 1
1.2 Microalgas .......................................................................................... 2
1.3 Substâncias bioactivas em microalgas. ...................................................... 4
1.3.1 Carotenoides. .................................................................................... 5
1.3.2 Ácidos gordos polinsaturados. .............................................................. 6
1.4 Métodos de lise celular e extração de compostos activos ............................... 7
Capítulo:2 ....................................................................................................... 9
2.1 Objectivo do trabalho ........................................................................... 9
Capítulo:3 ..................................................................................................... 10
3 Materiais e métodos .................................................................................. 10
3.1 Reagentes e solventes ......................................................................... 10
3.2 Microalgas ........................................................................................ 10
3.3 Métodos ........................................................................................... 11
3.3.1 Produção de biomassa alga ............................................................. 11
3.3.2 Produção de biomassa algas em reator cilíndrico de 1L ......................... 12
3.3.3 Produção de biomassa algas em reator cilíndrico de 5L ......................... 12
3.3.4 Produção de biomassa algas em reator de flat-plate descontínuo ............ 13
3.3.5 Manutenção e controlo do processo. ................................................ 13
3.4 Desintegração celular e extração de lípidos .............................................. 14
3.4.4 Identificação e quantificação de compostos ....................................... 18
4 Resultados e discussão .................................................................................. 21
4.1 Crescimento da biomassa ..................................................................... 21
4.1.1 Reactores com volumes diferentes e a mesma geometria ...................... 21
4.1.2 Reactores com geometrias diferentes ............................................... 22
4.2 Rotura da biomassa e Extração .............................................................. 23
4.2.1 Ensaios de rotura ......................................................................... 23
4.2.2 Identificação dos componentes dos extratos ....................................... 26
Capítulo 5 ..................................................................................................... 31
Conclusões e perspetivas futuras..................................................................... 31
Capítulo 6 ..................................................................................................... 32
Referência bibliografia.................................................................................. 32
Anexos ......................................................................................................... 37
Anexos de aspectos das estruturas dos lípidos .................................................... 37
vi
Lista de figuras
Figura 1.1 – Imagem de reactor fechado industrial;
Figura 1.2 - Estrutura das moléculas B-Carotenos e vitamina A;
Figura 1.3 - Estrutura de alguns ácidos gordos.
Figura 3.1 – Fermentadores diversos com culturas de microalgas;
Figura 3.2 – Fotobioreator cilíndrico de 1litro;
Figura 3.3 – Fotobioreator cilíndrico de 5 litros;
Figura 3.4 – Fotobioreator flat-plate;
Figura 3.5 – Reta de calibração da biomassa;
Figura 3.6 – Pré-tratamento da biomassa;
Figura 3.7 – Evaporador rotativo;
Figura 3.8 – Esquema do processo de extração;
Figura 3.9 – Balão de decantação ilustrando a separação de fases;
Figura 3.10 – Equipamento LC-MC/LC-GS;
Figura 3.11 – Absorvância versos concentração de ácido linoleico;
Figura 4.1- concentração de biomassa de algas produzidas ao longo do tempo na primeira
série de crescimento em reatores cilíndricos de 1l e 5l;
Figura 4.2- Ph do meio de cultura ao longo do tempo todas as manhãs antes de ajustar a ph
7,5 da primeira série de ensaios;
Figura 4.3 – Figura: 4.3- flat-plate série 1 e reator de 5l série 2;
Figura 4.4 – Massa de extrato obtida para diferentes condições de concentração celular;
Figura 4.5 – Visualização da migração de compostos numa proporção de 7/3 e lâmpada
ultravisível.
Figura 4.6 – Cromatografia (GC) do extracto de clorofórmio (esquerda) e metanol (direita) da
biomassa algas após a desconstrução celular com ácido sulfúrico.
Figura 4.7 - Espetro de massa do pico dos 23min:55 seg.
Figuras 4.8 - Estruturas destacadas de acordo com a nomenclatura acima mencionada.
vii
Listas de tabelas
Tabela 3.1 – Constante dieléctrica, índice de polaridade e massa volumétrica de diferentes
solventes usados na extração;
Tabela 3.2 - Solução stock de nutrientes;
Tabela 3.3 – Métodos de desintegração celular usada na fase preliminar do trabalho;
Tabela 3.4 – Composição temporal do eluente;
Tabela 4.1 - Métodos de desintegração celular usada na fase preliminar do trabalho;
Tabela 4.2 – Volume de solvente aplicado no processo de extração;
Tabela 4.3 – Volume de solvente efetivamente medidos após o processo de extração;
Tabela 4.4 – Aspetos qualitativos dos cromatogramas.
viii
Lista de acrónimos. Abreviaturas e símbolos
CO2 – Dióxido de carbono;
CHCl3 – clorofórmio ou triclorometano;
PUFAs – ácidos gordos polinsaturados;
DHA – ácido docoso-hexaenoico;
H2SO4 – ácido sulfúrico;
NaOH -Hidróxido de sódio;
pH – escala numérica adimensional utilizado para especificar acidez ou basicidade;
Pellet- resido da biomassa;
LC-MS – Cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massa;
GC-MS – Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa;
% - percentagem;
MS - moagem do material seco;
HM 1min - homogeneizador mecânico 10000 rpm 1 min;
M+E - moagem → enzima;
P+E - pressão → enzima;
HM 24000 rpm - homogeneizador mecânico 24000 rpm, 1 min;
HA - hidrólise ácida;
P+U - pressão → ultrassons;
P branco - Pressão (68 atmosferas);
MC - moagem criogénica;
MC+U - moagem criogénico → ultrassons;
HM 5min - homogeneizador mecânico 10000 rpm 5 min;
µm - Micromentro;
kg - Quilogramas.
1
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
1.1 Benefícios dos compostos bioactivos, incluindo os ácidos gordos
polinsaturados na saúde
As microalgas são micro-organismo reconhecidos como fonte natural de grande importância
de novos compostos funcionais, tais como as vitaminas, minerais e proteínas, bem como
carotenoides, lípidos e polissacáridos; podem ainda ser usadas diretamente como suplementos
alimentares para alimentos saudáveis. A Chlorella vulgaris são algas verdes unicelulares,
cultivadas principalmente em lagoas de água doce, onde se adaptam e desenvolvem com
facilidade. Estudos diversos mostraram que o consumo das algas do género Chlorella tem
vários benefícios para a saúde humana, nomeadamente efeitos anti-proliferativos sobre
células cancerosas, atividade anti-inflamatória e anti-oxidante (SALAS-CORONADO1 et al
2016, SAULI, E.& R. SARBATLY et al 21012, LIANG et al 2009). Por exemplo, os esteroides
extraídos do género Chlorella têm uma longa história e provaram ter efeitos importantes na
atividade antifúngica, nomeadamente o ergosterol e seus análogos. Assim, um método
eficiente para o isolamento e purificação de esteroides da Chlorella vulgaris em quantidades
razoáveis é de grande importância para novas investigações sobre os seus efeitos biológicos e
para o desenvolvimento de novos produtos para a área da saúde (JIANBING WU,2017). De
fato, as microalgas apesar de receberem uma especial atenção como uma fonte de lípidos
(transformável em biodiesel) também têm sido objeto de interesse por parte da indústria
farmacêutica, como fonte de esteroides, ácidos gordos polinsaturados, conhecidos por PUFA,
polissacáridos e carotenoides (MOTONOBU GOTO et 2015), entre outros (ARJUNA, et al 2016
TRARCILLA al.; 2016). As algas fazem parte de sistemas ecológicos complexos,
interdependentes e competitivos, tendo-se adaptado às mais diversas condições ambientais
através da biossíntese de metabolitos secundários, como estratégia de sobrevivência
(CARDOZO et al, 2007). Inúmeras atividades biológicas foram relatadas na literatura
incluindo atividades anti-oxidante, anti-inflamatória, imuno-modulatória, anti-virais e
antimicrobianas, entre outros, demonstrando o potencial destes organismos (SMIT et al,
2004).
As microalgas têm um potencial biotecnológico excepcional, uma vez que produzem
substâncias naturais e biomateriais que podem encontrar aplicações industrial diversificadas,
além de constituírem alternativas às fontes não renováveis. No entanto, existem ainda alguns
constrangimentos à sua exploração industrial. Por exemplo, a viabilidade económica da
produção de biodiesel a partir dos lípidos das algas ainda não está assegurada, principalmente
devido aos altos custos de colheita e secagem de biomassa. A viabilidade melhora quando se
2
considera a exploração das microalgas nas suas diferentes vertentes; i.e. energética,
ambiental e de produtos de elevado valor em produção em grande escala (ACKMAN, R. G.
WCOT, 1987 e RAFAEL SILVA MENEZES et al, 2013)
Algumas vantagens das microalgas são as seguintes: apresentam um ciclo de vida curto e altas
taxas de crescimento; permitem condições de cultivo diversificadas, além da possibilidade de
colheita durante todo o ano; não há necessidade de agroquímicos; exigem uma área
significativamente reduzida para o cultivo e, consequentemente, usam um volume reduzido
de água potável; podem ser cultivadas em terras não agrícolas, causando um impacto menor,
se não inexistente, no fornecimento global de alimentos. Ao contrário de outros tipos de
matérias-primas, que são produzidas em grandes extensões de terras agrícolas, as microalgas
não competem com a produção de tais produtos para a alimentação humana.
A produção de lípidos por via das microalgas é uma alternativa cujo interesse tem crescido
consideravelmente (ARJUNA et al,2014). Entre os lípidos, têm particular interesse os ácidos
gordos do tipo ómega-3, sendo a sua produção a partir de microalgas utilizando substratos
sustentáveis e condições de cultura que optimizem o rendimento em ácidos gordos
polinsaturados um grande desafio (JANG et al, 2005).
No entanto o principal desafio na produção dos ácidos gordos polinsaturados é a seleção de
estirpes que produzam grande quantidade de biomassa e apresentem alto rendimento de
ácidos gordos com elevado teor em ómega-3 (LI et al,2008 & *, CARL et al.;2009). Um dos
caminhos que tem vindo a ser explorado é a modificação do metabolismo das microalgas
favorecendo a produção de ω-3 PUFA.
1.2 Microalgas
As algas são organismos muito diversos, predominantemente autotróficos, presentes no
ambiente aquático e nos mais diversos ambientes onde há humidade, sendo o termo
completamente desprovido de valor taxonómico, visto que designa organismos muitos
distintos entre si quanto à sua origem, composição química e morfologia. As algas pertencem
a diversas divisões e classes baseadas em muitos casos na coloração dos indivíduos (VAN DEN
HOECK et al, 1995). A sua coloração variada é proporcionada pela presença de pigmentos.
Estes organismos podem ser unicelulares ou multicelular (KWIETNIEWSKA et al.;2012); são
seres com a capacidade de realizar a fotossíntese, porém não possuem folhas, raízes e nem
tecidos vasculares (VAN DE HOECK et al,1995). As microalgas são predominantemente
aquáticas e geralmente microscópicas unicelulares, podendo formar colónias e apresentar
pouca ou nenhuma diferenciação celular.
As algas aquáticas, tais como a Chlorella vulgaris, exercem um papel ecológico importante,
semelhante ao das plantas no que diz respeito ao habitat terrestre, pois são os produtores
primários no ambiente (RAVE NET et al.;2007).
As microalgas são micro-organismos com clorofila e outros pigmentos fotossintéticos capazes
de realizar a fotossíntese e libertar oxigénio. São capazes de captar CO2 e utilizar a luz como
3
fonte de energia para produzir biomassa e oxigênio, tendo assim um impacto significativo no
balanço global de oxigénio e CO2. As algas, bem como as microalgas, desempenham um papel
central no ciclo do carbono e são responsáveis pela libertação de 50% do oxigénio atmosférico
e pela fixação de carbono.
Para além de preferencialmente autotróficas, apresentam metabolismo heterotrófico e
amiotrófico, possibilitando-lhes tirar proveito de diferentes fontes de energia e carbono para
o crescimento (CRISAL ZUNIGA, 2016). Existem mais de cem mil espécies diferente de micro-
organismo pertencente a família das algas. As algas são facilmente cultivadas e podem ser
manipuladas para produzirem grandes quantidade, sem que haja distúrbio em habitats
naturais ou fonte de alimentos.
A microalga verde Chlorella vulgaris tem sido amplamente reconhecida como um candidato
promissor para a produção de biocombustíveis devido à sua capacidade de armazenar alto
teor de lipídios e à sua versatilidade metabólica natural. Sob condições óptimas, podem ser
cultivadas gerando grande quantidades de biomassa.
As algas são importantes fontes de compostos essenciais para a nutrição humana. Em muitos
países, a indústria alimentar consome uma grande quantidade de algas bastantes conhecidas,
entre elas a Chlorella vulgaris, por fornecerem grande quantidade de fibras, minerais
vitaminas, proteínas e anti-oxidante; nos últimos tempos, observa-se um esforço no
desenvolvimento do cultivo em larga escala em detrimento da exploração indiscriminada dos
bancos naturais. Os compostos mais explorados são os ácidos gordos e esteróis, carotenoides,
lípidos, micospirinas tipo aminoácido (CARDOZO et at, 2007).
Os primeiros interessados em verificar a atividade anti-oxidante de algas foram os japoneses,
com objectivos de obter novos aditivos antioxidantes para alimentos, em substituição dos
antioxidantes sintéticas. Mesmo com o desenvolvimento dos processos sintéticos para a
obtenção de novas moléculas a partir do final do XIX, os produtos naturais sempre exerceram
um papel importante na pesquisa de novos compostos farmacêuticos ativos. Este facto deve-
se à grande complexidade estrutural de alguns de seus princípios ativos. Atualmente, uma
grande percentagem dos fármacos clinicamente viáveis e comercialmente disponíveis com
atividades anti-tumoral e anti-inflamatório ou anti-infeciosa, por exemplo, tem origem em
produtos naturais (Shu,1998).
A microalga unicelular Chlorella vulgaris, da família Chlorophyta, serve há muito tempo como
organismo modelo. As estirpes apresentam flexibilidade metabólica substancial em resposta a
perturbações ambientais; além disso, são capazes de usar nutrientes (ou seja, carbono
orgânico e minerais) diretamente das águas residuais para o crescimento, tornando-se
fábricas celulares atraentes para processos de produção biosustentáveis (CRISAL ZUNIGA,
2016).
À escala industrial, uma boa parte das microalgas são produzidas em lagoas artificiais abertas
(tipo “race way”)) operados continuamente, de modo que o CO2 e os nutrientes são
constantemente adicionados, enquanto as microalgas são recolhidas na extremidade oposta
4
para manter o sistema em estado estacionário. Nestes casos, recomendam-se lagoas com um
volume máximo de 30 m3 para o melhor desempenho.
O cultivo de microalgas em lagoas do tipo “race way” requer pouco investimento para
construção e manutenção, enquanto os tanques podem ser ampliados facilmente. No entanto,
as condições reinantes nestas lagoas são difíceis de controlar, têm baixa eficiência de
produção e são susceptíveis à contaminação. Esse sistema requer grandes áreas de cultura,
mistura eficiente e sofrem a falta de CO2 suficiente e luz limitada nas camadas inferiores. Os
sistemas abertos são usados comercialmente para produzir algumas estirpes de microalgas
com condições de crescimento muito específicas; por exemplo, Chlorella sp., Spirinula sp., e
Dunaliella salina Dunal (SALAS-CORONADO et al, 2016). Porém, existem explorações
industriais em fotobioreator fechado como está ilustrado na imagem abaixo.
Figura:1.1 Imagem de reator fechado industrial.
1.3 Substâncias bioactivas em microalgas.
O interesse inicial pelo estudo de substâncias com atividade antioxidante (AAO) em algas
surgiu no Japão, na busca de novos aditivos para alimentos, em substituição dos antioxidantes
sintéticos utilizados, como o hidroxianisol butilado e o hidroxitolueno butilado, os quais
mostravam efeitos carcinogénicos, alterações enzimáticas e lipídicas em animais. O facto de
as algas secas poderem ser armazenadas por um longo período de tempo, sem o perigo da
deterioração oxidativa, apesar de apresentarem mais de 30% do total dos seus ácidos gordo na
forma de cadeias polinsaturadas (principalmente as algas chlorella vulgaris), despertou o
interesse dos pesquisadores em relação aos produtos antioxidantes presente nessas algas.
Para avaliarem o potencial das substâncias antioxidantes presentes nas microalgas usaram o
teste da estabilidade do éster metílico do óleo de algas e constataram que 60% das frações
solúveis em clorofórmio (CHCl3) dos extratos das algas testadas foram capazes de estender o
período de indução da reação do substrato éster (tempo necessário para atingir um ponto
5
crítico de oxidação). As algas Chlorella vulgaris, em geral, apresentaram maior atividade
antioxidante. Por outro lado, a biossíntese de ácidos gordos polinsaturados, como o ácido
linoleico desempenha um papel essencial na resposta de plantas e outros organismos ao
abaixamento da temperatura. A introdução de uma ou mais ligações duplas cis nas cadeias de
hidrocarbonetos de ácidos gordos confere propriedades de fluidização às biomembranas. Um
grande volume de trabalho suporta o papel das desnaturases de ácidos gordos como parte de
um sistema de controlo em feedback em que a fluidez da membrana é mantida perto de um
certo nível, apesar das mudanças na temperatura ambiente. Esta homeoviscosidade parece
ser importante nos organismos fotossintéticos para uma ótima função do cloroplasto a baixas
temperaturas.
1.3.1 Carotenoides.
Carotenoides são substâncias químicas do tipo pigmento que encontramos em abundância na
natureza, desde as bactérias, algas e fungos, até às plantas e animais. São os carotenoides
que na natureza conferem os tons de amarelo ao vermelho. Plantas, algas, fungos e bactérias
conseguem sintetizá-los, já os animais não, devendo adquiri-los através da dieta. Os
carotenoides são caracterizados por serem lipossolúveis e por terem grupos oxidáveis.
A sua estrutura química pertence à classe dos tetraterpenoides, tendo a propriedade de
absorver luz visível em diferentes comprimentos de ondas. Na natureza encontramos mais de
900 tipos de carotenoides, estando os comprimentos de onda onde absorvem radiação
associados ao alongamento de cadeia, isomerização, migração de duplas ligações,
hidrogenação, desidrogenação, ciclização, entre outros. Podem ser divididos em duas classes:
carotenos e xantofilas. A figura seguinte ilustra a estrutura do β-caroteno e da vitamina A,
derivada do β-caroteno.
Molécula de β-caroteno.
Molécula de vitamina A.
Figura: 1.2 – Estrutura das moléculas de β-caroteno e vitamina A.
6
Os carotenoides que apresentam apenas carbono e hidrogênio na molécula são chamados de
carotenos, e são sintetizados a partir de derivados do isopreno (cinco carbonos),
apresentando um número variável de ligações duplas conjugadas. É o composto que confere o
tom amarelo-alaranjado à cenoura. Já as xantofilas, para além de carbono e hidrogênio,
contêm grupos com oxigênio, hidroxilo, cetonas, etc. São elas que conferem a coloração que
vai do amarelo ao marrom-avermelhado. Exemplo: luteína, mixol e zeaxantina.
Os carotenoides são a segunda classe de pigmentos mais importante no processo de
fotossíntese, a seguir à clorofila. São os responsáveis pela coloração da laranja, do maracujá,
da abóbora, do tomate, por exemplo. E ainda estão presentes na coloração de alguns animais,
como caranguejos, camarão, flamingos e guarás que o adquirem através da alimentação. Na
fotossíntese absorvem luz e protegem a clorofila contra a oxidação por excesso de luz.
As funções dos carotenoides no organismo humano não estão completamente determinadas,
mas sabemos que desempenham um papel importantíssimo. Estudos recentes têm mostrado a
importância dessas substâncias como antioxidantes, na prevenção de doenças mediadas por
radicais livres, contra o cancro e ainda podem atuar como reguladores do sistema
imunológico.
1.3.2 Ácidos gordos polinsaturados.
Os ácidos gordos polinsaturados conhecidos com PUFAs desempenham uma função
fundamental no que toca ao metabolismo celular, bem como ao transporte de eletrões
(Karina. HM et al, 2007). Os ácidos gordos fazem parte da dieta humana, apresentando
efeitos terapêuticos positivos, para além de desempenharem um papel fundamental na
indústria de alimentos. Os ácidos gordos extraídos das microalgas podem ser utilizados como
alimentos, fármacos ou transformados em biocombustível. A figura 1.2 ilustra a estrutura de
alguns ácidos gordos.
Ácido Palmítico
Ácido Linoleico
7
Ácido Oleico
Ácido Palmitoleico
Figura: 1.3– Estrutura de alguns ácidos gordos.
Os suplementos derivados de algas com ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (LC) do
tipo omega-3 (n-3) (LCn-3PUFA) podem aumentar significativamente o nível desses ácidos em
produtos de origem animal. A deposição de LCn-3PUFA, especificamente o ácido
eicosapentaenóico (EPA, 20: 5n-3) e o ácido docosa-hexaenóico (DHA, 22: 6n-3), em músculo
e leite aumentou quando as ovelhas foram alimentadas com algas marinhas (BOHUSTSKYI,
BAUWER et al, 2016). Por outro lado, há indicações de que a nutrição com materiais com
elevados teores de ómega-3 PUFA entre a concepção e o desmame pode alterar o
metabolismo da gordura e a acumulação de LCn-3PUFA no novo ser vivo. Um efeito deste tipo
foi observado em cordeiros quando a progenitora foi alimentada com algas. Isso levanta a
questão de saber se a expressão génica foi alterada pela interação nutricional, mas os
resultados até à data são inconclusivos (KUMORE, BHAVANATH et al, 2013).
1.4 Métodos de lise celular e extração de compostos activos
Uma das funções da parede celular é proteger as células contra danos físicos, mecânicos ou
químicos; a parede celular típica aparece nas espécies eucariotas, sendo uma estrutura rígida
que envolve o protoplasto (KWIETNIEWSKA et al.; 2012; SALAM VELASQUEZ-ORTA; HARVEY et
al, 2016). Devido à espessura e composição química e estrutural da parede celular, bem como
às suas funções metabólicas, as microalgas retêm os lipídios no seu interior. Assim, é
necessário usar métodos para a sua libertação e extração. Para a realização da rotura celular
existem diversos métodos: mecânicos, físicos, químicos e enzimáticos. Para além da
tradicional prensa mecânica (“French cell press”), existem os ultrassonificadores e
homogeneizadores de vários tipos, ciclos de congelamento/descongelamento, produtos
químicos, bem como enzimas específicas (ROCHA FD et al 2014). Para além da lise celular, é
naturalmente necessário proceder ao processo de extração do/s componente/s desejados,
podendo usar-se os solventes convencionais ou, mais recentemente, fluidos em estado
supercrítico, nomeadamente o CO2, eventualmente com outro co-solvente (ROCHA FD et al
2014). A extração do/s componente/s desejados com solvente/s é o método mais comum
8
devido às suas vantagens económicas e técnicas; a escolha do/s solvente/s obedece a
critérios de solubilidade e seletividade face ao/s produto/s a extrair, no presente trabalho os
lípidos.
As pesquisas na extração de lipídios de biomassa com solvente incluem o uso de diferentes
solventes e métodos melhorados aplicados a diferentes estirpes de microalgas, analisando-se
os rendimentos lipídicos face às condições de extração aplicadas.
De entre os processos testados, têm-se os solventes orgânicos e os líquidos iónicos,
precedidos por tratamento diversos. Os métodos de extração de lipídios baseados em
solventes orgânicos são em geral considerados de baixo custo, exigem investimentos de
capital modestos e são fáceis de ampliar (GEIGER et al, 2016). Os diferentes processos se
extração existentes visam romper a parede celular, para a posterior extração propriamente
dita dos lípidos. Embora a combinação de solventes polares e não-polares, como metanol
e clorofórmio são recomendados para uma maior eficiência de extração de lipídios da
biomassa de algas, deve notar-se que tais misturas (especialmente clorofórmio / metanol)
geralmente extraem lipídios polares (presumivelmente de membranas) e lipídios neutros (a
partir de gotículas lipídicas, altamente desejáveis para matéria-prima para a produção de
fármacos) (ZHANG et al,2011)
Assim, o sistema de solvente deve ser selecionado e otimizado tendo em consideração os
processos subsequentes e o fim a que se destina o produto. (KUMARI, MANTRI et al 2013)
evidenciaram o efeito significativo da hidrólise da parede celular pelo H2SO4, mesmo na
ausência de qualquer solvente polar, como o metanol. Também deve ser enfatizado que
este processo de ácido sulfúrico pode ser aplicado diretamente na biomassa molhada, embora
os materiais de construção devam ser os adequados. A extração lipídica com fluidos em
estado supercrítico requer equipamento dispendioso. Num ensaio típico com hexano, foram
adicionados 5 g de algas no reservatório seguido de introdução de 100 ml de hexano. O
sistema foi purgado para remover o ar e evitar o risco de explosão. A mistura foi aquecida até
à temperatura desejada de 235 °C. A pressão de vapor é de aproximadamente 34 bar a esta
temperatura (NGUYEN, et al, 2016).
9
Capítulo 2
2.1 Objectivo do trabalho
O objectivo central deste trabalho é avaliar o desempenho da extração precedida/conjugada
por vários processos de desintegração celular, nomeadamente tratamento ácido,
homogeneizador mecânico e alta pressão, com vista a obter os lípidos das microalgas. Para
além da quantificação global dos diferentes extratos, fez-se a identificação de extratos mais
significativos.
2.2 Organização do documento
O documento tem um capítulo introdutório onde se apresenta uma breve revisão das matérias
objecto do trabalho experimental; no capítulo 3 apresentam-se as metodologias
experimentais seguidas; no capítulo 4 apresentam-se os resultados e faz-se a sua exploração e
no capítulo 5 apresentam-se as conclusões.
10
Capítulo3
3 Materiais e métodos
3.1 Reagentes e solventes
Foi utilizada água destilada, produzida por um sistema RIOsTM 3 (milipore, Estados Unidos). O
CO2 foi fornecido engarrafado pela empresa Praxair (Porto, Portugal). O metanol e a acetona
foram fornecidas pela LabChem (Zelienople, Pensilvânia, E.U.A). O n-hexano foi fornecido
pela empresa Scharlau (Barcelona, Espanha). O clorofórmio foi fornecido pela empresa
Pronalab (Lisboa, Portugal).
Tabela 3.1 – Constante dieléctrica, índice de polaridade e massa volúmica de diferentes
solventes usados na extração.
3.2 Microalgas
Para o presente trabalho foi utilizada a microalga Chlorella vulgaris, que foi adquirida à
empresa Aqualgae S.A. (Viana do Castelo, Portugal). Esta microalga foi mantida em stock e
produzida para o isolamento dos lípidos. O meio utilizado para o crescimento das microalgas
foi o meio GoldMedium Fresh-Water Species (GM-FWS), preparado a partir dos nutrientes
fornecidos pela empresa Aqualgae (Viana do Castelo, Portugal).
Tabela 3.2 Soluções stock de nutrientes.
NUTRIENTE CONCENTRAÇÃO (mg/l) SOLUÇÃO
N NA FORMA DE NaNO3 7000 1
P NA FORMA DE KH2PO4 2046 1
Mg NA FORMA DE MgSO4.7H2O 1480 2
CaCl2 1360 3
OLIGÓMEROS E VITAMINAS 1450 4
SOLVENTES CONSTANTE
DIELÉTRICA
ÍNDICE DE
POLARIDADE
MASSA VOLÚMICA
(kg/l)
CLOROFÓRMIO 4.18 4.1 1,489
HEXANO 1.88 0,1 O,660
ÉTER DE PETRÓLEO 2.1 0,1 0,71
ACETATO DE ETILO 6.02 4.4 0,897
METANOL 33 5.1 0,792
ÁGUA 78.5 0.79 0,998
11
3.3 Métodos
3.3.1 Produção de biomassa alga
As microalgas foram cultivadas em reatores de 1L, de 5L e de 6L numa estante de cultura de
microalgas fornecida pela empresa Aqualgae (Viana do Castelo, Portugal). A estante está
apetrechada com um compressor de ar, marca Hailea (Guangdong, China), modelo v-60, para
abastecimento de ar e com um sistema para controlo dos ciclos de luz e escuro e controlo dos
caudais de dióxido de carbono. A estante é constituída por seis (6) lâmpadas fluorescentes de
40 W, podendo ainda ser adicionada uma placa do modelo PL-600*600-CW de 40W da Lowcled
(Shenzhen, China). O pH inicial das culturas foi da ordem dos 6,5—7,5, sendo mantido abaixo
do pH 7,5 recorrendo a soluções H2SO4 1M e NaOH 2M. A figura 3.1 representa uma imagem da
montagem experimental.
Figura: 3.1– Fermentadores diversos com as culturas de microalgas
A produção da biomassa foi realizada em diferentes tipos de fotobiorreatores com o objectivo
de apreciar o efeito da geometria do reator sobre o crescimento. Para este efeito não podem
faltar nutrientes, incluindo o CO2, que foi adicionado em pulsos de 6 segundos cada 120
segundos, durante o ciclo diurno. O ar é abastecido por um compressor, sendo inserido nos
reatores através de dispersores, após filtragem em filtros de nylon de porosidade 0,45 µm; o
caudal de ar proporciona também a agitação necessária a cultura. A luminosidade foi
assegurada através de lâmpadas fluorescentes de 40W, colocadas numa das laterais da
estante, fornecendo cada uma 1600 lúmen, o que corresponde a 16985 lux (tendo em conta os
0.0942 m2 de área exterior); tendo em conta o factor de conversão de 0.013 obtido na
literatura (SYLVANIA et al.; 2017), teremos uma intensidade da ordem dos 220 μmol
fotões/(m2.s) O pH foi conservado a 7.5 com recurso a H2SO4 0.5M.
12
3.3.2 Produção de biomassa algas em reator cilíndrico de 1L
Trata-se de frascos cilíndricos de 1l com injeção de ar. A geometria do vaso proporciona uma
área/volume de 452 cm2/L. Considerando que só havia luz de um lado, a área efetiva é de
226 cm2/L. O Caudal de ar foi de cerca de 0.5 L ar/ (L meio.min), neste caso sem adição
suplementar de dióxido e carbono.
Figura: 3.2- Fotobiorreator cilíndrico de 1 L
3.3.3 Produção de biomassa algas em reator cilíndrico de 5L
Trata-se de reator cilíndrico de 4l de capacidade nominal, com 18cm de calibre e um volume
máximo de 5l, proporcionado uma área/volume de 222,8 cm2/L. Se o reator for aluminado
apenas de um dos lados, a área/volume passa para 111,4 cm2/L. A concentração inicial de
biomassa usada nos ensaios foi à volta de 0,2 g/l, dependendo do ensaio. O caudal de ar foi
cerca de 0,308 L ar/ (L meio.min), introduzido através de um dispersor cerâmico cilíndrico
com 10 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro. O CO2 foi abastecido cada 10 minutos
durante 7 segundos com um caudal de 0.4L/min (0,28L/h). O fotobiorreator encontra-se na
figura 3.3.
Figura 3.3- Fotobiorreator cilíndrico de 5L
13
3.3.4 Produção de biomassa algas em reator de flat-plate descontínuo
O fotobiorreator “flat-plate” de 6 litros, com volume útil de 5 L, foi produzido por nós,
usando vidro e uma estrutura em acrílico. As dimensões internas são as seguintes: 28,6 cm de
comprimento, 50 cm de altura e 5,5 cm de espessura. Em síntese, trata-se de um vaso
paralelepipédico com 7,5 cm de espessura, proporcionando uma área/volume de 350 cm2/L.
O ar e o CO2 é alimentado ao fundo do fotobiorreator através de um dispersor modelo EW-
700025-28 da marca Cole-Parmer (Vernon Hills, Illinois, Estados Unidos); o caudal de ar
assegura também a mistura da biomassa. O ar foi fornecido au caudal de 0,308 L ar/ (L
meio.min); o CO2 foi de cerca de 0.4l/min durante 7 segundos a cada 10 minutos. A
concentração inicial da biomassa foi de 0,2 g/L sensivelmente. O fotobiorreator encontra-se
na figura 3.4
Figura: 3.4- Fotobiorreator “flat-plate”
3.3.5 Manutenção e controlo do processo.
De modo a monitorizar o crescimento da biomassa nos vários tipos de reatores foram usados
três procedimentos distintos. O primeiro procedimento assenta na leitura da densidade ótica
da suspensão, após a diluição apropriada, usando um espectrofotómetro modelo Helios
Omega (Thermo scientific, Inglaterra), medindo a absorvência no comprimento de onda de
685 nm. Esta leitura fez-se diariamente. O segundo procedimento para avaliação do
crescimento foi a contagem de número das microalgas por mililitro, usando a câmara de
Neubauer, após as diluições necessárias; as contagens, realizadas em microscópio ótico,
normalmente de 2 em 2 dias, foram convertidas nos valores reais empregando a fórmula
apropriada. O terceiro procedimento de avaliação do crescimento foi através da quantificação
da massa seca existente num determinado volume de suspensão. Normalmente, 100 ml de
suspensão são sujeitos à centrifugação, a 4500 rpm, numa centrífuga de marca Kn-70 da
14
Kubota (Osaka, Japão), durante 30 minutos; após descartar o sobrenadante e adicionar água
destilada ao “pellet”, repete-se o processo de centrifugação durante 15 minutos,
recuperando-se o “pellet” que vai ser seco em estufa a 100ºC até peso constante. Com base
na massa seca e no volume inicial, determina-se a concentração de biomassa no reator. A
temperatura, o pH, o oxigénio dissolvido e a condutividade foram monitorizadas em alguns
períodos através do sensor Aquaprobe AP2000 (Aquaread, Inglaterra).
A concentração da biomassa alga ao longo do tempo foi determinada por espectrofotometria,
usando uma correlação previamente estabelecida entre a absorvância da suspensão de
biomassa e o teor de biomassa determinado por pesagem após centrifugação. A figura
seguinte apresenta essa correlação.
Figura: 3.5- Reta de calibração entre absorvância e concentração de biomassa.
A equação seguinte permite estimar a concentração de biomassa alga, através da medição da
absorvância a 685 nm das suspensões convenientemente diluídas.
[𝐵𝑖𝑜𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎] = 0,0037 ∗ 𝐴𝐵𝑆 + 0,0131 𝑅2 = 0,9985
3.4 Desintegração celular e extração de lípidos
O procedimento selecionado visa a maximização da extração/recuperação de lípidos da
biomassa alga. No que respeita aos solventes de extração, seguiu-se no essencial o
procedimento de Bligh e Folch (EL-SHEEK, HMOUDA et al, 2016), tendo-se variado os pré-
tratamentos a que as amostras foram sujeitas. Pesou-se cerca de 2 g da biomassa húmida,
equivalentes a 200 mg de biomassa seca, à qual se acrescentou 20 ml de água destilada.
Nesta fase as amostram foram submetidas a diferentes pré-tratamentos. Numa primeira fase
testaram-se vários métodos, conforme descrito na tabela 3.3. Com base nos resultados
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0 50 100 150 200 250
Ab
sorv
anci
a
Biomassa mg/l
15
obtidos nesta fase preliminar selecionaram-se os seguintes métodos (figura 3.6): (i) hidrólise
ácida (pH ajustado a 2, com ácido sulfúrico 2M; temperatura 120ºC, durante 1 hora); (ii)
homogeneizador mecânico (10 000 rpm, 1 minuto); (iii) homogeneizador mecânico (24 000
rpm, 5 minutos); (iv) alta pressão (68 atmosferas).
Tabela 3.3. Métodos de desintegração celular usados na fase preliminar do trabalho.
Método legenda
MS moagem (Hz, 5 min, esferas de 8 mm) do material seco
HM 1min homogeneizador mecânico 10000 rpm 1 min
M+E moagem → enzima
P+E pressão → enzima
HM 24000
Rpm homogeneizador mecânico 24000rpm
HA hidrólise ácida
P+U pressão → ultrassons
P branco Pressão (68 atm)
MC moagem criogénica
MC+U moagem criogénico → ultrassons
HM 5min homogeneizador mecânico 10000 rpm 5 min
HA2 hidrólise ácida
Figura: 3.6- Pré-tratamentos da biomassa.
Após o pré-tratamento, seguiu-se o processo de extração propriamente dito, que consistiu no
seguinte: à amostra de 20 ml de suspensão pré-traçada, adicionou-se 40 ml de mistura de
clorofórmio e metanol (20 ml de cada) que se levou ao sistema de agitação/vibração
16
(agitação mecânica com esferas de vidro ( 20 esferas de diâmetro 2 mm, escala de vibração 4
(VibroMatic-384)) durante 1 hora; deixou-se sedimentar a amostra durante três horas e
recolheu-se a fase inferior, que conterá essencialmente clorofórmio (muito mais denso que a
água e o metanol). A biomassa ficou a maiores partes das vezes no clorofórmio (mas nalguns
casos ficou na fase aquosa metabólica). Retirou-se a fase que não continha a biomassa
(usualmente a fase metabólica/água). À fase contendo a biomassa, adiciona-se de novo 40 ml
de mistura clorofórmio e metanol (20 ml de cada); segue-se a agitação (1h) e decantação
(3h). Recolhe-se a fase sem biomassa (fase metanólica/água), que se junta à recolhida na
fase anterior, e repete-se o procedimento uma terceira vez. A figura 3.8 ilustra o processo de
decantação. No final tem-se a fase do clorofórmio (que teria um volume de 60 ml se as
separações fossem completas) e uma fase metanol/água que teria um total de 80 ml (60 de
metanol e 20 de água). De facto, não é assim, porque o metanol é parcialmente solúvel no
clorofórmio. Posteriormente, a fase do clorofórmio foi sujeita a uma extração com n-hexano
(3 x 20 ml). Verificando-se resíduos de biomassa em suspensão em alguns extratos, estes
foram submetidos a filtração/centrifugação para remoção dessa biomassa. Em resumo,
resultaram-se 3 extratos: n-hexano, clorofórmio e metanol (com alguma água), conforme se
ilustra na figura 3.9. Os extratos secos foram obtidos após evaporação em sistema de vácuo
(figura 3.7). Posteriormente, os extratos foram colocados na estufa a 70ºC durante a noite,
com vista a remover algum solvente residual.
Figura: 3.7- Evaporador rotativo.
17
Figura: 3.8- Esquema do processo de extração.
Os lípidos têm três características muito importantes: contêm extensas regiões formadas
quase exclusivamente por hidrogênio e carbono com ligações C-C ou C-H não-polares. São
insolúveis em água, mas são solúveis em solventes orgânicos, como éter, clorofórmio e
benzeno. Os ácidos gordos, que são a unidade fundamental dos lípidos, são moléculas
formadas por uma longa cadeia de hidrocarbonetos de tipo linear e com um número par de
átomos de carbono.
Figura: 3.9 – Balão de decantação, ilustrando a separação de fases (Fonte autoria própria)
18
3.4.4 Identificação e quantificação de compostos
Com vista a identificar e quantificar os compostos dos extratos, utilizaram-se várias técnicas
analíticas, nomeadamente, cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massa (LC-
MS), cromatografia gasosa (GC-MS) e RMN.
A cromatografia líquida conectada a um sistema de espectrometria de massa (LC-MS) é da
marca Thermo Fischer Scientific (Waltham, Massachusetts, EUA). O sistema é constituído por
quatro componentes: uma bomba Acella 600, um autosampler Acella, um detetor PDA Acella
e um espectrofotómetro de massa LCQ Fleet (Figura 3.10).
A coluna usada para a separação foi do tipo C18, da marca Thermo Fischer Scientific
(Waltham, Massachusetts, EUA), modelo HyperSil Gold com tamanho de partícula 5 μm e
dimensões 150 mm x 4,6 mm. As amostras foram diluídas em metanol 1:10 e filtradas com
recurso a filtro de 0,25 µm de nylon antes de se proceder à análise em LC-MS.
A cromatografia foi realizada em modo de gradiente, fazendo variar no tempo a composição
do eluente.
Figura: 3.10 - Equipamento LC-MS/LC-GS
A cromatografia foi realizada em modo de gradiente, fazendo variar no tempo a composição
do eluente (Ver tabela 3.4). A fase móvel foi composta pelos seguintes solventes: A contendo
0.5M de acetato de amónio em metanol e água nas proporções 85:15 v/v, o solvente B
contendo acetonitrilo e água nas proporções 90:10 v/v e solvente C contendo acetato de
amónio. O fluxo foi de 300 µl/min.
19
Tabela 3.4 Composição temporal do eluente
TEMPO (MINUTOS) A% B% C%
0 30 60 0
5 50 0 0
25 90 0 40
70 50 0 0
80 30 0 0
90 30 0 0
100 50 0 50
105 30 60 70
110 30 60 70
Os comprimentos de onda selecionados para a análise foram os seguintes; 400 nm para o
lípidos e 555 nm para a clorofila A. Com o objectivo de quantificar alguns lípidos, construiu-se
uma reta de calibração usando o ácido linoleico como padrão (Figura 3.11).
Figura: 3.11 – Absorvância vs concentração de ácido linoleico.
No que respeita à cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS), para
conferir volatilidade aos compostos, estes foram sujeitos a reação de esterificação. Para a
análise dos ácidos gordos, uma alíquota do extrato de lipídios, contendo aproximadamente
0,1 g de lipídios, foi seca em rota-evaporador e saponificada. Os ácidos gordos foram
metilados pelo método de METCALFE, SCHMITZ usando o diazometano como agente
esterificante. A reação ficou toda a noite à temperatura ambiente; passado este tempo,
verificasse a finalização da reação por adição de uma nova quantidade de solução de
diazometano. A cromatografia gasosa, para análise de ácidos gordos, foi realizada em
(Lípido) mg/l
20
cromatógrafo VARIAN, modelo 3300, equipado com: detector por ionização em chama; injetor
split, razão de 100:1; coluna capilar de sílica fundida, 30 m de comprimento x 0,30 mm de
diâmetro interno e contendo 0,25 µm de polietileno glicol (DB-WAX da J & W Scientific,
Califórnia, USA); e integrador processador INTRALAB 4290. As condições cromatográficas
foram: temperatura da coluna, 150°C por 11 min, programada a 210°C numa razão de
3°C/min; gás de arraste, hidrogénio ao caudal de 1,26 ml/min com velocidade linear de 39,4
cm/s; gás "make-up", nitrogénio a 30 ml/min; temperatura do injetor; 250°C; e temperatura
do detector, 280°C. A identificação dos ácidos gordos foi realizada pelo uso em conjunto dos
seguintes parâmetros: comparação do tempo de retenção corrigido de ésteres metílicos dos
ácidos gordos das amostras e padrões; co-comatrografia de padrões e amostras; e
comprimento equivalente da cadeia.
Os lípidos recuperados e eventualmente outros compostos, após esterificação, foram
quantificados e analisados por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (GC-
MS), bem como cromatografia em camada fina.
21
Capítulo 4
Resultados e discussão
4.1 Crescimento da biomassa
Analisou-se o crescimento da biomassa alga em reatores da mesma geometria, mas diferentes
áreas específicas de iluminação, e reatores de geometrias diferentes e volumes da mesma
ordem de grandeza.
4.1.1 Reactores com volumes diferentes e a mesma geometria
O cultivo de microalgas apresenta algumas vantagens como sejam a facilidade de acesso aos
nutrientes necessários, a duplicação da biomassa em num curto período de tempo e a
possibilidade de manipular as condições de cultura, de modo a aumentar a produção de um
metabolito específico, como podem ser os ácidos gordos.
Diversos fatores podem influenciar a produção de lípidos e em particular de ácidos gordos
pelas microalgas, tais como a intensidade luminosa, a temperatura e os nutrientes. A
biomassa da microalga comparada com outras fontes de ácidos gordos apresenta como
vantagem a ausência de contaminação e certas microalgas possuem maior espectro de ácidos
gordos poli-insaturados (PUFA).
A figura seguinte (Figura 4.1) ilustra o crescimento de biomassa alga, medida através da
absorvância, para reactores com a mesma geometria cilíndrica, mas diferentes volumes o que
propicia diferentes áreas de captação de luz por unidade de volume.
Figura: 4.1 – Concentração de biomassa de algas produzida ao longo do tempo na 1ª série de
crescimento em reatores cilíndricos de 1 L e 5 L.
22
Pese embora alguma flutuação nos valores de densidade ótica medida (convertida em
concentração de biomassa através da equação na parte experimental deste trabalho),
verifica-se um crescimento linear da biomassa alga ao longo do tempo. Não ocorrendo
crescimento exponencial, tudo indica que haverá um factor limitante do crescimento que
poderá ser um nutriente ou a luz. Tendo em conta que N, P, Mg, Ca e micronutrientes e
vitaminas estão em razoável excesso, a limitação mais plausível será o carbono ou a luz.
Tendo em conta que estes ensaios foram feitos apenas com introdução de ar (i.e., sem
introdução de CO2 de garrafa), é muito provável que o nutriente limitante seja o carbono.
Entre os dois reatores (1L e 5 L), o de 5 L apresenta, em geral, menor produção devido à
menor intensidade luminosa que consegue captar (área por unidade de volume). Partindo de
uma concentração inicial inferior a 200 mg/L, obtiveram-se concentrações entre os 800 e
1000 mg/L, ao cabo de 25 dias, o que corresponde a crescimento médio de 24 mg/(L.dia) e 34
mg/(L.dia) respetivamente para o reator de 5 L e 1 L. Estes resultados evidenciam a
importância da radiação luminosa recebida por cada um dos reatores; com áreas específicas
de 111.4 cm2/L e 226 cm2/L, respectivamente.
Nestes ensaios foi-se monitorando diariamente o pH (que consta da figura 4.2) e ajustado
diariamente para pH 7.5. O aumento do pH de 7.5 (valor ajustado) para o valor medido no
dia seguinte (na figura 4.2) é um bom indicador do crescimento da biomassa alga.
Figura: 4.2– pH do meio de cultura medido ao longo do tempo, todas as manhãs, antes de ajuste a pH
7.5 (da primeira série de ensaios).
4.1.2 Reactores com geometrias diferentes
A figura 4.3 ilustra a evolução da concentração de biomassa ao longo do tempo em reatores
de geometrias completamente diferentes: cilíndrica e “flat-plate”, que proporcionam áreas
de iluminação por unidade de volume bastante diferentes (222 vs 350 cm2/L). Nesta série de
ensaios já se adicionou CO2 de garrafa.
7,5
8
8,5
9
9,5
2 3 5 6 7 8
pH
dias
4L vs Flat plate
4L
23
Figura: 4.3- flat-plate série 1 vs reator de 5l série 2
Observa-se um crescimento relativamente lento durante os primeiros 20 dias e depois um
crescimento exponencial; este seria o comportamento esperado para um sistema descontínuo,
mas a fase inicial de adaptação parece demasiado prolongada. Por outro lado, em coerência
com a área de iluminação proporcionada por cada um dos reatores, o reator “flat-plate”
apresentou maior crescimento.
4.2 Rotura da biomassa e Extração
Fizeram-se duas séries de ensaios. Uns preliminares, com um número alargado de
métodos de pré-tratamento, e uns pré-tratamentos mais reduzidos selecionados a
partir dos preliminares.
4.2.1 Ensaios de rotura
A tabela seguinte (Tabela 4.1) resume os resultados obtidos nos ensaios prévios de
desconstrução da biomassa alga, tendo em conta o extrato recuperado face à massa (base
o.d.) de biomassa alga usada no processo de extração. Os valores obtidos estão, em geral,
dentro do esperado.
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80
abso
rvan
ica
dias
5L vs Flat plate1ªsérie 2ªsérieFlat plate VS 5L
24
Tabela 4.1 - Métodos de desintegração celular usados na fase preliminar do trabalho.
Método Legenda Recuperação, %
MS moagem do material seco 2
HM 1min homogeneizador mecânico 10000 rpm 1 min 4
M+E moagem → enzima 2
P+E pressão → enzima 5
HM 24000 rpm homogeneizador mecânico 24000 rpm, 1 min 6,5
H A hidrólise ácida 10
P+U pressão → ultrassons 5,5
P branco Pressão (68 atm) 8,5
MC moagem criogénica 3,5
MC+U moagem criogénico → ultrassons 3,5
HM 5min homogeneizador mecânico 10000 rpm 5 min 11,5
H A2 hidrólise ácida 11,5
Face aos resultados obtidos, verifica-se que a biomassa seca e submetida a moagem
apresenta enorme dificuldade em ser extraída; dentro das extrações realizadas com biomassa
húmida (tudo o resto), as extrações precedidas de hidrólise ácida, homogeneização mecânica
e pré-tratamento a alta pressão são as mais promissoras. Com base nestes resultados, os
estudos posteriores foram realizados com estes processos mais promissores.
As tabelas 4.2 e 4.3 registam os valores dos volumes de solventes usados e efetivamente
recuperados nos processos de extração. Relativamente aos volumes recuperados face aos
usados, verifica-se que existiram algumas perdas, que ficaram a dever-se à dificuldade do
processo de filtração usado para remover os resíduos de biomassa existente nos extratos. De
notar que a centrifugação nem sempre é adequada para remover os resíduos sólidos, já que
estes apresentam menor densidade do que o clorofórmio. Este assunto carece que reflexão
futura.
Por outro lado, verifica-se, de acordo com o expectável, que ocorre mistura de solvente; i.e.
uma parte do metanol é miscível com o clorofórmio e parte do n-hexano é miscível com o
clorofórmio.
25
Tabela 4.2 – Volumes de solventes aplicados no processo de extração.
volume teórico (ml)
total metanol + Água clorofórmio n-hexano
hidrolise acida 80 60 40 180
homogenizador 24000 rpm 80 60 40 180
homogenizador 10000 rpm 80 60 40 180
alta pressão 68 atm * 110 60 60 230
* : foi adicionado 20 ml extra de n-hexano; devido à diluição foi adicionado cerca de 30 ml de
água
Tabela 4.3 – Volumes de solventes efetivamente medidos após o processo de extração.
volume real obtido (ml)
total metanol + agua clorofórmio n-hexano
hidrolise acida 60 80 20 160
homogenizador 24000 rpm 40 82 30 152
homogenizador 10000 rpm 79 80 20 179
alta pressão 68 atm 90 130 10 230
A figura 4.4 mostra as massas de extrato recuperado para os diferentes processos de extração
e para os diferentes extratos (metanol/água; clorofórmio; n-hexano). Ao contrário do que
aconteceu nos ensaios preliminares, os valores recuperados nos 3 extratos não fazem sentido
já que se partiu de 200 mg de biomassa (base seca). Estes valores anormalmente elevados
podem ter ficado a dever-se a residuais de solventes e/ou eventualmente a erros de
pesagem. Apesar deste contratempo, avançou-se para a identificação dos compostos
existentes nos diferentes extratos.
Figura: 4.4- Massa de extrato obtida, para diferentes condições de desconstrução celular.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
10000 rpm 24000 rpm hidrolise acida alta pressao
pes
o (
gram
as)
cloroformio metanol + agua hexano
26
4.2.2 Identificação dos componentes dos extratos
Numa primeira fase, testou-se o potencial da cromatografia líquida (HPLC-MS) para tentar
identificar e quantificar alguns componentes dos extratos metalónicos, mas o processo foi mal
sucedido, devido à falta de sensibilidade do sistema de MS para identificar os compostos e à
indisponibilidade de padrões.
Note-se que os extratos de clorofórmio e hexano, de natureza hidrofóbica, estavam
destinados à derivatização e à análise por GC-MS. Na realidade também se fez a derivatização
dos extractos de metanol.
De acordo com o previsto, os vários extratos acima referidos foram esterificados com
diazometano e posteriormente analisados por cromatografia gasosa acoplada a
espectrometria de massa. Previamente, analisou-se o seu comportamento em cromatografia
em camada fina, conforme se ilustra na figura seguinte.
Figura: 4.5- Visualização da migração de compostos numa proporção de 7:3 lâmpada
ultravioleta do hidrolisado da biomassa.
A figura 4.5 mostra os cromatogramas obtidos para o extracto de clorofórmio e metanol para
o material resultante da hidrólise ácida da biomassa algas. Os resultados sugerem que as
proporções relativas dos diferentes compostos nos dois extractos são diferentes, mas uma
parte dos compostos parece ser comum. Ainda assim, uma análise adequada evidencia que há
compostos no extracto de metanol que não estão no extracto de clorofórmio; porém as suas
quantidades são baixas e não permitiram a sua identificação. A figura 4.6 ilustra o espetro de
massa do pico dos 23min:55 segundos do extracto de clorofórmio.
27
Figura 4.6- Cromatograma (GC) do extracto de clorofórmio (esquerda) e metanol (direita) da
biomassa algas após a desconstrução celular com ácido sulfúrico.
28
Figura 4.7 Espetro de massa do pico dos 23min:55 seg.
A tabela 4.4 resume alguns aspectos qualitativos dos cromatogramas. Confirma-se que muitos
compostos estão distribuídos pelos diferentes solventes, o que não seria à primeira vista de
esperar. Tal pode ocorrer pelo carácter anfipático (parte hidrofílica e parte hidrofóbica) das
moléculas originais na biomassa. Assim, do ponto de vista das extracções sucessivas que se
realizaram, no futuro deve eventualmente equacionar-se a possibilidade de hidrolisar a
ligação entre estas duas partes antes das etapas de extracção. Do ponto de vista prático, não
parece fazer sentido extracções sucessivas com diferentes solventes; a mistura de solventes
parece mais apropriada.
29
Tabela 4.4 – Aspetos qualitativos dos cromatogramas.
Observações sobre o GC-MS dos extratos
metanol (M) clorofórmio (C) n-hexano (H)
hidrolise acida (HA) vários picos significativos
vários picos significativos
sem picos significativos
homogenizador 24000 rpm (H)
picos semelhantes a outros
pouco material picos semelhantes a AP-
H
alta pressão 68 atm (AP)
picos semelhantes a AP-H
picos na gama 21-25 min
picos semelhantes ao HA-C
As análises realizadaa por GC-MS dos diferentes extratos permitiram identificar os ésteres
metílicos de ácidos carboxílicos presentes nos triacilglicerois presentes nos extratos. Temos a
destacar alguns compostos encontrados nos lípidos: 9-Oxodecanoato de metilo; nonanodioato
de dimetilo; 12-Metiltridecanoato de metilo; hexadecanoato de metilo; Ftalato de butilo e
isobutilo; heptadecanoato de metilo; octadecanoato de metilo; 14-metilhexadecanoato de
metilo. Estes ácidos apresentam cadeias saturadas e insaturadas de nove até dezoito átomos
de carbono. O ácido predominante nesta análise é o ácido hexadecanóico. Temos a destacar
as suas estruturas (figura 4.8) de acordo com a nomenclatura acima mencionada.
De realçar que não foi possível identificar ácidos gordos polinsaturados, o que pode ter ficado
a dever-se a várias razões: o seu baixo teor, face aos saturados; oxidação no processo de
extracção e análise; outros
(9-Oxodecanoato de metilo) (12-Metiltridecanoato de metilo)
(Nonanodioato de dimetilo) (Hexadecanoato de metilo)
30
(Ftalato de butilo ou de isobutilo) ( Heptadecanoato de metilo)
(Octadecanoato de metilo) (14-Metilhexadecanoato de metilo)
Figuras 4.8 estruturas destacadas de acordo com a nomenclatura acima mencionada.
As estruturas foram desenhadas no programa chemoffice 2015 por Cahilo Manuel Martins
31
Capítulo 5
Conclusões e perspetivas futuras
A biomassa algas tem potencial para que num futuro próximo possa constituir uma alternativa
para a obtenção de produtos de valor acrescentado para a incorporação em alimento,
fármacos, entre outros, e ao mesmo tempo mitigar as emissões de gases de efeito estufa, tais
como o CO2. No entanto, existem ainda variadíssimos trabalhos a ser realizados nas várias
áreas ligadas à produção e disrupção deste microrganismo até que a sua utilização plena à
escala industrial seja uma realidade.
Neste trabalho foi possível concluir através de dois ensaios efectuados no reator “flat-plate”
e no reator de cilíndrico de cinco litros (5l), que a produção de biomassa pode ser superior no
reator “flat-plate”, devido à sua maior área de captação de luz.
Relativamente à desintegração celular/extração, foi possível concluir que para a espécie
utilizada neste trabalho, a secagem da biomassa não compensa o gasto energético e de
recursos em relação à utilização de biomassa húmida aquando da sua desconstrução.
Os processos de desconstrução mais promissores foram a hidrólise ácida, o pré-tratamento a
alta pressão e a homogeneização mecânica (rotor/estator a elevada rotação).
Apesar da proporção relativa dos diferentes compostos variar com os solventes de extração
usados, n-hexano, clorofórmio e metanol, os solventes não evidenciaram seletividade para
compostos específicos, o que pode indicar que os compostos originais (não hidrolisados)
teriam partes hidrofílicas e partes hidrofóbicas.
A esmagadora maioria dos ácidos gordos identificados são de cadeia saturada, não tendo sido
possível identificar ácidos gordos insaturados, provavelmente devido à sua baixa concentração
nos extratos ou eventualmente à sua instabilidade nos processos de desconstrução e extração
usados.
Para trabalho futuro seria importante analisar as razões para a baixa seletividade dos
solventes e esclarecer a presença dos ácidos gordos insaturados, em termos de teor e em
termos de composição.
Com vista ao aumento da produtividade, seria necessário estudar o efeito da área interfacial
específica (m2/m3 de meio) para a transferência de massa através do aumento do caudal de
ar comprimido entregue às culturas através de uma placa porosa, reduzindo desta forma as
dimensões médias das bolhas e aumentando o carbono inorgânico inserido no meio.
32
Capítulo 6
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37
Anexos
Anexos de aspectos das estruturas dos lípidos
Amostras e extrações da biomassa de Microalgas: RS – 1 (HA – hexano, peso 0,024 mg) Cromatograma:
Pico nº 1 987 TR (17.25) 36.24 17,57%, M ------- não tem sinais importantes RS – 2 (HA – clorofórmio, peso 0,176 mg). Cromatograma:
Pico nº 1 1121 TR (19:08) 19:2 tr,57%, M 328 mistura
28:07
rodilla021.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 2211 67432
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
12:31
15:13
16:34
17:25
19:20
20:10
21:02
22:21
23:55
24:54
26:28
23:55
rodilla022.SMS *
MaxE1 SumE2
RI 16598 30513
RI33
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
25:35
28:38
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1121(19:08) 8 12% rodilla022.SMS *
100%
*10
82.9
110.9142.8
186.8
281.0
339.3 401.0 449.6 492.8
RI33
1000 1100 1200 1300 1400
rodilla022.SMS
38
Identificação:
Pico nº 2, 1193 TR (20:02) 20:2 tr,57%, M 200 9-oxodecanoato de metilo Identificação:
Pico nº 3, 1215 TR (20:19) 20:3 tr,57%, M 216 nonanodioato de dimetilo
55
83
111 143
187 207 281 307 Spectrum X 1121(19:08)
55
69
111 155 187
236 253 285S2 C48958 328
67
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
SISCOM [rodilla022.SMS] 1121(19:08) Libraries: V W V C Filter: 13 3 11 4
*1
81
95
150220
263294
S3 W145674 294
55
81
93
111
135163 251 S18 W191174 266
(CH2) 5
O
O
(CH2) 6
O
O
(CH2) 3 (CH2) 6
O
O
55
69
83
111
143
169 207 257 277Spectrum X 1193(20:02)
43
55 83
111
143
169200
S1 W23468 200
43
55 83
111
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla022.SMS] 1193(20:02) Libraries: V W V C Filter: 13 3 11 12
*1
169200
S2 C23468 200
55
74 87
129172
201S3 W147781 216
27
41
55 87
110
142
S4 W71647 142
(CH2)
5
O
O
O
(CH2)
5
O
O
O
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1215(20:19) 8 11% rodilla022.SMS *
100%
*10
69.0
83.0
97.0 124.0
152.0
217.0
245.9280.9
354.5 401.1
RI33
1000 1100 1200 1300 1400
rodilla022.SMS
39
Identificação:
Pico nº 4, 1356 TR (22:06) 22:3 tr,57%, M 242 12-metiltridecanoato de metilo
Identificação:
Pico nº 5, 1443 TR (23:12) 23:3 tr,57%, M 250 NI
55
69
83
97111
124
152
185
217Spectrum X 1215(20:19)
15
29
43
55 74
97
111
124
152
185
216 S1 C75419 216
55
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
SISCOM [rodilla022.SMS] 1215(20:19) Libraries: V W V C Filter: 13 12 3
*1
15
29
43
74
97
111
124
152
185
216 S2 W75419 216
15 29
41
5574
97
111
124
152
171
185
218 S3 W27340 216
O
O
(CH2)
5
O
O
O
O
(CH2)
5
O
O
O
O
(CH2)
5
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1356(22:06) 5 11% rodilla022.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
142.9
157.0 185.0
199.0
213.0
242.0
277.1355.0
414.8488.0
RI33
1000 1100 1200 1300 1400
rodilla022.SMS
55
74
143 199
242277 355 415 488
Spectrum X 1356(22:06)
41
74
143
199
242
S3 W33522 242
74
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
SISCOM [rodilla022.SMS] 1356(22:06) Libraries: V W V C Filter: 3 13 4
*1
143 199
256S4 W243443 256
41
74
143
199
242
S5 C33522 242
43
74
143199 242
S6 W237812 242
(CH2)
9
O
O
(CH2) 9
O
O
(CH2)
9
O
O
(CH 2)10
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1443(23:12) 4 7% rodilla022.SMS *
100%
*10
81.0
95.0
109.0
123.0
136.9
178.9
193.0
207.0
250.1
281.0
342.2
429.1 474.9
RI33
1000 1100 1200 1300 1400
rodilla022.SMS
40
Identificação:
Pico nº 6, 1500 TR (23:55) 23:3 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
5895
165
207250 281 309 342
Spectrum X 1443(22:06)
55
105
131169
220281 320
S1 W112995 320
57
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
SISCOM [rodilla022.SMS] 1443(22:06) Libraries: V W V C Filter: 11 13 1 12
*1
75
121S2 W94490 212
55
105
131169
220281 320
S3 C112995 320
OO
O
O
Cl
Et
OBr
Et
OO
O
O
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280
1500(23:55) 182 11% rodilla022.SMS *
100%87.0
101.0129.0
143.0
157.0
185.0 199.1
213.1
227.1
241.2
269.9
RI33
1500 1600 1700
23:55
24:27
25:35
rodilla022.SMS
41
Identificação:
Pico nº 7, 1524 TR (24:13) 24:3 tr,57%, M 278 ftalato de butilo e isobutilo
55
87
143
171 185
227
270
Spectrum X 1500(23:12)
4355
87
143
171 185
227
27082% I1 3.1 C76802 270
43
87
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla022.SMS] 1500(23:12) Libraries: V W V C Filter: 3 4
*1
55
171 185
227
27082% I2 3.2 W76802 270
1429
4355
74
87
143
171 185 227270 79% I3 3.3 C52511 354
43
55
74
87
143
171 185 227 27077% I4 3.4 W158170 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)4
O
O
(CH 2)6
O
O
(CH2)
12
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1524(24:13) 24 44% rodilla022.SMS *
100%
*10
76.0 104.0
148.9
176.9
207.0
222.8
281.0354.9 415.2
RI33
1500 1600 1700
23:55
24:27
25:35
rodilla022.SMS
42
Identificação:
Pico nº 8, 1543 TR (24:27) 24:3 tr,57%, M 284 heptadecanoato de metilo
50 65 76 93 104 121
149
177 207 223Spectrum X 1524(4:58)
4156 76 93 104 121
149
205 22390% I1 1.1 C77042 282
149
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
SISCOM [rodilla022.SMS] 1524(4:58) Libraries: V W V C Filter: 9 6 10 11 13
*1
41
57 76 93 104 121 167 192 205 22390% I2 1.2 C49949 334
29 41 57 76 93 104 121
149
167 205 22388% I3 1.3 W40613 278
29 41 57 76 93 104 121
149
167 205 22388% I4 1.4 C40613 278
O
OO
O
OO
O
O
O
O (CH 2)5
O
O
O
O
O
O
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1543(24:27) 15 9% rodilla022.SMS *
100%
*10
87.0
101.0
129.0
143.0
157.0
199.1
213.2
241.2
284.1325.0 387.1
415.1
RI33
1500 1600 1700
23:55
24:27
25:35
rodilla022.SMS
43
Identificação:
Pico nº 9, 1632 TR (25:35) 25:3 tr,57%, M 298 octadecanoato de metilo Identificação:
5587
143
199
241
284
Spectrum X 1543(4:58)
29
43
74
87
143
185241
284
S7 W77096 284
74
87
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
SISCOM [rodilla022.SMS] 1543(4:58) Libraries: V W V C Filter: 3 13 4
*1
29
43
143
185241
284
S8 C77096 284
1843 57
74
87
143
185241
284
S9 W77106 284
55
74
87
152 194 236285 S1 C48964 328
(CH 2)11
O
O
(CH 2)11
O
O
(CH 2)13
O
O
O
O(CH
2)
11
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1632(25:35) 8 8% rodilla022.SMS *
100%
*10
74.0
101.0
143.0
157.0185.1
199.1
213.1 241.2
255.2
269.2
298.0327.0
354.9
429.0475.2
RI33
1500 1600 1700
23:55
24:27
25:35
rodilla022.SMS
44
Pico nº 10, 1874 TR (28:38) 28:3 tr,57%, M 390
55
87
143
199 255
298
327 355 Spectrum X 1632(24:55)
55
87
143
199255
298
S1 C133225 298
57
74
298
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
SISCOM [rodilla022.SMS] 1632(24:55) Libraries: V W V C Filter: 3 4 13
*1
143
199 255
S6 W44201 298
57
74
143
199 255
298
S8 C44201 298
18
43
74
143
199255
298
S10 C77380 298
(CH 2)14
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH2)
13
O
O
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280
1874(28:38) 142 35% rodilla022.SMS *
100%
*1071.1
104.0121.1
149.1
166.9
193.0
207.0
250.4
278.8
RI33
1700 1750 1800 1850 1900 1950
28:38
rodilla022.SMS
45
Identificação:
RS – 3 (HA – metanol, peso 0,229 mg). Cromatograma:
Pico nº 1 1503 TR (23:57) 23:2 tr,57%, M 280 hexadecanoato de metilo
57 71
104 121
149
167
207 250 279Spectrum X 1874(26:57)
43
57
71
83 113
132
149
167
279
81% I2 1.1 W78728 390
149
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla022.SMS] 1874(26:57) Libraries: V W V C Filter: 9 13 1
*1
43
57
71
83 113
132
167
279
81% I3 1.2 C78728 390
43
57
71
83113
132
149
167
197 231 261
279
79% I6 3.0 C133784 390
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
28:02
rodilla023.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 2004 76562
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
11:37 12:45
15:1517:28
19:23
22:24
23:56
24:54
46
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1503(23:57) 1 8% rodilla023.SMS *
100%
*10
73.9
87.0
143.0
171.0
207.0
227.1
281.0
340.9
359.1 399.2 489.2
RI33
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800
19:2320:40
21:43
22:24
23:14
23:57
24:54
26:28
27:38
rodilla023.SMS
47
Identificação:
Pico nº 2 1579 TR (24:54) 24:2 tr,57%, M 280 NI
74
143171
207
281
342 401 489Spectrum X 1503(22:32)
43
87
143
185
227
270
S2 W237815 270
74
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
SISCOM [rodilla023.SMS] 1503(22:32) Libraries: V W V C Filter: 3 13 4 11
*1
18
43143
199255
298
S4 C77380 298
43
87
143
171 227 270
S10 C76800 270
43
87
143
171227
270S11 C76802 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
13
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH2)
12
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1579(24:54) 1 9% rodilla023.SMS *
100%
*10
73.0
117.0
147.0
207.0
281.0
313.2
328.1
354.9
430.1 475.2
RI33
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800
19:2320:40
21:43
22:24
23:14
23:57
24:54
26:28
27:38
rodilla023.SMS
48
Identificação:
RS – 4 (AP – Hexano, peso 0,013 mg). Cromatograma:
55
73117
207
281
313
355Spectrum X 1579(24:54)
57
73
116147
188229 264
306
378
S1 W56504 393
73
50 100 150 200 250 300 350 400
SISCOM [rodilla023.SMS] 1579(24:54) Libraries: V W V C Filter: 5 3 11 13 7
*1
57
116147
188229 264
306
378
S2 C56504 393
55
75
117 201 317
S4 W232540 332
55
73
117204
229 345
S5 W232542 360
N
N N N
TM S
TM S
N
O
TM S
N
N N N
TM S
TM S
N
O
TM S
TM S
O
O
(CH 2)5
O
O
TM S
23:56
rodilla024.SMS *
MaxE0 SumE2
RI 12004 14220
RI33
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
15:15 17:27 22:24
25:35
28:46
31:37
49
Pico nº 1 1501 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
Identificação:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1501(23:56) 14 12% rodilla024.SMS *
100%
*10
74.0
143.0
171.0 199.0
227.1
241.1269.9
341.1 417.3 487.6
RI33
1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
23:56
24:28
24:55 25:35
27:5430:41
31:37
rodilla024.SMS
55
87
143
171 199227
270
Spectrum X 1501(21:27)
4355
87
143
171 185
227
27082% I1 3.1 C76802 270
43
87
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla024.SMS] 1501(21:27) Libraries: V W V C Filter: 3 4
*1
55
171 185
227
27082% I2 3.2 W76802 270
4355
87
143
171 185227 270
75% I4 1.1 W76800 270
4355
87
143
171 185227 270
75% I5 1.2 C76800 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)12
O
O
50
Pico nº 2 1544 TR (24:28) 24:2 tr,57%, M 284 14-metilhexadecanoato de metilo
Identificação:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1544(24:28) 1 7% rodilla024.SMS *
100%
*10
74.0
128.9
142.9
185.0
227.0
241.1
284.1
313.3
355.0
385.3
414.7
476.3
RI33
1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
23:56
24:28
24:55 25:35
27:5430:41
31:37
rodilla024.SMS
87
143
185
241
284
313 355 385 415 476Spectrum X 1544(4:59)
43
74
143
185241
284
S3 W77096 284
74
50 100 150 200 250 300 350 400 450
SISCOM [rodilla024.SMS] 1544(4:59) Libraries: V W V C Filter: 3 13 4 11
*1
43
143
185241
284
S4 C77096 284
43
74
143
199227 255 297 339 395
438
S13 C59974 438
18
74
143
199 241 283339
382
S1 C78616 382
(CH 2)11
O
O
(CH 2)11
O
O
(CH2)
24
O
O
(CH2)
20
O
O
51
Pico nº 3 1579 TR (24:55) 24:2 tr,57%, M 396 NI
Identificação:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1579(24:55) 1 10% rodilla024.SMS *
100%
*10
74.9
96.8
117.0
171.0
207.0
281.0
313.2
355.0
396.2 429.1
489.1
RI33
1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
23:56
24:28
24:55 25:35
27:5430:41
31:37
rodilla024.SMS
75
97
117
171
207
281
313
355 396 429 489Spectrum X 1579(24:28)
43
73
117
201 269
313
S1 C133468 328
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
SISCOM [rodilla024.SMS] 1579(24:28) Libraries: V W V C Filter: 5 3 11 13 7 9
*1
75
129
215
257 287
331
S2 C78157 346
73
117204
229 345
S7 W232542 360
(CH 2)12
O
O
TM S
TM S
O
O
(CH2) 6
O
O
TM S
52
RS – 5 (AP – Clorofórmio, peso 0,000 ? mg). Cromatograma:
Pico nº 1 1501 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
28:57
29:42
30:25
rodilla025.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 2673 92257
RI33
1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000
21:43
22:23
23:35
23:56
24:54
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1501(23:56) 1 9% rodilla025.SMS *
100%
*10
74.0
86.9
129.0
142.9
227.1
270.1
294.8
327.8
356.0
415.0
RI33
1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000
21:43
22:23
23:35
23:56
24:54
28:57
29:42
30:25
rodilla025.SMS
53
Identificação:
RS – 6 (AP – Metanol, peso 0,251 mg). Cromatograma:
55
74
143227
270
328 356 415Spectrum X 1501(22:23)
55
74
143185 227 270
S3 W157413 270
43
74
50 100 150 200 250 300 350 400
SISCOM [rodilla025.SMS] 1501(22:23) Libraries: V W V C Filter: 3 4 13 11
*1
143
239270
S5 C76803 270
4374
143
185 229 297 353 396S6 C78788 396
18
55
74
143
199 241 283339
382
S9 C78616 382
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH2)
21
O
O
(CH2)
20
O
O
23:56
28:43
29:39
30:59
rodilla026.SMS *
MaxE0 SumE2
RI 3259 12893
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
11:33
12:45
15:14
16:31
17:27
19:23
21:04 22:32
54
Pico nº 1 1501 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
Identificação:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420
1501(23:56) 3 10% rodilla026.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
100.8128.9
143.0
157.0
171.0199.0
227.0
241.0
270.0
283.0
341.0415.0
RI33
1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000
21:20
22:32
23:19
23:56
24:28
26:10
28:04
28:43
29:39
30:38
rodilla026.SMS
55
74
143
171 199
227
270
341 415 Spectrum X 1501(23:50)
43
87
143
171
227
270
S6 C76802 270
87
50 100 150 200 250 300 350 400
SISCOM [rodilla026.SMS] 1501(23:50) Libraries: V W V C Filter: 3 4 13
*1
43
143
171
227
270
S7 W76802 270
55
74
143
199227
270
S8 C39210 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)10
O
O
55
RS – 7 (24000 – Hexano, peso 0,232 mg). Cromatograma:
Pico nº 1 1499 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
23:56
rodilla027.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 3956 70556
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600
12:30
14:27
15:14
17:27
18:20
19:22
21:26
22:24
24:55
25:27
27:05
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1499(23:56) 4 11% rodilla027.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
100.8 128.9
142.9
157.0
171.0199.0
213.0
227.1
241.1270.0
283.1
355.2
370.4416.9
RI33
1200 1300 1400 1500 1600
19:54 20:41
21:0421:43
22:24
23:23
23:56
24:2824:55
25:27
26:27
rodilla027.SMS
56
Identificação:
Pico nº 2 1541 TR (24:28) 24:2 tr,57%, M 282 NI
55
74
143
171 199 227
270
355Spectrum X 1499(22:32)
43
87
143
185
227
270
S1 W237815 270
43
87
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
SISCOM [rodilla027.SMS] 1499(22:32) Libraries: V W V C Filter: 3 4 13
*1
171227
270S2 W76802 270
43
87
143
171227
270S3 C76802 270
43
87
143
171 227 270
S6 W76800 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)12
O
O
57
Identificação:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1541(24:28) 0 5% rodilla027.SMS *
100%
*10
74.0
86.9
143.0
185.0
207.0
224.7
241.2281.0
355.1
415.7
429.0
494.9
RI33
1200 1300 1400 1500 1600
19:54 20:41
21:0421:43
22:24
23:23
23:56
24:2824:55
25:27
26:27
rodilla027.SMS
55 74
143
207
241 281
355
429 495Spectrum X 1541(23:56)
75
129215
257
331
S1 C78157 346
73147
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
SISCOM [rodilla027.SMS] 1541(23:56) Libraries: V W V C Filter: 3 13 11 9 4 7
*1
247S3 W232535 262
18
73
147
217261
S22 W40170 276
45
73
147
218
291 S24 C50151 336
TM S
O
O
(CH2) 6
O
O
TM S
TM S
O
O
O
O
TM S
TM S
O
O O
O
TM S
O
O O
O
TM S TM S
TM S
58
RS – 8 (24000 – Clorofórmio, peso 0,061 mg). Cromatograma:
Não tem sinais RS – 9 (24000 – Metanol, peso 0,160 mg). Cromatograma:
Pico nº 1 1501 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 270 mistura
27:33
rodilla028.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 1578 69756
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600
11:22
12:31
15:13
16:41
17:26
19:22
21:04
22:24
23:56
24:56
23:56
28:40
29:57
rodilla029.SMS *
MaxE0 SumE2
RI 2393 11793
RI33
600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
11:48
14:1617:27
19:2321:04
22:24
23:12
59
Identificação:
RS – 10 (10000 – Hexano, peso 0,108 mg). Cromatograma:
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
1501(23:56) 1 8% rodilla029.SMS *
100%
*10
86.9
129.0
143.0
171.0
207.0
227.0
241.0
281.0
327.0
340.6
399.0
RI33
1200 1400 1600 1800
18:2119:23
20:3921:43
22:23
23:12
23:56
24:29
28:40
29:45
rodilla029.SMS
55 87
143
171227
281
341Spectrum X 1501(22:23)
18
55
74
143
199 241 283339
382
S1 C78616 382
43
87
143
50 100 150 200 250 300 350
SISCOM [rodilla029.SMS] 1501(22:23) Libraries: V W V C Filter: 3 13 4 11
*1
171 227 270
S2 W76800 270
55
87
143
199255
298
S5 C133225 298
43
87
143
199255 298
S16 W77393 298
(CH2)
20
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)14
O
O
(CH 2)14
O
O
60
Pico nº 1 1502 TR (23:56) 23:2 tr,57%, M 280 mistura (hexadecanoato de metilo)
Identificação
RS – 11 (10000 – Clorofómio, peso 0,092 mg). Cromatograma:
rodilla030.SMS *
MaxE0 SumE1
RI 926 45465
RI33
800 1000 1200 1400 1600
14:19 15:14
17:27
19:23 20:41
21:05
22:24
23:23
23:56
24:29
24:54
26:23
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500
1502(23:56) 1 6% rodilla030.SMS *
100% 73.9
142.9
207.0
227.1280.9
355.2450.9
499.3
RI33
800 1000 1200 1400 1600
14:19 15:1417:27
19:23 20:4121:05
22:24
23:23
23:56
24:29
26:23
rodilla030.SMS
87
143207
281
355381 451
499Spectrum X 1502(22:24)
74
143 199
256S1 W241194 256
87
143
298
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
SISCOM [rodilla030.SMS] 1502(22:24) Libraries: W C Filter: 3 9 11 13 4 7
*1
199255
S10 C133225 29874
143 185 227 270S11 W157413 270
43
87
143
199255 298
S17 C77393 298
(CH2) 9
O
O
(CH 2)14
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)14
O
O
61
Pico nº 1 1122 TR (19:10) 19:2 tr,57%, M 270 mistura
Identificação:
Pico nº 2 1213 TR (20:19) 20:2 tr,57%, M 216 nonanodioato de dimetilo
23:55
rodilla031.SMS *
MaxE0 SumE2
RI 85959 16950
RI33
1200 1400 1600 1800
24:2725:35
28:38
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340
1122(19:10) 3 11% rodilla031.SMS *
100%
*10
82.8
111.0
128.8
142.8
155.0 207.0
219.0 267.1
277.1
341.1
RI33
1100 1200 1300 1400
19:10
20:05 20:53 21:2521:52
22:48
23:11
23:35
23:53
rodilla031.SMS
55
83
111 143
207 277 341 Spectrum X 1122(23:59)
55
111 155 187
236 285 S1 W48958 32855
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340
SISCOM [rodilla031.SMS] 1122(23:59) Libraries: W C Filter: 13 3 11 9
*1
111 155 187
236 285 S2 C48958 32855
180 222264
296S3 C77341 296
55
180 222264
296S5 W77341 296
(CH2) 5
O
O
(CH2) 6
O
O
(CH2) 5
O
O
(CH2) 6
O
O
(CH 2)6 (CH 2)6
O
O
(CH 2)6 (CH 2)6
O
O
62
Identificação:
Pico nº 3 1353 TR (22:06) 22:2 tr,57%, M 242 12-metiltetradecanoato de metilo
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1213(20:19) 1 6% rodilla031.SMS *
100%
*10
82.8
110.9
152.0
184.8
207.0
235.1
281.0
342.0
386.6
415.2
461.3
RI33
1100 1200 1300 1400
19:10
20:05 20:53 21:2521:52
22:48
23:11
23:35
23:53
rodilla031.SMS
5583
111
152
207
235281
342 387 415 461 Spectrum X 1213(20:19)
74
103
153185
S2 W167146 246
55111
152
50 100 150 200 250 300 350 400 450
SISCOM [rodilla031.SMS] 1213(20:19) Libraries: W C Filter: 13 11 3 12
*1
185
S1 W232951 216
15
55 111152
185
218 S3 W27340 216
15
74
111152
185
216 S4 C75419 216
O
O
(CH2)
5
O
O
O
O
(CH2)
5
O
O
O
O
(CH2)
5
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1353(22:06) 2 9% rodilla031.SMS *
100%
*10
74.0
142.8
157.0185.0
199.0
242.0
281.0
341.0
401.1430.1 475.2
RI33
1100 1200 1300 1400
19:10
20:05 20:53 21:2521:52
22:48
23:11
23:35
23:53
rodilla031.SMS
63
Identificação:
Pico nº 4 1497 TR (23:55) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
Identificação:
Pico nº 5 1540 TR (24:27) 24:2 tr,57%, M 284 heptadecanoato de metilo
55 87
143
199
242281 341 401 Spectrum X 1353(21:52)
57
74
143177
199
256S13 W243443 256
74
50 100 150 200 250 300 350 400
SISCOM [rodilla031.SMS] 1353(21:52) Libraries: W C Filter: 3 13 4 11
*1
43143
199 242
S14 W237812 242
41
74
143 199242
S19 W132581 242
57
74
143 199256
S20 W241194 256
(CH2) 9
O
O
(CH 2)10
O
O
(CH 2)10
O
O
(CH2) 9
O
O
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270
1497(23:55) 99 12% rodilla031.SMS *
100%87.0
101.0
115.0
129.0
143.0
157.0
171.0 185.0 199.0
213.1
227.1
241.2270.0
RI33
1500 1600 1700 1800 1900
23:55
24:2725:35
28:38
rodilla031.SMS
5587
101 129
143
171 199227
270
Spectrum X 1497(23:11)
4355
87
101129
143
171 185227
27079% I1 1.1 C76802 270
43
87
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla031.SMS] 1497(23:11) Libraries: W C Filter: 3 4
*1
55
101129 171 185
227
27079% I2 1.2 W76802 270
43 55
87
97 129
143
171 185 227 270
74% I3 1.3 C76800 270
74
87
129 143171 185 227 270
70% I8 3.1 W145553 270
(CH2)
12
O
O
(CH2)
12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH2)
12
O
O
64
Identificação:
Pico nº 6 1629 TR (25:35) 25:2 tr,57%, M 298 octadecanoato de metilo
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1540(24:27) 9 10% rodilla031.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
101.0
129.0
143.0
171.0
185.0
241.1
283.9
327.2354.9 417.3 475.5
RI33
1500 1600 1700 1800 1900
23:55
24:2725:35
28:38
rodilla031.SMS
5574
143
185
241
284
Spectrum X 1540(4:59)
29
43
74
87
143185 241
284
S1 W77096 28474
87
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
SISCOM [rodilla031.SMS] 1540(4:59) Libraries: W C Filter: 3 4 13
*1
1843 57 143
185 241284
S2 C77106 284
1843 57
74
87
143185 241
284
S3 W77106 284
29
43
74
87
143185 241
284
S4 C77096 284
(CH 2)11
O
O
(CH 2)13
O
O
(CH 2)13
O
O
(CH 2)11
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
1629(25:35) 7 9% rodilla031.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
101.0
143.0
157.0 185.0
199.0
213.0241.2
255.2
269.2
298.0354.9
381.6
428.9475.0
RI33
1500 1600 1700 1800 1900
23:55
24:2725:35
28:38
rodilla031.SMS
65
Identificação:
Pico nº 7 1871 TR (28:38) 28:2 tr,57%, M 298 ftalato de diisooctilo
Identificação:
RS – 12 (10000 – Metanol, peso 0,368 mg). Cromatograma:
5574
143
199255
298
355 381 429 Spectrum X 1629(24:27)
55
87
143
199255
298
S1 C133225 29874
298
50 100 150 200 250 300 350 400
SISCOM [rodilla031.SMS] 1629(24:27) Libraries: W C Filter: 3 4 13
*1
143
199 255S2 C44201 298
74
143199 255
298
S3 W44201 298
43
74
143
199255
298
S4 W237817 298
(CH 2)14
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)14
O
O
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340
1871(28:38) 28 29% rodilla031.SMS *
100%
*10
104.0
149.0
166.9 190.9
207.0
281.0
309.0
355.0
RI33
1500 1600 1700 1800 1900
23:55
24:2725:35
28:38
rodilla031.SMS
57104
149
207 281 309 355 Spectrum X 1871(25:35)
4357
113
149
71% I9 1.1 C78723 390
149
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
SISCOM [rodilla031.SMS] 1871(25:35) Libraries: W C Filter: 9 13 1
*1
4357
113 27971% I10 1.2 C78728 390
4357
113
149
72% I6 1.3 W78729 390
4155
83122
149
24976% I2 1.4 W77958 330
O
O (CH2)
4
O
O (CH2)
4
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
66
Pico nº 1 1500 TR (23:55) 23:2 tr,57%, M 270 hexadecanoato de metilo
Identificação:
Pico nº 2 1953 TR (29:38) 29:2 tr,57%, M 358 ver composto
29:38
rodilla032.SMS *
MaxE0 SumE2
RI 27628 16868
RI33
1400 1600 1800 2000
23:55
28:39
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480
1500(23:55) 9 12% rodilla032.SMS *
100%
*10
74.0
87.0
143.0
185.0
227.0
241.0
285.1355.2 428.0
488.9
RI33
1400 1600 1800 2000
23:55
28:39
29:38 rodilla032.SMS
55
74
143
171 185227
270
Spectrum X 1500(22:24)
4355
87
143
171 185227
27077% I2 3.1 W76802 270
43 55
87
143
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
SISCOM [rodilla032.SMS] 1500(22:24) Libraries: W C Filter: 3 4 13
*1
171 185 227 270
69% I6 1.0 C76800 270
43 55
87
143
171 185 227 270
69% I7 1.1 W76800 270
30
4355
74
87
143171 185 227 270
68% I8 1.2 C76795 270
(CH2)
12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH 2)12
O
O
(CH2)
11
O
O
67
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
1953(29:38) 81 29% rodilla032.SMS *
100%
64.1
91.1
119.0
145.0 207.2
238.2
281.2 323.4
357.1
RI33
1400 1600 1800 2000
23:55
28:39
29:38 rodilla032.SMS