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1 Objetivo do Experimento Critério de Inclusão de animais Analisar a produção de leite durante uma lactação de 305 dias de vacas submetidas a aplicação de duas formulações de rBST. Possuir pesagem de leite em todas os 16 ciclos de aplicação de rBST; Não perder 7 ou mais produções de leite durante o mesmo ciclo de aplicação. Avaliação de dois diferentes rBST na produção de leite e nos parâmetros reprodutivos de vaca de leite no Brasil. Henderson Ayres, Marcilio Nichi, Sandro Luis Viechnieski, Pietro Sampaio Baruselli, 2016.

Avaliação de dois diferentes rBST na produção de …...Yijk = m + CV + Bi + Tj + Sk + TSjk + Eijk m = média geral CV = covariável (medições da produção de leite obtidas antes

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1

Objetivo do Experimento

Critério de Inclusão de animais

Analisar a produção de leite durante uma lactação de 305 dias de vacas submetidas a aplicação de duas formulações de rBST.

Possuir pesagem de leite em todas os 16 ciclos de aplicação de

rBST;

Não perder 7 ou mais produções de leite durante o mesmo ciclo de aplicação.

Avaliação de dois diferentes rBST na produção de leite e nos parâmetros reprodutivos de vaca de leite no Brasil.

Henderson Ayres, Marcilio Nichi, Sandro Luis Viechnieski, Pietro Sampaio Baruselli, 2016.

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Análise estatística

Ao avaliar-se o aumento médio diário da produção de leite durante todos os ciclos

de aplicação, no grupo do Boostin® houve um aumento da produção de leite de

1,7 kg de leite a mais do que o grupo concorrente. Em um total de 380,8 L a mais

por vaca em todo o período.

+ 1,7 kg

36,5

37,0

37,5

38,0

38,5

39,0

39,5

37.7 ± 0.08

ConcorrenteBoostin®

39.4 ± 0.08

}P= 0,02 (diferença significativa)

Kg

de L

eite

/vac

a/di

a

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3

Produção nos 16 ciclos

Boostin® Concorrente

20

25

30

35

40

45

Concorrente Dif Prod leiteBoostin®

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

20

25

30

35

40

45

Kg

de

Leit

e/va

ca/d

ia

dias

Kg

de

Leit

e/va

ca/d

ia

dias

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4

177 dias com maior produção do Lote Boostin®

46 dias com maior produção do Lote Concorrente

1 dia com mesma produção

Dos 224 dias avaliados...

Dos 224 dias avaliados...

73 dias com diferença estatística

TODOS OS DIAS FORAM DO BOOSTIN®

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5

20

25

30

35

40

45

Concorrente Dif Prod leite

Linear (Boostin®) Linear (Concorrente)

Boostin®

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

Kg

de

Leit

e/va

ca/d

ia

dias

Ao realizar a curva média de produção de leite dos dois produtos, verifica-se

que o Boostin® apresentou maior produção de leite em relação ao concorrente,

tornando-se mais vantajoso.

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ConcorrenteBoostin®

Dias após aplicação (d)

35

36

37

38

39

40

41

42

43

1413121110987654321

+ 1,7 kg/dia+ 23,8 kg

Dias após o tratamento em que os dois grupos

apresentaram a mesma produção média

Dias após aplicação (d)

Boostin® = sobe muito, por isso desce maisConcorrente = se NÃO SOBE, NÃO DESCE

Este gráfico representa a compilação dos 16 ciclos de aplicação, ou seja, é a curva padrão dos dois tratamentos

Pro

du

ção

diá

ria

de

leit

e (k

g)

Pro

du

ção

diá

ria

de

leit

e (k

g)

35

1413121110987654321

Pic

o C

on

c. -

7 d

ias

Pic

o B

oo

stin

® -

4 d

ias 5,6 L 3,1 L

Pico Boostin® Pico Concorrente

36,235,8

37

38

38,9

40

41

41,8

43

Produção a mais por ciclo de aplicação

Diferença entre produção do D0 até o pico

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Efeito da suplementação de duas formas comerciais de somatotropina bovina (rBST) na

produção de leite de vacas de alta produção

Relatório Final do ExperimentoMSD Saúde Animal/StarMilk/UFPR

Prof. Dr. Rodrigo de Almeida (DZ-UFPR) - Coordenador

Méd. Vet. Sandro L. Viechnieski (StarMilk), Méd. Vet. Cristiane Azevedo (MSD Saúde Animal) - Colaboradores

OBS: O resumo deste relatório foi apresentado pelos autores (R. Almeida & S.L. Viechnieski) no American Dairy Science Association & American Society of Animal Science Joint Annual Meeting em New Orleans, Louisiana, Estados Unidos, em julho de 2011, e publicado no J. Dairy Sci., v.94, E-Suppl.1, p.355.

Localização

Datas Relevantes

StarMilk – Fazenda Iguaçu

Município de Céu Azul – PR

Blocagem dos animais – 20/08/2010Medição da produção de leite para covariável – 18/08 à 24/08/20101ª Aplicação de rBST (início do experimento) – 26/08/20102ª Aplicação de rBST – 09/09/20103ª Aplicação de rBST– 23/09/20104ª Aplicação de rBST – 07/10/2010Término do experimento – 21/10/2010

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A Fazenda Iguaçu contava no dia 20 de agosto com 518 vacas em lactação, pro-duzindo em média 36,3 L/dia. As vacas em lactação são distribuídas em 7 lotes distintos, sendo que no presente experimento os animais dos lotes 4 e 5 foram usados como unidades experimentais. Após a avaliação dos dados de produção, 160 vacas foram blocadas aos pares em 2 lotes distintos, com base na produção média de leite em um período de 7 dias (de 18 à 24 de agosto). Também houve a preocupação de formar 2 grupos com médias similares de idade em meses, número de lactações, estádio de lactação (dias em leite) e proporção de vacas prenhas. Na tabela abaixo estão descritas as médias de cada lote de vacas, men-suradas na véspera do início do experimento, dia 25 de agosto de 2010:

Durante o período experimental, estes dois lotes foram alojados, mane-jados, alimentados e ordenhados da mesma forma, mas com a diferen-ça de um dos lotes ser suplementado com rBST na forma comercial de Boostin® e o outro lote com rBST concorrente, ambos num intervalo entre apli-cações de 14 dias. A resposta em produção de leite aos tratamentos foi avaliada em 4 ciclos de aplicação de 14 dias, ou seja, 56 dias de período experimental. As vacas foram ordenhadas três vezes ao dia, sendo a primeira ordenha às 5:00h, a segunda às 12:45h e a terceira às 19:45h, com a utilização de ordenhadeira mecânica.

Uma amostra de dieta total (TMR) de cada lote, recém-colocada no cocho, foi quase que semanalmente coletada, totalizando 12 amostras (2 amostras/sema-na x 6 semanas).

Estas amostras foram congeladas e em conjunto enviadas e analisadas no

Descrição do Experimento

80 80

Variável Lote Boostin® Lote Concorrente

Número de vacasIdade (meses) 55,9±14,5 51,9±12,3

Número de Lactações 2,56±0,98 2,35±0,76Dias em lactação 218±155 216±143

Produção de leite (kg/dia) 43,3±12,3 43,8±10,6Peso Vivo (kg) 687±60 672±71

Escore Condição Corporal 2,80±0,19 3,00±0,24

% de vacas prenhas 28,75 (23/80) 27,50 (22/80)

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Laboratório de Nutrição Animal da UFPR, em Curitiba, Paraná. As amostras descongeladas foram pré-secas em estufa de ventilação forçada a 55oC por 72 horas e depois trituradas em moinho estacionário Wiley Miller, com peneira de malha de 1 mm, para posterior determinação dos teores de matéria seca a 100oC, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido, segundo metodologias da AOAC (1990) e Van Soest et al. (1991).

Duas vezes ao longo do experimento (no início e ao término) amostras da silagem de milho e da silagem pré-secada de azevém foram coletadas. Estas amostras também foram enviadas e analisadas no Laboratório de Nutrição Animal da UFPR, em Curitiba-PR, segundo as mesmas metodologias citadas acima.

Na véspera do início do experimento (25 de agosto) e no dia seguinte ao térmi-no do experimento (22 de outubro) o peso vivo de cada vaca foi estimado por mensuração do perímetro torácico. O escore de condição corporal foi avaliado em escala de 1 a 5 (magra a gorda) também pelo mesmo avaliador, segundo metodologia de Wildman et al. (1982).

A composição do leite não foi objeto de análise neste ensaio experimental, mas as médias gerais de cada lote para teores de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, contagem de células somáticas e nitrogênio ureico no leite, oriundas do controle leiteiro regular na Clínica do Leite (ESALQ, Piracicaba-SP), foram moni-toradas nos dias 23 de agosto, 21 de setembro e 17 de outubro.

Descrição e Análise das Dietas

O rebanho leiteiro da Fazenda Iguaçu adota a prática de dieta única para todos os lotes de vacas em lactação há alguns anos e este manejo teve continuidade ao longo do experimento. A dieta foi fornecida na forma de TMR (dieta total mistu-rada) em 5 tratos diários. Manejo de sobras continuou a ser adotado na proprie-dade, buscando-se um per-centual de sobras diário ao redor de 3% do ofertado. A dieta praticada para as vacas em lactação ao longo do perío-do experimental teve a seguin-te composição:

Ingredientes %MS

Silagem de milhoSilagem pré-secada de azevém

Milho moído

Farelo de soja

Caroço de algodão

Casca de soja

Uréia pecuária

Mistura mineral-vitamínica

36,226,79

28,53

13,71

6,79

4,53

0,53

2,73

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Com as análises dos alimentos volumosos (silagem de milho e pré-secado de azevém), estimamos os seguintes níveis nutricionais usando o programa CPM-Dairy (versão 3.0.10): 53,7%MS, 1,64 Mcal/kg ELlac, 71,0%NDT, 17,0%PB, 5,10%PNDR, 33,3%FDN, 19,5%FDA, 19,0%FDNfe, 29,6%Amido, 4,2%EE, 0,64%Ca e 0,46%P.

Segundo dados da própria Fazenda Iguaçu, na semana anterior ao início do expe-rimento o consumo alimentar médio das vacas dos lotes experimentais estava em 26,53 kg MS/vaca/dia, o custo alimentar do kg de MS era de R$0,4175/kg, o custo alimentar diário foi estimado em R$11,09/vaca/dia, o custo alimentar por litro de leite produzido era de R$0,26/L e, finalmente, a renda sobre o custo alimentar (IOFC) foi estimada em R$23,51/ vaca/dia.

Antes de iniciar a análise estatística propriamente dita, a variável produção de leite diária foi testada para normalidade. Das 8.960 potenciais observações (160 vacas x 56 dias), somente 177 observações não tinham dados de produção (“missing values”), por conta do tratamento de mastite ou outras enfermidades ou ainda secagem no meio do experimento (uma única vaca do lote Boostin®).

A média geral e seu respectivo desvio-padrão para as 8.783 observações restantes foi 38,08 ± 13,15 kg/dia.

Embora o teste de Kolmogorov-Smirnov (para análises com mais de 2000 informações) tenha indicado uma pequena não-normalidade por conta de uma assimetria de -0,26 e curtose de -0,08, e os valores estatísticos de tendência central tenham sido um pouco discrepantes (média 38,08, mediana 39,30 e moda 43,00), assumiu-se normalidade dos dados por conta de que nenhum dos modelos lineares generalizados testados (procedimento GENMOD do SAS) descreveu melhor a distribuição dos dados observada.

Os dados de produção de leite nos 7 dias anteriores ao início do experimento foram mensurados e incluídos no modelo como covariáveis. Todas as variáveis produtivas foram mensuradas diariamente do dia 1 ao dia 56 do período experimental e analisadas pelo procedimento MIXED do SAS, versão 9.0 (SAS Institute, 2002).

Análise Estatística

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As médias ajustadas de produção diária de leite, e respectivos erro-padrão, para as vacas tratadas com Boostin® foi de 38,84 ± 0,48 e para as vacas tratadas

com o concorrente foi de 37,23 ± 0,48, uma diferença de 1,61 kg/dia, que alcançou significância a 5% de probabilidade (P=0,0207).

Como o efeito de interação tratamen-to*tempo foi significativo (P<0,01), analisamos os dias do período expe-rimental em que a produção de leite foi estatisticamente diferente entre os 2 lotes.

Yijk = m + CV + Bi + Tj + Sk + TSjk + Eijkm = média geralCV = covariável (medições da produção de leite obtidas antes da aplicação dos tratamentos)Bi = efeito de bloco (i = 1 a 80)Tj = efeito de tratamento (j = Boostin®; Concorrente)Sk = efeito do tempo (k = 1 a 56 dias)TSjk = interação entre tratamento e tempoEijk = erro residual

Resultados e Discussão

Produção de Leite

37,2

ConcorrenteBoostin®

38,8

34

35

36

37

38

39

40

1,61 kg

20,31

1,445,58

77,97

4,65

Efeito Valor F P>F

Produção leite anterior (covariável)

TratamentoPeríodo

Tratamento*Tempo 4,65

Bloco

<0,0001

0,05470,0207

<0,0001

<0,0001

O quadrado médio do efeito de vaca dentro de tratamento foi utilizado como medida de erro para testar o efeito de tratamento. Na tabela abaixo está descrito o teste de significância dos diversos efeitos incluídos no modelo:

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ConcorrenteBoostin®

30

32

34

36

38

40

42

44

46

48

50

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56

* P < 0.05

Esta conclusão é importante, já que há uma ideia comum entre os produtores que a menor produção de leite das vacas tratadas com o concorrente na primeira metade do ciclo de 14 dias é compensada por uma maior produção na segunda metade do ciclo. Tal fato não foi demonstrado no presente experimento. Em ou-tras palavras, vacas tratadas com rBST concorrente são de fato mais persisten-tes, mas esta maior persistência não é explicada pela maior produção na segun-da metade do ciclo, mas sim pela menor produção na primeira metade do ciclo.A produção de leite das vacas tratadas com Boostin® foi superior (P<0,05) nos dias 3,4 e 6 do primeiro ciclo de aplicação de rBST, nos dias 2, 3, 4, 6 e 8 do se-gundo ciclo, nos dias 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 do terceiro ciclo e, finalmente, nos dias 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 do quarto e último ciclo de aplicação de rBST.

Como já comentado acima, os pontos de máxima produção dentro de cada ciclo foram mais rapidamente alcançados nas vacas tratadas com Boostin® do que em vacas suplementadas com o rBST concorrente; 6º, 4º, 7º, e 5º dia de cada ciclo para vacas tratadas com Boostin® e 6º, 5º, 11º, e 9º dia de cada ciclo para vacas tratadas com rBST concorrente. Não foi um objetivo do presente estudo comparar o desempenho reprodutivo de vacas tratadas com as duas formas co-

Dos 56 dias, 22 dias apresentaram diferença significativa (P<0,05), sempre a favor do lote de animais tratados com Boostin®. Em outras palavras, em nenhum dos 56 dias do período experimental, a produção de leite das vacas tratadas com o concorrente foi estatisticamente superior a produção de leite das vacas tratadas com Boostin®.

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merciais de somatotropina bovina, mas aparentemente a reconcepção das vacas foi similar nos 2 lotes. No lote de vacas tratadas com Boostin® (total de 80 ani-mais), no início do experimento (26/agosto) 23 vacas tinham prenhez confirmada e este número aumentou para 34 vacas confirmadas ao final do experimento (20/outubro).

Já no grupo de vacas tratadas com o rBST concorrente (mesmo total de 80 animais), 22 vacas tinham prenhez confirmada no início do experimento e este número aumentou para 37 vacas confirmadas ao final do experimento.

A produção de leite média das 160 vacas foi de 43,8 L/vaca/dia no primeiro dia do período experimental e de 30,3 L/vaca/dia no último dia do período de coleta de dados, uma diferença expressiva de 13,5 litros.

Parte desta diferença é facilmente explicada pelo fato de que não houve ingresso de novas vacas recém-paridas ou no pico de produção de leite nestes lotes, as-sim o DEL (dias em leite) médio destes dois lotes foi aumentando na medida em que o experimento avançava. Como boa parte das vacas avaliadas era multípara com três ou mais parições, o grau de persistência destas lactações era menor; 0,08 L/dia, segundo estudos conduzidos na década passada com lactações de vacas paranaenses inscritas em controle leiteiro oficial (Molento, 1995). Se mul-tiplicarmos 0,08L pelo número de dias do experimento (56) pode-se estimar em aproximadamente 4,5 L/vaca/dia a queda em produção esperada.

Como não houve mudanças dietéticas significativas ao longo do experimento, ainda cabe a pergunta das razões que as vacas declinaram suas produções muito além do esperado. Provavelmente um conjunto de fatores: temperaturas am-bientais ligeiramente crescentes (experimento começou no inverno e acabou na primavera), aumento na proporção de vacas gestantes em ambos os lotes (está bem estabelecido na literatura que a vaca decresce sua produção assim que emprenha), reacomodação na hierarquia entre vacas após formação dos lo-tes, ou ainda, produções anteriores ao experimento obtidas de vacas habituadas com ciclo de aplicação de rBST a cada 10 dias (e não 14 dias como a adotada no experimento). Se esta última justificativa for pertinente, podemos especular que o grau de morte celular nos alvéolos mamários foi particularmente alto nos primeiros dias após início do experimento.

Esta afirmação parece ganhar respaldo quando observamos os marcantes de-clínios de produção nos dois primeiros ciclos de aplicação, em ambos os lotes

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de vacas tratadas (ver figura anterior). Apesar das temperaturas desafiadoras da região e a possibilidade do estresse calórico diminuir as produções de leite em animais especializados, no período experimental as temperaturas ambientais não foram tão altas a ponto de comprometer o desempenho produtivo.

As temperaturas médias observadas ao longo do estudo foram: 18,9°C no perí-odo da manhã (8:00h), 24,3°C à tarde (16:00h) e 19,1°C à noite (22:00h). Já as temperaturas máximas e mínimas ficaram em: 30,0°C e 9,4°C, 31,9°C e 10,9°C, e 30,6°C e 8,3°C, respectivamente nos períodos da manhã, tarde e noite. Tam-bém não encontramos correlações significativas entre a temperatura ambiental e a produção de leite obtida no mesmo dia (ou no dia seguinte); mais um indicativo do pouco impacto das temperaturas ambientais nos resultados aqui relatados.

Os valores nutricionais da TMR de ambos os lotes, estimados com as análises dos volumosos coletados no início do experimento, foram: 49,5%MS, 17,0%PB, 19,4%FDA e 33,2%FDN. Em geral, os resultados são satisfatórios e não houve diferenças importantes entre as dietas ofertadas aos 2 lotes.

Vacas de alta produção suplementadas com somatotropina bovina na forma co-mercial Boostin® produziram mais leite (P<0,05) que vacas tratadas com soma-totropina na forma concorrente; 38,8 ± 0,5 vs. 37,2 ± 0,5 L/dia, respectivamente.

Análise das Amostras de Dieta Total

Conclusões

10

15

026/ago 28/ago 30/ago 01/set 03/set 05/set 07/set 09/set 11/set 13/set 15/set 17/set 19/set 21/set 23/set 25/set 27/set 29/set 01/out 03/out 05/out 07/out 09/out 12/out 13/out 15/out 17/out 19/out

5

20

25

30

35

40

45

50

Manhã Tarde (16:00h) Noite (22:00h) Produção de Leite

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15

Objetivo

Resultado Desafio Boostin®

Cruzeiro da Fortaleza/MG – Agosto/2017*(Teste de campo)

Material e Método

Realizar teste de campo para comprovar localmente a superioridade do Boostin® frente ao concorrente.

DEL médio = 194 dias(63 – 484 dias)

Nº Lactações = 1,61(1 – 4)

Prod. Leite = 31,5 L(17,5 – 41,4 L)

62 Vacas Girolando

Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Nº DE LACTAÇÕESSEMELHANTE

DEL SEMELHANTE

PRODUÇÃO DE LEITE

SEMELHANTE

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16

Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Boostin® Concorrente Boostin® Concorrente

Concorrente

Animais previamente tratados com Boostin® ou Concorrente

Divididos igualmente para permanecer ou mudar de

tratamento

1.61 ± 0.83 1.61 ± 0.83

Boostin® Concorrente

Nº de Lactações

DEL 202.19 ± 98.28 187.74 ± 109.95Produção de leite 31.48 ± 6.63 31.45 ± 6.63

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17

ciclos de aplicação

ComeçoMeio

Fim

6 Animais divididos igualmente pelo

Estágio da Lactação

Com seis ciclos de aplicação e animais de começo, meio e final de lactação,

conseguimos comprovar mais rapidamente resultados, que podem ser considerados

bem próximos ao de um trabalho de lactação completa.

Ciclos de aplicação

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18

Concorrente

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75

ConcorrenteBoostin®

Tratamento – P<0.0001Tempo – P<0.0001Trat. x Tempo – P=0.004

Concorrente

ConcorrenteBoostin®

Tratamento – P=0.0002Tempo – P<0.0001Trat. x Tempo – P=0.0047

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Resultados

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19

Resultados

ConcorrenteBoostin®

1,29 Litros de leite/dia

31,22

29,93

29

30

30

31

31

32

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20

Conclusão

Boostin® produziu MAIS leite no período todo

O aumento foi de + 1,290 mL dia/animal

Totalizando + 16,77 L em 13

dias/animal

Totalizando + 3.119,22 em 6 aplicações

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Objetivo

Resultado Desafio Boostin®

Pilar do Sul/SP - Agosto/2017*(Teste de campo)

Material e Método

Realizar teste de campo para comprovar localmente a superioridade do Boostin® frente ao concorrente.

Época do Ano = Verão

DEL médio = 191 dias(52 – 373 dias)

Nº Lactações = 2,13(1 – 6)

Prod. Leite = 37,09L(20,6 – 50,9 L) 60 Vacas Holandesas

Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Nº DE LACTAÇÕESSEMELHANTE

DEL SEMELHANTE

PRODUÇÃO DE LEITE

SEMELHANTE

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22

Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Boostin® Concorrente Boostin® Concorrente

Concorrente

Animais previamente tratados com Boostin® ou Concorrente

Divididos igualmente para permanecer ou mudar de

tratamento

2.01 2.27

Boostin® Concorrente

Nº de Lactações

DEL 190.8 194.0Produção de leite 31.09 31.09

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23

ciclos de aplicação

ComeçoMeio

Fim

6 Animais divididos igualmente pelo

Estágio da Lactação

Com seis ciclos de aplicação e animais de começo, meio e final de lactação,

conseguimos comprovar mais rapidamente resultados, que podem ser considerados

bem próximos ao de um trabalho de lactação completa.

Ciclos de aplicação

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Resultados

ConcorrenteBoostin®

ConcorrenteBoostin®

Produção de leite na divisão de grupo

37,09 37,09

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

30

32

34

36

38

40

42

44

46

48

-14 -10 -6 -2 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70

30

32

34

36

38

40

42

44

46

48

-14 -10 -6 -2 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70

ConcorrenteBoostin®

Boostin®

32

34

36

38

40

42

44

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

32

34

36

38

40

42

44

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

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25

Resultados

ConcorrenteBoostin®

0,7 Litros de leite/dia

38,7

38,0

36,0

36,5

37,0

37,5

38,0

38,5

39,0

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Conclusão

Boostin® produziu MAIS leite no período todo

O aumento foi de + 700 mL dia/animal

Totalizando + 8,4 L em 12 dias/animal

Totalizando + 1,512 L em6 aplicações

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Objetivo

Resultado Desafio Boostin®

Prata/MG - Maio/2016*(Teste de campo)

Material e Método

Realizar teste de campo para comprovar localmente a superioridade do Boostin® frente ao concorrente.

DEL médio = 180 dias(72 – 296 dias)

Animais a pasto

Suplementação: Concentrado no momento da ordenha

Nº Lactações = 1,73(1 – 5)

Prod. Leite = 23,9 L(12,7 – 37,2 L)

68 Vacas Girolando

Época do Ano = Verão

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Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Nº DE LACTAÇÕESSEMELHANTE

DEL SEMELHANTE

PRODUÇÃO DE LEITE

SEMELHANTE

Ao se realizar um comparativo, é importantissímo haver uma homogeneidade entre

os animais de cada grupo, para que nenhum seja beneficiado. Sendo assim, os dois

grupos tem número de lactações, DEL e produção de leite semelhantes para que a

comparação seja feita de maneira correta.

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ciclos de aplicação

ComeçoMeio

Fim

6 Animais divididos igualmente pelo

Estágio da Lactação

Critérios de alocação dos animais em cada tratamento

Ciclos de aplicação

Com seis ciclos de aplicação e animais de começo, meio e final de lactação,

conseguimos comprovar mais rapidamente resultados, que podem ser considerados

bem próximos ao de um trabalho de lactação completa.

Boostin® Concorrente Boostin® Concorrente

Concorrente

Animais previamente tratados com Boostin® ou Concorrente

Divididos igualmente para permanecer ou mudar de

tratamento

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Resultados

ConcorrenteBoostin®

15

17

19

21

23

25

27

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81

Pro

du

ção

(kg

/vac

a)

dias

As curvas entre os ciclos de aplicação são bastante semelhantes aos outros

trabalhos já publicados, mostrando um maior pico de produção do Boostin em

todas as aplicações.

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Curva Padrão

ConcorrenteBoostin®

141312111098765432118

19

20

21

22

23

24

25

D0

até

Pic

o

Co

nco

rren

te

D0

até

Pic

o B

oo

stin

®

Pro

du

ção

(kg

/vac

a)

dias

Produção Diária Média de leite

20,6

20,8

21,0

21,2

21,4

21,6

21,8

22,0

21.1

ConcorrenteBoostin®

21.9

+ 0,8 kg

Prod

ução

(kg/

vaca

/dia

)

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Conclusão

Boostin® produziu MAIS leite no período todo

O aumento foi de + 800 mL dia/animal

Totalizando + 11,2 L em 14 dias/animal

Totalizando + 2.284,80 L em

6 aplicações