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fl'lli NOI.I)(IIA I M (l~jI)IIAIIIIIIA~"\ I (;O\INIII 11/1111/(/111 rWfllÚl,lft t'l/hnW AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM UOS 2 AOS 9 ANOS: CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E VOCABUL.ÁRIOS RECEPTIVO E EXPRESSIVO Fernando C. Capovilla, Alessandra G. S. Capovilla Instituto de Psicologia, Universidadede São Paulo o presente estudo descreve duas linhas de sistemas de avaliação: 1) desen- volvimento e validação de provas de consciência fonológica; 2) adaptação, normatização e validação de testes psicométrico-padrões. Desenvolvimento e validação de testes de consciência fonológica e correlação com leitura-escrita Segundo a teoria de duplo processo de leitura (Ellis & Young, 1988), a rota fonológica é essencial à aquisição de leitura competente de uma ortografia al- fabética grafofonemicamente regular como o português brasileiro. Na rota fonológica, os acessos à pronúncia e ao significado são indiretos, já que medi- ados por um processo de conversão de segmentos ortográficos em locucionais conforme regras de correspondência e posição. O processamento fonológico requer boa capacidade de memória verbal de trabalho e de longo prazo, além de habilidades metalingüísticas fonológicas, ou seja, habilidades de discriminar e manipular os sons da fala. Com base no teste Sound Linkage (Hatcher, 1994) e num estudo exploratório (Capovilla & Capovilla, 1996) com uma prova de manipulação silábico-fonêmica (MSF), desenvolvemos a Prova de Consciência Fonológica (PCF) com o objetivo de avaliar dez habilidades específicas de crescente dificuldade, da síntese silábica à transposição fonêmica, tais como aplicadas ao português brasileiro. Os dez subtestes da Prova de Consciência Fonológica eram compostos de dois itens de treino e quatro de teste, sendo a pontuação máxima 40. O Estudo Exploratório (Capovilla & Capovilla, 1996) avaliou as habilida- des de leitura e ditado, e de manipulação silábico-fonêmica (usando a prova de manipulação silábico-fonêmica), por parte de 15 crianças, de 3" a 5" séries, com dificuldades de leitura-escrita. Foram observadas correlações positivas entre as proporções de acerto em leitura e ditado, e entre as proporções de acerto em leitura e na prova de manipulação silábico-fonêmica. Além disso, foram obser- vadas correlações negativas entre a proporção de acerto e o tempo em leitura; entre a proporção de acerto e o tempo na prova de manipulação silábico-fonêmica; entre a proporção de acerto em ditado e O tempo em leitura: e entre a proporção de acerto em leitura e o tempo na prova de l/Iol/l,m/tlrlTo sllãbtco-fonêmica. Analisando O efeito da localizacão do scamcnto 1\Si'" 11111111 pll111<10, foi idcntlficada nll 111/1101' dificuldHdc (i.c., maior consumo de tempo e menor proporção de acerto) 1111 ruüuipulação de segmentos rucdiuis do que na de iniciais ou finais. Compa- IIll1do fi lcxicalidade original e a resultante da manipulação do item, foi obser- vlldo que a manipulação de segmentos finais foi mais rápida que a de segmentos IIlduis quando ela partia de uma palavra, e que a de segmentos iniciais foi mais i~pidH quando ela partia de uma pseudopalavra e resultava numa palavra. Por illlll'O lado, quando a manipulação resultava numa palavra, a proporção de acerto 1111ruuior quando incidia sobre segmentos finais, intermediária nos iniciais, e 1I1t'1l0rnos mediais. Esse estudo estabeleceu correlações positivas entre habili- IIl1des de leitura, escrita e manipulação silábico-fonêmica usando a prova de nuuilpulação silâbico-fonêmica. Os Estudos 1 e 2 analisaram um conjunto maior di' hubilidades fonológicas usando a prova de consciência fonológica. Estudo 1 (Capovilla, Capovilla & Silveira, 1998) objetivou: 1) avaliar li desempenho em termos de escore e tempo de reação (TR) de crianças de pré I li 2 11 série na prova de consciência fonolôgica, bem como em cada um de seus dl\~, subtcstes, em função do nível escolar e da idade; e comparar os desempe- II110snos subtestes da prova de consciência fonolôgica entre si em termos de IHil'orc e tempo de reação; 2) estabelecer intercorrelações entre os desempenhos r11lescolares de 1" a 3" séries nas provas de leitura, ditado e na prova de runsciência fonolágica; 3) analisar o efeito de variáveis psicolingüísticas dos 11\11" das provas de leitura e ditado. No estudo, 205 crianças de pré 1 a 3" série dI' 3 a 9 anos) foram testadas em leitura, escrita, habilidades fonológicas e nteloctuais. Resultados mostraram que tanto os escores gerais como os específicos, na IlItJVO de consciência fonológica, aumentaram sistematicamente com a idade e li ulvcl escolar. Escores de consciência silábica foram maiores que os de cons- ,1C',lIciafonêrnica, e demandaram tempos menores de reação. A ordenação dos r11'~subtcstes de acordo com o escore decrescente foi a seguinte: síntese, 1'lllIlcntação e manipulação silábicas; aliteração e rima; transposição silábica; utcsc, manipulação, segmentação e transposição fonêmicas. Coerentemente, a 111 rlcunção dos dez subtestes de acordo com o tempo de reação crescente neces- 1110no responder foi muito próxima: síntese e segmentação silábicas, aliteração, uuuripulação silábica, segmentação fonêmica, rima, transposição silábica; mani- pulução, síntese e transposição fonêmicas. Ou seja, quanto maior a proporção de "'('1'10, tanto menor o tempo de reação. O escore na prova de consciência /,II/o/(Í/o:;m foi inversamente proporcional à freqüência de erros nas provas de ,,-1111I'11 c ditado. Em leitura e ditado a freqüência de erros declinou com a série. I~III leitura, ela foi maior nas irregulares que nas regras, e nestas que nas regu- 11I1l'M, Foi também maior nas pseudopalavras que nas palavras, e nas de baixa tI" l \ do (dia freqüência, sendo que as diferenças relativas entre pseudopalavras, I'II1uvl'IISde baixa e de alta freqüência aumentaram com as séries escolares, rll'"H)IlSlrulldo O aumento da imporlllllt'iu do proccssamento lexical com a I,"t'lIlodl',lI(,)flo,Fiunlrueruc, () csuuto I'Olllt\('tlll InlwlllS de normalização por faixa

AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM UOS 2 AOS 9 ANOS: · PDF fileexpressivo, adaptamos, normatizamos e validamos o teste de vocabulário recep-tivo Peabody Picture Vocabulary Test - Revised (PPVT-R,

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AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM UOS 2 AOS 9 ANOS:CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E VOCABUL.ÁRIOS

RECEPTIVO E EXPRESSIVO

Fernando C. Capovilla, Alessandra G. S. CapovillaInstituto de Psicologia, Universidadede São Paulo

o presente estudo descreve duas linhas de sistemas de avaliação: 1) desen-volvimento e validação de provas de consciência fonológica; 2) adaptação,normatização e validação de testes psicométrico-padrões.

Desenvolvimento e validação de testes de consciência fonológicae correlação com leitura-escrita

Segundo a teoria de duplo processo de leitura (Ellis & Young, 1988), a rotafonológica é essencial à aquisição de leitura competente de uma ortografia al-fabética grafofonemicamente regular como o português brasileiro. Na rotafonológica, os acessos à pronúncia e ao significado são indiretos, já que medi-ados por um processo de conversão de segmentos ortográficos em locucionaisconforme regras de correspondência e posição. O processamento fonológicorequer boa capacidade de memória verbal de trabalho e de longo prazo, além dehabilidades metalingüísticas fonológicas, ou seja, habilidades de discriminar emanipular os sons da fala. Com base no teste Sound Linkage (Hatcher, 1994) enum estudo exploratório (Capovilla & Capovilla, 1996) com uma prova demanipulação silábico-fonêmica (MSF), desenvolvemos a Prova de ConsciênciaFonológica (PCF) com o objetivo de avaliar dez habilidades específicas decrescente dificuldade, da síntese silábica à transposição fonêmica, tais comoaplicadas ao português brasileiro. Os dez subtestes da Prova de ConsciênciaFonológica eram compostos de dois itens de treino e quatro de teste, sendo apontuação máxima 40.

O Estudo Exploratório (Capovilla & Capovilla, 1996) avaliou as habilida-des de leitura e ditado, e de manipulação silábico-fonêmica (usando a prova demanipulação silábico-fonêmica), por parte de 15 crianças, de 3" a 5" séries, comdificuldades de leitura-escrita. Foram observadas correlações positivas entre asproporções de acerto em leitura e ditado, e entre as proporções de acerto emleitura e na prova de manipulação silábico-fonêmica. Além disso, foram obser-vadas correlações negativas entre a proporção de acerto e o tempo em leitura;entre a proporção de acerto e o tempo na prova de manipulação silábico-fonêmica;entre a proporção de acerto em ditado e O tempo em leitura: e entre a proporçãode acerto em leitura e o tempo na prova de l/Iol/l,m/tlrlTo sllãbtco-fonêmica.Analisando O efeito da localizacão do scamcnto 1\Si'" 11111111pll111<10,foi idcntlficada

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111/1101'dificuldHdc (i.c., maior consumo de tempo e menor proporção de acerto)1111ruüuipulação de segmentos rucdiuis do que na de iniciais ou finais. Compa-IIll1do fi lcxicalidade original e a resultante da manipulação do item, foi obser-vlldo que a manipulação de segmentos finais foi mais rápida que a de segmentosIIlduis quando ela partia de uma palavra, e que a de segmentos iniciais foi mais

i~pidH quando ela partia de uma pseudopalavra e resultava numa palavra. Porilllll'O lado, quando a manipulação resultava numa palavra, a proporção de acerto1111ruuior quando incidia sobre segmentos finais, intermediária nos iniciais, e1I1t'1l0rnos mediais. Esse estudo estabeleceu correlações positivas entre habili-IIl1des de leitura, escrita e manipulação silábico-fonêmica usando a prova denuuilpulação silâbico-fonêmica. Os Estudos 1 e 2 analisaram um conjunto maiordi' hubilidades fonológicas usando a prova de consciência fonológica.

Estudo 1 (Capovilla, Capovilla & Silveira, 1998) objetivou: 1) avaliarli desempenho em termos de escore e tempo de reação (TR) de crianças de préI li 211 série na prova de consciência fonolôgica, bem como em cada um de seusdl\~, subtcstes, em função do nível escolar e da idade; e comparar os desempe-II110snos subtestes da prova de consciência fonolôgica entre si em termos deIHil'orc e tempo de reação; 2) estabelecer intercorrelações entre os desempenhosr11lescolares de 1" a 3" séries nas provas de leitura, ditado e na prova derunsciência fonolágica; 3) analisar o efeito de variáveis psicolingüísticas dos11\11"das provas de leitura e ditado. No estudo, 205 crianças de pré 1 a 3" sériedI' 3 a 9 anos) foram testadas em leitura, escrita, habilidades fonológicas enteloctuais.

Resultados mostraram que tanto os escores gerais como os específicos, naIlItJVO de consciência fonológica, aumentaram sistematicamente com a idade eli ulvcl escolar. Escores de consciência silábica foram maiores que os de cons-,1C',lIciafonêrnica, e demandaram tempos menores de reação. A ordenação dosr11'~subtcstes de acordo com o escore decrescente foi a seguinte: síntese,1'lllIlcntação e manipulação silábicas; aliteração e rima; transposição silábica;utcsc, manipulação, segmentação e transposição fonêmicas. Coerentemente, a

111rlcunção dos dez subtestes de acordo com o tempo de reação crescente neces-1110no responder foi muito próxima: síntese e segmentação silábicas, aliteração,

uuuripulação silábica, segmentação fonêmica, rima, transposição silábica; mani-pulução, síntese e transposição fonêmicas. Ou seja, quanto maior a proporção de"'('1'10, tanto menor o tempo de reação. O escore na prova de consciência

/,II/o/(Í/o:;m foi inversamente proporcional à freqüência de erros nas provas de,,-1111I'11c ditado. Em leitura e ditado a freqüência de erros declinou com a série.I~IIIleitura, ela foi maior nas irregulares que nas regras, e nestas que nas regu-11I1l'M,Foi também maior nas pseudopalavras que nas palavras, e nas de baixatI"l\ do (dia freqüência, sendo que as diferenças relativas entre pseudopalavras,I'II1uvl'IISde baixa e de alta freqüência aumentaram com as séries escolares,rll'"H)IlSlrulldo O aumento da imporlllllt'iu do proccssamento lexical com aI,"t'lIlodl',lI(,)flo,Fiunlrueruc, () csuuto I'Olllt\('tlll InlwlllS de normalização por faixa

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etária (de 3 a 8 anos) c nível oscolur (dl' pl~ I 11 2" série). Isso possibilita aidentificação de crianças com atrasos fonofógicos, o que, por Sua vez, permitea aplicação de programas de intervenção precoce destinados a prevenir e tratarproblemas de aquisição e desenvolvimento de lei tura.

As relações entre a consciência fonológica e a alfabetização são de causa-lidade recíproca, e não de mera correlação. A melhor maneira de estabelecer aimportância da consciência fonológica para a aquisição de leitura e escrita con-siste em estudos experimentais de intervenção. Como esses tendem a ser raros,alternativamente pode-se fazer uso de estudos correlacionais em que são obtidasmúltiplas correlações parciais recursivas entre diferentes desempenhos de leitu-ra-escrita em episódios tn e diferentes desempenhos fonológicos em episódiostn+1• Isso permite estabelecer relações funcionais entre aumentos em habilidadesfonológicas específicas e aumentos nos desempenhos de leitura-escrita. Mesmoassim, estudos de intervenção são superiores. O Estudo 2 (Capovilla e Capovilla,1998), nesse mesmo volume, descreve o efeito do treino de consciência fonológicasobre habilidades fonológicas, de leitura e ditado de crianças de pré 3 a 2" série.Uma descrição mais extensa pode ser encontrada em Capovilla e Capovilla(1997).

Adaptação, normatização e validação de testes psicométrico-padrões

O atraso de linguagem é o problema de desenvolvimento mais comum empré-escolares e está fortemente relacionado a problemas de aprendizagem. Podeser identificado já a partir dos 2 anos de idade por meio da avaliação do númerode palavras que a criança fala e compreende (i.e., seu léxico). Aos 2 anos,crianças anglofônicas têm vocabulário de pelo menos 50 palavras e formamcombinações de 2-3 palavras. O vocabulário receptivo-auditivo é quesito essen-cial para o processamento de informação lingüística, e as provas que o avaliamfornecem o melhor índice de inteligência geral e de aproveitamento escolar. Istoporque a aquisição do léxico não é feita passivamente, mas envolve o uso ativode inferências para deduzir o significado de palavras novas a partir dos contextosfrasal e social em que ocorrem. Metade das crianças com atraso de linguagemexpressiva entre 14-30 meses terão severo atraso aos 3-4 anos. Desenvolvendoinstrumentos capazes de detectar atraso de linguagem já a partir dos 2 anos,torna-se possível intervir precocemente para a recuperação do desenvolvimentonormal da criança e a prevenção de fracasso escolar. Como o Brasil carece deinstrumentos para avaliar o desenvolvimento lexical nos domínios receptivo eexpressivo, adaptamos, normatizamos e validamos o teste de vocabulário recep-tivo Peabody Picture Vocabulary Test - Revised (PPVT-R, Dunn & Dunn,1981; Dunn et al., 1986) e o de vocabulário expressivo Language DevelopmentSurvey (LDS, Rescorla, 1989). Descrevemos a progressão de tais habilidadescomo função da idade e experiência escolar, e dcmonatnuuoa que tais desempe-nhos estão fortemente corrclacionados entre si t' com o desempenho escolar.

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No listlldo I (Cnpovilln &. C'apovlll/l, 1C)I)71»,li LDS foi traduzida e adap-IlIdll ('01110 IAV J.:.' (LisUI de !lVCJütIÇ{/O di' vocabulário Expressivo). Ela identificaIllmNIl<lu Iinguugcm expressiva já aos 2 finos. Consiste numa lista de 309 palavrasd, /lllu frcqüôncia, arranjadas-em 14 categorias semânticas, em que a mãe assi-uuln tiS palavras que a criança fala. Nesse mesmo estudo o Peabody Picture\'/lI'olm/Ctry Test - Revised (PPVT) foi traduzido a partir da versão hispano-11111(~ri(,;lInade 125 itens (Dunn et al., 1986) e adaptado como TVIP (Teste de\'ol'lllmlário por Imagens Peabody). Trata-se de um teste de múltipla escolhaIplll.'udo individualmente na clínica a pessoas entre 2 anos e 6 meses a 40 anos.NIl uplicação individual, que dura em média 10-15 m., o examinador aponta1'IIIIIcllas com quatro figuras cada uma e pronuncia uma palavra. A tarefa do1IlIIIIIlinandoé apontar a figura que melhor representa a palavra. Uma amostra de) IH crianças do maternal ao pré 3 (2-6 anos de idade) passou pelos dois testes.

.rianças provinham de duas escolas de São Paulo, uma pública e outra par-111'111111'.Foram identificadas fortes correlações positivas entre os desempenhos na1./8((/ de Avaliação de Vocabulário Expressivo e no Teste de Vocabulário porIII/(/W'17sPeabody. A partir de ANOVASe ANCOVASseguidas de análises de compa-11I~'n()entre níveis sucessivos de idade e escolaridade, foi demonstrado que asiulnptuçõcs dos testes são bastante sensíveis em discriminar entre níveis sucessi-

I )S, sendo que a Lista de Avaliação de Vocabulário Expressivo mostrou-se mais'1Isfvel no extremo inferior da distribuição. O estudo forneceu normas prelimi-

IIIIICSdos dois testes por nível escolar (do maternal ao pré 3) e idade (2-6 anos).Estudo 2 (Capovilla, Nunes et al., 1997) avaliou o desempenho de 687

I unnças de pré 3 a 8". série (6-14 anos) de escola pública do Rio de Janeiro. FoiII'lIu aplicação coletiva em sala de aula objetivando adaptar o teste ao contextol'Iwolur e derivar normas para aplicação coletiva. A questão era descobrir se apnntuução simples (mais prática e apropriada à aplicação escolar coletiva) po-tI"rllI ser tão discriminativa quanto a pontuação piso-teto (tão complexa quellmhu o escopo do teste à aplicação clínica individual). Após 16 aplicações. ulotivas (uma para cada sala de aula), os mesmos escores foram avaliadosI'Hillldo dois critérios de pontuação: o simples e o piso-teto. ANOVASe ANCOVAS\'Huidus de testes de comparação de pares demonstraram que a sensibilidade do

1'11Hi.Iem discriminar entre níveis sucessivos de idade e de escolaridade independedll crirério adotado. Ao demonstrar que a pontuação simples produz resultadoslIlo discrirninativos quanto a piso-teto, o estudo estendeu o escopo do teste daIlpllcaçüo individual à coletiva, e de pesquisa e aplicação clínicas a pesquisa eIIpllcuçí10 educacionais no contexto escolar.

a Estudo 3 (Capovilla, Nunes et al., 1997a) examinou a validade concor-1I'lIlCdo Teste de Vocabulário por Imagens Peabody, comparando a pontuação

IlIples com o desempenho escolar em sala de aula. Para as crianças de 2" a 8"Ilc, íorum avaliados os boletins de tíugua portuguesa; para as de pré 3 e 1"Ile, fonull examinadas as fichas de uvullução da professora cobrindo escrita,1111'11,fula c desempenho geral, EllI cudu s(-d~' em obtida a pontuação-padrão

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de cada criança c. então, para cada sérlc, CI'U I'llllll " rcurcssl10 dos escores dcada medida de desempenho escolar sobre ti pcruuução-padrão. Os resultadossignificantes foram os seguintes: Em pré 3 foram obtidas correlações positivascom fluência da fala e desempenhos total e médio na aula. Para Ia série, comprodução de textos escritos e vocabulário expressivo em aula. Para 2a a 7" sériesforam obtidas correlações positivas com 2-5 dentre 7 medidas de escrita. Para2a

, 3a e 4a séries, com evolução, qualidade ortográfica, correção de pontuação ecoerência. Para sa série, com todas aquelas, além de autocorreção. Para 6a série,com evolução e qualidade ortográfica. Para T' série, com qualidade ortográficae coerência. Em suma, o Estudo 1 já havia validado o Teste de Vocabulário porImagens Peabody por comparação com a Lista de Avaliação de VocabulárioExpressivo na faixa de 2-6 anos. O Estudo 3 validou o Teste de Vocabulário porImagens Peabody por comparação com o desempenho escolar de leitura, escrita,comunicação oral e língua portuguesa.

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