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Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A.
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EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A.
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE CINZA LEVE DE BIOMASSA
ORIUNDA DE PRECIPITADOR ELETROSTÁTICO COMO
FERTILIZANTE PARA PASTAGENS PERENES CULTIVADAS.
RELATÓRIO FINAL
EQUIPE RESPONSÁVEL
Engª - agrônoma, M.Sc. Ana Lúcia Hanisch
Engº-agrônomo, M.Sc. José Alfredo da Fonseca
Canoinhas, Novembro de 2012
Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A.
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APRESENTAÇÃO
Este relatório apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa
desenvolvido durante o período de 2007 a 2010 para avaliação do uso do
produto cinza leve de biomassa sobre a produção e qualidade de uma pastagem
perene de verão e os efeitos do produto no solo, ao longo dos anos.
Este produto, fruto da parceria entre as empresas MWV Rigesa e Vida,
provém da queima de cavacos e cascas de pinus e eucalipto em caldeiras de
biomassa e é um produto que apresenta elevados teores de nutrientes
importantes para a produção agropecuária. Seu uso em sistemas de produção
animal a base de pasto busca solucionar dois problemas correntes na região: 1)
reduzir os custos dos sistemas de produção animal com a introdução de um
insumo regional, de baixo custo e alta eficiência, o que contribuiria para a
sustentabilidade da produção animal na região; 2) potencializar o uso de
resíduos tratados e beneficiados do parque industrial de celulose instalado no
Planalto Norte Catarinense, contribuindo para que o passivo ambiental destas
indústrias sejam revertidos em ativos importantes para o desenvolvimento
regional.
Os resultados apresentados a seguir, indicam clara tendência de que as
duas hipóteses acima podem ser atendidas, uma vez que o uso da cinza leve de
biomassa em pastagem perene da espécie Hemarthria altissma cv. Flórida
apresentou resultados promissores para uso na região.
Canoinhas, 19 de novembro de 2012.
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3
SUMÁRIO
Pág.
1 INTRODUÇÃO 6
2 MATERIAIS E MÉTODOS 7
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 14
3.1 Cobertura do solo e composição botânica da pastagem 14
3.2 Produção de massa seca da pastagem 16
3.3 Composição bromatológica 19
3.4. Metais pesados e composição mineral no tecido vegetal 22
3.5 Atributos do solo afetados pela aplicação de cinza de biomassa 26
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 33
5 LITERATURA CITADA 34
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4
LISTA DE FIGURAS
Figura Pág.
1 Precipitação mensal e temperaturas mínimas e máximas 8
2 Aplicação dos tratamentos, a lanço, após plantio da pastagem 11
3 Separação da composição botânica da pastagem 11
4 Área experimental sendo pastejada por rebanho leiteiro 12
5 Cortes para avaliação da produção de MS da pastagem 13
6 Cobertura do solo por diferentes espécies forrageiras 15
7 Composição botânica de uma pastagem de hemarthria cv. Flórida 15
8 Produção de massa seca total, na primavera/verão e no outono
de Hemarthria altissima cv. Flórida no 1º e 2º anos de avaliação
16
9 Teor de MS (média de 5 cortes) de Hemarthria altissima cv.
Flórida, em dois anos de avaliação.
19
10 Teores de proteína bruta, nutrientes digestíveis totais e fibra
detergente neutro de Hemarthria altissima cv. Flórida durante a
primavera-verão e outono.
20
11 pH do solo e teores de P, K e C aos 12 e 20 meses após a aplicação
de cinza de biomassa.
26
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5
LISTA DE TABELAS
Pág.
1 Atributos químicos e físicos da cinza leve de biomassa 8
2 Quantidades de nutrientes fornecidas ao solo pela aplicação dos
tratamentos
10
3 Equivalência em kilos de produtos comerciais em comparação aos
tratamentos aplicados
10
4 Teores de metais pesados no tecido foliar de Hemarthria altissima cv.
Flórida durante os períodos de primavera-verão e outono.
22
5 Teores de macro e micronutrientes no tecido foliar de Hemarthria
altissima cv. Flórida
25
6 Saturação de bases (V%), teores de Mg, S, Na e micronutrientes no
solo em duas épocas de amostragem
30
7 Teores de metais pesados no solo em duas épocas de amostragem 31
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6
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem sido promovido no Planalto Norte Catarinense a
adoção de sistemas de produção animal a base de pastagens perenes de verão,
com introdução de espécies melhoradas, com destaque para as espécies
Hemarthria altissima cv. Flórida, Axonopus catharinensis (missioneira-
gigante) e espécies do gênero Cynodon, associados à práticas de correção e
fertilização dos solos, sobressemadura de espécies anuais, especialmente
leguminosas, e uso de piqueteamento. Essas práticas contribuem
consideravelmente para o aumento de produção animal e da renda nas
propriedades, redução do trabalho humano e dos riscos inerentes à atividade
agropecuária. No entanto, exigem uma forte mudança de mentalidade dos
produtores, especialmente relacionada à adoção da prática da adubação para
manutenção desses sistemas.
Por outro lado, o uso de produtos regionais que apresentem qualidade e
composição química que atendam às demandas nutricionais das espécies de
pastagens perenes de verão pode contribuir consideravelmente, para a adoção
de sistemas de produção animal a base de pastagens.
A queima de biomassa florestal é responsável por parte considerável da
matriz energética do setor de celulose e papel no Brasil (Bracelpa, 2011). Como
resultado do uso dessa fonte de energia, grande quantidade de cinza de
biomassa tem sido gerada e sua disposição adequada é uma preocupação
crescente. O produto cinza leve de biomassa, fruto da parceria entre as
empresas MWV Rigesa e Vida, provém da queima de cavacos e cascas de pinus e
eucalipto em caldeiras de biomassa e é um produto que apresenta elevados
teores de nutrientes importantes para a produção agropecuária. Entre as
possibilidades de uso desse produto, vem sendo pesquisado sua utilização como
fonte de nutrientes, especialmente, para cultivos florestais (Dallago, 2000;
Maeda et al., 2008).
Considerando-se a concentração de nutrientes na cinza de biomassa
florestal e a disponibilidade de diversos nutrientes importantes como K, Ca, Mg
e P, além de diversos micronutrientes (Maeda et al., 2008), uma alternativa
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7
para seu uso poderia ser a fertilização de pastagens perenes de verão. Associado
a isso, a disponibilidade de insumos alternativos no âmbito regional, com baixos
custos, é uma potencialidade que se apresenta para a solução da questão técnica
de produção ao mesmo tempo em que pode alocar resíduos sem maiores
interferências ambientais. No entanto, há o risco desses produtos apresentarem
em sua constituição elementos que, teoricamente, podem causar danos ao
ambiente e à saúde humana (Darolt et al, 1995), o que demanda
aprofundamento de pesquisas sobre seu uso em produtos com fins para a
alimentação animal.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do uso de cinza leve de
biomassa, aplicada a lanço, sem incorporação ao solo, sobre a produção de
massa seca, o valor nutricional e a composição química de H. altissima cv.
Flórida, ao longo das estações de crescimento, bem como avaliar o efeito desse
produto sobre as características químicas do solo e seu poder contaminante.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado em uma propriedade rural no município de
Canoinhas, SC (26º27‟S e 50º17‟W, altitude de 800m), em uma área
experimental de 1.800m2, utilizada anteriormente com pastagem nativa.
Conforme a classificação de Köppen, o clima da região se enquadra na variedade
Cfb, temperado sem estação seca, com temperatura média anual de 17,6°C e
precipitação anual em torno de 1.500mm. Na Figura 1 estão apresentados os
dados de temperatura e precipitação dos períodos de avaliação. A precipitação
anual foi de 1.586, 1.509 e 1.521mm, respectivamente para os anos de 2008,
2009 e 2010, não sendo um fator limitante para o crescimento da pastagem.
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Figura 1. Precipitação mensal e temperaturas mínimas e máximas (media)
durante as estações de primavera-verão e outono de 2008/2009 e 2009/2010,
em Canoinhas, SC. Fonte: EPAGRI/CIRAM.
O solo da área experimental foi classificado como um Latossolo Vermelho
Distrófico típico (Embrapa, 2006) que apresentava na ocasião da implantação
do experimento, na camada de 0-20cm, as seguintes características: 480g/kg de
argila; pHágua= 4,3; P (Melich) = 14mg/L; K= 91mg/L; M.O.= 5,6dag/kg; Al= 5,6
cmolc/L; Ca= 4,3cmolc/L; Mg=1,4 cmolc/L ; Na =7 mg/L; saturação de bases =
18%; e os seguinte teores de micronutrientes em mg/L: Zn = 2,0; Cu = 1,3; B =
0,5; Mn = 51; e Fe = 2,4g/L
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com seis
tratamentos e três repetições, em parcelas de 100m2 (10 x 10m) e área útil de
81m2 (9 x 9m). Os tratamentos foram compostos por diferentes doses de cinza
leve de biomassa, cuja composição encontra-se descrita na Tabela 1.
Tabela 1 - Atributos químicos e físicos da cinza leve de biomassa
Parâmetros Unidade Valor pHágua 10,2 Umidade a 105° C % 23 Densidade kg m-3 700 Capacidade de retenção de água % 48 Condutividade elétrica µS/cm 4,2
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Carbono orgânico (m/m) g/kg 40 Nitrogênio (TKN) g/kg 0,4 CaO total g/kg 41 MgO total g/kg 23 K2O total g/kg 29 P2O5 total g/kg 8,9 Enxofre total g/kg 3,3 Cobre total mg/kg 38 Zinco total mg/kg 253 Sódio total g/kg 1,1 Cádmio total mg/kg 2 Cromo total mg/kg 46 Chumbo total mg/kg 16 Arsênio total mg/kg 12 Mercúrio mg/kg 0,21 Selênio total mg/kg < 4 Fonte: UFRGS - Faculdade de Agronomia – Laboratório de Solos
As doses de cinza leve de biomassa foram definidas em função da
necessidade de obtenção de uma curva de resposta, a partir da recomendação de
potássio para gramíneas de verão (CQFS-RS/SC, 2004). O teor inicial de K no
solo foi classificado como alto e sua recomendação foi de 60kg de K2O/ha, o que
foi fornecido pela cinza de biomassa no tratamento 4. Na ocasião da
implantação da pastagem, foi aplicado em toda a área experimental 6t/ha de
cinza calcítica - um produto residual da indústria de celulose com poder
corretivo (Fonseca et al., 2012), com o objetivo de adequar o pH inicial para o
desenvolvimento da pastagem.
Dessa forma, os tratamentos definidos foram:
T1 – Referencial – solo da área em estado natural
T2 – 0t/ha de cinza de biomassa + 6t/ha de cinza calcítica (Testemunha)
T3 –2,5t/ha de cinza de biomassa + 6t/ha de cinza calcítica
T4 – 5t/ha de cinza de biomassa + 6t/ha de cinza calcítica
T5 – 7,5t/ha de cinza de biomassa + 6t/ha de cinza calcítica
T6 – 10t/ha de cinza de biomassa + 6t/ha de cinza calcítica
Uma estimativa das quantidades de óxido de cálcio (CaO), óxido de
magnésio (MgO), K2O e P2O5, fornecidas pela aplicação das doses de cinza de
biomassa ao solo, encontram-se descritas na Tabela 2. A necessidade de
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formulações comerciais, em nível de comparação, para fornecer os mesmos
nutrientes ao solo, estão descritas na Tabela 3.
Tabela 2. Quantidade de produto seco, de óxido de cálcio (CaO), de óxido de
magnésio (MgO), de K2O e de P2O5 fornecidas ao solo pela aplicação dos
tratamentos.
Cinza de biomassa (t/ha – base úmida)
Peso seco CaO MgO K2O P2O5
Quantidades aplicadas (kg)
2,5 1.925 106 44 58 19
5,0 3.850 212 89 116 38
7,5 5.775 318 133 173 58
10 7.700 424 177 231 77
Cinza calcítica
Quantidades aplicadas (kg)
6,0 4.560 2271 55 8 22
Recomendação1 (kg) 2925 168 60 80
1 De acordo com (CQFS-RS/SC, 2004).
Tabela 3. Equivalência em kilos de produtos comerciais para o fornecimento dos
mesmos nutrientes ao solo em comparação aos tratamentos aplicados.
Cinza de biomassa Calcário dolomítico
Cloreto de Potássio
Superfosfato simples
t/há kg
2,5 235 85 90
5,0 470 170 180
7,5 706 250 270
10 941 335 360
Cinza calcítica (t/ha)
6,0 5976 15 120
Os tratamentos foram aplicados em outubro de 2007, a lanço, sem
incorporação ao solo (Figura 2), sobre uma pastagem de Hemarthria altissima
cv. Flórida, que havia sido implantada na área, em preparo convencional, uma
semana antes da aplicação dos tratamentos. A área experimental permaneceu
fechada por 11 meses para permitir a completa cobertura do solo pelo pasto,
sendo aplicados 20kg/ha de N na forma de uréia, em janeiro de 2008.
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Figura 2. Aplicação dos tratamentos, a lanço, após plantio da pastagem.
Em junho de 2008 foi sobressemeado a lanço, 60kg/ha de sementes de
ervilhaca (Vicia sativa) a fim de manter o solo coberto no período de inverno.
Em julho foi realizado uma avaliação visual na pastagem e em agosto foi
realizado um corte na pastagem para avaliar a composição botânica, com
separação nos componentes: hemarthria, ervilhaca, outras espécies e material
morto (Figura 3). Em 17/10/2008 a área foi pastejada e na sequencia o pasto
remanescente foi roçado a 10cm do nível do solo e foram aplicados, a lanço,
50kg/ha de N na forma de uréia.
Figura 3. Separação da composição botânica da pastagem
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As avaliações do pasto tiveram início em 24/11/2008, 13 meses após a
aplicação da cinza de biomassa. Foram realizados cinco cortes durante o período
de crescimento do pasto, de novembro de 2008 a maio de 2009, durante o
primeiro ano de avaliação. Para determinação da produção de massa seca do
pasto foram realizados cortes, sempre que a altura média da pastagem atingia
entre 25 e 30cm. A altura média foi estimada através da utilização de régua
graduada em 10 pontos representativos de cada parcela. Foram realizados cinco
cortes/parcela, com tesoura de tosquia a 10cm do solo, com auxílio de quadros
de 0,25m2 (0,50x0,50m). Após cada corte, o material coletado foi pesado e, em
seguida, foram retiradas subamostras, que foram secas em estufa de ventilação
forçada a 65°C por 72 horas. Após cada amostragem, as parcelas foram
pastejadas por rebanho bovino, em sistema rotacionado, sendo controlado o
tempo de descanso através da altura do pasto. Os animais permaneciam nos
piquetes até rebaixamento do pasto a 10cm (Figura 4).
Figura 4 – Área experimental sendo pastejada por rebanho leiteiro durante o
primeiro ano de avaliação da pastagem.
Os cortes foram realizados durante dois anos de avaliação (Figura 5). No
segundo ano foi realizado o mesmo procedimento de roçada no início de
outubro e a aplicação de 50kg/ha de N na forma de uréia e foram realizados
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cinco cortes no período entre novembro de 2009 e junho de 2010.
Figura 5. Realização de cortes para avaliação da produção da pastagem.
Foram realizadas análises bromatológica e de teores de macro e micro
nutrientes e metais pesados no tecido vegetal das plantas de Hemarthria
altissima cv. Flórida coletadas no primeiro ano de avaliação. Foram utilizadas
amostras compostas, juntando-se os cortes realizados dentro de cada estação de
avaliação (primavera-verão e outono). As amostras compostas foram separadas
em duas partes, contendo aproximadamente 500 g cada uma, e foram
encaminhadas para os laboratórios. As análises dos teores de MS, matéria
orgânica (MO), proteína bruta (PB) e fibra detergente ácido (FDA) foram
realizadas segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). A fibra em
detergente neutro (FDN) foi estimada de acordo com as recomendações de
Mertens (2002). A análise da digestibilidade in vitro da matéria orgânica
(DIVMO) foi executada segundo Tilley & Terry (1963) e os teores de nutrientes
digestíveis totais (NDT) foram estimados de acordo com a fórmula: % NDT = %
DIVMO * % MO / 100.
Na análise de tecido vegetal de plantas de H. altissima foram
determinados os teores de N (Kjeldahl 0,01%), P, K, Ca, Mg, S, Cu, Zn, Fe, Mn,
Na, B (Tedesco et al., 1995), Cd, Cr, Ni, Pb (USEPA EPA 3050, 1999) e Hg
(USEPA 7471, 1999).
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No solo, foram realizadas duas coletas durante o período de avaliação: a
primeira em outubro de 2008 e a segunda em agosto de 2009, respectivamente
12 e 20 meses após a aplicação da cinza. As coletas de amostras de solo foram
realizadas na camada de 0-10cm de profundidade, coletadas com auxílio de uma
pá de corte. Em cada parcela coletaram-se 10 sub-amostras de solo, as quais
constituíram uma amostra composta por parcela. As amostras foram
encaminhadas para o Laboratório de Análises do Solo da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), sendo determinados pHágua,, P, K, Ca, Mg, S, Cu,
Zn, Fe, Mn, Na, B (Tedesco et al., 1995), Cd, Cr, Ni, Pb (USEPA EPA 3050,
1999) e Hg (USEPA 7471, 1999).
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e teste F, ao
nível de 5% de probabilidade, com o auxílio do programa estatístico Sisvar.
Quando constatados efeitos significativos dos tratamentos, foi realizada análise
de regressão polinomial, sendo escolhidos os modelos que melhor se ajustaram
ao fenômeno investigado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Cobertura do solo e composição botânica da pastagem no 1º ano
de avaliação
Os resultados da avaliação visual da cobertura do solo pela pastagem, em
julho de 2008 são apresentados na Figura 6. Não houve diferença significativa,
ao nível de 5%, entre os tratamentos para nenhum dos componentes avaliados:
hemarthria, ervilhaca e outras espécies. A avaliação apresentou dados de
desenvolvimento adequado para a hemarthria que havia sido plantada em
outubro de 2007, uma vez que estava presente em todos os tratamentos em
percentuais próximos a 50%. Com relação à ervilhaca, sua presença acima de
30% nos tratamentos 4 e 5 podem ser considerados indicativos da ação da cinza
de biomassa, dado sua maior exigência em fertilidade e considerando-se que o
tratamento 4 refere-se às dosagens recomendadas. No tratamento referência (1)
seu percentual de cobertura de área foi de 15%.
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15
0% 20% 40% 60% 80% 100%
% da composição
T1
T2
T3
T4
T5
T6T
rata
men
tos
Hemarthria Ervilhaca Outras spp
Figura 6. Percentual de cobertura do solo por diferentes espécies forrageiras,
após aplicação de cinza leve de biomassa. Julho de 2008.
Os resultados de composição botânica se assemelham aos resultados
observados nas avaliações de cobertura de solo. Os tratamentos com maiores
doses de cinza de biomassa apresentaram os maiores resultados de percentual
de ervilhaca na composição (Figura 7), com valores em torno de 30%.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
T1
T2
T3
T4
T5
T6
Hemarthria Ervilhaca Outras spp Mat morto
Figura 7. Composição botânica de uma pastagem de hemarthria cv Flórida, com
diferentes doses de cinza de biomassa, 85 dias após a sobressemeadura de
ervilhaca.
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16
3.2. Produção de massa seca da pastagem
Os resultados de produção e qualidade da pastagem serão apresentados
sem os dados do tratamento referência (solo em estado natural), pois a
pastagem de hemarthria não se desenvolveu nestas condições. Houve efeito das
doses de cinza de biomassa sobre a produção total de massa seca da pastagem
nos dois anos de avaliação (Figura 8), sendo observado efeito linear no primeiro
ano e quadrático no segundo.
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Pro
du
çã
o d
e M
S (
kg
/ha
)
2000
4000
6000
8000
10000
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Pro
du
çã
o d
e M
S (
kg
/ha
)
0
2000
4000
6000
8000
Figura 8. Produção de massa seca total (■), na primavera/verão (●) e no outono
■ Ŷ =7746+155,5x R2=0,85
■ Ŷ =5257 – 236,5x + 44x2 R
2=0,99
●Ŷ =5085 -54,3x+19,6x2 R
2=0,96
○ Ŷ = ns
●Ŷ =3832 -199,1x+28,3x2 R2=0,99
○Ŷ =1429 -44,3x+16,4x2 R2=0,99
a)
b)
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17
(○) de Hemarthria altissima cv. Flórida no primeiro (a) e segundo (b) anos de
avaliação, após aplicação de doses de cinza de biomassa.
Dos cinco cortes realizados durante o primeiro ano de avaliação, três
ocorreram no período de primavera-verão e dois no outono, tendo o último
corte ocorrido no início de maio. As baixas temperaturas do mês de maio e
junho reduziram drasticamente o crescimento do pasto, o que pode ter
contribuído para o fato de não ter sido verificado diferença significativa na
produção de MS entre os tratamentos no outono (Figura 8). Durante o período
de primavera-verão a produção de MS foi afetada pelas doses de cinza de
biomassa. A dose de 10t/ha de cinza (peso úmido) proporcionou com aumento
de 1.400kg/ha de MS em relação à testemunha, embora não tenha diferido
significativamente da aplicação de 5t/ha.
O segundo ano de avaliação tinha por objetivo verificar o efeito residual
das doses de cinza de biomassa na produção de massa seca do pasto. Assim
como no primeiro ano, também foram realizados cinco cortes, no entanto o
período de avaliação estendeu-se até junho. Isso se deve ao fato de que o
período entre os cortes foi maior e as condições climáticas apresentaram
temperaturas mais amenas e adequada pluviosidade no final do outono. No
segundo ano de avaliação, a produção do pasto foi menor em relação ao
primeiro ano, para todos os tratamentos (Figura 8b). No entanto, nas doses
maiores de cinza de biomassa, essa redução foi menos acentuada e foi
observado efeito da aplicação de cinza de biomassa tanto no período
primavera/verão, quanto no outono. Durante o outono, foi observado que a
dose de 10t/ha de cinza de biomassa foi mais eficiente em prolongar o período
de produção do pasto, permitindo um aumento de 0,84 na produção de MS em
relação ao tratamento testemunha.
Os valores de produção de MS de Hemarthria altissima cv. Flórida
aproximaram-se dos resultados obtidos por Postiglione (2000) para esta espécie
sob pastejo, com o uso de adubação convencional. Para aquele autor, também
foi observado redução de produção de MS ao longo dos anos de avaliação.
A redução da produção de MS do pasto no segundo ano de avaliação,
observada neste trabalho, deve estar relacionada à baixa disponibilidade de
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18
nutrientes no solo, uma vez que nos tratamentos com doses acima de 5t/ha de
cinza, essa redução no segundo ano não foi tão acentuada, indicando efeito
residual da cinza. A dose de 10t/ha de cinza leve de biomassa indicou maior
estabilidade na produção ao longo de dois anos.
Em nível de comparação, Soares et al. (2009) obtiveram 21t/ha de MS de
Hemarthria altissima cv. Flórida, em cinco cortes/ano em solo corrigido,
adubado e com aplicação parcelada de 100kg/ha de N por ano, indicando
excelente potencial de resposta à adubação da pastagem de Hemarthria cv.
Flórida. O fato da produção total de massa seca do pasto, observada neste
trabalho não ter sido superior a 10t/ha, pode estar relacionada ao pH inicial do
solo, que foi de 4,3, considerado baixo para essa espécie, sendo que mesmo com
a correção inicial do solo, não foi suficiente para permitir a demonstração do
potencial produtivo da Hemarthria. Associado ao pH inicial, a dose de 50kg/ha
de N limita a demonstração do potencial de crescimento das pastagens perenes
de verão.
Para Primavesi et al. (2006) fertilizantes e corretivos, corretamente
aplicados são fatores determinantes no aumento da produtividade de
forrageiras com potencial de resposta à aplicação de adubos. O uso da cinza de
biomassa, em dosagens acima de 5t/ha, associada a doses maiores de N/ha/ano
que a utilizada neste trabalho, pode se tornar uma estratégia importante para a
melhor nutrição do pasto, pois sua aplicação ao solo na quantidade de 10t/ha de
cinza (base úmida), por exemplo, é fornecido ao sistema o equivalente a 424kg
de CaO, 177kg de MgO, 231kg de K2O e 77kg de P2O5, quantidades expressivas
de nutrientes para a manutenção de uma espécie de pastagem perene.
Entre as alterações observadas no segundo ano de avaliação, houve
redução da altura do pasto, cuja média foi de 32,5cm no primeiro ano e 29,0cm
no segundo ano de avaliação. Por outro lado, o teor médio de MS aumentou
entre os anos (Figura 9), o que é previsível, considerando-se que os períodos
entre cortes foram maiores no segundo ano, até que as plantas atingissem a
altura para pastejo. Essa condição não é ideal, uma vez que o maior acúmulo de
forragem por ciclo de pastejo devido a períodos de descanso mais longos,
provocam aumento no teor de MS, o que, no entanto, tende a afetar
negativamente o valor nutritivo da forragem e aumentar a presença de colmos
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19
na planta (Da Silva & Nascimento, 2007).
Figura 9. Teor de MS (média de 5 cortes) de Hemarthria altissima cv. Flórida
fertilizada com doses de cinza de biomassa florestal, em dois anos de avaliação.
3.3. Composição bromatológica da pastagem
A composição bromatológica de Hemarthria altissima cv. Flórida no
primeiro ano de avaliação foi afetada pelas doses de cinza de biomassa (Figura
10). Os teores de proteína bruta (PB) diferiram entre as estações, com valor
médio de 84g/kg e 73g/kg respectivamente, para a primavera-verão e outono
(Figura 10a). Durante a primavera-verão o teor de PB não respondeu ao efeito
das doses de cinza de biomassa, cujos teores variaram de 81 a 89 g/kg, ficando
abaixo do valor médio de 10,4% de PB observado por Hanisch& Meister (2009)
com o uso de insumos agroecológicos para essa forrageira.
No outono, o teor de PB apresentou efeito quadrático em resposta aos
tratamentos, com aumento significativo de valores, variando de 62g/kg com a dose
de 2,5t/ha até 91g/kg com a maior dose aplicada. Os valores abaixo de 70g/kg de
PB, observados com as doses mais baixas, representam valores limitantes ao
consumo ou produção animal (Mertens, 2002) e também foram observados por
Postiglione (2000), em clima Cfb, para essa espécie durante o outono. Hanisch &
Meister, por outro lado não verificaram redução do teor de PB entre as estações de
primavera-verão e outono, obtendo teor de 9,7% de PB para essa espécie durante o
outono.
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20
Cinza de biomassa florestal (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Pro
teín
a b
ruta
(g
/kg
)
40
60
80
100
Cinza de biomassa florestal (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Nu
trie
nte
s D
iges
tív
eis
To
tais
(g
/kg
)
500
550
600
650
700
Cinza de biomassa florestal (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Fib
ra d
eter
gen
te n
eutr
o (
g/k
g)
500
550
600
650
700
750
● = n.s. ■Ŷ =65,8–2,76x+0,56x
2 R
2=0,99
● = n.s. ■Ŷ = 686+2,01x-0,77x
2 R
2=0,85
a)
b)
c)
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Figura 10 . Teores de proteína bruta (a), nutrientes digestíveis totais (b) e fibra
detergente neutro (c) de Hemarthria altissima cv. Flórida durante a primavera-
verão (●) e outono (■), em função da aplicação de doses de cinza de biomassa.
ns = não significativo.
Os valores de NDT foram maiores no outono, mas em nenhuma das duas
estações houve efeito da cinza de biomassa sobre essa variável (Figura 10b). Em
geral a qualidade das gramíneas perenes de verão tende a decrescer de acordo
com a sucessão das estações do ano (primavera, verão e outono) fato esse
provavelmente associado às variações estacionais em sua morfologia, que tende
a apresentar um decréscimo na relação folha-colmo a partir do verão até o
outono, época em que atingem a maturação (Postiglione, 2000; Bueno, 2003).
O teor de FDN não foi afetado pelas doses durante a primavera-verão
(Figura 10c). No outono, entretanto, os teores de FDN diferiram entre os
tratamentos, sendo que a dose de 10t/ha de cinza proporcionou o menor valor,
de 630g/kg, embora não tenha diferido das doses de 7,5 e 5t/ha, indicando
efeito positivo da adubação sobre o valor nutricional do pasto. Os valores de
FDN observados foram menores que os apresentados por Santos et al. (2009)
indicando que o manejo adotado, provavelmente ligado à altura de pastejo,
permitiu uma maior relação folha:colmo nas plantas, o que refletiu no menor
teor de FDN.
Os teores de FDA seguiram a mesma tendência dos teores de FDN, não
apresentando efeito de tratamentos na primavera-verão e reduzindo
significativamente com o aumento das doses no outono (dados não
apresentados).
De uma forma geral, houve efeito positivo no valor nutricional do pasto
durante o outono com o aumento das doses de cinza leve de biomassa. Esse
resultado deve estar associado, em parte, à melhor nutrição das plantas
promovida pela cinza. Embora a produção de MS não tenha diferido entre os
tratamentos no período de outono no primeiro ano de avaliação, o aumento do
valor nutricional do pasto é uma estratégia importante para a manutenção da
produção animal neste período, tradicionalmente conhecido como „período
crítico ou vazio forrageiro‟ e constantemente, relacionado à queda acentuada na
c)
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22
quantidade e qualidade da alimentação volumosa do rebanho bovino (Bortolini
et al., 2004).
3.4. Metais pesados e composição mineral do tecido vegetal da
pastagem
Na Tabela 4 estão apresentados os resultados dos teores de metais
pesados encontrados no tecido vegetal de Hemarthria altissima cv. Flórida
durante as estações de primavera-verão e do outono do primeiro ano de
avaliação, cujos cortes para avaliação iniciaram um ano após a aplicação dos
tratamentos no solo. Não foram observados efeitos dos tratamentos para
nenhum dos elementos analisados durante a primavera-verão.
Tabela 4 – Teores de metais pesados no tecido foliar de Hemarthria altissima
cv. Flórida durante os períodos de primavera-verão e outono, fertilizada com
cinza de biomassa florestal. Canoinhas, SC. 2008/2009.
Cinza Biomassa
Cr Al Ni Mo Hg Cd Pb Co
(t/ha) -----------------------------------mg/kg----------------------------------- Primavera-Verão 0 1,50 174,0 0,70 0,40 0,020 <0,2 <2 <0,4 2,5 1,05 88,0 0,70 0,35 0,015 <0,2 <2 <0,4 5 1,65 88,5 0,75 0,30 0,010 <0,2 <2 <0,4 7,5 1,00 112,5 0,80 0,30 0,020 <0,2 <2 <0,4 10 1,00 93,5 0,90 0,40 0,010 <0,2 <2 <0,4 Doses ns ns ns ns ns ns ns ns Outono 0 2,35 139,0 0,70 0,25 0,020 <0,2 <2 <0,4 2,5 2,65 181,0 0,70 0,20 0,020 <0,2 <2 <0,4 5 1,65 200,5 0,80 0,15 0,015 <0,2 <2 <0,4 7,5 2,90 224,5 0,80 0,25 0,015 <0,2 <2 <0,4 10 1,60 205,5 1,00 0,30 0,010 <0,2 <2 <0,4 Doses ns ns ns ns ns ns ns ns ns = não significativo.
Os teores observados para todos os metais pesados se mantiveram em
níveis muito próximos àqueles da testemunha e muito próximos entre si,
indicando que o poder contaminante da cinza leve de biomassa é praticamente
inexistente. O risco de contaminação através do uso de cinzas de biomassa na
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23
agricultura pode estar relacionado às cinzas provenientes da combustão de
madeiras tratadas com preservantes químicos como o arsenato de cobre
cromatado e o borato de cobre cromatado, que contém Cr e As, os quais podem
ser altamente tóxicos (Maeda et al. 2008). No caso da cinza leve de biomassa
sua origem é resultante da queima de espécies florestais cultivadas
especialmente para esse fim, com grande ênfase na queima de diversas espécies
dos gêneros Eucalyptus e Pinus in natura.
As doses de cinza não tiveram efeito sobre os teores de N, P, K, Ca, Mg e S
no tecido vegetal da H. altissima cv. Flórida durante a primavera-verão. No
outono, por outro lado, houve aumento significativo nos teores desses
elementos de acordo com o aumento das doses aplicadas (Tabela 5).
Durante o outono os teores de P no tecido foliar aumentaram de acordo
com o aumento das doses de cinza de biomassa, sendo verificado, teores
adequados para vacas em lactação apenas no tratamento com 10t/ha de cinza de
biomassa (NRC, 2001). Os teores de Ca também aumentaram com as doses
apenas no período de outono. Em parte esse resultado pode estar relacionado ao
fato do Ca fazer parte da estrutura da planta e seu nível na planta não diminuir
com a maturação fisiológica ocorrida neste período (Tokarnia et al., 2000). Os
teores de Ca observados na primavera-verão representam em torno de 50% das
necessidades de uma vaca em lactação (NRC, 2001). Este valores refletem o
nível do solo, com pH inicial muito baixo, que mesmo após a correção inicial da
acidez, não foi eficaz em aumentar a disponibilidade deste nutriente para as
plantas.
As concentrações de K quantificadas no tecido de H. altissima cv. Flórida
foram influenciadas pelas doses crescente de cinza de biomassa apenas durante
o outono. Considerando-se o alto teor desse nutriente no produto era esperado
aumento na composição mineral da planta nas duas estações. O fato de não ter
ocorrido aumento do teor de K na primavera-verão pode estar relacionada a um
efeito de diluição, dado que houve efeito linear do aumento de produção de MS
em relação ao aumento das doses de cinza. À exceção da testemunha, os demais
tratamentos atendem a demanda do NRC (2001) não se constituindo um
problema à nutrição animal. Os teores de N seguiram tendência semelhante aos
dos teores de PB.
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24
Não houve efeito das doses para os micronutrientes avaliados (Cu, Zn, Fe,
Mn e B) nas avaliações de primavera-verão (Tabela 5). Durante o outono os
teores de Cu e Zn apresentaram resposta linear ao aumento das doses de cinza
de biomassa, enquanto os teores de Mn responderam de forma quadrática. Não
houve efeito dos tratamentos para B e Fe durante o outono.
As faixas de teores adequados de micronutrientes no tecido vegeral para
gramíneas perenes estão determinadas na literatura para braquiária, capim
colonião, capim elefante, pangola e tifton (CQFS RS/SC, 2004), e não há dados
para a espécie Hemarthria. No entanto, comparando-se com as espécies cujos
valores são conhecidos, os resultados encontrados na pastagem para todos os
tratamentos situaram-se dentro da faixa de suficiência.
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25
Tabela 5 - Teores de macro e micronutrientes no tecido foliar de Hemarthria altissima cv. Flórida, fertilizadas com cinza de
biomassa. Canoinhas, SC, 2008/2009.
Cinza de biomassa N P K Ca Mg S Cu Zn B Mn Na Fe (t/ha) -------------------------%--------------------------- -------------------------mg/dm3-------------------- g/dm3 Primavera-Verão 0 1,15 0,14 1,35 0,26 0,21 0,19 9,00 26,00 11,50 136,50 370,00 116,00 2,5 1,25 0,16 1,45 0,26 0,24 0,20 9,00 27,00 8,50 131,00 268,00 80,50 5 1,25 0,19 1,65 0,25 0,24 0,21 8,50 24,00 7,00 81,50 308,00 74,00 7,5 1,35 0,17 1,35 0,26 0,24 0,19 7,00 23,00 8,00 70,00 245,00 87,50 10 1,20 0,17 1,45 0,24 0,21 0,20 7,50 23,50 7,00 83,50 310,00 84,00 Doses ns ns ns ns ns ns ns ns ns Ns ns ns
Outono 0 1,05 0,09 0,73 0,21 0,14 0,12 5,50 16,50 5,50 64,00 332,00 101,00 2,5 0,85 0,10 0,97 0,27 0,16 0,18 7,50 25,00 6,50 150,00 155,00 184,50 5 1,05 0,13 1,10 0,30 0,17 0,19 6,50 22,00 7,50 134,00 136,00 149,50 7,5 1,10 0,21 1,35 0,42 0,29 0,30 10,00 33,00 7,50 129,50 240,00 186,00 10 1,60 0,25 1,65 0,42 0,28 0,35 9,50 30,50 9,00 131,50 237,00 173,50 Doses Q* Q* Q* L* L* L* L* L* ns Q* Q* ns R2 0,93 0,97 0,99 0,92 0,84 0,94 0,74 0,74 - 0,68 0,69 - N.R.C.1 - 0,24 1,00 0,53 0,18 0,20 ns = não significativo. * = significância do teste F no nível de 5%. Para doses, apresentada a curva de melhor ajuste (L = Linear simples ou Q =
Quadrática) e o valor de R2. Nutricional Research Council (2001), limite inferior para vacas de leite em lactação.
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26
3.5. Atributos do solo afetadas pela aplicação de cinza leve de
biomassa.
O pHágua não foi alterado com a aplicação da cinza de biomassa,
permanecendo na média de 4,74 doze meses após a aplicação e 4,65 na segunda
amostragem, 20 meses após a aplicação (Figura 11a). O aumento observado em
relação ao pH inicial de 4,3 foi devido à aplicação do corretivo cinza calcítica em
todos os tratamentos, com o objetivo de adequar o pH para o desenvolvimento
inicial da forrageira implantada. Silva et al (2009) avaliando efeito de cinza de
biomassa, com doses que variaram de 3 a 24t/ha, também não verificaram
alteração no pH tanto em Cambissolo quanto em Nitossolo, sendo que ambos os
tipos de solo apresentavam pH inicial abaixo de 4,5. Segundo esses autores a
cinza não foi efetiva na neutralização da acidez do solo por apresentar baixo
poder de neutralização do material, associado à elevada acidez do solo, que
exige a adição de quantidades expressivas de corretivos da acidez. Maeda et al.
(2008), por outro lado, verificaram elevação no valor do pH em CaCl2 com o uso
de cinza de biomassa, 148 dias após a aplicação de doses que variaram de 0 a
80t/ha, sendo esse efeito mais pronunciado na camada superficial (0-10cm),
onde o produto foi incorporado. Considerando-se que a cinza neste trabalho foi
aplicada em cobertura, sem incorporação e com doses entre 0 e 10t/ha era
esperado pequeno reflexo sobre o pH.
Não foi verificado efeito das doses, aos 12 meses após a aplicação da cinza
de biomassa para os teores de P, K e Ca (Figura 11). Sendo que a aplicação do
produto foi em cobertura, sem incorporação, esse resultado está coerente, uma
vez que essa forma de aplicação de insumos tende a apresentar efeitos mais
lentamente nos atributos do solo. Considerando-se ainda, que houve diferença
entre as doses na produção de massa seca é possível concluir que neste período
o efeito da aplicação de cinza de biomassa se deu mais como fonte de nutrientes
às plantas, do que um produto condicionador do solo.
O efeito da cinza de biomassa ao solo se deu de forma mais lenta, sendo
que na avaliação realizada aos vinte meses após a aplicação, foi verificado
aumento do P, dos teores de Ca e K (Figura 11) e consequentemente, aumento
na saturação de bases (Tabela 6). A elevação nos teores desses nutrientes no
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27
solo com o uso de cinza de biomassa está de acordo com outros autores
(Dallago, 2000; Maeda et al., 2008; Silva et al., 2009) e devem-se ao
considerável teor desses elementos na composição da cinza, que nas
quantidades aplicadas aportam valores expressivos desses nutrientes por área.
Com a elevação da saturação de bases, a adição da cinza de biomassa contribuiu
para a melhoria da qualidade química do solo.
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
pH
água
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Teo
r d
e K
no s
olo
(m
g/d
m3)
40
50
60
70
80
90
100
110
120
■ e □ Ŷ = ns
■Ŷ =51,38 – 1,74x + 0,69x2 R
2=0,96
□Ŷ = ns
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28
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Teor
de P
no s
olo
(m
g/d
m3)
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
Cinza de biomassa (t/ha)
0 2 4 6 8 10
Teor
de C
a (
cm
ol c
/dm
3)
2
4
6
8
10
12
Figura 11 – pH do solo e teores de fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca) aos 12
(□) e 20 (■) meses após a aplicação de cinza de biomassa em cobertura no solo.
Os teores de Mg e S não diferiram entre os tratamentos (Tabela 6), apesar
do valor de Mg acrescentado ao solo na dose de 10 t/ha de CBF ser de mais de
130kg/ha. Silva et al. (2009) observaram aumento dos teores de Mg no solo com
o uso de cinza de biomassa. Neste trabalho, entretanto, esse resultado deve-se
em parte ao fato de que os teores originais de Mg no solo já serem altos (CQFS
RS/SC, 2004), e em parte devido à elevação do teor e da saturação de Ca na
CTC. A lixiviação de Mg para camadas mais profundas também pode ter
ocorrido, tanto pelo efeito de aumento da concentração de Ca como pela maior
energia de ligação deste nas cargas do solo (Barber, 1984). Não houve efeito da
aplicação da cinza de biomassa sobre os teores de Na no solo - que em
■Ŷ =2,20 – 0,105x + 0,037x2 R
2=0,85
□Ŷ = ns
■Ŷ =4,68 +0,53x R2=0,74
□ = ns
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quantidades inadequadas pode ser um potencial dispersor de argila e
salinizador do solo (Albuquerque et al., 2002) – devido à baixa concentração
desse nutriente na sua composição química, que é em torno de 0,1% (Tabela 6).
Os teores de micronutrientes no solo não foram afetados pelas doses em
nenhuma das duas épocas de amostragem (Tabela 6) e foram bastante baixos
para Zn, B e Mn. França (1984) demonstrou que a maioria das pastagens de
gramíneas analisadas no Brasil tinha deficiência em cobalto, de cobre e de zinco
para nutrição de bovinos. A disponibilidade de micronutrientes para as plantas
depende, entre outros fatores, da textura, da matéria orgânica e principalmente
do pH do solo (Oliveira et al., 2012).
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31
Tabela 6 - Saturação de bases (V%), teores de Mg, S, Na e micronutrientes no solo em duas épocas de amostragem (12 e 20 meses)
após a aplicação em superfície, de doses de cinza de biomassa.
Cinza V Mg S Na Zn Cu B Mn Fe
t/ha % cmolc/dm3 -----------------------------------mg/dm3------------------------------------------- g/dm3
12 meses após a aplicação
0 40,7 1,13 36,67 32,00 1,22 1,03 0,43 42,33 2,70
2,5 43,3 0,93 33,33 32,33 1,24 0,87 0,70 45,00 2,27
5,0 31,3 1,37 33,67 34,67 1,55 1,13 0,60 44,00 3,37
7,5 32,3 1,40 31,33 36,00 1,61 1,20 0,50 48,67 3,60
10 55,7 1,57 31,97 36,33 1,35 0,93 0,40 30,00 4,37
Doses ns ns ns ns ns ns ns ns ns
R2 - - - - - - - - -
C.V.% 30,42 18,79 12,00 28,45 22,33 9,99 42,74 27,28 39,14
20 meses após a aplicação
0 35,0* 0,73 25,67 16,67 1,00 1,00 0,60 34,00 2,83
2,5 34,0 0,83 23,00 25,00 0,97 0,97 0,60 34,70 2,77
5,0 55,3 1,13 21,67 21,33 1,20 1,10 0,67 30,00 3,77
7,5 40,0 0,90 21,33 16,67 0,93 1,10 0,73 30,00 3,53
10 56,7 1,23 23,00 28,33 1,30 1,07 0,73 29,00 2,60
Doses Q ns ns ns ns ns ns ns ns
R2 91,22 - - - - - - - -
C.V.% 38,09 38,31 18,00 46,23 19,01 22,81 20,03 38,29 20,79 ns = não significativo. * = significância do teste F no nível de 5%. Para doses, apresentada a curva de melhor ajuste (L = Linear simples ou Q = Quadrática) e o valor de R2. 2C.V.= coeficiente de
variação.
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32
Os teores observados para os metais pesados (Cd, Cr, Ni, Pb e Hg) no solo se
mantiveram em níveis muito próximos àqueles da testemunha e muito próximos
entre si na primeira amostragem, aos 12 meses após a aplicação (Tabela 7). Neste
período de avaliação só foi observado efeito das doses de cinza de biomassa para Mo,
cujo teor no solo reduziu com o aumento das doses. Aos 20 meses após a aplicação,
foi observado aumento significativo nos teores de Ni e Cr e redução dos teores de Pb
no solo com o aumento das doses de cinza de biomassa. Os maiores teores
observados para o Ni, de 17,33mg/dm3 e para o Cr de 43,67mg/dm3 ocorreram com a
aplicação de 10t/ha. Esses valores situam-se dentro dos valores de referência
utilizados no país, no limite inferior do parâmetro conhecido como valor de
prevenção (VP), que é a concentração de determinada substância acima da qual
podem ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea, e
estão bem abaixo dos limites para valor de intervenção (VI) situação na qual, medidas
de remediação da área devem ser adotadas visando diminuir os riscos à saúde
humana (Cetesb, 2005).
Tabela 7. Teores de metais pesados no solo em duas épocas de amostragem (12 e 20
meses após a aplicação) em decorrência da aplicação de doses de cinza de biomassa
no solo.
Doses de
cinza
(t/ha)
Mercúrio
(Hg)
Chumbo
(Pb)
Níquel
(Ni)
Cádmio
(Cd)
Cromo
(Cr)
Molibdenio
(Mo)
mg/dm3
12 meses após a aplicação
0 0,07 20,00 14,00 <0,20 38,00 0,93
2,5 0,08 19,33 13,33 <0,20 39,33 1,33
5,0 0,09 20,00 14,67 <0,20 42,00 1,33
7,5 0,08 19,67 12,33 <0,20 37,67 0,93
10 0,08 20,33 13,33 <0,20 39,00 0,40
Doses ns ns ns ns ns Q
R2 - - - - - 98,62
C.V.% 10,08 12,05 7,45 0,00 4,98 34,02
20 meses após a aplicação
0 0,12 27,67 11,33 <0,20 35,00 0,40
2,5 0,14 31,33 11,33 <0,20 35,00 0,40
5,0 0,12 32,00 11,67 <0,20 37,00 0,40
7,5 0,10 22,00 16,33 <0,20 42,33 0,40
10 0,10 13,67 17,33 <0,20 43,67 0,40
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Doses ns Q Q ns Q ns
R2 96,61 89,68 93,14
C.V.% 16,20 25,32 11,55 0,00 6,74 0
V.O. 0,05-0,5 17-72 13-30 0,5-1,3 40-75 ≤4-30 ns = não significativo. * = significância do teste F no nível de 5%. Para doses, apresentada a curva de melhor ajuste (L = Linear
simples ou Q = Quadrática) e o valor de R2. C.V.= coeficiente de variação;V.O. = valores orientadores (Cetesb, 2005).
4. Conclusões e Recomendações
A cinza de biomassa é efetiva em aumentar a produção de MS de Hemarthria
altissima cv. Flórida por até dois anos após sua aplicação sem incorporação ao solo.
Durante o outono, doses de cinza acima de 5t/ha, permitem que os teores de proteína
bruta se mantenham maiores e os teores de FDA e FDN menores, contribuindo para
manter a qualidade do pasto neste período. O uso de cinza de biomassa até a dose de
10t/ha não influi nos teores de metais pesados no tecido vegetal de H. altissima cv.
Flórida.
A cinza de biomassa aumenta os teores de P, K e Ca no solo e a saturação de
bases. Até a aplicação de 10t/ha a cinza não é efetiva em aumentar o pH de um
Latossolo muito ácido. Ocorre elevação dos teores de Cr e Ni, vinte meses após a
aplicação de cinza de biomassa, sem incorporação ao solo, sem, no entanto,
representar riscos de contaminação, até a dose de 10t/ha, uma vez que os valores
observados para esses metais pesados encontram-se abaixo dos valores considerados
de risco pela legislação brasileira.
Considerando-se as características avaliadas, a dose de 10t/ha de cinza de
biomassa (base úmida) demonstrou potencial de uso como fertilizante para H.
altissima cv. Flórida.
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