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Avaliação dos impactos da exposição ao risco de contrapartes em um ambiente cada vez mais complexo

Avaliação dos impactos da exposição ao risco de contrapartes · 2017. 3. 7. · 1) “Exotic Derivatives Losses in Emerging Markets: Questions of Suitability, Concerns and Stability”

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Avaliação dos impactos da exposição ao risco de contrapartes em um ambiente cada vez mais complexo

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Contexto de mercado

Pela definição clássica, risco de crédito é definido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados. O conceito remete às operações em que existem pagamentos associados, também conhecidas como operações com caixa. Observamos nos últimos anos que o uso de produtos derivativos negociados - principalmente em mercados de balcão - tem aumentado de maneira ampla e significativa, tanto por empresas do setor financeiro quanto não financeiro. Eles são usados como mecanismos para mitigação de risco de mercado, relacionados às exposições em ações, mercadorias, moedas e taxas de juros. A International Swaps and Derivatives Association (ISDA) constata o crescimento e relevância deste segmento, ao apontar aumento considerável do volume financeiro de contratos de derivativos de câmbio e de taxa de juros:

y 1987: US$ 866 bilhões y 1995: US$ 17,7 trilhões y 2002: US$ 99,8 trilhões y 2012: US$ 499 trilhões

A crise global entre 2007 e 2009 possibilitou esclarecimentos sobre certos efeitos colaterais destas transações, anteriormente desconsiderados. O principal deles é o risco de crédito de contrapartes. Se derivativos são capazes de reduzir exposição e perdas provenientes de flutuações de mercado em ativos e passivos, eles também expõem a companhia ao risco de crédito de contrapartes envolvidos na negociação destes contratos. Em artigo recente, Randal Dodd, do FMI, estimou perdas de US$ 500 bilhões em transações de balcão realizadas por companhias não financeiras1. O especialista indicou o poder destrutivo de contratos derivativos mal administrados e a falta de experiência de muitas instituições de renome ao enfrentar o risco de crédito potencial – ou risco de crédito de contrapartes.

A situação motivou órgãos reguladores a tomar atitudes em todo o mundo e aumentou o controle do risco de crédito de contrapartes em companhias financeiras e não financeiras. Como exemplos, podemos citar o ato Dodd-Frank, as novas diretrizes da Basileia e as novas estruturas para contrapartes centrais.

O aspecto positivo e a utilidade dos contratos derivativos bilaterais prevaleceram e superaram os radicalismos que propunham o fim destes tipos de transações. Regras foram ajustadas para que a gestão apropriada do risco de crédito potencial passasse a fazer parte do arsenal de ferramentas para tomada de decisão financeira nas companhias.

Riscos diferentes

É fundamental avaliar riscos de mercado e de crédito para permitir o tratamento adequado do risco de contraparte dos instrumentos derivativos.

Risco de Mercado é aquele associado a perdas econômicas no valor de ativos e passivos, devido às mudanças nas condições de mercado. Como eventos de mercado podem impor perdas em preços de ativos e passivos? Basicamente, por meio de três canais: flutuações nos preços de mercado, mudanças nos patamares de volatilidade destes fatores de risco e alterações na estrutura de correlações entre eles.

O efeito das flutuações de preços é fortemente relacionado às metodologias utilizadas para determinação do valor justo ou “marcado a mercado” de diferentes ativos e passivos que constituem o portfólio de uma instituição. Desvios e erros de julgamento podem levar administradores financeiros ou gestores de risco a utilizar modelos inapropriados para previsão de preços, sem a ponderação entre simplificidade e adequação à realidade.

O “efeito inovação” é um aspecto importante, mas frequentemente ignorado pelos analistas, conforme evidenciado pela crise do subprime americano. O dinamismo típico dos mercados financeiros, em constante busca por novos instrumentos para compartilhamento de risco, torna a tarefa dos gestores e reguladores muito mais complicada. É fácil notar que gestores americanos das carteiras lastreadas em hipotecas não previram corretamente os preços de ativos em questão: eles estavam equivocados em suas estimativas.

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Além das diversas técnicas para precificação de ativos e derivativos, outros direcionadores são parte das tarefas cotidianas dos gestores de riscos de mercado: modelagem de volatilidades e correlações para vários fatores de risco, inclusive preços de ações, curvas de juros, taxas de câmbio, índices de inflação etc. A partir de modelos que mapeiam valores de ativos em seus fatores de risco, o exercício diário de previsão desses profissionais envolve combinação entre modelos estatísticos e cenários históricos para tentar antecipar os movimentos bruscos destas variáveis (volatilidade); como estes fatores se relacionam (correlações) e qual o efeito líquido destas flutuações nas carteiras das instituições (perdas potenciais e em cenários de estresse).

O Risco de Crédito é associado às perdas econômicas procedentes dos chamados “eventos de default” – ocorridos em transação financeira em que uma parte (ou contraparte) deixa de honrar suas obrigações previamente estabelecidas em contrato. Há exemplos deste tipo de evento em várias dimensões, inclusive transações bilaterais e multilaterais.

Neste ponto, somos capazes de estabelecer interação clara entre os riscos de crédito e de mercado: o risco de contrapartes, associado a perdas econômicas causadas pelo default de uma contraparte em transação bilateral, devido a flutuações nas condições de mercado. Deste modo, este tipo de risco é baseado na ideia de que movimentos nos fatores de risco de mercado são capazes de afetar o risco de crédito de portfólios de contratos de balcão ou bilaterais.

Para esclarecer a natureza bilateral do risco de contraparte existe um exemplo simples: swap de taxa de juros. Neste contrato, normalmente negociado em balcão e registrado em central de custódia, a parte "A" deve receber de sua contraparte "B", no instante do ajuste (settlement) a rentabilidade de uma taxa de juros específica (Libor, por exemplo). Enquanto "B" deve receber de sua contraparte "A", na mesma data, a quantia equivalente a outra taxa de juros específica (“treasury rate”, por exemplo). Na ausência de qualquer outra especificação, ambas as partes ("A" e "B") estão sujeitas aos riscos de crédito e de mercado.

Quando analisamos especificamente o risco de crédito de contrapartes, cenários de aumento da taxa Libor, apesar de gerarem para a parte “A” um ganho potencial, a expõem ao risco caso a parte “B” não honre o acordado no contrato. De maneira similar, cenários de crescimento na taxa treasury (em resposta a uma maior expectativa de inflação nos USA, por exemplo) afetam “B", pois, neste caso, é "A" que fica com sua capacidade de pagamento comprometida.

Na prática, durante a recente crise do mercado de crédito nos Estados Unidos, alguns casos ilustram os efeitos da combinação entre riscos de crédito e mercado. A lista das maiores perdas ocorridas em 2008 pode ser vista na tabela 1.

O que parecia um cenário interessante para bancos participantes do mercado de derivativos OTC se mostrou altamente prejudicial, pois resultou na insolvência de diversas companhias não financeiras (contrapartes destas instituições), incapazes de honrar compromissos contratuais. A má gestão do risco de crédito de contrapartes pelas instituições causou perdas relevantes também para o setor bancário. Algumas das transações em questão, devido à complexidade, ainda são alvo de disputas judiciais pelas companhais não financeiras envolvidas e evidenciam perigos da gestão inadequada do risco de contrapartes pelos bancos.

Reação regulatória

A reação de autoridades regulatórias em todo o mundo é historicamente comum após crises financeiras. A suposta incapacidade dos reguladores do sistema financeiro em antecipar movimentos como esse é ponto relevante e questionado durante períodos de crise. A falha, infelizmente, é de improvável correção, devido à dinâmica e às inovações típicas dos mercados financeiros. Em nenhum outro mercado ou setor há um fluxo de inovação e criação de novos produtos tão único, com transações montadas de acordo com demandas específicas de cada cliente. Na maioria dos casos, os reguladores estão atrasados em relação aos novos produtos e seus fatores de risco.

Como em outras situações semelhantes – notadamente o período da crise de 1929 – a culpa recai sobre o setor financeiro, cujo “furor especulativo” deve ser contido pelos reguladores em benefício da sociedade. Nestas situações, geralmente surgem propostas radicais.

Nos Estados Unidos, por exemplo, parte da classe política chegou a sugerir o fim das transações envolvendo derivativos de balcão – medida que felizmente não foi levada adiante pelo grupo de trabalho que conduziu a reforma do sistema financeiro americano. Esta proposta teria afetado todas as instituições, financeiras e não financeiras, que procuram por produtos derivativos específicos (não padronizados ou não negociados em bolsas) para proteger seus fluxos de caixa operacionais. Caso chegássemos a esse ponto, o próprio mecanismo de diversificação de riscos no mercado financeiro seria comprometido, pelo menos a curto prazo, enquanto as bolsas de derivativos não atingissem os níveis necessários de flexibilidade e variedade de produtos.

Ao mesmo tempo que continuaram a permitir a montagem de transações bilaterais com derivativos, reguladores adotaram medidas para estabelecer requisitos mínimos e boas práticas para mitigação do risco de contrapartes. De maneira geral, controles e métricas apropriadas para este tipo de risco têm sido enfatizados em diversos fóruns relevantes. Em relação ao ato Dodd-Frank (*), ressaltamos a importância das medidas adotadas referentes à gestão do risco de contrapartes como instrumento capaz de impedir grandes perdas em bancos – o que evitaria situações de “risco moral” surgidas a partir da crise recente.

Esta discussão está em pauta no grupo do G-20, responsável pelo estabelecimento de práticas e normas para derivativos OTC, com o suporte de outras entidades, como FSB, BIS, EMIR, ESMA e ISDA (figura 1).

2009 2010 2011 2012

Recomendações do G20

Ato Dodd-Frank

Orientação do FCB na implementação do

OTC secundário

Prazo do G20 para implementação

Conselho europeu concorda com GMIR

Figura 1

Tabela 1 - Lista das maiores perdas ocorridas em 2008

Companhia

Westfield Trust

Aracruz

Cia Sid Nacional

Sadia

China Eastern Airlines

Daewoo

Taesan LCD

Citic Pacific

Sundaram Multi Pap

Saizeriya

Controladora Coml Mexico

Gruma

Odelewnie Polskie

País de Origem

Austrália

Brasil

Brasil

Brasil

China

Coreia do Sul

Coreia do Sul

Hong Kong

Índia

Japão

México

México

Polônia

Perdas (US$ milhões)

504,79

1.145,90

863,15

1.290,50

857,84

1.773,00

685,67

2.084,00

5,65

160,45

2.187,30

1.321,10

47,39

Perdas / Receitas

35,60

32,20

11,30

20,80

14,20

15,90

81,30

35,00

19,00

18,80

45,70

32,90

77,30

Fonte: IBGC em Foco, ed. no. 60, Maio/2012

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Administração do risco de crédito de contrapartes

Abaixo, temos o sumário das principais aplicações relacionadas à gestão do risco de contrapartes. Consideramos situações enfrentadas por instituições financeiras e não financeiras: controle de limites e aprovações, cálculo de valor justo (credit value adjustment - CVA), avaliação de chamadas de margem sob situações

Figura 2 - Benefícios da Administração do Risco de Contrapartes

Os reguladores e as melhores práticas contábeis também estão

requerendo o tratamento apropriado dos riscos de contraparte

Um modelo que considere chamadas de margem em cenários adversos pode ser uma ferramenta importante para administração de

riscos de contraparte e liquidez

Mesmo quando as exposições são mensuradas, as posições que as originam muitas vezes não podem ser desfeitas instantaneamente

Para ser efetivo, um programa de gestão de crise deve oferecer um mecanismo para limitar o tamanho das exposições da instituição

Cálculo do valor justo

Como calcular o valor para proteção do risco de contraparte (CVA)?

Cenários de crises e liquidez

Qual minha exposição potencial e quão grande ela pode ser em situações extremas?

Controle de limites e aprovação

de operações

Como calcular e monitorar exposições

considerando os acordos de neeting e colaterais?

Capital econômico e regulatório

A instituição possui capital adequado ao perfil de riscos a que

está exposta?

Exposição e riscode contraparte

extremas (cenários de crises de liquidez, por exemplo) e avaliação de capital econômico e regulatório (figura 2).

Para administrar de maneira apropriada o risco de contrapartes, as companhias precisam de infraestrutura que suporte a integração das informações provenientes de todas as linhas de negócio e atividades da empresa em quatro diferentes dimensões (figura 3).

Estratégia

Processos

Tecnologia

OrganizaçãoCapacidades em gestão de

riscos

y Visão estratégica articulada e abordagem alinhadas com as atividades tomadoras de risco

y Processo de alocação de capital baseado em risco y Análise de investimentos realizada tanto dentro dos portfólios quanto em termos individuais

y Estrutura de governança de riscos forte e centralizada

y Chief Risk Officer

y Políticas de gestão de risco e procedimentos claramente definidos, tanto em nível corporativo quanto para as unidades de negócio

y Controles efetivos e limites de risco

y Provedores de dados internos e externos/interfaces y Capacidades em data warehousing e middleware y Ferramentas para medição de risco y Ferramentas para visualização de dados

Figura 3 - Linhas de negócio e atividades da empresa em quatro dimensões

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A estrutura adequada

O primeiro passo na construção de uma estrutura para risco de contrapartes é definir claramente políticas, procedimentos, papéis e responsabilidades. Diferentes estruturas são encontradas nas organizações para o gerenciamento de risco de mercado e de crédito. Porém, as interações entre tais unidades devem ser melhoradas para fornecer todas as informações necessárias para a gestão do RCC.

Após estabelecer a unidade responsável e definir políticas, papéis e responsabilidades, o passo seguinte é implementar um processo estruturado, capaz de medir, controlar e administrar o Risco de Crédito de Contrapartes (figura 4).

Quantificar exposiçõesCalcular medidas de exposição da instituição a cada uma das contrapartes.

Monitorar riscos e limitesA administração estruturada dos riscos de contraparte deve contemplar a definição de políticas e limites e o monitoramento contínuo destes.

Proteção e ajuste da carteira Avaliação do valor justo do risco de contraparte (CVA) e da proteção das exposições da instituição.

Análises de sensibilidade, cenários e estratégias Análises de Cenários de stress e do risco incremental de novas operações e estratégias.

Figura 4

Na etapa de cálculo da exposição ao risco de contrapartes do portfólio busca-se obter uma perspectiva clara das exposições ao crédito corrente e futuro dos ativos, passivos e derivativos. Muitas pesquisas têm tentado definir as metodologias mais apropriadas para estes cálculos, tais como a ECE - Expected Credit Exposure e a WCE - Worst Credit Exposure, com um arsenal de ferramentas poderoso para as instituições medirem a exposição ao crédito.

O propósito da mensuração do risco de contrapartes é mitigar futuras perdas, causadas pela falha de uma das partes em honrar seus compromissos contratuais em face de uma situação adversa no mercado. É essencial a modelagem de cenários alternativos em datas futuras, como datas de ajuste, bem como a distribuição de probabilidades subjacentes. No caso das operações estruturadas e derivativos complexos, que possuem vários fluxos de caixa incorporados no mesmo contrato, estes pontos se tornam mais importantes, pois é preciso gerar cenários e distribuições para vários instantes futuros - os chamados time steps.

Figura 5

Cenários são simulados para os principais fatores de risco da carteira da instituição em um conjunto de datas definidas ao longo do tempo.

Para cada cenário simulado e para cada data de simulação todos os contratos da carteira tem seus valores recalculados.

Para cada cenário simulado e para cada data de simulação, a exposição à contraparte de cada contrato individual é calculada

Gerar cenários Cálculo de preços Cálculo exposições

Tempo

tn

t0

t1

Frequência

Valor

Os métodos intensivos em simulação, por meio de seleção dos processos estocásticos mais apropriados para cada fator de risco, devem ser utilizados em vez da simples “marcação a mercado” – tradicionalmente utilizada em métricas para gestão de risco neste ambiente. Técnicas de simulação também são mais apropriadas para incorporar as características relevantes de um portfólio, como os ajustes, as cláusulas de consolidação (netting agreements) e os efeitos de diversificação.

Prover estimativa da exposição de cada contrato individualmente é a primeira fase da construção das métricas para exposição das contrapartes. São três os componentes utilizados no cálculo da distribuição dos níveis de exposição ao crédito (figura 5).

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Com esta informação, a unidade de gestão de riscos pode monitorar os riscos assumidos e compará-los com os limites estabelecidos pela instituição. Para desempenhar controles apropriados é importante definir métricas para o risco de crédito de contrapartes.

Uma vez calculada a distribuição agregada da exposição das contrapartes, algumas métricas podem ser utilizadas para resumir a exposição final da instituição:

y Máxima (pior) exposição potencial futura: representa o valor máximo da exposição, calculado durante todo o período de simulação.

Esta medida é baseada nos valores de Worst Credit Exposure (WCE) considerados para cada período de tempo, mas pode ser computada a partir de medidas baseadas em valores esperados. Considerando as regras do acordo de Basileia, por exemplo, estas medidas são também conhecidas por máxima EE (Expected Exposure) efetiva e EPE (Expected Potential Exposure) efetiva

y Exposição Esperada Média: representa a média das exposições esperadas ao longo do tempo, considerando todos os time steps e cenários simulados (figura 6)

Geração de cenários

Cálculo de preços

Cálculo de exposições

Figura 6

Processos estocásticos e parâmetros de simulação. Horizonte e períodos de simulação. Número de cenários e fatores de risco.

Curvas e dados de mercado. Modelos de cálculo de preço (mtm).

Medidas de cálculo de exposição.Análises de eventos extremos.

Nesta análise, além da exposição às contrapartes, alguns aspectos precisam ser considerados:

y Risco de concentração y Contribuição dos fatores de risco y A próxima etapa consiste em realizar análise de cenários e testes de estresse nos parâmetros e transações dentro do portfólio, de modo a prover “insights” e informações úteis acerca de sua sensibilidade, permitindo a avaliação dos riscos marginais

Medidas de Exposição

ECE

WCE

Questão Respondida

Qual o valor esperado da minha exposição ao longo do tempo?

Qual o valor máximo que se pode perder em condições normais de mercado com determinado nível de confiança?

Principais Aplicações

y Análise de concentração da carteira.

y Análise do valor do risco de contraparte (CVA).

y Aprovação de operações com contrapartes individuais.

y Análise de cenários extremos.

Questão Respondida

y Meses para saída da operação (tipicamente menos que 1 ano).

y Maturidade contratos.

y Maturidade contratos. y Meses para saída da operação (tipicamente menos que 1 ano).

Com todas as posições e riscos mensurados e limites verificados, é necessário realizar ajustes no portfólio ou procedimentos de mitigação para balancear riscos e exposições. Uma vez que as posições de determinada carteira não podem ser instantaneamente desfeitas, a precificação do risco de crédito (CVA) e as exposições para proteção (Hedge) podem ser muito relevantes para a companhia.

A administração apropriada do risco de contrapartes, além dos aspectos já mencionados e relacionados à modelagem e aos processos, envolve a definição de ambiente tecnológico adequado e equipe capacitada.

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Ambiente tecnológico

Uma vez que o cálculo das métricas para exposição potencial requer modelos financeiros sofisticados, diversas simulações devem ser realizadas ao longo do tempo, com quantidade significativa de informações e dados a serem tratados. A análise de portfólios com diferentes grupos de ativos e riscos torna o processo de mensuração do risco potencial ainda mais complexo.

A avaliação deste tipo de risco deve sempre se ancorar numa estrutura tecnológica capaz de atender o volume de informação, a complexidade dos produtos financeiros e a velocidade requerida para os fluxos de informação.

Para obter todas as informações necessárias e atender aos requisitos mínimos de segurança, é preciso utilizar infraestrutura de sistemas robusta e habilitada a suprir as necessidades da instituição de maneira integrada (figura 7).

Figura 7

Dados de Mercado

Base de dados

y Contratos y Contrapartes y Acordos legais y Garantias y Limites de crédito

Calculadora Financeira

y Simulações de MC y Avaliação de preços y Cálculo de exposições

Ferramenta de Análise e Relatórios

y Medida de Exposição y Medida de Concentração y Medida de Contribuição y Medida de Valor Ajustado (CVA)

Fonte: Solução Front Back

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Equipes capacitadas

A gestão do risco de contrapartes requer um time de profissionais qualificados e com a cultura de gestão de riscos. Eles serão responsáveis pelo desenvolvimento, calibração e configuração dos modelos necessários, uso otimizado dos sistemas tecnológicos, e pela preparação dos relatórios enviados à administração da companhia.

Considerações finais

Ao considerar as dificuldades enfrentadas num passado recente devido a práticas inapropriadas para a mensuração e avaliação do risco de crédito de contraparte e as reações dos reguladores ao redor do globo, a existência de uma estrutura sólida, o desenvolvimento de metodologias e práticas adequadas a serem empregadas no tratamento deste tipo de risco torna-se um diferencial para as empresas de alta performance.

Mais ainda pelo fato de existirem questões em aberto, como a incorporação do cálculo do CVA (credit valuation adjustment) nas análises e a adequação das instituições, financeiras e não financeiras, as novas demandas regulatórias do Acordo de Basileia III e do ato Dodd-Frank.

Investir no aprimoramento de uma estrutura capaz de gerenciar adequadamente o risco de contraparte pode trazer diversos benefícios ao negócio – não apenas no sentido de mitigar perdas e reduzir custos mas principalmente em auxiliar a identificar novas oportunidades de negócio em um mercado cada vez mais complexo e competitivo.

Como a Accenture pode ajudar

A Accenture tem auxiliado seus clientes em aprimorar processos, modelos, políticas e tecnologia frente estes novos desafios. Fundamentada na soma do conhecimento de nossos profissionais e das últimas tecnologias, somos capazes de estabelecer parcerias para as seguintes frentes:

y Avaliação de Capacidades e Maturidade – avaliação do estado atual da gestão do Risco de Crédito de Contrapartes dentro das organizações, alavancando modelos de maturidade e práticas líderes para identificar oportunidades, entregando um roadmap completo para a solução dos gaps

y Modelo operacional para o Middle Office: desenho e desenvolvimento da área de middle office a ser responsável pela gestão do risco de crédito de contrapartes da instituição, ajudando a definir os processos, papéis e responsabilidades

y Gestão de dados: avaliação, desenho e desenvolvimento da arquitetura ideal a ser utilizada pela instituição na gestão do risco de crédito de contrapartes, incluindo definições relacionadas a Datamarts e datawarehouses

y CCR Reporting e Analytics: auxílio aos clientes no desenvolvimento de seus próprios modelos internos para o cálculo do risco de crédito de contrapartes e dos relatórios necessários, em todos os níveis

y Soluções tecnológicas: licenciamento e implantação de solução tecnológica proprietária (Accenture RiskControl) para a gestão do Risco de Crédito de Contrapartes, auxílio em processos de seleção de soluções e execução de projetos de implementação de software de terceiros, incluindo integração com sistemas legados e provedores de dados

Solução Accenture RiskControl Potential Credit Exposure

A solução Accenture RiskControl (ARC) torna possível contar com uma única interface para registro de múltiplas transações. A solução oferece ampla gama de ferramentas analíticas e módulos direcionados para trading e gestão de riscos. O Accenture RiskControl permite a transparência no uso de dados, sua armazenagem e ferramentas de auditoria automatizadas, ao fornecer controle integrado e consistente de suas operações financeiras ou com commodities. Como resultado, é possível mitigar os riscos operacionais que são inerentes a controles e análises, baseadas em planilhas pessoais ou sistemas inadequados. A solução fornece às companhias visão unificada e clara acerca de seus riscos de mercado, liquidez e contrapartes, por meio de uma extensiva estrutura analítica.

Com o módulo para cálculo da Exposição Potencial ao Crédito, a solução ARC permite o cálculo de todas as medidas relacionadas a exposição potencial futura de contratos financeiros, incluindo posições em caixa, títulos, swaps, futuros, forwards e opções, considerando, inclusive, cláusulas de consolidação (netting clauses) relacionadas às contrapartes. Para tal, a solução se utiliza de uma robusta estrutura para simulações de Monte-Carlo, com processos estocásticos, fatores de risco e time steps configuráveis de acordo com as necessidades dos usuários. A ferramenta também permite o monitoramento dos limites de exposição contra níveis de risco e concentração predefinidos para cada contraparte dentro de seu portfólio.

http://www.accenture.com/br-pt/Pages/service-consulting-risk-management-overview-summary.aspx

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Sobre a Accenture

A Accenture é uma empresa global de consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, com cerca de 266.000 profissionais atendendo a clientes em mais de 120 países. Combinando experiência ímpar, conhecimento profundo sobre todos os setores econômicos e funções de negócio, e extensa pesquisa junto às mais bem-sucedidas organizações no mundo, a Accenture colabora com seus clientes, quer sejam empresas ou governos, para ajudá-los a alcançar altos níveis de performance. A companhia teve receitas líquidas de US$ 27,9 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de agosto de 2012. Sua página na internet é www.accenture.com.br

Copyright © 2013 AccentureTodos os direitos reservados.

Accenture, seu logotipo eHigh Performance Delivered são marcas registradas da Accenture.

Sobre Accenture Risk Management

Accenture Risk Management ajuda seus clientes a transformar gerenciamento de risco em uma capacidade que agrega valor ao negócio, onde risco é utilizado como um diferenciador competitivo. Ajudamos os clientes a criar e implementar uma capacitação integrada de gestão de riscos, alinhando risco e retorno de forma a alcançar a melhor relação custoxbenefício trazendo conhecimentos em estratégia de negócio e risco para avaliar opções de mercado e conduzir ao crescimento de lucro. Accenture Risk Management busca incorporar conhecimentos de gerenciamento de risco para toda a organização visando suportar uma cultura de risco consciente, adaptando a instituição aos regulamentos de indústria e geografias de forma holística, focando nos seus impactos e resultados no negócio.

Para mais informações

Marcelo Oliveira: Managing Director da prática de Risk Management, responsável pelos negócios que envolvem a implantação do Accenture RiskControl e outras ferramentas analíticas que suportam projetos de gestão de riscos. Formado em Engenharia Elétrica pela PUC do Rio de Janeiro, tem MBA Executivo pela Coppead. [email protected]

Rodrigo de Barros Nabholz: executivo da prática de Risk Management da Accenture, especializado em Riscos Financeiros (mercado, liquidez e crédito), lidera práticas de Risco de Mercado e Liquidez. Rodrigo é bacharel em Matemática Aplicada e Computacional pela Unicamp e Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica - USP. É professor convidado na BM&F de “Gestão de Riscos” e “MBA em Derivativos”; no PECE-Poli no curso “MBA em Engenharia Financeira”[email protected]

Edson Gonçalves: executivo da prática de Risk Management da Accenture, especializado em modelagem quantitativa (Analytics) para análise dos diversos tipos de Risco (Mercado, Crédito, Regulatório, Operacional), em instituições financeiras e empresas. Edson é bacharel em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Mestre e Doutor em Economia pela EPGE-FGV. É professor em tempo parcial dos cursos de Economia (EPGE) e Administração (EBAPE) da FGV-RJ e professor convidado na BM&F, em cursos relacionados a gestão de Riscos, Derivativos e Regulaçã[email protected]