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III Congresso Consad de Gestão Pública AVANÇOS E PERSPECTIVAS NA CONDUÇÃO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES: ARTICULAÇÃO NO GERENCIAMENTO CONTÍNUO DO SISTEMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Wilmina Achan Paulo de Souza Nunes Filho Jair de Oliveira Sento-Sé Antonio Cesar Rodrigues Sousa

AVANÇOS E PERSPECTIVAS NA CONDUÇÃO DOS … · 2014-06-04 · acompanhar e controlar as publicações dos atos relativos às ... ou entidades da administração pública estadual;

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III Congresso Consad de Gestão Pública

AVANÇOS E PERSPECTIVAS NA CONDUÇÃO DOS

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES: ARTICULAÇÃO NO GERENCIAMENTO CONTÍNUO DO

SISTEMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Wilmina Achan Paulo de Souza Nunes Filho

Jair de Oliveira Sento-Sé Antonio Cesar Rodrigues Sousa

Painel 38/148 Modernização, inovação e impactos na melhoria da gestão pública no Governo do Estado da Bahia através da atuação de um sistema articulado de órgãos de controle e combate à corrupção

AVANÇOS E PERSPECTIVAS NA CONDUÇÃO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

DISCIPLINARES: ARTICULAÇÃO NO GERENCIAMENTO CONTÍNUO DO SISTEMA DE

CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Wilmina Achan Paulo de Souza Nunes Filho

Jair de Oliveira Sento-Sé Antonio Cesar Rodrigues Sousa

RESUMO A área jurídica está inserida no procedimento de fiscalização e cumprimento dos princípios e normas que regem a Administração Pública, especialmente os atinentes à legalidade, à impessoalidade e à moralidade, com a verificação, em caso de sua violação, da plena apuração das responsabilidades dos servidores públicos e de uma efetiva aplicação das sanções cabíveis. Além das atividades de apuração, controle e punição, através das Sindicâncias e dos Processos Administrativos Disciplinares, é incumbência da área jurídica no desempenho das suas funções, interagir com outros órgãos e/ou entidades da administração pública estadual e elaborar sugestões de medidas administrativas tendentes a prevenir e eliminar as possibilidades de infrações e ilícitos administrativos cometidos pelos servidores, evitando-se a repetição de irregularidades constatadas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 03

OBJETIVOS............................................................................................................... 04

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES: ARTICULAÇÃO NO GERENCIAMENTO CONTÍNUO DO SISTEMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO.......................................................................... 06

RESULTADOS INICIAIS............................................................................................ 14

PERSPECTIVAS........................................................................................................ 20

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 22

3

INTRODUÇÃO

A Corregedoria Geral inova com uma atuação proativa, diferenciando-se

da maneira tradicional, e com uma ação conjunta e interativa entre as áreas jurídica

e de fiscalização, desde as etapas iniciais da investigação preliminar, visando a

redução de diligências e agilização na condução dos processos administrativos

disciplinares.

Sendo a correição um procedimento de fiscalização e cumprimento dos

princípios e normas que regem a Administração Pública, especialmente os atinentes

à legalidade, à impessoalidade e à moralidade, necessária se faz a atuação da área

jurídica em todas as fases da atividade correicional. E ainda, compete à área jurídica

identificar falhas sistêmicas nas estruturas da administração pública estadual e

propor medidas corretivas para prevenir contra o cometimento de infrações e ilícitos

administrativos pelos servidores públicos.

Ressalta-se a atuação da área jurídica sobre a esfera correicional,

também, a partir das irregularidades de conduta disciplinar detectadas através das

operações correicionais realizadas pela Corregedoria Geral. Assim, podem-se

verificar ações subseqüentes às inspeções realizadas, com a adoção de

providências pertinentes às fragilidades nas ações administrativas identificadas,

visando apurar responsabilidades mediante a instauração de processos

administrativos disciplinares.

Considerando a atuação intensiva da Corregedoria Geral, imprescindível

se faz uma articulação com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), Defensoria

Pública do Estado (DPE), Ouvidoria Geral do Estado (OGE), Secretarias de Estado

e demais instâncias correicionais, objetivando agilizar, sistematizar os

procedimentos e integrar as partes envolvidas para atender, em tempo hábil, a

demanda reprimida de processos administrativos.

Para realizar o controle, monitoramento e acompanhamento das

sindicâncias e dos processos administrativos disciplinares instaurados no âmbito do

Poder Executivo Estadual, implantou-se o SICAJ/PAD, ferramenta desenvolvida em

parceria com a Procuradoria Geral do Estado, permitindo um gerenciamento mais

eficaz das informações correicionais.

4

OBJETIVOS

Constituem objetivos do sistema de gerenciamento de processos definir,

padronizar, sistematizar, normatizar e monitorar os procedimentos atinentes às

atividades de correição, no âmbito da administração pública estadual, através das

seguintes ações:

� propor normas e uniformização de rotinas, práticas e procedimentos

para o acompanhamento e controle na execução das atividades de

correição do Estado, promovendo o seu aperfeiçoamento sistemático e

continuo;

� acompanhar e controlar as publicações dos atos relativos às

Sindicâncias e Processos Administrativos Disciplinares (PADs), através

dos veículos oficiais de divulgação da Administração Pública e outros

meios de comunicação;

� participar, direta ou indiretamente, do planejamento e execução de

treinamento das comissões de Sindicâncias e Processos

Administrativos Disciplinares;

� orientar as comissões de Sindicâncias e de Processos Administrativos

Disciplinares (PADs) sobre os procedimentos referentes à publicação

de atos pertinentes aos processos, de acordo com a legislação

específica;

� assessorar tecnicamente as comissões de Sindicâncias e Processos

Administrativos Disciplinares (PADs);

� organizar e manter rede integrada de informações, para dotar a

Administração Pública Estadual de dados atualizados referentes aos

processos de Sindicâncias e Processos Administrativos Disciplinares

(PADs);

� instaurar ou requisitar a instauração, de ofício ou a partir de

representações e denúncias, de sindicâncias, processos

administrativos disciplinares e demais procedimentos correcionais para

apurar responsabilidade por irregularidades praticadas no âmbito do

Poder Executivo Estadual;

5

� propor ao Secretário da Administração a avocação de sindicâncias,

procedimentos e outros processos administrativos em curso em órgãos

ou entidades da administração pública estadual;

� instaurar sindicância ou processo administrativo disciplinar ou,

conforme o caso, propor ao Secretário da Administração representar ao

Governador do Estado para apurar eventual omissão das autoridades

responsáveis pelos procedimentos a que se referem os incisos

anteriores;

� verificar a regularidade das sindicâncias e dos processos

administrativos instaurados no âmbito do Poder Executivo Estadual;

� propor a avocação e a declaração de nulidade de sindicâncias e

processos administrativos disciplinares instaurados no âmbito do Poder

Executivo Estadual;

� manter registros adequados e consistente dos atos, dados e

informações produzidas das denúncias formalmente prestadas.

6

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES: ARTICULAÇÃO NO

GERENCIAMENTO CONTÍNUO DO SISTEMA DE CONTROLE,

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A criação da Corregedoria Geral, através da Lei Estadual no 10.955, de

21/12/07, ensejou o delineamento do cenário existente em 2008, apresentando o

seguinte diagnóstico situacional:

Situação Inicial (2008) Situação Atual (2009)

- Diferentes referenciais normativo-legais sobre as tipologias das irregularidades nos Processos Administrativos;

- Falta de comunicação e interação entre as diversas instâncias correicionais;

- Baixa capacidade de apuração, punição e prevenção das irregularidades praticadas por servidores públicos;

- Baixa qualidade de instrução processual;

- Elevado número de Processos Administrativos com prescrição de prazo;

- Inexistência de controles e acompanhamento de sindicâncias e Processos Administrativos Disciplinares;

- Dificuldade para compor comissões

- Criação do Sistema de Correição Estadual;

- Padronização e normatização dos procedimentos processuais dos Processos Administrativos;

- Estabelecimento de referencial normativo-legal para as irregularidades identificadas;

- Articulação com a Defensoria Pública para garantia do princípio da ampla defesa e do contraditório, levando à uma ampliação da capacidade de apuração;

- Sistematização dos procedimentos dos Processos Administrativos Disciplinares (citações, audiências, relatórios etc) em conformidade com as tipologias;

- Desenvolvimento e implantação da ferramenta SICAJ/PAD (sistema para acompanhamento de processos administrativos e judiciais);

- Capacitação (Videoconferência)

Quadro 1: Comparativo de cenários – Corregedoria Geral

Visando sanear as situações identificadas, foram implementadas ações

corretivas para uma mudança de cenário, destacando-se, dentre elas: a criação do

sistema de Correição Estadual, prestação de orientação e supervisão técnica,

elaboração do Manual de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar,

cronograma de audiências e agendamento de instauração de processos por

tipologia.

7

Articulação no gerenciamento dos processos administrativos

Para uma atuação mais dinâmica e efetiva, foi indispensável uma

articulação planejada junto aos órgãos que compõem o sistema de controle interno

do Estado – Procuradoria Geral do Estado e Ouvidoria Geral do Estado – bem como

com a Defensoria Pública do Estado.

Uma das competências da Corregedoria Geral, expressa no artigo 3o,

inciso II do Sistema de Correição Estadual (Decreto Estadual no 11.415/2009), é:

“definir, padronizar, sistematizar e normatizar procedimentos atinentes às atividades

de correição exercidas pelas demais unidades do Sistema”.

Para tanto, é preciso que a Corregedoria Geral atue em convergência de

entendimento com a Procuradoria Geral do Estado, também de acordo com o artigo

8o do mesmo decreto que define: “As atividades do Sistema de Correição Estadual

serão exercidas sob a orientação técnico-jurídica da Procuradoria Geral do Estado”.

A Procuradoria Geral do Estado (PGE), conforme o Decreto no 11.738 de

30 de setembro de 2009, é o órgão diretamente subordinado ao Governador e sua

finalidade é a representação judicial e extrajudicial, a consultoria e o

assessoramento jurídico do Estado.

Sendo assim, e visando o cumprimento do disposto acima, esta

Corregedoria formulou consultas à Procuradoria Geral do Estado acerca de matérias

diversas sobre as possibilidades de desvio de conduta disciplinar e violação dos

preceitos consignados em Lei, visando ter o mesmo entendimento nas ações de

sindicância e processo administrativo disciplinar. As matérias consultadas à PGE, no

biênio 2008-2009, podem ser visualizadas no quadro 2, a seguir:

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Matéria Consulta

01 Múltiplo vínculo Compatibilidade na acumulação do cargo de Professor com outros vínculos.

02 Acumulação de cargos de Professor

Possibilidades no acúmulo de cargos.

03 Disposição de servidor público

Ônus da cedência; hipóteses; exceções; prazos.

04 Disposição de servidor público sem respectivo ato / tempo

Caráter transitório da disposição; regularização; cedidos para outro Poder.

05 Servidor – Aposentadoria / Abandono de cargo

Instauração de processo administrativo disciplinar, por abandono de cargo, para os servidores que deixam de ir trabalhar após pedido de aposentadoria.

06 Vínculo terceirizado Prestação de serviço ao Estado, através de Pessoa Jurídica, caracteriza vínculo público.

07 Súmula Vinculante no 05 do STF

Alcance da Súmula no Estado da Bahia, referente à obrigatoriedade do advogado no processo disciplinar.

08 Videoconferência Possibilidade de realização de audiência pelo sistema de videoconferência.

09 Médico – Detran Exercício das atividades sem a devida realização de curso de capacitação

10 Médico Coordenador Acúmulo da função de médico com atividade administrativa de coordenação em outra unidade.

11 Carga Horária – compatibilidade de horários

Carga horária máxima permitida na acumulação de cargos públicos: 60 horas semanais.

12 Investigador de Polícia Compatibilidade no acúmulo dos cargos de Professor x Investigador de Polícia Civil, com o advento da Lei Orgânica da Polícia Civil (Lei Estadual no 11.370, de 04 de fevereiro de 2009) e alteração do inciso II do artigo 178 através da Lei Estadual no 11.380, de 19 de fevereiro de 2009, em seu artigo 12.

13 Engenheiro Sanitarista O cargo de Engenheiro Sanitarista pode ser considerado como cargo privativo da área de saúde.

14 Servidor Custodiado Instauração de Processo Administrativo Disciplinar para demissão do servidor custodiado. Responsabilização do gestor pela comunicação de custódia.

Quadro 2: Matérias de consulta jurídica feitas à Procuradoria Geral do Estado – 2009 Fonte: CGR – Dezembro/2009 Elaboração: CGR

Essa ação é de suma importância para o funcionamento do Sistema de

Correição Estadual, devendo a Corregedoria Geral, portanto, disseminar os

pareceres das consultas jurídicas feitas à Procuradoria Geral do Estado, objetivando

padronizar os procedimentos referentes a sindicância e processo administrativo

disciplinar, mantendo uma rede integrada de informações para apuração de

responsabilidade por irregularidades praticadas no âmbito do Poder Executivo

Estadual. A disseminação dos pareceres se concretiza a partir de documento no

qual estão reunidas todas as consultas.

9

Um dos órgãos que constituem a Procuradoria Geral do Estado é o

Núcleo de Controle Administrativo e Disciplinar, ao qual cabe oficiar nos processos

administrativos disciplinares e sindicâncias que envolvam apuração de ilícitos

funcionais ou responsabilidade por atos de corrupção e improbidade administrativa,

propondo às autoridades administrativas a aplicação de sanções disciplinares pela

prática de ilícitos funcionais.

À Defensoria Pública do Estado, enquanto instituição permanente e

essencial à função jurisdicional do Estado, incumbe a promoção das políticas

públicas, preventivas e postulatórias, de assistência e orientação jurídica, integral e

gratuita aos necessitados, dos direitos humanos, dos direitos e interesses

individuais, coletivos e difusos e a defesa judicial, extrajudicial e administrativa, em

todos os graus e instâncias.

Neste contexto, articulou-se a parceria entre as duas unidades –

Corregedoria Geral e Defensoria Pública, com vistas a disponibilizar defensores

públicos gratuitos ao servidor processado que não tenha condições de arcar com os

honorários advocatícios, garantindo-se-lhe, assim, principalmente, o direito à ampla

defesa e ao contraditório.

A Ouvidoria Geral do Estado (OGE) além de ser um instrumento de

controle social dos atos administrativos governamentais, é também o canal de

comunicação direto entre o cidadão e o Governo. A Ouvidoria contribui com a

Corregedoria Geral ao encaminhar as manifestações dos cidadãos no que tange à

conduta disciplinar do servidor público estadual e todas as matérias condizentes

com competência de sua atuação. Essa parceira ocorre, principalmente, a partir da

liberação de acesso à consulta da base de dados de manifestações registradas no

Sistema de Ouvidoria e Gestão Pública – TAG – da Ouvidoria Geral, contribuindo,

portanto, para a melhoria dos serviços prestados e para o combate à corrupção e

atos de improbidade administrativa, além de garantir ao cidadão a resposta de sua

manifestação.

10

O Sistema de Correição Estadual

Para um maior embasamento à articulação da Corregedoria Geral, foi

instituído o Decreto do Sistema de Correição Estadual no 11.415, publicado no Diário

Oficial do Estado em 28 de janeiro de 2009, com a finalidade de promover a

coordenação, articulação e harmonização das atividades de fiscalização e controle

da atuação funcional e da conduta dos servidores públicos, bem como de suas

responsabilidades por infração cometida no exercício de suas atribuições ou

prevalecendo-se delas. Compreende as atividades relacionadas à prevenção e

apuração de irregularidades, por meio da instauração e condução de procedimentos

correicionais. Para a realização da atividade correicional utiliza-se como

instrumentos: a investigação preliminar, a inspeção, a sindicância, o processo

administrativo geral e o processo administrativo disciplinar.

A partir da publicação do Decreto Estadual, ficaram mantidas as

estruturas de Corregedoria existentes nos órgãos e entidades da Administração

Pública Estadual, que passaram a integrar o Sistema de Correição Estadual

mediante orientações e padrões definidos pela Corregedoria Geral da Secretaria da

Administração, demonstrado na Figura 1, a seguir:

Figura 1: Unidades administrativas integrantes do Sistema de Correição Estadual – Poder Executivo do Estado da Bahia

Comissões processantes e unidades

encarregadas de apuração de irregularidade

Corregedoria Geral – SAEB Órgão Central do Sistema

Corregedorias Setoriais

instituídas

11

Orientação e supervisão técnica

O Decreto Estadual no 11.415 instituiu o Sistema de Correição Estadual,

alçando a Corregedoria Geral a órgão central do sistema, exercendo, dentre outras,

as funções de orientar e supervisionar tecnicamente as Corregedorias setoriais,

instâncias correicionais e comissões processantes constituídas no âmbito dos

órgãos da Administração direta, autárquica e fundacional do Estado. Sendo assim, a

Corregedoria Geral atende as demandas das unidades administrativas do Estado,

dente outras, para emitir opinativos sobre matérias diversas e respectivos

procedimentos a serem adotados frente às irregularidades de conduta disciplinar do

servidor público, bem como dirimir dúvidas referentes à esfera correicional.

Manual de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar: uniformizando a

ação correicional

Dentro da competência de propor normas e uniformização de rotinas,

práticas e procedimentos para o acompanhamento e controle na execução das

atividades de correição do Estado, a Corregedoria Geral, como Órgão Central do

Sistema de Correição Estadual, está elaborando o manual de Sindicância e

Processo Administrativo Disciplinar.

Sua finalidade é padronizar e uniformizar os procedimentos adotados

pelas áreas correicionais quando no desempenho das atividades para elucidação de

fatos e apuração de responsabilidade do servidor público por infração praticada no

exercício de suas atribuições.

Vale ressaltar que esse manual contempla o fluxograma de Sindicância e

Processo Administrativo Disciplinar resultante do mapeamento e desenho de

processo, ação parceira com a Superintendência de Recursos Humanos com fins de

redesenho e remodelagem e adequação ao Sistema Estadual de Administração

(SEA), que é um produto de macroprocesso de gestão, sob a coordenação do

PNAGE – SAEB.

O Manual está em processo de revisão pela equipe técnico-jurídica da

Corregedoria, uma vez que a mesma foi capacitada em processo administrativo,

além de realinhar com o conhecimento profissional prático e orientações da

Procuradoria Geral do Estado e da Controladoria Geral da União.

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Cronograma de oitivas e agendamento por tipologias

Outro aspecto importante na gestão dos processos é a elaboração do

cronograma de audiências e oitivas com o propósito de atender a demanda

existente, em ritmo de “mutirão”, de modo que todas as fases do processo

transcorram de forma homogênea. Na mesma linha, é realizado um agendamento

de instauração de processos administrativos por tipologia e/ou situação identificada,

com o intuito de seguir o mesmo procedimento nos diversos casos.

Também, de forma a padronizar a atuação dos membros das comissões

em todas as fases do processo, é prestada orientação técnica sobre a

fundamentação legal, rotinas de audiência, o papel da comissão, técnicas de

entrevista e interrogatório, elaboração de relatório, postura comportamental, a ética

no serviço público, etc.

Sistema SICAJ/PAD: um aplicativo para incremento da gestão correicional

O Sistema Integrado de Controle Administrativo, Judicial e Previdenciário

(SICAJ) é a ferramenta de controle desenvolvida, gerenciada e utilizada pela

Procuradoria Geral do Estado e de acesso via web. Mediante parceria institucional

com a Corregedoria Geral, a ferramenta foi customizada, também, para utilização

pela área correicional do Estado, sendo desenvolvido um módulo específico para

realizar o controle, monitoramento e acompanhamento de sindicâncias e processos

administrativos disciplinares: o SICAJ/PAD.

O módulo referente a processo administrativo é composto pelas seguintes

funcionalidades:

� Dados do processo – tem como função permitir o registro dos dados

cadastrais e iniciais que compõe o PAD ou Sindicância; dados gerais

do indiciado e a localização da comissão processante;

� Violações – Legislação – refere-se à informação das leis e artigos que

o servidor infringiu;

� Comissão de apuração – Membros – tem como função permitir o

registro dos membros que compõem a comissão processante em

relação a determinado processo administrativo disciplinar ou

Sindicância;

13

� Agentes e testemunhas – permite registrar as pessoas envolvidas

diretamente ou indiretamente no Processo Administrativo Disciplinar ou

Sindicância;

� Fases – com a finalidade de registrar o trâmite relacionado às fases em

que se encontram os processos administrativos disciplinares ou

sindicâncias, permitindo o devido acompanhamento;

� Registros – é uma funcionalidade vinculada às fases do processo e

tem a função de cadastrar o registro da fase em que se encontra o

processo administrativo disciplinar ou sindicância.

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RESULTADOS INICIAIS

Com o objetivo de acompanhar as publicações dos atos relativos às

sindicâncias e processos administrativos disciplinares (PAD’s) instaurados sob a

condução das corregedorias setoriais, das instâncias correicionais e das comissões

processantes e proporcionar um panorama da atuação correicional no âmbito do

Poder Executivo, especificamente na administração direta, autarquias e fundações,

a Corregedoria Geral realiza o levantamento das portarias publicadas no Diário

Oficial do Estado. A seguir, nos quadros 3, 4 e 5, pode-se visualizar o resultado

desse acompanhamento efetuado em 2008 e 2009, apresentado por

Órgãos/entidades.

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Ano 2008 Ano 2009 No de Ordem Órgãos / entidades PAD Sindicância PAD Sindicância

1 CASA CIVIL - 4 2 6

2 GAB. GOV. - - - 1

3 PGE - 6 - 1

4 SAEB - 3 3 11

5 SAEB DETRAN 18 57 10 48

6 CGR/SAEB - - 158 -

7 CGR/SAEB 22 - 7 -

8 SEAGRI 6 24 5 22

9 SEC 128 165 161 151

10 SECTI - 3 - 3

11 SECULT 1 16 1 5

12 SEDES 12 15 5 13

13 SEDIR - - - 1

14 SEDUR - 12 1 2

15 SEFAZ 7 13 2 10

16 SEINFRA 6 13 6 20

17 SEMA 2 11 3 8

18 SEPLAN 2 - 2 1

19 SEPROMI - 2 - -

20 SESAB 154 144 45 87

21 SETRE 2 16 2 15

22 SICM 2 6 1 11

23 SJCDH 9 45 13 35

24 SSP 73 18 88 14

25 SSP DPT 4 25 - 14

26 SSP PC 29 180 1 203

Total 477 778 516 682 Quadro 3: Panorama Geral do Estado da Bahia – PAD e Sindicância por Órgão/entidade Fonte: Diário Oficial do Estado da Bahia Elaboração: CGR – 2008 e 2009

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Comparativo dos Processos Admistrativo Disciplinar/PAD por Órgão/entidade

AnáliseNº de

OrdemÓrgãos / entidades PAD (1) %/2009 PAD(2) %/2008 2009/2008

1 SEC 161 21,27% 128 26,83% 125,78% 2892 CGR/SAEB 158 20,87% 0 0,00% * 1583 SSP 88 11,62% 73 15,30% 120,55% 1614 SESAB 45 5,94% 154 32,29% 29,22% 1995 SJCDH 13 1,72% 9 1,89% 144,44% 226 SAEB DETRAN 10 1,32% 18 3,77% 55,56% 287 CGR/SAEB 7 0,92% 22 4,61% 31,82% 298 SEINFRA 6 0,79% 6 1,26% 100,00% 129 SEDES 5 0,66% 12 2,52% 41,67% 1710 SEAGRI 5 0,66% 6 1,26% 83,33% 1111 SEMA 3 0,40% 2 0,42% 150,00% 512 SAEB 3 0,40% 0 0,00% * 313 SEFAZ 2 0,26% 7 1,47% 28,57% 914 SEPLAN 2 0,26% 2 0,42% 100,00% 415 SETRE 2 0,26% 2 0,42% 100,00% 416 CASA CIVIL 2 0,26% 0 0,00% * 217 SSP PC 1 0,13% 29 6,08% 3,45% 3018 SICM 1 0,13% 2 0,42% 50,00% 319 SECULT 1 0,13% 1 0,21% 100,00% 220 SEDUR 1 0,13% 0 0,00% * 121 SSP DPT 0 0,00% 4 0,84% - 422 GAB. GOV. 0 0,00% 0 0,00% - 023 PGE 0 0,00% 0 0,00% - 024 SECTI 0 0,00% 0 0,00% - 025 SEDIR 0 0,00% 0 0,00% - 026 SEPROMI 0 0,00% 0 0,00% - 0

Total 516 68% 477 100% 993

Ano 2009 Ano 2008PAD

Acumulado

Quadro 4 Fonte: Diário Oficial do Estado da Bahia Elaboração: CGR – 2008 e 2009 (até 30/12/09)

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Comparativo das Sindicâncias por Órgão/entidadeAnálise

Nº de Ordem

Órgãos / entidades Sindicância (1) %/2009 Sindicância(2) %/2008 2009/2008

1 SSP PC 203 17,76% 180 23,14% 112,78% 3832 SEC 151 13,21% 165 21,21% 91,52% 3163 SESAB 87 7,61% 144 18,51% 60,42% 2314 SAEB DETRAN 48 4,20% 57 7,33% 84,21% 1055 SJCDH 35 3,06% 45 5,78% 77,78% 806 SEAGRI 22 1,92% 24 3,08% 91,67% 467 SEINFRA 20 1,75% 13 1,67% 153,85% 338 SETRE 15 1,31% 16 2,06% 93,75% 319 SSP DPT 14 1,22% 25 3,21% 56,00% 39

10 SSP 14 1,22% 18 2,31% 77,78% 3211 SEDES 13 1,14% 15 1,93% 86,67% 2812 SICM 11 0,96% 6 0,77% 183,33% 1713 SAEB 11 0,96% 3 0,39% 366,67% 1414 SEFAZ 10 0,87% 13 1,67% 76,92% 2315 SEMA 8 0,70% 11 1,41% 72,73% 1916 CASA CIVIL 6 0,52% 4 0,51% 150,00% 1017 SECULT 5 0,44% 16 2,06% 31,25% 2118 SECTI 3 0,26% 3 0,39% 100,00% 619 SEDUR 2 0,17% 12 1,54% 16,67% 1420 PGE 1 0,09% 6 0,77% 16,67% 721 GAB. GOV. 1 0,09% 0 0,00% * 122 SEDIR 1 0,09% 0 0,00% * 123 SEPLAN 1 0,09% 0 0,00% * 124 SEPROMI 0 0,00% 2 0,26% - 225 CGR/SAEB 0 0,00% 0 0,00% - 0

Total 682 60% 778 100% 1460

20082009SindicânciaAcumulado

Quadro 5 Fonte: Diário Oficial do Estado da Bahia Elaboração: CGR – 2008 e 2009 (até 30/12/09)

18

De modo geral, o aumento do número de instaurações de Sindicâncias e

Processos Administrativos Disciplinares deve-se à atuação intensiva da

Corregedoria Geral como órgão central do sistema de correição estadual, refletindo

no desempenho das diversas instâncias correicionais. Vale destacar, ainda, como

conseqüência desse aumento, as ações realizadas pela CGR, tais como:

Capacitação especializada, orientação técnica, comissões mistas entre as

Secretarias, tudo isso integrado no contexto do Planejamento Estratégico do

Sistema Correicional Estadual para o biênio 2009-2010. Como reflexo, uma

evolução de 46% no número de instaurações de PAD’s, com destaque para a SEC,

SSP, SJCDH e SEMA.

Em relação à instauração de sindicâncias, o aumento foi de 47%,

destacando-se a SSP PC, Seinfra, SICM, SAEB e Casa Civil.

No que se refere aos quantitativos apresentados nos quadros referidos

acima e que se seguem, podemos afirmar que o acréscimo dos Processos

Administrativos Disciplinares instaurados e gerenciados pela Corregedoria Geral

deve-se às irregularidades identificadas a partir dos resultados apresentados pelas

operações correicionais.

Quanto à instauração de Processo Administrativo Disciplinar – PAD, a

Corregedoria Geral, no ano de 2009, instaurou 319 processos administrativos

disciplinares em desfavor de servidores lotados, principalmente, nas Secretarias da

Educação e da Saúde, decorrentes das operações correicionais realizadas no biênio

de 2008-2009.

Conforme o quadro 6, abaixo, pode-se observar os Processos instaurados

por tipologia relacionada à operação de correição que identificou a desconformidade

funcional originária desses processos.

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Tipologia Qtde. Município Operação Correicional

Fundamentação Legal

1. Acúmulo de cargo / Incompatibilidade de carga horária

138 Juazeiro Cruzamento de Dados – Estados – CONSAD

Arts. 175, 176, 177 e seguintes da Lei 6.677/94 e art. 37, incisos XVI e XVII da

Constituição Federal.

2. Acúmulo de cargo / Incompatibilidade de carga horária

31 Paulo Afonso

Cruzamento de Dados – Estados – CONSAD

Arts. 175, 176, 177 e seguintes da Lei 6.677/94 e art. 37, incisos XVI e XVII da

Constituição Federal.

3. Abandono de cargo (decorrente da não validação)

52 Salvador Verificação de freqüência e

confirmação de informações funcionais

(validação de quadro pessoal –

1945)

Art. 198 da Lei 6.677/94

4. Acúmulo de cargo / Incompatibilidade de carga horária

98 Camaçari Inspeção Correicional Camaçari

Arts. 175, 176, 177 e seguintes da Lei 6.677/94 e art. 37, incisos XVI e XVII da

Constituição Federal.

Total - 319 -

Quadro 6: Processos Administrativos Disciplinares instaurados em 2009 Fonte: CGR – 30/12/2009 Elaboração: CGR

Um ponto relevante a ser observado nas instaurações desses processos

é a ação conjunta entre as Secretarias da Administração, da Saúde e da Educação,

tendo como conseqüência a designação de comissão composta por servidores

dessas três Secretarias.

20

PERSPECTIVAS

Apresentamos, a seguir, as principais perspectivas decorrentes da

articulação e gerenciamento do sistema de controle, monitoramento e avaliação:

Reduzir índices de prescrição de processos administrativos

A adoção das ações corretivas trará, como uma das conseqüências

fundamentais, a redução dos índices de prescrição nas sindicâncias e nos

processos administrativos disciplinares, promovendo uma maior eficácia na

apuração dos fatos irregulares cometidos pelos servidores.

Reduzir índices de irregularidades

Outra conseqüência do gerenciamento do sistema de controle é a

redução dos índices de irregularidades praticadas pelos servidores públicos, como

reflexo de uma mudança de cultura.

Comissão permanente mista

A criação de uma comissão permanente mista visa tornar o processo mais

célere, tendo como proposta que a comissão seja presidida por um Procurador do

Estado, para que o processo apresente uma consistência jurídica mais ampla, a

exemplo do modelo adotado pelo Estado de São Paulo.

Sistema SICAJ/PAD via Web

O Sistema SICAJ/PAD encontra-se em fase final de homologação e, em

seguida, será disponibilizado para as Corregedorias setoriais, instâncias

correicionais e comissões processantes, de modo a permitir que a Corregedoria

Geral, Órgão Central do Sistema de Correição Estadual, tenha um gerenciamento

mais eficaz das informações correicionais. É uma ferramenta importante para

organizar e manter rede integrada de informações, para dotar a Administração

Pública Estadual de dados atualizados referentes aos processos de Sindicâncias e

Processos Administrativos Disciplinares.

Com a automação do negócio da área de correição do Estado e com a

implantação e devida utilização do sistema por todas as unidades que compõem o

Sistema de Correição do Estado, será permitido ao Órgão Central:

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� planejar, organizar e coordenar as atividades operacionais do sistema

de correição estadual;

� exercer a supervisão técnica das atividades de correição das demais

unidades administrativas integrantes do sistema de correição estadual;

� acompanhar as atividades de correição (Processos Administrativos

Disciplinares e sindicâncias) em andamento na administração pública,

autarquias e fundações, avaliando os procedimentos adotados e

propondo medidas corretivas.

Uma das funcionalidades do SICAJ/PAD é a capacidade de gerar uma

base de dados para obtenção de dados e informações, visando o gerenciamento da

área correicional do Estado e possibilitando o planejamento de ações e tomada de

decisão, o que consiste em um dos principais objetivos do sistema.

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REFERÊNCIAS

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Constituição do Estado da Bahia, de 5 de outubro de 1989. Lei Estadual no 6.677, de 26 de setembro de 1994. (Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado da Bahia). Lei Estadual no 10.955, de 21 de dezembro de 2007 (Criação da Corregedoria Geral da Secretaria da Administração do Estado da Bahia). Decreto no 11.415, de 27 de janeiro de 2009 (Criação do Sistema de Correição Estadual do Poder Executivo). Decreto no 11.738, de 30 de setembro de 2009 (Aprova o Regimento Interno da Procuradoria Geral do Estado). Lei Complementar no 26, de 28 de junho de 2006 (Dispõe sobre a Lei Orgânica e o Estatuto da Defensoria Pública do Estado da Bahia).

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AUTORIA

Wilmina Achan – Bacharela em Direito pela Universidade Federal da Bahia (1994). É Coordenadora Jurídica da Corregedoria Geral da Secretaria da Administração do Estado da Bahia.

Endereço eletrônico: [email protected] Paulo de Souza Nunes Filho – Mestre em Administração Estratégica/Universidade Federal da Bahia (2004), Especialista em Finanças e Bacharel em Administração de Empresas/Universidade Federal da Bahia. É Corregedor Geral da Secretaria da Administração do Estado da Bahia.

Endereço eletrônico: [email protected] Jair de Oliveira Sento-Sé – Mestre em Análise Regional pela Universidade Salvador (UNIFACS/2006), Especialista em Engenharia Econômica pela Universidade Católica de Pernambuco (1987), Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Pernambuco (1986). É Coordenador de Inspeção da Corregedoria Geral da Secretaria da Administração da Bahia.

Endereço eletrônico: [email protected] Antonio Cesar Rodrigues Sousa – Pós-graduado em Regulação dos Serviços Públicos pela Universidade Federal da Bahia (2004); bacharel em Administração de Empresa (2005) e Tecnólogo em Elétrica (2000) pelo Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (CEFET). É Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Estado da Bahia desde 2006 da Corregedoria Geral da Secretaria da Administração do Estado da Bahia.

Endereço eletrônico: [email protected]