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Multidisciplinar Antonio Ferriani Branco Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão

Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantesentanto, a flora e a fauna ruminal são afetadas rapidamente em animais deficientes, ocorrendo acúmulo de succinato no rúmen. II) Cobre:

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Multidisciplinar

Antonio Ferriani Branco

Avanços em NutriçãoMineral de RuminantesSuplementando com precisão

Capítulo 4

Suplementação mineral de ovinos e caprinos

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

98 IEPEC

4. Suplementação mineral de ovinos e caprinos

4.1 Principais aspectos da nutrição mineral de ovinos e de caprinos

4.1.1 Macroelementos em ovinos e caprinos

I) Cálcio: a regulação da concentração de cálcio nos diferentes te-

cidos do organismo ocorre por variações na absorção, excreção

renal, deposição e mobilização óssea desse elemento. As perdas

de cálcio do organismo ocorrem principalmente pelas fezes (85-

98%) e pouco pela urina (2-5%). A deficiência de cálcio produz

raquitismo em animais jovens, osteomalácea em animais adultos

e febre do leite em ovelhas e cabras no início da lactação. Outro

detalhe importante de ser considerado em relação ao cálcio , é

que o uso de dietas ricas em concentrados ou grãos, os quais são

muito deficientes em cálcio, pois apresentam uma relação cálcio:

fósforo menor que 1:1, pode provocar urolitíase com muita fre-

quencia em ovinos e caprinos.

II) Fósforo: a regulação da concentração de fósforo nos diferentes

tecidos do organismo ocorre por variações na secreção salivar, na

absorção, na excreção renal e na deposição e mobilização óssea.

A principal via de excreção endógena de fósforo são as fezes. A

excreção endógena de fósforo representa 85% do total do fósforo

fecal, sendo este, principalmente de origem salivar. A deficiência

de fósforo produz redução no consumo de alimentos e apetite

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

99O portal do agroconhecimento

depravado (pica). Além disso, reduz o ganho de peso, reduz a

mineralização dos ossos levando à deformação óssea, supressão

do estro, baixa taxa de concepção e redução na produção de leite.

III) Magnésio: a deficiência de magnésio causa uma doença denomi-

nada tetania das pastagens e é mais comum em ovelhas recém-

paridas no início da estação das águas. A incidência é maior em

ovelhas mais velhas durante as primeiras quatro semanas após o

parto, quando a exigência de magnésio atinge o ponto mais alto.

IV) Sódio: em condições de pastagem, a deficiência de sódio é a mais

comum, juntamente com a de fósforo. Os sintomas de deficiên-

cia de sódio são inespecíficos e incluem redução no consumo de

alimento, na taxa de crescimento e na produção de leite, além

de ser muito comum a ocorrência de apetite depravado (pica).

Deficiências leves de sódio normalmente não são detectadas no

plasma. A recomendação é medir a relação sódio: potássio na sa-

liva, e quando esta relação for inferior a 4:1, pode-se afirmar que

a deficiência de sódio já existe.

V) Potássio: a deficiência de potássio pode ocorrer em dietas conten-

do alta % de concentrado, ricas em grãos de cereais. Forragens

maduras em solos de baixa fertilidade com muito potássio tam-

bém podem levar a deficiência. Os sinais clínicos da deficiência

de potássio são redução na ingestão de alimento e na taxa de

crescimento, emaciação e paralisia muscular.

VI) Enxofre: a deficiência de enxofre em condição de pastagem é

incomum e inclui anorexia, perda de peso, emaciação, excessiva

salivação, queda da lã e, em casos extremos, morte. O enxofre é

fundamental para o crescimento microbiano no rúmen e sua de-

ficiência produz queda na digestibilidade, queda na utilização de

lactato no rúmen e maior concentração de uréia no plasma.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

100 IEPEC

4.1.2 Microelementos em ovinos e caprinos

I) Cobalto: a deficiência de cobalto produz o marasmo enzoótico ou

condição de severa inanição, afetando ovinos e caprinos de todas

as idades, além de produzir alta mortalidade. A literatura mostra

que o ganho de peso pode aumentar até 100 gramas/dia em

ovinos deficientes quando suplementados com cobalto. Ovinos são

mais sensíveis à deficiência de cobalto que os caprinos. O fígado

armazena cobalto e assim, os animais podem estar sob condição

de deficiência que mostrará sinais apenas após alguns meses. No

entanto, a flora e a fauna ruminal são afetadas rapidamente em

animais deficientes, ocorrendo acúmulo de succinato no rúmen.

II) Cobre: o fígado normalmente contém uma concentração de 200 –

300 mg de Cu/kg de MS, e concentração inferior a 20 mg de Cu/

kg de MS no fígado, juntamente com concentração menor que 0,5

mg de Cu/L no plasma, indica deficiência. A deficiência de cobre é

manifestada como uma anemia hipocrômica microcítica se a de-

ficiência for severa e prolongada. Também ocorrem problemas de

desenvolvimento ósseo que podem inclusive gerar osteoporose

e problemas nas cartilagens articulares como resultado de menor

produção de colágeno e elastina. Doenças cardiovasculares, des-

pigmentação da pele, pelo e lã e menor queratinização da lã, ori-

ginando produto de baixa qualidade, também ocorrem. Queda na

fertilidade do rebanho e aumento da susceptibilidade a doenças

também são sintomas de deficiência de cobre. Crias de ovelhas

e cabras deficientes em cobre durante a gestação, comumente

nascem com ataxia enzoótica congênita ou neonatal, resultado da

deficiente síntese de mielina no tecido cerebral.

III) Iodo: a absorção de iodo do trato gastrointestinal é alta, entre 80 e

90%, permitindo a reabsorção de praticamente todo o iodo secre-

tado no abomaso, e o conteúdo de iodo no organismo é altamente

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

101O portal do agroconhecimento

correlacionado com a concentração de iodo dos alimentos. Mais

de 80% do iodo fica armazenado na glândula tireóide, mas algum

iodo é armazenado nos músculos e no fígado, e pouco iodo está

livre no plasma. O excesso de iodo é excretado através da urina e/

ou secretado no leite. O principal sintoma de deficiência de iodo é

o bócio, ou papeira, que pode aparecer também como decorrência

do consumo de plantas (crucíferas) ricas em substâncias goitro-

gênicas pelos animais. As substâncias goitrogênicas são glicosí-

deos alcalóides que liberam tiocianato, isotiocianato, ou goitrina

no rúmen. Ao serem absorvidas, essas substâncias aumentam a

síntese de TSH (hormônio estimulante da teróide) pela pituitá-

ria, de forma a compensar a concentração reduzida de tiroxina

e consequentemente aumentar a da glândula tireóide, fato que

pode ser revertido com suplementação com iodo. A deficiência de

iodo afeta o desenvolvimento do cérebro em recém-nascidos e os

animais nascem sem pelos. Ocorre ainda queda na fertilidade ou

esterilidade, aumento dos casos de desordens ligados ao pelo e lã

e queda na produção de leite. A deficiência de iodo nas matrizes

produz alta mortalidade de crias.

IV) Ferro: a deficiência de ferro é incomum em animais desmamados

e em animais adultos. Na deficiência de ferro, ocorre anorexia,

redução na taxa de crescimento, letargia, aumento da taxa respira-

tória, alta mortalidade, além de mucosas descoloridas decorrente

da anemia hipocrômica e microcítica. Diferentemente da anemia

produzida por deficiência de cobre ou cobalto, a anemia produ-

zida por deficiência de ferro ocorre muito mais rapidamente. A

deficiência de ferro produz prejuízos aos processos de termorre-

gulação do animal. Em condições de pastagem, é mais prudente

considerarmos que ocorre excessiva quantidade de ferro, podendo

inclusive prejudicar a absorção de cobre com aparecimento de de-

ficiência desse elemento.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

102 IEPEC

V) Manganês: a concentração de manganês no organismo é muito

baixa, 0,5 mg/kg de MS de carcaça em ovinos, e regulada pela

absorção. A absorção de manganês normalmente é inferior a 5%,

e a principal via de excreção endógena é a bile. Quando a con-

centração de manganês na dieta aumenta, ocorre maior excreção

fecal. O acúmulo de manganês no fígado e em outros tecidos é

proporcional ao manganês da dieta. Os sintomas de deficiência de

manganês dependem do grau e da duração desta deficiência. Em

animais jovens, ocorrem distúrbios do desenvolvimento ósseo. Em

caprinos, ocorrem alterações nas juntas tarsais, deformidades nas

pernas e ataxia. A supressão do estro e baixa taxa de concepção

também ocorrem.

VI) Selênio: o selênio é um componente estrutural de proteínas es-

pecíficas denominadas selenoproteínas. Elas são agrupadas em

cinco grupos, cinco glutationa peroxidases, três desiodases, três

tioredoxina redutases, selenofosfato sintetase, selenoproteína P,

selenoproteína W, 15kDa-selenoproteína e 18kDa-selenoproteína.

As peroxidases protegem as células do dano oxidativo, asseguran-

do a integridade da membrana celular. As desiodases controlam a

disponibilidade de T3. As redutases funcionam como antioxidan-

tes, fatores de crescimento celular, inibidores de apoptosis, reci-

clagem de ácido ascórbico, síntese de DNA e transcrição genética.

Para que o Se seja incorporado especificamente em selenoprote-

ínas funcionais, como a glutationa peroxidase, é necessário que

as formas orgânicas e inorgânicas sejam reduzidas a seleneto, e

este, por sua vez, metabolizado a SeCis (selenocistina). Para tal,

o seleneto reage com ATP, formando selenofosfato, numa reação

catalisada pela selenofosfato sintetase. A seguir, junto com um

resíduo de serina, o selenofosfato forma uma SeCis, que é inserida

nas selenoproteínas funcionais. A ampla gama de funções conhe-

cidas hoje para as selenoproteínas nas vias metabólicas explicam

a magnitude de alguns dos efeitos do status orgânico de selênio

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

103O portal do agroconhecimento

sobre o crescimento, reprodução, imunidade e mortalidade dos

animais. A principal manifestação da deficiência de selênio é uma

doença chamada de doença do músculo branco. Ovinos são mais

susceptíveis que bovinos à deficiência deste elemento e a mor-

talidade de cordeiros pode atingir porcentagem superior a 50%

sob condições extremas. Mas, em relação à doença do músculo

branco, caprinos são mais susceptíveis que bezerros e cordeiros.

Forragens com alta concentração de enxofre e de glicosídeos cia-

nogênicos agravam a deficiência de selênio. O trevo branco pode

conter alta concentração de glicosídeos cianogênicos, aumentando

a incidência de doença do músculo branco em cordeiros. Dietas

com baixa concentração de vitamina E aumentam as exigências

de selênio para prevenir a doença do músculo branco.

VII) Zinco: a concentração plasmática de zinco varia de 0,8 – 1,2 mg de

Zn/L em ovinos, e de 1,1 – 2,6 em caprinos. Em geral, a absorção

de zinco, que se dá principalmente no intestino delgado, é da or-

dem de 60 – 70%. Como em outros animais ruminantes, a absor-

ção pode ser limitada pela ligação à metalotioneína e influenciada

pela concentração de cálcio, selênio e cobre na dieta. O zinco é

transportado no plasma pela albumina e metalotioneína e remo-

vido do fígado como Zn-metalotioneína. Esse processo pode ser

melhorado pela ação dos glicocorticóides e citoquinas para reduzir

a concentração plasmática de zinco. É importante destacar que a

metalotioneína tem alta afinidade com cobre, fato que esclarece a

interação entre estes dois elementos. A lã é rica em zinco e o local

onde encontramos as maiores concentrações deste elemento é na

corrente sanguínea, 80% do zinco está nos eritrócitos, principal-

mente na anidrase carbônica. A principal via de excreção do zinco

são as fezes, pois este elemento é secretado no suco pancreático,

e pequena excreção ocorre pela urina. O armazenamento de zinco

no organismo animal é pequeno, e no caso de deficiência, ocorre

redistribuição dos músculos e dos ossos, retardando os sintomas

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

104 IEPEC

de deficiência. Os sintomas de deficiência incluem anorexia, de-

sordens ósseas e reprodutivas, queda na resposta imune e anor-

malidades na pele e na lã.

4.1.3 Tópicos especiais da nutrição mineral em ovinos e caprinos

1) Urolitíase: a urolitíase é uma deposição exacerbada de precipita-

dos de origem mineral ou orgânica no aparelho urinário dos ovi-

nos e caprinos, podendo evoluir para um grave quadro clínico.

Nesse caso, haverá a obstrução das vias urinárias, que consequen-

temente levam ao óbito. A urolitíase pode ter várias causas, mas

a mais comum está ligada ao fornecimento de dietas com elevada

porcentagem de concentrados aos animais. Tal fato é decorrente

do excesso de fósforo e deficiência de cálcio nos grãos de cere-

ais que compõem estes concentrados, levando a um desequilí-

brio entre esses elementos, ocorrendo uma razão Ca: P menor

que 1. O estresse também contribui para o surgimento do quadro,

principalmente quando os animais são transportados, passam por

distúrbios alimentares, têm baixo consumo de água, passam por

calor excessivo e são levados a exposições agropecuárias.

A urolitíase atinge animais de ambos os sexos, porém o quadro

clínico se desenvolve mais intensamente nos machos, em função

da anatomia do aparelho urinário. A maioria dos casos de urolití-

ase ocorre em reprodutores jovens, pois estes animais recebem

grande quantidade de concentrado de forma indiscriminada, e na

maior parte das vezes não há uma avaliação das condições ali-

mentares que predispõe ao quadro. As obstruções parciais têm

prognóstico favorável, mas a obstrução total da uretra produz ure-

mia e ruptura da bexiga, evoluindo para uma peritonite e conse-

quente morte do animal.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

105O portal do agroconhecimento

Os sintomas mais comuns de urolitíse são anorexia e meteorismo,

dor, urina com sangue, obstrução total da uretra com anúria, rup-

tura da uretra e ruptura da bexiga.

As lesões incluem presença de cálculos na uretra e bexiga, uretrite

hemorrágica difusa severa, uretrite purulenta, presença de urina

no tecido subcutâneo, cistite hemorrágica necrosante, nefrite ne-

crosante difusa, abscesso renal e hemorragia renal.

» Recomendações: na produção de ovinos e caprinos deve-se tra-

tar esta questão do ponto de vista da nutrição de precisão, ou

seja, deve-se fornecer aos animais dietas equilibradas. Abaixo são

apresentadas algumas recomendações que, se seguidas, podem

reduzir a praticamente zero o número de animais com o problema:

− A quantidade de grãos na dieta não deve exceder 1,5% do peso vivo com base na matéria seca;

− Formular dietas que apresentem uma relação Ca:P maior que 2:1;

− Utilizar volumosos de boa qualidade na dieta dos animais;

− Fornecer o concentrado distribuído várias vezes ao dia;

− Adicionar 1% de cloreto de amônio na dieta total (base MS). O cloreto é um sal aniônico e produzirá queda do pH urinário auxiliando no controle da urolitíase. Por exemplo, se a dieta contém 50% de volumoso e 50% de concentrado, adicionar 2% de cloreto de amônio no preparo do concentrado.

2) Intoxicação por cobre: os ovinos são únicos em relação ao uso do co-

bre da dieta. Como já abordado várias vezes anteriormente, o cobre

é um microelemento essencial aos animais domésticos, mas se in-

gerido em quantidades elevadas também pode ser tóxico. De todos

os animais domésticos, os ovinos são os mais susceptíveis à intoxi-

cação por cobre. A nutrição do cobre para ovinos é complicada, pois

ele é essencial e também altamente tóxico. O status de cobre de

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

106 IEPEC

ovinos é influenciado pela raça, idade do animal, concentração de

outros minerais na dieta e mesmo de alguns aditivos. Geralmente

as raças do tipo down, de média lã, de origem continental (Europa)

ou britânica, são as mais susceptíveis a intoxicação pelo cobre, sen-

do que os da raça Texel possuem maior facilidade de adquirir essa

intoxicação. As raças merinas são menos sensíveis ao problema.

Os ovinos têm uma faixa estreita de concentração de cobre na die-

ta, entre as exigências e os níveis tóxicos. Geralmente os ovinos

necessitam de 4 a 8 ppm de cobre na dieta, dependendo da raça,

e das concentrações de enxofre e molibdênio. É comum uma die-

ta contendo 80% de forragem e 20% de concentrado apresentar

uma concentração de 15 ppm de cobre sem adição de qualquer

fonte adicional do elemento, atingindo concentrações limites. Ge-

ralmente, em dietas com 3 ppm de molibdênio, os animais podem

tolerar 20 a 25 ppm de cobre na dieta, mas ovinos que consomem

dietas com menos molibdênio terão problemas.

A intoxicação por cobre pode ser aguda ou crônica. A forma aguda

ocorre rapidamente após alta ingestão de cobrecobre, já a forma

crônica ocorre quando os animais são alimentados por um determi-

nado período com dietas contendo concentrações de cobre margi-

nalmente mais altas que o recomendado. Neste caso, os sintomas

surgem após um tempo mais prolongado de consumo, que pode ser

de algumas semanas ou mesmo meses, e vai depender da quanti-

dade adicional consumida. Isto acontece porque os ovinos retêm no

fígado, fortemente ligado, o cobre absorvido. Estes animais não ex-

cretam cobre do organismo tão eficientemente como outras espé-

cies. Quando o fígado se torna saturado com cobre, ocorre dano ao

tecido hepático, e grandes quantidades de cobre são liberadas para

a corrente sanguínea, causando massiva hemólise caracterizada por

hemoglobinúria, icterícia e hemorragias generalizadas, seguido de

bloqueio dos túbulos renais, aumentando o tamanho dos rins e em

muitos casos causando a morte.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

107O portal do agroconhecimento

Os caprinos, especialmente os animais jovens, são menos sensi-

tivos a intoxicação por cobre do que os ovinos. Os caprinos retêm

menos cobre no fígado, normalmente dez vezes menos que outros

ruminantes, fato que inclusive pode provocar ataxia em caprinos

recém-nascidos,, principalmente de partos múltiplos, um sintoma

de deficiência.

» Recomedações: a prevenção, tanto da deficiência como da intoxi-

cação por cobre, é a maneira mais prática de lidar com esta difi-

culdade. Há várias estratégias que podem ser usadas e podemos

destacar algumas:

− Não use ração de suínos, frangos ou de galinhas poedeiras na alimentação de ovinos, pois estas rações contêm concentra-ções elevadas de cobre;

− Sempre que for utilizar produtos desenvolvidos para nutrição de bovinos na alimentação de ovinos deve-se verificar a con-centração de cobre, pois alguns têm alta concentração en-quanto outros não;

− Avalie os alimentos e forragens para os níveis de cobre, mo-libdênio e enxofre;

− Evite que ovinos tenham acesso a pastagens que receberam aplicação de esterco de granjas de aves e de suínos;

− Considere a possibilidade de adicionar Mo na dieta na concen-tração de 3 ppm;

− Faça necropsia nos animais mortos.

4.1.4 Fontes de minerais e consumo

As principais fontes de minerais são os alimentos. Entretanto, sob certas condi-

ções, a água pode contribuir com significantes quantidades de alguns minerais

como iodo, manganês, ferro, enxofre, sódio, cloro e magnésio. Práticas de ma-

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

108 IEPEC

nejo (pressão de pastejo) ou tempo (alta precipitação) podem causar consumo

de quantidades substanciais de solo e quantidades significativas de cobalto, iodo,

ferro, manganês ou selênio. Para a maioria dos sistemas de produção de ovinos

e caprinos, as forrageiras são as principais fontes de minerais.

Nos programas de suplementação, o criador deve ficar atento à altura e ao

espaçamento do saleiro para que todos os animais do rebanho tenham acesso

diariamente. O espaçamento deve ser de 2 cm de área por animal. Se o lote for

de 40 animais, o comprimento do saleiro deve ser de 80 cm se o acesso for por

apenas um lado, mas se for pelos dois lados, deve ser de 40 cm. O saleiro deve

ser coberto, evitando que o suplemento mineral fique molhado com as chuvas,

fique empedrado e gere desperdício. A localização do cocho deve ser estratégica

para que todo rebanho tenha fácil acesso e também para facilitar o trabalho do

tratador.

Os saleiros podem ser construídos de pneu e devem ficar suspensos do solo em

forma de balanço, no sentido de favorecer o acesso ao consumo de minerais e

dificultar a contaminação e o desperdiço do suplemento mineral. Eles podem

também ser construídos de madeira ou de cimento podendo ser fixos ou móveis.

No caso do saleiro de cimento, deve ser bem liso para facilitar a limpeza. As

dimensões recomendadas para os saleiros são: 30 a 40 cm de altura acima do

piso; 20 cm de profundidade por 30 cm de largura e o comprimento não deve

ultrapassar os dois metros.

A Embrapa desenvolveu um excelente modelo de saleiro que pode ser confeccionado na propriedade acesse: <http://www.cnpc.embrapa.br/cot70.pdf>.

4.2 Exigências minerais em ovinos

As exigências de todos os minerais essenciais serão estimadas utilizando o sis-

tema NRC (2007), que considera o cálculo das exigências através do método

fatorial já considerado anteriormente para bovinos.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

109O portal do agroconhecimento

As estimativas serão feitas considerando o atendimento da mantença, do ganho,

da lactação, da gestação e da produção de lã, conforme mostrado abaixo para o

cálcio. Todas as abreviações são explicadas abaixo.

CaM = cálcio para mantença;

CaGA

= cálcio para ganho; Ca

L = cálcio para lactação;

CaGE

= cálcio para gestação; IMS = ingestão de matéria seca em kg/dia; GMD = ganho médio em kg/dia; PM = peso a maturidade em kg; PV = peso vivo em kg; PN = peso da ninhada em kg; CA = coeficiente de absorção.

4.2.1 Cálcio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

CaM (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40

CaGA

(g/dia) = (GMD x 6,75 x PM0,28 x PV-0,28) ÷ 0,68 Ca

L (g/dia) = (1,6 x PL) ÷ 0,50

CaGE

(g/dia) = (0,214 x PN) ÷ 0,50; para 105 – 133 dias de gestaçãoCa

GE (g/dia) = (0,329 x PN) ÷ 0,50; para 134 – 147 dias de gestação

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

110 IEPEC

4.2.2 Fósforo

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

PM (g/dia) = (1,6 x (0,693 x IMS – 0,06)) ÷ 0,60

PGA

(g/dia) = (GMD x (1,2 + 3,188 x PM0,28 x PV-0,28) ÷ 0,72 P

L (g/dia) = (1,3 x PL) ÷ 0,60

PGE

(g/dia) = (0,111 x PN) ÷ 0,60; para 105 – 133 dias de gestaçãoP

GE (g/dia) = (0,138 x PN) ÷ 0,60; para 134 – 147 dias de gestação

4.2.3 Sódio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

NaM (g/dia) = (0,018 x PV) ÷ 0,91

NaGA

(g/dia) = (1,1 x GMD) ÷ 0,91 Na

L (g/dia) = (0,4 x PL) ÷ 0,91

NaGE

(g/dia) = (0,013 x PN) ÷ 0,91; para 105 – 133 dias de gestaçãoNa

GE (g/dia) = (0,021 x PN) ÷ 0,91; para 134 – 147 dias de gestação

4.2.4 Potássio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

KM (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,038 x PV) ÷ 0,90

KGA

(g/dia) = (1,8 x GMD) ÷ 0,90 K

L (g/dia) = (1,4 x PL) ÷ 0,90

KGE

(g/dia) = (0,023 x PN) ÷ 0,90; para 105 – 133 dias de gestaçãoK

GE (g/dia) = (0,029 x PN) ÷ 0,90; para 134 – 147 dias de gestação

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

111O portal do agroconhecimento

4.2.5 Magnésio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

MgM (g/dia) = (0,003 x PV) ÷ 0,17

MgGA

(g/dia) = (0,41 x GMD) ÷ 0,17 Mg

L (g/dia) = (0,17 x PL) ÷ 0,17

MgGE

(g/dia) = (0,009 x PN) ÷ 0,17; para 105 – 133 dias de gestaçãoMg

GE (g/dia) = (0,013 x PN) ÷ 0,17; para 134 – 147 dias de gestação

4.2.6 Enxofre

A exigência de enxofre estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,18% na matéria

seca da dieta.

4.2.7 Cobalto

A exigência de cobalto estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,10 – 0,20 mg/kg de

matéria seca da dieta.

4.2.8 Cobre

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

CuM (mg/dia) = (0,004 x PV) ÷ CA

CuGA

(mg/dia) = (0,00106 x GMD) ÷ CA Cu

L (mg/dia) = (0,2 x PL) ÷ 0,045

CuGE

(mg/dia) = (0,05 x PN) ÷ 0,06

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

112 IEPEC

Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes:

Cordeiro pré-desmame até 5 kg, CA = 0,90; Cordeiro pré-desmame de 5 – 10 kg, CA = 0,53; Cordeiro pré-desmame de 10 – 20 kg, CA = 0,20; Cordeiro pós-desmame em pastagem, CA = 0,045; Cordeiro pós-desmame em confinamento, CA = 0,06; Ovelha em gestação, CA = 0,06; Ovelha em lactação, CA = 0,045; No caso do cobre, o GMD deve ser em gramas/dia.

4.2.9 Iodo

O NRC (2007) considera as exigências de ovelhas em lactação como sendo 0,8

mg/kg de MS, e para todas as outras categorias de ovinos como sendo 0,5 mg/

kg de MS.

4.2.10 Ferro

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

FeM (mg/dia) = (0,014 x PV) ÷ 0,10

FeGA

(mg/dia) = (55 x GMD) ÷ CA Fe

L (mg/dia) = (0,9 x PL) ÷ 0,10

FeGE

(mg/dia) = (0,5 x PN) ÷ 0,10; para terço final da gestação Onde: CA = 0,50 para cordeiros mamando e CA = 0,19 para cordeiros desmamados.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

113O portal do agroconhecimento

4.2.11 Manganês

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

MnM (mg/dia) = (0,002 x PV) ÷ 0,0075

MnGA

(mg/dia) = (0,47 x GMD) ÷ 0,0075 Mn

L (mg/dia) = (0,055 x PL) ÷ 0,0075

MnGE

(mg/dia) = (0,02 x PN) ÷ 0,0075; terço final da gestação

4.2.12 Selênio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

SeM (mg/dia) = (0,00025 x PV) ÷ CA

SeGA

(mg/dia) = (0,50 x GMD) ÷ CA Se

L (mg/dia) = (0,14 x PL) ÷ CA

SeGE

(mg/dia) = (0,0025 x PN) ÷ CA; terço final da gestação

Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes:

Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60.

4.2.13 Zinco

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

ZnM (mg/dia) = (0,076 x PV) ÷ CA

ZnGA

(mg/dia) = (0,024 x GMD) ÷ CA Zn

L (mg/dia) = (7,4 x PL) ÷ CA

ZnGE

(mg/dia) = (0,375 x PN) ÷ CA; terço final da gestação

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

114 IEPEC

Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes:

Até 10 kg de PV, CA = 0,55; De 10 – 20 kg de PV, CA = 0,40; De 20 – 40 kg de PV, CA = 0,30; Acima de 40 kg de PV, CA = 0,20; Ovinos adultos, CA = 0,15.

4.2.14 Exigências para produção de lã

As exigências de minerais relacionadas à produção de lã foram consideradas à

parte e as equações são mostradas abaixo:

Cobre (mg/dia) = (0,0137 x PLA) ÷ CA

Ferro (mg/dia) = (30 x PLA) ÷ (365 x 0,10)

Manganês (mg/dia) = (2,5 x PLA) ÷ (365 x 0,0075)

Selênio (mg/dia) = (0,38 x PLA) ÷ (365 x CA)

Zinco (mg/dia) = (115 x PLA) ÷ (365 x CA)

Onde: PL

A = produção de lã em kg/ano

CA para cada mineral, conforme já adotado anteriormente

4.3 Exigências minerais em caprinos

A referência para cálculo das exigências de minerais será o sistema NRC (2007),

que considera o cálculo das exigências de minerais através do método fatorial, já

considerado anteriormente para ovinos.

4.3.1 Cálcio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas a seguir:

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

115O portal do agroconhecimento

CaM (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40

CaGA

(g/dia) = (11 x GMD) ÷ 0,45 Ca

L (g/dia) = (1,4 x PL) ÷ 0,45

CaGE

(g/dia) = (0,23 x PN) ÷ 0,45; para os últimos 50 dias de gestação.

4.3.2 Fósforo

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

PM (g/dia) = (0,081 + 0,88 x IMS) ÷ 0,65

PGA

(g/dia) = (6,5 x GMD) ÷ 0,65 P

L (g/dia) = (1,0 x PL) ÷ 0,65

PGE

(g/dia) = (0,132 x PN) ÷ 0,65; para os últimos 50 dias de gestação.

4.3.3 Sódio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

NaM (g/dia) = (0,015 x PV) ÷ 0,91

NaGA

(g/dia) = (1,6 x GMD) ÷ 0,91 Na

L (g/dia) = (0,4 x PL) ÷ 0,91

NaGE

(g/dia) = (0,034 x PN) ÷ 0,91; para os últimos 50 dias de gestação.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

116 IEPEC

4.3.4 Potássio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

KM (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,05 x PV) ÷ 0,90

KGA

(g/dia) = (2,4 x GMD) ÷ 0,90 K

L (g/dia) = (2,0 x PL) ÷ 0,90

KGE

(g/dia) = (0,042 x PN) ÷ 0,90; para os últimos 50 dias de gestação.

4.3.5 Magnésio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

MgM (g/dia) = (0,0035 x PV) ÷ 0,20

MgGA

(g/dia) = (0,40 x GMD) ÷ 0,20 Mg

L (g/dia) = (0,14 x PL) ÷ 0,20

MgGE

(g/dia) = (0,006 x PN) ÷ 0,20; para os últimos 50 dias de gestação.

4.3.6 Enxofre

A exigência de enxofre estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,22% na matéria

seca da dieta total para animais em mantença, crescimento e cabras gestantes,

e de 0,26% para cabras em lactação.

4.3.7 Cobalto

A exigência de cobalto estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,11 mg/kg de maté-

ria seca da dieta total.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

117O portal do agroconhecimento

4.3.8 Cobre

As exigências são mostradas abaixo:

Cabras em lactação = 15 mg/kg de MS; Animais adultos e reprodutores = 20 mg/kg de MS; Animais em crescimento = 25 mg/kg de MS.

4.3.9 Iodo

O NRC (2007) considera as exigências de cabras em lactação como sendo 0,8

mg/kg de MS, e para todas as outras categorias de caprinos como sendo 0,5

mg/kg de MS.

4.3.10 Ferro

As exigências são mostradas abaixo:

Manutenção = 35 mg/kg de MS; Animais em crescimento = 95 mg/kg de MS; Cabras em lactação ou gestação = 35 mg/kg de MS; Caprinos Mohair (Angora), adicionar 5 mg/kg de MS.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

118 IEPEC

4.3.11 Manganês

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

MnM (mg/dia) = (0,002 x PV) ÷ 0,0075

MnGA

(mg/dia) = (0,70 x GMD) ÷ 0,0075 Mn

L (mg/dia) = (0,03 x PL) ÷ 0,0075

MnGE

(mg/dia) = (0,025 x PN) ÷ 0,0075; terço final da gestaçãoCaprinos Mohair (Angora), adicionar: Mn (mg/dia) = (2,5 mg x PL

a) ÷ (365 x 0,0075)

4.3.12 Selênio

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

SeM (mg/dia) = (0,015 x IMS + 0,083) ÷ CA

SeGA

(mg/dia) = (0,50 x GMD) ÷ CA Se

L (mg/dia) = (0,10 x PL) ÷ CA

SeGE

(mg/dia) = (0,0021 x PN) ÷ CA; terço final da gestação Caprinos Mohair (Angora), adicionar: Se (mg/dia) = (0,38 mg x PL

a) ÷ (365 x CA)

Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes:

Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60.

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

119O portal do agroconhecimento

4.3.13 Zinco

As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo:

ZnM (mg/dia) = (0,045 x PV) ÷ CA

ZnGA

(mg/dia) = (0,025 x GMD) ÷ CA. O GMD deve ser em g/dia.Zn

L (mg/dia) = (5,5 x PL) ÷ CA

ZnGE

(mg/dia) = (0,50 x PN) ÷ CA; terço final da gestação Caprinos Mohair (Angora) adicionar: Zn (mg/dia) = (115 mg x PL

a) ÷ (365 x AC)

Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes:

Cabritos mamando, CA = 0,50; Caprinos adultos, CA = 0,15.

4.4 Estudos de casos em nutrição mineral de ovinos e caprinos

4.4.1 Estudo de caso 1 – Ovelhas em lactação

Calcule as exigências de macro e microelementos minerais de ovelhas em lacta-

ção, com peso vivo de 60 kg, produzindo 2 kg de leite/dia e consumindo 3,6%

do peso vivo em matéria seca.

A ingestão diária de matéria seca será igual a 2,16 kg/dia.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

120 IEPEC

» Exigências de cálcio:

CaM (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40

CaL (g/dia) = (1,6 x PL) ÷ 0,50

Ca total (g/dia) = [(0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40] + [(1,6 x PL) ÷ 0,50] Ca total (g/dia) = [(0,623 x 2,16 + 0,228) ÷ 0,40] + [(1,6 x 2) ÷ 0,50] Ca total (g/dia) = 3,934 + 6,40 = 10,334 = 10,3

» Exigências de fósforo:

PM (g/dia) = (1,6 x (0,693 x IMS – 0,06)) ÷ 0,60

PL (g/dia) = (1,3 x PL) ÷ 0,60

P total (g/dia) = [(1,6 x (0,693 x IMS – 0,06)) ÷ 0,60] + [(1,3 x PL) ÷ 0,60] P total (g/dia) = [(1,6 x (0,693 x 2,16 – 0,06)) ÷ 0,60] + [(1,3 x 2) ÷ 0,60] P total (g/dia) = 3,832 + 4,33 = 8,162 = 8,2

» Exigências de sódio:

NaM (g/dia) = (0,018 x PV) ÷ 0,91

NaL (g/dia) = (0,4 x PL) ÷ 0,91

Na total (g/dia) = [(0,018 x PV) ÷ 0,91] + [(0,4 x PL) ÷ 0,91] Na total (g/dia) = 1,187 + 0,879 = 2,066 = 2,1

» Exigências de potássio:

KM (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,038 x PV) ÷ 0,90

KL (g/dia) = (1,4 x PL) ÷ 0,90

K total (g/dia) = [(2,6 x IMS + 0,038 x PV) ÷ 0,90] + [(1,4 x PL) ÷ 0,90] K total (g/dia) = [(2,6 x 2,16 + 0,038 x 60) ÷ 0,90] + [(1,4 x 2) ÷ 0,90] K total (g/dia) = 7,896 + 3,111 = 11,007 = 11

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

121O portal do agroconhecimento

» Exigências de magnésio:

MgM (g/dia) = (0,003 x PV) ÷ 0,17

MgL (g/dia) = (0,17 x PL) ÷ 0,17

Mg total (g/dia) = [(0,003 x PV) ÷ 0,17] + [(0,17 x PL) ÷ 0,17] Mg total (g/dia) = [(0,003 x 60) ÷ 0,17] + [(0,17 x 2) ÷ 0,17] Mg total (g/dia) = 1,059 + 2 = 3,059 = 3,1

» Exigências de enxofre:

S total (g/dia) = (IMS x 0,18)/100. A IMS neste caso deve ser em gramas/dia. S total (g/dia) = (2160 x 0,18)/100 = 3,888 = 3,9

» Exigências de cobalto:

Co (mg/dia) = IMS x 0,2 = 2,16 x 0,2 = 0,432

» Exigências de cobre:

CuM (mg/dia) = (0,004 x PV) ÷ CA

CuL (mg/dia) = (0,2 x PL) ÷ 0,045

Ovelha em lactação, CA = 0,045 Cu total (mg/dia) = [(0,004 x PV) ÷ 0,045] + [0,2 x PL) ÷ 0,045] Cu total (mg/dia) = [(0,004 x 60) ÷ 0,045] + [0,2 x 2) ÷ 0,045] Cu total (mg/dia) = 5,333 + 8,888 = 14,221 = 14,2

» Exigências de iodo:

I (mg/dia) = IMS x 0,8 = 2,16 x 0,8 = 1,728 = 1,73

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

122 IEPEC

» Exigências de manganês:

MnM (mg/dia) = (0,002 x PV) ÷ 0,0075

MnL (mg/dia) = (0,055 x PL) ÷ 0,0075

Mn total (mg/dia) = [(0,002 x PV) ÷ 0,0075] + [(0,055 x PL) ÷ 0,0075] Mn total (mg/dia) = [(0,002 x 60) ÷ 0,0075] + [(0,055 x 2) ÷ 0,0075] Mn total (mg/dia) = 16 + 14,667 = 30,667 = 30,7

» Exigências de selênio:

SeM (mg/dia) = (0,00025 x PV) ÷ CA

SeL (mg/dia) = (0,14 x PL) ÷ CA

Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes:

Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60.

Vamos supor que a dieta consiste de 60% de pastagem (forragei-

ras) e 40% (concentrado). Assim, o CA ficaria: [(60 x 0,31)/100] +

[(40 x 0,60)/100] = 0,426.

Se total (mg/dia) = [(0,00025 x PV) ÷ 0,426] + [(0,14 x PL) ÷ 0,426] Se total (mg/dia) = [(0,00025 x 60) ÷ 0,426] + [(0,14 x 2) ÷ 0,426] Se total (mg/dia) = 0,035 + 0,657 = 0,692 = 0,7

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

123O portal do agroconhecimento

» Exigências de zinco:

ZnM (mg/dia) = (0,076 x PV) ÷ CA

ZnL (mg/dia) = (7,4 x PL) ÷ CA

Ovinos adultos, CA = 0,15. Zn total (mg/dia) = [(0,076 x PV) ÷ 0,15] + [(7,4 x PL) ÷ 0,15] Zn total (mg/dia) = [(0,076 x 60) ÷ 0,15] + [(7,4 x 2) ÷ 0,15] Zn total (mg/dia) = 30,400 + 98,667 = 129,067 = 129

» Exigências totais:

− Ca total (g/dia) = 10,3. Em % da matéria seca da dieta = 0,477;

− P total (g/dia) = 8,2. Em % da matéria seca da dieta = 0,38;

− Na total (g/dia) = 2,1. Em % da matéria seca da dieta = 0,083;

− K total (g/dia) = 11. Em % da matéria seca da dieta = 0,51;

− Mg total (g/dia) = 3,1. Em % da matéria seca da dieta = 0,123;

− S total (g/dia) = 3,9. Em % da matéria seca da dieta = 0,18;

− Co (mg/dia) = 0,432. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,2;

− Cu total (mg/dia) = 14,2. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 5,635;

− I (mg/dia) = 1,73. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,8;

− Mn total (mg/dia) = 30,7. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 12,18;

− Se total (mg/dia) = 0,7. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,278;

− Zn total (mg/dia) = 129. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 51,20.

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

124 IEPEC

4.4.2 Estudo de caso 2 – Caprinos em crescimento

Estime as exigências de caprinos em crescimento, com 20 kg de peso vivo, con-

sumindo 3,4% do peso vivo em matéria seca e ganhando 0,20 kg de peso vivo/

dia. Assim, a ingestão de MS será de 0,68 kg/dia.

» Exigências de cálcio:

CaM (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40

CaGA

(g/dia) = (11 x GMD) ÷ 0,45 Ca total (g/dia) = [(0,623 x IMS + 0,228) ÷ 0,40] + [(11 x GMD) ÷ 0,45] Ca total (g/dia) = [(0,623 x 0,68 + 0,228) ÷ 0,40] + [(11 x 0,2) ÷ 0,45] Ca total (g/dia) = 1,629 + 4,889 = 6,518 = 6,52

» Exigências de fósforo:

PM (g/dia) = (0,081 + 0,88 x IMS) ÷ 0,65

PGA

(g/dia) = (6,5 x GMD) ÷ 0,65 P total (g/dia) = [(0,081 + 0,88 x IMS) ÷ 0,65] + [(6,5 x GMD) ÷ 0,65] P total (g/dia) = [(0,081 + 0,88 x 0,68) ÷ 0,65] + [(6,5 x 0,2) ÷ 0,65] P total (g/dia) = 1,045 + 1,908 = 2,953

» Exigências de sódio:

NaM (g/dia) = (0,015 x PV) ÷ 0,91

NaGA

(g/dia) = (1,6 x GMD) ÷ 0,91 Na total (g/dia) = [(0,015 x PV) ÷ 0,91] + [(1,6 x GMD) ÷ 0,91] Na total (g/dia) = [(0,015 x 20) ÷ 0,91] + [(1,6 x 0,2) ÷ 0,91] Na total (g/dia) = 0,33 + 0,352 = 0,682 = 0,68

Capítulo 4Suplementação mineral de ovinos e caprinos

125O portal do agroconhecimento

» Exigências de potássio:

KM (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,05 x PV) ÷ 0,90

KGA

(g/dia) = (2,4 x GMD) ÷ 0,90 K total (g/dia) = [(2,6 x IMS + 0,05 x PV) ÷ 0,90] + [(2,4 x GMD) ÷ 0,90] K total (g/dia) = [(2,6 x 0,68 + 0,05 x 20) ÷ 0,90] + [(2,4 x 0,2) ÷ 0,90] K total (g/dia) = 3,076 + 0,533 = 3,609 = 3,61

» Exigências de magnésio:

MgM (g/dia) = (0,0035 x PV) ÷ 0,20

MgGA

(g/dia) = (0,40 x GMD) ÷ 0,20 Mg total (g/dia) = [(0,0035 x PV) ÷ 0,20] + [(0,40 x GMD) ÷ 0,20] Mg total (g/dia) = [(0,0035 x 20) ÷ 0,20] + [(0,40 x 0,2) ÷ 0,20] Mg total (g/dia) = 0,35 + 0,40 = 0,75

» Exigências de enxofre:

S total (g/dia) = (IMS x 0,22)/100. A IMS neste caso deve ser em gramas/dia. S total (g/dia) = (680 x 0,22)/100 = 1,496

» Exigências de cobalto:

Co total (mg/dia) = 0,68 x 0,11 = 0,0748 = 0,075

» Exigências de cobre:

Cu total (mg/dia) = 0,68 x 25 = 17

Avanços em Nutrição Mineral de RuminantesSuplementando com precisão

126 IEPEC

» Exigências de iodo:

I total (mg/dia) = 0,68 x 0,5 = 0,34

» Exigências de manganês:

MnM (mg/dia) = (0,002 x PV) ÷ 0,0075

MnGA

(mg/dia) = (0,70 x GMD) ÷ 0,0075 Mn total (mg/dia) = [(0,002 x PV) ÷ 0,0075] + [(0,70 x GMD) ÷ 0,0075] Mn total (mg/dia) = [(0,002 x 20) ÷ 0,0075] + [(0,70 x 0,2) ÷ 0,0075] Mn total (mg/dia) = 5,333 + 18,667 = 24

» Exigências de selênio:

SeM (mg/dia) = (0,015 x IMS + 0,083) ÷ CA

SeGA

(mg/dia) = (0,50 x GMD) ÷ CA

Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes:

Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60.

Vamos considerar uma dieta com 70% de concentrado e 30% de

volumoso. CA = [(0,31 x 30)/100] + [(0,60 x 70)/100] = 0,513

Se total (mg/dia) = [(0,015 x IMS + 0,083) ÷ 0,513] + [(0,50 x GMD) ÷ 0,513 Se total (mg/dia) = [(0,015 x 0,68 + 0,083) ÷ 0,513] + [(0,50 x 0,2) ÷ 0,513 Se total (mg/dia) = 0,182 + 0,195 = 0,377

» Exigências de zinco:

ZnM (mg/dia) = (0,045 x PV) ÷ CA

ZnGA

(mg/dia) = (0,025 x GMD) ÷ CA Caprinos adultos, CA = 0,15 Zn total (mg/dia) = [(0,045 x PV) ÷ CA] + [(0,025 x GMD) ÷ CA] Zn total (mg/dia) = [(0,045 x 20) ÷ 0,15] + [(0,025 x 200) ÷ 0,15] Zn total (mg/dia) = 6 + 33,333 = 39,333 = 39,5

» Exigências totais:

− Ca total (g/dia) = 6,52. Em % da matéria seca da dieta = 0,96;

− P total (g/dia) = 2,953. Em % da matéria seca da dieta = 0,44;

− Na total (g/dia) = 0,68. Em % da matéria seca da dieta = 0,10;

− K total (g/dia) = 3,61. Em % da matéria seca da dieta = 0,53;

− Mg total (g/dia) = 0,75. Em % da matéria seca da dieta = 0,11;

− S total (g/dia) = 1,496. Em % da matéria seca da dieta = 0,22;

− Co total (mg/dia) = 0,075. Em mg/kg de MS da dieta = 0,11;

− Cu total (mg/dia) = 17. Em mg/kg de MS da dieta = 25;

− I total (mg/dia) = 0,34. Em mg/kg de MS da dieta = 0,5;

− Mn total (mg/dia) = 24. Em mg/kg de MS da dieta = 35,5;

− Se total (mg/dia) = 0,377. Em mg/kg de MS da dieta = 0,55;

− Zn total (mg/dia) = 39,5. Em mg/kg de MS da dieta = 58.

Material Complementar

.pdf

Saleiro: Cocho para Suplementação de Caprinos e Ovinos

capitulo-4-arquivo-1.pdf

Links

<http://www.goatworld.com/articles/mineralnutrition.shtml>

<http://jds.fass.org/cgi/reprint/63/10/1729>

<http://granit.jouy.inra.fr/productions-animales/2002/Prod_

Anim_2002_15_4_03.pdf>

www. i e p e c . c om

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