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REGINA APARECIDA ROSSETTO GUZZO PROTOCOLO “TERAPIA OCUPACIONAL ABRANGENTE E SINTÉTICO”, PARA PACIENTES COM HEMIPLEGIA APÓS O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para a obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde. . SÃO PAULO 2011

AVC Proposta de Protocolo

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Page 1: AVC Proposta de Protocolo

1

REGINA APARECIDA ROSSETTO GUZZO

PROTOCOLO “TERAPIA OCUPACIONAL ABRANGENTE E

SINTÉTICO”, PARA PACIENTES COM HEMIPLEGIA APÓS O

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de

São Paulo para a obtenção do título de Doutora

em Ciências da Saúde.

.

SÃO PAULO

2011

Page 2: AVC Proposta de Protocolo

2

REGINA APARECIDA ROSSETTO GUZZO

PROTOCOLO “TERAPIA OCUPACIONAL ABRANGENTE E

SINTÉTICO”, PARA PACIENTES COM HEMIPLEGIA APÓS O

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de

São Paulo para a obtenção do título de Doutora

em Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Rubens José Gagliardi

SÃO PAULO

2011

Page 3: AVC Proposta de Protocolo

3

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Rossetto Guzzo, Regina Aparecida Protocolo “Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético”, para pacientes com hemiplegia após o acidente vascular cerebral./ Regina Aparecida Rossetto Guzzo. São Paulo, 2011.

Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Rubens José Gagliardi

1. Avaliação de desempenho 2. Análise e desempenho de tarefas 3. Acidente cerebral vascular/reabilitação 4. Terapia ocupacional 5. Atividades cotidianas 6. Hemiplegia 7. Protocolos

BC-FCMSCSP/49-11

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4

_________________________________________________________________

DEDICATÓRIA

__________________________________________________________________

Page 5: AVC Proposta de Protocolo

5

A Deus,

Aos meus queridos pais, Arnaldo e Iracema, Pela grande dedicação, torcida e amor, minha gratidão, admiração e amor.

Ao meu marido Fernando,

Pelo carinho, paciência, cumplicidade, meu amor.

Ao meu filho Daniel, Por sua existência, minha vida.

Page 6: AVC Proposta de Protocolo

6

_________________________________________________________________

AGRADECIMENTOS

__________________________________________________________________

Page 7: AVC Proposta de Protocolo

7

À Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do DD. Provedor Dr. Kalil Rocha Abdalla, pela oportunidade de aperfeiçoar meus conhecimentos. À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na pessoa do DD. Diretor Prof. Dr. Valdir Golin, pela oportunidade desta Pós-Graduação, pelo incentivo e apoio. Ao Prof. Dr. Rubens José Gagliardi, meu orientador e amigo, pela amizade, paciência, confiança e valiosa orientação. Ao Dr. Fernando Tondi Guzzo, que com sua paciência e sabedoria, soube como me incentivar e orientar nos momentos de hesitação. Aos pacientes, que motivaram esta pesquisa, razão de toda busca para este trabalho, pelo estímulo para a sua concretização. Ao Serviço de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do DD. Diretor Prof. Claudio Gomes, pela oportunidade de realizar este trabalho e pela amizade de tantos anos. Ao Prof. Dr. Sergio Lianza, pelo incentivo, apoio e motivação para esta pesquisa. À minha banca de Qualificação Prof. Dr. Wilson Luiz Sanvito, Prof. Dr. Marcelo Tomanik Mercadante, Prof. Dr. José Carlos Esteves Veiga e Prof. Dr. Milton Luiz Gorzoni, pelas valiosas sugestões e orientações para a conclusão deste trabalho. À coordenadora do Curso de Pós Graduação em Ciências da Saúde Profª. Drª. Ivoty Alves dos Santos Sens pela oportunidade e pelo apoio. À Profª. Danielle dos Santos Cutrim Garros, pelos conselhos e sugestões na execução deste trabalho e pela grande amizade. À CAPES pelo apoio financeiro. Aos professores do Departamento de Medicina Social Daniel Kashiwamura Scheffer e Erika Fukunaga, pela colaboração indispensável na análise estatística deste trabalho. À Terapia Ocupacional da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, minha escola, meu objetivo profissional. Às terapeutas ocupacionais Profª. Anelise Sartorel Santos, Dra. Carolina Marques, Dra. Ester Aizic, Dra. Silvia Barros, Dra. Silmara Pedroso, Dra. Livia Couto e Dra.Caroline Piotto, pela amizade, apoio e incentivo. À Secretaria do Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pelo apoio para a conclusão de cada etapa do curso.

Page 8: AVC Proposta de Protocolo

8

À equipe da Biblioteca Central da Santa Casa de São Paulo, pela qualidade e eficiência nos serviços prestados. Aos meus sogros Irmgard Anna Pufleb e Wagner Moré Guzzo por incentivarem e apoiarem mais este desafio.

Page 9: AVC Proposta de Protocolo

9

_________________________________________________________________

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

__________________________________________________________________

Page 10: AVC Proposta de Protocolo

10

AVC

Acidente Vascular Cerebral

TOAS

Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético

AVCI

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

AVCH

Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

Tab.

Tabela

DATASUS

Banco de Dados do Sistema Único de Saúde

AVD

Atividades de Vida Diária

ABVD

Atividade Básica de Vida Diária

AIVD

Atividades Instrumentais da Vida Diária

MIF

Medida de Independência Funcional

SAME

Serviços de Arquivos Médicos e Estatística

Fig.

Figura

FES

Eletro Estimulação Funcional

TDMCB

Teste de destreza manual da caixa e blocos

Page 11: AVC Proposta de Protocolo

11

__________________________________________________________________

SUMÁRIO

__________________________________________________________________

Page 12: AVC Proposta de Protocolo

12

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................

01

1.1. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 04

2. OBJETIVOS........................................................................................................ 21

3. CASUÍSTICA E MÉTODO................................................................................... 23

4. RESULTADOS..................................................................................................... 53

5. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 62

6. CONCLUSÃO...................................................................................................... 69

7. ANEXOS ............................................................................................................. 71

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 88

RESUMO ............................................................................................................ 95

ABSTRACT ......................................................................................................... 97

Page 13: AVC Proposta de Protocolo

13

__________________________________________________________________

1. INTRODUÇÃO

__________________________________________________________________

Page 14: AVC Proposta de Protocolo

14

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem um alto impacto, tanto do ponto de vista

pessoal como familiar e social. É a principal causa de morte em nosso país(1-4), tem alta

prevalência e morbidade e é também a principal causa de sequelas não traumáticas em

adultos(3-8,15). Em um ano após sofrer um AVC aproximadamente 31% dos doentes

evoluem para óbito, 28% para déficit neurológico grave, 11% para invalidez moderada,

11% para transitória e apenas 17% evoluem sem sequelas (5).

A experiência da doença é inerente à pessoa acometida e ao mundo em que ela

vive. A enfermidade interfere, e depois torna-se parte de uma determinada vida,

complicando relações, interferindo em prazeres e atividades, requerendo adaptações e,

finalmente, passando a possuir um significado que para aquela pessoa é único(7-9).

A Terapia Ocupacional tem como objetivo diferenciado dirigir a participação do

ser humano, promovendo sua adaptação, restaurando, reforçando e facilitando a

aprendizagem de habilidades essenciais para a vida diária(7-9).

Os objetivos relacionados ao mundo social do paciente e à conexão entre as

habilidades funcionais e os relacionamentos sociais são muito mais difíceis de alcançar,

e seria leviano tratar apenas as habilidades funcionais e ocupacionais como se elas não

estivessem relacionadas ao mundo social do paciente, pois o significado principal de

uma condição é como ela afeta os relacionamentos pessoais do indivíduo,

diferentemente dos objetivos de aprender a se vestir, ou de aprender a se locomover

em uma cadeira de rodas(10).

Para o desenvolvimento desta pesquisa, organizamos um protocolo de

tratamento em Terapia Ocupacional, denominado “Terapia Ocupacional Abrangente e

Sintético” (TOAS), especifico para hospitais de nível terciário. O início é o mais precoce

possível, ou seja, imediatamente após a alta hospitalar e com tempo determinado para

01

Introdução

Page 15: AVC Proposta de Protocolo

15

seu término, com a meta de se reabilitar e/ou habilitar o paciente após o AVC, para a

independência, estimulando e motivando ao retorno familiar, social e profissional.

Este trabalho compara os resultados obtidos na primeira avaliação funcional e

ocupacional do paciente que sofreu o AVC, com os resultados no momento de sua alta,

após o protocolo TOAS, no Centro de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo.

02

Introdução

Page 16: AVC Proposta de Protocolo

16

__________________________________________________________________

1.1. REVISÃO DA LITERATURA

__________________________________________________________________

Page 17: AVC Proposta de Protocolo

17

“O Acidente Vascular Cerebral é mundialmente conceituado como uma

emergência médica, pois a destruição neuronal é rapidamente progressiva e o

tratamento é tempo dependente” (1,2,5,11). Após a instalação da isquemia ocorre uma

cascata de fenômenos bioquímicos que em poucas horas leva à destruição do tecido

cerebral. Os tratamentos atualmente propostos devem ser iniciados dentro desta curta

janela terapêutica e por esse motivo os serviços de emergência têm se adaptado a

essa nova realidade e vêm contribuindo para um melhor prognóstico destes

pacientes(1,2,5,11). Com este limite de tempo, tornou-se fundamental o reconhecimento

precoce pelo paciente ou seus familiares da instalação do déficit neurológico e o

transporte do doente para um hospital de nível terciário para a investigação e

tratamento(1,2).

Estudo randomizado realizado pelos departamentos de epidemiologia e saúde

publica das Universidades de Michigan e do Texas, teve como objetivo encorajar

crianças da escola primaria a chamar o resgate (911) assim que identificassem uma

pessoa sofrendo um AVC. Os alunos tiveram quatro aulas de cinquenta minutos sobre

AVC, ministradas pelos próprios pesquisadores que concluíram que um programa de

intervenção educacional pode contribuir significativamente para o melhor conhecimento

e comportamento para reconhecer e procurar ajuda apropriada num caso de AVC

agudo(12).

Os Acidentes Vasculares Cerebrais são classicamente divididos, de acordo com

as características anátomo-patológicas em Isquêmicos (AVCI): causados por doença

vascular primária, trombose ou embolia e Hemorrágicos (AVCH): divididos em

hemorragias subaracnóideas e hemorragias intraparenquimatosas(1,2,5,11).

Aproximadamente 75% dos AVC são isquêmicos e 25% hemorrágicos (2, 5,11,13,14).

04

Revisão da Literatura

Page 18: AVC Proposta de Protocolo

18

Corroborando com estes dados, em estudo recente nos Estados Unidos da America

dos 795.000 Acidentes Vasculares Cerebrais 625.000 são isquêmicos(11). O prognóstico

depende então da localização, do tamanho e tipo da lesão, além do fator idade e da

história de saúde prévia do paciente(2,8,11).

1.1.1. Epidemiologia e Etiologia

“A Organização Mundial da Saúde define o Acidente Vascular Cerebral como

uma disfunção neurológica aguda, de origem vascular, com sintomas e sinais

correspondentes ao comprometimento de áreas focais do cérebro”(22,25).

A American Heart Association publicou em 2004, dados estatísticas sobre o

Acidente Vascular Cerebral que já demonstravam a gravidade deste problema. Em

média, a cada 53 segundos um cidadão americano sofria um AVC e a cada 3,3 minutos

uma pessoa morria de AVC(16).

Esses números tiveram um aumento de 33%, e em 2010 aproximadamente

795.000 pessoas sofreram um AVC, 610.000 foram atingidos pela primeira vez e a

expectativa é que em 2025, atinja-se um milhão de pacientes no ano(11,14,17).

Nos Estados Unidos hoje existem 6,4 milhões de sobreviventes de AVC, sendo a

principal causa de incapacidade(11, 14, 17).

No Brasil o número de internações por AVC aumenta de maneira significativa a

cada ano (Tab.1), fazendo com que os hospitais de nível terciário assim como suas

equipes de saúde, tenham que se preparar para atender essa demanda.

05

Revisão da Literatura

Page 19: AVC Proposta de Protocolo

19

Tabela 1. Número de Internações por AVC no Brasil por região e ano(15).

Fonte: Ministério da Saúde do Brasil – DATASUS atualização em 01.03.2011.

O AVC pode ocorrer em qualquer idade, sendo que o risco dobra a cada década

após os 55 anos(18). Muitos autores corroboram que a chance de se sofrer um AVC

aumenta com a idade, principalmente acima dos 64 anos e que 75% de todos os AVC

acontecem acima desta idade, é mais frequente em homens e na raça negra(2,5,17) .

Em 2000, aproximadamente dois milhões de pessoas foram afetadas e tiveram a

sua capacidade laborativa e social significativamente reduzida devido às sequelas

neurológicas de acidentes vasculares cerebrais. Importante parcela dessas pessoas

estava com idade entre 25 e 46 anos(5), corroborando o alto impacto que o AVC tem no

indivíduo e na sociedade, pois o Acidente Vascular Cerebral a cada ano, atinge uma

população cada vez mais jovem(11,13,17).

Região

2010

2009

2008

Sul

34458

34249

30810

Sudeste

80981

76330

72174

Centro-Oeste

12768

11326

10479

Nordeste

45468

43471

36124

Norte

9146

9604

7280

Total

182.821

174.880

156.867

06

Revisão da Literatura

Page 20: AVC Proposta de Protocolo

20

O AVC é uma doença comum e cosmopolita, considerado um problema de

saúde pública. Sua incidência anual nos Estados Unidos é maior do que a união das

incidências anuais da doença de Parkinson, epilepsia, esclerose múltipla, demência e

esclerose lateral amiotrófica(4,11,17) .

O AVC está em terceiro lugar como causa de morte nos Estados Unidos da

América e nos países industrializados da Europa, perdendo apenas para as doenças do

coração e do câncer (4,5,11,17,18,19,20).

A mortalidade por AVC é cinco vezes maior na Europa Ocidental quando

comparada com a Europa Oriental, esse fenômeno pode ser atribuído a maior

frequência de fatores de risco como a hipertensão arterial e fumo na Europa Ocidental,

essas diferenças não estão confinadas ao eixo Europa Ocidental – Oriental, mas

também são encontradas entre os países da Europa Ocidental, por exemplo, a

incidência do AVC é menor na França e no Reino Unido, em comparação com a

Alemanha(18).

Em estudo realizado em setembro de 2010 nos Estados Unidos por professores

de neurologia das Universidades da Carolina do Sul e de Cincinnati, conclui-se que a

hipertensão, o diabetes mellitus e o fumo são os principais fatores de risco de um AVC

(2,11,17) .

Os fatores de risco não modificáveis são: idade, raça, gênero, raça,

hereditariedade e os fatores modificáveis incluem: hipertensão arterial sistêmica (o fator

mais importante), diabetes mellitus, doenças cardíacas como fibrilação atrial, doença

valvular, estenose mitral e anomalias estruturais que permitam desvio da circulação da

esquerda para a direita, hipercolesterolemia, ataques isquêmicos transitórios, estenose

de carótida, hiperhomocistinemia e estilo de vida (abuso de álcool, uso de fumo, uso de

07

Revisão da Literatura

Page 21: AVC Proposta de Protocolo

21

drogas ilícitas, obesidade e inatividade física), anemia falciforme, displasia

fibromuscular da carótida e síndrome metabólica(1,2,11,17,19,21,22)

A hipertensão arterial é inquestionavelmente o principal fator de risco para as doenças

cérebrovasculares, e é o fator responsável por 60 a 80% dos AVC (1,2,11,13,17,18,19,23,24).

O déficit neurológico, transitório ou definitivo, por dano cerebral secundário à

lesão vascular, é denominado acidente vascular cerebral, podendo se apresentar de

formas variadas, ter diferentes manifestações clínicas e etiologias diversas(1-3) .

“A maioria dos sobreviventes exibirá deficiências neurológicas e incapacidades

residuais significativas, o que faz do Acidente Vascular Cerebral a primeira causa de

incapacitação funcional do mundo ocidental” (26).

Principais déficits neurológicos de acordo com a artéria ocluída: (5,11,14,16,19,22)

Cerebral média – perda contralateral da força e da sensibilidade na face,

no membro superior e, em menor intensidade no membro inferior. Afasia

se hemisfério dominante, negligência se não dominante.

Cerebral anterior – perda contralateral da força e da sensibilidade no

membro inferior e, em menor intensidade no membro superior.

Cerebral posterior – defeito do campo visual contralateral.

Possivelmente, confusão mental e afasia se hemisfério dominante.

Perfurantes (Síndrome lacunar) – fraqueza e perda sensitiva

contralateral (geralmente, ou uma ou outra) na face, membro superior e

membro inferior. Ausência de afasia, negligência ou perda visual.

Possivelmente ataxia e disartria.

08

Revisão da Literatura

Page 22: AVC Proposta de Protocolo

22

Basilar e seus ramos – combinações variáveis de ataxia axial, disartria,

disfagia, fraqueza e perda sensitiva na face e nos membros (pode ser

bilateral), assimetria pupilar, olhar desconjugado, perda do campo visual e

sonolência/torpor/coma.

Aproximadamente 70% dos pacientes sobrevivem ao AVCl, e a prevalência de

incapacidades relacionadas a essa enfermidade é alta, pois esses pacientes se

deparam com vários danos funcionais e ocupacionais, sendo os mais comuns as

hemiparesias, as hemiplegias, incoordenação motora, desequilíbrio, espasticidade, os

déficits sensitivos, a apraxia, a afasia e as perdas perceptivas e/ou cognitivas(7-9).

A incapacidade funcional pode ser definida como a inabilidade ou a dificuldade

de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do ser humano e que normalmente são

indispensáveis para uma vida independente na comunidade(27).

A capacidade funcional se refere à potencialidade para desempenhar as

atividades de vida diária ou para realizar determinado ato sem necessidade de ajuda(28).

“Uma análise detalhada da incapacidade é indispensável, a fim de estabelecer

corretamente o tratamento, as finalidades e os objetivos individuais para cada paciente”

(7,8,29).

Nos Estados Unidos 26% dos sobreviventes do AVC necessitam de assistências

nas Atividades de Vida Diária, 30% necessitam de algum tipo de assistência para

andar, 26% necessitam de internações de longo tempo em clínicas especializadas,

além disso, pelo menos um terço dos sobreviventes tem depressão(14). O AVC afeta a

vida dos pacientes, familiares e cuidadores(14) .

09

Revisão da Literatura

Page 23: AVC Proposta de Protocolo

23

A hemiplegia é a principal manifestação de uma lesão destrutiva do córtex motor

e é caracterizada por perda de força do lado contralateral do corpo em relação à lesão

cerebral, acarretando comprometimento da movimentação voluntária(30), normalmente o

quadro é acompanhado de espasticidade, que além de favorecer o aparecimento de

deformidades, muitas vezes dificulta ou impede a função.

A espasticidade é um dos distúrbios motores mais frequentes e incapacitantes

observados nos indivíduos com lesão do sistema nervoso central, que compromete o

neurônio motor superior ao longo da via córtico-retículo bulbo-espinhal(31), como parte

da síndrome do neurônio motor superior. Associa-se frequentemente à presença de

fraqueza muscular, hiperreflexia profunda e presença de reflexos cutâneo-musculares

patológicos, como os sinais de Babinski e Hoffmann(32,33).

O paciente com espasticidade apresenta uma condição que interfere na função

motora, provocando quadros dolorosos, perda da amplitude de movimento e

deformidades, interferindo na realização das atividades de vida diária e na

qualidade de vida do indivíduo(34). É um distúrbio sensório-motor que pode

comprometer a capacidade funcional do paciente, seu conforto e a sua auto imagem(35).

Em todos, exceto em casos mais leves de hemiplegia, os movimentos seletivos e

discriminativos são perdidos, esta perda de movimentos delicados e individualizados

mostra-se mais claramente no braço e na mão. O paciente não pode mover seu

cotovelo, punho ou dedos seletivamente(36).

10

Revisão da Literatura

Page 24: AVC Proposta de Protocolo

24

1.1.2. A Terapia Ocupacional e a reabilitação do paciente após o AVC.

A Terapia Ocupacional trabalha com a coordenação motora, fina e grossa

(preensão, oposição, dedo-nariz, movimentos rápidos e alternados), a força, amplitude

de movimentos, o tônus, a sensibilidade, as atividades de vida diária e o treinamento

voltado para a recuperação dos padrões normais de movimento(5).

As intervenções terapêuticas ocupacionais influenciam o estado de atividade

dos clientes (37).

As sequências de movimentos, que são escolhidas durante a terapia devem ser

similares aos movimentos utilizados nas atividades de vida diária, pois dessa maneira,

pode ser construída uma ponte entre o tratamento e o uso funcional(38-41).

Um dos princípios fundamentais da Terapia Ocupacional é o da compensação –

facilitação, de maneira simples a compensação refere-se ao treinamento do membro

não afetado, de modo a compensar as funções do membro comprometido, enquanto a

facilitação corresponde ao uso repetitivo do membro afetado, com o objetivo de acelerar

a recuperação e evitar o “não uso aprendido”, que pode resultar da confiança

excessivamente compensatória no membro normal (5,38-43).

Em 1950, o médico Herbert Kabat e a terapeuta ocupacional Dorothy Rosemberg

descreveram um programa denominado método Kabat ou Facilitação Proprioceptivo

Neuromuscular voltado para a aceleração do desenvolvimento do movimento voluntário

em músculos gravemente paralisados com o emprego de técnicas de reforço para

exercícios de resistência orientados, empregando padrões primitivos de movimentos em

massa, movimentos sinérgicos e movimentos bilaterais simétricos (40-43).

11

Revisão da Literatura

Page 25: AVC Proposta de Protocolo

25

O método Kabat visa promover ou acelerar a resposta de mecanismos

neuromusculares pela estimulação dos proprioceptores, com o objetivo de “fornecer

aprendizagem motora” (40-43). Os padrões de facilitação são combinados para

desenvolver habilidades motoras para: rolar, sentar, ficar em pé, realizar as AVD (40-44).

Jean Ayres, terapeuta ocupacional, descreveu a seleção de adaptações de

atividades cotidianas simples e normais, empregando mecanismos proprioceptivos de

facilitação (41).

Margareth Rood, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, desenvolveu o Método

Rood ou de Estimulação Sensorial por ativação ou inibição. Baseou seu trabalho no

emprego de estimulação sensorial para influir na resposta motora. O principio básico

desta terapia é a ativação dos músculos pelos receptores sensoriais, na sequência do

padrão de desenvolvimento normal (41).

O método Brunnstrom ou Padrões Sinérgicos de movimento, preconiza que os

meios para facilitar a ação de grupos musculares dentro das sinergias incluem o uso de

respostas reflexas e consequente o desenvolvimento de controle voluntário. O objetivo

desse tratamento é atingir o controle de sinergias flexoras e extensoras, chegando ao

ponto de combinar estes padrões de movimento para a realização de atividades que

envolvam: pegar, alcançar, andar e cuidados pessoais (40-44).

Signe Brunnstrom, fisioterapeuta, apresentou sua teoria e técnicas para a terapia

ocupacional em 1961, em um estudo do comportamento motor de pacientes adultos

hemiplégicos (41,44).

Método Bobath ou Neuroevolutivo: Karel Bobath, medico neurologista, e Bertha

Bobath, fisioterapeuta, desenvolveram o “Tratamento Neuroevolutivo”, que enfatiza a

inibição de padrões posturais anormais, facilitando o desenvolvimento de reações

12

Revisão da Literatura

Page 26: AVC Proposta de Protocolo

26

posturais normais. Técnicas de facilitação por estimulação tátil e proprioceptiva são

utilizadas quando necessário, e incluem a transferência de peso com ou sem pressão e

resistência. Em síntese, o sistema neuroevolutivo focaliza a integração de padrões

automáticos de movimentos e o ajustamento postural (38-43).

Pessia Grywac Meyerhof, terapeuta ocupacional, em 1978 desenvolveu a

pesquisa “Modificação do comportamento motor de um hemiplégico adulto com o

emprego de biofeedback”. Do ponto de vista clinico, o treino oferece ao paciente uma

informação (feedback) relativamente imediata, durante o treino muscular e uma

resposta funcional. O objetivo deste treino foi reeducar o paciente para a função e

realização das AVD(40).

Em 1986 foi introduzida no Brasil, na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia

de São Paulo, pelo medico fisiatra Sergio Lianza a Estimulação elétrica funcional (FES).

A técnica FES pode ser classificada como um recurso de recondicionamento do ato

motor e também como um recurso ortésico no tratamento do paciente com hemiplegia

por AVC (9,42,46).

A FES deve estar sempre associada à Fisioterapia ou Terapia Ocupacional, e os

grupos musculares em membros superiores frequentemente estimulados com o objetivo

de recondicionamento funcional são: deltóide, tríceps, extensores de punho e dedos. O

objetivo da técnica FES em pacientes portadores de hemiplegia é o recondicionamento

muscular, a redução da espasticidade e a reorganização do padrão motor(9,45, 46).

Em pesquisa contemporânea, notamos que as técnicas introduzidas por Kabat,

os Bobaths, Brunnstrom, Rood, Ayres, ainda estão em evidência em muitos serviços de

reabilitação(41).

13

Revisão da Literatura

Page 27: AVC Proposta de Protocolo

27

Meyerhof e Lianza trouxeram técnicas e desenvolveram a metodologia que são

seguidas atualmente nos grandes centros de reabilitação por fisioterapeutas e

terapeutas ocupacionais.

A Terapia Ocupacional tem como objetivos diferenciados dirigir a participação do

ser humano, promovendo sua adaptação, restaurando, reforçando e facilitando a

aprendizagem de habilidades essenciais para a vida diária(47,48) .

Atividades da Vida Diária (AVD) compreendem desde as atividades

fundamentais para a sobrevivência ou atividades pessoais (comer, manter-se aquecido,

evitar perigos, manter a higiene pessoal), até as atividades que exijam habilidades

sociais básicas (cozinhar, fazer compras e realizar trabalhos domésticos) (7-9).

Quando um terapeuta ocupacional sabe que um paciente quer reaprender a

dirigir, vestir-se de maneira independente, comer em restaurante ou continuar a

trabalhar como um mecânico de automóveis, deve ser capaz de organizar as tarefas

terapêuticas que auxiliam o paciente na realização destas atividades(7-9).

As atividades cotidianas executadas pelo indivíduo em sua rotina diária, visando

a sua manutenção e a sua sobrevivência são divididas em Atividades de Vida Diária

Básicas (ABVD), que são: a alimentação, vestuário, higiene, autocuidados, e as

Atividades da Vida Diária Instrumentais ou Prática (AIVD) são as que envolvem a

interação do indivíduo com os utensílios do dia-a-dia e profissional (7,8,49).

A AVD é descrita como tarefas de automanutenção, incluindo 15 domínios:

arrumar-se, higiene oral, lavar-se ou banhar-se, higiene no toalete, cuidados com

objetos pessoais, vestir-se, comer e dar alimento, medicamento rotineiro, manutenção

da saúde, socialização, comunicação social, mobilidade funcional, resolução de

problemas e expressão sexual(7,50).

14

Revisão da Literatura

Page 28: AVC Proposta de Protocolo

28

As AIVD indicam tarefas mais adaptativas ou necessárias para a vida

independente na comunidade como, por exemplo, fazer compras, telefonar, utilizar

o transporte coletivo, realizar tarefas domésticas, preparar uma refeição, cuidar do

próprio dinheiro, a participação social, enfim, são tarefas consideradas mais

difíceis e elaboradas que as AVD(51). Em conjunto estas atividades podem ser

chamadas de Atividades de Vida Diária ou Atividades Funcionais, pois visam o

desempenho ocupacional humano em toda sua dimensão(51).

O trabalho é um aspecto importante da vida diária pois é através dele que os

indivíduos ganham dinheiro, e tem a oportunidade de contatos sociais, status e

reestruturar suas vidas. É uma chave para o desenvolvimento e manutenção da

identidade pessoal e pode adicionar um sentido de participação e de bem estar físico

(52).

A ocupação ou a atividade dirigida a um propósito é o método usado para

melhorar as capacidades do ser humano embora esses métodos sejam originariamente

teóricos, ao interagir com fatores, ou capacidades físicas psicológicas, cognitivas e

emocionais eles melhoram as atitudes, a motivação, os valores, os interesses,

hábitos.... Por ocupação se entende: Cuidar de si, aproveitar a vida e contribuir para o

bem social e econômico de suas comunidades (7-9).

Os cientistas do comportamento motor têm focalizado tradicionalmente as

pesquisas de aprendizado motor em indivíduos “normais”, enquanto a Terapia

Ocupacional tem focalizado a restauração ou reabilitação de desempenhos

ocupacionais em pacientes, porém as condutas de tratamento de neurorreabilitação da

Terapia Ocupacional baseiam-se nas suposições implícitas e explícitas sobre o controle

motor e aprendizado do indivíduo normal(53,54) .

15

Revisão da Literatura

Revisão da Literatura

Page 29: AVC Proposta de Protocolo

29

A plasticidade do sistema nervoso central é o ponto culminante da nossa

existência e desenvolvimento e de todo processo de aprendizagem, o trabalho prático

da reabilitação também depende das precondições de estimulação, inibição e

facilitação. Quanto maior a capacidade residual de aprendizagem do paciente, isto é,

a plasticidade do seu sistema nervoso central, mais bem sucedida será sua

reabilitação(55).

Nas duas últimas décadas estas suposições foram contestadas pela pesquisa de

controle e aprendizado motor, pesquisa que levou a um deslocamento dos modelos de

reflexo e hierárquico para o aprendizado motor, no sentido de conceituações mais

complexas da programação e aprendizado motores (54,57). Este deslocamento do

conhecimento possui implicação no modo como os terapeutas ocupacionais ensinam

aos clientes novas sequencias de movimentos, por exemplo, como se levantar da cama

após um AVC (7,8,48,50).

A Terapia Ocupacional, ao maximizar a independência funcional e autonomia

ocupacional, utiliza a tecnologia assistiva(7-9) , esses temas devido a relevância estão

sendo pesquisados no Stroke Program Review Group (SPRG) (5,21).

A tecnologia assistiva é definida como: qualquer item, acessórios, equipamentos

ou sistema de produtos, adquiridos comercialmente, modificados ou feitos sob medida,

com o objetivo de aumentar, manter ou melhorar as habilidades funcionais do indivíduo

com limitações funcionais (7-9,58,59) .

A órtese dorsal volar para o posicionamento de punho e dedos, dispositivo

externo, que tem como função o posicionamento articular, atuando assim no

desequilíbrio muscular, compensando o déficit de ação da musculatura extensora de

punho e dedos (60-64).

16

Revisão da Literatura

Revisão da Literatura

Page 30: AVC Proposta de Protocolo

30

A função da órtese volar para posicionamento de punho e dedos com a

finalidade de prevenir o desenvolvimento de deformidades e a orientação do uso

noturno para se evitar a perda da função manual ativa, é fato relevante para o paciente

com hemiplegia espástica de membro superior (60-64).

1.1.3 Medida de Independência Funcional (MIF) e o Teste de destreza

manual da caixa e blocos (TDMCB).

A Medida de Independência Funcional (MIF) teve origem na década de 1980, e

foi desenvolvida pelo Departamento de Reabilitação da Faculdade de Medicina da

Universidade do Estado de New York, em Buffalo (7- 10,65-71) .

O projeto foi patrocinado por órgãos públicos: o Instituto Nacional de Pesquisa

para deficientes e o Departamento de Educação do Governo Federal dos Estados

Unidos, e por entidades médicas: o Congresso Americano de Medicina de Reabilitação

e a Academia Americana de Medicina e Reabilitação (7-10,65).

A MIF foi desenvolvida para avaliar pessoas sob o processo de reabilitação e

traduzida para a língua portuguesa no Brasil em 2000 (65).Utilizada por muitos

profissionais, na área de reabilitação, sua abordagem é verbal, onde o paciente deve

responder as questões relacionadas às suas atividades de vida diária, e quando o

mesmo encontra-se impossibilitado, fica a cargo do seu familiar cuidador as respostas

ao protocolo de avaliação(65-71).

A MIF tem por objetivo avaliar de forma quantitativa a carga de cuidados

demandada por uma pessoa para a realização de uma série de tarefas motoras e

cognitivas de vida diária (7-9,65). É considerada a melhor medida para avaliar a

17

Revisão da Literatura

Revisão da Literatura

Page 31: AVC Proposta de Protocolo

31

incapacidade funcional no momento, com melhor confiabilidade, validade e

sensibilidade às mudanças (65).

O Índice de Barthel para medir o grau de independência Funcional do paciente

após o AVC, é frequentemente usado e muito conhecido, porém não inclui a mobilidade

no leito e as tarefas domesticas e de cozinha(70,71).

A normatização do teste de destreza manual da caixa e blocos foi realizada por

terapeutas ocupacionais em 1985, o teste foi considerado simples, de baixo custo e

eficiente quanto avaliação da destreza manual, é eficiente para avaliar programas de

tratamento para destreza manual(72-75) .

O Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos, utilizado durante o Protocolo

TOAS, para medir e quantificar a evolução da capacidade ocupacional manual. Trata-se

de instrumento validado no Brasil(72-75).

O teste de destreza manual da caixa e blocos é utilizado para quantificar a

função manual (7-9,72-75), através dele podemos avaliar a habilidade, a agilidade e a

destreza manual, tanto da mão comprometida pelo AVC como da mão que não está

comprometida.

A associação do Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos com a Medida de

Independência Funcional foi utilizada em estudo do desempenho manual, com idosos

em 1994, a correlação entre as avaliações pareceu relevante para os resultados do

estudo, levando à Validação do Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos para

idosos(72-75).

Esta avaliação vem complementar os dados colhidos na MIF, e através do

resultado das duas avaliações se estabelecerá a necessidade da troca de dominância

ou não, para a melhora do desempenho ocupacional do paciente(7).

18

Revisão da Literatura

Page 32: AVC Proposta de Protocolo

32

O terapeuta ocupacional ao avaliar um paciente tem como referência a tríade

Pessoa-Tarefa-Ambiente, pois o indivíduo com déficit nos componentes de

desempenho, não consegue interagir com o ambiente para realizar a tarefa(7,8).

Em Terapia Ocupacional, é fundamental se avaliar o desempenho ocupacional,

para tanto, o terapeuta deve observar o resultado durante o processo, isto é, os

padrões preferidos de movimentos, a estabilidade ou instabilidade, a flexibilidade na

utilização de outros padrões, e a habilidade no aprendizado de novas estratégias, para

compreender os comportamentos motores utilizados para compensar e alcançar os

objetivos funcionais(36).

A avaliação e o tratamento devem estar intimamente relacionados, assim como o

tratamento deve ser planejado e continuado com bases em avaliações frequentes e

cuidadosas36 .

O terapeuta ao avaliar seu paciente deve mapear o desempenho ocupacional,

através da análise da atividade realizada, corrigir o desempenho, orientar o familiar

cuidador, documentar os resultados e assim optar pelo melhor método de intervenção

para aquele paciente(7-9).

19

Revisão da Literatura

Page 33: AVC Proposta de Protocolo

33

__________________________________________________________________

2. OBJETIVOS

__________________________________________________________________

Page 34: AVC Proposta de Protocolo

34

Os objetivos deste trabalho foram:

1- Organizar um protocolo em Terapia Ocupacional específico para o

atendimento de pacientes pós - AVC em hospitais de nível terciário;

2- Mensurar a evolução funcional do paciente após a aplicação do Protocolo

Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético (TOAS).

21

Objetivos

Page 35: AVC Proposta de Protocolo

35

__________________________________________________________________

3. CASUÍSTICA E MÉTODO

__________________________________________________________________

Page 36: AVC Proposta de Protocolo

36

3.1. Casuística

A casuística (Anexo 1: Tab. 2) composta por 210 pacientes, 113 (54%) do gênero

masculino e 97 (46%) do feminino (Tab.3), com diagnóstico de hemiplegia devido ao

Acidente Vascular Cerebral em seguimento no Serviço de Terapia Ocupacional do

Centro de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no

período de março de 2008 a dezembro de 2010.

Tabela 3. Distribuição dos 210 pacientes da amostra, segundo gênero.

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

A média de idade foi 56 anos, variando de 17 a 90 anos (Fig.1). Da amostra, 156

pacientes (74%) responderam ter a cor branca, 38 (18%) a cor preta e 16 (8%) a cor

amarela (Tab.4).

gênero

(%)

masculino

113

53,8

feminino

97

46,2

Total

210

100,0

23

Casuística e Método

Page 37: AVC Proposta de Protocolo

37

Figura 1. Distribuição da Amostra, segundo idade em anos (pag.21) - Diagrama de Boxplot.

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

Tabela 4. Distribuição da Amostra, segundo a cor.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

Cor

(%)

Branca

156

74

Preta

38

18

Amarela

16

8

Total

210

100,0

24

Casuística e Método

Page 38: AVC Proposta de Protocolo

38

Eram casados ou possuíam união estável 111 pacientes (53%), os pacientes

solteiros, divorciados ou viúvos somavam 99 pacientes (47%) (Tab.5).

Tabela 5. Distribuição da Amostra, segundo a Situação conjugal.

União estável

(%)

Sim

111

53

Não

99

47

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

O grau de analfabetismo da amostra foi relevante, 12 pacientes (6%), e

pacientes com graduação de nível superior eram em número de 21 (10%).

Tabela 6. Distribuição dos 210 pacientes da Amostra, segundo o grau de alfabetização.

alfabetismo

(%)

Sim

198

94

Não

12

6

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

25

Casuística e Método

Page 39: AVC Proposta de Protocolo

39

Tabela 7. Distribuição dos 210 pacientes da Amostra, segundo o nível de escolaridade.

Curso superior

(%)

Sim

21

10

Não

189

90

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

Nesta amostra, o maior tempo entre o AVC e a primeira avaliação funcional foi

de 120 meses, e o menor de um dia.

Cento e dois (102) pacientes (48%) tinham história de alcoolismo (Tab.8 ) e 109

pacientes (52%) eram fumantes de no mínimo um maço de cigarros por dia, destes 24

pacientes assumiram não conseguir parar de fumar, conseguindo reduzir para até cinco

cigarros por dia (Tab.9 ).

Tabela 8. Distribuição da Amostra, segundo fatores de risco: Alcoolismo*.

Alcoolismo

(%)

Sim

102

48

Não

108

52

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

*conceituamos como alcoolismo o consumo diário de ao menos uma garrafa de cerveja

26

Casuística e Método

Page 40: AVC Proposta de Protocolo

40

Tabela 9. Distribuição da Amostra, segundo fatores de risco: Tabagismo.

Tabagismo

(%)

Sim

109

52

Não

101

48

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010

Eram hipertensos 209 pacientes (99,5%) (Tab.10); Apresentaram o diagnóstico

de Diabetes Mellitus 96 pacientes (46%) (Tab.11) e de Cardiopatia pré existente 52

pacientes (25%) (Tab.12).

Tabela 10. Distribuição da Amostra, segundo fatores de risco: Hipertensão Arterial.

Hipertensão Arterial

(%)

Sim

209

99,5

Não

1

0,5

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

27

Casuística e Método

Page 41: AVC Proposta de Protocolo

41

Tabela 11. Distribuição da Amostra, segundo fatores de risco: Diabete Mellitus.

Diabetes Mellitus

(%)

Sim

96

46

Não

114

54

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

Tabela 12. Distribuição da Amostra, segundo fatores de risco: Cardiopatia pré existente.

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

A distribuição dos Acidentes Vasculares Cerebrais, nesta amostra, foi de 171

(82%) Isquêmicos e 39 (18%) Hemorrágicos (Tab.13).

Cardiopatia

(%)

Sim

52

25

Não

158

75

Total

210

100,0

28

Casuística e Método

Page 42: AVC Proposta de Protocolo

42

Tabela 13. Distribuição da Amostra, segundo ao tipo de AVC.

AVC

(%)

AVCH

39

18

AVCI

171

82

Total

210

100,0

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

Apresentaram hemiplegia ou hemiparesia direita 104 pacientes (49,5%) e

esquerda 106 pacientes (50,5%) (Tab.14), sendo que 203 pacientes (96,7%) eram

destros (dominância direita), antes do episódio do AVC.

Tabela 14. Distribuição da amostra, segundo o lado comprometido pelo AVC.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

Os pacientes que apresentaram hemianopsia foram em número de 16 (8%),

baixa visão 26 (13%), afasia 32 (15%), cinco (2%) apresentaram disfagia, sete (3%)

apresentaram disartria, 42 (20%) apresentaram inicialmente diminuição da frequência

Lado

(%)

Direito

104

49

Esquerdo

106

51

Total

210

100,0

29

Casuística e Método

Page 43: AVC Proposta de Protocolo

43

da deglutição salivar e também 42 pacientes (20%) reclamavam do desconforto

causado pelas próteses dentárias (Tab.15).

Na amostra, cinco pacientes apresentaram ataxia e 23 pacientes (11%) tinham

ao menos uma crise convulsiva semanal (Tab.15).

Tabela 15. Distribuição da Amostra, segundo Déficits neurológicos.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

Apresentaram labilidade emocional 129 pacientes, e durante o protocolo

referiram algum tipo de medo (de ter um novo AVC, de ficar só, de não poder voltar ao

trabalho, do futuro) 117 pacientes (56%). Nove pacientes (5%), apresentaram déficit de

memória (Tab.15).

Déficits neurológicos

(%)

Hemianopsia

16

08

Baixa visão

26

13

Afasia

32

15

Disfagia

05

02

Disartria

07

03

Ataxia

05

02

Crises convulsivas

23

11

Labilidade emocional

129

61

Déficit de memória

09

04

Medo

117

56

30

Casuística e Método

Page 44: AVC Proposta de Protocolo

44

Tabela 16. Distribuição da Amostra, segundo o Familiar Cuidador.

Fonte: SAME Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de São Paulo (2008-2010).

Nesta amostra 205 pacientes (95%) residiam com seus familiares, 132 pacientes

(63%) referiram possuir casa própria, cinco pacientes (2%) não possuiam familiar

cuidador e moravam completamente sozinhos (Tab.16).

Os pacientes foram encaminhados após avaliação médica e do serviço social ao

serviço de Terapia Ocupacional para avaliação funcional e seguimento do protocolo

Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético (TOAS).

Todos os pacientes encaminhados foram admitidos e avaliados pelo terapeuta

ocupacional que utilizou os instrumentos de avaliação Medida de Independência

Funcional (MIF) e pelo Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos (TDMCB).

Os critérios de inclusão utilizados foram pacientes que apresentavam déficit no

desempenho ocupacional, com a etiologia de Acidente Vascular Cerebral, atendidos no

Centro de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no

período de março de 2008 a dezembro de 2010 e de exclusão os pacientes que por

Cuidador

(%)

Cônjuge

98

47

Filho/a

57

27

Mãe

17

8

Outros parentes

33

16

Sem cuidador

5

2

Total

210

100,0

31

Casuística e Método

Page 45: AVC Proposta de Protocolo

45

algum motivo específico não puderam seguir o protocolo de tratamento proposto para o

estudo.

3.2. Método

O estudo prospectivo com 210 pacientes em seguimento ambulatorial no Serviço

de Terapia Ocupacional.

A amostra foi avaliada no momento de sua admissão pela MIF (Anexo 2: Tab.16)

que foi aplicada com o paciente sentado frente ao terapeuta ocupacional, acompanhado

de um familiar cuidador e logo após pelo TDMCB, que teve algumas alterações para

torná-lo acessível a esta amostra especifica. A primeira modificação foi quanto ao

formato das peças apreendidas no instrumento que de quadradas passaram a

cilíndricas para favorecer a preensão ativa da mão hemiparética/hemiplégica, a

segunda modificação foi o modo de aplicação, que normalmente é com o paciente na

posição sentada e neste estudo foi realizado com o paciente em pé frente a mesa ou

plano elevado, os pacientes que vieram para a avaliação em cadeira de rodas realizou

o teste na posição sentada.

Os aspectos verificados na avaliação estão descritos a seguir, destacando o

enfoque a ser dado:

a - Alimentação - utilização dos utensílios necessários para levar os alimentos à boca,

mastigar e engolir a refeição já devidamente preparada.

b - Higiene pessoal - cuidados de apresentação e aparência - escovar os dentes,

pentear os cabelos, lavar as mãos e o rosto e fazer barba ou maquiagem.

32

Casuística e Método

Page 46: AVC Proposta de Protocolo

46

c – Banho ou limpeza do corpo - lavar, enxaguar e secar o corpo, desde o pescoço até

os pés (com exclusão das costas), seja em banho de imersão, chuveiro ou no leito com

uma bacia e esponja ou luva de banho, efetuando estas tarefas em segurança.

d - Vestir a metade superior do corpo - colocar e tirar roupa da cintura para cima, assim

como colocar ou retirar uma prótese ou órtese da parte superior do corpo, se for o caso.

e - Vestir a metade inferior do corpo - Vestir-se e despir-se da cintura para baixo, bem

como colocar ou retirar prótese ou órtese, se for o caso.

f - Utilização do vaso sanitário – realizar a higiene perineal e o despir e vestir a roupa

antes e depois da utilização do vaso sanitário ou da comadre.

g - Controle da urina - controle completo e intencional da diurese e a utilização dos

equipamentos ou dos meios necessários ao controle vesical.

h - Controle das fezes - controle intencional e completo da defecação, e utilização de

equipamentos ou meios necessários à defecação.

i - Transferências: leito, cadeira, cadeira de rodas - todos os aspectos de uma

transferência de e para o leito, a cadeira, ou a cadeira de rodas; ou então a

passagem para a posição em pé, se a marcha é o modo típico de locomoção, e vice-

versa.

j - Transferência: vaso sanitário - passar para o vaso sanitário e vice-versa.

k - Transferência: banheira ou chuveiro - entrar e sair da banheira e/ou do box do

chuveiro.

l - Locomoção - andar a partir da posição de pé, ou utilizar uma cadeira de rodas, uma

vez sentado, num piso plano.

m - Locomoção: escadas - subir e descer 12 a 14 degraus (um lance de escadas), em

ambiente interior.

33

Casuística e Método

Page 47: AVC Proposta de Protocolo

47

n - Compreensão - compreensão de uma comunicação visual ou auditiva, isto é, de

uma informação linguística falada, escrita, ou gestual.

o - Expressão - a expressão clara da linguagem verbal e não verbal, isto é, a expressão

da informação linguística verbal ou gráfica (usando a escrita ou um outro sistema de

comunicação) com sentido e gramática apropriada e exata.

p - Interação social - os desempenhos (as técnicas e os meios) para acompanhar e

participar com os outros nas situações terapêuticas e sociais, isto representa a maneira

como a pessoa lida com as suas próprias necessidades e em simultâneo com as dos

outros.

q - Resolução dos problemas da vida cotidiana - a tomada de decisões seguras,

adaptadas ao momento acerca das tarefas sociais, financeiras e pessoais, assim como

a iniciação, o acompanhamento, a auto-correção das tarefas e atividades para

resolução desses problemas.

r - memória - capacidade para recordação e lembrança durante a vida corrente, em

instituição ou na comunidade, em particular a capacidade de armazenar e de recuperar

a informação, em especial verbal ou visual.

A evidência de memória inclui reconhecimento de pessoas vistas com

frequência, lembrança de rotinas diárias e execução de tarefas sem necessidade

de ser lembrado. Um déficit de memória dificulta a aprendizagem, bem como a

realização das tarefas.

O Teste de Destreza Manual da Caica e Blocos é constituído de uma caixa de

madeira que mede 53,7 cm de comprimento com 24,5cm de largura e divisória de

madeira no meio, contendo cem (100) peças de madeira de seis centímetros de altura

com dois centímetros e meio de diâmetro (Fig.2).

34

Casuística e Método

Page 48: AVC Proposta de Protocolo

48

Figura 2. Teste de destreza manual da caixa e blocos e sua aplicação.

Fonte: Terapia Ocupacional – Regina A.Rossetto Guzzo (2008-2010).

A caixa foi colocada horizontalmente à frente do paciente, a uma distância que

proporcionasse a visão e manipulação adequada das peças. Na sala de Terapia

Ocupacional, ambiente silencioso e tranquilo, o paciente tinha um minuto para

transportar os blocos um a um, de um lado para o outro da divisória, de maneira

contínua (Fig.2). A quantidade de peças passadas para o lado vazio da caixa

corresponde à capacidade funcional da mão. O teste foi realizado duas vezes, para que

o paciente vivenciasse e compreendesse a dinâmica do teste, sendo considerada a

segunda vez. O teste foi realizado bilateralmente.

Os 210 pacientes da amostra foram avaliados por duas vezes, durante os cinco

meses de tratamento, no início e no final do protocolo TOAS de vinte sessões com a

duração de uma hora semanal, todas as sessões de avaliação funcional seguiram o

mesmo padrão.

Os pacientes foram separados em 35 grupos de seis pacientes, não levando-se

em conta o tempo da instalação do AVC, idade, gênero e grau de incapacidade

funcional para seguirem o Protocolo Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético.

Todos os pacientes avaliados que seguiram o Protocolo TOAS concordaram em

participar da pesquisa, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo

35

Casuística e Método

Page 49: AVC Proposta de Protocolo

49

3), foram devidamente esclarecidos quanto à utilização dos resultados ou escore final

das quatro avaliações aplicadas no trabalho de pesquisa e que suas identidades seriam

mantidas em sigilo.

As órteses de membro superior (Fig.3), foram confeccionadas no Laboratório de

Órteses do Serviço de Terapia Ocupacional da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo, com o material termomoldável, uma mistura de plástico e

borracha, da marca Ezeform, de espessura 3,2mm na cor branca, e foram fixadas ao

membro superior com cola superbonder e velcro argola e gancho.

Figura 3. Órtese Dorsal Volar, para posicionamento do membro superior.

Fonte: Terapia Ocupacional – Profª. Danielle Garros (2008-2010).

Os 184 pacientes (88%) que utilizaram a órtese dorsal volar para o

posicionamento do membro superior hemiplégico (Tab.17), seguiram a orientação de

uso noturno e durante o dia quando necessário duas horas com intervalo de uma hora,

os cuidados com a órtese e sua higienização foram dados aos pacientes e

também aos familiares cuidadores, que foram orientados a higienizar a órtese com

bucha e sabão líquido (detergente) em água fria.

36

Casuística e Método

Page 50: AVC Proposta de Protocolo

50

Tabela 17. Distribuição da Amostra, segundo a necessidade do uso de órtese Volar

dorsal.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

A órtese de posicionamento de ombro (Fig.4), para prevenção da sub-luxação do

ombro hemiplégico, em sua maioria foram prescritas pelo médico ainda no momento da

internação do paciente, porém aqueles que tiveram dor no ombro durante o protocolo a

mesma foi indicada. A indicação era posicionar adequadamente e dar segurança ao

paciente quando o mesmo estava em ortostatismo, ou para se deslocar de um lugar

para outro, necessitando pegar um ônibus, trem ou metrô. Na amostra foi indicada a

órtese de posicionamento de ombro em tecido de neoprene com fixação com velcro.

Figura 4. Órtese de posicionamento para o ombro hemiplégico em neoprene.

Fonte: Terapia Ocupacional – Regina A.Rossetto Guzzo (2008-2010).

Órtese Volar Dorsal

(%)

Sim

184

88

Não

26

12

Total

210

100,0

37

Casuística e Método

Page 51: AVC Proposta de Protocolo

51

Tabela 18. Distribuição dos 210 pacientes da amostra, segundo a necessidade do uso

de Órtese de Ombro.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

Os pacientes que não quiseram utilizar a órtese de neoprene para

posicionamento do ombro puderam usar a bandagem kinesio-tape, com a mesma

indicação de posicionar adequadamente o ombro hemiplégico, sob a roupa.

A bandagem foi trocada duas vezes na semana para cada paciente, em horários

que não coincidiram com os do protocolo.

Figura 5. Bandagem Kinesio-tape, para posicionamento do ombro hemiplégico.

Fonte: Terapia Ocupacional – Regina A. Rossetto Guzzo (2008-2010).

Órtese de ombro

(%)

Sim

145

69

Não

65

31

Total

210

100,0

38

Casuística e Método

Page 52: AVC Proposta de Protocolo

52

Tabela 19. Distribuição da Amostra, segundo a necessidade do uso de Bandagem Kinesio-tape, para o posicionamento do Ombro hemiplégico.

Fonte: SAME Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2008-2010).

As órteses, adaptações e acessórios para posicionamento funcional e conforto

do paciente, foram confeccionadas e seriadas no Laboratório de Órteses do serviço, em

sessões terapêuticas ocupacionais extras.

3.2.1. Protocolo Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético (TOAS).

O protocolo TOAS foi organizado para o paciente encaminhado ao serviço de

Terapia Ocupacional pelo médico Neurologista ou Fisiatra, foi organizado com a

intenção de se treinar o paciente para melhorar seu desempenho ocupacional para

obtenção da independência nas atividades de vida diária, com segurança e qualidade

de movimentos e assim visualizar seu retorno à sociedade ou atividades laborais de

maneira realista, ou seja consciente de sua capacidade funcional.

O protocolo TOAS foi aplicado no período de cinco meses ou vinte sessões

terapêuticas ocupacionais, com a duração de sessenta minutos semanais, e foi

constituído de cinco fases:

Bandagem para ombro

(%)

Sim

49

24

Não

161

76

Total

210

100,0

39

Casuística e Método

Page 53: AVC Proposta de Protocolo

53

1ª Fase – Aquecimento, com vinte minutos de duração, dividida em quatro(4)

tipos de atividades dirigidas que os pacientes realizaram, sentados, frente a mesa, com

apoio plantar funcional, utilizando-se de lençóis dobrados até o tamanho trinta e dois

por quarenta centímetros (32x40cm); bastões confeccionado com tubo de PVC com e

sem texturas de sessenta (60) centímetros de comprimento e com o diâmetro de três e

meio (3,5) lisos ou encapados com papel lixa fina de nº 150 e papel lixa grossa de nº 80

e com pesos que variavam de duzentos (200) gramas, seiscentos (600) gramas e um

(1) kilograma; bolas de plástico de doze (12) centimetros de diâmetro, foram

desenvolvidos:

Figura 6. 1ª Fase: Pacientes na posição sentada com o apoio plantar funcional.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Aquecimento: Atividade dirigida 1. Os pacientes realizaram movimentos

circulares de grande amplitude, nos sentidos horário e anti-horário, com o mão

acometida pelo AVC (hemiplégica/hemiparética) sob a mão não acometida e ambas

deslizando sobre o lençol dobrado na superfície plana da mesa (Fig.7). O terapeuta

ocupacional participou realizando e dirigindo verbalmente os movimentos.

40

Casuística e Método

Page 54: AVC Proposta de Protocolo

54

Figura 7. 1ª Fase: Aquecimento 1- Deslizamento sobre a mesa com o lençol dobrado,

nos sentidos horário e anti-horários; 2- Atividade com as mãos unidas para realizar a extensão e flexão de punhos, flexão e extensão de cotovelos.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Aquecimento: Atividade dirigida 2. Foram realizados movimentos com os

membros superiores bilateralmente, aproximando-se as palmas das mãos e

entrelaçando os dedos e assim desenvolvendo de forma bilateral a sequência de

movimentos para punhos: extensão e flexão; cotovelos: extensão e flexão.

Aquecimento: Atividade dirigida 3. Os pacientes receberam um bastão e

realizaram o movimento de extensão e flexão dos braços, mostrando a maior amplitude

possível do membro hemiplégico/hemiparético, com a meta de atingir a altura dos

ombros inicialmente e ultrapassando a cabeça num segundo momento do protocolo, a

preensão sugerida foi a de centralizar a mão hemiplégica sob a mão não acometida

pelo AVC no bastão. As repetições foram em número de sessenta vezes, com

intervalos a cada dez repetições e os números foram cantados pelos pacientes, ou seja,

cada paciente deveria contar dez repetições, quando eram pacientes afásicos

compondo o grupo, os componentes sem alteração da fala cantavam em coro, o

terapeuta estimulou o paciente que deveria estar cantando a participação ativa.

41

Casuística e Método

Page 55: AVC Proposta de Protocolo

55

Figura 8. 1ª Fase: Aquecimento 3- atividade dirigida com bastão.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Atividade dirigida 4. Os pacientes receberam as bolas, que foram posicionadas

centralmente para o paciente sobre a mesa, que posicionaram suas mãos sobre a bola

respectivamente a não comprometida pelo AVC sobre a hemiplégica/hemiparética

realizando pressão sobre a bola por sessenta vezes, repetindo a mesma metodologia

da atividade com os bastões, sentados, alinhados e sem encostar os cotovelos na

mesa. Quando o grupo com pacientes afásicos a metodologia anterior também foi

adotada.

Figura 9. 1ª Fase: Aquecimento 4 - atividade dirigida com a bola.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

42

Casuística e Método

Page 56: AVC Proposta de Protocolo

56

A primeira fase do TOAS denominada de aquecimento, composta de quatro

tipos de atividades dirigidas, teve como objetivos específicos melhorar a simetria

corporal, restaurar o alinhamento normal do tronco, melhorar a noção de esquema

corporal, ensinar como diminuir a postura anormal do braço e da perna durante a

realização das atividades, realizar o alongamento dos músculos espásticos do braço,

impedir que ocorressem movimentos indesejados e reações associadas durante os

movimentos, aumentar a amplitude de movimentos e melhorar a coordenação motora,

fazendo com que os pacientes incorporassem o lado afetado à tarefa.

A terapia em grupo facilita o intercambio de apoio social e incentivo entre os

pacientes, pois eles desenvolvem esperança em seus próprios futuros observando os

outros componentes dominarem desafios semelhantes.

2ª Fase – Esta fase teve a duração de dez minutos constituída de três (3)

atividades dirigidas que foram desenvolvidas pelo paciente em posição ortostática

frente à mesa de cem (100) centímetros de altura que continha sobre a base os

equipamentos terapêuticos ocupacionais, denominados escada terapêutica de madeira

com seis degraus e bastão de sessenta e cinco (65) centímetros de altura e bastão de

oitenta (80) centímetros de comprimento; arcos de duas alturas de quarenta (40)

centímetros e de sessenta (60) centímetros de altura respectivamente, os dois arcos

foram confeccionados com tubo de plástico flexível sobre uma base de madeira, com

vinte argolas de plástico rígido medindo quatro (4) centímetros de diâmetro, cada arco

deveria conter dez argolas azuis ou vermelhas; e por ultimo uma escada/ haste vertical

de um metro e oitenta centímetros de altura com dez pinos de quinze (15) centímetros

ou degraus a direita e a esquerda montada sobre uma base de madeira, contendo dez

43

Casuística e Método

Page 57: AVC Proposta de Protocolo

57

argolas de plástico rígido medindo oito (8) centímetros de diâmetro, na cor vermelho ou

azul de cada lado.

Atividade dirigida 1. Os pacientes realizaram a atividade dirigida com os

membros superiores bilateralmente, segurando o bastão ou entrelaçando os dedos ao

redor dele e assim desenvolveram a sequência de movimentos para subir e descer os

degraus com o bastão, a atividade foi repetida por cinco (5) vezes. (Fig. 10).

Figura 10. 2ª Fase: Atividade dirigida nº1, com escada de seis degraus e bastão.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Atividade dirigida 2. Atividade com arcos de duas alturas e argolas, que consiste

no transporte de cada uma das argolas, da direita para a esquerda e vice-versa, nas

duas alturas, os pacientes realizaram a atividade dirigida com os membros superiores

bilateralmente, quando necessário a preensão se deu através do entrelaçamento dos

dedos ao redor de cada argola, fazendo-se uma pinça com os dedos indicadores, e

assim desenvolveram a sequência de movimentos para dedos, punhos, cotovelos e

cintura escapular, a atividade foi repetida por cinco (5) vezes. (Fig.11 ).

44

Casuística e Método

Page 58: AVC Proposta de Protocolo

58

Figura 11. 2ª Fase: Atividade dirigida nº3, com arcos de duas alturas e argolas.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Atividade dirigida 3. Atividade na escada dupla e argolas grandes, que consistiu

no transporte de cada uma das argolas, degrau por degrau, para cima e para baixo, os

pacientes realizaram a atividade dirigida com os membros superiores bilateralmente,

quando necessário a preensão se deu através do entrelaçamento dos dedos ao redor

de cada argola, fazendo-se uma pinça com os dedos indicadores, e assim

desenvolveram a sequência de movimentos para dedos, punhos, cotovelos e cintura

escapular na posição ortostática proporcionando também a descarga de peso nos

membros inferiores, realizada frente ao espelho, a atividade foi repetida por cinco (5)

vezes. (Fig. 12).

Figura 12. 2ª Fase: Atividade dirigida nº3, com a escada dupla e argolas grandes.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

45

Casuística e Método

Page 59: AVC Proposta de Protocolo

59

A segunda fase teve como objetivo específico aumentar a amplitude de

movimentos, que é o arco de movimento através do qual a articulação passa, quando

movida pelos músculos que atuam sobre a articulação, melhorar a coordenação motora,

viso motora, coordenação espacial, coordenação motora fina com e sem resistência,

visando a melhor qualidade do desempenho ocupacional do membro superior

hemiplégico, descarga correta do peso sobre os membros inferiores, assim como a

segurança em realizar atividades em ortostatismo sem riscos de queda e a melhor

postura ortostática possível.

O terapeuta participou ativamente da terapia, ensinando ao paciente a sensação

do movimento normal, auxiliando para que este praticasse os movimentos até o

momento em que o paciente aprendeu a realizar sem a assistência.

3ª Fase – Esta fase teve vinte minutos de duração. Os pacientes realizaram a

atividade dirigida associada ao FES, objetivando o recondicionamento muscular, a

redução da espasticidade, a reorganização do ato motor, assim como a diminuição ou

término da negligência do membro superior hemiplégico/hemiparético. Nesta amostra,

os grupos musculares dos membros superiores estimulados foram os extensores de

punho e dedos, tríceps e deltóide. Durante a aplicação da técnica FES, o paciente

visualizou a contração motora, e realizou a atividade no momento de repouso. O apoio

verbal do terapeuta durante a sessão foi relevante.

O deltóide é estimulado visando a prevenção do ombro doloroso, a estimulação

do tríceps é realizado com o objetivo de controlar a espasticidade flexora do cotovelo e

a conseqüente instalação de uma deformidade e a estimulação dos extensores de

46

Casuística e Método

Page 60: AVC Proposta de Protocolo

60

punho e dedos que são sempre estimulados em conjunto, pois estes movimentos

obtidos de forma sinérgica é que permitem a melhor adequação funcional da mão.

Figura 13. 3ª Fase: Aplicação da técnica FES, Atividade com FES.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

4ª Fase. Nesta fase com dez minutos, os pacientes realizaram o treino de atividades de

vida diária básicas e instrumentais, no laboratório de AVD. (Figs. 14, 15, 16).

Figura 14. 4ª Fase: Treino de AVD- higiene.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

47

Casuística e Método

Page 61: AVC Proposta de Protocolo

61

A paciente realiza atividade de escovar os dentes, fazendo com que a mão

hemiplégica participe segurando a escova de dentes no momento de se colocar a

pasta.

Figura 15. 4ª Fase: Treino de AVD – alimentação.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

A paciente realiza atividade de servir o suco, fazendo com que a mão

hemiplégica espástica participe segurando a garrafa no momento de abrir a tampa e

após é posicionada como apoio na hora de servir e tomar a bebida no copo. (Fig.15 )

O terapeuta participou ativamente destas vivencias de AVD, dirigindo cada

momento da atividade e solucionando os problemas que surgiram, o incentivo do

terapeuta durante as atividades mostrou-se relevante para a execução da tarefa.

Figura 16. 4ª Fase: Treino de AVD – com a utilização de tecnologia assistiva: tábua

com cantos para conter os alimentos e prego de inox para segurar o alimento para ser descascado.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

48

Casuística e Método

Page 62: AVC Proposta de Protocolo

62

O paciente realizou atividade de descascar a pera, fazendo com que a mão

hemiplégica espástica participasse segurando a fruta, posinando a fruta no prego de

inox da tábua e após descascando a fruta. A tabua adaptada foi um grande facilitador

para a realização desta tarefa. (Fig.16 )

Os treinos de atividades de vida diária foram realizados em grupo, porém cada

paciente vivenciou individualmente as atividades solicitadas pela terapeuta ocupacional

em cada sessão.

O objetivo específico desta fase foi atingir o melhor desempenho ocupacional

para as tarefas cotidianas.

5ª Fase – Esta fase com os últimos cinco minutos, os pacientes realizaram atividades

especificas livres na posição sentada, desenvolveram uma sequência de atividades

visando um trabalho individualizado específico de coordenação motora fina com e sem

resistência, atividades expressivas também foram desenvolvidas. (Figs.17 e 18 )

Figura 17. 5ª Fase: Atividade livre, atividade expressiva ou treino funcional específico.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

49

Casuística e Método

Page 63: AVC Proposta de Protocolo

63

Figura 18. 5ª Fase: Atividade livre, treino funcional específico - escrita.

Fonte: Banco de dados da terapia Ocupacional (Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Foram também realizadas as orientações familiares para que se pudessem tirar

eventuais dúvidas quanto à reprodução do protocolo TOAS pelo paciente em casa, e

este foi orientado a realizá-la por duas vezes, todos os dias da semana.

50

Casuística e Método

Page 64: AVC Proposta de Protocolo

64

3.2.2. Análise Estatística.

Para as variáveis qualitativas apresentamos frequência absoluta e frequência

relativa.

Para as variáveis quantitativas calculamos algumas medidas resumo (média,

desvio padrão – dp e mediana) e construímos gráficos do tipo boxplot.

Para avaliar se existe uma diferença estatística quanto a aplicação das

avaliações funcionais e de destreza, utilizamos o teste t-Student pareado, adotando o

nível de significância de 5%.

O software utilizado na análise estatística foi o SPSS for Windows v13.0

(Statistical Package for the Social Sciences).

3.2.3. Comitê de Ética e Pesquisa

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – CEP – ISCMSP, projeto nº 387/10.

(Anexo 4).

51

Casuística e Método

Page 65: AVC Proposta de Protocolo

65

__________________________________________________________________

4. RESULTADOS

__________________________________________________________________

Page 66: AVC Proposta de Protocolo

66

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações da Medida de Independência Funcional (MIF)

inicial e no final, após as 20 sessões terapêuticas ocupacionais.

É significativa a diferença dos desenhos, demonstrando a evolução desta

amostra após o protocolo TOAS, ou seja, pacientes que na avaliação inicial estavam

dependentes de seus familiares cuidadores para a realização das AVD, ao final do

protocolo realizavam de forma independente ou independente adaptada as AVD. (Fig.

19 )

Figura 19. Diagrama de Boxplot das duas aplicações da MIF inicial e final.

53

Resultados

Page 67: AVC Proposta de Protocolo

67

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações da MIF motora inicial e no final, após as 20

sessões terapêuticas ocupacionais. A MIF motora inclui: auto-cuidados, controle de

esfíncteres, mobilidade e transferências. É significativa a diferença dos desenhos,

demonstrando a evolução motora desta amostra após o protocolo TOAS.(Fig.20 ).

Figura 20. Diagrama de Boxplot das duas aplicações da MIF Motora inicial e final.

Nesta figura podemos verificar a evolução do quadro motor comparando o quadro inicial com o final, após o protocolo TOAS.

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações da MIF cognitiva inicial e no final, após as 20

54

Resultados

Page 68: AVC Proposta de Protocolo

68

sessões terapêuticas ocupacionais. A MIF cognitiva inclui: comunicação e cognição

social. É significativa a diferença dos desenhos, demonstrando a evolução cognitiva

desta amostra após o protocolo TOAS.(Fig.21 ).

Figura 21. Diagrama de Boxplot das duas aplicações da Medida de Independência

Funcional Cognitiva inicial e final. Esta figura sugere uma boa evolução do quadro cognitivo, comparando o quadro inicial com o final, após o protocolo TOAS.

55

Resultados

Page 69: AVC Proposta de Protocolo

69

Tabela 20. Medidas resumo das duas aplicações, inicial e final, da Medida de

Independência Funcional.

Variável

Momento média dp mediana p*

MIF

I

95,6 20,9 101,0 <0,001

F 112,9 10,8 116,0

MIFM

I

68,5 16,5 73,5 <0,001

F 81,2 8,2 83,0

MIFC

I

27,1 6,3 29,0 <0,001

F 31,6 3,9 33,0

* teste t-Student pareado

Na tabela 20, apresentamos a media e o desvio padrão da medida de

independência funcional nos dois momentos de aplicação na amostra (aplicação inicial:

media= 95,6 e dp=20,9 e aplicação final: media=112,9 e dp= 10,8) ; ao dividirmos em

MIF motora e MIF cognitiva, também visualizamos resultados diferentes na aplicação

inicial e final: MIF motora (aplicação inicial: media=68,5 e dp=16,5 e aplicação final:

media=81,2 e dp=8,2); MIF cognitiva (aplicação inicial: media=27,1 e dp=6,3 e

aplicação final: media=31,6 e dp=3,9). Pelo nível descritivo (p) utilizamos o teste t-

Student pareado, adotando o nível de significância de 5%. Observa-se nos dois

momentos da aplicação, que a hipótese nula foi rejeitada (p<0,001).

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações do Teste de Destreza Manual da Caixa de Blocos

56

Resultados

Page 70: AVC Proposta de Protocolo

70

inicial e final, após o protocolo TOAS. É significativa a diferença dos desenhos, o que

mostra a importância do treino dirigido da habilidade manual na Terapia Ocupacional

para o paciente após o AVC. (Fig. 22).

Figura 22. Diagrama de Boxplot das quatro aplicações do Teste de Destreza Manual da

Caixa e Blocos inicial e final. Nesta figura podemos verificar a melhora na destreza manual tanto do membro superior direito como do esquerdo, sem saber quais são os membros superiores hemiplégicos.

57

Resultados

Page 71: AVC Proposta de Protocolo

71

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações do Teste de Destreza Manual da Caixa de Blocos

inicial e final do membro superior hemiplégico. É significativa a diferença dos desenhos,

o que mostra a importância do treino dirigido da habilidade manual na Terapia

Ocupacional para o paciente após o AVC. (Fig. 23)

Figura 23. Diagrama de Boxplot das duas aplicações do Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos inicial e final do membro superior hemiplégico. Nesta figura vemos a evolução da destreza manual do membro superior acometido pelo AVC, e a relevância do treino do desempenho dirigido em Terapia Ocupacional.

58

Resultados

Page 72: AVC Proposta de Protocolo

72

Apresentamos a distribuição da amostra, através do Diagrama de Boxplot,

quanto aos resultados das aplicações do Teste de Destreza Manual da Caixa de Blocos

inicial e final do membro superior não hemiplégico. É significativa a diferença dos

desenhos, o que mostra a importância do treino dirigido da habilidade manual na

Terapia Ocupacional para o paciente após o AVC. (Fig. 24)

Figura 24. Diagrama de Boxplot das duas aplicações do Teste de Destreza Manual da

Caixa e Blocos inicial e final do membro superior não acometido pelo AVC. Nesta figura vemos a evolução da destreza manual do membro superior não acometido pelo AVC, e novamente a relevância do treino do desempenho dirigido em Terapia Ocupacional.

59

Resultados

Page 73: AVC Proposta de Protocolo

73

Tabela 21. Medidas resumo das duas aplicações, inicial e final, do teste de destreza

manual da caixa de blocos.

Variável

Momento média dp mediana p*

TDMCB MH

I

20,1

20,2

17,0

<0,001

F 29,2 25,1

31,5

TDMCB MNH

I

52,5

15,1

54,0

<0,001 F 67,2 11,4 69,0

* teste t-Student pareado

Na tabela, apresentamos a media e o desvio padrão do teste de destreza manual

da caixa e blocos nos dois momentos de aplicação na amostra no Membro Superior

hemiplégico (aplicação inicial: media= 20,1 e dp=20,2 e aplicação final: media= 29,2 e

dp= 25,1); no Membro Superior não hemiplégico, também visualizamos resultados

diferentes na aplicação inicial e final, (aplicação inicial: media=52,5 e dp=15,1 e

aplicação final: media= 67,2 e dp=11,4). Pelo nível descritivo (p) utilizamos o teste t-

Student pareado, adotando o nível de significância de 5%. Observa-se nos dois

momentos da aplicação, que a hipótese nula foi rejeitada (p<0,001).

Trocaram a dominância 72 pacientes (35%), e os 207 (98%) melhoraram o

desempenho do membro superior não comprometido pelo AVC, verificado através da

aplicação do teste de destreza manual da caixa e blocos inicial e final.

60

Resultados

Page 74: AVC Proposta de Protocolo

74

__________________________________________________________________

5. DISCUSSÃO

__________________________________________________________________

Page 75: AVC Proposta de Protocolo

75

A recuperação após o AVC é amplamente estudada quanto à melhora funcional,

geralmente obtida nos três primeiros meses, em nosso estudo, pudemos visualizar o

ganho funcional também após os noventa (90) dias de AVC.

Os treinos de reaprendizagem motora, onde incluímos a utilização da técnica FES

com a atividade associada, fez com que os pacientes ficassem comparando e com a

atenção completamente voltada para o movimento e para a realização da tarefa

funcional.

Quando na aplicação da FES, solicitamos ao paciente que realizasse o movimento

mentalmente e após no momento de repouso realizasse o movimento sem o estimulo, a

evolução funcional foi um processo gradativo, efetivando que a reeducação do ato

motor acontece.

Verificamos neste estudo que o protocolo propiciou maior (re)aprendizagem de

tarefas treinadas, aumento na habilidade de reter as tarefas treinadas e transferência

destas para outras não-treinadas nas sessões terapêuticas ocupacionais.

Verificamos que atividades dirigidas em ortostatísmo frente o espelho após 10

sessões ou seja a partir do meio do protocolo propiciou ao paciente um estímulo visual

apropriado, fazendo com que este corrigisse a postura de forma independente e

prestasse mais atenção na sequência e modulação dos movimentos para a realização

da atividade funcional .

A elaboração da cartilha para o paciente reproduzir o protocolo de AVD em casa foi

relevante pois efetivamos a importância da participação do paciente em sua própria

62

Discussão

Page 76: AVC Proposta de Protocolo

76

reabilitação, que ao realizar o treinamento motor no ambiente real, sua própria casa,

consegue visualizar a redução do comprometimento motor.

Um dos aspectos de motivação do protocolo, foi a introdução de novas tarefas

visando o melhor desempenho ocupacional especifico para cada paciente, a cada

sessão terapêutica ocupacional.

Verificamos nesta amostra que ao se realizar uma serie de atividades dirigidas

repetitivas, facilitaram o treino das AVD e que a medida em que o protocolo chegava

ao fim, a quarta fase (treino de AVD) levava menos tempo para ser realizada, restando

mais tempo para as atividades especificas individuais.

A avaliação em Terapia Ocupacional deve ser vista como o diagnóstico do

desempenho ocupacional do paciente. Para tanto deve somar instrumentos de

mensuração funcional que possibilitem esse objetivo terapêutico.

O terapeuta ocupacional ao realizar a vivência de AVD com esta amostra, torna-se

um agente facilitador e inibidor. Agente facilitador quando usa técnicas de facilitação

como por exemplo: quando ensina o paciente a incorporar o lado afetado à tarefa.

Agente inibidor quando usa técnicas de inibição como por exemplo: impede que

ocorram movimentos indesejáveis e reações associadas durante o movimento realizado

pelo paciente. (baseado em Bobath).

O Laboratório de Atividade de Vida Diária (AVD) é o local onde o paciente irá

treinar, e realizar suas atividades rotineiras básicas, reorganizando e aprimorando seu

desempenho ocupacional e adequando-se à sua condição atual, com segurança e sem

63

Discussão

Page 77: AVC Proposta de Protocolo

77

riscos de queda. É fundamental que seja um ambiente simples, limpo, arejado,

iluminado, seguro, porém aconchegante e acolhedor.

O Laboratório de Atividades da Terapia Ocupacional da Irmandade da Santa

Casa de Misericórdia de São Paulo é constituído de um quarto, uma pequena cozinha e

um banheiro adaptado, com piso antiderrapante e barras de apoio e sustentação ao

redor do vaso sanitário.

O fato de se oferecer desafio apropriado de tarefas e ambientes aos pacientes

com disfunção do sistema nervoso central, tanto no hospital quanto em casa, nos

pareceu relevante para a reabilitação destes pacientes.

Nessa amostra foi possível se perceber e trabalhar os déficits na independência

da tarefa, segurança e qualidade dos movimentos envolvidos.

Os pacientes com hemiplegia ou hemiparesia esquerda apresentaram

comprometimento cognitivo na forma de negligência visual, tátil ou motora à esquerda,

como também dificuldade em perceber a própria incapacidade, já que continuavam

realizando as AVD com o membro superior dominante.

Os pacientes com hemiplegia direita foram mais difíceis de serem avaliados e

apresentaram maior dificuldade inicial para seguir o protocolo, deixando evidente as

limitações cognitivas, inclusive comunicação e memória, assim como a dificuldade em

seguir instruções.

A idade não foi um fator importante em relação à evolução funcional do paciente

com o protocolo.

64

Discussão

Page 78: AVC Proposta de Protocolo

78

Os sessenta (60) minutos repletos de atividades dirigidas não foram obstáculo

para os pacientes com mais idade.

O tempo de cinco meses estabelecido para o término do protocolo, com a meta

de se atender a grande demanda de pacientes após o AVC, foi suficiente ao

compararmos os resultados das avaliações iniciais e finais, ou seja vimos uma evolução

real do desempenho ocupacional, mas houve uma expectativa por parte dos pacientes

que se pudesse aumentar esse tempo.

A solicitação de se permanecer fazendo o protocolo foi praticamente de 80% dos

pacientes, alguns já de volta ao trabalho, disponibilizavam-se a arranjar um intervalo em

suas rotinas para repetir o tratamento.

O protocolo serve para nortear o terapeuta ocupacional, quanto ao tratamento

básico que deverá ser aplicado, não engessar a reabilitação do paciente.

Os pacientes desta amostra, colocaram a dificuldade que sentem para encontrar

alternativas de participação social, hobbies e atividades físicas orientadas.

O paciente deve poder repetir o protocolo TOAS, para que tenha mais um reforço

no desempenho das tarefas e sinta-se mais seguro para reassumir suas atividades

cotidianas e laborais.

A pluralidade de situações clínicas e pessoais vivenciadas por esses pacientes

foram respeitadas e apesar de se tratar de um protocolo, todos tiveram sua

especificidade respeitada e atendida.

65

Discussão

Page 79: AVC Proposta de Protocolo

79

A intenção foi organizar um protocolo simples constituído de atividades que

lembrassem as atividades que realizamos constantemente em nosso cotidiano, para

assim ser possível reproduzir em casa, diariamente. Verificamos em nossa busca que

esta é uma preocupação em vários serviços de outros países, que também estão

procurando um melhor protocolo para o tratamento de reabilitação do paciente após o

AVC.

Os achados deste estudo mostram que a Medida de Independência Funcional e

o Teste de destreza manual da caixa e blocos adaptado, proporcionam com maior

realismo, ao paciente e ao familiar cuidador, um mapa da capacidade funcional e

ocupacional residual, após o AVC.

A Medida de Independência Funcional e o teste de destreza manual da caixa e

blocos acrescentaram dados relevantes ao prontuário do paciente neurológico em

tratamento de reabilitação.

Corroborando com estudos de outros autores, avaliamos também a MIF motora

separadamente da MIF cognitiva para verificarmos a evolução da amostra.

Assim como outros autores associamos duas medidas para avaliação, no caso

MIF com o Teste de destreza manual da caixa e blocos, autores tem associado a MIF

ao Indice de Barthel e MIF ao Teste de Desempenho ocupacional.

Alguns pacientes ao retornarem aos seus postos de serviço tiveram que ser

recolocados em outras tarefas, por exemplo seguranças, assumiram o cargo de

zeladores nas empresas onde trabalhavam, um cirurgião dentista, não podendo

66

Discussão

Page 80: AVC Proposta de Protocolo

80

continuar a atender pacientes passou a desempenhar a função de protético, sem

precisar se afastar da profissão.

A amostra mostrou-se aberta para a reorganização de suas rotinas diárias.

Nessa amostra pudemos atender uma demanda de pacientes com

incapacidades moderadas e leves, que retornaram ao trabalho logo após o término do

protocolo.

A amostra mostrou-se aberta para a troca de tarefa ou função profissional, que

foi discutida individualmente com cada paciente, que como em outros estudos,

realizados em outros países o importante é voltar a trabalhar.

Notamos nessa amostra que a utilização de tecnologia assistiva para a melhora

funcional (órteses, engrossadores de canetas, talheres, cortadores de pizza

substituindo facas, tábuas com cantos para amparar os alimentos....) não foram

empecilho para a realização de atividades instrumentais da vida diária e participação

social.

67

Discussão

Page 81: AVC Proposta de Protocolo

81

__________________________________________________________________

6. CONCLUSÃO

__________________________________________________________________

Page 82: AVC Proposta de Protocolo

82

Com a amostra deste estudo foi possível organizar um protocolo Terapia

Ocupacional Abrangente e Sintético (TOAS) e proporcionar a melhora funcional no

paciente que teve Acidente Vascular Cerebral.

69

Conclusão

Page 83: AVC Proposta de Protocolo

83

__________________________________________________________________

7. ANEXOS

__________________________________________________________________

Page 84: AVC Proposta de Protocolo

84

ANEXO 1

Tabela 2. Dados Demográficos da Amostra: 210 pacientes, participantes do Protocolo

Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético para pacientes que sofreram AVC.

N GENERO COR IDADE PROFISSÃO CUIDADO

R SITUAÇÃO CONJUGAL

DOMINANCIA HEMIPLEGIA

1 M B 65 JORNALISTA 4 0 2 2

2 M B 67 FUNCIONARIO PUBLICO 4 0 1 2

3 M P 63 METALURGICO 4 1 1 2

4 M P 53 COZINHEIRO/A 4 0 1 1

5 M P 67 VENDEDOR/COMERCIARIO 1 1 1 1

6 F A 80 LAR 2 1 1 1

7 M B 46 ADVOGADO/A 1 1 1 1

8 M B 64 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

9 M B 72 SEGURANÇA BANCO 2 0 1 1

10 M B 57 OFICIAL MILITAR 1 1 1 1

11 M B 72 VENDEDOR/COMERCIARIO 4 0 1 2

12 F B 38 COSTUREIRO/A 1 1 1 1

13 F P 72 COSTUREIRO/A 2 0 1 2

14 F B 49 LAR 2 0 1 2

15 F B 73 LAR 2 1 1 1

16 F B 66 LAR 2 0 1 1

17 F B 51 FAXINEIRO/A 2 1 1 1

18 F B 54 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 1 2

19 F P 66 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 2 2

20 M P 58 METALURGICO 2 0 2 2

21 M B 66 ENGENHEIRO 2 0 1 2

22 F B 57 EMPREGADA DOMÉSTICA 2 0 1 1

23 M B 24 COSTUREIRO/A 4 0 1 2

24 M B 44 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

25 M P 70 METALURGICO 1 1 1 2

26 M P 59 METALURGICO 1 1 1 1

27 M B 21 FAXINEIRO/A 4 0 1 1

28 F B 73 COSTUREIRO/A 2 0 1 1

29 M P 40 FAXINEIRO/A 1 1 1 1

30 M B 46 FRENTISTA 1 1 1 1

31 M B 36 MECANICO 3 0 1 1

32 F B 38 FAXINEIRO/A 1 1 1 1

33 F P 43 FAXINEIRO/A 2 0 1 2

34 M B 43 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 2

35 M B 73 GARÇOM 1 1 1 2

36 F A 60 ECONOMISTA 1 1 1 2

37 F A 58 ADM. EMPRESAS 1 1 1 2

38 F A 61 ECONOMISTA 1 1 1 2

39 F A 30 PROFESSOR/A 3 0 1 2

69 71

Anexos

Page 85: AVC Proposta de Protocolo

85

40 F A 31 LAR 3 0 1 2

41 F A 29 ESTUDANTE 3 0 1 2

42 F A 27 MUSICISTA 3 0 1 2

43 M B 43 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

44 M B 48 GRAFICO 3 0 1 1

45 M B 51 GRAFICO 3 0 1 1

46 F B 47 METALURGICO 2 0 1 1

47 F B 58 OPERADOR DE CAIXA 2 0 1 1

48 M P 52 FRENTISTA 3 0 1 1

49 F B 47 FAXINEIRO/A 2 0 1 2

50 M B 70 DENTISTA 1 1 1 2

51 M P 30 FRENTISTA 1 1 1 1

52 M P 55 OPERADOR DE CAIXA 4 0 1 1

53 F B 71 LAR 4 0 1 2

54 F A 56 FUNCIONARIO PUBLICO 2 0 1 1

55 F B 23 ESTUDANTE 3 0 1 2

56 F B 55 LAR 1 1 1 1

57 F B 17 ESTUDANTE 3 0 1 1

58 F B 56 RECEPCIONISTA 2 0 1 2

59 M P 55 MOTORISTA/TAXISTA 4 0 2 2

60 F B 51 EMPREGADA DOMÉSTICA 4 0 1 2

61 F A 56 FUNCIONARIO PUBLICO 2 0 1 1

62 M B 48 CARTEIRO 4 0 1 2

63 M P 69 METALURGICO 1 1 1 1

64 M B 68 TECNICO DE RAIO X 1 1 1 2

65 M P 59 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 2

66 M P 59 MECANICO 1 1 1 2

67 M B 62 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 1 1 1

68 M B 61 AUX. SERV. GERAIS 1 1 1 1

69 M B 62 ZELADOR 1 1 1 2

70 M B 47 PINTOR RESIDENCIAL 1 1 1 2

71 M B 52 ENGENHEIRO 1 1 1 1

72 M B 30 AUX. SERV. GERAIS 3 0 1 2

73 F B 76 LAR 2 0 1 2

74 F B 75 PROFESSOR/A 1 1 1 1

75 M B 69 TECNICO DE RAIO X 1 1 1 2

76 F B 50 COZINHEIRO/A 4 0 1 1

77 F B 49 COZINHEIRO/A 4 0 1 1

78 M B 55 PINTOR RESIDENCIAL 2 0 1 2

79 M B 37 LAVRADOR 1 1 1 2

80 M P 72 METALURGICO 2 1 1 1

81 M B 61 MARCENEIRO 2 1 1 2

82 M B 58 SEGURANÇA BANCO 1 1 1 2

83 F B 47 LAR 4 0 1 2

84 F B 66 MANICURE 2 0 1 2

85 F B 58 LAR 1 1 1 2

86 F B 59 COSTUREIRO/A 2 0 1 2

87 F B 58 COMERCIANTE/MICRO EMP. 2 0 1 2

88 F B 69 CABELELEIRO/A 2 0 1 2

72

Anexos

Page 86: AVC Proposta de Protocolo

86

89 M P 86 VENDEDOR/A 2 0 1 2

90 M B 66 LAVRADOR 2 0 1 1

91 M P 54 SERRALHEIRO 2 0 1 1

92 F B 41 ARTISTA PLÁSTICA 4 0 1 2

93 M B 43 MOTORISTA/TAXISTA 0 0 1 2

94 F B 76 LAR 4 0 1 1

95 M B 24 FAXINEIRO/A 3 0 1 1

96 M B 56 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 1 1 1

97 F B 51 COMERCIANTE/MICRO EMP. 2 0 1 1

98 F B 90 PEDAGOGO/A 4 0 1 2

99 M B 67 ADVOGADO/A 1 0 1 1

100 M B 54 TÉCNICO ELETRONICA 1 1 1 2

101 F B 77 METALURGICO 2 0 1 1

102 M B 59 FUNILEIRO 1 1 1 2

103 M P 47 PORTEIRO 1 1 1 1

104 M B 35 COMERCIANTE/MICRO EMP. 3 0 1 1

105 F B 44 LAR 4 0 1 1

106 F B 27 ESTUDANTE 3 0 1 1

107 M A 68 ENGENHEIRO/A 1 1 1 2

108 F B 66 COZINHEIRO/A 2 0 1 1

109 F P 41 LAR 2 0 1 2

110 F B 50 FAXINEIRO/A 4 0 1 2

111 M B 64 PORTEIRO 1 1 1 1

112 F B 83 COSTUREIRO/A 4 0 1 2

113 F B 87 FAXINEIRO/A 2 0 1 2

114 F B 76 LAR 2 0 1 2

115 M B 62 CABELEREIRO/A 1 1 1 1

116 M A 54 AUX. ADMINISTRATIVO 1 0 1 2

117 F A 51 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 1 1 2

118 M B 66 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 2

119 M B 52 ZELADOR/A 2 0 1 2

120 M B 61 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

121 M A 54 TÉCNICO ELETRONICA 1 1 1 2

122 M B 64 CAMINHONEIRO 1 1 1 1

123 M B 47 METALURGICO/A 1 1 1 2

124 F B 19 ESTUDANTE 4 0 1 2

125 M B 49 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 1 1 1

126 M B 74 COSTUREIRO/A 2 1 1 1

127 M B 62 PROFESSOR/A 2 0 1 2

128 F P 64 LAR 2 0 1 2

129 F B 41 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 1 1

130 F P 65 VENDEDOR/COMERCIARIO 1 1 1 2

131 F B 48 LAR 2 1 1 2

132 F P 68 LAR 1 1 1 1

133 F P 46 RECEPCIONISTA 4 0 1 2

134 F B 63 EMPREGADA DOMÉSTICA 4 0 1 1

135 F B 78 EMPREGADA DOMÉSTICA 4 0 1 1

136 F P 51 MERENDEIRA 2 0 1 1

137 F B 46 LAR 4 0 1 1

73

Anexos

Page 87: AVC Proposta de Protocolo

87

138 F B 29 ESTUDANTE 1 1 2 1

139 F B 41 EMPREGADA DOMÉSTICA 3 0 1 2

140 F B 68 LAR 1 1 1 1

141 M P 75 ARTESÃO 1 1 1 1

142 M B 65 METALÚRGICO 0 0 1 2

143 M P 70 METALÚRGICO 1 1 1 2

144 M P 59 METALÚRGICO 1 1 1 2

145 M B 71 VENDEDOR/A 1 1 1 1

146 F B 39 COSTUREIRO/A 1 1 1 2

147 F B 48 AUX. DE EMFERMAGEM 1 1 1 2

148 M B 52 METALÚRGICO 3 0 1 1

149 F B 49 LAR 4 0 1 2

150 M B 65 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

151 M B 53 GARÇOM 2 1 1 2

152 F B 49 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 1 1

153 M B 60 METALÚRGICO 2 1 1 1

154 M B 51 RECEPCIONISTA 1 1 1 2

155 M B 37 SEGURANÇA BANCO 0 0 1 1

156 F B 51 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 1 1

157 F B 56 PROFESSOR/A 1 1 1 2

158 F B 51 EMPREGADA DOMÉSTICA 1 1 1 1

159 F B 74 ESCRITURARIO/A 2 1 1 2

160 F P 71 COSTUREIRO/A 4 0 1 1

161 M B 63 CONTADOR/A 2 0 1 1

162 F B 70 COSTUREIRO/A 1 1 1 2

163 M B 66 MOTORISTA/TAXISTA 2 0 1 1

164 M B 57 VENDEDOR/A 2 0 1 2

165 F B 51 LAR 0 0 1 2

166 M A 72 METALÚRGICO 1 1 1 1

167 F B 79 EMPREGADA DOMÉSTICA 4 0 1 2

168 M B 58 COMERCIANTE/MICRO EMP. 2 0 1 2

169 M P 61 ARTISTA PLÁSTICO 1 1 1 2

170 M P 71 ZELADOR/A 1 1 1 1

171 F B 30 VENDEDOR/COMERCIARIO 2 1 1 2

172 F B 80 LAR 3 0 1 2

173 M B 50 VENDEDOR/COMERCIARIO 2 0 1 1

174 F B 66 ESCRITURÁRIO/A 1 1 1 2

175 M B 51 CORRETOR/A IMOVEIS 1 1 1 1

176 F B 69 LAR 1 1 1 1

177 M B 61 GRANITEIRO 2 0 1 2

178 F B 65 COSTUREIRO/A 1 1 1 1

179 F P 61 AUX. ENFERMAGEM 2 0 1 2

180 M B 58 AUX.SERV GERAIS 4 0 1 2

181 M B 72 CORRETOR/A 1 1 1 1

182 M B 62 CHEFE DE PRODUÇÃO 1 1 1 1

183 M B 71 MECÂNICO 1 1 1 2

184 M P 71 FAXINEIRO/A 1 1 1 1

185 M B 38 CONTADOR/A 2 1 1 1

186 M B 46 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

74

Anexos

Page 88: AVC Proposta de Protocolo

88

187 M B 49 MOTORISTA/TAXISTA 1 1 1 1

188 F B 57 LAR 1 1 1 1

189 F B 57 LAR 4 1 1 1

191 F B 58 LAR 1 1 1 1

192 F B 40 VENDEDOR/COMERCIARIO 1 1 1 1

193 M B 74 COSTUREIRO/A 2 0 1 1

194 M B 85 PEDREIRO 2 1 1 1

195 M B 63 METALÚRGICO 4 1 1 2

196 M A 60 FARMACEUTICO 1 1 1 2

197 M B 52 TÉCNICO ELETRONICA 1 1 1 2

198 F B 79 COSTUREIRO/A 1 1 1 1

199 F B 42 LAR 0 0 1 1

200 M B 70 VARREDOR DE RUA 1 1 1 2

201 M B 50 VENDEDOR/COMERCIARIO 2 0 1 2

202 F B 57 PROTETICO/A 1 1 1 1

203 M B 64 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 0 1 2

204 M P 53 MOTORISTA/TAXISTA 2 0 1 2

205 F P 52 VENDEDOR/A 4 0 1 1

206 M B 55 METALURGICO 1 1 2 2

207 M B 58 SERRALHEIRO 1 1 1 1

208 M P 44 FUNCIONARIO PUBLICO 1 1 2 1

209 F B 50 LAR 1 1 1 2

210 M B 68 COMERCIANTE/MICRO EMP. 1 1 1 2

Nº: Número do paciente da amostra; Gênero: M: masculino; F: feminino; Cor: B: branca; P: preta; A: amarela; Estado Civil 1: casado; 2: solteiro, divorciado, viuvo; Dominância 1: direita; 2: esquerda; Hemiplegia: 1- hemiplegia direita; 2- hemiplegia esquerda;

75

Anexos

Page 89: AVC Proposta de Protocolo

89

ANEXO 2

Tabela 16. Protocolo de Avaliação - Medida de Independência Funcional (MIF).

Medida de Independência Funcional

Níveis

7 Independência completa (em segurança, em tempo normal) 6 Independência modificada (ajuda técnica)

Sem Ajuda

Dependência modificada 5 Supervisão 4 Ajuda mínima (indivíduo >= 75%) 3 Ajuda (indivíduo >= 50%) 2 Ajuda máxima (indivíduo >= 25%) 1 Ajuda total (indivíduo >= 0%)

Ajuda

Data Auto-Cuidados Admissão Alta Seguimento

A. Alimentação B. Higiene pessoal C. Banho (lavar o corpo) D. Vestir metade superior E. Vestir metade inferior F. Utilização do vaso sanitário Controle de Esfíncteres G. Controle da diurese H. Controle da defecação Mobilidade Transferências I. Leito, cadeira, cadeira de rodas J. Vaso sanitário K. Banheira, chuveiro Locomoção L. Marcha / Cadeira de rodas

M C

M C

M C

M. Escadas Comunicação

N. Compreensão

a v

a v

a v

O. Expressão

v n

v n

v n

Cognição Social P. Interação social Q. Resolução de problemas R. Memória Total Nota: Não deixe nenhum item em branco; se não for possível de ser testado, marque 1

76

Anexos

Page 90: AVC Proposta de Protocolo

90

ANEXO 3. Irmandade da Santa Casa de Misericórdia São Paulo

Reabilitação – Terapia Ocupacional

Termo de Consentimento livre e esclarecido Eu, _______________________________________________________________________,

fui questionado quanto a minha autorização frente ao projeto de pesquisa de doutorado:

“TERAPIA OCUPACIONAL ABRANGENTE E SINTÉTICA, PARA PACIENTES COM

DIAGNÓSTICO DE HEMIPLEGIA APÓS O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL”

O projeto está sob autoria da Profª. Regina Aparecida Rossetto Guzzo, terapeuta

ocupacional doutoranda em Ciências da Saúde, pela Faculdade de Ciências Médicas

da Santa Casa de São Paulo e orientação do Prof. Dr. Rubens José Gagliardi, chefe do

Serviço de Neurologia desta instituição.

Eu entendo que não haverá riscos associados com a minha participação neste projeto

de doutorado e não oponho resistência à utilização dos dados obtidos a partir de minha

história clinica e avaliações funcionais realizadas durante o tratamento no setor de

Terapia Ocupacional do Serviço de Reabilitação da I.S.C.M.S.P., pois entendo que não

serei prejudicado, desde que seja mantida a minha privacidade e o sigilo de com tais

informações. A qualquer momento posso interromper a minha participação, sem que

minha decisão venha prejudicar o meu tratamento, atual ou futuro nesse hospital.

São Paulo, 30 de DEZEMBRO de 2009.

__________________________________ Assinatura do paciente/ responsável pelo paciente

_________________________________ Profª. Regina Aparecida Rossetto Guzzo Terapeuta Ocupacional CREFITO-3 1659 T.O.

77

Anexos

Page 91: AVC Proposta de Protocolo

91

ANEXO 4. Aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – CEP – ISCMSP, projeto nº 381/04.

78

Anexos

Page 92: AVC Proposta de Protocolo

92

ANEXO 5. Cartilha de AVD para o paciente com hemiplegia/ hemiparesia por AVC.

A vida após um AVC se modifica, os movimentos e gestos tão simples e banais

já não são os mesmos, as tarefas mais simples do dia-a-dia já não podem ser

realizadas sem ajuda, e em razão desta condição tanto paciente quanto familiar

cuidador sofrem com a falta de conhecimento de como lidar com as novas dificuldades.

Até que ponto deixar o paciente realizar ou fazer por ele? O que vai estar

prejudicando no fazer por ele no dia-a-dia?

O retorno para casa de uma pessoa que teve um AVC é difícil tanto para o

doente, como para seus familiares.

A sensação é de estar recebendo uma nova pessoa, como se fosse a primeira

criança na casa. Então surgem dúvidas.

Como dar banho?

Como alimentar?

Como vestir?

Esta cartilha tem o objetivo de tornar tanto paciente quanto cuidador, seguros em

casa durante a realização das AVD, promovendo a independência do paciente,

consequentemente, evitando problemas como a perda de autonomia, assim como

prevenir a sobrecarga de tarefas para o familiar cuidador.

O terapeuta ocupacional é o profissional da reabilitação responsável pela

ampliação da independência do paciente em suas AVD básicas e instrumentais.

AVD Básicas: alimentação, vestuário, higiene e auto-cuidados.

AIVD (Atividades instrumentais da Vida Diária): são as atividades que

envolvem a interação do indivíduo com os utensílios do dia-a-dia e profissional.

79

Anexos

Page 93: AVC Proposta de Protocolo

93

Os recursos da tecnologia assistiva são selecionados e/ou confeccionados de

modo ímpar, ou seja, cada paciente apresenta a sua constituição anatômica e a sua

incapacidade, portanto, necessita de uma abordagem individual, então as órteses serão

confeccionadas e seriadas em outro horário de Terapia Ocupacional.

Orientações para pacientes dependentes de ajuda média, mínima e supervisão

Alimentação

O paciente deve forrar a mesa com a toalha de mesa, pegar um alimento na geladeira,

no armário, na fruteira, levar até a mesa, pegar os utensílios no armário (prato, copo,

talheres) servir-se e alimentar-se. Quando o paciente não conseguir completar a tarefa,

o familiar cuidador completará, porém deverá continuar treinando.

Higiene Pessoal

O paciente deve abrir a porta do banheiro, ligar o interruptor da luz, dirigir-se à pia,

abrir a torneira e: a) lavar as duas mãos com sabonete bastão ou líquido, enxaguar as

duas mãos, lavar o rosto e enxugar com a toalha; b) abrir o armário, pegar pasta e

escova de dentes, escovar dentes ou a prótese dentária; se necessário utilize uma

escovinha de unhas (nova) para lavar a prótese. c) olhar no espelho, pentear os

cabelos, passar batom; d) passar o desodorante; e) os homens devem pegar os

aparatos para fazer a barba: pincel, espuma e raspador, raspe sua barba com

delicadeza com a mão não comprometida pelo AVC, se não conseguir chegar até o

final da tarefa, peça ao familiar cuidador para terminar.

80

Anexos

Page 94: AVC Proposta de Protocolo

94

Banho

O paciente deve abrir a porta do banheiro, ligar o interruptor da luz, dirigir-se à pia,

sentar-se na cadeira de plástico, despir-se, se alcançar, ligar o chuveiro ou chuveirinho,

pegar o sabonete e ensaboar-se. Quando necessário, peça ao familiar cuidador para

ensaboar o que faltou ensaboar, mas primeiro tente, após enxaguar-se, desligue o

chuveiro ou chuveirinho, pegue a toalha e enxugue-se; se necessário peça ao familiar

cuidador para enxugar onde o senhor (a) não alcança.

Vestir a parte superior do corpo

O paciente deve sentar-se na cadeira ou cama, despir a roupa da parte superior do

corpo: camisa, blusa, camiseta, para depois vestir a roupa novamente. Todos devem

despir e vestir primeiro o lado hemiplégico (Aproveitar a hora do banho).

Vestir a parte inferior do corpo

a) O paciente deve sentar-se na cadeira ou cama, despir a roupa da parte inferior do

corpo: calça, saia, bermuda, meias (aproveite a hora do banho) e depois vestir a roupa

novamente. Todos devem despir e vestir primeiro o lado hemiplégico. b) Descalçar o

sapato ou sandália e calçar. Todos devem descalçar e calçar primeiro o pé

hemiplégico.

Vaso sanitário

O paciente deve abrir a porta do banheiro, ligar o interruptor da luz, dirigir se ao vaso

sanitário e sentar-se; após sua utilização, pegar um pedaço de papel higiênico e

realizar a limpeza perineal como foi explicado pela T.O., jogar o papel utilizado no lixo,

levantar-se, acionar o botão da descarga, dirigir-se à pia, abrir a torneira, lavar as duas

mãos com sabonete líquido, enxaguar as duas mãos e enxugar com a toalha.

81

Anexos

Page 95: AVC Proposta de Protocolo

95

Transferências

O paciente que faz uso de cadeira de rodas deve transferir-se: a) para a cadeira

normal, na hora das refeições; o familiar cuidador deve ficar perto, porém o paciente

realizará a transferência. b) para o vaso sanitário - o familiar cuidador deve ficar perto,

porém o paciente realizará a transferência.

Escadas

O paciente tem escada em casa e já está andando: a) com a ajuda do familiar cuidador

e segurando no corrimão, suba três degraus e desça; b) com a ajuda do familiar

cuidador e segurando no corrimão, suba cinco degraus e desça; c) com a ajuda do

familiar cuidador e segurando no corrimão, suba oito degraus e desça; d) com a ajuda

do familiar cuidador e segurando no corrimão, suba dez degraus e desça; e) com a

ajuda do familiar cuidador e segurando no corrimão, suba quinze degraus e desça;

obs: para efetuar esse treino, sua escada já deverá possuir o antiderrapante

colado no degrau, como orientado na Terapia Ocupacional.

Tarefas para casa

Participe em algumas atividades domésticas como:

Fase 01

a) Dobrar calcinhas/ cuecas;

b) Fazer bolinhos de meia;

c) Dobrar os panos de prato e toalhas de rosto;

Fase 02

a) Auxiliar escolhendo a salada – folhas; feijão; arroz;

82

Anexos

Page 96: AVC Proposta de Protocolo

96

b) Dobrar todas as roupas recolhidas do varal, fechando o zíper e abotoando os

botões.

Participe das conversas, contando as notícias que ouviu no rádio ou noticiário da TV,

conte o capítulo da novela para quem não conseguiu assistir, leia o jornal e conte as

manchetes, mantenha-se informado, para poder informar a sua família.

Exercícios

a) com a massa de modelar: amasse, faça uma bola, amasse, faça uma cobra, amasse

novamente e repita;

b) com grãos de feijão e arroz: mexa e remexa dentro da bacia, colocando a mão entre

os grãos, pegue um pouco de grãos com a mão direita , aperte, devolva na bacia; repita

com a mão esquerda;

c) com a toalha de rosto: sente diante da mesa da cozinha, dobre a toalha em quatro

partes, e com as mãos uma sobre a outra, passe sobre a mesa nos sentidos horário e

anti-horário, torça a toalha cinco vezes, enrole a toalha como se fosse um rocambole,

repita cinco vezes;

d) com papel (folhas de revistas velhas): arranque 10 folhas, amasse com a mão direita,

desamasse e rasgue em tirinhas; repita com a mão esquerda toda a seqüência.

Se você já não tiver dificuldade para realizar estas tarefas, peça outras para seu

terapeuta ocupacional.

83

Anexos

Page 97: AVC Proposta de Protocolo

97

ANEXO 6 Adaptações utilizadas pelos pacientes durante o protocolo TOAS. Figura 25. Adaptação para talheres

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Figura 26. Cortador de pizza, engrossado e afiado (utilizado como faca para cortar

legumes,carnes...)

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

84

Anexos

Page 98: AVC Proposta de Protocolo

98

Figura 27. Aparador ( Adaptado para se cortar legumes,carnes, pães...) com pregos em

aço inox para segurar legumes, frutas.....

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Figura 28. Abotoador

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

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Anexos

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Figura 29. piso antiderrapante

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

Figura 30. engrossador de canetas, material utilizado: borracha, EVA.

Fonte: Banco de dados da Terapia Ocupacional.(Rossetto-Guzzo, 2008-2010)

86

Anexos

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__________________________________________________________________

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências Bibliográficas

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RESUMO

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Protocolo “Terapia Ocupacional abrangente e sintético para pacientes com hemiplegia após o Acidente Vascular Cerebral”. Autora: Regina Aparecida Rossetto Guzzo. Tese de Doutorado – 2011.

O estudo prospectivo se propôs a organizar um protocolo em Terapia

Ocupacional (TOAS) específico para o atendimento de pacientes pós - AVC e mensurar

comparativamente a evolução funcional dos mesmos. Foram incluídos 210 pacientes,

113 do gênero masculino e 97 do feminino com a média de idade de 56 anos variando

de 17 a 90 anos, com diagnóstico de hemiplegia por AVC em seguimento no Serviço de

Terapia Ocupacional do Centro de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo. No período de março de 2008 a dezembro de 2010. O

protocolo de tratamento teve a duração de cinco (5) meses ou vinte sessões

terapêuticas ocupacionais, com a duração de sessenta minutos semanal, e foi

constituído de cinco fases: Aquecimento, Atividades dirigidas em ortostatismo,

Atividades dirigidas com estimulação elétrica funcional (FES), Treino das AVD e

Atividades especificas livres. Em associação, foi fornecida cartilha para reprodução

domiciliar do protocolo. Os resultados foram analisados comparativamente, entre antes

e após a referida intervenção terapêutica. Níveis de significância positivos foram

encontrados para todas as avaliações, MIF (<0,01) e teste de destreza manual da caixa

e blocos (p<0,01). Com a amostra deste estudo foi possível organizar um protocolo

Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético e proporcionar a melhora funcional do

paciente após Acidente Vascular Cerebral.

Unitermos: Hemiplegia; Acidente Vascular Cerebral; Terapia Ocupacional; Reabilitação;

Habilitação, Atividades de vida diária, Avaliação Funcional.

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Resumo

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ABSTRACT

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“Comprehensive Concise Occupational Therapy for hemiplegic post-stroke patients” Protocol. Author: Regina Aparecida Rossetto Guzzo. PhD thesis - 2011

The aim of this prospective study was to devise a specific Occupational Therapy

protocol (TOAS) for post-stroke patients and to perform a comparative assessment of

the functional evolution of this group. The study included 210 hemiplegic post-stroke

patients, 113 men and 97 women, with a mean age of 56 years (range 17 to 90 ys)

undergoing treatment at the Occupational Therapy Sector of the Rehabilitation Service

of the Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Hospital. The study was

conducted between March 2008 and December 2010. The Treatment protocol

comprised twenty 60-minute therapy sessions over a 5 (five) month period, and was split

into five phases: Warm-up, Guided activities in standing position, Guided activities using

functional electrical stimulation (FES), Training on ADLs, and Free specific activities.

Patients were also provided with a protocol manual for domiciliary practice. Pre and

post-therapeutic intervention results were compared and analyzed. A statistically

significant improvement was found for all assessments, FIM (<0.01) and Box and Blocks

Test of manual dexterity (p<0.01). Based on the study sample, a Comprehensive

Concise Occupational Therapy protocol was devised which was able to improve

functioning in post-stroke patients.

Uniterms: Hemiplegia;Stroke(AVC);OccupationalTherapy;Rehabilitation;Habilitation;

Activities of Daily Living; Functional Assessment.

97

Abstract