Upload
phamminh
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
EM DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E DIDÁTICAS NO ENSINO SUPERIOR
POR: ISABEL CRISTINA DAMASIO
ORIENTADOR
Profº Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2014
2
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
EM DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR
Autora: ISABEL CRISTINA DAMASIO
Monografia apresentada ao Instituto A
vez do Mestre como requisito parcial
para obtenção do título de especialista
em Docência no Ensino Superior
Orientador: Profº Vilson Sérgio de
Carvalho
RIO DE JANEIRO
2014
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por permite-me realizar
esse trabalho, mesmo com todas as
dificuldades que ocorreram durante esta
trajetória.
4
DEDICATÓRIA
In Memorian
Aos meus pais, Petronilha de Araújo Damasio e
Argêo Damasio, que são responsáveis pela minha existência.
5
EPÍGRAFE
“Ensinar é uma especificidade humana.”
(Paulo Freire)
6
RESUMO
A Proposta deste trabalho sobre as Tendências Pedagógicas e Didáticas no Ensino Superior, busca refletir e analisar suas concepções, fatores e suas características sob o ponto de vista de alguns autores e suas obras. O trabalho foi pensado em servir de gancho para pesquisar aspectos relevantes sobre os assuntos abordados e procurar acrescentar alguma contribuição para os discentes e docentes em diferentes áreas e ao público em geral. Tem como objetivo compreender as tendências, a didática e suas finalidades na formação do professor. Comparar obras de alguns autores e características utilizadas. Visando este aspecto o projeto sobre Tendências Pedagógicas e Didáticas no Ensino Superior busca mostrar a importância do quanto à formação do educador na área acadêmica ultrapassa seus conhecimentos e experiências práticas. A atuação deste profissional interage com a dinâmica da sala de aula, todo o processo de aprendizagem e as metodologias que serão utilizadas constituindo assim, melhor aproveitamento do aluno e sua visão crítica do conteúdo abordado. Este profissional trata não só de entender, como conhecer, analisar, interpretar de várias formas os saberes vivenciados na sua prática em sala, almejando com isso planejamento, organização e avaliação da aprendizagem. A formação deste profissional como educador fica muito além da sua experiência prática acadêmica e seus conhecimentos fora dela.
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho fundamenta-se em
pesquisa bibliográfica. Foram consultados alguns autores e foram citadas partes
de suas obras, para estabelecer fundamentação teórica.
A obra de Libâneo (1990, 1994 e 2002) contribuiu com suas abordagens em torno das tendências pedagógicas e suas pressuposições, Conceituação sobre a didática e seus fundamentos.
A obra de Matui (1998) contribuiu com exemplos baseados na teoria da aprendizagem e suas fundamentações.
As obras de Freire e Gadotti (1988) serviram para dar embasamento com relação às abordagens na escola libertadora progressista.
As obras de Masseto (2007), Libâneo (1994, 2008) e Moreira (2000,2008) colaboraram para fundamentar, através de reflexões de outros autores o conceito sobre o surgimento da didática e suas contribuições.
A obra de Perrenoud (2000) contribuiu para embasamento com relação aos questionamentos sobre a didática nas concepções de conhecimento do professor e suas competências.
As obras de Ricouer (1969), Libâneo (1994) e Freire (1996) contribuíram para acrescentar conhecimentos nas abordagens sobre ensino-aprendizagem.
As obras de Arends (1995) e Printrich (2003) colaboraram com suas visões e teorias acerca da eficácia na aprendizagem. Ao fundamentar esta Monografia numa pesquisa bibliográfica teve como objetivo pesquisar, buscar respostas para o tema e problema destacado na introdução deste trabalho.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO – .................................................................................................09
CAPITULO I – TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ................................................11
CAPITULO II – A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR ...................17
CAPITULO III – ENSINO APREDIZAGEM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR ........23
CAPITULO IV – EFICÁCIA NA APRENDIZAGEM ............................................28
CONCLUSÃO – ...................................................................................................32
BIBLIOGRAFIA – ................................................................................................33
WEBGRAFIA – ....................................................................................................34
9
INTRODUÇÃO
Já se foi o tempo em que para tornar-se um bom professor de nível
superior o mais importante seria ter uma boa comunicação e conhecimentos
sobre a matéria a ser lecionada, justificando assim o fator de que sendo o
universo superior constituído apenas por adultos não haveria a necessidade de
auxílio pedagógico. Nos tempos atuais, observamos que as relações docentes e
discentes sobre o aspecto ensino-aprendizagem no nível superior do país tomam
outras vertentes no que diz respeito à educação e a didática de ensino.
Visando este aspecto o projeto sobre tendências pedagógicas e didáticas
no ensino superior foi pensado em mostrar a importância do quanto à formação
do educador na área acadêmica ultrapassa seus conhecimentos e experiências
práticas. A atuação deste profissional interage com a dinâmica da sala de aula ,
todo o processo de aprendizagem e as metodologias que serão utilizadas
constituindo assim, melhor aproveitamento do aluno e sua visão crítica do
conteúdo abordado. Este profissional busca não só entender, como conhecer,
analisar, interpretar de várias formas os saberes vivenciados na sua prática em
sal, buscando com isso planejamento, organização e avaliação da aprendizagem.
A formação deste profissional como educador fica muito além da sua experiência
prática acadêmica e seus conhecimentos fora dela.
A didática do ensino como um todo apresenta uma ótima técnica para
ensinamento dos educandos, requer saber lidar com os alunos de forma
científica, desenvolvendo técnicas que gerem ensino aprendizado correto. Para
explicar o quanto a didática do ensino superior pode ser eficaz na formação do
educando, será apresentado o seu conceito histórico e todo reconhecimento pela
importância do ensino aprendizagem. Também serão contrastadas as diferentes
abordagens a cerca do processo de aprendizagem e os princípios da pedagogia,
bem como os fatores que contribuem de forma eficaz na aprendizagem,
mostrando que os conhecimentos didáticos pedagógicos podem favorecer um
processo ensino-aprendizagem de qualidade, proporcionando à educação
superior caminhos eficazes e transformadores na experiência de educar.
10
Diante disto, este projeto foi elaborado em quatro capítulos abordando seus respectivos temas:
O primeiro capítulo, tem como objetivo abordar sobre o tema Tendências
Pedagógicas e suas pressuposições na prática de ensino como contribuição para
formação continuada de professores. O segundo capítulo, mostrará a didática e
seu desenvolvimento, toda a importância que ela representa para formação do
professor. Analisa a necessidade dos conhecimentos didáticos contribuírem para
o processo ensino-aprendizagem na educação superior. No terceiro capítulo,
destacará como os conhecimentos didáticos pedagógicos podem favorecer um
processo ensino-aprendizagem de qualidade proporcionando à educação superior
os caminhos eficazes e transformadores na experiência de educar. O quarto
capítulo abordará a eficácia na aprendizagem, quais os fatores e teorias
contribuem para garantir um aprendizado eficaz.
11
CAPITULO I
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS - ABORDAGENS
Sabemos que a prática de ensino está sujeita a condições de ordem sócio
cultural que por si implicam em diferentes concepções do indivíduo e sociedade,
ocasionando pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem.
Este capítulo tem como objetivo verificar pressuposições de aprendizagem
empregadas pelas diferentes tendências pedagógicas na prática do ensino, como
contribuição para formação continuada de professores. Visando também enfatizar
que os novos avanços no Campo da Psicologia da Aprendizagem, assim como
revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Vygotsky, Piaget,
Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua proposta pedagógica, a
partir da LDB 9.394/96 exigindo a atualização constante do professor, servem
como justificativa que por meio do conhecimento dessas tendências pedagógicas
e de seus pressupostos de aprendizagem o professor terá condições de avaliar os
fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.
Neste estudo foram utilizadas as teorias de José Carlos Libâneo,
classificadas em dois grupos: Liberais e Progressistas.
Segundo Libâneo:
“A pedagogia liberal visa a ideia da escola ter como função a preparação dos indivíduos para desempenhar papéis sociais, de acordo com suas aptidões individuais. Pressupondo que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade, através do desenvolvimento cultural individual. No aspecto cultural , não são consideradas as diferenças entre as classes sociais. A escola difunde a ideia de igualdade de oportunidades, não levando em conta a desigualdade de condições.” (LIBÂNEO,1990 apud Delcio Barros)
12
No primeiro grupo iremos ver a Tendência Liberal que subdivide em :
Liberal Tradicional, Liberal Renovada Progressista, Liberal Renovada não
Diretiva e Renovada Tecnicista.
A Tendência Liberal tradicional tem como característica o ensino
humanístico. De acordo com essa tendência, o aluno é educado para que através
de seus próprios esforços atinja a sua realização plena. Não são consideradas as
diferenças de classe social e a prática escolar não tem relação com o dia a dia do
aluno. Nesta doutrina aponta a idéia de que a capacidade de assimilação da
criança é a mesma do adulto, não levando em conta as características próprias de
cada idade, a criança é vista como um adulto menos desenvolvido.
Os seguidores desta corrente atentam a organização lógica do
pensamento, sendo assim a gramática tradicional ou normativa é vista com
perspectiva de normatização linguística. Buscando com o conhecimento
gramatical o alcance do domínio da língua oral ou escrita.
Ainda de acordo com Libâneo (1990), na Tendência Tradicional, o papel da
escola é dar preparação intelectual e moral aos alunos para assumir uma posição
de reconhecimento social. Adotam metodologias de ensino de exposição verbal e
(ou) demonstração. As concepções de avaliação são medidas através do
rendimento do aluno determinando o grau de aquisição dos conteúdos
transmitidos.
Segundo Libâneo (1990), na Tendência Liberal Renovada Progressivista
(ou pragmática) acentua-se a cultura como desenvolvimento das aptidões
individuais. A escola prepara o aluno para assumir seu papel na sociedade, o
educando adapta-se as suas necessidades ao meio social. Nesta Tendência a
atividade pedagógica centraliza-se no aluno e defende a idéia de que se aprende
fazendo, valorizando as pesquisas, o estudo do meio natural e social
considerando o interesse do aluno.
O papel da escola é a preparação dos indivíduos para integração à
sociedade, levando em consideração seus interesses e necessidades. Os
13
conteúdos de ensino são estabelecidos em função das experiências e
potencialidades dos alunos.
Nesta Tendência agrega aos pressupostos de aprendizagem, o
aprendizado sendo uma atividade de auto-aprendizagem, sendo o meio ambiente
o estímulo. Retém-se ao aluno o que se incorpora a atividades através da
descoberta pessoal, compondo estrutura cognitiva empregando em novas
situações. Tomando assim consciência (Segundo Piaget). No estudo da língua
as idéias da escola nova não ocasionam maiores conseqüências pois, colidem na
prática da tendência liberal tradicional.
Adotam nesta Tendência como Metodologias de Ensino, trabalhos em
grupo, pesquisa, solução de problemas, experimentação. O professor exerce o
papel de orientador. A disciplina decorre da consciência que aluno adquire na
vivência em grupo.
Já na Tendência Liberal Renovada não-diretiva, o foco é o papel da escola
na formação de atitudes, dedicando-se mais aos problemas psicológicos. Adotam
os esforços a mudanças dentro do indivíduo, adequação pessoal ao ambiente.
Acentua-se que aprender significa modificar suas próprias percepções,
tornando a avaliação escolar sem sentido, dando privilégio à auto-avaliação. O
professor torna-se o facilitador e o ensino é centralizado no aluno. No ensino da
língua essas idéias, encontram também barreira na prática da tendência liberal
tradicional.
O papel da escola nesta tendência é a formação de atitudes adequadas às
normas de convívio social. Os conteúdos são voltados para aspectos sociais e
afetivos. A transmissão de conteúdos em si acaba sendo secundária.
Na Tendência Liberal Tecnicista a escola exerce o papel de formação
técnico-instrumental dos indivíduos para a demanda do mercado de trabalho.
Atua-se no aperfeiçoamento do sistema capitalista em articulação com o sistema
produtivo, empregando a tecnologia comportamental. O objetivo maior é produzir
14
indivíduos com potencial para o mercado de trabalho, sem a preocupação com as
mudanças sociais.
Para Matui (1998) essa tendência baseia-se na teoria de aprendizagem
(Psicologia S-R: estímulo-resposta), o aluno é um depositário passivo dos
conhecimentos, sendo eles adquiridos na mente através de associações. Tendo
Skinner como o principal defensor desta corrente psicológica que também é
conhecida como behaviorista. Sob o ponto de vista da visão behaviorista acredita
que adquiri uma língua por meio da imitação e formação de hábitos, por isso o
método de repetição é adotado para que o aluno adquira hábitos corretos no uso
da linguagem.
Nesta concepção a Metodologia de Ensino são fundamentadas na relação
transmissão e recepção de conteúdos. O ensino é adotado por Unidade Didática.
O professor é o elo entre a verdade científica e a falta de conhecimentos dos
alunos, sendo assim ambos expectadores e consumistas das políticas delineadas
pelos especialistas da educação. Nesta Tendência a avaliação é subordinada a
objetivos operacionalizados. O ensino é visto como processo de condicionamento.
De acordo com esta concepção, no ensino da Língua Portuguesa o
trabalho com estruturas lingüísticas tem a possibilidade de desenvolvimento de
expressão oral e escrita. Esta tendência de certa forma pode ser vista como uma
modernização da escola tradicional.
Com a Lei 5692/71, que reformou o Ensino, implantando a escola tecnicista
no Brasil, predominaram as influências do estruturalismo lingüístico e concepção
de linguagem como instrumento de comunicação. A língua é vista como um
conjunto de signos combinados de acordo com regras é possível transmitir uma
mensagem, de acordo com os Estruturalistas o saber é dominar um código.
De acordo com Libâneo, a Tendência Pedagógica Progressista surge a
partir de uma análise crítica das realidades sociais, mantendo implícita às
finalidades sócio políticas da educação.
15
A escola libertadora progressista conhecida também como pedagogia de
Paulo Freire, vinculando a educação à luta e organização de classe do oprimido,
tem em comum com libertária que veremos, logo adiante, a defesa da autogestão
pedagógica e o antiautoritarismo.
Nesta Tendência o papel da escola é a conscientização do indivíduo para
sua atuação crítica na sociedade, visando à transformação das relações históricas
culturais existentes. Os conteúdos de ensino são determinados considerando as
experiências e necessidades reais de emancipação dos indivíduos. Sendo
recusados conteúdos tradicionais. São adotadas metodologias de ensino de
grupos de discussão. A relação é horizontal onde professor e aluno são sujeitos
ao ato de conhecimento. A concepção de avaliação considera-se o progresso do
grupo em função da prática vivenciada entre educadores e educando. O
conhecimento se dá a partir da relação entre as teorias e as experiências dos
indivíduos.
Para Paulo Freire, na luta de classes, o saber mais importante para o
oprimido é a descoberta da sua própria situação de oprimido sendo a condição
para se libertar da exploração política e econômica, sendo pela elaboração da
consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Sendo assim,
a pedagogia libertadora supera os limites da pedagogia, adentrando pelo campo
da economia, política e ciências sociais, conforme (GADOTTI,1988, apud DÉLCIO
BARROS).
Como pressuposto de aprendizagem, a motivação deve decorrer da
identificação de uma situação problema sendo analisada criticamente, com o
exercício da abstração que procura alcançar a realidade concreta através de
representação, a realidade dos fatos. Libâneo afirma que aprender é um ato de
conhecimento da situação real vivenciada pelo educando, fazendo sentido
quando resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto, esse
conhecimento transferido pelo educando serve de resposta a situação de
opressão alcançada pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.
16
Na Tendência Progressista Libertária evidência o pressuposto que somente
o vivenciado pelo educando é utilizado em novas situações , desta forma o saber
sistematizado só sobressaindo sendo possível seu uso prático. O reforço na
aprendizagem informal, em grupo e, a negação de toda forma de repressão , vem
favorecer o desenvolvimento de indivíduos mais livres. No ensino da Língua,
busca valorizar o texto produzido pelo o aluno.
Conforme Libâneo, na Tendência Progressista crítico-social dos
conteúdos, acentua-se a primazia dos conteúdos e seu confronto com a
realidade. A escola prepara o aluno para o mundo adulto e suas contradições,
fornece aparato instrumental, adquirido através de conteúdos e da socialização,
visando uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. A
Metodologia de Ensino é definida diante as circunstâncias de ensino-
aprendizagem dos conteúdos. O professor é o elemento fundamental no processo
transmissão-orientação crítica dos conteúdos. A avaliação é realizada de forma
interativa, sendo aplicada numa perspectiva de diagnóstico continuado e
participativo. A educação deve ser diretiva e não autoritária.(LIBÂNEO,1990 apud
Delcio Barros).
17
CAPITULO II
A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
A palavra didática significa a arte de ensinar. A didática surgiu como base
de uma reforma importante no século XVII com a obra Didática Magna, por João
Amós Comenius. Nesta época, Comenius questionava que a didática em si não
apresentava organização ou planejamento, era baseada no praticismo. Diante
disto, ele escreveu a obra Didática Magna com o objetivo de sistematizar e
organizar a educação pretendendo com isso estabelecer a arte de ensinar tudo a
todos, visando privilegiar o professor, o método e o conteúdo.
Segundo Masseto (2007), até o final do século XIX, outros filósofos tais
como, Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) e outros pedagogos da época
também constataram que a didática era fundamentada quase que exclusivamente
nos conhecimentos filosóficos.
Já no final do século XIX, com o surgimento das pesquisas experimentais,
a didática buscou fundamentos também nas ciências, especialmente na biologia e
na psicologia. Adentrando no século XX, foram surgindo novos movimentos de
reforma escolar na Europa e na América.
A didática é o estudo do processo de aprendizagem em sala de aula e de
seus resultados, surgindo sempre quando ocorre intervenção dos adultos nas
atividades de aprendizagem dos jovens e crianças, ocorrendo através de
planejamento e pré-exames do ensino, diferentemente das intervenções
espontâneas anteriores.
Para Libâneo (2002), a didática é um conjunto de conhecimentos que une a
teoria e prática docente. Unindo teoria e prática buscando acabar com a forma
espontânea na qual era utilizada e com isso fornecendo educação sólida aos seus
profissionais.
18
Sendo assim, o objetivo de estudo da didática é o processo de
aprendizagem globalizado. Ficando então, unida à teoria da educação, da
organização escolar, do conhecimento e da psicologia da educação, expondo de
tudo isso como suporte teórico na prática educativa. Desta forma, o fator principal
de estudo da pedagogia, vem a ser a didática pela necessidade de bom domínio
em todas as teorias para se obter uma boa prática educativa. Buscando desta
forma dispor ao educador recursos teóricos para organizar e articular o processo
de ensino e aprendizagem.
Entretanto, a didática por sua vez investiga os fundamentos, as condições
e modos para realização do ensino, ocupando-se dos métodos, conteúdos e
organização da aula. Oferecendo fundamento para relação ensino-aprendizagem,
acabando com a divisão entre teoria e prática.
Com a evolução da sociedade e a contribuição de nomes importantes
como Piaget, Vigotsky, Paulo Freire, entre outros, houve toda uma nova reflexão
e a própria sociedade buscou ampliar e reformular toda a sua concepção política
e social. Dentro deste aspecto, a didática também buscou reformulação e
transformação.
Hoje, falar em didática é buscar reflexão sobre ensino aprendizagem, ver
com novos olhos a concepção de conhecimento por parte do professor e suas
competências como profissional da educação.
Perrenoud afirma:
“Para desenvolver competências é preciso antes de
tudo, trabalhar por problemas e por projetos, propor
tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a
mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida,
completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa,
cooperativa, aberta para a cidade ou pra o bairro,
seja na zona urbana ou rural. Os professores devem
para de pensar que dar o curso é o cerne da
profissão. Ensinar, hoje, deveria consistir em
conceber, encaixar e regular situações de
19
aprendizagem. Seguindo princípios da visão
construtivista e interativa da aprendizagem, trabalhar
no desenvolvimento de competências não é uma
ruptura. O obstáculo está mais em cima: como levar
os professores habituados a cumprir rotinas a
repensar sua profissão? Eles não desenvolverão
competências senão se perceberem como
organizadores de situações didáticas e de atividades
que tem sentido para os alunos, envolvendo-os, e ao
mesmo tempo, gerando aprendizagens
fundamentais.” (PERRENOUD, 2000, p.19-31).
O mundo atualmente globalizado, voltado para uma nova era do
conhecimento, de inovações nos meios tecnológicos e nos meios de
comunicação, nos colocam de frente a todo instante com novas concepções,
conhecimentos, nos levando a aprimorarmos a didática que utilizamos
profissionalmente na educação. Atentando assim, quanto à importância da
utilização de uma didática reflexiva, da necessidade de repensar nossas
competências profissionais levando em conta a formação continuada como afirma
Perrenoud:
“O exercício e o treino poderiam bastar para manter
competências essenciais se a escola fosse um mundo
estável. Ora, exerce-se o ofício em contextos inéditos,
diante de públicos que mudam em referência a
programas repensados, supostamente baseados em
novos conhecimentos até mesmo em novas
abordagens e novos paradigmas. Daí a necessidade de
uma formação continuada. ”(PERRENOUD, 2000, p.
19-31).
Desta forma, defendemos a prática de uma didática reflexiva em torno da
construção do conhecimento organizado, o saber do dia a dia, e todo
conhecimento do professor sobre o ensino. Sobre este aspecto Perrenoud
continua:
20
“Antes de ter competências técnicas, ele deveria ser
capaz de identificar e de valorizar suas próprias
competências, dentro de sua profissão e dentro de
outras práticas sociais. Isso exige um trabalho sobre
sua própria relação com o saber. Muitas vezes, um
professor é alguém que ama o saber pelo saber, que
é bem sucedido na escola , que tem uma identidade
disciplinar forte desde o ensino secundário. Se ele se
coloca no lugar dos alunos que não são e não
querem ser como ele, ele começará a procurar meios
de interessar sua turma por saberes não como algo
em si mesmo, mas como ferramentas para
compreender o mundo e agir sobre ele. O principal
recurso do professor é a postura reflexiva, sua
capacidade de observar, de regular, de inovar, de
aprender com outros, com os alunos, com a
experiência.” (PERRENOUD, 2000, p. 19-31).
Diante disto, toda prática educativa deve ter planejamento, metas,
embasamento, estabelecendo assim objetivos a serem atingidos sendo mediado
pela didática, de acordo com a realidade educacional do indivíduo ou o meio em
que está inserido. Assim, torna-se notória a contribuição dos fundamentos da
didática para a prática educativa. Nela, a teoria e prática se converge. Em todo o
seu processo de formação a didática intercala conhecimento científico e prático.
Visando assim, proporcionar ao profissional da educação na sua formação
o estudo de disciplinas que articulando entre si, poderão, beneficiar esses
educadores no seu dia a dia perseverar na reflexão sobre suas práticas e seus
conhecimentos teóricos.
21
Segundo Libâneo (2008):
“A prática educativa é determinada por valores, normas e particularidades da
estrutura social a qual está subordinada. A educação corresponde à toda modalidade de
influências e inter-relações que convergem para traços de personalidade social e do
caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que
traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de ação de frente a
situações reais e desafios da vida prática. O ensino é o principal meio e fator da
educação, destacando como campo principal de instrução e educação. O trabalho
docente é a efetivação da tarefa de ensinar e dele se ocupa a didática.
O processo didático efetivo a mediação escolar de objetivos, conteúdos e
métodos das matérias de ensino. A didática descreve e explica as relações e ligações
entre o ensino e aprendizagem, investigam os fatores determinantes destes processos,
indicando princípios, condições e meios de direção de ensino comuns as diferentes
disciplinas de conteúdos específicos. O domínio das bases teórico-científicas e técnicas,
e sua articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior segurança
profissional, de modo que o docente ganhe base para pensar sua prática e aprimore
mais a qualidade do seu trabalho. A característica mais importante da atividade
profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade. A didática investiga
as condições e formas que vigoram no ensino e nos fatores entre a docência e a
aprendizagem. Sendo temas fundamentais da didática os objetivos sócio políticos,
pedagógicos da educação, os conteúdos, os princípios didáticos, os métodos de ensino e
aprendizagem, organização do ensino, aplicação de técnicas e recursos, o controle e a
avaliação da aprendizagem.”(LIBÂNEO,2008 apud BÁRBARA LOPES).
Desta forma a tarefa principal do professor é garantir a unidade didática
entre ensino e aprendizagem através do processo de ensino. A capacidade crítica
e criativa se desenvolve pelo estudo dos conteúdos e pelo desenvolvimento de
métodos de raciocínio, de investigação e de reflexão. (LIBÂNEO, 2008 apud
BÁRBARA LOPES).
22
CAPITULO III
ENSINO – APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
O processo de ensino-aprendizagem é composto de quatro elementos – o
professor, o aluno, o conteúdo e as variáveis ambientais, cada qual exercendo
maior ou menor influência no processo, dependendo da forma pela qual se
relacionam num determinado contexto. (MOREIRA,1986, p. 28-32).
Buscando analisar cada um desses elementos identificam-se as principais
variáveis de influência no processo ensino-aprendizagem: no Aluno são notadas a
sua capacidade de aprendizagem, sua experiência anterior, sua disposição e boa
vontade, seu interesse, sua situação sócio-econômica e condições de saúde. No
Conteúdo, as adequações a capacidade do aluno, significado/valor, aplicabilidade
prática. Na Escola o conjunto de convicções de seus dirigentes, a compreensão
do processo educacional, e a liderança. Já no Professor, relação professor/aluno,
dimensão cognitiva, capacidade de inovação, comprometimento com o processo
de ensino-aprendizagem. O processo de melhoria da qualidade de ensino nas
instituições de nível superior deve vir desses quatro elementos e das diferentes
interações entre eles.
O que direciona o processo educativo é a interação professor/aluno,
mesmo esta sendo limitada pelo programa, pelo conteúdo, pelas normas e
infraestrutura de uma instituição. Ambos direcionam o entrosamento desta
relação, cabendo ao professor tomar a maior parte das iniciativas, buscando a
melhor forma deste relacionamento. (apud Sandra Carvalho, v.08 nº1).
Segundo Ricouer (1969), ao falar sobre a relação aluno/professor defende
que o ensino é um ato comum do professor e do aluno. Embora, essa relação
seja muitas vezes difícil, pois a tendência espontânea do docente é achar que o
discente não sabe nada e passa da ignorância ao saber, sendo que esta
passagem está no poder de quem ensina. No entanto, defende o fato do discente
trazer alguma coisa de aptidões, gostos, saberes anteriores, um projeto de
23
realização profissional, que não será, senão parcialmente preenchido pela
instrução, pela preparação profissional ou pela aquisição de cultura para
momentos de lazer. O que une o professor ao aluno é a reciprocidade, sendo
base e princípio de uma colaboração. Contribuindo para o projeto do aluno o
professor também aprende através do aluno e, desta forma também realiza seu
próprio projeto de conhecimento de saber. O ensino passa a ser ato comum do
professor e do aluno. (RICOUER apud SANDRA CARVALHO, 1969).
No entanto, novas linhas de pesquisas em Psicologia Educacional
apontam, que ao contrário do que se pensava, não são as características de
personalidade do professor mas, suas ações em sala de aula que influenciam
diretamente na aprendizagem dos alunos. Essas ações fundamentam na
concepção do papel do professor, refletindo em valores e padrões de uma
determinada sociedade. Tanto aspectos sociais, culturais e políticos estabelecem
o relacionamento professor-aluno, gerando assim, tipos diferentes de ação em
sala de aula, tornando o papel do professor a cada dia mais complexo, podendo
ser interpretado de várias formas.
O processo educacional adequado deve centralizar a aprendizagem do
aluno e não do professor, (ROGER apud SANDRA CARVALHO, 1972) a relação
professor – aluno deve ser compreendida de tal forma a facilitar a aprendizagem
vindo do comportamento do professor e suas qualidades, de sua autenticidade,
do seu apreço ao aluno e empatia:
“Segundo Roger Quando um facilitador cria, mesmo
em grau modesto, um clima de sala de aula caracterizado
por tudo que pode empreender autenticidade, apreço e
empatia; quando confia na tendência construtora do
indivíduo e do grupo; descobre então que inaugurou uma
revolução educacional. Ocorre uma aprendizagem de
qualidade diferente, um processo de ritmo diverso, com
maior grau de penetração. Sentimentos positivos e
negativos, difusos, torna-se uma parte da experiência de
sala de aula. Aprendizagem transforma-se em vida. Desta
forma, o aluno, às vezes com entusiasmo, relutante em
24
outros casos comporta-se como alguém que está passando
por uma aprendizagem, por uma certa mudança.” (ROGER,
apud SANDRA CARVALHO,1972, nº 1 v.9).
Em suma, lidando com conteúdos, objetivos, avaliação, relação professor-
aluno e outras atividades, tais como, orientando trabalhos em grupo, dando
orientações individuais, o professor tanto pode favorecer ou prejudicar um clima
facilitador de aprendizagem.
Paulo Freire defende que o docente não deve se limitar apenas ao
ensinamento dos conteúdos, e sim, ensinar a pensar, pois pensando de maneira
adequada permitirá aos discentes se colocarem como sujeitos históricos, se
conhecendo e ao mundo ao qual são inseridos, intervindo sobre o mesmo,
buscando aprender a partir dos conhecimentos existentes e daqueles surgirão
adiante. Desta forma, ensinar pode ser visto como busca, indagação,
constatação, intervenção. O ato de ensinar exige conhecimento e troca de
saberes. Consequentemente a verdadeira aprendizagem torna-se aquela que
consegue transformar o sujeito. “Nas condições de verdadeira aprendizagem, os
educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da
reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do
processo” (FREIRE, 1996, p.26). Sob esse ponto de vista, percebemos a posição
do educando como agente e não como objeto, isto é, ambos fazem parte do
processo ensino-aprendizagem na concepção progressivista.
Segundo Freire “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a construção” (FREIRE, 1996, p.21).
Colocando de outra forma, o docente deve transmitir o conhecimento buscando
proporcionar ao discente a compreensão do que foi exposto e, só então fazer
suas próprias reflexões, criando novas possibilidades de raciocínio, de opinião. O
docente não deve de forma alguma impedir as interações, as opiniões, os erros e
acertos, pois tudo isso permitirá que o discente alcance o real conhecimento e
siga em busca de forma autônoma e prazerosa.
25
Libâneo (1994) defende que a aprendizagem está em toda atividade
humana em que se obtêm algum conhecimento, podendo ocorre de forma casual,
espontaneamente ou organizada quando aprendemos um conhecimento
específico. Desta forma a aprendizagem pode ser definida como um processo de
assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental.
Sendo assim, podemos aprender conhecimentos sistematizados, hábitos, atitudes
e valores. O processo de assimilação oferece percepção, compreensão, reflexão
e aplicação desenvolvendo por meios intelectuais, motivacionais e atitudes do
próprio aluno com orientação do professor. O ensino é a combinação entre
condução do processo de ensino pelo professor e assimilação ativa do aluno.
Três funções são inseparáveis no ensino:
Organizar os conteúdos para transmissão, oferecendo aos alunos relação
subjetiva com os mesmos.
Ajudar os alunos nas suas possibilidades de aprender.
Dirigir e controlar atividade do professor para os objetivos da aprendizagem.
De acordo com Libâneo (1994) o processo de ensino não só realiza as
tarefas de instrução, sendo também um processo educacional. O professor ao
desempenhar suas funções deve conscientizar sobre a formação da
personalidade dos alunos, tanto no aspecto intelectual, como moral, afetivo e
físico. Diante disto, como resposta deste trabalho, os alunos irão desenvolver
senso de observação, capacidade de analise objetiva e crítica tanto de fatos,
fenômenos da natureza, das relações sociais, habilidades de expressão verbal e
escrita. Dentro deste processo é fato o professor criar um ambiente de estímulo
ajudando o aluno a pensar, analisar e relacionar os aspectos estudados com a
realidade que vive.
Essa realização consciente das tarefas de ensino aprendizagem é uma
fonte de convicções, princípios e ações que irão relacionar práticas educativas do
26
aluno, propondo situações reais induzindo o indivíduo refletir e analisar de acordo
com sua realidade. (TAVARES,2011).
27
CAPITULO IV
EFICÁCIA NA APRENDIZAGEM
Neste Capítulo, abordam-se os fatores e teorias que contribuem para
garantir uma aprendizagem eficaz. Sendo assim, o grande domínio a ser adotado
neste trabalho será o da Psicologia Educacional, que tem como objetivo contribuir
para a compreensão dos processos educativos e para assegurar uma intervenção
eficaz na educação. O objeto de estudo da Psicologia Educacional foca na
análise, compreensão e avaliação do comportamento do educador e educando
em situação educativa, adotando métodos científicos para alcançar seus
resultados.
28
Embora, seja adotado por base implicações de outros ramos da Psicologia
tais como, Experimental, do desenvolvimento, social, constitui o centro de
investigação no domínio concreto da educação, tendo maior preocupação voltada
para as condições e fatores psicossociais que rodeiam o processo de ensino e
aprendizagem no contexto educacional. Neste aspecto a Psicologia Educacional
concede aos professores um conjunto de teorias e métodos facilitadores da
prática de ensino que servem de inspiração para a inovação pedagógica. Oferece
contribuição para que o ensino se torne um processo cada vez mais baseado em
fundamentos científico e menos dependente da experiência pessoal, da vontade,
do senso comum e da maior ou menor boa vontade do professor.
A aprendizagem é envolvida por diversos fatores como, psicológicos,
sociais e contextuais que são relevantes para o bom entendimento em sala de
aula, ao desenvolver métodos de ensino e estratégias pedagógicas, a Psicologia
Educacional é uma ferramenta importante a ser adotada pelos professores em
formação, pois ajuda a compreender a dimensão psicossocial inerente ao
processo ensino-aprendizagem, servindo de orientação na prática pedagógica e
também na avaliação dos resultados na sua intervenção. (apud SUSANA
GONÇALVES, v.08, nº1).
No entanto, a formação de base na Psicologia Educacional não garante ao
professor eficácia, se faz necessário outros conhecimentos. A eficácia no ensino
necessita de uma formação teórica, prática e técnica, conhecimentos estes que
se desenvolvem e acumulam (o saber e o saber fazer) não sendo indiferente ao
conjunto de atitudes, valores, sentimentos e crenças face tais conhecimentos o
professor irá desenvolver e demonstrar os atos do seu dia a dia (o saber ser).
A contribuição da Psicologia Educacional está no interesse indiscutível
para professores e demais interessados no mundo da educação. Todo
conhecimento exposto nesta designação é voltado para um conjunto de
conhecimentos derivados do estudo científico dos contextos educativos. Segundo
Arends (1995), o conhecimento dos resultados da investigação ajuda o professor
29
a reavaliar as suas crenças e práticas pedagógicas na medida em que lhes
fornece uma descrição adequada das relações entre fenômenos (por exemplo, a
relação entre um dado método de ensino e a aprendizagem dos alunos, a relação
entre a motivação e o sucesso educativo, etc.).
Segundo Arends (1995) o professor eficaz caracterizar-se por possuir, para
além de uma base de conhecimentos a cerca do ensino-aprendizagem e de
repertório variado de métodos e estratégias pedagógicas, também a capacidade
de refletir sobre seu trabalho e os resultados que obtém e de encarar a sua
carreira como um processo contínuo de aprendizagem. A grande mensagem que
transparece: a eficácia no ensino não se aprende de uma vez, não depende de
um manual qualquer pleno de receitas que funcionam até a exaustão e não
decorre de uma virtude inata com a qual ou nasce ou não nasce. Ser um
professor eficaz é ser um professor que se questiona e não tem medo de admitir
que está a aprender (muitas vezes com os próprios alunos...) (ARENDS apud
Gonçalves, 1995, p.12).
Sendo a Aprendizagem Educacional mediada por diversos fatores, não
podendo ser atribuído exclusivamente as capacidades cognitivas do aluno, o
sucesso ou insucesso neste processo. Segundo Weiner (1979) neste sentido tem
se considerado a importância de se investigar tanto a dimensão cognitiva quanto
afetivo-emocional do desempenho educacional. Embora, o estudo dos aspectos
motivacionais esteve por um tempo, relativamente negligenciado. (WEINER apud
FERREIRA, 1979, p. 3).
De acordo com Pintrich (2003) Particularmente nas duas
últimas décadas essa temática vem tomando um lugar de importância nas
pesquisas especialmente no sentido de entender como a motivação afeta a
cognição e a aprendizagem. (PINTRICH apud Ferreira,2003, p. 103-124)
Arends (1997), destaca a motivação como um dos fatores determinantes
do comportamento dos alunos as suas necessidades pessoais e os atributos e
interesses individuais que trazemos para a sala de aula. O autor ainda destaca
três grandes teorias do pensamento contemporâneo voltados para a motivação:
30
TEORIA DA HIERÁRQUIA
DAS NECESSIDADES
Desenvolvida por:
Alschuler,1970;Atkinson,1958;
Atkinson e Teather,1966;
Mcchelland,1958.
TEORIA DA ATRIBUIÇÃO
Desenvolvida por:
Weiner: 1974, 1979.
TEORIA DA EXPERIÊNCIA
DE FLUXO
Desenvolvida por:
Csikszentmihalyi, Arents: 1997
SUCESSO
EXPLICAÇÃO ALTERNATIVA
DA MOTIVAÇÃO PARA O
SUCESSO
ESTADO DE EXPERIÊNCIA
ÓPTIMA
AFILIATIVOS
- -
INFLUÊNCIA
- -
Na teoria da hierarquia das necessidades as pessoas são motivadas para
agir e investir energia no sucesso, um dos aspectos considerado mais importante,
pois se evidencia o desejo de sucesso quando os alunos se esforçam para
aprender um determinado assunto ou se empenham para atingir os objetivos
propostos pelo professor. Esse motivo se manifesta nos professores quando
estes agem como profissionais competentes. Segundo esta teoria os motivos
afiliativos são importantes quando os alunos e professores valorizam a amizade e
o apoio de seus pares. A motivação por influência pode se evidencia naqueles
alunos que se esforçam por ter um maior controle sobre sua própria
aprendizagem e também nos professores que se preocupam com a forma que a
Instituição é dirigida.
A teoria da atribuição surgiu como uma explicação alternativa da motivação
para o sucesso. É uma reinterpretação da teoria das necessidades baseando-se
no pressuposto de que a forma como as pessoas percebem as causas dos seus
31
sucessos e fracassos determinam a sua motivação para o sucesso. O papel do
professor se faz importante ajudando o aluno a mudar as percepções que tem de
si mesmo e das coisas a sua volta.
Arends (1997) faz referência ainda sobre a experiência de fluxo descritas
nos trabalhos de Csikszentmihalyi que destaca o que designa por “estado de de
experiência óptima” em que envolvimento e concentração total, assim como fortes
sentimentos de prazer motivam a aprendizagem. O autor conclui que os principais
obstáculos à aprendizagem dos alunos não resultam das suas capacidades
cognitivas, e sim da forma como são estruturadas as escolas em que as
experiências de aprendizagem inibem a motivação inerente e as correspondentes
experiências de fluxo.
A motivação educacional é um processo geral com objetivo de atingir uma
meta. Este processo, apresenta variáveis cognitivas voltadas às habilidades do
pensamento e condutas instrumentais para alcançar metas propostas; variáveis
afetivas quando compreendem elementos como a auto valorização, auto conceito
e emoção; e variáveis ambientais quando trata-se de contexto educacional.
Segundo Pintrich (1999) embora haja um número grande de variáveis
motivacionais seus estudos centralizaram-se em três tipos de crença: auto-
eficácia, valor da tarefa e tipos de metas.
Acredita-se que a importância da auto-eficácia esteja no fato de que, diante
de expectativas favoráveis ao próprio desempenho, estudantes tendem a
desenvolver maior esforço e persistir até encontrar estratégias adequadas para
solução de tarefas, principalmente as mais complexas. O valor da tarefa envolve
crenças sobre a importância, interesse e peso sobre determinada tarefa ou
disciplina do contexto escolar, e o tipo de meta pesquisas apontam o impacto do
tipo de feedback oferecido aos alunos acerca de seu desempenho nas
avaliações. (PRINTRICH ,1999 apud LILIANE FERREIRA, p. 459-470).
32
CONCLUSÃO
Conforme Libâneo (2002) o ensino é o principal meio e fator da educação,
destacando-se como campo principal de instrução e educação. O trabalho
docente é a efetivação da tarefa de ensinar e através dele ocupa-se a didática. A
educação deve assegurar a todos a formação cultural e científica para vida
pessoal, profissional e cidadã, possibilitando no educando uma relação autônoma,
crítica e construtiva com a cultura e suas várias manifestações. (LIBÂNEO, 2002)
O presente trabalho procurou evidenciar como os pressupostos de
aprendizagem podem ser empregados pelas Tendências Pedagógicas na prática
educacional, contribuindo para formação continuada dos professores. Mostrou a
didática, seu desenvolvimento e toda importância que ela representa para a
33
formação do professor, analisando a necessidade dos conhecimentos didáticos e
suas contribuições para o processo ensino-aprendizagem na educação superior.
Este trabalho sendo apoiado em pesquisa bibliográfica, também mostrou a
importância do quanto à formação do educador na área acadêmica ultrapassa
seus conhecimentos e experiência prática. Buscou evidenciar a idéia de atuação
deste profissional interagindo com a dinâmica da sala de aula, corrobora para
atuação de todo o processo de aprendizagem e metodologias contribuindo para
melhor aproveitamento do conteúdo abordado.
As reflexões formuladas neste trabalho Monográfico procurou esclarecer
que conhecimentos didáticos pedagógicos favorecem no processo ensino-
aprendizagem de qualidade proporcionando à educação superior os caminhos
eficazes e transformadores na experiência da educação. Apontou ainda alguns
fatores e teorias que contribuem para um aprendizado eficaz.
BILIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo : Editora
Moderna, 1998.
COMENIUS, João Amos. Didática magna. São Paulo: Martins Ponte. 1996.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática,
1988.
FREIRE, Paulo. Pedagogia de autonomia: saberes necessários à pratica
educativa. 46ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2013 – Coleção Leitura.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 12ª ed. RJ, Paz e Terra,
1981/1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo: Loyola,
1990.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, adeus Professora?: novas exigências
educativas e profissão docente. 6ª ed. São Paulo: Cortez – 2012.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, coleção magistério série
Formação do professor,2008
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo :
Cortez,2000.
MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna, 1998.
MOREIRA, Daniel. A. Elementos para um plano de melhoria do ensino
universitário ao nível de instituição. Revista IMES , São Caetano do Sul: ano
III, nº 9, p. 28-32, maio/ago,1986.
MOREIRA, Daniel. A. (org). Didática do Ensino Superior – Técnicas e
Tendências. São Paulo : Ed. Pioneira, 2000.
PERRENOUD, Ph. Dez novas competências para ensinar, Porto Alegre, Artmed
Editora, 2000.
PIMENTA, Selma Garrido & ANASTACIOU, Léa das Graças Camargo. Docência
no Ensino Superior. 4ª Ed. São Paulo : Cortez, 2010.
RICOEUR, Paul. Reconstruir a Universidade. Revista Paz e Terra, RJ. Ed.
Civilização Brasileira, nº 9, 1969.
TAVARES, Rosilene Horta, Didática Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.
34
WEBGRAFIA
http://www.pedagogia.tripod.com/pedagogia_da_autonomia_resenha.htm Acesso: 25/11/2011 http://www.pensador.uol.com.br/autor/paulofreire/ Acesso: 04/11/2011 http://www.revistaescola.abril.com.Br/formação/formação-continuada/resenha-trecho-livro-pedagogia-autonomia-paulo-freire-556571.shtml Acesso:03/11/2011 www.mundojovem.com.br/artigos/as-contribucoes-da-didatica-na-formação-do-profissional-da-educacão Acesso:18/04/2012 www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-eficacia-didatica-ensino-superior.htm Publicado por: Julio Moreira dos Santos Neto http://www.unige.ch/fapse/SSE/teacher/perrenoud/php_main/php_2000_31.html Acesso: Revista Nova Escola (Brasil) Setembro/2000,p.p 19-31 www.sinprodf.org.br/wp-contetnt/upploads/2012/tx_5_proc_ens_aprend_pdf Acesso: Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.08, nº1, Janeiro/Março, 2001.